Upload
lamkhue
View
218
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
NATHÁLIA BORGES LEIBEL
INFLUÊNCIA DA TAXA DE VARREDURA NOS PARÂMETROS DE
RESISTÊNCIA A CORROSÃO POR PITE DO AÇO INOXIDÁVEL
AUSTENÍTICO UNS S31600
Relatório final apresentado ao
Centro Universitário da FEI,
como parte dos resquisitos
estabelecidos pelo Programa de
Bolsas de Iniciação Ciêntífica
(PBIC), orientado pelo Prof. Dr.
Rodrigo Magnabosco.
São Bernardo do Campo
2008
Ao meu Pai Carlos por me inspirar,
apoiar e servir como exemplo na minha
caminhada profissional.
AGRADECIMENTOS
À Deus em primeiro lugar por sempre me permitir chegar a lugares mais distantes.
Aos meus pais e meu irmão pela torcida, incentivo, paciência e compreensão.
Ao professor Dr. Rodrigo Magnabosco pela amizade, oportunidade, empenho e
conhecimento transmitido.
A Daniella Caluscio, pela amizade, risadas e troca de experiências.
Aos técnicos do CDMatM-FEI (Centro de Desenvolvimento de Materiais Metálicos
do Centro Universitário da FEI) pelo imenso carinho, e ajuda incondicional.
Aos técnicos do CLQ-FEI (Centro de Laboratórios Químicos do Centro
Universitário da FEI) pela disposição e atenção ao longo do projeto.
Ao Centro Universitário da FEI e ao PBIC (Programa de Bolsas de Iniciação
Científica) pelo incentivo à pesquisa.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo estudar a influência da velocidade de varredura no
processo de corrosão por pite. Para isso foram realizados ensaios de polarização cíclica
em solução 0,6M de cloreto de sódio (NaCl) do aço UNS S31600. Nesta pesquisa
percebeu-se que diferentes taxas na realização dos ensaios não alteram os parâmetros
ligados à corrosão por pite, tais como: potencial de pite (Epite), potencial de circuito
aberto (Eca), potencial de proteção1 (Eprot1), potencial de proteção 2 (Eprot2), densidade
de corrente no potencial de pite (ipite) e a área do laço de histerese das curvas de
polarização (U). Percebeu-se também que a morfologia dos pites é arredondada e larga,
podendo também apresentar-se na forma rendilhada. Com o aumento da velocidade de
varredura o tamanho dos pites vai diminuindo devido ao pouco tempo para sua
formação.
Palavras- chave :
1. Corrosão por pite
2. Polarização cíclica
3. Velocidade de varredura
4. Aço inoxidável austenítico UNS S31600
ABSTRACT
This work studies the influence of potential scanning rate in pitting corrosion resistance
of the UNS S 31600 stainless steel through cyclic polarization test in 0,6M sodium
chloride (NaCl) aqueous solution. It was concluded that different rates don’t change
pitting corrosion resistance parameters: pitting potential (Epite), open circuit potential
(Eca), protection potential 1 (Eprot1), protection potential 2 (Eprot2), current density at
pitting potential (ipite) and area of the hysteresis loop (U). It was also detected that the
morphology of pitting is round and large, and sometimes presented a lacy pattern. With
the increase of potential scanning rate the size of pitting reduces due to reduction in
polarization period to pit formation.
Key- words:
1. Pitting corrosion
2. Cyclic polarization
3. Potential scanning rate
4. Austenitic stainless steel
5. UNS S31600
SUMÁRIO
Lista de Figuras .................................................................................................................1 Lista de Tabelas .................................................................................................................3 1. Objetivos ....................................................................................................................4 2. Introdução...................................................................................................................5 3. Revisão Bibliográfica.................................................................................................6
3.1. Aços inoxidáveis austeníticos .............................................................................6
3.2. Reações Eletroquímicas ......................................................................................7
3.3. Técnica de Polarização Potenciodinâmica Cíclica .............................................9
3.4. Corrosão por pite ..............................................................................................12
4. Metodologia .............................................................................................................14 4.1. Material .............................................................................................................14
4.2. Preparação dos corpos de prova e caracterização microestrutural....................14
4.3. Ensaios de polarização cíclica ..........................................................................16
6. Discussão dos Resultados.........................................................................................33 7. Conclusões ...............................................................................................................40 8. Referências Bibliográficas .......................................................................................41
1
Lista de Figuras
Figura 1. Distinção das regiões anódica e catódica sobre a superfície metálica. Experimento realizado em solução 3,5% em massa de NaCl (BARBOSA,2004).......... 8 Figura 2. Esquema da curva de polarização cíclica de um aço inoxidável em solução contendo íons de cloreto (MAGNABOSCO, 2001).................................................................................................................................................................................................. 10 Figura 3. Modelo de película passiva e repassivação (SEDRIKS, 1996). ..................... 11 Figura 4. Quebra da película passiva pela ação dos íons brometo (SEDRIKS, 1996)... 12 Figura 5. Representação dos principais tipos de pite.(ASTM G46-97,1999)................. 13 Figura 6. Máquina de polimento automático Struers Abramin. CDMatM-FEI. ............ 15 Figura 7. Microscópio óptico LEICA DMLM. CDMatM-FEI. ..................................... 15 Figura 8. Potenciostato AUTOLAB-20 do CLQ-FEI. ................................................... 16 Figura 9. Potenciais lidos no ensaio de polarização potenciodinâmica cíclica. (CALUSCIO, 2007) ....................................................................................................... 17 Figura 10. Método para o cálculo da potência de repassivação do gráfico de polarização potenciodinâmica cíclica obtido. (CALUSCIO, 2007) .................................................. 18 Figura 11. Método alternativo para cálculo de potência de repassivação, com dois polinômios apenas. ......................................................................................................... 18 Figura 12. Método alternativo para cálculo de potência de repassivação, com extrapolação do trecho final. .......................................................................................... 19 Figura 13. Microestrutura do AISI 316 após ataque eletroquímico com ácido oxálico. 20 Figura 14. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra. .......... 21 Figura 15. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra. .......... 21 Figura 16. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra. .......... 21 Figura 17. Foto representativa da corrosão ocorrida nas amostras 1,2 e 3 em suas superfícies. ...................................................................................................................... 22 Figura 18. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra. ....................................... 22 Figura 19. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra. ....................................... 23 Figura 20. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................................. 23 Figura 21. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra. ....................................... 23 Figura 22. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra. ....................................... 24 Figura 23. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra. ....................................... 24 Figura 24. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 25 Figura 25. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 25 Figura 26. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 25
