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Neeja Darcy Vargas - História - Ensino Médio I Parte História para conhecer, conscientizar e humanizar 1 I Parte: da Pré-História à Idade Média PRÉ-HISTÓRIA Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito importante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Neolítico e Idade dos metais. Paleolítico: Também chamado de período da pedra lascada. Esse período corresponde ao aparecimento das primeiras formas humanas, ancestrais do homem atual (homem de Cro-Magnon). Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade coletivas. Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de arte, o homem trocava idéias e demonstrava sentimentos e preocupações cotidianas. Uma das grandes descobertas do período foi a produção do fogo. Este era produzido através de dois processos. O mais rudimentar era a fricção de duas pedras sob um maço de palha seca. A faísca obtida incendiava a palha. Num segundo procedimento, mais elaborado, um graveto era girado sob o furo de uma madeira seca. Este procedimento, através do aquecimento, gerava calor que passava para a palha, provocando o fogo. Neolítico (l0.000 a.C – 4.000 a.C) Período também conhecido como Idade da Pedra Polida. Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio Paleolítico: Machado de madeira e pedra (reprodução)

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Neeja Darcy Vargas - História - Ensino Médio – I Parte

História para conhecer, conscientizar e humanizar 1

I Parte: da Pré-História à Idade Média

PRÉ-HISTÓRIA Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita. Portanto,

esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme.

Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito importante.

Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Neolítico e Idade dos metais.

Paleolítico:

Também chamado de período da pedra lascada. Esse período corresponde ao aparecimento das primeiras formas humanas, ancestrais do homem atual (homem de Cro-Magnon). Nesta época, o ser

humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade coletivas.

Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada

em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de arte, o homem trocava idéias e demonstrava sentimentos e preocupações cotidianas.

Uma das grandes descobertas do período foi a produção do fogo. Este era produzido através de dois processos. O mais rudimentar era a fricção de duas pedras sob um maço de palha seca. A faísca obtida incendiava a palha. Num segundo procedimento, mais elaborado, um graveto era girado sob o furo de uma madeira seca. Este procedimento, através do aquecimento, gerava calor que passava para a palha, provocando o fogo.

Neolítico (l0.000 a.C – 4.000 a.C)

Período também conhecido como Idade da Pedra Polida. Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio

Paleolítico: Machado de madeira e pedra (reprodução)

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entre vilas e pequenas cidades. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.

Nesse período também não existiam classes sociais, assim como no período anterior, ou seja: toda produção, caça, pesca e a obtenção de alimentos era coletiva.

Evolução do Homem na Pré-história (principais espécies) - Australopithecus - Pithecanthropus erectus -Homem de Neandertal - Homem de Cro-Magnon - Homo Sapiens

O Matriarcalismo – essa fase da evolução humana é marcada pelo predomínio da mulher como

organizadora do grupo social, ou seja, dentro da divisão do trabalho, enquanto o homem se dedicava a caça, a mulher foi quem desenvolveu a agricultura e o trato dos animais domésticos, além de cuidar dos filhos, isso garantiu a mulher o papel de supremacia na sociedade Neolítica. Os fatores que levaram o homem a estabelecer o Patriarcalismo e deslocar a mulher do centro de organização da sociedade Neolítica foram:

A invenção do arado (manuseado pelo homem); O estabelecimento da propriedade privada; A Caça - os homens, hábeis caçadores no manejo de armas, para garantir a segurança da tribo,

tornaram-se líderes e passaram a exercer o papel de controle. Na fase final do Neolítico o homem passou a desenvolver o domínio dos metais como o cobre e

mais tarde o bronze, substituindo a pedra pelas ferramentas de metais. Outro aspecto do Neolítico, na sua fase final, foi quando o homem abandona as cavernas e passa

a viver em suas próprias habitações: Palafitas; Cabanas de madeira, ou de barro; Tendas de couro. Com a Metalurgia e a gradativa substituição da pedra pelos metais no final do Neolítico, ocorre

também a dissolução das comunidades coletivas, dando lugar ao surgimento de sociedades organizadas em classes sociais diferenciadas e ao poder centralizado

Você sabia?!!! As primeiras civilizações surgiram e desenvolveram-se no período Neolítico. Dentre elas, podemos citar: Civilização Mesopotâmica (entre os rios Tigre e Eufrates) e Civilização Egípcia (vale do rio Nilo, nordeste da África). Aborígenes e indígenas Ainda hoje existem agrupamentos humanos que desconhecem a escrita: sua vida social organiza-

se em moldes mais próximos daqueles do homem de Cro-magnon do que dos nossos. Esse é o caso dos aborígines que habitam o interior da Austrália e de alguns povos indígenas do Brasil. A ideia de uma Pré-história, nesse sentido, aplica-se melhor a um estágio das civilizações do que a uma determinada época. A Pré-História. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/prehistoria/ Acesso em 28/03/2017.

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Por volta do ano 6000 a.C., o homem obteve uma importante conquista: descobriu que era

possível fazer objetos de metais. O primeiro metal trabalhado por ele foi o cobre. Posteriormente, por meio da fusão, misturou cobre com estanho e obteve um metal mais resistente, passou a produzir armas mais poderosas e ferramentas mais eficientes. Por volta de 1500 a.C., conseguiu utilizar o ferro.

O uso dos metais, nesse período, foi o principal fator para o aperfeiçoamento dos instrumentos e das técnicas usadas na guerra, na caça e na agricultura. Os vestígios metalúrgicos mais antigos foram encontrados no Irã, na Turquia e no Líbano.

Com a agricultura, a criação de animais, o desenvolvimento da cerâmica, o da tecelagem e do uso de metais, surgiram os trabalhadores especialistas, o tecelão e o ferreiro.

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento dessas atividades levou ao surgimento das primeiras povoações, com a formação de pequenas vilas e cidades. Como resultado dessas conquistas os homens passaram a produzir mais do que necessitavam para seu próprio consumo.

Assim, começaram as disputas para ver quem ficava com esse excedente. Os vencedores enriqueciam ao se apropriar das terras e dos bens dos vencidos, que ficavam mais pobres.

Acredita-se que o trabalho especializado, as cidades, a propriedade privada, a desigualdade social, o Estado e a escrita Idade dos Metais. Disponível em: historiadomundo.uol.com.br/pre-historia/idade-metais.htm Acesso em 28/03/2017.

Arte na Pré-História

Pintura: as manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente de 25000 a.C., portanto no período Paleolítico. Na França encontramos o maior número de obras pré-históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho.

As principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no interior de cavernas, em paredes de pedra e a princípio retratavam cenas envolvendo principalmente animais, homens e mulheres e caçadas, existindo ainda a pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é considerada como naturalista.

Arte rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre.

No período Neolítico a pintura é utilizada como elemento decorativo e retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos, como espátulas. Arte na Pré-História. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=45 Acesso em 27.02.2017.

O Desenvolvimento da Civilização

A partir da revolução neolítica, algumas sociedades, em várias regiões do mundo, sofreram grandes transformações culturais. O conjunto dessas transformações marcaram o novo estágio do desenvolvimento humano conhecido como civilização.

O estágio da civilização é assinalado pelos seguintes eventos:

Pintura Rupestre https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1e/Lascaux_painting.jpg/240px-Lascaux_painting.jpg

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- aparecimento das classes sociais: surgem ricos e pobres, exploradores e explorados, senhores e escravos.

- formação do Estado: organiza-se um governo que administra a sociedade e controla a força militar (exército).

- divisão social do trabalho: divide-se cada vez mais a atividade das pessoas: metalúrgicos, ceramistas, barqueiros, vidraceiros, sacerdotes, comandantes militares, etc.

- aumento da produção econômica: além da agricultura, criação de animais e do artesanato, se produz excedentes, armazenando-o, visando a troca comercial.

- registros escritos: acompanhando o nascimento das primeiras cidades, desenvolvem-se a escrita, a numeração, os pesos e as medidas e o calendário.

As primeiras civilizações surgiram na Crescente Fértil – conhecida por esse nome devido ao seu traçado que faz lembrar a lua no quarto crescente, essa região abrange parte do nordeste da África, as terras do corredor mediterrâneo e a Mesopotâmia.

Resumo dos períodos da Pré-História Paleolítico Neolítico Idade dos Metais

Meio ambiente hostil Nomadismo, uso das cavernas (abrigo do frio)

O homem interfere decisivamente em seu meio ambiente.

Clima ameno

Situa-se na etapa de transição entre a pré-história escrita.

Vida em bandos Início da socialização

Surgem as primeiras cidades: Jericó, Behida, Çatal, Huyuk (Palestina, Turquia)

Crescimento populacional.

Período em que se desenvolvem as primeiras civilizações.

Economia coletora (frutos, raízes, carne); Instrumentos: pedra, chifre, ossos e madeira. Uso de fogo.

Economia produtora Revolução Agrícola ou Neolítica

(agricultura e domesticação de animais) Garantiu a sobrevivência de mais

indivíduos, criou um excedente alimentar. Levou à divisão do trabalho e à Especialização das funções entre os

membros da aldeia. Uso de cerâmica (guardar alimentos)

- Uso da roda (revolução nos transportes)

A metalurgia exigia um trabalho especializado e de tempo integral. As comunidades tiveram que produzir um excedente de alimentos para atender um grupo maior de pessoas.

É possível que a arte tivesse a função mágica, visando boas caçadas e a procriação. (Vênus)

Arte: ligada a ritos mágico-religioso e funerário

Indica maior preocupação com o cotidiano.

