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Ano XXV Nº 312 agosto de 2015 Xavier 95 anos de Genésio Cândido Pereira Filho Rosani Abou Adal Rosani Abou Adal é poeta, jornalista e vice-presidente do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo. divulgação Genésio Cândido Pereira Filho C olaborador do Lingua gem Viva desde a fun dação, advogado, jorna- lista, historiador, escritor e tradutor. Genésio Cândido Pereira Filho nas- ceu no Dia do Soldado, em 25 de agosto de 1920, em São Bento do Sapucaí (SP). Filho de Genésio Cândido Pe- reira, escritor e Juiz do Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo, e de Rodolfina Marcondes Pereira. Casou-se, em 1953, com a advogada Maria Aparecida Homem Pereira. Iniciou os estudos em Mocóca e depois em Jaboticabal. Diplomou- se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1946, na Universidade de São Paulo. Trabalhou como Procurador Federal, Assistente da Procurado- ria Regional de São Paulo, Procu- rador Regional de Implantação do Amazonas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, Promotor Público Substitu- to no Estado de São Paulo na Capi- tal e Santos. Foi assistente do pro- fessor José Loureiro Júnior no Se- minário de Direito Constitucional. O primeiro jornal que dirigiu foi o Diário de Jaboticabal, da família Junqueira de Ribeirão Preto. Ocu- pou o cargo de Diretor das revistas Cultura de Jaboticabal, da Arcádia da Academia de Letras da Faculda- de de Direito da Universidade de São Paulo, do mensário Mensagem e do programa cultural Hora da Arte, da Rádio Clube de Jaboticabal, em que fazia leitura de poesias. Traba- lhou nas rádios PRA-7 de Ribeirão preto e da PRG-4 de Jaboticabal. Exerceu a função de editor respon- sável da Imprensa Paulista da As- sociação Paulista de Imprensa. Co- laborou nos jornais Gazeta, O Com- bate, Democrata, Diário de Notíci- as, Universal, Ilustração Paulista, Diário de Jaboticabal, O Estado de São Paulo, entre outros importan- tes veículos do Brasil, Argentina, Colômbia e Portugal. Proprietário da Editorial Guanunby Ltda. que começou no Rio de Janeiro, da Gráfica Tibiriçá - a primeira a usar linotipo - e da Li- vraria Lealdade Ltda., localizada na esquina da Rua Boa Vista, com a Ladeira Porto Geral, em São Paulo, que teve como proprietário Aluysio Fagundes. Editou livros escolares, de sua autoria, do Plínio Salgado, Menotti Del Picchia e outros auto- res. Autor de vasta obra nos gêne- ros ensaio, crítica, Filosofia Políti- ca, Direito Penal, roteiro de viagem, memorial e Direito. Dentre as tra- duções destacamos, Madame Bovary (Flaubert, 1955, Edições Melhoramentos), No mundo encan- tado do arco-íris (Roger Dal, 1957, Edições Melhoramentos), A Passionata (Kurt Pahlen, 1992, Edi- ções Melhoramentos). Publicou Um tema e três obras (ensaio sobre o plágio, 1942, Edição Panorama), Rui Barbosa para a Juventude (Guanunby, 1950), O Eterno e o Efêmero (filosofia política, 1950, Edições GRD), O Estrangeiro e a Liberdade Política (Direito Penal, Revista dos Tribunais, 1955), Fes- tival da Neve em Bariloche (Rotei- ro de viagem aos Lagos do Sul, Grupo de Estudos Euclides da Cu- nha, 1956), Menotti Del Picchia: Uma Obra Rara - A prop sito de - O Drama do Calvário (Editoração, 1993), Ser Integralista - Não ser Integralista (Edições Guanunby, 1950), C digo de Ética do Estudan- te (Editorial Guanunby, 1950), C- digo Civil Brasileiro (Editora Atlas, 1979), entre outras obras. Participou de congressos, en- contros, simpósios, reuniões, pro- feriu conferências, ministrou cursos de Direito Agrário e prefaciou livros. Conheceu e foi amigo dos es- critores Plínio Salgado - tio, Ribeiro Couto - tio, Maria Amélia Salgado Loureiro - prima, Mário Graciotti que foi casado com sua prima Eugênia Sereno, Cecília Meireles, Menotti Del Picchia, Lenita Miranda de Figueiredo, Mário de Andrade, Freitas Nobre, Paulo Duarte, Monteiro Lobato, Patrícia Galvão, Oswald de Andrade, Hernâni Donato, Alfredo Buzaid, Hélcio Car- valho de Castro, Miguel Reale, Gui- lherme de Almeida, Paulo Dantas, Raimundo de Menezes, Adriano Campanhole, Yone Stamato, Agripino Grieco, Adriano Nogueira e insignes nomes da Literatura Bra- sileira. Ocupou relevantes cargos, dentre os quais o de Tesoureiro e 1º Secretário da Academia Cristã de Letras, 2º Tesoureiro da Academia de Letras de Campos do Jordão, Secretário da Associação Brasilei- ra de Cultura, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Estudos Plínio Salgado, Diretor e 1º Vice-Pre- sidente da Associação Paulista de Imprensa, Diretor Jurídico da Casa de Plínio Salgado e de Presidente e 2º Secretário do Centro de Estudos Euclides da Cunha. Foi Conselhei- ro da União Brasileira de Escritores, do Clube dos Bibliófilos e do Institu- to Paulista de Direito Agrário. Membro Honorário da Acade- mia de Letras da Faculdade de Di- reito da Universidade de São Pau- lo, empossado no dia 10 de março de 1945, com a presença de Alceu Amoroso Lima. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico de São Pau- lo, Academia Paulistana da História, Unión Cultural Americana - Buenos Aires/Argentina, Ordem dos Velhos Jornalistas, Sociedade Brasileira de Filosofia, Centro de Cultura de Aceburgo, Academia Anapolitana de Filosofia, Ciências e Letras, Acade- mia Pindamonhangabense de Le- tras, Literatura e Ensino e outras en- tidades. Viajou, fotografou a Antártica e recebeu diploma de Explorador del Continente Helado da Base Chlilena Antártica Teniente Marsh e Ladeco e Línea Aérea Del Cobre S.A., em 12 de outubro de 1984. Suas fotos foram publicadas, na edição nº 311, com os poemas Antártica e Pinguim de minha autoria. Agraciado com o Colar do Cen- tenário, comemorativo do centená- rio do Instituto Histórico e Geográfi- co de São Paulo, em 1994; Diplo- ma de Honra ao Mérito da Ordem dos Velhos Jornalistas, em 1991; Láurea de Reconhecimento pelo culto perene ao Direito, à Liberda- de e à Justiça, da OAB-SP; Meda- lha D. Pedro II e diploma do Institu- to Histórico e Geográfico de São Paulo, em comemoração ao cen- tenário de D. Pedro II, em 1994, entre os destacados prêmios. Agripino Grieco, Almeida Maga- lhães, Cecília Meireles, Elias Domit, Francisco Marins, Manuel Pereira do Vale, Menotti Del Picchia,Roger Bastide, Francisco Patti, Miguel de Oiacán, Mário Graciotti, Hely Lopes Meirelles, Basileu Garcia, Antonio Ferreira Cesarino Júnior, Homero Dantas, José Galvão de Souza, Freitas Nobre e outros críticos te- ceram elogiosos comentários sobre sua obra. Conheci Genésio Cândido Pe- reira Filho, em 1987, quando fre- quentava as reuniões do Centro de Estudos Euclides da Cunha que eram realizadas em seu escritório. Saudosas as caravanas para a Semana Euclidiana, em São José do Rio Pardo. Ficarão para sempre na lembrança.

ndido Pereira Filho - linguagemviva.com.br · Iniciou os estudos em Mocóca ... Junqueira de Ribeirão Preto. Ocu- ... primeira contou que moravam na mesma casa e que deram à luz

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Ano XXV Nº 312 agosto de 2015

Xavier

95 anos de Genésio Cândido Pereira FilhoRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é poeta,jornalista e vice-presidente do

Sindicato dos Escritores noEstado de São Paulo.

divulgação

Genésio Cândido Pereira Filho

Colaborador do Linguagem Viva desde a fundação, advogado, jorna-

lista, historiador, escritor e tradutor.Genésio Cândido Pereira Filho nas-ceu no Dia do Soldado, em 25 deagosto de 1920, em São Bento doSapucaí (SP).

