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NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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Page 1: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)
Page 2: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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Nat

al: [

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0.

25

6p. :

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Page 3: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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Page 4: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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cip

linas

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de

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no

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de

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min

istr

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amb

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os

pre

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s. A

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te t

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isci

plin

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pes

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mo

dal

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a d

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nci

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as o

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as d

isci

plin

as n

esta

mo

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e.

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, so

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te

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istâ

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gio

s n

os

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lina

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CONHECENDO O AUTOR CONHECENDO O AUTOR

Page 5: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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sob

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tio

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do

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re o

qu

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ler

este

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eria

l. O

qu

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cê b

usc

ou

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and

o

se m

atri

culo

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m u

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o s

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r? A

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ito

qu

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apid

amen

te,

você

pen

sou

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res

po

stas

co

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: ap

ren

der

, co

nh

ecer

, d

esco

bri

r,

e se

não

fo

ram

exa

tam

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est

as p

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pen

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tras

sem

elh

ante

s. A

fin

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se c

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sid

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mo

s n

oss

as v

idas

, ve

rem

os

qu

e

esta

s sã

o p

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pre

sen

tes

du

ran

te t

od

o o

tem

po

em

no

ssa

casa

,

com

no

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fam

ília,

no

tra

bal

ho

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ind

a m

ais

na

acad

emia

. Is

so

mes

mo

, ac

adem

ia.

E o

sig

nif

icad

o é

dif

eren

te d

aqu

ele

qu

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um

pri

mei

ro m

om

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, po

de

ter

pas

sad

o p

ela

sua

men

te.

Pen

sar

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eio

aca

dêm

ico

, em

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dem

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no

s re

met

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con

hec

imen

to e

à p

esq

uis

a. U

m lu

gar

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usc

amo

s, q

uer

emo

s

con

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er

cois

as

no

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an

dar

p

or

cam

inh

os

não

p

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rrid

os

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alça

r n

ova

s d

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ber

tas.

Ch

amo

su

a at

ençã

o p

ara

não

pen

sar

em

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emia

ap

enas

pel

o f

ato

de

esta

r m

atri

cula

do

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um

cu

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sup

erio

r. V

ocê

se

con

sid

erad

o

um

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adêm

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d

e ve

rdad

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con

seg

uir,

ao

lon

go

do

s an

os

de

estu

do

, co

lher

fru

tos

qu

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e fa

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um

pro

fiss

ion

al n

o c

urs

o s

up

erio

r es

colh

ido

.

Acr

edit

o q

ue,

nes

te m

om

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, ten

ha

sen

tid

o u

m “

frio

na

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rig

a”

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teja

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esti

on

and

o a

si

pró

pri

o s

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nse

gu

irá

ob

ter

êxit

o n

esta

emp

reit

ada.

Po

de

até

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r co

m v

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tad

e d

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ues

tio

nar

: “m

as p

rofe

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ra,

com

o e

u c

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o is

to?

Será

qu

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go

?” S

im, i

sto

é to

talm

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po

ssív

el

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corr

erá

se v

ocê

, du

ran

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s an

os d

e cu

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sup

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r, se

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pen

har

par

a

ter

um

co

nta

to m

uit

o p

róxi

mo

co

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máx

imo

de

con

hec

imen

to.

Entã

o, l

emb

re-s

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ue

você

, ao

ing

ress

ar e

m u

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o s

up

erio

r

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mej

ar u

m tí

tulo

de

gra

du

ação

, se

colo

ca n

a p

osi

ção

de

estu

dan

te.

E o

qu

e si

gn

ific

a se

r u

m e

stu

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te d

o e

nsi

no

su

per

ior?

Fac

ilmen

te,

esto

u o

uvi

nd

o:

“ess

a é

fáci

l, p

rofe

sso

ra –

é a

lgu

ém q

ue

estu

da

par

a o

bte

r o

ref

erid

o t

ítu

lo”.

Mu

ito

bem

! R

esp

ost

a co

rret

a! M

as

não

po

de

ser

um

a re

spo

sta

vazi

a, é

pre

ciso

qu

e vo

cê c

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pre

end

a

real

men

te o

sig

nif

icad

o d

ela

e é

po

r is

so q

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rem

os

sob

re a

“co

nst

ruçã

o d

o c

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hec

imen

to e

met

od

olo

gia

da

pes

qu

isa”

.

CONHECENDO A DISCIPLINA CONHECENDO A DISCIPLINA

Esta

dis

cip

lina

mo

stra

rá a

vo

cê o

qu

e si

gn

ific

a se

r u

m e

stu

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te d

e u

m c

urs

o

sup

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r, u

m a

cad

êmic

o.

Vo

cê p

erce

ber

á q

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é re

leva

nte

est

ar s

emp

re b

usc

and

o

con

hec

imen

to e

qu

e ta

mb

ém é

po

ssív

el, n

o m

eio

aca

dêm

ico

, pro

du

zi-l

o. P

ara

tan

to,

estu

dar

emo

s n

esta

dis

cip

lina

as f

orm

as p

elas

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ais

você

po

de

faze

r is

to.

Ver

emo

s a

ori

gem

d

a b

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a p

elo

co

nh

ecim

ento

, p

arti

nd

o

de

con

ceit

os

bás

ico

s d

e fi

loso

fia

à id

enti

fica

ção

da

nat

ure

za d

o c

on

hec

imen

to.

Co

mp

reen

der

con

ceit

os

rela

cio

nad

os

à ci

ênci

a e

pes

qu

isa

e co

nh

ecer

as

form

as d

e es

tud

o e

leit

ura

e d

e d

ivu

lgaç

ão d

e co

nh

ecim

ento

au

xilia

rão

vo

cê n

o p

roce

sso

de

inve

stig

ação

e

des

cob

erta

du

ran

te t

od

o o

cu

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su

per

ior.

Ag

ora

, co

nvi

do

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cê a

mer

gu

lhar

nes

te o

cean

o d

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esco

ber

tas

e vi

slu

mb

rar

as m

ais

vari

adas

fo

rmas

de

con

hec

er q

ue

serã

o a

pre

sen

tad

as d

ura

nte

os

cap

ítu

los

des

ta d

isci

plin

a.

Page 6: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

CU

RSO

: NEa

D -

DIS

CIP

LIN

AS

DE

GR

AD

UA

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TÂN

CIA

DIS

CIP

LIN

A: C

ON

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ÃO

DO

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OD

OLO

GIA

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PES

QU

ISA

PRO

F. A

UTO

R: M

AR

LISE

TH

ERE

DIA

S

MO

DA

LID

AD

E: A

DIS

TÂN

CIA

1 I

DE

NT

IFIC

ÃO

A

filo

sofi

a,

o

con

hec

imen

to

e as

ci

ênci

as.

Epis

tem

olo

gia

d

a p

esq

uis

a. F

un

dam

ento

s m

eto

do

lóg

ico

s d

e p

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a. M

eto

do

log

ias

de

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qu

isa.

Mét

od

os

de

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qu

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Téc

nic

as d

e p

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uis

a. E

stra

tég

ias

met

od

oló

gic

as. P

roje

to d

e p

esq

uis

a.

2 E

ME

NT

A

• C

om

pre

end

er a

nat

ure

za d

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co c

om

o

ob

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da

pes

qu

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ca.

• C

om

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er

os

pro

ced

imen

tos

da

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od

olo

gia

d

a p

esq

uis

a p

ara

elab

ora

ção

d

e tr

abal

ho

s té

cnic

o-c

ien

tífi

cos

qu

e vi

slu

mb

rem

a p

esq

uis

a p

ara

pro

du

ção

de

con

hec

imen

to

cien

tífi

co n

a re

feri

da

área

de

estu

do

.

3 O

BJE

TIV

OS

• C

om

pet

ênci

as:

ao

fin

al

da

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cip

lina,

o

al

un

o

dev

e se

r ca

paz

de

com

pre

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s co

nce

ito

s re

laci

on

ado

s à

ciên

cia,

co

nh

ecim

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e p

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uis

a; r

eco

nh

ecer

os

dif

eren

tes

tip

os

de

trab

alh

os

acad

êmic

o-c

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cos

e su

a es

tru

tura

; d

esen

volv

er

trab

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os

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êmic

o-c

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cos;

co

mp

reen

der

e

uti

lizar

cnic

as

apre

sen

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as

bu

scan

do

le

itu

ra

pro

veit

osa

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ferê

nci

as;

reco

nh

ecer

fo

nte

s d

e p

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uis

a ad

equ

adas

; id

enti

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r o

s d

ifer

ente

s ti

po

s d

e m

éto

do

s e

pes

qu

isas

ex

iste

nte

s; a

plic

ar o

s co

nce

ito

s d

esen

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o u

m p

roje

to d

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uis

a.

• H

abili

dad

es:

des

envo

lver

tr

abal

ho

s ac

adêm

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-cie

ntí

fico

s e

pro

jeto

de

pes

qu

isa

de

aco

rdo

co

m a

est

rutu

ra a

pre

sen

tad

a.

4 H

AB

ILID

AD

ES E

CO

MP

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ÊN

CIA

SPLANO DE ENSINO PLANO DE ENSINO

O a

lun

o d

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ser

des

per

tad

o p

ara

ativ

idad

es d

e le

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ra e

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qu

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em b

usc

a d

o

con

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imen

to c

ien

tífi

co, l

evan

do

-se

em c

on

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ma

po

stu

ra é

tica

.

5 V

AL

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ITU

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.

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elaç

ão e

ntr

e a

con

stru

ção

do

co

nh

ecim

ento

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esq

uis

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uis

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abal

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diz

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rias

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8 A

TIV

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S

Page 7: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

A a

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Vir

tual

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• re

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átic

o i

mp

ress

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livro

-te

xto

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ou

pel

o t

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mb

ien

te V

irtu

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pre

nd

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• ap

rofu

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amen

to d

e te

mas

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pes

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ro-t

exto

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9 P

RO

CE

DIM

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TO

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os.

11.

ed

. São

Pau

lo: H

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os,

200

1.

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. L.

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, P.

A.;

SILV

A,

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od

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. 5.

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007.

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3. e

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ão P

aulo

: Áti

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003.

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I, M

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. Met

od

olo

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. 5. e

d. S

ão P

aulo

: A

tlas

, 200

7.

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TOS,

B. d

e S.

Um

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o s

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re a

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as. 6

. ed

. São

Pau

lo: C

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ez, 2

009.

10

.2 B

IBL

IOG

RA

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IBL

IOG

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Page 8: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Ca

pít

ulo

1 -

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17

1.1

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71.

2 Co

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a te

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7

1.2.

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s de

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......

......

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7

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......

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......

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1.

2.2

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......

......

......

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......

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......

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......

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1.2.

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onte

mpo

râne

a ...

......

......

......

......

......

......

......

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......

......

......

......

28

1.2.

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o e

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......

......

......

......

......

......

......

......

......

......

......

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......

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o ...

......

......

......

......

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......

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......

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......

......

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......

......

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......

..36

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......

......

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......

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......

......

......

......

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......

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......

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......

......

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....4

01.

3 A

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a te

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na

prát

ica

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......

......

......

......

......

......

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......

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......

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......

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42

1.3.

1 Re

solv

endo

.....

......

......

......

......

......

......

......

......

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......

......

......

......

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1.4

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sab

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......

......

......

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......

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1.5

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......

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1.6

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.....4

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pít

ulo

2 -

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..4

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2.1

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aliz

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......

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......

......

.....4

92.

2 Co

nhec

endo

a te

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.....

......

......

......

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......

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2.2.

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......

......

......

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......

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cim

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......

......

......

......

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......

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......

......

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......

......

......

......

......

......

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......

......

......

54

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ecim

ento

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......

......

......

......

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..55

2.

2.2

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iênc

ia e

a fi

loso

fi a ..

......

......

......

......

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......

......

......

......

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61

2.2.

3 N

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s ge

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......

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2.

2.4

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as d

a pe

squi

sa ..

......

......

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......

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......

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2.3

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do a

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ia n

a pr

átic

a ....

......

......

......

......

......

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......

......

......

...73

2.

3.1

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lven

do ..

......

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42.

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.....7

52.

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....7

52.

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ento

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......

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......

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.76

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e en

cont

rar .

......

......

......

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......

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......

......

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..77

Ca

pít

ulo

3 -

tod

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de

pe

squ

isa

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..7

9

3.1

Cont

extu

aliz

ando

.....

......

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......

......

......

......

......

.....7

93.

2 Co

nhec

endo

a te

oria

.....

......

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.....8

0

3.2.

1 M

étod

os d

e pe

squi

sa ..

......

......

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..80

3.

2.2

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vânc

ia d

o m

étod

o ...

......

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......

......

.....8

8

3.2.

3 M

étod

os c

ient

ífi co

e ra

cion

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......

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91

3.2.

4 M

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os d

edut

ivo,

indu

tivo,

hip

otét

ico-

dedu

tivo

e di

alét

ico

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.....9

2

3.2.

5 M

étod

os e

xper

imen

tal,

obse

rvac

iona

l, es

tatís

tico

e co

mpa

rativ

o ...

973.

3 A

plic

ando

a te

oria

na

prát

ica .

......

......

......

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......

......

......

....1

01

SUMÁRIO SUMÁRIO

3.

3.1

Reso

lven

do ..

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......

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...10

13.

4 Pa

ra s

aber

mai

s ...

......

......

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......

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....1

023.

5 Re

lem

bran

do ..

......

......

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......

......

...10

33.

6 Te

stan

do o

s se

us c

onhe

cim

ento

s ...

......

......

......

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......

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104

Ond

e en

cont

rar .

......

......

......

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.105

Ca

pít

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4 -

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squ

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.10

7

4.1

Cont

extu

aliz

ando

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....1

074.

2 Co

nhec

endo

a te

oria

.....

......

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....1

08

4.2.

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squi

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uant

itativ

a e

pesq

uisa

qua

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iva:

orig

em,

cara

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......

......

......

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....1

08

4.2.

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s de

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......

......

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112

4.

2.3

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atég

ias

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ento

s de

pes

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.117

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......

......

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.119

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squi

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......

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....1

19

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uisa

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rven

ção

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...12

1

Trab

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......

......

......

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......

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4.3

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..131

4.

3.1

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34.

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..148

5.

2.3

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5.4

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5.6

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...16

2

Page 9: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

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cont

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6 -

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2.3

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6.

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.184

6.3

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teor

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..188

6.

3.1

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lven

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...18

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aber

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....1

906.

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bran

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...19

26.

6 Te

stan

do o

s se

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ento

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193

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e en

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rar .

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7 -

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7.1

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977.

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endo

a te

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7.2.

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198

7.

2.2

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210

7.

2.3

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147.

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a te

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na

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.....2

21

7.3.

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solv

endo

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222

7.4

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er m

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7.5

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223

7.6

Test

ando

os

seus

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heci

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nde

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24

Ca

pít

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8 -

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pe

squ

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....2

258.

2 Co

nhec

endo

a te

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....2

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8.2.

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trut

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26

8.2.

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ução

: tem

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robl

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de p

esqu

isa,

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o de

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..230

8.

2.3

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..237

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242

8.

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amen

to e

cro

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de p

esqu

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3 A

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.....2

46

8.3.

1 Re

solv

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247

8.4

Para

sab

er m

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.248

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249

8.6

Test

ando

os

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heci

men

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...25

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....2

52

Refe

rênc

ias

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.....2

53

Page 10: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

17Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

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odol

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da P

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1.1

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nte

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o

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os n

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os s

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údo.

Est

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na co

mpr

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ão d

e co

mo

cheg

amos

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conh

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alg

o, a

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intr

igar

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o q

ue é

apr

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hum

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m q

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esm

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rece

be in

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s par

a um

a po

siçã

o de

que

stio

nado

r.

O t

exto

mo

stra

rá q

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and

o v

ocê

pas

sa a

exi

gir

mai

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s ex

plic

açõ

es a

resp

eito

de

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s e

aco

nte

cim

ento

s, e

stá

na

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de

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em

bu

sca

da

verd

ade

ou

em

bu

sca

de

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esti

on

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.

O ca

pít

ulo

1 a

pre

sen

tará

a v

ocê

no

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de

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sofi

a e

um

po

uco

da

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a d

esta

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tão

intr

igan

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inte

ress

ante

, qu

e re

velo

u o

s m

aio

res

pen

sad

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s d

a h

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ria,

incl

usi

ve d

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mp

o a

tuai

s. V

ocê

per

ceb

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o q

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s fi

lóso

fos

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e, o

qu

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o, s

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o o

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es e

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ito

.

Esp

era-

se q

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fin

al d

o e

stu

do

, vo

cê s

eja

cap

az d

e d

efin

ir f

iloso

fia,

con

heç

a su

a o

rig

em,

alg

un

s fi

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fos

e, p

rin

cip

alm

ente

, co

nsi

ga

visu

aliz

ar

po

rqu

e es

te a

ssu

nto

é a

pre

sen

tad

o n

esta

dis

cip

lina.

1.2

Co

nh

ec

en

do

a t

eo

ria

1.2

.1 N

õe

s d

e fi

lo

so

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in

sin

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te e

ach

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,

NO

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ES D

E FI

LOSO

FIA

E A

SPEC

TOS

DA

FIL

OSO

FIA

CO

NTE

MPO

NEA

CA

PÍT

UL

O 11

Capí

tulo

1

18Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

este

pic

o p

rete

nd

e m

ost

rar

o q

ue

real

men

te p

rete

nd

e a

filo

sofi

a. O

s

filó

sofo

s sã

o,

mu

itas

vez

es,

esti

gm

atiz

ado

s co

mo

hu

man

os

qu

e es

crev

em e

fala

m c

ois

as q

ue

não

são

co

mp

reen

did

as p

or

ou

tro

s d

e su

a es

péc

ie,

ou

qu

e

esta

riam

sem

pre

fo

ra d

a re

alid

ade.

Esta

at

itu

de

pre

con

ceit

uo

sa

e d

e ju

lgam

ento

fa

z co

m

qu

e m

uit

os

estu

dan

tes

não

se

sin

tam

à v

on

tad

e q

uan

do

ou

vem

fal

ar s

ob

re t

al á

rea

de

con

hec

imen

to.

Poré

m,

pre

ten

do

mo

stra

r a

você

o q

uão

rel

evan

te s

ão o

s

con

ceit

os

da

filo

sofi

a p

ara

sua

vid

a ac

adêm

ica.

Pen

san

do

bem

, to

do

s n

ós

filo

sofa

mo

s, p

ois

est

amo

s se

mp

re t

enta

nd

o

dar

sen

tid

o à

s co

isas

. D

e ac

ord

o c

om

os

pen

sam

ento

s d

e G

ram

sci (

1978

, ap

ud

AR

AN

HA

e M

AR

TIN

S, 1

993,

p.

74),

“n

ão s

e p

od

e p

ensa

r em

nen

hu

m h

om

em

qu

e n

ão s

eja

tam

bém

filó

sofo

, q

ue

não

pen

se,

pre

cisa

men

te p

orq

ue

pen

sar

é p

róp

rio

do

ho

mem

co

mo

tal

”. A

s es

colh

as q

ue

faze

mo

s em

no

sso

co

tid

ian

o

faze

m p

arte

de

no

ssa

filo

sofi

a d

e vi

da,

a f

orm

a co

mo

no

s al

imen

tam

os,

co

mo

fom

os

edu

cad

os

e ed

uca

mo

s, a

no

ssa

roti

na,

etc

.

Du

ran

te

no

sso

d

esen

volv

imen

to,

acab

amo

s p

or

no

s ac

om

od

ar

em

con

hec

imen

tos

qu

e n

os

são

ap

rese

nta

do

s fa

cilm

ente

. A

lgu

mas

ati

vid

ades

de

no

ssa

roti

na

são

rea

lizad

as d

e m

anei

ra t

ão a

uto

mát

ica

qu

e n

em p

ensa

mo

s em

qu

esti

on

ar o

po

rqu

ê d

e es

tarm

os

real

izan

do

daq

uel

a fo

rma.

Ch

auí

(200

3)

apre

sen

ta

o

des

envo

lvim

ento

au

tom

átic

o

des

tas

ativ

idad

es c

oti

dia

nas

par

a n

os

mo

stra

r q

ue

o f

ato

de

não

qu

esti

on

arm

os

sig

nif

ica

qu

e ac

eita

mo

s al

go

co

mo

re

al.

E ex

emp

lifi

ca:

qu

and

o

você

per

gu

nta

a a

lgu

ém a

s h

ora

s es

tá c

on

firm

and

o q

ue

acre

dit

a q

ue

o t

emp

o

exis

te,

acre

dit

a n

as h

ora

s, e

tam

bém

na

idéi

a d

e q

ue

o p

assa

do

não

vo

lta

mai

s. O

s as

pec

tos

em q

ue

você

acr

edit

a o

faz

em d

ifer

ente

de

ou

tra

pes

soa

qu

e p

od

e te

r su

as p

róp

rias

cre

nça

s.

Ag

ora

pen

se n

o s

eu d

ia-a

-dia

co

m s

eus

cole

gas

e r

elem

bre

se,

em

det

erm

inad

o

mo

men

to,

fren

te

a u

ma

bri

nca

dei

ra,

um

q

ues

tio

nam

ento

,

um

a fr

ase

bo

nit

a d

ita

po

r al

gu

ém,

você

não

se

viu

diz

end

o:

“fu

lan

o e

stá

filo

sofa

nd

o”.

Qu

and

o u

ma

pes

soa

reso

lve

per

gu

nta

r o

u d

iscu

tir

a re

spei

to

de

alg

o c

on

sid

erad

o m

uit

o n

orm

al,

é co

mu

m s

er j

ulg

ada

ou

est

igm

atiz

ada,

qu

and

o,

na

verd

ade,

ap

enas

est

á q

uer

end

o c

on

hec

er.

É es

sa c

apac

idad

e d

e

qu

esti

on

ar v

erd

ades

qu

e a

filo

sofi

a p

od

e d

esp

erta

r.

Page 11: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

19Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Pro

cure

ref

leti

r a

resp

eito

de

sua

vid

a co

tid

ian

a,

as a

tivi

dad

es q

ue

des

envo

lve,

as

atit

ud

es q

ue

tom

a e

refl

ita:

vo

cê é

um

ag

ente

qu

e q

ues

tio

na

ou

ap

enas

ace

ita

o q

ue

o m

un

do

lhe

apre

sen

ta?

Co

mo

est

á su

a re

laçã

o c

om

o c

on

hec

imen

to,

com

o s

aber

ho

je?

Vo

cê o

am

a, o

res

pei

ta?

REF

LEX

ÃO

Ori

ge

m O s

urg

imen

to d

a fi

loso

fia

par

a o

s h

isto

riad

ore

s d

ata

do

fin

al d

o s

écu

lo V

II

a.C

. e d

ura

nte

o s

écu

lo V

I a.C

. na

Gré

cia,

em

um

a ci

dad

e ch

amad

a M

ileto

, ten

do

com

o p

rim

eiro

filó

sofo

Tal

es d

e M

ileto

(A

RA

NH

A e

MA

RTI

NS,

199

6).

Filo

sofi

a

é u

ma

pal

avra

gre

ga

com

po

sta

de

ph

ilo e

so

ph

os.

A

pri

mei

ra p

alav

ra s

ign

ific

a

amiz

ade,

am

or

frat

ern

o e

a s

egu

nd

a q

uer

diz

er s

abed

ori

a. D

esta

fo

rma,

fic

a fá

cil

com

pre

end

er o

sig

nif

icad

o li

tera

l da

pal

avra

co

mo

sen

do

: am

or

à sa

bed

ori

a.

Tale

s d

e M

ileto

é o

pri

mei

ro f

ilóso

fo o

cid

enta

l d

e q

ue

se t

em n

otí

cia.

De

asce

nd

ênci

a fe

níc

ia,

nas

ceu

em

M

ileto

, an

tig

a co

lôn

ia

gre

ga,

n

a Á

sia

men

or,

atu

al

Turq

uia

, p

or

volt

a d

e 62

5 a.

C.

e fa

lece

u a

pro

xim

adam

ente

em

547

a.C

. -

seg

un

do

o h

isto

riad

or

gre

go

Dió

gen

es L

aérc

io,

mo

rreu

co

m 7

8 an

os

du

ran

te a

58ª

Olim

pía

da.

Ta

les

é ap

on

tad

o c

om

um

do

s se

te s

ábio

s d

a G

réci

a an

tig

a e

foi o

fu

nd

ado

r d

a Es

cola

nic

a.

BIO

GR

AFI

A

Os

pri

mei

ros

filó

sofo

s ch

amar

am-s

e p

ré-s

ocr

átic

os

po

r su

rgir

em a

nte

s d

e

Sócr

ates

, fig

ura

cen

tral

na

filo

sofi

a g

reg

a (M

ART

INS

FILH

O, 2

000)

. Seu

s pen

sam

ento

s

fize

ram

ru

ir u

ma

real

idad

e n

a G

réci

a an

tig

a co

nh

ecid

a co

mo

mit

olo

gia

.

Vo

cê d

eve

con

hec

er a

lgu

ns

per

son

agen

s re

laci

on

ado

s à

mit

olo

gia

, co

mo

Ero

s, o

Deu

s d

o a

mo

r, e

já d

eve

ter

ou

vid

o a

exp

ress

ão “

deu

ses

do

Olim

po

”.

Este

s se

ref

erem

a m

ito

s cu

ltu

ado

s n

a ép

oca

do

su

rgim

ento

da

filo

sofi

a.

Capí

tulo

1

20Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Pod

e-se

co

mp

reen

der

o m

ito

co

mo

a n

arra

tiva

so

bre

a o

rig

em d

e al

go

,

com

o a

ger

ação

do

s se

res

nat

ura

is,

com

o o

ar

frio

, p

or

exem

plo

. A

pal

avra

Mit

o t

em o

rig

em g

reg

a m

yth

os,

fo

rmad

a d

a ju

nçã

o d

e d

ois

ver

bo

s: n

arra

r al

go

(myt

hey

o)

e an

un

ciar

, co

nve

rsar

(m

yth

eo).

O p

ovo

gre

go

co

nsi

der

ava

mit

o u

m p

ron

un

ciam

ento

blic

o r

ealiz

ado

po

r al

gu

ém i

nd

icad

o e

au

tori

zad

o p

elo

s d

euse

s. A

ssim

, h

avia

um

a co

nfi

ança

tota

l no

qu

e er

a p

rofe

rid

o s

em e

spaç

o p

ara

qu

alq

uer

qu

esti

on

amen

to.

No

en

tan

to, o

pen

sam

ento

do

s fi

lóso

fos

rom

pe

a re

alid

ade

on

de

não

se

qu

esti

on

a e

apre

sen

ta a

qu

ela

em q

ue

se p

rob

lem

atiz

a e

se c

on

vid

a a

dis

cuti

r.

A f

iloso

fia

ente

nd

e o

so

bre

nat

ura

l co

mo

irr

eal

e n

ão c

ult

iva,

nem

crê

nas

exp

licaç

ões

div

inas

(A

RA

NH

A e

MA

RTI

NS,

199

3).

O s

urg

imen

to d

os

pri

mei

ros

filó

sofo

s, o

s q

ues

tio

nad

ore

s, n

ão o

corr

eu

com

o u

m m

ilag

re g

reg

o. D

e ac

ord

o c

om

Ch

auí (

2003

), a

lgu

ns

aco

nte

cim

ento

s

his

tóri

cos

favo

rece

ram

a o

rig

em d

a fi

loso

fia.

Em

res

um

o, p

od

e-se

cit

ar:

•as

via

gen

s m

arít

imas

: em

qu

e o

s g

reg

os

pu

der

am v

erif

icar

qu

e n

ão

hav

ia d

euse

s n

os

lug

ares

ind

icad

os;

•a

in

ven

ção

do

ca

len

rio

: p

or

mo

stra

r a

pe

rce

pçã

o d

o t

em

po

com

o a

lgo

na

tura

l e

m q

ue

fa

tos

se r

ep

ete

m e

o m

ais

co

mo

po

de

r d

ivin

o;

•o

su

rgim

ento

da

vid

a u

rban

a: q

ue

dim

inu

iu o

pre

stíg

io d

os

aris

tocr

atas

cria

do

res

do

s m

ito

s p

ara

inte

ress

e p

róp

rio

;

•e

a in

ven

ção

da

po

lític

a: q

ue

inst

itu

i a

lei

com

o v

on

tad

e co

leti

va,

o

dir

eito

de

cad

a ci

dad

ão, e

não

mai

s a

von

tad

e d

os

deu

ses

e o

est

ímu

lo

ao p

ensa

men

to c

om

pre

ensí

vel p

or

tod

os.

Pe

río

do

s d

a fi

lo

so

fi a

gre

ga

Os

pri

mei

ros

estu

do

s d

a fi

loso

fia

fixa

ram

-se

em c

on

hec

er a

ori

gem

do

mu

nd

o n

atu

ral

e su

as t

ran

sfo

rmaç

ões

. Es

te p

erío

do

ch

amo

u-s

e p

ré-s

ocr

átic

o

ou

co

smo

lóg

ico

.

Page 12: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

21Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

LEM

BR

ETE

LEM

BR

ETE

Car

o(a

) ac

adêm

ico

(a):

lem

bre

-se

qu

e o

per

íod

o

pré

-so

crát

ico

ap

rese

nta

es

ta

no

men

clat

ura

p

elo

fa

to

da

div

isão

d

a fi

loso

fia

gre

ga

ter

com

o r

efer

ênci

a o

filó

sofo

crat

es d

e A

ten

as

(MA

RTI

NS

FILH

O, 2

000)

.

A p

alav

ra c

osm

olo

gia

su

rge

da

jun

ção

de

cosm

os

e lo

gia

. A

pri

mei

ra

faz

refe

rên

cia

ao m

un

do

org

aniz

ado

e a

seg

un

da

tem

co

mo

sig

nif

icad

o

o

pen

sam

ento

ra

cio

nal

. O

bse

rvan

do

o

o

bje

to

inic

ial

da

filo

sofi

a,

você

po

de

per

ceb

er

po

rqu

e o

p

rim

eiro

p

erío

do

d

eno

min

a-se

co

smo

lóg

ico

.

Alg

un

s fi

lóso

fos

des

te p

erío

do

fo

rma

Tale

s d

e M

ileto

, Pi

tág

ora

s d

e Sa

mo

s e

Zen

ão d

e El

éia.

O p

erío

do

seg

uin

te é

den

om

inad

o s

ocr

átic

o,

em f

un

ção

do

su

rgim

ento

do

filó

sofo

crat

es,

ou

ain

da

cham

ado

an

tro

po

lóg

ico

(d

o g

reg

o â

ntr

op

o =

Ho

mem

), p

or

se p

reo

cup

ar c

om

tem

as r

elac

ion

ado

s à

real

idad

e h

um

ana,

co

mo

o e

stu

do

da

étic

a, p

olít

ica

e té

cnic

as.

A e

du

caçã

o s

ofr

e in

terf

erên

cia

nes

te p

erío

do

. Os

aris

tocr

atas

, en

qu

anto

do

no

s d

o p

od

er,

po

ssu

em c

om

o p

adrã

o a

ed

uca

ção

bas

ead

a em

po

etas

qu

e

con

sid

erav

am o

gu

erre

iro

bel

o o

ho

mem

per

feit

o.

Co

m o

su

rgim

ento

da

dem

ocr

acia

, p

rim

a-se

po

r u

ma

edu

caçã

o e

m q

ue

o p

adrã

o i

dea

l é

o b

om

ora

do

r. C

om

isso

, su

rgem

os

sofi

stas

(so

ph

os

= s

ábio

= p

rofe

sso

r d

e sa

bed

ori

a),

con

sid

erad

os

filó

sofo

s p

ion

eiro

s n

este

per

íod

o;

em t

roca

de

pag

amen

to,

os

sofi

stas

en

sin

avam

ao

s fi

lho

s d

os

aris

tocr

atas

a n

ova

ed

uca

ção

, co

nte

stan

do

as

idei

as d

os

filó

sofo

s d

o p

erío

do

pré

-so

crát

ico

.

No

p

erío

do

so

crát

ico

, o

s fi

lóso

fos

sofi

stas

q

ue

mai

s se

d

esta

cara

m

fora

m:

Pro

tág

ora

s d

e A

bd

era,

rgia

s d

e Le

on

tin

i e

Isó

crat

es d

e A

ten

as.

SAIB

A Q

UE

Capí

tulo

1

22Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

As

afir

maç

ões

cu

ltu

adas

pel

os

pri

mei

ro f

ilóso

fos

do

per

íod

o e

m s

eus

ensi

nam

ento

s fi

zera

m c

om

qu

e Só

crat

es, f

ilóso

fo c

on

ceit

uad

o e

co

nsi

der

ado

o

pai

da

filo

sofi

a, le

van

tass

e u

ma

ban

dei

ra c

on

tra

os

sofi

stas

. Acu

sava

os

sofi

stas

de

não

ser

em f

ilóso

fos

po

r n

ão d

emo

nst

rare

m a

mo

r e

resp

eito

à s

abed

ori

a e

à ve

rdad

e (C

HA

UÍ,

2003

).

O f

ilóso

fo c

onsi

dera

do p

atro

no d

a fi

loso

fia

não

de

ixou

qua

lque

r doc

umen

to q

ue d

isco

rra

a re

spei

to

de se

us p

ensa

men

tos,

suas

pos

içõe

s ou

inqu

ietu

des.

Po

r is

so,

os

rela

tos

de

Sócr

ates

(4

69–3

99

a.C)

o de

scri

tos

por

outr

os f

ilóso

fos,

com

o Pl

atão

, X

enof

onte

e

Ari

stót

eles

. A

lgun

s hi

stor

iado

res,

in

clus

ive,

afi

rmam

que

se p

ode

fala

r de

Sóc

rate

s co

mo

um p

erso

nage

m d

e Pl

atão

, por

ele

nun

ca t

er

deix

ado

nada

esc

rito

de

sua

próp

ria

auto

ria.

CU

RIO

SID

AD

E

Figu

ras 1

e 2

- Bus

tos d

e Aris

tóte

les e

Pla

tão

Font

e: <

http

://im

ages

.goog

le.co

m>

.

A p

rop

ost

a d

e Só

crat

es d

irec

ion

ava

a fi

loso

fia

par

a a

pre

ocu

paç

ão c

om

o h

om

em.

O f

ilóso

fo a

cred

itav

a q

ue,

an

tes

de

con

hec

er a

ori

gem

do

mu

nd

o,

era

nec

essá

rio

ao

ho

mem

co

nh

ecer

a s

i p

róp

rio

. Pa

ra S

ócr

ates

, as

per

cep

ções

sen

sori

ais

nu

nca

ch

egam

à v

erd

ade;

são

sem

pre

qu

esti

on

adas

e f

on

te d

e

men

tira

ou

err

o (

CH

AU

Í, 20

03).

Ou

tro

fi

lóso

fo

des

te

per

íod

o

é Pl

atão

, q

ue

cult

ua

o

pro

cess

o

de

com

pre

ensã

o d

o r

eal

e cr

ia a

pal

avra

id

eia

(eid

os)

. Pa

ra e

ste

filó

sofo

, ex

iste

Page 13: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

23Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

um

mu

nd

o im

utá

vel e

um

mu

nd

o r

eal q

ue

sofr

e in

terf

erên

cia

do

imu

táve

l. Em

seu

livr

o A

rep

úb

lica,

Pla

tão

uti

liza-

se d

o M

ito

da

cave

rna

par

a d

emo

nst

rar

seu

pen

sam

ento

rel

ativ

o a

os

do

is m

un

do

s.

Plat

ão (

427-

347

a.C

.),

filh

o d

e ar

isto

crat

as e

dis

cíp

ulo

de

Sócr

ates

, es

crev

eu m

ais

de

30 o

bra

s, c

om

o M

enex

eno

; M

éno

n;

Crá

tilo

; O

b

anq

uet

e; A

rep

úb

lica;

den

tre

ou

tras

. Bas

icam

ente

, su

as o

bra

s er

am

escr

itas

em

fo

rma

de

diá

log

os.

Cu

rio

sam

ente

, es

ses

diá

log

os

não

ap

rese

nta

m P

latã

o c

om

o p

erso

nag

em p

rin

cip

al, e

, sim

, Só

crat

es.

BIO

GR

AFI

A

Para

m

elh

or

ente

nd

er

as

idei

as

de

Plat

ão,

vam

os

viaj

ar

em

seu

s

pen

sam

ento

s co

nh

ecen

do

a a

leg

ori

a d

a ca

vern

a. C

on

cen

tre-

se n

a le

itu

ra p

ara

qu

e p

oss

a co

mp

reen

der

as

rela

ções

rea

lizad

as p

elo

au

tor.

Nes

te t

rech

o d

o l

ivro

, o

filó

sofo

des

crev

e se

res

aco

rren

tad

os

des

de

a

infâ

nci

a em

um

a ca

vern

a su

bte

rrân

ea.

A f

orm

a co

mo

est

ão a

lgem

ado

s n

ão

per

mit

e q

ue

ten

ham

ace

sso

à e

ntr

ada,

fic

and

o o

bri

gad

os

a en

xerg

ar a

pen

as

o f

un

do

da

cave

rna.

Po

r n

ão e

star

to

talm

ente

fec

had

a, u

ma

luz

aden

tra

pro

ven

ien

te d

e u

ma

fog

uei

ra e

é p

oss

ível

ver

ap

enas

as

som

bra

s d

o q

ue

está

se p

assa

nd

o à

s su

as c

ost

as.

As

som

bra

s m

ost

ram

ho

men

s ca

rreg

and

o o

bje

tos

-

e co

mo

isto

é a

rea

lidad

e q

ue

con

hec

em, p

ara

eles

, tu

do

é v

erd

adei

ro. A

fin

al,

po

r es

tare

m a

li d

esd

e q

ue

nas

cera

m, é

a ú

nic

a co

isa

qu

e vi

ram

.

Figu

ra 3

- M

ito d

a cav

erna

Font

e: <

http

://m

edia.

phot

obuc

ket.c

om >

Capí

tulo

1

24Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Ag

ora

imag

ine

qu

e u

m d

este

s h

om

ens

con

sig

a se

lib

erta

r d

as c

orr

ente

s e

sair

da

cave

rna.

É o

qu

e Pl

atão

des

crev

e a

seg

uir

e q

ues

tio

na

o q

ue

aco

nte

ceri

a,

o q

ue

ele

fari

a. P

rova

velm

ente

, no

pri

mei

ro m

om

ento

, to

do

s o

s m

ovi

men

tos

do

ho

mem

tra

riam

alg

um

tip

o d

e p

rob

lem

a a

ele,

co

mo

do

r n

o c

orp

o, e

olh

ar p

ara

luz

com

cer

teza

lhe

cau

sari

a in

côm

od

o. A

pes

ar d

isso

, o h

om

em q

ues

tio

nar

ia tu

do

o q

ue

vê t

enta

nd

o c

om

pre

end

er o

qu

e o

corr

e fo

ra d

a ca

vern

a. S

eria

po

ssív

el a

ele

per

ceb

er q

ue

a fo

gu

eira

, na

verd

ade,

era

a lu

z d

o s

ol e

qu

e, r

efle

tid

a, g

erav

a

as s

om

bra

s vi

slu

mb

rad

as p

or

tod

os

no

fu

nd

o d

as c

aver

nas

.

Acr

edit

a-se

qu

e o

ho

mem

, an

sio

so p

or c

on

tar a

os o

utr

os o

qu

e vi

ra, r

eto

rne

à ca

vern

a at

rap

alh

ado

pel

a es

curi

dão

e c

on

te o

qu

e vi

slu

mb

rou

. N

a ca

vern

a,

alg

un

s ac

red

itar

iam

qu

e as

im

agen

s q

ue

viam

não

era

m r

etra

to d

a re

alid

ade,

ou

tro

s o

qu

esti

on

aria

m, o

ter

iam

co

mo

lou

co, s

end

o c

apaz

es a

té d

e m

atá-

lo.

Esta

ale

go

ria

dem

on

stra

qu

e Pl

atão

acr

edit

a q

ue

a ca

vern

a é

no

sso

mu

nd

o,

o p

risi

on

eiro

qu

e sa

i d

a ca

vern

a é

o f

ilóso

fo,

qu

e vi

slu

mb

ra a

lu

z d

o

sol,

qu

e se

ria

a ve

rdad

e (C

HA

UÍ,

2003

).

O

ob

jeti

vo

da

filo

sofi

a se

ria

inci

tar

a b

usc

a d

e n

ova

s d

esco

ber

tas

e co

nh

ecim

ento

e

o

mit

o

das

ca

vern

as

dem

on

stra

q

ue

você

p

od

e fi

car

em s

ua

zon

a d

e co

nfo

rto

co

m o

qu

e já

co

nh

ece

ou

em

pre

end

er e

sfo

rço

s p

ara

mu

dar

a r

ealid

ade,

ag

reg

and

o c

on

hec

imen

to e

par

tin

do

par

a u

m n

ovo

mu

nd

o.

Vej

amo

s se

vo

cê e

stá

aten

to. E

stam

os

ago

ra n

o t

erce

iro

per

íod

o c

ham

ado

de

per

íod

o s

iste

mát

ico

, q

ue

tem

co

mo

pri

nci

pal

filó

sofo

Ari

stó

tele

s (n

asci

do

na

Mac

edô

nia

) e

dis

cíp

ulo

de

Plat

ão.

Poss

ui

com

o d

iscu

rso

ag

reg

ar t

od

as a

s

área

s d

e p

ensa

men

to (o

sab

er t

ota

l) c

om

o u

ma

form

a d

e co

nh

ecer

tu

do

aq

uilo

qu

e ex

iste

no

mu

nd

o.

Ap

esar

de

ser

dis

cíp

ulo

de

Plat

ão,

o f

ilóso

fo A

rist

óte

les

escr

evia

de

form

a

sist

emát

ica

dif

eren

te d

e se

u m

estr

e, q

ue

o fa

zia

em fo

rma

de

po

esia

e a

nal

og

ias.

tam

bém

dif

eren

ças e

ntr

e se

us p

ensa

men

tos,

po

is A

rist

óte

les n

ão a

ceit

ava

o m

un

do

das

idei

as. O

filó

sofo

afi

rmav

a q

ue

era

nec

essá

rio

com

pre

end

er co

mo

o p

ensa

men

to,

de

form

a g

eral

, fu

nci

on

ava,

ind

epen

den

te d

o c

on

hec

imen

to. E

co

m e

ste

ob

jeto

de

estu

do

, deu

ori

gem

à L

óg

ica,

qu

e é

um

a d

as á

reas

da

filo

sofi

a at

ual

men

te.

Ari

stó

tele

s, p

or

suas

cre

nça

s, in

stit

ui u

ma

clas

sifi

caçã

o f

ilosó

fica

de

área

s

de

con

hec

imen

to, i

ncl

uin

do

as

ciên

cias

pro

du

tiva

s –

em q

ue

ação

hu

man

a

par

a p

rod

uçã

o d

e al

go

, co

mo

exe

mp

lo,

arq

uit

etu

ra,

med

icin

a, e

scu

ltu

ra,

Page 14: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

25Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

po

esia

, etc

.; as

ciê

nci

as p

ráti

cas

– es

tud

am a

prá

tica

hu

man

a, s

end

o o

pró

pri

o

ato

rea

lizad

o,

com

o a

éti

ca e

a p

olít

ica;

e a

s ci

ênci

as t

eoré

tica

s –

des

tin

am-s

e

à co

mp

reen

são

de

cois

as q

ue

exis

tem

sem

a i

nfl

uên

cia

do

ser

hu

man

o,

com

o

exem

plo

s, a

fís

ica,

bio

log

ia,

psi

colo

gia

, te

olo

gia

, en

tre

ou

tras

(C

HA

UÍ,

2003

).

Para

San

tos

(200

9),

atu

alm

ente

ain

da

resq

uíc

ios

da

form

a ar

isto

télic

a d

e

pen

sar

em r

elaç

ão à

ciê

nci

a, e

mb

ora

haj

a u

m n

ovo

par

adig

ma

cien

tífi

co, c

om

um

a m

elh

or

ob

serv

ação

de

fato

s e

visã

o d

e m

un

do

.

Por

fim

, tem

os

o p

erío

do

hel

enís

tico

da

filo

sofi

a, e

m q

ue

se a

firm

a q

ue

o

mu

nd

o é

a s

ua

cid

ade

e q

ue

som

os

cid

adão

s d

o m

un

do

. Co

nst

itu

i-se

a f

iloso

fia

de

gra

nd

es d

ou

trin

as,

bu

scan

do

exp

licar

a n

atu

reza

, o

ho

mem

e a

rel

ação

entr

e o

s d

ois

. N

este

per

íod

o,

um

a p

reo

cup

ação

co

m a

éti

ca,

com

a f

ísic

a,

com

a t

eolo

gia

e c

om

a r

elig

ião

.

Este

s p

erío

do

s ap

rese

nta

m o

in

ício

da

filo

sofi

a e

os

pen

sam

ento

s d

os

pri

mei

ros

filó

sofo

s. E

sse

ente

nd

imen

to p

erm

ite

qu

e vo

cê c

om

pre

end

a a

bu

sca

ince

ssan

te d

o s

er h

um

ano

pel

o c

on

hec

imen

to,

apes

ar d

e ap

rese

nta

r fo

co

dif

eren

ciad

o e

m c

ada

um

do

s p

erío

do

s ap

rese

nta

do

s.

Em

N

ova

Yo

rk,

no

zo

oló

gic

o

do

B

ron

x,

um

g

ran

de

esp

aço

é d

esti

nad

o a

os

pri

mat

as c

om

o

chim

pan

zés

e g

ori

las.

Em

u

ma

das

ja

ula

s,

sep

arad

as d

as o

utr

as e

mu

ito

pro

teg

ida,

um

le

trei

ro

info

rman

do

q

ue

ali

você

p

od

e en

con

trar

o p

rim

ata

mai

s p

erig

oso

e d

estr

uid

or

do

mu

nd

o. Q

uan

do

vo

cê s

e ap

roxi

ma

vê s

ua

pró

pri

a im

agem

em

um

es

pel

ho

. O z

oo

ch

ama

a at

ençã

o p

ara

o f

ato

de

tud

o q

ue

o h

om

em

já c

auso

u à

nat

ure

za e

a s

i mes

mo

. Pre

ten

de

qu

e o

ser

hu

man

o p

are

e se

qu

esti

on

e so

bre

co

mo

est

á vi

ven

do

e o

qu

e ve

m f

azen

do

par

a o

b

em o

u m

al d

este

pla

net

a (M

ATU

RA

NA

e V

AR

ELA

, 200

1).

CU

RIO

SID

AD

E

1.2

.2 O

qu

e é

fi l

os

ofi

a?

Ag

ora

qu

e vo

cê já

tev

e ac

esso

a a

lgu

mas

info

rmaç

ões

ref

eren

tes

à fi

loso

fia

e su

a o

rig

em,

seri

a ca

paz

de

diz

er o

qu

e co

mp

reen

de

po

r fi

loso

fia?

Vo

cê j

á

está

co

nve

nci

do

do

co

nce

ito

des

ta c

iên

cia?

Su

po

nd

o q

ue

alg

um

as d

úvi

das

ain

da

pai

rem

em

seu

s pen

sam

ento

s, v

amo

s co

nve

rsar

um

po

uco

sob

re o

qu

e é

filo

sofi

a.

Poré

m, c

abe

aler

tá-l

o q

ue

não

um

co

nce

ito

ún

ico

e p

reci

so p

ara

a ci

ênci

a.

Capí

tulo

1

26Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Co

mo

vi

mo

s,

em

sua

essê

nci

a,

a p

alav

ra

filo

sofi

a ve

m

do

g

reg

o

e

sig

nif

ica

amo

r e

resp

eito

à s

abed

ori

a. P

od

e-se

diz

er q

ue,

mes

mo

co

nsi

der

and

o

a o

rig

em d

a fi

loso

fia

cujo

fo

co m

ud

ou

no

dec

orr

er d

o t

emp

o,

o o

bje

to s

e

man

teve

. A f

iloso

fia

é a

ciên

cia

em q

ue

seu

s p

rati

can

tes

des

tin

am s

eus

estu

do

s

ao q

ues

tio

nam

ento

do

qu

e in

icia

lmen

te é

ver

dad

e.

Vo

po

de

enco

ntr

ar

em

seu

s es

tud

os

dif

eren

tes

def

iniç

ões

p

ara

a

filo

sofi

a. A

lgu

ns

filó

sofo

s fa

mo

sos

def

inir

am f

iloso

fia

de

aco

rdo

co

m a

ép

oca

em q

ue

vive

ram

: Pla

tão

ap

rese

nta

a f

iloso

fia

com

um

co

nh

ecim

ento

ver

dad

eiro

a se

rviç

o d

a h

um

anid

ade;

Des

cart

es a

def

iniu

co

mo

o e

stu

do

da

sab

edo

ria

de

tod

as a

s co

isas

nec

essá

rias

à v

ivên

cia

hu

man

a; e

Mar

x d

izia

qu

e a

filo

sofi

a

dev

eria

co

nh

ecer

o m

un

do

a f

im d

e tr

ansf

orm

á-lo

(C

HA

UÍ,

2003

).

Se v

ocê

per

gu

nta

r a

exp

licaç

ão d

a fi

loso

fia

em r

ápid

as p

alav

ras,

dir

ia

qu

e é

um

ato

de

pen

sar

e aj

ud

a n

o d

esen

volv

imen

to d

e n

oss

as h

abili

dad

es

men

tais

. Pe

nsa

nd

o e

m s

eu o

bje

to e

su

a ep

iste

mo

log

ia,

po

de-

se d

izer

qu

e a

filo

sofi

a é

um

a ci

ênci

a q

ue,

cas

o n

ão e

xist

isse

, o

mu

nd

o c

on

tin

uar

ia c

om

o é

;

ain

da

assi

m, é

o m

ais

úti

l de

tod

os

os

sab

eres

po

r fo

rnec

er à

so

cied

ade

mei

os

par

a se

r co

nsc

ien

te d

e si

e d

e su

as a

ções

.

Pitá

go

ras

foi

o c

riad

or

da

pal

avra

filo

sofi

a e

afir

mav

a q

ue

“o f

ilóso

fo

[...]

é m

ovi

do

pel

o d

esej

o d

e o

bse

rvar

, co

nte

mp

lar,

julg

ar e

ava

liar

as c

ois

as,

as a

ções

, a v

ida;

em

res

um

o p

elo

des

ejo

de

sab

er”

(CH

AU

Í, 20

03, p

. 25)

. Co

mo

você

po

de

per

ceb

er, v

olt

amo

s à

ori

gem

da

pal

avra

filo

sofi

a.

O f

ilóso

fo,

em s

eus

estu

do

s, s

e b

asei

a em

pro

ble

mas

da

exis

tên

cia,

po

rém

par

a co

mp

reen

dê-

los,

pre

cisa

afa

star

-se

del

es e

en

con

trar

man

eira

s d

e

pro

mo

ver

mu

dan

ças.

Co

mo

vo

cê a

cred

ita

qu

e es

tá t

end

o u

ma

atit

ud

e fi

losó

fica

? N

o c

om

eço

do

cap

ítu

lo, c

om

ente

i so

bre

o ju

lgam

ento

qu

e fa

zem

os

a co

leg

as d

izen

do

qu

e

está

filo

sofa

nd

o c

om

o s

end

o a

lgo

pej

ora

tivo

. Es

per

o q

ue,

nes

te m

om

ento

,

filo

sofa

r se

ja a

lgo

mai

s re

leva

nte

par

a vo

cê.

Se a

par

tir

de

ago

ra, v

ocê

se

con

cen

trar

mai

s n

as a

tivi

dad

es d

e su

a ro

tin

a

diá

ria

e co

meç

ar a

qu

esti

on

ar c

erta

s ve

rdad

es,

você

est

ará

se a

fast

and

o d

e

si p

ara

com

pre

end

er m

elh

or

aqu

ilo n

o q

ue

acre

dit

a e

julg

a co

rret

o.

Ass

im,

esta

rá t

end

o u

ma

atit

ud

e fi

losó

fica

.

Page 15: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

27Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

A n

oss

a n

ão a

ceit

ação

dir

eta

ao q

ue

no

s é im

po

sto

ou

dit

o n

os i

mp

uls

ion

a ao

ato

de

filo

sofa

r. O

qu

e es

tá a

o n

oss

o r

edo

r p

od

e n

ão s

er t

ão ó

bvi

o e

a f

iloso

fia

no

s

con

vid

a a

jam

ais a

ceit

ar c

om

o v

erd

ade

ante

s de

um

a in

vest

igaç

ão o

u c

om

pre

ensã

o.

Vo

cê p

od

e co

meç

ar p

ela

sua

ded

icaç

ão a

os

estu

do

s n

as d

isci

plin

as.

Qu

and

o v

ocê

não

ace

itar

ou

não

se

con

ven

cer

de

alg

um

co

nce

ito

ou

def

iniç

ão

de

det

erm

inad

o a

uto

r, p

od

e te

r u

ma

atit

ud

e fi

losó

fica

em

rel

ação

ao

tem

a e

bu

scar

co

nh

ecim

ento

su

fici

ente

par

a te

r o

pin

ião

a r

esp

eito

e t

er a

su

a ve

rdad

e

com

co

mp

reen

são

rea

l.

Mo

rris

(2

000)

af

irm

a q

ue

a fi

loso

fia

des

envo

lve

três

h

abili

dad

es

em q

uem

a e

stu

da,

e ju

stif

ica

nis

so a

nec

essi

dad

e d

esta

no

s cu

rríc

ulo

s es

cola

res.

Esta

s h

abili

dad

es s

erão

ap

rese

nta

das

par

a, m

ais

um

a ve

z, a

jud

ar v

ocê

a

com

pre

end

er o

po

rqu

ê d

e es

tud

ar f

iloso

fia.

A p

rim

eira

del

as r

elac

ion

a-se

à

nec

essi

dad

e im

po

sta

pel

a fi

loso

fia

em a

nal

isar

tem

as d

iscu

tíve

is.

Ao

est

ud

ar

os

filó

sofo

s m

ais

con

hec

ido

s, v

ocê

po

de

apre

nd

er c

om

ele

s co

mo

des

envo

lver

esta

hab

ilid

ade.

Po

de,

ass

im,

anal

isar

asp

ecto

s d

e su

a vi

da

com

o:

ente

nd

er

pen

sam

ento

s n

egat

ivo

s, q

uai

s sã

o s

uas

ap

tid

ões

e c

om

o e

du

car

mel

ho

r se

us

filh

os.

Mo

rris

(20

00)

aler

ta: a

o a

nal

isar

, dev

emo

s se

r im

par

ciai

s e

não

dei

xar

o

sen

tim

ento

atr

apal

har

os

pen

sam

ento

s em

dem

asia

.

E q

uan

do

vo

cê s

e d

epar

a co

m s

itu

açõ

es c

on

flit

ante

s, c

om

o, p

or

exem

plo

:

está

em

um

a lo

ja e

dec

ide

real

izar

um

a co

mp

ra,

você

po

de

se q

ues

tio

nar

se

o o

bje

to d

e co

mp

ra é

rea

lmen

te n

eces

sári

o o

u a

pen

as e

stá

aten

den

do

a u

m

cap

rich

o s

eu. A

su

a h

abili

dad

e d

e av

alia

ção

nes

te m

om

ento

é c

ruci

al p

ara

qu

e

você

to

me

um

a d

ecis

ão. M

uit

as v

ezes

, no

sso

s d

esej

os

não

são

nec

essi

dad

es, e

pre

cisa

mo

s se

r ca

paz

es d

e av

alia

r.

Os

pen

sam

ento

s fi

losó

fico

s p

od

em

ser

aval

iad

os

se

você

re

aliz

ar

qu

esti

on

amen

tos

com

o:

é co

eren

te?

É co

mp

leto

? É

corr

eto

? E

dem

on

stra

r

dis

cern

imen

to p

ara

ob

ter

um

a af

irm

ativ

a p

ara

as p

erg

un

tas.

A t

erce

ira

hab

ilid

ade

des

envo

lvid

a p

elo

est

ud

o d

a fi

loso

fia

po

ssib

ilita

qu

e vo

cê f

aça

o u

so c

orr

eto

do

arg

um

ento

na

def

esa

ou

ref

uta

ção

de

um

pen

sam

ento

. A

lgu

mas

pes

soas

po

dem

co

nfu

nd

ir e

sta

hab

ilid

ade

e ac

har

qu

e se

tra

ta d

e g

rita

r m

ais

alto

do

qu

e q

uem

po

ssu

i o

utr

a p

osi

ção

, af

irm

ar

inci

siva

men

te o

qu

e ac

red

ita

ou

ain

da

faze

r p

rova

ções

. O

qu

e se

des

eja

do

arg

um

ento

é a

exp

osi

ção

co

m c

on

teú

do

s fu

nd

amen

tad

os,

fav

ore

cen

do

a s

ua

po

siçã

o s

ob

re d

eter

min

ado

pen

sam

ento

a f

im d

e ch

egar

a u

ma

con

clu

são

.

