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Intervenções Paulo Sacadura Cabral Portas Pedro Reis António de Almeida Lima Miguel Horta e Costa Pedro Passos Coelho Alain Juppé Vítor Gaspar António de Almeida Ribeiro Janeiro de 2012 Edição digital, Ano I, número 1 PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO DIPLOMÁTICO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS Negócios Estrangeiros Seminário Diplomático

Negócios Estrangeiros - Instituto DiplomáticoFicha técnica Negócios Estrangeiros – Seminário Diplomático Edição digital, Ano I. n.º 1 Publicação do Ministério dos Negócios

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IntervençõesPaulo Sacadura Cabral PortasPedro ReisAntónio de Almeida LimaMiguel Horta e CostaPedro Passos CoelhoAlain JuppéVítor GasparAntónio de Almeida Ribeiro

Janeiro de 2012

Edição digital, Ano I, número 1publIcAção do InstItuto dIplomátIco do mInIstérIo dos nEgócIos EstrAngEIros

Negócios EstrangeirosSeminário Diplomático

Ficha técnica

Negócios Estrangeiros – Seminário DiplomáticoEdição digital, Ano I. n.º 1

Publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros

DiretoraManuela Franco

Diretor ExecutivoJorge Azevedo Correia

Editor ExecutivoAna Rita Carvalho

Design GráficoClássica, SA

EdiçãoInstituto Diplomático, Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE)Rua das Necessidades, n.º 19 – 1350-218 LisboaTel. 351 21 393 20 40 – Fax 351 21 393 20 49 – e-mail: [email protected]

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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nota introdutória

Com a presente edição do Seminário Diplomático 2012, o Instituto Diplomático inicia-se nas publicações em formato digital,

assegurando assim uma divulgação mais ampla e célere das orientações nacionais em matéria de política externa.

Reunindo muitos dos benefícios das publicações impressas e digitais, a presente edição insere-se no contexto mais amplo de

reformulação da política editorial do Instituto Diplomático. Procurando contribuir para aprofundar a dimensão da política

externa como política pública, e atentas as suas atribuições, o Instituto Diplomático terá como prioridade contribuir para

aprofundar o estudo da diplomacia e da política externa portuguesa em todas as suas dimensões, dirigindo-se a um público

alargado, dentro e fora de Portugal.

O Instituto Diplomático espera que este primeiro ensaio seja bem recebido e, assim, abra caminho para tirar partido das novas

possibilidades proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente para preservar e facultar as

fontes documentais imprescindíveis à história da diplomacia e da política externa portuguesa.

Manuela Franco

Diretora

Intervenção do ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros

Paulo Sacadura cabral Portas

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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5 Intervenção do ministro de Estado e dos negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral Portas

O seminário diplomático é o momento adequado para definir o que vai ser o Ministério em 2012, o que vai ser a política externa

portuguesa em 2012, e qual é o pensamento e o interesse de Portugal sobre algumas das grandes questões internacionais em

2012. É com gosto que faço este exercício pela primeira vez, precisamente nesta sala que conheço tão bem e que simboliza a

sempre necessária e propícia relação entre a diplomacia e a segurança.

Começo exatamente pela “casa”, consciente do esforço que está a ser exigido aos diplomatas e da crítica, nem sempre irrazoável,

feita aos ministros, por não tratarem exaustiva ou minuciosamente dos assuntos da “casa”. Ora, é meu parecer que não há boa

política externa sem um Ministério dos Negócios Estrangeiros organizado, modernizado e motivado.

Penso, há muito tempo, e creio ser justo dizê-lo, que há poucos setores da Administração Pública em que o custo de uma polí-

tica seja tão pequeno e o benefício que ela pode trazer a Portugal seja tão elevado. Portugal é uma nação antiga e dispõe, por

isso, de uma das diplomacias mais sabedoras, experimentadas e competitivas. A nossa invulgar sobrevivência política em con-

dições adversas; a audácia das peregrinações de Portugal pelo mundo; uma capacidade não delegável de construir pontes, unir

culturas e compreender diferenças; a fina diversidade das nossas parcerias estratégicas, ontem, hoje e amanhã, representam

elementos de uma reputação internacional que não devemos apoucar, e que seria impossível de atingir sem uma cultura de

profissionalismo diplomático que os outros reconhecem, tanto ou mais do que nós próprios.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

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Sucede que, para manter o elevado padrão de serviço da “casa”, o Ministério não pode parar no tempo e precisa de se refor-

mar. Essa ideia de reforma será inspiradora de todo o mandato. Acredito na renovação das gerações de diplomatas, acredito

na atualização das orgânicas para melhorar resultados e acredito que há novos horizontes a rasgar ou a vincar na ação prio-

ritária dos diplomatas.

Como sabemos, nos primeiros seis meses, fez-se uma reforma orgânica do Ministério, reduzindo 25% dos seus cargos diri-

gentes, o que sendo boa notícia para o contribuinte só é praticável com escolhas altamente criteriosas daqueles e naqueles em

quem depositamos confiança para dirigir. Depois, fez-se uma reestruturação das embaixadas e dos consulados, assumindo,

sem medo, que a geografia das nossas missões diplomáticas tem de mudar pela simples razão de que o mundo muda. O “tabu”

de que não se podem desativar embaixadas tem uma racionalidade tão misteriosa como a que impediria a abertura de novas

legações. Portugal tem de estar onde estão os Portugueses – e não permitiremos nenhum sacrifício essencial nessa matéria. E

Portugal tem de saber ir para onde vão as suas empresas, as suas marcas, os seus interesses, os seus negócios, as suas oportu-

nidades, o dinamismo das nossas exportações e o potencial dos investimentos no nosso país. Neste processo reformador, foi

ainda relevante clarificar a questão da diplomacia económica. Não há tempo a perder e, por isso, quinzenalmente, reúno com

a administração da AICEP. Permitam-me esta pergunta: se países bem mais desenvolvidos e prósperos reúnem nas embaixa-

das e consulados as suas redes externas – a diplomática, a comercial e a turística – porque haveria Portugal, que até está em

dificuldades e não por acaso até precisa, como de pão para a boca, de uma política externa económica e empresarial eficaz, de

manter a ineficiente singularidade de não conjugar, não coordenar, e às vezes nem tão pouco articular todas as suas energias e

fontes de ação económica externa? Por fim, recordo ainda a reforma, que bem sei não ser isenta de controvérsia, que fez surgir

o novo Camões, que vai simultaneamente ser o Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa. Cuidaremos da importância

da língua e da especificidade da cooperação. Mas escapa-me porque há de Portugal replicar e duplicar serviços que podem ser

comuns, em duas áreas em que a tangente das políticas é tão próxima e a incomunicação das burocracias é tão penalizadora.

Basta recordar o intenso e extenso trabalho em prol do ensino, tanto dos agentes da cooperação como dos da língua, nos paí-

ses de expressão portuguesa, para ter a audácia de apostar nas sinergias.

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Ocorre-me que a ordem das coisas deve ser a de arrumar primeiro os conceitos e depois escolher as pessoas. Este seminário

diplomático acontece no dia seguinte a um dos movimentos diplomáticos de mais longo alcance na história recente do Minis-

tério. Respeitando o natural processo de acreditação junto de países amigos, o que releva afirmar hoje são quatro coisas. A

primeira é a minha gratidão a todos os embaixadores de Portugal que se reformam por imperativo legal; a segunda é que Por-

tugal vai ter embaixadores e cônsules de uma nova geração; a terceira é que Portugal duplica o número de mulheres à frente de

embaixadas ou missões; e, por último, sem que seja um detalhe, houve uma só preocupação, a de procurar colocar os melho-

res nos postos mais difíceis, que é exatamente o que Portugal espera da sua diplomacia neste momento tão difícil para a nossa

realidade interna e para a nossa imagem externa. Anoto, em rodapé, que a deliberada reserva com que o movimento foi pre-

parado marca uma atitude – a da suficiente discrição.

Concluída esta primeira fase, a que alguém, não sem excesso de criatividade, já chamou “Primavera diplomática” – certamente

para pontuar uma sucessão de transformações conceptuais, orgânicas e de direção, feita com gradualismo e inclusividade –,

importa estabelecer as prioridades para este ano. A sua execução contará já com a ajuda do novo Secretário-Geral da “casa”,

que por todos saúdo, e dos novos Diretores-gerais do Ministério, ontem anunciados, de quem também espero muito. O traba-

lho dos Secretários de Estado, agora que todos os diplomas estão publicados e as competências podem, por isso, ser confiadas,

é essencial.

Novos tempos, novas prioridades. Por isso, enuncio os principais trabalhos que nos esperam, para dotarmos o Ministério de

mais consistência na reflexão, mais prontidão na resposta e mais eficácia nos resultados.

Na política de comunidades, temos de garantir uma boa execução de permanências consulares, que substitua com vantagem os

vice-consulados que foram desativados. A integração em consulados maiores tem de correr bem, a deslocação de funcionários

para fazer atos consulares deve de ser regular e previamente anunciada, a possibilidade de, através de novos equipamentos,

servir os nossos emigrantes em locais nunca antes visitados pelo Ministério, deve estar operacional dentro em breve.

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Na política do ensino do Português, terá ser planeada e executada uma reforma em profundidade. Para nós, não há emigran-

tes de primeira e emigrantes de segunda. Isso significa fazer um esforço considerável para a integração curricular do Português

em vários países, melhorar a respetiva avaliação e certificação, e contrariar a iníqua disparidade existente entre as comunida-

des que vivem, por exemplo, no continente americano, e há muito tempo participam na organização e financiamento de rede

do Português, e aquelas outras comunidades, sobretudo em vários países da Europa, onde quase toda a responsabilidade recai

sobre o Estado.

Na política de cooperação, temos de aprender a ter menos dispersão de projetos e mais visibilidade sobre o seu retorno. Deve-

mos, também, progressivamente, estimular a coparticipação e o cofinanciamento dos países que beneficiam da nossa coopera-

ção na exata medida em que isso seja a consequência do seu maior progresso e desenvolvimento. De igual modo, a aposta na

cooperação delegada, em projetos de União Europeia, terá maior peso. Em tempo de austeridade, em que o Estado deve dar o

exemplo, saber escolher é decisivo; e saber avaliar é ser consequente.

Ainda no plano da cooperação, vamos ativar o Conselho Interministerial para a Cooperação. Como todos sabemos, há uma

prática inconveniente, e uma inércia que a torna ainda mais prejudicial, que leva a que cada Ministério tenha a sua peculiar

política de cooperação. O resultado é uma impressionante multiplicação de esforços isolados, e o inerente défice de visão, coe-

rência e planeamento globais. Num país que tem de ter muita cautela com o dinheiro que gasta, e onde devemos prestar contas

sobre o “como” e o “para quê” de cada despesa, a coordenação das ações de cooperação tem de ser transparente, seletiva e,

sobretudo, útil. É preferível apostar em menos projetos com mais lastro do que continuar a disseminar iniciativas que, tantas

vezes, se esgotam em si próprias.

As fusões orgânicas não são um fim em si mesmas. Têm de ser meticulosamente acompanhadas: daremos grande enfoque à

do novo Camões, pelas razões explicadas; e ao estabelecimento de uma cultura de mútua integração entre a nova AICEP e a

antiga e ora extinta Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos.

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Daremos também ênfase à criação, nas capitais em que Portugal tem vários postos diplomáticos em simultâneo – por exem-

plo Bruxelas, Viena, Paris e Estrasburgo – dos centros administrativos comuns. Permitam-me um testemunho: quando vejo os

países nórdicos, cada qual com a sua soberania, reunirem-se num só edifício, por exemplo em Berlim, custa-me verificar que,

em Portugal, ainda há quem tema, e por temer renuncie, a fazer o que é óbvio: agregar serviços administrativos que atualmente

estão dispersos, e redundam despesa, em várias embaixadas ou consulados numa só cidade. Tenhamos a humildade da eficácia.

Será ainda prioridade, este ano, rever o Estatuto do Pessoal do Serviço Externo. São tantas as queixas sobre a sua rigidez que

só um módico de temor corporativo adiará numa mudança que é clamorosamente necessária. Não sou dado a esse género de

cobardias institucionais: o que está mal é para mudar, o que está certo é para garantir.

Também devemos dar início, com idêntica preocupação de diálogo social e a necessária articulação institucional, aos trabalhos

preparatórios da reforma do Estatuto da Carreira Diplomática. É uma reforma profunda, nuclear para o prestígio da carreira

e a sua meritocracia; é um trabalho de filigrana que, no momento nacional oportuno, ainda nesta legislatura, queremos fazer

aprovar.

Por fim, mas uma vez mais com importância, quero que o Ministério prepare muito bem preparado o concurso para novos

diplomatas. Vamos aperfeiçoar, tanto o calendário, demasiado extenso, como o programa do concurso, porventura demasiado

clássico. Será um caso de extrema exigência, porque o escol que devemos garantir, terá de ser filho único da excelência e do

mérito e não de qualquer favor ou cunha. Compreenderão que se acentue a componente de formação económica dos novos

diplomatas.

Para trabalhos de e na “casa”, parece-me um programa tão aliciante como árduo. Veremos, daqui a um ano, o que conseguimos.

Devo em seguida dizer algo mais sobre duas das prioridades de política externa que, no momento atual de Portugal, elegi,

desde o primeiro dia, como principais – tendo o cuidado de acrescentar que não esgotam o elenco das nossas tarefas. Refiro-

-me à melhoria da perceção externa sobre Portugal e ao empenhamento total na diplomacia económica.

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O Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Ministro de Estado e das Finanças não deixarão de se referir, nas intervenções que

hoje aqui farão, à narrativa de Portugal e do caso português no atual contexto financeiro interno e externo. Útil será referir,

para já, alguns pontos politicamente relevantes.

Desde logo, melhorar a perceção externa sobre a situação de Portugal deve ser a vossa missão, diria até, a vossa obsessão diá-

ria. Para isso é essencial que os diplomatas tenham informação e convicção. Providenciaremos a primeira, esperamos de vós

a segunda.

Tenho afirmado inúmeras vezes, que, quando um Estado multissecular como Portugal, cai numa situação de défice e de dívida

em excesso, carece de ajuda externa para evitar a insolvência ou a rutura do sistema financeiro – e era exatamente nessa posi-

ção que estávamos em Junho passado -, a única coisa a fazer é corrigir a rota, cumprir os acordos, apostar na credibilidade,

recuperar a nossa reputação. Devemos reagir a esta crise não com espírito de fação, mas como uma só nação; não com lógica

de classes, mas com atitude nacional; e ter sempre presente que as medidas que são tomadas, na sua grande maioria, na medida

em que não constituem uma opção mas uma obrigação, comprometem a palavra do Estado português e não apenas a deste

ou daquele partido. Ora, o que vos peço, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, falando para uma carreira que só existe

e faz sentido para prosseguir o interesse nacional, é que em 2012 tenhamos sempre presente este conceito: do vosso profissio-

nalismo depende em boa medida o sucesso e a esperança do patriotismo que todos partilhamos, aquele que distingue, explica

e defende Portugal no mundo, aqui e agora, em circunstâncias tão voláteis quanto extremamente complexas.

Saliento, como pontos essenciais, os que me parecem de elementar evidência e reconhecimento.

Há seis meses, Portugal era associado à situação da Grécia. Seis meses volvidos, começam a dar-se condições de espessura e

tempo para singularizar o caso português.

É tão necessário, para Portugal, cumprir os acordos que subscrevemos como Estado, como, para os nossos credores, que Por-

tugal tenha um bom desempenho. Portugal precisa de ser visto e percebido como um Estado que honra a sua palavra e não

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falha os seus compromissos. E a ninguém escapa que, para a Europa e o Fundo Monetário Internacional, é importante conso-

lidar um caso de sucesso.

