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janeiro 2016 mycooprofar Cibercondria: “Dr. Google, o que se passa comigo? Previsão 2016: portugueses poupam 14 milhões em medicamentos  

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Revista para Profissionais de Saúde

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Cibercondria: “Dr. Google, o que se passa comigo?

Previsão 2016: portugueses poupam 14 milhões em medicamentos  

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Otimismo.

Encaramos o novo ano com otimismo. Esta é a postura do Grupo Cooprofar-Medlog.Estamos prontos para 2016. Para os novos desafios, para novas exigências, para antecipar novas tendências, para continuar a desenvolver soluções inovadoras e serviços especializados que reforcem o nosso modelo de negócio empreendedor.É, sobretudo, a vasta experiência de gestão partilhada - com fortes ligações aos nossos clientes e parceiros de negócio - a garantia para um alinhamento saudável entre a nossa missão e as necessidades do mercado.A entrada num novo ano é, por isso, encarada com confiança e resiliência num permanente desafio de renovação, passo este que exige reflexão. A passagem para um novo ano a isso obriga, repensar estratégias, redefinir percursos, reinventar projetos.Em 2016, vamos seguir o caminho da Proximidade. Essência que está no nosso ADN e que celebrámos em várias iniciativas que promovemos, ao longo de 2015, por ocasião da celebração dos 40 anos da Cooprofar.Para o novo ano, são vários os novos eixos de atuação delineados com a mesma convicção de sempre: acrescentar valor.Assim, entramos em 2016, com a mesma força e ambição de sempre - talhadas de ousadia e criatividade – e com a vontade reforçada de promover a Saúde e de valorizar o papel da Farmácia. Como passo certo, adiantamos o investimento da Cooprofar em projetos que continuem a atestar a nossa nova assinatura: Proximidade ao Serviço da Saúde.

EDITORIAL

O Período de vigência das Bonificações decorre entre 1 de Janeiro a 31 de Janeiro, inclusive.Os preços e bonificações indicados estão sujeitos a alterações de acordo com as condições do mercado.Os valores indicados estão corretos, salvo erro tipográfico. Aviso: Os textos foram redigidos ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Administração e propriedade:

CooprofarRua José Pedro José Ferreira, 200 - 2104424-909 GondomarT 22 340 10 00F 22 340 10 [email protected]

Direcção:Celso Silva

Coordenação Editorial:Natércia Moreira

Produção Redactorial:Cooprofar

[email protected] 340 10 21

Design e Paginação:Oblique

Distribuição:Gratuita

Publicação:Mensal

Tiragem:1500 exemplares

Análise de mercado

Especial Saúde

Report

Novos

Cosmética e Higiene Corporal

Diagnóstico

Dispositivos Médicos

Éticos

Galénicos

Higiene Bebé

Higiene Oral

Homeopáticos

Interapothek

MNSRM Exclusivo Farmácias

Med. Vet. Suj. Rec. Médica

Med. Não Suj. a Rec. Médica

Nut. e Prod. à Base de Plantas

Nutrição Infantil

Parafarmácia

Puericultura

Químicos

Veterinária

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Celso SilvaDiretor Geral

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Portugal trava exportação de medicamentos em faltaTodos os meses, Portugal trava a saída de mais de 21 mil emba-lagens de medicamentos considerados essenciais e com escassa alternativa no território. Desde 2014, foi impedida a venda de 253 mil embalagens. Ao todo, são 26 substâncias ativas utilizadas no tratamento de problemas respiratórios, Parkinson, tromboses ou epilepsia e que têm sido alvo de um controlo apertado por parte da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Desde que pas-sou a ser obrigatório notificar o Infarmed antes de se exportar estes fármacos, os casos de rutura no mercado têm sido quase inexisten-tes. Uma das metas a atingir é terminar o ano com “todas as 2872 farmácias fiscalizadas’. Uma aposta que abrangerá ainda todos os distribuidores grossistas, refere o organismo que regula o setor do medicamento. Neste momento, todos os movimentos no circuito do medicamento são monitorizados, sabendo-se ao certo quantos entram, quantos são entregues aos grossistas e às farmácias.

