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N9 3 1973 Maio EDITORIAL - Deus me chama .... . ...... . A Ecir conversa com vocês . ... .. ......... . A ascese no plano da vida "natural" ..... . Seis dias com os jovens ...... . ........... . As vocações hoje Cântico das Mães p. p. 4 p. p. p. 12 p. 17 As empregadas e o INPS . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19 O Movimento nada inventou . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 Encontro nacional de casais responsá veis em São Paulo .. .. . .. .. . . . . . . . .. .. .. . . . .. . .. p. 24 Encontro nacional de casais responsáveis em Brusque .. . . .. . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. .. . p. 29 Retiros organizados pelo Setor de Campinas em V alinhos .. . .. . .. . .. . . . . .. . .. . .. . .. .. p. 31 Oração para a próxima reuaiiio . . . . . . . . . . . p. :12

N9 3 1973 - ens.org.br · Define-se a reação como sendo a resposta de um ser vivo a uma excitação. Pergunto a mim mesmo por que, ... E se, um dia, algo do amor infinito de que

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N9 3 1973

Maio

EDITORIAL - Deus me chama .... . ...... .

A Ecir conversa com vocês . ... .. ......... .

A ascese no plano da vida "natural" ..... .

Seis dias com os jovens ...... . ........... .

As vocações hoje

Cântico das Mães

p.

p. 4

p.

p.

p. 12

p. 17

As empregadas e o INPS . . . . . . . . • . . . . • . . . . p. 19

O Movimento nada inventou . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

Encontro nacional de casais responsáveis em São Paulo .. .. . .. .. . . . . . . . .. .. .. . . . .. . .. p. 24

Encontro nacional de casais responsáveis em Brusque .. . . .. . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. .. . p. 29

Retiros organizados pelo Setor de Campinas

em V alinhos .. . .. . .. . .. . . . . .. . .. . .. . .. .. p. 31

Oração para a próxima reuaiiio . . . . . . . . . . . p. :12

Revisão, Publicação e Distribuição pela SeCretaria das

Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

04530 Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - Te!.: 80-4850

04530 - SAO PAULO, SP.

- somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

DEUS ME CHAMA

É preciso cuidar das disposições interiores quando nos pre­paramos para a meditação. Desejo de fervor ou de pensamentos exaltantes, intenção subconsciente de fuga, desempenho resig­nado de uma obrigação. . . eis algumas disposições não muito apropriadas a um clima de meditação. Igualmente negativo é este sentimento de estar dando cumprimento a uma feliz ini­ciativa e este contentamento de si que o acompanha.

A única atitude religiosa autêntica que nos pode dispor às graças do Senhor consiste em procurar a meditação porque a ela Deus nos chama.

Mas, podereis dizer, estou longe de ter, toda vez que me entrego à meditação, o sentimento de estar sendo chamado por Deus. Ao que respondo que não é ter o sentimento que mais im­porta, mas sim, ter a convicção de dar cumprimento à vontade de Deus.

Poderia vos parecer que passo de uma idéia para outra ; da idéia de apelo de Deus para a de vontade de Deus. Na reali­dade, trata-se de uma coisa só: a vontade de Deus é apelo. Pre­firo entretanto a idéia de apelo, porquanto a vontade de Deus, para quem não a compreende bem, parece uma abstração; ao passo que se eu disser: Deus me chama, isto leva irresistivel­mente ao pensamento que Ele está junto de mim, que Ele es­pera o seu filho e que tem certamente algo importante para lhe dizer, para lhe dar.

Esta convicção de que nos entregamos à meditação porque Deus nos chama e que estamos respondendo a este apelo eli­mina a tensão, a inquietude, a presunção, o contentamento de si e nos introduz numa atitude de humildade, de segurança, de confiança muito tranquilas.

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Em psicologia como em biologia, detemo-nos longamente no estudo da reação. Define-se a reação como sendo a resposta de um ser vivo a uma excitação. Pergunto a mim mesmo por que, em espiritualidade, esta noção merece tão pouca atenção. E, no entanto, em certo sentido, é preciso dizer que a vida espiritual -e particularmente a oração - é a reação do homem em face de Deus.

Adoração, oferenda, louvor, temor, ação de graças, consa­gração, todas as atitudes religiosas fundamentais do homem em oração, só se compreendem sob este ponto de vista.

Quando o pensamento da grandiosidade de Deus se vos apre­senta, seja de pronto, sob a ação de uma graça, seja no termo r de uma meditação laboriosa, não vos sentis irresistivelmente le­vados a vos prosternar, tal como o beduino na hora da prece? A prosternar não somente o corpo, mas a vossa inteligência, vosso coração, vossa vida inteira?

Quando fazeis a descoberta de que tudo vem de Deus, não vos sentis levados a uma entrega a Deus de todo o vosso ser, num impulso de oferenda e de submissão?

Quando contemplais nas criaturas um reflexo do Esplendor divino, não sentis elevar-se em vós, do coração aos lábios, um cântico de louvor? Quantos salmos surgiram desta contem­plação!

Se Deus vos deixa entrever algum reflexo de sua Santidade, não tendes o sentimento de um temor reverente, um frêmito de todo vosso ser, uma tomada de consciência aguda, não somente de vossa pequenez aos pés de sua Majestade, mas também de vosso pecado?

"Ai de mim, estou perdido exclama !saias, de repente, ao defrontar-se com a Santidade de Deus - pois sou um homem de lábios impuros"!

Se vos acontece lembrar-vos das graças múltiplas de que tendes sido objeto no decurso de vossa vida, a ação de graças -este impulso para o Criador da criatura reconhecida, este ati­rar-se alegre da criança nos braços do Pai - não soergue todo o vosso ser?

E se, um dia, algo do amor infinito de que sois objeto se desvenda, não se impõe a vós, irreprimível, a exigência de vos consagrar a Deus por uma oferenda de todo o vosso ser?

Compreendeis agora o que dizia a princípio: a oração é, em nós, a reação de nossa alma em face de Deus. Sem dúvida, não é necessariamente em cada meditação que estas atitudes

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estão todas explícitas: uma ou outra domina. Mas o fundo re­ligioso de onde brota nossa oração é feito desses grandes sen­timentos que uma meditação perseverante acumula pouco a pouco.

Pretender tirar de si mesmo estes impulsos de oração, sem começar pela meditação das perfeições divinas, seria tão absur­do quanto, para um espelho, pretender fazer surgir a luz de si mesmo.

Um dia, é possível, Deus tomará a iniciatl.va de vos fazer entrever uma ou outra de suas perfeições. Mas, enquanto isto, é preciso, às apalpadelas, caminhar para a sua descoberta, me­ditando sem desanimar, sustentados por uma alegre esperança.

HENRI CAFF AREL

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A ECIR CONVERSA COM VOC:B:S

Caros amigos

De Mareei Delpont, que tantos de vocês conheceram por oca­sião da visita do Cônego Caffarel, recebemos uma carta de suma importância, da qual transcrevemos os trechos principais. ~

"O Encontro dos Responsáveis de Setor que acaba de realizar­-se em Paris, no sábado e domingo últimos (23 e 24 de março), irá marcar uma data importante na história das Equipes de Nossa Senhora. A título de palestra de espiritualidade, Cônego Caffarel nos fez a seguinte comunicação: 'Com 70 anos de idade, após 35 anos com as Equipes, penso que é tempo de abrir mão de minhas respon­sabilidades . .. ' Tais foram as suas primeiras palavras.

