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Principais perguntas sobre Raga (melodia indiana) Constantemente recebo emails sobre recorrentes dúvidas de músicos ocidentais que tentam decodificar a estrutura do Raga. Costumo dizer que para um guitarrista, ou violonista, é fácil tocar Sitar. Contudo, tocar música indiana, respeitando suas regras e seguindo o padrão clássico, é uma das coisas mais difíceis de se fazer. Como algumas questões acabam por responder as dúvidas de muitos, decidi publicar algumas respostas às perguntas que recebo por mail, a fim de auxiliar no início do entendimento da música indiana, que está implícita em uma cultura milenar profunda, muitas vezes sem transcrição, devido a sua origem oral. Algo que deve ficar claro é sobre a terminologia hindu. Aliado ao fato de não temos um padrão para certos aspectos literários em um país cercado por tantos idiomas e caracterizado pela tradição oral, as terminologias acabam sendo grafadas de maneiras diferentes. Podemos encontrar diferentes palavras para o mesmo significado, conforme exemplifico: That ou Thata (forma melódica – série de notas que determinam o Raga). Aroha, Arohana, etc. – escala ascendente. Sthay, Ashtay, etc. – corresponde à composição da música. Raga, Raag, Rag, etc. – melodia indiana. Pakad ou Pakar – frase musical de um Raga. Tambura ou Tanpura – Instrumento musical indiano que dá a base. Tentarei usar definições simples para o melhor assimilamento dos termos, dentro do contexto, considerando que o ato de articular as palavras em sânscrito, com sua respectiva função, por si só já é um grande início de equivalência e entendimento. Em artigos posteriores

Musica Indiana

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uma compilação de noções básicas sobre musica indiana, tendo como fonte um blog encontrado no google.

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Principais perguntas sobre Raga (melodia indiana)

Constantemente recebo emails sobre recorrentes dúvidas de músicos ocidentais que tentam

decodificar a estrutura do Raga. Costumo dizer que para um guitarrista, ou violonista, é fácil tocar Sitar. Contudo, tocar música indiana, respeitando suas regras e seguindo o padrão clássico, é uma das coisas mais difíceis de se fazer.

Como algumas questões acabam por responder as dúvidas de muitos, decidi publicar algumas respostas às perguntas que recebo por mail, a fim de auxiliar no início do entendimento da música indiana, que está implícita em uma cultura milenar profunda, muitas vezes sem transcrição, devido a sua origem oral. Algo que deve ficar claro é sobre a terminologia hindu. Aliado ao fato de não temos um padrão para certos aspectos literários em um país cercado por tantos idiomas e caracterizado pela tradição oral, as terminologias acabam sendo grafadas de maneiras diferentes.

Podemos encontrar diferentes palavras para o mesmo significado, conforme exemplifico: 

That ou Thata (forma melódica – série de notas que determinam o Raga).Aroha, Arohana, etc. – escala ascendente.Sthay, Ashtay, etc. – corresponde à composição da música.Raga, Raag, Rag, etc. – melodia indiana.Pakad ou Pakar – frase musical de um Raga.Tambura ou Tanpura – Instrumento musical indiano que dá a base.

Tentarei usar definições simples para o melhor assimilamento dos termos, dentro do contexto, considerando que o ato de articular as palavras em sânscrito, com sua respectiva função, por si só já é um grande início de equivalência e entendimento. Em artigos posteriores procurarei entrar nas classificações mais complexas e abrangentes do Raga.

PERGUNTAS

1. a) Sei que as Ragas possuem determinadas notas com nomes diferentes do básico Dó,Re,Mi, Fá.. , b) também sei que algumas delas sofrem alterações se forem tocadas descendo ou subindo, mas li em algum lugar que c) elas obedecem algumas

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regras, d)como pequenas melodias que devem ser tocadas em certos momentos, não entendi muito bem essa parte, poderia me explicar isso?

Respondendo a esta pergunta por partes: 

a) Nomenclatura utilizada:

Sa......................IRe......................IIGa......................IIIMa......................IVPa.......................VDha.....................VINi........................VII

Para entender melhor sua correlação entre a música oriental-ocidental vale a pena utilizar os modos gregos como graus melódicos.

Se pensarmos no tom básico de Dó, a equivalência demonstra:

Sa......................I........................Dó (C)Re......................II.......................Ré (D)Ga......................III......................Mi (E)Ma......................IV………….….Fa (F)Pa........................V………….….Sol (G)Dha......................VI………….…Lá (A)Ni........................VII....................Si   (B)

b) Movimentos melódicos:

Melodia ascendente é chamada de ArohanaMelodia descendente é chamada de Avarohana

Cada Raga tem sua regra própria, que consiste em quais notas devem ser tocadas ao subirem e ao descerem.

Um exemplo para ilustrar o estudo é o raga Yaman:

Aroha (ascendente)

Ni (B) Re (D) Ga (E) ma (F#) Dha (A) Ni (B) Sa (C)

Avaroha (descendente)

Sa (C) Ni (B) Dha (A) Pa (G) ma (F#) Ga (E) Re (D) Sa (C)

Obs: o Raga Yaman tem a nota ma alterada (tivra) = sustenido.

c) Regras utilizadas: 

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Notas que são tocadas na subida e na descida (cada raga tem sua estrutura). Na Yaman não tocamos na subida Sa Re, nem Pa Dha. 

Na descida tocamos toda sequência de notas.

