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Naturalismo 1 “Para os naturalistas, o homem é visto como um “caso” a ser cientificamente analisado.”

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Naturalismo

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“Para os naturalistas, o homem é visto como um “caso” a ser cientificamente analisado.”

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Naturalismo

• O Naturalismo foi um movimento cultural relacionado às artes plásticas, literatura e teatro. Surgiu na França, na segunda metade do século XIX. Este movimento foi uma radicalização do Realismo.

• Émile Zola: principal representante do Naturalismo

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• Entusiasmado com as descobertas das ciências naturais e da medicina, o escritor Émile Zola, representante máximo do Naturalismo na França, produziu romances com personagens doentias, dominadas pelos apelos da carne, do sangue e pela herança transmitida por seus ancestrais.

• Com Thérèse Raquin, Zola inaugurou, em 1867, o Naturalismo. Esse "romance experimental" tinha como objetivo confirmar o que na época era tido como verdade científica: heranças biológicas, condições do meio ambiente e momento histórico determinavam o caráter, a psicologia e o comportamento do ser humano.

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Raspando o assoalho (1875) de Gustave Caillebotte.

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Características

• A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências;

• Descrições minuciosas e linguagem simples;• Preferência por temas como miséria, adultério,

crimes, problemas sociais, taras sexuais etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.

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Charles Darwin, o cientista inglês, em 1859 deu início a uma profunda evolução na história da ciência ao publicar sua obra fundamental denominada Sobre a origem das espécies, cujas principais ideias são:

Evolucionismo:

a “luta pela sobrevivência” e a “seleção natural”.

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Hippolyte Taine defende que

o comportamento humano é

determinado por três fatores:

Determinismo:

o meio, a raça e o momento histórico.

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Também denominado socialismo

marxista, o socialismo científico foi

desenvolvido no século XIX por Karl

Marx e Friedrich Engels.

Socialismo científico:

“A religião é o ópio do povo”.

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PositivismoO positivismo defende a idéia

de que o conhecimento

científico é a única forma de

conhecimento verdadeiro. De

acordo com os positivistas

somente pode-se afirmar que

uma teoria é correta se ela foi

comprovada através de

métodos científicos válidos.

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Diferenças entre o Realismo e o Naturalismo

• Todo naturalista é realista, mas nem todo

realista é naturalista.

• O Naturalismo “é” uma tendência dentro do

Realismo.

• O Naturalismo é o Realismo levado às últimas

consequências.

A distinção entre os dois estilos nem sempre é muito nítida.

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PERSONAGENS

• Condicionada a um destino contra o qual não pode lutar;

• Sua vida interior é reduzida a quase nada;

• Seu comportamento aproxima-se do comportamento animal, é movido pelo instinto;

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• Ênfase na hereditariedade física e psicológica como fator determinante do comportamento das personagens;

• O desequilíbrio das personagens aparece quando o ambiente físico e social favorece sua manifestação;

• As condições para a manifestação do conflito dramático da personagem naturalista são herança biológica e ambiente;

• Os espaços miseráveis evidenciam os desequilíbrios que o escritor pretende denunciar;

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• O autor tem intenção combativa, ou seja, pretende provocar a reflexão sobre a realidade social da época;

• O autor é objetivo, tem compromisso com a realidade;

• A visão apresentada é imparcial e impessoal;• Há uma interpretação da vida através métodos

científicos;• Há preocupação com o momento histórico;• Não há idealização;

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• Condicionamento das personagens ao meio físico e social:- Fatores naturais (temperamento, raça);- Fatores sócio culturais (ambiente, educação);

• Apresentam relação de causa e efeito;• Explicação lógica e racional;• Descrição minuciosa do espaço e da

personagem;• Linguagem mais simples que a dos românticos;• Preferência por períodos curtos e de compreensão

imediata.

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Afinal, o que estava acontecendo com ela naquele dia? Nunca se sentirá tão mole. Devia ser ar contaminado. Não havia

ventilação no fundo daquela via longínqua. Respirava-se toda espécie de vapores que saíam do carvão com uma efervescência de fonte, e às

vezes com tal abundância que as lâmpadas apagavam-se.

[...]

Não podendo mais, sentiu necessidade de tirar a camisa. [...] tirou tudo, a corda e a camisa, com tanta ânsia que teria arrancado a

pele, se pudesse. E agora, nua, deplorável, rebaixada ao trote de fêmea ganhando a vida pela lama dos caminhos, esfalfava-se, com a garupa coberta de fuligem e barro até a barriga, como uma égua de carroça.

De quatro patas, ela empurrava o vagonete.”

 

ZOLA, Émile. Germinal. Tradução: Francisco Bittencourt. São Paulo:

Abril Cultural, 1979. P. 318-319. (Fragmento).