Em seguida, durante uma hora, perante um auditório parti­cularmente atento, fez um balanço desses 35 anos, que ele con­sidera certamente positivos, mas que o levaram a um sério exame de consciência. Depois de render graças a Deus, procurou ca­racterizar a situação do mundo e da Igreja, onde o Movimento deve continuar a exercer o seu papel. Num mundo cercado de ameaças de toda ordem, a renovação da oração e das exigências espirituais, particularmente por parte dos jovens, é um sinal de esperança.

Quanto ao futuro do Mot,imento, ele o confia com serenidade à Equipe Responsável, constituída por Marie e Louis d'Amonville, Madeleine e Daniel Flach e o Pe. Roger Tandonnet. Quanto a ele, conta, daqui por diante, dedicar-se à oração e ao ensino da oração.

De qualquer modo, vai permanecer na Equipe Responsável até o mês de julho. A Equipe Responsável, informada há muito desta decisão, já refletiu nos diversos problemas que será pre­cis oresolver e poderá, agora que a comunicação foi feita, con­frontar suas reflexões com as do Conselho e dos grandes quadros do Movimento.

Voltaremos certamente a falar em breve no assunto, mas desde já pedimos que rezem e peçam orações, de um lado para, juntamente com Pe. Caffarel, dar graças a Deus por tudo o que o Espírito Santo, por seu intermédio, revelou aos casais de todo o

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mundo e pedir ao Senhor as suas bençãos para o apostolado que Pe. Caffarel ainda deseja realizar e, por outro lado, para que o Movimento saiba encontrar, após a partida de seu fundador, o caminho de sua renovação, embora permanecendo fiel à orien­tação inicial que determinou a sua vocação: descobrir o Cristo, H· aó ·'séú encontro, no e pelo casamento, e 'levar' os outros a assim procederem". · ·

·' Caros amigos, esta mensagem é também a ~a Equipe Respon­sáv~l, em nome da qual Mareei ~os esqeve. , Aguardamos certa-

' wente a comunicação de detalhes . . O qu~ nos sensibiliza parti­çularmente é que Pe. Caffarel, cuja decisão não é recente, quis, ;antes de deixar as Equipes, visitar o Bra~il u~a última vez, apesar de ~e:y esta~o . de saúde.

A ele, portanto, o nosso profundo agradecimento pelas de­monstrações de particular atenção que sempre . dedicou às nossas Equipes, não. só acompanhando de perto os .seus ·.primeiros passos, ~as também depois, mantendo-se em contato ·conosco, visitan­do-nos por três vezes, dando-nos sempre o poderoso estímulo de suas palavras e o exemplo de sua pessoa.

Unamos as nossas orações fervorosas às dos equipistas de todos os quadrantes. Agradeçamos a Deus ter suscitado em nossos tempos tal apóstolo da família e . peçamos ao 'Senhor possa ainda o Pe. Caffarel servi-lo com o mesmo vigor, como apóstolo da or_ação.

•J A ECIR

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A ASCESE NO PLANO DA VIDA "NATURAL"

No último número da C. Mensal, Côn. Caffarel (Editorial) nos falou da Ascese em termos muito acessíveis, considerando-a como o esforço necessário para fazer com que o amor suplante o egoísmo. Romano Guardini, num capitulo de seu livro "Morale au delà des interdits", aprofunda mais o tema, encarando-o sob o ângulo do esforço para pôr ordem nos noss'OS impulsos e aborda o problema sob dois aspectos: a ascese no plano da vida "natural" - a ascese no plano dos impulsos espirituais e religiosos. As páginas a seguir são a condensação do primeiro destes aspectos, ficando para o próximo número o desenvolvimento do segundo.

Por que a palavra ascese desperta frequentemente no cristão uma certa repulsa ou irritação? É que se desenvolveu no mundo uma mentalidade segundo a qual "combater" as nossas tendên­cias "naturais" é anti-natural. Segundo esta corrente de idéias, os instintos são um bem colocado no homem para o seu desen­volvimento normal. Então tudo está dentro da ordem quando se obedece aos instintos, porquanto eles zelam para que a natureza se encaminhe na direção certa.

Com efeito, dizem, de que modo o animal sadio cresce e se desenvolve? Seguindo os seus instintos. Assim também se daria no homem: o modo, o tipo, poderíamos dizer, segundo o qual a vida da natureza se desenvolve, é o do simples desenvolvimento de si. O que está no interior se exprime vivendo.

É fácil então comparar o homem à natureza, quando se quer criar uma atmosfera que se oponha à idéia do domínio dos ins­tintos que o Cristo ensina.

Entretanto, no homem, entra em ação um fator que não existe no animal, fator este tão manifestamente real que é preciso ser cego para não o enxergar: o espírito. E o espírito introduz numa situação nova tudo o que é "natureza".

Na esfera do espírito, o instinto tem, com efeito, outro signi­ficado que na simples natureza. É insensato querer compreender a vida do homem a partir da vida do animal.

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Uma vez saciado, o animal deixa de comer. Depois que repousou, não fica inutilmente deitado. Se o instinto de repro­dução o impele, ele o satisfaz; passado pouco tempo, o instinto se cala. No homem, o instinto trabalha de maneira diferente. O espírito dá aos impulsos vitais uma singular liberdade. Tor­nam-se mais fortes, mais profundos, adquirem muito maiores possibilidades de exigência e de satisfação. Mas, ao mesmo tempo, perdem a proteção das regulações orgânicas às quais estão ligados no animal e que o põem em segurança, ao passo que no homem, se descontrolam tantas vezes, pondo em perigo o seu significado.

É assim, por exemplo, que o homem é levado a fazer do ali­mento um bem em si, procurando nele o prazer, pelo requinte da mesa, com o que afinal se prejudica. Não é preciso alinhar argumentos para evidenciar o quanto o homem se avilta pela deformação do instinto da sede. Em nenhum animal o instinto sexual atinge tal degradação, tal arbítrio, como no homem, que se deixa levar por ele até a própria destruição de sua vida e de sua honra. Nenhum animal sente tanto prazer em matar quanto o homem, cujas guerras não têm nenhum equivalente no animal...

Mas o espírito dá também ao instinto um novo significado. Dá-lhe profundidade, caráter, beleza. Coloca o homem em rela­ção com o mundo dos valores, eleva-o até o domínio da liberdade.

No animal, o instinto constrói o meio em que vive, de con­formidade com a sua natureza, mas com isto o introduz no campo limitado desse meio. No homem, o instinto leva ao livre en­contro com a amplidão e a riqueza do mundo mas, também, o expõe ao perigo: tudo o que é exagero, refinamento, tudo o que é contra a natureza torna-se possível - e atraente.

O espírito domina o instinto mas não o destrói. Não é um "adversário da vida". Pelo contrário, tem a possibilidade de o regular, de o formar, de lhe dar assim um significado mais alto, de levá-lo à perfeição - com o risco, é verdade, de deformá-lo e de o tornar contrário à natureza.

Resulta daí, para o homem, uma necessidade que não existe no animal: a de manter os instintos numa ordem livremente escolhida e dominar a tendência que o leva ao desregramento ou ao erro. Não se trata portanto de enfraquecê-los, já que cons­tituem uma reserva de energia. Não se trata - como houve uma corrente na história da religião e da moral - de considerar o corpo, os instintos, como maus em si, ao passo que o espírito em si seria o próprio bem. Trata-se, isto sim, de manter o ins­tinto numa justa ordem, o que exige esforço, e é isto a ascese,

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palavra que significa exercício exerciCIO para bem conduzir a vida, isto é, conduzi-la de acordo com o desígnio de Deus.

Tudo isto mostra, repetimo-lo, que o instinto tem no homem outro significado que no animal, e que é insensato aquele que procura no animal, isto é, na simples natureza, uma norma de vida .

