Museus e públicos; estabelecer relações; construir saberes (2006)

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    Nas ltimas dcadas, a sociedade da informao

    e do conhecimento tem vindo a colocar enormes

    desafios e transformaes s instituies dedicadas

    troca de informao e formao do conheci-

    mento1, nas quais os museus se encontram

    claramente includos.

    Como consequncia, os museus tm vindo a ser

    confrontados com a necessidade de repensarem o

    seu papel e, em ltima anlise, a prpria identidade

    e relevncia, enquanto espaos de construo do

    conhecimento, o que lhes tem colocado desafios e

    aberto oportunidades para o desenvolvimento de

    novas estratgias de relacionamento com os pblicos

    e com as coleces, repensando e reequacionando

    os espaos e as formas para este encontro.

    A emergncia e consolidao da Educao

    Museal2, enquanto campo de estudos transversal e

    fundamental para o desenvolvimento de um

    trabalho educativo consolidado e estruturado em

    torno dos desafios da contemporaneidade, no deixa

    de ser uma resposta a este movimento de transfor-

    mao, reforando e validando a tomada de

    conscincia do valor educativo dos museus e

    contribuindo para este campo com conceitos e

    instrumentos que tm ajudado a delinear novos

    paradigmas de actuao, novos pontos de partida e

    novas relaes, nomeadamente no mbito dos

    servios educativos, suas funes e seus pblicos.

    O pblico escolar e o pblico infanto-juvenil so

    dos mais representados nas estatsticas dos

    visitantes de museus e aqueles que mobilizam a

    maior parte dos recursos educativos destas

    instituies e, embora seja crucial reforar que no

    se pode (nem deve!) de forma alguma reduzir a

    funo educativa dos museus ao trabalho realizado

    com grupos escolares e crianas3, importante

    reconhecer a importncia e o peso destes segmentos

    de pblico na programao destas instituies.

    Museus e pblicos: estabelecer relaes, construir saberes

    SUSANA GOM ES DA SILVA * [ [email protected] ]

    * Coordenadora do Sector de Educao do Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdigo Fundao Calouste Gulbenkian.

    1The nature of information change and knowledge shaping (Silverman, 1995: 161).

    2 O termo Educao Museal ainda estranho no campo dos estudos sobre museus, em Portugal. Esta situao deve-se, a nosso ver, porum lado, ao facto de a maioria dos programas de estudos em museologia ainda tratarem a educao como uma rea acadmicaperifrica, o que no tem contribudo para a publicao de estudos capazes de promover a criao de um glossrio que d forma aosrecentes conceitos educativos na rea museolgica, e, por outro, ainda extremamente precria situao dos servios educativos nosmuseus portugueses que, apesar de terem crescido nos ltimos anos, ainda s marcam presena em apenas 48% dos museus nacionais.(Santos, 2005).

    3

    Cada vez mais o campo da educao museal exalta o espao museolgico como um espao para o debate e a construo de ideiasnuma lgica de aprendizagem ao longo de toda a vida ( long life learning) o que pressupe um alargamento da noo de pblicotradicional. Neste sentido, os museus, atravs da sua programao, procuram investir, progressivamente, na conquista, diversificao,integrao e fidelizao de mltiplas audincias (a partir do universo de pblicos reais e potenciais), nomeadamente, dos pblicosadulto e snior (que tm vindo a adquirir um crescente relevo nos programas de actividades educativas e culturais, desenvolvidas porestas instituies).

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    As visitas a museus so momentos privilegiados

    de aprendizagem, proporcionando uma combinaode lazer e educao (edutainment Mintz, 1994)

    que se entretece com as experincias e vivncias dos

    indivduos, perdurando na memria muito para alm

    do momento em que acontecem.

    De certa forma, justamente neste espao de

    confluncia entre o lazer e a aprendizagem que

    reside um dos maiores potenciais do trabalho

    educativo em ambiente de museus e um dos

    espaos mais frutferos para a construo de

    relaes duradouras e efectivas com os pblicos.