Os dados da execução orçamental do segundo semestre de 2012 parecem substancialmente diferentes da derrapagem verificada

no primeiro semestre. A leitura dessa sua diferença é óbvia: vale a pena fazer todo este esforço porque nos afasta do precipício

e nos aproxima do caminho certo.

O programa de assistência externa, sem o qual, repito, não haveria dinheiro para pagar salários nem pensões, é um programa

cuja previsão de execução é de 36 meses. Faz sentido ir verificando, com o triunvirato, as melhores soluções; mas é estultício

pensar que, ao cabo de apenas seis meses, a reputação de um estado ganha alguma coisa conjugando, politicamente, verbos

como hesitar, vacilar ou incumprir.

Como elementos de caracterização importantes do caso português, o caso que, se quisermos, pode e deve ser bem sucedido,

devemos salientar a solidez de uma maioria de governo, a importância da articulação entre órgãos de soberania e um esforço

relevante para manter a coesão social. Tudo isso distingue Portugal de países onde os governos são frágeis, as instituições coli-

dem e a rutura social é dominante.

Pertencem as senhoras e senhores diplomatas a uma profissão que conhece bem a História de Portugal. Por isso, creio que enten-

dem esta mensagem: Portugal nunca soçobrou perante as dificuldades que enfrentou. Vamos superar juntos, enquanto nação,

este obstáculo; o que nos move não é sequer essa certeza do passado, é apenas reaver a certeza de um país viável e dedicar às

próximas gerações a melhor das homenagens: serem Portugueses livres de hipoteca.

O segundo ponto que devo frisar reconduz-nos a tarefas também urgentes do Ministério, em articulação com os departamen-

tos económicos do governo e da administração. Falo da diplomacia económica.

Quando regressarem aos vossos postos, encontrarão uma carta de missão sobre as prioridades da diplomacia económica.

Algumas matérias são de natureza reservada, mas posso e devo salientar aqui deveres e tarefas que são a pedra de toque da

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concretização prática desta prioridade, não sem clarificar que há muito tempo, muitos diplomatas já fazem muita diplomacia

empresarial ou de negócios. O que muda é a radical assunção de que se trata de uma prioridade política; e a facilitação dos

instrumentos orgânicos para a tornar operacional.

– Será assinado, até ao final do mês, um protocolo entre o Ministério e a AICEP, que prevê as formas de integração entre as

duas instituições.

– É essencial completar a integração, nas embaixadas, das redes diplomática, comercial e turística, sob a autoridade do chefe

da missão.

– De cada vez que um diplomata partir para um posto, receberá informação detalhada de sobre os interesses económicos de

Portugal nesse país e a rede de empresas portuguesas que aí estão presentes; de igual modo, cada vez que um adido econó-

mico for nomeado, receberá informação detalhada sobre o funcionamento das missões diplomáticas.

– É essencial que os chefes de missão conheçam o trabalho dos adidos de natureza comercial ou turística; em contrapartida,

haverá comunicação fluida entre a AICEP, em cuja administração está um embaixador, e as missões diplomáticas.

– Será garantida presença da AICEP na coordenação diplomática promovida pela DGPE, bem como a sua articulação com a

DGAE, nas matérias que estão a seu cargo.

– Será estabelecido um serviço de cifra na AICEP, passando a ser corrente a telegrafia diplomática de natureza económica,

empresarial e de negócios, segundo os habituais procedimentos de segurança.

– A rede externa da AICEP e do ITP beneficiará não apenas da sua colocalização nas missões diplomáticas, como os seus fun-

cionários beneficiarão do mesmo regime fiscal aplicável aos diplomatas portugueses no exterior.

– Serão articuladas as viagens de trabalho dos órgãos de soberania do país – começando pelas do governo – com missões

empresariais previamente preparadas e depois objeto de acompanhamento.

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– Em obediência ao princípio, que sempre enunciei, de que as embaixadas e consulados devem ser, também, centros de negó-

cios de Portugal, onde se promovem as nossas marcas, os nossos produtos e as nossas empresas, cada posto diplomático

deverá definir, num prazo indicado, um business plan, isto é, um conjunto de objetivos e ações para promover as exportações

e atrair os investimentos.

– Esse plano de negócios de cada posto diplomático será alvo de avaliações parcelares e de uma avaliação no final do ano.

Naturalmente, como estamos no início desta institucionalidade política, os planos serão progressiva e gradualmente mais

exigentes.

– As embaixadas devem estar disponíveis para promover eventos económicos e empresariais credíveis de promoção de Portu-

gal no exterior, procurando, em articulação com a AICEP e o ITP, sponsors interessados.

– As missões, sobretudo as que se encontram nas praças financeiras e internacionais mais importantes, devem organizar, regu-

larmente, roadshows dirigidos à captação de investimento estrangeiro em Portugal.

– É especialmente crítica a informação dos postos diplomáticos sobre a abertura de concursos públicos que suscitem interesse

à geometria das empresas portuguesas que já se internacionalizaram ou procuram internacionalizar-se.

– É essencial ter uma boa política de informação e comunicação públicas, inclusive nas redes sociais, sobre Portugal, nos pos-

tos diplomáticos.

– Teremos de fazer um esforço acrescido, metódico e globalizado para construir e mobilizar a rede de quadros portugueses no

exterior, não esquecendo o potencial económico dos portugueses que, por esse mundo fora, são empresários e querem apos-

tar em Portugal.

Eis o essencial de um projeto inspirador, inovador e até emocionante. Se o cumprirmos, prestaremos um enorme serviço a

Portugal.

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A propósito da diplomacia económica quero que saibam, ainda, que, desde que assumi, por delegação do Primeiro-Minis-

tro, a tutela da AICEP, pedi imediatamente o levantamento dos casos pendentes em duas áreas muito relevantes para a nossa

competitividade.

Refiro-me às convenções para evitar a dupla tributação. Pagar uma vez os impostos previstos na lei é uma obrigação sobre a

qual o governo não é condescendente. Mas pagar duas vezes impostos pelo mesmo investimento não é aceitável. A articulação

com o Ministério das Finanças permitiu delinear uma estratégia: aprovar o que já está negociado, concluir o que estamos a

negociar e iniciar negociações com outros estados. Esperamos duplicar a rede de convenções para evitar a dupla tributação, o

que eleva o nosso patamar de competitividade fiscal.

Refiro-me, também, aos benefícios contratuais do investimento. Nos próximos dias, “arrumaremos a casa”, ou seja, contratos

importantes, que geram riqueza e criam postos de trabalho, serão levados a Conselho de Ministros, tanto como aqueles que,

por circunstâncias de mercado ou das empresas, não atingiram os seus objetivos. A nossa política é a da eficiência: as empre-

sas que investem e cumprem devem receber os seus créditos fiscais; as que por alguma razão não puderam cumprir, natural-

mente, verão caducar esses créditos. O que não é aceitável é que, para decidir uma coisa ou outra, o Estado se demore, atrase

ou se submeta à inércia.

Parece-me suficiente, para começo, este programa tão detalhado nalguns dos aspetos que escolhi aqui referir e que ligam a

política externa à economia.

Como vos disse, devemos, neste início de ano, estabelecer as linhas de orientação da política externa portuguesa em relação a

alguns – não todos, o embaraço está na escolha… – temas inevitáveis das relações internacionais.

É evidente que as parcerias e alianças estratégicas de Portugal têm constantes que definem o interesse nacional de modo perma-

nente. Refiro-me ao empenhamento no projeto da União Europeia, à aposta no multilateralismo das Nações Unidas, à solidez

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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do compromisso atlântico, onde destaco a NATO e a especial amizade com os Estados Unidos e, claro, à relação de enorme

potencial, não só histórico como futuro, com os países de expressão portuguesa.

Abordarei, sucessivamente, cada um destes sectores.

Temos logo no início deste ano, a concretização, sob a forma de tratado, das conclusões do último Conselho Europeu. Digo

concretização e não negociação, para dar a noção precisa do que, para Portugal, está em causa.

A Portugal interessa que este Tratado seja concretizado e ratificado com celeridade e sem sobressaltos. Pela simples razão de

que estas alterações, destinadas a corrigir o défice de coordenação económica da União, por comparação com a integração

monetária de que dispomos, são entendidas como um instrumento de recuperação da credibilidade e da confiança na Europa

em geral e no euro em particular. Ora, estando Portugal a fazer um esforço muito considerável de consolidação orçamental, que

o distingue e singulariza, isso tem a consequência de colocar Portugal como um dos países mais interessados em que a estabili-

zação da zona euro e a recuperação da confiança aconteçam. Ou seja, se o Tratado é uma peça essencial da resposta europeia

à crise, Portugal tem o maior interesse em que o processo do Tratado – antes e até à sua ratificação – mostre uma Europa ágil

e não uma Europa lenta.

Isso é tanto mais assim quanto, procurando uma posição nacional que implica articulação entre órgãos de soberania e espírito

de consenso com o maior partido da oposição, há elementos que, se não tivessem sido contrariados em devido tempo, poderiam,

esses sim, prejudicar Portugal. Aplicando linguagem diplomática, os interesses de Portugal passam por fronteiras como estas:

– O Parlamento Nacional deve manter as suas prerrogativas na aprovação do Orçamento, sem embargo das consultas já pre-

vistas no chamado “semestre europeu” e apesar das limitações que decorrem do período de assistência financeira, transitório

por natureza.

– Os mecanismos sancionatórios, quanto aos Estados incumpridores, não devem atingir o direito de voto nos órgãos da União.

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– É importante salvaguardar a posição da Comissão Europeia na arquitetura institucional da União. O papel da Comissão

garante mais equilíbrio do qualquer diretório.

A esta prioridade europeia acresce a enorme atenção que teremos de dar a negociações difíceis, como as novas perspetivas

financeiras e a reforma da PAC. Em ambos os casos, a evolução dos documentos negociais não é negativa, o que, em todo o

caso, está longe de significar que os nossos interesses já estejam salvaguardados.

Falamos agora das Nações Unidas. A eleição para o Conselho de Segurança, bem sucedida na vigência do anterior Governo,

constituiu um êxito diplomático importante. Dá a Portugal, em 2012, uma visibilidade e um potencial geoestratégico que não

é negligenciável e que é meu dever acompanhar institucionalmente e pessoalmente.

A este título, destaco o papel que Portugal desempenhou na questão da Líbia, e aquele que podemos desempenhar, em parceria

com os nossos aliados europeus, tendo em atenção os nossos amigos que são membros da Liga Árabe, na evolução da Síria.

Quando não se fazem reformas, acontecem revoluções. E há um momento a partir do qual as lideranças políticas perdem a

sua legitimidade, na exata medida em que perdem o sentido da história. É o que aconteceu ao regime do Presidente Assad,

cuja continuação no poder está hoje irreversivelmente ligada a um chocante uso da violência, pisando diariamente os direitos

humanos mais elementares. É entendimento do Ministério que devemos contribuir para uma mudança, e fazê-lo com inteligên-

cia nas Nações Unidas a partir de uma iniciativa com legitimidade árabe, bem mais difícil de contrariar por quem ainda olhe

para a Síria com os olhos menos atuais da “Guerra Fria”.

Todos sabemos que é possível uma mudança na Líbia, sem exageradas consequências na ordem internacional; do mesmo modo,

todos sabemos que uma mudança na Síria – sem a qual os civis não serão protegidos – é portadora de várias e sensíveis alte-

rações na região. É este facto que explica a complexidade das decisões. Mas nem isso deve servir de fundamento à paralisia

cúmplice da comunidade internacional, em primeira linha das Nações Unidas.

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Precisamente porque a questão do Médio Oriente interessa à Europa e interessa a Portugal – o nosso país tem um olhar muito

próprio e reconhecido para os temas do Magrebe, Mediterrâneo, Golfo e Médio Oriente – quero sublinhar alguns vértices da

nossa posição:

– A Palestina merece ser um Estado, e não há organização internacional que não reconheça os progressos feitos pela sua Auto-

ridade quanto à capacidade de organizar, administrar e institucionalizar esse Estado.

– Israel tem direito à sua segurança, e nós, europeus, temos a responsabilidade importante de garantir que este princípio não

é aligeirado num processo negocial. É minha firme convicção que só um acordo de paz garante a segurança regional.

– Portugal apoia inequivocamente os esforços do Quarteto para conduzir as negociações diretas entre as partes.

– Não há solução que não passe pelo resultado de dois Estados, vivendo lado a lado em segurança. Mas há um caminho de

boa fé entre as partes que pode conduzir a um “estatuto intermédio” da Palestina nas Nações Unidas, enquanto durar um

processo negocial com calendário e parâmetros consequentes.

– Portugal e os demais países europeus têm a possibilidade acrescida de trabalhar neste cenário, no quadro, não confrontacio-

nal, da Assembleia Geral.

– Um processo negocial não se compadece com atitudes hostis à negociação. Quero por isso condenar com meridiana clareza

a política de colonatos do Governo de Telavive e incentivar as partes à coragem das propostas concretas e das negociações

diretas.

No quadro das Nações Unidas, é ainda relevante que todos os diplomatas portugueses executem, meticulosamente, a política

de angariação de apoios para o objetivo seguinte que está fixado e cuja estratégia está delineada: a eleição de Portugal para o

Conselho de Direitos Humanos.

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Na constância das nossas alianças multilaterais, uma menção atenta sobre a NATO, que é o pilar decisivo na nossa segurança

coletiva.

Essa menção é de compromisso e determinação. Compromisso, no sentido de darmos execução e consequência às decisões

tomadas com a reestruturação das estruturas e comandos. Determinação, no sentido de contribuirmos, ativamente, para o

sucesso da cimeira de Chicago.

Devemos saber opor aos céticos habituais sobre a NATO depois da Guerra Fria o exemplo dos factos: a intervenção na Líbia,

que teve um princípio e um fim, e decorreu no quadro de um mandato das Nações Unidas, foi um sucesso manifesto da NATO.

Faz sentido incluir aqui a referência necessária à excelência das nossas relações com os Estados Unidos da América. Costumo

dizer aos americanos que Portugal é, na Europa, a primeira terra amiga. E acrescentar-lhes que essa velha amizade tem um

símbolo claro no Acordo de Defesa que nos liga e tem expressão relevante no papel que desempenham os Açores, um papel

sempre renovável e atualizável.

O número de Portugueses e luso-descendentes que vivem nos EUA; a importância das praças americanas na recuperação da

perceção sobre Portugal e sobre a nossa exata situação; a vantagem de beneficiarmos de um regime de circulação simples e

fácil que outros países não têm, no quadro do chamado visa waver são outros tantos tónicos para a revitalização, em 2012, da

nossa parceria. Sublinho que, no plano económico, temos de trabalhar mais, diria mesmo muito mais, seja para levar as nossas

empresas ao mercado americano, e para captar investimento com essa origem, em Portugal.

E, claro, a CPLP, comunidade que queremos, cada vez mais uma comunidade de povos e não só de Estados, o outro vetor cru-

cial da nossa política externa.

