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8/14/2019 Museus e pblicos; estabelecer relaes; construir saberes (2006)
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Nas ltimas dcadas, a sociedade da informao
e do conhecimento tem vindo a colocar enormes
desafios e transformaes s instituies dedicadas
troca de informao e formao do conheci-
mento1, nas quais os museus se encontram
claramente includos.
Como consequncia, os museus tm vindo a ser
confrontados com a necessidade de repensarem o
seu papel e, em ltima anlise, a prpria identidade
e relevncia, enquanto espaos de construo do
conhecimento, o que lhes tem colocado desafios e
aberto oportunidades para o desenvolvimento de
novas estratgias de relacionamento com os pblicos
e com as coleces, repensando e reequacionando
os espaos e as formas para este encontro.
A emergncia e consolidao da Educao
Museal2, enquanto campo de estudos transversal e
fundamental para o desenvolvimento de um
trabalho educativo consolidado e estruturado em
torno dos desafios da contemporaneidade, no deixa
de ser uma resposta a este movimento de transfor-
mao, reforando e validando a tomada de
conscincia do valor educativo dos museus e
contribuindo para este campo com conceitos e
instrumentos que tm ajudado a delinear novos
paradigmas de actuao, novos pontos de partida e
novas relaes, nomeadamente no mbito dos
servios educativos, suas funes e seus pblicos.
O pblico escolar e o pblico infanto-juvenil so
dos mais representados nas estatsticas dos
visitantes de museus e aqueles que mobilizam a
maior parte dos recursos educativos destas
instituies e, embora seja crucial reforar que no
se pode (nem deve!) de forma alguma reduzir a
funo educativa dos museus ao trabalho realizado
com grupos escolares e crianas3, importante
reconhecer a importncia e o peso destes segmentos
de pblico na programao destas instituies.
Museus e pblicos: estabelecer relaes, construir saberes
SUSANA GOM ES DA SILVA * [ [email protected] ]
* Coordenadora do Sector de Educao do Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdigo Fundao Calouste Gulbenkian.
1The nature of information change and knowledge shaping (Silverman, 1995: 161).
2 O termo Educao Museal ainda estranho no campo dos estudos sobre museus, em Portugal. Esta situao deve-se, a nosso ver, porum lado, ao facto de a maioria dos programas de estudos em museologia ainda tratarem a educao como uma rea acadmicaperifrica, o que no tem contribudo para a publicao de estudos capazes de promover a criao de um glossrio que d forma aosrecentes conceitos educativos na rea museolgica, e, por outro, ainda extremamente precria situao dos servios educativos nosmuseus portugueses que, apesar de terem crescido nos ltimos anos, ainda s marcam presena em apenas 48% dos museus nacionais.(Santos, 2005).
3
Cada vez mais o campo da educao museal exalta o espao museolgico como um espao para o debate e a construo de ideiasnuma lgica de aprendizagem ao longo de toda a vida ( long life learning) o que pressupe um alargamento da noo de pblicotradicional. Neste sentido, os museus, atravs da sua programao, procuram investir, progressivamente, na conquista, diversificao,integrao e fidelizao de mltiplas audincias (a partir do universo de pblicos reais e potenciais), nomeadamente, dos pblicosadulto e snior (que tm vindo a adquirir um crescente relevo nos programas de actividades educativas e culturais, desenvolvidas porestas instituies).
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As visitas a museus so momentos privilegiados
de aprendizagem, proporcionando uma combinaode lazer e educao (edutainment Mintz, 1994)
que se entretece com as experincias e vivncias dos
indivduos, perdurando na memria muito para alm
do momento em que acontecem.
De certa forma, justamente neste espao de
confluncia entre o lazer e a aprendizagem que
reside um dos maiores potenciais do trabalho
educativo em ambiente de museus e um dos
espaos mais frutferos para a construo de
relaes duradouras e efectivas com os pblicos.
Importa, por isso, referir algumas das premissasque permitem aprofundar e enriquecer esta
relao e pensar de que forma a sua aplicao
contribui para a construo de uma programao
e oferta cada vez mais diversificadas e trans-
versais, capazes de promover uma experincia
educativa de longa durao potenciadora de
aprendizagens efectivas e significativas, propor-
cionando, assim, a formao e fidelizao de uma
audincia de museus activa, participativa e crtica
que confira um sentido ao seu papel enquantoinstituies culturais e educativas, numa socie-
dade em permanente mudana.