Dólmen, Menir e Cromlech

O primeiro metal que se utilizou foi o cobre, depois se chegou ao bronze e mais tarde ao ferro.

As primeiras civilizações surgiram na Crescente Fértil – conhecida por esse nome devido ao seu traçado que faz lembrar a lua no quarto crescente, essa região abrange parte do nordeste da África, as terras do corredor mediterrâneo e a Mesopotâmia.

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Modo de Produção Asiático – Mesopotâmia e Egito O modo de produção Asiático foi estudado pela primeira vez na Ásia, mas também observado

em povos da África, América e de Creta. Suas características são: - A principal atividade era a agricultura - As terras são usadas pela comunidade, mas controladas pelas classes dirigentes. - As classes dirigentes organizam e administram o Estado. - O Estado (criado e dominado por esses grupos) é dono das terras e dirige o trabalho da

sociedade. - A maior parte da sociedade (os pobres) passa a servir aos interesses dos governantes (os ricos e

poderosos), devendo-lhes obediência e tributos (impostos).

Antiguidade Oriental

Mesopotâmia (4.000 a.C) Com as transformações ocorridas na fase final do Neolítico como a metalurgia do cobre, bronze

e posteriormente o ferro e o estabelecimento do patriarcalismo, surgem líderes guerreiros com a função de proteger as tribos; com o tempo esses líderes guerreiros foram legitimando o poder sobre seus protegidos em troca de oferendas, depois cobrando tributos e mais tarde, impostos.

Outro mecanismo que garantiu a legitimidade desses líderes militarizados foi o desenvolvimento das religiões, que legitimam o poder desses chefes, assim os sacerdotes encarregados dos ritos e difusão dessas religiões primitivas, tornaram-se com o tempo um grupo ligado ao poder militar dirigente.

As principais características das sociedades dessa região são: Sociedades Hidráulicas - devido à dependência dos rios Despotismo Oriental – Monarquias teocráticas Servidão coletiva - Modo de Produção Asiático - trabalho gratuito em grandes obras Região do Crescente Fértil O Estado ou grupo dirigente – propriedade da terra Politeísmo Religioso Escrita Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu

aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur.

Essas primeiras cidades são parte integrante da civilização

sumeriana, tida como a primeira a surgir no espaço mesopotâmico. Dotadas de ampla autonomia política e religiosa, essas cidades viveram intensas disputas militares em torno de regiões férteis da Mesopotâmia. Nesse período de disputas e ocupações podemos observar riquíssimas contribuições provenientes dos povos mesopotâmicos. Entre outros pontos, podemos destacar a criação de uma ampla rede comercial, códigos jurídicos, escolas, conhecimentos matemáticos (multiplicação e divisão), princípios médicos, a formulação da escrita cuneiforme (a primeira forma de escrita, em blocos de argila) e a construção

dos templos religiosos conhecidos como zigurates. Mesopotâmia. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/historiag/mesopotamia.htm. Acesso em: 27/03/2017.

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27.02.2017.

Religião

Os povos da Mesopotâmia Antiga eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses. Na concepção destes povos, os deuses poderiam praticar coisas boas ou ruins com os seres humanos. Os deuses da religião representavam os elementos da natureza (água, ar, Sol, terra, etc).

Diversas cidades possuíam seus próprios deuses. Marduk, por exemplo, era o deus protetor da cidade da Babilônia, na época do reinado de Hamurabi. Em função do domínio desta cidade sobre a Mesopotâmia, este deus também passou a ser o mais importante em toda região. Uma deusa que ganhou muita importância na Mesopotâmia foi Ishtar. Era representada nua e simbolizava o poder da natureza e da fertilidade.

Os mesopotâmicos também acreditavam na existência de heróis, demônios e gênios. Praticavam adivinhações e magias.

Os principais deuses eram: Enlil (deus do vento e das chuvas), Shamach (deus do Sol), Ishtar (deusa da chuva, da primavera e da fertilidade), Marduk (deus protetor da cidade da Babilônia) e Anu (deus do Céu).

OLHO POR OLHO DENTE POR DENTE

Assim era aplicada a justiça no Código de Hamurábi, baseado na Pena de

Talião (=castigo equivalente a culpa) e que tinha trechos como esses: “ se um homem bater em seu pai, terá as mãos cortadas. Se um homem furar o olho de um homem livre, ser-lhe-á furado um olho”.

Entre outras coisas, o Código punia os crimes contra a família, costumes, patrimônio, lesões corporais, adultério, etc. Sendo que puniam com pena de morte os ladrões, os homens que fugiam do serviço militar e os vendedores de bebidas que desrespeitassem os preços estabelecidos por lei.

As sentenças variavam de acordo com a classe social a que pertencia o indivíduo (nobre, homem livre ou escravo). Apesar de severo, o código indica a

existência de uma sociedade civilizada.

Sociedade e Cultura na Mesopotâmia

Os povos mesopotâmicos ficaram conhecidos pelas inúmeras cidades-estados independentes

que ocupavam a região dos rios Tigre e Eufrates. Em cada uma delas havia a presença de uma autoridade real responsável pelas principais decisões de cunho político e religioso. Mesmo estando associados aos deuses, os reis mesopotâmicos não eram vistos como divindades. Habitando suntuosos palácios e tendo

um amplo corpo de funcionários à sua disposição, a realeza compunha o topo da hierarquia social.

Logo após o rei e seus familiares, a pirâmide social dos povos mesopotâmicos contava com uma classe intermediária integrada por nobres, guerreiros, funcionários públicos e sacerdotes que desempenhavam importantes funções próximas à manutenção do Estado. A grande maioria da população era pertencente a uma classe de camponeses e trabalhadores que prestavam serviço à comunidade. Dessa maneira, essas sociedades eram majoritariamente sustentadas por uma ampla classe de homens livres.

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As culturas mesopotâmicas tiveram destacado papel no desenvolvimento da escrita com a

criação de um sistema de caracteres cuneiformes. Com o progresso das atividades comerciais, a álgebra teve grande desenvolvimento com a criação de operações matemáticas e sistemas de pesos e medidas. Paralelamente, o interesse pela Astronomia permitiu a distinção das estrelas e dos planetas, e o desenvolvimento de um calendário lunar com doze meses de duração.

Povos da Mesopotâmia

Sumérios

- Localizavam-se no sul - Organizados em cidades-estados que guerreavam entre si (Ur, Uruk, Nippur, Lagash e Eridu) - O centro político era o templo - O chefe absoluto do templo e da cidade era o “patesi” (=vigário de deus), Que governava com auxílio de uma aristocracia - Atribui-se aos sumérios a criação da escrita (cuneiforme) e da roda, descobertas estas, que causaram uma verdadeira revolução no mundo antigo.

Acádios

- Localizavam-se ao norte da Suméria - Habitavam a cidade de Acad. Atacaram os sumérios e os dominaram (2500 a.C). - Fundaram o Primeiro Império Mesopotâmico que se estendia do Golfo Pérsico até a Assíria (no norte).

Amorritas - Localizavam-se próximos à Acad, na Babilônia (2000 a.C) - Entre seus reis se destacou Hamurábi (1726 a 1686). Ele dominou toda a Mesopotâmia. Para organizar a vida econômica e garantir a propriedade

privada, organizou o primeiro código jurídico, com leis escritas – O Código de Hamurábi (Lei de Talião, “olho por olho, dente por dente”)

- Após a morte de Hamurábi a Babilônia foi dominada pelos hititas, cassitas e assírios.

Assírios

- Localizavam-se na cidade de Assíria (= lugar de passagem), no norte da Babilônia. - A Assíria era uma região de constantes ataques, devido ao cobiçado

comércio. Os assírios eram ferozes guerreiros. Organizaram os primeiros exércitos permanentes do mundo.

- Comandados por Sargão II, Senaquerib e Assurbanipal, os assírios construíram um dos maiores impérios da antiguidade. Dominaram toda a Mesopotâmia, o Egito e a Síria.

- Além da avançada técnica militar, os assírios se sobressaiam pela crueldade que empregavam aos seus inimigos. Massacravam, torturavam, incendiavam e destruiam as cidades conquistadas.

- Em 612 a.C, os caldeus se aliaram aos persas e dominaram os assírios.

Caldeus

- Após o fim do Império assírio, a cidade da Babilônia ficou independente. Logo depois, foi dominada novamente pelos “caldeus” ou neobabilônios

que transformaram a Babilônia em uma das mais bonitas cidades do mundo antigo. - O principal rei dos babilônios, Nabucodonosor, foi o responsável pela

construção dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia (terraços jardinados feitos em pátios elevados) e da Torre de Babel (zigurate ou templo piramidal, com mais de 90 metros).

- Em 539 a.C os persas, liderados por Ciro, conquistaram a Babilônia, anexando-a ao seu império.

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Economia na Mesopotâmia

A principal atividade econômica era a agricultura de cevada, trigo e tâmara. Na pecuária o rebanho mais importante era o bovino que além de carne e leite, era utilizado para puxar carros e no arado. Nas cidades mesopotâmicas existia grande quantidade de carpinteiros, metalúrgicos, ourives, ceramistas, etc. O comércio era também bastante importante. COTRIM, Gilberto. Mesopotâmia – Berço de Civilizações. In: História Global: As primeiras civilizações. São Paulo. Saraiva.2008. p.46-53.

África Antiga

Egito A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3200

a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c (domínio romano). - É uma sociedade hidráulica: depende do rio Nilo - São pastores e agricultores - Também desenvolveram a escrita - Também estavam submetidos ao modo de produção asiático: trabalho gratuito em obras

públicas como templos, canais de irrigação, pirâmides - Eram politeístas (crença em vários deuses) Os egípcios desenvolveram uma civilização única com características próprias. Os primeiros

grupos a se formarem no Egito são do período Paleolítico Superior, no final do século IV a.C.