    Importa, por isso, referir algumas das premissasque permitem aprofundar e enriquecer esta

    relao e pensar de que forma a sua aplicao

    contribui para a construo de uma programao

    e oferta cada vez mais diversificadas e trans-

    versais, capazes de promover uma experincia

    educativa de longa durao potenciadora de

    aprendizagens efectivas e significativas, propor-

    cionando, assim, a formao e fidelizao de uma

    audincia de museus activa, participativa e crtica

    que confira um sentido ao seu papel enquantoinstituies culturais e educativas, numa socie-

    dade em permanente mudana.

    Criar pblicos que, mais que utilizadores, sejam

    participantes e revisitantes.

    1. A visita ao museu: um espao de construo

    A visita de estudo ao museu h muito que se

    institucionalizou como parte fundamental de

    qualquer plano anual de actividades escolares.

    Revestida, normalmente, de uma dupla componente

    de aprendizagem e lazer, integrada no planoextracurricular das escolas e abarcando frequente-

    mente uma perspectiva multidisciplinar a nvel de

    conhecimentos e objectivos, uma ida ao museu

    comummente considerada como um momento

    privilegiado de aprendizagem fora do mbito

    educativo do regime lectivo da sala de aula. Talvez

    por esse motivo seja, ainda hoje, uma das activi-

    dades com maior representatividade nos programas

    educativos desenvolvidos pelos museus, mas

    felizmente no a nica.

    No entanto, as aprendizagens efectivas queresultam de uma visita (escolar ou no) e a forma

    como estas se processam assentam em formas de

    comunicao e sociabilizao com uma importante

    dimenso sensorial, afectiva e vivencial, pelo que

    no podem ser consideradas de forma isolada na

    vida dos indivduos, nem enquadradas de forma

    linear no sistema de educao formal como resposta

    directa s necessidades do programa curricular.

    A sua mais valia, muito pelo contrrio, consiste

    justamente em explorar aquilo que especfico domuseu enquanto espao de educao no formal,

    potenciando as aprendizagens enquanto processos

    amplos, globais e vivenciais.

    Os museus em geral, e as exposies em

    particular, tm o potencial de ampliar, expandir e

    reestruturar os esquemas conceptuais e mentais dos

    visitantes (Falk et al., 1998; Falk e Dierking, 2000).

    Esta ampliao e reestruturao o resultado de um

    processo de interpretao aberto e activo feito por

    cada um dos indivduos que nela participam. Assim,ainda que integrada no plano de actividades extra-

    curriculares (ou numa deciso de ocupao de

    tempos livres ao fim-de-semana), uma ida ao museu

    sempre uma experincia global que depende tanto

    das expectativas e agendas pessoais4 (Falk et al.,

    1998) de cada indivduo, quanto das actividades

    desenvolvidas no prprio espao visitado, funcio-

    4 Entenda-se aqui a noo de agenda como o conjunto de

    motivaes, interesses, expectativas que os visitantes tm paravisitar determinado espao, ou seja, o conjunto de razes(pessoais, sociais, profissionais, etc.) que os levam a incluir talvisita no conjunto de actividades que constam das suasagendas pessoais e que determinam a prioridade, durao,interesse e disponibilidade atribuda ao evento.

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    nando como uma importante articulao entre o

    passado (os conhecimentos prvios, as expectativastrazidas), o presente (o momento em que o contacto

    se d) e o futuro (a projeco da experincia na vida

    futura dos indivduos).

    Todos os indivduos chegam ao museu com uma

    srie de interesses e motivaes prvias, baseadas

    na sua experincia de vida, na sua idade, nos seus

    conhecimentos, na sua posio social, econmica e

    cultural, que, no seu conjunto, iro necessariamente

    estruturar e enquadrar as suas experincias dentro

    do museu e, naturalmente, as suas aprendizagens.