Criar pblicos que, mais que utilizadores, sejam
participantes e revisitantes.
1. A visita ao museu: um espao de construo
A visita de estudo ao museu h muito que se
institucionalizou como parte fundamental de
qualquer plano anual de actividades escolares.
Revestida, normalmente, de uma dupla componente
de aprendizagem e lazer, integrada no planoextracurricular das escolas e abarcando frequente-
mente uma perspectiva multidisciplinar a nvel de
conhecimentos e objectivos, uma ida ao museu
comummente considerada como um momento
privilegiado de aprendizagem fora do mbito
educativo do regime lectivo da sala de aula. Talvez
por esse motivo seja, ainda hoje, uma das activi-
dades com maior representatividade nos programas
educativos desenvolvidos pelos museus, mas
felizmente no a nica.
No entanto, as aprendizagens efectivas queresultam de uma visita (escolar ou no) e a forma
como estas se processam assentam em formas de
comunicao e sociabilizao com uma importante
dimenso sensorial, afectiva e vivencial, pelo que
no podem ser consideradas de forma isolada na
vida dos indivduos, nem enquadradas de forma
linear no sistema de educao formal como resposta
directa s necessidades do programa curricular.
A sua mais valia, muito pelo contrrio, consiste
justamente em explorar aquilo que especfico domuseu enquanto espao de educao no formal,
potenciando as aprendizagens enquanto processos
amplos, globais e vivenciais.
Os museus em geral, e as exposies em
particular, tm o potencial de ampliar, expandir e
reestruturar os esquemas conceptuais e mentais dos
visitantes (Falk et al., 1998; Falk e Dierking, 2000).
Esta ampliao e reestruturao o resultado de um
processo de interpretao aberto e activo feito por
cada um dos indivduos que nela participam. Assim,ainda que integrada no plano de actividades extra-
curriculares (ou numa deciso de ocupao de
tempos livres ao fim-de-semana), uma ida ao museu
sempre uma experincia global que depende tanto
das expectativas e agendas pessoais4 (Falk et al.,
1998) de cada indivduo, quanto das actividades
desenvolvidas no prprio espao visitado, funcio-
4 Entenda-se aqui a noo de agenda como o conjunto de
motivaes, interesses, expectativas que os visitantes tm paravisitar determinado espao, ou seja, o conjunto de razes(pessoais, sociais, profissionais, etc.) que os levam a incluir talvisita no conjunto de actividades que constam das suasagendas pessoais e que determinam a prioridade, durao,interesse e disponibilidade atribuda ao evento.
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nando como uma importante articulao entre o
passado (os conhecimentos prvios, as expectativastrazidas), o presente (o momento em que o contacto
se d) e o futuro (a projeco da experincia na vida
futura dos indivduos).
Todos os indivduos chegam ao museu com uma
srie de interesses e motivaes prvias, baseadas
na sua experincia de vida, na sua idade, nos seus
conhecimentos, na sua posio social, econmica e
cultural, que, no seu conjunto, iro necessariamente
estruturar e enquadrar as suas experincias dentro
do museu e, naturalmente, as suas aprendizagens.
Inserido num continuum temporal que trans-cende em muito o momento da visita em si, este
momento de contacto e construo faz sentido para
os indivduos numa lgica vivencial e experiencial
muito mais do que puramente cognitiva. Por este
motivo, alguns autores (Falk e Dierking, 1992) tm
optado por conceber as aprendizagens passveis de
ser desenvolvidas no espao museolgico como um
todo, englobando-as num processo mais amplo que
designam por experincia museal5.
Esta experincia entendida como o conjuntototal de aprendizagens, emoes, sensaes e
vivncias experimentadas como resultado da
interaco com os objectos, as ideias, os conceitos,
os discursos e os espaos dos museus moldada
pela interseco de 3 contextos fundamentais: o
contexto pessoal, o contexto social e o contexto
fsico. Para Falk e Dierking (1992) justamente neste
espao de interseco que se constri e define a
experincia que perdurar na memria dos
indivduos, potenciando a construo de aprendi-zagens duradouras, significativas e efectivas.