A importância do rio Nilo

Como a região é dominada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura.

Sociedade Egípcia

A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes.

Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.

Economia

A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato.

Obs.: a pirâmide social não se refere ao modo como os

egípcios viviam mas sim como a sociedade de qualquer época

se estrutura. Quem está no topo da pirâmide detém mais poder (ligado à riqueza, à política e à religião). Logo, quem

esta na base é a categoria com o número maior de indivíduos

e com menos poder econômico e político.

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Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques).

Escrita no Egito Antigo

A escrita egípcia também foi algo importante para este povo, pois permitiu a divulgação de ideias, comunicação e controle de impostos. Existiram duas formas principais de escrita: a escrita demótica (mais simplificada e usada para assuntos do cotidiano) e a hieroglífica (mais complexa e formada por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar os textos. Os hieróglifos egípcios foram decifrados na primeira metade do século XIX pelo linguista e egiptólogo francês Champollion, através da Pedra de Roseta.

Hieróglifos: a escrita egípcia Imagem do Livro dos Mortos

Religião no Egito Antigo: a vida após a morte

A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.

Mumificação

Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).

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Religião no Egito Antigo: a vida após a morte

A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.

Alguns Deuses

RÁ-ATUM: Principal deus egipcio, Ra e o responsa vel pela criaca o do mundo e representa o Sol. Ele e descrito de diversas formas, desde com a face de uma ave de rapina ate como um escaravelho. Os egipcios acreditavam que seu rei (o farao) era a encarnaca o de Ra.

OSÍRIS: Descendente direto de Ra (o deus da criacao), Osiris e o filho mais velho do casal Geb e Nut. Ele reinou sobre a Terra como o primeiro farao do Egito. Isso ate ser assassinado por seu irmao Set. A partir dai, Osiris virou o deus supremo e o juiz do mundo dos mortos.

ÍSIS: Dona de poderes magicos, protetora e piedosa, a irma-esposa de Osiris era muito popular – foi a u ltima divindade egipcia a ser adorada na Europa antes da chegada do cristianismo. O rio Nilo nasceu das lagrimas que ela derramou quando Osiris morreu.

SET: O deus do caos é o responsável pelas guerras e pela escuridão. Matou o irmão, Osíris, mas perdeu a supremacia do Egito para o sobrinho Hórus. Tem a forma do porco-formigueiro – animal raro da África.

HÓRUS: Filho de Osíris e Ísis, tem cabeça de falcão e é o protetor dos faraós e das famílias. Quando perdeu o pai, lutou contra Set pelo trono de principal deus do Egito. Após intervenção de Osíris, direto do “Além”, os demais deuses aclamaram Hórus como líder supremo.

ANÚBIS: O deus com cabeça de chacal nasceu da união de Osíris e Nephthys. Foi ele quem criou a primeira múmia, ao preparar o corpo do pai assassinado. Tem papel importante na passagem para o mundo dos mortos.

THOTH: Sua origem é polêmica: alguns textos o apresentam como filho de Rá, outros, como de Set. Com cabeça de uma ave – a íbis – é o deus da Lua, da sabedoria e da cura. É o patrono dos escribas

e trouxe os hieróglifos ao Egito. BASTET: Ligada à fertilidade, é a deusa da

sexualidade e do parto. Após o ano 1000 a.C., sua imagem ganhou a forma de gato – animal que para os egípcios traz boa sorte. É mais uma das filhas de Rá.

SEKHMETH: A poderosa deusa com cabeça de leoa é filha de Ra, mas reflete o aspecto destrutivo do Sol. Foi enviada por Rá para punir os humanos que passaram a adorar um deus em forma de serpente.

Arquitetura egípcia

No campo da arquitetura podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Grande parte delas eram erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão-de-obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé são as construções mais conhecidas do Egito Antigo. Egito. Disponível em:. https://historytellers.wordpress.com/2013/04/11/antiguidade-oriental/ Acesso em: 27.02.2017.

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Reino Kush Sudão Pelo menos 35 pequenas pirâmides, juntamente com sepulturas, foram descobertas agrupadas

em conjunto num local chamado Sedeinga no Sudão. Elas datam cerca de 2.000 anos, sendo do período em que um reino chamado Kush floresceu no Sudão. O reino Kush partilhou uma fronteira com o Egito e, mais tarde, o Império Romano. O desejo das pessoas do reino em construir pirâmides aparentemente foi influenciado pela arquitetura funerária egípcia.

Pirâmides de Kush

Sua capital denominava-se Napata. Após um período de relações amistosas com o Egito, a capital passou a ser Meroé cujos recursos naturais ajudaram na prosperidade da sociedade.

Foi uma das primeiras sociedades negras da nossa história e, em relações sociais, possuiu um dinamismo tão influente quanto o Egito, a Grécia e a Roma. Homens e mulheres poderiam galgar o poder sem distinção de sexo.

A rainha-mãe denominava-se Candace e até hoje este título é homenageado pelos grupos afro-brasileiros. O ouro era a principal riqueza e há relatos de pirâmides levantados com este metal. O Reino de Kush sobreviveu mais tempo do que o Egito e apenas em 325 foi conquistado pelo Reino de Axum. Existia uma relação política e cultural muito forte entre Kush e o Egito. O Egito

chegou a dominar Kush assim como Kush dominou o Egito, num período que ficou conhecido como um dos faraós negros.

A região pode guardar ainda muitas outras surpresas. Recentemente, o arqueólogo suíço Mattieu Honeggar descobriu em Wadi Al-Arab, um sítio no norte do Sudão, vestígios de que o local foi habitado mais ou menos 10 mil anos atrás, muitos milênios antes dos faraós negros. As escavações poderiam permitir um entendimento melhor da transição do homem para a vida sedentária. Reino Kush. Disponível em: http://iadrn.blogspot.com.br/2013/02/o-reino-de-kush-descoberto-no-sudao.html.Acesso em: 27.02.2017.

Grécia Antiga A importância de se conhecer a Grécia da Antiguidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500

a.C.) é que a herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura, do teatro, enfim, de muitas ideias e conceitos que deram origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas. No entanto, não podemos confundir a Antiguidade grega com o país Grécia que existe hoje. Os gregos atuais não são descendentes diretos desses povos que começaram a se organizar a mais de quatro mil anos atrás. Muita coisa se passou entre um período e outro e aqueles gregos antigos perderam-se na mistura com outros povos. Depois, a Grécia

Representação de uma Candace

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antiga não formava uma nação única, mas era composta de várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e econômicas.

Apesar dessas diferenças, os gregos tinham uma só língua, que, mesmo com seus dialetos, podia ser entendida pelos povos das várias regiões que formavam a Grécia. Esses povos tinham também a mesma crença religiosa e compartilhavam diversos valores culturais. Assim, os festivais de teatro e os campeonatos esportivos, por exemplo, conseguiam reunir pessoas de diferentes lugares da Hélade, como se chama o

conjunto dos diversos povos gregos.

Cidades-Estados

Essa Grécia de 4.000 anos atrás era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se de várias cidades, com seus Estados próprios, que eram chamadas de cidades-Estados, ou PÓLIS. Essas cidades localizavam-se ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e Jônio. Algumas das cidades gregas de maior destaque na Antiguidade foram Atenas, Esparta, Corinto e Tebas.

Essas cidades comercializavam e ao mesmo tempo guerreavam entre si. As guerras eram motivadas pelo controle da região e para se conseguir escravos, os prisioneiros de guerra, que moviam grande parte da economia daquelas sociedades.

Afora os escravos e os pequenos proprietários, havia os cidadãos propriamente ditos, naturais da cidade e proprietários de terras, que tinham direitos políticos e podiam se dedicar a atividades artísticas, intelectuais, guerreiras e esportivas. Isso indica que as pessoas com mais prestígio e propriedade cuidavam exclusivamente do aprimoramento do corpo e da mente. Os mais pobres e os escravos eram quem movimentava a economia, fazendo o trabalho braçal, considerado, então, como algo desprezível.

As duas principais polis gregas foram Atenas e Esparta.

Esparta

Esparta foi uma das principais polis (cidades-estados) da Grécia Antiga. Situava-se geograficamente na região sudeste da Península do Peloponeso. Destacou-se no aspecto militar, pois foi fundada pelos dórios. Quatro aldeias da região da Lacônia uniram-se para formar a cidade de Esparta. A cidade cresceu nos séculos seguintes e o aumento populacional fez com que os espartanos buscassem

Fonte: mestresdahistoria.blogspot.com.br/2014/03/roteiro-de-estudos-grecia-

Fonte: http://mitologiagrega2012.blogspot.com.br/2012/04/localizacao-da-grecia-antiga.html

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a ampliação de seu território através de guerras. No final do século VIII a. C, os espartanos conquistaram toda a planície da Lacônia. Nos anos seguintes, Esparta organizou a formação da Liga do Peloponeso, reunindo o poderio militar de várias polis da região, exceto a rival Argos.

O poder militar de Esparta foi extremamente importante nas Guerras Médicas (contra os persas). Uniu-se a Atenas e outras cidades para impedir a invasão do inimigo comum. O exército espartano foi fundamental na defesa terrestre (Atenas fez a defesa marítima) durante as batalhas. Após as Guerras Médicas, a luta pela hegemonia no território grego colocou Atenas e Esparta em posições contrárias. De 431 a 404, ocorreu a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, que foi vencida pelos espartanos.