Filho de Genésio Cândido Pe-reira, escritor e Juiz do Tribunal deAlçada do Estado de São Paulo, ede Rodolfina Marcondes Pereira.Casou-se, em 1953, com aadvogada Maria Aparecida HomemPereira.

Iniciou os estudos em Mocócae depois em Jaboticabal. Diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais,em 1946, na Universidade de SãoPaulo.

Trabalhou como ProcuradorFederal, Assistente da Procurado-ria Regional de São Paulo, Procu-rador Regional de Implantação doAmazonas do Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária -INCRA, Promotor Público Substitu-to no Estado de São Paulo na Capi-tal e Santos. Foi assistente do pro-fessor José Loureiro Júnior no Se-minário de Direito Constitucional.

O primeiro jornal que dirigiu foio Diário de Jaboticabal, da famíliaJunqueira de Ribeirão Preto. Ocu-pou o cargo de Diretor das revistasCultura de Jaboticabal, da Arcádiada Academia de Letras da Faculda-de de Direito da Universidade deSão Paulo, do mensário Mensageme do programa cultural Hora da Arte,da Rádio Clube de Jaboticabal, emque fazia leitura de poesias. Traba-lhou nas rádios PRA-7 de Ribeirãopreto e da PRG-4 de Jaboticabal.Exerceu a função de editor respon-sável da Imprensa Paulista da As-sociação Paulista de Imprensa. Co-laborou nos jornais Gazeta, O Com-bate, Democrata, Diário de Notíci-as, Universal, Ilustração Paulista,Diário de Jaboticabal, O Estado deSão Paulo, entre outros importan-tes veículos do Brasil, Argentina,Colômbia e Portugal.

Proprietário da EditorialGuanunby Ltda. que começou noRio de Janeiro, da Gráfica Tibiriçá -a primeira a usar linotipo - e da Li-vraria Lealdade Ltda., localizada naesquina da Rua Boa Vista, com aLadeira Porto Geral, em São Paulo,que teve como proprietário AluysioFagundes. Editou livros escolares,de sua autoria, do Plínio Salgado,Menotti Del Picchia e outros auto-res.

Autor de vasta obra nos gêne-ros ensaio, crítica, Filosofia Políti-ca, Direito Penal, roteiro de viagem,memorial e Direito. Dentre as tra-duções destacamos, MadameBovary  (Flaubert, 1955, EdiçõesMelhoramentos), No mundo encan-tado do arco-íris (Roger Dal, 1957,Edições Melhoramentos), APassionata (Kurt Pahlen, 1992, Edi-ções Melhoramentos). Publicou Umtema e três obras  (ensaio sobre oplágio, 1942, Edição Panorama),Rui Barbosa para a Juventude(Guanunby, 1950), O Eterno e oEfêmero  (filosofia política, 1950,Edições GRD), O Estrangeiro e aLiberdade Política (Direito Penal,Revista dos Tribunais, 1955), Fes-tival da Neve em Bariloche (Rotei-ro de viagem aos Lagos do Sul,Grupo de Estudos Euclides da Cu-nha, 1956), Menotti Del Picchia:

Uma Obra Rara - A propósito de -O Drama do Calvário (Editoração,1993), Ser Integralista - Não serIntegralista (Edições Guanunby,1950), Código de Ética do Estudan-te (Editorial Guanunby, 1950), Có-digo Civil Brasileiro (Editora Atlas,1979), entre outras obras.

Participou de congressos, en-contros, simpósios, reuniões, pro-feriu conferências, ministrou cursosde Direito Agrário e prefaciou livros.

Conheceu e foi amigo dos es-critores Plínio Salgado - tio, RibeiroCouto - tio, Maria Amélia SalgadoLoureiro - prima, Mário Graciotti quefoi casado com sua prima EugêniaSereno, Cecília Meireles, MenottiDel Picchia, Lenita Miranda deFigueiredo, Mário de Andrade,Freitas Nobre, Paulo Duarte,Monteiro Lobato, Patrícia Galvão,Oswald de Andrade, HernâniDonato, Alfredo Buzaid, Hélcio Car-valho de Castro, Miguel Reale, Gui-lherme de Almeida, Paulo Dantas,Raimundo de Menezes, AdrianoCampanhole, Yone Stamato,Agripino Grieco, Adriano Nogueira einsignes nomes da Literatura Bra-sileira.

Ocupou relevantes cargos,dentre os quais o de Tesoureiro e1º Secretário da Academia Cristã deLetras, 2º Tesoureiro da Academiade Letras de Campos do Jordão,Secretário da Associação Brasilei-ra de Cultura, Vice-Presidente daAssociação Brasileira de EstudosPlínio Salgado, Diretor e 1º Vice-Pre-sidente da Associação Paulista deImprensa, Diretor Jurídico da Casade Plínio Salgado e de Presidente e2º Secretário do Centro de EstudosEuclides da Cunha. Foi Conselhei-ro da União Brasileira de Escritores,do Clube dos Bibliófilos e do Institu-to Paulista de Direito Agrário.

Membro Honorário da Acade-mia de Letras da Faculdade de Di-reito da Universidade de São Pau-lo, empossado no dia 10 de marçode 1945, com a presença de AlceuAmoroso Lima. Sócio do InstitutoHistórico e Geográfico de São Pau-lo, Academia Paulistana da História,Unión Cultural Americana - Buenos

Aires/Argentina, Ordem dos VelhosJornalistas, Sociedade Brasileira deFilosofia, Centro de Cultura deAceburgo, Academia Anapolitana deFilosofia, Ciências e Letras, Acade-mia Pindamonhangabense de Le-tras, Literatura e Ensino e outras en-tidades.

Viajou, fotografou a Antártica erecebeu diploma de Explorador delContinente Helado da Base ChlilenaAntártica Teniente Marsh e Ladecoe Línea Aérea Del Cobre S.A., em12 de outubro de 1984. Suas fotosforam publicadas, na edição nº 311,com os poemas Antártica e Pinguimde minha autoria.

Agraciado com o Colar do Cen-tenário, comemorativo do centená-rio do Instituto Histórico e Geográfi-co de São Paulo, em 1994; Diplo-ma de Honra ao Mérito da Ordemdos Velhos Jornalistas, em 1991;Láurea de Reconhecimento peloculto perene ao Direito, à Liberda-de e à Justiça, da OAB-SP; Meda-lha D. Pedro II e diploma do Institu-to Histórico e Geográfico de SãoPaulo, em comemoração ao cen-tenário de D. Pedro II, em 1994,entre os destacados prêmios.

