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n15 abril 2006 - limousineportugal.com · são todos conduzidos a ringue para julgamento das diversas secções de idades. ... uma série de informações sobre a raça Limousine,

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S U M Á R I O

e d i t o r i a l

Notícias Limousine 3

Quero começar por saudar osnovos corpos sociais da ACL quetomaram posse recentemente. Fazemagora parte dos corpos sociaispessoas de vários locais do país, o quefoi intencional, para não concentrartudo em volta da sede em Odemira. Éum colectivo social renovado, comgente jovem, que pode trazer novasideias e novas atitudes.

Não posso deixar passar aoportunidade de agradecer o trabalhodesenvolvido pela Direcção cessante,principalmente na pessoa do Sr. RuiBorges de Sousa que durante osúltimos 6 anos foi o Presidente daDirecção da ACL, e muito deu de si,da sua disponibilidade, do seu saber eexperiência. O nosso reconhecidoobrigado.

A revista que tem agora nas suasmãos é a "Notícias Limousine" nº15.Com efeito, o número zero destarevista saiu já no longínquo Junho de1994. É certo que tal como emqualquer projecto (neste caso refiro-me ao da revista), o difícil é começar,mas esta revista começou bem, tinhaum apoio financeiro dado peloprograma NOVAGRI, e estavaregistada oficialmente comperiodicidade semestral.

Apesar de difícil o arranquecomo disse, esta revista fazia-se com a"prata da casa" da ACL e algunscolaboradores próximos da ACL.Correu bem no início mas, entre 1997e 1999 só foi possível fazer uma únicaedição em cada ano.

Em 2000 não foi possível editar arevista por falta de apoio financeiro.

Em 2001 e 2002 a elaboraçãoda revista foi entregue a uma entidadeexterna especializada, mas, mais umavez apenas se conseguiu umaperiodicidade anual, e foi umaexperiência que não correu bem namedida em que a qualidade ficou umpouco aquém do esperado.

A partir de 2003 a revista"Notícias Limousine" volta a serelaborada unicamente com a "pratada casa", em colaboração com aFundação Odemira. A revista fez-se

desde essa data sem mais nenhumapoio financeiro a não ser parte doorçamento da ACL e da publicidadeque os criadores fizeram na revista.Aproveito para agradecer vivamenteaos criadores que continuaram apublicitar e a apostar nesta revista,pois sem esse apoio não teria sidopossível continuar a editar "NotíciasLimousine".

Desde 2003 até agora não foipossível fazer mais do que uma ediçãoanual, mas houve algum progresso ecrescimento sustentado, nas ediçõesque entretanto sucederam. A presenteedição está agora mais recheada querem quantidade e qualidade dosartigos, esperamos, por isso, que sejabem aceite por todos os bovinicultoresque se interessam pela raçaLimousine.

Presentemente enfrentamos umanova aposta que é a distribuição. Atéaqui, além dos associados, a revistaera distribuída gratuitamente a todosos interessados nas feiras e exposiçõesem que habitualmente participamos, eera também enviada a algumasinstituições públicas e bibliotecas.Mas, estamos agora mais ambiciosose queremos que a revista cheguerapidamente a todos os bovinicultoresque se interessem por Limousine.

Assim, será possível a partir deagora ser assinante de "NotíciasLimousine" (desde que sejabovinicultor), bastando para issopreencher devidamente a ficha deassinatura que encontrará nestaedição, e envia-la para o secretariadoda ACL. Deste modo, receberágratuitamente o próximo número malacabe de sair, na morada discriminadana ficha de assinatura. Pensamosassim chegar cada vez mais a ummaior número possível de pessoas,divulgando ainda mais a raçaLimousine e tudo o que a envolve.Para isso contamos consigo - assine já"Notícias Limousine".

Jaime BentoPS: consulte a nossa página web emwww.limousineportugal.com

EM FOCO• I Dia Aberto de Campo daACL• Novos Corpos Sociais da ACL• Livro de Medicamentos nasExplorações Pecuárias• Licenciamento dasExplorações Bovinas• XIX Concurso Nacional daRaça Limousine• Nova Página na Internet• Testes de pré e pósmovimentação

DIVULGAÇÃO• Arquipélago dos Açorescontinua a apostar na raçaLimousine• Touros disponíveis paraInseminação Artificial• Licenciamento dasExplorações Bovinas• Bem-Estar Animal –Transporte de Bovinos• Instrumentos de Apoio aosAssociados

ARTIGOS TÉCNICOS• Maneio Ambiental naProdução de Carne• Avaliar a “CondiçãoCorporal” é imprescindível naGestão de Maneio Alimentar eReprodutivo• Escolha e Manutenção deReprodutoras• Diarreia Neo-Natal emBovinos• Carne Bovina Saudável• Programas Alimentares• Inoculantes para Feno eSilagem de Erva

HERD-BOOK• Peso ao Nascimento• Morfologia da Raça Limousine• Avaliação Morfológica• Certitificação de Machos paraReprodução – NovaTerminologia• Controlo de Performance2004

CONCURSO NACIONAL• FACECO 2005• FIAPE 2006

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Caro leitor, prezado bovinicultor.

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ACL - AASSOCIAÇÃO CCRIADORES LLIMOUSINEAPARTADO 33, 7630-909 ODEMIRA | TEL: 283322674 | FAX: 283322684 | EMAIL: [email protected]

Os itens marcados com * são de preenchimento obrigatório caso contrário a assinatura não será aceite. A ACL compromete-se a não divulgaros dados constantes nesta ficha a outras entidades, sendo os dados usados unicamente para fins de divulgação da revista ou divulgação deoutras informações que a ACL reconheça de similar interesse para os bovinicultores assinantes.

EU ABAIXO ASSINADO DECLARO QUE SOUBOVINICULTOR E ESTOU INTERESSADO EMRECEBER "NOTÍCIAS LIMOUSINE" A PARTIR DONº ANO INCLUSIVÉ.

*de de 200 *

A REVISTA "NOTÍCIAS LIMOUSINE" É EDITADA ANUALMENTE PELAACL, E É DISTRIBUIDA GRATUITAMENTE AOS ASSOCIADOS DAACL. TODOS OS RESTANTES BOVINICULTORES INTERESSADOS EMRECEBER ESTA REVISTA PODERÃO SER ASSINANTES E RECEBE-LAGRATUITAMENTE BASTANDO PARA ISSO QUE NOS DEVOLVAMESTA FICHA DEVIDAMENTE PREENCHIDA.

NOME / EMPRESA AGRÍCOLA*

MORADA*

CÓDIGO POSTAL* LOCALIDADE*

TELEFONE MARCA DE EXPLORAÇÃO* Nº CONTRIBUINTE*

NOTÍCIAS LLIMOUSINE FFICHA DDE AASSINATURA

FICHA TÉCNICAPropriedade: Associação Portuguesa de Criadores da Raça BovinaLimousineDirector: Engº Jaime BentoColaboração: Engª Fátima Veríssimo; Gabriela Soares; Dr Rui Silva;Engº António CorreiaColaboração Especial: Prof. Carlos Roquete e Prof. Alfredo Pereira

Concepção gráfica:Mira D'acerto - Artes GráficasTel.: 283320120 /fax: 283320129Tiragem: 3500 exemplaresPeriodicidade:AnualRegisto: isento de registo ao abrigo da alinea a) do artigo 12º doDecreto Regulamentar nº 8/99de 9 de Junho.

Notícias Limousine Revista destinada a todos os bovinicultores interessados na raça Limousine

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Iº Dia aberto de campo da ACL

Realizou-se no passado dia 14 de Dezembro de2005, o 1º Dia Aberto de Campo organizado pelaACL, com o objectivo principal de promover oconvívio de todos os associados da ACL. E pelaadesão verificada de cerca de 54 associados, parece-nos que a iniciativa foi ao encontro dos interesses detodos.

O dia começou com o encontro de todos osassociados e técnicos da ACL na sede social desta, eposteriormente iniciou-se a visita a 3 exploraçõesdistintas no concelho de Odemira. As explorações visitadas apresentam característicasbem diferentes, não só no que respeita ao maneioalimentar, maneio reprodutivo, genética dos animaiscriados em cada exploração como nas características

gerais de cada exploração. As explorações visitadasforam o monte Novo da Carrasqueira, propriedadedo criador José Maria Pacheco dos Reis; Monte PinhalNovo do criador Manuel Rocha Viana e Herdade dasFontaínhas do criador António Manuel Claudino daSilva Samora.

Resta referir que o convívio culminou com umalmoço onde foi degustada a magnifica carneLimousine.

Fica de resto aqui já a promessa que maiseventos destes surgirão ainda este ano, noutra zonado país e com a visita a mais explorações dos nossosassociados, de modo a que se incentive a troca deinformações e experiências, e se atinja o verdadeiroassociativismo na Família Limousine.

No passado dia 23 de Março de 2006, realizou-semais uma Assembleia-Geral ordinária da ACL, da qualsaiu eleita a nova equipa dos corpos sociais da ACL. Alista desta equipa foi única, apesar de quase teremexistido duas listas candidatas, facto que seria inéditona história da ACL, mas que só nos deixaria muitocontentes, pois parece-nos que tal demonstra umcrescente interesse e motivação para levar a Limousine

mais além. Quem sabe nas próximas eleições isso nãosucederá………

Assim a actual direcção é composta por: Eng.ºAntónio Samora em representação da Interlim -Genética Animal, Lda., Eng.º Alexandre Firmo e Eng.ºDavid Catita Daniel. Uma equipa constituída por gentenova e com formação na área que tem tudo para levara ACL para bons caminhos.

Novos Corpos Sociais da ACL eleitos para o triénio 2006-2008

O Decreto-Lei nº175/2005 de 25 de Outubro,estabeleceu as regras aplicáveis à receita, requisição eà vinheta médico-veterinárias normalizadas, bem como

ao livro de registo de medicamentos utilizados emanimais de exploração. Este diploma entrará em vigor apartir de 24 de Abril de 2006.

Livro de Registo de Medicamentos nas explorações pecuárias

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De acordo com a Portaria 254/2006, de 22de Fevereiro, é possível que os produtores daZona de Restrição da Língua Azul não sejampenalizados por sobre encabeçamentos, noâmbito dos compromissos assumidos pelascandidaturas à Reserva Nacional e Reserva

Específica. No entanto, esta possibilidade está limitada

ao encabeçamento da exploração multiplicadopor 0,5, devendo o valor assim obtido estar deacordo com as densidades permitidas na ReservaNacional e Reserva Específica.

Língua azul-encabeçamento/reserva nacional e específica

A próxima 19ª edição do Concurso Nacionalserá nos próximos dias 14-15 e 16 de Julho de2006, por ocasião da FACECO - Feira dasActividades Culturais e Económicas do Concelhode Odemira, em S. Teotónio - Odemira.

Por isso, marque desde já esta data na suaagenda de modo a poder vir apreciar mais de

130 exemplares de animais da raça bovinaLimousine das mais diversas faixas etárias.

Este é o concurso de bovinos de carne,realizado em território nacional, que conta com omaior nº de animais exposto, em que os animaissão todos conduzidos a ringue para julgamentodas diversas secções de idades.

XIX Concurso Nacional da Raça Bovina Limousine

De acordo com o Decreto-Lei nº202/2005de 24 de Novembro de 2005, todos osproprietários das explorações de bovinosexistentes até essa data são obrigados a procederao seu licenciamento até 31 de Dezembro de2008.

Os Proprietários das explorações bovinasdevem dirigir-se às Zonas Agrárias e requerer olicenciamento das suas explorações, onde lhesserá entregue um talão comprovativo dorequerimento desse licenciamento.

No entanto, até 24 de Junho de 2006, todosos proprietários das explorações de bovinos já

existentes à entrada em vigor do referidodecreto-lei são obrigados a proceder àdeclaração de actividade.

Para tal devem dirigir-se às Zonas Agráriascom os seguintes documentos: Bilhete deIdentidade, Nº Identificação Fiscal, Parcelário-modelo P1 e Registo de existências e deslocaçõesde bovinos.

Isto porque a declaração de actividade deexploração de bovinos é obrigatória,constituindo medida preliminar ao licenciamentodas mesmas.

Licenciamento das explorações bovinas

A ACL tem finalmente um lugar na maior bibliotecamultimédia actual, é só procurar a moradawww.limousineportugal.com, onde poderá encontrar

uma série de informações sobre a raça Limousine, aactividade da associação de criadores, os resultadosdos diversos concursos realizados nos dois últimos

Nova Página na Internet: www.limousineportugal.com

Os criadores terão de possuir um livro de registode medicamentos utilizados, por cada exploraçãopecuária e por espécie animal. Este livro de registo serásujeito à inscrição no momento da aquisição, e terá deser mantido actualizado durante um período de 5 anos,a contar da data da sua substituição ou da cessação da

actividade.O não cumprimento desta regra poderá ser motivo

para contra-ordenação, prevista no próprio diploma. Eestes registos poderão vir a ser solicitados aquando docontrolo da Condicionalidade das ajudas no âmbito da"Segurança Alimentar/Rastreabilidade". .

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As condições para a manutenção do estatutode indemne ou oficialmente indemne debrucelose de um efectivo bovino, são:

Realizar anualmente um programa de provas com resultado negativoE, qualquer bovino com mais de 12 meses de idade que entre no efectivo, proveniente deoutro efectivo com estatuto sanitário igual ou superior, deve apresentar um resultadonegativo no teste de Rosa Bengala (RB) e deFixação de Complemento(FC), efectuado du-rante os 30 dias anteriores à sua introduçãono efectivo(teste de pré-movimentação)

Esta medida deve ser aplicada a todos os animaisda espécie bovina com mais de 12 meses de

idade, destinados à reprodução, sempre que setrate de reposição de efectivos indemnes ouoficialmente indemnes ou em todos os casos derepovoamento de vazios sanitários.

A condição para que um efectivo bovinoconserve o estatuto de oficialmente indemne detuberculose é que:

Para além do disposto na leiNão tenham sido introduzidos no efectivo animais, ouTendo sido introduzidos animais, estes tenham reagido negativamente à prova de

intradermotuberculinização de comparação,efectuada nos 30 dias anteriores à data da suaintrodução no efectivo (teste de pré-movimentação).

Testes de pré e pós-movimentação/programade erradicação da Tuberculose e Brucelose Bovina

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anos, fotos diversas e no futuro vários artigos técnicosdo interesse de todos os criadores de bovinos, e emespecial dos criadores de bovinos da raça Limousine.

Ficamos à espera da sua visita, e do seu contributo

através de sugestões e fotos, as quais poderão serenviadas para o mail: [email protected].

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Como sabem, desde hámuitos anos que os criadores daregião autónoma dos Açoresansiavam por ver os animais poreles criados inscritos no Herd-Book Português da RaçaLimousine - HBL. No entanto, talsó se tornou realidade desde oano transacto após se terestabelecido em 31 de Janeiro de2005 um protocolo entre ACL -Associação Portuguesa deCriadores da Raça BovinaLimousine, DGV - Direcção Geralde Veterinária e DRDA - DirecçãoRegional do DesenvolvimentoAgrário dos Açores. Esteprotocolo, vem possibilitar oregisto de animais nascidos naRegião Autónoma dos Açores noHBL assim como a execução doControlo de Performances emExploração de animais até aodesmame das explorações que orequeiram, tal como já acontecenas explorações do continentedesde 1994.

Assim, ao longo de 2005 oSecretário Técnico do HBLdeslocou-se por três vezes aosAçores onde visitou os produtoresde Limousine, sempreatenciosamente acompanhadopor técnicos do SDA (Serviço deDesenvolvimento Agrário) de cadailha envolvidos.

As ilhas visitadas foram:Terceira, Santa Maria, Faial,Graciosa, S. Jorge, Flores eCorvo. Nestas ilhas, os criadoresmostraram muito interesse emproduzir e melhorar a raçaLimousine por aquelas paragens.Ao todo, aderiram ao Herd-BookLimousine 20 criadores destaRegião Autónoma, o quemanifesta bem a adesão einteresse naquela zona, muitoembora o número de animaisinscritos seja ainda reduzido.Encontram-se neste momentopouco mais de 100 vacas

reprodutoras registadas, sendo asilhas de Santa Maria e Terceiraonde se encontram maior númerode animais. Temos a convicçãoque este número irá subir bastantedentro dos próximos anos poisestamos agora no início dotrabalho, uma vez que comoreferimos só desde o ano passadoos animais podem ser registadosno Livro Genealógico com a

regularidade desejável.O interesse ficou

demonstrado pelo facto de aindadurante o ano de 2005 oscriadores açorianos teremadquirido no continente 9reprodutores de alto gabarito.Todos eles partiram do Alentejo: 5dos quais rumaram para SantaMaria, um outro foi para o Faial,outro para as Flores, outro para aGraciosa e finalmente ainda outropara a ilha Terceira. Houve aindaum produtor de Santa Maria queadquiriu um macho e duas fêmeasem França. O macho, obteve aqualificação de "ReprodutorEsperança-RE" na Estação deQualificação de Reprodutores deLanaud em Limoges.

Do lote que partiu doAlentejo todos eram qualificadosReprodutores Esperança-RE, mas,

ainda assim, foram escolhidos deentre os melhores que seproduzem no continente. Foramseleccionados animais filhos dereprodutores conhecidos nocontinente como sejam o touroRuben, Suricate, Talisman, Rex,Liege, Oeillet e Highlander (tourode inseminação artificial). Temosno entanto que realçar aqualidade extrema do novilho quepartiu com destino à Terceira(Verdigod). Foi adquirido pelo Sr.Valdemiro Cota ao Sr. José MariaPacheco dos Reis, que todosconhecemos. Trata-se de umanimal com um desenvolvimentoesquelético muito elevado,profundo e com uma bacia muitocorrecta e larga, ou não fosse elefilho do touro Oeillet que já deumostras de produzir os melhoresreprodutores do país, além de elepróprio, se apresentar como umreprodutor extraordinário. O pesomédio dos filhos deste touro aossete meses é 342Kg, os quaisatingem a média de notas aodesmame de DM =70, DS =72 eAF =66.