Sociedade Espartana Em Esparta a sociedade era estamental, ou seja, dividida em camadas sociais onde havia pouca

mobilidade. A sociedade estava composta da seguinte forma: Esparciatas: eram os cidadãos de Esparta, filhos de mães e pais espartanos, haviam recebido a

educação espartana. Esta camada social era composta por políticos, integrantes do exército e ricos proprietários de terras. Só os esparciatas tinham direitos políticos.

Periecos: eram pequenos comerciantes e artesãos. Moravam na periferia da cidade e não possuíam direitos políticos. Não recebiam educação, porém tinham que combater no exército, quando convocados. Eram obrigados a pagar impostos.

Hilotas: levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de graça nas terras dos esparciatas. Não tinham direitos políticos e eram alvos de humilhações e massacres. Chegaram a organizar várias revoltas sociais em Esparta, combatidas com extrema violência pelo exército.

Educação Espartana O princípio da educação espartana era formar bons

soldados para abastecer o exército da polis. Com sete anos de idade o menino esparcíata era enviado pelos pais ao exército. Começava a vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. Com 30 anos ele se tornava um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina espartana também passava por treinamento militar e muita atividade física para ficar saudável e gerar filhos fortes para o exército.

Política Espartana Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções

militares e religiosas. Tinham vários privilégios. Assembleia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao

ar livre) uma vez por mês para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis.

Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis. Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembleia.

Éforos: formado por cinco cidadãos, tinham diversos poderes administrativos, militares, judiciais e políticos. Atuavam na política como se fossem verdadeiros chefes de governo.

Atenas: O Berço da Democracia

A Geografia

A Ática é uma região montanhosa, afastada da grande via de comunicação entre a Grécia Central e o Peloponeso. A pobreza lançou os atenienses ao mar, tornando-os hábeis comerciantes.

O Estado e a Sociedade

Fonte: http://variosassuntosemhistoria.blogspot.com.br/2015/09/formacao-social-de-esparta.html

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Os Jônios, que viviam na Ática, fundaram várias comunidades, das quais a que mais se destinguiu foi Atenas.

Nos primeiros tempos de sua história, Atenas foi governada por um rei (chamado Basileu) que era chefe supremo, juiz e sacerdote.

O rei era auxiliado por um conselho de aristocratas que se chamava Areópago.

Nesta fase a sociedade ateniense estava assim dividida:

eupátridas (bem nascidos) formavam a aristocracia dos grandes proprietários de terras

georgóis eram os pequenos proprietários rurais.

metecos eram estrangeiros livres, mas que não possuíam direitos políticos.

escravos estes eram obtidos através da guerra (prisioneiros de guerra), do comércio e da escravidão por dívida.

A Guerra contra os Persas (Médicas 499 a 449 a.C.)

A causa da guerra foi o expansionismo persa que começou a colocar em risco os interesses dos cidadãos gregos. Esta guerra entre os gregos e persas também ficou conhecida como Guerras Médicas. O imperialismo antigo está caracterizado pelas Guerra Médicas, disputa das cidades gregas contra o expansionismo dos persas. Em 490 a.C. os atenienses venceram os persas na planície da Maratona. À partir desta vitória, os atenienses passam a liderar as demais cidades gregas contra os persas, através de uma liga militar, a Confederação de Delos. No ano de 448 a.C., com a assinatura do Tratado de Susa, os persas reconhecem o domínio dos gregos no mar Egeu. Com o fim da guerra, Atenas passa a exercer uma hegemonia política e cultural sobre as demais polis. A Confederação de Delos foi mantida -sob o argumento de que os persas podiam voltar -e o pagamento de tributos voltados para a guerra continuaram a serem cobrados. Estes recursos foram aplicados para o desenvolvimento de Atenas.

Este período de esplendor ateniense, o século V a.C. é conhecido como o "Século de Péricles", ou "Século de ouro", marcado pelo aperfeiçoamento das instituições democráticas, pela construção de obras públicas e pelo grande desenvolvimento das artes e do pensamento filosófico. Fídias, Sófocles, Heródoto e Sócrates são alguns dos nomes deste período.

Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.)

Trata-se de uma guerra civil, contra a hegemonia de Atenas e contra a Confederação de Delos. A cidade de Esparta declara guerra à Atenas no ano de 431 a.C. e organiza uma liga militar, a Liga do Peloponeso. Com o final das guerras em 404 a.C., Esparta inicia uma hegemonia militar sobre as cidades gregas. As guerras civis continuam por um certo período, Tebas exercerá também um domínio sobre as polis. Estas guerras internas enfraquecem as cidades gregas, possibilitando a invasão de um povo estrangeiro, os macedônicos.

O Apogeu de Atenas A vitória dos gregos sobre os persas deu à Atenas a hegemonia sobre as cidades gregas. Para se defender dos persas, os gregos organizaram-se numa Liga Marítima: a Confederação ou

Liga de Delos (a sede ficava na ilha de Delos). Esparta e seus aliados não participavam dessa liga. Para manter a Liga cada cidade contribuía, com navios, soldados e ouro. A administração cabia

ao ateniense Aristides, que idealizara esta aliança defensiva. Com o passar do tempo Atenas tornara-se a cidade hegemônica, tirando proveito político e

econômico da Liga de Delos. Com os recursos da Liga, Atenas foi reconstruída e embelezada, tornando-se uma poderosa força marítima e comercial.

Fonte: //pt.slideshare.net/vini0808/atenas-13815404

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Democracia Ateniense

A democracia surgiu na Grécia, com o significado de governo do povo (demo=povo, cracia=governo), e foi implantada em Atenas, por volta de 510 a.C., quando Clístenes liderou uma rebelião vitoriosa contra o último tirano que governou a cidade-estado. As reformas políticas adotadas por Clístenes visavam a resolver graves conflitos sociais decorrentes da estratificação social em Atenas, já que os aristocratas detinham o poder político e econômico sobre comerciantes, artesãos, camponeses e escravos. Estes últimos grupos sociais haviam apoiado uma série de reformas anteriores, realizadas principalmente por Drácon e Sólon, mas que não haviam sido suficientes para resolver os conflitos.

O regime político democrático instituído por Clístenes tinha por princípio básico a noção de que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis”. Entretanto, apenas os homens atenienses maiores de 21 eram considerados cidadãos, excluindo da vida política as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os jovens. A democracia de Atenas era, dessa forma, elitista, patriarcal e escravista, porque apenas uma pequena minoria de homens proprietários de escravos poderia exercê-la.

Péricles O apogeu da democracia escravista grega ocorreu no governo do culto e talentoso Péricles.

Durante o seu governo, artistas, escritores e filósofos eram incentivados e protegidos por esse amante da cultura. Em seu tempo foram construídos edifícios famosos, dos quais o mais célebre foi o Partenon, templo dedicado à deusa Atenéia.

Arquitetura na Grécia

As edificações que despertam maior interesse na arquitetura grega são os templos. Construídos com o intuito de proteger as esculturas de deuses e deusas das chuvas e do sol excessivo, os templos não foram construídos, como se imaginava, para reunir, eu seu interior, um grupo de pessoas para um culto religioso. Um dos mais conhecidos é a Acrópole de Atenas, construído, entre os anos de 447 a 438 a.C., no ponto mais alto da cidade.

O que mais evidencia as características dos templos gregos é a simetria que existe entre o pórtico de entrada e o dos fundos. Seu núcleo era formado por essas estruturas e, pelas naus, um recinto onde ficava a imagem da divindade. Ele era cercado também por uma colunata conhecida pelo nome de peristilo. A formação

Colunas gregas no Palácio Piratini, em Porto Alegre

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dessa colunata já chegou a ter duas séries de colunas que ficavam em torno do núcleo do tempo. Isso geralmente acontecia em cidades mais ricas. Os principais estilos explorados pelos gregos na arquitetura, foram o jônico, o dórico e o coríntio. Eles eram diferenciados principalmente pelo feitio do capitel das colunas. No estilo jônico, destaca-se o uso evidente dos traços de elegância e beleza. São exclusividades do estilo dórico a funcionalidade e o rigor das formas, expressões nítidas em Esparta. Em Corinto (uma das pólis gregas mais opulentas), há predominância de decorações que remetam à abundância e à riqueza de detalhes. Arquitetura grega apresentava três estilos: dórico, jônico e Corinto.

dórico: simples, apenas com uma placa de mármore;

jônico: formado por volutas (adornos em espiral);

corinto: tem forma de sino invertido envolvido por folhas de acanto. Os construtores do Partenon merecem destaque. São eles: Ictínio e Calícrates. Ainda no século V a.C., as casas gregas eram bastante modestas. Somente os edifícios públicos

eram construídos com um pouco mais de requinte. Entretanto, as casas começaram a receber uma atenção maior, quanto às questões de espaço e conforto – esse contexto se deu a partir do século IV a.C.

A Estátua de Zeus em Olímpia, Partenon de Atenas, Colosso de Rodes, Tempo de Ártemis em Éfeso e Farol de Alexandria são uns dos grandes exemplos de construções da Grécia Antiga.

Um dos monumentos gregos mais conhecidos, o Pathernon, está na Acrópole de Atenas, construída entre os anos de 447 a 438 a.C., no ponto mais alto da cidade.

Reconstrução gráfica do Partenon. Ruínas do Partenon

A Mitologia

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Os gregos adoravam vários deuses, e os representavam sob a forma humana. Portanto, sua religião era politeísta e antropomórfica. Os deuses habitavam o monte Olimpo. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.

Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega

Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa,

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era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram: -Heróis: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Herácles ou Hércules e

Aquiles. -Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade. -Sátiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode. -Centauros: corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo. -Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos

atraentes. -Górgonas: mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa. -Quimera: mistura de leão e cabra que soltava fogo pelas ventas. O Minotauro: é um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças

de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro. Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.

Deuses gregos

De acordo com os gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.

Poseidon Afrodite Conheça os principais deuses gregos: Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu. Afrodite deusa do amor, sexo e beleza. Poseidon - deus dos mares Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo. Hera - deusa dos casamentos e da maternidade. Apolo - deus da luz e das obras de artes.

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Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem. Ares - divindade da guerra. Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas. Cronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo. Hermes - mensageiro dos deuses, representava o comércio e as comunicações. Hefesto - divindade do fogo e do trabalho.

Teatro Grego

Um dos aspectos mais significativos da cultura grega antiga foi o teatro. Os gregos o desenvolveram de tal forma que até os dias atuais, artistas, dramaturgos e demais envolvidos nas artes cênicas sofrem a influência suas influências. Diversas peças teatrais criadas na Grécia Antiga são até hoje encenadas.

O teatro grego surgiu a partir da evolução das artes e cerimônias gregas como, por exemplo, a festa em homenagem ao deus Dionísio (deus do vinho e das festas). Nesta festa, os jovens dançavam e cantavam dentro do templo deste deus, oferecendo-lhe vinho. Com o tempo, esta festa começou a ganhar uma certa organização, sendo representada para diversas pessoas.

A Filosofia Grega

Os gregos entenderam por Filosofia “Um sério esforço para compreender o mundo e os

homens”. Procuraram explicar o mundo de forma racional, deixando um pouco de lado, as tradições

místicas e religiosas.

Podemos dividir a Filosofia grega em três correntes básicas:

Os Pré-Socráticos

Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a ideia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de todas as coisas, a partir da existência dos átomos.

Período Clássico

Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates.

Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser preparados para falar bem (retórica), pensar e manifestar suas qualidades artísticas.

Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o funcionamento do universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as ideias de Sócrates através dos relatos deixados por Platão.

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Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as ideias formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o das aparências.

Outro grande sábio desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os específicos.

Período Pós-Socrático

Está época vai do final do período Clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia.

Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.

Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era

originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer.

Referências sobre a Grécia Antiga CALADO, Margarida, PAIS DA SILVA, Jorge Henrique, Dicionário de Termos da Arte e Arquitectura, Editorial Presença,

Liboa, 2005, ISBN 20130007 HINDLEY, Geoffrey, O Grande Livro da Arte - Tesouros artísticos dos Mundo, Verbo, Lisboa/São Paulo, 1982 ANSON, H. W., História da Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1992, ISBN 972-31-0498-9

Guerras Médicas. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/historiageral/civilizacao-grega.htm

Acesso em: 27.02.2017. Democracia. Disponível em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/democracia2.htm. Acesso em: 27.02.2017

O PAPEL DA MULHER EM ATENAS E ESPARTA:

Entre os atenienses, mesmo sendo esses os criadores da democracia, percebemos que a atuação

da mulher era reduzida. Educada para ser dócil e reservada ao mundo doméstico, as mulheres atenienses

eram subjugadas pelo pai até ele escolher qual homem poderia com ela se casar. Após o matrimônio, a

subserviência feminina era destinada ao marido. Mesmo após as reformas políticas, as mulheres não

participavam das questões políticas por serem consideradas inaptas para esse tipo de tarefa.

No mundo espartano essa posição era bem diferente. Reforçando o seu caráter militar, os

espartanos acreditavam que a mulher deveria ser fisicamente preparada para que pudesse dar origem a

indivíduos aptos para compor o exército daquela cidade. Por isso, era comum que essas mulheres se

dedicassem à disputa de jogos e outros tipos de atividade esportiva. Além disso, podiam controlar as

finanças domésticas e participar das reuniões públicas ligadas à vida política espartana.

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Roma Antiga

Ao ler este texto, em língua portuguesa, você já está se revelando um herdeiro da antiga civilização romana. O português, assim como o espanhol, o francês, o italiano e o romeno são línguas que se originaram do latim - a língua dos antigos romanos. Mas a herança que Roma nos deixou vai além das

línguas neolatinas. Os romanos também transmitiram as culturas grega e oriental aos povos bárbaros e à civilização da Idade Média, que, por sua vez, a transmitiram ao mundo moderno e contemporâneo.

Roma nos deixou ainda uma série de ensinamentos notáveis no campo da política (a ideia de República), e do direito (o direito romano é a base da ciência jurídica da maioria dos povos contemporâneos). Além

disso, no âmbito da arquitetura e do sistema de administração municipal, bem como a organização da Igreja católica - que modelou o mundo medieval - existem diversos legados romanos.

Desse modo, conhecer a história de Roma é conhecer um pouco de nossa própria história.

Origem de Roma: explicação mitológica

Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam à cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

Origens de Roma: explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.

A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C)

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe.

Composição da sociedade romana e características A sociedade romana se baseava numa organização social desigual, assim como muitas sociedades

de civilizações antigas. Esta sociedade era estática, pois possuía pouca mobilidade social. Porém, no longo prazo, algumas camadas conquistaram direitos sociais, como foi o caso dos plebeus que, através de sua organização e luta adquiriram direitos políticos.

Além disso, havia muita tensão entre as classes sociais, originando muitas revoltas e conflitos. A sociedade romana era dividida em cinco grupos sociais distintos:

Estátua da loba amamentando Rômulo e Remo

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- Patrícios: descendentes das primeiras famílias que povoaram Roma, os patrícios eram proprietários de terras e ocupavam importantes cargos públicos. Considerados cidadãos romanos, possuíam muita riqueza e escravos. No topo da pirâmide social romana, compunham a minoria da população.

- Plebeus: formavam a maioria da sociedade romana. A Plebe era composta basicamente por pequenos comerciantes, artesãos e outros trabalhadores livres. Possuíam poucos direitos políticos e de participação na vida religiosa.

- Clientes: embora livres, os clientes viviam "presos" aos patrícios, pois possuíam uma forte relação de dependência. Esta classe era formada basicamente por estrangeiros e refugiados pobres. Tinham apoio econômico e jurídico dos patrícios, porém lhes deviam ajuda em trabalhos e questões militares.

- Escravos: camada sem nenhum direito social em Roma. Os escravos eram, em sua grande maioria, presos de guerra. Eram vendidos como mercadorias para patrícios e plebeus e não recebiam pagamentos pelo trabalho, mas apenas comida e roupas. Executavam tarefas pesadas e também serviam como serviçais domésticos. Na época do Império Romano, o número de escravos aumentou de forma extraordinária.

- Libertos: ex-escravos que obtinham a liberdade por concessão de seus proprietários. A pós anos de resistência e lutas, os plebeus, através de greves gerais conseguiram pressionar os

patrícios e obter alguns direitos como: Lei das doze tábuas (450a.C): a criação de leis jurídicas aplicadas a plebeus e patrícios. Mesmo

com a criação da lei, os patrícios eram na maioria das vezes favorecidos.

Lei canuléia (445a.C): permissão de casamento entre Patrícios e Plebeus (na maioria das vezes ricos).

Eleição dos magistrados plebeus (367-366a.C): os plebeus foram conseguindo, lentamente , ter acesso às mais diversas magistraturas romanas. Em 366 a.C., foi eleito o primeiro cônsul plebeu, cargo mais elevado na magistratura.

Lei que proibia a escravidão por dívida (por volta de 366a.C.): muitos plebeus foram feitos de escravos por patrícios. A lei proibia esse tipo de escravidão. A escravidão foi abolida definitivamente em 326 a.C. Roma. COTRIM, Gilberto,1955-Historia Global-Brasil e Geral-V. único 8ed. -São Paulo: Saraiva, 2005.

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum. Depois de dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por

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Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou. Principais imperadores romanos: Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54- 68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192). Roma. Disponível em: http://www.aridesa.com.br/servicos/click_professor/marcelo_holanda/6serie/resumo_roma2.pdf Acesso em: 27.02.2017.

Cultura Romana

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega. Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.

A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol. A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

Religião Romana

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou

seja, possuíam características (qualidades e defeitos) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.

Principais deuses romanos: Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

Legado Romano

Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos chegaram até os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano, técnicas de arquitetura, línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano), técnicas de artes plásticas, filosofia e literatura. História da Roma Antiga e o Império Romano. Disponível em: http://webdesk2.cursoanglo.com.br. Acesso 27/03/2017.

Fonte: https://fenixdefogo.wordpress.com/2013/11/30/mitologia-mitologias.

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Cristianismo: Religião passou de perseguida a oficial no Império Romano

Historicamente, os fatos que fundamentaram o cristianismo ocorreram durante o Império romano, nos últimos séculos da Idade Antiga, que se estendeu de aproximadamente 3.500 a.C. até 476 d.C.

O cristianismo surgiu a partir da doutrina dos homens que seguiram Jesus Cristo. Jesus foi um judeu que nasceu e morreu na região onde atualmente se situam a Jordânia e Israel, no Oriente Médio, território sob o domínio dos romanos no século I.

Como a maior parte do mundo ocidental até hoje segue o calendário cristão, o ano 1 de nossa era é justamente marcado pela data aproximada em que Jesus nasceu. O destaque dado a esse personagem histórico, nascido em Belém (cidade localizada no Reino da Judeia), deve-se ao fato de ele ser considerado por seus seguidores como o filho de Deus.