    Inserido num continuum temporal que trans-cende em muito o momento da visita em si, este

    momento de contacto e construo faz sentido para

    os indivduos numa lgica vivencial e experiencial

    muito mais do que puramente cognitiva. Por este

    motivo, alguns autores (Falk e Dierking, 1992) tm

    optado por conceber as aprendizagens passveis de

    ser desenvolvidas no espao museolgico como um

    todo, englobando-as num processo mais amplo que

    designam por experincia museal5.

    Esta experincia entendida como o conjuntototal de aprendizagens, emoes, sensaes e

    vivncias experimentadas como resultado da

    interaco com os objectos, as ideias, os conceitos,

    os discursos e os espaos dos museus moldada

    pela interseco de 3 contextos fundamentais: o

    contexto pessoal, o contexto social e o contexto

    fsico. Para Falk e Dierking (1992) justamente neste

    espao de interseco que se constri e define a

    experincia que perdurar na memria dos

    indivduos, potenciando a construo de aprendi-zagens duradouras, significativas e efectivas.

    Estas aprendizagens, parte integrante da

    experincia global, sero, portanto, aquelas que

    resultem da conjugao do patrimnio cultural,

    social e emocional que os indivduos trazem consigo

    (a sua biografia), com aquilo que a instituio

    visitada (com os seus objectos, coleces, activi-

    dades, programas e servios) capaz de lhes

    proporcionar. E justamente nesse espao hbrido

    de confluncia e confronto de ideias que o trabalhodos servios educativos se realiza plenamente,

    erigindo-se como um interface onde se conjugam

    todosos lugares de onde se parte

    (Hernndez, 2000)e, todos os lugares a que se (pode) chega(r).

    Entendemos ser precisamente aqui que reside

    um dos desafios mais interessantes e frutferos para

    os servios educativos dos museus: a possibilidade e

    a capacidade de se assumirem como espaos para o

    cruzamento de olhares e de leituras numa

    plataforma dinmica e em permanente mudana tal

    como a prpria sociedade contempornea em que

    se inserem.

    Para isso, a programao educativa tem de poder

    reflectir e estimular esta multiplicidade naspropostas e nas abordagens, assentando nas linhas

    identitrias que lhes permitem, por um lado

    consolidar e enriquecer o espao que lhes prprio

    o da educao no formal (resistindo ao convite

    de se tornarem uma extenso da escola e da

    academia ou um mero espao de entretenimento)

    e por outro, permitir aos museus afirmarem-se na

    sociedade de consumo, sem complexos, assumindo

    o seu papel especfico na indstria do lazer,

    encontrando e desenvolvendo frmulas queenfatizem o seu potencial enquanto territrios de

    cruzamento e expanso dentro de um novo

    paradigma, o do edutainment(Mintz, 1994).

    2. A programao educativa do Centro de Arte

    Moderna Jos de Azeredo Perdigo: uma

    breve apresentao

    O Sector de Educao do Centro de Arte

    Moderna Jos de Azeredo Perdigo (CAMJAP),criado em Julho de 2002, nasceu do desejo de dotar

    o museu de um espao para a interpretao da sua

    coleco e suas exposies e para a comunicao

    com as audincias, aprofundando e desenvolvendo

    as existentes premissas basilares sobre as quais

    assentava j a misso da instituio:

    a) Divulgar e estudar a arte moderna e contem-

    pornea, com especial incidncia na arte

    portuguesa, atravs da apresentao perma-

    nente de obras da coleco do Centro e daorganizao de exposies temporrias;

    b) Desenvolver o interesse do pblico pela arte

    moderna e contempornea, atravs de aces5 Da expresso inglesa museum experience.

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    nas reas da educao, da divulgao e da

    animao e da captao de pblicos atravs deprogramas especficos6.