É preciso levar em conta, a esta altura, que existem no homem - e não no animal - outros valores além dos que se relacionam com a vida física. Acima destes, por exemplo, há os valores da vida profissional, os que nos põem em relação c.om os nossos semelhantes ou os que resultam da atividade intelectual. f Há finalmente os que se realizam diretamente nas nossas relações com Deus. A criação, o desabrochar destes valores requer esfor-ços e sacrifícios: é nisto que consiste a ascese.

Além do mais é sabido o quanto a natureza humana é com­placente para consigo mesma e até que ponto é necessário domi­nar-se voluntariamente, mesmo quando nenhum fim direto a isto nos obriga. Este domínio é necessário para que a vontade possa mais facilmente corresponder, quando um dever direto impõe as suas exigências. É este o caminho que conduz à liber­dade, isto é, ao domínio de si, dos próprios movimentos e im­pulsos .

Ascese significa que o homem decide ficar homem.

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ROMANO GUARDINI "Morale au-delá des lnterdlts"

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SEIS DIAS COM OS JOVENS

Ao transcorrer a Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos, pareceu-nos oportuno o seguinte artigo, traduzido da Carta Mensal francesa.

A experiência inédita de alguns protestantes que, por volta de 1950, decidiram viver a vida moná.stica nos moldes de uma. ordem religiosa católica representou o inicio de um processo de vivência ecumênica cujos frutos o Espirito Santo tem multiplicado sem cessar. Hoje a aldeia francesa de Taizé tomou-se como que a Meca do ecumenismo, o centro para onde convergem, de todos os quadrantes, católicos e protestantes, teólogos e leigos, que se reunem para encontros, palestras, debates e dias de oração. Ultimamente, Taizé tem sido muito procurada pelos jovens.

O artigo relata a experiência de uma equipista que tomou parte num dos cada vez mais freqüentes encontros de jovens realizados nesse oásis de fraternidade e oração.

Seis dias com os jovens. Seis dias transbordantes de riquezas.

O simples fato de inverter as posições habituais, de me en­contrar praticamente só eu, adulta, com 1.500 jovens, mudou o meu ponto de vista de mãe de família de 40 anos. Eu estava no meio deles desprovida de qualquer autoridade, não tendo nem a de mãe, nem a de professora, nem a de animadora, sim­plesmente com eles, não sabendo se ia ser rejeitada ou acolhida ... Uma certa preocupação apossara-se de mim enquanto viajava para Taizé; mas uma grande alegria enchia meu coração na via­gem de volta.

Que teria descoberto?

Acabava de viver seis dias de festa, de uma festa jovial, exuberante, repleta de cantos e sons de guitarras. Festa animada principalmente por um grupo grande de espanhóis e africanos. Mas, sobretudo, eu acabava de viver com eles uma festa mais íntima, muito mais profunda.

A princípio em equipe, depois em grupos de equipes, nós meditamos sobre a primeira frase do que eles chamam "a alegre notícia": "O Cristo ressuscitado vem animar uma festa no mais íntimo do homem".

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Eu dialoguei sobre esta frase com jovens de 18 a 30 anos, vindos dos mais variados lugares, tendo ou não tendo fé, mas todos procurando Deus, ou pelo menos um Ser Supremo ao qual não ousavam dar nome. Era muito comovente.

Eu descobria a alma daquele jovem do qual não se via quase o rosto, escondido atrás de longos cabelos. Eu percebia, pouco a pouco, que a aparência nada tem a ver com a realidade ...

Descobri seus sofrimentos, desde o do viciado em drogas até o daquela jovem suíça que nos disse: "Quando eu voltar para casa domingo à tarde, estarei com o coração transbordante, terei vontade de falar, de repartir minha experiência e minha alegria; mas encontrarei meus pais sentados diante da televisão, bem { mais interessados no programa do que no que eu possa ter a dizer-lhes".

Eu percebi tudo o que havia por trás desta frase: "Por que somos tão mal compreendidos pelos adultos? Eles desconfiam sempre de nós ... " E um outro prosseguiu: "Nós também des­confiamos deles, mas ao mesmo tempo temos imensa necessidade deles".

Sofrimento também daqueles que procuram, daqueles que têm medo da morte porque depois será o vazio, a escuridão, e ao mesmo tempo recusam um Deus que lhes traria apenas uma pequena segurança.

Descobri o caminhar dos corações. Como, por exemplo, no caso da moça americana que, após duas horas de diálogo, per­guntou: "Será que eu posso rezar, se eu não creio, para pedir a Deus, se Ele existe, de O encontrar?"

Ou no dessa italiana que se dizia atéia no primeiro dia. "Vol­tarei aqui dentro de um mês, irei ao campo do silêncio. . . Agora não tenho mais necessidade de dialogar, eu fiz a revisão dos meus problemas, tenho necessidade de me encontrar, preciso de seis dias de silêncio para refletir, decidir e viver".

Eu ria com os que riam. Sim, ri muito com eles. A alegria explodia naqueles que já viviam com o Cristo e naqueles que descobriam que a esperança era possível.

Eu velava com aqueles que não dormiam. Noite adentro discutíamos sobre os assuntos que eram problemas para eles: a não-violência, a sociedade, o casamento, o amor, o sexo, a po­breza ...

Eu rezei com todos. Eram muitos os que vinham durante o dia à igreja, no grande silêncio. Cada um rezava ali, com seu coração, com seu corpo, sem respeito humano.

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Uma holandesa expressou aquilo que muitos deixavam en­trever: "Fazia três anos que eu não entrava numa igreja, hesitei para tomar a decisão; no primeiro dia, eu fiquei lá sem fazer nada; depois, pouco a pouco, alguma coisa se passou em mim; creio que posso dizer agora que eu rezo".

Outros, mais habituados à prática da oração silenciosa, re­zavam uma hora ou mais.

Três vezes por dia, reuníamo-nos para meia hora de oração. Tudo era facultativo , mas pelo menos duas vezes por dia éramos aproximadamente 1.200.

Os ofícios são muito clássicos: salmos, silêncio, cantos, leitura da Palavra, silêncio.

Todos os dias houve missa e, no último dia, uma missa comunitária.

Felizes os convidados à ceia do Senhor!

Momento pungente entre todos é aquele da Eucaristia.

Sofrimento de não podermos todos comungar ao Corpo de Cristo. Filhos de um mesmo Pai, nós somos também os herdeiros de duas famílias, os herdeiros de um divórcio velho de quatro séculos. Na véspera de sua morte, Cristo rezou para que nossa unidade permitisse aos homens crer nele. Nesse momento da missa era nos dado viver a paixão da unidade. Quando estamos cada um em sua igreja, esquecemo-nos muitas vezes do drama e do escândalo desta separação.

Esta unidade, nos foi dito, só se fará se cada um a realizar no mais íntimo de si mesmo e souber partilhar a festa que o Cristo ressuscitado veio animar.

Seis dias ricos, como vocês podem constatar. Estes jovens muito me ensinaram; através da sua busca, da sua esperança e da sua fé, eu vi o rosto do próprio Cristo.

Compreendi que nossas duas gerações têm muito que tr ans­mitir uma à outra.

Com eles aprendi a escutar, a falar , a rezar.

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AS VOCAÇ6ES HOJE

O segundo domingo de maio é, neste ano, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. É claro que a nossa oração não se deve limitar a esse dia, e apro­veitamos a ocasião para salientar alguns aspectos do problema das vocações.