Agripino Grieco, Almeida Maga-lhães, Cecília Meireles, Elias Domit,Francisco Marins, Manuel Pereirado Vale, Menotti Del Picchia,RogerBastide, Francisco Patti, Miguel deOiacán, Mário Graciotti, Hely LopesMeirelles, Basileu Garcia, AntonioFerreira Cesarino Júnior, HomeroDantas, José Galvão de Souza,Freitas Nobre e outros críticos te-ceram elogiosos comentários sobresua obra.

Conheci Genésio Cândido Pe-reira Filho, em 1987, quando fre-quentava as reuniões do Centro deEstudos Euclides da Cunha queeram realizadas em seu escritório.

Saudosas as caravanas paraa Semana Euclidiana, em São Josédo Rio Pardo. Ficarão para semprena lembrança.

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Página 2 - agsoto de 2015

Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

Impresso em A Tribuna Piracicabana -Rua Tiradentes, 647 - Piracicaba - SP - 13400-760

Selos e logo de Xavier - www.xavierdelima1.wix.com/xaviArtigos e poemas assinados são de responsabilidade dos autoresO conteúdo dos anúncios é de responsabilidade das empresas.

Deus apareceu emsonhos a Salomãoordenando-lhe que

pedisse o que fosse de seu agrado,ao que o rei respondeu: “Concedeao teu servo sabedoria suficientepara julgar Teu povo e distinguir obem do mal.”

Como se vê, Salomão nãopediu mais um mandato ou dinheiropara mais uma campanha eleitoral.Pediu apenas sabedoria. Sabedoriapara julgar o povo. Separar o bemdo mal.

Por isso, até hoje, fala-se em“sabedoria salomônica”. Ele prolatouuma sentença que ficou famosa pelasua “sabedoria.” Foi, também, poetae teve muitos, muitos amores.

Em meu tempo de vida forensefalava-se, nos corredores do foro,em decisões “salomônicas”aludindo-se a algumas sentençasjudiciais.

E lá na Bíblia, no Terceiro Livrodos Reis aparece a famosa sentençade Salomão. Duas mulherespúblicas apresentaram-se ao rei. Aprimeira contou que moravam namesma casa e que deram à luz nomesmo aposento e que não haviamais ninguém na casa. Uma noite,morreu asfixiado o filho de suacolega. Ela – a colega – então trocouseu filho morto pelo filho da queixosa,que dormia quietinho ao seu lado. Demanhã ,na hora de amamentar,deparou-se com a tragédia.

Salomão e sua sabedoriaRaymundo Farias de Oliveira

Assinatura anual: R$ 70,00

semestral: R$ 35,00

Tel.: (11) 2693-0392

[email protected] Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000

Discutiram, discutiram e nãochegaram a um acordo quanto àfiliação do nenê falecido. Salomãoouviu pacientemente as duasmulheres repetirem a história edisse: “Trazei-me cá uma espada.E, sendo trazida uma espada diantedo rei, este disse: Dividi em duaspartes o menino, que está vivo, e daia metade a uma, e metade a outra.A mulher, porém, cujo filho estavavivo, disse ao rei (porque as suasentranhas se lhe enterneceram porseu filho) : Senhor, peço-te que dê aela o menino vivo e não o mates. Aoutra,pelo contrário, dizia: Não sejanem para mim nem para ti, masdivida-se. Então o rei respondeu edisse: Dai àquela o menino vivo, enão se mate, porque é esta a suamãe “.

A sentença, claro, ficou famosa,a notícia se espalhou em todo oIsrael, e, até agora, estamos falandonela e dela.

É uma pena não existir, nos diasde hoje, reis ou rainhas pedindo aDeus sabedoria para fazer justiça aopovo, propiciando confiança, paz,segurança e alegria para todos.

Imaginem Salomão diante domensalão, Rosegate, petrolão,BNDS e outros “malfeitos” que tantonos escandalizam nos dias queestamos vivendo. Barbaridade!

Raymundo Farias de Oliveiraé escritor e Procurador do

Estado aposentado.

divulgação

Nosso PaiNesta edição prestamos

dupla homenagem ao amigo ecolaborador Genésio CândidoPereira Filho, em comemoraçãoao seu aniversário, em 25 docorrente, e pelo Dia dos Pais aonosso Pai.

Sem a sua valiosacontribuição de apoio, nãoteríamos alcançado 25 anos deexistência.

Desde a fundação do jornalsempre enviou exemplares paraamigos, entidades e escritores.

Foi na edição nº 41, janeirode 1993, ano IV, que publicou oprimeiro anúncio no indicador profissional. Foram veiculadas 271publicações, ininterruptas de apoio, até a presente edição.

Autor de vasta obra, escritor, jornalista, editor, advogado, historiadore tradutor, foi agraciado com o Colar do Centenário, comemorativo docentenário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1994,com Diploma de Honra ao Mérito da Ordem dos Velhos Jornalistas, em1991, entre outros importantes prêmios.

Na edição nº 46, junho de 1993, ano IV, foi publicado o primeiro artigode sua autoria intitulado “Até a resistência de um Deus sucumbe àcrueldade dos homens” (Considerações sobre uma obra rara de MenottiDel Picchia).

Na edição nº 65, janeiro de 1995, ano VI, editou e publicou encarteno Linguagem Viva em comemoração ao centenário do nascimento dePlínio Salgado, uma homenagem do Centro de Estudos Plínio Salgado,divulgando textos e documentos importantes relacionados à obra dohomenageado.

Não temos palavras para agradecê-lo. Genésio Cândido Pereira Filhoé um dos pais do Linguagem Viva, dos leitores, colaboradores, daLiteratura e Cultura brasileiras.

Homenageá-lo é pouco diante da sua grandiosa contribuição paraas nossas Letras, então deixamos eternos agradecimentos ao diletoamigo - nosso Pai.

Genésio Cândido Pereira Filho

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Página 3 - agosto de 2015

Escritor, professor, jornalista, artista plásti-co, músico e engenheiro, Paulo Ludmer pode, semnenhum favor, ser definido como um homem múl-tiplo. Ligado às vanguardas artísticas paulistanasdas décadas de 60 e 70, conduziu, por quase duasdécadas, uma oficina de escrita ao lado de CarlosFelipe Moisés. Tem 25 livros publicados e na es-crita concisa uma busca permanente. No jornalis-mo, integrou, dentre outras, as equipes do “Pas-quim”, “Folha de S.Paulo” e “Jornal da Tarde”,além de ser um dos maiores especialistas brasi-leiros sobre questões energéticas.

Pode nos contar um pouco sobre sua forma-ção?

Não fiz o primeiro ano do primário. Precoce,saltei ao segundo. Ganhei de meu pai, quandoaprendi a ler, revistas em quadrinhos, tudo daSenhora Leandro Dupré e de Monteiro Lobato.Frequentava, com meu pai, as matinês domini-cais de cinema infantil. Ganhei o Tesouro da Ju-ventude que devorei.