Utilização de uma nota principal, a qual deve ser tocada mais como um centro tonal (Vadi) e a utilização de uma nota secundária, que deve ser evidenciada também durante a apresentação da raga (Samvadi).

d) Também temos a execução de uma melodia que caracteriza a identificação da raga. Esta melodia é conhecida como Pakad. No caso da Raga Yaman, temos o Pakad:

Ni (B) Re (D) Ga (E) Re (D) Ga (E), Ni (B) Re (D) Sa (C)

2. Li também que músicas indianas não possuem harmonias, o que me dificulta a utilização das ragas pois gostaria de aplicá-las sobre musica ocidental, ou seja, música com harmonia. Como saber qual raga usar numa música com harmonia?

É verdade, não encontramos registros de harmonias na música indiana. Na Índia temos a divisão de melodia (raga) e ritmo (tala). O instrumento que dá a base para a música indiana é conhecido como Tanpura (ou Tambura) e é afinado com duas notas que nunca modulam Sa (C) e Pa (G).

Antes de aplicar o conceito harmônico em um raga você deve estudar sua estrutura e compreender seu desenho melódico. A partir desta análise você encontrará os acordes que melhor combinam com a estrutura melódica contemplada. Diferentemente do conhecido ocidental de tom maior e menor, na música indiana temos centenas de variações melódicas, às vezes encontrando terças maiores e menores na mesma escala (por exemplo). A complexidade dos ragas não nos impede de correlacionar com o conceito harmônico ocidental.

Posso citar como exemplo a raga Yaman, utilizando sua nota alterada (ma = F#).

Frase melódica encontrada =  Ni (B) Re (D) ma (F#) Dha (A) Re (D)Acordes correspondentes    = Bm (notas: B, D, F#) ou D (notas: D, F#, A)Tom (Sa = C)                        = Dó

3. Ragas podem ser tocadas em diferentes tons? Ou são únicas?

Sim, podemos tocar em qualquer tom. 

Podemos tocar uma raga em Dó, Re, Mi bemol, F#, etc. não existe limite para tal. Contudo, não se prenda ao conceito ocidental de escala maior pois vale a pena ressaltar que cada raga possui sua estrutura melódica específica.

No caso da música clássica indiana, quando tocamos com diversos grupos, costumamos perguntar: “ - seu Sa está em qual nota?” E aí mandamos ver.

4. Os Ragas obedecem ao mesmo raciocínio de Intervalos da escala ocidental Maior? 

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Escala modelo maior ocidental: Dó Re Mi Fa Sol Lá Si Dó

Esta estrutura corresponde a um Raga (Bilawal). Além do bilawal temos centenas de formas melódicas, portanto, não fique com a idéia fixa de estrutura ocidental na cabeça, tente estudar e entender o desenho melódico de um raga e sua estrutura. Costumo dizer que cada raga tem seu tempero oriental especial. São incríveis e marcantes. Utilizando suas regras você irá encontrar todo seu encanto e magia.

5. Vadi e Samvadi são as notas em que devemos descansar num Raga?

Vadi é a nota principal dentro de uma melodia. Nota que devemos evidenciar numa execução.

Samvadi é a nota secundária. 

É complicado afirmar que neste caso trabalhamos com uma tônica e uma subtônica, contudo é correto dizer que são notas onde “descansamos” ou as evidenciamos, dedicamos mais tempo nelas.

Como uma imagem é melhor do que mil palavras, segue um vídeo introdutório do Raga Yaman.

Tom Eb

1:54 a melodia exemplificada é:arohanaN R G, R G m P, G m D N S 

2:16 S N D P m G R, R G m P, R S

A música Clássica da Índia

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 A música Clássica Ocidental não é mais um

mistério para ninguém. 

Quem nunca ouviu falar em Mozart, Bethoveen, e tantos outros célebres compositores? Amplamente difundida e popularmente conhecida, vinculada nos meios de comunicação através de comerciais de veículos e outros, e tocada abertamente no dia a dia, seja no metrô, em carros de som e em rádios, suas melodias fazem parte do nosso inconsciente coletivo. 

Erik Satie e Claude Debussy foram dois mestres da música clássica européia que temperaram suas obras com as nuances da música clássica Indiana.

Contudo, quando falamos em música clássica indiana, um questionamento se faz necessário: do

que se trata?

Tentando traçar um paralelo entre as duas vertentes musicais, fazemos as seguintes perguntas: seriam ambas instrumentais? Seriam tocadas em luxuosos recitais com grandes salas, com dezenas de instrumentistas e com suas infindáveis partituras* (composições escritas*).

                 escrita hindu              escrita européia (clássica)

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Estas perguntas já servem como base para entendermos as convergências e divergências básicas entre estes dois estilos.

A Música Clássica Indiana inicia sua estória em luxuosos palácios das antigas cortes mongóis, sendo tocada apenas para a mais alta realeza Hindu. 

Sua origem é encontrada nos tratados filosóficos conhecidos como Vedas (uma das mais antigas escrituras da tradição Hindu). Em princípio surge com poucas notas, sendo cantada como Samagana (3 notas). Suas frases evoluem para uma melodia

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mais completa (Jatis) até alcançar a complexidade melódica das RagasIndiana. Sua evolução se deu à influência da música popular e folclórica indiana assim como as escalas Persas introduzidas em sua cultura.

Sua forma segue uma linha paralela à música Clássica Ocidental(dividida em em 12 semitons (uma oitava) originando as sete notas básicas):

                                       ESCALAS                                        OCIDENTAL   ORIENTAL

                                              DÓ.......................SA                                              RE......................RE                                              MI......................GA                                              FÁ......................MA                                              SOL...................PA                                              LÁ....................DHA                                               SI......................NI

Obs: O sistema de notas indianas, conhecido como Sargam é desenvolvido através das distâncias entre as notas: Sa – Re = (1 tom) Re – Ga (1 tom) Ma – Pa (1/2 tom), etc ao invés de atribuir nome a sua nota incial. Isto quer dizer: a nota As não representa uma nota Dó e sim uma nota inicial (que pode ser qualquer nota dentro de uma escala).