Já em 2006 até a data defecho desta revista já entraram nosAçores mais 50 novilhas nascidasno Alentejo, as quais rumarampara a ilha Terceira. Também paraa mesma ilha foram importadosdois machos oriundos de Françacom qualificação de "ReprodutorEsperança-RE", obtida na Estaçãode Qualificação de Reprodutoresde Lanaud.

Arquipélago dos AçoresContinua a apostar na Raça Limousine

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Touros disponíveis para Inseminação Artificial em 2006TOUROS ACONSELHADOS QUALIDADES MATERNAIS TOUROS ACONSELHADOS APTIDÕES CÁRNICASPHLOX 1607911599 IQM 101 FN 96 RÉMIX 1717626948 IABjbs 106 FN 111OZEUS 1519127770 IQM 108 FN 97 RÉTIAIRE 1931028902 IABjbs 105 FN 89PATOCLE 1200097968 IQM 114 FN 95 RIA 1201088095 IABjbs 116 FN 85ON-DIT 3615069746 IQM 109 FN 92 ROUSEILHOU 901008702 IABjbs 114 FN 76NEUF 2297004114 IQM 102 FN 97 PAVANEUR 1200097962 IABjbs 98 FN 103NÉOPHIN 1298181846 IQM 113 FN 107 MUSLÉOR 2296004184 IABjbs 107 FN 101OBIWAN 4899032237 IQM 108 FN 101 OSEKI 5703114236 IABjbs 115 FN 97MOZART 1996019196 IQM 114 FN 91 OXINE 1930388159 IABjbs 101 FN 102IONESCO 3693000206 IQM 106 FN 95 MENDEL 1996013332 IABjbs 102 FN 98

NUMINO 1997002086 IABvbs 103 FN 101TOUROS QUALIFICADOS AUTORIZADOS PARA IA PAX 1930369163 IABvbs 115 FN 99PALACE-MN 1930398629 ISEVR 123 FN 108 OBJAT 1930299413 IABvbs 108 FN 104RAMDAM-MN 8708880253 ISEVR 139 FN 95 OKAPI 1598072986 IABvbs 105 FN 114RHUM-MN 3566421939 ISEVR 111 FN 89 PLACIDE 1930318234 IABvbs 102 FN 113SIMON-MN 1201072904 ISEVR 128 FN 123 POÉTIX 1930521959 IAB vbs 114 FN 86STAR-MN 2302612261 ISEVR 125 FN 97 ROCKSTAR 1930599372 IABvbs 106 FN 96

NNOOTTAA:: estão aqui listados os touros disponíveis para inseminação artificial divulgadospor SERSIA FRANCE para 2006. Estão agrupados em três categorias conforme sãoqualificados pela transmissão de "Qualidades Maternais" ou pela transmissão de"Qualidades Cánicas" ou ainda pela sua "Qualificação sob descendência emexploração".Os touros, são avaliados segundo vários parâmetros mas, para simplificar,apresentamos aqui apenas alguns índices que explicamos abaixo muitoresumidamente. Os índices são todos de base 100, o que significa que 100 é a médiado parâmetro (quanto mais acima de 100 melhor). Para mais esclarecimentos, oupara receber o catálogo de touros IA, não hesite em contactar a ACL.FFNN - Índice que traduz a facilidade de nascimento dos descendentes.IIQQMM - Índice global que avalia a transmissão de qualidades maternais à

descendência e combina 4 índices (morfologia e crescimento; fertilidade; aptidão aoparto; incidência da mãe ao desmame).IIAABBjjbbss - Índice global que avalia as performances cárnicas da descendência ecombina 3 índices (peso de carcaça; conformação de carcaça; gordura interna).IIAABBvvbbss - Índice global que avalia as performances cárnicas da descendência ecombina 3 índices (peso de carcaça; conformação de carcaça; cor da carne).IISSEEVVRR - Índice global de descendência ao desmame que combina 4 índices (facilidadede nascimento; crescimento até ao desmame; desenvolvimento muscular;desenvolvimento esquelético).IIVVMMAATT - Índice global de valor maternal ao desmame que combina 5 índices (aptidãoao aleitamento; facilidade de nascimento; crescimento; desenvolvimento muscular;desenvolvimento esquelético).

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Actualmente questõescomo segurança alimentar,protecção ambiental e defesada saúde pública assumemreal destaque quando se refereo desenvolvimento da agri-cultura nacional e europeia.

Assim e de modo a ir deencontro a estas questões, foipublicado no passado dia 24de Novembro de 2005, oDecreto-Lei nº202/2005, queestabelece o regime jurídicodo licenciamento dasexplorações bovinas, tornandoobrigatório o seu l icen-ciamento, a partir de 24 deDezembro de 2005.

Assim sendo, e nestaprimeira fase os proprietáriosdas explorações bovinas,devem dirigir-se às zonasagrárias até ao próximo dia 24de Junho de 2006 paraprocederem à declaração deactividade. Para tal, devemlevar os seguintes documentos:Bilhete Identidade, Nº Identi-ficação Fiscal, Parcelário-P1 eRegisto de existências edeslocações de bovinos. Estadeclaração de actividade (Anexo I)é medida preliminar para oprocesso de licenciamentopropriamente dito, que deveráestar concluído até 31 deDezembro de 2008.

De seguida passamos adefinir as diferentes situações

existentes e como sãodenominadas em termos doreferido decreto-lei.As explorações bovinasclassificam-se, de acordo coma sua finalidade principal, em:

1.Produção de Leite2.Vacas Aleitantes3.Vitelos em viteleiro4.Recria e Acabamento5.Fins Lúdicos (ex. quin-

tas pedagógicas)

E de acordo com o seu sistemade produção, em:

Explorações de regimeextensivo: as que utilizamo pastoreio em todas asfases do seu processoprodutivo e cujo enca-beçamento não ultrapasseas 1,4 CN/haExplorações de regimesemi-extensivo: as que emárea coberta ou ar livreutilizem o pastoreio numaou mais fases do seuprocesso produtivoExplorações de regimeintensivo: as que em áreacoberta ou ao ar livre nãoutilizam o pastoreio emqualquer das fases doprocesso produtivo oucujo encabeçamento sejasuperior a 2,8 CN/ha

Quanto à sua dimensãotécnico-eeconómica, são con-

sideradas pequenas explora-ções bovinas aquelas ondesejam alojados, criados oumantidos, até:

50 Vacas de produção deleite e respectivo efectivode substituição100 Vacas aleitantes oudestinadas a fins lúdicos erespectivo efectivo desubstituição150 Bovinos de recria eacabamento

Assim e atendendo ao expostoanteriormente, as licenças deexplorações bovinas clas-sificam-se em:

Licenças de Tipo ATodas as explorações cujoefectivo total não exceda10 CNAs pequenas exploraçõescujo encabeçamento nãoexceda 5,6 CN/ha Todas as exploraçõesextensivas

Licenças de Tipo BExplorações de pecuáriaintensiva a partir de 500bovinos, ou a partir de 205bovinos, localizadas emzonas sensíveis

Licenças de Tipo CExplorações não enquadrá-veis nas alíneas anteriores

A concessão das licençasde explorações bovinas é dacompetência do Director-Geral de Veterinária. Sendo oprocesso de licenciamento dacompetência do directorregional de agricultura darespectiva área do assento delavoura.

Assim e para ocorrer aemissão dos diferentes tiposde l icença são necessáriosalguns pareceres, de acordocom o ilustrado no quadroseguinte:

Licenciamento de explorações bovinas

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Todos os pareceres serãorequeridos pela Direcção Regionalde Agricultura que tem prazos parao fazer.

Para além destes requisitosenunciados no quadro anterior, aemissão das licenças está tambémdependente do cumprimento derequisitos técnicos específicos, sãoeles:

Deter marca de exploraçãoatribuída pela Direcção Geralde VeterináriaCumprir com as disposiçõesreferentes à protecção dosanimais nos locais de criação(nº1 do Artº4º Do Dec.Lei64/2000, de 22 de Abril)Possuir instalações dotadas deestruturas apropriadas quepermitam proceder à carga edescarga dos animais dosmeios de transporte

Para as explorações debovinos leiteiros existem para alémdestes, ainda mais algunsrequisitos técnicos a cumprir quenão vamos aqui abordar.

As explorações de bovinosque procedam à valorizaçãoagrícola de efluentes pecuárioscomo fertilizantes ou correctivosorgânicos, e as exploraçõesintensivas e semi-extensivas queexerçam a sua actividade emzonas não sujeitas a legislaçãoespecial são obrigadas aapresentar um plano de gestão deefluentes.

Após a emissão da licença deexploração bovina, caso hajamodificação das condições daexploração que determinem aalteração da sua classificação, énecessário repetir todo o processode requerimento de licença.

Caso haja modificações nascondições da exploração mas quenão justificam a alteração da suaclassificação, estas alterações

devem no entanto ser declaradasna mesma à Direcção Regional deAgricultura no prazo de 15 dias dasua ocorrência.

*Regime especial: estãoisentas da observância das normasreferidas nos 2 parágrafosanteriores, todas as exploraçõesextensivas, bem como asexplorações cujo efectivo total nãoexceda 10 CN, desde que osencabeçamentos não ultrapassem5,6 CN/ha ou 4 CN/ha nasituação, respectivamente deinserção em sistemas deagricultura de 2 culturas regadas ede uma cultura regada anual.

Existem prazos a respeitar pelaDirecção Regional de Agricultura,após a recepção do requerimento,esta tem cerca de 8 dias parasolicitar os pareceres necessários.Estes pareceres consideram-sefavoráveis à concessão da licençade actividade da exploração, seapós 60 dias passados de teremsido pedidos, não tiverem sidoemitidos.No caso de decisão favorável aorequerimento de concessão dalicença, deve constar nanotificação, obrigatoriamente o nºde código correspondente aorespectivo licenciamento.Este código é composto por 13dígitos, correspondendo:

1º- Direcção Regional deAgricultura2º e 3º - Distrito4º ao 6º - Concelho7º e 8º - Freguesia9º ao 12º - ao nº deexploração, e o último ao tipode exploração.

A licença de exploração bovina éemitida em modelo próprio, talcomo ilustramos em seguida, noAnexo II.

Todas estas regras sãopuníveis com coimas, caso não severifiquem, que podem ir de

montantes de 250,00 Euros (casode pessoas singulares) até22.445,00 Euros (caso pessoascolectivas). Cumulativamente àscoimas podem ser aplicadassanções, tais como, perda deobjectos, interdição do exercício deuma actividade, privação do direitoou subsídio e outras, pelo períodode 2 anos.

Período TransitórioAs explorações de bovinos já

existentes à data de entrada emvigor do presente decreto-leidispõem de um prazo até 31 deDezembro de 2008 para concluírema adaptação das respectivasinstalações ao novo regime.

Casos especiais de licenciamentoO licenciamento dasexplorações bovinas jáexistentes à data da entradaem vigor do presente decreto-lei não está dependente documprimento das normasrelativas aos planos directoresmunicipais, bem como daexistência de licença deutilização das instalações.A ampliação, reformulação,ou ambas, da área edificada,para efeito de adaptação aoregime estabelecido pelopresente decreto-lei dasexplorações bovinas locali-zadas em zonas de ReservaAgrícola Nacional - RAN eReserva Ecológica Nacional -REN, antes da instituiçãodestes regimes, é autorizadaaté ao máximo de 20% daárea edificada, a qual nãopode ultrapassar 200 m2.

Por Eng.ª. Fátima Veríssimo(Engenheira Zootécnica)

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Requisitos NecessáriosParecer vinculativo da câmara municipal da respectiva área do assento delavoura e das autoridades ambiental, de saúde e ordenamento do territórioDeclaração de impacto ambientalParecer vinculativo da autoridade ambiental, podendo o director regional deagricultura, requerer os mesmos pareceres que para a emissão da licença tipo C

Emissão Tipo de LicençaC

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ANEXO IANEXO II

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Bem-Estar animal - Transporte de bovinos

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Nos nossos dias é prática comum falar-se no Bem-estar Animal, daí a importância de percebermos o quese entende por essa definição. Assim quando se falaem Bem-estar Animal é sempre tendo por base cincoliberdades, que são:

Ausência de fome e sede: através do acesso aágua e a uma dieta que mantenha a saúde e ovigor dos animaisAusência de dor, ferimentos ou doença: atravésda prevenção, diagnóstico precoce e tratamentorápidoAusência de desconforto: através de um ambienteapropriado, incluindo abrigo e uma área dedescanso confortávelLiberdade de expressar comportamento normal:proporcionando espaço suficiente, instalaçõesapropriadas e companhia de animais da mesmaespécieAusência de medo ou sofrimento: assegurandocondições para existirem alojamentos, maneio epessoal devidamente qualificado de forma a evitarmedos e sofrimentos desnecessários.

Daqui facilmente se conclui que o Bem-estarAnimal está dependente de um bom maneio e de umacorrecta planificação da exploração. E por sua vez, omaneio dos animais e a forma como são tratadosimplicam fortemente a sua produtividade econsequentemente o rendimento final das exploraçõespecuárias.*BEM-ESTAR ANIMAL + BOM MANEIO+PLANIFICAÇÃO

EXPLORAÇÃO=MAIOR PRODUTIVIDADE

O Bem-estar Animal é observado através documprimento de um determinado número de regrasnos mais diversos âmbitos, como sejam:

TransporteAlimentação e AbeberamentoIdentificação animalSanidade animal (parasitas, coxeira, descorna,tetos extra, etc)Alojamentos (ventilação, iluminação, equipa-mentos, cercas e sebes)Limpeza e desinfecçãoPisos e camasReprodução (acasalamento natural, inseminaçãoartificial, gravidez e parto, mamites, ordenha)

Nesta edição vamos apenas falar sobre otransporte de animais, mais especificamente dotransporte de bovinos.

Graças à União Europeia, a legislação queprotege os animais durante o transporte em territórioeuropeu tem evoluído. Em Dezembro de 2004, aUnião Europeia adoptou um novo regulamento queentrará em vigor a 5 de Janeiro de 2007. Esteregulamento identifica a cadeia de todos os agentesenvolvidos no transporte de animais, e define asresponsabilidades de cada um desses agentes. Istoporque é reconhecido por todos que grande parte dostress imposto aos animais ocorre aquando da carga edescarga, e por conseguinte é imperativo impor regrasrelativas às situações antes e depois do transporte.

No entanto, e até lá é no DL nº294/98 de 18 deSetembro, que estão definidas as condições em que sedeve processar o transporte de animais.

1.Aptidão dos animais para o transporteNenhum animal deve ser transportado sem queesteja apto para realizar a viagem prevista e semque tenham sido tomadas medidas adequadas paraque seja tratado durante a viagem, e à chegada aolocal de destino.Não são considerados aptos para o transporte:

Os animais gravemente doentes ou feridosUm animal incapaz de se mover por si própriosem sofrer Um animal que apresente um ferimento grave ouum prolapsoOs animais que se encontrem em avançadoestado de gestação e que possam parir duranteo período de transporte.Os animais que tenham parido há menos de 48horas.Os animais recém-nascidos cujo umbigo nãoesteja ainda completamente cicatrizado.

Quaisquer animais que fiquem doentes ou feridosdurante o transporte devem receber os primeiroscuidados logo que possível, sendo eventualmentesubmetidos a tratamento veterinário adequado e, senecessário, abatidos de urgência, de forma a serempoupados a sofrimentos desnecessários. O animalpode ser conduzido para o matadouro maispróximo se isso não acarretar sofrimento adicional.No caso especifico das vacas leiteiras, empercursos muito grandes, estas devem serordenhadas com intervalos de cerca de 12 horas,mas que não excedam 15 horas.

2. Conformidade dos veículosViagens de menos de 8 horas

Espaço suficiente entre as cabeças dos animais eo piso superiorOs animais não devem poder escapar-seOs veículos devem ser concebidos de forma aprevenir os ferimentos ou sofrimentos evitáveisO piso deve estar coberto por uma cama ou

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estar equipado com um sistema que permita aabsorção dos dejectos.

Para a carga e descarga, devem ser utilizadaspontes, rampas ou passarelaOs veículos devem ser concebidos emanobrados de forma a garantir a protecçãodos animais contra as intempéries e as grandesvariações de clima.Os animais não podem ser transportados entreos eixos.Para além de 8 horas, os animais devem poderser abeberados, alimentados e, se necessário,descarregados antes da chegada ao destino

Viagens de mais de 8 horasCama obrigatória.O camião deve transportar quantidade suficientede alimentos para os animaisO veículo deve estar equipado com um sistemade ventilação que possa ser utilizado quando ocamião estiver parado ou em movimento. Paratal, deve-se verificar se as ventoinhas funcionamcorrectamente antes da partidaNa ausência de ventilação mecânica, o veículodeve poder garantir uma temperatura entre 5° e30° CPara o efeito deve estar equipado com umsistema de controlo da temperaturaDevem estar instaladas divisórias amovíveis a fimde dividir os animais por tipo, dimensão enúmero razoável.Em qualquer momento deve ser possível acedera todos os animais a fim de poder inspeccioná-los e ministrar-lhes todos os cuidadosadequados.

