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Direito Civil Prof. Christiano Cassettari Negócio Jurídico, Prescrição e Decadência Plano da Eficácia (efeitos): Artigo 2035 do CC/2002 1 : deve-se levar em consideração sempre a lei vigente do tempo pra produção dos efeitos do negócio jurídico. Fatores de Eficácia (elementos acidentais do negócio jurídico): Condição: cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Condição suspensiva: subordina a eficácia do negócio. Exemplo: darei um fogão, quando casares. A doação está condicionada ao evento casamento. Condição resolutiva: subordina a ineficácia do negócio. Exemplo: emprestarei a minha casa em São Paulo a você, até casares. O comodato está condicionado ao evento casamento, o qual tirará o efeito do negócio jurídico. CLASSIFICAÇÃO SECUNDÁRIA DAS CONDIÇÕES · Condição lícita: não contraria a lei, a ordem pública e os bons costumes; · Condição Ilícita: contraria o ordenamento jurídico, restando o negócio jurídico nulo (art. 123, II, c/c art. 166, VII, ambos do CC/02) 2 ; · Condição Perplexa: priva de todo o efeito o negócio jurídico. Exemplo: empresto o livro, se você não o ler (art. 123, III, c/c art. 166, VII, ambos do CC/02); · Condição Puramente Potestativa: subordina o efeito ao arbítrio de uma das partes. Exemplo: jogador de futebol com dois contratos (1 regular e o outro não), ficando ao arbítrio do Clube registrar o segundo, caso haja interesse; 1 Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos. 2 Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

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Negócio Jurídico, Prescrição e Decadência

Plano da Eficácia (efeitos):

Artigo 2035 do CC/20021: deve-se levar em consideração sempre a lei vigente do tempo pra produção dos efeitos do negócio jurídico.

Fatores de Eficácia (elementos acidentais do negócio jurídico):

Condição: cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Condição suspensiva: subordina a eficácia do negócio. Exemplo: darei um fogão, quando casares. A doação está condicionada ao evento casamento. Condição resolutiva: subordina a ineficácia do negócio. Exemplo: emprestarei a minha casa em São Paulo a você, até casares. O comodato está condicionado ao evento casamento, o qual tirará o efeito do negócio jurídico.

CLASSIFICAÇÃO SECUNDÁRIA DAS CONDIÇÕES

· Condição lícita: não contraria a lei, a ordem pública e os bons costumes;

· Condição Ilícita: contraria o ordenamento jurídico, restando o negócio jurídico nulo (art. 123, II, c/c art. 166, VII, ambos do CC/02)2;

· Condição Perplexa: priva de todo o efeito o negócio jurídico. Exemplo: empresto o livro, se você não o ler (art. 123, III, c/c art. 166, VII, ambos do CC/02);

· Condição Puramente Potestativa: subordina o efeito ao arbítrio de uma das partes. Exemplo: jogador de futebol com dois contratos (1 regular e o outro não), ficando ao arbítrio do Clube registrar o segundo, caso haja interesse;

1 Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos. 2 Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

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· Condição Simplesmente Potestativa: conjuga a vontade de uma das partes e um fato externo. Essa é aceita pelo ordenamento jurídico. Exemplo: Darei R$ 2000,00 se você, campeão de futebol, jogar o próximo torneio;

· Condição Fisicamente Impossível: se esta condição também for suspensiva, o negócio é nulo. Exemplo: darei uma casa (artigo 123, II, c/c art. 166, VII, CC/02), se você for a Manaus em 1 minuto. Conforme o artigo 1243, se esta condição for também resolutiva, será considerada não escrita. Exemplo: empresto a casa até o momento em que você conseguir ir a Manaus em 1 minuto. Comodato sem prazo, somente mediante notificação para solicitar o imóvel ao comodatário.

· Condição Juridicamente Impossível: segue a mesma regra da condição fisicamente impossível.