Poupança de 14 milhões em medicamentosÀ semelhança do que aconteceu em 2015, o próximo ano será de poupança na área dos medicamentos. As estimativas da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) apontam para que os portugueses poupem, em 2016, um total de 14 milhões de euros com fármacos. A descida resulta de uma revisão anual do preço dos medicamentos, em que o país compara os seus valores com os preços praticados nos Estados-membros que servem de referência: Espanha, França e Eslováquia. O Estado também poupará 27,1 milhões de euros com a descida dos medicamentos vendidos nas farmácias. Já nos hospitais, em que as despesas são suportadas integralmente pelo SNS, o Estado deverá atingir uma poupança de mais de 40 milhões.

Falta de incentivos leva a descida inédita na venda de genéricosA venda de medicamentos genéricos está a registar pela primeira vez uma descida em Portugal. A quota de mercado dos genéricos baixou de 72,6% para 70,9% de dezembro de 2014 até outubro de 2015, quando a meta era aumentar o peso dos genéricos nas áreas em que existem. Estes valores podem ser explicados pela falta de incentivos ao setor, nomeadamente às farmácias. O regime de incentivos às farmácias foi negociado ainda em 2014 e visava aumentar a quota de mercado dos genéricos, com poupanças para o SNS e para os utentes. “O objetivo era passar de uma quota de 47% para 50% no mercado total já este ano. Dentro do mercado em que há genéricos, poderíamos atingir os 75%”, em vez dos 72,6% de dezembro, explica fonte do setor. A medida iria ainda compensar as farmácias pela perda de lucros com a venda de medicamentos por substância ativa e pelas mudanças que afetaram negativamente o setor nos últimos anos. s médicos já receitam por substância ativa. Estes resultados mostram que o problema não é dos médicos e que há utentes que levam medicamentos mais caros para casa”. A solução passa por medidas como a que o “DN” noticiou, como as embalagens iguais. “Acredito que o mesmo venha a acontecer com os preços. Temos de evoluir para um verdadeiro mercado de genéricos. Deixa de fazer sentido incentivos, seja para farmácias ou médicos”. Nos últimos três anos, o mercado e a poupança estagnaram. “Aos 451 milhões de euros poupados em 2014, era de esperar um acréscimo de cerca de 35 milhões de euros, mas só se poupou um milhão”. Se os medicamentos genéricos fossem sempre dis-pensados, poderia chegar a 70 milhões de euros, mas o Infarmed calculou um cenário de 100 milhões, mais ambicioso. O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, admite que está em estudo um novo modelo. “Queremos compensar as farmácias e garantir que têm valor acrescentado. Estamos a pensar num contributo por receita aviada e alterar o que esta em vigor”. Entre as mudanças está, por exemplo, a dispensa de medicamentos para o cancro e VIH em ambulatório. Todas estas mudanças estão a ser trabalha-das pelos agentes do setor e pela tutela.

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Medicamentos com embalagem igual vão evitar erros na tomaAs embalagens de medicamentos genéricos vão ser todas iguais, em cores ou tamanhos, destacando só o nome da substância ativa em detrimento da marca, que terá destaque reduzido. Esta é uma das medidas que o ministério quer tomar para incrementar o uso de genéricos e evitar trocas de medicamentos que podem pôr em causa a saúde de doentes. O ministério anunciou ainda que quer reduzir as comparticipações de medicamentos com eficácia menor ou benefício duvidoso. “As embalagens serão idênticas, porque muitos doentes, principalmente idosos, têm tendência para consu-mir mais. Tomam mais doses por dia porque as embalagens são diferentes ou têm uma fantasia diferente. “A medida tem o acordo da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos (APOGEN) e foi aplaudida pela Ordem dos Médicos, que há muito a defende em nome da Saúde Pública. Além de um Simplex para a Saúde, Manuel Delgado referiu ainda que as comparticipações de medica-mentos “com pouco valor acrescentado ou eficácia duvidosa vão ser reduzidas”. Mas recordou que a estratégia global “não é retirar comparticipação aos medicamentos.”

Variações de preço custam caroOs medicamentos destinados a tratar o cancro são um peso pesado nas contas dos serviços de saúde e o nosso não é exceção. A culpa é dos preços elevados que, no entanto, não pesam o mesmo para todos. Há Estados que pagam mais e outros que pagam menos pelos mesmos medicamentos, com variações que ultrapassam os 300%, alerta um estudo publicado na revista The Lancet. Portugal está no grupo dos que têm acesso aos fármacos mais baratos.