No Colégio Estadual de São Paulo, ex-Presi-dente Roosevelt, depois de ter sido orador da tur-ma de formandos do primário do Grupo EscolarPrudente de Moraes, de onde saí em 1952, tive adádiva de ser aluno do professor Trevinho, de por-tuguês, que me apresentou tudo de Machado deAssis, José de Alencar, Bilac, Eça, Camilo Caste-lo Branco e outros. Também fui premiado peloconvívio, no ginásio, com Carlos Felipe Moisés,poeta e literato, e Decio Bar.

Aos 14 anos escrevi as tonterias da estréia.Aos 17 (nasci em 1944) quis cursar filosofia

e direito. A família vetou. Entrei na Escola Politéc-nica da Universidade de São Paulo. Traumatizado,demorei oito anos na Poli, mas ali criamos oTraditional Jazz Band, onde toquei percussão poruns dez anos. Fiz litogravuras na FAAP. Fui ou-vinte de Marilena Chauí,na Filosofia da USP. In-gressei na Escola de Comunicações, na USP. Meformei psicodramatista com Marisa Greeb. Reali-zei várias exposições de pinturas, solo e coleti-vas. Ganhei prêmios.

Compartilhei um ateliê com José RobertoAguilar, na rua Frei Caneca. Freqüentei o Embue perenemente a casa de Fernando Odriozola.Convivi com Claudio Willer, Maninha, RobertoBicelli, Consuelo de Castro, Piva, Mautner, HectorBabenco, Marjorie Sonencheim, Placido Campos,Celia Igel, Leila Raw, Jeanete Priolli... enfim, osmalditos dos anos 60.

E me tornei jornalista: “Diário do GrandeABC”, “Folha de São Paulo”, “Jornal da Tarde”,“Gazeta Mercantil”, “Pasquim” (oito anos, com opseudônimo de Paulo Silesth) “Mundo Elétrico”,“Eletricidade Moderna”,”São Paulo Energia”, Ca-nal “Energia” e “Diário Comércio Indústria”.

Publiquei uns 25 livros, sendo vinte solos. Fuiconvocado (e aceitei) para ser acadêmico corres-pondente pela Academia de Letras do Rio de Ja-neiro (ALERJ), antes tendo conquistado algunsprêmios em concursos diversos.

Paulo Ludmer: a escrita da concisãoAngelo Mendes Corrêa e Itamar Santos

Angelo Mendes Corrêa é mestre em LiteraturaBrasileira pela Universidade de São Paulo-USP.

Itamar Santos é mestrando em LiteraturasComparadas de Língua Portuguesa pela

Universidade de São Paulo - USP.

Lecionei 33 anos na FAAP – Jornalismo Eco-nômico, Problemas Brasileiros, Ética, Antropolo-gia Cultural e Criatividade. Há décadas sou pro-fessor de pós graduação nas engenharias da FEIe do Mackenzie. E também Conselheiro de Soci-ologia, Política e Economia da Fecomércio; deinfraestrutura, na Associação Comercial de SP;membro do Comitê Estratégico de Energia da Câ-mara Americana (Amcham) e o único jornalistabrasileiro que freqüenta o Congresso Mundial deEnergia, desde 1989.

Dei aulas na London Business School e fre-qüentei o board, em Genebra e Bruxelas, por 20anos, da International Federation of IndustrialEnergy Consummers – IFIEC. Em 2006, em Bo-gotá, fui eleito por unanimidade Secretario Geralda Interame – grandes consumidores de energiada América Latina.

Literariamente, minha formação se deve demodo maciço a Carlos Felipe Moisés, com quemmantivemos uma oficina de escrita durante de-zoito anos. Comecei antes disso com SamirMeserani, Ana Salles, Emerson Oliveira e outros.No longevo grupo do Moisés passaram RodolfoGutila, Ronaldo Candiani, Vivian Schlesinger,Célia Cardoso de Mello, Maria Antonia Cruz Cos-ta Magalhães, Andre Rosemberg, Tereza Porto,Mauro Hannembeg, Tula Braga, Flávia CunhaLima, Miriam Mermelstein, Lidia Izekson, numa listade cinqüenta nomes, vários se tornaram auto-res.

A dissolução do grupo me abateu bastante,lembrando que ele publicou “Qu4rta feira”, cole-tânea assim chamada porque os encontros se de-ram por 18 anos e 54 quartas feiras. Anos de-pois, saiu a “Outra Qu4rta feira”, também coletâ-nea do grupo. Sofri também duas cataratas e agoraduas distrofias de córnea, à espera de transplan-tes. Com dificuldade, sigo lendo e escrevendo ar-tigos e poemas.

Que autores vê como essenciais a todos quese dediquem ao ofício da escrita?

Os autores indispensáveis a todos não exis-tem. A pulsão de escrever é uma singularidade.Não posso listar Cervantes, Kafka, Clarice, Pes-soa, Borges ou Singer, dos quais gosto. Nem pos-so me deter na civilização judaico-cristã ao pen-sar na Ásia.

Há no ato de escrever um disfarçadonarcisismo?

No ato de escrever estamos inteiros. Nossonarcisismo, na fração que o temos, comparececom o todo que somos. Não vem disfarçado ouexpresso, apenas atua.

Considera quer poesia é predominantemen-te inspiração ou transpiração?

Poesia surge de inspiração. Em seguida, émuito trabalho. É esculpir uma rocha enorme. Étécnica de cinzel. E outras. Acontece de um porreno bar propiciar uma regurgitada poética. Mas aquase totalidade dos poemas vem de trabalho.

Realiza-se mais na prosa ou na poesia?Escritor me realizo quando a forma e o con-

teúdo superam minha insatisfação e o desejo demudar. Escrever é reescrever. A taxonomia, se

prosa ou poesia, ou o nome que seja, não meinteressa. Pessoalmente, luto muito contra o meuhermetismo. O teor deve adquirir sentido sem fa-tigar o leitor, às vezes sem roubar dele fragmen-tos de emoção.

A concisão da linguagem é uma das caracte-rísticas mais marcantes de sua escrita. Influênciade sua formação nas ciências exatas?

A concisão é um templo em mim. Não sei arazão. Especulo que deriva de impaciência, gos-to estético, primado da obsessão sobre a histe-ria. O Carlos Felipe Moisés aumentou meu apre-ço pela concisão. O Dalton Trevisan também. Édizer tudo no mínimo. É evitar até uma vírgulagordurosa sobrando.

Seu trabalho de artista plástico dialoga como escritor?

Não no plano racional.Seu nome figura como um dos mais destaca-

dos especialistas em questões energéticas emnosso país. Algo a dizer sobre a crise que oraenfrentamos?

O lulopetismo destruiu o setor energético bra-sileiro. Será muito complicado corrigir a demoli-ção consolidada. Escrevi dezenas, centenas deartigos denunciando o que se passava e adesindustrialização que se avizinhava. Envolveré fácil. Comprometer, quase impossível. A socie-dade brasileira mal sabe o custo do eventual con-serto do que aprontou numa combinação de ig-norância e má fé. Meu próximo livro de políticaenergética, intitulado “Hemorragias elétricas”,aguarda patrocínio.

Algum balanço a fazer? Planos para este2015?