A música clássica indiana é monofônica na natureza e em torno de uma única linha melódica, que é tocada sobre um centro tonal fixo. Para caracterizar esta base tonal é utilizado um instrumento com notas fixas, conhecido como Tanpura (ou tambura). Seus instrumentos não são temperados: os trastes do sitar são móveis, o violino é tocado em glissandos. No Sarod não possuímos trastes

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separando as notas e, desta maneira, estas sofrem distintas oscilações.

Para evitar conflitos entre os instrumentos é comum a realização de recitais em duo ou trio, como: Tabla(percussão) e Sitar (cordas) acompanhados por: Flauta, Shenai, Sarod, Violino, etc.

O desempenho instrumental é baseado melodicamente nas Ragas e ritmicamente em talas. Como o foco tem sido explorar o Raga, as performances têm sido tradicionalmente projetos solos e/ou duetos, que estão ganhando popularidade. 

Sistema de notaçãoAs regras da música indiana e composições próprias são ensinadas a partir de um guru (mestre) para um shishya (discípulo), em pessoa. Nesta tradição (oral) não utilizamos notações escritas (partituras) e todo conhecimento é passado profundamente, até que o instrumentista esteja apto a se apresentar em concertos com todo seu repertório interiorizado.

Hoje em dia é utilizado um sistema criado por Bhatkhande. Outro sistema proposto que utiliza símbolos e oferece uma compreensão instantânea, como o sistema de notação pessoal.

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Música HindustaniHá uma quantidade significativa de influência persa na música hindustani, em termos de instrumentos, estilo de apresentação e melodias, como Hijaz Bhairav, Bhairavi e Yaman.

O percussionista da tabla, um tipo de tambor, é o responsável por manter o andamento da música.

Outro instrumento comum é a tanpura , que é tocada em um tom fixo (base) durante a execução da Raga .

Esta tarefa tradicionalmente recai sobre um estudante do músico solista, embora pode possa parecer monótona, é, de fato, uma honra e uma oportunidade rara para o estudante escolhido. 

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Os temas principais da música hindustani são o amor romântico , a natureza, e a devoção .

O desempenho instrumental geralmente começa com uma elaboração lenta da Raga, com notas soltas, sem a entrada do ritmo. Este movimento inicial é conhecido  como Alap.Isso pode levar um longo tempo (30 à 60 minutos) ou curtos 8 à 10 minutos dependendo da Raga e do estilo que o músico irá apresentar.Dois outros movimentos subseqüentes da música Clássica Indiana são o Jor e o Jhalla.

O Jor é guiado por uma marcação estilo “bate-estaca,”  firme e constante. Durante o Jhalla ouvimos a força e a velocidade do instrumentista (ainda sem o acompanhamento rítmico da Tabla).

Quando a expressão inicial solo termina, temos o tema da Raga (conhecido por Sthay) seguido da marcação do compasso pela Tabla (comumente utilizando o compasso de 16 tempos teen tal). 

Vale apena observar que o que temos de composição escrita e padronizada não representa quase nada em se tratando da peça apresentada, pois a Música Clássica Indiana é um ato do momento. O intérprete entra no mood (sentimento) da Raga e expressa isso com seu feeling. Quanto maior for sua inspiração e dedicação à Raga, melhor será a expressão desta arte.

Sua técnica será posta à prova novamente no movimento derradeiro, conhecido como DRUT, que é uma aceleração final, uma catarse musical onde ambos - solista e tablista - trazem todo o poder daRaga, sua expressão melódica e sua força hipnótica para a audiência que, por sua vez sente, a

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cada compasso, a música elevar seu andamento. O que era algo extremamente contemplativo no início, agora traz um humor completamente forte e dinâmico.

A Música Clássica da Índia representa uma grande epopéia musical, onde podemos vivenciar momentos e sentimentos profundos, sem sair do lugar. Sua magia nos transporta para lugares mágicos, dentro da nossa imaginação, movendo nosso sentimento e nos fazendo voltar deste lugar, sempre diferente, conosco e com tudo que nos cerca. 

 A Origem Da Música 

 

   Segundo Rig veda, Vác (Nád ou Som) existia antes de toda, criação inclusive antes do universo. Existia o Brahman ( o deus supremo) e a energia operativa - a Vác. Foi ela que iniciou o processo de criação. O significado de Vác é muito amplo não restringe somente ao nád, mas

significa todas as energias vibratórias. Existem dois tipos de nád - Áhat nád e Ánhat nád. Áhat nád é o som produzido batendo um objeto com outro ou fricção entre os dois provocando vibrações

quando Ánhat nád não tem nenhuma razão aparente, é o som primordial e onipresente que é o resultado das vibrações divinas. O

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universo é dinâmico tendo seu próprio ciclo de contração e expansão. O intervalo inimaginável de tempo entre o principio e fim de uma

criação é denominado kalpa ou um dia e noite do Brahma. Na noite do Brahman a natureza fica inoperante - e neste imenso vazio predomina o Anhat nád. Ao amanhecer, Shiva ergue-se do seu êxtase, dançando e enviando através da matéria inerte, ondas vibratórias de som, que desperta começando um novo ciclo de

criação e destruição. A figura do Natraja simbolicamente representa esta dança. Os diversos significados desta dança, são transmitidos pelos detalhes da figura do Natraja. O que interessa para nós é o

tambor que a mão direita superior segura simbolizando o som primordial da criação.   Este pequeno tambor que se-chama Damaroo

representa vibração e ritmo, e é sempre ilustrado nas imagens clássicas do Shiva. (Observaremos nas próximas figuras que, todos os

instrumentos de ritmo desenvolvidos posteriormente parecem ser derivados deste.)  