Adotar genéricos permite poupar nos inovadores“Estamos a salvar mais vidas e a dar mais qualidade de vida a muitas pessoas”. Esta é a conclusão de Hélder Mota Filipe, presi-dente do Infarmed, quando olha para o aumento de 63%de novas substâncias, entre 2013 e 2014. Para o presidente do Infarmed, que fez a sessão de encerramento da conferência “Equidade e os Medicamentos Órfãos”, estas são “tinas notícias”, que traduzem “um ritmo nunca antes visto, com medicamentos mais eficazes, para velhas e novas patologias”. No entanto, este ritmo acele-rado de crescimento “está a colocar sob pressão os orçamentos de saúde em todo o mundo”, alerta, acrescentando que “o nosso caso não é um caso específico”. “A generalidade dos medicamentos inovadores está a chegar a Portugal a preços altíssimos, devido à necessidade de financiar os avultados investimentos da indústria”, explica Hélder Mota Filipe. Em 2014, “a despesa do Estado com medicamentos inovadores autorizados pelo Infarmed foi de 197 milhões de euros, quando no ano anterior tinha sido de 98 milhões”, nota. “No que respeita aos medicamentos órfãos e reportando-me apenas à despesa hospitalar, ela atingiu em 2014 cerca de 79,6 milhões, o que corresponde a um aumento de 11% face ao ano anterior”, analisa, adiantando que este ano o ritmo de crescimento se manteve, nos dados apurados durante os primeiros meses. No entanto, o crescimento do número de medicamentos órfãos enfrenta uma “forte contenção” na despesa pública com a saúde, uma redução sentido com os cortes impostos pela Troika, que des-ceram, progressivamente, a despesa com a saúde de 1,5% do PIB, em 2011, para 1% em 2014. Sobre as soluções pelas quais poderá passar a garantia de equidade no acesso aos medicamentos órfãos e aos tratamentos de doenças raras, o presidente do Infarmed destaca que “não existem respostas mágicas e cada país tem de encontrar o seu caminho”. Em Portugal, por exemplo, a aposta em medicamentos genéricos, especialmente durante os últimos três anos, parece ter sido uma das soluções encontradas, uma vez que “a poupança nos genéricos foi o que tornou nos permitiu utilizar recursos para manter o acesso aos medicamentos inovadores”, afirma o presidente do Infarmed. Além disso, destaca Hélder Mota Filipe, importa saber se o investimento que é realizado num deter-minado produto tem resultados reais. “Esta é a melhor forma de percebermos o que é realmente inovador”. Uma vez que estamos a falar de doenças raras, não existe uma amostra muito robusta e que permita diminuir o grau de incerteza, exemplificando a solução encontrada pelo Estado no acesso ao tratamento à hepatite C, que será pago com base “nas curas obtidas”. “Precisamos de registar para conseguirmos medir resultados. Sem uma cultura do registo não temos parte da equação que é essencial para uma solução adequada”, conclui.

Farmácias vão vender medicamentos para o cancroEntre as reformas relevantes do programa do Governo para os próximos três anos, consta um projeto-piloto, em 2016, que permitirá às farmácias ceder medicamentos para o cancro, hepatite C e VIH, habitualmente dispensados pelos hospitais. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, na apresentação dos coordenado-res nacionais para a reforma do Serviço Nacional de Saúde - Henrique Botelho (Cuidados de Saúde Primários), António Ferreira (Cuidados de Saúde Hospitalares) e Manuel José Lopes (Cuidados Continuados Integrados). As reformas apon-tam ainda para a criação de equipas fixas de urgência nos hospitais, bem como a criação de um sistema que permitirá ao utente escolher o local onde tem consultas mais rápidas. Está também prevista a integração de dentistas nos centros de saúde. Em Bragança já acontece, e com sucesso, e agora o Governo está em conversações com a Ordem dos Médicos Dentistas para identificar outros locais. Mas há mais mudan-ças pensadas para os próximos três anos, como o alarga-mento dos cuidados de saúde primários e continuados, com a extensão à saúde mental e à Pediatria.

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Análise de Mercado

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Cibercondria: “Dr. Google, o que se passa comigo?