Capí

tulo

1

28Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Co

mo

vo

cê j

á d

esco

bri

u,

a re

levâ

nci

a d

e es

tud

ar f

iloso

fia

pas

sa p

elo

des

envo

lvim

ento

das

hab

ilid

ades

de

anál

ise,

ava

liaçã

o e

arg

um

enta

ção

. E

você

dev

e se

pre

ocu

par

em

ter

ati

tud

es f

ilosó

fica

s.

A t

ríad

e o

qu

e, c

om

o e

po

r q

ue

dem

on

stra

qu

e vo

cê t

em a

titu

de

filo

sófi

ca.

Sab

er q

ual

a re

alid

ade

ou

nat

ure

za d

o o

bje

to id

enti

fica

o p

rim

eiro

qu

esti

on

amen

to

da

tría

de.

Em

“co

mo

”, a

filo

sofi

a b

usc

a q

ual

est

rutu

ra e

rel

açõ

es r

efer

em-s

e ao

ob

jeto

. E a

ori

gem

ou

cau

sa d

o o

bje

to é

qu

esti

on

ada

em “

po

r q

uê”

.

Alé

m d

isso

, au

tore

s af

irm

am q

ue

a fi

loso

fia

pre

ssu

e u

ma

refl

exão

filo

sófi

ca

po

r p

arte

d

e q

uem

d

ecid

e p

ensa

r co

m

mai

or

rig

idez

. Po

r su

a

def

iniç

ão,

refl

exão

é

um

“m

ovi

men

to

de

reto

rno

a

si

mes

mo

” (C

HA

UÍ,

2003

, p

. 20

). N

a fi

loso

fia,

o r

igo

r d

a re

flex

ão o

bri

ga

ao f

ilóso

fo i

nd

agar

a si

pró

pri

o,

enco

ntr

ar m

oti

vos

par

a o

qu

e fa

zem

os

ou

diz

emo

s, c

heg

ar à

s

últ

imas

co

nse

qu

ênci

as a

té e

nco

ntr

ar a

co

ncl

usã

o id

eal,

con

hec

er o

ob

jeti

vo d

e

det

erm

inad

o q

ues

tio

nam

ento

e e

nte

nd

er o

co

nte

úd

o s

ob

re o

qu

al e

stam

os

pen

san

do

, filo

sofa

nd

o.

Cab

e d

eixá

-lo

cie

nte

de

qu

e, c

on

form

e C

hau

í (20

03),

a f

iloso

fia

pre

cisa

de

enu

nci

ado

s ri

go

roso

s, c

om

ob

ten

ção

de

pro

vas

par

a ap

rese

nta

r re

sult

ado

s, e

é

sist

emát

ica,

exi

gin

do

qu

e se

us

qu

esti

on

amen

tos

seja

m v

álid

os

e ve

rdad

eiro

s,

con

stit

uin

do

idei

a ve

rdad

eira

.

1.2

.3 F

ilo

so

fi a

co

nte

mp

orâ

ne

a

Este

per

íod

o e

nvo

lve

os

con

hec

imen

to e

dir

ecio

nam

ento

filo

sófi

cos

até

os

dia

s at

uai

s. P

ara

qu

e vo

cê c

om

pre

end

a d

e fo

rma

faci

litad

a o

qu

e a

filo

sofi

a

atu

al d

iscu

te, v

ou

ap

rese

nta

r a

cro

no

log

ia d

os

per

íod

os

da

his

tóri

a d

a fi

loso

fia

e co

mo

os

asp

ecto

s d

iscu

tid

os

vão

mo

dif

ican

do

. O

s p

erío

do

s ap

rese

nta

do

s

serã

o o

s co

nsi

der

ado

s p

or

Ch

auí

(200

3):

filo

sofi

a an

tig

a, p

atrí

stic

a, m

edie

val,

ren

asce

nça

, mo

der

na,

ilu

min

ista

e c

on

tem

po

rân

ea.

A f

iloso

fia

anti

ga

é d

atad

a d

o V

I a.

C.

ao s

écu

lo V

I d

.C.;

refe

re-s

e à

fase

de

ori

gem

da

filo

sofi

a, q

ue

dis

cuti

mo

s in

clu

ind

o o

per

íod

o p

ré-s

ocr

átic

o,

socr

átic

o, s

iste

mát

ico

e h

elen

ísti

co.

Dat

ada

do

culo

I

ao

sécu

lo

VII,

a

filo

sofi

a p

atrí

stic

a (v

em

de

pad

re)

tem

co

mo

ob

jeto

su

bsi

dia

r a

evan

gel

izaç

ão c

om

bas

e n

as e

pís

tola

s d

e

João

e P

aulo

, at

ivid

ade

ante

s es

qu

ecid

a d

evid

o à

filo

sofi

a an

tig

a (M

AR

TIN

S

Page 16: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

29Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

FILH

O,

2000

). E

ste

per

íod

o t

rou

xe à

to

na

a id

eia

de

pec

ado

, d

e sa

ntí

ssim

a

trin

dad

e, d

e cr

iaçã

o d

o m

un

do

id

eias

, q

ue

fora

m e

squ

ecid

as n

a fi

loso

fia

idea

lizad

a p

elo

s g

reg

os

com

o S

ócr

ates

e P

latã

o. O

s p

rin

cip

ais

filó

sofo

s q

ue

se

des

taca

m n

o p

erío

do

são

: Cle

men

te d

e A

lexa

nd

ria,

Orí

gen

es e

Ter

tulia

no

.

Alg

un

s au

tore

s d

ivid

em a

filo

sofi

a m

edie

val

em p

atrí

stic

a e

esco

lást

ica

(qu

e se

ria

o m

esm

o

qu

e m

edie

val)

e c

on

sid

eram

qu

e a

pat

ríst

ica

par

te d

a m

edie

val

em f

un

ção

de

apre

sen

tar

tem

as q

ue

se s

uce

dem

. N

o e

nta

nto

, es

tam

os

ado

tan

do

a d

ivis

ão s

ug

erid

a p

or

Ch

auí

(200

3),

em q

ue

se t

em a

pat

ríst

ica

e a

med

ieva

l é

tam

bém

ch

amad

a es

colá

stic

a.

SAIB

A Q

UE

A f

iloso

fia

med

ieva

l su

rge

com

a q

ued

a d

o I

mp

ério

Ro

man

o e

dat

a

do

séc

ulo

VII

ao s

écu

lo X

IV,

sen

do

um

a es

pec

ula

ção

filo

sófi

ca v

olt

ada

ao

teo

log

ism

o.

Nes

te p

erío

do

, cu

ltu

ralm

ente

, o

qu

e re

gia

a s

oci

edad

e er

am o

s

valo

res

cris

tão

s e

po

r is

so s

urg

e, n

esta

ép

oca

, o q

ue

se c

ham

ou

filo

sofi

a cr

istã

.

Tam

bém

ch

amad

a es

colá

stic

a, a

filo

sofi

a m

edie

val

sist

emat

iza

a te

olo

gia

e

filo

sofi

a en

sin

adas

nas

esc

ola

s m

edie

vais

(M

AR

TIN

S FI

LHO

, 200

0).

Imag

ine

você

qu

e, n

esta

ép

oca

, a t

emát

ica

relig

iosa

est

ava

pre

vale

cen

do

sob

re a

da

razã

o;

des

ejav

a-se

qu

e a

fé f

oss

e a

just

ific

ativ

a d

a ve

rdad

e. C

om

gra

nd

es t

emas

, os

filó

sofo

s m

edie

vais

dis

cuti

am a

rel

ação

hu

man

a e

relig

iosa

,

com

o o

co

rpo

e a

lma,

o q

ue

dif

eren

cia

a ra

zão

da

fé, e

afi

rmav

am q

ue

aqu

ele

qu

e es

tava

mai

s lig

ado

a D

eus

era

con

sid

erad

o s

er s

up

erio

r. A

ssim

, o

s p

adre

s

esta

vam

aci

ma

do

s re

is e

au

tori

dad

es.

A e

xpo

siçã

o d

e id

eias

filo

sófi

cas

era

real

izad

a p

or

mei

o d

e ap

rese

nta

ção

de

um

a te

se,

qu

e se

ria

acei

ta o

u n

ão,

com

bas

e em

co

nce

ito

s d

e o

utr

os

filó

sofo

s, c

om

o A

rist

óte

les

ou

até

pel

o q

ue

diz

ia a

Bíb

lia.

Esta

téc

nic

a fi

cou

con

hec

ida

com

o D

isp

uta

. A

lgu

ns

filó

sofo

s d

e d

esta

qu

e d

a fi

loso

fia

med

ieva

l

fora

m: S

anto

An

selm

o, S

anto

Alb

erto

Mag

no

, Ro

ger

Bac

on

e A

verr

óis

(ár

abe)

e M

aim

ôn

ides

(ju

dai

co).

Capí

tulo

1

30Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

No

séc

ulo

XI,

surg

em a

s u

niv

ersi

dad

es e

spal

had

as

po

r to

da

a Eu

rop

a, e

ntr

e el

as,

a d

e Pa

ris,

de

Bo

log

na

e d

e O

xfo

rd.

As

un

iver

sid

ades

o

con

sid

erad

as a

sso

ciaç

ões

co

rpo

rati

vas

livre

s d

e al

un

os

e p

rofe

sso

res.

Hav

ia d

uas

ver

ten

tes:

um

a vo

ltad

a à

pre

par

ação

filo

sófi

ca; e

a te

oló

gic

a, q

ue

estu

dav

a p

rofu

nd

amen

te a

sag

rad

a es

crit

ura

.

CU

RIO

SID

AD

E

Figu

ra 4

- Un

iver

sidad

e de O

xfor

d –

Ingl

ater

raFo

nte:

<ht

tp://

imag

es.go

ogle.

com

>.

A

seg

uir,

te

mo

s a

filo

sofi

a d

a R

enas

cen

ça,

qu

e tr

ou

xe

a

con

hec

imen

to

ob

ras

de

gra

nd

es

filó

sofo

s,

com

o

as

de

Plat

ão

e n

ovo

s

con

hec

imen

tos

dei

xad

os

po

r A

rist

óte

les.

A f

iloso

fia

da

Ren

asce

nça

é o

per

íod

o

da

His

tóri

a d

a Fi

loso

fia

qu

e, n

a Eu

rop

a, e

stá

entr

e a

Idad

e M

édia

e o

Ilu

min

ism

o.

As

linh

as d

e p

ensa

men

to q

ue

pre

do

min

avam

era

m d

e Pl

atão

, em

qu

e

o h

om

em f

az p

arte

da

nat

ure

za e

a i

dei

a d

e d

ois

mu

nd

os,

co

mo

o m

ito

da

cave

rna;

a i

dei

a d

e d

efes

a d

e id

eais

rep

ub

lican

os;

e o

ho

mem

co

mo

aq

uel

e

qu

e d

ecid

e su

a vi

da

e se

u d

esti

no

. A

lgu

ns

do

s fi

lóso

fos

des

sa é

po

ca f

ora

m

Dan

te, M

aqu

iave

l e T

ho

mas

Mo

rus.

Co

nh

ecid

a ta

mb

ém c

om

o G

ran

de

Rac

ion

alis

mo

Clá

ssic

o, a

filo

sofi

a m

od

ern

a

dat

a d

o sé

culo

XV

II e

tem

par

tici

paç

ão m

arca

nte

de

Lute

ro e

Des

cart

es. O

pri

mei

ro

foi

resp

on

sáve

l p

ela

rup

tura

da

relig

ião

, p

oss

ibili

tan

do

o a

cess

o l

ivre

à B

íblia

. O

seg

un

do

fez

um

a ru

ptu

ra f

ilosó

fica

, cri

and

o n

ovo

s al

icer

ces

par

a o

pen

sam

ento

.

Page 17: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

31Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Na

filo

sofi

a m

od

ern

a, o

pen

sam

ento

pas

sa a

ter a

s mar

cas d

o ra

cio

nal

ism

o, d

o

antr

op

oce

ntr

ism

o e

do

sab

er a

tivo

. Pa

ra o

s filó

sofo

s des

te p

erío

do

, o c

on

hec

imen

to

po

de

ser

apre

sen

tad

o d

esd

e q

ue

seja

rel

acio

nad

o c

om

id

eias

qu

e p

oss

am s

er

com

pro

vad

as d

e fo

rma

raci

on

al. O

s co

nce

ito

s e

con

hec

imen

tos

são

fo

rmu

lad

os

po

r

qu

em o

s p

rocu

ra, o

s tr

ansf

orm

a e

são

co

mp

leta

men

te c

on

hec

ido

s p

or

este

.

Co

mo

an

tro

po

cen

tris

mo

, en

ten

da

a n

eces

sid

ade

do

ho

mem

de

esta

r

no

cen

tro

de

tud

o.

Ag

ora

, o

s fi

lóso

fos

dis

cute

m s

e o

ser

hu

man

o p

od

e

des

cob

rir

qu

alq

uer

co

isa,

des

ejam

sab

er q

ual

su

a ca

pac

idad

e in

tele

ctu

al.

O

con

hec

imen

to f

oco

da

filo

sofi

a es

tá n

aqu

ele

qu

e ap

ren

de,

e n

ão m

ais

apen

as

no

ob

jeto

do

co

nh

ecim

ento

.

O

con

hec

imen

to

par

tin

do

d

a p

róp

ria

real

idad

e -

esta

é

sub

met

ida

a

exp

erim

ento

e v

olt

a à

real

idad

e - c

on

stit

ui o

fo

co d

o s

aber

ati

vo. O

ho

mem

tem

o

po

der

de,

po

r mei

o d

a o

bse

rvaç

ão e

da

razã

o d

o q

ue

aco

nte

ce n

o U

niv

erso

, co

nh

ecer

e co

mp

reen

der

os

aco

nte

cim

ento

s e

tran

sfo

rmar

a r

ealid

ade.

Est

e p

ensa

men

to

imp

lica

no

ho

mem

do

min

and

o, p

or

mei

o d

e té

cnic

as, a

nat

ure

za e

a s

oci

edad

e.

Rel

eia

e p

ense

no

par

ágra

fo a

nte

rio

r. R

eflit

a e

ten

te r

elac

ion

ar o

sab

er a

tivo

a a

lgo

qu

e já

co

nh

ece

ou

est

ud

ou

. O

qu

e o

sab

er a

tivo

po

de

ter

traz

ido

par

a n

oss

o c

oti

dia

no

?

REF

LEX

ÃO

A c

arac

terí

stic

a d

o p

ensa

men

to m

od

ern

o,

rela

cio

nad

a ao

sab

er a

tivo

,

diz

res

pei

to a

vár

ios

asp

ecto

s d

e n

oss

a re

alid

ade.

Est

a cr

ença

na

cap

acid

ade

da

hu

man

idad

e em

tra

nsf

orm

ar a

rea

lidad

e, e

m c

ole

tar

del

a in

form

açõ

es,

po

ssib

ilito

u a

per

cep

ção

do

bin

ôm

io t

eori

a e

prá

tica

, p

rop

on

do

os

con

ceit

os

de

exp

eriê

nci

a e

tecn

olo

gia

.

Ou

seja

, os e

stu

dio

sos c

on

seg

uir

am te

ori

zar o

qu

e vi

am n

a re

alid

ade

e as

sim

surg

em a

lgu

mas

ciê

nci

as o

u b

ase

par

a es

tas,

co

mo

a M

atem

átic

a (g

eom

etri

a,

cálc

ulo

, pro

bab

ilid

ade)

, fen

ôm

eno

s el

étri

cos,

cri

ação

do

bar

ôm

etro

, exp

licaç

ão

da

circ

ula

ção

san

gu

ínea

, en

tre

ou

tro

s. D

esta

cam

-se

nes

te p

erío

do

pen

sad

ore

s

com

o F

ern

at, D

esca

rtes

, New

ton

, Lei

bn

iz, H

oo

ke, G

alile

u, P

asca

l, H

uyg

ens.

Capí

tulo

1

32Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

A fi

loso

fia

ilum

inis

ta, d

atad

a d

o sé

culo

XV

III a

o in

ício

do

XIX

, pre

ocu

pav

a-

se p

ela

rele

vân

cia

dad

a às

ciê

nci

as, p

rin

cip

alm

ente

a b

iolo

gia

co

mo

cam

po

da

filo

sofi

a d

e vi

da

e p

elas

art

es, c

on

sid

erad

as e

xpre

ssõ

es d

o p

rog

ress

o h

um

ano

.

Alé

m d

isso

, p

rep

on

der

a o

qu

esti

on

amen

to s

ob

re a

riq

uez

a d

o m

un

do

e

pen

sam

ento

s so

bre

eco

no

mia

.

Ch

auí

(200

3)

apo

nta

as

pec

tos

qu

e er

am

afir

mad

os

pel

a fi

loso

fia

ilum

inis

ta:

a lib

erd

ade

e a

con

qu

ista

so

cial

e p

olít

ica

po

dem

ser

alc

ança

das

com

o u

so d

a ra

zão

; se

ria

po

ssív

el o

ap

erfe

iço

amen

to,

pro

gre

sso

e p

erfe

ição

hu

man

a (n

ão e

xist

iria

m p

reco

nce

ito

s o

u m

edo

s) p

elo

uso

da

razã

o;

a ra

zão

seri

a ap

erfe

iço

ada

dep

end

end

o d

a ev

olu

ção

e p

rog

ress

o d

as c

ivili

zaçõ

es;

e

po

r fi

m, e

nte

nd

ia q

ue

a n

atu

reza

era

fo

rmad

a p

or

suas

leis

e p

elas

rel

açõ

es d

e

cau

sa e

efe

ito

e n

enh

um

a re

laçã

o e

xist

ia c

om

a c

ivili

zaçã

o.

Ass

im,

o h

om

em

livre

ap

rese

nta

, p

or

sua

von

tad

e, p

erfe

ição

mo

ral,

po

lític

a e

técn

ica.

Co

mo

pri

nci

pai

s p

ensa

do

res,

tem

os:

Ro

uss

eau

, Kan

t, F

ich

te e

Vo

ltai

re.

Ag

ora

q

ue

você

es

situ

ado

n

o

tem

po

d

a fi

loso

fia

e co

nse

gu

iu

visl

um

bra

r as

ab

ord

agen

s ad

ota

das

em

ca

da

per

íod

o

filo

sófi

co,

vam

os

con

hec

er a

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

.

Por

mu

ito

s au

tore

s,

ela

é co

nsi

der

ada

a m

ais

com

ple

xa

das

rias

corr

ente

s ex

iste

nte

s. T

amb

ém é

dif

ícil

de

ser

exp

lan

ada

po

r ai

nd

a es

tar

em

evo

luçã

o, j

á q

ue

con

tem

pla

até

os

dia

s at

uai

s.

Na

fi

loso

fia

, e

ste

p

erí

od

o,

inic

iad

o

no

culo

X

IX,

é

ma

rca

do

po

r d

esc

ob

ert

as

no

ca

mp

o

da

s a

rte

s,

ciê

nci

as,

h

istó

ria

d

o

ho

me

m

e

da

so

cie

da

de

. U

ma

d

ela

s é

q

ue

a

h

um

an

ida

de

p

rog

rid

e

acu

mu

lan

do

con

he

cim

en

tos

e a

pe

rfe

iço

an

do

su

as

tecn

olo

gia

s, s

e c

om

pa

rad

o a

o q

ue

exi

stia

em

um

pe

río

do

an

teri

or.

A f

ilo

sofi

a a

po

sta

va s

ua

s fi

cha

s n

o s

ab

er

cie

ntí

fico

e t

ecn

olo

gia

co

mo

fo

rma

de

co

ntr

ola

r a

na

ture

za e

a s

oci

ed

ad

e.

De

ce

rta

fo

rma

, e

sta

s ca

ract

erí

stic

as

do

p

erí

od

o

de

mo

nst

rava

m

um

a

gra

nd

e e

ufo

ria

em

re

laçã

o a

os

resu

lta

do

s q

ue

se

ria

m a

lca

nça

do

s p

or

me

io

da

s ci

ên

cia

s, g

era

nd

o u

ma

ave

rsã

o à

re

fle

xão

fil

osó

fica

, p

ois

o q

ue

se

ima

gin

a e

ram

re

spo

sta

s in

qu

est

ion

áve

is e

co

ntr

ole

so

bre

a n

atu

reza

e

soci

ed

ad

e (

SAN

TO

S, 2

00

9).

Este

o

tim

ism

o

exag

erad

o

no

p

rog

ress

o

hu

man

o

den

om

ino

u-s

e

po

siti

vism

o e

tev

e co

mo

pai

, A

ug

ust

o C

om

te.

As

teo

rias

fil

osó

fica

s d

o

sécu

lo X

IX f

ora

m q

ues

tio

nad

as n

o s

écu

lo X

X e

os

resu

ltad

os

esp

erad

os

Page 18: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

33Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

inic

ialm

ente

n

ão

fora

m

alca

nça

do

s.

Os

qu

esti

on

amen

tos

vier

am

em

fun

ção

de

qu

e a

pre

gaç

ão d

o p

rog

ress

o p

erm

itia

a l

egit

imid

ade

de

qu

e

os

mai

s ad

ian

tad

os

po

der

iam

do

min

ar o

s at

rasa

do

s, i

den

tifi

cad

os

com

o a

s

idei

as d

o c

olo

nia

lism

o e

im

per

iali

smo

. A

lém

dis

so,

ente

nd

ia-s

e q

ue

hav

ia

tran

sfo

rmaç

ão c

on

tín

ua,

acu

mu

lati

va e

pro

gre

ssiv

a d

a h

um

anid

ade,

o q

ue

foi n

egad

o p

elo

s re

gis

tro

s, já

qu

e ca

da

épo

ca d

a h

istó

ria

traz

co

nh

ecim

ento

s

e p

ráti

cas

pró

pri

as d

o p

erío

do

.

O f

ilóso

fo A

ug

ust

o C

om

te c

on

cord

ava

com

as

idei

as o

tim

ista

s d

o p

rog

ress

o e

res

po

nsa

bili

zava

a

ciên

cia

po

r es

ta p

oss

ibili

dad

e, p

reve

nd

o q

ue

o d

esen

volv

imen

to s

oci

al a

con

tece

ria

com

bas

e n

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co e

co

ntr

ole

cie

ntí

fico

d

a so

cied

ade.

D

evid

o

a is

so,

Co

mte

cr

iou

o

co

nh

ecid

o:

OR

DEM

E P

RO

GR

ESSO

, q

ue

está

na

ban

dei

ra d

o B

rasi

l (C

HA

UÍ,

2003

).

CU

RIO

SID

AD

E

Figu

ra 5

- Ba

ndei

ra d

o Br

asil

Font

e: <

http

://im

ages

.goog

le.co

m>

.

Alg

un

s fi

lóso

fos

des

se p

erío

do

“ap

ost

am s

uas

fic

has

” n

o s

aber

cie

ntí

fico

e

tecn

oló

gic

o c

om

o f

orm

a d

e m

ante

r co

ntr

ole

so

bre

o s

er h

um

ano

, a

soci

edad

e

e a

nat

ure

za.

Vár

ias

ciên

cias

fo

ram

pen

sad

as c

om

o s

alva

do

ras

nes

te p

erío

do

,

com

o a

so

cio

log

ia (

julg

ava-

se,

pel

o c

on

hec

imen

to q

ue

teri

a d

o h

om

em e

da

soci

edad

e, q

ue

hav

eria

co

ntr

ole

rac

ion

al s

ob

re e

stes

); e

a p

sico

log

ia (

em q

ue

seri

a p

oss

ível

co

ntr

ola

r as

cau

sas

de

emo

ções

e c

om

po

rtam

ento

s h

um

ano

s). C

om

Capí

tulo

1

34Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

os

aco

nte

cim

ento

s d

o s

écu

lo X

X –

as

gu

erra

s, b

om

bas

, d

evas

taçã

o d

a n

atu

reza

,

sofr

imen

tos

men

tais

, p

rob

lem

as é

tico

s e

po

lític

os

–, f

ico

u c

laro

à f

iloso

fia

(e à

hu

man

idad

e) q

ue

o o

tim

ism

o r

elac

ion

ado

à c

iên

cia

e à

tecn

olo

gia

era

dem

asia

do

.

Ass

im, s

urg

e u

ma

vert

ente

em

qu

e se

ter

ia a

raz

ão in

stru

men

tal,

volt

ada

ao t

écn

ico

-cie

ntí

fico

co

mo

mei

o d

e in

tim

idaç

ão a

o s

er h

um

ano

, e

a ra

zão

crít

ica,

co

nsi

der

and

o-s

e q

ue

as m

ud

ança

s ve

rdad

eira

s n

a so

cied

ade

só o

corr

em

qu

and

o h

á a

bu

sca

pel

a em

anci

paç

ão d

o s

er h

um

ano

.

A d

esilu

são

co

m o

s id

eais

cie

ntí

fico

s e

tecn

oló

gic

os

ced

eu l

ug

ar à

cre

nça

no

s id

eais

rev

olu

cio

nár

ios

par

a a

con

stru

ção

de

um

a so

cied

ade

mai

s ju

sta

e

feliz

. Po

rém

, o s

urg

imen

to, n

o s

écu

lo X

X, d

o f

asci

smo

e n

azis

mo

fez

os

filó

sofo

s

aban

do

nar

em e

stas

id

eias

. O

s q

ues

tio

nam

ento

s es

tava

m e

m t

orn

o d

e sa

ber

se

o s

er h

um

ano

ser

ia m

esm

o c

apaz

de

cria

r a

tão

so

nh

ada

soci

edad

e, ju

sta

e fe

liz.

Ou

tra

vert

ente

da

filo

sofi

a es

tava

no

rec

on

hec

imen

to d

a cu

ltu

ra c

om

o o

exer

cíci

o d

a lib

erd

ade

po

ssív

el, a

so

cied

ade

qu

e to

rnav

a o

s h

om

ens

dif

eren

tes

do

s an

imai

s. N

o s

écu

lo X

IX, o

s fi

lóso

fos

julg

aram

qu

e cu

ltu

ra s

eria

alg

o g

lob

al,

dad

o a

o q

ue

se p

ensa

va n

este

séc

ulo

. Po

rém

, co

mo

par

a fa

lar

de

cult

ura

ser

ia

nec

essá

rio

qu

e o

filó

sofo

dir

ecio

nas

se s

uas

ati

tud

es p

ara

a b

usc

a, n

o p

assa

do

,

das

tra

diç

ões

, já

qu

e ca

da

po

vo t

em u

ma

man

eira

de

se r

elac

ion

ar,

tem

su

a

pró

pri

a lin

gu

agem

e f

orm

a d

e ex

pre

ssão

, a

idei

a d

e cu

ltu

ra u

niv

ersa

l n

a

filo

sofi

a d

o s

écu

lo X

X f

oi q

ues

tio

nad

a.

Vár

ias

qu

estõ

es f

ilosó

fica

s ai

nd

a p

erd

ura

m,

com

o a

cri

ada

po

r M

arx,

cham

ada

ideo

log

ia. O

au

tor

sust

enta

qu

e a

soci

edad

e im

e, a

vo

cê e

a m

im,

det

erm

inad

a m

anei

ra d

e ag

ir, q

ue

no

no

sso

mo

do

de

pen

sar

par

ece

ser

fru

to

de

no

ssa

von

tad

e. M

arx

sust

enta

qu

e as

cla

sses

do

min

ante

s ex

erce

m s

eu

po

der

so

bre

to

das

as

clas

ses

de

form

a “q

ue

suas

idei

as p

areç

am s

er u

niv

ersa

is”

(CH

AU

Í, 20

03, p

. 53)

e t

od

os

qu

e fa

zem

par

te d

aqu

ela

soci

edad

e d

evem

tê-

las

com

o v

erd

ade

abso

luta

.

Ou

tra

des

cob

erta

rea

lizad

a p

or

Freu

d é

a d

o i

nco

nsc

ien

te,

con

ceit

uad

o

com

o u

m p

od

er i

nvi

síve

l q

ue

do

min

a o

no

sso

co

nsc

ien

te.

Para

Fre

ud

, o

ser

hu

man

o t

em a

ilu

são

de

qu

e tu

do

o q

ue

faz,

su

a fo

rma

de

agir,

su

as e

sco

lhas

,

suas

am

biç

ões

, es

tá p

len

amen

te c

on

tro

lad

o p

or

sua

con

sciê

nci

a.

Trat

a-se

de

um

a fo

rma

de

“[...

] p

od

er q

ue

do

min

a e

con

tro

la i

nvi

síve

l e

pro

fun

dam

ente

no

ssa

vid

a co

nsc

ien

te”

(CH

AU

Í, 20

03, p

. 53)

.

Page 19: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

35Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Ou

tro

s fi

lóso

fos

de

no

sso

s te

mp

os

são

: M

ich

el F

ou

cau

lt,

Wit

tgen

stei

n e

Hu

sser

l. A

lgu

ns

filó

sofo

s b

rasi

leir

os

de

des

taq

ue

são

: M

igu

el R

eale

, A

nto

nio

Paim

e L

uis

Was

hin

gto

n V

ita.

Atu

alm

ente

, a

filo

sofi

a p

oss

ui

seu

s co

nh

ecim

ento

s li

mit

ado

s e

po

ssu

i

seu

s p

róp

rio

s ca

mp

os

de

refl

exão

. Po

de-

se c

itar

: ló

gic

a, e

pis

tem

olo

gia

,

on

tolo

gia

, ét

ica,

fil

oso

fia

po

líti

ca,

filo

sofi

a d

a h

istó

ria,

fil

oso

fia

da

arte

,

filo

sofi

a d

a li

ng

uag

em,

his

tóri

a d

a fi

loso

fia

e te

ori

a d

o c

on

hec

imen

to

(CH

AU

Í, 2

003)

.

Vo

cê p

od

e o

bse

rvar

qu

e as

des

cob

erta

s re

aliz

adas

po

r M

arx

e Fr

eud

,

resp

ecti

vam

ente

, id

eolo

gia

e i

nco

nsc

ien

te,

pro

mo

vera

m u

ma

reto

mad

a d

as

idei

as d

e ilu

são

e im

agin

ação

. Os c

on

ceit

os d

o in

ício

da

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

fora

m c

olo

cad

os

à p

rova

e o

fat

o d

e co

nh

ecer

asp

ecto

s re

laci

on

ado

s à

razã

o

com

eça

a se

r q

ues

tio

nad

o.

Cer

vo, B

ervi

an e

Silv

a (2

007)

cit

am q

ue

a fi

loso

fia

con

tem

po

rân

ea p

rop

õe

qu

estõ

es c

om

o: s

erá

o h

om

em d

om

inad

o p

ela

técn

ica?

A m

áqu

ina

sub

stit

uir

á

os

ho

men

s? Q

uan

do

ch

egar

á a

vez

do

co

mb

ate

con

tra

a fo

me

e a

mis

éria

? A

tecn

olo

gia

tra

z re

al b

enef

ício

à s

oci

edad

e?

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Lem

bra

nd

o d

os

per

íod

os

da

ori

gem

da

filo

sofi

a e

da

cro

no

log

ia

filo

sófi

ca

apre

sen

tad

a n

este

pic

o,

apre

sen

te o

per

íod

o d

a o

rig

em e

da

his

tóri

a d

a fi

loso

fia

em q

ue

as id

eias

ret

om

adas

p

or

Freu

d e

Mar

x re

laci

on

adas

à i

lusã

o f

ora

m

dis

cuti

das

. Q

ual

filó

sofo

ret

rato

u a

ilu

são

? Q

ue

recu

rso

uti

lizo

u p

ara

dem

on

strá

-la?

Ao

co

nh

ecer

as

vári

as f

ases

da

filo

sofi

a, v

ocê

en

tro

u e

m c

on

tato

co

m

no

mes

qu

e sã

o c

on

hec

ido

s, a

tual

men

te, t

amb

ém c

om

o c

ien

tist

as. I

sto

po

rqu

e,

du

ran

te c

erto

tem

po

, não

hav

ia u

ma

def

iniç

ão c

lara

en

tre

ciên

cia

e fi

loso

fia

e

tam

bém

po

rqu

e sã

o o

s q

ues

tio

nam

ento

s su

ger

ido

s p

ela

filo

sofi

a q

ue,

mu

itas

veze

s, l

evam

a r

esu

ltad

os

cien

tífi

cos.

San

tos

(200

9) a

firm

a q

ue,

po

r m

eio

da

refl

exão

, é

po

ssív

el a

os

cien

tist

as a

dq

uir

ir c

om

pet

ênci

a e

inte

ress

e fi

losó

fico

em p

rob

lem

atiz

ar s

uas

prá

tica

s ci

entí

fica

s. C

om

isso

, su

ger

e q

ue,

atu

alm

ente

,

têm

-se

cien

tist

as-f

ilosó

fico

s, c

om

o n

ão s

e vi

u e

m o

utr

as é

po

cas

na

his

tóri

a.

Capí

tulo

1

36Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

1.2

.4 A

ra

o e

a v

erd

ad

e

Ao

co

nh

ecer

asp

ecto

s b

ásic

os

da

filo

sofi

a, v

ocê

dev

e te

r p

erce

bid

o

qu

e al

gu

mas

pal

avra

s sã

o c

om

enta

das

du

ran

te v

ário

s p

erío

do

s e

mo

men

tos.

Isto

dem

on

stra

o g

rau

de

rele

vân

cia

des

ses

term

os

par

a o

est

ud

o q

ue

você

est

á re

aliz

and

o.

Raz

ão

e ve

rdad

e sã

o

do

is

term

os

qu

e,

em

vári

os

mo

men

tos,

o

con

test

ado

s,

neg

ado

s o

u

lem

bra

do

s.

Nes

te

sen

tid

o,

acre

dit

o

qu

e se

ja

imp

ort

ante

a v

ocê

, ac

adêm

ico

, co

mp

reen

der

alg

un

s as

pec

tos

rela

tivo

s a

este

s co

nce

ito

s.

Ra

o A o

rig

em d

a p

alav

ra r

azão

ad

vém

de

du

as f

on

tes:

o r

atio

, d

o l

atim

,

qu

e si

gn

ific

a ju

nta

r, ca

lcu

lar,

reu

nir,

e l

og

os,

qu

e ve

m d

o g

reg

o,

e ap

rese

nta

sem

elh

ança

no

sig

nif

icad

o.

Vo

cê c

on

seg

ue

exp

or

o q

ue

com

pre

end

e at

é es

te

mo

men

to p

or

razã

o e

o s

ign

ific

ado

de

sua

ori

gem

?

Na

filo

sofi

a, a

raz

ão f

oi e

xag

erad

amen

te c

ult

uad

a em

um

a d

as c

orr

ente

s

filo

sófi

cas,

o I

lum

inis

mo

, se

nd

o c

on

sid

erad

a a

resp

on

sáve

l p

elo

pro

gre

sso

da

hu

man

idad

e. C

om

o v

imo

s, M

arx

e Fr

eud

fiz

eram

os

filó

sofo

s re

pen

sare

m a

razã

o p

or

mei

o d

e su

as d

esco

ber

tas

na

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

.

O q

ue

você

pen

sa q

uan

do

ou

ve a

pal

avra

raz

ão?

Qu

e as

soci

açõ

es v

ocê

con

seg

ue

faze

r? A

cred

ito

qu

e u

ma

das

pri

mei

ras

idei

as q

ue

pas

sam

em

su

a

cab

eça

seja

o t

erm

o r

acio

nal

, is

to é

, eu

, co

mo

ser

hu

man

o,

ten

ho

raz

ão

dif

eren

te d

e u

m a

nim

al, c

on

sid

erad

o ir

raci

on

al. E

qu

e d

ifer

e d

o e

mo

cio

nal

, da

ilusã

o, d

o q

ue

diz

a r

elig

ião

e d

o m

ísti

co.

Ch

auí (

2003

) afi

rma

qu

e u

tiliz

amo

s a p

alav

ra ra

zão

de

man

eira

s dif

eren

tes

e p

od

emo

s es

tar

faze

nd

o u

so d

ela

de

form

a p

arci

al, c

on

sid

eran

do

a a

mp

litu

de

de

seu

co

nce

ito

(A

RA

NH

A e

MA

RTI

NS,

199

3). R

eflit

a ag

ora

em

qu

e m

om

ento

s

de

sua

roti

na

você

uti

liza

a p

alav

ra r

azão

? Em

qu

ais

situ

açõ

es f

az u

so d

ela?

Eu, p

or

exem

plo

, uti

lizo

est

a p

alav

ra n

o s

up

erm

erca

do

, qu

and

o d

igo

ao

ger

ente

qu

e te

nh

o r

azão

de

recl

amar

em

fu

nçã

o d

o m

au a

ten

dim

ento

. Po

sso

faze

r u

so d

ela

par

a ar

gu

men

tar

com

meu

filh

o a

raz

ão d

e te

r q

ueb

rad

o u

m

bri

nq

ued

o p

or

von

tad

e p

róp

ria

ou

a r

azão

de

esta

r ch

ora

nd

o p

or

tan

to t

emp

o.

Page 20: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

37Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Em u

ma

dis

cuss

ão d

e tr

ânsi

to, q

uan

do

alg

uém

, dis

traí

do

, bat

eu n

a tr

asei

ra d

o

carr

o, m

eu m

arid

o, m

uit

o e

xalt

ado

, sai

u d

o c

arro

, co

meç

ou

um

a d

iscu

ssão

e e

u

dis

se a

ele

par

a se

aca

lmar

ou

po

der

ia p

erd

er a

raz

ão.

Ao

afi

rmar

o u

so d

a p

alav

ra r

azão

par

a ta

nta

s si

tuaç

ões

dif

eren

tes,

est

ou

con

trap

on

do

o q

ue

dis

se s

er o

pen

sam

ento

da

mai

ori

a d

as p

esso

as s

ob

re a

pal

avra

, no

seg

un

do

par

ágra

fo d

este

pic

o. P

asca

l (ap

ud

CH

AU

Í, 20

03, p

. 60)

,

lá n

o s

écu

lo X

VII

tem

um

a fr

ase

qu

e vo

cê d

eve

con

hec

er:

“O c

ora

ção

tem

razõ

es q

ue

a ra

zão

des

con

hec

e”.

A f

rase

rea

firm

a o

s d

ifer

ente

s se

nti

do

s d

a

pal

avra

raz

ão, q

ue

par

a a

filo

sofi

a p

od

e se

r: “

cert

eza,

luci

dez

, mo

tivo

, cau

sa”

(CH

AU

Í, 20

03, p

. 60)

.

Vo

cê r

eco

nh

ece

os

do

is s

ign

ific

ado

s d

ifer

ente

s d

a p

alav

ra r

azão

na

fras

e d

ita

po

r Pa

scal

: “O

co

raçã

o t

em r

azõ

es q

ue

a ra

zão

des

con

hec

e”?

Exp

liqu

e.

DES

AFI

O

Ag

ora

qu

e já

co

nve

rsam

os

sob

re a

lgu

ns

asp

ecto

s re

laci

on

ado

s à

razã

o,

reto

mo

a p

erg

un

ta q

ue

fiz

no

pri

mei

ro p

arág

rafo

: co

nsi

der

and

o a

ori

gem

da

pal

avra

e o

qu

e vo

cê c

om

pre

end

e p

or

razã

o, c

on

seg

ue

visl

um

bra

r a

rela

ção

?

O s

ign

ific

ado

, co

nfo

rme

a o

rig

em d

o t

erm

o,

é ju

nta

r, ca

lcu

lar,

reu

nir.

Ao

pen

sar

sob

re e

stas

pal

avra

s, o

qu

e vo

cê c

om

pre

end

e co

mo

ati

vid

ades

qu

e

fari

a p

ara

des

envo

lvê-

las?

Qu

and

o v

ocê

faz

um

a p

rova

de

mat

emát

ica

e a

qu

estã

o a

pre

sen

tad

a p

elo

pro

fess

or

ped

e q

ue

você

cal

cule

os

juro

s em

um

a

det

erm

inad

a si

tuaç

ão-p

rob

lem

a, q

ual

a s

ua

atit

ud

e? A

res

po

sta

po

de

ser:

“eu

entr

ego

a p

rova

, p

ois

não

sei

nem

po

r o

nd

e co

meç

ar”

ou

vo

cê s

e co

nce

ntr

a

na

ativ

idad

e p

rocu

ran

do

ord

enar

seu

s p

ensa

men

tos

a fi

m d

e ex

po

r, em

fo

rma

de

pal

avra

s, a

res

po

sta.

Lem

bro

qu

e, i

nic

ialm

ente

, o

s g

reg

os

rep

rese

nta

vam

mer

o c

om

o le

tras

.

E ag

ora

fic

ou

mai

s fá

cil

par

a vo

cê f

azer

a r

elaç

ão?

Raz

ão,

de

aco

rdo

com

su

a o

rig

em,

refe

re-s

e ao

pen

sam

ento

e f

ala

de

man

eira

ord

enad

a e

clar

a, c

om

po

ssib

ilid

ade

de

com

pre

ensã

o p

ara

o o

utr

o (

CH

AU

Í, 20

03).

Mo

rris

Capí

tulo

1

38Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

(200

0) a

firm

a q

ue

a ra

zão

é o

po

der

qu

e o

ser

hu

man

o p

oss

ui p

ara

org

aniz

ar e

inte

rpre

tar

a ex

per

iên

cia

adq

uir

ida

ao lo

ng

o d

a vi

da

e a

cap

acid

ade

de

cheg

ar

a co

ncl

usõ

es c

on

fiáv

eis.

Ru

ssel

(ap

ud

MO

RR

IS,

2000

, p

. 45

) d

iz q

ue

“a m

ente

é u

ma

máq

uin

a

estr

anh

a ca

paz

de

com

bin

ar d

as f

orm

as m

ais

esp

anto

sas

os

mat

eria

is q

ue

lhe

são

ofe

reci

do

s”.

Ou

sej

a, t

ud

o o

qu

e re

ceb

emo

s p

od

e se

r co

mb

inad

o c

om

no

ssas

exp

eriê

nci

as, g

eran

do

no

vos

con

hec

imen

tos.

A f

ilo

sofi

a d

ivid

e a

ati

vid

ad

e r

aci

on

al

em

in

tuiç

ão

e r

aci

ocí

nio

. N

o

pri

me

iro

ca

so,

o c

on

he

cim

en

to d

o o

bje

to o

u f

ato

é g

era

l e

co

mp

leto

.

Ess

e

dis

cern

ime

nto

p

od

e

vir

na

fo

rma

d

o

sim

ple

s a

to

de

re

con

he

cer

um

a p

ess

oa

, u

m c

arr

o,

um

a b

ols

a e

de

fin

e a

in

tuiç

ão

se

nsí

vel.

Qu

an

do

a p

erc

ep

ção

fo

ca n

as

qu

ali

da

de

s d

o o

bje

to,

com

o c

or,

fo

rma

, te

xtu

ras,

refe

re-s

e à

in

tuiç

ão

em

pír

ica

.

A r

azão

dis

curs

iva

ou

rac

iocí

nio

são

dem

on

stra

ções

qu

e co

mp

rova

m o

s

resu

ltad

os

e co

ncl

usõ

es o

bti

do

s n

o p

roce

sso

do

co

nh

ecim

ento

, e p

ara

isso

, são

po

ssív

eis

três

pro

ced

imen

tos:

ded

uçã

o, i

nd

uçã

o e

ab

du

ção

.

No

cas

o d

e d

edu

ção

o r

acio

cín

io p

arte

de

um

a ve

rdad

e g

lob

al e

se

pro

va

qu

e to

do

s o

s ca

sos

esp

ecíf

ico

s (q

ue

são

ig

uai

s) p

od

em s

er a

plic

ado

s. Q

uan

do

o r

acio

cín

io é

o i

nve

rso

, p

ensa

-se

em u

m f

ato

par

ticu

lar

e se

bu

sca

enco

ntr

ar

a ve

rdad

e g

eral

; tr

ata-

se a

qu

i d

e in

du

ção

. A

ab

du

ção

, ab

ord

ada

po

r al

gu

ns

auto

res,

é c

om

o u

ma

intu

ição

qu

e o

corr

e em

eta

pas

; est

e ra

cio

cín

io a

con

tece

qu

and

o u

ma

no

va á

rea

está

sen

do

des

cob

erta

.

A ra

zão

, po

r su

a n

atu

reza

, in

corp

ora

alg

um

as c

arac

terí

stic

as a

o c

on

ceit

o,

no

mea

do

s p

or

alg

un

s au

tore

s co

mo

pri

ncí

pio

s d

a ra

zão

. A id

enti

dad

e af

irm

a

qu

e “e

u s

ou

eu

”, o

u s

eja,

eu

so

u c

on

hec

ida

po

r se

r es

ta p

esso

a e

isto

dev

e

ser

man

tid

o d

esta

fo

rma

par

a q

ue

eu t

enh

a a

min

ha

iden

tid

ade.

Iss

o p

od

e

se r

elac

ion

ar à

s co

isas

, p

or

exem

plo

, o

qu

e vo

cê c

on

hec

e p

or

um

a ca

net

a

ou

um

dis

po

siti

vo q

ual

qu

er,

com

su

as c

arac

terí

stic

as e

xata

s, s

erá

sem

pre

reco

nh

ecid

o d

esta

man

eira

.

A n

ão-c

on

trad

ição

tam

bém

é e

xplíc

ita

na

razã

o.

Exem

plo

s: v

ocê

não

po

de

afir

mar

qu

e es

tá e

não

est

á co

m f

om

e; q

ue

tem

e n

ão t

em c

arte

ira

de

mo

tori

sta;

fo

i ap

rova

do

e n

ão f

oi e

m d

eter

min

ada

dis

cip

lina

nes

te s

emes

tre;

a ra

zão

não

per

mit

e a

afir

maç

ão e

neg

ação

de

um

a co

isa,

em

det

erm

inad

o

Page 21: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

39Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

mo

men

to,

em

det

erm

inad

a si

tuaç

ão

e d

eter

min

ada

rela

ção

re

aliz

ada.

Dif

eren

te d

e af

irm

ar q

ue

eu r

epro

vei n

a d

isci

plin

a n

este

sem

estr

e, m

as s

erei

apro

vad

o n

o p

róxi

mo

.

A d

ecis

ão d

e u

m d

ilem

a é

foco

no

ch

amad

o e

xclu

ído

, em

qu

e se

po

de

esco

lher

en

tre

du

as s

itu

açõ

es a

pen

as.

Exem

plo

s d

e ex

clu

são

oco

rrem

nas

situ

açõ

es a

pre

sen

tad

as:

em d

eter

min

ado

ho

rári

o,

em u

m d

ia d

a se

man

a,

você

pre

cisa

dec

idir

se

naq

uel

e m

om

ento

vai

à p

raia

ou

ao

fu

teb

ol;

se v

ai a

o

casa

men

to c

om

est

e o

u a

qu

ele

vest

ido

.

A r

azão

su

fici

ente

pre

ssu

e q

ue

par

a al

go

aco

nte

cer

um

a ca

usa

rela

cio

nad

a.

Co

mo

ex

emp

lo,

tem

-se

qu

e,

em

um

a p

arti

da

de

fute

bo

l

dec

isiv

a (a

pen

as u

m d

os

tim

es p

reci

sa s

air

ven

ced

or)

, u

m d

os

tim

es i

gan

har

e,

con

seq

uen

tem

ente

, o

ou

tro

tim

e p

erd

erá.

Lo

go

, se

o t

ime

1

gan

har

, n

eces

sari

amen

te o

tim

e 2

per

deu

, e

se o

tim

e 2

per

deu

é p

orq

ue

o

tim

e 1

gan

ho

u.

Ao

ob

serv

ar a

teo

ria

a re

spei

to d

a ra

zão

, vo

cê p

erce

be

qu

e te

m a

titu

des

raci

on

ais

tod

os

os

dia

s d

esd

e o

mo

men

to e

m q

ue

aco

rda,

sej

am i

ntu

itiv

as o

u

raci

on

ais.

Mas

vo

cê já

se

per

gu

nto

u c

om

o r

eceb

eu c

apac

idad

e d

e ra

cio

cín

io?

A f

iloso

fia

apre

sen

ta d

uas

res

po

stas

par

a es

te q

ues

tio

nam

ento

. U

ma

del

as

afir

ma

qu

e,

ao

nas

cer,

traz

emo

s as

ca

ract

erís

tica

s re

fere

nte

s ao

raci

ocí

nio

e à

inte

ligên

cia,

ch

aman

do

est

a ve

rten

te d

e in

atis

mo

.

O e

mp

iris

mo

co

ntr

aria

o i

nat

ism

o e

afi

rma

qu

e ad

qu

irim

os

a ra

zão

, as

verd

ades

e id

eias

. Acr

edit

a-se

qu

e o

ser

hu

man

o é

co

mo

um

a fo

lha

em b

ran

co

e a

razã

o é

um

a fo

rma

cheg

ar a

o c

on

hec

imen

to; a

par

tir

das

exp

eriê

nci

as q

ue

vive

nci

amo

s, a

pre

nd

emo

s e

vam

os

escr

even

do

na

folh

a em

bra

nco

.

Am

bas

as

resp

ost

as a

pre

sen

tam

co

nfl

ito

s. N

o c

aso

de

a ra

zão

ser

in

ata,

não

po

der

ia s

ofr

er in

flu

ênci

a ex

tern

a e

você

jam

ais

mu

dar

ia s

eu in

tele

cto

. No

emp

iris

mo

, a

form

a co

mo

é i

nse

rid

o o

co

nce

ito

im

po

ssib

ilita

o c

on

hec

imen

to

ob

jeti

vo d

a re

alid

ade

un

iver

sal.

Lem

bre

-se

da

viag

em q

ue

fize

mo

s à

his

tóri

a d

a fi

loso

fia

e co

mo

os

asp

ecto

s d

iscu

tid

os

pel

os

filó

sofo

s se

m

od

ific

aram

, fo

ram

d

esca

rtad

os

e

reto

rnar

am a

o p

ensa

men

to f

ilosó

fico

. Per

ceb

e-se

qu

e a

com

pre

ensã

o d

a ra

zão

se a

lter

a co

nfo

rme

a p

ersp

ecti

va d

e le

itu

ra d

e m

un

do

ad

ota

da.

Capí

tulo

1

40Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Ve

rda

de

Vo

cê c

om

pre

end

eu d

o q

ue

se t

rata

a r

azão

e s

uas

car

acte

ríst

icas

.

Mas

o q

ue

a ra

zão

pre

ten

de?

Ou

ain

da,

o q

ue

você

pre

ten

de

qu

and

o a

do

ta

um

ato

rac

ion

al?

Ao

to

mar

um

a at

itu

de

raci

on

al,

o s

er h

um

ano

pre

ten

de

agir

da

mel

ho

r

form

a p

oss

ível

fre

nte

a u

ma

situ

ação

. Vo

cê d

eve

con

sid

erar

qu

e, a

o r

acio

cin

ar

fren

te

a d

eter

min

ado

fa

to,

está

co

nsi

der

and

o

suas

cr

ença

s.

Emb

ora

se

u

ob

jeti

vo s

eja

a b

usc

a p

ela

just

iça

e ve

rdad

e, c

om

o p

ress

up

õe

a fi

loso

fia.

A f

orm

a co

mo

vo

cê p

erce

be

o m

un

do

, co

mo

ag

e, a

s at

itu

des

qu

e

apre

sen

ta d

epen

dem

de

suas

cre

nça

s. E

stas

pro

po

siçõ

es s

ob

re o

mu

nd

o n

ós

tem

os

em g

ran

de

mer

o e

su

a re

levâ

nci

a p

od

e se

r vi

sta

qu

and

o u

m p

ai

edu

ca s

eu f

ilh

o o

u q

uan

do

oco

rre

um

ate

nta

do

ter

rori

sta.

Mas

nem

to

das

as c

ren

ças

qu

e te

mo

s sã

o v

erd

adei

ras

em v

irtu

de

de

falt

a d

e in

form

ação

,

dis

traç

ão o

u a

pen

as d

e n

ão p

erce

ber

a p

rese

nça

de

det

erm

inad

o o

bje

to

(MO

RR

IS,

2000

).

Vo

cê já

per

ceb

eu c

om

o d

esej

a in

sist

ente

men

te q

ue

tud

o a

qu

ilo n

o q

ual

acre

dit

a se

ja v

erd

ade?

Isto

não

é p

oss

ível

ao

ser

hu

man

o, p

ois

sem

pre

hav

erá

alg

um

a cr

ença

qu

e n

ão s

erá

verd

ade.

Cit

and

o a

rel

igiã

o, e

xist

e u

ma

infi

nid

ade

e ap

enas

um

a p

od

e es

tar

cert

a o

u n

enh

um

a o

u c

on

cep

ções

de

vári

as d

elas

.

Qu

and

o v

ocê

des

eja

qu

e su

a cr

ença

sej

a ve

rdad

eira

e s

e to

rne

alg

o

verd

adei

ro a

to

do

s, p

rete

nd

e ch

egar

ao

co

nh

ecim

ento

. Pa

ra i

sso

, su

a cr

ença

pre

cisa

ser

just

ific

ada,

po

is a

cre

nça

qu

e co

nsi

der

a ve

ríd

ica

po

de

ser

fals

a.

Pod

emo

s an

alis

ar fi

loso

fica

men

te u

ma

cren

ça p

ara

qu

e es

ta se

ja ju

stif

icad

a

e vo

cê p

od

e d

eco

mp

ô-l

a em

vár

ias

con

diç

ões

. M

orr

is (

2000

) ex

emp

lific

a es

ta

situ

ação

uti

lizan

do

co

mo

cre

nça

o q

ue

é u

m h

om

em s

olt

eiro

. Pa

ra t

anto

, o

auto

r b

usc

a u

ma

def

iniç

ão e

m q

ue

o s

olt

eiro

é u

m s

er h

um

ano

, q

ue

não

é

casa

do

, d

o s

exo

mas

culin

o e

po

ssu

i id

ade

par

a ca

sar.

O p

róxi

mo

pas

so s

eria

dec

om

po

r as

info

rmaç

ões

. Vo

cê c

on

seg

ue

enco

ntr

ar q

uat

ro c

on

diç

ões

?

São

ela

s: s

er h

um

ano

, não

cas

ado

, sex

o m

ascu

lino

e id

ade

par

a ca

sar:

•ca

so a

ten

da

apen

as à

co

nd

ição

do

sex

o,

po

der

ia s

er u

m c

ach

orr

o;

log

o, p

reci

so u

sar

ou

tra

con

diç

ão q

ue

afir

ma

ser

um

ho

mem

;

Page 22: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

41Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

•p

od

e n

ão s

er s

olt

eiro

e s

er h

om

em,

log

o,

a co

nd

ição

não

cas

ado

pre

cisa

ser

sat

isfe

ita;

•sa

tisf

eita

s as

trê

s co

nd

içõ

es,

a cr

ença

po

de

não

ser

ju

stif

icad

a, p

ois

po

de

ser

um

beb

ê; a

qu

arta

co

nd

ição

dev

e se

r co

nsi

der

ada

par

a o

con

ceit

o d

e so

ltei

ro.

No

exe

mp

lo,

a cr

ença

ser

ia j

ust

ific

ada

e te

ríam

os

um

co

nh

ecim

ento

.

Entã

o, t

em-s

e a

seq

uên

cia

apre

sen

tad

a n

a fi

gu

ra 6

, co

mo

su

ger

e M

orr

is (2

000)

.

Cre

nça

Ver

dad

eC

on

hec

imen

to

Figu

ra 6

- A

cren

ça d

eve s

er ve

rdad

eira

par

a ser

cons

ider

ada c

onhe

cimen

to

Vo

cê p

erce

be

o d

esej

o d

e q

ue

sua

cren

ça s

e to

rne

um

a ve

rdad

e? V

ocê

já n

ão d

esej

ou

qu

e Pa

pai

No

el e

xist

isse

? Se

gu

nd

o C

hau

í (2

003)

, d

esej

ar q

ue

alg

o s

eja

verd

adei

ro v

em d

e n

oss

a in

fân

cia.

Qu

and

o c

rian

ça,

o s

er h

um

ano

mer

gu

lha

nas

his

tóri

as q

ue

ou

ve,

e a

tod

o t

emp

o d

esej

a q

ue

os

bri

nq

ued

os

seja

m r

eais

e p

erg

un

ta s

e é

“de

verd

ade”

.