As relações entre Portugal e cada um dos Estados CPLP têm um lugar próprio e surgirão, em 2012, quer através de cimeiras,

quer através de visitas políticas, momentos importantes. Neste plano, não posso deixar de destacar, sem desvalorizar qualquer

outra realização, o duplo acontecimento desejavelmente ímpar que constituirá o ano de Portugal no Brasil e o ano do Brasil em

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Portugal. Estamos a preparar a nossa parte com audácia: queremos mostrar o que Portugal tem de melhor. Na nova economia,

na nova cultura, no novo conhecimento. E queremos fazê-lo em parceria transparente com a sociedade civil. Por outro lado, os

dez anos de independência de Timor-Leste, que são ainda os quinhentos anos da chegada dos Portugueses, constituirão outro

momento saliente do ano e terão a homenagem de uma visita de Estado do Senhor Presidente da República. Na nossa agenda

de 2012 releva também a cimeira dos Chefes de Estado da CPLP, a realizar em Maputo, muito orientada para a renovação do

nosso compromisso com a institucionalização da língua comum.

Uma aposta redobrada na CPLP, na sua capacidade de influência regional e no seu prestígio internacional, é nosso guião neste

exigente ano de 2012. A inauguração oficial da sede internacional da CPLP em Lisboa será apenas um símbolo dessa aposta;

os sinais mais encorajadores vêm da capacidade de falar a uma só voz em conferências internacionais, e da necessidade de

falar em português – e garantir a respetiva e boa tradução – nos fora globais. Portugal levará aos seus parceiros projetos que

acrescentem valor, cultural e económico, à organização.

Não quero terminar sem antes deixar uma reflexão sobre dois temas que interessam de sobremaneira a Portugal e que intro-

duzem elementos de verdadeira transformação na ordem internacional. Refiro-me à particular atenção que a política externa

deve dar ao fenómeno das chamadas “Primaveras Árabes” e à revolucionária mudança do contexto económico global com o

advento dos chamados “mercados emergentes”.

As “Primaveras Árabes” – expressão algo controversa dado que estamos no inverno e esses movimentos ainda não conheceram

fim … – são porventura, um dos dados transformadores mais poderosos desde a queda do Muro de Berlim.

Começo por recordar esse facto estranhamente desprezado: na origem dos movimentos políticos e sociais que já transforma-

ram a Tunísia, o Egito, a Líbia, o Iémen, e estão em contínua eclosão na Síria, não está nem principal nem relevantemente a

Al Qaida. Ora, este facto constitui uma notável derrota de um movimento terrorista – hoje muito “franchisado” – que tinha

como pretensão (e arrogância) ser a voz tribunícia das inquietações do mundo islâmico. Se assinalo esta matéria é para centrar

os fundamentos visíveis e reconhecíveis desta onda de transformação, que já arruinou regimes durante décadas considerados

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inultrapassáveis, na fadiga face às autocracias, na revolta perante a corrupção e na reivindicação de sociedades com mais e

maiores oportunidades por parte das novas gerações.

É minha convicção profunda que as “Primaveras Árabes” constituem uma oportunidade – eu diria, a oportunidade! – para a

Europa, e também o Ocidente, reconstituírem a sua relação com as sociedades árabes. Dá-se o caso de os europeus e ocidentais

terem, durante muito tempo, sido vistos como condescendentes com os regimes autocráticos que estão em crise. Essa condes-

cendência tinha uma leitura: as garantias na luta contra o terrorismo que alguns países ofereciam. Se esta perceção prejudicou

a Europa e o Ocidente, honra a verdade reconhecer que o envolvimento europeu nas transformações ocorridas – de que o caso

da Líbia constituiu uma fronteira – mudou as perceções e as leituras árabes. Abriu-se uma oportunidade que não podemos

nem devemos desperdiçar.

A responsabilidade de Portugal, nesta matéria não é pequena. Somos um dos Estados e uma das diplomacias com melhor ima-

gem e reputação nas sociedades em mudança. O facto de, nos primeiros seis meses de mandato, ter visitado sucessivamente,

Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia, Emiratos e Qatar quer certamente dizer alguma coisa. Quer dizer, simplesmente, prioridade

política.

Para que nós, europeus, saibamos aproveitar o potencial das “Primaveras Árabes”, em proveito mútuo, é importante não repe-

tir erros do passado e evitar qualquer atitude condescendente. Na verdade, a Europa será tanto melhor percebida e recebida

nas novas realidades árabes se respeitar integralmente o princípio de que as citadas “Primaveras” não são de autoria concep-

tual ou material europeia, são o fruto da coragem e da vontade de mudança das sociedades árabes.

Consequentemente, devemos evitar a tentação da “exportação” de modelos políticos. Serão os eleitores desses países a escolher

em eleições mais transparentes, o seu futuro.

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A evolução para sociedades mais democráticas não é isenta de tensões – e nós, Portugueses, bem sabemos o tempo que medeia

entre uma revolução e a institucionalização da democracia. A nossa ação externa, face a esses países, deve favorecer uma ati-

tude compreensiva, inclusiva e de reconciliação social, a par da reconstituição (ou reforma) dos Estados.

A benefício do relacionamento que defendemos com esses vizinhos do sul, é preciso não vacilar na aceitação das diferenças:

uma democracia islâmica terá sempre especificidades culturais, institucionais e políticas que a tornarão diferente – apetece

perguntar: so what? –, das antigas democracias parlamentares que conhecemos e defendemos. A aceitação dessa diferença é

uma fonte de não atritos.

Os direitos humanos são universais. Não devemos, por isso, confundir uma impossível homologação de sistemas políticos –

daí a aceitação das diferenças a que dou tanto valor – com esse outro facto, constituinte de progresso (e reconstituinte de espe-

rança) que é a atenção que devemos dar, ao olhar para esta “Primavera”, a temas tão sensíveis como a defesa do estatuto da

mulher e a garantia dos direitos das minorias.

A regra de ouro da nossa credibilidade terá de ser a coerência com que sabemos aceitar o resultado das eleições que tantas

vezes pedimos para serem justas e transparentes. Não pode haver uma “Segunda Argélia”.

A diabolização dos partidos islâmicos é um erro. Desde logo, porque nada é tão previsível e natural, na cultura islâmica, como

o carácter orientador da fé. Depois, porque fé e fanatismo são efetivamente realidades culturais e institucionais distintas e negá-

-lo é uma simplificação grosseira. Ainda, porque nos partidos islâmicos emergentes há, como em todo o lado, os partidários de

“ética de responsabilidade” e os de “ética de convicção”, os adeptos do exercício da responsabilidade e os reféns da demago-

gia. O importante, nesta matéria, é contribuir para que o tempo transforme em adquirido o valor da alternância: os partidos

islâmicos que agora vão governar serão sujeitos ao escrutínio dos resultados. Podem ganhar hoje e perder amanhã, e vice-versa.

Portugal adotará uma atitude proativa de reforço da cooperação com os novos governos saídos das “Primaveras Árabes”.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

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Feita esta reflexão, junto-lhe outra: a necessidade de Portugal ser, na União Europeia, um dos países mais ambicionados no

relacionamento com as “economias emergentes”. Porque podemos. Porque precisamos. E porque queremos.

Neste ano de 2012, estou a preparar visitas de trabalho a países como a China, a Índia e a Turquia. É possível que aconteçam,

cada qual, sob forma de périplo, de acordo a incluir perspetivas e mercados regionais. O propósito é, também, a coincidên-

cia com missões empresariais bem estruturadas. Outros compromissos, a anunciar em breve, por exemplo na América Latina,

reforçarão esta clara aposta na promoção das nossas exportações, e da abertura ao investimento, para e das economias emer-

gentes. Sempre numa lógica de win-win situation.

Não há contradição – mas há complementaridade – entre mercados tradicionais e os mercados emergentes. A conjuntura

determina a oportunidade: todos sabemos que boa parte das economias para onde vendemos mais estão em recessão ou em

estagnação. Daí o imperativo da diversificação, confirmado pelos números que apontam para uma impressiva resiliência das

nossas exportações para mercados não europeus.

A este propósito, é de sublinhar que a recente decisão do governo sobre a privatização da EDP tem consequências de política

externa. Consequências virtuosas, diria eu.

À reputação histórica de Portugal no Oriente devemos somar uma agressiva política de investimento nesses mercados, a par

da abertura aos seus investimentos. O Ministério tudo deve fazer para que o potencial desta decisão – pela sua transparência,

pela sua audácia, ambas de um Portugal europeu – sejam plenamente aproveitadas.

Entregue este roteiro de conceitos que é também o nosso mapa de deveres, cumpre terminar. E quero fazê-lo, confiando em

todos os diplomatas e agradecendo ao IDN a excelente colaboração para o sucesso deste seminário.

Intervenção do presidente da AIcEp

Pedro reis

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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24 Intervenção do presidente da AIcEpPedro reis

Diplomacia Económica e Internacionalização da Economia Portuguesa

Embora a formulação ou, se quiserem, o assumir frontal do conceito de diplomacia económica seja relativamente recente,

parece-me evidente que as preocupações de natureza económica nunca estiveram ausentes da prática diplomática e que esta

nunca se limitou à pura representação e negociação política.

Esta realidade, porém, se hoje é evidente para qualquer observador, não era, há poucos anos, evidenciada pelos poderes públicos

dos mais diversos países: a diplomacia mais nobre (permitam-me o uso do termo) desejava-se essencialmente política, eventu-

almente de caráter militar, mas não assumidamente económica – daí o papel algo subalterno que, na generalidade dos departa-

mentos governamentais responsáveis pela condução da política externa pelo mundo fora, era atribuído à temática económica

vis a vis a agenda puramente política propriamente dita.

Esta situação felizmente modificou-se, entretanto, profundamente; na atualidade as carreiras consular e de adido comercial

ou económico ganharam em prestígio, e os membros da carreira diplomática clássica, de resto, passaram em grande medida a

exercer funções que antes não lhes estavam cometidas na área económica: o que é de louvar e, claro está, de estimular.

A valorização da dimensão económica da diplomacia acontece, também, porque é hoje ainda mais óbvio que o crescimento

económico é decisivo para assegurar a sustentabilidade a prazo dos estados e das nações.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

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Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis

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Vivemos hoje num mundo profundamente interligado com base num modelo sistémico complexo: estamos colocados perante

problemas globais como a explosão demográfica, a escassez de recursos naturais finitos, os desequilíbrios ambientais, as epi-

demias mundiais, os fenómenos do terrorismo internacional e das migrações provocadas pela pobreza extrema e, como não

podia deixar de ser, a força crescente, para não dizer excessiva, dos chamados “mercados” e dos grandes conglomerados e cor-

porações com um PIB maior do que o de muitos países.

A todos estes problemas globais há que dar uma resposta sintonizada e sincronizada a nível planetário, o que implica e requer

um prisma económico muito vincado nessa mesma resposta. Numa palavra: para problemas globais respostas globais, e para

respostas globais soluções também económicas.

A promoção e a valorização dos setores privados da economia, que incluem a busca e a defesa das oportunidades de investi-

mento, foram finalmente assumidas pelos poderes públicos como preocupação sua, uma vez que a prosperidade económica das

nações – e a sua sustentabilidade ao longo da História – traduz-se também em poder e influência para os estados com efeitos

multiplicadores poderosos que se sentem ao longo do tempo e nas mais diversas áreas nas sociedades humanas.

É este ciclo repetitivo que temos de reforçar: melhor economia maior poder, maior poder melhor economia; já para não entrar

em questões de soberania…

A perceção de prosperidade dos estados mede-se hoje sobretudo pela qualidade de vida dos seus cidadãos, pelo seu patamar

de consumo, pela vitalidade e dinamismo das suas empresas, e não tanto, ou não só, pela existência de um poderio militar

musculado ou pela existência de lideranças políticas carismáticas, num mundo que assiste em direto a alterações tectónicas

profundas dos seus polos de poder.

Foi por etapas e aproximações sucessivas que os objetivos económicos das relações exteriores que dão corpo à diplomacia

económica foram sendo assumidos. Hoje, nas visitas de estado, com o apoio e sob a proteção dos seus mais altos dignitários

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

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INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis

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políticos e institucionais, viajam empresários e outros agentes económicos do setor privado, direta, transparente e abertamente

envolvidos na prossecução de objetivos de natureza económica: esse é um sinal dos tempos; um bom sinal diria eu.

Penso que é hoje claro para todos que a diplomacia económica não é uma diplomacia à parte e, muito menos, uma forma de

diplomacia paralela ou secundária; mesmo que, em certos casos, possa ser conduzida por um pessoal técnico especializado,

distinto do pessoal diplomático strictu sensu, a sua função é sempre a de constituir um instrumento dos interesses do Estado

no plano externo.

A diplomacia económica, mesmo se oferece aos agentes económicos privados um espaço de promoção dos seus interesses pró-

prios, deve servir sobretudo o interesse público: empresas e empresários são servidos pela diplomacia económica, apenas e na

medida em que eles próprios servem o interesse da coletividade nacional, num ciclo virtuoso de mútuo reforço das duas esfe-

ras: tanto da privada como da pública.

Quanto ao seu âmbito, a diplomacia económica decalca e abrange todas as áreas da diplomacia política: desde a área bilateral,

nas relações entre Estados, à multilateral, de importância crescente à medida que na comunidade internacional regride a lei do

mais forte e se afirma o império do direito, bem como o magistério dos mais aptos, leia-se, dos mais competitivos.

Quanto aos seus intérpretes e agentes, a diplomacia económica tanto é executada por diplomatas, que para tanto deverão

possuir uma formação adequada, como por técnicos especializados dos organismos próprios (como sejam institutos de apoio

ao comércio externo, ao investimento estrangeiro ou à promoção turística), funcionando todos na esfera de competência do

ministério responsável pelas relações exteriores.

Chegados aqui, é importante que também a diplomacia económica detete e monitorize que setores interessa promover prio-

ritariamente, que tipo de investimentos importa captar em primeiro lugar, junto de que mercados deve ser promovida a pro-

dução industrial ou a oferta turística e que países ou regiões deverão constituir o alvo preferencial da diplomacia económica.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis

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Tudo isso corporiza um conjunto de questões de natureza mais política do que estritamente técnica (como à primeira vista

pode parecer), e devem ser respondidas em coerência com as opções de política económica definidas no plano interno.

Ou seja, cada país deve ter uma visão clara do seu lugar no mundo e na economia global para depois saber definir políticas e

alocar recursos, por natureza escassos, de forma a atingir metas nacionais ambiciosas mas necessárias.

Nesta hora de verdade que atravessa o nosso país, em que somos obrigados a nos reinventar, o que, por sua vez, pressupõe

que encontremos um novo paradigma de desenvolvimento e de crescimento, estou absolutamente convencido que é pela inter‑

nacionalização da nossa economia que passa o nosso futuro, uma vez que o investimento e o consumo, tanto privado quanto

público, se encontram exauridos e limitados por anos de más políticas públicas.

Internacionalizar a economia portuguesa passou assim a ser um desígnio nacional crucial para o futuro do país, como se cons-

tata de forma clara pelo facto do xix Governo Constitucional ter assumido a internacionalização da economia como um vetor

chave da sua política externa, o que, por sua vez, nos traz aqui hoje, de forma a melhor articular a rede diplomática e consular

com a rede externa da AICEP, entidade a que tenho a honra de presidir.

Para o fazer, não podemos deixar de ter presente que Portugal se vê também a braços com uma crise de reputação, de credibi-

lidade. Uma crise que considero ser tão grave como o estado débil das nossas contas públicas.

As sucessivas descidas nos ratings da República por parte das principais agências de notação financeira, que afetam não só o

Estado mas a nossa banca e as nossas empresas, a par do pedido de ajuda externa, revelaram-se um contributo danoso para a

nossa imagem externa e para a capacidade do país produzir riqueza.