Espero recuperar a visão para publicar o “He-morragias Elétricas“, que está pronto atrás de pa-trocinador. Tenho material suficiente para um novolivro de ficção. O último foi “Fonte”, da AGE, em2007. Mas, creio que em 2015 poderei reler econcluir o produto livro ainda sem nome. Se pu-der, visite o www.pauloludmer.com.br

Paulo Ludmer

divulgação

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Página 4 - agosto de 2015

Durante dez anos O Sr LinChang Chau, com a colaboraçãoda Sra. Li Miao Na, elaborou umextraordinário trabalho de pesquisasobre os ditos populares e provér-bios que fazem parte do vocabulá-rio brasileiro, comparando-os comas mesmas expressões em chinês.

Trabalho árduo para um litera-to, mas principalmente para umcasal de imigrantes, que precisouaprimorar-se no estudo da difícil lín-gua portuguesa.

Para mim, como admiradora eestudiosa da cultura chinesa há trin-ta anos, é uma honra e um privilé-gio falar sobre este magnífico es-tudo que merece todo o nosso res-peito: “Dicionário Comparado dosDitos Populares, Expressões e Pro-vérbios Brasileiros e Chineses”.

Consultando o DicionárioOxford de provérbios e frases po-pulares ( The Oxford Dictionary ofQuotations ) pude verificar que al-guns desses ditos são origináriosdo século XIV, muitos dos séculosXVIII e XIX e existem referências deprovérbios até do século V.

Como vieram até nós, brasilei-ros? Ou melhor, como correram omundo, pois na distante China, dooutro lado da Terra vemos as mes-mas expressões? Evidentementechega-se à conclusão de que nos-sas diferenças são mais superfici-ais do que imaginamos. Falamoslínguas diferentes, temos costumesdiferentes, mas o pensamento é omesmo. Sim, porque, “A voz doPovo é a voz de Deus”.

No momento em que a Chinae o Brasil se firmam como grandespotências mundiais, dando-se asmãos como nações amigas, mui-tos brasileiros já estudam a línguachinesa, e alguns colégios no Bra-

sil já têm em seu currículo o estudodo chinês como matéria obrigató-ria. Percebendo que na China o in-teresse é recíproco, o “DicionárioComparado de Ditos Populares” doSr Lin Chang Chau vem preencheruma lacuna e possibilitar aos estu-diosos melhor conhecer as duascivilizações.

Ciente da persistência e daadmirável tenacidade do povo chi-nês, pode-se entender o sacrifícioe a coragem do casal Lin em supe-rar todas as sua limitações e difi-culdades com o estudo primorosodos provérbios e ditos populares doBrasil e China. Com 2 mil frasesnas duas línguas esta obra gigan-tesca e pioneira, é única no mun-do.

Um livro imperdível: DicionárioComparado dos Ditos Populares eProvérbios Brasileiros e Chineses

Sonia Sales

VASSOURA

Sonia Sales é Membro Titular daAcademia Carioca de Letras, da

Academia Luso-Brasileira deLetras, do Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo, do

PEN Clube do Brasil e daSociedade Eça de Queiroz –Rio.

Profa. Sonia Adal da CostaRevisão - Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

São pesadas as responsabilidades domésticas.Varro todos os dias os

cantos da casa. A poeira refletidana luz do sol parece um prisma colo-rido. Encosto as mãos na vassoura,apoio o queixo, fico equilibrada nocabo, vendo a paisagem da janela.Às vezes tenho vontade de chorar,mas logo passa, afinal a varreduraé um serviço de culto, que precisaser executado com mãos puras. Háque se eliminar toda sujeira do chão,toda contaminação vinda de fora. Osmovimentos da vassoura devemabençoar os anjos que protegem olar e afastar hóspedes invisíveis, quetrazem brigas e contendas. É tarefahumilde, de pente-fino, a da limpe-za.

Lembrei-me da parábola dadracma perdida. Uma mulher procu-ra uma moeda perdida. Ela tinha dezmoedas, agora são nove. Não seconforma com a perda. A quantia erasua poupança, seu dote. Acende aluz de uma candeia, pega a vassou-ra e varre diligentemente até acharseu tesouro. Depois, reúne as ami-gas e vizinhas dizendo que se ale-grem com ela, pois achara a moeda.

Pego um livro da estante, “He-roínas da Bíblia na Arte”. Lá está agravura de Millais, o ilustrador inglês:uma mulher com um vestido azul cin-zento, véu de algodão na cabeça,segurando de um lado a chama deazeite e do outro a vassoura de pa-lha seca. Atrás, um recorte em arco,as nuvens entre folhagens. Quantaalegria em encontrar o perdido eleva-lo à comunhão no amor.

No sítio, quando éramos crian-ças, o terreiro era varrido todas astardes, antes do pôr-do-sol (varrerà noite espanta a felicidade), comuma vassoura semelhante a essa dagravura, de feixes de urzes em flor.Pó abaixado, no lusco-fusco, contá-vamos as primeiras estrelas. Era co-mum também colocar a vassouraatrás da porta para que a visita in-cômoda fosse embora. Acreditáva-mos que, de madrugada, as bruxasvoavam em vassouras. Esse mito tema ver com viagens astrais, despren-dimento do corpo, que fica flutuan-do como pluma, preso à energia deum fio de prata.

Raquel NaveiraMelhor retornar a outra realida-

de. Jânio Quadros, professor, advo-gado, político, presidente do Brasilpelo curto período de sete meses,entre janeiro e agosto de 61, quan-do renunciou, teve como símbolo decampanha a vassoura. Prometeuvarrer tudo: a corrupção, abandalheira, o abandono do povo.Seu estilo era desajeitado, óculospretos e sóbrios e, ao mesmo tem-po, exibicionista, dramático, demagó-gico. Quem era afinal Jânio Qua-dros? Aquele que propôs revoluções,horizontes novos, progresso, demo-cracia? O artífice dos factoides comoproibir maiôs em concursos de miss,rinhas de galo e lança-perfume noscarnavais, declarou numa carta quefora acuado por “forças terríveis” le-vantando-se contra ele, “forças ocul-tas”, talvez escondidas no malefíciodaquela vassoura.

Amo o poema “Canção do ven-to e da minha vida”, de Manuel Ban-deira. Nele o poeta explica que ovento varria as folhas, os frutos, asflores, as luzes, as músicas, os aro-mas, os sonhos, as amizades, asmulheres, os afetos todos. Que ovento varria os meses, os sorrisos,o tempo. Que o vento varria tudo eque sua vida ficava cada vez maischeia de tudo. Percebam que o ven-to não soprava, o vento varria deforma avassaladora. E, quando ovento varre, passamos a possuireternamente o que perdemos.

Emily Dickinson, a poetisa ame-ricana, que escreveu sobre a morte,a imortalidade e a natureza, criouimagens animadas como a “aranhaque tece golas elisabetanas, de tu-fos”, “o rato que é esquivo inquilinoclandestino” e “a dona de casa que,no crepúsculo, varre o céu com vas-souras multicores”. Emily sofria deagorafobia, ou seja, tinha pavor desair de casa, mas, mesmo reclusa,descobria o êxtase de viver na meraconsciência de estar vivendo.

Varro todos os dias os cantosda minha casa. É assombrosa ocu-pação.

Raquel Naveira é escritora,poeta, professora universitária,

Mestre em Comunicação eLetras pela Universidade

Presbiteriana Mackenzie de SãoPaulo e membro da Academia

Sul-Mato-Grossense de Letrase do Pen-Clube do Brasil.