2
Figura 27. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 26 Figura 28. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 26 Figura 29. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 26 Figura 30. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 27 Figura 31. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 27 Figura 32. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 28 Figura 33. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 28 Figura 34. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 28 Figura 35. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 29 Figura 36. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 1 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 29 Figura 37. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 2 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 30 Figura 38. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 3 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 30 Figura 39. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 4 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 30 Figura 40. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 5 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 31 Figura 41. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 6 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra................................................... 31 Figura 42. Gráfico do potencial de corrente aberta em função da taxa de varredura. .... 34 Figura 43. Variação de Eca com a taxa de varredura. .................................................... 34 Figura 44. Gráfico do potencial de pite em função da taxa de varredura....................... 35 Figura 45. Variação de Epite com a taxa de varredura................................................... 36 Figura 46. Gráfico da densidade de corrente em função da taxa de varredura............... 37 Figura 47. Gráfico do potencial de proteção 1 em função da taxa de varredura. ........... 37 Figura 48. Gráfico do potencial de proteção 2 em função da taxa de varredura. ........... 38 Figura 49. Gráfico da potência de repassivação em função da taxa de varredura.......... 39
3
Lista de Tabelas
Tabela 1. química nominal (%massa) do aço AISI 316 ................................................... 6 Tabela 2. Propriedades mecânicas do AISI 316 ............................................................... 6 Tabela 3. Composição química (% em massa) do aço em estudo.................................. 14 Tabela 4. Valores médios dos ensaios realizados........................................................... 32 Tabela 5. Resultados de Eca para vários trabalhos já realizados.................................... 34 Tabela 6. Resultados de Epite para vários trabalhos já realizados ................................. 36
4
1. Objetivos
O objetivo deste projeto é determinar os parâmetros de resistência a corrosão por
pite em solução 0,6M de cloreto de sódio (NaCl) do aço UNS S31600 solubilizado, sob
diferentes taxas de varredura de potencial durante a polarização cíclica, verificando
a influência desta nos parâmetros medidos.
5
2. Introdução
Os aços inoxidáveis são ligas ferrosas com teores de cromo livre na matriz
superiores a 11%, e por isso tem a capacidade de formar película superficial aderente,
não porosa e auto-regenerativa, chamada de película passiva; tal película protege o aço
da ação de agentes corrosivos, conferindo grande resistência à corrosão. Já os aços
inoxidáveis austeníticos recebem esta denominação por apresentarem a fase austenita (a
estrutura CFC do ferro) estável inclusive em temperaturas inferiores à ambiente
(SEDRIKS, 1996).
Também chamada de puntiforme, a corrosão por pite se processa em pontos ou
pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo pites, que são cavidades
que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior do que
seu diâmetro. (Gentil, 1996).
A presença de pites pode não só provocar vazamentos em tanques, tubulações e
recipientes, como também levar a outras causas de falha como corrosão sob
tensão, fragilização por hidrogênio, ou fadiga associada à corrosão
(MAGNABOSCO,2001).
A corrosão por pite é avaliada por ensaios de polarização cíclica, normalmente
conduzidos sob taxa de varredura de potencial próxima de 1 mV/s como sugerem as
normas mais utilizadas para realização de ensaios de polarização (ASTM G45-94 e
G61-86) onde também se encontra um tempo mínimo de imersão das amostras de 5 a 55
minutos. Deste modo, o estudo da forma das curvas de polarização por pite em função
da taxa de varredura se faz necessário, verificando a influência deste parâmetro de
ensaio na determinação do comportamento a corrosão por pite de aços inoxidáveis.
6
3. Revisão Bibliográfica
3.1. Aços inoxidáveis austeníticos
Aços inoxidáveis são ligas de ferro com no mínimo 11% em massa de cromo, e isto
garante sua resistência à corrosão pela possibilidade da formação de película passiva.
Esta película é caracterizada por excelente aderência à superfície, ausência de
condutividade elétrica, pequena espessura e alta capacidade de auto-regeneração
(MAGNABOSCO, 2001).
Já os aços inoxidáveis austeníticos recebem esta denominação por apresentarem a
fase austenita (estrutura cúbica de face centrada do ferro) estável inclusive em
temperaturas inferiores à temperatura ambiente. O mais comum deles é o aço 304 onde
o teor de Cromo varia de 18 à 20%.
O aço austenítico 316, em relação ao aço 304, apresenta melhor resistência à
corrosão sob tensão (corrosão que combina normalmente três fatores: meio agressivo,
temperatura e tensões, sejam elas aplicadas ou residuais do processo de fabricação) e
principalmente melhor resistência à corrosão por pite. As tabelas 1 e 2 mostram,
respectivamente, características do aço 316 quanto a sua composição química e
propriedades mecânicas.
Tabela 1. química nominal (%massa) do aço AISI 316
C Cr Ni Si Mn Mo S P Fe
0,08 16-18 10-14 1,0 2,0 2,0 0,03 0,045 Balanço Fonte: (SEDRIKS, 1996)
Tabela 2. Propriedades mecânicas do AISI 316
Limite de escoamento (MPa) Limite de resistência (MPa) Alongamento total (%) Dureza (HRB)
290 579 50 79 Fonte: (SEDRIKS, 1996).
7
3.2. Reações Eletroquímicas
A corrosão é um fenômeno de interface que afeta materiais orgânicos e
principalmente materiais inorgânicos. Manifesta-se através de reações químicas
irreversíveis acompanhadas da dissolução de um elemento químico do material para o
meio corrosivo ou da dissolução de uma espécie química do meio no material
(GEMELLI, 2001).