  

  LORD SHIVA    O significado da palavra Damaroo é a seguinte: 

Da - A criação

Ma - A destruição ou transformação

Roo - Os elementos e o universo.  

O som do Damaroo simboliza a criação e destruição. A vibração de átomos de cinco elementos provoca interação (união e separação) entre eles, resultando as situações de transformação ou nascimento e

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morte. As três importantes silabas produzidas por Damaroo "Bam, Dam e Dim" são consideradas como o mantra "Om". Quando o yogi, no profundo estado de samadhi, depois de começar a ouvir o Anhat nád no estagio ainda mais avançado, ele escuta o som do Damaroo (Megh Garjan). Nos estados avançados de meditação, acessa-se os métodos de conhecimento desconhecidos aos nossos cinco sentidos, e os sábios receberam através de Shiva toda filosofia da vida inclusive yoga e música.

MÚSICA CLÁSSICA INDIANA

A evolução da Música Indiana começa com os Vedas. Esta literatura datada

aos milhares de anos foi composta na forma de poesia e era cantada com

ritmo. Essas melodias com o tempo integraram a vida inteira do ser humano

desde o nascimento até a cremação e assim a música colocou o mito perto da

criação e da natureza. Convivendo junto com a natureza o homem começou a

aprender o efeito das notas nas estações do ano e isto o ajudou a transformar

o trabalho em prazer, pois o canoeiro, o vaqueiro, o pastor, todos tem suas

canções que pulsam no ritmo de seus trabalhos.

 

VEDAS - AS SEMENTES DE MELODIA

Entre os quatro vedas, o Samveda é considerado o melhor, inclusive no

Bhagavad-Gita, onde Krishna diz :"Vedanam Samvedosmi" "Nos Vedas eu sou

Samveda". Os mantras do Rigveda se chamam Ritcha. Quando estes mantras

são cantados sem melodia ainda são chamados Ritcha, mas quando são

cantados com notas são chamados Sam. Sa significa Ritcha ou Mantra, e Am

significa Alap. Mantras cantados com Alap chamam-se Sam.

Os sábios escreveram o Sam, pensando no objetivo da música. O Mahamuni

Bharat retirou do o Rigveda a partitura ou as letras do Samveda, do Yajurveda

retirou a expressão corporal e do Atharvaveda os extratos, e assim, escreveu o

Natya Shastra (o tratado sobre música e teatro).

 

OS RÁGAS

Milhares de anos atrás começou-se a desenvolver o conceito de Rágas.

Através de profunda meditação e vivência com a natureza, percebeu-se que

certo conjunto de notas deveriam ser invocadas a certas horas, e em certas

estações. Esta correspondência é feita entre rágas e os períodos do dia

(manhã, tarde e noite), e as estações do ano (primavera, verão etc.). Isto

impulsiona a criatividade do músico na direção correta, pois lhe dá a

consciência criativa necessária para todas as improvisações que são

requisições fundamentais para a música indiana. Foi percebido também que a

vibração de certas notas ou conjunto de notas e melodias provocam alterações

nos chacras catalisando ou diminuindo suas funções. Estas alterações

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psicofísicas e energéticas modificam o estado de consciência do músico e do

ouvinte.

A ciência moderna está chegando a conclusão de que, a maioria das doenças

são psicossomáticas ou resultado de desequilíbrio de energias vitais que fluem

dentro do corpo. Na antigüidade os sábios, sabendo o poder do som, usavam a

música para restabelecer o equilíbrio energético.

A vibração das 22 artérias é representada por 22 shrutis, determinadas

freqüências ou microtons, e os 12 principais shrutis representam doze notas.

Cada um dos sons e combinação destes tem um certo efeito sobre a psique

humana. Por exemplo, para todo tipo de expansão física e material são usadas

os sampoorna rága (os arranjos de 7 notas), e para todo o tipo de redução, das

doenças, comportamento violento, etc., são usados os shádava rága (os

arranjos de 6 notas). Para um comerciante mal sucedido, serviria um rága

diferente do que para um empresário, que queira expandir seus negócios; e

para restabelecer o bom funcionamento dos rins não serviria o mesmo rága

indicado para um tratamento de emagrecimento.

A música não só afeta aos seres vivos, mas altera o ambiente, o local, inclusive

o clima. Existem rágas que tanto podem provocar o fogo, aparentemente

trazendo-o do nada, como a chuva. E também mudar o comportamento de uma

multidão violenta, para calma ou vice-versa. Na Índia, a música clássica

também é utilizada para maiores obtenções na produção do leite de vaca, e

para maiores colheitas, dando uma safra rica. Assim a música tem o poder de

influenciar os três reinos e os cinco elementos.

 

RELIGIÃO E MÚSICA INDIANA

O Hindu Dharma (hinduísmo) na Índia é conceituado como uma filosofia da

vida que esta baseada numa teosofia muito profunda e holística. Esta filosofia

trata de todos os aspectos da vida humana como espiritual, social, moral,

cultural, econômica, intelectual, etc.. tendo como base o karma e reencarnação

e como objetivo o nirvana. Não tendo dogmas, doutrinas e mandamentos, esta

filosofia deu uma grande liberdade de pensamento que por sua vez deu origem

a diversas interpretações espalhadas por toda Índia, na forma de religiões e

seitas. A maioria dos indianos que são hindus aceitam os princípios e disciplina

originária dos vedas. Os vedas têm uma afinidade muito forte com música, por

isto estabeleceu uma relação também muito forte entre religião e música.