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Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

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Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES- CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Conheci o trabalho deMarília Arnaud quandoainda vivia em Brasília,

onde morei 28 anos e mantinha umaintensa correspondência com escri-tores de todo o Brasil, época em quedescobri, além dos arruídos damídia monopolista e hegemônica doeixo Rio-São Paulo, poetas, contis-tas e romancistas do mais alto ní-vel, publicados por pequenas edito-ras.

Marília Arnaud foi uma dessasgratas surpresas estéticassurgidas, como um oásis, no meiodesse deserto de obviedades da li-teratura e que desafia o cipoal dacrítica brasileira nem sempre justacom quem merece, principalmen-te por ser mais sensível aos apelosda mídia e aos modismos impos-tos pelo mercado editorial do queverdadeiramente pela qualidade deuma obra ou de um autor.

Em 2005 tive contato com osexcelentes contos de “O livro dosafetos” (Ed. 7 Letras), encaminha-do pela própria autora, obra queespelhava uma contista extrema-mente habilidosa na arte narrativa,cujas histórias mapeiam as tensõesdas relações amorosas, sob a óti-ca de protagonistas masculinos efemininos, que incursionam peloterritório dos sentimentos paraescandir a incompletude das rela-ções.

Marília Arnaud, nascida deCampina Grande e radicada emJoão Pessoa, vem de uma trajetó-ria talentosa e segura. Sua estreiadeu-se com uma edição indepen-

Partituras do desesperoRonaldo Cagiano

dente de “Sentimento marginal”(1987), seguido de duas obras pre-miadas, “A menina de Cipango”(1994, Prêmio José Vieira de Melo,do Gov. da PB) e “Os campos no-turnos do coração” (1997, PrêmioUFPB – Novos AutoresParaibanos).

Recentemente, com “Suíte desilêncios (Ed. Rocco, 2012), Maríliapremia o leitor com sua incursãopelo romance. Livro que se cons-trói numa narrativa pungente e vi-gorosa, em que a linguagem poéti-ca segue o rastro das obras anteri-ores para falar sobre a carga semi-nal de uma perda e os fantasmasde ausência na vida de DuínaTorrealba, personagem que senteos apuros do abandono.

A protagonista experimenta umpercurso existencial tumultuado porconflitos e ausências: a mãe que

abandonou a família; a relaçãocom a avó, a quem coube educá-la; um pai amargurado e alijado desua vida; Pedro, o irmão, criaturaseduzida por conceitos e teorias,porém superficial e sem espaçospara ela; e o abandono do aman-te. Situações que delinearam amoldura de seus lutos & lutas di-ante da carência afetiva, das do-res e da escuridão impostas pe-las contingências de sua vida.

A narrativa é conduzida porum fluxo de memória e sentimen-to, com uma densidade e cargasemântica que apreendem o leitordesde as primeiras linhas. Faladessa geografia desértica da soli-dão individual e da insularidadepsicológica que afetam a vida deum ser. Destroçada pelo destinocompulsório e um passado quefulmina toda esperança, como asentença inaugural do inferno deDante, o futuro se encarrega dedar-lhe um retrovisor, por meio doqual tenta compreender o (não) vi-vido por meio de vozes que se al-ternam para construir a suíte desua própria desarmonia. Essa é ametáfora de seu próprio descon-certo íntimo, familiar, (des)humano,uma orquestra em que a melan-colia é o tom reverberado pelos ins-trumentos que sustentam sua an-gústia visceral, dolorosa e pene-trante, definidoras de uma óperada exclusão afetiva, a impor-lheum caráter definitivo de concertopara uma vida que poderia ter sidoe não foi, na linha do que nos re-corda um poema de Bandeira.

O passado é esse mar revoltona vida de Duína, que sendo profes-sora de violino, assiste ao ir e vir des-sas ondas que a perturbam, comose fosse uma suíte de procelas. E énesse oceano de intempéries emo-cionais que lança âncoras para a tra-vessia ou a (impossível) catarse; eos referenciais musicais estão pre-sentes em toda a obra como nummovimento contínuo de elaboraçãodessa sinfonia inacabada em que seconstitui sua própria ruína afetiva .Nesse trajeto é que Duína criança eadulta se digladiam, escrevendo umaespécie de partitura do desespero,quando mesclam seus olhares paraum lúcido reconhecimento da per-manente angústia indigesta que apercorre desde sempre.

“Suíte de silêncios” consolida aoficina criativa de Marília Arnaud, cujaprosa elaborada, sem piruetas oucontorcionismos verbais, mas ceva-da num profundo senso de humani-dade, sofisticação e rigor estético,firma seu nome entre as melhoresvozes da literatura brasileira contem-porânea.

Ronaldo Cagiano é críticoliterário e escritor

cataguasense, resideem São Paulo.

Suíte de SilênciosAutora: Marília Arnaud

Editora Rocco192 páginas, R$ 27

ISBN: 987-85-325-2774-5

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Página 6 - agosto de 2015

Indicador Profissional

Segundo a Bíblia, o homem chegou primeiro.

A Bíblia também diz que ohomem surgiu do barro.

Sobre a origem e qualidadedesse barro, nada é contado.

O fato é que houve o Cria-dor e, daí, a criatura.

Tal criatura, espécie de fi-lho, recebeu o nome de Adão.

Felizardo, esse Adão, pois foirecebido num local chamado Pa-raíso.

Não está escrito quanto du-rou tal felicidade do Adão. Sabe-se que ele foi ficando triste. O Paitodo poderoso, dono do Eden, pre-viu que o Adão poderia entrar emdepressão, já naquele tempo. En-tão, o diagnosticado mal, por nomede solidão, não foi problema paraa divina cura. O remédio estavaencostelado no próprio corpo doAdão. Daí, outra criatura do Cri-ador. Não veio do barro, teve ori-gem melhor, pois surgiu de umacostela transformada em mulher.

Por obra e graça divina, commaterial masculino, aparece amulher, agora, garantia da felici-dade do Adão.

FALANDO DOS PAIS...Todavia, o divino criador deu

uns conselhos para o Adão. Aten-to, o Adão escutou. Disse o Se-nhor: “A mulher que você leva, terápor nome Eva.Trate dela com cari-nho todo dia. Às vezes, vai serdificil entendê-la e nos seus ca-prichos, atendê-la, mas, muito maisdificil para vc., depois de conhecê-la, - é esquecê-la.”

Na vez da Eva, o Criador, emtom machista, assim falou: “Mulher,faça pra o seu homem o que pu-der, o que souber, mas nunca, ja-mais, o que você quiser.”

Daí, muito tempo passou, mui-ta coisa mudou, pois em verdade,tal conselho para a Eva perdeu avalidade. A mulher com suas ma-nhas, carícias, magia, encantamen-to,- está, cada vez mais, formatandoo homem. Dizem, até, que o ho-mem é mais homem, quando temuma mulher pertinho dele.

Uma mulher ao seu lado.Uma mulher na parceria. Princi-palmente, uma mulher para pro-porcionar ao homem a alegria, agrandeza de ser pai!