A v

erd

ade

po

de

ser

con

sid

erad

a a

man

ifes

taçã

o d

o q

ue

real

men

te é

ou

exis

te e

se

con

trap

õe

ao f

also

(C

HA

UÍ,

2003

). P

od

e se

r ta

mb

ém c

on

ceit

uad

a

com

o u

m c

on

jun

to d

e cr

ença

s ac

eita

s p

elo

s in

div

ídu

os,

qu

e o

to

rno

u c

on

sen

so

(AR

AN

HA

e M

AR

TIN

S, 1

993)

. Po

de-

se d

izer

ain

da

qu

e ve

rdad

e é

o s

er h

um

ano

se e

nco

ntr

and

o c

om

des

vela

men

to (

CER

VO

, BER

VIA

N e

SIL

VA

, 20

07).

Enco

ntr

ar a

ver

dad

e p

od

e se

r u

ma

ativ

idad

e p

raze

rosa

, m

as p

od

e se

r

tam

bém

alg

o t

rist

e se

est

iver

lig

ado

à d

ecep

ção

. To

me

com

o e

xem

plo

sit

uaç

ões

qu

e vi

ven

cia

no

tra

bal

ho

, co

m s

ua

fam

ília

e n

o m

eio

aca

dêm

ico

e c

on

seg

uir

á

ob

serv

ar o

co

ntr

apo

nto

. U

ma

pes

soa

qu

e es

tá à

pro

cura

de

seu

pai

bio

lóg

ico

e o

exa

me

de

DN

A a

firm

a q

ue

o e

nco

ntr

ou

tem

um

a ve

rdad

e p

raze

rosa

.

Ag

ora

, se

um

a p

esso

a d

esco

bre

ap

enas

qu

and

o j

ove

m q

ue

foi

ado

tad

a, e

sta

verd

ade

po

de

ser

um

a d

ecep

ção

.

A b

usc

a p

ela

verd

ade

não

é m

uit

o a

ceit

a em

no

ssa

soci

edad

e e

Ch

auí

(200

3) a

po

nta

alg

un

s as

pec

tos

qu

e ju

stif

icam

su

a af

irm

ação

. A

qu

anti

dad

e

de

mei

os

de

com

un

icaç

ão e

xist

ente

s h

oje

é o

pri

mei

ro m

oti

vo.

São

tan

tas

info

rmaç

ões

qu

e as

pes

soas

não

se

pre

ocu

pam

em

bu

scar

a v

erd

ade,

po

is

acre

dit

am q

ue

já e

stão

rec

eben

do

. M

as é

po

ssív

el q

ue,

se

você

ace

ssar

Capí

tulo

1

42Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

dif

eren

tes

míd

ias

em u

m m

esm

o d

ia, t

enh

a in

form

açõ

es d

ifer

ente

s a

resp

eito

de

um

ass

un

to e

spec

ífic

o.

A p

ub

licid

ade

é m

ais

um

fat

or

qu

e in

ibe

a b

usc

a

pel

a ve

rdad

e, p

or

não

ofe

rece

r ao

seu

esp

ecta

do

r in

form

açõ

es s

ob

re o

pro

du

to a

nu

nci

ado

, e

sim

uti

lizar

-se

de

idei

as f

anta

sio

sas,

co

mo

a d

e q

ue

o

uso

do

pro

du

to t

rará

fel

icid

ade.

As a

titu

des

neg

ativ

as d

a p

olít

ica

tam

bém

atr

apal

ham

a b

usc

a d

as p

esso

as p

ela

verd

ade.

Se

você

já e

stá

con

ven

cid

o d

e q

ue

não

verd

ade

na

po

lític

a, p

oss

ivel

men

te

você

não

acr

edit

ará

em s

eu v

oto

, na

valid

ade

do

seu

po

der

de

mu

dan

ça.

Emb

ora

a v

erd

ade,

em

seu

tota

l, n

ão p

oss

a se

r cap

tad

a p

or u

m se

r hu

man

o,

o e

sfo

rço

po

r en

con

trá-

la p

od

e aj

ud

ar a

gra

nd

es d

esco

ber

tas

no

mu

nd

o.

A b

usc

a p

ela

verd

ade

é o

qu

erem

os

par

a p

rova

r u

m c

on

hec

imen

to.

O

des

ejo

de

qu

e al

go

sej

a ve

rdad

eiro

é f

ruto

de

um

a fo

rte

von

tad

e q

ue

tem

os

de

qu

e se

ja d

e d

eter

min

ada

form

a. P

ara

isso

, qu

esti

on

amo

s e

bu

scam

os

resp

ost

as.

Ao

ate

star

mo

s a

verd

ade,

bas

ead

o n

o q

ue

tem

os

de

exp

eriê

nci

as,

em p

rova

s

con

cret

as,

em n

oss

as c

ren

ças

div

inas

ou

em

ded

uçõ

es p

oss

ívei

s, a

cred

itam

os

ter

ger

ado

co

nh

ecim

ento

(as

sun

to a

ser

ab

ord

ado

no

cap

ítu

lo 2

).

A r

azão

no

s p

erm

ite

refl

etir

so

bre

os

asp

ecto

s o

u f

ato

s q

ue

são

de

no

sso

inte

ress

e em

bu

sca

de

um

a ve

rdad

e q

ue

se e

sper

a se

r ú

nic

a. V

erem

os

qu

e

dep

end

end

o d

a m

anei

ra c

om

o e

sta

é d

esco

ber

ta,

po

dem

os

esta

r fa

zen

do

ciên

cia,

ass

im c

om

o s

e p

erce

be

qu

e vá

rias

ciê

nci

as p

od

em s

e cr

uza

r p

ara

con

tem

pla

r u

m d

eter

min

ado

co

nh

ecim

ento

.

1.3

Ap

lic

an

do

a t

eo

ria

na

prá

tic

a

A s

egu

ir, a

pre

sen

to u

ma

situ

ação

ro

tin

eira

e u

so u

m n

om

e fi

ctíc

io p

ara

nar

rar

um

a si

tuaç

ão e

m q

ue

você

po

de

se r

eco

nh

ecer

.

João

aco

rdo

u c

edo

co

mo

to

do

s o

s d

ias.

Fo

i ao

ban

hei

ro e

rea

lizo

u a

hig

ien

e p

esso

al,

com

o s

emp

re f

azia

. V

olt

ou

ao

qu

arto

, o

lho

u a

esp

osa

, q

ue

ain

da

do

rmia

, e

pen

sou

co

mo

era

fel

iz p

or

ter

alg

uém

co

mo

ela

ao

seu

lad

o.

Ao

mes

mo

tem

po

, u

ma

on

da

de

vid

as o

cer

cou

e c

on

vers

and

o c

on

sig

o,

pen

sou

: co

mo

se

po

de

amar

tan

to u

ma

pes

soa?

Co

mo

exp

licar

ia o

qu

e é

o

amo

r? C

om

o s

e d

ifer

enci

ava

do

am

or

inco

nd

icio

nal

qu

e se

nti

a p

ela

filh

a d

e

três

an

os

qu

e d

orm

ia n

o q

uar

to a

o la

do

?

Page 23: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

43Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Co

nti

nu

and

o s

ua

roti

na,

dir

igiu

-se

à co

zin

ha

tom

ou

seu

caf

é, v

olt

ou

ao

qu

arto

e p

rep

aro

u-s

e p

ara

ir a

o tr

abal

ho

. Fo

i ao

qu

arto

da

filh

a, d

eu-l

he

um

bei

jo

na

test

a e

pen

sou

: co

mo

Deu

s h

avia

sid

o g

ener

oso

ao

ofe

rece

r-lh

e u

ma

filh

a

tão

lin

da,

um

a ca

sa,

com

ida

e ro

up

as.

Esta

va r

ealm

ente

ag

rad

ecid

o a

o c

riad

or

e se

nti

a q

ue

sua

aum

enta

va a

cad

a d

ia p

elas

mar

avilh

as q

ue

aco

nte

ciam

a e

le.

Ao

des

cer

a g

arag

em d

o p

réd

io e

m q

ue

mo

rava

, per

ceb

e u

ma

dis

cuss

ão

entr

e o

zel

ado

r e

um

do

s co

nd

ôm

ino

s. A

o d

esce

r co

m s

eu c

ach

orr

inh

o p

ara

pas

sear

, o

mo

rad

or

dei

xou

o a

nim

al f

azer

su

as n

eces

sid

ades

no

jar

dim

e j

á

ia i

nd

o e

mb

ora

sem

rea

lizar

a d

evid

a lim

pez

a e

o z

elad

or

ten

tava

co

nve

nce

r

o r

apaz

de

qu

e d

ever

ia l

imp

ar a

su

jeir

a d

o c

ão.

Entr

ou

no

car

ro e

po

r es

tar

atra

sad

o f

oi

pen

san

do

o q

uan

to o

rap

az e

stav

a er

rad

o.

Pen

sou

qu

e ta

lvez

o

zela

do

r p

ud

esse

faz

er u

m d

ocu

men

to c

om

dad

os

com

pro

vad

os

pel

a ci

ênci

a d

e

qu

e fe

zes

de

anim

ais

po

dem

cau

sar

do

ença

s ao

s m

ora

do

res

do

pré

dio

.

No

trâ

nsi

to,

esta

va o

uvi

nd

o m

úsi

cas

qu

e g

ost

ava

mu

ito

, q

uan

do

um

mo

toq

uei

ro lh

e ch

amo

u a

ten

ção

pel

a fo

rma

qu

e d

irig

ia. A

mo

to e

ra c

on

du

zid

a

em v

elo

cid

ade

alta

, à f

ren

te h

avia

um

a p

arad

a d

e ô

nib

us,

o ô

nib

us

par

ou

co

mo

de

cost

um

e, a

seg

uir,

do

is c

arro

s. D

istr

aíd

o,

o m

oto

qu

eiro

bat

eu n

a tr

asei

ra

do

últ

imo

car

ro p

arad

o n

a fi

la.

Nin

gu

ém s

e fe

riu

, m

as a

fila

se

form

ou

. Jo

ão

per

ceb

eu q

ue

o m

oto

qu

eiro

cu

lpav

a o

mo

tori

sta

do

car

ro,

po

rém

ele

hav

ia

bat

ido

na

tras

eira

e n

ão s

e te

m c

om

o d

iscu

tir

esse

tip

o d

e si

tuaç

ão.

Enfi

m,

cheg

ou

ao

tra

bal

ho

, o

ch

efe

esta

va h

isté

rico

po

r al

go

qu

e n

ão

hav

ia d

ado

cer

to.

Pres

o e

m s

eu m

un

do

, n

ão a

dm

itia

dis

cuti

r co

m q

ual

qu

er

cole

ga

de

trab

alh

o o

qu

e p

od

eria

ser

fei

to,

pre

feri

a fi

car

com

su

a fr

ust

raçã

o.

João

fo

i p

ara

a su

a m

esa

e re

solv

er t

rab

alh

ar.

Sab

ia q

ue

não

ad

ian

tari

a su

a

forç

a d

e vo

nta

de

em a

jud

ar.

Insp

irad

o p

elo

est

ud

o q

ue

real

izo

u,

iden

tifi

qu

e, n

o c

aso

ap

rese

nta

do

,

asp

ecto

s re

laci

on

ado

s ao

s as

sun

tos

abo

rdad

os

nes

te c

apít

ulo

. Le

mb

re:

você

estu

do

u f

iloso

fia,

ver

dad

e e

razã

o,

no

ções

so

bre

o c

on

hec

imen

to.

É p

oss

ível

qu

e, e

m u

ma

situ

ação

, vo

cê e

nco

ntr

e re

laçã

o c

om

mai

s de

um

tóp

ico

do

est

ud

o.

1.3

.1 R

es

olv

en

do

Ao

ap

rese

nta

r u

ma

solu

ção

par

a o

cas

o, e

u d

esta

co o

s p

rin

cip

ais

asp

ecto

s

enco

ntr

ado

s p

ara

cad

a at

ivid

ade

real

izad

a p

elo

per

son

agem

. É

po

ssív

el q

ue

você

en

con

tre

ou

tras

info

rmaç

ões

qu

e co

mp

lem

ente

m a

res

po

sta.

Capí

tulo

1

44Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

A s

itu

ação

ap

rese

nta

da

inic

ia c

om

filo

sofi

a p

ura

. Ao

qu

esti

on

ar-s

e so

bre

o

amo

r e

a ex

istê

nci

a d

e ti

po

s d

e am

or,

João

est

á te

nd

o u

ma

atit

ud

e fi

losó

fica

. Ele

não

se

pre

ocu

pa

apen

as q

ue

ama

aqu

ela

mu

lher

e a

filh

a, q

uer

en

ten

der

po

rqu

e

isso

oco

rre,

se

o a

mo

r q

ue

sen

te p

ela

mu

lher

é d

ifer

ente

do

qu

e se

nte

pel

a fi

lha.

Ao

rem

eter

tu

do

o q

ue

tem

a D

eus,

Jo

ão n

os

faz

rele

mb

rar

do

per

íod

o e

m

qu

e a

resp

on

sab

ilid

ade

po

r tu

do

qu

e o

corr

ia c

om

o se

r hu

man

o e

stav

a n

os D

euse

s.

Qu

and

o p

ensa

a r

esp

eito

da

situ

ação

en

tre

zela

do

r e

con

do

mín

io,

João

uti

liza

a ra

zão

par

a d

efin

ir d

o l

ado

de

qu

em f

ica.

Par

a el

e, e

ra ó

bvi

o q

ue

o

zela

do

r es

tava

co

m a

raz

ão. I

sto

no

s re

met

e à

fase

da

filo

sofi

a d

e A

rist

óte

les,

per

íod

o s

iste

mát

ico

, q

ue

se p

reo

cup

a, e

ntr

e o

utr

os

asp

ecto

s, c

om

a p

ráti

ca

hu

man

a, d

iscu

tin

do

o s

ign

ific

ado

da

étic

a.

A s

itu

ação

en

con

trad

a q

uan

do

Jo

ão c

heg

a ao

tra

bal

ho

no

s le

mb

ra

Plat

ão,

e o

cas

o d

os

ho

men

s es

tare

m p

reso

s n

a ca

vern

a, o

u s

eja,

o c

hef

e

par

ecia

pre

so n

aqu

ilo e

m q

ue

acre

dit

a, n

ão c

on

seg

uia

acr

edit

ar q

ue

po

der

ia

hav

er o

utr

a so

luçã

o, o

utr

a re

alid

ade

par

a a

situ

ação

. Se

João

ten

tass

e aj

ud

ar,

po

der

ia s

er d

emit

ido

(o

u m

ort

o, c

om

o n

a al

ego

ria

da

cave

rna)

.

1.4

Pa

ra s

ab

er

ma

is

Sug

iro

alg

um

as le

itu

ras

par

a q

ue

você

se

atu

aliz

e so

bre

o t

ema

estu

dad

o

no

cap

ítu

lo 1

:

MA

TUR

AN

A,

H.

R.;

VA

REL

A,

F. J

. A

árv

ore

do

co

nh

ecim

ento

. Sã

o P

aulo

: Pa

las

Ath

ena,

200

1. C

ap. 1

.

Nes

te l

ivro

, n

o c

apít

ulo

in

dic

ado

- “

Co

nh

ecer

o c

on

hec

er”

- o

au

tor

dis

cute

a r

elev

ânci

a d

e q

ues

tio

nam

ento

s e

mo

stra

sit

uaç

ões

em

qu

e so

mo

s

eng

anad

os

pel

o q

ue

julg

amo

s ve

r.

PLA

TÃO

. A R

epú

blic

a. B

auru

: ED

IPR

O, 1

994.

Se d

esej

ar c

on

hec

er m

ais

sob

re o

filo

sofo

Pla

tão

e s

eus

pen

sam

ento

s,

este

livr

o é

um

a su

ges

tão

. Nel

e, v

ocê

en

con

tra

na

ínte

gra

a a

leg

ori

a d

a ca

vern

a

qu

e d

iscu

tim

os

no

cap

ítu

lo.

Edg

ar M

ori

n -

<h

ttp

://w

ww

.ed

gar

mo

rin

.org

.br>

Page 24: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

45Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Esta

sug

estã

o é

para

que

con

heça

a o

bra

de u

m d

os m

ais

impo

rtan

tes

pens

ador

es d

a fi

loso

fia

cont

empo

râne

a. F

orm

ado

em D

irei

to, H

istó

ria

e G

eogr

afia

,

real

izou

est

udos

em

Filo

sofi

a, S

ocio

logi

a e

Epis

tem

olog

ia. P

ossu

i vár

ios l

ivro

s na

área

.

Port

al d

a fi

loso

fia

- <

htt

p://

po

rtal

.filo

sofi

a.p

ro.b

r/>

O s

ite

apre

sen

ta o

s m

aio

res

filó

sofo

s d

e to

do

s o

s te

mp

os

apre

sen

tan

do

em

det

alh

es

suas

h

istó

rias

e

pri

nci

pai

s co

ntr

ibu

içõ

es

par

a o

u

niv

erso

d

a

filo

sofi

a. A

bo

rda

as i

dei

as d

os

filó

sofo

s D

esca

rtes

, K

ant,

Mar

x, W

eber

, en

tre

ou

tro

s, a

lém

de

apre

sen

tar

vári

os

con

ceit

os

rela

cio

nad

os

à fi

loso

fia

qu

e p

od

em

com

ple

men

tar

seu

s es

tud

os

filo

sófi

cos.

Crí

tica

- R

evis

ta d

e Fi

loso

fia

- <

htt

p://

crit

ican

ared

e.co

m/>

O p

erió

dic

o a

pre

sen

ta a

rtig

os

e en

trev

ista

s d

esti

nad

os

a es

tud

ante

s,

pro

fess

ore

s e

pes

qu

isad

ore

s q

ue

ten

ham

rel

ação

e a

fin

idad

e co

m a

áre

a d

e

filo

sofi

a e

bu

squ

em c

on

hec

imen

to c

om

ple

men

tar

ao a

ssu

nto

.

1.5

Re

lem

bra

nd

o

O c

apít

ulo

1 a

pre

sen

tou

:

•no

ções

de

filo

sofi

a: e

m q

ue a

pres

enta

mos

sua

ori

gem

, co

nhec

endo

e

com

pree

nden

do o

s per

íodo

s da

filo

sofi

a gr

ega,

alé

m d

e es

tuda

r a b

usca

pel

o

conc

eito

de

filo

sofi

a co

m b

ase

em d

ifer

ente

s aut

ores

. Foi

pos

síve

l vis

lum

brar

vári

os f

ilóso

fos

cons

ider

ados

rel

evan

tes

para

o d

esen

volv

imen

to d

a ár

ea;

•as

pec

tos

da

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

: a

fim

de

situ

á-lo

e a

uxi

liar

na

com

pre

ensã

o d

a fi

loso

fia

atu

alm

ente

, fo

i ap

rese

nta

do

o h

istó

rico

do

mu

nd

o f

ilosó

fico

des

de

a fi

loso

fia

anti

ga

até

a co

nte

mp

orâ

nea

.

Os

per

íod

os

da

filo

sofi

a es

tud

ado

s fo

ram

: fi

loso

fia

anti

ga,

pat

ríst

ica,

med

ieva

l, re

nas

cen

ça, m

od

ern

a, il

um

inis

ta e

co

nte

mp

orâ

nea

;

•n

oçõ

es d

e ra

zão

e v

erd

ade

e a

infl

uên

cia

da

filo

sofi

a: a

co

mp

reen

são

da

razã

o

com

o

form

a d

e n

os

exp

ress

ar

de

mo

do

a

pro

pic

iar

a

com

pre

ensã

o d

o o

utr

o e

a v

erd

ade

com

o s

end

o e

vid

ênci

a d

a cr

ença

qu

e se

tin

ha

sob

re a

lgo

ger

and

o c

on

hec

imen

to.

Capí

tulo

1

46Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

1.6

Te

sta

nd

o o

s s

eu

s c

on

he

cim

en

tos

1) E

m se

trat

ando

da

orig

em fi

loso

fia,

rela

cion

e a

colu

na d

a di

reit

a co

m a

da

esqu

erda

.

a) P

ré-s

ocr

átic

o

( )

Bu

sca

o c

on

hec

imen

to h

um

ano

, e

nat

ure

za

do

s h

om

ens

e d

a n

atu

reza

, a

rela

ção

en

tre

este

s e

des

tes

com

Deu

s.

b)

Socr

átic

o

(

) F

oca

os

estu

do

s em

co

mp

reen

der

o l

ug

ar

do

h

om

em

no

m

un

do

in

vest

igan

do

qu

estõ

es h

um

anas

.

c) S

iste

mát

ico

( )

Pre

ocu

paç

ão e

xclu

siva

em

des

cob

rir

sob

re a

cria

ção

do

mu

nd

o e

as

mu

dan

ças

na

nat

ure

za.

d)

Hel

enís

tico

( )

Des

ejo

de

pro

var

qu

e tu

do

po

de

ser

ob

jeto

da

filo

sofi

a,

ob

edec

end

o

a cr

itér

ios

de

verd

ade

e ci

ênci

a.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e p

oss

ui a

seq

uên

cia

corr

eta.

a) a

, b, c

, d

b)

d, b

, a, c

c) c

, a, b

, a

d)

a, c

, b,d

e) d

, a, c

, b

2) Q

ual

do

s p

erso

nag

ens

a se

gu

ir é

co

nsi

der

ado

o p

rim

eiro

filó

sofo

da

his

tóri

a?

a) P

latã

o

b)

Sócr

ates

c) A

rist

óte

les

d)

Tale

s d

e M

ileto

e) D

esca

rtes

3) C

om

rel

ação

à v

erd

ade,

ass

inal

e a

alte

rnat

iva

corr

eta.

a) A

cre

nça

não

tem

qu

alq

uer

infl

uên

cia

na

bu

sca

da

verd

ade.

b)

A v

erd

ade

po

de

ser

abso

luta

, des

de

qu

e co

mp

rova

da.

Page 25: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

1

47Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

c) A

ver

dad

e p

od

e se

r o

bti

da

com

bas

e ap

enas

nas

cre

nça

s q

ue

tem

os.

d)

A r

elaç

ão e

ntr

e ra

zão

e v

erd

ade

é in

exis

ten

te.

e) A

ver

dad

e p

rop

icia

o s

urg

imen

to d

o c

on

hec

imen

to.

4) E

xpliq

ue

a al

ego

ria

da

cave

rna,

res

salt

and

o s

ua

rele

vân

cia

par

a a

filo

sofi

a.

5) A

lgu

ns a

con

teci

men

tos h

istó

rico

s fav

ore

cera

m o

ap

arec

imen

to d

os f

ilóso

fos.

Qu

ais

fora

m e

les

e p

or

qu

e ti

vera

m e

sta

infl

uên

cia?

On

de

en

co

ntr

ar

AR

AN

HA

, M. L

. de

A.;

MA

RTI

NS,

M. H

. P. F

iloso

fan

do

: in

tro

du

ção

à f

iloso

fia.

2.

ed. r

ev. a

tual

. São

Pau

lo: M

od

ern

a, 1

993.

CER

VO

, A

. L.

; B

ERV

IAN

, P.

A;

SILV

A,

R.

da.

Met

od

olo

gia

cie

ntí

fica

. 5.

ed

. Sã

o

Pau

lo: P

ears

on

, 200

7.

CH

AU

Í, M

. Co

nvi

te à

filo

sofi

a. 1

3. e

d. S

ão P

aulo

: Áti

ca, 2

003.

MA

RTI

NS

FILH

O,

I. G

. M

anu

al e

squ

emát

ico

de

his

tóri

a d

a fi

loso

fia.

2.

ed.

rev.

e am

pl.

São

Pau

lo: L

TR, 2

000.

MA

TUR

AN

A, H

. R.;

VA

REL

A, F

. J. A

árv

ore

do

co

nh

ecim

ento

: as

bas

es b

ioló

gic

as

da

com

pre

ensã

o h

um

ana.

Tra

d.

Hu

mb

erto

Mar

iott

i e

Lia

Dis

kin

. Sã

o P

aulo

:

Pala

Ath

enas

, 200

1.

MO

RR

IS,

T. F

iloso

fia

par

a D

um

mie

s: c

om

o u

sar

os

ensi

nam

ento

s d

os

mes

tres

no

dia

-a-d

ia. T

rad

. Ivo

Ko

ryto

wsk

i. R

io d

e Ja

nei

ro: C

amp

us,

200

0.

SAN

TOS,

B. d

e S.

Um

dis

curs

o s

ob

re a

s ci

ênci

as. 6

. ed

. São

Pau

lo: C

ort

ez, 2

009.

49Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

2.1

Co

nte

xtu

ali

za

nd

o

No

capí

tulo

1, v

ocê

cons

egui

u pe

rceb

er a

rela

ção

da fi

loso

fia

e a

ciên

cia?

Pel

os

estu

dos

que

real

izou

, vo

cê p

ôde

veri

fica

r qu

e as

pri

mei

ras

ciên

cias

apa

rece

ram

a

part

ir d

os q

uest

iona

men

tos

filo

sófi

cos.

A n

eces

sida

de d

o se

r hu

man

o em

rec

riar

e

tran

sfor

mar

a r

ealid

ade

é um

a ca

ract

erís

tica

da

filo

sofi

a m

oder

na,

faze

ndo

surg

ir

as p

rim

eira

s ci

ênci

as,

com

o a

mat

emát

ica.

A p

erce

pção

im

puls

iona

dora

des

ta

desc

ober

ta fo

i a re

laçã

o en

tre

teor

ia e

prá

tica

, per

cebi

da p

elos

pen

sado

res d

a ép

oca.

Nes

te m

om

ento

, vo

cê s

aber

ia e

xplic

ar o

qu

e é

con

hec

imen

to?

Tod

o o

con

hec

imen

to é

igu

al?

Co

mo

se

con

stró

i o c

on

hec

imen

to?

Sab

e ex

plic

ar o

qu

e

é ci

ênci

a? E

ste

cap

ítu

lo p

rete

nd

e m

ost

rar

a vo

cê a

s re

spo

stas

a e

stas

per

gu

nta

s.

Alé

m d

isso

, vo

cê e

nco

ntr

ará,

no

tex

to, a

spec

tos

qu

e re

laci

on

am a

ciê

nci

a,

a fi

loso

fia

e a

pes

qu

isa.

Po

der

á sa

ber

de

qu

e fo

rma

a fi

loso

fia

infl

uen

cia

a

ciên

cia

e a

pes

qu

isa

no

dec

orr

er d

os

tem

po

s.

Cham

o at

ençã

o es

peci

al p

ara

a co

mpr

eens

ão d

este

cap

ítul

o, p

ois

os d

emai

s

depe

nder

ão m

uito

do

conh

ecim

ento

que

voc

ê as

sim

ilar r

efer

ente

à ci

ênci

a e

pesq

uisa

.

2.2

Co

nh

ec

en

do

a t

eo

ria

2.2

.1 N

atu

rez

a d

o c

on

he

cim

en

to

Ao

lo

ng

o d

os

tem

po

s, o

ser

hu

man

o b

usc

a o

co

nh

ecim

ento

pel

a su

a

nec

essi

dad

e, c

om

o o

s p

ovo

s p

rim

itiv

os

qu

e se

esf

orç

aram

em

co

nh

ecer

o

mu

nd

o q

ue

os

rod

eava

, a

nat

ure

za,

os

anim

ais,

cri

aram

ob

jeto

s e

form

as

A C

IÊN

CIA

E A

PES

QU

ISA

CA

PÍT

UL

O 22

Page 26: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

50Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

de

cura

par

a su

a so

bre

vivê

nci

a e

tam

bém

par

a sa

ciar

su

as c

uri

osi

dad

es

(FA

CH

IN,

2001

).

Vo

cê co

nse

gu

e p

erce

ber

a re

levâ

nci

a e

nec

essi

dad

e d

e co

nh

ecer

o m

un

do

par

a

qu

e p

oss

amo

s so

bre

vive

r? É

pel

o c

on

hec

imen

to q

ue

no

s ap

oss

amo

s d

a re

alid

ade

e

do

s o

bje

tos

qu

e fa

zem

par

te d

ela

par

a lid

ar c

om

as

dif

eren

tes

situ

açõ

es c

oti

dia

nas

.

Em c

on

trap

on

to, s

e vo

cê p

ensa

r em

seu

s co

nh

ecim

ento

s, p

od

e se

esp

anta

r

qu

and

o c

om

par

ar a

o e

xist

ente

no

mu

nd

o. A

ind

a q

uan

do

o p

oss

uím

os,

mu

itas

veze

s, e

sses

co

nh

ecim

ento

s sã

o s

up

erfi

ciai

s e,

mu

itas

vez

es, i

nce

rto

s.

Ao

lo

ng

o

da

his

tóri

a,

as

visõ

es

filo

sófi

cas

foca

ram

d

e fo

rma

dif

eren

te

o

con

hec

imen

to.

Rel

emb

ran

do

o

s p

erío

do

s d

a o

rig

em

da

filo

sofi

a,

tem

os

os

sofi

stas

e

Sócr

ates

. O

s p

rim

eiro

s ac

red

itav

am

qu

e to

do

s o

s h

om

ens

pen

sava

m d

a m

esm

a m

anei

ra, s

end

o a

ver

dad

e a

mes

ma

par

a to

da

a h

um

anid

ade.

Para

crat

es, o

ser h

um

ano

pre

cisa

va co

nh

ecer

a si

mes

mo

par

a q

ue

idei

as p

ud

esse

m

nas

cer,

e se

ria

nec

essá

rio

se

afas

tar

das

ilu

sões

par

a q

ue

a ve

rdad

e fo

sse

con

hec

ida.

Plat

ão a

bo

rdav

a o

co

nh

ecim

ento

bas

ead

o n

a te

ori

a d

as i

dei

as,

em q

ue

se

reco

nh

ece

o m

un

do

sen

síve

l e

o m

un

do

in

telig

ível

. A

def

iniç

ão d

e ci

ênci

a co

mo

con

hec

imen

to v

erd

adei

ro q

ue

per

mit

e a

com

pre

ensã

o d

a n

atu

reza

é d

efen

did

a p

or

Ari

stó

tele

s. N

o p

erío

do

ch

amad

o d

e p

atrí

stic

a, c

on

sid

era-

se q

ue

o c

on

hec

imen

to

hu

man

o d

as v

erd

ades

ete

rnas

é o

fere

cid

o p

or

Deu

s (M

ART

INS

FILH

O, 2

000)

.

Já o

s fi

lóso

fos

mo

der

no

s q

ues

tio

nav

am s

e er

a p

oss

ível

o c

on

hec

imen

to

da

verd

ade

e ce

ntr

aliz

ado

naq

uel

e q

ue

pre

ten

de

con

hec

er.

A p

osi

ção

em

rela

ção

ao

co

nh

ecim

ento

de

Des

cart

es p

reco

niz

a q

ue

as v

erd

ades

ab

solu

tas

são

ded

uzi

das

pel

o r

acio

cín

io.

Ren

é D

esca

rtes

(15

60-1

650)

é c

on

sid

erad

o o

pai

d

a fi

loso

fia

mo

der

na

e so

sseg

ou

su

a in

qu

ietu

de

con

stru

ind

o a

bas

e p

ara

tod

o o

seu

pen

sam

ento

a

par

tir

da

máx

ima

“Pen

so, l

og

o e

xist

o”

(Co

git

o,

erg

o

sum

).

Filo

sofa

nd

o

sob

re

suas

d

úvi

das

, ra

cio

cin

ou

q

ue

se

du

vid

a d

e al

go

é

po

rqu

e p

ensa

so

bre

isto

, e s

e é

um

ser

pen

san

te, e

xist

e.

SAIB

A Q

UE

Capí

tulo

2

51Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

No

p

erío

do

co

nte

mp

orâ

neo

, em

re

laçã

o

ao

con

hec

imen

to,

a b

usc

a

con

sist

e em

co

mp

reen

der

se

o s

er h

um

ano

ser

ia m

esm

o c

apaz

de

cria

r a

tão

son

had

a so

cied

ade,

just

a e

feliz

. O su

rgim

ento

das

ciê

nci

as e

cam

po

s esp

ecíf

ico

s

da

filo

sofi

a m

arca

o p

erío

do

.

Vo

cê c

on

seg

ue

per

ceb

er q

ue

o c

on

hec

imen

to,

ao l

on

go

do

tem

po

, é

reco

nst

ruíd

o s

emp

re c

om

a in

ten

ção

de

esta

bel

ecer

um

rel

acio

nam

ento

en

tre

o s

uje

ito

qu

e d

esej

a co

nh

ecer

e o

ob

jeto

a s

er c

on

hec

ido

. Alé

m d

isso

, co

nst

itu

i-

se d

e u

m a

to i

nte

nci

on

al e

m q

ue

o d

esej

o d

o s

er h

um

ano

em

in

vest

igar

e

com

pre

end

er u

m f

enô

men

o d

eter

min

ado

.

Nes

te m

om

ento

, vo

cê d

eve

com

pre

end

er q

ue,

po

r m

eio

do

pro

cess

o d

e

con

hec

er, c

on

seg

uim

os

inte

rio

riza

r o

qu

e ve

m d

e fo

ra, d

a re

alid

ade,

ger

and

o

con

hec

imen

to.

Qu

and

o o

des

ejam

os,

um

mo

tivo

, n

eces

sid

ade

qu

e n

os

imp

uls

ion

a a

bu

scá-

lo.

Ao

fa

zer

um

a an

ális

e so

bre

as

pec

tos

rela

cio

nad

os

ao

ser

hu

man

o,

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(200

7) a

pre

sen

tam

qu

atro

tip

os

de

con

hec

imen

to.

Os

auto

res

exp

licam

qu

e, a

o c

on

sid

erar

o m

un

do

, a

real

idad

e q

ue

rod

eia

um

a p

esso

a, é

po

ssív

el d

itar

vár

ias

info

rmaç

ões

co

m b

ase

em e

xper

iên

cias

roti

nei

ras

adq

uir

idas

e n

o s

enso

co

mu

m. O

utr

o p

on

to d

esta

cad

o p

elo

s au

tore

s

é o

rec

orr

ente

qu

esti

on

amen

to d

a es

péc

ie h

um

ana

sob

re s

ua

ori

gem

, so

bre

asp

ecto

s d

o p

rese

nte

e d

o d

esti

no

. A

ind

a é

po

ssív

el a

o s

er h

um

ano

est

ud

ar

o q

ue

a B

íblia

e o

s p

rofe

tas

de

Jesu

s es

crev

em a

ser

viço

de

Deu

s. P

or

fim

, o

ho

mem

po

de

ser

qu

esti

on

ado

so

bre

a v

erif

icaç

ão e

co

mp

rova

ção

de

rela

ções

entr

e fe

men

os

e o

bje

tos.

Uti

lizam

os

as

div

ersa

s fo

rmas

d

e b

usc

a d

e co

nh

ecim

ento

p

ara

qu

e

po

ssam

os

evo

luir

e c

on

trib

uir

par

a o

en

gra

nd

ecim

ento

e t

amb

ém e

volu

ção

da

soci

edad

e. V

ocê

co

nh

ecer

á ag

ora

os

dif

eren

tes

tip

os

de

con

hec

imen

to:

emp

íric

o, f

ilosó

fico

, teo

lóg

ico

e c

ien

tífi

co.

Co

nh

ec

ime

nto

em

pír

ico

(v

ulg

ar

ou

de

co

nh

ec

ime

nto

do

po

vo

)

Vo

cê j

á vi

veu

a e

xper

iên

cia

de

dar

alg

um

a re

ceit

a d

e su

a av

ó p

ara

um

a d

eter

min

ada

do

ença

qu

e é

pas

sad

a d

e g

eraç

ão e

m g

eraç

ão?

Vo

cê j

á

dis

se a

um

am

igo

: “o

lha,

não

faç

a ex

per

iên

cia

pró

pri

a o

u v

ai s

e d

ar m

al”?

Já o

bse

rvo

u a

lgu

m p

esca

do

r m

enci

on

and

o q

ue

det

erm

inad

a fa

se d

a lu

a é

mel

ho

r p

ara

pes

car?

Page 27: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

52Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

A

resp

ost

a d

ada

a to

das

es

tas

per

gu

nta

s ch

ama-

se

emp

iris

mo

o

u

con

hec

imen

to e

mp

íric

o. M

uit

as v

ezes

, a p

lan

ta q

ue

a vo

vó in

dic

ava

par

a cu

rar

um

fer

imen

to o

u u

ma

erva

par

a u

m c

par

a cu

rar

um

a d

oen

ça f

un

cio

nav

a,

mas

não

se

sab

e p

or

qu

e d

ava

cert

o.

As

rela

ções

qu

e te

mo

s em

no

sso

dia

-a-d

ia,

seja

em

su

a fa

míli

a o

u

trab

alh

o,

faze

m c

om

qu

e vo

cê t

enh

a co

nh

ecim

ento

s q

ue

vier

am p

or

sua

exp

eriê

nci

a d

e vi

da.

Pen

se e

m a

tivi

dad

es r

oti

nei

ras

qu

e vo

cê r

ealiz

a n

o s

eu

trab

alh

o, n

orm

alm

ente

tar

efas

ass

im s

ão e

xecu

tad

as s

emp

re d

a m

esm

a fo

rma.

A p

rim

eira

vez

qu

e su

rge

um

cas

o d

ifer

enci

ado

, qu

e vo

cê n

un

ca e

xecu

tou

, ao

reso

lvê-

lo,

você

rev

ela

um

no

vo c

on

hec

imen

to q

ue

par

te d

e su

a ex

per

iên

cia.

Isso

é c

on

sid

erad

o e

mp

iris

mo

.

Des

de

mu

ito

tem

po

atr

ás,

as p

esso

as q

ue

exer

cem

ati

vid

ades

co

mo

pes

cari

a, s

eja

po

r p

rofi

ssão

ou

laz

er,

se p

reo

cup

am e

m v

erif

icar

o p

erío

do

da

lua

bu

scan

do

a m

elh

or

op

ção

par

a a

pes

ca,

pel

a cr

ença

qu

e es

ta a

feta

as

mar

és,

emb

ora

não

sai

bam

o p

orq

de

tal

oco

rrên

cia.

Os

pes

cad

ore

s tê

m

razã

o:

nas

lu

as c

hei

a e

no

va,

as m

arés

est

ão m

ais

fort

es,

faze

nd

o c

om

qu

e

sub

am e

des

çam

co

m m

uit

a vi

olê

nci

a (V

ENTU

RO

LI, 1

994)

.

Pod

e-se

per

ceb

er q

ue

o c

on

hec

imen

to e

mp

íric

o p

od

e se

r ad

qu

irid

o

ind

epen

den

te d

e es

tud

os,

pes

qu

isas

ou

ref

lexõ

es.

Ap

rese

nta

exp

lica

ções

par

a fa

tos

da

form

a q

ue

suas

ex

per

iên

cias

m

ost

ram

ao

su

jeit

o

qu

e

tem

ra

zão

d

e se

r d

aqu

ela

form

a.

Mu

itas

ve

zes,

o

h

om

em

não

sa

be

just

ific

ar a

qu

ele

con

hec

imen

to,

po

is,

na

mai

ori

a d

as v

ezes

, ap

ren

de

em

fun

ção

d

e d

eter

min

ada

circ

un

stân

cia,

se

m

qu

alq

uer

fo

rmal

izaç

ão

da

inve

stig

ação

rea

liza

da.

Vo

cê p

erce

be

qu

e o

pri

mei

ro co

nta

to q

ue

real

izam

os é

com

o co

nh

ecim

ento

emp

íric

o?

Ao

co

nh

ecer

co

isas

e o

bje

tos,

nu

m p

rim

eiro

mo

men

to,

faze

mo

s o

reco

nh

ecim

ento

, m

as n

ão n

os

apro

fun

dam

os

em s

uas

esp

ecif

icaç

ões

. V

ocê

sab

e id

enti

fica

r o

qu

e é

um

pap

el, m

as n

ão p

oss

ui e

xplic

açõ

es m

ais

cien

tífi

cas

sob

re s

ua

ori

gem

, a

celu

lose

. V

ocê

co

mp

reen

de

qu

e es

tá c

om

gri

pe,

mas

não

con

seg

ue

esp

ecif

icar

qu

e ti

po

de

víru

s o

aco

met

eu.

Fach

in (2

001)

ap

rese

nta

ain

da

ou

tro

s exe

mp

los q

ue

po

ssib

ilita

m e

nte

nd

er

a lim

itaç

ão d

o c

on

hec

imen

to e

mp

íric

o.

Vo

cê p

od

e re

con

hec

er e

uti

lizar

um

láp

is c

om

fre

qu

ênci

a, m

as a

lgu

ns

sele

tos

no

tam

qu

e é

com

po

sto

po

r g

rafi

te e

é u

m c

on

du

tor

de

ener

gia

. U

m h

om

em p

od

e ta

mb

ém r

eco

nh

ecer

um

a fo

lha

Capí

tulo

2

53Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

de

um

a p

lan

ta o

rnam

enta

l, ag

ora

se

per

gu

nta

rem

su

a cl

assi

fica

ção

, d

e q

uai

s

par

tes

é co

mp

ost

a, d

ific

ilmen

te s

aber

á re

spo

nd

er.

Vo

cê p

erce

be

qu

e o

s es

tím

ulo

s ex

tern

os

são

rel

evan

tes

par

a a

cria

ção

do

co

nh

ecim

ento

em

pír

ico

qu

e ad

vêm

de

no

ssas

per

cep

ções

a f

ato

s q

ue

no

s

aco

nte

cem

e q

ue

no

s sã

o r

epas

sad

os.

Ao

ref

leti

r so

bre

o c

on

teú

do

ap

rese

nta

do

so

bre

co

nh

ecim

ento

em

pír

ico

,

po

dem

os

un

ir a

lgu

ns

asp

ecto

s p

rese

nte

s, c

om

o a

fal

ta d

e es

pec

ific

idad

e,

acei

tar

o b

ásic

o s

ob

re o

qu

e é

dit

o o

u s

e sa

be

sob

re o

ob

jeto

; te

m f

oco

nas

rea

lidad

es q

ue

se a

pre

sen

tam

; o r

esu

ltad

o d

a ex

per

iên

cia

está

est

rutu

rad

o

po

r q

uem

a v

iven

cio

u, n

ão h

á q

ual

qu

er s

iste

mat

izaç

ão q

ue

afir

me

a ve

raci

dad

e

do

fen

ôm

eno

.

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Prat

iqu

e o

ex

ercí

cio

: id

enti

fiq

ue

cin

co

con

hec

imen

tos

qu

e vo

tem

e

po

dem

se

r cl

assi

fica

do

s co

mo

co

nh

ecim

ento

s em

pír

ico

s.

Just

ifiq

ue

po

r q

ue

você

o c

on

sid

era

des

ta f

orm

a.

Isto

o a

jud

ará

a en

ten

der

mel

ho

r o

co

nce

ito

d

este

tip

o d

e co

nh

ecim

ento

.

Co

nh

ec

ime

nto

fi l

os

ófi

co

Acr

edit

o q

ue

seja

po

ssív

el a

vo

cê r

apid

amen

te r

elem

bra

r as

no

ções

qu

e

estu

do

u a

té a

qu

i.

Co

mo

vo

cê a

pre

nd

eu, a

filo

sofi

a te

m s

ua

rele

vân

cia

po

r p

oss

ibili

tar

a q

uem

a es

tud

a d

esen

volv

er a

lgu

mas

hab

ilid

ades

qu

e p

erm

item

des

envo

lver

o ra

cio

cín

io.

Alé

m d

isso

, pre

ssu

e o

qu

esti

on

amen

to o

u in

vest

igaç

ão s

ob

re a

lgu

m f

ato

no

vo,

exig

ind

o d

o f

ilóso

fo u

ma

refl

exão

crí

tica

. Es

tes

asp

ecto

s sã

o n

eces

sári

os

em

qu

alq

uer

ser

hu

man

o c

om

o d

esej

o d

e es

tud

ar, d

esve

lar

no

vos

fen

ôm

eno

s.

Para

Fac

hin

(20

01, p

. 7),

o c

on

hec

imen

to f

ilosó

fico

:

con

du

z a

um

a re

flex

ão c

ríti

ca s

ob

re o

s fe

men

os

e p

oss

ibili

ta a

os

filó

sofo

s in

form

açõ

es c

oer

ente

s [.

..] o

bje

tiva

o d

esen

volv

imen

to

fun

cio

nal

da

men

te, p

rocu

ran

do

ed

uca

r o

rac

iocí

nio

.

Page 28: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

54Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

O c

on

hec

imen

to f

ilosó

fico

pre

ssu

e u

ma

refl

exão

so

bre

um

fat

o o

u

ob

jeto

, sem

pre

ob

jeti

van

do

a b

usc

a d

a ve

rdad

e, m

as n

ão s

eu e

stab

elec

imen

to

a to

do

o c

ust

o. A

ssim

, é p

oss

ível

, ao

est

ud

ioso

, po

r m

eio

do

deb

ate

de

idei

as,

com

pre

end

er o

ob

jeto

e d

esen

volv

er s

eu r

acio

cín

io.

Alg

un

s as

pec

tos

são

tam

bém

des

taca

do

s n

o c

on

hec

imen

to f

ilosó

fico

,

com

o a

pre

sen

tar

hip

óte

ses

não

ver

ific

ávei

s; o

s q

ues

tio

nam

ento

s fi

losó

fico

s sã

o

real

izad

os d

e fo

rma

ord

enad

a lo

gic

amen

te, e

qu

and

o h

á in

dag

açõ

es, e

stas

est

ão

em c

on

son

ânci

a co

m a

rea

lidad

e, p

ois

ad

vêm

de

fato

s o

u f

enô

men

os

soci

ais.

De

aco

rdo

co

m o

qu

e vo

cê e

stu

do

u, o

co

nh

ecim

ento

filo

sófi

co p

rop

õe

a

refl

exão

e e

lab

ora

pri

ncí

pio

s e

valo

res

válid

os

e co

nsi

der

ado

s u

niv

ersa

is.

Co

nh

ec

ime

nto

te

oló

gic

o

Vo

cê j

á d

eve

ter

ou

vid

o a

pal

avra

teo

log

ia,

e ra

pid

amen

te,

ao l

er o

sub

títu

lo, f

ez u

ma

rela

ção

co

m r

elig

ião

ou

Deu

s. V

ocê

est

á n

o c

amin

ho

cer

to.

A o

rig

em d

a p

alav

ra v

em d

o g

reg

o,

em q

ue

theo

s si

gn

ific

a “D

eus”

e l

og

os

sig

nif

ica

“pal

avra

”. D

esta

fo

rma,

po

dem

os

com

pre

end

er a

teo

log

ia c

om

o o

estu

do

de

Deu

s o

u m

anif

esta

ções

div

inas

.

O q

ue

se p

od

e af

irm

ar a

res

pei

to d

este

co

nh

ecim

ento

é q

ue

não

po

ssib

ilid

ade

de

ser

neg

ado

ou

co

mp

rova

do

. Se

vo

cê e

stiv

er f

ren

te a

um

mis

téri

o, c

om

o é

o d

ivin

o, v

ocê

po

de

tom

ar d

ois

cam

inh

os:

ten

tar

de

tod

as a

s

form

as u

sar s

ua

razã

o, v

alen

do

-se

de

pro

ced

imen

tos e

técn

icas

qu

e p

oss

ibili

tem

o t

ran

sfo

rmar

em

co

nh

ecim

ento

filo

sófi

co o

u c

ien

tífi

co;

ou

ace

itar

o q

ue

é

dit

o p

or

alg

uém

a r

esp

eito

do

mis

téri

o.

Os

mis

téri

os

no

s co

loca

m e

m s

itu

açõ

es c

om

plic

adas

ao

nec

essi

tar

tom

ar

um

a p

osi

ção

. Pen

se e

m a

lgu

ns

caso

s ju

dic

iais

em

qu

e a

situ

ação

é t

ão c

om

ple

xa

qu

e, e

mb

ora

haj

a u

m j

ulg

amen

to,

sem

pre

fic

arem

os

des

con

fiad

os

qu

anto

à

verd

ade.

Po

r ex

emp

lo,

um

acu

sad

o d

e as

sass

inat

o s

em t

este

mu

nh

as e

m q

ue

o r

éu j

ura

ser

in

oce

nte

. A

men

os

qu

e o

acu

sad

o a

ssu

ma

a au

tori

a d

o c

rim

e,

nu

nca

sab

erem

os

se f

alo

u a

ver

dad

e, p

or

não

ter

qu

alq

uer

ou

tra

pes

soa

qu

e

ten

ha

vist

o o

inci

den

te.

Qu

and

o v

ocê

acr

edit

a em

alg

o q

ue

lhe

foi

con

tad

o p

or

alg

uém

, m

as

qu

e vo

cê n

ão t

em c

om

o s

aber

a v

erd

ade,

dem

on

stra

um

a at

itu

de

de

fé.

Ass

im,

o c

on

hec

imen

to t

eoló

gic

o r

efer

e-se

àq

uel

e em

qu

e o

res

ult

ado

do

Capí

tulo

2

55Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

inte

lect

o, d

e su

a ra

zão

rec

ai s

ob

re a

su

a fé

, qu

e se

man

ifes

ta p

ela

pre

sen

ça

de

reve

laçõ

es d

o m

isté

rio

ou

so

bre

nat

ura

l in

terp

reta

do

s co

mo

rev

elaç

ão

div

ina

(FA

CH

IN,

2001

).

Tod

os

sab

em

d

a

cert

eza

d

e

qu

e

se

tem

a

re

spe

ito

d

a

mo

rte

.

Co

stu

ma

-se

diz

er

qu

e é

a ú

nic

a c

ert

eza

qu

e o

se

r h

um

an

o t

em

na

vid

a:

um

dia

, m

orr

erá

. P

oré

m,

ria

s o

utr

as

qu

est

õe

s q

ue

o c

on

seg

uim

os

resp

on

de

r, e

mu

ito

s a

cre

dit

am

na

exi

stê

nci

a d

e u

ma

div

ind

ad

e e

em

resp

ost

a v

ind

as

de

la.

O q

ue

é ex

atam

ente

est

a d

ivin

dad

e? O

nd

e es

tá?

Co

mo

se

apre

sen

ta?

São

per

gu

nta

s q

ue

po

dem

se

mo

dif

icar

pel

os

ano

s d

a h

istó

ria

e co

nfo

rme

a

cult

ura

do

s p

ovo

s. D

euse

s sã

o c

ult

uad

os

bas

tan

te t

emp

o;

alg

un

s p

ovo

s

tive

ram

co

mo

est

a fi

gu

ra o

so

l e a

lua,

ou

tro

s ac

red

itav

am n

o D

eus

do

am

or

e m

uit

os

reco

rrem

a u

m D

eus

ún

ico

, un

iver

sal.

Ass

im,

o c

on

hec

imen

to q

ue

é re

vela

do

pel

a d

ivin

dad

e se

ace

ito

pel

a fé

teo

lóg

ica

irá

cria

r o

co

nh

ecim

ento

teo

lóg

ico

. In

dep

end

ente

da

form

a co

mo

os

po

vos

acre

dit

am q

ue

seu

Deu

s se

man

ifes

te, o

co

nh

ecim

ento

teo

lóg

ico

exi

ste

e es

tará

em

bas

ado

na

fé a

pre

sen

tad

a p

or

este

s p

ovo

s.

Aq

uilo

qu

e p

ensa

mo

s e

acre

dit

amo

s co

m f

é n

os

mo

ve,

faz

pen

sar

e

sen

tir.

Vo

cê j

á d

eve

ter

ou

vid

o a

máx

ima:

“a

fé m

ove

mo

nta

nh

as”.

Ela

no

s

diz

qu

e a

fé c

on

tid

a em

s te

m p

od

er e

est

á u

nif

icad

a co

m n

oss

o i

nte

lect

o

e fa

culd

ades

men

tais

.

O c

on

hec

imen

to t

eoló

gic

o s

ão r

esp

ost

as,

resu

ltad

os

qu

e al

can

çam

os

uti

lizan

do

no

sso

rac

iocí

nio

, mas

co

m b

ase

em r

evel

açõ

es d

ivin

as.

Co

nh

ec

ime

nto

cie

ntí

fi c

o

Vo

cê l

emb

ra q

ue

o e

stu

do

do

s ti

po

s d

e co

nh

ecim

ento

in

icio

u p

elo

emp

iris

mo

? A

o p

rim

eiro

olh

ar c

rite

rio

so,

po

de

lhe

par

ecer

um

co

nh

ecim

ento

bas

tan

te s

imp

lóri

o, p

or

não

usa

r q

ual

qu

er m

éto

do

e n

ão s

er s

iste

mát

ico

.

Por

ou

tro

la

do

, vo

per

ceb

e q

ue

o

con

hec

imen

to

emp

íric

o

está

rela

cio

nad

o à

s p

rim

eira

s in

form

açõ

es q

ue

se r

eceb

e e

tem

su

a o

rig

em e

m

tem

po

s re

mo

tos.

Page 29: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

56Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Nes

te s

enti

do

, par

a q

ue

seja

ger

ado

, o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co n

eces

sita

do

em

pír

ico

co

mo

bas

e. É

so

bre

a r

ealid

ade

exis

ten

te, f

ruto

do

co

nh

ecim

ento

emp

íric

o, q

ue

o s

er h

um

ano

irá

estu

dar

, pro

cura

nd

o p

or

com

pro

vaçõ

es, c

om

o

cau

sas

e le

is q

ue

po

ssam

ser

ap

licad

as.

Na

bu

sca

da

verd

ade

e co

mp

rova

ção

do

em

pir

ism

o, o

est

ud

ioso

dev

e se

vale

r d

e m

éto

do

s e

sist

emat

izaç

ões

qu

e p

oss

ibili

tem

dem

on

stra

r o

s re

sult

ado

s

enco

ntr

ado

s. O

pes

qu

isad

or f

ará

clas

sifi

caçõ

es, c

om

par

açõ

es, a

plic

ará

mét

od

os,

fará

an

ális

es e

sín

tese

s p

ara

estr

utu

rar

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co.

A f

orm

a d

e co

nh

ecer

uti

lizad

a p

ara

alca

nce

do

co

nh

ecim

ento

cie

ntí

fico

dif

ere

do

em

pír

ico

exa

tam

ente

pel

o u

so d

e in

stru

men

tos m

eto

do

lóg

ico

s. E

sper

o

qu

e vo

cê t

enh

a p

erce

bid

o a

pal

avra

“m

eto

do

lóg

ico

s”, q

ue

dev

e re

met

ê-lo

ao

no

me

des

ta d

isci

plin

a. P

erce

ba

qu

e o

s es

tud

os

qu

e fa

rá n

os

pró

xim

os

cap

ítu

los

esta

rão

rel

acio

nad

os

à b

usc

a d

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co.

A b

usc

a p

ela

verd

ade

do

s fa

tos

é o

bje

to d

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co e

não

ad

mit

e q

ue

o p

esq

uis

ado

r se

dei

xe in

flu

enci

ar e

m s

eus

resu

ltad

os

po

r su

as

cren

ças

ou

val

ore

s.

Para

en

con

trar

a v

erd

ade,

é n

eces

sári

o q

ue

se t

enh

a u

ma

man

ifes

taçã

o c

lara

, tr

ansp

aren

te,

o d

esve

lam

ento

e d

eso

cult

amen

to d

o s

er,

qu

e se

ch

ama

evid

ênci

a (C

ERV

O, B

ERV

IAN

e S

ILV

A, 2

007)

.

Vo

cê j

á d

eve

ter

ou

vid

o e

usa

do

a p

alav

ra e

vid

ênci

a p

ara

dem

on

stra

r

asp

ecto

s q

ue

dem

on

stre

m c

lare

za d

e q

ue,

po

r ex

emp

lo,

det

erm

inad

a si

tuaç

ão

oco

rreu

. Pen

se e

m s

ua

mes

a d

e tr

abal

ho

. To

do

s tê

m f

orm

as e

spec

ífic

as d

e cu

idar

das

su

as c

ois

as.

Vo

cê d

eve

dei

xar

seu

s d

ocu

men

tos

e in

stru

men

tos

de

trab

alh

o

org

aniz

ado

s d

e se

u je

ito

. Se,

ao

ch

egar

ao

seu

tra

bal

ho

, per

ceb

er a

lgo

dif

eren

te

em s

ua

mes

a, d

irá

qu

e te

m e

vid

ênci

as d

e q

ue

alg

uém

pas

sou

po

r al

i, m

esm

o q

ue

seja

par

a re

aliz

ar a

lim

pez

a. N

o c

aso

do

co

nh

ecim

ento

cie

ntí

fico

, a e

vid

ênci

a p

od

e

ser

ob

tid

a p

or

mei

o d

e in

stru

men

tos

met

od

oló

gic

os

e si

stem

atiz

ação

de

estu

do

.