O surgimento da Igreja

Os descendentes dos apóstolos, que começaram a espalhar o cristianismo pelo mundo, eram chamados de patriarcas. Assim, as comunidades constituídas pelos apóstolos foram se perpetuando mesmo após a morte deles, fazendo o cristianismo se fortalecer como igreja, compartilhando as mesmas ideias e práticas.

Perseguidos pelos romanos durante séculos, os cristãos sofreram uma série de torturas. Foram acusados de incendiar Roma na época do imperador Nero (54 a 68).

De maneira geral, era comum se queimarem os cristãos vivos ou fazê-los serem devorados por feras, à vista de todos, nas arenas dos circos romanos. Essa repressão tinha o propósito de evitar que o cristianismo continuasse a se expandir pelo Império.

As ideias dos primeiros cristãos assustavam Roma porque eles não concordavam com a adoração ao imperador como deus vivo e pregavam igualdade entre os homens. Dessa forma, no decorrer dos séculos, essa religião de apelo popular foi conseguindo cada vez mais adeptos. Os romanos então, acharam mais conveniente se aproximarem dela do que continuarem a persegui-la.

Religião oficial de Roma

Assim, em 313, o próprio imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e permitiu o culto dessa religião em todo o Império. Oitenta anos mais tarde, a história inverteu-se completamente. Em 391, o cristianismo não só se tornou a religião oficial de Roma, como todas as outras religiões pagãs passaram a ser perseguidas. A partir do momento em que o Império resolveu tornar a religião cristã oficial para os romanos e todos os povos por eles dominados no século IV, a Igreja cristã começou a ganhar força como uma instituição poderosa.

Católica, apostólica e romana

Depois desse processo, a Igreja católica foi consolidando o nome que resume os seus objetivos: Igreja católica apostólica romana. Assim, ficou definido que essa instituição representa uma assembleia (igreja), seguidora dos apóstolos de Cristo (apostólica), com sede em Roma (romana), que deveria espalhar a fé para todo o universo (católica significa universal).

Ainda em 325, o imperador Constantino havia promovido um encontro em Nicéa com autoridades eclesiásticas para definir as principais crenças e normas que deveriam nortear a conduta dos cristãos. Esse acordo foi chamado de Concílio de Nicéa e foi um marco na constituição da religião católica. No entanto, a consolidação definitiva do poder dessa Igreja iria se dar nos séculos seguintes, a partir da Idade Média, que se inicia no século 5. O Império Carolíngeo (séculos 8 a 9) e o feudalismo (principalmente séculos 8 a 11) proporcionariam espaço econômico e poder político para a Igreja Católica se constituir na principal instituição medieval

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MACHADO, Fernanda. Cristianismo: Religião passou de perseguida a oficial no Império Romano. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/cristianismo-religiao-passou-de-perseguida-a-oficial-no-imperio-romano.htm. Acesso em 27/03/2017.

Direito Romano

Direito Romano é um termo histórico-jurídico que se refere, originalmente, ao conjunto de regras jurídicas observadas na cidade de Roma e, mais tarde, ao corpo de direito aplicado ao território do Império Romano e, após a queda do Império Romano do Ocidente em 76 d.C., ao território do Império

Romano do Oriente. Mesmo após 476, o direito romano continuou a influenciar a produção jurídica dos reinos ocidentais resultantes das invasões bárbaras, embora um seu estudo sistemático no ocidente pós-romano esperaria a chamada redescoberta do Corpo de Direito Civil pelos juristas italianos no século XII.

Em termos gerais, a história do direito romano abarca mais de mil anos, desde a Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum; 449 a.C.) até o Corpo de

Direito Civil por Justiniano I (530 d.C.). Vejamos alguns princípios do Direito Romano, utilizados até nossos dias: Ninguém é forçado a defender uma causa, contra a sua própria vontade; Ninguém deve ser punido pelo que pensa, mas pelo que faz; O ônus da prova cabe a quem acusa; Se houver dúvida no momento da decisão o juiz deverá decidir em favor do réu; Tudo o que permitirmos ao acusador, devemos também permitir à defesa do acusado.

Direito Romano. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_romano. Acesso em 27/03/2017.

Império – Esplendor e Decadência

Os poderes de Otávio Augusto: a partir de 27 a.C, Otávio acumulou grandes poderes e tornou-se, na prática, o rei absoluto de Roma. Permitiu, porém, a existência aparente das instituições republicanas; promoveu reformas sociais e administrativas. Roma prosperou economicamente. O império passou a viver um período de paz e segurança, conhecido por Pax Romana.

Divisões do Império 1. Alto Império Romano (27 a.C – 235 d.C) 2. Baixo Império Romano (235 – 476) Alto Império: governaram vários imperadores, uns cruéis e opressivos, outros sábios e

administradores, alguns exóticos e até devassos. Período de auge do Império. • Dinastia dos Júlio – Claudios (14 – 68): Tibério, Calígula, Cláudio e Nero • Dinastia dos Flávios (69 – 96): Vespasiano, Tito e Dominiciano • Dinastia dos Antonios (96 – 192): Nerva, Trajano, Adriano, Marco Aurélio, Antonio Pio e

Cômodo • Dinastia dos Severos (193 – 235): Sétima Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo

Alexandre. Baixo Império: (período de decadência) graves problemas começaram a ocorrer a partir do séc.III.

Os fatores da crise foram: • Econômicos: diminuição das conquistas; crise do escravismo (diminui o número de

escravos e também a produtividade); aumento dos gastos públicos para sustentar a máquina administrativa e militar; enfraquecimento do comércio e das atividades urbanas.

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• Sociais: crescimento do número de miseráveis entre a plebe, expansão do regime de colonato (pequenos proprietários se colocam sob proteção de grandes proprietários de terra); penetração dos bárbaros (primeiro, os germanos que entraram de forma pacífica, mais tarde ocorreu as invasões violentas dos visigodos, vândalos e borgúndios); fuga da cidade para o campo (clima de insegurança).

• Religiosos: expansão do cristianismo, revoltas, perseguições. A doutrina cristã era contrária a escravidão.

• Políticos: incapacidade dos imperadores em administrar as crises e o envolvimento em guerras internas e externas que levaram o Império ao colapso econômico.

Pão e Circo

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Tentativas em conter a decadência: • Diocleciano (284 – 305) divide o poder entre 4 imperadores – Tetrarquia • Constantino (306 – 337) unifica o poder, dá liberdade de culto aos cristãos e transfere a

capital do Império Romano de Roma para Constantinopla. • Teodósio (379 – 395) torna o cristianismo a religião oficial do Império. Após sua morte o

Império foi dividido entre seus filhos: Império Romano do Ocidente = capital Roma (Honório) Império Romano do Oriente = capital Constantinopla (Arcádio).

Causas de Decadência do Império Romano do Ocidente

Econômicas Sociais Políticas Religiosas Diminuição das

conquistas militares

Miséria da plebe

romana

Incapacidade dos

imperadores em

administrar as crises

Expansão do

Cristianismo (contra à

escravidão)

Crise do escravismo Expansão do regime do colonato

Lutas internas dos generais

Perseguições e revoltas

Queda da atividade

econômica

Invasões dos bárbaros Corrupção e

desmoralização

Enfraquecimento do

comércio e das cidades

Fuga das cidades para

o campo

Colapso econômico

Aumento dos gastos

públicos: militares e

administrativos

Fonte: COTRIM, Gilberto. História Geral. Saraiva. 2008.

A Queda de Roma e o Fim da Idade Antiga Desde o século III, grupos bárbaros começaram a entrar no Império Romano do Ocidente,

primeiro de forma pacífica através das imigrações, entraram muitos germanos que serviam como

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colonos ou soldados para guardar as fronteiras do império. A partir do século IV, a invasões se tornam

violentas, chegando mesmo a saquear várias cidades. Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras

do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis

Em 476, um grupo de bárbaros composto por hérulos e godos, que serviam como mercenários em Roma, estava reivindicando o estatuto de federados, o que lhe daria o direito de obter terras e, aos chefes, o direito de receber tributos (= impostos). Diante da negativa imperial, um desses chefes, Odoacro, um

hérulo, tomou a iniciativa de derrubar o fraco imperador Rômulo Augústulo (475 - 476) e assenhoreou-se da Itália, coroando-se rei. Desaparecia, assim, o Império Romano do Ocidente. Este fato marca o fim

da Idade Antiga e o início da Idade Média na parte ocidental do Império Romano, ou seja, a Europa.

A Idade Média - Três grandes impérios Durante a Idade Média temos a formação e expansão de três grandes impérios: - O Império Bizantino: que foi organizado, ainda no período de decadência de Roma, quando

Constantino transfere a capital do Império Romano para Bizâncio ou Constantinopla. Este império durou até 1453 quando os turcos otomanos tomam a cidade de Constantinopla.

- O Império Islâmico: que se organizou a partir da liderança de Maomé (570-632) que unificou as diversas tribos da Arábia em torno de uma identidade religiosa, criando para os árabes nova organização política e social.

- Império Bárbaro-Cristão: que se formou na hoje, Europa Ocidental, a partir da decadência de Roma, das invasões dos bárbaros e da presença da Igreja Católica. Veja a seguir os principais grupos bárbaros.

Divisões da Idade Média Europeia Ocidental

Alta Idade Média (V ao X) fase de decadência da sociedade romana e formação do sistema feudal. Baixa Idade Média (XI ao XV) fase de decadência do sistema feudal e início do sistema capitalista

A Alta Idade Média

Os Bárbaros

De origem discutida, os bárbaros ocupavam uma região chamada Germânia e se subdividiam em vários povos: borgúndios, vândalos, francos, saxões, anglos, lombardos, godos e outros. Nos séculos IV e V os principais povos bárbaros se deslocaram em direção ao Império Romano, empurrados pelos Hunos que vinham do oriente, levando pânico e destruição aonde chegavam. Esse processo acabou por precipitar a fragmentação do império, já decadente devido à crise do escravismo e a anarquia militar.