O camião deve estar equipado com um sistemaque permita dar de beber aos animais, adaptadoà espécie transportada.O dispositivo de abeberamento deve ter umacapacidade correspondente às necessidades dosanimais:Vaca Adulta - 40 litros /água/diaVaca lactante -180 litros/água/dia

No caso dos vitelos devem existir tetinas paraque possam chupar.Deve-se verificar se o sistema de abeberamentoestá a funcionar antes do início da viagem.O veículo deve dispor de um dispositivo quepermita a ligação a um escoamento de águasdurante as paragens. Se o veículo dispuser dos equipamentos quepermitem fazer viagens longas, os animaispodem viajar mais de 8 horas desde que sejamrespeitados os seguintes tempos deabeberamento, de alimentação e de repouso:

3. Densidades de carga e condições de transporteA directiva europeia prevê densidades máximas decarga para as principais espécies de animais decriação, consoante o modo de transporte(rodoviário, marítimo, aéreo ou ferroviário) e opeso médio dos animais.Para verificar a densidade, é necessário conhecer:

A superfície total disponível para os animais emm2 - AO número de animais - NO peso da carga em quilogramas - L

Um exemplo: Um camião contém 35 bovinos (N) cujopeso de carga é de 12.560 kg (L). Os animais sãocarregados numa superfície total de 24 m2 (A).Superficie por animal Y = 24 m2/35 = 0,686 m2Peso médio por animal W = 12.560 kg/35 = 359 kg**A superfície mínima prevista pela directiva para um

bovino de 325 kg é de 0,95 m2

Conclusão: o camião está demasiado pesado.O que se passa se a densidade de carga não forrespeitada?

O motorista poderá ser multado.Os serviços de controlo decidirão se os animais:

-Devem ser descarregados perto do local do controlo

-Podem continuar imediatamente a viagem-Devem regressar ao ponto de partida

A fim de evitar o esmagamento, as lutas ou o medo,os animais devem, habitualmente, ser separadospor espécie, sexo e categoria de tamanho.

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-1ª fase de transporte: 9 horasno máximo/1 hora de repousono mínimo, com abeberamento-2ª fase de transporte: 9 horasno máximo/24 horas derepouso, descarga dos animais,abeberamento e alimentação

-1ª fase de transporte: 14horasno máximo /1 hora de repousono mínimo, com abeberamento-2ª fase de transporte: 14horas no máximo/24 horas derepouso, descarga dos animais,abeberamento e alimentação

Animais nãodesmamados (vitelos). Bovinos adultos

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Os adultos devem ser separados dos jovens, àexcepção das crias que viajem com a própria mãe.Os machos adultos devem ser separados dasfêmeasOs animais devem poder manter-se em pé na suaposição natural e devem dispor de espaço suficientepara se deitar.

Se os animais estiverem presos, devem poderalimentar-se, deitar-se e beber. Os animais nãodevem ser presos pelos cornos ou pelos anéisnasais.

4. Documentos que acompanham os animaisAs empresas de transporte de animais vivos devemobter uma licença concedida por um Estado-Membro da União Europeia. Cada Estado-Membrodispõe de um organismo responsável pela emissãodestas licenças.

Os animais devem ser acompanhados por umaguia de marcha se o transporte for superior a 8horas e se, durante a viagem, for transposta umafronteira. As transportadoras devem certificar-se de que osseus motoristas dispõem de formação específica oubeneficiam de experiência prática equivalente paratransportar os animais e ministrar-lhes os cuidadosnecessários. Cada Estado-Membro aprovou sançõesadministrativas e penais aplicáveis em caso deviolação da legislação relativa à protecção dosanimais durante o transporte.As transportadoras podem perder a licença obtida.

Relembramos que esta é a legislação que seencontra em vigor até 2007, e que a partir dessa dataas regras a cumprir serão ainda mais rígidas. Noentanto, parece-nos que sendo o objectivo minimizarao máximo o stress sofrido pelos animais aquando dotransporte, todos os esforços devem ser feitos. Edevemos todos nós, intervenientes neste processo,esforçarmo-nos para que os direitos dos animais sejamcumpridos de acordo com as 5 liberdades inicialmentereferidas.

Por Eng.ª. Fátima Veríssimo(Engenheira Zootécnica)

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Caixa de Crédito Agrícola2 Balcões ao seu Dispor

Ferreira do Alentejo e Alvito

Uma Instituição de Crédito que lhe prestaum serviço completo

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Instrumentos de apoio aos Associados(um exemplo concreto)

IInnttrroodduuççããooUma Associação de Criadores, seja ela a ACL ou

outra qualquer tem como objectivo básico apoiar osseus associados. Este objectivo passa por tarefas quenão são visíveis na maioria das vezes, e, ainda mais,num país como o nosso, em que é muitas vezes maisimportante o que brilha, embora ineficiente, do queaquilo que é invisível, mas que pode contribuir para oaumento da eficiência. Não sendo o anteriormentecitado uma "letra" de um fado é, no fundo, umafatalidade da produção animal bem conhecida detodos nós, chegando a desmoralizar aqueles queentram no sector cheios de ilusão e inibindo outros, pora experiência lhes dizer, que não vale a pena perdertempo a reclamar. Serve este intróito para dar corpo ejustificação para o presente artigo.

JJuussttiiffiiccaaççããooOs elementos de campo da ACL (a designação é

mais elogiosa do que se possa pensar), ao longo dasacções levadas a cabo durante anos e distribuídas porlarga área do território nacional, coleccionaram narespectiva mente todo um manancial de interrogações,que mais tarde tentaram desarticular de modo a auxiliaros criadores, mesmo sem que estes alguma vez tenhampedido ajuda. Estamos perante um exemplo do taltrabalho invisível, mas que é útil e na maioria das vezeseficaz.

Noutras situações houve um sentimento denecessidade de ajuda expresso pelos próprios criadoresda ACL, que os ditos elementos de campo, na devidaaltura, apoiaram ou documentaram-se e mais tardeajudaram.Houve alturas, decerto, que nem uns nem outrosficaram satisfeitos!

A Universidade de Évora através do seudepartamento de Zootecnia, sempre se manifestoudisponível para apoiar as Associações, nunca com aideia de fazer curriculum com a informação geradapelos elementos de campo, mas dando indicações(nunca receitas) para tentar resolver situações muitoconcretas ou aquelas que se perspectivassemproblemáticas para os criadores ou própria associação.Passámos algumas vezes: Universidade e ACL;discutindo procedimentos técnicos úteis para oscriadores, nem sempre com resultados práticos demonta, talvez por julgarmos, inconscientemente, que oscriadores teriam tempo para estudar estatística,melhoramento animal, técnicas informáticas, um nãosei quê de temas que nós todos os dias e até váriasvezes por dia manipulamos e analisamos (a razão deexistirmos como assalariados de um centro de ensino,investigação e apoio à Comunidade). Mas aspreocupações dos criadores são outras: têm de investir(o dinheiro não está fácil); tem de acreditar (que não

haverá secas nem geadas, nem língua azul); tem dezelar e investir os seus lucros pela tão apregoadasustentabilidade (a maioria das vezes sempre o fizeramcom lucro zero, mas nunca foram recompensados); e,encurtando ideias, tem de ser eficientes (que pelomenos um euro se possa transformar num euro e algunscêntimos. O problema é a dimensão desses cêntimos.).

Como se entende, estamos a focar aspectos quejustifiquem este artigo e não a escrever um tratado.Assim, o assunto que iremos focar será de âmbito muitoespecífico, e que se insere num dos objectivos ouvontade dos elementos de campo, que gostariam de verconcretizados, de modo a apoiarem directamente oscriadores, para que estes não perdessem tempo, nãoachassem escusado a informação que lhes chega etivessem uma possibilidade igual aos seus colegas deoutros países de entenderem porque determinadoanimal é bom ou razoável ou um "canastrão", usandoos mesmos instrumentos que esses outros.

MMeettooddoollooggiiaaUm protocolo existente entre a Universidade de

Évora (Departamento de Zootecnia) e a direcção daACL, permitiu uma análise detalhada da informaçãodisponível, em termos de avaliações genéticas ezootécnicas, com o objectivo (e apenas esse) de maistarde dar apoio directo aos associados, através daacção dos elementos de campo. A população debovinos Limousine controlada pela ACL, gerou dadosque foram tratados com base em programasinformáticos, de acesso e utilização mais ou menosfácil, um de natureza matemático-estatística, caso doNCSS (2001), outro mais adequado à área genética,aplicando o modelo animal - BLUP, usando umprograma informático específico, neste caso oMTDFREML (1995).

Entretanto, foi concebido um programa informático(fig 1), desenvolvido numa linguagem acessível, oCLIPPER que, embora para alguns esteja fora do tempo,contínua a ser, do nosso ponto de vista, eficiente,permitindo-nos utilizar a "enormidade" de informaçãoestatística e genética, num conjunto de informação fácilde entender e ajustada às tais necessidades doscriadores da ACL: - análise e gestão da população, daexploração ou de reprodutores com base nos valoresactuais e prognosticáveis da consanguinidade e/oucom base nos respectivos valores genéticos preditos eperspectivação do valor da descendência.Paralelamente, foi testada a utilização de índices, àsemelhança dos criados pela Limousine Francesa,sendo os argumentos justificativos os seguintes:a) os objectivos de selecção da ACL são os mesmos quelevam um criador a ir comprar um reprodutor a França,tendo por base os índices de selecção por elesimplementados e, portanto, porquê não utilizá-los em

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Portugal até haver informação fidedigna nacional? - quantasvezes não ouvimos um criador dizer para outro: … "este meunovilho, adquirido em Limoges, tem um ISevre de x e umIVmat de y";b) um forte desejo dos elementos de campo para darresposta às solicitações dos criadores para os ajudaremna escolha de reprodutores, refugo de animais e análisecrítica sobre o nível da vacada, etc..O programa informático, denominado ACLZGENE,inclui duas vias de acesso, uma dirigida para o global(a ACL) e outra para o particular, um determinadoassociado. Em sequência dois níveis de tratamento eanálise, um sobre consanguinidade e outro sobre avalorização genética e zootécnica, terminando semprena possibilidade de visualização no monitor, impressãoem papel ou armazenamento em arquivo informático(fig. 2).De um modo sintético as possibilidades de informaçãogeradas pelo programa passam por:

A - Aspectos Relativos à Consanguinidade (fig. 3):- Relatório por Associado (animais consanguíneos

e taxa média);- Projecção de consanguinidade;

- Descendente do par: vaca, touro;- Determinado touro numa determinada

vacada;

B - Valorização Genética:- Relatório individual (de âmbito genético e

zootécnico);- Projecção da valorização genética (fig. 4):- Descendência ao utilizar touro x e vaca y;- Descendência ao utilizar touro x numa vacada;

- Relatório geral (da ACL) ou por Associado (fig. 5):

- Valores médios;- Animais Superiores;- Animais Inferiores;

- Touros;- Vacas;

- Globalmente;- Em diferentes percentagens;

As variáveis disponíveis para os relatório, são deduas naturezas, uma do foro reprodutivo e produtivo

(zootécnicas) e outra do foro do melhoramento animal,úteis todas elas para o maneio da decisão e gestãotécnica, ajudando a seleccionar os melhoresreprodutores ou eliminando ou menos produtivos (fig.6).

Para uma melhor compreensão, iremos indicarquais são e o respectivo significado das variáveistratadas e utilizadas para gestão técnica:I - Variáveis puramente zootécnicas:

- Peso ao nascimento (associado à facilidade oudificuldade de parto);- Peso ajustado à idade de 120 dias (capacidade leiteira);- Peso ajustado à idade de 210 dias (peso aodesmame e potencial de crescimento);- Desenvolvimento muscular (ao desmame eassociado ao potencial de engorda);- Desenvolvimento esquelético (ao desmame eassociado à conformação);- Aptidão funcional (facilidade de movimentos,ligações, aprumos, etc., ao desmame);- Nota global (ao desmame e associado à condiçãoe maneio);- Intervalo entre partos (eficiência reprodutiva)

II - Variáveis do foro genético (com informação darepetibilidade ou nível de confiança, número dedescendentes, número de explorações ou ligações ecom indexação com uma base dinâmica apoiada nosdesvios estandardizados em relação à média dosúltimos 5 anos, neste caso de 2000-2004):

- Peso nascimento (directo; maternal e indexado);- Peso ajustado aos 120 dias (directo, maternal e

indexado)- Peso ajustado aos 210 dias (directo, maternal eindexado);- Desenvolvimento muscular (directo e indexado);- Desenvolvimento esquelético (directo e indexado);- Aptidão funcional (directo);- Índice ao desmame (vulgo ISevr, tendo comoobjectivo o de não aumentar o peso ao nascimento;aumentar o desenvolvimento muscular e velocidadede crescimento até desmame; além de um aumentolimitado do desenvolvimento esquelético);- Índice do valor maternal ao desmame (vulgoIVmat, com o objectivo de não aumentar o peso aonascimento; aumentar a capacidade maternal

Fig. 1 - Capa do programa ACLZGENE. Fig. 2 - Menu principal do programa ACLZGENE. Fig. 3 - Aspectos relativos à consanguinidade

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através da totalidade do efeito maternal aodesmame e metade do efeito directo ou velocidadede crescimento; além de igual objectivo para odesenvolvimento muscular e esquelético, comofocado anteriormente.);- Intervalo entre partos (directo).

CCoommeennttáárriiooss ffiinnaaiissEste programa foi "alimentado" com os resultados

das análises de valorização genética com base nainformação da ACL até final do ano de 2005. De futuroa periodicidade será aquela que a ACL conseguir emtermos de resposta ao armazenamento da informaçãode campo e, do nosso ponto de vista, apontaríamospara um esquema anual.

Por outro lado, não se tratando de um Catálogo dosReprodutores, como o já existente, é simplesmente uminstrumento de apoio à produção, que os elementos decampo da ACL, poderão usar com vantagem, por nosparecer que a informação veiculada é de fácilinterpretação pelos criadores, para atitudes de maneioem termos de emparelhamentos, refugo dereprodutores, construção de núcleos por potencialprodutivo, escolha de animais de substituição,valorização de determinados reprodutores, confiançapara o comprador, etc. A imaginação nunca seesgotará, assim os elementos da ACL ou os criadores oqueiram!

Prof. Carlos Roquete(Universidade de Évora - Departamento de Zootecnia)

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Fig. 4 - Aspectos relativos à valorização genética. Fig. 5 - Menu dos relatórios possíveis de gerar peloACLZGENE.

Fig. 6 - Relatórios específicos para variáveis disponíveis.

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A raça Limousine tem comocaracterística principal um elevadopotencial genético para avelocidade de crescimento. Noentanto, para que um animalpossa expressar todo o seupotencial genético, necessita decondições óptimas proporcionadaspor um maneio adequado. Para oprodutor, o maneio, além de serum conjunto de operações quesão efectuadas de forma rotineira,é também a forma como planificaa alimentação do efectivo (maneioalimentar) e a maneira comoprograma a reprodução ao longodo ano (maneio reprodutivo).Contudo, o maneio ambiental épara a maioria dos criadoresdesconhecido, e por issodescurado. Não obstante tal facto,principalmente nas raças de maiorpotencial genético, um maneioambiental desajustado podeacarretar, mesmo de formainaparente, diminuições apre-ciáveis na produtividade dosanimais.

O maneio ambiental pode serconsiderado como um conjunto deoperações realizadas ao longo doano que visam reduzir odesconforto dos animais face àsirregularidades climáticas.

Os factores climáticos, comoa temperatura, a humidade, aradiação solar, a chuva e o ventointerferem directamente na saúde eno desempenho produtivo dosanimais. Todos os animais têmuma temperatura corporal internaadequada e a manutenção dessatemperatura é a primeira

prioridade fisiológica, e écondição essencial para asobrevivência.

A estabilidade da temperaturacorporal, resulta do balanço entreo calor que o animal adquire doambiente exterior e o que produzinternamente relativamente aocalor que dissipa para o ambienteexterior.

Calor Produzido (metabólico) +Calor Adquirido = Calor Dissipado

± Calor Armazenado

O calor produzido resulta dosprocessos químicos decorrentes daingestão e digestão do alimento,da actividade física diária e dometabolismo celular. O calorproduzido deriva da necessidadedo animal manter as suas funçõesvitais que contabilizam asnecessidades de manutenção e asnecessidades de produção. Asnecessidades energéticas demanutenção são tanto maioresquanto maior a massa corporal.Ou seja, quanto maior for a massacorporal, maior será a produçãode calor do animal. Asnecessidades energéticas deprodução estão dependentes devários factores nomeadamente opotencial genético. Quanto maiorfor o potencial genético maioresserão as necessidades energéticase portanto maior produção decalor endógeno. Portanto, animaismais produtivos são normalmentemais susceptíveis a temperaturasmais elevadas.

O calor adquirido doambiente depende essencialmente

das variáveis meteorológicas comoa intensidade da radiação solar, atemperatura do ar, a humidaderelativa e a velocidade do vento.Durante o Verão, as elevadastemperaturas e a intensa radiaçãosolar fazem com que o animalarmazene uma grande quantidadede calor. Quanto maior for o calorarmazenado pelo animal, maioresforço terá este de realizar paraperder esse excesso de calor, o queorigina em muitos casos que oanimal tem de recorrer à reduçãodo seu próprio calor metabólico,com consequências negativas naprodutividade.