Estas aprendizagens, parte integrante da
experincia global, sero, portanto, aquelas que
resultem da conjugao do patrimnio cultural,
social e emocional que os indivduos trazem consigo
(a sua biografia), com aquilo que a instituio
visitada (com os seus objectos, coleces, activi-
dades, programas e servios) capaz de lhes
proporcionar. E justamente nesse espao hbrido
de confluncia e confronto de ideias que o trabalhodos servios educativos se realiza plenamente,
erigindo-se como um interface onde se conjugam
todosos lugares de onde se parte
(Hernndez, 2000)e, todos os lugares a que se (pode) chega(r).
Entendemos ser precisamente aqui que reside
um dos desafios mais interessantes e frutferos para
os servios educativos dos museus: a possibilidade e
a capacidade de se assumirem como espaos para o
cruzamento de olhares e de leituras numa
plataforma dinmica e em permanente mudana tal
como a prpria sociedade contempornea em que
se inserem.
Para isso, a programao educativa tem de poder
reflectir e estimular esta multiplicidade naspropostas e nas abordagens, assentando nas linhas
identitrias que lhes permitem, por um lado
consolidar e enriquecer o espao que lhes prprio
o da educao no formal (resistindo ao convite
de se tornarem uma extenso da escola e da
academia ou um mero espao de entretenimento)
e por outro, permitir aos museus afirmarem-se na
sociedade de consumo, sem complexos, assumindo
o seu papel especfico na indstria do lazer,
encontrando e desenvolvendo frmulas queenfatizem o seu potencial enquanto territrios de
cruzamento e expanso dentro de um novo
paradigma, o do edutainment(Mintz, 1994).
2. A programao educativa do Centro de Arte
Moderna Jos de Azeredo Perdigo: uma
breve apresentao
O Sector de Educao do Centro de Arte
Moderna Jos de Azeredo Perdigo (CAMJAP),criado em Julho de 2002, nasceu do desejo de dotar
o museu de um espao para a interpretao da sua
coleco e suas exposies e para a comunicao
com as audincias, aprofundando e desenvolvendo
as existentes premissas basilares sobre as quais
assentava j a misso da instituio:
a) Divulgar e estudar a arte moderna e contem-
pornea, com especial incidncia na arte
portuguesa, atravs da apresentao perma-
nente de obras da coleco do Centro e daorganizao de exposies temporrias;
b) Desenvolver o interesse do pblico pela arte
moderna e contempornea, atravs de aces5 Da expresso inglesa museum experience.
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nas reas da educao, da divulgao e da
animao e da captao de pblicos atravs deprogramas especficos6.
Surgido num momento de reestruturao
orgnica7, o novo sector apresentou-se como uma
oportunidade de criar um espao simultaneamente
capaz de alargar (e, de alguma forma, reequacionar)
os objectivos definidos estatutariamente pela
instituio, e de responder aos actuais desafios
enfrentados pela Educao Museal, enquadrando a
linha educativa e os programas a desenvolver
futuramente no movimento muito mais amplo derenovao e reinveno do papel dos servios
educativos, enquanto espaos de construo e
partilha de saberes que temos vindo a enunciar.
Neste sentido, a misso do Sector de Educao
do CAMJAP procurou estruturar-se em torno de
quatro eixos fundamentais, num claro intuito de
amplificar as premissas iniciais:
a) a divulgao e interpretao da arte moderna e
contempornea (a partir da coleco e exposi-es), numa perspectiva de plurivocalidade e
interculturalidade, integrando-a nos desafios e
problemticas da Cultura Visual e seu papel na
sociedade contempornea;
b) o desenvolvimento de uma programao diversi-
ficada e transversal, assente numa perspectiva
educativa construtivista crtica, capaz de promover
o cruzamento de olhares e leituras e de contribuir
para o alargamento das acessibilidades;
c) a construo de espaos de reflexo, dilogo e
debate a partir da Arte Moderna e Contem-
pornea e seus campos de estudo associados;
d) a construo de um espao para a reflexo,
promoo e debate sobre a Educao Museal e
seus contributos para a prtica educativa actual
em ambiente de museu.