Principais Povos Bárbaros Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de

obra de arte abaixo) Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra

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Burgúndios: estabeleceram-se no sudoeste da França Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da

arte visigótica) Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália

Invasões bárbaras. Disponível em: http://www.mundovestibular.com.br/. Acesso 27/03/2017.

Vida dos dos Bárbaros Germânicos

A maioria destes povos organizava-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.

Os bárbaros eram politeístas, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin

era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso

A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.

Origens do Feudalismo O Feudalismo foi o modo de produção da Europa Ocidental, durante grande parte da Idade

Média. As origens do feudalismo remontam ao século III, quando o sistema escravista de produção no Império Romano entrou em crise. Diante da crise econômica e das invasões germânicas, muitos dos grandes senhores romanos abandonaram as cidades e foram morar nas suas propriedades no campo. Esses centros rurais, conhecidos por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. Muitos romanos menos ricos passaram a buscar proteção e trabalho nas terras desses grandes senhores. Para poderem utilizar as terras, no entanto, eles eram obrigados a entregar ao proprietário parte do que produziam, estava instituído assim, o colonato. Aos poucos, o sistema escravista de produção no Império Romano ia sendo substituído pelo regime de colonato ou sistema servil de produção, que iria predominar na Europa feudal. Nascia, então, o regime de servidão, onde o trabalhador rural é o servo do grande proprietário.

No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um suserano, e quem a recebia era um vassalo. As relações entre o suserano e o vassalo eram de obrigações mútuas, estabelecidas através de um juramento de fidelidade. Quando um vassalo era investido na

posse do feudo pelo suserano, jurava prestar-lhe auxílio militar. O suserano, por sua vez, se obrigava a dar proteção jurídica e militar ao vassalo.

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O feudo (terra) era o domínio de um senhor feudal. Era o centro da vida econômica e social. Não se sabe o tamanho médio desses feudos. Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, a floresta e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava melhor cultivável. A base do sistema feudal eram as relações servis de produção. Os servos viviam em extrema miséria, pois, além de estarem presos à terra por força de lei, estavam presos aos senhores, aquém deviam obrigações como: - a talha; a corveia; as banalidades.

A talha era a obrigação de o servo dar, a seu senhor, uma parte do que produzia. Essa parte, em geral, correspondia à metade. A corveia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias por semana no manso senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.

As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores pelo uso da destilaria, do forno, do moinho, do celeiro etc. Além, disso, uma parte da sua produção era destinada à Igreja. Tudo isso levava a um baixíssimo índice de produtividade, pois, além de as técnicas serem rudimentares, os servos não tinham a menor motivação para desenvolvê-las porque sabiam que, quanto mais produzissem, mais os senhores lhes sugariam.

O feudo era autossuficiente, isto é, produzia quase tudo que se precisava para sobrevivência. Nessa época o comércio era praticamente inexistente. Havia pouca circulação de moeda. Por isso, quase sempre faziam trocas de um produto por outro. A principal atividade no feudo era a agricultura que garantia o sustento de servos e senhores. Portanto, o modo de produção da Idade Média chamou-se de Feudalismo e a principal atividade econômica era a agricultura.

A sociedade feudal era dividida em estamentos, isto é, uma sociedade composta por camadas estanques, em que a passagem de uma camada social para a outra era praticamente impossível. De acordo com a função específica de cada camada alguns historiadores classificam-na como uma sociedade formada por aqueles que lutam (nobres), aqueles que rezam (clero) e aqueles que trabalham (servos).

Os servos não tinham a propriedade da terra e estavam presos a ela. Não podiam ser vendidos como se fazia com os escravos, nem tinham liberdade de abandonar as terras onde nasceram. Nas camadas pobres, havia também os vilões. Os vilões eram homens livres que viviam no feudo, deviam algumas obrigações aos senhores, como por exemplo, as banalidades, mas não estavam presos à terra, podendo sair dela quando o desejassem. A nobreza e o clero compunham a camada dominante dos senhores feudais, ou seja, aqueles que tinham a posse legal da terra e do servo e que dominavam o poder político, militar e jurídico. O alto clero era composto pelos seguintes membros: papa, arcebispos e bispos.

O baixo clero era composto pelos padres, e monges. A nobreza era também hierarquizada estando dividida em alta e baixa nobreza. Alta nobreza: duque, marquês

e conde. Baixa nobreza: visconde, barão e cavaleiro. O poder na sociedade feudal estavam assim, nas mãos dos senhores feudais e da Igreja.

Os fatores que mais contribuíram para o declínio do sistema feudal foram o ressurgimento do comércio e o crescimento das cidades. Com o crescimento das cidades, os camponeses passaram a vender mais produtos e, em troca, conseguir mais dinheiro. Com o dinheiro alguns puderam comprar a

liberdade. Outros simplesmente fugiram para as cidades em busca de melhores condições de vida. Origens do Feudalismo. Disponível em: http://geoconceicao.blogspot.com.br/2009/07/origem-do-feudalismo.html. Acesso em 27/03/2017.

Fonte: http://www.historiajaragua.com.br/2011/04/feudalismo-os-estamentos-6a-serie.html

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A Igreja na Idade Média

Quando os bárbaros invadiram as terras do Império Romano a Igreja já era instituição organizada com muitos fiéis. Desta forma, o catolicismo se impôs como a principal religião na Europa Ocidental.

Além de rica, a Igreja também ditava as normas sobre os costumes e a moral. Estava presente em cada momento e em cada ato dos cristãos. O medo do castigo depois da morte é que regulava a vida dos cristãos e isto os impedia de pecar, conformando-se com aquela vida, como ela era.

A Igreja regulamentava as relações entre as pessoas (casamento, doação de feudo, etc.); definia o que deveria ser feito em cada hora: o tempo de oração, jejum, de guerra e de paz.

Era função das Igreja administrar a justiça. Julgava os casos, baseando-se no Direito Canônico, o qual regulava inúmeras relações e instituições sociais. Aqueles que se afastavam de suas normas sofriam severas punições. Para combater os hereges, a Igreja criou o Tribunal do

santo Ofício da Inquisição (1233). As acusações poderiam ser anônimas. Os processos instaurados transmitiam à massa de fiéis o medo e o terror. As acusações mais comuns eram: blasfêmia, desacato, bruxaria, sodomia, etc. As penas incluíam: excomunhão, confisco de bens, exílio, prisão perpétua, açoites públicos e morte na fogueira.

Outra função da Igreja era dar assistência às viúvas, pobres, órfãos, asilos, hospitais e às vítimas das pestes e epidemias. Além disso, era responsável pelo ensino nas escolas.

Cruzadas

As Cruzadas eram expedições militares organizadas pela Igreja Católica para salvar os lugares santos do Cristianismo em Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos sobre os muçulmanos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus através da captura e do assassinato, de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela libertação de Jerusalém. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.

Após isso, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre

seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos.

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação.

Fonte:http://www.debatesculturais.com.br/os-templarios-e-as-cruzadas-primeira-parte/

Catedral de Notre Dame em Paris construida em 1163. Fonte: http://www.cristinamello.com.br/?p=1246

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Embora não tenham sido bem-sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa.

Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas

comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

Baixa Idade Média (séc. XI a XV) A partir do século XI a Europa passou por uma série de transformações que acabaram por levar

à crise do sistema feudal: – novas técnicas agrícolas aumentaram a produtividade das terras. Exemplos: o uso do cavalo

como animal de tração, a produção e o consumo de leguminosas (que melhorou a qualidade de vida), a rotação trienal do plantio, nova tecnologia para drenagem de pântanos e lagos, e outros;

– crescimento demográfico e produção de um excedente agrícola que poderia ser comercializado; – desenvolvimento de um pequeno comércio entre os feudos, o que fez com que se sentisse a

necessidade do uso de moedas e da padronização de pesos e medidas; – aumento das disputas por terras entre os nobres, motivados tanto pelo crescimento

demográfico, quanto pelas novas possibilidades agrícolas. - Em meio a esse processo, o papa Urbano II convocou os cristãos europeus para uma guerra, a

fim de tomar Jerusalém (a “Terra Santa”) das mãos dos muçulmanos. Assim se iniciaram as Cruzadas: várias batalhas de europeus no Oriente Médio, que duraram de 1095 até 1291.Sabemos que a motivação para tal empreitada foi religiosa, mas não podemos deixar de observar que as guerras em terras estrangeiras foram, de fato, a solução para todo o problema europeu dos séculos XI e XII: excesso populacional, necessidade de ampliação do comércio, motivação militar para os nobres buscarem terras fora da Europa.

- As Cruzadas reabriram as rotas de comércios dos europeus com o oriente e aceleraram a fragmentação do Império árabe muçulmano, que no século VIII se estendia do Oriente Médio, norte da África até a Península Ibérica.

- Comerciantes buscavam no Oriente as especiarias (pimenta, gengibre, cravo, tecidos, anil, marfim) e as vendiam por preços exorbitantes na Europa. No início existiam várias rotas terrestres de comércio, mas como as estradas eram muito perigosas e os senhores feudais aproveitavam para cobrar altos impostos para liberar a passagem, os comerciantes passaram a promover as feiras a fim de atrair os compradores para um local mais propicio, além de se organizarem em guildas ou hansas

(associações) para terem maior capital para ser investido e para se deslocarem em grupo, diminuindo os riscos e os prejuízos. Castelo medieval de Gravensteen, na Bélgica, construído no século XII.