Qu

and

o o

pes

qu

isad

or,

emb

asad

o n

a ev

idên

cia,

ch

ega

a u

ma

verd

ade

con

sid

erad

a p

or

ele

de

gra

nd

e va

lia,

em q

ue

não

se

tem

vid

as d

e su

a

vera

cid

ade,

diz

-se

qu

e se

tem

cer

teza

. C

ervo

, B

ervi

an e

Silv

a (2

007,

p.

14)

a

def

inem

co

mo

“u

m e

stad

o d

e es

pír

ito

qu

e co

nsi

ste

na

ades

ão f

irm

e a

verd

ade,

sem

tem

or

de

eng

ano

”. S

e, n

o e

xem

plo

an

teri

or,

além

de

você

ver

seu

s

per

ten

ces e

m lu

gar

es d

ifer

ente

s, p

erce

ber

qu

e u

ma

man

cha

de

café

foi r

etir

ada

de

sua

mes

a, t

erá

cert

eza

de

qu

e al

gu

ém p

asso

u p

or

sua

mes

a. L

emb

re q

ue

no

con

hec

imen

to c

ien

tífi

co, t

ud

o p

reci

sa s

er c

om

pro

vad

o d

e al

gu

ma

form

a.

Capí

tulo

2

57Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Vo

cê p

od

e p

ensa

r, en

tão

, q

ue

se c

heg

ou

à c

erte

za n

ão h

á m

ais

o q

ue

dis

cuti

r so

bre

o o

bje

to d

e es

tud

o. E

ng

ana-

se, a

tual

men

te n

ão e

xist

em v

erd

ades

abso

luta

s e

eter

nas

. A q

ual

qu

er m

om

ento

, um

a ve

rdad

e p

od

e se

r co

nte

stad

a

e p

esq

uis

ado

res

po

dem

ref

uta

r, m

ud

ar o

u c

on

firm

ar v

erd

ades

.

2.2

.2 A

ciê

nc

ia e

a fi

lo

so

fi a

Du

ran

te

a h

istó

ria,

em

u

m

lon

go

pro

cess

o,

po

r m

eio

d

e o

bse

rvaç

ões

d

o

mei

o

em

qu

e vi

ve,

o

ho

mem

re

un

iu

e

pro

cess

ou

rias

in

form

açõ

es,

cria

nd

o

con

hec

imen

to.

Vo

cê c

on

hec

eu a

s d

iver

sas

form

as

de

con

hec

imen

to

exis

ten

tes:

emp

íric

a, f

ilosó

fica

, te

oló

gic

a e

cien

tífi

ca.

Nen

hu

ma

des

tas

po

de

ser

des

cart

ada

e o

con

hec

imen

to e

mp

íric

o, p

or e

xem

plo

, é, p

or

veze

s, b

ase

par

a q

ue

haj

a in

vest

igaç

ão p

or

mei

o d

e m

éto

do

, cr

ian

do

o c

on

hec

imen

to

cien

tífi

co, q

ue

per

mit

e fa

zer

ciên

cia.

Ao

rel

emb

rar

as q

ues

tões

filo

sófi

cas

estu

dad

as

no

ca

pít

ulo

1,

p

erce

bem

os

qu

e,

inic

ialm

ente

, fi

loso

fia

e ci

ênci

a

and

avam

en

trel

açad

as.

Mu

ito

s fi

lóso

fos

fora

m r

esp

on

sáve

is p

or

des

envo

lver

tem

as

cien

tífi

cos,

co

mo

po

r ex

emp

lo,

Tale

s d

e M

ileto

e P

itág

ora

s, q

ue

real

izar

am

des

cob

erta

s m

atem

átic

as.

Poré

m,

as

des

cob

erta

s d

e G

alile

u,

com

pro

van

do

mat

emat

icam

ente

um

a o

bse

rvaç

ão d

e m

un

do

po

r mei

o d

a le

i da

qu

eda

do

s co

rpo

s

(ch

amad

a ci

ênci

a p

osi

tiva

), f

izer

am c

om

qu

e ci

ênci

a e

filo

sofi

a se

sep

aras

sem

.

De

aco

rdo

co

m F

ach

in (

2001

), a

o l

on

go

do

tem

po

, o

utr

os

epis

ód

ios

dem

on

stra

ram

o a

par

ecim

ento

e f

ort

alec

imen

to d

a ci

ênci

a, c

om

o:

•a

geom

etri

a ap

rese

ntad

a po

r Euc

lides

, bas

eado

em

conh

ecim

ento

s egí

pcio

s;

•o

s es

tud

os

sob

re c

iên

cias

nat

ura

is e

bio

log

ia p

arti

nd

o d

a d

esco

ber

ta

de

mo

vim

ento

cel

ula

r ap

rese

nta

do

s p

or

Ari

stó

tele

s e

tam

bém

de

des

criç

ões

de

anim

ais

e cl

assi

fica

ções

po

r m

eio

de

dad

os

enco

ntr

ado

s

inst

itu

ind

o, e

m li

vro

, um

a m

eto

do

log

ia;

Figu

ra 1

- Pe

rson

ifi ca

ção

da “C

iênc

ia” e

m fr

ente

à Bi

blio

teca

Púb

lica d

e Bos

ton

Font

e: Sc

ience

- Be

la Pr

att.

Page 30: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

58Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

•Fr

anci

s B

aco

n s

ug

eriu

, bas

ead

o n

as id

eias

de

Ari

stó

tele

s, q

ue

o m

éto

do

cien

tífi

co d

ever

ia in

icia

r co

m o

bse

rvaç

ão e

exp

erim

enta

ção

;

•a

pu

blic

ação

do

livr

o d

e R

ené

Des

cart

es, O

dis

curs

o d

o m

éto

do

, qu

e su

ger

iu

a ap

rese

nta

ção

da

verd

ade

pel

a u

tiliz

ação

de

pro

ced

imen

tos

raci

on

ais;

•N

ewto

n

inst

itu

i o

co

nh

ecim

ento

ci

entí

fico

p

or

mei

o

da

exp

erim

enta

ção

na

mat

emát

ica

e d

a ap

rese

nta

ção

da

sim

bo

log

ia

emp

reg

ada

nes

te c

amp

o;

•es

tud

ioso

s co

mo

Stu

art

Mill

e C

lau

de

Ber

nar

d i

ntr

od

uzi

ram

asp

ecto

s

refe

ren

tes

à fo

rma

com

o a

co

mp

rova

ção

cie

ntí

fica

dev

e se

r re

aliz

ada.

Inic

ialm

ente

, a

filo

sofi

a er

a co

nsi

der

ada

a “d

on

a d

o s

aber

”, m

as c

om

o p

osi

tivi

smo

e a

co

nsi

der

ação

exa

cerb

ada

da

razã

o,

até

mes

mo

a f

iloso

fia

pas

sou

a s

er c

on

sid

erad

a ár

ea in

feri

or

à ci

ênci

a, e

seu

s se

gu

ido

res

imag

inar

am

qu

e só

hav

eria

ciê

nci

as, s

ug

erin

do

a e

xtin

ção

da

filo

sofi

a.

Pelo

s es

tud

os

filo

sófi

cos

do

cap

ítu

lo 1

, fo

i p

oss

ível

ob

serv

ar q

ue

os

con

ceit

os

pu

ram

ente

rac

ion

ais

fora

m e

xtin

tos

no

séc

ulo

XX

e a

filo

sofi

a vo

lto

u

à at

iva

com

o r

esp

on

sáve

l pel

os

pre

ssu

po

sto

s d

a ci

ênci

a.

As

dem

on

stra

ções

ap

rese

nta

das

p

ela

ciên

cia

de

qu

e se

us

pri

ncí

pio

s

não

era

m t

ota

lmen

te c

orr

eto

s e

rig

oro

sos

e q

ue

seu

s re

sult

ado

s p

od

eria

m

esta

r to

talm

ente

in

corr

eto

s o

u s

em f

un

dam

enta

ção

ab

rira

m e

spaç

o p

ara

a

filo

sofi

a. A

in

cum

bên

cia

de

com

pre

end

er,

inte

rpre

tar

e d

iscu

tir

os

con

ceit

os,

os

mét

od

os,

os

resu

ltad

os

alca

nça

do

s p

elas

ciê

nci

as,

além

de

esta

bel

ecer

a

inte

rdis

cip

linar

idad

e en

tre

as v

ária

s ár

eas

de

con

hec

imen

to,

fico

u a

car

go

da

filo

sofi

a (A

RA

NH

A e

MA

RTI

NS,

200

1; C

HA

UÍ,

2003

).

EXP

LOR

AN

DO

EXP

LOR

AN

DO

Ace

sse

o s

ite

htt

p://

ww

w.a

bc.

org

.br/

e c

on

heç

a a

Aca

dem

ia B

rasi

leir

a d

e C

iên

cias

. Est

a in

stit

uiç

ão,

fun

dad

a em

19

16,

reú

ne

div

erso

s ci

enti

stas

d

e g

ran

de

evid

ênci

a em

d

ifer

ente

s ci

ênci

as,

com

o M

atem

átic

as,

Físi

cas,

Qu

ímic

as,

da

Terr

a,

Bio

lóg

icas

, B

iom

édic

as,

da

Saú

de,

Ag

rári

as,

da

Eng

enh

aria

e C

iên

cias

So

ciai

s.

Capí

tulo

2

59Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Ch

auí

(200

3) a

firm

a q

ue

três

co

nce

pçõ

es d

e ci

ênci

a d

itad

as p

ela

his

tóri

a: a

rac

ion

alis

ta, a

em

pir

ista

e a

co

nst

ruti

vist

a. E

a a

uto

ra (

2003

) ex

plic

a:

•D

esd

e o

per

íod

o g

reg

o a

té o

séc

ulo

XV

II, t

em-s

e a

con

cep

ção

ch

amad

a

raci

on

alis

ta,

em q

ue

a ci

ênci

a p

od

ia c

om

pro

var

verd

ades

un

iver

sais

sem

qu

e h

ou

vess

e d

úvi

das

, sen

do

um

co

nh

ecim

ento

rac

ion

al d

edu

tivo

e d

emo

nst

rati

vo.

•N

a co

nce

pçã

o e

mp

iris

ta,

cujo

per

íod

o é

de

Ari

stó

tele

s, a

o f

inal

do

sécu

lo X

IX,

o c

on

ceit

o d

e ci

ênci

a é

vist

o c

om

o i

nte

rpre

taçã

o d

e fa

tos

com

bas

e em

fat

os

e ex

per

imen

taçõ

es.

•N

a co

nce

pçã

o c

on

stru

tivi

sta,

a c

iên

cia

é vi

slu

mb

rad

a co

mo

cri

ado

ra d

e

mo

del

os q

ue

exp

licam

a re

alid

ade,

op

on

do

-se

à id

eia

de

rep

rese

nta

ção

da

pró

pri

a re

alid

ade.

O h

om

em p

erce

beu

a p

oss

ibili

dad

e d

e p

ensa

r e

con

hec

er v

islu

mb

ran

do

qu

e se

us

des

ejo

s p

od

em s

er d

escr

ito

s e

qu

e er

a p

oss

ível

a s

ua

inte

ligên

cia

dem

on

stra

r e

com

pro

var

con

hec

imen

tos

emp

íric

os

po

r m

eio

de

ob

serv

ação

,

exp

erim

enta

ção

e o

rgan

izaç

ão,

ob

ten

do

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co e

, as

sim

,

faze

nd

o c

iên

cia.

Gil

(200

8) a

firm

a q

ue,

ep

iste

mo

log

icam

ente

, a c

om

pre

ensã

o d

o c

on

ceit

o

de

ciên

cia

é co

nh

ecim

ento

. N

o e

nta

nto

, co

mo

se c

om

pro

vou

a e

xist

ênci

a

de

dif

eren

tes

tip

os

de

con

hec

imen

to,

esta

def

iniç

ão n

ão é

ace

ita,

sen

do

mai

s

adeq

uad

o r

elac

ion

á-la

esp

ecif

icam

ente

ao

co

nh

ecim

ento

cie

ntí

fico

.

Para

Fac

hin

(20

01),

ciê

nci

a p

od

e se

r co

nce

itu

ada

com

o:

a se

qu

ênci

a

per

man

ente

de

acré

scim

os

de

com

pre

ensã

o e

do

mín

io d

e m

un

do

, de

man

eira

raci

on

al, r

ealiz

ada

pel

o s

er h

um

ano

.

Ou

tra

def

iniç

ão d

iz q

ue

ciên

cia

po

de

ser

“um

co

nju

nto

de

con

hec

imen

tos

raci

on

ais,

ce

rto

s o

u

pro

váve

is,

ob

tid

os

met

od

icam

ente

, si

stem

atiz

ado

s e

veri

ficá

veis

, qu

e fa

zem

ref

erên

cia

a o

bje

tos

de

um

a m

esm

a n

atu

reza

” (A

ND

ER-

EGG

, 197

8 ap

ud

FA

CH

IN, 2

001,

p. 3

).

Cer

vo, B

ervi

an e

Silv

a (2

007,

p. 7

) exp

licam

qu

e “c

iên

cia

é en

ten

did

a co

mo

um

a b

usc

a co

nst

ante

de

exp

licaç

ões

e s

olu

ções

, d

e re

visã

o e

rea

valia

ção

de

seu

s re

sult

ado

s e

tem

a co

nsc

iên

cia

clar

a d

e su

a fa

libili

dad

e e

de

seu

s lim

ites

.”

Page 31: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

60Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Para

Lak

ato

s e

Mar

con

i (20

10),

ciên

cia

se r

efer

e ao

ap

ren

diz

ado

ou

reg

istr

o

de

fato

s e su

a d

emo

nst

raçã

o p

or m

eio

de

cau

sas q

ue

o c

on

stit

uem

ou

det

erm

inam

.

Vo

cê p

erce

be

qu

e a

ciên

cia

aco

nte

ce p

or m

eio

do

em

pre

go

de

mei

os f

orm

ais

e si

stem

átic

os

de

ob

serv

ação

e e

xper

imen

taçã

o, q

ue

per

mit

em a

co

mp

rova

ção

de

det

erm

inad

o o

bje

to d

e es

tud

o, g

eran

do

co

nh

ecim

ento

cie

ntí

fico

.

Vo

cê c

on

seg

ue,

nes

te m

om

ento

, co

mp

reen

der

as

ra

zões

p

elas

q

uai

s es

estu

dan

do

es

ta

dis

cip

lina?

Qu

al a

rel

ação

en

tre

con

hec

imen

to,

ciên

cia

e m

eto

do

log

ia?

REF

LEX

ÃO

A c

iên

cia

po

ssu

i, p

or

sua

nat

ure

za,

um

ob

jeti

vo d

e es

tud

o,

em q

ue

a

pre

ocu

paç

ão d

e d

ifer

enci

ar c

arac

terí

stic

as c

om

un

s d

e le

is q

ue

reg

em d

eter

min

ado

s

even

to; u

ma

fun

ção

, rel

acio

nad

a à

resp

on

sab

ilid

ade

de

per

mit

ir o

ap

erfe

iço

amen

to

hu

man

o,

con

sid

eran

do

o a

um

ento

do

seu

co

nh

ecim

ento

e a

rel

ação

ho

mem

e

mu

nd

o;

e ai

nd

a p

oss

ui

ob

jeto

s d

ivid

ido

s em

: m

ater

ial

– em

qu

e co

ng

reg

a tu

do

o q

ue

se d

esej

a es

tud

ar, a

nal

isar

, in

terp

reta

r o

u v

erif

icar

; e é

fo

rmal

, já

qu

e vá

rias

ciên

cias

po

ssu

em o

bje

to m

ater

ial i

dên

tico

(LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

).

Atu

alm

ente

, o

s p

esq

uis

ado

res

pre

zam

p

elo

em

pre

go

d

o

rig

or

cien

tífi

co,

po

is s

e ac

red

ita

qu

e, d

esta

fo

rma,

é p

oss

ível

alc

ança

r u

ma

verd

ade

mai

s ab

solu

ta.

O

esp

írit

o

cien

tífi

co

é re

spo

nsá

vel

pel

o

alca

nce

d

o

rig

or

nec

essá

rio

à c

iên

cia.

Diz

- q

ue

um

a p

esso

a te

m u

m e

spír

ito

cie

ntí

fico

qu

and

o b

usc

a so

luçõ

es

reai

s e

verd

adei

ras

par

a d

ific

uld

ades

ou

sit

uaç

ões

pro

ble

mas

qu

e en

con

tra

em

sua

real

idad

e, b

asea

da

em m

éto

do

s ad

equ

ado

s. P

ara

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(200

7),

esta

ati

tud

e p

od

e n

asce

r co

m o

ser

hu

man

o o

u v

ir d

a ex

per

iên

cia

po

r

mei

o d

e ap

ren

diz

ado

.

Nes

te

con

text

o,

o

ho

mem

d

ota

do

d

este

es

pír

ito

ap

rese

nta

em

se

u

pen

sam

ento

a c

ríti

ca,

a o

bje

tivi

dad

e e

a ra

cio

nal

idad

e (C

ERV

O,

BER

VIA

N e

SILV

A, 2

007)

.

Capí

tulo

2

61Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

O p

ensa

r cr

ític

o s

eria

não

per

mit

ir q

ue

a fa

cilid

ade

de

um

a re

spo

sta,

de

um

res

ult

ado

, se

m q

ue

se e

xija

a d

emo

nst

raçã

o e

co

mp

rova

ção

do

qu

e fo

i

ob

tid

o c

om

o s

olu

ção

a u

m p

rob

lem

a en

con

trad

o.

O f

ato

de

não

ace

itar

”ac

his

mo

s” d

emo

nst

ra a

ob

jeti

vid

ade

nec

essá

ria.

Se v

ocê

tem

esp

írit

o c

ien

tífi

co, n

ão p

od

e se

dei

xar

leva

r p

or

aqu

ilo q

ue

acre

dit

a

ou

par

ece

ser.

Vo

cê p

reci

sa f

oca

r a

sua

situ

ação

pro

ble

ma

e fo

rma

de

enco

ntr

ar

solu

ções

qu

e a

aten

dam

.

A c

iên

cia

não

per

mit

e se

nti

men

tos

ou

cre

nça

s p

ara

as r

esp

ost

as o

u

solu

ções

en

con

trad

as.

Vo

cê p

reci

sa r

acio

nal

men

te e

xplic

ar o

qu

e en

con

tro

u

par

a so

luci

on

ar a

o f

ato

pes

qu

isad

o.

A c

iên

cia

apre

sen

ta h

oje

mu

itas

pes

soas

co

m e

ste

per

fil,

qu

e b

usc

am

resp

ost

as p

ara

qu

estõ

es d

a so

cied

ade

a se

rem

res

po

nd

idas

cri

tica

men

te,

com

ob

jeti

vid

ade

e ra

cio

nal

idad

e. N

o e

nta

nto

, vi

mo

s n

o c

apít

ulo

1 q

ue

não

verd

ades

ete

rnas

e q

ue,

a q

ual

qu

er m

om

ento

, u

m c

on

hec

imen

to p

od

e se

r

tran

sfo

rmad

o o

u a

té q

ues

tio

nad

o.

Vis

lum

bra

nd

o a

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

, vo

cê p

od

e p

ensa

r q

ue

um

con

trap

on

to,

mas

per

ceb

a q

ue

são

os

qu

esti

on

amen

tos

dit

ado

s p

ela

filo

sofi

a

qu

e fa

zem

su

rgir

no

vos

qu

esti

on

amen

tos

do

ser

hu

man

o p

ara

a co

nst

ruçã

o d

e

no

vos

con

hec

imen

tos

cien

tífi

cos.

LEM

BR

ETE

LEM

BR

ETE

Lem

bre

-se

qu

e a

filo

sofi

a co

nte

mp

orâ

nea

tr

ou

xe à

to

na

o q

ues

tio

nam

ento

do

mu

nd

o q

ue

vive

mo

s, d

e n

oss

as a

titu

des

e d

as c

on

seq

uên

cias

d

aqu

ilo q

ue

cria

mo

s.

Cla

ss

ifi c

ão

da

s c

iên

cia

s

Co

mo

vim

os,

du

ran

te a

his

tóri

a, m

uit

os

filó

sofo

s, p

or

mei

o d

e se

us

qu

esti

on

amen

tos

em

rela

ção

ao

m

un

do

, à

real

idad

e h

um

ana,

ac

abam

po

r se

rem

tam

bém

res

po

nsá

veis

pel

o s

urg

imen

to d

e vá

rias

ciê

nci

as.

Pela

div

ersi

fica

ção

de

tip

os

de

área

s en

con

trad

as,

os

cien

tist

as t

êm p

rocu

rad

o

real

izar

um

a cl

assi

fica

ção

das

ciê

nci

as.

Page 32: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

62Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

De

aco

rdo

co

m A

rist

óte

les,

filó

sofo

qu

e vo

cê j

á co

nh

eceu

, su

ger

iu u

ma

div

isão

bas

ead

a n

a fi

nal

idad

e q

ue

cad

a ci

ênci

a p

oss

uía

. O a

uto

r fo

i cri

tica

do

po

r

não

faz

er u

m r

elac

ion

amen

to e

ntr

e as

ciê

nci

as e

exc

luir

alg

um

as c

on

sid

erad

as

rele

van

tes,

co

mo

a h

istó

ria,

po

rém

par

a es

te, a

s ci

ênci

as p

od

eria

m s

er d

ivid

idas

em (

FAC

HIN

, 200

1):

•Te

óri

cas:

o o

bje

to s

eria

o c

on

hec

imen

to p

uro

, co

mo

a m

atem

átic

a e

a fí

sica

.

•Pr

átic

as: o

co

mp

ort

amen

to d

o s

er h

um

ano

ser

ia o

fo

co, c

aso

da

étic

a,

eco

no

mia

e p

olít

ica.

•Po

étic

as:

pre

ocu

pam

-se

com

as

ob

ras

qu

e o

s h

om

ens

são

cap

azes

de

pro

du

zir,

com

o a

s ar

tes.

Da

épo

ca r

enas

cen

tist

a, o

filó

sofo

in

glê

s B

aco

n c

lass

ific

a as

ciê

nci

as a

par

tir

das

fac

uld

ades

hu

man

as e

xig

idas

à é

po

ca.

Esta

é a

pri

nci

pal

crí

tica

à

div

isão

ap

rese

nta

da

a se

gu

ir. F

azem

par

te d

ela

(FA

CH

IN, 2

001)

:

•M

emo

rati

va o

u H

istó

ria

(da

mem

óri

a): a

gru

pa

his

tóri

a n

atu

ral,

civi

l e

sag

rad

a.

•Im

agin

ação

ou

Po

esia

: ab

ran

ge

a p

oes

ia é

pic

a, d

ram

átic

a e

aleg

óri

ca.

•Ra

zão

ou F

iloso

fia:

em

que

a p

reoc

upaç

ão e

ra co

m D

eus,

Hom

em e

Nat

urez

a.

Au

gu

sto

Co

mte

foi c

on

sid

erad

o o

pai

do

po

siti

vism

o e

sua

div

isão

das

ciê

nci

as

foi p

auta

da

em s

uas

co

nvi

cçõ

es e

fo

i bas

e p

ara

a cl

assi

fica

ção

mo

der

na

da

ciên

cia.

Cab

e d

esta

car

qu

e p

rob

lem

as c

om

gen

eral

izaç

ões

e s

ub

ord

inaç

ões

das

áre

as

pre

jud

icar

am s

ua

div

isão

. Su

a p

rop

osi

ção

é a

pre

sen

tad

a a

seg

uir

(FA

CH

IN, 2

001)

:

•M

atem

átic

a: e

sta

área

fo

i ass

im d

efin

ida

pel

o f

oco

ser

a p

reo

cup

ação

com

a q

uan

tid

ade.

•A

stro

no

mia

: a

idei

a se

ria

agru

par

as

ciên

cias

qu

e es

tud

am a

s fo

rças

,

mo

vim

ento

das

mas

sas

e su

a at

raçã

o.

•Fí

sica

: o

o

bje

to

seri

a a

pre

ocu

paç

ão

com

q

ual

idad

e,

crit

ério

s d

e

qu

anti

dad

e e

forç

a.

Capí

tulo

2

63Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

•Q

uím

ica:

o e

stu

do

da

mat

éria

, su

a q

ual

idad

e, f

orç

a e

qu

anti

dad

e

envo

lvem

est

a ár

ea.

•Fi

sio

log

ia:

pre

po

nd

era

a p

reo

cup

ação

co

m

o

estu

do

d

a m

atér

ia

org

aniz

ada

e n

ão o

rgân

ica.

Pelo

se

u

con

hec

imen

to

até

o

mo

men

to,

alg

um

a d

as o

pçõ

es d

e cl

assi

fica

ção

ap

rese

nta

da

abra

ng

e to

das

as

área

s d

e co

nh

ecim

ento

qu

e vo

cê c

on

hec

e o

u o

uvi

u f

alar

?

REF

LEX

ÃO

Pod

e-se

per

ceb

er a

evo

luçã

o d

as d

ivis

ões

co

m o

pas

sar

do

tem

po

e d

os

pen

sam

ento

s d

os

filó

sofo

s em

cad

a ép

oca

e,

ao m

esm

o t

emp

o,

a fa

lta

de

con

sen

so e

ntr

e o

s au

tore

s. A

tual

men

te,

Laka

tos

e M

arco

ni

(201

0) a

do

tam

a

seg

uin

te c

lass

ific

ação

:

Nas

ciê

nci

as fo

rmai

s, h

á p

reo

cup

ação

com

o

es

tud

o

das

id

eias

, n

ão

sen

do

po

ssív

el o

co

nta

to c

om

a r

ealid

ade

par

a

valid

ar

seu

s co

nh

ecim

ento

s,

com

o

é o

caso

da

lóg

ica

e d

a m

atem

átic

a. E

mb

ora

haj

a ab

stra

ção

de

ob

jeto

s d

a re

alid

ade,

as id

eias

des

tas

ciên

cias

são

inte

rpre

tad

as

pel

a n

oss

a m

ente

, es

tan

do

em

fo

rma

con

ceit

ual

e n

ão f

isio

lóg

ica.

Vam

os

pen

sar

na

seg

uin

te s

itu

ação

: su

a m

ãe l

he

ped

e p

ara

com

pra

r

do

is a

bac

axis

, tr

ês m

açãs

, u

ma

mel

anci

a, c

inco

pês

seg

os

e u

ma

pen

ca d

e

ban

ana.

Pe

rceb

a q

ue,

ao

ch

egar

à

feir

a,

você

co

nse

gu

e id

enti

fica

r n

as

pra

tele

iras

e s

epar

ar e

m s

aco

las

o n

úm

ero

de

cad

a fr

uta

uti

lizan

do

su

a ló

gic

a

de

raci

ocí

nio

. Po

rém

, n

ão l

he

é p

oss

ível

id

enti

fica

r, n

a es

sên

cia,

o n

úm

ero

5. O

qu

e ve

mo

s sã

o r

epre

sen

taçõ

es d

esen

volv

idas

pel

os

estu

dio

sos

e q

ue

apre

nd

emo

s n

o d

eco

rrer

de

no

ssa

vid

a.

Fo

rmai

s

F

actu

ais

gic

a

N

atu

rais

Mat

emát

ica

So

ciai

s

Figu

ra 2

- Di

visã

o da

s ciê

ncia

sFo

nte:

adap

tado d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

).

Page 33: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

64Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

As

ciên

cias

fac

tuai

s re

fere

m-s

e ao

s fa

tos

e re

alid

ade

do

mu

nd

o e

m q

ue

vive

mo

s. N

este

cas

o,

os

pes

qu

isad

ore

s n

eces

sita

m s

e u

tiliz

ar d

e o

bse

rvaç

ão e

exp

erim

enta

ções

par

a q

ue

po

ssam

ter

um

a co

mp

rova

ção

, o

u n

ão,

de

cau

sas

ou

so

luçõ

es p

rop

ost

as.

O q

ue

aco

nte

ce s

e s

ua

avó

en

che

um

co

po

de

ág

ua

até

o l

imit

e e

de

po

is c

olo

ca a

de

nta

du

ra a

nte

s d

e d

orm

ir?

Se v

ocê

re

spo

nd

eu

qu

e a

ág

ua

irá

esp

alh

ar

est

á c

orr

eto

. Is

so a

con

tece

po

r u

ma

le

i n

a q

uím

ica

em

qu

e s

e a

firm

a a

im

po

ssib

ilid

ad

e d

e d

ois

co

rpo

s o

cup

are

m o

me

smo

lu

ga

r

no

esp

aço

ao

me

smo

te

mp

o.

De

sta

fo

rma

, é

po

ssív

el

veri

fica

r co

mo

as

ciê

nci

as

fact

ua

is p

od

em

se

r vi

sua

liza

da

s, a

o c

on

trá

rio

da

s fo

rma

is.

Nas

ciê

nci

as f

actu

ais,

as

nat

ura

is c

on

gre

gam

ciê

nci

as c

om

o a

fís

ica,

a

qu

ímic

a e

a b

iolo

gia

; e

as c

iên

cias

so

ciai

s ab

ran

gem

áre

as c

om

o o

dir

eito

, a

eco

no

mia

, a p

olít

ica,

a s

oci

olo

gia

, a p

sico

log

ia.

Co

m r

elaç

ão à

div

isão

ap

rese

nta

da

na

fig

ura

3,

os

auto

res

afir

mam

qu

e

fora

m c

on

sid

erad

os

alg

un

s as

pec

tos

par

a se

r d

esta

fo

rma:

• Fo

rmai

s: p

reo

cup

a-se

co

m e

nu

nci

ado

s.•

Fact

uai

s: t

rata

m d

e o

bje

tos

emp

íric

os,

co

isas

e p

roce

sso

s.

• Fo

rmai

s: r

elaç

ões

en

tre

sím

bo

los.

• Fa

ctu

ais:

fen

ôm

eno

s e

pro

cess

os.

• Fo

rmai

s: ló

gic

a p

ara

com

pro

var

rig

oro

sam

ente

teo

rem

as.

• Fa

ctu

ais:

uti

lizam

exp

erim

enta

ção

e/o

u o

bse

rvaç

ão. P

rocu

ra a

lter

ar

fen

ôm

eno

s p

ara

sab

er a

té q

ue

po

nto

as

hip

óte

ses

são

co

mp

rova

das

.

• Fo

rmai

s: s

ão s

ufi

cien

tes

em r

elaç

ão a

mét

od

os

de

pro

va e

co

nte

úd

os.

• Fa

ctu

ais:

co

m r

elaç

ão a

o c

on

teú

do

dep

end

e d

o f

ato

e e

m r

elaç

ão a

o

mét

od

o p

reci

sa d

a ex

per

imen

taçã

o.

• Fo

rmai

s: s

er c

oer

ente

ao

en

un

ciad

o q

ue

foi e

sco

lhid

o p

ara

com

pro

vaçã

o, c

om

o p

or

exem

plo

um

teo

rem

a.•

Fact

uai

s: o

s en

un

ciad

os

dev

em s

er r

acio

nai

s e

veri

ficá

veis

po

r m

eio

da

exp

erim

enta

ção

.

• Fo

rmai

s: r

ealiz

am d

emo

nst

raçõ

es o

u p

rova

s.•

Fact

uai

s: r

efu

tam

ou

co

mp

rova

m h

ipó

tese

s d

efin

idas

pre

viam

ente

.

Ob

jeto

Dif

ere

a e

ntr

e

en

un

cia

do

s

tod

o d

e

com

pro

va

çã

o

en

un

cia

do

Gra

u d

e s

ufi

ciê

nci

a

(co

nte

úd

o e

tod

o d

e p

rov

a)

Co

erê

nc

ia p

ara

alc

an

ce d

a v

erd

ad

e

Re

sult

ad

o

alc

an

ça

do

Figu

ra 3

- As

pect

os co

nsid

erad

os n

a div

isão

da ci

ência

em fo

rmai

s e fa

ctua

isFo

nte:

adap

tado d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

).

Capí

tulo

2

65Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Cab

e, e

m s

e tr

atan

do

de

ciên

cia,

def

inir

fat

o,

lei

e te

ori

a, p

or

sere

m

term

os

ind

isp

ensá

veis

den

tro

do

co

nte

xto

cie

ntí

fico

.

Qu

and

o s

e fa

la e

m f

ato

, co

rriq

uei

ram

ente

se

imag

ina

alg

o q

ue

aco

nte

ceu

e, p

or

isso

, não

po

de

ser

des

men

tid

o. C

om

o p

or

exem

plo

, um

aci

den

te d

e tr

ânsi

to

qu

e vo

cê p

rese

nci

ou

. Em

se

trat

and

o d

e ci

ênci

a, f

ato

ou

fen

ôm

eno

é a

lgo

qu

e

será

co

nsi

der

ado

par

a ve

rifi

caçã

o e

qu

e, p

or

mei

o d

e o

bse

rvaç

ão, f

oi d

esco

ber

to.

Ao

cri

ar e

ste

un

iver

so d

e o

bse

rvaç

ão e

an

ális

e, d

efin

ind

o a

pro

pri

edad

e

do

fa

to,

é p

oss

ível

q

ue

o

pes

qu

isad

or

visl

um

bre

ac

on

teci

men

tos

qu

e se

rep

etem

, e q

ue

seri

a in

tere

ssan

te, n

o u

niv

erso

da

ciên

cia,

ser

em a

gru

pad

os

ou

con

sid

erad

os

de

um

a m

esm

a cl

asse

; n

este

cas

o,

tem

os

um

a le

i ci

entí

fica

. Es

ta

apre

sen

ta c

om

o f

un

ções

: res

um

ir u

m v

olu

me

con

sid

eráv

el d

e fa

tos

e fa

vore

cer

a p

reve

nçã

o d

e n

ovo

s fa

tos

qu

e, s

e ac

aso

não

se

adeq

uar

em à

lei

exi

sten

te,

po

dem

per

mit

ir a

fo

rmu

laçã

o d

e u

ma

no

va.

A t

eori

a, a

o s

er e

lab

ora

da,

est

á u

m p

atam

ar a

cim

a d

a le

i. N

o l

ing

uaj

ar

po

pu

lar,

qu

and

o s

e tr

ata

de

sab

edo

ria,

diz

-se

qu

e a

teo

ria

é o

po

siçã

o à

prá

tica

, o

u s

eja,

a t

eori

a se

riam

os

con

teú

do

s, e

a p

ráti

ca,

a ap

licaç

ão d

este

s.

No

en

tan

to, n

o c

on

text

o c

ien

tífi

co, t

em-s

e o

utr

a co

nce

pçã

o.

A t

eori

a te

m c

om

o c

arac

terí

stic

a ex

pre

ssar

a u

nif

orm

idad

e e

exp

licaç

ões

das

lei

s em

um

pat

amar

mai

s g

enér

ico

e m

ais

amp

lo (

LAK

ATO

S e

MA

RC

ON

I,

2010

). A

s teo

rias

cie

ntí

fica

s têm

co

mo

ob

jeto

reu

nir

vár

ias l

eis q

ue

se re

laci

on

am,

cria

nd

o u

ma

lei u

niv

ersa

l (C

ERV

O, B

ERV

IAN

e S

ILV

A, 2

007)

.

Um

exe

mp

lo d

e le

i é

a cr

iad

a p

or

Gal

ileu

, a

“Lei

da

qu

eda

livre

do

s

corp

os”

ou

Lei

de

Kep

ler.

Em r

elaç

ão à

teo

ria,

tem

-se

a Te

ori

a d

e N

ewto

n, q

ue

abra

ng

e as

Lei

s d

e K

eple

r e

tam

bém

a L

ei d

e G

alile

u.

Pesq

uis

e e

def

ina

o q

ue

é a

lei

de

Kep

ler.

E p

rocu

re r

efle

tir:

de

qu

e fo

rma

a Le

i de

Kep

ler

e a

Lei

de

Gal

ileu

po

dem

est

ar i

nse

rid

as e

m u

ma

mes

ma

teo

ria

cien

tífi

ca?

DES

AFI

O

Page 34: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

66Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

�es

ta f

orm

a si

mp

lific

ada,

vo

cê p

od

e id

enti

fica

r a

rep

rese

nta

ção

da

rela

ção

fat

o, l

ei e

teo

ria

a p

arti

r d

a ap

rese

nta

ção

da

fig

ura

�.

�o

n��

nto

e fa

to�

�ela

cio

na�

o�

�o

n��

nto

e fa

to�

�ela

cio

na�

o�

�la

��if

ica�

�o

�e

fato

�la

��if

ica�

�o

�e

fato

�ei �

�eo

�ia

�ei �

}Fi

gura

4 -

Rela

ção

entre

fato

, lei

e te

oria

Font

e: ad

aptad

o de L

akato

s e M

arcon

i (20

10).

Vo

cê s

abe

diz

er q

ual

a f

orm

a u

tiliz

ada

pel

o p

esq

uis

ado

r p

ara

ger

ar le

is e

teo

rias

? �

e q

ue

form

a, a

p�

s d

efin

ir u

ma

tem

átic

a p

ara

estu

dar

, o p

esq

uis

ado

r

vai

à b

usc

a d

e su

a ve

rdad

e? O

pr�

xim

o t

�p

ico

tem

co

mo

in

tuit

o a

pre

sen

tar

esta

s re

spo

stas

e o

utr

os

con

teú

do

s re

fere

nte

s à

ger

ação

de

con

�ec

imen

to e

à

nec

essi

dad

e �

um

ana

de

qu

esti

on

amen

to.

2.2

.3 N

õe

s g

era

is s

ob

re p

es

qu

isa

Em

no

sso

co

tid

ian

o,

�á

um

a n

eces

sid

ade

de

no

s ap

rop

riar

mo

s d

e

det

erm

inad

os

ob

jeto

s,

con

sid

eran

do

su

as

cara

cter

ísti

cas

e se

us

asp

ecto

s

rele

van

tes

de

mo

do

a i

den

tifi

cá-l

os

par

a q

ue

po

ssam

os

pro

sseg

uir

em

no

ssas

ativ

idad

es. P

or

exem

plo

, se,

em

seu

tra

bal

�o

, vo

cê p

reci

sa u

tiliz

ar d

eter

min

ado

soft

war

e es

pec

ífic

o,

é n

eces

sári

o

con

�ec

ê-lo

p

ara

des

envo

lver

, d

e fo

rma

adeq

uad

a, s

ua

fun

ção

. �

esta

fo

rma,

o c

on

�ec

imen

to d

epen

der

á d

e n

oss

os

sen

tid

os

e d

e co

mo

os

uti

lizam

os.

Qu

and

o v

ocê

est

á d

esco

bri

nd

o a

lgo

, in

icia

lmen

te b

usc

a d

ado

s a

resp

eito

do

qu

e d

esej

a co

n�

ecer

. �

ado

s sã

o f

ato

s o

u e

lem

ento

s re

con

�ec

ido

s p

or

sua

form

a b

ruta

. Ao

ser

an

alis

ado

de

form

a in

div

idu

al, n

ão n

os

leva

à c

om

pre

ensã

o

da

situ

ação

ou

fat

o. S

om

ente

ol�

and

o o

so

ftw

are

qu

e vo

cê t

erá

qu

e tr

abal

�ar

,

não

co

nse

gu

e m

ensu

rar

o g

rau

de

dif

icu

ldad

e q

ue

terá

, po

r ex

emp

lo.

Ao

ju

nta

r o

s d

ado

s q

ue

você

ob

tém

a r

esp

eito

do

sis

tem

a q

ue

fará

uso

,

ind

epen

den

te d

a fo

rma

de

rece

bim

ento

, dan

do

sig

nif

icad

o a

est

es d

ado

s, s

erá

po

ssív

el t

er in

form

açõ

es s

ob

re o

uso

do

so

ftw

are

esp

ecif

icad

o. Q

uan

do

, alé

m

de

ob

serv

ar a

s fu

nci

on

alid

ades

do

sis

tem

a, v

ocê

tam

bém

faz

qu

esti

on

amen

tos

Capí

tulo

2

67Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

a q

uem

fez

uso

do

sis

tem

a, b

usc

and

o s

aber

o g

rau

de

dif

icu

ldad

e d

esta

s

pes

soas

, fic

a m

ais

fáci

l ter

um

a n

oçã

o s

e te

rá o

u n

ão d

ific

uld

ades

na

uti

lizaç

ão

do

no

vo r

ecu

rso

.

Ob

serv

e q

ue

a in

terp

reta

ção

do

s dad

os p

od

e se

r dif

eren

te p

ara

você

e p

ara

ou

tras

pes

soas

qu

e o

s re

ceb

am. C

ada

um

po

ssu

i exp

eriê

nci

as e

rea

lidad

es q

ue

o

faze

m p

ensa

r d

e fo

rma

dif

eren

ciad

a n

a tr

ansf

orm

ação

de

dad

os

e in

form

ação

.

Para

qu

e vo

cê s

e to

rne

um

co

n�

eced

or

do

no

vo o

bje

to d

e es

tud

o q

ue

l�e

está

sen

do

ap

rese

nta

do

, p

reci

sará

faz

er u

m p

ou

co m

ais

de

esfo

rço

. Pa

ra

diz

er q

ue

você

tem

co

n�

ecim

ento

a r

esp

eito

do

no

vo s

oft

war

e, é

pre

ciso

qu

e

exp

erim

ente

, qu

e o

uti

lize

e, b

asea

do

no

qu

e já

tem

de

con

�ec

imen

to d

a ár

ea

de

tecn

olo

gia

, é

po

ssív

el t

er m

ais

ou

men

os

faci

lidad

e d

e u

so.

Nes

te c

aso

,

você

ter

á co

n�

ecim

ento

qu

and

o a

nal

isar

, tr

ansf

orm

ar e

até

exp

erim

enta

r as

info

rmaç

ões

rec

ebid

as p

ara

po

der

afi

rmar

se

�á,

ou

não

, d

ific

uld

ade

no

uso

do

no

vo r

ecu

rso

de

soft

war

e.

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Pen

se n

a q

uan

tid

ade

de

dad

os

qu

e re

ceb

e to

do

s o

s d

ias

e fa

ça o

seg

uin

te e

xerc

ício

em

um

dia

d

e su

a ro

tin

a: e

lab

ore

um

a lis

ta d

e d

ado

s q

ue

ob

serv

a o

u i

den

tifi

ca.

A p

arti

r d

isto

, lis

te q

uai

s in

form

açõ

es c

on

seg

uiu

ob

ter.

Sen

do

um

po

uco

m

ais

exig

ente

, peç

o q

ue

iden

tifi

qu

e o

qu

e g

ero

u

de

con

�ec

imen

to n

este

dia

.

O e

xerc

ício

o f

ará

pen

sar

na

imen

sid

ade

de

info

rmaç

ões

qu

e re

ceb

emo

s

tod

os

os

dia

s, p

rin

cip

alm

ente

co

m a

c�

amad

a er

a d

a in

form

ação

, ad

vin

da

do

uso

das

tec

no

log

ias

da

info

rmaç

ão.

Mas

ser

á q

ue

tud

o o

qu

e re

ceb

emo

s

é tr

ansf

orm

ado

? O

u s

eja,

dad

os

ger

am i

nfo

rmaç

ões

e a

s in

form

açõ

es s

ão

anal

isad

as d

e fo

rma

a g

erar

co

n�

ecim

ento

?

Pro

vave

lmen

te,

você

re

spo

nd

eu

não

p

ara

esta

p

erg

un

ta.

Co

mo

vim

os,

o c

on

�ec

imen

to é

alg

o d

esej

ado

pel

o s

er �

um

ano

. Lo

go

, re

ceb

emo

s

dad

os,

in

form

açõ

es,

e g

eram

os

con

�ec

imen

tos

qu

and

o n

os

é n

eces

sári

o o

u

inte

ress

ante

. A

lém

dis

so,

o n

úm

ero

de

info

rmaç

ões

é t

ão g

ran

de

qu

e n

ão

con

seg

uim

os

assi

mila

r tu

do

o q

ue

rece

bem

os.

Page 35: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

68Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Qu

anta

s ve

zes

você

se v

iu n

a si

tuaç

ão d

e, d

ura

nte

um

a co

nve

rsa

com

um

co

leg

a, r

esp

on

der

um

sim

sem

sab

er s

ob

re e

xata

men

te o

qu

e

con

vers

avam

? M

uit

o p

rova

velm

ente

, o

qu

e es

tava

sen

do

ap

rese

nta

do

não

era

inte

ress

ante

a v

ocê

naq

uel

e m

om

ento

ou

vo

cê e

stav

a p

ensa

nd

o s

ob

re

alg

um

ou

tro

dad

o o

u in

form

ação

.

Por

ser

o c

on

�ec

imen

to a

fo

nte

par

a tr

ansf

orm

ar n

oss

a re

alid

ade

e d

a

soci

edad

e, d

amo

s m

ais

imp

ort

ânci

a a

alg

un

s fa

tos,

em

det

rim

ento

de

ou

tro

s,

qu

and

o e

stam

os

em p

roce

sso

de

con

�ec

er.

Nes

ta

dis

cip

lin

a,

inte

ress

a-n

os

o

con

�ec

imen

to

cien

tífi

co,

aqu

ele

qu

e p

od

e se

r co

mp

rova

do

. C

om

o f

arem

os

par

a tr

ansf

orm

ar n

oss

os

dad

os

bru

tos

em i

nfo

rmaç

ões

qu

e p

oss

am s

er e

vid

enci

adas

par

a o

bte

rmo

s o

con

�ec

imen

to c

ien

tífi

co?

Qu

and

o d

escr

evem

os

a si

tuaç

ão d

o n

ovo

so

ftw

are

a se

r u

tiliz

ado

em

seu

esc

rit�

rio

ou

qu

and

o v

ocê

pen

sa e

m a

lgo

qu

e d

esej

a in

vest

igar

, q

ual

su

a

pri

mei

ra a

titu

de?

O q

ue

você

pen

sa q

ue

pre

cisa

co

n�

ecer

de

verd

ade

de

um

fato

ou

ob

jeto

qu

e es

col�

eu p

ara

seu

est

ud

o?

Se v

ocê

res

po

nd

eu q

ue

pre

cisa

pes

qu

isar

so

bre

o t

ema

par

a te

r d

ado

s

e in

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açõ

es q

ue

po

ssam

ser

an

alis

adas

e q

ue

l�e

aju

dem

a e

nco

ntr

ar a

resp

ost

a, v

ocê

est

á co

rret

o�

Em

se

trat

and

o

de

con

�ec

imen

to

cien

tífi

co,

a p

esq

uis

a te

m

um

cará

ter

form

al,

po

is n

os

per

mit

e, p

or

sua

nat

ure

za,

alca

nça

r o

s q

ues

ito

s

nec

essá

rio

par

a a

com

pro

vaçã

o d

o e

stu

do

, sen

do

atr

ibu

to p

rim

ord

ial e

m s

e

trat

and

o d

e ci

ênci

a.

� p

or

mei

o d

a p

esq

uis

a ci

entí

fica

qu

e se

to

rna

po

ssív

el a

val

idaç

ão d

o c

on

�ec

imen

to c

ien

tífi

co�

SAIB

A Q

UE

Capí

tulo

2

69Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

�ac�

in (

2001

, p. 1

2�)

diz

qu

e a

pes

qu

isa

é

Um

pro

ced

imen

to i

nte

lect

ual

par

a ad

qu

irir

co

n�

ecim

ento

s p

ela

inve

stig

ação

de

um

a re

alid

ade

e b

usc

a d

e n

ova

s ve

rdad

es s

ob

re

um

fat

o (

ob

jeto

, p

rob

lem

a).

Co

m b

ase

em m

éto

do

s ad

equ

ado

s e

técn

icas

ap

rop

riad

as,

o

pes

qu

isad

or

bu

sca

con

�ec

imen

tos

esp

ecíf

ico

s, r

esp

ost

as o

u s

olu

ções

ao

pro

ble

ma

estu

dad

o.

O a

uto

r ai

nd

a le

mb

ra q

ue

não

se

tem

a v

erd

ade

abso

luta

so

bre

a

des

cob

erta

, po

is e

stas

são

ren

ova

das

e a

an

ális

e re

aliz

ada

sob

re d

eter

min

ado

ob

jeto

sem

pre

ser

á q

ues

tio

nad

a. P

od

e-se

diz

er q

ue

esta

é u

ma

infl

uên

cia

da

filo

sofi

a so

bre

a p

esq

uis

a at

ual

, ao

qu

esti

on

ar s

emp

re o

qu

e é

tid

o c

om

o

verd

ade.

E v

imo

s q

ue

isto

é p

rim

ord

ial p

ara

a g

eraç

ão d

e n

ovo

s co

n�

ecim

ento

s.

Pen

se

na

epid

emia

re

cen

te

qu

e �

ou

ve

no

m

un

do

, c�

amad

a p

op

ula

rmen

te

de

gri

pe

A.

An

alis

and

o c

ien

tifi

cam

ente

, o

qu

e p

od

eria

ter

ac

on

teci

do

se

os

cien

tist

as a

cred

itas

sem

ap

enas

em

co

n�

ecim

ento

s an

teri

ore

s,

qu

e es

tes

não

p

od

eria

m se

r qu

esti

on

ado

s e tr

atas

sem

as p

esso

as

com

o s

e es

tive

ssem

co

m u

ma

gri

pe

com

um

?

REF

LEX

ÃO

Gil

(2

00�,

p

. 2�

) af

irm

a q

ue

pes

qu

isa

é “u

m

pro

cess

o

form

al

e

sist

emát

ico

de

des

envo

lvim

ento

do

mét

od

o c

ien

tífi

co. O

ob

jeto

fun

dam

enta

l

da

pes

qu

isa

é d

esco

bri

r re

spo

stas

par

a p

rob

lem

as m

edia

nte

o e

mp

reg

o d

e

pro

ced

imen

tos

cien

tífi

cos”

.

Tal

con

ceit

o é

ace

ito

tam

bém

po

r C

ervo

, B

ervi

an e

Silv

a (2

007)

, q

ue

afir

mam

qu

e a

pes

qu

isa

faz

uso

de

pro

cess

os

e m

éto

do

s ci

entí

fico

s p

ara

a

bu

sca

de

um

a so

luçã

o p

ara

pro

ble

mas

ou

vid

as.

Vo

con

seg

ue

per

ceb

er

a re

levâ

nci

a d

a p

esq

uis

a ci

entí

fica

p

ara

a

pro

du

ção

do

co

n�

ecim

ento

cie

nti

fico

? Em

qu

e el

a d

ifer

ente

das

ati

vid

ades

do

no

sso

dia

-a-d

ia e

m b

usc

a d

e co

n�

ecim

ento

?

Se

você

re

spo

nd

eu

qu

e,

par

a a

pes

qu

isa

cien

tífi

ca,

é n

eces

sári

o

a u

tili

zaçã

o d

e m

éto

do

s e

pro

ced

imen

tos

qu

e p

erm

itam

a v

alid

ação

e

Page 36: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

70Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

com

pro

vaçã

o d

e re

sult

ado

s, v

ocê

ace

rto

u�

Para

iss

o,

tem

os

a m

eto

do

log

ia

cien

tífi

ca,

qu

e n

os

apre

sen

ta

um

a sé

rie

de

estr

atég

ias

par

a ex

ecu

ção

da

pes

qu

isa

e o

bte

nçã

o

de

resu

ltad

os

qu

e p

oss

am

ser

con

sid

erad

os

con

�ec

imen

to c

ien

tífi

co.

Áre

as

de

pe

sq

uis

a

Co

mo

vo

cê a

pre

nd

eu,

as c

iên

cias

são

div

idid

as e

m g

rup

os

de

aco

rdo

com

alg

un

s cr

itér

ios

e, a

ssim

, cad

a ca

mp

o d

e co

n�

ecim

ento

é in

teg

rad

o a

um

gru

po

, co

nfo

rme

a cl

assi

fica

ção

pro

po

sta

pel

os

auto

res.

Vo

cê a

pre

nd

eu q

ue

a fi

loso

fia

valid

a o

s m

éto

do

s ap

licad

os

e re

sult

ado

s

ob

tid

os

pel

a ci

ênci

a p

rod

uzi

da

po

r m

eio

d

a p

esq

uis

a.

A

ativ

idad

e d

o

pes

qu

isad

or

no

s p

erm

ite

alca

nça

r o

co

n�

ecim

ento

cie

ntí

fico

.

Atu

alm

ente

, �á

inve

stim

ento

de

�rg

ãos g

ove

rnam

enta

is p

ara

a p

rod

uçã

o

de

con

�ec

imen

to e

, co

nse

qu

ente

men

te,

no

des

envo

lvim

ento

de

pes

qu

isas

.

Um

do

s �

rgão

s q

ue

real

iza

esta

ati

vid

ade

é o

CN

Pq (

Co

nse

l�o

Nac

ion

al d

e

�es

envo

lvim

ento

Cie

ntí

fico

e T

ecn

ol�

gic

o).

Pe

rte

nce

nte

ao

Min

isté

rio

da

Ciê

nci

a e

Te

cno

log

ia, o

CN

Pq

te

m c

om

o

fin

ali

da

de

fo

me

nta

r a

pe

squ

isa

cie

ntí

fica

e t

ecn

ol�

gic

a, a

lém

de

pro

mo

ver

a f

orm

açã

o �

um

an

a v

olt

ad

a à

pe

squ

isa

no

Bra

sil.

�e

sta

fo

rma

, tra

ta-s

e d

e

um

a a

nci

a g

ove

rna

me

nta

l re

spo

nsá

vel

po

r d

ese

nvo

lve

r p

esq

uis

ad

ore

s

alt

am

en

te q

ua

lifi

cad

os,

in

cen

tiva

nd

o a

pro

du

ção

de

co

n�

eci

me

nto

no

pa

ís (

CN

PQ

, 2

01

0).

Co

mo

rgão

d

o

go

vern

o

qu

e p

oss

ui

um

a re

spo

nsa

bili

dad

e

rele

van

te n

o q

ue

se r

efer

e à

pes

qu

isa,

o C

NPq

pro

po

rcio

na

op

ort

un

idad

es

par

a o

d

esen

volv

imen

to

de

pes

qu

isa

com

at

ivid

ades

co

mo

: b

ols

as

de

pes

qu

isa

de

inic

iaçã

o c

ien

tífi

ca,

de

mes

trad

o e

de

do

uto

rad

o,

pro

gra

mas

de

pes

qu

isa

e ed

itai

s d

e p

esq

uis

a q

ue

ofe

rece

m a

po

io f

inan

ceir

o p

ara

o

des

envo

lvim

ento

de

pes

qu

isas

.

Ass

im,

par

a q

ue

os

vári

os

cam

po

s d

e co

n�

ecim

ento

p

oss

am

ser

ben

efic

iad

os

com

o q

ue

é o

po

rtu

niz

ado

pel

o C

NPq

, fo

ram

cri

adas

áre

as d

e

con

�ec

imen

to q

ue

con

gre

gam

as

vári

as d

isci

plin

as d

e p

esq

uis

a, c

om

o p

od

e se

r

ob

serv

ado

na

fig

ura

�.

Capí

tulo

2

71Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

� M

atem

átic

a �

Ciê

nci

a d

a C

om

pu

taçã

o�

�ísi

ca�

Qu

ímic

a

� �

e�ic

ina

� �

�t�

i��o

� �a

���c

ia�

�nfe

��a�

e�

� �i

lo�o

fia

� �o

cio

lo�

ia�

�n

t�o

�o

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��ic

olo

�ia

� �

iolo

�ia

�e�

al�

�io

��

í�ic

a�

�a��

aco

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� �

��o

no

�ia

� �i

tote

cnia

� �n

�en

�a�

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lo�e

�tal

� �n

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�a�

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��í

cola

� �e

t�a�

� �

�te�

� ��

�ca

��o

��t

í�ti

ca

� �n

�en

�a�

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i�il

� �n

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�a�

ia �

ec�n

ica

� �n

�en

�a�

ia �

�í�

ica

� �

i�ei

to�

��

�in

i�t�

a��o

� �

i�n

cia�

�o

nt�

�ei

��

�co

no

�ia

� �

io�t

ica

� �

i�n

cia�

��

�ie

nta

i��

�ef

e�a

� �

i��

l�a�

�o �

ien

tífi

ca

1C

iên

cia

s E

xa

tas

e d

a T

err

a

4C

iên

cia

s d

a S

de

7C

iên

cia

s H

um

an

as

2C

iên

cia

s B

ioló

gic

as

5C

iên

cia

s A

grá

ria

s

8L

ing

uís

tic

a,

Le

tra

s e

Art

es

3E

ng

en

ha

ria

s

6C

iên

cia

s

So

cia

is A

pli

ca

da

s

9O

utr

os

Figu

ra 5

- Ár

eas d

e con

hecim

ento

do

CNPq

Font

e: <

www.

cnpq

.br/c

npq/

index

.htm

>.