· Condição Casual: depende de um evento natural, alheio a vontade das partes. Exemplo: dou R$ 10000,00, se chover no campo;

· Condição Mista: depende da vontade da parte e de um terceiro. Exemplo: dou R$ 10000,00, se você abrir uma empresa com o meu irmão. TERMO: é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e certo. É a característica que difere do elemento condição. Termo inicial/suspensivo/dies a quo: subordina a eficácia do negócio. Exemplo: dou um fogão em 14.08.2014; Termo final/resolutiva/dies ad quem: subordina a ineficácia do negócio jurídico. Exemplo: empresto a minha casa por 6 meses; Termo certo/certus an certus: certo quanto ao fato e certo quanto ao tempo de duração. Exemplo: uma data futura; Termo incerto/certus an incertus: certo quanto ao fato e incerto quanto ao tempo de duração. Exemplo: morte; Termo convencional: fixado entra as partes; Termo Legal: fixado em lei; Termo judicial/termo de graça: fixado judicialmente para o cumprimento de uma obrigação.

3 Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

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MODO OU ENCARGO: É um ônus que impõe para a parte cumpri-lo, sob pena de ineficácia do negócio jurídico. Exemplo: doação modal ou com encargo: dou uma casa, se você cuidar do meu irmão até ele morrer. Observação: ação de revogação para requerer o imóvel, caso não seja cumprido o encargo.

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Prescrição e Decadência

Ler o artigo do professor Agnelo Amorim Filho (disponível na internet):

“CRITÉRIO CIENTÍFICO PARA DISTINGUIR A PRESCRIÇÃO DA DECADÊNCIA E PARA IDENTIFICAR AS AÇÕES IMPRESCRlTÍVEIS.”

→ Prescrição (artigo 189 – conceito)4: extingue-se a pretensão (a possibilidade de exigir o cumprimento de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer). Relacionado ao direito obrigacional, MATÉRIA DE ORDEM PRIVADA. Obs. Muito embora possa ser invocada a qualquer tempo e de ofício pelo juiz, esse instituto, por envolver direito obrigacional, tem cunho privado.

→ Decadência: extingue o direito potestativo (é aquele que o titular, ao exercê-lo, afeta a outra parte, que não tem o que fazer). Exemplo: o empregador tem o direito potestativo de dispensar o empregado, MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.

Critério científico para distinguir o prazo prescricional do prazo decadencial (criado por Agnelo Amorim Filho):

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA Extingue a pretensão;

Extingue o direito potestativo;

Prazo geral: art. 205, CC/025: 10 anos;

Dias, meses e anos

Prazo especial: art. 206, CC/02(anexo no fim do material):

1, 2, 3, 4, ou 5 anos

Anos: 6, 7, 8, 9, 11 anos ou mais.

ZONA HÍBRIDA

1, 2, 3, 4, 5 OU 10 ANOS

AÇÃO CONDENATÓRIA AÇÃO CONSTITUTIVA OU DESCONSTITUTIVA

MERAMENTE DECLARATÓRIA (PURA): IMPRESCRITÍVEL

4 Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 5 Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

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Causas que impedem ou suspendem a prescrição

Artigo 197 do CC/026: Causas de imunidade recíproca. Aplica-se também para pessoas que vivem em união estável. Inciso I: Vide o Enunciado n. 296 do CJF7; Inciso II: Ação de alimentos é imprescritível. Todavia, se os alimentos já foram fixados em sentença de ação de conhecimento, o prazo prescricional é de 2 anos, a contar do fim do poder familiar, por exemplo, com a maioridade do descendente (ação de destituição do poder familiar) hipótese que o prazo de 2 anos é deslocado.

Artigo 198 do CC/028: “também não corre a prescrição:” Inciso I: contra os absolutamente incapazes.

Exemplo: Com 1 ano de idade, Pedro ganha a ação de alimentos contra o avô, e este nunca paga. Pedro pode cobrar os alimentos devidos a partir dos 16 anos de idade (relativamente incapaz) até os 18 anos (o prazo de 2 anos). Por que? Em razão do avô não exercer poder familiar sobre o neto, em razão do artigo 197 do CC/02 não incidir nesse caso. Observação: a guarda não tem nada a ver com tutela ou poder familiar.

Artigo 199 do CC/02: Não corre igualmente a prescrição:

I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção.