CRISE DE VOCAÇOES

Não escapa a ninguém que a Igreja enfrenta uma crise de vocações. Confiamos no Espírito Santo e sabemos que essa crise é para um bem maior e que dela advirão dias melhores. Mas, no momento, as vocações estão em crise. As futuras e as atuais. As futuras, quase não há e, quanto às atuais, quase não passa dia sem que ouçamos falar de alguém que tenha resolvido, com o perdão da palavra, "pendurar as chuteiras".

Bem, aí é que queríamos chegar. Diante de uma doença grave, qual é a mãe ou esposa que fica de braços cruzados? Chama o médico, providencia os remédios, medica o doente -enfim: se mexe. A crise de vocações é no momento doença grave na Igreja - pode então o cristão ficar apenas observando e lamuriando? Pois bem, irmãos, chegou a hora de chamarmos o médico - o próprio Jesus Cristo, e aplicarmos os remédios -oração, sacrifícios, trabalho ...

VOCAÇAO E ORAÇAO

"Deus nada concede, disse São Vicente de Paulo, sem ora­ção - nada, nem mesmo a extensão do seu reino". Nada mais claro: não haverá vocações enquanto não houver oração. E não é oração qualquer, um pedidozinho uma vez por ano porque a Igreja pede. O que ela pede nesse dia é mais oração, mais sa­crifício do que nos outros dias. É preciso rezar sempre, e como aquele vizinho cacete que acaba sendo atendido, nos diz Nosso Senhor, nem que seja para ter sossego. Pode parecer estranho que precisemos pedir tanto justamente aquilo que Deus mais quer - a extensão do seu Reino - mas já nos advertiu no An­tigo Testamento que os seus caminhos não são os nossos ...

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FAMíLIA E VOCAÇAO, OU O APOSTOLADO COMEÇA EM CASA

Anos atrás, durante um Encontro Nacional de Casais Res­ponsáveis, Mons. Benedito de Ulhôa Vieira pediu a todos os casais ~presentes que respondessem, anonimamente, a essas per­guntas:

- Vocês rezam para ter um filho padre? - Se um filho seu lhes declarasse que deseja ser padre,

vocês ficariam felizes , aborrecidos ou preocupados?

A maioria não rezava para ter um filho padre (alguns res­ponderam: "às vezes"), mas todos, com apenas duas exceções, responderam que ficariam felizes. Vamos ser lógicos : se a vo­cação de um filho nosso nos deixaria felizes é que gostaríamos de ter um filho padre - e como pode isto acontecer se nem sequer pedimos a Deus que desperte a vocação em nossos filhos?

Mais. Ouvimos dizer que falar muito em vocação pode pro­vocar uma reação oposta, ou suscitar falsas vocações: então caí­mos no excesso contrário e evitamos tocar no assunto. Ora, no mundo de hoje, em q1:1e a informação circula livremente e nossos filhos estão a par de tudo, algo de que não se fala ou é assunto ultra-tabu ou não existe. Com o nosso silêncio, criamos em nos­sos filhos a impressão de que ser padre "já era", é uma coisa ultrapassada e que o que vemos aos domingos na igreja ou em casa por ocasião das nossas reuniões é um exemplar de uma es­pécie em extinção. Nunca passa pelas suas cabeças que padre possa ser uma vocação: como se aqueles que conhecem já nas­cessem padres. Vocação é para médico, engenheiro, advogado -padre para eles é uma espécie de funcionário. Senão, por que nenhum deles jamais falou em ser padre? Quantos de nós já deixaram cair no meio de uma conversa, com a naturalidade de alguém que diria desejar ter um filho médico: "puxa, como era bom se tivéssemos um padre na família" ou "Fulano, com sua preocupação com os outros, dava um bom padre"? Respeito hu­mano... Resultado: em tantas famílias de militantes cristãos, tão poucas vocações! Os jovens de hoje, mais do que nunca, gostam de atitudes positivas. Não tenhamos pois receio de co­locar-lhes o sacerdócio como uma opção possível para o seu fu­turo - a opção mais difícil, decerto, a mais exigente, a que requer maior generosidade. Mas os jovens são generosos e quem sabe dentro de algum tempo veremos alguns dos nossos prepa­rarem um vestibular diferente e ingressar numa faculdade de . . . teologia!

Mas não nos iludamos: se o nosso lar não for verdadeiramente cristão, de pouco ou nada adiantará o resto. Muitos documen-

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tos conciliares ou pos-conciliares chamam a atenção dos casais para a influência decisiva do lar no despertar e no desabrochar de vocações entre os jovens que nele vivem. E o que é um lar cristão? Bem o sabemos: um lar onde reine o amor e onde Deus seja sempre o primeiro servido. Resposta de catecismo .. . A rea­lidade que vivemos é bem outra. No entanto, se fôssemos per­feitos já estaríamos no céu. Então? Importa que cada um se esforce para superar o egoísmo natural e esquecer-se para servir aos demais. Se ensinarmos - pelo exemplo - aos nossos filhos a preocupar-se com os outros e a ajudá-los, estaremos semeando neles aquela centelha de generosidade que com os anos poderá tornar-se uma segunda natureza e desabrochar numa vocação. Se não escolherem o sacerdócio, pelo menos serão ótimos maridos c esposas ...

ADOLESCENTES ARREDIOS?

Para alguns cujos filhos adolescentes não querem nem ir à missa, isto tudo pode parecer um tanto utópico. . . Acontece, porém, que o Espírito Santo não desiste tão fácil e suscitou, para suprir as nossas deficiências, movimentos realmente providen­ciais: o Treinamento de Líderes Cristãos, os Encontros de Jovens e outros. É preciso incentivarmos ao máximo esses movimentos e os nossos adolescentes a participarem deles. A maioria aceita o convite sem problemas porque partiu de colegas. Quando par­te do vigário, de um outro adulto ou de um colega com o qual não simpatizam, em geral procuram mil desculpas. Aí temos que forçar, com jeito, inclusive apelando se for preciso para ar­gumentos sentimentais do tipo "eu nunca te pedi nada, mas isto eu te peço, faça-o por mim". É um recurso extremo, mas, para os grandes males, os grandes remédios - pode não haver outra chance. Nesses Encontros, ao mesmo tempo em que redesco­brem o Cristo, descobrem a necessidade de transmiti-lo aos outros, ou seja, descobrem a sua responsabilidade apostólica. E, com o tempo, a militância nesses movimentos poderá, quem sabe, levá­-los a um compromisso maior.

NUNCA ~ TARDE

Seu filho cresceu, está no colegial, mas ainda não sabe bem o que vai querer fazer, ou então está no último ano de engenha­ria, mas não tem namorada firme. Se você é dos que rezaram e falaram, dos que souberam despertar nos filhos a preocupação com os outros, então não desanime - e continue rezando. Por­que, se diminui cada vez mais o número de vocações tradicionais, em compensação estão aumentando - devagarinho ainda, é ela-

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ro - as vocações ditas adultas. E essas, como assinala Paulo VI, ''que vêm das universidades ou das oficinas, perseveram 9 vezes em 10". Diz o Pe. Wenceslau V. Enicius, fundador do Seminário Vestibular Paulo VI, de Niterói, para maiores de 18 anos: "Anual­mente, recebemos aqui mais ou menos 20 adultos que desejam ser padres". Em seis anos, o Seminário Vestibular ordenou 8 padres. Em Guaratinguetá, o recém-fundado Seminário para Vocações Adultas, dos padres franciscanos, ordenou o ano passado o seu primeiro padre. Enquanto o Seminário da Penha recebe rapazes na idade do curso colegial, os mais velhos que se sentem cha­mados fazem os seus estudos com seminaristas que vivem em comunidade, mas continuam trabalhando em suas paróquias e mo­rando com suas famílias, numa experiência nova que está havendo em São Paulo.