Em simultâneo, a banca portuguesa padece de problemas de financiamento, o que a impede de injetar liquidez no setor pro-

dutivo nacional, que, por sua vez, estrangula a atividade das empresas e decapita uma quantidade assinalável de projetos de

investimento.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Estamos, portanto, colocados perante um conjunto de constrangimentos que afetam, entre outras coisas, a perceção de Portu‑

gal no exterior e que são perniciosos para o clima de negócios, sobretudo para as pequenas e médias empresas que se deparam,

compreensivelmente, e no atual contexto, com dificuldades acrescidas.

Para alterarmos esta situação, como acredito profundamente que vamos conseguir, há que trabalhar a partir das várias van-

tagens reais que temos, sendo uma delas a que o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros identificou ainda há

dias na visita muito simpática e simbólica que efetuou à AICEP, onde sintetizou a tal vantagem crítica ao sublinhar que “Por‑

tugal tem séculos de boa diplomacia”.

Colocar esta nossa “boa diplomacia” ao serviço da recuperação de Portugal é determinante para que consigamos fazer chegar

a proposta de valor do país aos mais variados interlocutores que temos no estrangeiro.

Porque a nossa diplomacia de facto abre portas, porque os nossos embaixadores são conhecidos e reconhecidos no estrangeiro

e porque as nossas empresas precisam deles mais do que nunca essa “boa diplomacia” tornou-se nevrálgica para o nosso futuro.

Numa aceção mais abrangente, temos de reconquistar todos os nossos stakeholders, sejam eles as instituições e reguladores

públicos financeiros internacionais, os grandes grupos económicos multinacionais, os mercados financeiros globais ou os prin-

cipais investidores que atuam à escala mundial.

A diplomacia tem assim a responsabilidade acrescida de actuar, assumidamente, no cumprimento de orientações de política

externa, junto destes novos atores, exercendo influência, e dando corpo àquilo que é o cumprimento do desígnio nacional de

internacionalizar a economia portuguesa.

Mas também a rede da AICEP tem a obrigação de ajudar a reforçar, em simultâneo, os quatro eixos da internacionalização da

nossa economia e que são:

O investimento direto estrangeiro em Portugal;

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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O investimento português direto no estrangeiro;

A internacionalização das empresas;

e, finalmente, as exportações de bens e serviços.

A AICEP, nomeadamente através da sua rede externa, está por isso à disposição e profundamente comprometida para, de forma

articulada e próxima com a rede diplomática e consular, contribuir para diversificar as exportações portuguesas, apoiando os

projetos de internacionalização de empresas e associações, mas também informando sobre as estimativas de evolução econó-

mica dos mercados e sobre o histórico e as projeções dos montantes de importação & exportação e de investimento externo,

entre outras matérias que se venham a revelar importantes para a internacionalização da nossa economia.

Sempre procurando melhorar o nível de intelligence que gera sobre os vários mercados, por forma a reforçar o networking

entre as nossas empresas e as suas congéneres internacionais.

A AICEP tem a obrigação de ajudar e facilitar as atividades das empresas no exterior, contribuindo para remover os custos de

contexto que estas enfrentam nesses mercados, bem como aqueles com que os investidores externos se defrontam ao chegar a

Portugal.

Cada mercado e cada região geoestratégica terá para isso disponível o seu próprio plano de desenvolvimento específico, que

incluirá as ações de promoção e as diligências a efetuar para remover as barreiras à entrada, designadamente alfandegárias,

regulamentares, ou de outro tipo.

Se me permitem, passo a apresentar brevemente alguns quadros com informações sobre a rede da AICEP com um conjunto de

indicadores que penso que podem ser úteis para compreender o caminho que pretendemos seguir.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Neste primeiro quadro podemos ver a presença da rede da AICEP na Europa, onde se concentra cerca de metade da rede:

Madrid

Paris

BerlimLondres

Estocolmo

Varsóvia

Moscovo

Haia

Bruxelas

Zurique

Viena

Budapeste

Praga

BucaresteBarcelona

Milão

Istambul

8 Centro de Negócios

9 Escritórios

Dublin

Vigo

Mérida

Oslo

Copenhaga

Helsínquia

Ancara

Atenas

8 Representações

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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E aqui a presença da AICEP no resto do mundo. No total, a rede externa da AICEP dispõe de 14 centros de negócios, 21 escri-

tórios e 14 representações (ou seja, neste momento temos presença física directa em 49 países), sendo que cerca de 70% são

em colocalização com as representações diplomáticas: este é um processo dinâmico que está sob permanente observação e

ponderação da nossa parte.

6 Centro de Negócios

Macau

São FranciscoNova Iorque

Toronto

Cidade do México

São Paulo

Luanda

Praia

Buenos Aires

Pequim

Tóquio

Kuala Lumpur

Maputo

Joanesburgo

Xangai

Singapura

Rabat

Argel

Santiago do Chile

Tunes

Nova DeliAbu Dhabi

Tripoli

Caracas

12 Escritórios

6 Representações

Jacarta

A rede externa, como é evidente, terá que ser repensada e balanceada em função dos mercados em que Portugal e as suas empre-

sas querem apostar, sobrepondo quatro mapas estratégicos: o das prioridades das empresas, do governo, da rede diplomática

e consular e da realidade da AICEP.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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A este propósito, deixem-me que vos diga que, do ponto de vista da AICEP, entendo que a definição dos mercados prioritários

cabe em primeira instância às próprias empresas que são quem determina e implementa a sua própria estratégia de internacio-

nalização, ou seja, quem define em que mercados lhe interessa atuar e investir.

Como podem verificar neste quadro, há uma elevada concentração dos laços comerciais e dos fluxos financeiros com a União

Europeia.

Fonte: Banco de Portugal

AméricaNorte

1,5%3,3%

AméricaNorte

6,1%4,1%

AméricaNorte

1,4%1,5%

AméricaNorte

11,3%5,8%

AméricaLa6na

27,7%12,0%

AméricaLa6na

1,5%3,4%

AméricaLa6na

0,6%5,6%

AméricaLa6na

3,1%5,9%

UE

55,4%68,1%

UE

82,5%74,0%

UniãoEuropeia

94,2%86,6%

UniãoEuropeia

74,8%72,2%

Ásia

0,3%1,4%

Ásia

2,653,1%

Ásia

0,1%0,3%

Ásia

1,3%1,7%

Inves6mento Estrangeiro

Exportação de Serviços

África

7,7%6,6%

África

3,7%9,7%

África

0,0%0,2%

África

3,3%7,0%

Inves6mento IDPE

Exportação de Bens

Ano de 2000Ano de 2010

Valores em % do total

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Os negócios internacionais de Portugal, quer seja investimento direto estrangeiro em Portugal, quer sejam importações, expor-

tações e investimento das empresas portuguesas no estrangeiro, estão demasiado concentrados nos parceiros da União Euro-

peia, numa percentagem que varia entre 74 e 86% em cada uma das vertentes referidas.

Com a economia europeia à beira de uma estagnação e com 4 dos nossos principais parceiros comerciais – Espanha, França,

Reino Unido e Itália – a implementar, simultaneamente, medidas de austeridade, a situação torna-se mais complexa, como é

fácil de imaginar.

De salientar ainda que os 10 principais mercados para as exportações portuguesas representaram cerca de 77% do total das

mesmas; sendo 7 desses mesmos mercados, parceiros comunitários.

Ao nível da exportação de bens e serviços, olhando para o mapa, compreendemos que há margem de crescimento para as

empresas portuguesas. Com 8% de exportações de bens e serviços para África e apenas 4% para os mercados das Américas,

há que trabalhar para o aumento sustentado e acelerado destes números para compensar a excessiva dependência do mercado

europeu a que me referi no ponto anterior.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Fonte: Banco de Portugal

União Europeia

Bens + Serviços  

74%

América do NorteBens + Serviços  

4%

América La>na

Bens + Serviços  

4%

África

Bens + Serviços  

8%

Situação em 2010

Também ao nível da atração de investimento, é preciso trabalhar no sentido de captar o interesse por parte de investidores fora

do espaço da União Europeia.

Não está refletido neste slide o recente investimento chinês feito no nosso país, mas este é seguramente um dos mercados com

enorme potencial e no qual, naturalmente, iremos apostar ainda com mais determinação.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Fonte: Banco de Portugal

América La6na

Atracção de Inves6mento – 6%

Inves6mento no Exterior – 12%

América do Norte

Atracção de Inves6mento – 2%

Inves6mento no exterior – 4%

União Europeia

Atracção de Inves6mento – 86%

Inves6mento no exterior – 68%

África

Atracção de Inves6mento – 1%

Inves6mento no Exterior – 7%

Situação em 2010

Como tenho vindo a defender, a internacionalização do nosso tecido económico e empresarial obriga-nos a um esforço adicio-

nal de diversificação quanto aos mercados em que estamos presentes.

De forma simplista, devemos olhar para a estratégia de internacionalização como uma matriz de dupla entrada, combinando

depois as diversas possibilidades existentes. Isto significa que, se num eixo dessa matriz, considerarmos as grandes empresas e

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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as pequenas e médias empresas e, no outro eixo, considerarmos os mercados estabilizados e os emergentes, verificamos que o

esforço que temos que fazer passa por dar particular atenção à combinação PME’s e mercados emergentes.

Até porque, como é compreensível pela sua dimensão e relevância económica, as grandes empresas geralmente do que precisam

é da intervenção ao mais alto nível da nossa diplomacia, e não tanto de informação relativa a mercados ou a setores específi-

cos, como acontece com as pequenas e médias empresas.

O crescente protagonismo das economias emergentes tem vindo a dar força a um mundo multipolar, com diversas zonas do

globo a registarem crescimentos muito significativos, nomeadamente em África, na América Latina e na Ásia.

De notar que África é já hoje a segunda zona do mundo mais representativa para as exportações portuguesas, depois da União

Europeia, nomeadamente por causa do peso de Angola mas não só.

Exportámos, em 2011, mais para África do que para toda a América, desde o Canadá ao Chile.

Não deixa de ser curioso que, não tendo África contribuído para a crise económica e financeira com que o mundo se vê a bra-

ços, esteja hoje a contribuir para a sua solução, através do elevado dinamismo de muitas das economias africanas, que expor-

tam matérias-primas para outras economias emergentes e que estão a atrair investimento estrangeiro a um ritmo crescente e

assinalável.

A América Latina, por sua vez, também está a registar um crescimento económico significativo: além da exportação de maté-

rias-primas para as economias emergentes, nomeadamente a China, assiste-se a um crescimento robusto dos seus mercados

internos com um enorme potencial no futuro próximo.

Como sabem, o Brasil ultrapassou recentemente o Reino Unido e tornou-se a sexta maior economia do mundo, sendo a pri-

meira vez na história que o PIB do Reino Unido é ultrapassado pelo de um país da América Latina.

Este exemplo não deixa de ter um alto caráter simbólico.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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A proximidade cultural e linguística destes países com Portugal faz de algumas destas economias uma prioridade para a expan-

são dos negócios das empresas portuguesas.

Pelo que, países onde ainda não temos representante da AICEP, como é o caso da Colômbia e do Perú, serão reequacionados

a breve trecho.

Outro mercado importante que assinalaria é a Rússia, que aderiu no mês de dezembro à Organização Mundial de Comércio,

depois de 17 anos de negociações.

Espera-se que a economia russa cresça de forma muito dinâmica nos próximos anos, representando também ela um potencial

interessante a explorar pelas nossas empresas e sentindo nós o interesse crescente de investidores russos em ativos nacionais,

como é, aliás, também o caso de investidores oriundos da zona do Golfo.

Resumindo, as nossas exportações para os BRIC representaram, em 2010, apenas 2,6% do total exportado por Portugal, com

o Brasil a representar 50% deste valor.

Se considerarmos que os 4 BRIC adicionaram à economia mundial, nos últimos 10 anos, um PIB equivalente a 8 vezes o da

economia de Espanha, e não esquecendo que este conjunto de 4 mercados tem 3 mil milhões de consumidores e representa

20% do PIB mundial, fica patente o enorme potencial que tais economias representam para as nossas empresas.

Se agora olharmos para o gráfico dos 50 principais mercados de exportação de bens, não podemos deixar de reparar no enorme

peso que Espanha, França, Alemanha e Reino Unido têm na nossa balança de exportações, seguidos de Angola (o primeiro dos

países não europeus a figurar no gráfico).

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

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0

2.500.000

5.000.000

7.500.000

10.000.000

Espanha

Alemanha

França

Reino Unido

Angola

HolandaItáliaEUA

BélgicaBrasil

México

SuéciaSuíça

Polónia

Marrocos

Turquia

Cabo Verde

Dinamarca

Rep. Checa

Finlândia

China

Argélia

Gibraltar

Áustria

Roménia

Canadá

Venezuela

Moçambique

Tunísia

Japão

Rússia

Hong Kong

Grécia

Irlanda

HungriaChile

Noruega

EgiptoEAU

África do Sul

Eslováquia

Arábia Saudita

Israel

Austrália

BulgáriaÍndia

Senegal

Luxemburgo

Singapura

Argentina

2009 2010

50 Principais Mercados de Exportação de Bens

Sem prejuízo de continuarmos a apostar nos mercados consolidados, percebemos que as nossas exportações têm que ter des-

tinos mais diversificados, onde o crescimento é mais viável durante os próximos anos.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

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Evolução dos 10 Principais Mercados 

Entre os anos de 2000 e 2010

Fonte – INE

Bélgica

Brasil

Itália

EUA

Holanda

R. Unido

Angola

Alemanha

França

Espanha

1.593.920

   196.923

1.087.881

1.525.027

1.159.589

2.938.481

   370.986

4.847.327

3.459.035

5.466.956

5,9%

0,7%

4,0%

5,6%

4,3%

10,8%

 1,4%

17,8%

12,7%

20,1%

1.055.762

   440.171

1.393.950

1.326.946

1.403.774

2.014.033

1.914.833

4.785.454

4.338.416

9.760.710

  2,9%

  1,2%

  3,8%

  3,6%

  3,8%

  5,5%

  5,2%

13,0%

11,8%

26,6%

1.767

1.114

1.623

3.122

1.971

2.606

4.165

2.722

3.547

4.119

1.497

1.302

1.603

2.079

1.575

1.857

7.132

2.117

3.064

4.122

Valores – Milhares de Euros

Desta forma, estou certo que seremos capazes de assegurar a consolidação da nossa presença nos mercados essenciais para o

equilíbrio da nossa balança externa, entre os quais os países de expressão portuguesa, aliada a uma aposta nos países de maior

potencial, designadamente nos mercados da América Latina, do Norte de África e do Golfo, bem como, em alguns países do

espaço asiático como já referi.

Aqui é importante continuar a tentar fazer o match entre as nossas importações de recursos naturais e as nossas exportações;

ou seja, estender um esquema de “permuta” com aqueles países em que somos fortes como compradores e onde temos, por

isso, uma posição negocial reforçada.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do PrESIDENtE DA AICEPPedro reis

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Neste tipo de mercados, aliás, a atuação da diplomacia é determinante para a concretização de negócios, uma vez que é preciso

chegar eficazmente ao decisor, que muitas vezes ocupa um cargo político ou de grande relevo na administração.

A atuação da nossa diplomacia e o seu envolvimento em projetos, designadamente os que dizem respeito às grandes empresas,

é um fator de conforto e de confiança determinante para as nossas empresas, pois o envolvimento da embaixada ou da pessoa

do embaixador em fases decisivas do projeto é sinónimo de credibilidade e, logo, de eficácia na condução de todo o processo.

Do meu ponto de vista, é também essencial e urgente alargar a base de empresas exportadoras portuguesas.