Problema: Maria ganhou uma casa ao completar 1 ano na sucessão de José. Pedro, no mesmo dia, invadiu a casa e permanece lá por 20 anos. Pedro pode ajuizar ação de usucapião?

Solução: A usucapião trabalha com a modalidade de prescrição aquisitiva, ao passo que prescrição ora objeto do estudo é extintiva. As regras da prescrição extintiva se aplicam à prescrição aquisitiva? Não, pois são diferentes. Em razão disso, apresenta-se o artigo 1244 (aplica-se à usucapião as causas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição).

6 Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 7 296 – Art. 197. Não corre a prescrição entre os companheiros, na constância da união estável. 8 Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

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Dessa forma, Pedro não tem a posse ad usucapione pelo tempo suficiente, pois o prazo começou a correr quando Maria completou 16 anos, ou seja, cinco anos. Tendo em vista que a usucapião extraordinária exige 15 anos para seu pleito, Pedro tem tempo insuficiente.

Observação: O prazo corre a favor do absolutamente incapaz. Cuidado, se houver cobrança contra este incapaz.

Artigo 200 do CC/029: O prazo que começa a contar do trânsito em julgado da sentença condenatória no âmbito penal, para ajuizar na esfera cível.

Artigo 202 do CC/2002 (decorar):

A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

ARTIGOS COMENTADOS:

Artigo 190. “A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.”.

Exemplo: artigo 47610 (exceção do contrato não cumprido): prazo para cobrar os honorário advocatícios é de 5 anos. Também será o mesmo prazo para o cliente do advogado ingressar com a ação de resolução contratual, fundamentado no contrato não cumprido (advogado não entrou com a ação que havia sido contratado).

9 Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. 10 Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

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“Artigo 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.”

Renúncia da prescrição: pode ser expressa ou tácita (quando o devedor, sem saber, age de forma incompatível com a prescrição, que poderia lhe favorecer, por exemplo, quando pede parcelamento ou prorrogação de dívida já prescrita). A renúncia somente valerá se o devedor não prejudicar outro credor (terceiro a relação). A renúncia não pode ocorrer de forma prévia, somente é possível quando esta se consumar.

Artigo 192. “Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.” (autoexplicativo).

Artigo 193. “A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita.”.

Observação: ao alegar a prescrição em 2º grau de jurisdição, o desembargador acolherá a prescrição e o réu fará o pagamento de todas as despesas processuais, em razão da má fé constatada.

Artigo 194 (REVOGADO pela lei n. 11.280/2006)11: Vide o artigo 219, § 5º do CPC12.

A referida lei revogou o artigo 194 do CC/02 e remeteu ao CPC, no seu artigo 219, § 5º, o qual prevê que o juiz pode declarar a prescrição de ofício. Entretanto, a mencionada lei omitiu o momento em que o juiz está permitido a declarar eventual prescrição.

Assim, verificam-se 3 problemas decorrentes da revogação do artigo 194 do CC/02:

1. Em relação à possibilidade de renúncia da prescrição do artigo 191: o juiz não poderá, de maneira afoita, declarar a prescrição, dando a chance de ocorrer a renúncia da prescrição, sendo considerado o momento ideal a fase saneadora do processo.

2. O artigo 195: os vulneráveis (relativamente incapazes e pessoas jurídicas). Há a possibilidade de ingressar com a ação contra a pessoa responsável por ter apontado a prescrição e não o fez, prejudicando-o. Considerando que o juiz também tem o dever de declarar de ofício a prescrição, se não o fizer, pode este ser responsabilizado civilmente, por ter prejudicado os vulneráveis.

3. Comentado na sequência.

11 Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006). 12 Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. § 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

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Artigo 196. “A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.”.

Exemplo: Se passou 8 anos de um prazo prescricional de 10 anos, ainda tem 2 anos de prazo para ajuizar ação contra o sucessor. Observação: essa regra serve também para a sucessão empresarial (empresa A compra a empresa B devedora. O restante do prazo segue correndo em relação à empresa A).

Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

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VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:

a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;

c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.