EXP

LOR

AN

DO

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LOR

AN

DO

Nem

to

do

s o

s ca

mp

os

de

pes

qu

isa

apre

sen

tad

os

pel

o C

NPq

est

ão d

isp

on

ívei

s n

a fi

gu

ra �

. A

cess

e o

si

te

��

ttp

:��w

ww

.cn

pq

.br�

area

sco

n�

ecim

ento

�in

dex

.�tm

� e

con

fira

tod

os o

s cam

po

s per

ten

cen

tes

a ca

da

área

de

con

�ec

imen

to e

tam

bém

a n

ova

ta

bel

a d

e ár

eas

de

con

�ec

imen

to s

ug

erid

a.

Page 37: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

72Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Perc

eba

qu

e �

á vá

rio

s ca

mp

os

dis

po

nív

eis

par

a p

esq

uis

a e

qu

e ca

be

ao

ser

�u

man

o s

e d

isp

or

a n

ova

s d

esco

ber

tas.

Não

ace

itar

to

das

as

verd

ades

co

mo

cert

as. U

tiliz

ar o

s co

nce

ito

s d

a fi

loso

fia

qu

e n

os

pro

em q

ues

tio

nar

, in

dag

ar

o p

orq

das

co

isas

, do

s fa

tos,

do

s fe

men

os.

2.2

.4 E

tap

as

da

pe

sq

uis

a

Vo

cê d

eve

esta

r se

per

gu

nta

nd

o q

uai

s o

s p

roce

dim

ento

s d

eve

ad

ota

r se

reso

lver

real

izar

um

a p

esq

uis

a, o

u se

ja, c

om

o d

eve

sist

emat

izar

seu

con

�ec

imen

to.

Inic

ialm

ente

, C

ervo

, B

ervi

an e

Silv

a (2

007)

su

ger

em q

ue,

ao

rea

lizar

um

a

inve

stig

ação

, o

p

esq

uis

ado

r d

eve

pen

sar

em

alg

um

as

etap

as,

com

o:

esco

l�a

do

as

sun

to

- se

leçã

o,

del

imit

ação

, o

bje

tivo

s;

def

iniç

ão

do

p

rob

lem

a;

estu

do

s

exp

lora

t�ri

os -

do

cum

enta

ção

, bib

liote

ca, m

ater

ial d

e p

esq

uis

a; e

a co

leta

e a

nál

ise

de

dad

os.

Est

es t

�p

ico

s se

rão

ap

rese

nta

do

s te

nd

o c

om

o b

ase

os

auto

res

apre

sen

tad

os.

Na

fase

de

esco

l�a

do

ass

un

to, o

s au

tore

s (2

007)

su

ger

em q

ue

você

esc

ol�

a

tem

as q

ue

ten

�am

rel

ação

co

m a

car

reir

a d

e p

esq

uis

a q

ue

des

eja

seg

uir.

O

des

ejo

de

des

cob

rir

po

de

ser

sim

ple

smen

te p

or

curi

osi

dad

e d

o p

esq

uis

ado

r, m

as

no

rmal

men

te e

stá

vin

cula

do

ao

des

ejo

de

torn

ar a

lgo

mel

�o

r. V

ocê

po

de

cria

r

crit

ério

s qu

e l�

e au

xilie

m n

a es

col�

a d

o m

el�

or t

ema

den

tro

da

sua

área

de

estu

do

.

Ap

�s

a es

col�

a d

o t

ema,

to

rna-

se f

un

dam

enta

l del

imit

ar o

tem

a, o

u s

eja,

dec

idir

esp

ecif

icam

ente

o q

ue

estu

dar

á a

resp

eito

do

ass

un

to s

elec

ion

ado

. Se

você

esc

ol�

eu p

esq

uis

ar s

ob

re f

ute

bo

l, p

or

exem

plo

, ex

iste

um

a in

fin

idad

e

de

exte

nsõ

es p

ara

o t

ema:

ref

eren

tes

ao j

og

ado

r, ao

esp

ort

e, a

os

torc

edo

res,

aos

dir

igen

tes,

en

tre

ou

tro

s. N

ão s

erá

po

ssív

el e

m u

ma

pes

qu

isa

abo

rdar

co

m

gra

nd

eza

dad

os

e in

form

açõ

es s

ufi

cien

tes

par

a g

erar

co

n�

ecim

ento

cie

ntí

fico

se t

rata

rmo

s d

o a

ssu

nto

co

mo

um

to

do

.

Ass

im,

foca

lizar

o

s t�

pic

os

qu

e o

p

esq

uis

ado

r d

esej

a ab

ord

ar

é

fun

dam

enta

l no

pro

cess

o d

e p

esq

uis

a. V

ocê

po

de

dec

om

po

r seu

tem

a em

vár

ias

par

tes

qu

e fa

cilit

em a

su

a es

col�

a o

u a

ind

a vo

cê p

od

e d

efin

ir q

ue

vai e

stu

dar

o t

ema

em u

m p

erío

do

esp

ecíf

ico

e e

m d

eter

min

ada

reg

ião

, po

r ex

emp

lo. N

a

seq

uên

cia,

o p

esq

uis

ado

r d

eve

ind

icar

qu

al s

eu o

bje

tivo

co

m a

pes

qu

isa,

o q

ue

pre

ten

de

ind

icar

em

su

a co

ncl

usã

o.

Qu

and

o v

ocê

pen

sa e

m p

esq

uis

ar a

lgo

o f

az p

or

alg

um

qu

esti

on

amen

to

qu

e fe

z a

resp

eito

de

det

erm

inad

o o

bje

to;

po

ten

cial

men

te,

é u

ma

dif

icu

ldad

e

Capí

tulo

2

73Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

enco

ntr

ada

pel

o p

esq

uis

ado

r q

ue

o l

eva

ao d

esej

o d

e d

esve

nd

ar.

Nes

te c

aso

, o

pro

ble

ma

de

pes

qu

isa

po

de

ser f

eito

na

form

a d

escr

itiv

a e�

ou

co

m a

cri

ação

de

um

a

per

gu

nta

de

pes

qu

isa

em q

ue

o p

esq

uis

ado

r in

dag

a so

bre

o p

rob

lem

a em

qu

estã

o.

Ao

rea

lizar

est

ud

os

exp

lora

t�ri

os,

o p

esq

uis

ado

r b

usc

ará

info

rmaç

ões

exis

ten

tes

sob

re o

tem

a es

col�

ido

par

a au

xilia

r n

o d

esen

volv

imen

to d

e su

a

pes

qu

isa.

Par

a ta

nto

, po

de

uti

lizar

leva

nta

men

to d

ocu

men

tal e

bib

liog

ráfi

co,

e o

utr

os

tip

os

de

mat

eria

l de

pes

qu

isa.

Por

fim

, o

pes

qu

isad

or

irá

se c

on

cen

trar

na

ob

ten

ção

de

dad

os

qu

e

po

ssam

l�e

auxi

liar

a re

spo

nd

er s

ua

pes

qu

isa

de

form

a co

mp

rob

at�

ria.

� u

ma

tare

fa á

rdu

a q

ue

pre

ssu

e co

leta

e r

egis

tro

de

info

rmaç

ões

, alé

m d

a an

ális

e

e in

terp

reta

ção

do

s m

esm

os.

Este

s p

asso

s b

ásic

os

par

a re

aliz

ar u

ma

pes

qu

isa

con

trib

uem

par

a q

ue

você

com

pre

end

a o

qu

e te

rá q

ue

faze

r p

ara

torn

ar-s

e u

m p

esq

uis

ado

r. El

es c

on

trib

uem

par

a d

irec

ion

ar a

s ati

vid

ades

de

pes

qu

isa

na

sua

fase

inic

ial.

No

dec

orr

er d

a d

isci

plin

a,

as e

tap

as s

erão

an

alis

adas

e d

etal

�ad

as d

e fo

rma

a p

erm

itir

seu

co

n�

ecim

ento

no

des

envo

lvim

ento

da

pes

qu

isa

e co

nse

qu

ente

cri

ação

do

sab

er c

ien

tífi

co.

2.3

Ap

lic

an

do

a t

eo

ria

na

prá

tic

a

A f

amíli

a A

lves

est

á m

uit

o f

eliz

, po

is s

ua

fil�

a ca

çula

�o

ana

está

se

form

and

o

em u

m c

urs

o s

up

erio

r. Se

rá u

ma

bi�

log

a, r

eceb

end

o,

em p

ou

cos

dia

s, o

tít

ulo

da

un

iver

sid

ade

qu

e cu

rso

u. �

esd

e p

equ

ena,

dem

on

stra

va m

uit

a �

abili

dad

e, e

sfo

rço

e

inte

ligên

cia

no

des

emp

en�

o d

as a

tivi

dad

es e

stu

dan

tis.

Su

a ap

rova

ção

nas

dis

cip

linas

sem

pre

fo

i co

nso

lidad

a co

m a

nte

ced

ênci

a e

os

pro

fess

ore

s n

ão l

�e

po

up

avam

elo

gio

s. A

do

rava

as

dis

cip

linas

de

mat

emát

ica

e ci

ênci

as n

o e

nsi

no

fu

nd

amen

tal e

se e

nco

ntr

ou

co

m b

iolo

gia

no

en

sin

o m

édio

. Ag

ora

qu

e es

tá s

e fo

rman

do

, �o

ana

pre

ten

de

atu

ar c

om

o p

rofe

sso

ra, e

nsi

nan

do

ao

s al

un

os

o q

ue

apre

nd

eu.

Ao

pen

sar

no

en

sin

o f

un

dam

enta

l, id

enti

fiq

ue

um

a d

isci

plin

a q

ue

po

ssa

ser

con

ceit

uad

a co

mo

ciê

nci

a fo

rmal

e u

ma

com

o c

iên

cia

fact

ual

. A

po

nte

ao

men

os

um

a d

isci

plin

a es

tud

ada

po

r �o

ana

du

ran

te a

vid

a es

tud

anti

l (d

esd

e

séri

es i

nic

iais

à u

niv

ersi

dad

e) p

ara

qu

atro

áre

as d

e co

n�

ecim

ento

(co

nfo

rme

tab

ela

do

CN

Pq a

pre

sen

tad

a). L

emb

re-s

e d

e co

nsu

ltar

o si

te, c

aso

seja

nec

essá

rio

par

a su

a re

spo

sta.

�u

ran

te a

cam

in�

ada

estu

dan

til,

você

acr

edit

a q

ue

�oan

a

fez

uso

de

qu

ais

tip

os

de

con

�ec

imen

to?

Page 38: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

74Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

2.3

.1 R

es

olv

en

do

No

cas

o d

a ci

ênci

a fo

rmal

, �o

ana

teve

a d

isci

plin

a d

e m

atem

átic

a d

ura

nte

tod

o o

en

sin

o f

un

dam

enta

l e

ensi

no

méd

io,

e co

mo

ciê

nci

a fa

ctu

al,

cita

-se

a

dis

cip

lina

de

físi

ca.

Qu

and

o s

e tr

ata

de

área

s d

e co

n�

ecim

ento

do

CN

Pq, p

od

e-se

cit

ar:

�C

iên

cias

Exa

tas

e d

a Te

rra:

dis

cip

lina

de

qu

ímic

a d

ura

nte

o e

nsi

no

méd

io.

�C

iên

cias

Bio

l�g

icas

: du

ran

te o

cu

rso

su

per

ior,

teve

vár

ias

dis

cip

linas

, já

qu

e se

tra

ta d

a ár

ea d

e se

u c

urs

o.

A d

isci

plin

a d

e ci

ênci

as é

dad

a n

o

ensi

no

fu

nd

amen

tal e

tra

ta d

os

tem

as d

esta

áre

a d

e co

n�

ecim

ento

, o

mes

mo

oco

rren

do

no

en

sin

o m

édio

.

�C

iên

cias

�u

man

as:

a d

isci

plin

a d

e fi

loso

fia

é tr

abal

�ad

a n

o e

nsi

no

méd

io e

em

alg

un

s cu

rso

s su

per

iore

s.

�Li

ng

uís

tica

, Le

tras

e A

rtes

: ed

uca

ção

art

ísti

ca é

dis

cip

lina

do

en

sin

o

fun

dam

enta

l.

�u

ran

te o

ap

ren

diz

ado

, nas

mai

s d

iver

sas

área

s, o

s vá

rio

s co

n�

ecim

ento

s

são

ab

ord

ado

s. C

on

sid

eran

do

o e

stu

do

de

�oan

a d

esd

e as

sér

ies

inic

iais

até

o

gra

u u

niv

ersi

tári

o, p

od

e-se

per

ceb

er d

isci

plin

as q

ue

a fi

zera

m u

tiliz

ar e

�ou

ter

con

tato

co

m d

iver

sos

tip

os

de

con

�ec

imen

to.

O c

on

�ec

imen

to c

ien

tífi

co é

o

qu

e to

das

as

dis

cip

linas

en

volv

em, p

ois

po

r se

rem

ass

im c

on

sid

erad

os

é q

ue

são

min

istr

ado

s ao

s al

un

os.

�e

aco

rdo

co

m o

s co

nce

ito

s vi

sto

s, o

s co

n�

ecim

ento

s

emp

íric

o,

filo

s�fi

co e

teo

l�g

ico

fo

ram

uti

lizad

os

po

r �o

ana

par

a au

xilia

r se

u

raci

ocí

nio

na

com

pre

ensã

o d

os

con

�ec

imen

tos

cien

tífi

co.

Capí

tulo

2

75Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

2.4

Pa

ra s

ab

er

ma

is

�o�t

al �

o �

ini�

t��i

o �

a �

i�n

cia

e �e

cno

lo�

ia �

��

tt�

����

��

��ct

��o

���

��

O M

inis

téri

o t

em r

esp

on

sab

ilid

ades

go

vern

amen

tais

qu

e o

per

mit

em

dis

po

r d

e le

git

imid

ade,

en

tre

ou

tro

s as

pec

tos,

so

bre

um

a p

olít

ica

nac

ion

al d

e

pes

qu

isa

cien

tífi

ca,

tecn

ol�

gic

a e

ino

vaçã

o.

Poss

ui

du

as a

gên

cias

de

fom

ento

� C

NPq

e �

INEP

� q

ue

po

ssib

ilita

m a

fis

caliz

ação

e c

oo

rden

ação

das

ati

vid

ades

rela

cio

nad

as à

exe

cuçã

o d

e p

roje

tos

e p

rog

ram

as d

esti

nad

os

à p

esq

uis

a.

��

�� �

��

tt�

����

��

�cn

��

����

cn�

��i

n�

e���

t��

O

Co

nse

l�o

N

acio

nal

d

e �

esen

volv

imen

to

Cie

ntí

fico

e

Tecn

ol�

gic

o

apre

sen

ta u

ma

séri

e d

e in

form

açõ

es re

leva

nte

s par

a q

uem

per

ten

ce à

aca

dem

ia

e p

od

e p

rop

icia

r su

as a

tivi

dad

es in

icia

is c

om

o p

esq

uis

ado

r.

�n�t

it�

to �

i�n

cia

�o

�e �

��

tt�

���c

ien

cia�

o�e

��o

l�co

���

��

Nes

te si

te, v

ocê

ob

tém

info

rmaç

ões

sob

re o

qu

e é

pes

qu

isad

o e

co

nst

ruíd

o

de

con

�ec

imen

to c

ien

tífi

co e

m v

ária

s áre

as. �

po

ssív

el ta

mb

ém a

cess

ar a

Rev

ista

Ciê

nci

a H

oje

, co

m

mu

itas

mat

éria

s in

tere

ssan

tes.

� i

mp

ort

ante

seu

co

nta

to

par

a ve

rifi

car

a fo

rma

de

real

izaç

ão d

a ci

ênci

a, o

s m

éto

do

s em

pre

gad

os

e

resu

ltad

os

ob

tid

os.

2.5

Re

lem

bra

nd

o

O c

apít

ulo

2 a

pre

sen

tou

:

�o

s ti

po

s d

e co

n�

ecim

ento

e s

ua

rele

vân

cia

par

a o

des

envo

lvim

ento

�u

man

o. �

ora

m a

pre

sen

tad

os:

co

n�

ecim

ento

em

pír

ico

, co

n�

ecim

ento

teo

l�g

ico

, co

n�

ecim

ento

filo

s�fi

co e

co

n�

ecim

ento

cie

ntí

fico

;

�a

filo

sofi

a e

sua

infl

uên

cia

na

ciên

cia,

alé

m d

o c

on

ceit

o e

a d

ivis

ão d

a

ciên

cia

em f

orm

ais

e fa

ctu

ais;

�a

rela

ção

en

tre

filo

sofi

a, c

iên

cia

e p

esq

uis

a. O

s co

nce

ito

s e

as á

reas

de

pes

qu

isa

fora

m a

pre

sen

tad

os

e d

iscu

tid

os.

Po

r fi

m,

as e

tap

as b

ásic

as

par

a o

des

emp

en�

o d

e u

ma

pes

qu

isa

fora

m d

escr

itas

.

Page 39: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

2

76Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

2.6

Te

sta

nd

o o

s s

eu

s c

on

he

cim

en

tos

�� “

Tud

o o

qu

e co

n�

eço

ag

rad

eço

à f

é d

ivin

a e

às e

scri

tura

s.”

A q

ue

tip

o d

e

con

�ec

imen

to a

afi

rmaç

ão s

e re

fere

?

a� T

eol�

gic

o.

��

Cie

ntí

fico

.

c� �

ilos�

fico

.

��

Art

ísti

co.

e� E

mp

íric

o.

�� N

o q

ue

se r

efer

e às

ciê

nci

as f

actu

ais,

esc

ol�

a as

ass

erti

vas

corr

etas

.

�� A

ap

rese

nta

ção

rig

oro

sa d

e p

rova

s q

uan

do

do

res

ult

ado

de

um

a

pes

qu

isa

é re

ferê

nci

a d

as c

iên

cias

fo

rmai

s.

��� A

s ex

per

imen

taçõ

es s

ão ir

rele

van

tes

nas

ciê

nci

as f

actu

ais.

����

As

ciên

cias

fo

rmai

s p

od

em s

er v

isu

aliz

adas

co

mo

rea

lidad

es p

ara

valid

ação

de

pro

vas,

dif

eren

te d

as f

actu

ais.

���

A c

om

pro

vaçã

o d

e fa

tos

po

r m

eio

de

ob

serv

ação

é c

arac

terí

stic

a d

as

ciên

cias

fac

tuai

s.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e ap

rese

nta

ap

enas

os

iten

s ve

rdad

eiro

s:

a� I

, II,

III

� II,

III

��

II, IV

e�

I, IV

c� I

, III

�� Q

ual

a in

flu

ênci

a d

a fi

loso

fia

na

ciên

cia

e n

a p

esq

uis

a?

�� R

elac

ion

e fa

to, l

ei e

teo

ria,

co

nsi

der

and

o s

eus

con

ceit

os

no

un

iver

so d

a ci

ênci

a.

�� S

up

on

do

qu

e vo

cê s

eja

um

pes

qu

isad

or

qu

e ir

á es

tud

ar s

ob

re o

tem

a

“aci

den

te”.

Ob

serv

and

o a

s et

apas

de

des

envo

lvim

ento

de

um

a p

esq

uis

a,

exp

liqu

e co

mo

pro

ced

eria

su

a p

esq

uis

a, d

escr

even

do

o r

esu

ltad

o d

as e

tap

as

de

del

imit

ação

de

tem

a, o

pçõ

es d

e o

bje

tivo

s e

form

a d

e ex

plo

raçã

o d

o t

ema.

Capí

tulo

2

77Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

On

de

en

co

ntr

ar

AR

AN

�A

, M. L

. de

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MA

RTI

NS,

M. �

. P. �

ilo�o

fan

�o

� in

tro

du

ção

à f

iloso

fia.

2.

ed. r

ev. a

tual

. São

Pau

lo: M

od

ern

a, 1

���.

CER

VO

, A

. L.

; B

ERV

IAN

, P.

A.;

SILV

A,

R.

da.

�et

o�

olo

�ia

cie

ntí

fica

� �.

ed

. Sã

o

Pau

lo: P

ears

on

, 200

7.

C�

AU

I, M

. �o

n�i

te �

filo

�ofi

a� 1

�. e

d. S

ão P

aulo

: �ti

ca, 2

00�.

CN

PQ.

Co

nse

l�o

N

acio

nal

d

e �

esen

volv

imen

to

Cie

ntí

fico

e

Tecn

ol�

gic

o.

�is

po

nív

el e

m: �

�tt

p:��

ww

w.c

np

q.b

r�cn

pq

�ind

ex.�

tm�

. Ace

sso

em

: 11

jul.

2010

.

�AC

�IN

, O. �

�n

�a�

ento

� �

a �

eto

�o

lo�

ia� �

. ed

. São

Pau

lo: S

arai

va, 2

001.

LAK

ATO

S, E

. M.;

MA

RC

ON

I, M

. de

A. �

eto

�o

lo�

ia c

ien

tífi

ca� �

. ed

. São

Pau

lo:

Atl

as, 2

010.

MA

RTI

NS

�IL�

O,

I. G

. �

an�

al e

���

e��t

ico

�e

�i�

t��i

a �

a fi

lo�o

fia�

2.

ed.

rev.

e am

pl.

São

Pau

lo: L

TR, 2

000.

VEN

TUR

OLI

, T. S

ob

o d

om

ínio

da

Lua:

os m

ito

s des

te sa

télit

e. �

��

e� �n

te�e

��an

te�

São

Pau

lo,

1���

. �

isp

on

ível

em

: �

�tt

p:��

sup

er.a

bri

l.co

m.b

r�ci

enci

a�d

om

inio

-

lua-

mit

os-

des

te-s

atel

ite-

��10

1�.s

�tm

l�. A

cess

o e

m: �

0 ju

n. 2

010.

Page 40: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

79Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

3.1

Co

nte

xtu

ali

za

nd

o

Ciê

nci

a,

filo

sofi

a e

pes

qu

isa

form

aram

a

tem

átic

a d

o

cap

ítu

lo

2.

Estu

dam

os

a re

laçã

o e

ntr

e ci

ênci

a e

pes

qu

isa

na

his

tóri

a e

foi p

oss

ível

per

ceb

er

seu

en

trel

açam

ento

e

a im

po

rtân

cia

de

alg

un

s ep

isó

dio

s h

istó

rico

s q

ue

corr

ob

ora

ram

par

a o

en

gra

nd

ecim

ento

da

ciên

cia.

Vo

cê v

iu q

ue

a ci

ênci

a p

od

e se

r d

ivid

ida,

atu

alm

ente

, em

ciê

nci

as f

orm

ais

(ló

gic

a e

mat

emát

ica)

e f

actu

ais

(nat

ura

is e

so

ciai

s).

A e

sse

resp

eito

, ca

be

des

taca

r q

ue

as c

iên

cias

, em

su

as á

reas

de

con

hec

imen

to, e

nfr

enta

m b

arre

iras

par

a se

fir

mar

. C

om

o p

or

exem

plo

, as

ciê

nci

as s

oci

ais,

em

qu

e a

def

iniç

ão d

e

leis

un

iver

sais

é d

ifíc

il, u

ma

vez

qu

e o

s fa

tos

soci

ais,

fo

co d

e p

esq

uis

a, s

ão

con

dic

ion

ado

s a

epis

ód

ios

his

tóri

cos

e cu

ltu

rais

e, a

ssim

, po

dem

se

alte

rar

com

o p

assa

r o

tem

po

(SA

NTO

S, 2

009)

.

Vim

os

a re

levâ

nci

a d

a p

esq

uis

a n

o c

on

text

o c

ien

tífi

co e

qu

e a

filo

sofi

a n

os

aju

da

a co

nte

star

as

des

cob

erta

s ci

entí

fica

s. A

s et

apas

inic

iais

par

a a

real

izaç

ão

de

um

a p

esq

uis

a ci

entí

fica

no

s m

ost

rara

m c

om

o p

roce

der

se

você

qu

iser

se

torn

ar u

m p

esq

uis

ado

r.

Para

tan

to, s

erá

nec

essá

rio

tam

bém

co

nh

ecer

pro

ced

imen

tos

po

ssív

eis

par

a a

real

izaç

ão d

a p

esq

uis

a e

qu

e p

erm

itam

cie

nti

fica

men

te c

om

pro

var

o q

ue

está

sen

do

rea

liza

do

. A

ssim

, es

te c

apít

ulo

pre

ten

de

apre

sen

tar

o

con

ceit

o

de

mét

od

o

e su

a re

levâ

nci

a n

o

un

iver

so

cien

tífi

co,

além

d

e

dem

on

stra

r co

mo

se

des

envo

lveu

o m

éto

do

cie

ntí

fico

. A

id

eia

é q

ue

você

po

ssa

ter

ori

enta

ções

qu

e fa

vore

çam

seu

pro

cess

o d

e p

esq

uis

a, p

erm

itin

do

a ex

pli

caçã

o d

os

fato

s es

tud

ado

s.

MÉT

OD

OS

DE

PESQ

UIS

A

CA

PÍT

UL

O 33

Capí

tulo

3

80Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Vo

con

hec

erá

os

pri

nci

pai

s ti

po

s d

e m

éto

do

s ap

licad

os,

su

as

cara

cter

ísti

cas

e ap

licaç

ões

. V

erá

qu

e, d

epen

den

do

do

ob

jeto

de

estu

do

,

acab

a-se

po

r ad

ota

r d

ifer

ente

s m

éto

do

s d

e p

esq

uis

a.

De

seja

-se

q

ue

, a

o

fin

al

do

ca

pít

ulo

, vo

com

pre

en

da

q

ua

nd

o

ad

ota

r ca

da

u

m

do

s m

éto

do

s,

con

sid

era

nd

o

o

ob

jeto

d

e

sua

pe

squ

isa

, e

p

oss

a,

de

sta

fo

rma

, ch

eg

ar

à

vera

cid

ad

e

do

s fa

tos,

com

pro

van

do

-os

cie

nti

fica

me

nte

.

3.2

Co

nh

ec

en

do

a t

eo

ria

3.2

.1 M

éto

do

s d

e p

es

qu

isa

Vim

os,

no

s p

erí

od

os

da

ciê

nci

a, a

s co

nce

pçõ

es

raci

on

ali

sta

, em

pir

ista

e c

on

stru

tivi

sta

. C

ad

a u

ma

de

las

de

mo

nst

ra d

e q

ue

fo

rma

os

cie

nti

sta

s

visl

um

bra

vam

o c

on

he

cim

en

to e

o q

ue

usa

vam

pa

ra c

om

pro

vá-l

o.

Alé

m

da

m

ud

an

ça

de

p

en

sam

en

to

cie

ntí

fico

a

po

nta

do

p

ela

s co

nce

pçõ

es

da

ciê

nci

a,

ou

tro

po

nto

de

mu

da

nça

fo

i a

pa

ssa

ge

m d

a c

iên

cia

te

óri

ca

e

qu

ali

tati

va

(an

tig

a)

pa

ra

a

ciê

nci

a

tecn

oló

gic

a

e

qu

an

tita

tiva

(mo

de

rna

) (C

HA

UÍ,

20

09

).

LEM

BR

ETE

LEM

BR

ETE

Rac

ion

alis

ta (

caso

do

s g

reg

os

no

fin

al d

o s

écu

lo

XV

II)

– co

nh

ecim

ento

ra

cio

nal

e

ded

uti

vo;

emp

iris

ta (

Ari

stó

tele

s, a

o f

inal

do

séc

ulo

XIX

) –

con

hec

imen

to

bas

ead

o

em

ob

serv

açõ

es

e ex

per

imen

taçõ

es;

e co

nst

ruti

vist

a (i

níc

io

do

n

oss

o s

écu

lo)

– co

nh

ecim

ento

co

mo

mo

del

os

exp

licat

ivo

s d

a re

alid

ade.

Ob

serv

an

do

as

mu

da

nça

s a

pre

sen

tad

as,

a i

mp

ress

ão

in

icia

l é

qu

e

se

tin

ha

u

m

pro

gre

sso

d

a

ciê

nci

a

po

r m

eio

d

e

mu

da

nça

s ci

en

tífi

cas.

Ch

au

í (2

00

9)

ap

on

ta q

ue

as

físi

cas

de

Ari

stó

tele

s, G

ali

leu

e E

inst

ein

o

trê

s fí

sica

s d

ife

ren

tes,

co

m

exp

eri

me

nto

s,

de

mo

nst

raçõ

es

e

tod

os

dis

tin

tos,

po

is a

fo

rma

de

co

nh

ece

r e

mp

reg

ad

a n

ão

é a

me

sma

. N

est

e

po

nto

, a

a

uto

ra

ap

on

ta

pa

ra

um

a

rup

tura

e

pis

tem

oló

gic

a

em

q

ue

a

ide

ia d

e p

rog

ress

o e

evo

luçã

o d

as

ciê

nci

as

pa

ssa

pa

ra a

de

sco

nti

nu

ida

de

,

Page 41: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

81Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

con

sid

era

nd

o a

ind

a a

dif

ere

nça

te

mp

ora

l da

s te

ori

as

cie

ntí

fica

s a

bo

rda

da

s.

Th

om

as

Ku

hn

de

sig

na

a r

up

tura

e c

ria

ção

de

no

vas

teo

ria

s co

m a

exp

ress

ão

rev

olu

ção

cie

ntí

fica

.

O

qu

e ca

ract

eriz

a u

ma

rup

tura

ep

iste

mo

lóg

ica

ou

u

ma

revo

luçã

o

cien

tífi

ca é

mu

dan

ça n

a fo

rma

de

real

izaç

ão d

a p

esq

uis

a, p

rin

cip

alm

ente

nas

teo

rias

e m

éto

do

s u

tiliz

ado

s. A

o s

e af

irm

ar q

ue

cad

a co

nce

pçã

o t

em s

ua

form

a d

e co

mp

rová

-lo

, diz

-se

qu

e se

usa

de

um

a se

qu

ênci

a d

e p

roce

dim

ento

s

qu

e p

erm

item

ch

egar

a u

m r

esu

ltad

o c

on

clu

sivo

e d

e p

oss

ível

dem

on

stra

ção

.

Des

ta f

orm

a, r

efer

e-se

ao

mét

od

o e

mp

reg

ado

par

a o

des

envo

lvim

ento

da

pes

qu

isa

de

det

erm

inad

a ci

ênci

a.

A p

alav

ra m

éto

do

vem

do

gre

go

met

ho

do

e d

esig

na:

“ao

lo

ng

o d

e”

– m

eta

e “v

ia,

cam

inh

o”

– h

od

ós

(AR

AN

HA

e M

AR

TIN

S, 2

001)

. D

e ac

ord

o

com

os

auto

res

(200

1, p

. 154

), p

od

e se

r co

nce

itu

ado

co

mo

“a

ord

em q

ue

se

seg

ue

na

inve

stig

ação

da

verd

ade,

no

est

ud

o d

a ci

ênci

a, o

u p

ara

alca

nça

r

um

fim

det

erm

inad

o”.

Du

ran

te n

oss

as a

tivi

dad

es d

iári

as,

s n

os

org

aniz

amo

s m

enta

lmen

te

par

a q

ue

po

ssam

os

pas

sar

bem

os

dia

s se

m t

anta

s at

rib

uiç

ões

. Q

uan

do

alg

o

mu

da

na

roti

na

já s

e p

ensa

em

co

mo

as

cois

as p

od

em s

er r

eso

lvid

as p

ara

qu

e

tud

o c

orr

a b

em.

Sup

on

ham

os

a se

gu

inte

sit

uaç

ão:

você

é c

asad

o(a

) h

á d

ois

ano

s, o

cas

al t

rab

alh

a e

des

cob

re q

ue

terá

um

beb

ê. A

lém

de

tod

a an

sied

ade,

você

s já

se

pro

gra

mam

par

a q

uan

do

ch

egar

o m

om

ento

de

dei

xar

o b

ebê

em

um

a cr

ech

e. Q

ual

ser

á a

esco

la,

qu

em l

evar

á, a

qu

e h

ora

s sa

irão

de

casa

,

com

o f

arão

par

a b

usc

ar...

pro

vave

lmen

te,

alg

um

tem

po

an

tes,

org

aniz

arão

tod

as e

stas

id

eias

. N

o e

nta

nto

, sa

bem

qu

e d

ific

ilmen

te t

ud

o s

erá

com

o s

e

des

eja.

E s

e o

car

ro q

ueb

rar?

Ara

nh

a e

Mar

tin

s (2

001)

su

ger

em

qu

e es

tas

ante

cip

açõ

es

men

tais

no

s aj

ud

am a

rac

ion

aliz

ar c

om

o i

rem

os

agir,

po

rém

não

co

stu

mam

os

no

s

ater

a i

sto

na

vid

a co

tid

ian

a, a

pen

as q

uan

do

alg

o n

ão s

ai c

om

o o

des

ejad

o.

No

cas

o d

a p

esq

uis

a e

da

ciên

cia,

é n

eces

sári

o d

irec

ion

ar a

fo

rma

com

o

agir

emo

s p

ara

aju

dar

n

o

des

envo

lvim

ento

e

tam

bém

p

ara

fin

s d

e

dem

on

stra

ção

e c

om

pro

vaçã

o.

Gil

(200

8)

afir

ma

ente

nd

er

po

r m

éto

do

o

per

açõ

es

men

tais

cnic

as

qu

e p

oss

ibili

tam

a v

erac

idad

e d

e u

m c

on

hec

imen

to p

ara

qu

e es

te p

oss

a se

r

cham

ado

de

cien

tífi

co.

Capí

tulo

3

82Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Para

La

kato

s e

Mar

con

i (2

010,

p

. 46

),

mét

od

o

é o

“c

on

jun

to

de

ativ

idad

es

sist

emát

icas

e

raci

on

ais

qu

e [.

..]

per

mit

e al

can

çar

o

ob

jeti

vo

[...]

tra

çan

do

o c

amin

ho

a s

er s

egu

ido

, d

etec

tan

do

err

os

e au

xilia

nd

o a

s

dec

isõ

es d

os

cien

tist

as.”

Est

es a

uto

res,

ass

im c

om

o G

il (2

008)

, en

fati

zam

a fi

nal

idad

e d

a at

ivid

ade

cien

tífi

ca:

a b

usc

a p

ela

verd

ade

no

alc

ance

de

con

hec

imen

tos

válid

os

e ve

rdad

eiro

s.

O m

éto

do

, par

a Fa

chin

(20

01, p

. 27)

, é v

isto

co

mo

um

inst

rum

ento

do

co

nh

ecim

ento

qu

e p

rop

orc

ion

a ao

s p

esq

uis

ado

res,

em

qu

alq

uer

áre

a d

e su

a fo

rmaç

ão,

ori

enta

ção

ger

al q

ue

faci

lita

pla

nej

ar u

ma

pes

qu

isa,

form

ula

r hip

óte

ses,

co

ord

enar

inve

stig

açõ

es,

real

izar

exp

eriê

nci

as e

inte

rpre

tar

os

resu

ltad

os.

Na

con

cep

ção

de

Mat

tar

(201

0),

mét

od

o r

efer

e-se

a p

roce

dim

ento

s

rep

etit

ivo

s e

aper

feiç

oad

os

po

r vá

rias

ci

ênci

as

e q

ue

são

u

tiliz

ado

s

du

ran

te o

per

íod

o e

m q

ue

o p

esq

uis

ado

r o

bse

rva

a re

alid

ade,

cri

a e

com

pro

va

suas

hip

óte

ses.

Por

fim

, C

ervo

, B

ervi

an e

Silv

a (2

007)

co

rro

bo

ram

co

m o

s co

nce

ito

s já

apre

sen

tad

os,

afi

rman

do

qu

e “n

as c

iên

cias

, en

ten

de-

se p

or

mét

od

o o

co

nju

nto

de

pro

cess

os

emp

reg

ado

s n

a in

vest

igaç

ão e

na

dem

on

stra

ção

da

verd

ade.

”.

Ob

serv

and

o o

s co

nce

ito

s ab

ord

ado

s, d

e fo

rma

ger

al,

po

de-

se d

izer

qu

e

mét

od

os

são

pro

ced

imen

tos

ord

enad

os

de

man

eira

a p

rove

r u

ma

form

a d

e

real

izar

um

a p

esq

uis

a em

bu

sca

de

con

hec

imen

to,

a p

arti

r d

o m

om

ento

qu

e

po

ssib

ilita

rá a

o p

esq

uis

ado

r co

mp

rova

r o

ob

jeto

de

estu

do

.

O m

éto

do

sem

pre

fo

i es

tud

o n

o â

mb

ito

da

filo

sofi

a. N

o e

nta

nto

, n

o

sécu

lo X

VII,

os

filó

sofo

s d

eram

gra

nd

e ên

fase

ao

mét

od

o c

om

o o

bje

to d

e

estu

do

e d

iscu

ssão

. Iss

o p

orq

ue,

se

você

lem

bra

, é n

esta

ép

oca

qu

e o

s fi

lóso

fos

se p

reo

cup

am c

om

o c

on

hec

er, e

en

tão

a c

iên

cia

e o

co

nh

ecim

ento

são

tra

zid

os

par

a o

cen

tro

da

dis

cuss

ão (

AR

AN

HA

e M

AR

TIN

S, 2

001)

.

Um

do

s fi

lóso

fos

qu

e, n

esta

ép

oca

, mai

s se

pre

ocu

po

u c

om

o m

éto

do

fo

i

Ren

é D

esca

rtes

, se

nd

o e

ste

tem

a fo

co d

e se

u f

iloso

far.

Isto

to

rno

u o

mét

od

o

um

a in

ven

ção

e o

utr

os

aman

tes

da

filo

sofi

a p

assa

ram

a s

e d

edic

ar e

dis

cuti

r o

mét

od

o, c

om

o G

alile

u G

alile

i e F

ran

cis

Bac

on

.

Page 42: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

83Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

O f

ilóso

fo,

físi

co e

mat

emát

ico

fra

ncê

s R

ené

Des

cart

es (

1596

-165

0) t

em g

ran

de

des

taq

ue

na

ciên

cia

e fi

loso

fia

mo

der

na.

Mu

ito

s au

tore

s o

ch

amam

de

“fu

nd

ado

r d

a fi

loso

fia

mo

der

na“

, o

u a

ind

a o

co

nsi

der

am o

“p

ai d

a m

atem

átic

a m

od

ern

a”.

Um

d

e se

us

trab

alh

os

mai

s co

nh

ecid

os

é O

dis

curs

o s

ob

re o

mét

od

o, e

m q

ue

o a

uto

r ap

rese

nta

um

a p

rop

ost

a d

e u

m m

od

elo

q

uas

e m

atem

átic

o p

ara

con

du

zir

o p

ensa

men

to

hu

man

o.

Suas

ati

vid

ades

de

pes

qu

isa

fize

ram

del

e p

erso

nag

em

na

revo

luçã

o c

ien

tífi

ca e

gra

nd

e m

arco

no

des

envo

lvim

ento

das

ci

ênci

as (

MA

TTA

R, 2

008)

.

BIO

GR

AFI

A

•H

istó

rico

do

mét

od

o

Vim

os

qu

e a

curi

osi

dad

e h

um

ana

a re

spei

to d

a n

atu

reza

e d

o p

róp

rio

ho

mem

no

s fe

z d

isti

ng

uir

dif

eren

tes

con

hec

imen

tos.

Exp

licam

os

a n

atu

reza

po

r

mei

os r

elig

ioso

s e d

ivin

dad

es n

o co

nh

ecim

ento

teo

lóg

ico

; usa

nd

o o

con

hec

imen

to

filo

sófi

co p

ara

inve

stig

ar r

acio

nal

men

te, c

apta

nd

o a

ess

ênci

a im

utá

vel d

o r

eal;

uti

lizam

os

o s

enso

co

mu

m o

u c

on

hec

imen

to e

mp

íric

o p

ara

exp

licar

rea

lidad

es

hu

man

as.

Este

s co

nh

ecim

ento

s b

usc

avam

exp

licar

as

pre

ocu

paç

ões

hu

man

as

com

se

u

Un

iver

so,

mas

n

ão

eram

ca

paz

es

de

com

pro

var

fato

s.

Ass

im,

o

con

hec

imen

to c

ien

tífi

co p

rete

nd

e es

tab

elec

er r

elaç

ões

e e

xplic

açõ

es e

ntr

e fa

tos

e ac

on

teci

men

tos

po

r m

eio

de

raci

ocí

nio

e d

a o

bse

rvaç

ão c

ien

tífi

ca.

Nes

te c

on

text

o, s

urg

em o

s m

éto

do

s e

seu

s p

rim

eiro

s au

tore

s, s

end

o a

qu

i

apre

sen

tad

os

os

def

inid

os

po

r G

alile

u G

alile

i, Fr

anci

s B

aco

n e

Ren

é D

esca

rtes

(LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

).

a) M

éto

do

de

Gal

ileu

Gal

ilei

Gal

ileu

G

alile

i, co

nsi

der

ado

o

te

óri

co

do

m

éto

do

ex

per

imen

tal,

se

pre

ocu

pav

a co

m r

elaç

ões

qu

anti

tati

vas,

em

qu

e se

ch

ega

a u

ma

lei

po

r m

eio

da

ob

serv

ação

de

det

erm

inad

o n

úm

ero

de

par

tici

pan

tes

de

caso

s p

arti

cula

res

de

um

ob

jeto

.

Capí

tulo

3

84Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

A f

igu

ra e

xem

plif

ica

as p

rin

cip

ais

etap

as in

dic

adas

pel

o a

uto

r d

o m

éto

do

.

Ob

serv

ão

An

áli

se d

os

ele

me

nto

s

Ind

ão

de

hip

óte

ses

Ve

rifi

ca

çã

o d

e h

ipó

tese

s

Ge

ne

rali

za

çã

o d

os

resu

lta

do

s

Co

nfi

rma

çã

o d

e h

ipó

tese

s

Figu

ra 1

- M

étod

o de

Gal

ileu

Galil

eiFo

nte:

Adap

tado d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

).

Vo

cê p

od

e co

nst

atar

, n

a fi

gu

ra,

qu

e o

au

tor

ind

ica

sete

fas

es p

ara

qu

e

seja

po

ssív

el e

stab

elec

er l

eis

ger

ais.

Co

mo

o a

uto

r se

pre

ocu

pa

com

dad

os

qu

anti

tati

vos,

a o

bte

nçã

o d

este

s p

arte

de

vári

os

exp

erim

ento

s p

ara

qu

e se

con

firm

em s

uas

po

ssív

eis

resp

ost

as.

Inic

ialm

ente

, o

s fa

tos

ou

fen

ôm

eno

s co

nsi

der

ado

s p

ara

estu

do

são

ob

serv

ado

s p

ara

qu

e se

ver

ifiq

ue

o q

ue

oco

rre.

Em

seg

uid

a, s

ão a

nal

isad

os

bu

scan

do

-se

ob

ter

rela

ções

qu

anti

tati

vas

entr

e es

tes,

um

a ve

z q

ue

vári

os

caso

s es

pec

ífic

os

do

s fa

tos

em

estu

do

o

ob

serv

ado

s.

Co

m

bas

e n

os

fato

s, s

ão i

nd

uzi

das

vár

ias

hip

óte

ses,

ou

sej

a, s

ão d

eter

min

adas

po

ssív

eis

resp

ost

as a

o p

rob

lem

a o

u f

ato

em

qu

estã

o (

FAC

HIN

, 20

01).

As

hip

óte

ses

com

b

ase

em

exp

erim

ento

s re

lati

vos

aos

fen

ôm

eno

s sã

o

anal

isad

as

e

veri

fica

das

bu

scan

do

-se

ind

icar

se

as r

esp

ost

as s

ug

erid

as s

ão n

egad

as o

u

con

clu

siva

s. A

ssim

, é

po

ssív

el a

o p

esq

uis

ado

r o

bse

rvar

cas

os

sem

elh

ante

s

du

ran

te o

exp

erim

ento

e s

ug

erir

gen

eral

izaç

ões

do

s re

sult

ado

s. N

este

sen

tid

o,

isto

é p

oss

ível

dev

ido

à c

on

firm

ação

de

alg

um

as o

u d

e to

das

as

hip

óte

ses

leva

nta

das

em

fas

e an

teri

or.

A p

arti

r d

o m

om

ento

em

qu

e o

cie

nti

sta,

pas

san

do

po

r to

das

as

etap

as

ind

icad

as,

con

seg

ue

con

firm

ar h

ipó

tese

s, e

le e

stá

ob

ten

do

lei

s g

erai

s p

ara

o

fen

ôm

eno

em

est

ud

o.

Page 43: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

85Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

O

físi

co,

mat

emát

ico

, as

trô

no

mo

e

filó

sofo

it

alia

no

G

alile

u

Gal

ilei

(156

5-16

42)

foi

resp

on

sáve

l p

or

gra

nd

es

des

cob

erta

s q

ue

infl

uen

ciar

am

a re

volu

ção

ci

entí

fica

em

su

as

área

s d

e co

nh

ecim

ento

. Cri

ou

alg

um

as le

is, c

om

o

a Le

i do

s co

rpo

s, e

inve

nto

u in

stru

men

tos,

co

mo

a

bal

ança

hid

rost

átic

a. V

imo

s q

ue

seu

mét

od

o

emp

íric

o f

oi d

e g

ran

de

rele

vân

cia,

infl

uen

cian

do

o

s m

éto

do

s at

uai

s.

BIO

GR

AFI

A

b)

Mét

od

o d

e Fr

anci

s B

aco

n

Bac

on

en

ten

de

qu

e a

ob

serv

ação

e a

exp

erim

enta

ção

são

cru

ciai

s p

ara

qu

e se

po

ssa

com

pro

var

o r

esu

ltad

o, a

firm

and

o s

ua

vera

cid

ade,

qu

e co

nst

itu

i

o g

ran

de

ob

jeti

vo d

a ci

ênci

a. P

ara

o a

uto

r, o

co

nh

ecim

ento

filo

sófi

co n

ão

po

ssu

i art

efat

os

par

a af

irm

ar s

e al

go

é o

u n

ão v

erd

adei

ro.

As

etap

as in

dic

adas

no

mét

od

o s

ão a

pre

sen

tad

as n

a fi

gu

ra 2

.

Ex

pe

rim

en

taç

ão

Fo

rmu

laç

ão

de

hip

óte

ses

Re

pe

tiç

ão

Te

sta

ge

m d

e h

ipó

tese

s

Fo

rmu

laç

ão

de

ge

ren

era

liz

açõ

es

e l

eis

Figu

ra 2

- M

étod

o de

Bac

onFo

nte:

adap

tada d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

).

O in

ício

da

pes

qu

isa,

par

a o

mét

od

o d

e B

aco

n, i

mp

lica

na

real

izaç

ão d

e vá

rio

s

exp

erim

ento

s en

volv

end

o o

pro

ble

ma

de

pes

qu

isa,

sen

do

qu

e o

pes

qu

isad

or

dev

e an

ota

r su

as o

bse

rvaç

ões

de

form

a si

stem

átic

a. A

s an

ális

e d

os

resu

ltad

os

ob

tid

os,

dev

e-se

fo

rmu

lar

hip

óte

ses

qu

e co

nsi

gam

exp

licar

a r

elaç

ão e

ntr

e o

s fa

tos

ob

serv

ado

s du

ran

te o

s exp

erim

ento

s. O

au

tor,

na

terc

eira

eta

pa,

sug

ere

a re

pet

ição

do

s ex

per

imen

tos

real

izad

os,

mas

po

r o

utr

os

pes

qu

isad

ore

s e

em o

utr

os

lug

ares

,

Capí

tulo

3

86Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

bu

scan

do

-se

mai

s d

ado

s. A

tes

tag

em d

as h

ipó

tese

s p

arti

rá d

a n

ova

seq

uên

cia

de

exp

eriê

nci

as q

ue d

eve t

raze

r mai

s dad

os ú

teis

na c

on

firm

ação

das

hip

óte

ses c

riad

as, is

to

po

r co

nta

da

qu

anti

dad

e d

e ev

idên

cias

ap

rese

nta

das

na

cole

ção

de

dad

os

ob

tid

os

pel

os

pes

qu

isad

ore

s. O

bri

gat

ori

amen

te, o

pes

qu

isad

or

pre

cisa

ter

per

corr

ido

to

das

as e

tap

as a

nte

rio

res p

ara

qu

e co

nsi

ga

gen

eral

izar

as e

xplic

açõ

es a

os f

ato

s est

ud

ado

s e

form

ula

r a(s

) lei

(s) q

ue

con

seg

uiu

evi

den

ciar

po

r co

nta

do

s exp

erim

ento

s rea

lizad

os.

EXP

LOR

AN

DO

EXP

LOR

AN

DO

No

liv

ro

de

Laka

tos

e M

arco

ni

(201

0),

você

en

con

tra

as r

egra

s su

ger

idas

po

r B

aco

n p

ara

real

izar

os

exp

erim

ento

s. C

on

sult

e!

Os

mét

od

os

pro

po

sto

s p

or

Bac

on

e G

alile

u b

asei

am-s

e em

pro

cess

os

ind

uti

vos

(em

q

ue

se

par

te

de

dad

os

par

ticu

lare

s a

gen

eral

izaç

ões

),

dif

eren

cian

do

-se

do

pró

xim

o m

éto

do

a s

er a

bo

rdad

o, q

ue

é d

edu

tivo

.

c) M

éto

do

de

Des

cart

es

Ren

é D

esca

rtes

pro

e u

ma

no

va fo

rma

de

sist

emat

izaç

ão, e

m q

ue

o m

éto

do

pro

po

sto

é d

edu

tivo

, ou

sej

a, p

arte

da

gen

eral

izaç

ão p

ara

a es

pec

ific

idad

e.

A fi

gu

ra 3

esq

uem

atiz

a o

s pas

sos i

nd

icad

os p

or D

esca

rtes

em

sua

pro

po

sta

de

mét

od

o, d

escr

ita

em s

eu li

vro

O d

iscu

rso

do

mét

od

o.

Ev

idê

nc

ia

An

áli

se

Sín

tese

En

um

era

çã

o

Figu

ra 3

- M

étod

o de

Des

cart

esFo

nte:

adap

tada d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

).

Page 44: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

87Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Os

pas

sos

ou

p

rece

ito

s su

ger

ido

s p

or

Des

cart

es

par

a a

pes

qu

isa

inic

iam

pel

a ac

eita

ção

da

info

rmaç

ão v

erd

adei

ra.

Não

se

po

de

ter

com

o

verd

ade

alg

o q

ue

dei

xa a

lgu

ma

peq

uen

a m

arg

em d

e d

úvi

da,

bem

co

mo

não

se

dev

e u

sar

juíz

o,

pre

cip

itaç

ão e

pre

con

ceit

o n

a d

ecis

ão;

é p

reci

so

qu

e se

tra

te r

ealm

ente

de

alg

o e

vid

ente

. A

dec

om

po

siçã

o d

o f

enô

men

o

em q

uan

tas

par

tes

for

nec

essá

rio

par

a a

mel

ho

r co

mp

reen

são

e r

eso

luçã

o,

sem

pre

em

d

ireç

ão

ao

qu

e p

oss

ui

men

os

com

ple

xid

ade,

é

a su

ges

tão

de

anál

ise

ind

icad

a p

elo

au

tor,

o

q

ue

ind

ica

o

uso

d

a d

edu

ção

. A

par

tir

daí

, D

esca

rtes

su

ger

e q

ue

o

pes

qu

isad

or

reco

nst

itu

a,

de

form

a

ord

enad

a,

os

ob

jeto

s/p

arte

s m

ais

sim

ple

s,

ind

o

ao

qu

e p

oss

ua

mai

or

com

ple

xid

ade,

d

e ac

ord

o

com

a

dec

om

po

siçã

o

real

izad

a n

a fa

se

de

anál

ise,

re

aliz

and

o,

des

ta

form

a,

a sí

nte

se

do

p

roce

sso

. Po

r fi

m,

a

sug

estã

o é

qu

e o

cie

nti

sta

pro

cure

en

um

erar

e r

evis

ar o

s re

sult

ado

s, a

s

con

clu

sões

, p

ara

qu

e n

ão s

e co

rra

o r

isco

de

om

itir

alg

um

a p

arte

ou

dad

o

no

des

envo

lvim

ento

do

pro

cess

o.

O i

ng

lês

Fran

cis

Bac

on

(15

61 –

162

6),

filó

sofo

e

po

lític

o,

é ch

amad

o p

or

alg

un

s d

e “f

un

dad

or

da

ciên

cia

mo

der

na”

, te

nd

o c

om

o s

ua

pri

nci

pal

o

bra

fi

losó

fica

o

N

ovu

m

Org

anu

m.

Tin

ha

com

o p

reo

cup

açõ

es p

rin

cip

ais

o e

mp

iris

mo

e a

m

eto

do

log

ia c

ien

tífi

ca.

BIO

GR

AFI

A

Ob

serv

and

o o

s au

tore

s ap

rese

nta

do

s, p

erce

be-

se a

pre

ocu

paç

ão,

ao

lon

go

da

his

tóri

a, e

m f

orn

ecer

ao

s p

esq

uis

ado

res

recu

rso

s p

ara

a co

mp

rova

ção

de

verd

ades

qu

e le

vass

em a

o d

esen

volv

imen

to d

a ci

ênci

a. M

ais

um

a ve

z, n

ota

-

se a

pre

sen

ça d

os

filó

sofo

s co

mo

ân

cora

s n

o d

esen

volv

imen

to d

e te

ori

as e

pro

cess

os

par

a o

mu

nd

o d

a p

esq

uis

a e

da

ciên

cia.

Este

s m

éto

do

s ap

rese

nta

do

s p

assa

ram

po

r tr

ansf

orm

açõ

es,

assi

m c

om

o

no

vos

mét

od

os

fora

m s

urg

ind

o p

ara

favo

rece

r a

pes

qu

isa

e a

ciên

cia.

Vo

cê o

s

con

hec

erá

ain

da

nes

te c

apít

ulo

.

Capí

tulo

3

88Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

3.2

.2 R

ele

nc

ia d

o m

éto

do

Alg

um

as p

oss

ívei

s ve

rdad

es n

os

são

ap

rese

nta

das

to

do

s o

s d

ias.

Ch

auí

(200

9) n

os

mo

stra

alg

un

s ex

emp

los:

a id

eia

de

qu

e é

o S

ol q

ue

se m

ove

ao

red

or

da

Terr

a, q

ue

per

man

ece

imó

vel,

já q

ue,

to

do

s o

s d

ias,

vem

os

o S

ol

nas

cer

de

um

lad

o e

se

r d

e o

utr

o, n

ão é

? N

o e

nta

nto

, há

mu

ito

tem

po

, a A

stro

no

mia

com

pro

vou

qu

e a

Terr

a q

ue

se m

ove

em

to

rno

do

So

l; d

a m

esm

a fo

rma,

tem

os

a im

pre

ssão

de

qu

e o

So

l é

men

or

do

qu

e a

Terr

a, p

ois

ao

vis

ual

izar

mo

s, e

sta

imp

ress

ão é

mu

ito

cla

ra,

mas

a A

stro

no

mia

tam

bém

com

pro

vou

qu

e a

Terr

a é

mu

ito

men

or

qu

e So

l. A

ssim

, vo

cê p

od

e p

erce

ber

a d

ifer

ença

en

tre

as c

erte

zas

coti

dia

nas

, q

ue

cham

amo

s se

nso

co

mu

m,

e as

qu

e se

ref

erem

ao

con

hec

imen

to c

ien

tífi

co.

Vo

cê j

á vi

u q

ue

as c

erte

zas

coti

dia

nas

são

nec

essá

rias

par

a q

ue

haj

a o

con

hec

er c

ien

tífi

co.

Essa

ru

ptu

ra e

xist

ente

na

his

tóri

a o

corr

e n

a ch

amad

a

revo

luçã

o c

ien

tífi

ca,

em q

ue

um

des

envo

lvim

ento

co

nsi

der

ável

da

ciên

cia.

Mat

tar

(201

0) c

ita

o s

urg

imen

to d

a A

stro

no

mia

, co

m C

op

érn

ico

, K

eple

r e

New

ton

, co

mo

o p

rin

cip

al a

con

teci

men

to im

pu

lsio

nad

or d

a re

volu

ção

cien

tífi

ca.

As

teo

rias

dem

on

stra

das

na

épo

ca f

ora

m c

om

par

adas

sis

tem

atic

amen

te, o

qu

e

fort

alec

eu a

ciê

nci

a.

Ch

auí

(200

9, p

. 21

9) a

firm

a q

ue

“os

fato

s o

u o

bje

tos

cien

tífi

cos

não

são

dad

os

emp

íric

os

esp

on

tân

eos

de

no

ssa

exp

eriê

nci

a co

tid

ian

a [.

..]”.