    Surgido num momento de reestruturao

    orgnica7, o novo sector apresentou-se como uma

    oportunidade de criar um espao simultaneamente

    capaz de alargar (e, de alguma forma, reequacionar)

    os objectivos definidos estatutariamente pela

    instituio, e de responder aos actuais desafios

    enfrentados pela Educao Museal, enquadrando a

    linha educativa e os programas a desenvolver

    futuramente no movimento muito mais amplo derenovao e reinveno do papel dos servios

    educativos, enquanto espaos de construo e

    partilha de saberes que temos vindo a enunciar.

    Neste sentido, a misso do Sector de Educao

    do CAMJAP procurou estruturar-se em torno de

    quatro eixos fundamentais, num claro intuito de

    amplificar as premissas iniciais:

    a) a divulgao e interpretao da arte moderna e

    contempornea (a partir da coleco e exposi-es), numa perspectiva de plurivocalidade e

    interculturalidade, integrando-a nos desafios e

    problemticas da Cultura Visual e seu papel na

    sociedade contempornea;

    b) o desenvolvimento de uma programao diversi-

    ficada e transversal, assente numa perspectiva

    educativa construtivista crtica, capaz de promover

    o cruzamento de olhares e leituras e de contribuir

    para o alargamento das acessibilidades;

    c) a construo de espaos de reflexo, dilogo e

    debate a partir da Arte Moderna e Contem-

    pornea e seus campos de estudo associados;

    d) a construo de um espao para a reflexo,

    promoo e debate sobre a Educao Museal e

    seus contributos para a prtica educativa actual

    em ambiente de museu.

    Assente nestas premissas, desde o seu incio que

    o Sector de Educao tem procurado desenvolveruma programao variada publicaes didcticas

    e ldicas, visitas guiadas, visitas-jogo, ciclos

    temticos, oficinas de expresso artstica (de longa,

    mdia e curta durao), cursos e debates dirigida

    quer comunidade escolar (professores, educadores,

    alunos de todos os nveis de ensino), quer aosrestantes pblicos especialistas e no especialistas

    (crianas, jovens, adultos, famlias, pessoas com

    necessidades educativas especiais e/ou portadoras

    de deficincia, seniores, profissionais da educao,

    dos museus e da cultura), erigindo-se como um

    espao vital de comunicao, construo, criativi-

    dade e relacionamento.

    Concebemos a Arte sobretudo como um conceito

    cultural que integra, tanto um conjunto de manifes-

    taes e produes artsticas que a caracterizam,

    como o sistema que as classifica. Como tal, refor-amos a importncia de olhar a arte como uma

    representao de significados (Hernndez, 2000:

    129) dentro de um contexto cultural, histrico,

    social, econmico, poltico e simblico especfico,

    procurando promover um olhar situado e informado,

    capaz de ler os objectos artsticos (e museolgicos!)

    nas suas vrias dimenses e esferas discursivas e

    simblicas.

    Trabalhando sobretudo com uma coleco de

    Arte Moderna e Contempornea, interessa-nosintegrar a produo artstica nas problemticas da

    sociedade contempornea, concebendo o trabalho

    com as obras de arte como portas abertas para a

    reflexo e o debate sobre o mundo que nos rodeia,

    nomeadamente as suas culturas visual e material

    enquanto construtoras de discursos e prticas

    identitrias, a partir das quais os indivduos desenham

    e constroem os seus universos de referncia.

    6 Documento interno do Centro de Arte Moderna Jos de AzeredoPerdigo (CAMJAP, 2000).

    7 Em 2001, o Centro de Arte Moderna Jos de Azeredo Perdigo(CAMJAP) sofreu uma reestruturao orgnica que acarretou aextino de alguns servios e o nascimento de outros. Destaforma, o antigo Centro Artstico Infantil (CAI), uma estruturacriada na dcada de 1980 na senda do movimento da Educaopela Arte em Portugal, foi completamente reequacionado eintegrado no novo Servio Educativo do CAMJAP. De certa forma,esta reestruturao veio permitir a criao de um espaoeducativo directamente relacionado com o museu e assente naspremissas da actual educao museal, uma vez que o antigo CAI

    funcionava de forma autnoma, num edifcio parte, nunca setendo institudo como um espao direccionado para ainterpretao e explorao da coleco. O nascimento do Sectorde Educao do CAMJAP assumiu-se, assim, desde o primeiromomento, como o espao para um trabalho directo com acoleco e exposies temporrias.