Até hoje a Música Clássica está seguindo as tradições filosóficas milenares que

é dar a cada músico a liberdade de improvisações em cima da disciplina rígida

dos rágas. Essa liberdade inspirou a formação de clãs (gharanas) cada um

criando seu próprio estilo, e o dever do discípulo é levar adiante o estilo do clã.

 

MÚSICA COMO LAZER E DIVERTIMENTO

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Música em principio é considerado como prece ou oração e alimento para

alma. É um meio de atingir a consciência suprema. Mas nada impede a

utilização deste meio para satisfazer os instintos a nível físico e serve para

lazer e divertimento. Ao contrário do ocidente, a música popular e apreciada

ouvindo, não em bailes e clubes de dança. A dança coletiva é reservada para

festas religiosas e acontece nas ruas e praças nos ritmos de música folclórica.

Nas apresentações de música clássica a sincronização entre músico e público

provoca a tal concentração que todos perdem até a noção de tempo.

 

MÚSICA - DANÇA - TEATRO - CINEMA

Conforme a definição tradicional a música engloba o quadro vocal, instrumental

e a expressão corporal que pode ser traduzida como dança e teatro. A dança

clássica e popular (folclórica) tem seu próprio espaço na cultura indiana.

Geralmente estas peças estão baseadas na mitologia.

A indústria cinematográfica indiana que anualmente produz aproximadamente

800 filmes quantidade igual a Hollywood, também tem grande participação em

promover a música. Geralmente todos os filmes tem em média 7 canções

baseados na música semi-classica e popular.

 

ESTUDO DA MÚSICA

Existem escolas especializadas onde pode ser adquirido o ensinamento básico

da música entre outras matérias. No nível universitário muitas universidades

mantém os cursos de música. O curso de graduação geralmente dura quatro

anos que da o titulo de bacharel e depois mais dois anos de estudo pode ser

adquirido o titulo de mestrado. O tempo para obter o doutorado depende muito

da competência de cada um.

Mas todos estes títulos e conhecimento teórico não garantem o sucesso na

platéia como vocalista ou instrumentista. Para qual é necessário muita

dedicação, prática e orientação e aprendizado com um competente guru.

MODALIDADES A música indiana está dividida nas seguintes modalidades:

- Clássica

- Semi-clássica

- Devocional

- Folclórica

- Popular

 

MÚSICA CLÁSSICA TRADICIONAL NOS TEMPOS ATUAIS

A Música Tradicional Clássica Indiana possui um amplo espaço no cotidiano. A

música popular ocidental não tem profunda penetração na Cultura Indiana.

Como prova disso não existe nenhuma emissora, tanto de rádio como de

televisão, que a transmita.

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O que acontece na verdade, é uma fusão no sentido de adaptação

instrumental, como exemplo: a guitarra, o sintetizador, o piano, etc. 

 

DEFINIÇÕES

 

SANGEET (MÚSICA)

Geetam, Vadyam, tatha Nratyam trayam Sangeetmuchyate.O sangeet e composto de três elementos:- Gítam - vocal Vádyam - instrumental Nratyam - expressão corporal estas três artes, tendo a sua identidade individual, são mutuamente dependentes, sendo o gítam mais importante, como coração do corpo. 

NÁD (SOM)Qualquer som produzido, com ou sem fricção ou choque de dois objetos, é chamado de nád. Existem dois tipos de nád:- Anhat nád:- o som que se produz sem razão aparente (além da capacidade de raciocínio, dos cinco sentidos) e percebido no estado de samádhi é chamado de anhat nád. É parecido com o som que pode ser ouvido tampando os ouvidos com as mãos ou com copos. Quando os yogi atingem certo estado de consciência ouvem este nád continuamente, que pode levar até nirvana, mas não serve para a música. Áhat nád:- o som produzido por fricção ou choque de dois objetos e pode ser ouvido chama se áhat nád, que é útil na música. Quando áhat nád é aplicado com shruti e swar também leva ao estado de samádhi e conseqüentemente ao nirvána, tão desejado pelos yogi. 

SHRUTIAquele nád que pode ser distinguido e usado na música é chamado shruti. Por exemplo, um nád de 200 c/s e um outro de 201 c/s são cientificamente dois nád diferentes, quase impossível de distinguir pelo ouvido humano. Mas, se começarmos aumentar a diferença ate chegar perceber auditivamente este intervalo chama se shruti. A origem dos 22 shruti é o som das 22 principais artérias do corpo humano. 

SWAR ou SUR (NOTAS)Dos 22 shruti foram escolhidos 7 quais correspondiam ao som dos principais animais. Pavão           Boi         Sapo   Cabra                 Cuco                    Burro            Elefante 1   2   3   4   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22 SA               RE          GA      MA                     PA                       DHA              NI          RE               GA                       MA                       DHA                    NI 

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Os sete swar acima citados são shuddha (puros) SA e PA são achal swar (fixos) Quando RE, GA, DHA, e NI, são movidos para baixo tornam se Komal (bemol). R G D N Quando MA é movido para cima torna se Tívra (sustenido) M. O uso terapêutico dos shruti merece um profundo conhecimento dos mesmos, devido ao fato dos efeitos por terem o potencial energético muito poderoso. A definição clássica do shruti (a origem dos shruti e o som das principais artérias do corpo humano) shrutinão tem explicação racional porque foi obtida por métodos de conhecimento não tradicionais. É possível produzir diferentes shruti através de cordas vocais, instrumentos de corda (sitar, sarod, santoor,violino etc.) e instrumentos de sopro (been, shahnai, flautas de bambu com furos etc.). Os instrumentos de teclas como piano, harmônio tem as freqüências de notas fixas e não podem produzir shruti intermediários. Obs.:- Alguns swar indianos têm diferença na freqüência em relação as notas ocidentais.     