Edson Freire

Numa manhã assim ela apareceu. Apareceu na porta do bar,onde eu tomava um café, olhou-me tristemente e foi embora.Foi embora, andar vagaroso, olhos no chão. Olhos no chão,

não se virou uma única vez. Uma única vez olhou em frente, ajeitou oxale, agasalhou-se melhor no sobretudo. No sobretudo me agasalheitambém, que o tempo estava úmido e ninguém atrás dela. Atrás delaapenas eu, que apressava os passos mais e mais. Mais e mais meaproximava dela e dela me emparelhava. Dela me emparelhava e, lado alado, trocamos olhares. Trocamos olhares longamente, parados. Parados,não tínhamos palavras, só um sussurro: “você”, “você”. Um beijo triste elame deu. Um beijo triste eu lhe dei. Olhando para o chão, dobrou à esquerdae se foi com os seus pensamentos. Olhando para o chão, dobrei à direitae fui com os meus pensamentos. Quase uma segunda despedida da partedela, lembrando a primeira, saudosa e doída. Quase uma segundadespedida minha, lembrando a primeira, saudosa e doída.

Numa manhã assim.

Senhora das horas inconclusasSenhora do torto parto do porto inalcançávelMadona da ânsia infinita vã peregrinaçãoSenhora do desassossegoConceda-me o bálsamo do olvido passagem silenciosa travessia sem medoSenhora do inútil tempo – que continuaqueimandoSenhora da veloz juventudeMadona de todas as velhicesOutorga-me o estatuto da ausência.

Edson Freire é escritor,cronista, advogado e professor.

MADONAEmanuel Medeiros Vieira

Emanuel Medeiros Vieira é escritor, crítico, poeta, contista,jornalista e advogado. Tem trabalhos traduzidos

para o francês, inglês e espanhol.

NUMA MANHÃ ASSIMCaio Porfírio Carneiro

Dá-me, Apeles, o sangue dos teus dedose as cores deste mar, espuma ardente

em que Vênus ressoa e se reparteentre deuses e bichos, céus e terras,para que a louve, prostituta imensa

feita de orgasmo e sol. Pombos e cisnesa conduzem nos braços da Volúpia

onde ela exerce, pleno, o seu domínio.Mas, de repente, queda-se cativa

de um mortal como Adônis. Tão completame parece esta deusa que seu brilhotem, sobre nós, a calma perspectiva

de uma fúria saciada: um simples nomeque a eternidade rútila consome.

Vênus

Jorge Tufic é poeta, escritor, jornalista e membroda Academia Amazonense de Letras.

Jorge Tufic

Caio Porfírio Carneiro é escritor, poeta, crítico literário e membrodo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

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Página 7 - agosto de 2015

Livros

ConcursosXXIV Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos, pro-

movido pela Secretaria Municipal de Cultura de Leopoldina e AcademiaLeopoldinense de Letras e Artes, com o objetivo de homenagear e valori-zar a memória do poeta Augusto dos Anjos, está com inscrições abertasaté o dia 10 de setembro.

Os interessados poderão inscrever até dois poemas inéditos, comno máximo duas páginas, com tema livre, em cinco vias, fonte Arial, ta-manho 12, papel A4, orientação retrato, impresso em apenas uma dasfaces do papel. É obrigatório o uso de pseudônimo.

Premiação: Os cinco melhores poemas receberão R$ 1.500,00, R$1.000,00, R$ 800,00, R$ 500,00 e R$ 300,00.

Os três melhores Intérpretes das poesias finalistas receberão em 1ºLugar, R$ 500,00; em 2º, R$ 300,00; e em 3º, R$ 100,00.

Informações:Tel.: (32) 3441-4555. [email protected] - espaç[email protected] Regulamento e fi-cha de inscrição: academialeopoldinensealla.blogspot.com.br/

Prêmio SESC de Contos Machado de Assis, promovido pelo Ser-viço Social do Comércio – Administração Regional no Distrito Federal –Sesc/AR/DF, está com inscrições abertas até o dia 30 de novembro.

Os interessados poderão inscrever até dois contos inéditos e nãopublicados, com tema livre, em seis vias, papel A4, sem ilustrações, im-pressos numa só face do papel, com no máximo oito páginas digitadasno Word, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento duplo.

É obrigatório o uso de pseudônimo e envio de CD contendo o contoinscrito, foto e biografia do autor com até 10 linhas. Os contos devemconter elementos que promovam o bem-estar e os valores morais.

Premiação: Os 15 contos selecionados serão publicados em coletâ-nea. Os três primeiros colocados receberão R$ 2.000,00, R$ 1.500,00 eR$ 1.000,00.

Ficha de inscrição e regulamento: www.sescdf.com.br.Informações: Tels.: 0800-617617 e (61) 3217-9124.

Notícias de PiracicabaEvaldo Vicente, escritor, jorna-

lista, diretor do jornal A TribunaPiracicabana e Segundo Secretárioda Academia Piracicabana de Le-tras, será homenageado pelo Sa-rau Literário Piracicabano, no dia 18de agosto, terça-feira, às 19h30 ho-ras, no Museu da Esalq-USP, emPiracicaba.

Também será homenageado oescritor e poeta Carlos Drummondde Andrade. O Sarau é coordenadopor Ana Marly de Oliveira Jacobino.

Piracicaba em Recortes, ex-posição de poemas dos integrantesdo Centro Literário de Piracicaba ins-pirados em ilustrações e aquarelas de Denise Storer, em comemoraçãoao aniversário da cidade de Piracicaba, será realizada de 6 a 28 de agos-to, na Sala Da Vinci do Centro Cultural Martha Watts, Rua Boa Morte,1257, em Piracicaba.

Os poetas participantes são Aracy Duarte Ferrari, Carmen Pilotto,Elda Nympha Cobra Silveira, Irineu Volpato, Ivana Maria França de Negri,João Baptista S. N. Athayde, Leda Coletti, Lídia Sendin, Lourdinha Pieda-de Sodero Martins, Maria Madalena T. de Carvalho Silveira, Raquel Deljave,Ruth C. L. Assumção e Silvia Oliveira.

divulgação

Evaldo Vicente

As Aventuras de OLGA WAP- A pulga Elétrica e a RealidadeVirtual, infantojuvenil de JoãoScortecci, Scortecci Editora, seloda Pingo de Letra, São Paulo, 60páginas, R$ 30,00. As ilustraçõessão de Paloma Dalbon.

O autor é escritor, poeta, edi-tor e membro do GEDIGI e do GE-EDITORIAL da Associação Brasi-leira da Indústria Gráfica. Exerceuos cargos de Conselheiro de Hu-manidades da Comissão Nacionalde Incentivo à Cultura, Diretor daUnião Brasileira de Escritores e deVice-Presidente Administrativo e

Financeiro da Câmara Brasileira do Livro.A obra, publicada na década de 1990, foi reescrita para a nova edi-

ção. Olga Wap é uma pulga disfarçada de joaninha que se arrisca emuma missão secreta, em estado de metamorfose virtual, sob o comandodo Universo Estelar Central.

Livraria Asabeça: www.asabeca.com.br

O Tribunal, romance de Álvaro Alves deFaria, Editora LetraSelvagem, Taubaté, SP, 88páginas.

O autor é escritor, poeta, ensaísta, jor-nalista e Mestre em Comunicação Social. Foiagraciado com o Prêmio Governador do Es-tado de São Paulo, Pen Clube Internacionalde São Paulo, em 1973, Prêmio Jabuti da Câ-mara Brasileira do Livro, com o Prêmio Es-pecial da Associação Paulista de Críticos deArte, entre outras importantes láureas.

A obra foi publicada em primeira ediçãoem 1971.