No Inverno ocorre ocontrário, as baixas temperaturas,juntamente com a chuva e o ventofazem com que o calor perdidotenda a ser maior que o somatórioentre o calor produzido e o caloradquirido. Frequentemente oarmazenamento de calor tende aser negativo. Neste contexto, osanimais têm então que minimizaras perdas de calor eeventualmente fazer um esforçosuplementar para acelerar a suaprópria produção de calor. Emambos os casos verificam-seineficiências no aproveitamento daenergia ingerida com reduçõesmais ou menos expressivas dosdesempenhos produtivos. Comefeito, os animais só conseguemapresentar produtividades con-sentâneas com o seu potencialgenético quando se encontramdentro de uma gama limitada detemperaturas, designada por zonade termoneutralidade.

A tolerância ambiental, tantoao frio como ao calor, é umacaracterística individual. Noentanto, factores como a espécie,a raça, o sexo, a idade e o estadonutricional, podem influenciar emmaior ou menor grau a formacomo os animais suportam o calorou o frio. Os bezerros porexemplo, são muito maistolerantes ao calor que os adultos,apresentando contudo uma maior

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Maneio Ambiental na Produção de Carne

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dificuldade em suportar baixastemperaturas, principalmente seconjugadas com chuva e vento.

A condição corporal doanimal também influencia a gamade temperatura em que este sesente confortável. Um animal maisgordo tem uma maior facilidadeem suportar temperaturas maisbaixas, devido ao efeito isoladorda gordura subcutânea. Esse factodetermina, por outro lado, umamaior dificuldade em suportartemperaturas mais altas.

O tipo de dieta e o nívelprodutivo propiciam diferentesníveis de tolerância ambiental.Uma ração com maior valornutritivo é aproveitada com maiseficiência para a produção, umavez que requer um menor esforçode digestão e de absorção, o queorigina uma menor produção decalor endógeno. Um animal maisprodutivo, alimentado conve-nientemente em quantidade equalidade, apresenta uma boatolerância ao frio, mas algumainaptidão para suportar astemperaturas mais altas que seconstatam no Verão.

O clima Mediterrânicoapresenta duas épocas em que éparticularmente importanteatender-se ao maneio ambiental.Durante o Inverno, o efeitoconjugado das baixas tempe-raturas com a chuva e o ventopodem provocar prejuízos naprodutividade, principalmente nosanimais mais jovens. Estascondicionantes climáticas além depropiciarem a ocorrência dedoenças, também interferemnegativamente na produtividadedos animais. Nestas condições obezerro vai ter que redireccionaruma boa parte da energia ingerida

para o aumento do metabolismocom o objectivo de produzir maiorquantidade de calor interno.Como consequência, quantomaior quantidade de energia forgasta para o seu próprioaquecimento, menos energia ficadisponível para fins produtivos,como por exemplo para ocrescimento.

Contudo, as situações maispreocupantes ocorrem no Verão,até porque passam maisfacilmente despercebidas aoprodutor. As elevadas tempe-raturas originam diminuições deprodutividade através da: I)diminuição da eficiênciareprodutiva; II) diminuição daeficiência da utilização doalimento; III) redução docrescimento. A taxa de fertilidadediminui quando a época decobrição coincide com os mesesde maior calor. Os tourosapresentam menor libido. Ostouros não perseguem as fêmeascom a normalidade e regularidadehabituais, permanecendo maistempo em repouso, procurandomais frequentemente as sombras.Mesmo que estes comportamentosadaptativos nos touros não sejamaparentes, podem verificar-separalelamente uma diminuição daqualidade do sémen, quer naconcentração espermática comono número de espermatozóidesviáveis.

Nas fêmeas, as altastemperaturas interferem directa-mente nos níveis de progesterona econsequentemente no ciclo éstrico.O período de cio diminui em cercade 50%. Esta redução do tempoem que a vaca está receptiva aotouro determina uma menorprobabilidade de ocorrência da

fecundação. Devido a alteraçõeshormonais e à alteração do fluxosanguíneo para o útero há umamaior probabilidade de ocorreremabortos precoces com influêncianegativa no intervalo entre partos eno balanço reprodutivo.

A elevada temperaturaambiente condiciona o normalcrescimento dos animais, uma vezque origina uma redução dotempo dispendido a pastorear,com períodos de inactividade maislongos, que determina umadiminuição mais ou menosacentuada do consumo dealimento e da quantidade deenergia disponível para ocrescimento. A diminuição davelocidade de crescimento étambém o resultado da diminuiçãodos níveis das hormonas da tiróidee da hormona do crescimento.

Devido à interferência dascondições térmicas no desem-penho dos animais a questão quese coloca é: Como é que oprodutor pode contribuir para ummelhor bem-estar dos seus animaise potenciar a produtividade dosanimais?

Durante o período em queocorrem temperaturas mais baixaso maior cuidado deve centrar-seprincipalmente nos animais maisjovens, enquanto nas épocas dealtas temperaturas deve dar-separticular atenção ao maneioambiental dos animais adultos.

O produtor deve tentarminimizar os efeitos negativos dasbaixas temperaturas, as quaisconjugadas com a chuva e o ventooriginam um elevado desconforto.Devem existir abrigos que possamalbergar os animais mais jovens deforma a atenuar os efeitosadversos das variáveis meteoroló-

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gicas. A colocação de abrigos,

sebes ou corta ventos em locaisbem drenados e dispostos deforma a interceptar os ventosdominantes é uma medidaadequada. Desta forma, o animalnão perde tanto calor comodiminuem os efeitos prejudiciais daincidência do vento na superfícieda pelagem. A influência dachuva, por si só, é menosprejudicial que a do vento. Noentanto quando o vento e a chuvacoexistem verifica-se umdesconforto acentuado comperdas significativas nos ganhos depeso e uma maior incidência depatologias do foro respiratório.Assim, sempre que se pretenderconstruir abrigos, é importanteprever a existência das parteslaterais. Os animais jovens devempoder exibir os comportamentosadaptativos adequados, visandouma redução da perda de calor.Deve-se privilegiar os lotes com omaior número de animais epossibilitar que estes animaistenham acesso a locais secos emais abrigados do vento.

O maneio alimentar tambémdeve ser reajustado, promovendoo aumento proporcional dealimentos mais calorigénicos nasdietas, designadamente alimentosde pior qualidade. A incorporaçãonas dietas de uma maiorquantidade de feno de piorqualidade ou mesmo de palha vaifazer com que o animal produzamais facilmente o calor internonecessário para fazer face àsbaixas temperaturas. Desta forma,aumenta-se a eficiência deutilização do alimento, uma vezque se fornece alimento de piorqualidade mais apropriado para

produzir calor, evitando que oanimal utilize alimento de melhorqualidade e mais caro(concentrado) com o propósito dese aquecer. Durante o Inverno, osuplemento de palhas ou dealimentos afins é uma estratégiaadequada, pois o animal jovempermanece correctamente alimen-tado e a dieta mais barata éaproveitada mais eficientemente.

Durante o período de Verão,com as temperaturas maiselevadas, são os animais adultosque exibem maiores níveis dedesconforto. O maneio ambientaldeve, por isso, ser tambémreajustado, optando por medidasque facilitem a perda de calor ouque diminuam a aquisição decalor por parte dos animais. Aprotecção contra a radiação solaré um factor essencial. A existênciade sombras, naturais ou artificiais,é imprescindível para amanutenção de um confortosatisfatório.

Quando as vacas pastoreiam,devem dispor de sombras de boaqualidade e em quantidadesuficiente. Durante as horas maisquentes do dia, se todos osanimais não puderem permanecerà sombra sem estarem demasiadoaglomerados, devem ser provi-denciados novos espaçossombreados. As árvores sãonormalmente sombras adequadas,principalmente aquelas cujo troncoé alto e as copas são largas.Sombras baixas são poucoprocuradas pelos bovinos porserem menos eficazes nadiminuição do desconfortotérmico. Sempre que houvernecessidade de construir locaissombreados, as redes sombra a80%, dispostas a pelo menos 3

metros do chão, são uma soluçãosatisfatória e barata. A construçãode estruturas com telhado comchapas de zinco pode providenciarsombras de boa qualidade setiverem mais de 3 metros de alturae principalmente se as chapas dezinco forem pintadas de branco naparte de cima e de preto na partede baixo. Quando se efectuamengordas com animais confinadosa necessidade de sombra éimperiosa. No Alentejo, durante operíodo de Verão, foi estudada avelocidade de crescimento denovilhos da raça Limousinecolocados uns em parques comsombreamento e outros emparques sem sombra. Os animaisque estavam nos parques comsombra apresentaram ganhosmédios diários de peso 35%superiores.

A disponibilidade de água éessencial. No entanto, deve serdada atenção à distribuição elocalização dos bebedouros. Osbebedouros devem estarcolocados próximos ou nos locaisonde os animais descansam nashoras mais quentes do dia. Dessaforma, os animais podem irbebendo nas horas de maiordesconforto térmico sem terem quefazer grandes caminhadas ao sol,o que contribui para um alíviomais rápido dos efeitos do calor.Esta situação faz com que opastoreio se reinicie mais cedo,com repercussões positivas noconsumo de alimento. Osbebedouros devem ficar à sombra.A água em bebedouros som-breados apresenta frequentementetemperaturas inferiores em cercade 5 a 6 graus. A menortemperatura da água nosbebedouros influencia a produ-

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tividade dos animais. Váriasexperiências realizadas, durante oVerão, em diferentes locais, têmevidenciado que os animais quebebem água mais fresca 3-4 grausevidenciam ganhos de peso 10-15% superiores. Deve ser dadaaos animais a possibilidade depoderem evidenciar o seucomportamento adaptativo valo-rizando o pastoreio nocturno.

O maneio alimentar tambémdeve ser ajustado. O tipo desuplementação a fornecer deve seradequado à estação do ano. NoVerão, o fornecimento de palha éclaramente desajustado e deve serencarado como o último recurso.A palha vai fazer com que oanimal produza mais calor interno,o que em conjunto com a elevadatemperatura ambiente originanecessariamente um aumento dodesconforto e uma redução daingestão. Será preferívelsuplementar com um pequenoacréscimo na quantidade deconcentrado, ou alternativamentefornecer silagem ou feno demelhor qualidade.

Face a tendênciageneralizada para uma reduçãoda ingestão durante o Verão, seráconveniente aumentar aconcentração energética eproteica da suplementação. Será

assim mais fácil suprir asnecessidades para a manutenção,para a reprodução e para ocrescimento. Por outro lado, umadigestão mais fácil e mais rápidadetermina uma menor produçãode calor interno, que origina ummenor desconforto para o animal.A palha deve assim ser guardadapara ser fornecida durante osmeses mais frios de Inverno.

O suplemento de minerais aolongo do ano e particularmente noVerão é uma medida que contribuipara o aumento da eficiência dautilização do alimento e originabenefícios nos parâmetrosreprodutivos.

A produção da raçaLimousine, num clima do tipoMediterrânico, alternadamentequente e seco e frio e húmido,beneficia com um maneioambiental adequado à estação doano. Resultados de vários estudos,realizados tanto em Portugal comono Brasil têm evidenciado deforma consistente que a raçaLimousine apresenta uma fraca amoderada tolerância ao calor.Contudo, também se temverificado alguma hetero-geneidade nas respostas entreindivíduos o que conduz à ideia deque vários tipos e/ou linhas podemter capacidades e aptidões

adaptativas diferentes. Osresultados dos estudos têmsugerido que indivíduos compelagens menos espessas, maislisas e acamadas apresentam umasuperior tolerância às altastemperaturas.

Face ao elevado potencialgenético para a produção decarne exibido pela raça Limousineimporta fornecer as melhorescondições para que este possa serexibido na plenitude. Pequenasperdas na produtividade querindividualmente em cada animal,quer na produtividade por hectaree por ano, originam no seuconjunto, diminuições norendimento final que podemchegar aos 20-30%. A atençãoaos detalhes é cada vez maisimportante para a competitividadedos sistemas de produção. Oacumular de numerosas pequenasperdas transformam-se eminaparentes mas substanciaisprejuízos.

Alfredo Pereira(Departamento de Zootecnia -Instituto de Ciências Agrárias

Mediterrânicas.Universidade de Évora. )

Bibiografia consultada

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Para fazer uma gestãocorrecta do maneio alimentar ereprodutivo da nossa vacada éessencial ter conhecimento doestado corporal dos animais.Tanto quanto possível, devemosagrupar as vacas segundo a suafase de produção e o seu estadocorporal.

Quando a quantidade denutrientes ingeridos pela vacaexcedem o necessário para fazerface ás necessidades nutricionaisefectivas de manutenção,produção e reprodução,constituem-se reservas corporais(reservas lipidicas ou gorduracorporal), as quais serão utilizadascomo fonte de energia em alturasde maior necessidade, tal como oinício da lactação por exemplo.

O estado ou condiçãocorporal traduz o grau deadiposidade de um animal numdeterminado momento, e podevariar ao longo do ano consoanteas disponibilidades forrageiras e afase de produção da vaca (inícioou fim de gestação, aleitamento).

As performances dereprodução estão intimamenteligadas á dimensão das reservascorporais. Vários estudos do INRAconfirmam a influência do estadocorporal sobre a amplitude dointervalo entre partos, por isso, éimportante quantificar a condiçãocorporal.

Quantificar a condiçãocorporal é avaliar a quantidade detecido adiposo subcutâneo(gordura) de certas áreas do corpode uma vaca, as quais são umaindicação das reservas corporais.

A presença de depósitosadiposos sub-cutâneos pode serapreciada mais facilmente porpalpação na zona da inserção dacauda e nas últimas duas costelas.A palpação pode traduzir o estadocorporal para uma escala devalores (0-5) como podemos ver

no quadro em anexo, onde estádiscriminada a tabela depontuação por palpação paraavaliar a condição corporaldesenvolvida pelo INRA.

O estado corporal de cadaanimal da vacada pode sertambém avaliado apenasvisualmente e transcrito para umaescala de valores. A avaliaçãomorfológica feita pelos técnicos daACL aos animais na altura dodesmame tem em conta esteparâmetro e é pontuado numaescala de valores de 1 a 10. Noentanto, para simplificar, oprodutor pode usar uma escala de0 a 5 que já reflecte bem asituação do animal. Esta escalapode ser definida da seguinteforma:

0 - Animal extremamente magro.Trata-se de um animal muito fraco,com ossos das ancas, apófisestransversas e costelas muitosalientes. Cavidade profunda soba base da cauda. Pele afundadasobre a bacia sem tecidoperceptível. Ausência total detecido gordo.

1 - Animal muito magro. Trata-sede um animal fraco, com ossosdas ancas, apófises transversas ecostelas salientes. Ausência depercepção de tecido adiposo entrea pele e a os ossos da bacia.

2 - Animal com condiçãomoderada. É um animal vigoroso,mas com pouca ou nenhumagordura na garupa, costelas oupeito.

3 - Animal com boa condição. Éneste estado que devemos manteros animais. Reconhecemos umanimal vigoroso, com estruturamuscular definida.

4 - Animal gordo. É um animalcom gordura firme, considerável

deposição de gordura nas costelasanteriores, com peito proeminente,base da cauda cheia, semesqueleto visível.

5 - Animal demasiado gordo. É umanimal com gordura flácida, muitagordura sobre as costelasanteriores e espáduas, enormedepósito de gordura em volta dabase da cauda.

Como em tudo no meio é queestá a virtude. Como já referimos éno estado 3 que devemos procurarmanter os nossos animais, sendocerto que nos extremos (estado 0 e5), iremos encontrar problemas:vacas pouco cíclicas, ou seja,cobrem-se com dificuldade, ealém disso é frequente asdificuldades de parto e fracaprodução leiteira.

A avaliação regular do estadocorporal do efectivo poderá ajudara tomar decisões sobre o maneioalimentar, que afectam aprodutividade e consequentementeo rendimento económico. Ou, ditode outra forma, os rendimentoseconómicos são melhorados pelamelhor gestão da utilização deforragens.

Permite resolver problemasassociados a sobrealimentação ousubalimentação. Permite manter avacada na condição corporal maisdesejada para um perfeitofuncionamento fisiológico a nívelda cobrição e parição.

Vejamos as consequênciascaso a caso: manter os animais nacondição corporal 0 ou 1, resultaem ineficiência reprodutiva, baixaresistência às doenças e muitobaixa ou nenhuma produçãoleiteira.

Manter as vacas na condiçãocorporal 2 pode resultar emintervalos entre parto maisalargados e menores pesos dosvitelos ao desmame. Podemosconsiderar crítica a condiçãocorporal 2 por altura do parto. As

Avaliar a "Condição Corporal"!!! ...É imprescidível na gestão de maneio alimentar e reprodutivo

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vacas neste estado devem ganharpeso depois do parto e durante aépoca de cobrição paraultrapassarem essa deficiência.

As vacas devem encontrar-sesempre no estado 3 logo no inícioda época de cobrição. Destemodo conseguimos certamentemelhores taxas de gestação. Acondição corporal deve sermantida até ao parto, já que, nestaaltura, é contraproducente que osanimais estejam muito gordos mastambém têm de ter um estadocorporal suficiente para assegurara mobilização de reservascorporais em função doaleitamento.

Nunca devemos deixar que asvacas atinjam a condição 2durante o ultimo terço degestação, mas se isso acontecertambém não devemos mudarrepentinamente a alimentaçãopara compensar isso. É que umamudança brusca para umaalimentação mais energética nesta

fase tem como consequência odesenvolvimento exagerado dofeto provocando depois problemasna parição. Na altura doaleitamento devemos melhorar aalimentação em função dasmaiores necessidades nutricionais,no entanto nesta altura ésuportável alguma perca de

condição corporal.Manter a vacada na condição

4 e/ou 5 não é aconselhável, poisé possível atingir razoáveis taxasde gestação mas poderão ocorreralgumas dificuldades de parto.