Distribuição das Empresas Exportadoras em 2010 

> 50 milhões de euros 

Entre 25 e 50 milhões de euros

90 empresas 

111 Empresas

Entre 1 e 25 milhões de euros

Menos de 1 milhão de euros

2.829 Empresas

14.683 Empresas

47% do Total 

11%

37% 

5%

Volume de Exportação  Nº de Empresas   % das Exportações 

95%

Fonte: INE – Ins6tuto Nacional de Estafs6ca

Atualmente, 90 empresas são responsáveis por praticamente cerca de 50% das nossas exportações.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Há que trabalhar para que mais empresas exportem e para que as que já estão envolvidas no processo de internacionalização

exportem ainda mais.

Um dos caminhos por onde devemos enveredar para atingir este objetivo passa justamente pelo triângulo geográfico virtuoso

que abarca as maiores potências de língua portuguesa.

Fonte: Banco de Portugal

A Língua Portuguesa como Recurso Económico

O Triângulo Virtuoso

Brasil

Portugal

Angola

Moçambique

Cabo VerdeS.Tomé e Príncipe

A meu ver, o conceito chave em que nos devemos concentrar é o da multidiversificação: diversificação de mercados para além

do mercado da União Europeia, e diversificação das empresas exportadoras bem como dos produtos e serviços que exportamos.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Estou convencido que é por esta multidiversificação que passa a reconfiguração da nossa estratégia de internacionalização da

economia portuguesa.

Uma nota para referir o plano de desenvolvimento específico a elaborar para cada mercado, que incluirá também um plano de

ações para promover a notoriedade do País e dos serviços e marcas portuguesas.

Há que reforçar e estimular em toda a linha, de forma coerente e concertada, a imagem positiva de Portugal como um país

propício para a realização de negócios e adequado à captação de investimento.

Todos sabemos que a estratégia de promoção externa do País tem sido prejudicada nos últimos anos por alguma falta de coor-

denação e de consistência (no conceito e no tempo) que escolhemos abraçar: não é de hoje, e muito menos de agora, o pro-

blema, ou, deveria dizer, a desorientação.

Acredito que este governo será capaz de articular uma nova imagem para Portugal de forma profissional e bem fundamentada.

É neste quadro geral e nesse sentido que a AICEP tem vindo a desenvolver algumas feiras setoriais (automóvel e aeronáutica

para dar dois exemplos); feiras multissetoriais nalguns mercados que pelo seu estágio de desenvolvimento assumem particular

relevância (como são exemplo os casos de Angola, Argélia, Líbia e Moçambique); ações “mais procura”, que põem diretamente

em contato a procura dos mercados internacionais e a oferta nacional; e ainda ações integradas em alguns mercados (Brasil

e Estados Unidos), exatamente por considerarmos que nestes casos existe um défice de perceção da capacidade empresarial

nacional, e atuando nós sempre no princípio de colmatar “falhas de mercado”.

Para além destas iniciativas, destacaria o trabalho feito pela AICEP na organização de encontros com importadores em Por-

tugal e na organização, país fora, de ações de capacitação junto de futuros exportadores.

Sem prejuízo da continuação da aplicação deste programa, existem algumas medidas, que poderão ser dinamizadas e têm

por objetivo criar sinergias na projeção internacional do país, tendo sempre presente que devemos definir rapidamente uma

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

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“proposta de valor para Portugal”, ou seja, uma narrativa sólida para atrair investimento e para ajudar as nossas empresas a

internacionalizarem-se.

Tal pode, e deve, passar por temas como:

– A definição e promoção de uma imagem integrada do País no exterior, a chamada “Marca Portugal”, que tem que ser o

espelho do ADN do nosso país e dos seus fatores de diferenciação, com os seus séculos de história e com todos os fatores de

atratividade que nos distinguem dos outros povos e nações. A Marca Portugal deve resultar de um esforço de concertação de

perspetivas diversas, sobretudo ao nível da AICEP e do Turismo de Portugal, que se traduza numa mensagem estável e reco-

nhecida por todos os quadrantes políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade.

– A formatação de iniciativas multidisciplinares que envolvam a língua, a cultura, o turismo e a esfera empresarial em merca-

dos relevantes, como é o caso do Brasil no próximo ano;

– A utilização crescente da cultura – e a oferta respetiva – como elemento integrador e definidor da identidade lusa e da sua

capacidade de inovação e universalidade, como fator de promoção do país em todos os mercados relevantes.

– O planeamento atempado das iniciativas externas dos órgãos de soberania e dos organismos da esfera pública: a diplomacia

de negócios deve estar presente nas agendas externas destas instituições, sobretudo junto dos mercados onde o fator de

influência política é decisivo para o processo de tomada de decisão.

Estes são apenas alguns exemplos práticos do que poderá ser uma nova e estimulante agenda para a diplomacia portuguesa no

seu sentido mais lato que, ressalva-se, deve estar devidamente munida de instrumentos que permitam acompanhar o processo

de internacionalização da nossa economia, quer numa perspetiva de inbound – atração de investimento, quer numa perspetiva

de outbound – investimento direto de Portugal no exterior, internacionalização de empresas e aumento de exportações.

Sem ser exaustivo, dou conta de 3 medidas relativas a cada um destes eixos.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

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No eixo do inbound, destacaria a necessidade de simplificar os processos de licenciamento, criando uma verdadeira via verde

para o processo de investimento externo com maior celeridade e transparência. Destacaria também a necessidade de definir

instrumentos de captação de investimento ao nível do Compete/QREN e IEFP com um papel muito ativo da AICEP na sua

formatação, implementação, avaliação e atribuição. Por fim, destacaria a necessidade de rever o sistema de benefícios fiscais

para reforçar a captação de investimento externo e estimular a atração de residentes estrangeiros com poupanças elevadas.

No eixo do outbound, salientaria a necessidade de prorrogar as facilidades de seguros de crédito e estender as linhas existen-

tes para 2012 com eventual aumento do plafond das mesmas. A melhoria dos prazos de recuperação do IVA em atividades

destinadas à exportação (filosofia de conta corrente na qual o IVA da importação é cobrado apenas com a efetiva exportação

do produto). E, finalmente, a promoção do capital de risco como instrumento de apoio à internacionalização, passando pela

eventual criação de um Fundo Soberano para a Internacionalização.

Adicionalmente, destacaria apenas uma última medida sobre a qual vale a pena refletir, que pode representar uma oportuni-

dade interessante para aproveitar as potencialidades das comunidades portuguesas na diáspora e que passa pela constituição

de fundos de capital de risco, subscritos por elementos das comunidades portuguesas, especificamente para apoiar a entrada

de empresas portuguesas nos seus mercados.

O envolvimento das comunidades portuguesas na internacionalização da nossa economia através do desenvolvimento de mecanis-

mos financeiros atrativos representará, estou seguro, uma oportunidade interessante para a captação de capital e financiamento.

Em comunidades significativas como as que existem nos Estados Unidos, África do Sul, ou mesmo Venezuela e Brasil, estes

produtos financeiros podem ser instrumentos agregadores de investimento de base portuguesa.

A nova AICEP está a trabalhar com determinação no sentido de criar as condições certas e necessárias para que os serviços

públicos de Portugal no exterior, encabeçados pelas representações diplomáticas e consulares, possam ser capazes de captar o

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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interesse de investidores para o nosso país por um lado, e por outro de acompanhar as nossas empresas na conquista de mais

oportunidades de negócios, junto de entidades públicas e privadas.

Esta é a visão da AICEP sobre a diplomacia económica, comercial, ou de negócios, visando aproveitar a oportunidade única que

este momento representa para conferir uma nova vitalidade e uma renovada relevância à diplomacia portuguesa, colocando-a

efetivamente ao serviço da internacionalização da nossa economia.

Tenho a certeza de que os senhores embaixadores e o corpo diplomático nacional, neste contexto singular e exigente, darão o

seu inestimável contributo para cumprir Portugal.

Podem ter vossas Excelências também a certeza de que a AICEP, por seu lado, está totalmente à disposição dos senhores embai-

xadores para tudo o que considerarem oportuno.

Senhor Ministro, permita-me apenas duas palavras finais para encerrar esta minha intervenção:

A primeira para lhe assegurar publicamente, a total lealdade e comprometimento por parte da AICEP com os objetivos que o

seu Ministério definiu: encontrará em mim, na minha administração e em todos os colaboradores da AICEP, absoluta dedica-

ção e empenho em cumprir a agenda estratégica e operacional que traçou.

Em segundo lugar, e tendo bem presente a hora decisiva que o país atravessa e a exigência que é pedida aos portugueses em

geral e àqueles a quem cumpre servir o estado quando o país mais precisa de todos, em particular, saiba que na AICEP dare-

mos a Portugal o nosso melhor até ao limite das nossas forças pois essa é a condição, e o ingrediente fundamental, para asse-

gurar um futuro melhor às próximas gerações como é nossa responsabilidade e nossa obrigação: pode ter a certeza de a AICEP

estará à altura do que o Governo, e o país acima de tudo, exige de nós!

Intervenção do administrador da AIcEp

antónio de almeida lima

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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47 Intervenção do administrador da AIcEp antónio de almeida lima

Foi hoje aqui já frisado de forma clara e inequívoca a importância do reforço da diplomacia económica, no seu sentido mais

lato, para ajudar a restaurar a credibilidade financeira do nosso país e reduzir o défice externo, além de contribuir para o cres-

cimento da nossa economia, garantindo desse modo o emprego nacional e o bem estar da população.

Não irei insistir sobre estes objetivos da diplomacia económica, que são, naturalmente, evidentes para todos. Centrar-me-ei,

nesta breve intervenção, na forma como o novo modelo institucional deverá contribuir para os atingir e que o senhor ministro

já aqui enunciou.

Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que todos nós, ao longo dos anos, nas mais variadas funções, em particular no

quadro externo, fomos já chamados a contribuir para a promoção da economia portuguesa, no quadro geral do nosso múnus

profissional, mas também em ações concretas e objetivas de defesa do interesse nacional na área comercial ou empresarial.

A novidade não está, portanto, na ênfase dada à promoção da nossa economia, isto é, das nossas exportações de bens e servi-

ços, dos investimentos das nossas empresas no exterior e na atração de investimentos para Portugal, funções que todos conti-

nuaremos a desempenhar.

O que se espera que o novo modelo institucional traga é uma mais eficiente coordenação da ação externa na defesa dos interes-

ses portugueses, favorecendo a unidade de ação e a articulação das suas vertentes política, económica, cultural e de cooperação.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima

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Em segundo lugar, é necessário esclarecer alguns equívocos quando nos referimos à “diplomacia económica”, equívocos esses

que têm estado na origem de várias dificuldades práticas que todos nós também conhecemos. Todos eles radicam no erro que

persiste em considerar-se que a “diplomacia económica” é um exclusivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, só porque

ela fará uso da arte diplomática.

Na verdade, a “diplomacia económica”, no sentido lato, exige uma estreita coordenação entre vários agentes, entre os quais

(i) o sector empresarial, (ii) os organismos públicos e privados, que gerem os mecanismos de apoio à internacionalização da

economia, (iii) e a rede externa do estado, que promove os interesses do país no estrangeiro. Em termos institucionais, não

existe uma verdadeira “diplomacia económica”, sem uma coerente e particular articulação entre o Ministério dos Negócios

Estrangeiros, o Ministério da Economia, o Ministério das Finanças e a AICEP. Evidentemente que tal não exclui a necessidade

de coordenação com outros ministérios setoriais que gerem também mecanismos de apoio, mas o alcance dessa coordenação

é, precisamente, sectorial e não transversal.

Em poucas palavras, o que se espera do novo modelo institucional de diplomacia económica é uma melhor e mais eficiente arti-

culação de todos os intervenientes no processo de internacionalização da economia. Atendendo ao contexto em que vivemos,

é caso para afirmar que não há melhor ocasião para se promover o trabalho em equipa do que aquela surgida da necessidade!

Não me irei alongar aqui sobre as competências de todas as entidades envolvidas na diplomacia económica. Centrar-me-ei

apenas naquilo que poderíamos chamar de “diplomacia económica no sentido estrito”: isto é, aquela que envolve sobretudo

a articulação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a AICEP.

Neste âmbito, as mudanças do novo modelo foram já anunciadas e são do conhecimento público. Começando pelas resolu-

ções do Conselho de Ministros que aprovaram as orientações gerais na matéria de diplomacia económica, a que se seguiu o

despacho do Primeiro-Ministro, de 15 de Novembro, delegando as competências sobre a AICEP no Ministro de Estado e dos

Negócios Estrangeiros, a nomeação da nova administração da agência em 2 de Dezembro e, finalmente a publicação, em Diá-

rio da República de 29 de Dezembro, da nova lei orgânica do MNE.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima

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Esse novo modelo assenta nos seguintes elementos principais:

i) Na criação do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia (CEIE), presidido pelo Primeiro-Ministro

e que tem por missão avaliar as políticas públicas e as iniciativas privadas e respetiva articulação em matéria de inter-

nacionalização da economia portuguesa, de promoção e captação de investimento estrangeiro e de cooperação para o

desenvolvimento;

ii) Na delegação no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em articulação com o Ministério da Economia e do Emprego,

da tutela direta da AICEP, que tem agora um lugar particular na preparação dos trabalhos do Conselho Estratégico de

Internacionalização da Economia e na coordenação e execução e das suas orientações;

iii) Na reformulação orgânica do MNE, com a extinção da Direção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos, sucedendo-

-lhe nas suas várias atribuições a AICEP, a Direção-Geral de Política Externa e a Direção-Geral de Assuntos Europeus.

Neste sentido também, entendeu o Conselho de Ministros nomear um novo Conselho de Administração da AICEP em

que tem assento um administrador executivo do quadro diplomático do MNE, para reforçar execução prática da orien-

tação geral para uma maior e melhor coordenação das estruturas da diplomacia económica;

vi) Finalmente e no mesmo sentido, na integração das redes externas do MNE, da AICEP e do Turismo de Portugal.

Em termos práticos, o objetivo último é o de potenciar a rede externa do Estado para apoiar a economia nacional, racionali-

zando os recursos existentes, garantindo a unidade de ação e resolvendo os conflitos de competências.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

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Comecemos pela rede externa.

A ela compete, assim como a outras entidades públicas e privadas, contribuir não só para a execução da estratégia de diplo-

macia económica definida pelo governo, mas também para a sua elaboração e consolidação.

O princípio que norteará a organização das redes é o da integração hierárquica e funcional de todas as estruturas nos postos

diplomáticos e consulares.

Em termos funcionais, em matéria de diplomacia económica, os titulares dos postos passarão a receber orientações e instru-

ções diretamente da AICEP, competindo-lhes assegurar localmente a coordenação e a coerência da atuação externa portuguesa.

Por outro lado, a integração implicará que os delegados da AICEP passem a ser acreditados junto das autoridades locais como

adidos ou conselheiros económicos.

Em termos de rede consular, esses delegados poderão, ainda, vir a ser acreditados como vice-cônsules, onde e quando tal se

justificar, com dependência hierárquica dos cônsules-gerais, sem prejuízo das competências próprias de coordenação do embai-

xador acreditado no país em questão. A ação dos cônsules honorários pode ser outro instrumento ao serviço da diplomacia

económica no âmbito da rede externa, naturalmente bem enquadrados pela estrutura hierárquica referida

No que toca ao turismo, nos postos onde haja um delegado do Turismo de Portugal, este passará a depender também hierar-

quicamente do titular do posto; onde não exista tal delegado, a promoção do turismo ficará a cargo do adido ou conselheiro

económico.

Em termos operacionais, as duas prioridades imediatas serão a continuação do processo de co-localização das várias represen-

tações e a definição de estratégias específicas para os mercados de cada país onde existam postos diplomáticos.