SAÚDE ONLINE

À hipocondria tradicional, que já por si dava problemas suficien-tes à comunidade científica, veio juntar-se a mais avançada tec-nologia que permite ter toda a informação do mundo disponível num computador. Se para o comum dos utilizadores, a internet tem algumas regras, para um hipocondríaco, o cursor a piscar à espera de ordens para avançar significa ter à mão um manan-cial de sintomas, medicamentos, doenças, tratamentos e curas milagrosas sem qualquer vigilância. É assim que a hipocondria se transforma em cibercondria e o Dr. Google vem substituir a bata branca do médico que nos recebia num consultório tradi-cional.São cada vez mais os utentes a chegar aos consultórios já com o diagnóstico feito através de pesquisas na net, reconhecem os médicos. Mas como quantidade pouco ou raras vezes é sinónimo de qualidade. Nem sempre os sites são fidedignos e uma simples dor de cabeça pode parecer um tumor cerebral para quem tem mais dificuldade em gerir e interpretar a informação. E, já ago-ra, só por curiosidade, escrever “dor de cabeça” num motor de busca significa ter mais de dois milhões de sites para explorar. E nem sequer é preciso avançar para as páginas seguintes para as palavras “aneurisma” ou “AVC” saltarem à vista.

O medo, a falta de tempo ou dinheiro para ir ao médico e a in-formação sempre disponível na internet: está criado o cenário para um fenómeno, cada vez mais, estudado – a cibercondria. Qualquer pessoa que tenha ido à Internet pesquisar sintomas ou verificar um problema de saúde, provavelmente descobriu que a procura por certezas, confirmações ou algum tipo de garantia pode, muitas vezes, levar a mais ansiedade e a mais dúvidas. A Internet tem o poder de colocar na ponta dos dedos informação médica num nível sem precedentes. Saber como filtrar e usar essa informação pode ser um desafio. Na primeira edição do ano, alertamos para esta tendência e indicamos os sites mais fidedignos para consulta. SAÚDE ONLINE é o tema da MY COO-PROFAR de janeiro.

Uma em cada 20 pesquisas no Google está relacionada com saúde. Se julga que este número está inflacionado, pense lá bem quando foi a última vez que procurou na internet temas sobre doenças. Terá sido quando o colega de trabalho se queixou de dores na barriga e o levou a escrever “apendicite + sintomas”? Ou quando lhe apareceram borbulhas nos braços e pesquisou “sarampo” mas, pouco tempo depois, percebeu que não passava de uma alergia ao sol? Bastará fazer um simples exercício de memória para que este número não pareça assim tão dispara-tado.

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Fenómeno “Dr. Google”: uma simples tosse por conta de um ar seco pode, através

destas “pesquisas”, tornar-se uma doença grave

“Apenas 41% – duas em cada cinco pessoas –, disseram que

iriam discutir as suas descobertas na internet com

um médico”

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Estudos e números O primeiro estudo a desenhar um retrato mais claro sobre este comportamento revela que, com base numa análise feita nos Estados Unidos, a pesquisa na internet acontece sobretudo para acalmar a ansiedade, mas a quantidade de resultados muitas vezes contraditórios faz aumentar ainda mais esse estado. Já um outro estudo britânico usa números para garantir que quatro em cada cinco adultos no Reino Unido procuram conselhos de saú-de online, sendo que 84% revela que a natureza conflituosa da informação os deixa mais confusos, frustrados e ansiosos. Os dados mais preocupantes estão relacionados com aquilo que as pessoas fazem com a informação recolhida. A investigação britânica descobriu que apenas 41% – duas em cada cinco pesso-as –, disseram que iriam discutir as suas descobertas na internet com um médico.Para Portugal, os estudos são escassos ou inexistentes. Mas bas-ta ver a lista das palavras mais pesquisadas no Google em 2014 para perceber que a tendência de usar a internet na pesquisa de doenças é um fenómeno global. A legionela chegou ao sétimo lugar de temas a suscitar interesse. O surto que afetou a zona de Vila Franca de Xira (novembro de 2014) e infetou 375 pessoas fez com que as pesquisas dos portugueses se direcionassem para palavras como “sintomas”, “contágio”, tratamento” e “cura”.

E o pior de tudo ainda não foi descrito. Sabe o que é? Ao utilizar as informações recolhidas na Internet (nem sempre verdadeiras), esses pacientes “sozinhos” elaboram o seu próprio diagnóstico pessoal e assim chegam às consultas munidos com centenas de explicações, prontos para contrapor os profissionais nas suas opiniões, criando problemas ainda mais complexos.Se formos considerar que aproximadamente 8 em cada 10 pes-soas com acesso à Internet pesquisam informações sobre do-enças online (dados americanos), é possível que boa parte da população seja candidata a desenvolver a cibercondria.Na pesquisa americana, feita com mais de 500 indivíduos, com uma média de idade de 30 anos e de ambos os sexos, algo co-mum entre eles era o facto de que a maioria afirmava ter neces-sidade imperativa de saber o que, efetivamente, “o destino lhes reservava”. Além disso, de acordo com os inventários aplicados, a maioria passava muito tempo do seu dia a pensar sobre a pró-pria saúde, quando comparado com aqueles que não usavam a Internet para tais fins.Sabe-se que cada indivíduo tem um filtro pessoal de interpre-tação da realidade e, para os que acreditam firmemente “ter al-gum problema”, os piores prognósticos possivelmente serão os que se tornarão mais representativos nos seus achados, isto é, ainda que estes pacientes encontrem, digamos, 90 artigos que relatem um bom prognóstico da “sua doença”, é provável que apenas aqueles que são mais negativos sejam efetivamente “va-lorizados” pelos pacientes.