Segundo Lygia Fagundes Telles, “Nove-la? Romance? Um texto diferente,estranhíssimo, num tom confessional massem cair nunca no monótono, no banal. Per-plexidade. Busca e fuga num enrodilhado deperguntas e respostas, as palavras tão palpitantes e sob a pele das pala-vras, as ideias pulsando como um coração no fundo de cada uma. Prosapoética no seu mais alto sentido, sem concessão alguma. Semdesfalecimento.”

LetraSelvagem: www.letraselvagem.com.br

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Página 8 - agosto de 2015

Notícias

A Scortecci realizou eventocomemorativo de aniversário de 33anos da editora, no dia 15 de agos-to, no Espaço Scortecci, Rua De-putado Lacerda Franco, 96, em SãoPaulo. A Scortecci Editora, funda-da por João Ricardo Scortecci dePaula, em 13 de agosto de 1982, foiespecializada em pequenas tira-gens. Depois se transformou noGrupo Editorial Scortecci que abri-ga a Livraria Asbeça com livraria eloja virtual, o portal Amigos do Livro,o Portal do Escritor, a GráficaScortecci Digital - em parceira coma Canon do Brasil -, a Escola doEscritor, o selo Pingo de Letra queé destinado à publicação de livrosinfantis, e o projeto Fábrica de Li-vros para impressão sob demandaou em pequenas tiragens. O Gru-po Editorial Scortecci, dirigido peloescritor, poeta e editor JoãoScortecci, também tem parceriacom o Portal Concurso e PrêmiosLiterários e com a REBRA - Redede Escritoras Brasileiras -, que épresidida por Joyce Cavalcante.www.scortecci.com.br

A Fundação Dorina Nowilleditou 5.000 exemplares do dicioná-r i o Houaiss com a nova ortografiaem formato DAISY, em parceriacom o Instituto Helena Florisbal,que serão destinados a deficien-tes visuais, bibliotecas e [email protected]

O Programa Haroldo de Cam-pos de incentivo à pesquisa e àtradução, da Casa das Rosas -Espaço Haroldo de Campos de Po-esia e Literatura, está com inscri-ções abertas até 31 de agosto. http://www.casadasrosas.org.br/

Vera Stefanov, presidente doSindicato dos Bibliotecários no Es-tado de São Paulo, representou aentidade no 38º Encontro Nacionalde Estudantes de Biblioteconomia,Documentação, Ciência da Informa-ção no Maranhão, realizado de 20 a23 de julho. Stefanov conclamou acategoria para a valorização da pro-fissão em todo o território nacionale proferiu palestra com o tema “For-mação política, reflexões éticas, prá-ticas de transformação social emídias na informação: qual profis-sional temos e qual queremos ser?”

Nélida Piñon, membro da Aca-demia Brasileira de Letras, lançouedição comemorativa de 30 anos doromance A República dos Sonhos,pela Editora Record.

Raquel Naveira ministrou ocurso “Poetas de França...”, naCasa Guilherme de Almeida, nosdias 31 de julho e 1 de agosto, so-bre a poesia francesa na estética dode tradutor Guilherme de Almeida.

O Dicionário Comparado deDitos Populares e ProvérbiosBrasileiros e Chineses, de LinChangchao e Limiaona, que reúne2.000 ditos populares, levou 10anos para ser concluído. Os prefá-cios são do sinólogo Jayme Martins,do Embaixador Chen Duqing e deSonia Sales.

Marilzes Petroni participa dolivro Anuario Latinoamericano deLas Artes Plasticas, que reúne tra-balhos de 136 artistas plásticos denove países latinos. SandroCorradin, Inos Corradin, OlimpioFranco, Marilzes Petroni e BarãoDigo Tertschitsch são alguns dosartistas brasileiros que foram inse-ridos na 18ª edição da obra.

Susani Silveira LemosFrança lançou Mulheres dosoutros: Os viajantes cristãos nasterras a oriente (séculos XII-XV),pela Editora Unesp.

Nilda Neves realiza a exposi-ção individual uma fábula bahiana atéo dia 31 de agosto, nas galerias laminima e Mezanino, Av. Predroso deMoraes, 822, em São Paulo.

A 17ª Bienal Internacional doLivro do Rio de Janeiro, que serárealizada de 3 a 13 de setembro, noRiocentro, terá a Argentina comopaís homenageado.

Renata Di Nizo, especialistaem estudos de grupos e da relaçãoentre indivíduos, lançou Equipes so-lidárias – Por que em grupo e nãosozinho?, pela Summus Editorial.

A Saraiva lançou plataforma deaudiolivros digitais, via streaming,em parceria com o Ubook, que fun-cionará no modelo de assinaturas.

Emanuel Medeiros Vieiraestá com os poemas Emigrados,Homem diante do Mar e Exílio pu-blicados no site do Antonio Miranda,diretor da representação de Brasíliada Fundação Biblioteca Nacional.www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/santa_catarina/emanuel_medeiros_vieira.html

Paulo Nathanael Pereira deSouza, presidente da AcademiaPaulista de Educação e membro daAcademia Paulista de Letras, lan-çou Histórias que a história não con-ta, pela Miró Editorial. A obra reúneensaios provenientes de conferên-cias, leituras e pesquisas.

Deia Leal, escritora, artistaplástica e uma das criadoras daaldravia, realizará a exposiçãoAldravinturas, de 4 a 23 de setem-bro, no Espaço Cultural do Superi-or Tribunal de Justiça, SAFS, Qua-dra 6, Lote 01,Trecho III, em Brasília.

Canto Livro no show O Ser-tão na Canção, com músicas inspi-radas no romance Grande SertãoVeredas de João Guimarães Rosa,com as participações de JeanGarfunkel (violão), Joana Garfunkel(voz) e Pratinha Saraiva (flautas ebandolim) e Arranjos de Natan Mar-ques, será apresentado no dia 19de julho, quarta-feira, às 21 horas,no Tatu Bar e Palco, Rua Alves Gui-marães, 153, em São Paulo.

divulgação

João Scortecci

Nicolau Sevcenko, escritorfalecido em 13 de agosto de 2014,professor, historiador e membro doCenter for Latin American CulturalStudies do King's College da Univer-sidade de Londres, foi homenagea-do pelo Departamento de Históriada FFLCH da USP no dia 13 deagosto. Na ocasião foi inauguradoo Anfiteatro Nicolau Sevcenko. Oevento contou com a presença deCristina Carletti -esposa do home-nageado-, mestres, professores,orientadores, alunos e funcionários.

A Editora LETRASELVAGEMlançou Poeira e Escuridão, de JoãoBatista de Andrade, O Tribunal, deÁlvaro Alves de Faria, e Os Vira-La-tas da Madrugada, de Adelto Gon-çalves, no dia 18 de agosto, às19h30, na Casa das Rosas, Av.Paulista, 37, em São Paulo.

Alice Spíndola, Cláudio MuriloLeal, Salgado Maranhão, SilvianoSantiago, Rita Moutinho, MiriamHalfim, Clauder Arcanjo, ClaufeRodrigues, Alfredo Pérez Alencart eLuiz Poeta estão entre os laureadosdos prêmios da União Brasileira deEscritores do Rio de Janeiro. Em2015 os nomes dos prêmios sãodos fundadores da UBE-RJ. A es-colha dos trabalhos foi feita porStella Leonardos, Luiz Gondim deAraújo Lins e Margarida Finkel. 

divulgação

Nicolau Sevcenko

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