* Eng.º Jaime Bento(Engenheiro Zootécnico)

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Na edição anterior de "Notícias Limousine"abordámos algumas ideias ou achegas que serviram dereflexão sobre a escolha e manutenção de machosreprodutores. Desta vez, como já perceberam, vamosfazer o mesmo em relação á escolha e manutenção defêmeas reprodutoras.

A escolha de fêmeas para futuras reprodutoras,assim como a escolha daquelas que devem sersubstituídas, é mais complicado do que pode parecer àprimeira vista, e por isso, devemos dedicar-lhe a devidaatenção. Tal como referimos relativamente à escolha demachos, agora o princípio é o mesmo, ou seja,devemos primeiro conhecer bem o que temos e saberbem o que queremos, para decidir o que precisamos.

Nas linhas que se seguem vamos agora pensar oudefinir como vacada um grupo de vacas quesubmetemos a um touro reprodutor. A nossa vacadadeve funcionar como unidade de produção e quer-se,por isso, o mais homogénea possível no que respeita aotipo morfológico de animal. Claro que temos deanalisar e seleccionar cada animal individualmente,mas essa selecção deve sempre ser reportada aoconjunto da vacada em termos de tipo morfológico.

Tal como podemos ver no artigo sobre "Morfologiada Raça Limousine" desta edição, existem três tiposmorfológicos dentro da raça Limousine: o tipo precoceou "boucherie", o tipo tardio ou "elevage" e o tipo mistoque é também o mais vulgar na raça.

Quando pretendemos produzir apenas animaispara abate, o que procuramos é sem dúvida maximizaro desenvolvimento muscular nas nossas vacas. Nestasituação, devemos escolher vacas que se enquadramno tipo morfológico "boucherie" e podemos beneficia-las com machos do mesmo tipo, pois o que se pretendeé fazer carne.

Quando pretendemos produzir reprodutores épreferível partir de uma base de reprodutoras do tipomisto ou até elevage, as quais serão beneficiadas comtouros de tipos diferentes consoante se dá prioridade áprodução de animais mais conformados ou maisdesenvolvidos. Na selecção em linha pura não devemosinsistir sempre na escolha de animais tipo "boucherie",pois corremos o risco de perder em qualidadesmaternais das vacas, nem devemos insistir só no tipo"elevage" pois perdemos em conformação cárnica. Aescolha, como em tudo, deve sempre ter um equilíbrio,tirando partido do "cruzamento" entre linhas genéticasdiferentes.

Tanto quanto possível, devemos fazer a nossaescolha tendo em conta as performances deascendência dos animais a escolher. A precocidadesexual e capacidade leiteira da mãe e avó materna sãomuito importantes pois indiciam boas qualidadesmaternais futuras.

Relativamente às explorações em que a ACLexecuta Controlo de Performances em Exploração hávários anos, é possível dar uma ajuda e indicar aocriador quais as vacas mais produtivas.

Exame morfológicoNormalmente, quando escolhemos fêmeas para

substituição, fazemo-lo por lotes, que se querem, comojá referimos, o mais homogéneos possível. No entanto,cada animal do lote deve ser examinado

Escolha e manutenção de Reprodutoras"Para fazer uma boa vacada é preciso muito trabalho e dedicação"."Leva anos... ... Uma vida". "Ohh"!!! ... "Se tem, que se lhe diga"!!! ...

Podemos referir 6 pontos-chave para selecção emanutenção da nossa vacada:

1 - Conhecer e analisar a exploração: devemosanalisar bem as condições de exploração,nomeadamente infra-estruturas, capacidade agro-pecuária e sistema de produção. 2 - Fixar objectivos de produção a médio longoprazo: os objectivos a fixar têm de estar de acordocom o ponto anterior e ter em conta perspectivas demercado. Em função disso, devemos concentrar osnossos objectivos no tipo de produtos que podemosou queremos vender isto é: definir se pretendemosproduzir machos e/ou fêmeas para reprodução, ou sepretendemos produzir animais para engorda ou aindase pretendemos produzir animais acabados paraabate.3 - Fixar-se nos objectivos previamente definidos. Éimportante não nos desviarmos dos objectivos queestabelecemos à partida, pois caso contrário, perde-se o controlo da situação.4 - Utilizar animais de valor genético conhecidoconcordantes com o objectivo a que nos propusemos.5 - Racionalizar os emparelhamentos.6 - Controlar a qualidade de produção.

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morfologicamente, para despistar qualquer defeito quemais tarde possa vir a dar problemas.

Cada animal a escolher deve ter a constituiçãoperfeita no que se relaciona com o tipo de produção aque se destina. Mas, independentemente disso, deve terbons membros e perfeita conformação do aparelhogenital. É de rejeitar qualquer animal que apresenteinsuficiente desenvolvimento dos órgãos sexuais mesmoque no restante seja um animal perfeito. O úbere deveter boa conformação geral, ou seja, os quartos devemser iguais, bem arredondados e de consistência firmemas elástica (não rija). Os tetos devem ser bem situadose de boas dimensões. Na vaca adulta os tetos devemser bem perfurados e não ter fissuras, consistência oucor anormal. As vacas que desenvolvem tetos grossosno início da lactação devem estar na lista das primeirasa eliminar, por causarem problemas ao vitelo que nosprimeiros dias não consegue mamar, e como sabem aaltura mais crítica para o vitelo são precisamente estesprimeiros dias.

Como princípio básico, independentemente do tipomorfológico, na escolha de fêmeas devemos darsempre prioridade às que apresentem morfologiatipicamente feminina e bacia larga. A baciacaracterística da raça é ser bastante larga quer ao níveldas ancas quer ao nível dos trocanteres e isquions. Boacaracterística de rusticidade é um peito amplo eprofundo.

Devemos sempre rejeitar as fêmeas com malformações congénitas, ou que sejam gémeas demachos.

Recria das novilhasMuitas vezes, tendemos a esquecer um pouco a

recria de novilhas porque elas não são imediatamenteprodutivas, o que é um erro. A recria de novilhas parasubstituição é muito importante, e necessita mesmo deuma dedicação especial, visto que, são elas que vãoassegurar o futuro produtivo da vacada durante algumtempo e mais tarde um produto carne na altura doabate. A carreira de uma reprodutora dependefundamentalmente de dois factores: por um lado,depende do seu potencial genético, por outro lado enão menos importante, depende de uma boa recria ede um primeiro parto sem problemas que deveacontecer sempre antes dos 36 meses de idade.

Devemos alimentar convenientemente as fêmeas

de substituição para que elas atinjam a puberdade (1ªovulação) o mais cedo possível (mas com o devidocuidado para que não fiquem gestantes cedo demais).A alimentação grosseira é importante nesta fase paraincrementar a ruminação e fomentar a capacidade deingestão, levando ao maior volume da caixa torácica eevitando também que a novilha engorde demasiado.

As novilhas devem ser cobertas pela primeira vezapenas depois de terem completado dois anos deidade, pois nessa altura já têm estrutura óssea edesenvolvimento geral suficiente para desenvolver umagestação sem problemas. Sabemos que algunscriadores têm por hábito submeter as novilhas àcobrição a partir dos 15-17 meses, mas isso exige ummaior esforço de maneio na recria destas fêmeas paraque possam estar aptas à reprodução mais cedo,correndo sem dúvida maiores riscos de ocorreremdificuldades de parto, maior mortalidade e diminuiçãoda fertilidade pós-parto. E além disso, requer maiscuidado no maneio alimentar após o parto pois casocontrário podemos comprometer a próxima gestação.Ainda assim, com os devidos cuidados podemos obterbons resultados.

De qualquer das formas, quando submetermos asnovilhas à reprodução, é importante escolher umreprodutor (não qualquer novilho) que seja conhecidocom potencial genético para "fazer filhos" com pesobaixo ao nascimento, ou que sejam fáceis de nascer.

É importante também iniciar as fêmeas jovens emprimeiro lugar na época de cobrição definida para a

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exploração. Isto é, se por exemplo: a época de cobriçãonormal da exploração vai desde 15 de Novembro a 15de Janeiro, devemos juntar as fêmeas que vão serpostas à cobrição pela primeira vez com o macho pelomenos 15 dias antes: ou seja, a 1 de Novembrojuntam-se as novilhas ao macho e a 15 de Novembrojuntam-se as restantes vacas para cobrir. Isto éimportante para dar mais tempo à fêmea primípara derecuperar depois do parto e preparar-se para a próximacobrição. E também porque condiciona o futuropotencial produtivo ao longo da vida activa da fêmeareprodutora, visto que, está provado que as novilhasque parirem no início da estação de partos continuarãoa parir sempre mais cedo e com mais peso aodesmame. As primíparas que parirem em idade jovemmas tardiamente na época de partos terão uma vidaprodutiva irregular e desconexa e serão sempre sujeitasa refugo prematuramente.

A partir do segundo parto, a vaca já poderásuportar perdas ocasionais na condição corporal, assimcomo já será capaz de mobilizar de forma significativaas suas reservas corporais para a produção de leitepara o vitelo. Mas nunca deve sofrer perdas acentuadasda condição corporal antes do segundo parto, casocontrário, poderemos comprometer irreparavelmente assuas performances reprodutivas e produtivas futuras. OINRA (Institut National de la Recherche Agronomique)revela que a produção leiteira das primíparaslimousines fica seriamente afectada quando estas sãosubmetidas a períodos de subalimentação durante arecria, e mesmo que depois a alimentação seja acorrecta para fazer face às suas necessidades, nãoconseguem recuperar convenientemente, e esse déficeainda se manifesta na segunda lactação.

Vacas de refugoA "política de refugo" é crucial para qualquerexploração quer seja para produção de reprodutores ouanimais de carne para abate.

Em cada exploração existe sempre um refugoobrigatório, chamemos-lhe assim, porque obriga àsubtracção irreparável da vaca e é um facto que existeconstantemente. Este refugo engloba as vacas estéreis

ou com baixa fertilidade, as que se tornaram incapazesdevido a idade excessiva, a doença crónica, acidentestraumáticos ou acidentes com o parto, etc.

No entanto, existe também o refugo voluntário quese refere às vacas que são eliminadas por nãoresponderem a exigências técnicas definidas pelocriador. São eliminadas vacas que, independentementeda idade, não correspondem aos parâmetrosmorfológicos pretendidos, ou têm maior frequência departos difíceis, ou têm maior intervalo entre partos, ouainda que produzem vitelos defeituosos ou poucoperfomantes - abaixo dos critérios definidos pelocriador. A percentagem de vacas sujeitas a refugovoluntário depende, deste modo, da maior ou menorexigência definida à partida pelo criador nos seusobjectivos de selecção preestabelecidos.

De facto, a "política de refugo" deve assegurar nãosomente o refugo obrigatório, mas também ter emconta o refugo voluntário. Assim, taxa de substituiçãonormalmente situa-se entre 15 a 25%. Pode flutuardevido a diversas razões: rejuvenescimento da vacada,problemas reprodutivos, problemas sanitários, etc.

Épocas de Cobrição / Épocas de PariçãoGrande parte das explorações de bovinos de carne

opta por não ter uma época de cobrição definida, ouseja, existe um regime de cobrição contínuo. O touroreprodutor acompanha a vacada ao longo de todo oano ou grande parte do ano. Deste modo, nãoconseguimos definir uma época de partos precisaporque os nascimentos sucedem-se de forma dispersaao longo do ano. Neste sistema, é vulgar apareceremvacas com intervalos entre partos muito longos porqueesta questão passa a ser mais difícil de controlar.

Sem uma época de cobrição definida o controlodo maneio reprodutivo torna-se mais difícil, não épossível obter lotes de vitelos ou fazer desmamesminimamente homogéneos em peso e idade. Não épossível por isso suplementar os vitelos de formaadequada às necessidades nutricionais efectivas.Também as vacas não podem ser suplementadassegundo as suas necessidades nutricionais efectivas,que variam como sabem, segundo a fase de produçãoem que se encontram. Não é possível fazer coincidir osperíodos de maiores necessidades nutricionais com aépoca de maior produção da pastagem ou prado.Neste sistema, o produtor sem sequer dar conta disso,está a perder eficiência produtiva e reprodutiva davacada.

O período de tempo que dura determinada épocade cobrição, é, até certo ponto, função do tamanho davacada, ou seja, se para um efectivo de 20 vacas setorna relativamente fácil ter uma época de cobriçãocom duração de um mês e meio a dois meses, já omesmo se torna um pouco mais difícil de conseguir numefectivo de 40 vacas ou mais. No entanto, seja qual foro efectivo, a duração da época de cobrição não deve

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ser superior a 3 meses sob pena de perder eficiência. Para conseguir uma concentração dos partos em

dois a quatro meses é imperativo que a cobrição davacada se realize totalmente num período que nãopode ir além dos três meses.

É verdade que devemos ter certos cuidados paraconseguir bons resultados com épocas de cobrição de3 meses sem que se "perca fertilidade", pois este sistemaé mais exigente, mas, todavia, este inconveniente podeser ultrapassado com a vantagem de permitir aselecção pela fertilidade das vacas, através do refugodas que se apresentem sistematicamente vazias ao fimde duas épocas de cobrição, ou então das quesistematicamente façam parição no fim ou fora daépoca de parto definida.

A calendarização da época de parição deve ser emfunção do pico da produção dos prados, mediante oque se deseja privilegiar: se a capacidade leiteira damãe que se reflecte no crescimento do filho até aodesmame (com maior incidência até aos 4 meses) -partos de Inverno/ Primavera, se a capacidade decrescimento do filho após o desmame - partos deVerão/Outono.

Se o parto se verifica na fase de recursosalimentares mais pobre as vacas devem estar em bomestado corporal (3,5-4) pois neste sistema elas terão defazer apelo às reservas corporais acumuladas para fazerface às necessidades acrescidas pela lactação.

Preparação da vacada paraa época de cobrição

Devemos ter um controlo sistemático da condiçãocorporal geral da vacada para não a deixar decair emexcesso (ver artigo sobre condição corporal nestarevista).

Para assegurar uma boa fertilidade, é imperativoque a fêmea esteja em bom estado corporal. Acondição corporal deve situar-se sempre entre a nota2,5 e 3,5.

É muito importante verificar a condição corporalum ou dois meses antes de iniciarmos a época decobrição. Se no geral for nota 1, então já cometemosum erro ao deixar decair tanto a condição corporal dasvacas, o melhor, neste caso, é adiar a cobrição casocontrário irá correr mal. Devemos primeiro retirar asvacas e alimentá-las convenientemente para quepossam recuperar as reservas corporais. Quando asvacas se encontram na nota 2 devemos ainda dar muitaatenção à alimentação e é aconselhável fazer um"flushing", isto é, mudar a dieta das vacas paraalimentos mais energéticos e administrar sais evitaminas principalmente a vitamina E (vitamina dareprodução), tudo isto 15 dias a três semanas antes deiniciar a época de cobrição. Desparasitar nesta altura étambém conveniente.

Mesmo que os animais se encontrem na condição3 que é o ideal, é sempre conveniente desparasitar e

facultar um bloco de sais e vitaminas logo no início daépoca de cobrição.

Teste de gestaçãoTendo em conta as implicações económicas, tem

interesse para o criador de hoje certificar-se o maiscedo possível que a sua vacada se encontra coberta.Tanto é, que um diagnóstico precoce de gestaçãopermite evitar continuar a alimentar fêmeas vazias, eassim decidir mais cedo quais os animais a eliminar, ou,por outro lado, permite remediar problemas deinfecundidade momentânea (se for esse o caso).

Podemos fazer um plano de observação diária docomportamento reprodutivo da vacada durante aépoca de cobrição. A observação e anotação docomportamento reprodutivo da cada animal da vacadapermite controlar as vacas que foram cobertas e se“ressaíram” ao fim de 21 dias e aquelas que ficaramcobertas e não se “revoltaram”. Assim, podemos fazerum bom acompanhamento do efectivo. Podemosdetectar se a fêmea está em cio quando se encavalitasobre outras vacas ou aceita o encavalitamento, temuma agitação anormal, apresenta a vagina com rubormais acentuado e corrimento do muco vaginal.

Claro que podemos fazer uma análise ao sanguedas vacas e pesquisar a concentração de progesteronaa qual indicará se a vaca está gestante ou não masreconhecidamente não é um método prático e torna-seoneroso. Outra técnica é a utilização da ecografia. Estatécnica permite confirmar a gestação a partir do 28º diaapós a inseminação ou cobrição, mas também não setorna prático para efectivos grandes. A palpação rectalpode dar resultados a partir dos dois meses se for feitapor um Médico Veterinário experiente.

Controlo da eficiência reprodutivaSeja qual for o sistema de produção encontramos

um objectivo comum a todos, ou seja, em todos ossistemas pretendemos obter um vitelo por vaca e porano.

Um dos critérios importantes a ter em atenção paraconseguir este objectivo é a análise de taxa degestação:

Taxa de gestação = nº de fêmeas cheias x 100Nº fêmeas postas à cobrição

Esta taxa deve ser calculada anualmente e estácorrelacionada com o intervalo médio entre partos.Pode ser calculada pouco depois de terminada a épocade cobrição se foi feito o teste de gestação, ou se seacompanhou minimamente o comportamentoreprodutivo da vacada através da observação diária.Temos de ter em atenção, que o número de fêmeas queficaram gestantes não tem de coincidir exactamentecom o número de fêmeas que vai parir, pois há adescontar os abortos embrionários e fetais que possam

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ocorrer entretanto.Mais uma vez, salientamos a importância de

praticarmos épocas de cobrição concentradas em doisou três meses, pois deste modo conseguimos umamelhor gestão do comportamento reprodutivo do nossoefectivo. Assim, se calcularmos a taxa de gestação e ointervalo médio entre partos da vacada, podemos teruma percepção dos nossos resultados ao compará-loscom o gráfico abaixo. O objectivo é conseguir uma taxade gestação superior a 95% e um intervalo médio entrepartos inferior a 365 dias. Ao conseguir esta situação,podemos ter de melhorar em termos produtivos masnão em termos reprodutivos porque já atingimos opatamar mais elevado.