Assente nestas premissas, desde o seu incio que
o Sector de Educao tem procurado desenvolveruma programao variada publicaes didcticas
e ldicas, visitas guiadas, visitas-jogo, ciclos
temticos, oficinas de expresso artstica (de longa,
mdia e curta durao), cursos e debates dirigida
quer comunidade escolar (professores, educadores,
alunos de todos os nveis de ensino), quer aosrestantes pblicos especialistas e no especialistas
(crianas, jovens, adultos, famlias, pessoas com
necessidades educativas especiais e/ou portadoras
de deficincia, seniores, profissionais da educao,
dos museus e da cultura), erigindo-se como um
espao vital de comunicao, construo, criativi-
dade e relacionamento.
Concebemos a Arte sobretudo como um conceito
cultural que integra, tanto um conjunto de manifes-
taes e produes artsticas que a caracterizam,
como o sistema que as classifica. Como tal, refor-amos a importncia de olhar a arte como uma
representao de significados (Hernndez, 2000:
129) dentro de um contexto cultural, histrico,
social, econmico, poltico e simblico especfico,
procurando promover um olhar situado e informado,
capaz de ler os objectos artsticos (e museolgicos!)
nas suas vrias dimenses e esferas discursivas e
simblicas.
Trabalhando sobretudo com uma coleco de
Arte Moderna e Contempornea, interessa-nosintegrar a produo artstica nas problemticas da
sociedade contempornea, concebendo o trabalho
com as obras de arte como portas abertas para a
reflexo e o debate sobre o mundo que nos rodeia,
nomeadamente as suas culturas visual e material
enquanto construtoras de discursos e prticas
identitrias, a partir das quais os indivduos desenham
e constroem os seus universos de referncia.
6 Documento interno do Centro de Arte Moderna Jos de AzeredoPerdigo (CAMJAP, 2000).
7 Em 2001, o Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdigo(CAMJAP) sofreu uma reestruturao orgnica que acarretou aextino de alguns servios e o nascimento de outros. Destaforma, o antigo Centro Artstico Infantil (CAI), uma estruturacriada na dcada de 1980 na senda do movimento da Educaopela Arte em Portugal, foi completamente reequacionado eintegrado no novo Servio Educativo do CAMJAP. De certa forma,esta reestruturao veio permitir a criao de um espaoeducativo directamente relacionado com o museu e assente naspremissas da actual educao museal, uma vez que o antigo CAI
funcionava de forma autnoma, num edifcio parte, nunca setendo institudo como um espao direccionado para ainterpretao e explorao da coleco. O nascimento do Sectorde Educao do CAMJAP assumiu-se, assim, desde o primeiromomento, como o espao para um trabalho directo com acoleco e exposies temporrias.
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Interessa-nos, acima de tudo, ir mais alm do
olhar,mais alm dos objectos
, desenvolvendo umaliteracia visual fundamental para a interpretao da
cultura visual na qual estamos imersos, pelo que
assentamos o nosso trabalho numa equipa multifa-
cetada de colaboradores internos (funcionrios da
Fundao) e externos com formaes diversificadas
(Histria de Arte, Belas Artes, Sociologia, Mate-
mtica, Filosofia, Educao, entre outras) capazes de
potenciar propostas e projectos diversificados, a
partir de uma multiplicidade e cruzamento de
leituras sobre e a partir da coleco e exposies.
Procuramos, desta forma, manter o dinamismoda oferta atravs da criao de novas propostas
todos os anos, em trs frentes essenciais:
uma oferta anual, assente sobretudo na coleco
em exposio permanente e mais dirigida aos
grupos escolares/grupos organizados;
uma oferta trimestral e semestral de fim-de-
semana, que acompanha o dinamismo exposi-
tivo do Centro de Arte Moderna e se dirige,
essencialmente, ao pblico de fim-de-semana(crianas, jovens, famlias e adultos);
e, uma oferta sazonal associada a temas, eventos e
perodos especficos que nos possibilite, tanto o
relacionamento com o pblico infanto-juvenil (em
perodos de frias ou dias especiais), como com o
pblico adulto (especializado e no especializado)
em eventos de cruzamento de olhares, como so asparcerias com exposies promovidas por outros
servios da Fundao ou outras instituies parceiras.