Quando a semente é de boa qualidade, um dia ela germina. A gente semeia, Deus há de colher, na sua hora. Se aquele filho que pensávamos fosse "dar" um padre acabar casando, nem por isso tudo estará perdido. Novos ministérios estão surgindo na Igreja para suprir a falta de sacerdotes, e mesmo depois de ca­sado, mais tarde, ele poderá ouvir o chamado e responder "pre­sente", ordenando-se como diácono.

NóS E A "EX-VOCAÇõES"

É deveras confortador saber que ainda há vocações, mas en­quanto um se ordena aqui, outro acolá, quantos não pedem a sua redução ao estado leigo? Rezar pelas vocações, hoje, assumiu uma nova dimensão: não basta mais pedir que Deus envie ope­rários à sua roesse, é preciso rogar-lhe que assista e ampare os que já estão aí trabalhando. O número crescente daqueles que abandonam o sacerdócio bem mostra o quanto os nossos padres precisam de oração. E nós, que temos o privilégio de ter um Conselheiro espiritual, temos o dever de rezar diariamente por ele e pela firmeza e perseverança de todos os que como ele abra­çaram a vida sacerdotal. Primeiro, porque todos na Igreja são co-responsáveis. Segundo, porque um dos fatores que contribui para a desorientação do clero é exatamente o fato de os leigos estarem assumindo cada vez mais e maiores tarefas eclesiais que, antes, eram da alçada exclusiva dos padres. Muitos interrogam­-se sobre o seu papel, sentem-se desorientados, outros pergun­tam-se se valeu mesmo a pena renunciar às alegrias de uma vida em família.

Procuremos entender e ajudar. Entender . . . A nós, que não podemos admitir a infidelidade conjugal, parece-nos monstruosa

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a infidelidade sacerdotal, mas, em vez de escandalizar-nos, pro· curemos compreender. E ajudar. A Igreja ensina-nos a detestar o pecado mas a amar o pecador. Tenhamos caridade. Não fe­chemos a porta de nossos corações nem a da nossas casas àqueles que não souberam mais encontrar um sentido para a sua vocação. Ajudemos a criar empregos para eles, que precisam agora tra­balhar para viver, sem qualificações outras que um diploma de filosofia. Procuremos compreender o drama humano que estão vivendo e estendamo-lhes a mão, antes que, sentindo-se rejeita­dos pela comunidade católica, sejam compelidos a irem bater em outras portas.

Mas principalmente tentemos prevenir. Podemos fazê-lo por dois caminhos. Pela nossa atitude, procurando mostrar-lhes que, longe de sermos autosuficientes, ainda precisamos muito deles -e não só para a Missa e a confissão. E pela nossa oração, fer­vorosa, fiel, perseverante. É preciso, todos os dias, agradecer os padres que temos e pedir, como recomendam os nossos bispos, "o crescimento em fidelidade daqueles que, pela sua vida e tes­temunho, são incentivo permanente às novas vocações". (1)

(l) Documento da XI Assembléia Geral da. CNBB. Brasllia. 1970.

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CÂNTICO DAS MÃES

Maria Cecília Duprat

Ai da mãe que cede à tentação freqüente da solidão do claustro, do isolamento da cela, dos horários à risca.

Ai da mãe que pensa que só ali ser santa é fácil, que o silêncio a uniria a Deus e que o rezar a tudo a incitaria.

Não! Não nos deixe, cair, Senhor, nesta tentação!

Outro louvor existe, louvor diferente: um cântico novo que rezamos ao longo do dia, no desdobramento das horas . ..

Não esqueça eu jamais, Senhor, que eu vos louvo pela oração que não consigo levar ao fim; por tudo que deixo de fazer (e que me daria muito mais prazer ... ). Aclamo ao Senhor pelo sossego que me negam; salmodiarei ao Senhor, não ao som da cítara ou da lira, mas pelo silêncio que não me foi dado.

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Eu vos louvo pelo trabalho que não aparece (só notado quando deixo de fazê-lo). Proclamo as vossas obras estupendas neste trabalho que ninguém vê, mas onde vislumbro o imenso Deus oculto nas coisas pequeninas.

Eu vos louvo pelo sono interrompido, silencioso louvor noturno, que só os anjos acompanham . . .

Sim, cantemos ao Senhor um cântico novo, cantemos ao Senhor por toda a terra, no coro dos Mosteiros, nos afazeres do lar; entre volutas de incenso como em canções de ninar .. .

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AS EMPREGADAS E O INPS

A lei conferindo atendimento médico e hospitalar, direito à aposentadoria e férias anuais às empregadas domésticas co­meçou a vigorar nos dias em que se celebrava o l()Q aniversá-. rio (11 de abril) da Encíclica "Pacem in Terris", do saudoso Papa João XXIII e no ano em que se comemora o 259 aniver­sário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

:1!:: pois numa perspectiva cristã e em clima de harmonia que devem ser abordadas as questões decorrentes da nova lei, que toca diretamente às donas de casa e por isso estudamos a

seguir.

Na maioria dos nossos lares, a notícia da lei foi acolhida com alegria: enfim uma classe desamparada ia ter estatuto perante a lei e ver os seus direitos definidos. Muita gente inclusive ficou decepcionada ao sair a lei: vários benefícios deixam de ser apli­cados por lei às empregadas, como dia de descanso semanal, 13.0

salário e limite de horário de trabalho. Ao mesmo tempo em que os mais esclarecidos ficaram decepcionados, muitos suspiraram ali­viados: ainda bem ... A estes, ou mais precisamente a estas, pois o assunto interessa principalmente às mulheres, é que se dirige mais especificamente o presente artigo.

Vejamos primeiro porque a lei era necessária.

Atendimento médico- Embora a maioria de nós sempre tenha amparado as suas empregadas em hora de doença, com remédios e visitas ao médico, um tratamento prolongado não deixa de pesar no orçamento doméstico e, depois de certo tempo, começamos a reclamar ...

A perspectiva geralmente piora quando não é a nossa empre­gada que está doente, mas um dos seus filhos, se ela .é quem sus­tenta a família, ou seu pai ou sua mãe, se ela é quem os tem a seu encargo. Nossa boa vontade nestes casos é bem menor: mesmo que comecemos a ajudar, logo desistimos, achando que afinal nada temos com isto e "o problema é dela".

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Se nós, que nos dizemos cristãs, temos essas reações, imagine­-se nos casos em que a patroa não toma conhecimento da doença e deixa a coitada "se virar" com os minguados recursos que ela tem - ou não tem.

A lei quer acabar com isto tudo. Doravante a empregada terá direito a ser atendida, ela e seus dependentes, pelos serviços pú­blicos, sem que isto venha a pesar repentinamente sobre o seu sa­lário ou sobre o orçamento dos seus patrões. Isto mediante uma contribuição mensal bastante razoável, convenhamos, de ambas as partes.

Aposentadoria- Algumas de nós, ou nossas mães, vêm pres­tando um auxílio a antigas empregadas. Mas, na maior parte dos casos, é coisa esporádica: ela aparece, está passando necessidade, e "damos uma mão" na medida de nossas disponibilidades. Ora, esta solução é insuficiente, e como não podemos assegurar, salvo em casos excepcionalíssimos, uma pensão às nossas antigas em­pregadas, o governo é que tem de fazê-lo. A aposentadoria ga­rante às que não podem mais trabalhar, por incapacidade física ou velhice, uma quantia certa, mensal, com a qual podem contar e que, mesmo que não seja grande coisa, é bem melhor do que nada.