Quanto mais alargado for o intervalo médio entrepartos ou quanto mais baixa for a taxa de gestação,temos de analisar bem a situação para verificar ondetemos de actuar para nos aproximarmos cada vez maisdo objectivo. Devemos dar atenção a todos ospormenores, estando conscientes de que cada caso éum caso.

Julgo que a maior parte dos criadores não tem ohábito de fazer esta análise e por isso, muitas vezesperdem eficiência produtiva da vacada sem sequer darconta disso.

Christian Dudouet, "La production des bovins allaitants" (2004)

Se temos na nossa exploração uma taxa degestação inferior a 90%, é possível fazer melhor, temosde rever todo o maneio reprodutivo, inclusive no querespeita ao macho reprodutor. Relativamente aointervalo entre partos o objectivo é conseguir umintervalo médio do efectivo adulto inferior a 365 diasmas relativamente às novilhas temos de ser maispermissivos e só abaixo dos 380 dias devemos estaralerta. Devemos dar atenção às vacas com maiorintervalo entre partos, tendo como objectivo conseguirmenos de 15% de vacas com intervalo entre partossuperior a 400 dias. Se relativamente a este parâmetrotemos mais de 20% das vacas com intervalo entre

partos de superior a 400 dias estamos em situação dealarme.

Outro objectivo, é conseguir mais de 95 vitelosdesmamados por cada 100 vacas postas à cobrição.Também aqui o ponto crítico é 90% de vitelosdesmamados. Se os resultados forem inferiores a 90%,há que reformular o maneio alimentar e reprodutivo,assim como repensar as linhas genéticas utilizadas.

Para conseguir bons resultados podemos enumerarmúltiplos factores, mas não existem regras queabarquem todas as situações, de certa forma já demosalgumas dicas ao longo deste artigo, muito emboraestejamos a abordar a questão no geral. O principal éter animais com potencial genético elevado, os quaisdevem ser mantidos em bom estado sanitário, com umaalimentação adequada às necessidades de produção.Além disso, é muito importante vigiar constantemente avacada (manhã e tarde).

As vacas devem fazer o primeiro cio após o partodentro de 50 dias, se não o fizerem devemos chamarum veterinário para verificar o problema. De igualmodo devemos actuar, se a fêmea não expulsou assecundinas ou páreas no máximo até 12 horas após oparto.

O "aparelho sexual" é muito sensível a um déficeenergético na alimentação. Como um défice energéticoinfluencia a condição corporal, mais uma vezchamamos a vossa atenção para este facto. Para que areprodução ocorra normalmente, o estado corporaldeve ser no mínimo 2.5 ao longo do ciclo dereprodutivo. No entanto, um estado acima de 4 naaltura do parto pode ser contraproducente e poderátrazer dificuldades de parto.

Preparação da vacada paraa época de parição

A alimentação das vacas ao longo do período degestação deve fazer face às necessidades nutricionaisda fêmea. Estas necessidades nutricionais vãoaumentando à medida que o feto se desenvolve, noentanto, é perigoso variar drasticamente a dieta davacada, principalmente variar o nível energético no final

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da gestação. No último terço de gestação, o aumentorepentino e elevado do nível energético da dietaprovoca maior desenvolvimento do feto e comoconsequência pesos dos vitelos ao nascimento muitoelevados e também maiores problemas de partosdevido a vitelos muito grandes. Por exemplo: as vacasque estejam sujeitas a um regime de pastoreio erepentinamente passem a um regime de silagem demilho que é um alimento muito energético, se estamudança ocorrer no final de gestação corremos o risco,como já dissemos, de os vitelos virem a nascer muitograndes. Se tivermos de variar a alimentação esta

variação deve ser de forma lenta e gradual.Durante a época de parição, as vacas e

principalmente as novilhas, devem ser colocadas em“folhas” de fácil acesso e vigilância.

DesmameA idade dos vitelos ao desmame é também

importante no âmbito do maneio geral da vacada. Emregime extensivo só devemos fazer o desmame quandoos vitelos têm 7-8 meses se o mesmo for feito em plenaPrimavera altura de maior qualidade e disponibilidadede pastagem. Caso contrário, se as disponibilidadesforrageiras são escassas, é preferível o desmame maisprecoce à volta dos 5-6 meses. Desta forma,conseguimos melhores performances dos bezerros aosuplementá-los convenientemente após o desmame, epor outro lado, "poupamos" as vacas ao desgaste daprodução leiteira, restabelecendo-se melhor e maisrapidamente para a próxima parição.

* Por Eng.º Jaime Bento(Secretário Técnico do Herd-Book Português

da Raça Limousine)

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A diarreia em vitelos recém-nascidos é um sério problema debem-estar animal e uma causa deperdas económicas devidas amortalidade, custos veterinários emau crescimento do animal.

A diarreia neo-natal é, cadavez mais, um problema real dasmodernas explorações bovinicolas,quer devido à intensificação/concentração animal, querdevido ao microbismo cada vezmaior ou quer devido à pressão demaiores eficiências produtivas.

Torna-se, por isso, importanteconhecer este processo patológicopara melhor o podermos controlar.Sabendo-se que é uma doençamultifactorial (surge comoconsequência da interacção entreo vitelo, o meio que o rodeia, asua alimentação e os agentesmicrobianos), quer isso dizer que éuma doença que é difícil controlare prevenir, pelo que a questão quemuitos produtores colocam aosseus veterinários: "Qual omedicamento que me aconselhapara uns vitelos que eu tenho lácom diarreia?", não é de fácilresposta. Uma vez que a resoluçãodeste problema passa muito paralá de qual o antibiótico a aplicar;tanto mais que em termos deimpacto na exploração é maiscorrecto, mais barato e melhorpara os vitelos investirmos todos osnossos esforços ao nível daprevenção. Prevenção esta quepassa fundamentalmente por:

Correcta alimentação da mãedo vitelo.Correcta toma do colostro .Vacinação da mãe contra osprincipais agentes microbianosenvolvidos na diarreia neo-natal.Boa higiene dos espaçosocupados pela vaca e vitelo.

Isto, sabendo que:1. Nas fezes de vitelos sãosencontram-se agentes microbianosassociados com a diarreia,podendo haver contaminação

mútua dos vitelos e das zonas dealojamento destes.2. A resistência do vitelo édeterminada grandemente pelosanticorpos do colostro, pelo que osvitelos que não façam uma correctatoma do colostro, ou que sejamfilhos de vacas não vacinadas paraa diarreia neonatal são maissusceptíveis de serem acometidospor diarreia grave, chegandomesmo por vezes a ser mortal.3. O gado adulto saudável,pode ser portador e excretar nassuas fezes os agentes microbianoscausáveis da diarreia neonatal;esta excreção pode aumentar como stress do parto e ser maisfrequente nas novilhas, facto queleva à contaminação das zonas departo, bem como dos úberes eperíneos das mães.4. O stress causado pela sobrepopulação animal, pela inade-quada protecção contra asintempéries ou por umaalimentação insuficiente ouinadequada faz com que aumenteo risco de aparecimento dadiarreia neo-natal. Doença que émuito frequente e de gravesrepercussões económicas, aliáscomo já foi referido e que exigeum grande rigor na sua resoluçãoe uma acção concentrada entrecriador e médico-veterinário.

Os agentes microbianoscausadores da diarreia neo-natal,são:1. Bactérias:Escherichia Coli - o agente maisfrequenteClostridiumSalmonella2. Virús:Rotavirús - mais frequente virúsenvolvidoCoronavirús3. Protozoários:Cryptosporidium

Sinais clínicos

Os principais sintomas são:1. Diarreia de aspecto variável

em função do agente microbianoenvolvido:a) Rotavirús e Coronavirús -fezes volumosas brandas a líquidascom grandes quantidades demuco; cor grisácea a branca.b) Escherichia coli - fezesprofusas e líquidas com coramarelada e traços sangue; fezespastosas na forma septicémica.c) Cryptosporidium - fezes molesa aquosas com leite não digerido,sangue e muco ("aspecto demousse de ananás").

Figura 1 - Fezes líquidas e fluidas nocomeço da diarreia neo-natal

2. Desidratação comperturbações do equilíbrio (andarcambaleante), prostração eincapacidade de se levantar.3. Temperatura corporal normala baixa (hipotermia).4. Apetite normal a diminuído eem casos graves inexistente.5. Morte.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito combase em:A. Amostras de fezes de animaisnão tratados enviadas para análiselaboratorial.B. Necropsia de animais mortos,com envio de órgãos paralaboratório.C. Testes rápidos realizados nocampo e junto do animal enfermo,a partir das fezes desse mesmoanimal. Este tipo de diagnóstico éimportante para instituir umcorrecto tratamento e uma maisadequada prevenção.

Diarreia Neo-Natal em bovinos

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Tratamento

1. Rehidratação: para repor a água eelectrólitos perdidos e para alimentar o animal.Esta rehidratação pode ser:a) Oral - a aplicar nos vitelos que se mantêmde pé, com equilíbrio e com apetite. Através deprodutos que devem conter sódio (Na), potássio(K), glicose, glicina ou alanina, bicarbonato,citrose ou acetato. Podem ser administrados combiberão ou sonda gástrica até que o animalesteja rehidratado. Pessoalmente prefiro que ovitelo não mame durante o período derehidratação para acelerar a cura. Mas nuncapor um período superior a 36-48 horas, paraque o vitelo não fique desnutrido.b) Endovenosa - a aplicar em vitelos débeis ecom dificuldade em se levantar e andar, ou quese encontrem prostrados. É um método derehidratação de urgência, conforme ilustrado nafoto seguinte:

Figura 2Rehidrataçãoendovenosaaplicada a umvitelo jádesidratadodevido àdiarreianeo-natal.

2. Antibioterapia - adequada para o ou osagentes microbianos envolvidos e por umperíodo de tempo necessário à cura, e para nãopermitir a instalação de resistências microbianas.Para a escolha do antibiótico, deverá consultar oseu médico-veterinário assistente, sabendo quepoderá ser variável de acordo com a exploraçãopecuária e com a idade do vitelo.3. Medidas de bem-estar - o vitelo deverá sercolocado num local seco e quente para evitar ahipotermia, tendo o cuidado da mãe poder vê-lo.Para o seu aquecimento pode-se usaraquecedores, sacos de água quente, lâmpadasinfravermelhos, mantas ou colocar uma boacama de palha seca.

Prevenção e controle

Dada a natureza complexa da diarreia neo-natal,não é realista pensar que se consegue aprevenção total desta patologia. Mas através deum conjunto de medidas adequadas reduz-se asua incidência até um nível economicamente

aceitável. Assim tal facto consegue-se através da aplicaçãode 3 princípios básicos:a) Redução da exposição dos vitelos aos agentesmicrobianos através de isolamento dos animais doentes;criação de zonas de parto que deverão ser alternadas de anopara ano; higiene efectiva em tudo o que é espaço utilizávelpelos bovinos (com boas e confortáveis camas, desinfecçõesregulares, remoção constante do estrume); evitarsobrepopulação animal, etc.b) Correcta alimentação da mãe e do vitelo recém-nascidoassegurando que este ingira pelo menos 5% do seu pesocorporal de colostro de alta qualidade nas primeiras 6 horasde vida, seguido de uma quantidade equivalente cada 12horas durante 2 dias. Para tal, manter um banco de colostrocongelado na exploração. Não esquecer de verificar o estadode saúde do aparelho mamário da mãe, bem comoassegurar as condições para que o vitelo se consiga levantare andar facilmente (graças a um bom piso). c) Aumentar a resistência dos vitelos recém-nascidosatravés de vacinas quer aplicáveis aos vitelos quer às mães.Dado que o sistema imunitário do vitelo não se encontra bemcompetente antes do mês de vida, a escolha da vacinação dovitelo não traz os resultados mais esperados, pelo que seaconselha vivamente a escolha da vacinação materna entreo 6º e 8,5º meses de gestação, para que no leite maternovenham os anticorpos necessários à protecção do vitelocontra os principais agentes microbianos, bacterianos evíricos da diarreia neo-natal.

Por Dr. Rui Silva(Médico Veterinário )

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Carne: em latim, o seu nome era "vivenda", quesignifica "o que sustenta a vida". Pelo seu alto valornutritivo a carne "sustenta" o nosso organismo, e pelasua versatilidade é a arma forte de toda e qualquercozinha.

Apesar de tudo é sempre bom lembrar que nãoexiste nenhum alimento que contenha todos osnutrientes em quantidade e qualidade necessárias àmanutenção da saúde e das actividades diárias. Poresse motivo, os nutricionistas recomendam que a dietaseja composta de alimentos pertencentes a váriosgrupos (carnes, leite e derivados, frutas, vegetais ecereais).

Relativamente ao grupo das carnes, sabe-se que acarne bovina magra tem um teor de colesterolsemelhante à carne de aves sem pele, é necessáriolembrar, no entanto, que a gordura é um doscomponentes essenciais à dieta humana, para além deconferir sabor e tenrura à carne.

Além de ser uma excelente fonte de proteína dealta qualidade, a carne bovina é rica em ácidos gordosessenciais, em vitaminas do complexo B (tiamina,riboflavina, niaciana, vitaminas B6 e B12), em minerais,(potássio, fósforo, magnésio, ferro e zinco), e emaminoácidos essenciais. Possui ainda altasconcentrações de ácido linoléico conjugado, compostoassociado à prevenção e combate de determinadostipos de cancro.

Devido à variedade de nutrientes de que écomposta e à elevada biodisponilidade dos mesmos acarne bovina tem sido considerada como um alimentode alta densidade nutricional. Todos os nutrientesexistentes na carne de vaca são importantes para asaúde humana, destacando-se os minerais ferro ezinco. O ferro além de dar suporte ao sistemaimunológico (forma parte da hemoglobina dos glóbulosvermelhos) é responsável, quando ausente, pelaanemia, por atrasos de crescimento nas crianças edificuldades de aprendizagem.

Quanto ao zinco, além de ser importantíssimo noprocesso de crescimento e para o desenvolvimento dediversas funções imunológicas, é na carne de vaca queexiste em maiores concentrações (6,5 gramas de zincopor cada 100 gramas de carne de vaca) quandocomparamos com outras carnes Resumindo, pode então dizer-se que a carne bovina,quer pela variedade de componentes nutricionais eelevada concentração dos mesmos, quer pelo teor degordura que não excede (quando consumida commoderação), os limites estabelecidos pela OrganizaçãoMundial de Saúde, é um alimento nobre de extremaimportância à nossa saúde.

Mas é claro que até que a carne chegue ao pratodo consumidor em perfeitas condições para serconsumida, passa por todo um processo de produção

que lhe poderá conferir mais ou menos qualidade.Neste ponto, há diversos factores a ter em conta, taiscomo: a genética do animal, a alimentação a que foisujeito, o tipo de maneio em que foi criado, o clima,etc.

Quem vai ao talho adquirir carne de vaca,normalmente procura carne fresca de cor vermelha nemmuito escura nem muito clara, com uma capinha degordura porém não muita, macia, fácil de cortar com afaca e suculenta.

A raça bovina Limousine graças à facilidade comque converte o alimento que ingere em massa muscular,permite, com um maneio alimentar correcto, obtercarcaças de alto rendimento a partir de animais jovens,indo ao encontro daquilo que o consumidor procura.

Sendo uma raça bovina de carne, podemos dizerque a carne de Limousine é pelas suas propriedades:cor, aparência, quantidade e distribuição de gordura,(importantíssimo neste ponto o marmoreado único dacarne Limousine), bastante procurada pelo consumidorinformado.

Um dos factores que mais influência aapresentação final da carne é o maneio dos animaisno campo, desde o nascimento até ao transporte paraabate. Muitos dos animais que têm como destino oabate apresentam algum tipo de contusão, daí quetratar o rebanho de forma correcta e conhecer o seucomportamento pode evitar o stress dos animais, ereduzir o índice de animais com contusões. Este tipode lesões tornam-se importantes após o abate doanimal, pois a área afectada pela lesão é retirada dapeça por corte, e com consequências económicasnegativas para o criador, pois o peso da carcaça doanimal diminui de peso e de valor, e por outro ladoperde o talhante porque não vende a peça. O stressanimal é ainda a causa de alterações a nível do PH,que interfere na cor da carne. A cor escura écaracterística de animais sujeitos a stress, e a carnedesses animais perde cor mais rapidamente durante arefrigeração.

Peça de Corte "O Lombo ou Filet Mignom"

No seguimento do número anterior da nossarevista, vamos continuar a falar sobre as peças nobresda carcaça do bovino, neste caso especifico o Lomboou Filet Mignom. É o corte constituído pelas massasmusculares aderentes à face ventral das três ultimasvértebras tóraxicas, seis lombares, ilíaco e fémur(terceiro trocânter). Tem como componentesmusculares: o psoas maior, o psoas menor, o ilíaco e oquadrado lombar, e como bases ósseas: as três ultimasvértebras tóraxicas, as seis lombares, o ilíaco e o fémur.