Segundo GENTIL (1996), quando um elemento químico perde ou cede um ou mais
elétrons, o mesmo oxida. Se esse mecanismo ocorrer de forma inversa, de tal forma que
o elemento receba elétrons, ele reduz. Portanto reduzir ou oxidar são processos que
envolvem a transferência de elétrons. Do mesmo modo, um elemento que já sofreu
oxidação pode se tornar mais oxidado, se ceder mais elétrons, ou diminuir o grau de
oxidação caso receba elétrons.
Para se obter a corrosão, por mais simples que ela seja, é necessário haver
transferência de elétrons entre um elemento químico do material e outro do meio. Essa
transferência pode se dar de duas formas: através de um mecanismo químico (corrosão
química) ou através de um mecanismo eletroquímico (corrosão eletroquímica).
Uma reação é considerada eletroquímica se ela estiver associada a uma passagem
de corrente elétrica através de uma distância finita, maior do que a distância
interatômica. Esta passagem de corrente envolve o movimento de partículas carregadas:
íons, elétrons, ou ambos. Dessa forma, na maioria das reações que se manifestam em
presença de uma superfície metálica, ocorre esta passagem de corrente através do metal,
e a reação é eletroquímica em sua natureza. Como na corrosão de um metal a superfície
metálica está sempre presente, as reações básicas responsáveis pela corrosão são
eletroquímicas. (WOLYNEC, 2003)
Na maioria das reações eletroquímicas, os íons se movimentam através de eletrólito
líquido, normalmente aquoso. Evans em 1920 pode confirmar de forma clara as reações
eletroquímicas envolvidas num processo corrosivo. Na experiência da gota salina uma
gota de uma solução de 3% de NaCl é colocada sobre uma superfície de ferro. Foram
utilizados indicadores de ferricianeto de potássio, que se torna azul na presença de íons
ferrosos, e do indicador fenolftaleína, que se torna rosa em presença de OH−. O
aparecimento da área azul (mostrada na Figura 1) deve-se à formação de íons ferrosos
segundo a reação:
8
+→ 2FeFe + 2e (1)
Trata-se de uma reação anódica, que é uma reação de oxidação, visto que os
elétrons são produtos na reação.
O aparecimento da área rosa na Figura 1, por sua vez, é devido à formação do íon
hidroxila a partir do oxigênio dissolvido na solução segundo a reação: −→++ OHeOHO 442 22 (2)
Trata-se de uma reação catódica, isto é, uma reação de redução, uma vez que os
elétrons são reagentes na reação. Esta reação ocorre graças aos elétrons que são gerados
pela reação anódica e que se deslocam através do metal da região azul para a região
rosa, isto é, da região catódica para a região anódica. (WOLYNEC, 2003)
Assim, as reações (1) e (2) ocorrem simultaneamente graças à passagem através do
metal de corrente elétrica da região em que ocorre a dissolução do metal (região
anódica) para a região em que ocorre a redução do oxigênio (região catódica). Estas
reações, de natureza eletroquímica, são reações básicas do processo corrosivo que
ocorrem quando se atinge o potencial de corrosão, onde há um aumento na taxa da
corrente que passa pelo metal.
Figura 1. Distinção das regiões anódica e catódica sobre a superfície metálica, sendo a região anódica a de
coloração azul (localizada no centro da gota) e a região catódica a de coloração rosa (localizada na periferia da gota). Experimento realizado com a solução 3,5% em massa de NaCl. (BARBOSA, 2004)
9
3.3. Técnica de Polarização Potenciodinâmica Cíclica
Na técnica potenciodinâmica efetua-se o levantamento da curva de polarização do
metal dentro da solução de ensaio (para o estudo da corrosão por pite de aços
inoxidáveis, normalmente uma solução aquosa contendo 3,5 % a 4% de NaCl) na
direção anódica, a partir de um certo potencial (em geral a partir do potencial de
corrosão) e com uma velocidade de varredura padronizada.
Segundo norma ASTM G61-86, a concentração indicada de NaCl é de 3,56%. Os
ensaios são realizados a 1 mV/s e as amostras são imersas na solução cerca de 5
minutos. Também se encontram valores de imersão de 55 minutos na norma ASTM
G45-94.
Por se tratar de metal passivo, a densidade de corrente é inicialmente bastante
pequena e a mesma varia muito pouco com o aumento do potencial. Quando se atinge o
potencial de pite, ocorre um brusco aumento no valor da densidade de corrente
(WOLYNEC, 2003). Este aumento deve-se a quebra da película passiva, que por não
ser condutora de corrente elétrica, impedia a corrosão e conseqüentemente impedia a
ocorrência de um valor significativo de densidade de corrente.
Estas curvas de polarização são representadas por diagramas de potencial de
eletrodo (E) em função da densidade de corrente (i), como mostra a Figura 2, e são
obtidas através de um potenciostato. Este aparelho impõe ao eletrodo o potencial
desejado com relação a um eletrodo de referência, além de medir também a
corrente de polarização e, inclusive, registrá-la por meio de um registrador. O
conceito de densidade de corrente corresponde à corrente gerada dividida pela área
exposta às reações (MAGNABOSCO, 2001).
10
Figura 2. Esquema de curva de polarização cíclica de um aço inoxidável em solução contendo íons
cloreto. E*: potencial de corrosão. Eprot1 e Eprot2: potenciais de proteção. Epite: potencial de pite. Irev: densidade de corrente de reversão (MAGNABOSCO, 2001).
Na figura 2, a curva de polarização teve seu início no potencial de corrosão (E*)
que também é chamado de potencial de circuito aberto; no entanto, a polarização
pode ser iniciada também em potenciais menores que o potencial de corrosão,
situados em regiões onde predominam as reações catódicas.
Segundo CALUSCIO (2007), com o progresso da polarização na direção anódica
atinge-se chamado potencial de pite (na figura 2 Epite), que indica a resistência do
material à formação de pites, ou seja, quanto maior o potencial de pite, maior a
resistência à formação de pite do material na solução em uso.