Par

a q

ue

seja

alc

ança

do

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co, é

pre

ciso

qu

e h

aja

um

a in

vest

igaç

ão

cien

tífi

ca,

em q

ue

se t

orn

a n

eces

sári

a a

aplic

ação

de

ativ

idad

es r

acio

nai

s,

exp

erim

enta

is e

téc

nic

as.

Qu

and

o s

e fa

la e

m t

écn

ica,

um

a re

ferê

nci

a ao

s

mét

od

os

qu

e n

os

per

mit

em o

bte

r u

m r

igo

r ci

entí

fico

, fat

or

fun

dam

enta

l par

a

torn

ar p

oss

ível

a c

om

pro

vaçã

o d

a ve

rdad

e n

a ci

ênci

a.

Des

ta fo

rma,

cla

ssif

ica-

se o

trab

alh

o c

ien

tífi

co c

om

o m

etó

dic

o e

sist

emát

ico

.

Ch

auí

(200

9) d

iz q

ue

o m

éto

do

per

mit

e o

rig

or

cien

tífi

co e

ap

rese

nta

alg

um

as

ativ

idad

es q

ue

julg

a se

rem

rel

evan

tes

par

a o

in

vest

igad

or

cien

tífi

co e

qu

e

po

dem

co

nst

itu

ir u

ma

ciên

cia

de

aco

rdo

co

m a

s ex

igên

cias

des

ta:

•Se

par

ar o

qu

e é

sub

jeti

vo e

ob

jeti

vo e

m u

m f

ato

a s

er e

stu

dad

o.

•C

on

stru

ir u

m fe

men

o c

om

o a

lgo

po

ssív

el d

e co

ntr

ole

, de

veri

fica

ção

,

de

inte

rpre

taçã

o e

de

ser

reti

fica

do

ou

co

rrig

ido

.

Page 45: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

89Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

•D

emo

nst

rar

e p

rova

r, d

e fo

rma

rig

oro

sa,

po

r m

eio

do

s m

éto

do

s, o

s

resu

ltad

os

ob

tid

os.

•R

elac

ion

ar

um

fa

to

iso

lad

o

a o

utr

os,

b

usc

and

o

tran

sfo

rmar

o

fen

ôm

eno

em

um

ob

jeto

cie

ntí

fico

po

r m

eio

da

aplic

ação

de

teo

ria.

•Po

ssib

ilita

r a

cria

ção

de

teo

ria

qu

e p

oss

a ex

plic

ar o

s fa

tos

e fe

men

os

ob

serv

ado

s.

Laka

tos

e M

arco

ni

(200

7)

afir

mam

q

ue

a in

vest

igaç

ão

cien

tífi

ca

alca

nça

seu

s o

bje

tivo

s ao

te

mp

o

qu

e se

p

rop

õe

cum

pri

r as

at

ivid

ades

pro

po

stas

na

fig

ura

4.

Pro

ble

ma

Ex

pli

ca

çã

o

Co

nc

lusã

o

o e

xp

lic

ão

o s

ati

sfa

tóri

a

Iníc

io d

e n

ov

o c

iclo

Co

loc

ão

pre

vis

ta

do

pro

ble

ma

Te

nta

tiv

a d

e S

olu

çã

o

Pro

cu

ra d

e c

on

he

cim

en

to o

u

inst

rum

en

to r

ele

va

nte

Sa

tisf

ató

rio

Inú

til

Pro

va

de

so

luç

ão

Ob

ten

çã

o d

e

um

a s

olu

çã

o

Inv

en

çã

o d

e n

ov

as

ide

ias

ou

pro

du

çã

o d

e n

ov

os

da

do

s e

mp

íric

os

Sa

tisf

ató

ria

Figu

ra 4

- Et

apas

a se

rem

cum

prid

as p

ara o

alca

nce d

os o

bjet

ivos

da i

nves

tigaç

ão ci

entífi

caFo

nte:

adap

tada d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2007

).

Capí

tulo

3

90Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Pela

fig

ura

4 a

pre

sen

tad

a, i

nic

ialm

ente

, o

in

vest

igad

or,

ao e

nu

nci

ar o

pro

ble

ma

de

form

a ad

equ

ada,

dev

e ve

rifi

car

se h

á ex

plic

ação

par

a o

pro

ble

ma,

sen

do

, n

esse

cas

o,

des

nec

essá

ria

a p

esq

uis

a. M

as s

e n

ão h

ou

ver

exp

licaç

ão,

dev

e-se

ap

rese

nta

r o p

rob

lem

a d

e fo

rma

pre

cisa

an

tes d

e in

iciá

-la.

A se

gu

ir, c

om

ten

tati

va d

e so

luci

on

ar o

pro

ble

ma,

bu

scam

-se

con

hec

imen

tos

já e

xist

ente

s

ou

ain

da

inst

rum

ento

s q

ue

po

ssam

co

ntr

ibu

ir c

om

o in

tuit

o, c

om

o t

eori

as o

u

técn

icas

de

cálc

ulo

, dep

end

end

o d

a n

atu

reza

do

pro

ble

ma.

Em

seg

uid

a, t

enta

-

se re

solv

er o

pro

ble

ma

com

o q

ue

foi i

den

tifi

cad

o. N

o c

aso

de

exis

tir

exp

licaç

ão

não

sat

isfa

tóri

a p

ara

enco

ntr

ar a

so

luçã

o d

o p

rob

lem

a, t

orn

a-se

nec

essá

rio

apre

sen

tar

no

vas

idei

as o

u d

ado

s q

ue

po

ssam

co

ntr

ibu

ir p

ara

a re

solu

ção

do

pro

ble

ma.

A p

arti

r d

isto

, o

pes

qu

isad

or

dev

e p

rop

or

um

a so

luçã

o a

deq

uad

a

ao p

rob

lem

a, s

eja

esta

exa

ta o

u a

pro

xim

ada,

seg

uid

a d

a in

vest

igaç

ão d

as

con

seq

uên

cias

do

qu

e fo

i ad

ota

do

. C

om

bas

e em

dad

os

e te

ori

as s

ob

re o

assu

nto

, dev

e-se

ap

rese

nta

r u

ma

com

pro

vaçã

o d

e q

ue

a so

luçã

o a

pre

sen

tad

a

par

a o

pro

ble

ma

é co

ncl

usi

va. C

aso

sej

a sa

tisf

ató

ria,

o c

iclo

fin

aliz

a e,

no

cas

o

de

não

po

ssib

ilita

r p

rova

r as

hip

óte

ses,

hav

erá

nec

essi

dad

e d

e in

icia

r u

m n

ovo

cicl

o d

e in

vest

igaç

ão (

LAK

ATO

S e

MA

RC

ON

I, 20

07).

Ob

serv

e q

ue

os

iten

s ap

rese

nta

do

s d

emo

nst

ram

nec

essi

dad

es r

elev

ante

s

ao p

esq

uis

ado

r n

o d

esen

volv

imen

to c

ien

tífi

co.

Perc

ebe-

se q

ue

tod

o t

rab

alh

o

cien

tífi

co, p

or

sua

con

cep

ção

, vis

lum

bra

o c

on

hec

er, s

end

o, p

ara

isso

, nec

essá

rio

ser

apre

ciad

o p

or

pro

ced

imen

tos

met

od

oló

gic

os

qu

e o

em

bas

em (F

AC

HIN

, 200

1).

Ass

im, o

mét

od

o d

eve

cola

bo

rar

com

o in

vest

igad

or

par

a q

ue

seja

po

ssív

el

a es

te n

ão p

erm

itir

qu

e se

u c

apri

cho

ou

aca

so i

nfl

uen

ciem

a p

esq

uis

a so

bre

o

ob

jeto

de

estu

do

(C

ERV

O, B

ERV

IAN

e S

ILV

A, 2

007)

. Dev

e se

r p

oss

ível

qu

e, a

o t

er

seu

tra

bal

ho

inve

stig

ado

po

r o

utr

o c

ien

tist

a, o

au

tor

ten

ha

cert

eza

de

qu

e o

leit

or

po

der

á ve

rifi

car

tod

os

os

pro

cess

os

e si

stem

atiz

ação

de

seu

mét

od

o a

plic

ado

.

Pod

e se

r p

oss

ível

co

nte

staç

ão, o

qu

e n

ão é

ace

itáv

el é

a f

alta

da

apre

sen

taçã

o d

o

mét

od

o d

efin

ido

e u

tiliz

ado

, bem

co

mo

a d

emo

nst

raçã

o d

os

resu

ltad

os

ob

tid

os

po

r m

eio

des

te. E

xata

men

te p

or

esta

nec

essi

dad

e é

qu

e La

kato

s e

Mar

con

i (20

10,

p. 4

4) a

firm

am: “

não

ciên

cia

sem

o e

mp

reg

o d

os

mét

od

os

cien

tífi

cos”

.

Cab

e d

esta

car

qu

e n

ão s

erá

atri

bu

ição

do

mét

od

o a

res

po

nsa

bili

dad

e

po

r en

sin

ar a

en

con

trar

hip

óte

ses,

id

eias

no

vas

e fe

cun

das

, q

ue

con

stit

uem

resp

on

sab

ilid

ade

do

cie

nti

sta

(CER

VO

, B

ERV

IAN

e S

ILV

A,

2007

). A

ciê

nci

a se

po

ssív

el s

e o

in

vest

igad

or

uti

lizar

a s

ua

cria

tivi

dad

e, i

nte

ligên

cia,

tal

ento

e

ativ

idad

e m

enta

l, ju

nta

men

te c

om

a a

plic

ação

do

s p

roce

dim

ento

s ef

icie

nte

s

qu

e co

nst

itu

em o

mét

od

o e

sco

lhid

o p

ara

o e

stu

do

de

det

erm

inad

o o

bje

to.

Page 46: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

91Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Em s

e tr

atan

do

da

sele

ção

do

mét

od

o, c

abe

diz

er q

ue

se d

eve

ente

nd

er

a n

atu

reza

do

ob

jeto

em

est

ud

o,

de

cad

a p

rob

lem

a in

vest

igad

o p

ara

qu

e se

esco

lha

o q

ue

for

mai

s ad

equ

ado

. Fac

hin

(20

01)

sug

ere

qu

e, a

lém

da

nat

ure

za

do

ob

jeto

fo

co d

a p

esq

uis

a, o

pes

qu

isad

or

se p

reo

cup

e ta

mb

ém c

om

o o

bje

tivo

qu

e se

tem

ao

rea

lizar

a in

vest

igaç

ão.

É p

oss

ível

qu

e, e

m u

ma

pes

qu

isa,

vo

cê u

tiliz

e m

ais

de

um

mét

od

o e

ntr

e

os

vári

os

exis

ten

tes,

par

a ta

nto

, vam

os

con

hec

er a

lgu

ns

do

s m

éto

do

s u

tiliz

ado

s

atu

alm

ente

par

a in

vest

igaç

ão c

ien

tífi

ca.

Cab

e re

ssal

tar

qu

e h

á d

ifer

ente

s

clas

sifi

caçõ

es d

os

mét

od

os

po

r d

ifer

ente

s au

tore

s.

Ao

ob

serv

ar o

co

nce

ito

de

mét

od

o a

pre

sen

tad

o,

é p

oss

ível

vo

cê p

ensa

r n

a ap

licaç

ão d

este

em

su

a vi

da

coti

dia

na?

REF

LEX

ÃO

3.2

.3 M

éto

do

s c

ien

tífi

co

e r

ac

ion

al

A d

isti

nçã

o d

este

s d

ois

mét

od

os,

ap

rese

nta

da

po

r C

ervo

, B

ervi

an e

Silv

a (2

010)

, es

em

suas

ca

ract

erís

tica

s b

ásic

as,

em

qu

e se

d

isti

ng

ue

o

mét

od

o

cien

tífi

co

com

o

aplic

ável

a

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s q

ue

po

ssam

se

r co

mp

rova

do

s

exp

erim

enta

lmen

te,

e o

mét

od

o r

acio

nal

ap

licad

o a

ciê

nci

as c

ujo

ob

jeto

é o

qu

esti

on

amen

to d

a re

alid

ade.

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(201

0) a

firm

am q

ue

o m

éto

do

cie

ntí

fico

des

eja

con

hec

er a

rea

lidad

e d

os

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s, b

usc

and

o e

xplic

ar u

m v

aria

do

mer

o d

e

oco

rrên

cias

sem

elh

ante

s p

ara

um

dad

o o

bje

to d

e es

tud

o. O

s au

tore

s (2

010,

p.

28) l

emb

ram

qu

e “[

...] o

mét

od

o é

ap

enas

um

mei

o d

e ac

esso

; só

a in

telig

ênci

a

e a

refl

exão

des

cob

rem

o q

ue

os

fato

s e

os

fen

ôm

eno

s re

alm

ente

são

.”

O p

esq

uis

ado

r o

bse

rva

um

pro

ble

ma

e q

ues

tio

na

com

o p

od

erá

pro

ced

er

sua

inve

stig

ação

ace

rca

do

tem

a. P

ara

tan

to,

po

de,

po

r ex

emp

lo,

sug

erir

alg

um

a h

ipó

tese

e d

elim

itar

o a

ssu

nto

. Nes

te c

aso

, tem

-se

o m

éto

do

cie

ntí

fico

qu

e lh

e fo

rnec

erá

ferr

amen

tas

par

a al

can

çar

seu

ob

jeti

vo e

m s

ua

pes

qu

isa.

Capí

tulo

3

92Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

De

aco

rdo

co

m C

ervo

, Ber

vian

e S

ilva

(201

0, p

. 29)

,

O

mét

od

o

cien

tífi

co

apro

veit

a a

ob

serv

ação

, a

des

criç

ão,

a co

mp

araç

ão,

a an

ális

e e

a sí

nte

se,

além

de

pro

cess

os

men

tais

da

ded

uçã

o e

da

ind

uçã

o,

com

un

s a

tod

o t

ipo

de

inve

stig

ação

, q

uer

ex

per

imen

tal,

qu

er r

acio

nal

.

No

cas

o d

o m

éto

do

rac

ion

al,

os

auto

res

(201

0) a

firm

am q

ue

é ta

mb

ém

cien

tífi

co e

ap

licad

o e

m á

reas

co

mo

a f

iloso

fia,

em

qu

e a

real

idad

e ao

qu

al é

ap

licad

o n

ão s

e re

fere

a f

ato

s q

ue

po

ssam

ser

co

mp

rova

do

s p

ela

exp

erim

enta

ção

. A

in

terp

reta

ção

da

real

idad

e em

rel

ação

a s

ua

ori

gem

,

nat

ure

za, d

esti

no

e s

ign

ific

ado

é o

bje

to d

as c

iên

cias

qu

e em

pre

gam

a ló

gic

a e

raci

on

alid

ade

des

te m

éto

do

.

A f

orm

a co

mo

é p

oss

ível

a c

om

pro

vaçã

o o

u r

efu

taçã

o d

as h

ipó

tese

s

de

pes

qu

isa

é o

qu

e d

ifer

enci

a d

o m

éto

do

cie

ntí

fico

, u

ma

vez

qu

e o

mét

od

o

raci

on

al p

rete

nd

e u

ma

com

pre

ensã

o m

ais

amp

la a

res

pei

to d

a vi

da,

do

mu

nd

o

e d

o s

er h

um

ano

.

3.2

.4 M

éto

do

s d

ed

uti

vo

, in

du

tiv

o,

hip

oté

tic

o-d

ed

uti

vo

e d

ialé

tic

o

Dif

eren

tes

form

as d

e p

ensa

men

to o

u d

e ra

cio

cín

io s

ão a

bas

es n

os

mét

od

os

ded

uti

vo,

ind

uti

vo e

hip

oté

tico

-ded

uti

vo.

Já o

mét

od

o d

ialé

tico

é

trat

ado

na

liter

atu

ra d

e m

anei

ra d

ifer

ente

po

r vá

rio

s au

tore

s e

rela

cio

na-

se

com

a c

on

test

ação

de

idei

as.

•M

éto

do

ded

uti

vo

O m

éto

do

ded

uti

vo é

co

nh

ecid

o c

om

o a

qu

ele

em q

ue

a fo

rma

de

pen

sar

par

te d

o g

eral

par

a o

esp

ecíf

ico

. De

aco

rdo

co

m F

ach

in (2

001,

p. 3

0), “

é aq

uel

e

qu

e d

e d

uas

pro

po

siçõ

es n

eces

sari

amen

te s

urg

e u

ma

con

clu

são

”.

Co

nfo

rme

Gil

(200

8,

p.

9),

“par

te

de

pri

ncí

pio

s re

con

hec

ido

s co

mo

verd

adei

ros

e in

dis

cutí

veis

e

po

ssib

ilita

ch

egar

a

con

clu

sões

d

e m

anei

ra

pu

ram

ente

fo

rmal

[...]

”. A

ind

a C

ervo

, Ber

vian

e S

ilva

(201

0, p

. 46)

afi

rmam

qu

e,

nes

ta f

orm

a d

e p

ensa

men

to,

estr

utu

ras

lóg

icas

são

co

nst

ruíd

as r

elac

ion

and

o

ante

ced

ente

e c

on

seq

uen

te, p

rem

issa

e c

on

clu

são

.

Vej

a o

exe

mp

lo a

pre

sen

tad

o p

or

Gil

(200

8):

Page 47: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

93Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

TOD

O H

OM

EM É

MO

RTA

L. (P

rem

issa

mai

or)

PED

RO

É H

OM

EM. (

Prem

issa

men

or)

LOG

O, P

EDR

O É

MO

RTA

L. (

Co

ncl

usã

o)

Por

mei

o d

a p

rem

issa

mai

or

e p

rem

issa

men

or,

é p

oss

ível

in

feri

r a

con

clu

são

ap

rese

nta

da.

Pel

o e

xem

plo

, é

per

cep

tíve

l q

ue

este

mét

od

o p

oss

ui

a fa

cilid

ade

de

cheg

ar d

o c

on

hec

ido

ao

des

con

hec

ido

co

m u

ma

mar

gem

peq

uen

a d

e er

ro,

po

rém

um

a re

stri

ção

de

con

clu

são

, u

ma

vez

qu

e n

ão

po

de

apre

sen

tar

resp

ost

as q

ue

não

est

ejam

em

bu

tid

as n

as p

rem

issa

s (C

ERV

O,

BER

VIA

N e

SIL

VA

, 201

0).

Ou

tro

po

nto

ref

ere-

se a

o f

ato

de

qu

e h

á a

nec

essi

dad

e d

e q

ue

a p

rem

issa

pre

viam

ente

ad

ota

da

não

ten

ha

po

ssib

ilid

ade

de

ser

colo

cad

a em

vid

a,

com

o a

po

nta

Gil

(200

8).

A a

plic

ação

do

mét

od

o d

edu

tivo

é m

aio

r n

a Fí

sica

e n

a M

atem

átic

a

dev

ido

à c

arac

terí

stic

a d

e q

ue,

no

rmal

men

te, a

pre

sen

tam

seu

s en

un

ciad

os

na

form

a d

e le

is (

GIL

, 200

8).

•M

éto

do

ind

uti

vo

Este

mét

od

o, d

e fo

rma

ger

al, c

on

tem

pla

des

cob

erta

s par

tin

do

-se

do

esp

ecíf

ico

par

a o

un

iver

sal,

com

o c

on

firm

am L

akat

os

e M

arco

ni

(200

7, p

. 53

): a

“in

du

ção

é u

m p

roce

sso

men

tal

po

r in

term

édio

do

qu

al,

par

tin

do

do

s d

ado

s p

arti

cula

res,

sufi

cien

tem

ente

co

nst

atad

os,

infe

re-s

e u

ma

verd

ade

ger

al o

u u

niv

ersa

l [...

]”.

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(201

0, p

. 44

) co

rro

bo

ram

afi

rman

do

qu

e, n

a

ind

uçã

o, “

de

verd

ades

par

ticu

lare

s co

ncl

uím

os

verd

ades

ger

ais”

, e a

pre

sen

tam

um

exe

mp

lo p

ara

o m

éto

do

:

Terr

a, M

arte

, Vên

us,

Sat

urn

o, N

etu

no

são

to

do

s p

lan

etas

.

Ora

, Te

rra,

M

arte

, V

ênu

s Sa

turn

o,

Net

un

o,

etc.

, n

ão

bri

lham

co

m lu

z p

róp

ria.

Log

o, o

s p

lan

etas

não

bri

lham

co

m lu

z p

róp

ria.

Capí

tulo

3

94Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Perc

ebe-

se q

ue,

co

mo

no

ded

uti

vo,

a ló

gic

a é

bas

ead

a em

pre

mis

sas,

esta

s id

enti

fica

m i

nfo

rmaç

ões

co

ncl

usi

vas

sob

re o

s fa

tos

ob

serv

ado

s, e

pel

o

raci

ocí

nio

, o

pes

qu

isad

or

reve

la u

ma

real

idad

e an

tes

não

co

nh

ecid

a q

ue

po

der

á se

to

rnar

, po

r ex

emp

lo, u

ma

lei u

niv

ersa

l (LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

).

O m

éto

do

po

de

ser

real

izad

o e

m t

rês

fase

s, a

ssim

ap

rese

nta

das

po

r

Laka

tos

e M

arco

ni (

2010

):

•O

bse

rvaç

ão

do

s fe

men

os:

em

q

ue

os

fato

s sã

o

ob

serv

ado

s e

anal

isad

os

pel

o p

esq

uis

ado

r a

fim

de

con

hec

er s

uas

cau

sas

e o

po

rqu

ê

de

sua

man

ifes

taçã

o.

•D

esco

ber

ta

da

rela

ção

en

tre

eles

: co

mp

aran

do

o

s vá

rio

s fa

tos

rela

cio

nad

os

ao o

bje

to d

e es

tud

o,

o p

esq

uis

ado

r b

usc

a ap

roxi

má-

los

par

a en

con

trar

po

ssív

eis

rela

cio

nam

ento

s.

•G

ener

aliz

ação

da

rela

ção

: o

pes

qu

isad

or

dev

e g

ener

aliz

ar r

elaç

ões

enco

ntr

adas

en

tre

fato

s se

mel

han

tes.

Alg

um

as r

egra

s sã

o r

elev

ante

s n

o m

éto

do

ap

rese

nta

do

: o

pes

qu

isad

or

não

dev

e te

r d

úvi

das

qu

anto

à g

ener

aliz

ação

ser

rea

lmen

te e

ssen

cial

; e

dev

e te

r ce

rtez

a d

e q

ue

os

fato

s q

ue

fora

m

rela

cio

nad

os

entr

e si

p

ara

ob

ten

ção

da

gen

eral

izaç

ão s

ejam

rea

lmen

te s

emel

han

tes

(CER

VO

, B

ERV

IAN

e SI

LVA

, 201

0).

O m

éto

do

in

du

tivo

in

flu

enci

ou

o m

éto

do

cie

ntí

fico

des

de

sua

aplic

ação

po

r B

aco

n n

as c

iên

cias

nat

ura

is e

tam

bém

tem

su

a re

levâ

nci

a n

as c

iên

cias

soci

ais

po

r se

rvir

co

mo

pro

pu

lso

r ao

uso

da

ob

serv

ação

em

det

rim

ento

da

esp

ecu

laçã

o p

ara

cheg

ar a

o c

on

hec

imen

to c

ien

tífi

co. IN

TER

AG

IND

OIN

TER

AG

IND

O

Entr

e em

co

nta

to c

om

seu

s co

leg

as d

e tu

rma

po

r m

eio

do

Am

bie

nte

Vir

tual

de

Ap

ren

diz

agem

e

apre

sen

te p

rem

issa

s e

con

clu

sões

uti

lizan

do

o

mét

od

o d

edu

tivo

e o

mét

od

o in

du

tivo

. Se

rá u

m

óti

mo

exe

rcíc

io d

e ló

gic

a, a

lém

de

favo

rece

r su

a co

mp

reen

são

so

bre

o t

ema

abo

rdad

o.

Page 48: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

95Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

•M

éto

do

hip

oté

tico

-ded

uti

vo

Ap

esar

do

s b

enef

ício

s d

o m

éto

do

in

du

tivo

, es

te t

amb

ém s

ofr

eu c

ríti

cas

de

alg

un

s ci

enti

stas

, co

mo

, po

r ex

emp

lo: n

ão s

er p

oss

ível

ob

ter

gen

eral

izaç

ões

com

uso

de

amo

stra

s o

u n

ão p

od

er p

rom

ove

r ev

idên

cia

e ce

rtez

a. E

stas

,

asso

ciad

as à

s re

aliz

adas

ao

mét

od

o d

edu

tivo

, cu

lmin

aram

no

des

envo

lvim

ento

do

mét

od

o h

ipo

téti

co-d

edu

tivo

.

As

bas

es

par

a a

cria

ção

d

o

pro

cess

o

hip

oté

tico

-ded

uti

vo

fora

m

des

envo

lvid

as p

or S

ir K

arl R

aym

un

d P

op

per

, qu

e af

irm

a se

r est

e o

ún

ico

mét

od

o

reco

nh

ecid

o.

Em s

ua

con

cep

ção

, as

pes

qu

isas

têm

co

mo

bas

e u

m p

rob

lem

a a

ser

solu

cio

nad

o e

su

a re

solu

ção

est

á n

um

pro

cess

o d

e te

nta

tiva

s e

elim

inaç

ão

de

erro

s (L

AK

ATO

S e

MA

RC

ON

I, 20

07).

Kap

lan

(19

72 a

pu

d G

IL, 2

008,

p. 1

2) d

iz q

ue:

[...]

o

ci

enti

sta,

at

ravé

s d

e u

ma

com

bin

ação

d

e o

bse

rvaç

ão

cuid

ado

sa,

háb

eis

ante

cip

açõ

es

e in

tuiç

ão

cien

tífi

ca,

alca

nça

u

m c

on

jun

to d

e p

ost

ula

do

s q

ue

go

vern

am o

s fe

men

os

pel

os

qu

ais

está

in

tere

ssad

o,

daí

ded

uz

ele

as c

on

seq

uên

cias

po

r m

eio

d

e ex

per

imen

taçã

o

e,

des

sa

man

eira

, re

futa

o

s p

ost

ula

do

s,

sub

stit

uin

do

-os,

qu

and

o n

eces

sári

o, p

or

ou

tro

s, e

ass

im p

ross

egu

e.

A c

itaç

ão a

pre

sen

tad

a co

rro

bo

ra c

om

a e

stru

tura

in

dic

ada

po

r Po

pp

er

par

a o

mét

od

o h

ipo

téti

co-d

edu

tivo

na

fig

ura

5.

Exp

ecta

tiva

s o

u

Co

nh

ecim

ento

p

révi

oPr

ob

lem

aC

on

ject

ura

sTe

stes

de

Fals

eam

ento

Figu

ra 5

- Fa

ses d

o m

étod

o hi

poté

tico-

dial

ético

Font

e: ad

aptad

a de L

akato

s e M

arcon

i (20

07).

Os

con

hec

imen

tos

pré

vio

s ad

vêm

do

qu

e ex

iste

em

ter

mo

s d

e es

tud

o d

as

teo

rias

con

hec

idas

, e

com

bas

e n

este

s e

exp

ecta

tiva

s ex

iste

nte

s, c

on

flit

os

apar

ecem

, to

rnan

do

-se

foco

de

inve

stig

ação

. C

om

o c

on

ject

ura

, en

ten

de-

se

um

a so

luçã

o n

a fo

rma

de

pro

po

siçõ

es q

ue

po

der

ão,

de

alg

um

a m

anei

ra,

ser

test

adas

co

nsi

der

and

o s

uas

co

nse

qu

ênci

as, u

tiliz

and

o-s

e d

e d

edu

ção

. Po

r fi

m,

exis

tem

os

test

es d

e fa

lsea

men

to,

em q

ue

o o

bje

to é

su

bm

etid

o à

elim

inaç

ão

de

po

ssív

eis

erro

s d

ura

nte

a a

plic

ação

do

mét

od

o;

par

a o

s te

stes

, p

od

e-se

usa

r a

ob

serv

ação

e a

exp

erim

enta

ção

. Q

uan

to m

ais

você

co

nse

gu

ir p

rod

uzi

r

fals

eam

ento

s, m

aio

r ri

go

r ci

entí

fico

ser

á o

bti

do

na

aplic

ação

do

mét

od

o.

Capí

tulo

3

96Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

EXP

LOR

AN

DO

EXP

LOR

AN

DO

O

mét

od

o

hip

oté

tico

-ded

uti

vo

apre

sen

ta

ou

tras

va

rian

tes

na

per

cep

ção

d

e o

utr

os

auto

res.

V

ocê

p

od

e co

nh

ecer

m

ais

sob

re

o

mét

od

o n

o l

ivro

Me

tod

olo

gia

cie

ntí

fica

, d

e La

kato

s e

Mar

con

i (2

007)

.

•M

éto

do

dia

léti

co

Dia

léti

ca é

um

co

nce

ito

an

tig

o q

ue

dat

a d

a G

réci

a A

nti

ga

e fo

i uti

lizad

o p

or

Plat

ão,

ao c

on

sid

erar

a a

rte

do

diá

log

o,

po

sto

qu

e d

eriv

a d

a p

alav

ra d

e o

rig

em

gre

ga

dia

lekt

os,

qu

e si

gn

ific

a d

ebat

e, f

orm

a d

e d

iscu

tir

e d

ebat

er (G

IL, 2

001)

.

No

en

tan

to, o

ap

og

eu d

ialé

tico

vei

o c

om

o f

ilóso

fo H

egel

(17

70 –

183

1),

qu

e fu

nd

amen

tou

a c

on

cep

ção

mo

der

na

da

dia

léti

ca,

em q

ue

“tu

do

tem

rela

ção

co

m u

m t

od

o,

qu

e en

cerr

a, e

m s

i p

róp

rio

, co

ntr

adiç

ões

” (L

AK

ATO

S e

MA

RC

ON

I, 20

07, p

. 82)

. Os

auto

res

(200

7, p

. 82)

ain

da

afir

mam

qu

e “a

dia

léti

ca

é a

lóg

ica

do

co

nfl

ito

, do

mo

vim

ento

, da

vid

a.”

Para

a d

ialé

tica

de

Heg

el, a

imp

ort

ânci

a p

rim

eira

era

dad

a ao

esp

írit

o, p

or

ser

um

idea

lista

. Est

a p

osi

ção

fo

i cri

tica

da

po

r K

arl M

arx

e Fr

ied

rich

En

gel

s, q

ue

mo

dif

icar

am a

dia

léti

ca d

and

o b

ases

mat

eria

lista

s à

dia

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ca. P

od

e-se

en

ten

der

o m

éto

do

mat

eria

lista

co

mo

um

a fo

rma

de

inte

rpre

taçã

o d

a re

alid

ade.

Figu

ras 6

e 7

- Kar

l Mar

x e Fr

iedr

ich En

gels

Font

e: <

http

://im

ages

.goog

le.co

m>

.

Page 49: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

97Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

Eng

els

(197

4 ap

ud

GIL

, 20

08)

apre

sen

ta o

s p

rin

cíp

ios

qu

e n

ort

eiam

o

mat

eria

lism

o d

ialé

tico

:

•U

nid

ade

de

op

ost

os:

o

s o

bje

tos

po

ssu

em

asp

ecto

s co

ntr

adit

óri

os

qu

e, o

rgan

icam

ente

, sã

o u

nid

os.

Lak

ato

s e

Mar

con

i (2

007,

p.

84)

exem

plif

icam

est

e p

rin

cíp

io:

“a p

lan

ta,

qu

e fi

xa o

oxi

gên

io d

o a

r,

mas

tam

bém

in

terf

ere

no

gás

car

nic

o e

no

vap

or

d’á

gu

a, e

ess

a

inte

raçã

o m

od

ific

a, a

o m

esm

o t

emp

o, a

pla

nta

e o

ar.”

•Q

uan

tid

ade

e q

ual

idad

e:

são

ca

ract

erís

tica

s d

e to

do

s o

s o

bje

tos.

Mu

dan

ças

qu

anti

tati

vas

po

dem

g

erar

m

ud

ança

s q

ual

itat

ivas

. Po

r

exem

plo

, se

par

a o

bte

r o

gra

u d

e cl

ien

te V

ip d

e d

eter

min

ado

ban

co

você

pre

cisa

gan

har

aci

ma

de

R$

3.00

0,00

e h

oje

vo

cê g

anh

a R

$

2.98

9,00

, co

nd

ição

neg

ada.

Mas

se

aman

você

rec

eber

um

au

men

to

e p

assa

r a

gan

har

R$

3020

,00

a m

ud

ança

qu

anti

tati

va f

ez a

qu

alit

ativ

a,

faze

nd

o v

ocê

se

torn

ar u

m c

lien

te V

ip d

o b

anco

.

•N

egaç

ão d

a n

egaç

ão: e

ste

pri

ncí

pio

pre

ssu

e a

neg

ação

co

mo

mo

la

pro

pu

lso

ra d

e d

esen

volv

imen

to.

A l

agar

ta q

ue

vira

bo

rbo

leta

mu

da,

neg

a u

ma

real

idad

e an

teri

or

par

a q

ue

o n

ovo

po

ssa

se m

ost

rar.

Ass

im, p

erce

be-

se q

ue

a id

eia

do

mét

od

o d

ialé

tico

est

á em

se

des

envo

lver

com

bas

e n

a an

ula

ção

de

um

sis

tem

a d

e h

ipó

tese

s, q

ue

dar

á su

rgim

ento

a u

m

no

vo s

iste

ma.

3.2

.5 M

éto

do

s e

xp

eri

me

nta

l, o

bse

rva

cio

na

l, e

sta

tíst

ico

e c

om

pa

rati

vo

•M

éto

do

exp

erim

enta

l

De

aco

rdo

co

m G

il (2

008,

p.

16),

o m

éto

do

su

bm

ete

“[...

] o

s o

bje

tos

de

estu

do

à

infl

uên

cia

de

cert

as

vari

ávei

s,

em

con

diç

ões

co

ntr

ola

das

e

con

hec

idas

pel

o i

nve

stig

ado

r, p

ara

ob

serv

ar o

s re

sult

ado

s q

ue

as v

ariá

veis

pro

du

zem

no

ob

jeto

.”

O m

éto

do

exp

erim

enta

l é

aqu

ele

em q

ue

a m

anip

ula

ção

de

vari

ávei

s

é re

aliz

ada

de

form

a p

rees

tab

elec

ida

e o

s ef

eito

s d

isto

são

co

ntr

ola

do

s e

con

hec

ido

s em

fu

nçã

o d

a o

bse

rvaç

ão d

o e

stu

do

. Fac

hin

(20

01)

exp

lica

qu

e o

s

resu

ltad

os

dev

em s

er a

ceit

os

com

o s

ão d

emo

nst

rad

os

no

exp

erim

ento

, mes

mo

qu

e h

aja

inci

den

tes

du

ran

te a

rea

lizaç

ão d

o m

éto

do

.

Capí

tulo

3

98Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

O u

so d

este

mét

od

o p

od

e te

r a

aplic

ação

de

pré

-tes

te,

ou

sej

a, v

ocê

def

ine

com

o f

ará

sua

pes

qu

isa,

seu

s in

stru

men

tos

par

a co

leta

de

dad

os

e o

s

aplic

a. É

po

ssív

el,

ao p

esq

uis

ado

r, ve

rifi

car

se h

á fa

lta

de

qu

estõ

es o

u s

e o

mer

o d

a am

ost

ra é

peq

uen

o, p

or

exem

plo

.

•M

éto

do

ob

serv

acio

nal

Este

mét

od

o p

od

e se

r ap

rese

nta

do

co

mo

o i

níc

io d

e to

da

pes

qu

isa

cien

tífi

ca,

afir

ma

Fach

in (

2001

), d

evid

o a

o f

ato

de

serv

ir d

e b

ase

par

a as

dif

eren

tes

área

s ci

entí

fica

s ex

iste

nte

s. G

il (2

010)

des

taca

qu

e é

um

do

s m

éto

do

s

mai

s u

tiliz

ado

s n

as c

iên

cias

so

ciai

s e

tam

bém

o m

ais

pri

mit

ivo

.

O o

bje

tivo

des

te m

éto

do

é c

on

seg

uir

id

enti

fica

r, co

m p

reci

são

, n

um

con

text

o e

mp

íric

o, a

s car

acte

ríst

icas

mai

s rel

evan

tes,

ess

enci

ais d

e d

eter

min

ado

fato

qu

e es

tá s

end

o p

esq

uis

ado

.

O m

éto

do

pre

ssu

e a

pre

sen

ça d

e u

m h

um

ano

par

a ex

erce

r a

ativ

idad

e

de

ob

serv

ação

, sen

do

qu

e o

exe

cuto

r d

a at

ivid

ade

dev

e te

r p

rep

aro

inte

lect

ual

adeq

uad

o,

ser

curi

oso

, ca

paz

, p

acie

nte

, p

ersi

sten

te e

, p

rin

cip

alm

ente

, se

r

étic

o.

Esta

s ca

ract

erís

tica

s d

evem

-se

ao f

ato

de

qu

e, a

o r

edo

r d

o o

bje

to e

m

estu

do

, h

á vá

rio

s es

tím

ulo

s e

dis

traç

ões

qu

e p

od

em a

fast

ar o

pes

qu

isad

or

de

seu

inte

nto

. Cab

e le

mb

rar

a im

po

rtân

cia

das

an

ota

ções

do

s d

ado

s o

bse

rvad

os

par

a q

ue

seja

m f

oco

de

anál

ise

po

ster

iorm

ente

. A

ssim

, Fa

chin

(20

01)

apo

nta

alg

um

as d

icas

ao

pes

qu

isad

or

qu

e se

uti

lizar

des

te m

éto

do

:

•O

s o

bje

tos

dev

em e

star

bem

def

inid

os

qu

anto

à p

esq

uis

a.

•O

pla

nej

amen

to d

a p

esq

uis

a d

eve

ser

sist

emát

ico

an

tes

da

aplic

ação

do

mét

od

o.

•O

reg

istr

o d

os

dad

os

de

form

a si

stem

átic

a é

imp

resc

ind

ível

.

•É

nec

essá

rio

a s

ub

mis

são

da

pes

qu

isa

à co

mp

rova

ção

e c

on

tro

le d

e

valid

ade

e co

nfi

abili

dad

e.

Este

mét

od

o e

nvo

lve

des

de

as f

ases

in

icia

is d

o e

stu

do

do

pes

qu

isad

or

cheg

and

o a

os

está

gio

s co

nsi

der

ado

s m

ais

avan

çad

os,

po

ssib

ilita

nd

o, i

ncl

usi

ve,

o a

pri

mo

ram

ento

de

ou

tro

s ti

po

s d

e p

esq

uis

as (

FAC

HIN

, 200

1).

Page 50: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

99Co

nstr

ução

do C

onhe

cimen

to e

Met

odol

ogia

da P

esqu

isa

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Pen

se e

m si

tuaç

ões

diá

rias

de

sua

vid

a co

tid

ian

a o

u

na

soci

edad

e e

pro

cure

ap

on

tar,

def

inir

po

ssív

eis

pro

ble

mas

qu

e p

od

eria

m c

on

stit

uir

pro

ble

mas

de

pes

qu

isa,

on

de

você

po

der

ia u

tiliz

ar a

ob

serv

ação

. Po

r ex

emp

lo,

ob

serv

and

o d

iari

amen

te o

trâ

nsi

to

e a

infi

nid

ade

de

acid

ente

s, v

ocê

po

de

enco

ntr

ar

um

fo

co d

e p

esq

uis

a. D

e al

gu

ma

form

a, o

mét

od

o

de

ob

serv

ação

lhe

auxi

liari

a?

•M

éto

do

est

atís

tico

As

con

clu

sões

ob

tid

as p

or

este

mét

od

o b

asei

am-s

e n

a ap

licaç

ão d

e te

ori

a

esta

tíst

ica

da

pro

bab

ilid

ade.

Mes

mo

ass

im,

não

é p

oss

ível

co

nsi

der

ar s

eus

resu

ltad

os

tota

lmen

te v

erd

adei

ros,

mas

co

m u

ma

pro

bab

ilid

ade

mu

ito

bo

a d

e

o s

erem

(G

IL, 2

008)

.

A u

tiliz

ação

des

te m

éto

do

est

á vo

ltad

a à

pes

qu

isa

de

ob

jeto

s al

eató

rio

s

po

r se

rep

etir

em e

ter

em u

ma

gra

nd

e va

riab

ilid

ade

(FA

CH

IN,

2001

). É

dif

ícil,

apó

s u

m f

ato

oco

rrer

, te

rmo

s u

ma

clar

eza

de

qu

and

o p

od

erá

aco

nte

cer

no

vam

ente

. V

ocê

dev

e te

r o

uvi

do

a m

áxim

a: “

um

rai

o n

ão c

ai d

uas

vez

es

no

mes

mo

lug

ar”.

Nes

te c

aso

, est

e m

éto

do

po

de

ser

emp

reg

ado

qu

and

o s

e tr

abal

ha

com

a te

ori

a d

e am

ost

rag

em,

po

ssib

ilit

and

o r

epre

sen

tar

e ex

pli

car,

de

form

a

sist

emát

ica,

o

bse

rvaç

ões

q

uan

tita

tiva

s n

um

éric

as

rela

tiva

s às

ci

ênci

as

soci

ais

com

o p

adrã

o c

ult

ura

l o

u d

e o

utr

a ci

ênci

a, c

om

o F

ísic

a, c

ujo

s fa

tos

apre

sen

tam

m

ult

ipli

cid

ade

de

cau

sas

sen

do

re

pre

sen

tad

os

de

form

a

anal

ític

a (F

AC

HIN

, 20

01).

Laka

tos

e M

arco

ni (

2007

, p. 9

3) e

xplic

am q

ue

o m

éto

do

est

atís

tico

tem

o

pap

el d

e “f

orn

ecer

um

a d

escr

ição

qu

anti

tati

va d

a so

cied

ade,

co

nsi

der

ada

um

tod

o o

rgan

izad

o”.

Capí

tulo

3

100

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

DEF

INIÇ

ÃO

DEF

INIÇ

ÃO

A

amo

stra

gem

re

fere

-se

ao

ato

d

e es

colh

er

elem

ento

s d

e u

ma

po

pu

laçã

o q

ue

fará

par

te

da

pes

qu

isa

e cu

jo o

bje

to é

est

imar

val

ore

s n

ão

con

hec

ido

s, c

om

o m

édia

, po

r ex

emp

lo.

•M

éto

do

co

mp

arat

ivo

Este

mét

od

o p

ress

up

õe

o a

po

nta

men

to d

e d

ifer

ente

s e

sem

elh

ante

s

entr

e g

rup

os

de

ind

ivíd

uo

s, c

lass

es,

fen

ôm

eno

s e

fato

s q

ue

po

dem

ser

fo

co

de

inve

stig

ação

, ou

sej

a, a

s se

mel

han

ças

irão

exp

licar

o o

bje

to d

e es

tud

o. P

ara

Laka

tos

e M

arco

ni (

2010

), e

ste

mét

od

o o

cup

a-se

de

anal

isar

o d

ado

co

ncr

eto

,

con

seg

uin

do

ab

stra

ir d

este

s el

emen

tos

con

stan

tes,

ab

stra

tos

e g

erai

s.

Mu

itas

ciê

nci

as s

e u

tiliz

am d

este

mét

od

o p

or

ser

po

ssív

el a

bra

ng

er n

a

pes

qu

isa

um

a q

uan

tid

ade

con

sid

eráv

el d

e in

div

ídu

os

e g

rup

os

des

tes

em

un

iver

sos

dif

eren

ciad

os

e g

eog

rafi

cam

ente

dis

tin

tos.

Imag

ine

você

qu

e é

po

ssív

el,

po

r es

te m

éto

do

, a

real

izaç

ão d

e es

tud

os

em d

ifer

ente

s cu

ltu

ras

ou

sis

tem

as p

olít

ico

s, p

adrõ

es d

e co

mp

ort

amen

to e

m

dif

eren

tes

épo

cas,

ap

ren

diz

agem

de

alu

no

s em

esc

ola

s co

m d

ifer

ente

s te

ori

as

ped

agó

gic

as (

GIL

, 200

8).

Na

liter

atu

ra, v

ocê

po

der

á en

con

trar

vár

ios

ou

tro

s ti

po

s d

e m

éto

do

qu

e

po

dem

ser

ap

licad

os

em s

ua

pes

qu

isa.

É p

oss

ível

est

ud

á-lo

s e

apro

veit

ar s

uas

ind

icaç

ões

de

form

a a

apo

iar

sua

pes

qu

isa

na

pro

du

ção

de

con

hec

imen

to.

San

tos

(200

9) d

esta

ca:

par

a u

m c

on

hec

imen

to q

ue

seja

lo

cal

e to

tal

bas

ead

o e

m t

emas

qu

e ev

olu

em à

med

ida

qu

e o

ob

jeto

de

estu

do

evo

lui,

bu

scan

do

as

rias

fa

ces

qu

e es

te

po

de

ter,

po

der

á se

r o

bti

do

se

o

pes

qu

isad

or

se e

sfo

rçar

no

em

pre

go

de

mét

od

o a

fim

de

qu

e co

nsi

ga

real

izar

um

a in

vest

igaç

ão d

e q

ual

idad

e ci

entí

fica

, co

nfo

rme

as e

xig

ênci

as e

rig

or

pre

ssu

po

sto

s p

ela

ciên

cia.

Page 51: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

101

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

3.3

Ap

lic

an

do

a t

eo

ria

na

prá

tic

a

A id

a ao

cin

ema

de

Bru

na

e o

nam

ora

do

Art

ur

esta

va p

rog

ram

ada

par

a as

19h

. Ele

a b

usc

aria

par

a q

ue

pu

des

sem

ass

isti

r à

sess

ão d

as 2

0h. C

om

o o

ho

rári

o

se a

pro

xim

a, d

e ci

nco

em

cin

co m

inu

tos,

a g

aro

ta v

ai a

té a

jan

ela

par

a ve

r se

o

nam

ora

do

est

á a

cam

inh

o e

, po

r co

nse

qu

ênci

a, o

bse

rva

sua

vizi

nh

ança

, faz

end

o

com

qu

e p

ense

so

bre

a r

ealid

ade

a su

a vo

lta.

Bru

na

mo

ra e

m u

ma

com

un

idad

e

de

mu

ita

des

igu

ald

ade

soci

al e

acr

edit

a q

ue

os

assa

lto

s e

a vi

olê

nci

a q

ue,

po

r

veze

s, o

corr

em s

e d

evem

a e

ste

fato

r. C

om

o e

stá

estu

dan

do

par

a se

r p

edag

og

a,

Bru

na

já p

erce

beu

qu

e m

uit

as c

rian

ças

não

fre

qu

enta

m a

esc

ola

; m

esm

o n

ão

sab

end

o o

s re

ais

mo

tivo

s, a

cred

ita

ser

um

pro

ble

ma

soci

al g

rave

e q

ue

afet

a

dir

etam

ente

o f

utu

ro d

aqu

elas

cri

ança

s. O

bse

rvad

ora

da

real

idad

e, p

erce

beu

qu

e m

uit

os

pai

s n

ão s

e p

reo

cup

am c

om

a v

acin

ação

de

seu

s fi

lho

s e

qu

e vá

rio

s

não

co

mp

arec

eram

ao

s p

ost

os

de

saú

de

par

a va

cin

ar o

filh

o c

on

tra

o v

íru

s d

a

gri

pe

H1N

1. N

este

cu

rto

esp

aço

de

tem

po

, co

nse

gu

e se

per

ceb

er c

om

o s

er

hu

man

o e

pen

sa c

om

o t

eve

sort

e d

e te

r p

ais

tão

pre

ocu

pad

os

com

su

a sa

úd

e

e su

a ed

uca

ção

. Is

to f

avo

rece

u p

ara

qu

e h

oje

est

ives

se e

mp

reg

ada

e p

ud

esse

con

tin

uar

seu

s es

tud

os.

Lem

bro

u-s

e q

ue,

no

dia

seg

uin

te,

hav

eria

lan

çam

ento

de

um

a n

ova

lin

ha

pro

du

to n

a lo

ja e

m q

ue

trab

alh

ava

e ia

ser

div

erti

do

, p

ois

a lo

ja e

star

ia s

up

er m

ovi

men

tad

a. N

a d

istr

ação

de

seu

s p

ensa

men

tos,

alg

uém

bat

eu n

a p

ort

a e,

cla

ro, e

ra A

rtu

r, q

ue

cheg

ava

par

a q

ue

foss

em a

o c

inem

a.

Ref

leti

nd

o s

ob

re o

cas

o a

pre

sen

tad

o,

apo

nte

ao

men

os

do

is m

éto

do

s em

qu

e vo

cê p

od

e p

erce

ber

su

a ap

licaç

ão n

a p

assa

gem

do

tex

to. V

ocê

dev

e p

ensa

r

em p

esq

uis

as q

ue

po

dem

ser

rea

lizad

as o

u a

ind

a em

alg

o q

ue

já f

oi

real

izad

o,

inve

stig

ado

e q

ue

dev

e te

r o e

mp

reg

o d

e al

gu

m m

éto

do

cie

ntí

fico

. Não

se

esq

ueç

a

de

mo

stra

r a p

assa

gem

do

text

o e

ind

icar

o m

éto

do

. E p

rocu

re ju

stif

icar

su

a es

colh

a.

3.3

.1 R

es

olv

en

do

Ob

serv

and

o o

cas

o d

e B

run

a e

os c

on

ceit

os s

ob

re m

éto

do

s ap

rese

nta

do

s,

po

dem

os

ind

icar

al

gu

ns

mét

od

os

aplic

ávei

s o

u

uti

lizad

os

em

asp

ecto

s

ind

icad

os

no

cas

o.

Qu

and

o l

emo

s n

o t

exto

“B

run

a m

ora

em

um

a co

mu

nid

ade

de

mu

ita

des

igu

ald

ade

soci

al e

acr

edit

a q

ue

os

assa

lto

s e

a vi

olê

nci

a q

ue,

po

r ve

zes,

oco

rrem

se

dev

em a

est

e fa

tor”

, p

od

emo

s en

con

trar

nes

te t

rech

o t

ema

par

a

um

a p

esq

uis

a ci

entí

fica

e,

par

a ta

nto

, p

od

e se

r ad

ota

do

, em

um

pri

mei

ro

mo

men

to, o

mét

od

o o

bse

rvac

ion

al.

Capí

tulo

3

102

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

O m

esm

o o

corr

e q

uan

do

o t

exto

cit

a o

fat

o d

e as

cri

ança

s n

ão i

rem

à

esco

la,

o q

ue

po

der

ia t

amb

ém f

azer

uso

do

mét

od

o e

stat

ísti

co c

aso

no

sso

ob

jeti

vo f

oss

e q

uan

tifi

car

o o

bje

to d

e es

tud

o.

A l

emb

ran

ça d

e B

run

a q

uan

to a

o f

ato

de

qu

e vá

rio

s p

ais

não

fo

ram

vaci

nar

seu

s fi

lho

s co

m o

vír

us

H1N

1 n

os

faz

lem

bra

r q

ue,

par

a a

cria

ção

e

des

envo

lvim

ento

d

a va

cin

a,

os

pes

qu

isad

ore

s p

od

em

ter

se

uti

lizad

o

do

mét

od

o e

xper

imen

tal.

Ain

da

qu

and

o f

ala

do

lan

çam

ento

da

no

va l

inh

a d

e p

rod

uto

na

loja

,

po

de

ser

pro

píc

io a

rea

lizaç

ão d

e u

ma

pes

qu

isa

jun

to a

os

clie

nte

s so

bre

os

no

vos

pro

du

tos

em c

om

par

ação

co

m a

qu

eles

ven

did

os

pel

a lo

ja;

par

a is

to,

sug

ere-

se o

mét

od

o c

om

par

ativ

o.

3.4

Pa

ra s

ab

er

ma

is

LAK

ATO

S, E

. M.;

MA

RC

ON

I, M

. de

A. M

eto

do

log

ia c

ien

tífi

ca. 5

. ed

. São

Pau

lo:

Atl

as, 2

010.

O li

vro

de

Laka

tos

e M

arco

ni (

tam

bém

em

ed

içõ

es a

nte

rio

res)

ap

rese

nta

alg

un

s o

utr

os

mét

od

os

e d

etal

ham

ento

s d

os

mét

od

os

apre

sen

tad

os

qu

e

po

dem

en

riq

uec

er o

s se

us

con

hec

imen

tos

sob

re o

mét

od

o.

Ren

é D

esca

rtes

– O

dis

curs

o d

o m

éto

do

Se v

ocê

des

eja

real

men

te c

on

hec

er a

s p

rim

eira

s d

iscu

ssõ

es s

ob

re m

éto

do

,

este

liv

ro a

pre

sen

ta a

s id

eias

de

Des

cart

es,

pre

curs

or

na

def

iniç

ão d

e u

ma

man

eira

de

seq

uen

ciar

o p

ensa

men

to n

o d

esen

volv

imen

to d

e u

ma

pes

qu

isa

com

o r

igo

r ex

igid

o p

ela

ciên

cia.

Port

al d

a fi

loso

fia

- h

ttp

://p

ort

al.f

iloso

fia.

pro

.br/

O s

ite

apre

sen

ta i

nfo

rmaç

ões

det

alh

adas

so

bre

alg

un

s d

os

filó

sofo

s e

cien

tist

as c

itad

os

nes

te c

apít

ulo

, co

mo

Po

pp

er,

Des

cart

es e

Kar

l M

arx.

É u

ma

op

ort

un

idad

e d

e co

nh

ecer

ou

tras

ati

vid

ades

e d

esco

ber

tas

real

izad

as e

su

a

rele

vân

cia

par

a a

ciên

cia.

Page 52: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

103

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

3.5

Re

lem

bra

nd

o

O c

apít

ulo

� a

pre

sen

tou

:

�d

e q

ue

form

a as

co

nce

pçõ

es d

a ci

ênci

a ao

lon

go

da

his

tóri

a ex

igir

am

e u

tiliz

aram

o m

éto

do

;

�co

mo

vár

ios

auto

res

apre

sen

tam

o c

on

ceit

o d

e m

éto

do

qu

e, d

e

form

a g

eral

, p

od

e se

r vi

sto

co

m u

m c

on

jun

to d

e p

roce

dim

ento

s

qu

e d

evem

ser

rea

liza

do

s p

ara

um

a p

esq

uis

a q

ue

apre

sen

te o

rig

or

cien

tífi

co d

esej

ado

;

�o

s m

éto

do

s q

ue

surg

iram

ao

lo

ng

o d

a h

istó

ria

apre

sen

tad

os

po

r

gra

nd

es c

ien

tist

as e

filó

sofo

s, c

om

o �

alile

u,

Bac

on

e D

esca

rtes

, q

ue

infl

uen

ciar

am m

uit

o o

s m

éto

do

s at

uai

s;

�a

rele

vân

cia

do

mét

od

o p

ara

a ci

ênci

a n

a b

usc

a d

e re

sult

ado

s q

ue

seja

m r

igo

rosa

men

te c

ien

tífi

cos;

�a

apre

sen

taçã

o d

as p

rin

cip

ais

cara

cter

ísti

cas

de

alg

un

s d

os

mét

od

os

con

hec

ido

s e

enco

ntr

ado

s n

a lit

erat

ura

, co

mo

cie

ntí

fico

, ra

cio

nal

,

ded

uti

vo,

ind

uti

vo,

hip

oté

tico

-ded

uti

vo,

dia

léti

co,

exp

erim

enta

l,

ob

serv

acio

nal

, est

atís

tico

e c

om

par

ativ

o.

Capí

tulo

3

104

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

3.6

Te

sta

nd

o o

s s

eu

s c

on

he

cim

en

tos

�� R

elac

ion

e a

colu

na

da

esq

uer

da

com

a d

a d

irei

ta.

a� C

om

par

ativ

o

( )

Po

ssib

ilita

qu

anti

fica

r os r

esu

ltad

os,

per

mit

ind

o

esp

ecif

icar

car

acte

ríst

icas

de

clas

ses

soci

ais.

��

Ob

serv

acio

nal

(

) P

erm

ite

o c

on

tro

le d

e va

riáv

eis

qu

e se

est

á

uti

liza

nd

o,

ao o

bse

rvar

su

a in

flu

ênci

a so

bre

o o

bje

to e

stu

dad

o.

c� E

stat

ísti

co

(

) �

tiliz

a-se

d

e p

roce

dim

ento

s d

e n

atu

reza

sen

sori

al p

ara

cap

tar

os

asp

ecto

s re

laci

on

ado

s

ao o

bje

to d

e es

tud

o.

d�

Exp

erim

enta

l (

) A

s ex

plic

açõ

es c

ien

tífi

cas

são

po

ssib

ilita

das

com

bas

e em

co

mp

araç

ões

rea

lizad

as e

ntr

e

gru

po

s re

laci

on

ado

s ao

ob

jeto

de

estu

do

.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e p

oss

ui a

seq

uên

cia

corr

eta.

a� b

, c, a

, d

c�

d, a

, c, b

��

c, d

, b, a

d�

a, d

, b, c

�� E

m s

e tr

atan

do

do

s m

éto

do

s su

ger

ido

s p

or

Bac

on

, D

esca

rtes

e �

alile

u,

assi

nal

e a

alte

rnat

iva

corr

eta.

a� A

exp

erim

enta

ção

fo

i a b

and

eira

mai

or

no

mét

od

o d

e �

alile

u.