Como resultado final, os profissionais de saúde acabam por en-contrar alguns pacientes que sabem mais das suas patologias do que eles mesmos, que estudaram anos para isso, o que difi-culta a criação de um bom vínculo de confiança entre profissio-nal e paciente.Indivíduos cibercondríacos podem sofrer de mais crises de stres-se o que pode, evidentemente, piorar o seu estado geral de saúde.É possível que informações médicas disponíveis na Internet pre-cisem, no futuro, de algum tipo de regulação, na tentativa de proteger estas pessoas no seu processo de autodiagnóstico.

Um site belga lançou uma campanha para diminuir o número de pessoas que vão ao Google saber sobre doenças. A mensagem da campanha alerta para o facto de o estado de saúde até pode pio-rar. A campanha foi solicitada pelo site médico belga Gezondhei-denwetenschap.be, que é reconhecido pelo governo flamengo. Idealizada pela agência DDB, em Bruxelas, a iniciativa recorre ao Google AdWords para alertar a população que procura soluções no motor de pesquisa para os sintomas. “Don’t google it, check a reliable source” (Não procure no Google, procure uma fonte de confiança) é o mote da campanha.

Se é hipocondríaco não vá ao Google!

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Na internet, “há muita informação desatualizada ou incorreta que, em vez de ajudar, pode confundir”, alerta Luís Gouveia An-drade, médico oftalmologista.Para encontrar sítios credíveis observe o endereço eletrónico, que lhe dá informação sobre o autor. Este pode ser uma pessoa (/al-guém), de uma companhia comercial (.com), de uma instituição académica (.edu), do governo (.gov), de uma organização sem fins lucrativos (.org) e/ou de um país (.pt, .uk ou .fr).Consulte sempre a secção About (Sobre nós), para perceber quem está por detrás do site, qual o seu reconhecimento/formação na área, se há interesses comerciais na divulgação, se os textos são originais e as fontes referenciadas. É também importante que se assegure de que são fornecidas formas de contacto (email, mo-rada, número de telefone). Verifique ainda a data da última atu-alização.

“Um site que não é atualizado há muito tempo pode ser mal acompanhado, o que traduz desleixo e pouco profissionalismo, ou ter sido abandonado”, sublinha Luís Gouveia Andrade. Por último, prefira sites de instituições bem identificadas e inteiramente dedi-cadas à saúde. Seja cauteloso em relação a informações com fins comerciais.Os benefícios da Internet para informar e educar não podem ser ignorados, e as fontes confiáveis podem fornecer informações de saúde de confiança. No entanto, o papel do nosso médico de fa-mília é fundamental. Os estudiosos do tema aconselham os pa-cientes a partilharem as informações que encontram online com os seus médicos assistentes e, se as dúvidas e preocupações ainda permanecerem, deverão procurar um parecer médico adicional.

Sites e aplicações de saúde como e onde encontrar informação fidedigna

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9 sites de saúde obrigatórios:

www.min-saude.ptFique a saber qual a substância ativa, dosagem, via de admi-nistração dos medicamentos e se são ou não sujeitos a receita médica em Serviços Online > Pesquisa de medicamentos.

www.spsc.ptA página da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica inclui uma listagem dos serviços públicos e/ou IPSS onde há consultas de sexologia e terapia sexual, em todo o país.

www.pop.eu.comO Portal de Oncologia Português apresenta-lhe, através de uma ilustração dinâmica, as principais características dos vários ti-pos de cancro femininos e masculinos.

h!p://saude.sapo.ptInclui centenas de artigos, calculadoras de saúde, ferramentas de psicologia, cirurgia plástica, medicina do viajante, permitindo ainda conhecer doenças de A a Z.