O potencial de pite é marcado por um aumento na densidade de corrente. Nessa
etapa os pites estão se formando, portanto pode-se dizer que nesse momento há um
crescimento dos diâmetros (ou da profundidade) dos mesmos até atingir o chamado irev,
onde há uma reversão da varredura que normalmente assume valor de 10-³ A/cm²,
(segundo a norma ASTM G61-86, a reversão ocorre em densidade de corrente de 1 a
10 5 µ A).
Quando a curva dirige-se aos potenciais catódicos e cruza a curva original tem-se o
Eprot1, chamado de potencial de proteção, o qual é caracterizado por garantir que abaixo
do mesmo não existe a possibilidade de quebra da película passiva, ou de sua
regeneração. (CALUSCIO, 2007).
11
Quando há uma nova reversão da curva anódica para a catódica tem-se o Eprot2 onde
não há possibilidade de haver corrosão por pite do material.
Considerando-se que a área do gráfico de polarização é dada pela equação:
A = E × i (3)
E sendo o potencial medido em V=J/C e a densidade de corrente em A/cm², através
de análise dimensional apresentada na equação 4, tem-se que o laço da histerese do
gráfico de polarização potenciodinâmica cíclica (indicada por “U” na Figura 2)
apresenta como unidade W/cm², e assim caracterizaria uma potência de repassivação
dos pites formados. (Caluscio, 2007) Assim, a área do laço de histerese indica a
resistência da corrosão do material. Ou seja, quanto maior a área do laço menor sua
resistência, pois maior foi a potência necessária para repassivar os pites.
(4)
Um modelo de película passiva é apresentado na Figura 3. Esta figura apresenta a
formação de um filme de óxidos hidratados com estrutura parecida com um gel que
protege o material do contato com o meio corrosivo. Se esta película for quebrada
poderá haver a formação de íons metálicos do tipo M OH + ,que substituem as
moléculas de água da película liberando cátions H + , que marcam a regeneração da
mesma.
Figura 3. Modelo de película passiva e repassivação (SEDRIKS, 1996).
A quebra dessa película pode ser ocasionada por ataques químicos, na maioria das
vezes por íons agressivos como os haletos. Estes íons podem substituir as moléculas de
água nas regiões não recobertas pela película passiva, por exemplo, a ponte de
hidrogênio MOH+(H2O) mostrada na Figura 3. Sendo assim ocorre a formação de
12
cloretos metálicos, os quais são solúveis em água, o que facilita a remoção dos
mesmos da película passiva. Esta remoção causa a exposição do metal base ao meio
corrosivo, e devido à liberação dos íons cloreto, o processo torna-se autocatalítico. Isto
originaria, por exemplo, os pites (MAGNABOSCO, 2001). Esta quebra é representada
pela Figura 4.
Figura 4. Quebra da película passiva pela ação dos íons brometo (SEDRIKS, 1996)
3.4. Corrosão por pite
Segundo SOLOMON e DEVINE (1982) e KELLY et al (2003) a corrosão por pite
é tida como uma corrosão localizada produzindo perfurações no material com tamanho
não muito definido, podendo variar de uma pequena a razoável profundidade. Nem
sempre se pode identificar a corrosão por pite por meios visuais, o que a torna um dos
tipos de corrosão mais temidos, por não ser muito previsível e sua localização,
distribuição e seu tamanho dependerem da estrutura metálica e das condições ambiente.
(SHEIR, JARMAN e BURSTEIN, 2000). Na Figura 5 descrevem-se os tipos de pite
normalmente encontrados. Podem apresentar-se de maneira estreita na superfície e com
grande profundidade (profundo, subsuperficial e horizontal) ou de forma larga na
superfície e profundidade rasa. Na figura 5 ainda encontra-se pites com grande abertura
superficial e grande profundidade; irregular e vertical.
13
Figura 5. Representação dos principais tipos de pite.(ASTM G46-97,1999)
14
4. Metodologia
4.1. Material
O material foi adquirido como chapa de 2 mm de espessura, e sua composição pode
ser constatada na tabela 3.
Tabela 3. Composição química (% em massa) do aço em estudo
Cr Ni Mo Mn C Si Cu P S Fe
16 9,65 1,94 1,18 0,038 0,35 0,11 0,027 0,003 balanço
4.2. Preparação dos corpos de prova e caracterização microestrutural
Amostras de chapa como recebida, após laminação a frio, foram cortadas e
embutidas em resina termofixa de cura quente (baquelite), gerando corpos de prova com
área exposta variando de 0,4 a 0,5 cm² que foram usados para análise metalográfica e
ensaios de polarização cíclica.
Os corpos de prova sofreram lixamento até 500 mesh e para isso foi utilizada a
máquina ABRAMIN, mostrada na Figura 6. Em seguida os corpos de prova foram
polidos utilizando pasta de diamante de granulometrias 6 µm, 3 µm e 1 µm, sempre
utilizando como lubrificante das etapas de polimento álcool etílico, também na máquina
ABRAMIN do Centro de Desenvolvimento de Materiais Metálicos da FEI (CDMatM-
FEI).
Para a revelação microestrutural, foi feito ataque eletrolítico com solução de 10%
de ácido oxálico, a 6 Vcc de diferença de potencial por aproximadamente 30 segundos.
Após o ataque as amostras foram lavadas com água corrente e em seguida a
superfície a ser observada foi seca através de evaporação com álcool etílico absoluto e
jato de ar quente. A análise metalográfica foi feita com o auxílio de microscópio óptico
LEICA, mostrado na Figura 7.
15
Figura 6. Máquina de polimento automático Struers Abramin. CDMatM-FEI.
Figura 7. Microscópio óptico LEICA DMLM. CDMatM-FEI.
16
4.3. Ensaios de polarização cíclica
Os ensaios de polarização cíclica foram conduzidos em solução 0,6M (3,5 % em
massa) de cloreto de sódio (NaCl), naturalmente aerada. Cada solução foi usada para 6
ensaios e depois descartada, evitando assim contaminações. Com o auxílio do
potenciostato AUTOLAB20 do Centro de Laboratórios Químicos da FEI (CLQ-FEI),
mostrado na Figura 8, foi realizada a polarização cíclica das amostras. Foi utilizado o
eletrodo de calomelano saturado (ECS) como eletrodo de referência e como contra-
eletrodo uma barra de platina de 1,75 cm² de área. O eletrodo de trabalho foi constituído
pelas amostras polidas até obtenção do acabamento anteriormente descrito.