��

A q

uan

tifi

caçã

o e

ra a

pre

ocu

paç

ão d

o m

éto

do

pro

po

sto

po

r D

esca

rtes

.

c� �

alile

u c

on

sid

erav

a q

ue

a fi

loso

fia

não

po

ssu

ía a

rtef

ato

s p

ara

a

com

pro

vaçã

o d

a ci

ênci

a.

d�

A b

ase

do

mét

od

o d

e D

esca

rtes

era

o p

ensa

men

to d

edu

tivo

.

e� B

aco

n n

egav

a a

nec

essi

dad

e d

e o

bse

rvaç

ão e

exp

erim

ento

s em

su

a

pro

po

siçã

o d

e m

éto

do

.

Page 53: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

3

105

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

�� N

o q

ue

se re

fere

ao

s mét

od

os d

edu

tivo

e in

du

tivo

, esc

olh

a as

ass

erti

vas c

orr

etas

.

�� O

m

éto

do

d

edu

tivo

p

arte

d

e p

ensa

men

tos

un

iver

sais

p

ara

os

mai

s es

pec

ífic

os.

��� A

cri

ação

de

leis

un

iver

sal u

tiliz

and

o o

mét

od

o in

du

tivo

é im

po

ssív

el.

����

Qu

and

o s

e p

arte

de

raci

ocí

nio

s es

pec

ífic

os

bu

scan

do

um

a ve

rdad

e

un

iver

sal,

trat

a-se

do

mét

od

o in

du

tivo

.

���

Para

infe

rên

cia

no

mét

od

o d

edu

tivo

, ap

enas

um

a p

rem

issa

é su

fici

ente

.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e ap

rese

nta

ap

enas

os

iten

s ve

rdad

eiro

s:

a� I

, II,

III

d

� I,

II, II

��

II, I�

e�

I, I�

c� I

, III

�� D

ifer

enci

e o

s m

éto

do

s ra

cio

nal

e c

ien

tífi

co.

�� A

pre

sen

te p

ara

cad

a u

m d

os

mét

od

os

com

par

ativ

o e

exp

erim

enta

l u

ma

situ

ação

em

qu

e vo

cê a

cred

ita

qu

e es

tes

são

uti

lizad

os.

On

de

en

co

ntr

ar

AR

AN

HA

, M. L

. de

A.;

MA

RTI

NS,

M. H

. P. �

iloso

fan

do

� in

tro

du

ção

à f

iloso

fia.

2.

ed. r

ev. a

tual

. São

Pau

lo: M

od

ern

a, 1

���.

CER

�O

, A

. L.

; B

ER�

IAN

, P.

A.;

SIL�

A,

R.

da.

Met

od

olo

gia

cie

ntí

fica

� 5.

ed

. Sã

o

Pau

lo: P

ears

on

, 200

�.

CH

A�

�, M

. �o

n�i

te �

filo

sofi

a� 1

�. e

d. S

ão P

aulo

: �ti

ca, 2

00�.

�AC

HIN

, O. �

un

dam

ento

s d

a m

eto

do

log

ia� �

. ed

. São

Pau

lo: S

arai

va, 2

001.

�IL

, A. C

. Mét

od

os

e té

cnic

as d

e �

es�

uis

a so

cial

. �. e

d. S

ão P

aulo

: Atl

as, 2

00�.

LAK

ATO

S, E

. M.;

MA

RC

ON

I, M

. de

A. M

eto

do

log

ia c

ien

tífi

ca� 5

. ed

. São

Pau

lo:

Atl

as, 2

010.

SAN

TOS,

B. d

e S.

�m

dis

curs

o s

o�

re a

s ci

�nci

as� �

. ed

. São

Pau

lo: C

ort

ez, 2

00�.

107

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

4.1

Co

nte

xtu

ali

za

nd

o

Os

mét

od

os

par

a re

aliz

ação

d

e p

esq

uis

as

fora

m

con

tem

pla

do

s n

o

cap

ítu

lo 3

. V

ocê

de

com

pre

end

er q

ue

as c

iên

cias

po

ssu

em o

rien

taçõ

es e

pro

ced

imen

tos

qu

e p

erm

item

a c

om

pro

vaçã

o d

e u

ma

pes

qu

isa

des

envo

lvid

a

ou

em

des

envo

lvim

ento

.

Vo

cê c

on

hec

eu a

dif

eren

ça e

ntr

e o

s m

éto

do

s ci

entí

fico

e r

acio

nal

;

con

hec

eu a

s ca

ract

erís

tica

s d

os

mét

od

os

ind

uti

vo,

ded

uti

vo,

hip

oté

tico

-

ded

uti

vo e

dia

léti

co;

e o

s m

éto

do

s ex

per

imen

tal,

ob

serv

acio

nal

, es

tatí

stic

o

e co

mp

arat

ivo

.

Alé

m d

isso

, co

nh

eceu

os

pri

nci

pai

s ci

enti

stas

e s

uas

co

lab

ora

ções

par

a

o

des

envo

lvim

ento

d

os

mét

od

os

de

pes

qu

isa

uti

lizad

os

atu

alm

ente

p

ara

alca

nça

r o

s o

bje

tivo

s al

mej

ado

s p

ela

ciên

cia.

Ag

ora

, vo

cê já

po

de

con

hec

er a

bo

rdag

ens

e ti

po

s d

e p

esq

uis

a ex

iste

nte

s

qu

e p

od

em s

er a

plic

ado

s n

as d

iver

sas

área

s d

a ci

ênci

a, s

end

o q

ue

par

a a

esco

lha

sem

pre

se

dev

e co

nsi

der

ar o

ob

jeto

da

pes

qu

isa.

Des

eja-

se q

ue

sua

com

pre

ensã

o d

os

tóp

ico

s ap

rese

nta

do

s p

erm

ita

qu

e

você

co

nsi

ga

iden

tifi

car

e ap

licar

as

abo

rdag

ens

e ti

po

s d

e p

esq

uis

a.

PESQ

UIS

A

CA

PÍT

UL

O 44

Page 54: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

108

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

4.2

Co

nh

ec

en

do

a t

eo

ria

4.2

.1 P

es

qu

isa

qu

an

tita

tiv

a e

pe

sq

uis

a q

ua

lita

tiv

a:

ori

ge

m,

ca

rac

terí

sti

ca

s e

re

cu

rso

s

Esta

s du

as p

esq

uis

as e

stão

ag

rup

adas

nes

te tó

pic

o p

or d

ifer

enci

ar-s

e n

a fo

rma

de

cole

ta e

an

ális

e d

os

dad

os

cole

tad

os

du

ran

te o

des

envo

lvim

ento

da

pes

qu

isa,

ou

sej

a, q

uan

do

vo

cê e

mp

reg

a co

nce

ito

s d

e u

ma

ou

de

ou

tra

met

od

olo

gia

em

sua

pes

qu

isa,

po

de

cara

cter

izá-

la c

om

o q

ual

itat

iva

ou

qu

anti

tati

va.

Ric

har

dso

n (1

999)

afi

rma

qu

e es

sas

du

as f

orm

as d

e p

esq

uis

a d

ifer

enci

am-

se p

ela

sist

emát

ica

e p

ela

man

eira

co

mo

ab

ord

am o

pro

ble

ma

de

pes

qu

isa.

A e

xper

iên

cia

com

o p

esq

uis

ado

r m

ost

rará

a v

ocê

qu

e é

po

ssív

el e

mp

reg

ar

as d

uas

fo

rmas

de

pes

qu

isa

em u

m t

rab

alh

o c

ien

tífi

co, m

as t

ud

o d

epen

der

á d

o

ob

jeto

de

pes

qu

isa

e d

o q

ue

será

nec

essá

rio

par

a su

a co

mp

rova

ção

, in

clu

sive

em f

ases

dif

eren

ciad

as d

a p

esq

uis

a.

Atu

alm

ente

, a p

esq

uis

a q

ual

itat

iva

tem

sid

o m

ais

acei

ta n

a co

mu

nid

ade

cien

tífi

ca e

m d

etri

men

to d

a q

uan

tita

tiva

, q

ue

foi

ado

tad

a em

gra

nd

e p

arte

da

his

tóri

a.

•Pe

squ

isa

qu

alit

ativ

a

A a

bo

rdag

em q

ual

itat

iva

se r

elac

ion

a a

um

a vi

são

de

mu

nd

o e

m q

ue

um

des

ejo

de

com

pre

ensã

o s

ub

jeti

va d

o h

om

em e

seu

un

iver

so, s

end

o q

ue

os

dad

os

uti

lizad

os

des

crev

em a

spec

tos

rela

cio

nad

os

ao o

bje

to d

e p

esq

uis

a d

e

form

a en

riq

uec

edo

ra.

De

aco

rdo

co

m L

akat

os

e M

arco

ni (

2010

, p. 2

69),

um

a p

reo

cup

ação

da

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a em

“[.

..] a

nal

isar

e i

nte

rpre

tar

asp

ecto

s m

ais

pro

fun

do

s,

des

crev

end

o a

co

mp

lexi

dad

e d

o c

om

po

rtam

ento

hu

man

o”.

Co

nfo

rme

Min

ayo

(200

2, p

. 21)

, po

de-

se c

on

ceit

uar

a p

esq

uis

a q

ual

itat

iva

com

o a

qu

ela

qu

e “[

...]

trab

alh

a co

m o

un

iver

so d

e si

gn

ific

ado

s, m

oti

vos,

asp

iraç

ões

, cr

ença

s, v

alo

res,

ati

tud

es,

o q

ue

corr

esp

on

de

a u

m e

spaç

o m

ais

pro

fun

do

das

rel

açõ

es,

do

s p

roce

sso

s e

do

s fe

men

os

qu

e n

ão p

od

em s

er

red

uzi

do

s à

op

erac

ion

aliz

ação

de

vari

ávei

s”.

Capí

tulo

4

109

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Pesq

uis

as q

ual

itat

ivas

po

dem

ain

da

ser

con

ceit

uad

as c

om

o a

qu

elas

qu

e

[...

] p

od

em

d

esc

reve

r a

co

mp

lexi

da

de

d

e

de

term

ina

do

p

rob

lem

a, a

na

lisa

r a

inte

raçã

o d

e c

ert

as

vari

áve

is, c

om

pre

en

de

r e

cl

ass

ific

ar

pro

cess

os

din

âm

ico

s vi

vid

os

po

r g

rup

os

soci

ais

, co

ntr

ibu

ir n

o p

roce

sso

de

mu

da

nça

de

de

term

ina

do

gru

po

e

po

ssib

ilit

ar,

em

ma

ior

nív

el

de

pro

fun

did

ad

e,

o e

nte

nd

ime

nto

d

as

pa

rtic

ula

rid

ad

es

do

co

mp

ort

am

en

to

do

s in

div

ídu

os

(RIC

HA

RD

SON

, 1

99

9,

p.

80

).

Pod

e-se

per

ceb

er q

ue

a p

esq

uis

a q

ual

itat

iva

tem

com

o fo

co a

cen

tral

izaç

ão

em a

spec

tos

mai

s es

pec

ífic

os

e p

ecu

liare

s q

ue

per

mit

am a

co

mp

reen

são

do

ob

jeto

em

est

ud

o.

A p

esq

uis

a q

ual

itat

iva

(dat

a d

o f

inal

do

séc

ulo

XIX

, in

ício

do

séc

ulo

XX

, na

Euro

pa)

inic

ia s

end

o e

mp

reg

ada

na

An

tro

po

log

ia, s

egu

ind

o p

or

vári

os

ou

tro

s

cam

po

s d

e at

uaç

ão,

com

o a

So

cio

log

ia,

a Ps

ico

log

ia,

Edu

caçã

o,

Geo

gra

fia,

entr

e o

utr

os

(LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

).

Por

mei

o

do

es

tud

o

das

tr

ibo

s,

foi

po

ssív

el

a ve

rifi

caçã

o,

pel

os

antr

op

ólo

go

s, d

e q

ue

não

ser

ia p

oss

ível

qu

anti

fica

r o

s d

ado

s co

leta

do

s n

as

pes

qu

isas

e q

ue

era

nec

essá

rio

, ao

pes

qu

isad

or,

a h

abil

idad

e d

e in

terp

reta

r

os

dad

os

cole

tad

os.

Nes

te c

amp

o d

e es

tud

o,

a in

vest

igaç

ão é

ch

amad

a

pes

qu

isa

etn

og

ráfi

ca e

est

á re

laci

on

ada

ao e

stu

do

da

cult

ura

(LA

KA

TOS

e

MA

RC

ON

I, 2

010)

.

Na

pes

qu

isa

etn

og

ráfi

ca,

qu

em i

nve

stig

a o

s fa

tos,

co

nfo

rme

Min

ayo

(199

4, p

. 15

), “

exer

ce o

pap

el s

ub

jeti

vo d

e p

arti

cip

ante

e o

pap

el o

bje

tivo

de

ob

serv

ado

r, co

loca

nd

o-s

e n

um

a p

osi

ção

ímp

ar p

ara

com

pre

end

er e

exp

licar

o

com

po

rtam

ento

hu

man

o.”

EXP

LOR

AN

DO

EXP

LOR

AN

DO

No

liv

ro

de

Laka

tos

e M

arco

ni

(201

0),

você

p

od

e en

con

trar

mai

s in

form

açõ

es a

res

pei

to d

o

mét

od

o e

tno

grá

fico

.

Page 55: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

110

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Em s

e tr

atan

do

das

car

acte

ríst

icas

, a

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a ap

rese

nta

a es

tru

tura

ção

da

pes

qu

isa

de

dif

ícil

rea

liza

ção

. É

com

ple

xo a

nte

cip

ar

asp

ecto

s re

fere

nte

s à

pes

qu

isa,

um

a ve

z q

ue

se t

orn

a n

eces

sári

o e

star

em

atu

ação

na

inve

stig

ação

par

a q

ue

se p

oss

a o

bse

rvar

e i

nte

rpre

tar

os

dad

os

cole

tad

os

no

fat

o e

stu

dad

o.

Sug

ere-

se q

ue

haj

a u

ma

estr

utu

raçã

o p

révi

a,

assi

m c

om

o u

m e

stu

do

teó

rico

so

bre

o f

enô

men

o e

m e

stu

do

(LA

KA

TOS

e

MA

RC

ON

I, 2

010)

.

Laka

tos

e M

arco

ni (

2010

) afi

rmam

qu

e a

pri

mei

ra a

tivi

dad

e n

este

tip

o d

e

pes

qu

isa

é a

cole

ta d

e d

ado

s p

ara

qu

e se

po

ssa,

en

tão

, ap

rese

nta

r u

ma

teo

ria

sob

re o

ob

jeto

de

estu

do

.

Alg

um

as té

cnic

as d

e co

leta

s de

dad

os q

ue

serã

o e

stu

dad

as p

ost

erio

rmen

te

são

uti

lizad

as n

este

tip

o d

e p

esq

uis

a, c

om

o a

ob

serv

ação

e a

en

trev

ista

.

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Co

mo

vo

no

tou

, a

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a d

emo

nst

ra

a p

reo

cup

ação

co

m

dad

os

qu

e p

od

em

ser

cole

tad

os

e an

alis

ado

s d

e fo

rma

sub

jeti

va.

Em

qu

al

situ

ação

p

rob

lem

a,

po

r ex

emp

lo,

você

co

nsi

der

a se

r p

oss

ível

u

tiliz

ar

este

tip

o d

e p

esq

uis

a? P

ense

no

s ex

ercí

cio

s d

os

ou

tro

s ca

pít

ulo

s em

qu

e vo

cê f

oi

solic

itad

o a

in

dic

ar t

emas

de

pes

qu

isa.

•Pe

squ

isa

qu

anti

tati

va

A n

atu

reza

do

s d

ado

s e

info

rmaç

ões

qu

e vo

cê t

erá

na

pes

qu

isa

lhe

ind

icar

á o

tip

o d

e p

esq

uis

a o

u a

bo

rdag

em a

ser

uti

lizad

a, a

fo

rma

de

cole

ta

de

dad

os,

as

ferr

amen

tas

qu

e se

rão

sel

ecio

nad

as...

Nes

te c

aso

, p

erce

be-

se a

rele

vân

cia

do

co

nh

ecim

ento

in

teg

ral

do

fen

ôm

eno

qu

e es

tá e

m e

stu

do

par

a

qu

e se

def

ina

a ca

ract

erís

tica

qu

alit

ativ

a o

u q

uan

tita

tiva

ou

até

mes

mo

a

asso

ciaç

ão q

ual

i-q

uan

ti d

o o

bje

to e

stu

dad

o n

a in

vest

igaç

ão.

Co

mo

d

ifer

enci

al

da

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a,

a p

esq

uis

a q

uan

tita

tiva

se

pre

ocu

pa

com

a

uti

lizaç

ão

de

inst

rum

ento

s es

tatí

stic

os,

co

leta

nd

o

e

anal

isan

do

dad

os

e in

form

açõ

es n

um

éric

as.

Co

mo

afi

rmam

Ric

har

dso

n e

t

al.

(199

9 ap

ud

LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

, p

. 26

9),

a p

esq

uis

a q

uan

tita

tiva

Capí

tulo

4

111

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

“car

acte

riza

-se

pel

o e

mp

reg

o d

e q

uan

tifi

caçã

o t

anto

nas

mo

dal

idad

es d

e

cole

ta d

e in

form

açõ

es q

uan

to n

o t

rata

men

to d

elas

po

r m

eio

de

técn

icas

esta

tíst

icas

[...

]”.

Para

Ric

har

dso

n (

1999

, p. 7

0), a

pes

qu

isa

qu

anti

tati

va,

[...]

co

mo

o p

róp

rio

no

me

ind

ica,

car

acte

riza

-se

pel

o e

mp

reg

o d

a q

uan

tifi

caçã

o t

anto

nas

mo

dal

idad

es d

e co

leta

de

info

rmaç

ões

, q

uan

to n

o t

rata

men

to d

elas

po

r m

eio

de

técn

icas

est

atís

tica

s,

des

de

as

mai

s si

mp

les

com

p

erce

ntu

al,

méd

ia,

des

vio

-pad

rão

, às

mai

s co

mp

lexa

s, c

om

o c

oef

icie

nte

de

corr

elaç

ão,

anál

ise

de

reg

ress

ão, e

tc.

O u

niv

ers

o q

ua

nti

tati

vo p

rep

on

de

rou

pri

me

ira

me

nte

na

s ci

ên

cia

s,

con

form

e

se

est

ud

a

na

h

istó

ria

d

a

ciê

nci

a.

A

ma

iori

a

da

s á

rea

s se

pre

ocu

pa

va

com

a

co

mp

rova

ção

d

e

sua

s in

vest

iga

çõe

s p

or

me

io

de

da

do

s n

um

éri

cos.

Na

con

cep

ção

de

Laka

tos

e M

arco

ni

(201

0),

alg

um

as c

arac

terí

stic

as

da

abo

rdag

em q

uan

tita

tiva

a s

erem

des

taca

das

: ev

iden

cia

a o

bse

rvaç

ão

e va

lori

zaçã

o

do

s fe

men

os;

es

tab

elec

e id

eias

; d

emo

nst

ra

o

gra

u

de

fun

dam

enta

ção

, re

visa

id

eias

re

sult

ante

s d

a an

ális

e;

e p

rop

ões

n

ova

s

ob

serv

açõ

es

e va

lori

zaçõ

es

par

a es

clar

ecer

, m

od

ific

ar

e/o

u

fun

dam

enta

r

resp

ost

as e

idei

as.

INTE

RA

GIN

DO

INTE

RA

GIN

DO

Co

nvi

do

vo

cê a

dis

cuti

r co

m s

eus

cole

gas

, vi

a am

bie

nte

vir

tual

, os

po

ssív

eis

tem

as d

e p

esq

uis

a q

ual

itat

iva

e q

uan

tita

tiva

e s

itu

açõ

es e

m q

ue

seja

po

ssív

el a

plic

ar u

ma

ou

ou

tra.

Foi

po

ssív

el

ob

serv

ar

qu

e a

s p

esq

uis

as

qu

ali

tati

vas

e q

ua

nti

tati

vas

po

de

m s

er

de

fin

ida

s e

id

en

tifi

cad

as

pe

lo c

ará

ter

do

s d

ad

os

cole

tad

os

e a

na

lisa

do

s.

Alg

um

as o

utr

as d

ifer

ença

s en

tre

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a e

qu

anti

tati

va

po

dem

ser

iden

tifi

cad

as, c

om

o:

Page 56: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

112

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Pesq

uis

a Q

ual

itat

iva

Pesq

uis

a Q

uan

tita

tiva

• Pe

squ

isad

or

se p

reo

cup

a em

o

bse

rvar

os

con

text

os

rela

tivo

s ao

ob

jeto

pes

qu

isad

o.

• Se

leci

on

a ca

sos

esp

ecíf

ico

s p

ara

qu

e se

jam

rea

lizad

as a

s o

bse

rvaç

ões

.

• P

reo

cup

a-se

em

cri

ar p

adrõ

es,

clas

sifi

caçõ

es.

• O

inte

ress

e d

o in

vest

igad

or

está

em

med

içõ

es, d

efin

içõ

es

de

esca

las.

• D

efin

e p

op

ula

ção

e a

mo

stra

(p

arti

cip

ante

s al

eató

rio

s d

a p

esq

uis

a).

• Pr

eocu

pa-

se e

m m

edir,

co

mp

arar

, exp

licar

po

ssív

eis

vari

açõ

es.

Figu

ra 1

- Qu

alita

tiva x

Qua

ntita

tiva

Font

e: ad

aptad

o de R

ichard

son (

1999

) e La

kato

s e M

arcon

i (20

10).

As

pes

qu

isas

qu

alit

ativ

a e

a q

uan

tita

tiva

no

s aj

ud

am a

pen

sar

no

tip

o

de

cole

ta e

an

ális

e d

os

dad

os,

tão

rel

evan

tes

par

a a

real

izaç

ão d

e u

ma

inve

stig

ação

cie

ntí

fica

.

É p

oss

ível

tam

bém

def

inir

um

tip

o d

e p

esq

uis

a to

man

do

po

r b

ase

seu

s

ob

jeti

vos,

ou

sej

a, o

qu

e se

des

eja

alca

nça

r co

mo

res

ult

ado

(s)

ao f

inal

do

trab

alh

o c

ien

tífi

co. I

sso

vo

cê v

erá

no

pró

xim

o t

óp

ico

.

4.2

.2 N

íve

is d

e p

es

qu

isa

As

pes

qu

isas

nas

mai

s d

iver

sas

área

s p

ress

up

õem

a c

riaç

ão d

e o

bje

tivo

,

qu

e in

dic

a o

qu

e o

pes

qu

isad

or

des

eja

alca

nça

r ao

fin

al d

o p

roce

sso

de

inve

stig

ação

. N

este

sen

tid

o,

as p

esq

uis

as p

od

em s

er c

lass

ific

adas

em

nív

eis

con

sid

eran

do

seu

s o

bje

tivo

s im

edia

tos.

Na

atu

alid

ade,

os

nív

eis

de

pes

qu

isa

apo

nta

do

s p

elo

s au

tore

s co

nte

mp

lam

: p

esq

uis

a d

escr

itiv

a,

pes

qu

isa

exp

lora

tóri

a e

exp

licat

iva

(GIL

, 200

8).

•Pe

squ

isa

des

crit

iva

De

aco

rdo

co

m G

il (2

008,

p.

28),

pes

qu

isas

des

crit

ivas

“[.

..] t

êm c

om

o

ob

jeti

vo p

rim

ord

ial

a d

escr

ição

das

car

acte

ríst

icas

de

det

erm

inad

a p

op

ula

ção

ou

fen

ôm

eno

ou

o e

stab

elec

imen

to d

e re

laçõ

es e

ntr

e va

riáv

eis”

.

Nes

te c

aso

, co

mo

co

nfi

rmam

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(200

7, p

. 61

), “

a

pes

qu

isa

des

crit

iva

ob

serv

a, re

gis

tra,

an

alis

a e

corr

elac

ion

a fa

tos o

u fe

men

os

(var

iáve

is)

sem

man

ipu

lá-l

os.

”.

Capí

tulo

4

113

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Nes

te t

ipo

de

pes

qu

isa,

po

ssib

ilid

ade

estu

dar

: ca

ract

erís

tica

s d

e

det

erm

inad

o t

ipo

de

pes

soas

ou

gru

po

s, o

pin

iões

de

um

bli

co e

spec

ífic

o

ou

ain

da

um

a p

esq

uis

a d

e at

end

imen

to. A

ssim

, Cer

vo, B

ervi

an e

Sil

va (2

007)

,

na

fig

ura

a s

egu

ir,

apo

nta

m a

s fo

rmas

pel

as q

uai

s a

pes

qu

isa

des

crit

iva

po

de

se c

om

po

rtar

.

Est

ud

os

de

scri

tiv

os

• Es

tudo

e d

escr

ição

de

cara

cter

ístic

as o

u re

laçõ

es e

xist

ente

s em

de

term

inad

o gr

upo.

Pe

squ

isa

de

op

iniã

o

• Te

m c

omo

intu

ito c

onhe

cer o

pon

to d

e vi

sta

sobr

e de

term

inad

o fe

nôm

eno

estu

dado

.

Est

ud

o d

e c

aso

• Aq

ui a

pes

quis

a é

foca

da e

m d

eter

min

ado

grup

o ou

fam

ília

que

tenh

a um

a am

ostr

a qu

e re

pres

ente

sua

tota

lidad

e.

Pe

squ

isa

do

cu

me

nta

l

• A

inve

stig

ação

bas

eia-

se e

m d

ocum

ento

s ex

iste

ntes

sob

re o

fato

ou

fenô

men

o pa

ra q

ue s

eja

poss

ível

iden

tifi c

ar d

iver

sas

cara

cter

ístic

as d

o ob

jeto

em

est

udo.

Pe

qu

isa

de

mo

tiv

ão

• Bu

sca

conh

ecer

mot

ivos

reai

s qu

e le

vam

os

sere

s hu

man

os a

tere

m

dete

rmin

adas

pre

ferê

ncia

s.

Figu

ra 2

- Fo

rmas

da p

esqu

isa d

escr

itiva

Font

e: ad

aptad

a de C

ervo

, Ber

vian e

Silva

(200

7).

Por

mei

o d

as c

arac

terí

stic

as a

pre

sen

tad

as s

ob

re a

pes

qu

isa

des

crit

iva,

esta

se

torn

a fa

cilm

ente

id

enti

ficá

vel.

Ass

im,

qu

and

o e

stiv

er d

esen

volv

end

o

um

a p

esq

uis

a, v

ocê

dev

e se

r ca

paz

de,

ao

ob

serv

ar s

eus

ob

jeto

s, d

efin

ir s

e

po

ssu

em a

spec

tos

qu

e le

vam

a e

ste

tip

o d

e in

vest

igaç

ão.

As

ciên

cias

hu

man

as e

so

ciai

s, e

m e

spec

ial,

faze

m u

so s

ign

ific

ativ

o d

a

pes

qu

isa

des

crit

iva

em v

irtu

de

das

car

acte

ríst

icas

en

con

trad

as n

os

refe

rid

os

cam

po

s d

e es

tud

o.

Page 57: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

114

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Ob

serv

and

o

as

cara

cter

ísti

cas

da

pes

qu

isa

des

crit

iva,

ap

rese

nte

du

as i

nst

itu

içõ

es e

m n

oss

a so

cied

ade

qu

e fa

zem

uso

des

te t

ipo

de

pes

qu

isa.

V

ocê

já d

eve

ter

par

tici

pad

o d

e vá

rias

pes

qu

isas

d

escr

itiv

as e

tal

vez

não

ten

ha

se d

ado

co

nta

po

r n

ão c

on

hec

er s

eus

con

ceit

os.

•Pe

squ

isa

exp

lora

tóri

a

Este

tip

o d

e p

esq

uis

a é

“o p

asso

in

icia

l n

o p

roce

sso

de

pes

qu

isa

pel

a

exp

eriê

nci

a e

um

au

xílio

qu

e tr

az a

fo

rmu

laçã

o d

e h

ipó

tese

s si

gn

ific

ativ

as p

ara

po

ster

iore

s p

esq

uis

as”

(CER

VO

, BER

VIA

N e

SIL

VA

, 200

7, p

. 63)

.

Gil

(200

8, p

. 27)

afi

rma

qu

e a

pes

qu

isa

exp

lora

tóri

a “t

em c

om

o p

rin

cip

al

fin

alid

ade

des

envo

lver

, es

clar

ecer

e m

od

ific

ar c

on

ceit

os

e id

eias

, te

nd

o e

m

vist

a a

form

ula

ção

de

pro

ble

mas

mai

s p

reci

sos

ou

hip

óte

ses

pes

qu

isáv

eis

par

a

estu

do

s p

ost

erio

res”

.

Ob

serv

e q

ue

a p

esq

uis

a em

q

ues

tão

p

rete

nd

e p

rop

orc

ion

ar

ao

inve

stig

ado

r u

ma

mai

or

fam

iliar

idad

e co

m o

pro

ble

ma

e é

esco

lhid

a q

uan

do

o a

ssu

nto

do

est

ud

o é

po

uco

co

nh

ecid

o.

Nes

te c

aso

, su

ger

e-se

qu

e h

aja

um

pla

nej

amen

to p

ara

a re

aliz

ação

da

pes

qu

isa

de

form

a fl

exív

el,

po

ssib

ilita

nd

o o

s d

iver

sos

asp

ecto

s q

ue

po

dem

esta

r re

laci

on

ado

s ao

tem

a em

qu

estã

o.

Em v

irtu

de

de

sua

fin

alid

ade,

po

r ve

zes,

res

ult

ar e

m e

scla

reci

men

to e

sist

emat

izaç

ão d

e u

m p

rob

lem

a, c

on

stit

uin

do

a f

ase

inic

ial d

e u

ma

pes

qu

isa,

alg

un

s au

tore

s co

stu

mam

ch

amá-

la d

e p

esq

uis

a “q

uas

e ci

entí

fica

” e

“não

cien

tífi

ca”.

Ist

o p

orq

ue,

pel

o q

ue

foi

apre

sen

tad

o,

você

dev

e te

r p

erce

bid

o

qu

e, a

lgu

mas

vez

es, p

od

e-se

não

ch

egar

a u

m r

esu

ltad

o c

ien

tífi

co, m

as s

im a

o

leva

nta

men

to d

e u

m p

rob

lem

a m

ais

clar

o p

ara

estu

do

e p

esq

uis

a ci

entí

fica

.

•Pe

squ

isa

exp

licat

iva

Ente

nd

ida

pel

os

auto

res

com

o u

m p

esq

uis

a q

ue

se d

esta

ca p

ela

sua

pre

ten

são

mai

or,

em d

etri

men

to d

as o

utr

as f

orm

as d

e p

esq

uis

a, e

m c

on

hec

er

Capí

tulo

4

115

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

de

form

a ap

rofu

nd

ada

a re

alid

ade.

Co

nh

ecer

o s

eu c

on

ceit

o l

he

aju

dar

á a

com

pre

end

er p

or

qu

ê.

A

pes

qu

isa

exp

licat

iva

po

de

ser

com

pre

end

ida

com

o

aqu

ela

qu

e

apre

sen

ta a

pre

ocu

paç

ão c

entr

al d

e “i

den

tifi

car

os

fato

res

qu

e d

eter

min

am

ou

qu

e co

ntr

ibu

em p

ara

a o

corr

ênci

a d

os

fen

ôm

eno

s” (

GIL

, 200

8, p

. 28)

.

O n

om

e d

a p

esq

uis

a re

flet

e b

em s

ua

pre

ocu

paç

ão e

ob

jeti

vo m

aio

r, q

ue

con

sist

e em

exp

licar

a r

azão

do

aco

nte

cim

ento

do

s fa

tos

rela

tivo

s à

real

idad

e

da

pes

qu

isa.

Alg

un

s au

tore

s af

irm

am q

ue

po

de

ser

con

sid

erad

a u

ma

exte

nsã

o o

u

con

tin

uaç

ão d

e u

ma

pes

qu

isa

des

crit

iva,

um

a ve

z q

ue

tem

po

r ob

jeto

iden

tifi

car

fato

res

qu

e p

oss

ibili

tam

det

alh

ar u

m f

ato

ou

fen

ôm

eno

est

ud

ado

(G

IL, 2

008)

.

De

aco

rdo

co

m o

au

tor

(200

2),

é p

oss

ível

cla

ssif

icar

as

pes

qu

isas

des

te

tip

o c

om

o:

Ex

pe

rim

en

tais

Man

ipul

am a

s va

riáve

is d

o ob

jeto

de

estu

do d

ireta

men

te.

Ex

-po

st-f

ac

to

A p

esqu

isa

é re

aliz

ada

após

a o

corr

ênci

a de

var

iaçõ

es n

a va

riáve

l em

est

udo.

Figu

ra 3

- Cl

assifi

caçã

o da

pes

quisa

expl

icativ

aFo

nte:

adap

tada d

e Gil (

2002

).

Seg

un

do

Gil

(200

2), a

pes

qu

isa

exp

erim

enta

l é u

ma

das

mai

s co

nce

itu

adas

no

mu

nd

o c

ien

tífi

co. E

m s

ua

essê

nci

a, o

au

tor

(200

2, p

. 48)

afi

rma

qu

e é

aqu

ela

qu

e se

pre

ocu

pa

em “

det

erm

inar

um

ob

jeto

de

estu

do

, sel

ecio

nar

as

vari

ávei

s

cap

azes

de

infl

uen

ciá-

lo e

def

inir

as

form

as d

e co

ntr

ole

e d

e o

bse

rvaç

ão d

os

efei

tos

qu

e a

vari

ável

pro

du

z n

o o

bje

to”.

De

aco

rdo

co

m C

ervo

, Ber

vian

e S

ilva

(200

7, p

. 67)

, a p

esq

uis

a ex

per

imen

tal

“car

acte

riza

-se

po

r m

anip

ula

r d

iret

amen

te a

s va

riáv

eis

rela

cio

nad

as c

om

o

ob

jeto

de

estu

do

. [.

..] a

man

ipu

laçã

o d

as v

ariá

veis

pro

po

rcio

na

o e

stu

do

da

rela

ção

en

tre

as c

ausa

s e

os

efei

tos

de

det

erm

inad

o f

enô

men

o”.

Page 58: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

116

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Os

auto

res

(200

7) a

ind

a af

irm

am q

ue

este

tip

o d

e p

esq

uis

a o

bje

tiva

apo

nta

r d

e q

ue

mo

do

ou

po

r q

ue

det

erm

inad

o f

ato

em

est

ud

o é

pro

du

zid

o,

dif

eren

cian

do

-se

da

pes

qu

isa

des

crit

iva,

em

qu

e o

fen

ôm

eno

é c

lass

ific

ado

e in

terp

reta

do

. A

pes

qu

isa

exp

erim

enta

l p

od

e se

r re

aliz

ada

em c

amp

o o

u

em l

abo

rató

rio

.

A p

esq

uis

a ex

-po

st f

acto

– c

uja

tra

du

ção

lit

eral

é “

a p

arti

r d

o f

ato

pas

sad

o”

–, i

nd

ica

o i

nte

ress

e em

rea

lizar

um

a in

vest

igaç

ão a

s o

fat

o t

er

aco

nte

cid

o. O

u s

eja,

a o

corr

ênci

a d

ele

levo

u a

o in

tere

sse

pel

a p

esq

uis

a, e

cas

o

não

tiv

esse

oco

rrid

o, n

ão h

aver

ia e

stu

do

.

A p

esq

uis

a ex

-po

st f

acto

tam

bém

tem

co

mo

ob

jeti

vo b

ásic

o,

seg

un

do

Gil

(200

2, p

. 49

), “

[...]

ver

ific

ar a

exi

stên

cia

de

rela

ções

en

tre

vari

ávei

s”.

No

enta

nto

, dif

eren

cia-

se d

a ex

per

imen

tal,

po

is n

ão h

á co

ntr

ole

so

bre

a v

ariá

vel,

um

a ve

z q

ue

o fa

to já

oco

rreu

. Qu

and

o se

est

á u

san

do

a p

esq

uis

a ex

per

imen

tal,

é p

oss

ível

, de

aco

rdo

co

m o

s re

sult

ado

s, m

ud

ar d

ado

s q

ue

po

ssib

ilite

m v

erif

icar

com

o a

var

iáve

l se

co

mp

ort

a. N

o c

aso

da

ex-p

ost

fac

to,

isso

não

se

aplic

a, j

á

qu

e o

fat

o a

con

tece

u a

nte

s d

a in

vest

igaç

ão.

4.2

.3 E

str

até

gia

s o

u d

eli

ne

am

en

tos

de

pe

sq

uis

a

Co

nfo

rme

Gil

(200

8),

as e

stra

tég

ias

ou

del

inea

men

to d

e p

esq

uis

a se

pre

ocu

pam

co

m o

am

bie

nte

em

qu

e o

s d

ado

s se

rão

co

leta

do

s e

com

o a

s

vari

ávei

s d

a p

esq

uis

a se

rão

co

ntr

ola

das

.

O p

esq

uis

ado

r co

nsi

der

a a

aplic

ação

de

mei

os

técn

ico

s p

ara

real

izar

su

a

pes

qu

isa

de

aco

rdo

co

m o

ob

jeto

est

ud

ado

. Os

nív

eis

de

pes

qu

isa

apre

sen

tad

os

no

pic

o a

nte

rio

r re

laci

on

am-s

e co

m o

s o

bje

tivo

s tr

açad

os

pel

o p

esq

uis

ado

r

e, a

par

tir

dis

to,

def

inem

-se

os

resu

ltad

os

po

ssív

eis

de

se v

isu

aliz

ar d

e ac

ord

o

com

a p

esq

uis

a es

colh

ida.

Os

del

inea

men

tos

ou

est

raté

gia

s aq

ui a

pre

sen

tad

os

pre

ocu

pam

-se

com

as

técn

icas

par

a a

cole

ta d

e d

ado

s, s

end

o c

on

sid

erad

as a

s q

ue

se p

reo

cup

am c

om

as f

on

tes

em p

apel

e a

s q

ue

são

fo

rnec

idas

po

r p

esso

as e

nvo

lvid

as n

o p

roce

sso

de

pes

qu

isa,

leva

nd

o-s

e em

co

nta

o o

bje

to d

esta

, co

nfo

rme

a fi

gu

ra 4

.

Capí

tulo

4

117

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Pess

oas

Fon

tes

de

pap

el

• Pe

squ

isa

de

op

iniã

o•

Pesq

uis

a-aç

ão•

Pesq

uis

a-in

terv

ençã

o•

Estu

do

de

caso

• Tr

abal

ho

de

cam

po

• Pe

squ

isa

bib

liog

ráfi

ca

• Pe

squ

isa

do

cum

enta

l

Figu

ra 4

- Di

visã

o da

pes

quisa

qua

nto

à fon

te d

e col

eta d

e dad

osFo

nte:

adap

tada d

e Gil (

2008

).

Os

del

inea

men

tos

ind

icad

os

na

fig

ura

4 s

erão

ab

ord

ado

s d

esta

can

do

-se

as f

orm

as d

ifer

ente

s d

e co

mo

os

dad

os

da

pes

qu

isa

po

dem

se

apre

sen

tar.

Pe

sq

uis

a b

ibli

og

ráfi

ca

Co

mo

vim

os n

o d

eco

rrer

do

s cap

ítu

los a

nte

rio

res,

a b

usc

a p

elo

des

envo

lvim

ento

da

ciên

cia

aco

nte

ce fa

z m

uit

o te

mp

o. A

ssim

co

mo

as a

tivi

dad

es d

e in

tele

cto

, po

is h

á

reg

istr

os d

esd

e 25

a.C

., p

or e

xem

plo

, co

m a

s Táb

uas

de

Cal

ímac

o, q

ue

po

ssu

íam

120

volu

mes

co

m v

ário

s d

ado

s d

etal

had

os

da

ob

ra (F

AC

HIN

, 200

1).

De

aco

rdo

co

m C

ervo

, Ber

vian

e S

ilva

(200

7, p

. 60)

, a p

esq

uis

a b

iblio

grá

fica

“pro

cura

exp

licar

um

pro

ble

ma

a p

arti

r d

e re

ferê

nci

as t

eóri

cas

pu

blic

adas

em

arti

go

s, li

vro

s, d

isse

rtaç

ões

e t

eses

”.

Para

Gil

(200

8),

a p

esq

uis

a b

iblio

grá

fica

se

cara

cter

iza

po

r co

nst

itu

ir-s

e

de

mat

eria

l qu

e já

exi

ste,

sen

do

co

nst

itu

ído

pri

nci

pal

men

te d

e liv

ros

e ar

tig

os

con

sid

erad

os

cien

tífi

cos.

A p

esq

uis

a b

iblio

grá

fica

, p

ara

Fach

in (

2001

, p

. 12

5),

rela

cio

na-

se a

o

“co

nju

nto

de

con

hec

imen

tos

hu

man

os

reu

nid

os

nas

ob

ras.

[...

] co

nst

itu

i o

ato

de

ler,

sele

cio

nar

, fi

char

, o

rgan

izar

e a

rqu

ivar

pic

os

de

inte

ress

e p

ara

a

pes

qu

isa

em p

auta

”.

No

rmal

men

te, e

sta

pes

qu

isa

forn

ece

emb

asam

ento

par

a o

s d

emai

s es

tud

os,

e o

in

vest

igad

or

não

po

de

abri

r m

ão d

esta

du

ran

te o

pro

cess

o d

e p

esq

uis

a.

Ou

tra

aplic

ação

da

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca é

na

ob

ten

ção

de

dad

os

his

tóri

cos,

po

is

com

o o

s fa

tos

já o

corr

eram

, p

ara

con

hec

erm

os,

tem

os

qu

e n

os

aten

tar

par

a o

s

reg

istr

os

bib

liog

ráfi

cos

exis

ten

tes.

Nes

te c

aso

, o o

bje

to é

sel

eção

de

info

rmaç

ões

e

con

hec

imen

to p

révi

o d

e al

gu

m t

ema

ou

pro

ble

ma

par

a p

ross

egu

ir a

inve

stig

ação

.

Page 59: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

118

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Tam

bém

é p

oss

ível

a u

tiliz

ação

da

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca c

om

o f

oco

do

trab

alh

o e

m q

ue

se d

esej

a, p

or

exem

plo

, co

mp

rova

r o

u a

plic

ar d

eter

min

ada

teo

ria

já c

on

solid

ada.

Ass

im,

per

ceb

e-se

qu

e a

pes

qu

isa

em q

ues

tão

po

de

tan

to f

azer

par

te d

e

um

a p

esq

uis

a ex

per

imen

tal o

u d

escr

itiv

a q

uan

to se

r um

a p

esq

uis

a in

dep

end

ente

.

Este

é,

pro

vave

lmen

te,

o t

ipo

de

pes

qu

isa

qu

e vo

cê,

com

o a

cad

êmic

o,

mai

s u

tiliz

a n

a b

usc

a d

e in

form

açõ

es s

ob

re d

eter

min

ado

est

ado

da

arte

, o

u

seja

, so

bre

det

erm

inad

o t

ema

ou

ass

un

to d

e in

tere

sse

qu

e n

eces

site

est

ud

ar

ou

co

mp

reen

der

co

m p

rop

ried

ade.

Por t

amb

ém fa

zer p

arte

das

fon

tes d

e p

apel

, vam

os d

escr

ever

bre

vem

ente

a p

esq

uis

a d

ocu

men

tal,

ten

do

em

vis

ta q

ue

a d

ifer

ença

par

a a

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca e

stá

na

nat

ure

za d

as f

on

tes

de

dad

os.

De

aco

rdo

co

m F

ach

in (

2001

, p

. 15

2),

pes

qu

isa

do

cum

enta

l “é

to

da

info

rmaç

ão d

e fo

rma

ora

l, es

crit

a o

u v

isu

aliz

ada”

. C

om

ple

men

tan

do

, G

il

(200

8, p

. 51

) su

sten

ta q

ue

a p

esq

uis

a d

ocu

men

tal

“val

e-se

de

mat

eria

is q

ue

não

rec

eber

am a

ind

a u

m t

rata

men

to a

nal

ític

o,

ou

qu

e ai

nd

a p

od

em s

er

reel

abo

rad

os

de

aco

rdo

co

m o

s o

bje

tivo

s d

a p

esq

uis

a”.

Em s

e tr

atan

do

de

do

cum

ento

s, a

ciê

nci

a co

nsi

der

a in

form

açõ

es n

a fo

rma

de

text

os,

im

agen

s, s

on

s, s

inai

s em

pap

el/m

adei

ra/p

edra

, g

rava

ções

, p

intu

ra,

incr

ust

açõ

es,

edit

ori

ais,

le

is,

rela

tóri

os,

d

ocu

men

tos

jurí

dic

os,

fo

tog

rafi

as,

film

es (

FAC

HIN

, 200

1).

Entr

e as

vár

ias

área

s es

tud

adas

, vo

cê c

on

seg

ue

dis

tin

gu

ir

qu

ais

po

dem

se

va

ler

da

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca

e d

a p

esq

uis

a d

ocu

men

tal?

O

bse

rve

as á

reas

ap

rese

nta

das

no

cap

ítu

lo 2

e

refl

ita:

de

qu

e fo

rma

as p

esq

uis

as p

od

em s

er

aplic

adas

ou

uti

lizad

as?

REF

LEX

ÃO

Capí

tulo

4

119

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Pe

sq

uis

a d

e o

pin

ião

Pop

ula

rmen

te, a

pes

qu

isa

de

op

iniã

o p

rete

nd

e ve

rifi

car

o q

ue

um

gru

po

de

pes

soas

pen

sa a

resp

eito

de

det

erm

inad

o a

ssu

nto

ou

tem

a q

ue

se d

esej

a p

esq

uis

ar.

Cer

vo,

Ber

vian

e S

ilva

(200

7, p

. 63

) af

irm

am q

ue

este

tip

o d

e p

esq

uis

a

pre

ten

de

veri

fica

r “[

...]

pre

ferê

nci

as d

as p

esso

as a

res

pei

to d

e al

gu

m a

ssu

nto

,

com

o o

bje

tivo

de

tom

ar d

ecis

ões

”. C

on

sid

eram

ain

da

qu

e a

pes

qu

isa

de

op

iniã

o “

[...]

ab

ran

ge

um

a fa

ixa

gra

nd

e d

e in

vest

igaç

ões

qu

e vi

sam

iden

tifi

car

falh

as o

u e

rro

s, d

escr

ever

pro

ced

imen

tos,

des

cob

rir

ten

dên

cias

, re

con

hec

er

inte

ress

es e

ou

tro

s co

mp

ort

amen

tos”

.

Um

a d

as a

plic

açõ

es m

ais

con

hec

idas

des

te t

ipo

de

pes

qu

isa

resi

de

em

veri

fica

r a

pre

ten

são

de

voto

s em

ép

oca

s d

e el

eiçõ

es.

O i

nte

ress

ante

é q

ue

os

resp

on

sáve

is p

or

este

tip

o d

e p

esq

uis

a co

nse

gu

em a

bra

ng

er t

od

o o

paí

s q

uan

do

,

po

r ex

emp

lo, f

azem

um

a p

revi

são

do

s re

sult

ado

s d

e u

ma

elei

ção

pre

sid

enci

al.

PR

ATI

CA

ND

OP

RA

TIC

AN

DO

Exis

tem

rias

em

pre

sas/

inst

itu

içõ

es

qu

e se

es

pec

ializ

aram

em

rea

lizar

est

e ti

po

de

pes

qu

isa,

co

mo

, po

r ex

emp

lo, o

Ibo

pe

(In

stit

uto

Bra

sile

iro

d

e O

pin

ião

blic

a e

Esta

tíst

ica)

. Pe

squ

ise

ou

tras

in

stit

uiç

ões

q

ue

trab

alh

am

com

es

te

tip

o d

e p

esq

uis

a e

veri

fiq

ue

com

o o

tra

bal

ho

é

real

izad

o m

eto

do

log

icam

ente

.

Pe

sq

uis

a-a

çã

o

Este

tip

o d

e p

esq

uis

a é

con

sid

erad

o p

esq

uis

a so

cial

qu

e se

uti

liza

do

emp

iris

mo

em

su

a p

ráti

ca. M

uit

os

auto

res

tece

m c

ríti

cas

pel

o c

arát

er s

ub

jeti

vo

e p

elo

co

ntr

ole

po

r p

arte

do

inve

stig

ado

r, u

ma

vez

qu

e lid

a co

m o

em

pir

ism

o.

Thio

llen

t (1

985

apu

d G

IL, 2

008,

p. 3

0) a

firm

a q

ue

a p

esq

uis

a-aç

ão

[...]

é u

m t

ipo

de

pes

qu

isa

soci

al c

om

bas

e em

pír

ica

qu

e é

con

ceb

ida

e re

aliz

ada

em e

stre

ita

asso

ciaç

ão c

om

um

a aç

ão o

u c

om

a r

eso

luçã

o

de

um

pro

ble

ma

cole

tivo

e n

o q

ual

os

pes

qu

isad

ore

s e

par

tici

pan

tes

rep

rese

nta

tivo

s d

a si

tuaç

ão o

u d

o p

rob

lem

a es

tão

en

volv

ido

s d

o

mo

do

co

op

erat

ivo

ou

par

tici

pat

ivo

.

Page 60: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

120

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Pod

e-se

per

ceb

er,

pel

o c

on

ceit

o a

pre

sen

tad

o,

qu

e h

á u

ma

pre

sen

ça

mar

can

te d

o p

esq

uis

ado

r en

volv

ido

no

pro

cess

o d

e p

esq

uis

a.

Nes

te c

on

text

o,

o i

nve

stig

ado

r, n

esta

pes

qu

isa,

não

acr

edit

a em

um

a

real

idad

e fi

xa;

um

a m

od

ific

ação

do

qu

adro

po

r m

eio

da

inte

rven

ção

do

pes

qu

isad

or,

uti

lizan

do

de

inst

rum

ento

s p

ara

cole

ta,

anál

ise

e in

terp

reta

ção

de

dad

os

(GIL

, 200

8).

Ref

leti

nd

o s

ob

re a

im

po

rtân

cia

da

par

tici

paç

ão d

o p

esq

uis

ado

r n

este

tip

o d

e p

esq

uis

a, K

astr

up

(200

9, p

. 40)

afi

rma

qu

e é

“no

tra

bal

ho

op

erad

o p

ela

aten

ção

qu

e p

od

emo

s id

enti

fica

r m

ais

inci

siva

men

te a

pro

du

ção

de

dad

os

de

um

a p

esq

uis

a e

a d

imen

são

co

nst

ruti

vist

a d

o c

on

hec

imen

to”.

Pe

sq

uis

a-i

nte

rve

ão

As

pri

mei

ras

idei

as d

e p

esq

uis

a-in

terv

ençã

o s

urg

iram

co

m o

ad

ven

to

do

s m

ovi

men

tos

inst

itu

cio

nal

ista

s. E

stes

ap

rese

nta

m c

om

o p

rin

cip

al a

spec

to

par

a a

inte

rven

ção

, co

nsi

der

and

o a

ati

vid

ade

cole

tiva

, um

no

vo c

on

ceit

o p

ara

gru

po

e in

stit

uiç

ão.

Esta

pro

po

sta

op

osi

tora

à e

xper

imen

taçã

o i

nd

ica

con

sid

erar

asp

ecto

s

po

lític

os

e so

ciai

s, a

lém

de

um

pes

qu

isad

or

inte

rvin

do

no

pro

cess

o d

a p

esq

uis

a.

Nes

te s

enti

do

, a o

pçã

o p

ela

inte

rven

ção

ser

ia u

ma

po

siçã

o d

o in

vest

igad

or

em

bu

sca

da

ciên

cia.

Du

ran

te a

pes

qu

isa,

ao

est

ud

ar a

rea

lidad

e d

a so

cied

ade,

o

pes

qu

isad

or

está

inse

rid

o n

o p

roce

sso

de

inve

stig

ação

.

De

aco

rdo

co

m P

asso

s e

Bar

ros

(200

9),

a re

aliz

ação

da

inte

rven

ção

pre

ssu

e u

m a

pro

fun

dam

ento

na

exp

eriê

nci

a d

a re

laçã

o s

uje

ito

e o

bje

to,

teo

ria

e p

ráti

ca.

Para

os

auto

res

(200

9, p

. 19

), a

in

terv

ençã

o “

[...]

in

dic

a o

tra

bal

ho

de

anál

ise

das

im

plic

açõ

es c

ole

tiva

s, s

emp

re l

oca

is e

co

ncr

etas

”. A

ssim

, p

or

mei

o

des

tas

anál

ises

, co

nsi

der

and

o t

od

os

qu

e fa

zem

par

te d

a p

esq

uis

a, t

orn

a-se

po

ssív

el id

enti

fica

r o

pro

cess

o d

e in

stit

uci

on

aliz

ação

.

Este

tip

o d

e p

esq

uis

a p

ress

up

õe

o e

nvo

lvim

ento

ati

vo d

a co

mu

nid

ade

po

r m

eio

de

asp

ecto

s q

ue

mo

tive

m a

rea

lizaç

ão d

a in

vest

igaç

ão.

Nec

essi

ta-s

e

qu

e h

aja

con

hec

imen

to d

a p

rob

lem

átic

a e

con

text

o d

o g

rup

o p

esq

uis

ado

par

a

qu

e a

inte

rven

ção

aco

nte

ça.

Capí

tulo

4

121

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Es

tud

o d

e c

as

o

Uti

lizad

o n

a Eu

rop

a p

or

La P

lay,

ao

est

ud

ar f

amíli

as o

per

ária

s, e

ste

tip

o

de

pes

qu

isa

está

rel

acio

nad

o a

o e

stu

do

ou

in

vest

igaç

ão d

e ca

sos

(LA

KA

TOS

e

MA

RC

ON

I, 20

10).

De

aco

rdo

co

m G

il (2

008,

p.

57),

tem

co

mo

car

acte

ríst

ica

o “

estu

do

pro

fun

do

e e

xau

stiv

o d

e u

m o

u d

e p

ou

cos

ob

jeto

s, d

e m

anei

ra a

per

mit

ir o

seu

con

hec

imen

to a

mp

lo e

det

alh

ado

[...

]”.

Ao

mes

mo

tem

po

, to

rna-

se r

estr

ito

po

r fo

car

apen

as o

cas

o e

stu

dad

o.

Para

Cer

vo, B

ervi

an e

Silv

a (2

007)

, o e

stu

do

de

caso

po

de

ser

con

sid

erad

o

um

ti

po

d

e p

esq

uis

a “s

ob

re

det

erm

inad

o

ind

ivíd

uo

, fa

míli

a,

gru

po

o

u

com

un

idad

e q

ue

seja

rep

rese

nta

tivo

de

seu

un

iver

so, p

ara

exam

inar

asp

ecto

s

vari

ado

s d

e su

a vi

da”

.

O a

uto

r Y

in (

2005

ap

ud

GIL

, 200

8, p

. 58)

co

nsi

der

a o

est

ud

o d

e ca

so c

om

o

“[...

] u

m e

stu

do

em

pír

ico

qu

e in

vest

iga

um

fen

ôm

eno

atu

al d

entr

o d

o s

eu

con

text

o d

e re

alid

ade,

qu

and

o a

s fr

on

teir

as e

ntr

e o

fen

ôm

eno

e o

co

nte

xto

não

são

cla

ram

ente

def

inid

as e

no

qu

al s

ão u

tiliz

adas

vár

ias

fon

tes

de

evid

ênci

a”.

Laka

tos e

Mar

con

i (20

07) a

firm

am q

ue

mo

tivo

s in

trín

seco

s, in

stru

men

tais

e

cole

tivo

s mo

tiva

m o

s est

ud

os d

e ca

sos.

O p

rim

eiro

, po

r po

ssib

ilita

r rep

rese

nta

ção

de

traç

os

par

ticu

lare

s, o

seg

un

do

, po

r fa

vore

cer

o e

scla

reci

men

to d

este

s tr

aço

s,

e o

ter

ceir

o, p

or

per

mit

ir a

ab

ord

agem

de

div

erso

s fa

tos

em c

on

jun

to.