Onde a co-localização não seja ainda efetiva, os Chefes de Missão serão chamados a identificar, sempre que possível, as medi-

das necessárias à sua rápida concretização, obedecendo, naturalmente, ao critério da contenção de custos.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Isto implica que os serviços externos do MNE passam a contar de uma forma mais sistemática e formal com a colaboração

funcional das redes externas da AICEP e do Instituto do Turismo de Portugal, ou seja, um conjunto de mais 173 pessoas, entre

delegados e serviços de apoio, mas também, que a AICEP e o ITP passam a contar da mesma forma com o apoio sistémico e

formal da rede externa MNE, incluindo a diplomática e consular. Tem de ser uma win-win situation, porque em última análise

é o país que ganha com isso.

Quanto à definição de estratégias por mercado, os Chefes de Missão serão chamados a propor os seus elementos definidores,

assim como a identificar os objetivos anuais que poderão contribuir para a sua execução.

Com efeito, não se espera que as embaixadas e consulados sejam meros executores da política definida pelas autoridades cen-

trais, sendo essencial, pela sua experiência e conhecimento do terreno, que contribuam para a elaboração e consolidação da

estratégia de diplomacia económica nacional.

Isto significa, que, em termos de procedimentos, os Chefe de Missão passarão a ter três novas responsabilidades, que consti-

tuirão a base do trabalho económico a desenvolver:

Em primeiro lugar, deverão apresentar, no início de cada ano, um contributo para a definição ou ajustamento da estratégia ins-

titucional de diplomacia económica para o mercado do país onde se encontrem acreditados. Neste caso, poderão igualmente

fazê-lo, no caso de se encontrarem acreditados como Chefes de Missão não-residentes noutros países, também para esses mer-

cados, se para tal forem solicitados ou se entenderem justificado;

Em segundo lugar, deverão preparar um plano de anual de objetivos e atividades de diplomacia económica, que contribua para

a execução da estratégia para o respetivo mercado e que apresente indicadores que permitam avaliar a afetação prevista dos

recursos humanos, materiais e financeiros;

Finalmente, deverão realizar, no final de cada ano, um relatório anual de atividades que avalie qualitativa e quantitativamente

os resultados das ações definidas no respetivo plano de atividades.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

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Este trabalho de base contará, naturalmente, com o apoio e a coordenação da AICEP na elaboração das estratégias e dos pla-

nos de atividades, contribuindo, nomeadamente, para a identificação dos meios e instrumentos disponíveis e dos sectores estra-

tégicos para a internacionalização da economia.

Por outro lado, a AICEP promoverá, na medida do possível, a realização de ações de formação para funcionários diplomáticos

e técnicos, facilitando o contacto com as empresas investidoras e exportadoras para os diferentes mercados, de acordo com as

prioridades que venham a ser definidas anualmente.

Sobre este ponto, é necessário que sejamos muito claros. Num quadro de consolidação orçamental muito exigente, é crucial

uma clara identificação de prioridades, a criteriosa distribuição de recursos humanos e financeiros e uma atuação centrada em

objetivos e metas bem definidos. Isso significa que não poderão ser atribuídos os mesmos meios a todos os Postos. Mas tal em

nada diminui a importância do trabalho económico que todas as embaixadas e consulados poderão e deverão fazer.

Se muito se espera dos Chefes de Missão, na identificação de interlocutores adequados e oportunidades de negócio e no apoio

aos empresários portugueses, da parte da AICEP iremos trabalhar para fornecer o apoio que até agora poderia ter faltado para

garantir a coordenação com o sector privado e para uma mais adequada promoção dos produtos, marcas e serviços nacionais.

Gostaria ainda de referir algumas das alterações que permitirão articular a AICEP com a Direção-Geral de Política Externa e

com a Direção-Geral dos Assuntos Europeus.

Nos termos da nova lei orgânica do MNE – e em breve irão ser aprovados novos estatutos da AICEP consonantes com esta

– a coordenação funcional da ação externa está cometida à DGPE. Nesta conformidade, a administração da AICEP passará

também a estar representada no conselho coordenador político-diplomático presidido pelo DGPE.

Desde logo será criada para as comunicações telegráficas a sigla de cifra “AICEP”. Será, assim, possível uma ligação direta com

todos os Postos, esperando-se que toda a informação relativa a matérias de diplomacia económica passe a ser atribuída dire-

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54

tamente à AICEP, mantendo-se em conhecimento a respetiva Direção de serviços regional da DGPE ou da DGAE e, quando

adequado, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

Excetuam-se desta regra, naturalmente, as matérias relativas à Política Comercial Comum da União Europeia, que deverão

continuar a ser atribuídas à DGAE, dando-se delas conhecimento à AICEP.

Em termos de articulação com outros departamentos, serviços ou organismos sectoriais competentes, a DGPE e a DGAE pro-

cederão à difusão adequada da informação telegráfica, sucedendo nesta matéria à extinta DGATE.

O mesmo sucede em matéria de negociação de acordos do foro económico, cujo acompanhamento imediato competirá aos

serviços tanto da DGPE, como da DGAE.

Finalmente, prevê-se uma crescente mobilidade de funcionários entre o MNE e a AICEP e vice-versa, com o intuito de facilitar

o trabalho em equipa que se espera de todos nós.

Neste sentido a eventual participação de técnicos da AICEP no estudo sistémico das implicações da legislação comunitária na

competitividade externa dos vários setores empresariais poderá ser um contributo novo ao trabalho nesse sentido já produzido

pela DGAE ou pelos ministérios setoriais

Por outro lado, diplomatas e quadros do MNE irão integrar as estruturas da agência. Igualmente poderão ser colocados fun-

cionários dos quadros do MNE na rede externa da AICEP.

Vamos trabalhar para que a cultura económica, em especial comercial e empresarial, ganhe cada vez mais peso na formação e

avaliação dos nossos diplomatas e demais quadros do MNE. Neste sentido a administração da AICEP passará também a estar

representada no conselho diplomático.

Como nos disse esta manhã o senhor Ministro os Chefes de Missão irão receber nos próximos dias uma carta de missão em

que estes temas serão mais desenvolvidos. Será o mapa de execução das novas orientações.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do ADMINIStrADor DA AICEP antónio de almeida lima

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 47 - 54

Sei perfeitamente que teremos de ir afinando o rumo à medida que formos navegando, no geral das instruções e no particular

da situação de cada posto. Faremos isso em permanente diálogo construtivo.

Termino citando o ministro britânico dos negócios estrangeiros em recente discurso na conferência anual da confederação da

indústria britânica: O Foreign and Commonwealth office existe para defender e promover os interesses nacionais britânicos

no seu sentido mais lato. Hoje mais do que em nenhum outro momento da história recente, esse interesse nacional exige-nos

que usemos a diplomacia britânica em apoio dos empregos e do crescimento da nossa economia. É isso que estamos determi-

nados a fazer.

Tenho a certeza que o MNE, os seus dirigentes e funcionários subscrevem também esta visão. Pela minha parte, gostaria de

lhes assegurar, desde já, que contarão sempre com a minha pronta e total colaboração.

Intervenção do comissário-geral de portugal para as comemorações do Ano de portugal no brasil

miguel Horta e costa

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

56 Intervenção do comissário-geral de portugal para as comemorações do Ano de portugal no brasilmiguel Horta e costa

2

Agenda

▪ Introdução

▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil

▪ Características do projeto

▪Organização e cronograma

2

Agenda

▪ Introdução

▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil

▪ Características do projeto

▪Organização e cronograma

Ano de Portugal no Brasil 7 de Setembro 2012 a 10 de Junho 2013

Apresentação do projeto no Seminário Diplomático 2012

Janeiro de 2012

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

2

Agenda

▪ Introdução

▪ Contexto do Ano de Portugal no Brasil

▪ Características do projeto

▪Organização e cronograma

Houve por bem o governo português convidar-me para assumir o importante cargo de Comissário-Geral para o Ano de Por-

tugal no Brasil.

É para mim uma grande honra e foi com absoluto sentido de responsabilidade, com muito entusiasmo e também satisfação

pessoal que abracei este desafio.

Mas ao fazê-lo o que fez o governo foi convidar, do universo empresarial português, entidades para as quais a relação entre

Portugal e Brasil foi sempre uma constante ao longo do seu percurso profissional.

– Em 1982 como presidente da Marconi participei na criação da parceria com a Embratel do Brasil permitindo a automati-

zação das comunicações via satélite entre os dois países;

– Em 1988 como Secretário de Estado do Comércio Externo presidi pelo lado português a uma Comissão mista Portugal/Bra-

sil tendo pelo lado brasileiro o então Secretário de Estado Paulo, Tarso Flexa de Lima.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

Acompanhava-me então o Vice-Governador do Banco de Portugal, Walter Marques, com quem foi possível conseguir a decisão

histórica do Governo brasileiro de levantar a cláusula-ouro permitindo e facilitando o investimento brasileiro em Portugal.

– Em 1998 como vice-Presidente do Grupo Portugal Telecom com o pelouro internacional liderei a participação do Grupo no

processo de privatização do sistema TeleBras e, nesse contexto, a aquisição de uma participação de controle na Telesp celu‑

lar. Esta aquisição permitiu-me participar no desenvolvimento dos serviços de Telecomunicações Móveis em São Paulo. O

investimento inicial de 3,5 mil milhões de dólares foi, à data, o maior investimento Português no estrangeiro, e a primeira

de várias iniciativas de Grupos empresariais Portugueses no Brasil.

– Ao longo de quase uma década, primeiro como Vice‑Presidente e depois como presidente executivo do Grupo Portugal Tele‑

com, liderei todo o processo e desenvolvimento de Telecomunicações no Brasil, com a extensão dos serviços a todo o terri‑

tório Brasileiro e criação da Vivo em joint venture com a Telefónica.

– Mais recentemente assumi a presidência da Fundação Luso Brasileira, tendo o ano passado levado a primeira exposição

individual da pintura Paula Rego ao Brasil, num total de 130 obras, que foram apresentadas na Pinacoteca do Estado de

São Paulo com o maior sucesso.

Deste longo percurso na gestão de relações Luso Brasileiras espero poder retirar a experiência e inspiração necessárias para

honrar tão importante responsabilidade como Comissário‑Geral para o Ano de Portugal no Brasil.

– Organizado na sequência de programas semelhantes realizados por outros países, nomeadamente o ano de França no Brasil

(em 2009) ou ano de Itália no Brasil (a decorrer).

– Estes eventos têm tipicamente resultados muito positivos. Na sequência do ano de França no Brasil conseguiu-se, por exem-

plo, triplicar o volume negócios entre países, +27% de turistas franceses no Brasil ou +20% matrículas em cursos de Portu-

guês em França.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

3

Ano de Portugal no Brasil na sequência de iniciativas semelhantes de outros países

Período: Abril a Novembro 2009

Eventos: 560 espetáculos, shows, exposições, palestras, debates etc

Temas: artes visuais, música, arte e cultura, ciência, entre outros

Resultados: 3x incremento no volume negócios entre países; +27% de turistas no Brasil; +20% matrículas em cursos de Português em França

Período: Outubro 2011 a Julho 2012

Eventos: Mais de 500 mostras, exposições, festas, feiras e fóruns

Temas: enogastronomia, ciência e tecnologia, arquitetura e design, economia e negócios, moda, arte, teatro e dança, cinema e desporto

Resultados: N.a.

França Itália Outros

Holanda 2011

PortugalSet. 2012 – Jun. 2013

Alemanha2013

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

O Ano de Portugal no Brasil irá decorrer de 7 de Setembro de 2012, dia da Independência do Brasil, a 10 de Junho de 2013,

Dia de Portugal

4

Período do Ano de Portugal no Brasil

De 7 Setembro 2012(Independência do Brasil)

a 10 Junho de 2013(Dia de Portugal)

4

Período do Ano de Portugal no Brasil

De 7 Setembro 2012(Independência do Brasil)

a 10 Junho de 2013(Dia de Portugal)

5

Contexto desafiante em Portugal e de elevado momentum para o Brasil

PortugalBrasil

6ª economia mundial em

crescimento económico sustentado

Tecnologia de ponta (aeronáutica,

exploração petrolífera, etc)

Palco de grandes eventos culturais

e desportivos (Copa 2014,

Olimpíadas 2016)

Necessidade de capitalizar

língua e cultura portuguesas

Crise económica (com

efeitos na autoestima)

Capital humano de elevado

potencial, mas com imperativo

de olhar para o exterior

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

Este projeto surge, como todos sabemos, numa altura particularmente desafiante para Portugal, nomeadamente pela forte crise

económica com efeitos na autoestima, e de elevado momentum para o Brasil, em forte crescimento económico.

6

Oportunidade para encetar uma nova etapa na construção da imagem de Portugal no Brasil

Etapas e aspetos marcantes para a imagem de Portugal no Brasil

▪ Principal destino migratório de Portugal

▪ Foco em mão de obra barata

▪ Emigração das elites em Portugal

▪ Regresso a Portugal no in cio da década de 80

▪ Início dos grandes investimentos de Portugal no Brasil

▪ Presença de principais empresas Portuguesas (PT, EDP, etc)

Inicio Sec. XX

Década de 70

Década de 90

Ano de Portugal no Brasil

▪ Oportunidade histórica para renovar imagem de Portugal

▪ Projetar um Portugal moderno, virado para o futuro e parte integrante da Europa

í

Depois de 3 grandes fases da construção da imagem de Portugal no Brasil – o início do século xx, a década de 70 e a década

de 90 – todas com os seus traços distintivos, esta é uma oportunidade histórica para renovar a imagem de Portugal no Brasil.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Grandes desígnios do programa

7

1

2

Um Novo Portugal para o

Brasil

Mais Brasil em Portugal

Mais Portugal no Brasil

Atualizar imagem e apresentar criatividade e conhecimento dos Portugueses

Promover intercâmbio cultural, económico, cient fico, etc

3

Realização (em simultâneo?) do Ano do Brasil em Portugal

Estreitar vínculos entre as Sociedades Civis Estimular interes-

se dos cidadãos e insti-tuições brasileiras em Portugal

Portugal de Novo - Projetar um Portugal moderno, virado para o futuro e parte

í

integrante da Europa

Este é um programa com desígnios ambiciosos, antes de mais de projetar Portugal de Novo – um Portugal moderno, virado

para o futuro e parte integrante da Europa:

1) Trazer um Novo Portugal para o Brasil, nomeadamente:

– Atualizar imagem e apresentar a criatividade e conhecimento dos Portugueses;

2) Estimular Mais Portugal no Brasil, nomeadamente:

– Promover intercâmbio cultural, económico, científico, etc.

3) Promover Mais Brasil em Portugal, nomeadamente:

– Estreitar vínculos entre as Sociedades Civis

– Estimular interesse dos cidadãos e instituições brasileiras em Portugal

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

8

Âmbito temático e geográfico

Âmbito temático

▪ Áreas de atuação prioritárias – Empresarial/

Economia – Desporto– Cultura – Educação– Ciência – Tecnologia e Inovação

▪ 10 a 20 grandes eventos e multiplicidade de eventos temáticos

Âmbito geográfico

▪ Cobertura mediática e divulgação em todo o Brasil

▪ Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro como cidades prioritárias

▪ Salvador e Belo Horizonte com visão de programa integrado

▪ Restantes cidades (a definir) com eventos específicos

O programa para o Ano de Portugal no Brasil focar-se-á em 6 áreas-chave:

1. Empresarial / Economia

2. Cultura

3. Desporto

4. Educação

5. Ciência

6. Tecnologia / Inovação

Este programa pretende gerar awareness a todos os Brasileiros através da cobertura média em todo o Brasil e um plano de

eventos nas cidades mais relevantes (10 a 20 grandes eventos e uma multiplicidade de atividades com enfoque nas áreas-chave

definidas):

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

– Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro como cidades prioritárias

– Salvador e Belo Horizonte com visão de programa integrado

Para todas as áreas temáticas que definimos estamos neste momento a iniciar contactos com as entidades setoriais relevantes

e a definir um conjunto de eventos que marquem o projeto.