No.Nome

doshrutiSwar

Freqüência

Indiana

c/s

Ocidental

 Palavra chave e efeito .

psíquico

1 Tívrá (Do) S 240.00 240.00Intenso, ardente, forte.    

Equilibra ansiedade.

2 Kumudvatí 247.00

Desligamento,

independência,    

representada pelo lótus

que nasce na lama mas

vive acima dela.

3  Mandá (Réb)R 254.12 256.00

Devagar, tardar (calmar),

frear.    

Acalma a ansiedade.

4 Chandovatí (Ré) 262.00Vencer os desejos até

eliminar-las.

5 Dayávati R 270.00 270.00Compaixão, piedade.    

Gera amor ao próximo.

6 Ranjaní  279.00

Recreação,

entretenimento.    

Alegra o ambiente.

7  Rakticá (Mi#)G 288.00 288.00  Princípio masculino,

ativo, inspirar. Equilibra

as funções ligadas com

fluxo de sangue de

coração p/ corpo,

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purificação de sangue,

pressão. Fluxo de prana.

8 Roudrí G 301.40 300.00

Terrível, furioso, bravo.    

Representada

por Sudarshan

chakra do Vishnu ou

dança Tándava do Shiva.

Acaba com forças do mal.

9 Krodhá 310.70Fúria, temperamento.    

Equilibra o temperamento

10 Vajriká (Fá) M 320.00 320.00

Resistente, Forte,

simbolizada por vajra do

Indra que foi produzido

pelos ossos de Maharshi

Dadhitchi.    

Aumenta resistência

contra as emoções

perversas. Usada na

terapia ortopédica.

11 Prasáriní 329.20

Expandir, estender,

propagar.    

Expansão em todos os

níveis - físico, material,

intelectual.

12 Príti  (Fá#) 338.40 337.50 Amor universal, afeição.

13 Márjini 349.20 Limpar, purificar, refinar.

14 Kshiti (Sol) 360.00 360.00

Terra, concreto,

realidade.    

Trazer de fantasia

p/realidade.

15 Rakticá 370.60

Princípio

feminino,passivo,aspirar   

Equilibra as funções

ligadas com fluxo

sangüíneo de várias

partes de corpo para a

coração, energia do

prána.

16 Sándípaní (Lab)D 381.17 384.00  Harmonia entre interior e

Page 19: Musica Indiana

exterior(macrocosmo e

microcosmo)

17 Alápiní 393.10

A modulação primária do

som.   

Ligação com a origem.

18 Madantí D 405.00 400.00

Vitória sobre

o Káma simboliza o

terceiro olho do Shiva.   

Vencer os desejos

sensuais

19 Rohiní 418.50Ascensão e progresso

espiritual e intelectual.

20 Ramyá (Sib) N 432.00 432.00

Sentir beleza da criação.   

Simboliza o Ráslílá,

dançar junto com o

supremo.

21 Ugrá (Si) N 452.09 450.00

Violento, radical.   

Simboliza o energia

violenta, radical e

determinada para

vencer o mal como

Ravana, os Kourava. Um

recurso muito poderoso

mas   

deve ser usado com

merecido   

cuidado e na extrema

necessidade.

22 Kshobhiní 466.00Vencer melancolia e

depressão.     

   ÁROHAscendente como :- S, R, G, M, P, D, N, S[ 

AVROHDescendente como :- S[, N, D, P, M, G, R, S. 

RÁGAÉ o arranjo de determinadas notas que, quando for tocadas ou cantadas têm som agradável e conduz a mente e a alma aos níveis superiores de

Page 20: Musica Indiana

consciência. As exigências de composição de um rága são as seguintes :- 1. deve conter no mínimo 5 notas. 2. deve ter sua forma ascendente e descendente (para conhecer o rága). 3. deve estar presente a nota M e/ou P. 4. deve ter vádi e samvádi swar, (estas são as notas ou swar mais importante num rága). 

SAMAYA (HORÁRIO)Cada rága tem a hora certa para se cantar ou tocar , o que é chamado samaya. Por ex.:, rága bhúpálí das 19 às 22 horas, rága biláwal entre 7 às 10 horas, rága pilú e bhímpalásí entre 13 às 16 horas. 

ALAPAo começar cantar um rága, a gravidade, profundidade e prolongamento de uma nota para outra no som do A>>>>>>>>>>>> se chama aláp. 

 

TÁNSão os grupos de notas cantadas todos num só tempo de ritmo, por ex.,                                               1             2                3              4 

R G M P : D N S[ R[ : S[ N D P : M G R S:

ou

S[ N D P : S[ N D P : S[ N D P : M G R S:

 

SARGAMO solfejo cantado em vários ritmos ou sem ritmo nas improvisações.

VÁDYÁS ( OS INSTRUMENTOS )  Os vádyás instrumentos musicais da Índia são divididos em quatro categorias. 1. Tat vádya - instrumentos de corda: São aqueles instrumentos que produzem som através de vibrações das cordas. Estes instrumentos são divididos em outras duas categorias - a. Tat vádya - Aqueles que são tocados com dedos, unhas ou mijráb. Por ex. viná, sitár, sarod, tánpúrá etc. b. Atat vádya - Aqueles que são tocados com arco. Por ex. Sárangi, isráj, violino etc. 2. Sushir vádya - instrumentos de sopro: Aqueles que produzem som através de sopro ou pressão do ar. Por ex. flauta, hármonium, shahnái, bín. 3. Avanaddha Vádya - são os instrumentos de percussão que são revestidos de pele de animais como carneiro, crocodilo, veado, cobra. Por ex. mridang, tablá, dholak, dafali, khanjari, nagádá, damaroo, dhol etc. 4. Ghan vádya - Aqueles que produzem som através de batidas. Por ex. jal tarang, manjirá, jhánjh, kartál, ghantá tarang etc. 