Gil

(200

8) a

ind

a ap

rese

nta

dif

eren

tes

ob

jeti

vos

qu

e in

cita

m o

uso

do

estu

do

de

caso

: d

esve

nd

ar s

itu

açõ

es r

eais

qu

e n

ão e

stão

def

inid

as d

e fo

rma

clar

a, p

rop

orc

ion

ar a

des

criç

ão d

a si

tuaç

ão e

m e

stu

do

e p

oss

ibili

tar

a ex

plic

ação

das

var

iáve

is q

ue

cau

sam

det

erm

inad

o f

ato

rel

ativ

o à

sit

uaç

ão e

m in

vest

igaç

ão.

Cab

e re

ssal

tar

qu

e h

á u

ma

refe

rên

cia

de

iden

tifi

caçã

o e

ntr

e p

esq

uis

a

qu

alit

ativ

a e

estu

do

de

caso

. Es

te p

od

e se

r u

tiliz

ado

tam

bém

em

pes

qu

isas

exp

lora

tóri

as, d

escr

itiv

as e

exp

licat

ivas

.

Tra

ba

lho

de

ca

mp

o

Para

o t

rab

alh

o d

e ca

mp

o,

Gil

(200

2) s

ug

ere

do

is t

ipo

s d

e at

ivid

ades

: o

leva

nta

men

to d

e ca

mp

o e

o e

stu

do

de

cam

po

.

Page 61: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

122

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Em s

e tr

atan

do

de

leva

nta

men

to d

e ca

mp

o, o

au

tor

(200

2, p

. 50)

afi

rma

qu

e es

te t

ipo

de

pes

qu

isa

“car

acte

riza

-se

pel

a in

terr

og

ação

dir

eta

das

pes

soas

cujo

co

mp

ort

amen

to s

e d

esej

a co

nh

ecer

”.

A i

dei

a é

qu

e o

pes

qu

isad

or,

com

bas

e n

o p

rob

lem

a d

efin

ido

, b

usq

ue

jun

to a

det

erm

inad

o g

rup

o i

nfo

rmaç

ões

qu

e o

po

ssib

ilite

m g

erar

co

ncl

usõ

es p

or

mei

o d

e an

ális

e q

uan

tita

tiva

.

Alg

um

as v

anta

gen

s p

od

em s

er a

po

nta

das

par

a es

te t

ipo

de

pes

qu

isa,

com

o d

emo

nst

ra a

fig

ura

5 (

GIL

, 200

2).

Eco

no

mia

e

rap

idez

Qu

anti

fica

ção

Co

nh

ecim

ento

d

iret

o d

a re

alid

ade

A o

bte

nçã

o d

e d

ado

s é

ráp

ida

par

tin

do

de

entr

evis

tad

ore

s, c

od

ifi-

cad

ore

s e

tab

ula

do

res

com

pet

ente

s.

É p

oss

ível

an

ális

e q

uan

-ti

tati

va u

ma

vez

qu

e o

s d

ado

s sã

o a

gru

pad

os

em

tab

elas

.

Qu

anto

mai

s in

form

a-çõ

es s

ão f

orn

ecid

as

pel

os

pes

qu

isad

os

mai

s af

asta

-se

o r

isco

de

sub

-je

tivi

dad

e.

Figu

ra 5

- Van

tage

ns d

o le

vant

amen

toFo

nte:

adap

tada d

e Gil (

2002

).

Pod

e-se

per

ceb

er,

pel

as i

nfo

rmaç

ões

ap

rese

nta

das

na

fig

ura

5,

qu

e es

te

tip

o d

e p

esq

uis

a n

os

forn

ece,

de

form

a rá

pid

a e

se b

em p

lan

ejad

a, d

ado

s

qu

anti

tati

vos

rela

cio

nad

os

a u

m g

rup

o d

e p

esso

as e

m e

stu

do

.

O a

uto

r (2

002)

ain

da

apre

sen

ta a

lgu

mas

lim

itaç

ões

, co

mo

ap

rese

nta

do

na

fig

ura

6.

Pou

ca p

rofu

nd

idad

e n

o e

stu

do

da

estr

utu

ra e

do

s p

roce

sso

s so

ciai

s

Lim

itad

a ap

reen

são

d

o p

roce

sso

de

mu

dan

ça

Ênfa

se n

os

asp

ecto

sp

erce

pti

vos

Em v

irtu

de

do

s d

ado

s n

ão s

erem

ad

equ

ado

s ao

não

co

nsi

der

ar

fato

res

inte

rpes

soai

s e

inst

itu

cio

nai

s.

Não

ind

ica

po

ssív

eis

vari

açõ

es o

u m

ud

ança

s n

o f

enô

men

o e

stu

dad

o.

A p

erce

pçã

o d

as p

esso

as

sob

re s

i mes

mas

po

de

ger

ar d

ado

s su

bje

tivo

s e

con

seq

uen

tem

ente

in

form

açõ

es d

isto

rcid

as.

Figu

ra 6

- Li

mita

ções

do

leva

ntam

ento

Font

e: ad

aptad

a de G

il (20

02).

As

limit

açõ

es e

vid

enci

adas

pel

o a

uto

r (2

002)

no

s fa

zem

ref

leti

r so

bre

a d

ific

uld

ade

de

cole

tar

info

rmaç

ões

qu

e n

os

per

mit

am e

xplic

ar o

s fa

tos

de

form

a co

nsi

sten

te.

Capí

tulo

4

123

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Nes

te c

aso

, as p

esq

uis

as d

escr

itiv

as sã

o a

dep

tas d

o le

van

tam

ento

, qu

e p

od

e

ser

usa

do

par

a b

usc

a d

e in

form

açõ

es q

ue

não

ten

ham

mu

ita

com

ple

xid

ade.

No

ca

so

do

e

stu

do

d

e

cam

po

, h

á

um

est

ud

o

exa

ust

ivo

d

e

um

ou

p

ou

cos

ob

jeto

s,

de

m

an

eir

a

qu

e

pe

rmit

a

seu

a

mp

lo

e

de

talh

ad

o

con

he

cim

en

to [

...]

(G

IL,

20

02

, p

. 5

4).

É p

oss

ível

ap

on

tar

alg

um

as

cara

cter

ísti

cas

do

es

tud

o

de

cam

po

:

apro

fun

dam

ento

das

qu

estõ

es d

e es

tud

o p

rop

ost

as s

ob

re u

m d

eter

min

ado

tem

a e

o e

stu

do

po

de

oco

rrer

mes

mo

qu

e se

us

ob

jeti

vos

seja

m m

od

ific

ado

s

du

ran

te a

inve

stig

ação

.

Se v

ocê

ach

ou

qu

e o

s co

nce

ito

s d

e le

van

tam

ento

e e

stu

do

de

cam

po

se a

ssem

elh

am,

pen

se n

o s

egu

inte

exe

mp

lo:

o e

stu

do

em

um

a co

mu

nid

ade

care

nte

; n

o c

aso

da

aplic

ação

do

pri

mei

ro t

ipo

, vo

cê e

star

ia p

reo

cup

ado

em

bu

scar

in

form

açõ

es q

ue

dem

on

stra

ssem

car

acte

ríst

icas

de

qu

em e

stá

sen

do

estu

dad

o,

com

o f

aixa

etá

ria,

est

ado

civ

il, r

end

a fa

mili

ar,

etc.

; n

o c

aso

do

estu

do

de

caso

, a p

reo

cup

ação

res

idir

ia e

m e

nte

nd

er a

spec

tos

soci

ais,

co

mo

os

fato

res

qu

e le

vam

à m

arg

inal

izaç

ão.

4.2

.4 M

éto

do

s d

e c

ole

ta d

e d

ad

os

A d

efin

ição

de

qu

ais

mét

od

os

ou

téc

nic

as d

e co

leta

de

dad

os

serã

o

uti

lizad

os

na

pes

qu

isa

é ta

refa

in

term

ediá

ria,

d

even

do

se

r p

lan

ejad

a e

estr

utu

rad

a p

ara

qu

e se

ja p

oss

ível

alc

ança

r os o

bje

tos p

rop

ost

os à

inve

stig

ação

.

São

vár

ios

os

mét

od

os

apre

sen

tad

os

e d

iscu

tid

os

pel

os

div

erso

s au

tore

s

na

área

, mas

ser

ão a

pre

sen

tad

os

nes

te t

óp

ico

alg

un

s d

os

mai

s u

suai

s, c

om

o a

ob

serv

ação

, en

trev

ista

, qu

esti

on

ário

e f

orm

ulá

rio

, diá

rio

de

cam

po

.

Ob

se

rva

çã

o p

art

icip

an

te

Laka

tos

e M

arco

ni

(201

0, p

. 27

5) a

firm

am q

ue

a o

bse

rvaç

ão é

um

a

técn

ica

qu

e p

erm

ite

“in

form

açõ

es u

tiliz

and

o o

s se

nti

do

s n

a o

bte

nçã

o d

e

det

erm

inad

os

asp

ecto

s d

a re

alid

ade”

.

Pod

e-se

def

inir

ob

serv

ação

co

mo

“o

exa

me

min

uci

oso

ou

a m

irad

a

aten

ta s

ob

re u

m f

enô

men

o n

o s

eu t

od

o o

u e

m a

lgu

mas

de

suas

par

tes”

(RIC

HA

RD

SON

, 199

9).

Page 62: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

124

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Já p

ara

Ru

iz (1

996,

p. 5

3), a

ob

serv

ação

po

de

ser c

on

sid

erad

a a

arte

de

“ap

licar

a at

ençã

o a

um

fen

ôm

eno

ou

pro

ble

ma,

cap

tá-lo

, ret

ratá

-lo ta

l co

mo

se m

anif

esta

”.

Em c

om

ple

men

to, G

il (2

008,

p. 1

00) e

xplic

a q

ue

“a o

bse

rvaç

ão n

ada

mai

s

é q

ue

o u

so d

os

sen

tid

os

com

vis

tas

a ad

qu

irir

os

con

hec

imen

tos

nec

essá

rio

s

par

a o

co

tid

ian

o”.

Co

nsi

der

and

o

os

con

ceit

os

apre

sen

tad

os,

p

od

e-se

p

erce

ber

q

ue

a

ob

serv

ação

per

mit

e a

real

izaç

ão d

e u

ma

pes

qu

isa

som

ente

co

m s

ua

uti

lizaç

ão,

sen

do

po

ssív

el a

retr

ataç

ão d

e u

ma

real

izaç

ão o

u u

m d

eter

min

ado

fato

est

ud

ado

.

Os

auto

res

cost

um

am

con

sid

erar

a

seg

uin

te

clas

sifi

caçã

o

par

a a

ob

serv

ação

: ass

iste

mát

ica,

sis

tem

átic

a, n

ão p

arti

cip

ante

e p

arti

cip

ante

.

Na

ob

serv

ação

as

sist

emát

ica,

a

cole

ta

de

dad

os

será

re

aliz

ada

de

form

a liv

re,

sem

qu

e h

aja

rote

iro

s es

pec

ífic

os

a se

gu

ir, p

oré

m p

ress

up

õe

a

pre

ocu

paç

ão c

om

o o

bje

to d

e es

tud

o.

Ao

co

ntr

ário

, a

ob

serv

ação

sis

tem

átic

a

ind

ica

a n

eces

sid

ade

de

um

a es

tru

tura

fo

rmal

izad

a p

ara

a re

aliz

ação

da

refe

rid

a té

cnic

a, t

end

o in

clu

sive

um

pla

no

de

ob

serv

ação

.

Qu

and

o s

e re

aliz

a u

ma

ob

serv

ação

em

qu

e o

pes

qu

isad

or

fica

ap

enas

com

o m

ero

esp

ecta

do

r se

m in

terf

erir

no

s fa

tos

ou

aco

nte

cim

ento

s o

bse

rvad

os

tem

-se

um

a o

bse

rvaç

ão n

ão p

arti

cip

ante

. C

abe

ress

alta

r q

ue

tem

car

áter

sist

emát

ico

(LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

).

Na

ob

serv

ação

par

tici

pan

te,

a ca

ract

erís

tica

mar

can

te e

stá

no

fat

o d

e o

pes

qu

isad

or

ser

atu

ante

no

pro

cess

o, e

stan

do

na

mes

ma

po

siçã

o d

o o

bse

rvad

o.

Em c

on

son

ânci

a, G

il (2

008,

p.

103)

afi

rma

qu

e n

esta

téc

nic

a “s

e ch

ega

ao

con

hec

imen

to d

a vi

da

de

um

gru

po

a p

arti

r d

o in

teri

or

del

e”.

Pod

e-se

per

ceb

er q

ue

a o

bse

rvaç

ão p

arti

cip

ante

pel

o e

nvo

lvim

ento

do

pes

qu

isad

or

dep

end

e m

uit

o d

e se

u d

esem

pen

ho

. A

ssim

, A

lves

-Maz

zott

i

(199

9 ap

ud

LA

KA

TOS

e M

AR

CO

NI,

2010

, p

. 27

7) a

firm

a q

ue

é im

po

rtan

te

qu

e o

ob

serv

ado

r ap

rese

nte

alg

um

as h

abili

dad

es,

com

o:

esta

bel

ecer

co

m

os

suje

ito

s d

a p

esq

uis

a u

m r

elac

ion

amen

to d

e co

nfi

ança

, se

r se

nsí

vel

às

pes

soas

, p

oss

uir

a c

apac

idad

e d

e o

uvi

r, e

lab

ora

r p

erg

un

tas

coer

ente

s, e

star

fam

iliar

izad

o c

om

as

qu

estõ

es e

stu

dad

as, a

dap

tar-

se a

sit

uaç

ões

ines

per

adas

e te

r ca

lma

na

iden

tifi

caçã

o d

e p

adrõ

es o

u n

as a

trib

uiç

ões

de

sig

nif

icad

os,

con

sid

eran

do

os

fato

s o

bse

rvad

os.

Capí

tulo

4

125

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Cab

e co

nsi

der

ar t

amb

ém q

ue

este

tip

o d

e o

bse

rvaç

ão p

arti

cip

ante

po

de

ter

as s

egu

inte

s va

nta

gen

s: e

m f

un

ção

de

o p

esq

uis

ado

r fa

zer

par

te d

o g

rup

o,

a ex

ecu

ção

das

ati

vid

ades

ser

á re

aliz

ada

de

form

a n

atu

ral;

alg

un

s as

pec

tos

con

sid

erad

os

pri

vad

os

do

gru

po

ser

ão m

ost

rad

os

nat

ura

lmen

te;

situ

açõ

es

hab

itu

ais

serã

o r

apid

amen

te c

on

hec

idas

(R

ICH

AR

DSO

N, 1

999;

GIL

, 200

8).

Alg

um

as

des

van

tag

ens

são

o

bse

rvad

as,

ten

do

co

mo

fo

co

o

pap

el

des

emp

enh

ado

pel

o o

bse

rvad

or:

o ri

sco

de

per

der

o fo

co d

a p

esq

uis

a d

eixa

nd

o-

se i

nfl

uen

ciar

pel

o g

rup

o;

ou

não

co

nse

gu

ir a

co

nfi

ança

do

gru

po

, e

mu

ito

s

dad

os

po

dem

ser

per

did

os. N

o f

ilme

Ava

tar

(200

9), a

ati

vid

ade

de

cole

ta d

e d

ado

s d

a p

esq

uis

a re

aliz

ada

pel

o p

ovo

da

Terr

a n

o

no

vo

pla

net

a d

esco

ber

to

reve

la-s

e co

mo

o

bse

rvaç

ão p

arti

cip

ante

, em

qu

e o

s h

um

ano

s se

m

istu

rava

m a

o p

ovo

qu

e h

abit

ava

Pan

do

ra p

ara

ob

ter

info

rmaç

ões

a r

esp

eito

de

seu

s co

stu

mes

. N

este

cas

o, t

rata

-se

de

um

a fi

cção

.

CU

RIO

SID

AD

E

En

tre

vis

ta

Ao

ler

o n

om

e d

a té

cnic

a, é

po

ssív

el q

ue

você

co

mp

reen

da

o s

eu in

tuit

o e

a

form

a co

mo

é r

ealiz

ada

pel

a su

a re

corr

ente

uti

lizaç

ão e

m m

eio

s d

e co

mu

nic

ação

de

mas

sa. I

sto

po

rqu

e se

trat

a d

e u

ma

técn

ica

qu

e p

erm

ite

a in

tera

ção

co

m o

ou

tro

de

form

a m

uit

o p

róxi

ma.

Ric

har

dso

n (

1999

) co

nfi

rma

qu

e es

ta t

écn

ica

po

ssib

ilita

o d

esen

volv

imen

to d

e u

ma

rela

ção

mu

ito

est

reit

a en

tre

as p

esso

as e

nvo

lvid

as.

Gil

(200

8, p

. 109

) ap

on

ta q

ue,

na

entr

evis

ta, “

o in

vest

igad

or

se a

pre

sen

ta

ao in

vest

igad

o e

lhe

form

ula

per

gu

nta

s, c

om

o o

bje

tivo

de

ob

ten

ção

do

s d

ado

s

qu

e in

tere

ssam

à in

vest

igaç

ão”.

A d

efin

ição

de

Laka

tos

e M

arco

ni (

2010

, p. 2

78)

par

a en

trev

ista

rem

ete

a

“[...

] um

a co

nve

rsa

ora

l en

tre

du

as p

esso

as, d

as q

uai

s um

a d

elas

é o

en

trev

ista

do

r

e a

ou

tra

o e

ntr

evis

tad

o [

...]”

. E a

cres

cen

tam

qu

e o

ob

jeti

vo é

“[.

..] a

ob

ten

ção

de

info

rmaç

ões

imp

ort

ante

s e

de

com

pre

end

er a

s p

ersp

ecti

vas

e ex

per

iên

cias

das

pes

soas

en

trev

ista

das

”.

Page 63: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

126

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

As

form

as d

e en

trev

ista

s m

ais

cita

das

pel

os

auto

res

são

a e

stru

tura

da

e a

não

est

rutu

rad

a, c

uja

s ca

ract

erís

tica

s sã

o:

•En

trev

ista

n

ão

estr

utu

rad

a:

o

pes

qu

isad

or

não

se

d

etém

em

per

gu

nta

s fi

xas.

Po

de

ser

usa

da

qu

and

o s

e d

esej

a d

ar l

iber

dad

e d

e

fala

ao

en

trev

ista

do

e q

uan

do

o e

ntr

evis

tad

or

pre

ten

de

inte

rvir

du

ran

te o

pro

cess

o.

•En

trev

ista

est

rutu

rad

a: h

á u

m r

ote

iro

est

abel

ecid

o a

nte

cip

adam

ente

pel

o

entr

evis

tad

or

par

a q

ue

os

dad

os

seja

m

cole

tad

os

jun

to

ao

entr

evis

tad

o.

As

per

gu

nta

s p

oss

uem

um

a o

rdem

, sã

o e

m g

ran

de

mer

o e

são

as

mes

mas

par

a to

do

s o

s en

trev

ista

do

s.

A fi

gu

ra 7

ap

rese

nta

um

a su

ges

tão

de

etap

as p

ara

a re

aliz

ação

da

entr

evis

ta.

Não

est

rutu

rada

: defi

niç

ão d

os

aspe

ctos

de

inte

ress

e

Expl

icar

ao

entr

evis

tado

o o

bjet

ivo

do p

roce

sso,

gar

antir

o

anon

imat

o e

sigi

lo d

e re

spos

tas.

Solic

itar a

o en

trev

ista

do p

erm

issã

o ou

não

par

a id

entifi

cá-

lo e

de

grav

ação

da

conv

ersa

.

Ano

taçõ

es d

uran

te a

ent

revi

sta

ou u

so d

e gr

avad

or.

Agra

dece

r e d

espe

dir-

se d

o en

trev

ista

do.

Tran

scre

ver e

xata

men

te o

que

o e

ntre

vist

ado

afi rm

ou d

uran

te a

ent

revi

sta.

Estr

utur

ada:

cria

r que

stõe

s pa

ra

guia

r a e

ntre

vist

a

Ro

teir

o

Intr

od

ão

Iníc

io

Re

gis

tro

Fin

ali

za

çã

o

Tra

nsc

riç

ão

da

en

tre

vis

ta

Figu

ra 7

- Et

apas

da e

ntre

vist

aFo

nte:

adap

tada d

e Lak

atos e

Marc

oni (

2010

); Gi

l (20

08);

Richa

rdso

n (19

99);

Cervo

, Ber

vian e

Silva

(200

7).

Aco

nse

lha-

se, a

s a

tran

scri

ção

lite

ral d

a en

trev

ista

, rep

assa

r o

tex

to a

o

entr

evis

tad

o p

ara

con

firm

ação

do

s d

ado

s co

leta

do

s.

Capí

tulo

4

127

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

Qu

es

tio

rio

e f

orm

ulá

rio

Esta

s d

uas

cnic

as

de

cole

ta

de

dad

os

se

asse

mel

ham

m

uit

o

pel

a

elab

ora

ção

de

qu

estõ

es p

ara

o p

úb

lico

de

sua

pes

qu

isa

com

o o

bje

tivo

de

ob

ter

dad

os

con

sist

ente

s q

ue

emb

asem

seu

s re

sult

ado

s.

O q

ues

tio

nár

io é

um

a té

cnic

a q

ue

se v

ale

de

“um

co

nju

nto

de

qu

estõ

es

qu

e sã

o s

ub

met

idas

a p

esso

as c

om

o p

rop

ósi

to d

e o

bte

r in

form

açõ

es s

ob

re

con

hec

imen

tos,

cre

nça

s, s

enti

men

tos

[...]

” (G

IL, 2

008,

p. 1

21).

Ric

har

dso

n (

1999

, p

. 18

9) c

om

ple

men

ta q

ue

o i

nst

rum

ento

po

ssib

ilita

map

ear

“car

acte

ríst

icas

de

um

in

div

ídu

o o

u g

rup

o.

Por

exem

plo

: se

xo,

idad

e,

esta

do

civ

il [.

..]”.

Este

inst

rum

ento

é c

on

ceit

uad

o t

amb

ém p

or

Fach

in (

2001

, p. 1

47)

com

o

“[...

] u

m e

len

co d

e q

ues

tões

qu

e sã

o a

pre

ciad

as e

su

bm

etid

as a

cer

to n

um

ero

de

pes

soas

co

m o

intu

ito

de

ob

ter

resp

ost

as p

ara

a co

leta

de

info

rmaç

ões

”.

De

aco

rdo

co

m C

ervo

, Ber

vian

e S

ilva

(200

7, p

. 53)

, o q

ues

tio

nár

io é

o m

od

o

mai

s co

nh

ecid

o e

uti

lizad

o p

ara

cole

ta d

e d

ado

s e

se t

rata

de

“[...

] u

m m

eio

de

ob

ter r

esp

ost

as à

s qu

estõ

es p

or u

ma

fórm

ula

qu

e o

pró

pri

o in

form

ante

pre

ench

e”.

Os

ques

tion

ário

s po

dem

ser

des

envo

lvid

os u

tiliz

ando

-se

de q

uest

ões

aber

tas

ou q

uest

ões f

echa

das.

No

prim

eiro

caso

, faz

-se

uma

perg

unta

e n

ão sã

o ap

rese

ntad

as

prop

osiç

ões

aos

resp

onde

ntes

. No

caso

da

segu

nda

form

a, o

s en

trev

ista

dos

deve

m

esco

lher

ent

re a

s alt

erna

tiva

s ind

icad

as p

elo

pesq

uisa

dor n

o qu

esti

onár

io. O

bser

ve o

uso

da fo

rma

1 (q

uest

ão a

bert

a) e

2 (q

uest

ão fe

chad

a) n

a el

abor

ação

de

ques

tion

ário

:

1) Q

uai

s fa

tore

s sã

o c

ausa

do

res

do

au

men

to d

a vi

olê

nci

a n

o t

rân

sito

?

2) I

den

tifi

qu

e, e

ntr

e o

s fa

tore

s a

seg

uir,

do

is q

ue

você

co

nsi

der

a ca

usa

s d

o

aum

ento

da

vio

lên

cia

no

trâ

nsi

to?

( )

Imp

rud

ênci

a (

) M

oto

rist

as d

irig

ind

o a

lco

oliz

ado

s

( )

Mo

tori

stas

des

pre

par

ado

s (

) A

lta

velo

cid

ade

Alg

um

as v

anta

gen

s n

o u

so d

o q

ues

tio

nár

io s

ão s

ug

erid

as p

or

Gil

(200

8),

com

o: o

fato

de

atin

gir

um

gra

nd

e n

úm

ero

de

pes

soas

em

loca

is d

ista

nte

s, p

or s

er

pre

ench

ido

pel

o e

ntr

evis

tad

o n

ão h

á g

asto

co

m t

rein

amen

to d

e ap

licad

ore

s, a

s

Page 64: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

128

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

resp

ost

as p

od

em s

er d

adas

no

mo

men

to q

ue

mel

ho

r co

nvi

r p

ara

o p

esq

uis

ado

r,

não

iden

tifi

caçã

o d

o r

esp

on

den

te, n

ão h

á in

flu

ênci

a d

o e

ntr

evis

tad

or.

O m

esm

o a

uto

r (2

008)

men

cio

na

tam

bém

alg

um

as l

imit

açõ

es:

pes

soas

qu

e n

ão s

abem

ler

ou

esc

reve

r sã

o e

xclu

ídas

do

pro

cess

o,

não

auxí

lio a

o

resp

on

den

te n

o c

aso

de

vid

a, n

ão s

e sa

be

em q

ue

con

text

o a

s q

ues

tões

fora

m r

esp

on

did

as,

não

gar

anti

a d

a d

evo

luçã

o,

os

iten

s p

erg

un

tad

os

po

dem

ter

sig

nif

icad

os

dif

eren

tes

aos

entr

evis

tad

os.

Dia

nte

des

ses

po

ssív

eis

pro

ble

mas

, su

ger

e-se

qu

e o

pes

qu

isad

or

op

te p

or

um

mer

o r

edu

zid

o d

e

per

gu

nta

s p

ara

qu

e h

aja

o in

tere

sse

de

resp

on

der

.

Este

tip

o d

e in

stru

men

to p

od

e se

r u

sad

o e

m p

esq

uis

as d

escr

itiv

as,

po

r

exem

plo

, qu

and

o s

e d

esej

a co

nh

ecer

um

per

fil d

os

clie

nte

s d

e u

ma

loja

.

A d

ifer

ença

bás

ica

entr

e q

ues

tio

nár

io e

fo

rmu

lári

o e

stá

exat

amen

te

na

form

a d

e ap

licaç

ão

des

tes

inst

rum

ento

s.

Enq

uan

to

o

pri

mei

ro

dei

xa

o d

ocu

men

to c

om

o p

esq

uis

ado

, o

seg

un

do

nec

essi

ta d

o p

esq

uis

ado

r p

ara

real

izar

os

qu

esti

on

amen

tos

ao r

esp

on

den

te d

a p

esq

uis

a.

Cer

vo, B

ervi

an e

Silv

a (2

007,

p. 5

3) c

on

ceit

uam

fo

rmu

lári

o c

om

o “

[...]

um

a

lista

fo

rmal

, ca

tálo

go

ou

in

ven

tári

o,

des

tin

ado

à c

ole

ta d

e d

ado

s re

sult

ante

s

qu

er d

e o

bse

rvaç

ões

qu

er d

e in

terr

og

açõ

es,

e o

seu

pre

ench

imen

to é

fei

to

pel

o p

róp

rio

inve

stig

ado

r”.

Ou

tra

dif

eren

ça p

ara

o q

ues

tio

nár

io é

qu

e o

fo

rmu

lári

o p

od

e se

des

tin

ar

a an

ota

r d

ado

s o

riu

nd

os

de

um

a o

bse

rvaç

ão. O

u s

eja,

o p

esq

uis

ado

r o

bse

rva

o

fato

oco

rrid

o e

rel

ata,

co

m b

ase

nas

qu

estõ

es, o

qu

e es

tá v

end

o.

Co

mo

van

tag

ens

par

a a

uti

lizaç

ão d

o f

orm

ulá

rio

, ap

rese

nta

m-s

e: s

er

aplic

ado

a t

od

as a

s p

esso

as r

elat

ivas

ao

est

ud

o,

o n

úm

ero

de

qu

estõ

es p

od

e

ser

mai

or,

anal

fab

eto

s p

od

em p

arti

cip

ar d

a p

esq

uis

a, h

á p

oss

ibili

dad

e d

e

san

ar d

úvi

das

co

m o

en

trev

ista

do

r, o

pes

qu

isad

o n

ão p

od

e d

eixa

r q

ues

tões

em

bra

nco

ou

inco

mp

leta

s (F

AC

HIN

, 200

1; C

ERV

O, B

ERV

IAN

e S

ILV

A, 2

007)

.

Co

mo

des

van

tag

ens,

os

auto

res

men

cio

nam

: nec

essi

dad

e d

e m

ais

tem

po

par

a ap

licaç

ão, m

ais c

ust

os c

om

trei

nam

ento

e d

eslo

cam

ento

do

s pes

qu

isad

ore

s

e/o

u a

plic

ado

res,

se

o t

rein

amen

to n

ão f

or

adeq

uad

o p

od

e h

aver

in

flu

ênci

a

no

s re

sult

ado

s, e

a p

rese

nça

do

pes

qu

isad

or

po

de

ger

ar in

ibiç

ão n

o p

esq

uis

ado

ao r

esp

on

der

alg

un

s q

ues

tio

nam

ento

s.

Capí

tulo

4

129

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

As

du

as

form

as

de

cole

ta

de

dad

os

apre

sen

tad

as,

qu

esti

on

ário

e

form

ulá

rio

, ap

rese

nta

m a

spec

tos

po

siti

vos

e n

egat

ivo

s. C

abe

ao p

esq

uis

ado

r,

bas

ead

o e

m s

eu o

bje

to d

e es

tud

o e

nas

car

acte

ríst

icas

de

cad

a té

cnic

a, v

erif

icar

a q

ue

é m

ais

adeq

uad

a e

viáv

el p

ara

sua

inve

stig

ação

.

Diá

rio

de

ca

mp

o

Este

tip

o d

e in

stru

men

to é

uti

lizad

o e

m p

esq

uis

as e

m q

ue

se t

em, n

o c

amp

o

de

atu

ação

, a b

ase

par

a a

bu

sca

de

dad

os.

Ass

im, c

abe

ao p

esq

uis

ado

r an

ota

r o

qu

e ac

on

tece

u e

m c

ada

dia

de

sua

ativ

idad

e d

e p

esq

uis

a em

cam

po

. Par

a al

gu

mas

área

s d

o c

on

hec

imen

to, o

diá

rio

de

cam

po

faz

par

te d

o c

oti

dia

no

pro

fiss

ion

al.

Bar

ros e

Pas

sos (

2009

) lem

bra

m q

ue,

qu

and

o se

pen

sa e

m p

esq

uis

a, a

ati

vid

ade

de

reg

istr

o d

o q

ue

é p

esq

uis

a e

do

pro

cess

o c

om

o u

m t

od

o, i

ncl

uin

do

pes

qu

isad

or

e p

esq

uis

ado

, co

nst

itu

i ob

rig

ato

ried

ade

par

a a

ob

ten

ção

do

res

ult

ado

esp

erad

o.

De

aco

rdo

co

m L

ou

rau

(19

88 a

pu

d B

AR

RO

S e

PASS

OS,

200

9), o

diá

rio

de

bo

rdo

dat

a d

o in

ício

do

séc

ulo

XIX

e e

ra e

mp

reg

ado

co

mo

rel

ato

pes

soal

, mas

pas

sou

a s

er u

sad

o c

om

o e

stra

tég

ia m

eto

do

lóg

ica.

4.2

.5 A

lis

e d

e d

ad

os

Ap

ós

a co

leta

de

dad

os,

a p

arti

r d

a ap

licaç

ão d

e u

ma

ou

mai

s té

cnic

as

apre

sen

tad

as,

o p

esq

uis

ado

r d

eve

dar

pro

sseg

uim

ento

à p

esq

uis

a, b

usc

and

o

tab

ula

r e

anal

isar

os

dad

os

enco

ntr

ado

s.

São

vár

ias

as f

orm

as in

dic

adas

e c

itad

as p

or

auto

res

par

a a

real

izaç

ão d

a

anál

ise

de

dad

os

cole

tad

os.

Vo

cê c

on

hec

erá

a an

ális

e es

tatí

stic

a, a

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ális

e d

e

con

teú

do

, a a

nál

ise

do

dis

curs

o e

a a

nál

ise

qu

alit

ativ

a.

An

áli

se

es

tatí

sti

ca

Este

tip

o d

e an

ális

e p

ress

up

õe

a u

tiliz

ação

de

alg

um

tip

o d

e té

cnic

a

esta

tíst

ica

auxi

lian

do

na

cara

cter

izaç

ão e

resu

mo

de

dad

os,

bem

co

mo

em

ver

ific

ar

as r

elaç

ões

exi

sten

tes

entr

e as

var

iáve

is r

elac

ion

adas

ao

pro

ble

ma

de

pes

qu

isa.

Para

qu

e es

ta a

nál

ise

seja

real

izad

a d

a m

elh

or f

orm

a p

oss

ível

, é n

eces

sári

o

qu

e o

s d

ado

s te

nh

am s

ido

tab

ula

do

s e

org

aniz

ado

s d

e fo

rma

a fa

vore

cer

a

anál

ise

des

ejad

a.

Page 65: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

130

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

A

real

izaç

ão

des

te

tip

o

de

anál

ise

po

de

envo

lver

p

roce

dim

ento

s

esta

tíst

ico

s si

mp

les,

co

mo

a r

ealiz

ação

de

um

per

cen

tual

, fo

rma

mai

s co

mu

m,

ou

em

pro

ced

imen

tos

mai

s co

mp

lexo

s, e

m q

ue

se t

orn

a n

eces

sári

o c

ham

ar u

m

esp

ecia

lista

no

ass

un

to (

GIL

, 200

8).

An

áli

se

de

co

nte

úd

o

His

tori

cam

ente

, n

a Id

ade

Méd

ia

hav

ia

pes

soas

co

m

inte

ress

e n

a

inte

rpre

taçã

o d

e es

crit

os

sag

rad

os.

No

en

tan

to,

este

tip

o d

e an

ális

e su

rgiu

com

Har

old

Las

wel

, em

192

7, c

om

um

est

ud

o q

ue

dis

cuti

a a

pro

pag

and

a n

a

pri

mei

ra G

uer

ra M

un

dia

l.

Para

Ric

har

dso

n (

1999

, p

. 22

3),

a an

ális

e d

e co

nte

úd

o t

eve

seu

co

nce

ito

mo

dif

icad

o c

om

o p

assa

r d

o t

emp

o, m

as p

od

e se

r d

efin

ida

com

o “

um

co

nju

nto

de

inst

rum

ento

s m

eto

do

lóg

ico

s ca

da

dia

mai

s ap

erfe

iço

ado

s q

ue

se a

plic

am a

dis

curs

os

div

erso

s”.

A u

tiliz

ação

da

anál

ise

de

con

teú

do

est

á fo

cad

a em

mat

eria

l qu

alit

ativ

o

em q

ue

seri

a co

mp

licad

a a

aplic

ação

de

técn

icas

est

atís

tica

s.

An

áli

se

do

dis

cu

rso

A a

nál

ise

do

dis

curs

o é

um

a p

rop

ost

a q

ue

tem

bas

e n

a fi

loso

fia

mat

eria

lista

e q

ue

con

sid

era

asp

ecto

s re

laci

on

ado

s ao

co

nte

xto

his

tóri

co e

so

cial

em

seu

pro

cess

o d

e an

ális

e.

Esta

téc

nic

a su

giu

na

Fran

ça n

a d

écad

a d

e 60

e p

ara

com

pre

end

ê-

la é

im

po

rtan

te e

nte

nd

er q

ue

“o d

iscu

so n

ão é

a l

íng

ua

e n

em a

fal

a, m

as

qu

e n

eces

sita

de

elem

ento

s lin

gu

ísti

cos

par

a te

r u

ma

exis

tên

cia

mat

eria

l.

[...]

” (F

ERN

AN

DES

, 20

07,

p.

24).

Ou

sej

a, u

tiliz

a-se

da

líng

ua

par

a p

od

er s

er

apre

sen

tad

o, e

xter

nad

o a

ou

tro

s.

A a

nál

ise

de

dis

curs

o s

e b

asei

a n

a tr

íad

e id

eolo

gia

, q

ue

é a

po

siça

o

ado

tad

a em

um

dis

curs

o p

or

um

in

div

ídu

o;

o c

on

text

o h

istó

rico

em

qu

e o

dis

curs

o e

stá

inse

rid

o;

e a

ling

uag

em,

qu

e ap

rese

nta

o q

ue

o s

uje

ito

qu

er

exp

ress

ar p

or

mei

o d

a m

ater

ializ

ação

.

Nes

te s

enti

do

, a

anál

ise

do

dis

curs

o b

usc

a u

ma

inte

rpre

taçã

o n

eutr

a

visl

um

bra

nd

o

os

po

ssív

eis

sen

tid

os

qu

e p

od

em

ser

enco

ntr

ado

s em

Capí

tulo

4

131

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

mat

eria

lizaç

ões

de

dis

curs

o p

ela

ling

uag

em, c

on

sid

eran

do

o c

on

text

o h

istó

rico

em q

ue

o t

exto

est

á in

seri

do

e p

erce

ben

do

a v

isão

id

eoló

gic

a ap

rese

nta

da

pel

o a

uto

r.

An

áli

se

qu

ali

tati

va

A a

nál

ise

qu

alit

ativ

a é

emp

reg

ada

em c

aso

s em

qu

e o

s p

roce

dim

ento

s

são

de

nat

ure

za q

ual

itat

iva.

Mu

les

e H

urb

an (

1994

ap

ud

GIL

, 20

08,

p.

175)

su

ger

em t

rês

etap

as q

ue

po

dem

ser

seg

uid

as p

ara

se o

bte

r u

ma

anál

ise

adeq

uad

a: r

edu

ção

; ex

ibiç

ão;

con

clu

são

/ver

ific

ação

.

Na

red

uçã

o,

cab

e ao

in

vest

igad

or

sele

cio

nar

e

sim

plif

icar

o

s d

ado

s

cole

tad

os

du

ran

te a

pes

qu

isa,

cri

and

o f

orm

as o

rgan

izad

as e

est

rutu

rad

as,

con

sid

eran

do

os

ob

jeti

vos

inic

iais

da

pes

qu

isa.

A e

xib

ição

ref

ere-

se a

co

mo

est

es d

ado

s se

rão

ap

rese

nta

do

s p

ara

qu

e

seja

po

ssív

el,

ao o

bse

rvá-

los,

id

enti

fica

r o

qu

e h

á d

e co

mu

m e

ntr

e es

tes

e o

qu

e o

s re

laci

on

a.

Em se

trat

and

o d

a fa

se d

e co

ncl

usã

o/v

erif

icaç

ão, e

sper

a-se

qu

e o

inve

stig

ado

r

apre

sen

te p

adrõ

es c

riad

os,

exp

licaç

ões

so

bre

os

resu

ltad

os

pes

qu

isad

os.

Este

tip

o d

e an

ális

e é

uti

lizad

o e

spec

ialm

ente

em

pes

qu

isa

de

cam

po

,

pes

qu

isa-

ação

e p

esq

uis

a-in

terv

ençã

o (

GIL

, 200

8).

4.3

Ap

lic

an

do

a t

eo

ria

na

prá

tic

a

Elis

eu é

pro

pri

etár

io d

e u

ma

gri

fe d

e ro

up

as m

ascu

lin

as e

po

ssu

i

um

a lo

ja e

m q

ue

é o

ad

min

istr

ado

r. C

om

o g

ran

de

suce

sso

da

loja

e d

a

mar

ca,

qu

e é

reve

nd

ida

po

r o

utr

os,

res

olv

eu a

lçar

vo

os

mai

s al

tos.

Par

a

tan

to,

inte

ress

ou

-se

em l

ança

r ta

mb

ém u

ma

gri

fe d

e ro

up

as f

emin

inas

e,

inic

ialm

ente

, ap

rese

ntá

-la

em s

ua

loja

. O

in

vest

ido

r já

fez

pes

qu

isas

de

viab

ilid

ade

fin

ance

ira

e d

e m

erca

do

co

nco

rren

te,

mas

tem

seu

fo

co a

go

ra

em s

aber

o q

ue

seu

bli

co a

cha

dis

so.

Em

su

a lo

ja,

po

ssu

i u

m e

stag

iári

o,

Vit

or,

qu

e p

reci

sa d

esen

volv

er u

m

Page 66: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

132

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

trab

alh

o

acad

êmic

o.

O

adm

inis

trad

or

e p

rop

riet

ário

d

a g

rife

, en

tão

em

aco

rdo

co

m o

est

agiá

rio

, so

licit

a q

ue

este

, no

tra

bal

ho

aca

dêm

ico

qu

e p

reci

sa

des

envo

lver

na

loja

, pes

qu

ise

exat

amen

te a

imp

ress

ão d

e su

a cl

ien

tela

qu

anto

ao f

ato

de

a lo

ja d

isp

or

de

um

a g

rife

fem

inin

a.

Co

nsi

der

and

o s

eus

con

hec

imen

tos

acad

êmic

os,

Vit

or

dec

ide

pes

qu

isar

a vi

são

qu

e o

s cl

ien

tes

da

loja

po

ssu

em d

esta

, p

ois

acr

edit

a q

ue

isto

po

de

con

trib

uir

par

a o

su

cess

o d

a n

ova

mar

ca e

tam

bém

o q

ue

ach

aram

des

ta n

ova

mar

ca n

a lo

ja. A

fin

al, d

eixa

ria

de

ser

um

a lo

ja e

xclu

siva

men

te m

ascu

lina.

Para

sab

er o

qu

e p

ensa

m o

s clie

nte

s so

bre

a lo

ja, s

ob

re o

ate

nd

imen

to e

os

pro

du

tos,

o e

stag

iári

o d

ecid

iu s

olic

itar

ao

s cl

ien

tes

qu

e re

spo

nd

esse

m a

lgu

mas

qu

estõ

es a

no

nim

amen

te p

ara

evit

ar c

on

stra

ng

imen

tos

no

cas

o d

e re

spo

stas

neg

ativ

as s

ob

re a

lo

ja.

Já p

ara

veri

fica

r a

per

cep

ção

da

clie

nte

la q

uan

to a

o

fato

de

a lo

ja t

er t

amb

ém u

ma

gri

fe o

u m

arca

fem

inin

a, r

eso

lveu

ele

mes

mo

qu

esti

on

ar o

s cl

ien

tes

com

per

gu

nta

s d

iret

as e

an

ota

r su

as r

esp

ost

as.

Co

m b

ase

no

cas

o a

pre

sen

tad

o,

resp

on

da:

qu

al e

stra

tég

ia d

e p

esq

uis

a

mai

s ex

plic

itam

ente

é a

pre

sen

tad

a? O

bse

rvan

do

o e

xpo

sto

, ap

on

te q

ual

a té

cnic

a d

e co

leta

de

dad

os

foi

uti

lizad

a p

elo

est

agiá

rio

na

pes

qu

isa

de

sati

sfaç

ão d

e cl

ien

tes

e n

a p

erce

pçã

o q

uan

to à

mar

ca f

emin

ina

na

loja

?

4.3

.1 R

es

olv

en

do

Em s

e tr

atan

do

de

estr

atég

ia d

e p

esq

uis

a, p

od

e-se

per

ceb

er c

lara

men

te

qu

e o

aca

dêm

ico

op

ta p

or

um

a p

esq

uis

a d

e o

pin

ião

em

qu

e d

esej

a sa

ber

o

qu

e o

s cl

ien

tes

pen

sam

a r

esp

eito

da

emp

resa

atu

alm

ente

e d

os

pro

du

tos

qu

e

a lo

ja c

om

erci

aliz

a, a

lém

de

sab

er s

ua

op

iniã

o a

res

pei

to d

o a

par

ecim

ento

e

ven

da

de

um

a g

rife

fem

inin

a n

o m

esm

o e

stab

elec

imen

to.

Em r

elaç

ão à

téc

nic

a d

e co

leta

dad

os,

as

evid

ênci

as d

emo

nst

ram

qu

e

na

pri

mei

ra p

esq

uis

a u

tiliz

ou

-se

do

qu

esti

on

ário

par

a q

ue

não

ho

uve

sse

iden

tifi

caçã

o e

po

r se

r p

reen

chid

o p

elo

res

po

nd

ente

, se

m i

nte

rfer

ênci

a d

o

pes

qu

isad

or.

Na

seg

un

da

situ

ação

de

pes

qu

isa,

a o

pçã

o f

oi p

elo

fo

rmu

lári

o, e

m

qu

e o

pró

pri

o e

stag

iári

o f

aria

as

per

gu

nta

s es

tru

tura

das

ao

clie

nte

e a

no

tari

a

a re

spo

sta

no

fo

rmu

lári

o.

Capí

tulo

4

133

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

4.4

Pa

ra s

ab

er

ma

is

Sug

iro

qu

e vo

cê c

on

sult

e as

seg

uin

tes

ob

ras:

RIC

HA

RD

SON

, R

. J.

Pes

qu

isa

soci

al:

mét

od

os

e té

cnic

as.

3. e

d.

rev.

am

pl.

São

Pau

lo: A

tlas

, 199

9.

O

livro

d

e R

ich

ard

son

ap

rese

nta

ex

plic

açõ

es

adic

ion

ais

acer

ca

do

s

mét

od

os

de

cole

ta d

e d

ado

s p

oss

ívei

s d

e u

tiliz

ação

. O

au

tor

apre

sen

ta m

aio

r

det

alh

amen

to d

e co

mo

cri

á-lo

s e

aplic

á-lo

s.

Ava

tar

(200

9)

Este

film

e d

e g

ran

de

suce

sso

de

bilh

eter

ia, d

irig

ido

po

r Ja

mes

Cam

ero

n, é

um

a p

rod

uçã

o n

ort

e-am

eric

ana

cujo

pro

jeto

inic

iou

em

199

4. O

qu

e in

tere

ssa

par

a a

dis

cip

lina

é o

fo

co d

e p

esq

uis

a ap

rese

nta

do

no

film

e. A

ssim

, ca

so n

ão

ten

ha

assi

stid

o, p

rocu

re o

bse

rvar

os

pro

ced

imen

tos

de

pes

qu

isa

apre

sen

tad

os,

con

sid

eran

do

a n

atu

reza

de

ficç

ão d

o f

ilme.

GIL

, A. C

. Mét

od

o e

téc

nic

as d

a p

esq

uis

a so

cial

. 6. e

d. S

ão P

aulo

: Atl

as, 2

008.

O li

vro

ap

rese

nta

um

det

alh

amen

to m

uit

o in

tere

ssan

te s

ob

re a

cri

ação

de

qu

esti

on

ário

, esp

ecif

ican

do

co

mo

fo

rmu

lar

per

gu

nta

s, o

rden

á-la

s, c

on

stru

ção

de

alte

rnat

ivas

, en

tre

ou

tro

s d

etal

hes

. O

liv

ro t

amb

ém d

edic

a u

m c

apít

ulo

esp

ecíf

ico

à e

ntr

evis

ta e

ou

tro

à o

bse

rvaç

ão.

4.5

Re

lem

bra

nd

o

O c

apít

ulo

4 a

pre

sen

tou

:

•o

co

nce

ito

e a

s car

acte

ríst

icas

das

pes

qu

isas

qu

alit

ativ

as e

qu

anti

tati

vas,

apre

sen

tan

do

tam

bém

su

as d

ifer

enci

açõ

es;

•a

abo

rdag

em re

lati

va a

os n

ívei

s de

pes

qu

isa

con

sid

erad

os n

a lit

erat

ura

:

as p

esq

uis

as d

escr

itiv

as, e

xplo

rató

rias

e e

xplic

ativ

as;

•u

ma

mis

celâ

nea

d

e es

trat

égia

s o

u

del

inea

men

tos

de

pes

qu

isa

exp

licit

and

o o

s co

nce

ito

s e

cara

cter

ísti

cas.

As

pes

qu

isas

co

nsi

der

adas

Page 67: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

134

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

fora

m:

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca,

pes

qu

isa

de

op

iniã

o,

pes

qu

isa-

ação

,

pes

qu

isa-

inte

rven

ção

, est

ud

o d

e ca

so, t

rab

alh

o d

e ca

mp

o;

•as

pri

nci

pai

s té

cnic

as d

e co

leta

de

dad

os:

ob

serv

ação

, en

trev

ista

,

qu

esti

on

ário

, fo

rmu

lári

o, d

iári

o d

e ca

mp

o;

• a

s p

oss

ívei

s fo

rmas

de

real

izar

a a

nál

ise

de

dad

os

pes

qu

isad

os:

an

ális

e

esta

tíst

ica,

an

ális

e d

e co

nte

úd

o e

an

ális

e q

ual

itat

iva.

4.6

Te

sta

nd

o o

s s

eu

s c

on

he

cim

en

tos

1) C

on

sid

eran

do

os

con

ceit

os

do

s n

ívei

s d

e p

esq

uis

a ap

rese

nta

do

s, r

elac

ion

e a

colu

na

da

esq

uer

da

com

a d

a d

irei

ta.

a) D

escr

itiv

a (

) P

reo

cup

a-se

em

con

hec

er u

m a

ssu

nto

ou

pro

ble

ma

em m

aio

r d

etal

ham

ento

.

b)

Exp

lora

tóri

a (

) D

esti

na-

se a

en

con

trar

o p

orq

do

aco

nte

cim

ento

de

det

erm

inad

o f

ato

em

est

ud

o.

c) E

xplic

ativ

a (

) P

rete

nd

e a

apre

sen

taçã

o d

e ca

ract

erís

tica

s d

e u

m

gru

po

de

ind

ivíd

uo

s.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e p

oss

ui a

seq

uên

cia

corr

eta.

a) b

, a, c

d)

a, b

, c

b)

c, a

, b

e)

a, c

, b

c) b

, c, a

2) E

m

se

trat

and

o

de

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a e

qu

anti

tati

va,

assi

nal

e a

alte

rnat

iva

corr

eta.

a) A

cri

ação

de

pad

rões

e c

lass

ific

açõ

es é

car

acte

ríst

ica

da

pes

qu

isa

qu

anti

tati

va.

b)

A d

escr

ição

da

com

ple

xid

ade

do

s fat

os é

um

a p

reo

cup

ação

da

pes

qu

isa

qu

anti

tati

va.

Capí

tulo

4

135

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

c) A

bu

sca

po

r d

ado

s e

trat

amen

to e

stat

ísti

co é

car

acte

ríst

ica

da

pes

qu

isa

qu

alit

ativ

a.

d)

Cre

nça

s, v

alo

res

e o

bse

rvaç

ões

não

são

co

nsi

der

ado

s q

uan

do

se

trat

a

de

pes

qu

isa

qu

anti

tati

va.

e) E

stas

pes

qu

isas

não

po

dem

oco

rrer

co

nco

mit

ante

men

te.

3) C

on

sid

eran

do

as

es

trat

égia

s o

u

del

inea

men

to

de

pes

qu

isa

estu

dad

os,

sele

cio

ne

as a

sser

tiva

s co

rret

as.

I. A

pes

qu

isa

de

op

iniã

o c

on

sid

era

dad

os

em q

ue

a fo

nte

são

as

pes

soas

inve

stig

adas

.

II. A

pes

qu

isa

de

cam

po

é u

ma

estr

atég

ia q

ue

tem

no

pap

el s

ua

fon

te

de

dad

os.

III.

Pod

em s

er d

ivid

idas

em

pes

qu

isas

cu

jas

fon

tes

de

dad

os

vêm

do

pap

el

ou

de

pes

soas

.

IV.

A p

esq

uis

a d

ocu

men

tal f

orn

ece

dad

os

em f

on

te d

e p

apel

.

Ass

inal

e a

alte

rnat

iva

qu

e ap

rese

nta

ap

enas

os

iten

s ve

rdad

eiro

s:

a) I

, II,

III

b)

II, IV

c) I

, III

d)

I, IV

e) I

, III,

IV

4) C

on

sid

eran

do

as

form

as d

e co

leta

de

dad

os

qu

esti

on

ário

e f

orm

ulá

rio

,

apo

nte

sit

uaç

ões

de

pes

qu

isa

par

a ap

licaç

ão d

e ca

da

um

a d

elas

.

5) E

m

se

trat

and

o

das

es

trat

égia

s d

e p

esq

uis

a ap

rese

nta

das

, d

ifer

enci

e

pes

qu

isa

bib

liog

ráfi

ca e

pes

qu

isa

do

cum

enta

l.

Page 68: NeaD Cap 1,2,3 e 4 (2)

Capí

tulo

4

136

Cons

truç

ão d

o Con

hecim

ento

e M

etod

olog

ia d

a Pes

quisa

On

de

en

co

ntr

ar

BA

RR

OS,

R. B

.; PA

SSO

S, E

. Diá

rio

de

bo

rdo

de

um

a vi

agem

-inte

rven

ção

. In

: PA

SSO

S,

E.; K

AST

RU

P, V

.; ES

SSIA

, L.d

a. (O

rgs.

) Pis

tas

do

mét

od

o d

a ca

rto

gra

fia:

pes

qu

isa-

inte

rven

ção

e p

rod

uçã

o d

e su

bje

tivi

dad

e. P

ort

o A

leg

re: S

ulin

a, 2

009.

p. 1

72-2

00.

CER

VO

, A

. L.

; B

ERV

IAN

, P.

A.;

SILV

A,

R.

da.

Met

od

olo

gia

cie

ntí

fica

. 5.

ed

. Sã

o

Pau

lo: P

ears

on

, 200

7.

CH

AU

I, M

. Co

nvi

te à

filo

sofi

a. 1

3. e

d. S

ão P

aulo

: Áti

ca, 2

003.

FAC

HIN

, O. F

un

dam

ento

s d

a m

eto

do

log

ia. 3

. ed

. São

Pau

lo: S

arai

va, 2

001.

FER

NA

ND

ES,

C.

A.

An

ális

e d

o d

iscu

rso

: re

flex

ões

in

tro

du

tóri

as.

2. e

d.

São

Car

los:

Cla

ralu

z, 2

007.

GIL

, A. C

. Mét

od

os

e té

cnic

as d

e p

esq

uis

a so

cial

. 6. e

d. S

ão P

aulo

: Atl

as, 2

008.

____

__.

Co

mo

ela

bo

rar

pro

jeto

s d

e p

esq

uis

a. 4

. ed

. São

Pau

lo: A

tlas

, 200

2.

KA

STR

UP,

V. O

fun

cio

nam

ento

da

aten

ção

no

trab

alh

o d

o c

artó

gra

fo. I

n: P

ASS

OS,

E.; K

AST

RU

P, V

.; ES

SSIA

, L. d

a. (O

rgs.

) Pis

tas

do

mét

od

o d

a ca

rto

gra

fia:

pes

qu

isa-

inte

rven

ção

e p

rod

uçã

o d

e su

bje

tivi

dad

e. P

ort

o A

leg

re: S

ulin

a, 2

009.

p. 3

2-51

.

LAK

ATO

S, E

. M.;

MA

RC

ON

I, M

. de

A. M

eto

do

log

ia c

ien

tífi

ca. 5

. ed

. São

Pau

lo:

Atl

as, 2

010.

MIN

AY

O, M

. C. S

. (o

rg.)

Pes

qu

isa

soci

al: t

eori

a, m

éto

do

e c

riat

ivid

ade.

20.

ed

.

Petr

óp

olis

: Vo

zes,

200

2.

PASS

OS,

E.;

BARR

OS,

R.

B. A

car

togr

afia

com

o m

étod

o de

pes

quisa

-inte

rven

ção.

In:

PASS

OS,

E.;

KA

STRU

P, V

.; ES

CÓSS

IA,

L.da

. (O

rgs.)

Pis

tas

do m

étod

o da

car

togr

afia

:

pesq

uisa

-inte

rven

ção

e pr

oduç

ão d

e su

bjet

ivid

ade.

Por

to A

legr

e: S

ulin

a, 2

009.

p. 1

7-31

.

RIC

HA

RD

SON

, R

. J.

Pes

qu

isa

soci

al:

mét

od

os

e té

cnic

as.

3. e

d.

rev.

am

pl.

São

Pau

lo: A

tlas

, 199

9.

RU

IZ,

J. A

. M

eto

do

log

ia c

ien

tífi

ca:

gu

ia p

ara

efic

iên

cia

no

s es

tud

os.

4 e

d.

São

Pau

lo: A

tlas

, 199

6.