Áreas de atuação prioritárias: Empresarial/Economia

9

• Potenciar investimento e reforçar presença económica de Portugal no Brasil (e vice versa)

• Confrontar e comunicar casos de sucesso empresarial em ambos os países

Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

• PSI20 meet BM&FBOVESPA

• Case study empresarial EFACEC

• Programa turístico “Portugal para dois”

• Vouchers Portugal (para utilização nos melhores Hoteis e Restaurantes de Portugal)

• Responsabilidade Social: Casos de sucesso Portugueses e Brasileiros

Entidades Chave

• Ministérios da Economia de Portugal e Brasil

• Principais empresas e gestores de ambos os países

1) Empresarial / Economia

Naturalmente com um foco especial nos setores em que as empresas portuguesas estão a apostar no Brasil:

– energia;

– telecomunicações;

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

– exploração petrolífera;

– banca e serviços financeiros;

– imobiliário e turismo

Mas também em setores onde o conhecimento, e a expertise tem tornado famosos alguns nomes portugueses pela excelência

do seu trabalho como é o caso da arquitetura do design e da moda.

Exemplos de sucesso

Áreas de atuação prioritárias: Cultura

10

• Apresentar ao Brasil a “Indústria da

Cultura Portuguesa”

• Promover literatura, arte, música,

gastronomia, moda, arquitectura,

Design, entre outros

Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

• Arte

• Bienal de Arte Moderna e Contemporânea

• Exposição de Arte Sacra

• Ministérios da Cultura Portugal e Brasil

• Principais entidades setoriais

• Música

• Duetos entre artistas Portugueses e

Brasileiros - Maior concerto luso-brasileiro

• Gastronomia

• Vinhos/azeites Portugueses no Brasil

• Restaurante Portugal Degusto

• Outros

• Eventos em moda, arquitetura, etc

• Literatura

• Feira do Livro com Portugal como tema

• Promoção de novos autores Portugueses

Entidades Chave

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

2) Cultura

Esta área abrange um vasto conjunto de atividades artísticas que vão das artes visuais como a pintura e a escultura, à lite-

ratura e à poesia, da música ao teatro, ao cinema e à televisão.

Trata-se de uma área que irá estar naturalmente na base de alguns dos grandes eventos a preparar e nos quais terá também

lugar a gastronomia e a enologia portuguesas.

Áreas de atuação prioritárias: Desporto

11

▪ Fortalecer laços existentes, com especial

incidência em desportos relevantes em ambos

os países

▪ Gerar eventos de grande visibilidade para

promoção do projeto

Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

▪ Jogo amigável entre seleções nacionais

de futebol

▪ Competição de surf com atletas

Portugueses e Brasileiros

▪ Torneio de Golf Portugal-Brasil

▪ Regata Pedro Álvares Cabral

▪ …

Entidades Chave

▪ Federações de Futebol, Vela, Golf e Surf em

ambos os Países (entre outros)

▪ Principais clubes desportivos

3) Desporto

Quando pensamos em desporto naturalmente pensamos em futebol. Será que termos as duas seleções a jogar é um desafio

ao nosso alcance? Penso que sim.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 56 - 72

Mas temos o golf, a vela, o surf e o hipismo que são modalidades com enormes tradições nos dois países e que se podem

inscrever nas iniciativas a estudar.

Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

Entidades Chave

12

Áreas de atuação prioritárias: Educação

Dar visibilidade ao talento nas novas gerações

Aproximar entidades-chave em ambos os países

Intercâmbio entre melhores alunos dos dois países

Bolsas de mérito

PSI 20 nas principais Universidades Brasileiras

Navio Escola Sagres com jovens Portugueses e Brasileiros

…Ministérios da Educação e Ciência de Portugal e Brasil

Educação

O Ano de Portugal no Brasil será uma grande oportunidade para o estreitar dos laços entre as grandes escolas portuguesas e

brasileiras.

As Universidades dos nossos dois países terão neste ano a ocasião de em conjunto reforçarem parcerias e a sua ligação à socie-

dade civil.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

Entidades Chave

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Áreas de atuação prioritárias: Ciência

▪Partilhar experiências e conhecimentos

▪Mostrar o que de mais avançado existe em

Portugal

▪Bolsas de investigação para projetos conjuntos

▪ Erasmus científico

▪…

▪Ministérios da Educação e Ciência de Portugal

e Brasil

▪Principais institutos científicos em ambos os

Países

Ciência

A oportunidade de estreitar os laços na investigação científica entre os dois países poderá passar por criar um programa “Eras-

mus” para jovens investigadores, cobrindo as mais variadas áreas da ciência ou com um foco especial em algumas em particular.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Principais objetivos Ilustração de possíveis eventos

Entidades Chave

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Áreas de atuação prioritárias: Tecnologia/Inovação

▪Alavancar o talento e competências-chave de ambos os países

▪Dar a conhecer casos de sucesso Portugueses a instituições brasileiras

▪Prémio Portugal Brasil para a Inovação

▪Mostra de avanços da Nanotecnologia em Portugal

▪…

▪Ministérios da Economia de Portugal e Brasil

▪Principais empresas de tecnologia em ambos os Países

Tecnologia / Inovação

Considero que é ainda razoavelmente desconhecido da maioria dos portugueses o notável sucesso de muitas jovens e mais

maduras empresas portuguesas na área da inovação e da tecnologia.

É um grande desafio levá-las ao Brasil, o que poderá para muitas significar o princípio da sua internacionalização.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Outras caraterísticas do programa

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Grupo alvo

Parcerias e Patrocínios

•Visibilidade a todos os Brasileiros

•Alvos específicos nas áreas temáticas definidas

•Parceria com grande empresa de media Brasileira (cobertura em todos os meios)

•Comité Patrocinadores oficiais

•Patrocínio direto de eventos específicos

Modelo de Organização

•Eventos sob marca única

•Grandes eventos com organização centralizada

•Eventos específicos com organização “local” e monitorização central

Avaliação de sucesso

•Definição de métricas para aferição do sucesso do programa

•Exposição

•Resultados

Para atingir o objetivo de cobertura em todos os meios e em todo o Brasil estamos em contatos com um grande parceiro media

brasileiro, uma peça fundamental para a promoção e sucesso do programa.

Planeamos dois tipos de parceiros:

– Membros do Comité de Patrocinadores oficiais, presentes no advisory board da organização, um grupo selecionado de per-

sonalidades portuguesas e brasileiras;

– Patrocinadores diretos de eventos específicos nas áreas-chave definidas.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Organização

Conselho Geral Governo Português

Coordenador Geral

Relações com Media

Tecnologia, Inov. e Ciência

Comissário GeralDr. Miguel Horta e Costa

Empresarial / Economia Cultura

Finanças

Parceiro de Media

Gestão de PatrocíniosGestão de Eventos

Grupo selecionado de personalidades

portuguesas e brasileiras

Advisory Board

Instituições relevantes portuguesas e brasileiras (Embaixadas, Câmaras de Comércio, entre outros)

Equipa sediada em Portugal e no Brasil

Educação e Desporto

Estamos a finalizar a estrutura organizativa para o projeto, que conta já com Pedro Soares Oliveira, do Ministério dos Negó-

cios Estrangeiros e Adriano Jordão, para a área da Cultura.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do CoMISSárIo-GErAl DE PortuGAl PArA AS CoMEMorAçõES Do ANo DE PortuGAl No BrASIlmiguel Horta e costa

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Cronograma

Dez Fev Abr Mai Ago Set

Preparação de eventos específicos

Atividade

Definição do conceito e estrutura de parcerias

Preparação e aprovação do caderno de encargos e macro-objetivos do programa

Negociação de patrocínios a apoios a eventosespecíficos

Preparação da “versão teste” do programa nas suas múltiplas vertentes

Apresentação do conceito do programa a patrocinadores e stakeholders (Portugal e Brasil)

Selecção do parceiro de media

Evento de lançamento (Brasília + SP/RJ)

Estamos neste momento a ultimar a visão geral do projeto e calendário detalhado para sua implementação, que contamos

apresentar ao Governo Português em finais de Fevereiro.

Nas últimas décadas Portugal assistiu a um elevado desenvolvimento das suas capacidades. Aumentamos os nossos centros de

competência. Desenvolvemo-nos em diversas áreas e setores onde somos os principais players a nível mundial.

Essa imagem ainda não chegou ao Brasil com a profundidade que todos ambicionamos.

Esse é o grande desafio para todos nós.

Intervenção do primeiro-ministro

Pedro Passos coelho

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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74 Intervenção do primeiro-ministroPedro Passos coelho

Começo por agradecer ao ministro Paulo Portas o convite para participar nesta edição do Seminário Diplomático.

O senhor ministro já teve ocasião de partilhar convosco as principais prioridades e linhas de força da política externa.

Dizia há dias um líder político estrangeiro que os diplomatas são “provavelmente a moeda mais depreciada da política”. Que

fique claro que para o Governo português não o são.

A carreira diplomática, o quadro diplomático, não configura apenas um corpo especial do Estado.

Ela representa, desde a fundação da nação, uma das nossas mais destacadas linhas da frente, prevendo, protegendo e proje-

tando os interesses superiores do país.

A nossa soberania, tal como hoje a conhecemos, e a nossa presença no mundo, muito deve à ação dos diplomatas.

Temos plena consciência que a segurança política e económica de Portugal passa também pela vossa ação, sobretudo num

contexto de acelerada mutação, onde as tradicionais fronteiras e conceitos de soberania se esbatem numa nova realidade de

crescente interdependência política, económica e social.

Ainda não há muito tempo se dizia que quando os EUA espirravam, a Europa se constipava. Eu diria que agora basta uma

forte gripe na Grécia para que a Europa e o mundo se constipem. É o chamado efeito borboleta, mas causando danos de ele-

fante numa loja de cristais.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho

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Neste sentido, e perante uma soberania cada vez mais partilhada e reconfigurada, a vossa ação não se cinge apenas ao campo

externo, ganhando uma dimensão interna cada vez mais relevante. Aliás, já não é mais possível dissociar os planos interno e

externo.

A diplomacia económica, que importa acentuar na vossa ação quotidiana, também não se dissocia da diplomacia política. Uma

proximidade política propicia ou deve propiciar uma proximidade económica e vice-versa.

Vivemos tempos de crise e de incerteza económica e financeira sem precedentes no pós-Guerra, à escala global mas sobretudo

à escala europeia.

Raymond Aron, ao rotular o período pós-Segunda Guerra Mundial de “Guerra fria”, dizia que esta se caracterizava por uma

situação de “Guerra improvável, Paz impossível.”

Abusando desta imagem, atrever-me-ia a dizer que a Europa parece viver um período de guerra impossível, devendo contudo

alcançar não apenas a paz provável mas a paz duradoira sustentada na resolução política, económica e financeira da crise por

que atravessa.

São tempos muito difíceis para a Europa, e para Portugal eu diria mesmo tempos de emergência económica e social.

O Governo vai cumprir com determinação e rigor os compromissos assumidos com a União Europeia e o FMI; e vai prosse-

guir reformas estruturais abrangentes e indispensáveis para democratizar a economia, e assim promover o crescimento e refor-

çar a competitividade – envolvendo a fiscalidade, a legislação laboral, a justiça, a administração pública, a regulação, o sector

público empresarial e a valorização do capital humano.

Estou consciente de que este é um desafio muito exigente, que requer um esforço coletivo sem precedentes na história da demo-

cracia portuguesa. Tal como acredito na coragem e na capacidade dos Portugueses, também estou confiante no que respeita à

participação qualificada e profissional da diplomacia portuguesa nesta grande tarefa nacional.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do PrIMEIro-MINIStroPedro Passos coelho

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Encaro assim o suporte diplomático como fundamental para a plena modernização de áreas essenciais, por via das reformas

em curso e em perspetiva.

A proteção e a salvaguarda do interesse nacional no atual contexto de mudança acelerada exigem assim, por seu turno, da

vossa parte, a capacidade de avaliação, muitas vezes quase imediata, do centro dos nossos interesses e uma atitude firme e

determinada na negociação de modo a garantir a proteção desses mesmos interesses.

Mas não nos iludamos. Temos de estar preparados para trilhar um caminho que será longo e difícil, uma verdadeira maratona,

em que não se pode perder de vista o potencial de impacto de fatores externos nem sempre inteiramente previsíveis. Basta olhar

para o passado recente em termos europeus para perceber que não há soluções fáceis e rápidas e que, mais frequentemente

do que teríamos desejado, as soluções possíveis são desafiadas no plano institucional antes ainda de sequer serem executadas.

Na Europa, existe por vezes a sensação de que se caminha de forma lenta e fragmentada, anunciando medidas avulsas de

cimeira em cimeira. Por vezes apetece dizer como Kissinger: “there cannot be a crisis next week; my schedule is already full”.

Mas a verdade é que a União Europeia são 27 estados, 27 democracias. O seu tempo de ação, que se mede em meses, e não

em horas, nem sempre coincide com o tempo dos mercados. O importante no entanto é agir de forma clara, segura e sem

precipitações.

A crise financeira de 2008 alastrou rapidamente ao mercado das dívidas soberanas europeias assentes em défices descontrola-

dos de Estados que viveram acima das suas possibilidades. No caso português, a crise financeira acabou por expor aos olhos

de todos os nossos desequilíbrios económicos e estruturais.

A crise revelou também fragilidades intrínsecas, de ordem sistémica e estrutural, na economia europeia. Completar Maastricht

e Lisboa, reforçando o pilar económico da nossa União Monetária, revelou-se não apenas necessário mas urgente.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Não se trata apenas de proteger o Euro, que acaba de cumprir a sua primeira década de vida (sendo hoje a segunda moeda

internacional). Trata-se de revigorar o próprio projeto europeu.

Nas várias Cimeiras em que participei foi possível chegar a consenso em matéria de substância e de processo, de que sublinha-

ria: a necessidade de articular medidas estruturais com medidas conjunturais de impacto a curto prazo; o reconhecimento de

que a estabilidade requer mais disciplina e convergência orçamental e económica para alcançar um crescimento mais compe-

titivo, mas também mais solidário; o carácter imperioso do objetivo do equilíbrio orçamental.

É um processo em construção. Participaremos ativamente no processo de negociação – que já se iniciou, envolvendo nesta fase

o próprio Reino Unido – do novo Pacto intergovernamental, salvaguardando o nosso ordenamento constitucional e os direi-

tos de voto.

É com este propósito que procuraremos reforçar, através da inscrição da chamada “regra de ouro” em sede legislativa refor-

çada, os compromissos assumidos quanto ao limite do endividamento, e cumpriremos a obrigação de reduzir a dívida pública

na proporção acordada.

É este o desafio que temos pela frente, o desafio de tornar a Europa mais competitiva, de preferência a 27 mas com abertura

a projetos de cooperação reforçada se necessário. Schengen e a própria moeda única demonstram que é possível aprofundar o

projeto europeu congregando por essa via um máximo de vontades.

Mas não tenhamos ilusões: este aprofundamento implica tornar países como Portugal mais convergentes e competitivos.