Carne Bovina, Carne Saudável

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O corte é obtido pela separação à faca e porarrancamento, das massas musculares aderentes àsbases ósseas correspondentes, próximo do terceirotrocânter, até à libertação total do corte.

O lombo é o músculo menos esforçado em todo oprocesso de locomoção do animal, sendo por isso acarne muito tenra, apreciada no mundo inteiro, sendoutilizado tanto em grelhados como em assados no fornoou guisados. Pouco entremeado de gordura, tem sabormais neutro que combina bem com vários tipos demolhos.

ReceitaLombo no FornoIngredientes:

1kg de lombo (pedaço inteiro)200g de cogumelos200g de queijo fresco (em cubos)200g de peito de peru (em cubos)1 Cebola pequena picada100ml de água1 Colher (sopa) de farinha de trigo1 Cebola grande picada300g de tomate (em cubinhos)200ml de vinho tintoSal e salsa a gosto

Preparação: Abra o lombo e bata com o batedor de carne até formarum rectângulo. Misture todos os ingredientes dotempero, coloque-os sobre a carne e deixeaproximadamente uma hora.

Num recipiente, misture os cogumelos, o queijo, opeito de peru e a cebola. Retire o tempero da carne,espalhe sobre o lombo esta mistura, enrole e amarre ouprenda com palitos. Coloque num tabuleiro, despeje otempero por cima e leve ao forno para assar cerca deduas horas.

Depois de assado, retire o molho do tabuleiro,acrescente a água e a farinha de trigo e leve ao lumeaté engrossar. Corte o lombo em fatias e sirva com omolho. BOM APETITE!!

Por Engº António Correia(Auxiliar de Pecuária)

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PPrrooggrraammaass aalliimmeennttaarreess ppaarraa EEnnggoorrddaa EExxtteennssiivvaa ddeebboovviinnooss ddee ccaarrnnee **OBJECTIVOS:

Máxima prolificidade do rebanho.Boa condição corporal.Melhor aproveitamento dos recursos naturais da exploração

VANTAGENS: Maior número de vitelos vendidos/vaca/anoMelhor manifestação do Cio.Alta percentagem de concepção na primeira cobrição.Maior rentabilidade.

O factor climático é, sem dúvida, o de maior peso noresultado económico da ganadaria extensiva.Para produzir carne em regime de extensivo de formarentável, torna-se necessário garantir, que os animais empastagem se mantenham em boa condição corporal,com o objectivo de maximizar a prolificidade do rebanho

(maior número de vitelos vendidos por vaca e ano).Conforme a condição corporal das vacas, época dos

partos (Primavera/Verão e Outono/Inverno) e adisponibilidade/qualidade da forragem, recomenda-se oseguinte plano de utilização do PROCAMPO ouPROVIMANUTENÇÂO (Kg/Animal/dia)

Uma vaca com má condição corporal, terá que ter umasuplementação extra de ração, para recuperar o peso e tambémentrar em cio.

... ....

PPrrooggrraammaass aalliimmeennttaarreess ppaarraa EEnnggoorrddaa IInntteennssiivvaa ddeebboovviinnooss ddee ccaarrnnee **

OBJECTIVOS:Melhorar o Índice de Conversão.Optimizar a qualidade da carcaça

VANTAGENS: Ganho médio diário elevado.Boa conformação do animal e óptimo rendimento das carcaças.Notável redução do tempo de engorda.Melhoria nos resultados económicos.

A Provimi dispõe de uma ampla gama de produtos para bovinos de engorda cujo perfil se adapta:À GENÉTICA DOS ANIMAISAO PESO DE ABATE

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1) ALIMENTAÇÃO COM CONCENTRADO À DISCRIÇÃO E FORRAGEM RESTRINGIDA

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2) ALIMENTAÇÃO COM SILAGEM DE MILHO À DISCRIÇÃO E CONCENTRADO RESTRINGIDO

A) Tem como alternativa fazer a engorda com a linha PROVI NOVILHOS a partir dos 180 Kg de Peso Vivo ou oacabamento (60 dias antes do abate).Consumos: Ração à discrição (2,0 a 2,2% do Peso Vivo)

Palha: mínimo de 1,5 Kg / animal / dia

O benefício maior em termos de rentabilidade seráconseguido quando o produtor utiliza mais ração emenos silagem de milho, conseguindo assim, umaredução do tempo de engorda por um incremento doganho médio diário.Quando o GMD é maior, o animal atinge mais cedo opeso do abate com o qual se optimiza a produção, jáque se reduz o tempo de ocupação do estábulo e sereduzem os juros do capital fixo.O consumo de silagem de milho vai depender da sua

qualidade, do Peso Vivo do animal e daquantidade/qualidade do concentrado.O produtor no acabamento pode optar por ração epalha à discrição, tendo em conta o plano de mudançado sistema alimentar. Tem a vantagem de conseguir umamelhor conformação do animal e qualidade da carcaçae evitar uma coloração amarela da gordura de coberturadevido à pigmentação da silagem de milho.O concentrado a utilizar vai depender da genética doanimal e do peso a que se pretende o abate.

RReeccoommeennddaaççõõeess ttééccnniiccaass **Programa alimentar:Deverá ser previamente aconselhado pelos serviçostécnicos da PROVIMI.Mudança do sistema alimentar:Para passar de uma alimentação com forragem àdiscrição para um programa alimentar com forragemrestringida, deve seguir os seguintes passos:1) Durante as 2 - 3 primeiras semana, deixarforragem à discrição, enquanto aumentagradualmente a ração;2) Não reduzir a forragem até que todos os animaistenham ração à discrição;3) A partir deste momento, ir diminuindo a forragematé atingir os níveis pretendidos no programaalimentar com forragem limitada (mínimo de 1,5 Kgde palha).Administração de água:Qualquer que seja a idade dos animais e o programade alimentação, devem sempre dispor de águapotável, limpa e fresca à vontade. Uma vez por ano,fazer análise à água.

Maneio:Faça lotes pequenos de animais de peso e idadesaproximadas (max:15 animais).Tenha sempre ração nos comedouros(manjedoura).É indispensável fazer uma transição progressiva de3 a 4 dias na mudança das rações.Não utilizar forragens quando tenham bolores ouestejam aquecidas.Estabeleça com o médico veterinário um programade vacinação e desparasitação.A alimentação de Vitelos em Extensivo deve serfeita com Provitel ou Provi 310 em comedourosprotegidos da mãe a partir de um mês de idade,porque a produção leiteira da mãe começa adiminuir a partir das seis semanas após o parto,precisamente quando as necessidades do vitelocomeçam a ser maiores.

* Engº Carlos Martinho(Gestor de Produto

de Ruminantes da Provimi)

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O peso ao nascimento (PN) dos vitelos da raçaLimousine é um dos parâmetros importantes a ter emconta no programa de selecção da raça, uma vez quenão é desejável que o peso standard aumente. Éimportante também para determinar e conhecer quaisas linhas genéticas mais propensas a desenvolver umpeso baixo ou muito alto ao nascimento, assim como éimportante, para aferir soluções de maneio alimentardo qual este parâmetro (PN) também depende. Esteparâmetro, não estava no entanto, a serconvenientemente mensurado dadas as dificuldadesmanifestadas pelos criadores em realizar estapesagem, devido ao facto de frequentemente ter de serrealizada a campo, dentro das primeiras 48 horas devida do vitelo, por vezes com condições climáticas

adversas. A declaração do peso ao nascimento nãoera então obrigatória, mas, após a ultima revisão doRegulamento Técnico Português da Raça Limousine, oscriadores seleccionadores ficaram obrigados á realizare declarar a pesagem ao nascimento dos seus vitelosnascidos a partir de Janeiro de 2006.

Escrevemos estas linhas para saudar os criadoresseleccionadores, e não só, porque felizmente tambémtemos muitos criadores multiplicadores que declaram opeso ao nascimento dos vitelos. Os criadores estão deparabéns pois interiorizaram aimportância deste parâmetro e apesardas dificuldades que todosreconhecemos em realizar estapesagem empenharam-se emencontrar soluções para resolver esteproblema. Alguns resolveram oproblema com uma balançadinamómetro como a que seapresenta abaixo, outros comum "balança de vara", oimportante é determinar o pesocom rigor. Desta formacomeçamos agora a dispor dedados técnicos que poderão "darfrutos" de futuro, estamos por issoagradecidos.

Peso ao Nascimento

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Limousine é uma raça bovina de aptidão carne,com o seguinte standard fenotípico:

Pelagem flava, um pouco mais clara no ventre,zona do períneo, escroto ou úbere, e naextremidade da cauda; apresentando auréolas maisclaras ou brancas á volta dos olhos e do focinho;Os machos normalmente apresentam uma pelagemmais escura tocando por vezes o vermelho cereja;

Cabeça curta, fronte e focinho largos;Cornos finos e arqueados para a frente (quandopresentes);Ausência de bragas e pigmentação (excepto seforem de origem somática)Mucosas rosadas;Pescoço curto;Peito largo e arredondado; costado cheio;

Morfologia da Raça Limousine

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A Avaliação Morfológica mais vulgarmentedesignada por Pontuação é o julgamento de um animalreportado a um determinado momento. Pretende-setranscrever para números a morfologia do animal. Ospontos a observar são apenas os mais importantes,particularmente as características mais transmissíveishereditariamente, e também as mais importantes a níveleconómico como sejam as peças de carne nobres, porexemplo.

Pontuação ao DesmameA pontuação é realizada com a ajuda de uma grelha depontuação como podemos observar no quadro1, aqual foi desenvolvida há mais de vinte anos pelostécnicos do Institut de l'Elevage em França. Cada ponto

a observar é classificado numa escala de valores entre1 e 10. Em Portugal o Herd-Book da raça Limousinedesde 1994 que usa esta grelha para efectuar aspontuações ao desmame, ou seja, pontuações entre os6 e 10 meses de idade.

Sendo feita em idade jovem, a pontuação descrevea conformação dos futuros reprodutores. Nesta fase,são reprovados animais que não correspondam àsnormas estabelecido para a raça nomeadamente aostandard da raça, desenvolvimento muscular,desenvolvimento esquelético, aptidões funcionais.

Feita rotineiramente a pontuação permite avaliar otipo de produção e o potencial genético de cada vacaou de cada touro reprodutor, pela análise daspontuações da descendência. A pontuação pode ajudar

Avaliação Morfológica"fotografia do animal num determinado momento"

Bacia larga sobretudo ao nível dos ísquions, e nãomuito inclinada;Linha sacrococcígea e ancas pouco salientes;Dianteiro bem musculado e lombo largo e cheio;Nádegas espessas, bem descidas e arredondadas;Cornos e unhas claros;Aprumos correctos;Couro fino e flexível.

Existem três tipos morfológicos distintos dentro daraça Limousine: tipo precoce ou "Boucherie", tipo Mistoe tipo tardio ou "Elevage".

Os animais chamados tipo precoce ou"Boucherie", são os que apresentam massas muscularesmuito desenvolvidas, são mais pequenos, mas muitolargos e compridos, com excelente conformaçãocárnica. São animais mais precoces, ou seja,apresentam desde muito cedo um desenvolvimentomuscular mais exuberante.

Os animais tipo tardio ou "Elevage", apesar de nãoapresentarem grande conformação cárnica, exibem umextraordinário desenvolvimento esquelético. A conformaçãocárnica aparece mais tarde, quando o animal está perto dotamanho adulto, por isso se dizem animais de tipo tardio.

Finalmente o tipo Misto, onde se identificam amaior parte dos animais da raça, é como o nomeindica um tipo intermédio entre os dois primeiros.

Apesar de definirmos três grandes tiposmorfológicos, podemos no entanto identificar váriossubtipos intermédios aos quais chamamos "mistoelevage" ou "misto boucherie". Além disso, podemosainda encontrar animais que representam o seu tipomorfológico ao mais alto grau - "boucherie extremo" e"elevage extremo".

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o criador na escolha dos seus animais e a tomardecisões quanto ao tipo de produção dos seus animaisassim como na futura escolha de reprodutores.

Descrevemos de seguida quais os pontos a apreciar:

DM - Dessenvolvimento MusscularTrata-se de uma raça especializada na produção

de carne por isso avaliar o desenvolvimento muscular émuito importante. O que se pretende é uma elevadaproporção de músculos de primeira categoria, de ondeo talhante retirará o mais possível de carne paragrelhar. O julgamento do DM incidirá então sobre aspartes que apresentam melhores peças. Tal comopodemos observar na figura são avaliadas a larguraentre espáduas, largura de dorso, arredondamento elargura da nádega, e finalmente a mais importante queé a espessura do lombo (que vale a dobrar).

DM - Dessenvolvimento EssqueléticoO desenvolvimento esquelético de um animal

destinado à produção de carne é igualmente importante

já que o esqueleto suporta duas funções importantes: porum lado, é o suporte físico dos músculos, por outro, éessencial para as funções vitais pois é a sua forma evolume que determina a capacidade abdominal,capacidade respiratória, e o acompanhamentoharmonioso das funções de reprodução como sejam agestação, facilidade de parto e aleitamento. Tal comopodemos observar na figura, são avaliadas a grossuradas canelas, largura entre ancas, comprimento da baciae do dorso, e finalmente a mais importante que é odesenvolvimento geral do animal (que vale a dobrar).

AP - AAptidõess FuncionaissOs animais destinados à reprodução devem

deslocar-se sem dificuldades, por isso são avaliados osaprumos dos membros anteriores e posteriores.Membros sólidos são também importantes parasuportar grandes massas musculares. A horizontalidade

Ao proceder ao somatório dos 5sub-parâmetros correspondentesa DM ou DS (com Espessura doLombo, em DM, eDesenvolvimento, em DS, acontar a dobrar), obtemos umanota na escala de 60. Para obtera nota final tem de se convertereste valor para a escala 100(dividir por 0.6).

Para obter a nota de AptidõesFuncionais tem de se procederao somatório dos quatro sub-parâmetros de apreciação,obtendo - se uma nota na escala40 que será depois convertida naescala 100 (dividir por 0.4).

Quadro 1 - pontuação ao desmame

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do dorso também é avaliada uma vez que reflecte asolidez global do animal: ou seja, um dorso bemhorizontal, que se mantém quando o animal se desloca,indicia uma grande longevidade produtiva.

A largura do focinho traduz a capacidade deabsorver alimentos é a "barra de corte" do animal. Umanimal com um focinho largo é sempre um animal commaior facilidade de manutenção uma vez que ingeremaior quantidade de alimento em menos tempo.

QR - Qualidadess RaciaisNas QR são avaliadas as características específicas

da raça Limousine como sejam as auréolas brancas àvolta do focinho e dos olhos assim como cor mais claraou branca na zona do períneo. Também é avaliada a

harmonia geral do animal.

Pontuação AdultoPara que a certificação dos melhores machos seja

cada vez mais eficaz e distinga um produto de altíssimaqualidade, decidiu-se fazer uma segunda avaliaçãomorfológica entre os 14 e 18 meses nos animais que sedestacam verdadeiramente ao desmame.

Esta avaliação começa agora a ser feita aosmachos nascidos a partir de Janeiro de 2005, para sequalificarem reprodutores de alto gabarito. Estasegunda avaliação, é feita segundo os moldes de outraficha de pontuação usada em França para avaliaranimais nesta idade, à qual se dá já a designação depontuação adulto (quadro 2). Como diferenças,relativamente à pontuação ao desmame, temos o factode nesta classificação o comprimento da nádega contarpara o cálculo de DM e a grossura de canelas deixar decontar para o cálculo do DS. Os aprumos são agoraavaliados mais em pormenor conforme são vistos defrente e de perfil. Relativamente aos aprumos a notamáxima agora já não é 10, pois agora é maisdescritivo: considera-se como bom a nota 5 e quantomais a nota atribuída se afastar da nota 5 maior é odefeito (seja porque o animal abre ou fecha deaprumos). O mesmo critério se usa agora para avaliara inclinação da bacia (o melhor será a bacia com nota5 significa que é plana e não inclinada.

Ao proceder ao somatório dos 6sub-parâmetros correspondentesa DM (com Espessura do Lomboa contar a dobrar), obtemosuma nota na escala de 70. Paraobter a nota final tem de seconverter este valor para aescala 100 (dividir por 0.7). Aoproceder ao somatório dos 4sub-parâmetros correspondentesa DS (com Desenvolvimento acontar a dobrar), obtemos umanota na escala de 50. Paraobter a nota final tem de seconverter este valor para aescala 100 (dividir por 0.5).

Para obter a nota de AptidõesFuncionais requer agora maisatenção: primeiro, relativamenteaos aprumos, temos de obter osdesvios de cada nota á nota 5 efaz-se o somatório dos desvios.Para obter a nota AF temos deusar a seguinte fórmula: "25"mais "largura do focinho" mais

"horizontalidade do dorso" mais "ligação de espáduas" menos "somatório dos desvios".O resultado obtido divide-se por 0.7 para obter a nota final.

Quadro 2 - pontuação adulto

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CERTIFICAÇÃO DE MACHOS

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Desde 1994 que os machos inscritos no LivroGenealógico da Raça Limousine são certificados em trêscategorias, consoante as performances obtidas noControlo de Performances feito em Exploração até aodesmame: - "Homologado para Cruzamento Terminal-HH;Recomendado para Cruzamento Terminal-XXTT e ReprodutorEsperança-RREE.

Inicialmente, foi definido um padrão de exigência quecom o passar do tempo se verificou estar desactualizado,face à evolução das médias das Performances a nívelNacional. Estas médias, têm vindo a aumentar, assimcomo tem aumentado o número de machos qualificadoscomo reprodutores para selecção da raça (RE).