S assim entendemos poder responder aos
desafios que a sociedade contempornea nos coloca
enquanto espao cultural, educativo e de lazer e
trabalhar efectivamente na formao de pblicos
conscientes e intervenientes no presente e no futuro.
Tipo de iniciativas educativas realizadas
Tomando como base os dados constantes no
ltimo relatrio de actividades (2005), apresen-
tamos aqui uma panormica das aces constantes
da programao educativa do CAMJAP e seus
pblicos-alvo principais, apresentando a evoluo e
crescimento do Sector Educativo ao longo dos
ltimos quatro anos. (Quadro 1) O crescimento
verificado traduz-se em nmeros que representam,
neste momento, cerca de 38% do total de visitantes
do CAMJAP e num grau de fidelizao considervel,representado, essencialmente, por visitantes da zona
da Grande Lisboa, mas demonstrando uma crescente
adeso por parte de visitantes provenientes de um
mbito nacional alargado para quem a programao
desenvolvida funciona como mais-valia e motivao
Quadro 1 | Resumo de actividades educativas e utentes 2002-2005
Visitas(gerais, temticas, escolares, jogo, projectos especficos,
pedaggicas, encontros imediatos)
Visitantes
Oficinas
(continuidade, semi-continuidade, pontuais, datas
especiais, projectos especficos, museu aberto, adultos)
Participantes
Cursos
(tericos, arte contempornea, prtica pedaggica e
artstica, educao musical)
Formandos
Outros eventos(espectculos)
Participantes
Total eventos
Total utentes
810
14.998
188
3.861
5
170
4
1.790
1.007
20.819
Actividades 2002
866
19.195
158
3.514
9
241
12
1.193
1.045
24.143
2003
1208
27.017
253
2.886
13
242
1.474
30.145
2004
1.369
29.711
315
4.060
17
262
1.701
34.033
2005
5.227
109.140
Total
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(situao verificada sobretudo ao nvel da progra-
mao de visitas para grupos escolares, das oficinaspara perodos de frias e dos cursos de formao
para agentes de aco educativa)8.
Total anual de eventos para o ano de 2005: 1.701
Total anual de utentes para o ano de 2005: 34.033
(i) Visitas Guiadas
Visitas guiadas para pblico em geral(adultos),
organizadas por ciclos e realizadas todos os fins-de-
-semana com temticas diferenciadas todos osSbados e Domingos durante todo o ano (excepto
Agosto); visitas para grupos escolares (todos os
nveis de ensino a partir dos 3 anos) gerais e
temticas disponveis durante todo o ano; visitas
para grupos organizados em projectos especficos
(durante todo o ano); visitas pedaggicas para
professores e outros agentes de aco educativa
(durante todo o ano); visitas hora do almoo
(Encontros Imediatos com a durao de 15 minutos,
para pblico interessado) para contacto privilegiadocom uma obra seleccionada da coleco (durante
todo o ano, 2 vezes por ms) e visitas-jogo, um
conjunto de visitas temticas e ldico-pedaggicas
para crianas dos 3 aos 12 anos, tambm disponveis
durante todo o ano.
No campo das visitas guiadas para escolas e
outras instituies crianas, jovens e adultos ,
gostaramos de salientar que se verificou uma
aposta ainda maior na diversificao da progra-
mao com o lanamento de 13 novas propostas de
visitas para diferentes idades para o ano de 2005/06
e a consolidao de uma linha de transversalidade e
interdisciplinaridade que cruza a arte com aliteratura, a cincia, a natureza e a arquitectura, o
que permitiu aumentar o nmero de visitantes
provenientes de instituies escolares e educativas
e, sobretudo, incrementar o nmero de repetio de
visitas por parte destas mesmas instituies.
O ano de 2005 foi, ainda, dedicado a uma maior
aproximao s escolas e ao trabalho pedaggico,
atravs da realizao de parcerias com algumas
instituies escolares e da manuteno do programa
de visitas pedaggicas dirigidas a agentes de aco
educativa.