Férias anuais - Todas dirão: deste benefício as nossas em­pregadas já gozam. Mas, se fizermos um exame de consciência, veremos que damos férias, sim, mas quando é de nossa conveniên­cia, e como nem sempre o é, acabam se passando 2 ou 3 anos sem que elas tenham tido o seu descanso. Agora não vai mais poder ser assim: teremos que fazer um pouco de força para encaixar dentro dos nossos planos todo ano as férias de nossas empregadas. Algumas não vão querer, mesmo porque não têm para onde ir. Outras, apertadas por dificuldades financeiras, vão preferir rece­ber as férias em dinheiro. E muitas patroas serão tentadas em concordar, porque é muito mais fácil do que ficar sem empregada. Nesses casos, deveremos procurar pelo menos um meio termo: metade férias, metade dinheiro. É claro que não podemos obri­gá-las a sair, mas há sempre um ponto em que o imperativo da saúde deve prevalecer e, depois de dois ou três anos, deveremos fazer todo o empenho para que, queiram ou não, tirem algumas semanas de descanso.

Vistos os benefícios a serem usufruídos, vejamos alguns pro­blemas que, diante da nova lei poderão surgir para algumas donas de casa.

"Despesa inútil, o INPS não funciona, etc."- Na maior par­te dos casos, tanto patroas como empregadas encaram com defini­tiva má vontade -mesmo que achem a lei justa e necessária -o fato de terem que pagar os 8% exigidos: a empregada vai ficar

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com Cr$ 21,50 a menos e a patroa vai ter que pagar Cr$ 21,50 a mais. . . A patroa que costuma pagar as despesas da empregada quando fica doente acha preferível gastar o que for preciso quando for preciso do que desembolsar mensalmente os Cr$ 21,50, mesmo porque, diz ela, a maior parte do tempo, graças a Deus, a empre­gada goza de perfeita saúde. . . Além disso, não vê com bons olhos a perspectiva de ficar um dia inteiro sem a empregada en­quanto a mesma fica nas filas dos INPS. O raciocínio da empre­gada é substancialmente o mesmo. A tentação é, pois, de ambas as partes, ignorar a lei. ..

Esta, no entanto, é uma solução de facilidade - além de ile­gal. Devemos, isto sim, confiar no futuro: com o tempo o INPS estará mais bem aparelhado e as filas irão diminuir. Aliás é uma boa oportunidade para campanhas de esclarecimento: até agora os que tinham contato com o INPS eram pessoas "sem voz" para fazerem ouvir as suas reclamações. Através das empregadas é a classe média que irá agora constatar as deficiências do órgão -e esta tem voz para protestar e conhecimentos para promover uma moralização dos serviços da autarquia.

Também devemos pensar no futuro da nossa empregada Amanhã ela pode nos deixar e ir trabalhar numa casa onde não

, lhe darão a assistência que tinha na nossa. Mesmo que a isto não fossemos obrigados pela lei, deveríamos inscrevê-la no INPS pen­sando nesta eventualidade.

"Com o que ela ganha, a empregada não pode dispensar esse dinheiro" -A lei tomou como base o salário-mínimo para o Cen­tro-Sul, partindo do pressuposto que a maioria ganhe entre Cr$ 200,00 e Cr$ 350,00. Ora, a realidade é bem outra, principal­mente nas cidades menores. Esses Cr$ 21,50 representam portan­to, para as empregadas que ganham, como ainda é o caso em alguns lugares, Cr$ 150,00 ou Cr$ 100,00, uma fatia grande do seu já modesto ordenado.

Qual a solução nesses casos? Certamente não é burlar a lei, como a maioria das empregadas nessas condições pretende - e muita patroa está inclinada a aceitar. A atitude cristã é uma só: a patroa deve arcar sozinha com a despesa do INPS, mas pro­movendo a empregada, isto é, aumentando o seu salário de ma­neira que ela mesma possa contribuir com a sua parte. Por exem­plo: A empregada está ganhando Cr$ 150,00. Deverá ser aumen­tada para Cr$ 175,00 ou Cr$ 180,00 para que possa pagar os seus Cr$ 21,50 sem ter o seu salário diminuído. O que equivale, para a patroa, a pagar à mesma empregada Cr$ 195,00 ou Cr$ 200,00, porque ela também vai ter que dar Cr$ 21,50.

Este raciocínio, aliás, se aplica também nos casos em que a empregada ganha um salário razoável mas tem prestação de cá,

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ajuda à família de lá, enfim gasta praticamente tudo que ganha. Qual de nós vai ter a coragem, sabendo que ela precisa desse di­nheiro, de deduzir os seus 8%? Resultado, nós é que vamos pagar os 16%.. . Ela ficará grata, mas teremos que adverti-la de que o próximo aumento de ordenado vai demorar um bocado para acontecer, pois o que estaremos gastando com isso equivale a um aumento de salário de quase Cr$ 50,00.

O objetivo deste artigo é não só esclarecer as donas de casa que tenham alguma dúvida quanto à atitude a tomar, mas também dar a todas argumentos para fazer um trabalho junto às amigas ou vizinhas que não encaram as coisas sob esse prisma de carida­de e justiça.

Neste mês, em que seremos festejadas como mães, possamos convencer-nos de que temos em relação a essa moça, mesmo que não seja tão moça assim, que mora debaixo do nosso teto e con­tribui para o bem-estar da nossa família, deveres de mãe. E o que uma mãe quer para os seus filhos é que nada lhes falte do ponto de vista físico, intelectual, afetivo e espiritual. A lei do INPS nos leva a considerar no momento apenas o primeiro desses aspectos. Os demais, bem o sabemos, nos colocam responsabili­dades muito mais difíceis.

Próximo artigo: Benefícios que não constam da lei.

A pessoa tem também o direito de ser amparada em caso de doença, de Invalidez, de viuvez, de velhice, de desemprego forçado, e em qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias Independentes de sua vontade. (Pacem In Terris, 11)

Ademais, não podemos passar em silêncio o direito à remuneração do tra­balho conforme aos preceitos da justiça; remuneração que, em proporção dos recursos disponíveis, permita ao trabalhador e à sua famflla um teor de ;vida condizente com a dignidade humana. (20)

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VIDA DE EQUIPE

O MOVIMENTO NADA INVENTOU

Trecho da carta de um Conselheiro espi­ritual ao Casal Responsável de sua equipe.

Há dois meios de aperfeiçoamento muito importantes, aos quais a equipe deve dedicar o melhor dos seus esforços - com o lembrete freqüente e exigente do Casal Responsável e o auxílio do Conselheiro espiritual: o dever de sentar-se e a regra de vida.

Ambos são instrumentos indispensáveis para o crescimento espiritual do casal e de cada um individualmente.

O Movimento, ao tornar obrigatórias essas práticas, nada inventou: apenas aplicou a cristãos casados práticas de vida es­piritual que sempre foram hábito na Igreja.

O dever de sentar-se aí está como um momento privilegiado durante o mês, quando os esposos voltam à fonte do amor que prometeram um ao outro no dia do seu casamento. É preciso que, ao longo dos anos, reencontrem a juventude dos seus cora­ções, a juventude do seu amor, porém com uma profundidade maior que nos seus tempos de noivado. É diante do Senhor que esse encontro deve ter lugar, diante do Senhor, que é a própria juventude. Desta prática depende em grande parte a santificação do seu amor conjugal, a santificação do seu lar e a de toda a sua equipe. Parece-me que a tomada de encargo es­piritual deve ter lugar primeiro ali, nesse esforço para confor­tar-se entre esposos diante de Deus.