Figura 8. Potenciostato AUTOLAB-20 do CLQ-FEI.
Após o polimento, as amostras foram lavadas com água destilada e deionizadas e
secas com álcool etílico e jato de ar quente; em seguida foram imersas na solução 0,6 M
de NaCl, naturalmente aerada, iniciando a polarização após 5 minutos de imersão,
partindo do potencial de circuito aberto gerado e realizando varredura contínua e
ascendente do potencial, revertendo o sentido de varredura quando a densidade de
corrente anódica atingiu 10-³ A/cm²; o ensaio foi encerrado quando se atingiu o
potencial de circuito aberto inicialmente medido. Foram estudadas 5 taxas de
varredura: 0,01 mV/s, 0,1 mV/s, 1 mV/s, 10 mV/s, 30 mV/s. Ao final da polarização, os
corpos-de-prova foram lavados com água destilada e deionizada, sendo então secos com
álcool etílico absoluto e jato de ar quente para posterior observação por microscopia
óptica.
17
Os ensaios foram repetidos seis vezes por taxa de varredura, e a partir deles foram
determinados os potencias de pite (Epite), proteção (Eprot1 e Eprot2) e de circuito aberto
(Eca), a densidade de corrente no início da formação dos pites (ipite) e a área do laço de
histerese das curvas de polarização (U), para avaliação da resistência a corrosão por
pite, comparando-se os resultados obtidos em diferentes velocidades de varredura. A
morfologia de pites foi avaliada por microscopia óptica.
Tem-se exemplo de como os potenciais foram obtidos na figura 9.
Figura 9. Potenciais lidos no ensaio de polarização potenciodinâmica cíclica. (CALUSCIO, 2007)
Na Figura 10 é apresentado o método utilizado no cálculo da potência de
repassivação. A área do laço da histerese corresponde à diferença da soma das integrais
dos polinômios A e B pelo polinômio C, ou seja:
��� −+=ic
ia
ic
ib
ib
iaPolinômioCPolinômioBPolinômioAcmWU )()/( 2 (5)
18
Figura 10. Método para o cálculo da potência de repassivação do gráfico de polarização potenciodinâmica cíclica obtido. (CALUSCIO, 2007)
Para curvas com comportamento diferente do citado na Figura 10, adotaram-se
formas equivalentes de cálculo para análise, como mostrado nas figuras 11 e 12.
Figura 11. Método alternativo para cálculo de potência de repassivação, com dois polinômios apenas.
19
Tem-se como expressão para o cálculo da área destacada em vermelho da Figura 11:
� �−=ib
ia
ib
ia
PolinômioBPolinômioAcmWU )/( 2
Figura 12. Método alternativo para cálculo de potência de repassivação, com extrapolação do trecho final.
No caso da Figura 12, foi feita uma extrapolação do polinômio C, a fim de fechar a
curva característica. Para isso foi utilizada a equação obtida, e o valor de um dos
extremos da integral foi considerado no ponto onde a curva cruzaria com o ponto de
corrente ia. Tem-se como expressão para o cálculo da área:
� �� −+=ic
ib
ic
ia
ib
ia
PolinômioCPolinômioBPolinômioAcmWU )2/( (6)
Em alguns casos, optou-se por aproximar as curvas à uma expressão logarítmica, a
fim de se obter valores melhores do quadrado do coeficiente de correlação (R²) entre a
curva obtida e a aproximada pela expressão.
20
5. Resultados
A fim de se ter um registro da microestrutura do material polarizado foi realizado
um ataque químico em uma amostra com ácido oxálico. A figura 13 mostra linhas de
deformação devido ao encruamento do material anterior à recristalização do mesmo, e
também seus contornos de grão. Nota-se que a microestrutura é homogênea e típica do
aço AISI 316, sem locais preferenciais para o início da corrosão por pite.
Figura 13. Microestrutura do AISI 316 após ataque eletroquímico com ácido oxálico
Devido ao grande tempo de ensaio na velocidade de 0,01 mV/s foram feitos apenas
3 ensaios de polarização cíclica. As figuras de 14 a 16 (a) e (b) mostram resultados
obtidos a partir dos ensaios. Em (a) tem-se a curva obtida, onde é possível identificar
alguns parâmetros como potencial de pite, potencial de circuito aberto, corrente no
potencial de pite. No entanto não foi possível obter potenciais de proteção 1 e 2 para
todas as curvas, uma vez que nem todas completaram o ciclo esperado. Em (b) as
amostras foram fotografadas macroscopicamente para melhor visualização da corrosão
ocorrida em sua superfície. O aspecto visual das amostras, mostrando grandes pite na
superfície, foi evidenciado na Figura 17.
21
(a) (b)
Figura 14. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra.
(a) (b)
-100
-50
0
50
100
150
200
250
300
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 15. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra.
(a) (b)
Figura 16. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 0,01mV/s. (b) Foto representativa da corrosão superficial ocorrida na amostra.
22
Figura 17. Foto representativa da corrosão ocorrida nas amostras 1,2 e 3 em suas superfícies.
As figuras de 18 a 23 (a) mostram as curvas obtidas a partir de ensaios feitos a 0,1
mV/s. Tem-se nelas, os indicativos dos parâmetros ligados a corrosão por pite.
Analisando a forma dos pites encontrados (b) observa-se formas arredondadas e largas.
(a) (b)
-200
-100
0
100
200
300
400
500
1,0E-10 1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 18. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
23
(a) (b)
-500-400-300-200-100
0100200300400500
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 19. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-200
-100
0
100
200
300
400
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 20. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 21. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
24
(a) (b)
-300
-200
-100
0
100
200
300
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 22. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
600
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i(A/cm2)
E(m
V/E
CS
)
Figura 23. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 0,1 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
As figuras de 24 a 29 (a) e (b) mostram resultados obtidos a partir de ensaios feitos
a 1 mV/s. Mais uma vez pode-se observar parâmetros ligados a corrosão por pite, assim
como a forma dos pites encontrados. Neste caso, arredondada apresentando também em
alguns casos forma rendilhada, como nas Figuras 24(b), e 27(b) a 29(b).