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    Interessa-nos, acima de tudo, ir mais alm do

    olhar,mais alm dos objectos

    , desenvolvendo umaliteracia visual fundamental para a interpretao da

    cultura visual na qual estamos imersos, pelo que

    assentamos o nosso trabalho numa equipa multifa-

    cetada de colaboradores internos (funcionrios da

    Fundao) e externos com formaes diversificadas

    (Histria de Arte, Belas Artes, Sociologia, Mate-

    mtica, Filosofia, Educao, entre outras) capazes de

    potenciar propostas e projectos diversificados, a

    partir de uma multiplicidade e cruzamento de

    leituras sobre e a partir da coleco e exposies.

    Procuramos, desta forma, manter o dinamismoda oferta atravs da criao de novas propostas

    todos os anos, em trs frentes essenciais:

    uma oferta anual, assente sobretudo na coleco

    em exposio permanente e mais dirigida aos

    grupos escolares/grupos organizados;

    uma oferta trimestral e semestral de fim-de-

    semana, que acompanha o dinamismo exposi-

    tivo do Centro de Arte Moderna e se dirige,

    essencialmente, ao pblico de fim-de-semana(crianas, jovens, famlias e adultos);

    e, uma oferta sazonal associada a temas, eventos e

    perodos especficos que nos possibilite, tanto o

    relacionamento com o pblico infanto-juvenil (em

    perodos de frias ou dias especiais), como com o

    pblico adulto (especializado e no especializado)

    em eventos de cruzamento de olhares, como so asparcerias com exposies promovidas por outros

    servios da Fundao ou outras instituies parceiras.

    S assim entendemos poder responder aos

    desafios que a sociedade contempornea nos coloca

    enquanto espao cultural, educativo e de lazer e

    trabalhar efectivamente na formao de pblicos

    conscientes e intervenientes no presente e no futuro.

    Tipo de iniciativas educativas realizadas

    Tomando como base os dados constantes no

    ltimo relatrio de actividades (2005), apresen-

    tamos aqui uma panormica das aces constantes

    da programao educativa do CAMJAP e seus

    pblicos-alvo principais, apresentando a evoluo e

    crescimento do Sector Educativo ao longo dos

    ltimos quatro anos. (Quadro 1) O crescimento

    verificado traduz-se em nmeros que representam,

    neste momento, cerca de 38% do total de visitantes

    do CAMJAP e num grau de fidelizao considervel,representado, essencialmente, por visitantes da zona

    da Grande Lisboa, mas demonstrando uma crescente

    adeso por parte de visitantes provenientes de um

    mbito nacional alargado para quem a programao

    desenvolvida funciona como mais-valia e motivao

    Quadro 1 | Resumo de actividades educativas e utentes 2002-2005

    Visitas(gerais, temticas, escolares, jogo, projectos especficos,

    pedaggicas, encontros imediatos)

    Visitantes

    Oficinas

    (continuidade, semi-continuidade, pontuais, datas

    especiais, projectos especficos, museu aberto, adultos)

    Participantes

    Cursos

    (tericos, arte contempornea, prtica pedaggica e

    artstica, educao musical)

    Formandos

    Outros eventos(espectculos)

    Participantes

    Total eventos

    Total utentes

    810

    14.998

    188

    3.861

    5

    170

    4

    1.790

    1.007

    20.819

    Actividades 2002

    866

    19.195

    158

    3.514

    9

    241

    12

    1.193

    1.045

    24.143

    2003

    1208

    27.017

    253

    2.886

    13

    242

    1.474

    30.145

    2004

    1.369

    29.711

    315

    4.060

    17

    262

    1.701

    34.033

    2005

    5.227

    109.140

    Total

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    (situao verificada sobretudo ao nvel da progra-

    mao de visitas para grupos escolares, das oficinaspara perodos de frias e dos cursos de formao

    para agentes de aco educativa)8.