Ao longo dos séculos, ele serviu como corte e prisão. Hoje é atração turística da cidade de Gante (Foto: iStock)

- Em torno dessas feiras, ou próximo aos castelos e mosteiros, os comerciantes fundaram os burgos, ou seja, um centro comercial que deu origem às cidades. Nos burgos também se desenvolveu o

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artesanato voltado para o comércio. Burguês era o indivíduo que morava no burgo e vivia do comércio local, e burguesia é o nome desse novo grupo social que aos poucos ganhava prestígio.

- Com a riqueza gerada pelo comércio, a burguesia conquistou sua autonomia, principalmente comprando do senhor feudal local a independência da cidade (Carta de Franquia). E dentro das cidades os artesão e comerciantes de cada setor (tecelões, marceneiros, banqueiros…) se organizaram em Corporações de Ofício, a fim de garantir seus interesses. Baixa Idade Média. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-baixa-idade-media/Acesso em 27/03/2017.

Peste Negra

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram entre esta doença, guerras e fome. A Peste

Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a

situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam para o campo com medo de serem infectados. Idade Média. COTRIM, Gilberto História Geral. São Paulo: Ed. Saraiva.

O Surgimento do Islã Islamismo ou Islã é uma religião monoteísta fundada pelo profeta Maomé no início do século VII.

"Islã" é uma palavra árabe que significa "submissão" ou "rendição" e se refere àqueles que obedecem a “Alá”, o único e verdadeiro Deus, o criador, o provedor e o ceifador da vida. Os seguidores da religião islâmica são chamados de muçulmanos (aqueles que se submetem a Deus). É uma religião monoteísta que prega a submissão total do homem à vontade de Alá, o Deus único.

O Islamismo teve início quando Maomé, um comerciante da cidade de Meca, na Península Arábica, se retirou para uma caverna nos arredores da cidade para meditar no ano 610. Na caverna, situada no Monte Hira, Maomé recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe mandou recitar versos que lhe teriam sido enviados por Deus e lhe comunicou que ele, Maomé, fora escolhido para ser o último profeta enviado por Deus à humanidade. Os versos foram posteriormente redigidos, formando o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.

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Maomé começou, então, a pregar, em sua cidade, os ensinamentos que recebera na caverna. As pessoas que aceitaram esses ensinamentos passaram a ser conhecidos como "muçulmanos", ou seja, "aqueles que se submetem à vontade de Deus, aqueles que estão em paz, aqueles que são puros, aqueles que obedecem à vontade de Deus", a partir da raiz etimológica árabe salam, que significa "paz, pureza, submissão, obediência". Esta mesma raiz etimológica originou o nome da comunidade de seguidores de Maomé, o Islã. Porém os adeptos da nova religião foram hostilizados pela população e Maomé teve de fugir para a cidade próxima de Iatribe, a atual Medina, no ano 622. Essa fuga recebeu o

nome de Hégira (Hijra) e deu início ao atual calendário muçulmano. Em Medina, a pregação de Maomé foi melhor recebida. Formou-se uma comunidade

muçulmana na cidade sob a liderança de Maomé. Medina começou então a ser atacada por Meca, que temia o crescimento da nova religião fundada por Maomé, a qual condenava o politeísmo praticado em Meca e que gerava grandes lucros para a elite local. Os confrontos se intensificaram até a vitória final de Medina.

Em Meca, Maomé destruiu os ídolos que ficavam no templo da Caaba, preservando somente a Pedra Negra, um meteorito negro de cinquenta centímetros de diâmetro. Maomé decretou que a Caaba, daí em diante, seria o centro da nova religião. Os muçulmanos não se deram satisfeitos com a conquista de Meca e continuaram sua expansão conquistando militarmente toda a Península Arábica, o Oriente Médio, o norte da África e a Pérsia.

Em 632, morreu Maomé, desencadeando uma disputa pela sua sucessão como líder dos muçulmanos, ou califa. Abu Bakr foi declarado oficialmente como seu sucessor, porém muitos muçulmanos preferiram apoiar Ali ibn Abu Talib, primo e genro de Maomé. Os que apoiaram Ali passaram a ser chamados de "xiitas", de Shiat Ali ("Partido de Ali").

Os demais muçulmanos passaram a ser conhecidos como "sunitas", de suna ("caminho trilhado"), pois eles seguem apenas aquilo que Maomé determinou ao longo de sua vida.

O livro sagrado do Islamismo é o Alcorão (do árabe alqur´rãn, leitura), consiste na coletânea das revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça nas relações entre os seres humanos. Dentre os vários princípios do Islamismo, cinco são regras fundamentais para os mulçumanos: - Crer em Alá, o único Deus, e em Maomé, seu profeta; - Realizar cinco orações diárias comunitárias (sãlat); - Ser generoso para com os pobres e dar esmolas; - Obedecer

Masjid al-Haram (a Mesquita Sagrada), também conhecida como a Grande Mesquita, é considerada o maior centro de peregrinação do mundo, localizada na cidade de Meca, na Arábia Saudita. Fonte: http://hattidaniel.blogspot.com.br/2013/05/a-maior-mesquita-do-mundo.html

A Caaba é uma construção cúbica de 15,24 metros de altura, e é cercada por muros de 10,67 metros e 12,19 metros de altura. Ela está permanentemente coberta por uma manta escura com bordados dourados que é regularmente substituída. Em seu exterior, encravada em uma moldura de prata, encontra-se a Hajar el Aswad ("Pedra Negra"), uma pedra escura, de cerca de 50 centímetros de diâmetro, que é uma das relíquias mais sagradas do Islã. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caaba

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ao jejum religioso durante o ramadã (mês anual de jejum); - Ir em peregrinação à Meca pelo menos uma vez durante a vida (hajj).

Sunitas – defendem que o chefe do Estado mulçumano (califa) deve reunir virtudes como honra, respeito pelas leis e capacidade de trabalho, porém, não acham que ele deve ser infalível ou impecável em suas ações. Além do Alcorão, os sunitas utilizam como fonte de ensinamentos religiosos as Sunas, livro que reúne o conjunto de tradições recolhidas com os companheiros de Maomé.

Xiitas – alegam que a chefia do Estado muçulmano só pode ser ocupada por alguém que seja descendente do profeta Maomé ou que possua algum vínculo de parentesco com ele. Afirmam que o chefe da comunidade islâmica, o imã, é diretamente inspirado por Alá, sendo, por isso, um ser infalível. Aceitam somente o Alcorão como fonte sagrada de ensinamentos religiosos.

Alguns pontos em comum entre Xiitas e Sunitas são: a individualidade de Deus, a crença nas revelações de Maomé e a crença na ressurreição do profeta no Dia do Julgamento.

No Brasil, o Islamismo chegou, primeiramente, através dos escravos africanos trazidos ao país. Posteriormente, ocorreu

um grande fluxo migratório de árabes para o território brasileiro, contribuindo para a expansão da religião. A primeira mesquita islâmica no Brasil foi fundada em 1929, em São Paulo.

Dentre os vários princípios do Islamismo, cinco são regras fundamentais para os mulçumanos: - Crer em Alá, o único Deus, e em Maomé, seu profeta; - Realizar cinco orações diárias comunitárias

(sãlat); - Ser generoso para com os pobres e dar esmolas; - Obedecer ao jejum religioso durante o ramadã (mês anual de jejum); - Ir em peregrinação à Meca pelo menos uma vez durante a vida (hajj).

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Roteiro de Estudo. I Parte – História Ensino Médio

Ler, resumir, gravar (celular), escutar, visualizar. Complete os quadros de forma resumida, sempre focando nas características e ideias principais e também nas palavras-chave. 01. Compare os períodos da Pré-História, destacando os principais eventos de cada época. 02. Conceitue arte rupestre. 03. Enumere as principais transformações que marcam o estágio de civilização. 04. Identifique as características do modo de produção asiático. 05. Mesopotâmia

Importância

Religião

Código de Hamurabi

Escrita Cuneiforme

Economia

Legado

06. Egito

Importância do rio Nilo

Sociedade

Economia

Escrita

Religião

Arquitetura

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07. Sobre o Reino Kush cite aspectos da organização política e sua importância na época. O que era Candace? 08. Grécia Antiga

Localização

Principais polis

Comparação entre Atenas e Esparta

Guerras Médicas

Guerras do Peloponeso

Democracia Ateniense

Mitologia e suas principais figuras

Teatro grego

Correntes filosóficas e seus principais filósofos

Destaques da arquitetura grega

Legado grego

09. Roma Antiga

Períodos da história política de Roma – principais acontecimentos

Monarquia

República

Império

Localização

Origem lendária

Sociedade

Leis conquistadas pelos plebeus

Princípios do direito romano

Religião pagã

Religião cristã

Legado romano

Causas socioeconômicas da queda do Império Romano

10. Idade Média

Os 3 impérios

Divisões

11. Bárbaros

Conceito

Principais grupos

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História para conhecer, conscientizar e humanizar 36

12. Feudalismo

Conceito

Origens

Economia

Impostos

Sociedade

Papel da Igreja

Tribunal do Santo Ofício da Inquisição

13. Baixa Idade Média

Cruzadas

Peste Negra

Renascimento Comercial

14. Islamismo

Significado

Como religião

Maomé

Alcorão ensinamentos

Hégira

Caaba

Sunitas

Xiitas

Regras fundamentais