25
(a) (b)
-200-100
0100200300400500
1,0E-10 1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 24. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-200-100
0100200300400500
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 25. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 26. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
26
(a) (b)
-300-200-100
0100200300400500
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 27. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-300-200-100
0100200300400500600
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01i (A/cm²)
E (m
V, E
CS)
Figura 28. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 29. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 1mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
27
As figuras de 30 a 35 (a) e (b) mostram resultados obtidos a partir de ensaios feitos
a 10 mV/s. Em (a) tem-se a curva obtida, onde é possível identificar alguns parâmetros
como potencial de pite, potencial de circuito aberto, corrente no potencial de pite,
potenciais de proteção 1 e 2. Nota-se maior regularidade das curvas aproximando-se da
curva teórica apresentada pela literatura, como a mostrada na Figura 2. Em (b) tem-se
fotos que mostram os tipos de pite encontrados nas amostras. Em sua maioria são de
forma arredondada, apresentando também formas rendilhadas. Observou-se que o
tamanho dos pites decresce, devido ao menor tempo que os mesmos tem para se
desenvolver já que a taxa de varredura de potencial aumenta.
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500600700
1,0E-10 1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 30. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 1 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400
-200
0
200
400
600
800
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 31. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 2 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
28
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500600700
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 32. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 3 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400
-200
0
200
400
600
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 33. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 4 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500600
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 34. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 5 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
29
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500600700
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
v,E
CS)
Figura 35. (a) Curva obtida pelo ensaio de polarização cíclica da amostra 6 em 10 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
As figuras de 36 a 41 (a) e (b) mostram resultados obtidos a partir de ensaios feitos
a 30 mV/s. Em (a) mais uma vez tem-se as curvas onde é possível identificar alguns
parâmetros como potencial de pite, potencial de circuito aberto, corrente no potencial de
pite e potenciais de proteção 1 e 2. Em (b) tem-se fotos que mostram os tipos de pite
encontrados nas amostras. Em sua maioria são de forma arredondada, apresentando
também formas rendilhadas e se apresentam em maior quantidade se comparado com as
fotos obtidas nos ensaios realizados a 1 mV/s. O tamanho dos pites está diminuindo,
devido ao pouco tempo que os mesmos tem para aumentar de tamanho, dada a maior
taxa de varredura empregada.
(a) (b)
-600
-400
-200
0
200
400
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 36. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 1 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
30
(a) (b)
-600-500-400-300-200-100
0100200300400
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 37. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 2 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-500-400-300-200-100
0100200300400500
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E (m
V,E
CS)
Figura 38. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 3 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400
-200
0
200
400
600
800
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 39. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 4 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
31
(a) (b)
-400
-200
0
200
400
600
800
1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
V,E
CS)
Figura 40. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 5 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
(a) (b)
-400-300-200-100
0100200300400500600700
1,0E-09 1,0E-08 1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04 1,0E-03 1,0E-02
i (A/cm²)
E(m
v,E
CS
)
Figura 41. (a) Curva obtida pelo ensaio de Polarização cíclica da amostra 6 em 30 mV/s. (b) Foto representativa do pite encontrado na amostra.
Os resultados obtidos de potenciais de pite, proteção 1 e 2, circuito aberto, potência
de repassivação e densidade de corrente no potencia de pite podem ser observados na
tabela 4.
32
Tabela 4. Valores médios dos ensaios realizados.
Taxa(mV/s) 0,01 0,1 1 10 30
Eca(mV/ECS) (-102 65± ) (-225 84± ) ( )74192 ±− ( )25265 ± ( )107354 ±−
Epite(mV/ECS) (241,6 117± ) (283,3 5,70± ) ( )120189 ± ( )55379 ± ( )101252 ±
Ipite(µA/cm 2 ) (5,7 6.7± ) (18,6 8,15± ) ( )4823 ± ( )41 ± ( )81 ±
Eprot1(mV/ECS) (-105 65± ) (-105 65± ) ( )68107 ±− ( )21181±− ( )89135 ±−
Eprot2(mV/ECS) (-198,3 38± ) (-206 50± ) ( )72178 ±− ( )30216 ±− ( )82190 ±−
U(W/cm 2 ) (0.043 066.0± ) (0.012 014.0± ) ( )097,0323,0 ± ( )22,012,1 ± ( )23,0308,0 ±
33
6. Discussão dos Resultados
A partir dos dados da Tabela 4, é possível a criação dos gráficos das Figuras
42,44,46,47,48 e 49 que mostram a variação destes parâmetros com a taxa de varredura
imposta.
Na figura 42 tem-se o gráfico de Eca em função da taxa de varredura em (mV/s).
Deve-se lembrar, contudo, que valor de Eca medido, não sofre influência da velocidade
de varredura, uma vez que este é um parâmetro medido antes da polarização, e foi
mostrado para cada velocidade apenas para distinguir as diferentes séries de ensaios
realizados. A diferença nos valores encontrados deve-se então a interação entre amostra
e solução, que pode ter variado devido às condições superficiais e de preparação da
amostra. Os valores obtidos são irregulares. Os desvios encontrados foram grandes, mas
se forem considerados os possíveis intervalos de erro, os números se tornam mais
próximos uns dos outros. Em 10 mV/s o desvio encontrado foi o menor de todos e seu
valor encontra-se fora da faixa média obtida, fato esse que pode ser associado a uma
melhor condição de ensaio e melhor preparação do operador. Nessa velocidade, como
ressaltado anteriormente tem-se uma aproximação maior das curvas obtidas nos ensaios
das curvas apresentadas na literatura, o que vem a confirmar a hipótese apresentada de
uma melhor execução dos ensaios. Ainda na figura, a reta 1 indica o valor médio de Eca,
enquanto as retas 2 e 3 mostram a o desvio do valor médio de Eca, mostrando que os
valores dos ensaios referentes a 0,01, 10 e 30 mV/s sofreram a possível influência da
preparação das amostras encontrando-se fora do intervalo médio representado pelas
retas.