Quando se tem 15 anos de casados ou mais, é preciso ter conservado uma juventude de alma muito grande, ou tê-la re­encontrado na fonte de todo amor - em Deus - para poder dialogar, marido e mulher, sobre as falhas de um ou do outro, para colocar as próprias reações na luz da Palavra de Deus, para tomar juntos uma resolução e confiar ao Senhor a vida do seu lar. Acho que um esforço deve ser feito pela equipe neste sentido.

As mesmas reflexões poderiam ser feitas a propósito da regra de vida, porém num plano individual. A equipe deveria aceitar um controle muito vigilante e muito exigente sobre esses dois pontos.

(Da Carta Mensal Equipes Novas, nova edição, em preparação)

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ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSAVEIS EM SÃO PAULO

Como no ano passado, o local do encontro foi no tradicional Colégio "Liceu Sagrado Coração de Jesus", dos padres salesia­nos. Data: 24 e 25 de março.

No primeiro dia, ao entrarmos pela manhã, já se sentia o clima de excelente organização que acompanhou todo o encon­tro; mesas com casais para recepção orientavam os que chega­vam para hospedagem, encaminhamento de bagagens, etc. Tudo feito com muita simpatia e sorriso. Cada casal recebia uma pasta muito bem preparada com a programação, lista dos casais participantes, livro de orações e cantos.

Os 200 casais reuniram-se no enorme auditório, estando o palco todo ornamentado com flores e como destaque um su­porte que posteriormente rece­beu o livro da Palavra de Deus, conduzido por um casal. Como abertura do encontro, Lourdi­nha e José Eduardo fizeram a meditação, na qual os presentes foram concitados a abrirem seu coração no sentido de se dispo­rem a receber tudo quanto Deus quisesse transmitir. Foi precisa­mente após a meditação que um casal transportou o livro dos Evangelhos até o palco, estando o auditório com as luzes apa­gadas, permanecendo somente acesas luzes vermelhas ilumi­nando artisticamente o palco. Esse casal leu um trecho do Evangelho de S. Lucas ( 4, 15)

e comentou que nem todos têm o costume ou a oportunidade de ler ou conhecer o Evangelho e que nós, pelo nosso modo de viver como equipistas, somos o Evangelho para aqueles que nos podem ler, finalizando com uma oração comunitária. Com a lei-

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tura de um texto dos "Atos dos Apóstolos", Inah e Paulo Alex deram início aos trabalhos, seguindo-se um cafezinho. Nesta oportunidade houve os costumeiros cumprimentos entre os casais que não se viam há muito tempo, abraçavam-se e conversavam naquela alegria do povo de Deus.

A primeira palestra do Encontro esteve a cargo de Esther e Marcello, sobre o tema: "Espiritualidade Conjugal". Sempre fa­zendo citações do Evangelho, Marcello acentuou que a "espiri­tualidade conjugal" é a ciência e a arte de se santificar no e pelo casamento, é a fidelidade do casal àquilo que é proposto pelo Espírito. Toda a palestra foi entremeada de slides, o que a tornou bastante agradável.

Almoço: Grande era o número de presentes, mais de 600 pessoas. Entretanto em pouco tempo todos foram servidos, dada a magnífica organização que os casais da equipe de serviço puse­ram em prática.

,· . Grupos .de co-participação: O tempo era pouco e precisava ser bem aproveitado, por isso logo a seguir reuniram-se os gr~­pos de co-participação, cerca de 22, distribuídos pelas várias salas.

N e!lte; . ano foi modificado o sistema de "grupos de trabalhos" para ;"gr11:pos de co-participação", os quais tiveram como roteiro a leitura de um trecho do Evangelho, reflexão e em seguida co-participação sobre a palestra anterior. Muitos e excelentes os testemunhos.

Segunda palestra - "Como levar aos filhos os frutos das Equipes de N. Senhora", a cargo do Payão, também esta confe­rência, aliás bastante teológica, foi entremeada de slides. O con­ferencista acentuou a necessidade do diálogo entre pais e filhos

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e que os pais existem para os filhos e não estes para os pais, pois este é o plano da Providência.

Missa - Um dos pontos altos do encontro.

Muito bem cuidada toda a organização. Foi preparado um livreto especial com os textos e cânticos da missa. Quando a cortina do palco levantou-se, ofereceu aos presentes uma cena comovente, qual seja, o altar rodeado por inúmeros padres as­sistentes, que concelebraram.

Todos os movimentos da missa fluiram com extrema pre­cisão. Vários casais participaram das leituras e procissão do ofertório. O esquema de distribuição da comunhão foi perfeito e rápido para um auditório daquele tamanho. Não faltaram os cânticos acompanhados ao violão por filhos de equipistas e um solo comovente pelo Chico, de Jundiaí.

O programa estabelecia a continuação das atividades desse dia até às 22,00 horas. Por isso era necessário servir aos pre­sentes um lanche. Novamente verificou-se que tudo havia sido muito bem planejado. Com efeito, caixas contendo salgadinhos e doces foram distribuídas juntamente com refrigerantes.

O programa previa para logo depois do lanche reuniões de equipe. Nestas reuniram-se os mesmos casais que compuseram os grupos de co-participação, alterando apenas o animador. Du­rante a reunião, que seguiu o roteiro habitual, os casais fizeram uma avaliação das reuniões dos grupos de co-participação rea­lizadas no dia, bem como responderam à pergunta proposta pelos organizadores sobre a nossa responsabilidade do casal res-

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ponsável em face ao ano que se inicia e perante a nossa equipe e o Movimento. Assim terminou o primeiro dia.

Logo ao iniciar-se o segundo dia do Encontro, domingo, ti­vemos a visita do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns que, mesmo tendo que viajar nesse dia, não deixou de visitar os equipistas reunidos. Foi este também um dos pontos altos do Encontro. O Cardeal, com a simplicidade que lhe é peculiar, soube cativar de maneira extraordinária a todos com sua palavra de apóstolo.

Pelo programa deste dia, estava prevista a palestra sobre "as novas obrigações". Mais uma vez coube a Marcello e Esther abordarem esta ampliação dos meios de aperfeiçoamento dos equipistas. Sempre com citações de exemplos concretos e refe­rindo-se ao Evangelho, Marcello fez a explicação do valor e da necessidade das novas "obrigações", quais sejam, leitura da pa­lavra de Deus, prática da ascese cristã e meditação diária.

Sobre a leitura diária do Evangelho, Marcello disse ser ne­cessário perseverança e abrir o coração para entender o que Deus nos quer falar. Disse ainda que começou a melhor com­preender o Evangelho quando entendeu Cristo como homem.

Sobre a ascese, Esther fez excelente dissertação, entremeada de vários exemplos, principalmente de sua vida particular.

Sobre a meditação, Marcello mais uma vez acentuou o valor da oração para o progresso na espiritualidade. "O amor exige o encontro a sós". "A oração mental ou meditação é o encontro a sós com Deus", disse.

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Como no dia anterior, seguiram-se à palestra os grupos de co-participação, quando novamente excelentes testemunhos fo­ram dados.

Após o almoço, servido como no dia anterior, realizaram~se as reuniões por Regiões.

Sessão de encerramento - Cada Região apresentou-se atra­vés de um casal que no palco deu suas impressões sobre os dias de encontro. Testemunhos magníficos e comoventes foram dados, espelhando o quanto foram proveitosos esses dias, graças ao tra­balho cuidadoso que tiveram seus organizadores e as orações perenes que foram feitas como preparação do Encontro.