Reconhecidamente, estes resultados devem-se aoesforço feito pelos criadores que melhoraram as condiçõesde maneio alimentar dos seus efectivos e tambéminvestiram na melhoria genética, procurando novas linhasmais produtivas. No entanto, se os machos qualificadoscomo reprodutores para selecção da raça (RE) são, talcomo pretendemos, animais de extrema qualidade (onosso top), temos de ser cada vez mais criteriosos na suaeleição. Deste modo, tal como já divulgámos na últimaedição de "Notícias Limousine": o padrão de exigênciapara classificação dos machos aumentou já para os quenasceram a partir de 1/1/2005.

Para serem qualificados como reprodutores paraselecção da raça têm de alcançar um nível mínimo depeso corrigido aos sete meses que subiu para 305Kg e

também avaliação morfológica mínima que subiu para130 pontos (DM+DS). Além disso, para que a avaliaçãonão fique pelo desmame, tendo em vista oacompanhamento da evolução do animal, será feita umasegunda Avaliação Morfológica entre os 14 e os 18 mesesde idade. Se o animal evoluir favoravelmente, será entãonessa altura qualificado reprodutor para selecção da raça.

Atendendo a esta maior exigência, a Direcção da ACLe o HBL decidiram mudar a terminologia dada a estesmachos, e assim, os machos nascidos a partir de 2005que sejam aprovados na segunda avaliação morfológicaque referimos passam a ter a designação de ""LLiimmoouussiinneeOOuurroo"".

Com este novo padrão de exigência temos verificado,tal como era de esperar, que o número de machosqualificados para selecção da raça - "Limousine Ouro"reduz bastante relativamente ao número de animais queantes eram qualificados RE. Por este motivo queremosalertar tanto os criadores seleccionadores como ospotenciais compradores: não fiquem admirados por onúmero de machos qualificados para selecção da raçadisponíveis para venda ser inferior ao que já estavamhabituados pois isso deve-se unicamente a uma selecçãomais apertada como já referimos. A maior parte doscompradores vêm á procura de machos para pôr a cobrirem vacadas comerciais e para esse efeito o machoqualificado XT é suficiente e recomendado. Nesta classesão agora incluídos animais de maior qualidade pois

Certificação dos Machos para reprodução -nova terminologia

Qualificado "Limousine Ouro" Obrigatoriamente sujeitos a Controlo de PerformancesSão certificados para reprodução após a segunda Avaliação Morfológica entre 14 e 18 meses.Com performances mínimas: peso aos 7 meses superior a 305KgAvaliação Morfológica ao desmame com soma de DM e DS igual ou superior a 130 e AF superior a 55Segunda Avaliação Morfológica (14-18meses) com soma de DM e DS igual ou superior a 130 e AF superior a 55A mãe tem de ser certificada para Reprodução nível A1 ou nível A2Ti2.O pai tem de ter a qualificação mínima: certificado para reprodução nível A1 "Reprodutor Esperança-RRE/Limousine Ouro"

Qualificado "Limousine Prata" Obrigatoriamente sujeitos a Controlo de Performances.São certificados para reprodução após a classificação morfológica ao desmame.Com performances mínimas ao desmame: peso aos 7 meses superior a 275Kg Avaliação Morfológica ao desmame com DM, DS e AF igual ou superior a 55 e DM + DS igual ou superior a 114A mãe tem de ser certificada para Reprodução nível A1 ou nível A2Ti2.O pai tem de ter a qualificação mínima: "Reprodutor Esperança-RRE/Limousine Ouro"

"Limousine Bronze" - corresponde á anterior classificação Homologado para Cruzamento Terminal-HSão certificados para reprodução após a classificação morfológica ao desmame.Podem ter sido sujeitos a Controlo de Performances ou não.A mãe tem de ser certificada para Reprodução nível A1, A2Ti2 ou A2R.O pai tem de ter a qualificação mínima: "Recomendado para Cruzamento Terminal/Limousine Prata"Avaliação Morfológica ao desmame com DM, DS e AF igual ou superior a 45 e DM + DS igual ou superior a 105

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alguns animais que pelo padrão de exigência antigo seclassificariam RE agora caem na classe designada por XT.Por essa razão, a terminologia desta classe intermédiatambém mudou e passa agora a designar-se por"Limousine Prata". No entanto, neste caso, só os animaisnascidos depois de Janeiro de 2006 terão estadesignação, os que nascerem até lá continuam a designar-se Recomendados para Cruzamento Terminal-XT.

Para ser qualificado "Limousine Prata" tem de ter umpeso mínimo corrigido aos sete meses de 275Kg e naavaliação morfológica tem de obter no mínimo 114pontos (soma de DM e DS) tal como podemos verificar noquadro da página anterior. Sem duvida que este é umpadrão de exigência considerável, e certifica umreprodutor de muito boa qualidade. Qualidade essa maisque suficiente para fazer um bom trabalho em cruzamento

terminal.Numa terceira categoria incluem-se os animais que

apesar de pertencerem á raça Limousine e nãoapresentarem defeitos graves, não mostram performancessuficientes para a sua utilização em linha pura serinteressante. Apesar disso, farão também um bom trabalhoem cruzamento com outras raças, tendo em vista aprodução de animais para abate. Nesta categoria,falamos dos machos que até agora designávamos porHomologados para Cruzamento Terminal-H mas que paraos que nascerem a partir de Janeiro de 2006 terão adesignação de "Limousine Bronze". Chamamos a atençãopara a descendência destes machos (Limousine Bronze): éque os filhos não poderão ser inscritos no HBL e apenas asfilhas poderão ser inscritas na Base de Selecção do HBL(nunca na classe principal A1).

Como é já do conhecimento geral, segundo oRegulamento Técnico do Herd-Book Português da RaçaLimousine, os Criadores Seleccionadores da raçaLimousine têm os seus animais sujeitos ao Controlo dePerformances em exploração até ao desmame.Relativamente aos animais nascidos em 2004, realizou-secontrolo do crescimento sobre 1372 limousines, dos quais679 eram machos e 693 eram fêmeas.

Cada animal controlado é submetido a duas ou trêspesagens, sendo os valores reais destas pesagensconvertidas em pesos aos 120 dias e aos 210 dias (4 e 7meses respectivamente). Estes pesos a idades tipos sãodepois corrigidos segundo o sexo do animal, mês denascimento e nº de partos da mãe, permitindo deste modo

que se comparem todos os animais entre si. A acrescentara esta avaliação objectiva que são as pesagens, cadaanimal controlado é também submetido a uma pontuaçãomorfológica a partir dos 6-7 meses, que transforma emtermos numéricos a "fotografia do animal", dandoinformação através de três notas globais: o DM -desenvolvimento muscular, DS -desenvolvimentoesquelético e AF - aptidões funcionais. Todo este processodo Controlo de Performances é realizado pelos técnicos doHBL com a ajuda preciosa dos criadores. Assim, de acordocom os pesos obtidos pelos animais bem como pelas notasda pontuação morfológica, os animais obtêm diferentescertificações. Os resultados de 2004 encontram-sedescritos no quadro seguinte:

Assim pela análise dos resultados apresentadospodemos facilmente observar que 7% das fêmeas foireprovada (LN) e 93% foi aprovada para reprodução (R).Relativamente aos machos, constatamos que 9% do totalde machos em controlo, foram reprovados parareprodução (LN). Quanto aos machos aprovados, adistribuição pelas 3 possíveis certificações foi de: 31%Homologados para Cruzamento Terminal-H, 19%Recomendados para Cruzamento Terminal-XT e 41%Reprodutor Esperança-RE.

Convém aproveitar esta análise para afirmar que osmachos que obtêm certificações de H e XT, são óptimosexemplares para cruzamento com outras raças nacionais,

pois estes animais apesar de não terem apresentado osmelhores resultados dentro do universo de animais da raçaLimousine, vão mesmo assim melhorar em muito osvitelos(as) obtidos através do cruzamento com vacascruzadas ou puras de outras raças. Sendo a raçaLimousine uma raça já seleccionada há mais de 100 anos,apresenta valores de crescimento muito interessantes quevão destacar-se nesses cruzamentos, conseguindosignificativas melhoras no crescimento dos vitelos econsequentemente no peso destes animais, bem como naconformação da carcaça, assumindo que todos estesprodutos obtidos têm como fim principal a produção decarne.

Controlo de Performances de campanha de 2004

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22000044 AANNIIMMAAIISS PP112200 PP221100 DDMM DDSS AAFFFÊMEAS 693 154 245 59 61 63

R 647 157 249 61 63 63LN 46 120 178 43 46 55

MACHOS 679 167 271 61 62 62RE 277 186 313 67 67 65XT 127 168 278 61 62 61H 212 151 233 58 59 60

LN 63 136 201 44 49 52

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VAIDOSA-PG04088016 nascida em 02-10-2004JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISVAMPE-PG04150009 nascida em 08-03-2004MANUEL PACHECO MARTINHOUTILIDADE-PG03088031 nascida em 01-12-2003JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS

ULMEIRO-PG03088025 nascido em 20-11-2003JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISVILLY-PG04088012 nascido em 14-06-2004MANUEL PACHECO MARTINHOVERDI-PG04378008 nascido em 16-09-2004ALETTA ELISABETH DE BEAUFORT

CAMPEONATO DE ESPERANÇAS FÊMEAS CAMPEONATO DE ESPERANÇAS MACHOS

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Em Julho de 2005, a ACL juntamente com oMunicípio de Odemira organizou o XVIII ConcursoNacional da Raça Limousine. O Concurso foi realizadocom 100 animais adultos e cerca de 20 bezerros(as),todos julgados nas respectivas secções de acordo comas suas idades.

O Concurso realizou-se com animais de 11criadores seleccionadores da raça Limousine emPortugal, cujas explorações estão localizadas emdiversas regiões no nosso país.

O Júri do concurso foi constituído por Sr. GillesLequeux, técnico da Interlim - entidade responsável

pela exportação de animais de França para todo omundo, e pelo Sr. Regis Geraud, criador da raça emFrança.

O julgamento das secções de fêmeas coube ao Sr.Gilles Lequeux, enquanto que o julgamento dosmachos ficou a cargo do Sr. Regis Geraud. Sendo ojulgamento dos campeonatos finais efectuado pelosdois em conjunto.

No que respeita ao palmarés deste evento,apresentamos de seguida um quadro-resumo dosresultados obtidos:

FACECO 2005XVIII Concurso Nacional Raça Limousine

1º PRÉMIO

2º PRÉMIO

3º PRÉMIO

TRUTA-PG02088025 nascida em 05-10-2002JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS UNIDA-PG03378005 nascida em 14-09-2003ALETTA ELISABETH DE BEAUFORTTERNURA-PG02096018 nascida em 02-10-2002ALETTA ELISABETH DE BEAUFORT

TUBARÃO-PG02088030 nascido em 25-10-2002M.H.C.F.,LDA. URANIO-PG03088019 nascido em 17-10-2003JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISURBANO-PG03366001 nascido em 30-05-2003M.H.C.F.,LDA.

CAMPEONATO DE NOVILHAS CAMPEONATO DE NOVILHOS

1º PRÉMIO

2º PRÉMIO

3º PRÉMIO

SIDRA-PG01340007 nascida em 07-02-2001JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISPOLKA-PG99088032 nascida em 25-10-1999JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISSAUDADE-PG01088027 nascida em 14-11-2001JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS

OEILLET-1998001971 nascido em 09-04-1998JOSÉ MARI A PACHECO DOS REISPECHER-2216177036 nascido em 21-04-1999M.H.C.F. LDA.TINO-PG02150013 nascido em 22-02-2002MANUEL PACHECO MARTINHO.

CAMPEONATO DE VACAS CAMPEONATO DE TOUROS

1º PRÉMIO

2º PRÉMIO

3º PRÉMIO

POLKA-PG99088032JOSÉ MARIA PACHECO DOS REISTRUTA-PG02088025JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS

TUBARÃO-PG02088030M.H.C.F.,LDA.SALMÃO-PG01096016ALETTA ELISABETH DE BEAUFORT

CAMPEONATO NACIONAL FÊMEAS CAMPEONATO NACIONAL MACHOS

CAMP.

VICE CAMP.

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Campeã - PolkaVice-Campeão - Salmão

O Prémio Especial de Melhor Criador foi atribuído uma vez mais, ao Sr. José Maria Pacheco dos Reis, pelaspontuações obtidas pelos extraordinários animais que apresentou a concurso.

O TINO-PG02150013 pertencente aManuel Pacheco Martinho obteve otítulo de Campeão em permanênciauma vez que já tinha obtido o título deCampeão em 2004.A SIDRA-PG0134007 pertencente aJosé Maria Pacheco dos Reis obteve otítulo de Campeã em permanênciapois também ela obteve o título deCampeã em 2004.

A ACL costuma organizar anualmente doisconcursos: o Concurso Nacional na FACECO em S.Teotónio - Odemira e o Concurso Nacional de JovensReprodutores na SANTIAGRO em Santiago do Cacém.Tem sido assim há vários anos, mas, este ano, surgiu aoportunidade de realizar o Concurso de JovensReprodutores na FIAPE em Estremoz, e decidimosmudar, dando a conhecer o nosso Concurso e osnossos animais a outra zona do país, que pela distânciade onde é habito realizar os nossos concursos não estácertamente tão habituada ao nosso trabalho.

Assim, decidimos participar na FIAPE (FeiraInternacional de Artesanato e Pecuária de Estremoz), eem conjunto com a EDECE - Município de Estremozorganizar a exposição e concurso da raça Limousine.Contámos com uma representação de 58 animais comidades compreendidas entre os 8 e 20 meses, os quaisestiveram em Exposição enquanto decorreu a feira (de25 de Abril a 1 de Maio). Estes animais pertenciam a 10

criadores da região de Odemira, Arronches, Moura eGrândola. No dia 30 de Abril todos os animais queestavam em Exposição participaram no XV Concurso deJovens Reprodutores, sendo classificados por um juizem ring apropriado, onde se apresentaram agrupadospor secções de idades: quatro secções de machos equatro secções de fêmeas. No final, apresentaram-se aring os dois melhores de cada secção de idade paraapurar o Campeão, Vice-Campeão, Campeã e Vice-campeã. O juiz do Concurso foi o Sr José Romão,pessoa experiente em concursos de várias espéciesanimais e também experiente na raça Limousine pois jáconta com vários julgamentos de Concursos de Jovense Concurso Nacional da Raça Limousine.

O título de Campeão foi atribuído ao machoVENDAVAL-PG04088031, animal de grande gabaritoque se apresentou muito bem em ring. Este novilho éfilho do touro OEILLET-1998001971, assim como asfêmeas VALSINHA-PG04088030 e AMIZADE-

XV Concurso Nacional de JovensReprodutores da Raça LimousineFIAPE 2006

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50 Notícias Limousine

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PG05088002, que se consagraram Campeã e Vice-campeã respectivamente. Estes três animais reflectembem a grande qualidade genética do touro OEILLET etambém um excelente trabalho de selecção realizadopelo criador José Maria Pacheco dos Reis da região deOdemira. O título de Vice -campeão foi atribuido aomacho VLADIMIR-PG04366011, pertencente aocriador MHCF Sociedade Agropecuária, Lda. Estenovilho é filho de HIGHLANDER-1692111209 que éum touro top difundido por Inseminação Artificial, oqual já em concursos anteriores teve filhos queobtiveram o titulo de Campeão (TUBARÃO-PG02088030) e Campeã (TEMPESTADE-PG02088033).

O Prémio Especial de Melhor Criador desteConcurso foi alcançado por MHCF SociedadeAgropecuária, Lda com exploração sedeada emArronches, que somou 28 pontos. Em segundo lugar,ficou o criador Manuel Rocha Viana com exploraçãosedeada no concelho de Odemira, que alcançou 23

pontos e em terceiro lugar, ficou o criador José MariaPacheco dos Reis também com exploração sedeada emOdemira com 21 pontos.

No Concurso de Jovens Reprodutores é cada vezmais difícil encontrar animais bem domados que seapresentem a desfilar bem em ring, talvez por seremanimais jovens e "pouco experientes" a arreatar. Poressa razão, foi este ano pela primeira vez galardoadoo animal mais bem domado, para estimular oscriadores a apostar mais nos seus animais, domando-os de forma a que se apresentem em ring sem esforçoe em "boa pose". Este prémio, foi este ano atribuído àfêmea Alvorada-PG05150009 pertencente ao criadorManuel Pacheco Martinho da região de Odemira.

O Concurso Nacional da raça Limousine continuaa ser realizado em S. Teotónio - Odemira no âmbito daFACECO que este ano vai ter lugar de 14 a 16 de Julhocontamos com a vossa presença, esperamos por si, atélá.

Nome VENDAVAL VLADIMIR

NºTAT PG04088031 PG04366011

Data nascim. 25/12/2004 03/10/2004

Pai OEILLET-1998001971 HIGLANDER-1692111209

Mãe LOUREIRA-PG95088013 RIQUITA-1930588840

Criador JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS MHCF SOC. AGRO-PECUARIA,LDA

CAMPEÃO VICE-CCAMPEÃO

Nome VALSINHA AMIZADE

NºTAT PG04088030 PG05088002

Data nascim. 18/12/2004 16/02/2005

Pai OEILLET-1998001971 OEILLET-1998001971

Mãe MARAVILHA-PG96088030 SAUDADE-PG01088027

Criador JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS JOSÉ MARIA PACHECO DOS REIS

CAMPEÃ VICE-CCAMPEÃ

juiz de concurso - José Romão

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