    Total anual de eventos para o ano de 2005: 1.701

    Total anual de utentes para o ano de 2005: 34.033

    (i) Visitas Guiadas

    Visitas guiadas para pblico em geral(adultos),

    organizadas por ciclos e realizadas todos os fins-de-

    -semana com temticas diferenciadas todos osSbados e Domingos durante todo o ano (excepto

    Agosto); visitas para grupos escolares (todos os

    nveis de ensino a partir dos 3 anos) gerais e

    temticas disponveis durante todo o ano; visitas

    para grupos organizados em projectos especficos

    (durante todo o ano); visitas pedaggicas para

    professores e outros agentes de aco educativa

    (durante todo o ano); visitas hora do almoo

    (Encontros Imediatos com a durao de 15 minutos,

    para pblico interessado) para contacto privilegiadocom uma obra seleccionada da coleco (durante

    todo o ano, 2 vezes por ms) e visitas-jogo, um

    conjunto de visitas temticas e ldico-pedaggicas

    para crianas dos 3 aos 12 anos, tambm disponveis

    durante todo o ano.

    No campo das visitas guiadas para escolas e

    outras instituies crianas, jovens e adultos ,

    gostaramos de salientar que se verificou uma

    aposta ainda maior na diversificao da progra-

    mao com o lanamento de 13 novas propostas de

    visitas para diferentes idades para o ano de 2005/06

    e a consolidao de uma linha de transversalidade e

    interdisciplinaridade que cruza a arte com aliteratura, a cincia, a natureza e a arquitectura, o

    que permitiu aumentar o nmero de visitantes

    provenientes de instituies escolares e educativas

    e, sobretudo, incrementar o nmero de repetio de

    visitas por parte destas mesmas instituies.

    O ano de 2005 foi, ainda, dedicado a uma maior

    aproximao s escolas e ao trabalho pedaggico,

    atravs da realizao de parcerias com algumas

    instituies escolares e da manuteno do programa

    de visitas pedaggicas dirigidas a agentes de aco

    educativa.

    Total de visitas (ano de 2005): 1.369

    Total de utentes (ano de 2005): 29.711

    (ii) Oficinas

    Em 2005, aumentou tambm o nmero de

    oficinas realizado, sobretudo no que se refere aos

    programas especiais em perodo de frias e s

    oficinas de modelo familiar. Foi o ano em que selanaram, ainda, dois projectos importantes: ideias

    irrequietas histrias em andamento, um programa

    que cruza a divulgao e interpretao das artes

    visuais com a promoo e prazer da leitura para

    pblicos dos 2 aos 7 anos, e as oficinas museu aberto

    ideias na ponta dos dedos, dirigidas especial-

    mente a pblicos com necessidades especiais:

    pessoas portadoras de deficincia mental moderada,

    sndrome de Dawn e sndrome de Asperger.

    Oficinas de continuidade dirigidas a crianas, jovens e famlias: oficinas de longa durao

    (semestrais ou anuais), onde se promove um trabalho

    de continuidade com os participantes atravs do

    cruzamento de diferentes linguagens artsticas

    (animao do livro, expresso dramtica, artes visuais,

    expresso plstica) e apelando utilizao de todos

    os sentidos de uma forma integrada.

    8 Clculos efectuados a partir dos relatrios anuais de actividades evisitantes e dos vrios momentos de avaliao realizados ao longo dos

    quatro anos de existncia do Sector de Educao do CAMJAP. Partedestes dados esto disponveis nos vrios Relatrios Balano e Contaspublicados pela Fundao Calouste Gulbenkian todos os anos e, parteencontra-se em tratamento interno no mbito de um inquritoexaustivo levado a cabo pelo SE ao seu pblico, durante o ano de2005, presentemente ainda em tratamento estatstico e interpretativo.