Coube ao Pe. Aquino, Conselheiro espiritual da ECIR, ma­nifestar-se também, dizendo que via com satisfação o trabalrrõ magnífico dos leigos. ,.,

' i Marcello, como responsável da Equipe de Coordenação Inter-

-Regional, ~irigiu as palavras finais, referindo-se à atenção dada pelo reitor do Liceu Sagrado Coração de Jesus, pondo à dispo­sição do Movimento o colégio e cercando os equipistas de toda atenção. O reitor, em breves palavras, disse estar sempre à disposição do nosso Movimento, afirmando que o Colégio não é seu, "é do Coração de Jesus, o qual é grande e sempre cabe mais um".

Um pedido especial e formulado por Esther antes do encer­ramento: que os equipistas se interessem pelas vocações sacer­dotais, desejo esse do Pe. Caffarel e também manifestado já no ano anterior pelo reitor do Liceu.

A seguir todos os presentes cantaram o "Magnificat".

Missa de encerramento -Mais uma vez o espetáculo tocante de tantos sacerdotes reunidos em volta da mesa -do Senhor ~ara a celebração eucarística. .

Orações e cânticos em comum puseram fim ao Encontro, que foi maravilhoso e que por certo trará muitos frutos ·a todas as Equipes.

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Ivone e Alvaro Moura ; • Equipe 24,Setor A, São ~aulo

ENCONTRO NACIONAL DOS CASAIS RESPONSAVEIS EM BRUSQUE

Medida das mais acertadas foi tomada pela ECIR: dividir o grande encontro nacional dos casais responsáveis, sempre rea­lizado em São Paulo, em dois.

Assim os três Estados sulinos, que representam duas regiões (Paraná e Sul, com Santa Catarina e Rio Grande do Sul) reu­niram seus casais responsáveis nos dias 10 e 11 de março de 1973, na cidade de Brusque (SC), sede da Região Sul, em um conclave dos mais animados e produtivos de quantos já se realizou.

O ensejo principal: mais facilidade na locomoção e conse­qüente participação dos casais dos setores de Porto Alegre, Caxias do Sul, Florianópolis, Curitiba (setores A e B), Coordenações do Interior do Paraná e de Blumenau .

. E houve uma participação quase 100%: equipes cujos res­ponsáveis não puderam participar se fizeram presentes por outros casais; cerca de vinte conselheiros espirituais e uma equipe de serviço que reuniu todos os casais do setor anfitrião, Brusque. Foram assim cerca de 300 pessoas, todas congregadas em um mesmo ideal, fazendo também uma cidade inteira viver o espí­rito equipista, porque a hospitalidade do povo brusquense foi mais uma vez posto à prova: mesmo casais não equipistas e até

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de outras religiões, carinhosamente, hospedaram os equipistas do sul do Brasil.

Presença marcante do Senhor Arcebispo Metropolitano, Dom Afonso Niheues, de Florianópolis, que concelebrou com mais vinte sacerdotes a Santa Missa de abertura do Encontro, no sábado, dia 10 de março, e dirigiu belíssimas e marcantes palavras de fé e entusiasmo aos presentes.

A ECIR prestigiu totalmente o encontro: Esther e Marcelo, Glória e Payão nas palestras; Rubens e Dirce, Paulo Alex e Inah na supervisão geral, todos enfim dando total apoio para que as "equipes de serviço" realizassem suas tarefas.

Valiosa colaboração recebeu o Regional Sul do Casal Regional do Paraná, dos casais responsáveis dos Setores de Porto Alegre, Caxias do Sul, Florianópolis, e de Coordenação de Blumenau, do Casal Regional do Paraná. e da Coordenação de Caxias do Sul.

Participaram do encontro: casais responsáveis de Blumenau: 5; Brusque: 8; Campo Largo: 2; Caxias do Sul: 13; Curitiba: Se­tor A, 8; Setor B, 8; Florianópolis: 14; Porto Alegre: 15; e além destes, os casais responsáveis dos setores de Brusque, Caxias do Sul, Florianópolis, Porto Alegre e o regional do Paraná.

Edy e Adherbal Casal responsável pela Região Sul

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RETIROS ORGANIZADOS PELO SETOR DE CAMPINAS, EM VALINHOS

18-19 e 20 de maio - Pregador: Pe. José Antonio Busch.

6-7 e 8 de julho - Pregador: Pe. Antonio Celso Queiroz.

24-25 e 26 de agosto - Pregador: Frei José Carlos Corrêa Pedroso.

28-29 e 30 de setembro - Pregador: Frei Luiz Gonzaga da Costa.

19-20 e 21 de outubro - Pregador: Frei Barruel de Lange­nest, O.P.

9-10 e 11 de novembro -Pregador: Pe. Lauro Sigrist. 30 de novembro, 1 e 2 de dezembro - Pregador: Pe. Ro­

lando J albert. Adesões - Luiz e Marly Trevisan - Fone: 8-8969.

NOVAS COORDENAÇOES

Niterói Responsável: Lourdinha e Waldir Soares.

V alinhos - Vinkedo Responsável: Maria Helena e Arnaldo Machado de Souza, de V alinhos.

Angatuba - Itapetininga Responsável: Aurea e Renato C. Ribeiro, de Angatuba.

Novas Equipes:

Bélgica - 4

Espanha - 31

França - 6

NOTíCIAS INTERNACIONAIS

Novos Setores:

Portugal - Lisboa D

Lisboa E

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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO

Maria Santíssima, eleita entre todas para ser a Mãe do Salvador, presente ao pé da Cruz, nos dá o seu Filho. Padroeira das Equipes, não é só nossa intercessora como também nosso modelo. Procurando imitá-la, aprenderemos a seguir a Cristo.

TEXTO DE MEDITAÇAO

"Nem a graça do Divino Redentor, nem a poderosa inter­cessão de sua Mãe e Mãe espiritual de todos nós, nem a elevada santidade desta Mãe, poderiam de forma alguma conduzir-nos ao porto da salvação se a isso não correspondesse uma disposição constante de nossa vontade de honrar a Cristo e à Virgem Mãe de Deus, por imitação conscienciosa das virtudes que os distin­gue, um e outra.

A imitação de Jesus Cristo é, sem dúvida alguma, a via real que devemos tomar para atingir a santidade de vida e em nós mesmos reproduzir, na medida do possível, a perfeição absoluta do Pai celeste. E se a Igreja Católica sempre manteve esta emi­nente verdade, de modo semelhante afirmou também que a imi­tação da Virgem Maria, longe de nos apartar da preocupação de seguir fielmente a Cristo, torna este empreendimento mais amá­vel e mais fácil".

(Exortação do Papa Paulo VI "Slgnum Magnum" - maio de 1967)

ORAÇAO LITúRGICA

Deus todo-poderoso, concedei que vossos fiéis tenham um só coração e uma só alma

- e perseverem unânimes na oração com Maria Mãe de Jesus.

Vós fizestes de Maria o modelo perfeito da união com Jesus, - concedei aos cristãos a graça de imitá-la.

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Vós fizestes de Maria a mãe da graça e da misericórdia, - concedei que todos os aflitos experimentem a doçura de

seu amor materno.

Vós que colocastes Maria ao lado de Jesus e de José, - concedei que as mães de família busquem a caridade e

a santidade de seus lares.

Vós que coroastes Maria Rainha do Céu, - fazei que todos aqueles que já morreram partilhem sua

alegria e a de todos os santos.

OREMOS:

Senhor, nosso Deus, vos pedimos, concedei a vossos servos a saúde da alma e do corpo e, pela gloriosa intercessão da Santa Virgem Maria, fazei que sejamos livres das tristezas deste mundo e gozemos da alegria eterna. Por Jesus Cristo .. .

(Oração do Tempo Preser.te - Ofício da Virgem :Maria)

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