www.mayoclinic.com/health/blogs/BlogindexDepressão, gravidez, stresse e perda de peso são alguns dos te-mas dos blogs com a chancela de referência Mayo Clinic.

www.nlm.nih.gov/medlineplusMedlineplus é o sítio com informação para o público com a mar-ca de confiança do norte-americano National Institutes of He-alth.

www.cdc.govDa responsabilidade do governo norte-americano, é uma fonte inesgotável de informação sobre inúmeros temas de saúde.

www.apa.org/helpcenterNo Centro de Ajuda da Associação Americana de Psicologia en-contra conselhos para gerir questões familiares, de trabalho, relacionamentos, entre outras.

www.webmd.comUm site muito completo, com inúmeras ferramentas, notícias so-bre descobertas científicas e artigos de fundo sobre as principais áreas da saúde humana.

Aplicações grátis de saúde que não pode perder

MedscapePlataformas: Android, iPhone, BlackberryDivulga notícias de saúde e informação sobre doenças. Inclui instruções sobre procedimentos médicos, interações entre medi-camentos e calculadoras médicas.

Aid by British Red CrossPlataformas: Android, iPhone, BlackberryFornece conselhos sobre 18 cenários de primeiros socorros e di-cas que a ajudam a preparar-se para emergências.

MapMyRidePlataformas: Android, iPhone, iPad, BlackberryRegista os percursos que faz enquanto pratica fitness, guardan-do a duração, distância, ritmo, velocidade, elevação e calorias gastas por treino.

Eat, chew, restPlataforma: iPhoneSe tem o mau hábito de comer depressa, um gráfico colorido acompanha-a à refeição indicando quando pode mastigar ou fazer uma pausa para conversar.

Jillian MichaelsPlataforma: iPhoneA personal trainer do programa “The Biggest Looser” oferece-lhe treinos com exercícios pesquisáveis por grupo muscular, receitas e dicas para perder peso.

AlznavPlataforma: AndroidConduz pessoas vítimas de demência numa fase inicial de volta a casa e detecta se saem de uma área de segurança, alertando o seu cuidador através de uma sms.

Farmácias PortuguesasPlataforma: AndroidDeteta automaticamente a sua localização e exibe num mapa as farmácias mais próximas. Pode pesquisar apenas farmácias de reforço, de serviço ou parafarmácias.

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Já não são apenas os medicamentos para a impotência sexual ou para emagrecer que os portugueses encomendam através de sites ilegais na internet. Já há doentes cróni-cos a comprar online medicamentos para a hipertensão em páginas onde os produtos são contrafeitos, denuncia o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.“O grave é que até doentes que sofrem de hipertensão e colesterol, que usam medica-mentos de marca, estão a recorrer à internet para encontrar alternativas mais baratas” – alerta Maurício Barbosa, revelando que lhe têm chegado denúncias de farmácias que detetam estas situações.O bastonário diz que a compra de medicamentos online em sites que oferecem fárma-cos mais baratos é muitas vezes “um logro”, mas que continua sem ser feita uma fisca-lização sistemática nas fronteiras, por onde chegam as encomendas destes produtos.“Estes fármacos não têm garantias de fabrico nem se sabe a sua composição. E os doentes que julgam que estão protegidos podem pôr em risco a sua vida”, alerta, lem-brando que os utentes têm dificuldade em distinguir os sites que são legais dos restan-tes, que oferecem, em regra, medicamentos a preços mais baixos.

Doentes crónicos em risco na Internet

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Em Portugal, é proibido importar diretamente medicamentos que não estão à venda no país. E o doente que encomende estes produtos através da internet pode ser multado, garante a Auto-ridade Nacional do Medicamento (Infarmed). No entanto, não há qualquer penalização para um doente que importe um me-dicamento autorizado em Portugal, através de um site ilegal. Apenas o proprietário do website pode ser multado. E estes locais na net, apesar de terem versões escritas em por-tuguês, estão sediados noutros países, como os EUA, “não lhes sendo aplicável a legislação nacional”, diz o Infarmed. Em Por-tugal, apenas podem funcionar online as farmácias e locais de venda de medicamentos sem receita médica registados no In-farmed. A falta de controlo dos produtos disponibilizados por sites ile-gais é “um grave problema de saúde pública”, sublinha Maurício Barbosa. De tal forma grave que a Europa vai criar um selo para identificar todas as páginas de venda de medicamentos legais, seguindo a nova directiva de combate aos medicamentos falsi-ficados, aprovada em 2011. A ideia é que, ao entrar num site, o consumidor encontre um logótipo que o remeta para a página da Autoridade do Medicamento, confirmado que esse site está autorizado.