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    Oficinas aos fins-de-semana para crianas e

    jovens (dos 2 aos 12 anos) e famlias: oficinas

    temticas em torno da programao de exposies

    temporrias do Centro de Arte Moderna ou de

    elementos seleccionados da coleco ou do Jardim.

    Oficinas de frias ou datas especiais paracrianas e jovens (dos 3 aos 12 anos): oficinas

    temticas de vrias sesses em perodo de frias

    escolares e/ou datas especiais a partir da coleco

    do Centro de Arte Moderna, das suas exposies

    temporrias e/ou de elementos seleccionados da

    coleco ou do Jardim.

    Oficinas Museu Aberto para pblicos com

    necessidades especiais e/ou portadores de

    deficincia: oficinas temticas de expresso plstica

    e corporal (em vrias sesses) para promoo dasacessibilidades ao museu, jardim e coleces para

    pblicos com necessidades educativas especiais.

    Total de oficinas (ano de 2005): 315

    Total de utentes (ano de 2005): 4.060

    (iii) Cursos

    Cursos e aces de formao dirigidos, quer a

    todo o pblico interessado, quer aos profissionais daeducao e cultura que, reflectindo as temticas e

    reas de maior debate actual, procuram potenciar o

    papel do museu e sua coleco na difuso e conheci-

    mento da Arte Moderna e Contempornea, bem

    como no da formao nas reas da Educao Artstica

    (teoria e prtica pedaggica) e Educao Museal.Na senda do trabalho formativo promovido pelo

    SE, foram realizados, em 2005, diversos cursos e

    aces de formao e lanadas as bases para dois

    cursos de formao profissional na rea da Cultura e

    Educao Museal, para o ano de 2006.

    Os cursos ministrados dividiram-se em quatro

    categorias: Cursos de Educao Artstica e Prtica

    Pedaggica, Cursos de Introduo Geral Arte,

    Cursos de Museologia e Educao Museal e Cursos

    Tericos para Pblico em Geral.

    Total de cursos (ano de 2005): 17 (166 horas)

    Total de utentes (ano de 2005): 262

    (iv) Publicaes

    Coleco Viva o Museupara crianas dos 7 aos

    12 anos (4 nmeros temticos).

    Coleco Guias familiares para crianas dos 6

    aos 11 anos + 1 adulto para promoo da explorao

    e interpretao da coleco do CAMJAP por pblicoautnomo (6 nmeros temticos editados).

    (v) Outros eventos

    Espectculos, mesas redondas, conversas,

    debates com convidados e especialistas, projectos de

    parceria nacional e internacional com escolas e

    outras instituies

    Bibliografia

    Dierking, L., 1992, The Museum Experience, Whalesback Books,Washington, D. C..

    Falk, J.; Dierking, L., (eds.), 1995, Public Institutions for PersonalLearning: Establishing a Research Agenda, Washington:American Association of Museums.

    Falk, J. et al., 1998, The Effect of Visitors Agendas on MuseumLearning, Curator, 41/2 (June), pp. 107-120.

    Falk, J.; Dierking, L., 2000, Learning From Museums: VisitorExperiences and the Making of Meaning, Lanham, NewYork, Oxford, Walnut Creek: Altamira Press.

    Hernndez, F., 2000, Educacin y Cultura Visual, Octaedro,Barcelona.

    Mintz, A., 1994, Thats Edutainment!, Museum News (Novem-ber/December), pp. 32-35.Santos, M. (coord.), 2005, O Panorama Museolgico em Portugal

    [2000-2003], OAC/IPM/RPM, Lisboa.Silverman, L., 1995, Visitor Meaning-Making in Museums for a

    New Age, Curator, 38/3, pp. 161-169. |