A tabela 5 é comparativa e traz valores obtidos do parâmetro à partir de outros trabalhos
já realizados e do presente trabalho, e alguns dados do aço AISI 304 foram inseridos,
uma vez que este possui sua composição química muito próxima ao do aço AISI 316L.
A partir da tabela pode-se confirmar a idéia de que Eca independe da taxa de varredura
empregada. A partir da tabela pode-se criar um novo gráfico, apresentado na figura 43,
onde todos os valores de Eca foram plotados de acordo com a taxa de varredura. Em azul
encontram-se os valores obtidos no presente trabalho, já os pontos em rosa representam
os valores encontrados em outros trabalhos. É possível observar que nos dados da
literatura há diferença nos valores encontrados, Eca é um parâmetro que não depende da
taxa de varredura empregada e sim do tempo de imersão da amostra. Assim, as
variações são atribuídas a esse fato e a diferentes temperaturas de ensaio.
34
Figura 42. Gráfico do potencial de corrente aberta em função da taxa de varredura.
Tabela 5. Resultados de Eca para vários trabalhos já realizados.
Eca Taxa de varredura (mV/s) Aço Referência
-102 0,01 316L Este trabalho
-225 0,1 316L Este trabalho
-192 1 316L Este trabalho
-265 10 316L Este trabalho
-354 30 316L Este trabalho
-330 1 316L (L.C. GONTIJO,2007)
-340 1 304 (L.C. GONTIJO,2007)
-550 0,16 304 (M.Senatore, 2006)
Figura 43. Variação de Eca com a taxa de varredura.
35
Já na figura 44 tem-se o comportamento de Epite com a variação da taxa de
varredura. Os valores encontrados se apresentam de forma irregular. Os desvios
novamente foram grandes, tendo seu menor valor em 10 mV/s e seu maior em 1 mV/s,
fato esse que pode ser atribuído a inexperiência do operador uma vez que esta foi a
primeira taxa a ser ensaiada. Em 1 tem-se o valor médio de Epite e em 2 e 3
respectivamente os valores dos desvios padrão médios. Fazendo uma análise através
dessas informações, os valores obtidos se encontram dentro do intervalo de erro obtido,
podendo ser considerados regulares, o que permite concluir que valores de Epite não
dependem da taxa de varredura empregada. A tabela 6 é tida como parâmetro para
comparação e mostra valores de Epite obtidos à partir de outros trabalhos já realizados do
presente trabalho. Alguns dados do aço AISI 304 foram inseridos, uma vez que este
possui sua composição química muito próxima ao do aço AISI 316L. A partir da tabela
pode-se criar um novo gráfico, apresentado na figura 45, onde todos os valores de Epite
foram plotados de acordo com a taxa de varredura. Em azul encontram-se os valores
obtidos no presente trabalho, já os pontos em rosa representam os valores encontrados
em outros trabalhos. É possível observar que os dados da literatura apresentam
diferentes valores dos encontrados experimentalmente, mas estão dentro da faixa média
anteriormente citada. Variações maiores podem ser atribuídas a diferentes condições de
ensaio, como o tempo de imersão, que no experimento realizado por L. Peguet, 2006
durou 15 minutos, em contra partida dos 5 minutos utilizados no presente trabalho.
Figura 44. Gráfico do potencial de pite em função da taxa de varredura.
36
Tabela 6. Resultados de Epite para vários trabalhos já realizados
Epite Taxa de varredura (mV/s) Aço Referência
241,6 0,01 316L Este trabalho
283,3 0,1 316L Este trabalho
189,0 1 316L Este trabalho
379,0 10 316L Este trabalho
252,0 30 316L Este trabalho
400,0 1 316L (L.C. GONTIJO,2007)
330,0 1 304 (L.C. GONTIJO,2007)
325,0 1,6 304 (L. Peguet, 2006)
360,0 0,16 316L (M.Senatore, 2006)
Figura 45. Variação de Epite com a taxa de varredura
Na figura 46 tem-se ipite de acordo com a taxa de varredura imposta. De todos os
parâmetros analisados, este é o que se comporta de forma mais regular. Mais uma vez
os desvios encontrados foram grandes e em 1mV/s obteve-se o maior desvio, enquanto
em 10 mV/s o menor desvio foi observado. Tem-se na figura o valor médio de ipite , e
seus desvios, dados esses representados pelas retas 1, 2 e 3 respectivamente. A partir
das retas mostradas conclui-se que os valores obtidos encontram-se dentro da faixa
considerada, o que dá a certeza de uma da não dependência do parâmetro em relação às
taxas de varredura. Devido sua regularidade e considerando as retas médias obtidas,
valores medidos nesse parâmetro terão valores próximos.
37
Figura 46. Gráfico da densidade de corrente em função da taxa de varredura.
Já na figura 45, o parâmetro analisado de acordo com a taxa de varredura é Eprot1.
Seguindo a tendência da maior parte dos parâmetros já descritos, o potencial de
proteção 1, apresenta-se de forma irregular, o que não pode levar a conclusão de haver
aumento ou queda brusca nos valores encontrados, se novamente for considerado o
intervalo de erro dos desvios encontrados. Novamente o menor desvio pode ser
observado em 10mV/s. Na figura, tem-se em 2 o valor médio de Eprot1, e em 1 e 3 os
desvios do valor médio desse parâmetro, de onde conclui-se que não há influência
monotônica da taxa de varredura na variação de Eprot1.
Figura 47. Gráfico do potencial de proteção 1 em função da taxa de varredura.
38
Já na figura 46, o parâmetro analisado de acordo com a taxa imposta é Eprot2. A
irregularidade dos valores encontrados é menor do que os encontrados em Eprot1, se
desconsiderados os resultados obtidos na taxa de 0,01 mV/s . Tem-se na figura o valor
médio de Eprot2, e seus desvios. Dados esses representados pelas retas 2, 1 e 3
respectivamente. Onde mais uma vez conclui-se que os a maioria dos valores médios
encontrados estão dentro da faixa considerada pelas retas, portanto pode-se dizer que
pode ser obtido um valor médio do parâmetro independentemente da taxa de varredura
analisada. Dessa forma, considerando sua regularidade e valores médios, os valores
encontrados em qualquer uma das taxas será aproximadamente o mesmo.