Fonte: Diário Digital/Sapo Saúde/TSF

Sitesmycooprofar Especial Saúde

com selos de garantia

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Ao longo de 2015, a Cooprofar celebrou os 40 anos de existência com um vasto plano desenhado à medida para clientes, parcei-ros e colaboradores. As atividades arrancaram, em janeiro, com várias ações de pro-ximidade que visaram promover a Saúde e valorizar o papel da Farmácia. Em fevereiro, a Cooprofar lançou o Prémio Forma+ que teve como objetivo distinguir e dar notoriedade às Farmácias que in-vestem em formação, realçando o valor da Excelência em For-mação e, em resultado disso, a preferência pela Cooprofar.Maio marcou a celebração do 40º aniversário da fundação da cooperativa. Para assinalar o dia 23 de maio, inaugurou-se um Mural designado «Essência Cooprofar», num evento que reuniu clientes e fundadores na data de nascimento da Cooprofar. A obra é da autoria do Pintor José Emídio, executada e produzida na oficina de cerâmica da Cooperativa Árvore.No âmbito das ações de Proximidade, decorreram outras inicia-tivas em torno da Formação Cooprofar que tiveram como mote «Equipa Mobilizadora - A Nova Energia das Farmácias» que le-vou os participantes numa viagem à volta do mundo da moti-vação, crença, coesão e confiança. A Cooprofar deslocou-se ao encontro dos seus clientes tendo realizado ações em Valença, Viana do Castelo, Braga Gondomar, Aveiro, Lisboa, Bragança, Viseu, e Vila Real.Foram desenvolvidas campanhas para as Farmácias de alerta para problemas na área da Saúde, e que obtiveram um grande eco nos Media. «A compra de medicamentos online pode matar» e «Antibióticos: Use, mas… não abuse».Por que o bem mais valioso de uma empresa são as pessoas, a Cooprofar celebrou, também, o longo percurso com os colabo-radores que se uniram numa Caminhada de 10 km pela serra de Valongo. A camisola foi vestida, literalmente. A pensar em aumentar a energia e promover a saúde da equipa, os colaboradores receberam ainda uma embalagem de um su-plemento vitamínico.

A fechar o ano, o Centro de Congressos da Alfândega foi o pal-co de encontro de amigos, clientes, parceiros e colaboradores da Cooprofar, num evento que resultou numa noite memorável para todos os presentes. Fruto das várias iniciativas desenvolvidas sob o mote dos 40 anos, a Cooprofar reforçou a Proximidade já construída com la-ços de confiança e renova, para 2016, o compromisso celebrado há 40 anos – de eleger a satisfação dos Clientes como prioridade e reassumindo uma postura de resiliência para enfrentar os no-vos desafios.

40 anos de Proximidade

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mycooprofar Report

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17% das mulheres pílula do dia seguinteApenas 17% das mulheres por-tugueses já tomaram a pílula do dia seguinte, segundo um estudo intitulado «Avaliação das Práticas Contracetivas das Mulheres em Portugal», que inquiriu 4.003 mu-lheres entre os 15 e os 49 anos.

listas de esperadoentes vão poder escolher hospitalOs utentes vão passar a ser ouvi-dos, pelo médico de família, na escolha do hospital onde terão acesso a consultas de especialida-de, tratamentos ou cirurgias, tendo em conta os tempos de espera. A medida, que deixa de vincular a referenciação dos utentes para os hospitais da área de residência, faz parte de um pacote anunciado pela tutela para reformar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

tratar cancroensaios clínicos no PortoNo Centro Hospitalar do Porto de-correm pelo menos quatro ensaios clínicos com pembrolizumab para o tratamento de cancros do pul-mão e cabeça e pescoço. Mas este medicamento da área da imunote-rapia, que se apresenta como uma alternativa à quimioterapia, está também a ser testado nos cancros do rim, bexiga e mama, a única área em que os resultados pare-cem não ser tão promissores.

diabetesfármaco atrasa envelhecimentoMetformina é o nome de um medi-camento para combater a diabetes e agora poderá vir a ser também o nome para o milagre que promete parar o tempo e fazer com que os homens e mulheres vivam mais e sem doenas como Alzheimer ou Parkinson. O fármaco já foi testado em animais pelos investigadores de universidades europeias e ame-ricanas, mostrando que consegue expandir o tempo de vida e desace-lerar o envelhecimento.