Page 21: Musica Indiana

  Desde os tempos remotos os instrumentos musicais e técnicas vocais passaram por uma evolução a partir de uma grande influência dos grandes músicos e mestres, tendo uma contribuição valiosa do povo. A música sempre foi intimamente ligada à religião e principalmente nos sentimentos do povo, contudo não ficou considerado como uma disciplina acadêmica, porém como devoção e filosofia da vida. Por esta razão a música evoluiu ininterruptamente. Considerando-se a música como o âmago do indivíduo, as invasões culturais estrangeiras não obstruíram o caminho da evolução da música clássica. A seguir apresentaremos uma descrição resumida e figurativa de alguns dos instrumentos musicais, demostrando os resultados dessa evolução.   

Um instrumento muito primitivo feito de frutas secas com sementes. Quando balançado emite som. Brinquedos deste tipo podem ser encontrados no país inteiro. Algumas tribos usam gilabada como girlanda

Uma série de cumbucas com água são colocadas na forma semicircular. O tamanho, espessura, material das cumbucas e a quantidade d’água variam para produzir as notas corretas. A quantidade das cumbucas depende das escalas e das rágas. O artista toca com pequenas varetas de bambu. Não é muito comum e geralmente é visto nas orquestras.

Page 22: Musica Indiana

para dançar .

 

Popular no sul da Índia, o uso

de um par de bastão de

madeira maciça com ou sem

pequenos guizos é usado nas

danças folclóricas.

   

Muito popular no estado de

Gujrát o dándiá (mesma

forma de kolattam) é usado

nas danças folclóricas. No

festival de Navadurgá o povo

dança nas ruas nove noites

em seguida. A dança é

chamada de Dándiá rás ou

Garabá. O deus Krishna é

homenageado através desta

dança.

 

Page 23: Musica Indiana

Potes de madeira ou barro, panelas e pratos são de uso musical. O noot por

exemplo é um pote de barro usado por cantores de Kashmira e é muito

semelhante ao instrumento brasileiro chamado moringa. O Ghatam é usado nos

concertos no sul da Índia, e são tocados por palmas e dedos.

   

São dois pratos fundos de metal

de todos tamanhos produzem

som de notas diferentes. É um

instrumento de percussão muito

usado nas musicas devocionais.

A forma mais simples de Avanaddha vádya é

o daff. Uma moldura de madeira ou aço

revestido de pele. É encontrada a referência

de que este tipo de instrumento vem sendo

usado desde 200 A.C. É tocado com varetas.

 

É um instrumento semelhante ao

pandeiro, derivado do daff com

pequenos pratinhos de metal

colocados na moldura. É usado

Semelhante ao Khanjari o Khanjírá

é usado no sul da Índia. Ele é

pequeno com 15 cm. de diâmetro e

sem os pratinhos. Revestido com

Page 24: Musica Indiana

no norte da Índia. pele de crocodilo ou cobra. Aperta-

se a pele com a mão esquerda e

toca os com dedos da mão direita.

Este instrumento é muito antigo sendo o derivado mais próximo do Damaroo do Shiva. No norte da Índia é chamado de Pakhávaj e no sul de Mridang e difere um pouco a posição para sentar também. Na era vedica ele era chamado de Pushkar.

É um instrumento parecido com o berrante. Ele é feito de chifre de boi, e é usado nas danças folclóricas. Antigamente era usado nas batalhas.

Instrumento de 108 cordas. Suas cordas são tocadas com varetas de madeira mole. Um instrumento de difícil domínio.

Um instrumento de sopro, muito popular. Usado nas musicas folclóricas, urbanas e inclusive nos concertos como instrumento solo.

Page 25: Musica Indiana

O instrumento mais antigo dos

Sushir vádyás. Ela é mundialmente

conhecida nas suas diversas

formas,e na Índia seu formato mais

popular de bambu está associado

com a imagem do Deus Krishna.

É derivado da flauta usado muito nos

folclore e nas tribos indígenas. O som dela é

um pouco mais agudo do que a flauta

tradicional.

Feito de abóbora e dois tubos de

bambu, este instrumento curioso é

usado para hipnotizar as cobras e,

principalmente, najas.

É um instrumento de 40 cordas esticadas

sob uma caixa oca de madeira. Serve para

acompanhamento vocal, afinando em três

oitavas.

Page 26: Musica Indiana

É um instrumento de 9 cordas principais e 15 de ressonância cuja parte inferior é coberta de pele e a superior de metal.

Considerada rainha dos instrumentos sendo o mais antigo dos instrumentos de cordas e a mais favorita da Deusa Sarasvati. (Deusa da sabedoria e música)

Foi inventado pelo músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII pelo nome de Sehtar. É um derivado doVeená. Em princípio tinha três cordas e hoje tem até vinte. Pt. Ravi Shankar foi o pioneiro dos tempos modernos para sua popularização no mundo ocidental.

É um derivado de Rávanástram que originou também o violino. Tocado por um arco de fios de cabelos, embaixo das cordas contém uma fina camada de pele que produz ressonância. Instrumentos semelhantes são usados por várias tribos na Índia.

Page 27: Musica Indiana

Este derivado de Veená, é o instrumento de cordas mais popular da Índia para acompanhamento vocal e instrumental. O tánpurá também é usado nas orações e meditações. A ressonância dele manifesta a sagrada divina harmonia do cosmo nos vários níveis de realidade. A repetição padronizada das certas notas desperta o senso de harmonia para o músico e ouvinte - um tipo de mantra instrumental.

O músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII inventou este instrumento dividindo o Mridang ouPakhávaj em duas partes. É o mais popular instrumento de percussão de toda a Índia. O som do lado esquerdo que também representa masculinidade, é mais grave e o lado direito vice versa. O corpo da parte direita (dayan) é de madeira e esquerda (bayan) é de cobre ou metal.

É um instrumentos mais popular nos tempos atuais para acompanhamento vocal. Também um dos mais fáceis de se tocar. Usado quase nas todas as escolas de música, por facilitar aos principiantes a noção de música clássica e popular. Existem vários modelos , por ex. simples, tipo maleta (pequeno), Scale changer (troca de escalas), tipo órgão etc.    Na Índia, por não ter afinação precisa é vedado o uso deste instrumento nas apresentações de televisão e rádios.

Page 28: Musica Indiana

Definição dos Ritmos Indianos (taal)Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

  

Ritmo é um conceito que encontramos quase todos os dias na nossavida. Isso porque, musicos ou não, temos uma resposta ao ritmo quase que instintivamente, basta ouvirmos um som para que, inconscientemente, nossos pés ou mãos comecem a percutir, marcando aquela pulsação. Se prestarmos mais atenção ao nosso cotidiano, perceberemos como  muitos exemplos de ritmo se fazem presentes no nosso dia a dia.

Você pode identificar claramente padrões ao ouvir uma música. Padrõesde repetição do som são chamados de ritmo. Qualquer sistema musicalexistente tem como estrutura fundamental o ritmo. Em nosso corpo temos a presença do rítmo através das batidas do coração e do nosso pulso, que indicam como anda nossa saúde.

Page 29: Musica Indiana

No sistema musical indiano existem apenas dois conceitos musicais básicos: melodia (raga) e ritmo (taal).

O ritmo está presente na música indiana há vários séculos antes dainvenção das ragas.

O Sistema indiano de ritmo é conhecido como "tala” que significa “bater palmas". Na música do norte da Índia o instrumento de percursão  tablasubstituiu o bater de palmas no desempenho da raga. 

 

Tala é um ciclo de repetição de um número de batimentos por segundo, que são agrupados de modo particular. Se ouvirmos batidas fora de ciclosrítmicos isso soará estranho.

Page 30: Musica Indiana

Sons da Tabla 

Os sons da tabla são chamados de “bols” que  significa palavra. Todos os bols são sons que ouvimos nitidamente ao percutirmos na tabla. Ouvidos mais treinados conseguem decodificar estes sons ao ouvir o percutir do tablista associado ao seu nome.

Na tabla temos 10 variações sonoras (bols) divididos em três categorias básicas:

(I) Sons do lado direito da tabla:

1. na ou ta 2. tin ou ti3. din ou thun4. tu5. te6. re

Page 31: Musica Indiana

(II) Sons do Lado esquerdo da tabla

7. Ge ou Ghe (pronunciado gay e ghay)8. ke (pronunciado kay)

(III) Sons tocados com ambas as mãos ao mesmo tempo:

9. dha ( ‘ge’ plus ‘na’ )10. dhin (’ghe’ plus ‘tin’)

vídeo aula de Bols e tals com o mestre da Tabla indiana 

Zakir Hussain 

 Tabla no seu celular

Taals do Norte da Índia  

Estes são alguns dos famosos Taals da musica indiana do norte. Embora a maioria

dos tablistas conheçam todos os Taals aqui descritos, pela falta de uso nas composições, não têm a oportunidade de desempenhá-los com muita

frequência.

Nome Tempos Divisão Vibhaga

Page 32: Musica Indiana

Tintal (ou Trital ou Teental) 16    4+4+4+4  X 2 0 3

Jhoomra14    3+4+3+4 X 2 0 3

Tilwada16    4+4+4+4 X 2 0 3

Dhamar14    5+2+3+4 X 2 0 3

Ektal e Chautal12  2+2+2+2+2+2 X 0 2 0 3 4

Jhaptal e Jhampa10    2+3+2+3 X 2 0 3

Keherva8      4+4

 Roopak7   3+2+2 X 2 3

Dadra6     3+3    X 2

Exemplos de Taals comumente usados:

Kehrva                 (8 tempos)

Teen Taal            (16 tempos)

Dadra'                  (6 tempos)

Jhaptaal               (10 tempos)

Page 33: Musica Indiana

Roopak                (7 tempos)

 

Kehrva

(8 tempos, 2 compassos) 

Taal signs X 0

Maatras 1        2        3        4 5        6        7        8

Boles Dha   ge     na     ti Na     ke     dhi        na

Tintal

(16 tempos, 4 compassos) 

Taal signs X 2

Maatras 1        2        3        4 5        6        7        8

Boles dha dhin dhin dha dha dhin dhin dha

                                    0                                         3 

Maatras 9        10      11       12 13     14       15        16

Boles dha  tin    tin     ta ta   dhin  dhin  dha

Dadra

(6 tempos, 2 compassos) 

Taal signs X 0

Maatras 1          2          3 4        5        6

Boles Dha    Dhin        na ta    tin      na

 

Page 34: Musica Indiana

Jhaptaal Taal

(10 tempos, 4 compassos) 

Taal signs   X   2  0 3

Maatras   1              2   3          4           5  6           7  8           9         10

Boles Dhin          na Dhin     Dhin       na Tin        na Dhin     Dhin       na

 

Roopak

(7 tempos, 3 compassos) 

Taal signs 0 2 3

Maatras 1        2        3 4          5 6        7

Boles Tin    tin      na Dhin     na Dhin    na

   

 

Esta Matéria é uma homenagem do portal Musica Indiana Brasil aos apaixonados estudantes e

Tablistas profissionais Brasileiros que se esforçam em absrover e disseminar a arte milenar dos complexos ritmos indianos.