Figura 48. Gráfico do potencial de proteção 2 em função da taxa de varredura.
Por fim, na figura 49 tem-se a área do laço de histerese variando de acordo com a
taxa de varredura. Diferentemente da maioria dos gráficos, neste parâmetro encontra-se
regularidade. Os desvios novamente foram grandes, no entanto o menor valor encontra-
se em 0,1 mV/s. Os valores médios e de desvio padrão podem ser contemplados nas
retas 1,2 e 3 respectivamente. Mais uma vez os dados obtidos encontram-se dentro do
intervalo considerado. Sendo assim, devido sua regularidade e valores médios, os
números obtidos em qualquer uma das taxas será aproximadamente o mesmo.
39
Figura 49. Gráfico da potência de repassivação em função da taxa de varredura.
40
7. Conclusões
Após a realização desse trabalho, conclui-se que a diferença na taxa de varredura
não é um fator que leva a alteração de valor de parâmetros ligados a corrosão por pite
como: Eprot1, Eprot2, ipite, U, Eca,Epite . Há grande variação nos valores de cada parâmetro,
comparando-se as diferentes taxas de varredura empregadas para obtenção dos mesmos.
Os desvios encontrados foram grandes na maioria dos parâmetros e das
velocidades. Em 10 mV/s no entanto em todas as análises feitas o valor dos desvios
eram considerados pequenos se comparados com os desvios das demais velocidades.
Considerando o intervalo de erro obtido os valores se encontram numa mesma
faixa, e nos parâmetros onde houve regularidade (ipite, U), os valores medidos em
qualquer uma das taxas de varredura apresentarão proximidade. Já onde houve
irregularidade (Eprot1, Eprot2), há grande variação nos números obtidos, o que dificulta
uma associação entre os mesmos, estes parâmetros portanto devem ser utilizados com
cuidado num trabalho comparativo.
A morfologia dos pites se apresenta de forma arredondada e em alguns casos
rendilhada, diminuindo seu tamanho conforme o aumento da taxa empregada, devido ao
menor tempo para sua formação.
41
8. Referências Bibliográficas
1. ASTM G45-94, “Standard Reference Test Method for Making Potenciostatic and
Potentiodynamic Anodic Polarization Measurements”, ASTM – American Society for
Testing and Materials, Philadelphia, USA, 1999, pp.1-12
2. ASTM G46-94A, “Standard Guide for Examination and Evaluation of Pitting
Corrosion”, ASTM – American Society for Testing and Materials, Philadelphia,
USA, 1999, pp.1-7.
3. ASTM G61-86, “ Standar Reference Test Method for Conducting Cyclic Polarization
Measurements for Localizated Corrosion Susceptibility of Iron-,Nickel-, or Cobalt-
Based Alloys”, ASTM – American Society for Testing and Materials, Philadelphia,
USA, 2003, pp.1-5.
4. BARBOSA, E. Reprodução da experiência da gota Salina. Disponível em:
<http://www.fei.edu.br/mecanica/LABMAT/PROJETOS_IC/REL04/evelin.pdf>
consultado em 10 maio.2008.
5. CALUSCIO, D. Influência no grau de encruamento na resistência à corrosão por
pite do aço inoxidável austenítico UNS 30100. Disponível em :
<http://www.fei.edu.br/mecanica/LABMAT/PROJETOS_IC/2007/IC2007_DCS.pdf>
consultado em 10 maio.2008.
6. GEMELLI, E. Corrosão de materiais metálicos e sua caracterização. Rio de
Janeiro: LTC, 2001, p.57-60.
7. GENTIL, V. CORROSÃO. Rio de Janeiro: LTC, 1996, p. 39 8. KELLY, R.G. Electrochemical techniques in corrosion science and engineering. New York, Marcel Dekker. 2003. cap.3, p. 55-123.
9. L. C. GONTIJO, R. MACHADO, L. C. CASTELETTI, S. E. KURI, P. A. P.
NASCENTE. Comparação entre os comportamentos dos aços inoxidáveis AISI
42
304L e AISI 316L nitretados a plasma. Revista brasileira de aplicações de vácuo v.26,
n.3,145-150,2007.
10. L. Peguet et al Influence of cold working on the pitting corrosion resistance of stainless steels Corrosion Science v. 49, may 2007, p. 1933-1948.
11. MAGNABOSCO, R. ; BRUNO, D. Influência do tamanho de grão na corrosão
por pite do aço inoxidável austenítico UNS S30100 em soluções de NaCl e
NaBr. In: 61
Congresso Anual da ABM, 2006, Rio de Janeiro. 61 Congresso Anual da ABM - anais.
São Paulo : ABM, 2006. p. 244-251.
12. MAGNABOSCO, R. Influência da microestrutura no comportamento
eletroquímico do aço inoxidável UNS S31803 (SAF 2205). 2001. Tese. (Doutorado
em Engenharia) - Escola Politécnica de São Paulo, Universidade de São Paulo, São
Paulo. 181p
13. SEDRIKS, A. J. Corrosion of stainless steels. 2. ed. New York ; Chichester ;
Brisbane: John Wiley, 1996, cap.1,4.
14. Senatore, M. Estudo Comparativo entre os aços inoxidáveis dúplex e os
inoxidáveis AISI 304/316L. Revista Escola de minas.Disponível em :
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-
44672007000100027&lng=e&nrm=iso&tlng=e>
consultado em 12 novembro. 2008.
15. SHEIR,L.L., JARMAN, R.A., BURSTEIN, G.T., Corrosion, Metal/Enviroment
Reactions, 3.ed. v.1, Londres: Butterworth-Heinemann, 2000, p.171-190.
16. SOLOMON, H. D. DEVINE Jr., T. M. Duplex stainless steels – a tale of two
phases. In: Duplex stainless steels – conference proceedings. ASM Metals Park :
Ohio, 1982 p. 693-756.
43
17. WOLYNEC, S. Técnicas eletroquímicas em corrosão. São Paulo: EDUSP, 2003
p.14-16