poluição do armais de 6000 mortes A poluição do ar causou mais de 6000 mortes prematuras em Por-tugal, em 2012, e no ano seguinte continuavam a registar-se algu-mas concentrações de poluentes acima dos limites da União Euro-peia, segundo a Agência Europeia do Ambiente.

epilepsia e parkinson medicamentos inovadoresA farmacêutica portuguesa BIAL anunciou uma parceria com a bio-farmacêutica belga UCB com vista a facilitar o acesso de doentes na-cionais a dois “medicamentos ino-vadores” na área da epilepsia e da doença de Parkinson.

antidepressivos na gravidezrisco de autismo em 87%A toma de antidepressivos durante a gravidez aumenta em 87% o risco de autismo para a criança, segun-do um estudo canadiano publica-do nos Estados Unidos da América, no “Journal of the American Medi-cal Association”, Pediatrics.

nobel da Medicina medicamento portuguêsO medicamento contra os para-sitas que este ano deu o prémio nobel da medicina a dois inves-tigadores é fabricado em Portu-gal. A empresa fabrica o princípio ativo para uma multinacional farmacêutica (Merck), que depois o transforma em compridos e os distribui gratuitamente para o mundo, especialmente a África subsaariana (também há casos na América do Sul).

taxas moderadorasportugueses pagam menosHá já duas novidades para 2016: as taxas moderadoras vão baixar e os utentes que estiverem refe-renciados pela linha Saúde 24 ou pelos cuidados de saúde primários não vão ter de pagar as taxas para ir às urgências.

super antibióticoprocesso de aprovação na EuropaNos dias que correm, a humanida-de debate-se constantemente com o aparecimento de super bactérias sendo relativamente frequente ou-virmos notícias de surtos destes microrganismos cuja neutralização se revela de extrema dificuldade, re-sultando, em muitos casos, na morte dos doentes infetados.

cancro doença que mais preocupa portuguesesO cancro é a doença que mais pre-ocupa os portugueses, sobretudo por associarem este diagnóstico a uma taxa de mortalidade alta. Cancro é também a palavra esco-lhida pelas pessoas quando ques-tionadas sobre a patologia que consome mais dinheiro no país. Apesar de terem esta ideia, os cida-dãos consideram que a oncologia é uma das áreas que precisa de mais reforço de verbas.

antipsicóticostoma aumenta em criançasTêm dois anos ou menos, algumas ainda estão em idade de berço, e são diagnosticadas como crianças hiperativas, com défice de atenção, agressivas ou retraídas. E cada vez mais estão a ser tratadas com antipsicóticos e outros medica-mentos psicóticos habitualmente prescritos a adultos com doenças graves do foro mental. No ano passado, foram vendidas 276.029 embalagens de Metifenidato (rita-lina), mais 30 mil do que em 2013.

medicamentos falsos portuguese compramHélder Filipe, presidente do Infar-med, alertou recentemente para o risco que estão a correr os portu-gueses que compram medicamen-tos pela internet. os medicamentos para disfunção erétil são dos mais adquiridos pela internet, logo se-guidos de produtos para emagreci-mento, contudo, as autoridades es-tão mais preocupadas com o perfil dos alegados fármacos que estão a ser adquiridos desta forma.

suplementosregras restritasA Ordem dos Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos emitiram uma declaração conjunta em que ape-lam ao Ministério da Saúde para que intervenha na área dos su-plementos alimentares. Uma in-tervenção que teria de ser a nível legislativo, quer em termos de pu-blicidade quer nas regras aplica-das ao circuito.

uso em excessoparacetamol e ibuprofeno A American Academy of Pedia-trics alerta para o facto de os pais usarem de forma abusiva parace-tamol e anti-inflamatórios, nome-adamente ibuprofeno, para baixar a temperatura quando as crianças têm febre. O grupo de pediatras re-vela que há pais que administram paracetamol apenas por sentirem a criança “quente” ou com tem-peraturas abaixo dos 38 graus. O paracetamol só deve ser adminis-trado se a febre estiver a provocar mal-estar à criança.

identificado genebactérias resistentes a antibióticos O gene MCR-1, que torna as bacté-rias comuns como a E. coli e a K. pneumoniae resistentes aos anti-bióticos “de último recurso”, des-coberto em novembro na China, foi agora identificado também na Dinamarca.

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