Total de visitas (ano de 2005): 1.369
Total de utentes (ano de 2005): 29.711
(ii) Oficinas
Em 2005, aumentou tambm o nmero de
oficinas realizado, sobretudo no que se refere aos
programas especiais em perodo de frias e s
oficinas de modelo familiar. Foi o ano em que selanaram, ainda, dois projectos importantes: ideias
irrequietas histrias em andamento, um programa
que cruza a divulgao e interpretao das artes
visuais com a promoo e prazer da leitura para
pblicos dos 2 aos 7 anos, e as oficinas museu aberto
ideias na ponta dos dedos, dirigidas especial-
mente a pblicos com necessidades especiais:
pessoas portadoras de deficincia mental moderada,
sndrome de Dawn e sndrome de Asperger.
Oficinas de continuidade dirigidas a crianas, jovens e famlias: oficinas de longa durao
(semestrais ou anuais), onde se promove um trabalho
de continuidade com os participantes atravs do
cruzamento de diferentes linguagens artsticas
(animao do livro, expresso dramtica, artes visuais,
expresso plstica) e apelando utilizao de todos
os sentidos de uma forma integrada.
8 Clculos efectuados a partir dos relatrios anuais de actividades evisitantes e dos vrios momentos de avaliao realizados ao longo dos
quatro anos de existncia do Sector de Educao do CAMJAP. Partedestes dados esto disponveis nos vrios Relatrios Balano e Contaspublicados pela Fundao Calouste Gulbenkian todos os anos e, parteencontra-se em tratamento interno no mbito de um inquritoexaustivo levado a cabo pelo SE ao seu pblico, durante o ano de2005, presentemente ainda em tratamento estatstico e interpretativo.
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Oficinas aos fins-de-semana para crianas e
jovens (dos 2 aos 12 anos) e famlias: oficinas
temticas em torno da programao de exposies
temporrias do Centro de Arte Moderna ou de
elementos seleccionados da coleco ou do Jardim.
Oficinas de frias ou datas especiais paracrianas e jovens (dos 3 aos 12 anos): oficinas
temticas de vrias sesses em perodo de frias
escolares e/ou datas especiais a partir da coleco
do Centro de Arte Moderna, das suas exposies
temporrias e/ou de elementos seleccionados da
coleco ou do Jardim.
Oficinas Museu Aberto para pblicos com
necessidades especiais e/ou portadores de
deficincia: oficinas temticas de expresso plstica
e corporal (em vrias sesses) para promoo dasacessibilidades ao museu, jardim e coleces para
pblicos com necessidades educativas especiais.
Total de oficinas (ano de 2005): 315
Total de utentes (ano de 2005): 4.060
(iii) Cursos
Cursos e aces de formao dirigidos, quer a
todo o pblico interessado, quer aos profissionais daeducao e cultura que, reflectindo as temticas e
reas de maior debate actual, procuram potenciar o
papel do museu e sua coleco na difuso e conheci-
mento da Arte Moderna e Contempornea, bem
como no da formao nas reas da Educao Artstica
(teoria e prtica pedaggica) e Educao Museal.Na senda do trabalho formativo promovido pelo
SE, foram realizados, em 2005, diversos cursos e
aces de formao e lanadas as bases para dois
cursos de formao profissional na rea da Cultura e
Educao Museal, para o ano de 2006.
Os cursos ministrados dividiram-se em quatro
categorias: Cursos de Educao Artstica e Prtica
Pedaggica, Cursos de Introduo Geral Arte,
Cursos de Museologia e Educao Museal e Cursos
Tericos para Pblico em Geral.
Total de cursos (ano de 2005): 17 (166 horas)
Total de utentes (ano de 2005): 262
(iv) Publicaes
Coleco Viva o Museupara crianas dos 7 aos
12 anos (4 nmeros temticos).
Coleco Guias familiares para crianas dos 6
aos 11 anos + 1 adulto para promoo da explorao
e interpretao da coleco do CAMJAP por pblicoautnomo (6 nmeros temticos editados).
(v) Outros eventos
Espectculos, mesas redondas, conversas,
debates com convidados e especialistas, projectos de
parceria nacional e internacional com escolas e
outras instituies
Bibliografia
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Mintz, A., 1994, Thats Edutainment!, Museum News (Novem-ber/December), pp. 32-35.Santos, M. (coord.), 2005, O Panorama Museolgico em Portugal
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