O Pacto de Estabilidade e Crescimento reforçado no Direito Europeu e nacional é a resposta que os 27 estabeleceram e que

julgo adequada.

Não se trata de consagrar regras cegas porque a chamada “regra de ouro” comporta a flexibilidade necessária para atender

a recessões ocasionais ou a contingências excecionais. Também não se trata de consagrar regras ideologicamente enviesadas

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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porque a responsabilidade orçamental não é, ou não deve ser, assunto de direita ou de esquerda. Trata-se até de trazer mais

transparência ao debate público, na medida em que as diferentes propostas dos vários partidos políticos terão de incluir as

necessárias contrapartidas orçamentais, levando mais informação aos eleitores sem com isso descaraterizar os seus diferentes

programas.

Não há crescimento sustentado sem equilíbrio orçamental. E não há equilíbrio orçamental sustentável sem reformas de fundo

e estruturais viradas para o crescimento competitivo e gerador de emprego a nível nacional.

Estas medidas estruturais da União Europeia e da Zona Euro não devem ser vistas de forma dissociada da importante ação

que o BCE tem vindo a desenvolver, no respeito da sua independência e sem requerer revisão dos tratados.

Por vezes os mercados não reagem de forma tão rápida quanto se supõe (ou o ritmo da especulação sugere). O BCE na vés-

pera da Cimeira de dia 9 de Dezembro tomou uma decisão sem precedentes e de grande alcance ao conceder liquidez pratica-

mente ilimitada (ao flexibilizar a elegibilidade de colaterais) ao sistema bancário europeu para três anos (repito três anos!). E

na penúltima semana de Dezembro facultou 500 mil milhões de Euros, a que a banca nacional não deixou aliás de recorrer.

Muito se tem falado da suficiência ou insuficiência do firewall, do temporário Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)

e do permanente Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Mas este firewall também não pode ser visto de forma separada

do imenso poder de fogo que o BCE tem demonstrado.

Também passou quase despercebida a importante decisão tomada no passado dia 9 de Dezembro pelos Chefes de Estado e

do Governo ao mitigar a intervenção do setor privado (PSI) no MEE, através da remissão para o apertado condicionalismo

previsto pelo FMI no que toca a restruturações de dívida, o que reforça a mensagem de que o caso grego é verdadeiramente a

exceção e não a regra.

Noto aliás que o BCE passou a ser o gestor quer do FEEF quer do MEE.

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A resposta sistémica europeia deve pois ser encontrada nesta articulação pragmática de instrumentos, meios e intervenções.

A construção da resposta de sistema a uma crise de sistema não deve porém levar-nos a uma postura de complacência. A Europa

defronta-se ainda com grandes desafios.

A Europa não pode permanecer assimétrica.

Mais Europa significa mais convergência, macroeconómica, orçamental e financeira. Significa também mais integração, mais

união económica mas também mais união política, assente numa nova disciplina.

Não bastam “acordos de cavalheiros”, como vimos. A palavra dada deve ser vertida em normas claras e consequentes, deve

ser traduzida em Direito. A União Europeia é uma comunidade de direito.

É este o sentido do novo Pacto Orçamental. Acelerar e obrigar a convergência, naturalmente tendo presentes as especificida-

des de cada país.

A solidariedade deve assentar em responsabilidade. E temos uma responsabilidade nacional a cumprir. Ninguém fará por nós

o que só a nós compete.

Mas este novo Pacto deve pressupor o aprofundamento do mercado único. Daí que se preveja a sua integração nos Tratados,

bem como o reforço do papel das instituições europeias e do método comunitário, que defende o interesse geral da União e

promove o “bem público europeu”.

A questão da legitimidade democrática tem sido suscitada por vários quadrantes políticos.

Sejamos claros: a legitimidade democrática deve assentar no princípio da igualdade entre Estados mas deve também residir

numa nova partilha de soberanias à escala europeia, assim como no primado do Direito e na continuada proteção das liber-

dades e das garantias.

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A Europa será sempre uma comunidade de democracias. Aliás o Tratado de Lisboa veio confirmar um regime de inclusividade

e interação com os parlamentos nacionais e a atribuir competências colegislativas ao Parlamento Europeu.

A Europa pós Tratado de Lisboa conta com uma dupla legitimidade democrática, nacional e europeia, a par de uma partilha

alargada de soberanias.

A resposta europeia à crise global passa por esta realidade dual.

E passa por mais mercado interno e mais convergência política na ação externa e de defesa da União.

Portugal deve permanecer na linha da frente nestes domínios, pois os interesses nacionais assim o exigem.

Nas atuais circunstâncias, julgo correto afirmar que nunca Portugal dependeu tanto da Europa como agora e nunca a Europa

dependeu tanto do esforço de reformas estruturais em países como em Portugal. Neste sentido, o interesse nacional confunde-

-se hoje cada vez mais com o interesse coletivo europeu.

Não alimentamos dúvidas retóricas sobre o êxito ou o fracasso do projeto europeu. Sabemos que a resposta tem de ser mais

Europa.

E mais Europa significa ultrapassar as vulnerabilidades endógenas do projecto europeu, concebido num ciclo de prosperidade

e que, ao contrário do que terá sido pensado, não se revelou perene.

É pois na Europa que também se joga o futuro de Portugal. Daí a prioridade que atribuí desde a primeira hora ao esforço e

ao papel de Portugal no concerto europeu.

Com pragmatismo e realismo, mas sem ceder em questões que radicam da nossa ordem política constitucional.

À escala global, já não há potências na Europa, embora alguns países talvez ainda não se tenham apercebido disso devidamente.

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As projeções são claras: em 2050 não haverá nenhum país europeu entre as seis maiores economias mundiais. Mas a UE estará

entre as três maiores…

Para negociar com potências emergentes como a China e a Índia, a unidade europeia torna-se indispensável.

Portugal deve contribuir proativamente para essa unidade.

Neste sentido, deveremos também aproveitar a participação dos portugueses no Serviço Europeu de Ação Externa, alguns dos

quais ocupam postos-chave como Washington, Brasília, Nova Deli e Kiev.

Por vezes esquecemos que a Europa é, a todos os títulos, a potência emergente por excelência nas últimas décadas.

Nunca a Europa teve tanto poder, sendo o primeiro parceiro comercial e o primeiro doador.

É também a economia social de mercado mais avançada, o maior mercado interno do mundo e o espaço onde os direitos e

liberdades fundamentais estão mais desenvolvidos.

(Tudo isto com 500 milhões de habitantes e com países ainda muito díspares.)

A Europa, ou reforça estas suas características, estes seus atributos, ou perde relevância.

Para isso a abertura aos mercados é indispensável.

Retroceder para a Europa das nações ou estabelecer a fortaleza europeia em termos de protecionismo comercial não seria ape-

nas andar para trás. Seria desaparecer do atual mapa geoestratégico e geo-económico.

Resta-nos pois progredir. Não são apenas os mercados que o pedem. São os nossos parceiros por esse mundo fora.

Destacaria ainda uma outra frente de negociação em 2012, que se antevê extremamente exigente e que é de crucial importância

para Portugal: a negociação do Quadro Financeiro Plurianual da UE para o período 2014-2020. Devemos encarar e negociar

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esse quadro de perspetivas financeiras europeias, também na medida do que envolve de perspetivas financeiras para o nosso

país.

Interessa-nos, desde logo, influenciar a definição das prioridades políticas da UE e aí a Política de Coesão é a nossa primeira

prioridade, na medida em que poderá apoiar decisivamente as reformas estruturais e o programa de ajustamento da nossa eco-

nomia. Mas, numa negociação das políticas e instrumentos que será global, temos outros interesses fundamentais a defender

habilmente.

Se muito se pede aos diplomatas que estão na Europa, não menos se pede aos que se encontram fora dela.

Portugal depara-se com um desafio verdadeiramente determinante para o seu futuro: ser simultaneamente um modelo de inte-

gração (europeia) e um modelo de abertura (ao Mundo). É este o desafio que temos pela frente e a que devemos responder

desde já, lançando as bases para uma ação externa sustentável, com objetivos claros.

Com efeito, se o nosso espaço de inserção económico-financeira se joga cada vez mais no contexto europeu, já a nossa relevân-

cia enquanto país se estabelece e radica, também cada vez mais, nas nossas especificidades de relacionamento extraeuropeu,

que devemos aprofundar com um novo sentido de urgência e uma visão de longo prazo.

Portugal é um país do seu tempo. Somos claramente um país europeu, mas também somos decididamente um país atlântico e

de vocação verdadeiramente global.

No quadro extraeuropeu, importa pois consolidar uma perspetiva primordialmente ofensiva na defesa e projeção dos nossos

interesses, em detrimento de uma lógica reativa ou defensiva.

Daí a importância da vertente Económica da Diplomacia ou da designada Diplomacia Económica.

O Governo tomou um conjunto de medidas destinadas a facilitar a absorção deste objetivo por parte dos poderes públicos, a

promover uma maior integração de conhecimento entre o sector público e sector privado.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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A criação do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia é disso um exemplo, assim como a transferência – cla-

rificadora de competências e fortalecedora do papel da rede diplomática – da tutela da AICEP para o senhor ministro de Estado

e dos Negócios Estrangeiros. Pela primeira vez um diplomata, exercerá funções executivas neste instrumento estratégico.

A ação diplomática integrada no apoio à internacionalização da economia portuguesa deve ser um eixo prioritário da vossa

ação.

O reforço do vosso conhecimento do ambiente de negócios local, o muitas vezes necessário enquadramento político-económico

e até das práticas, dos usos e costumes, o acompanhamento hábil e interessado de um projeto de investimento, a facilitação

de contatos entre potenciais parceiros de negócios que possam viabilizar a entrada das empresas portuguesas nos respetivos

mercados, podem ser determinantes do êxito ou do fracasso de um projeto.

Sei que a diplomacia económica não é nova para nenhum de vós, que há muito faz parte do trabalho que, com dedicação e

empenho, desenvolvem em Lisboa e no estrangeiro. Mas quero sublinhar que a sua prioridade foi reforçada. Não se trata de

um ciclo temporário de interesse. Esse é e será um interesse prioritário e perene; esse é o caminho do futuro, um caminho a

trilhar ofensivamente.

Este interesse prioritário na diplomacia económica deve acompanhar uma redefinição do interesse estratégico nacional no sen-

tido de reposicionar mais favoravelmente a economia portuguesa nas grandes redes económicas mundiais.

Os principais fatores de crescimento e emprego nas atuais circunstâncias são conhecidos: as exportações e a atração do investi-

mento externo. E aqui importa privilegiar o espaço extraeuropeu por razões óbvias relacionadas não só com o abrandamento

económico na Europa mas com o atual e previsível ciclo económico global.

Mas não bastam as exportações e o investimento externo.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Precisamos de internacionalizar a nossa economia, abri-la ao mundo. Pretendemos não só uma economia mais aberta mas

também mais competitiva, com mais inovação e empreendedorismo, com o reforço da capacidade produtiva e exportadora.

Precisamos de projetar não apenas as grandes empresas, incluindo do sector financeiro, mas também as pequenas e médias,

numa lógica de coligação empresarial e cruzamento de interesses. A união faz a força.

Faço pois apelo ao reforço de uma estratégia ativa de promoção internacional de Portugal, junto dos vossos interlocutores nos

meios políticos, financeiro, económico-empresariais, sociedade civil, comunidade portuguesa, com mensagens credíveis, posi-

tivas e geradoras de confiança sobre o rumo que está a ser seguido.

Devemos ainda olhar, na iminência da adesão da Croácia, para os países do alargamento de forma inovadora, procurando

desde já identificar mercados e oportunidades. O mesmo se diga a respeito da Rússia, cada vez mais defrontada com dilemas

estratégicos que fazem da Europa um destino mais do que natural.

Considero a Lusofonia um quadro estratégico económico emergente no mundo global que devemos explorar com renovado

empenho e visão de longo prazo.

Constituída por apenas oito países, a CPLP está presente em quase todos os continentes e Oceanos (América, África, Europa,

Ásia-Oceânia; Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico). Em termos de organização internacional é simultaneamente pequena e

para-global.

Neste sentido, devemos olhar para a CPLP e cada um dos países que a integra, como a nossa Comunidade emergente à escala

global, com mais de 230 milhões de cidadãos que se expressam em português.

Importa hoje mais do que nunca aprofundar o entrosamento dos nossos interesses económicos com parceiros “atlânticos”,

como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé, e com o parceiro do Índico, Moçambique, e do Pacífico, Timor.

É esta plataforma para-global que devemos potenciar.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Acresce que a Língua Portuguesa se encontra em situação de consolidação, de crescimento e de afirmação internacional, ocu-

pando atualmente o terceiro lugar das línguas universais de origem europeia, sendo, porém, maioritariamente falada fora da

Europa.

A CPLP integra o BRIC mais ocidental, e nesse sentido mais “europeu” (o Brasil) bem como as economias que mais crescem,

países maioritariamente ricos em recursos naturais mas que vêm acumulando também massa cinzenta e conhecimento.

Portugal tem capital humano, know-how, acesso a mercados. Tem pequenas, médias e grandes empresas prontas a estabelecer-

-se, não apenas em termos comerciais, mas também em termos de prestar contributo ao desenvolvimento económico e social

dos nossos parceiros.

Somos sem dúvida um parceiro ideal para o desenvolvimento dos PALOP e Timor, mas também um parceiro preferencial para

economias mais desenvolvidas como o Brasil.

Não foi por acaso que as duas primeiras visitas bilaterais que realizei ao espaço extraeuropeu tenham sido precisamente ao

Brasil e Angola, onde se abordou não uma parceria estratégica, mas uma aliança política, económica, empresarial, comercial

e cultural.

Olhando para o Atlântico, para a nossa inserção geográfica, e para as nossas plataformas continentais e zonas económicas

exclusivas, para a crescente economia do Mar, a lusofonia representa mais de um terço do Atlântico, e esse terço é central para

os nossos interesses partilhados.

Este é o novo triângulo estratégico que pode dotar todos os países da CPLP, também no Índico e no Pacífico, de uma nova

dinâmica enquanto ator político e económico, reforçando o papel de cada um dos nossos países nas respetivas comunidades

regionais.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Se a CPLP foi uma opção política em 1996 em torno da língua e cultura, a CPLP deve tornar-se agora numa necessária opção

estratégica e numa opção mutuamente ganhadora, em termos económicos e geopolíticos, no século xxi.

Em suma, a CPLP pode ter a sua Primavera estratégica global.

Se o nosso eixo lusófono e o seu motor atlântico se afiguram cada vez mais importantes na nossa ação externa, tal não nos

deverá distrair da prioridade consolidada que constitui a nossa relação com o Atlântico Norte, particularmente os EUA.

Portugal é e deverá continuar a ser uma ponte euro‑atlântica para o desenvolvimento económico, a paz e a segurança

A valorização das nossas excelentes relações com o nosso aliado americano representa não só um imperativo nacional, mas

sobretudo, nas atuais circunstâncias, um enorme desafio de renovação e fortalecimento.

Estamos cientes dos tempos históricos por que atravessam os nossos aliados americanos, dos constrangimentos económicos e

orçamentais sem precedentes, da reflexão em curso sobre a sua presença militar no mundo, da atenção crescente virada para

Asia-Pacífico, tudo isto em ano de eleições.

É um facto que a Europa e Portugal não são um problema ou uma ameaça para os EUA e que uma definição de prioridades

em termos negativos não ajuda certamente a uma correta perceção das atuais realidades geoestratégicas.

Mas podemos e devemos (proactivamente) contribuir para aquela perceção. Portugal não é um aliado conjuntural, ou de opor-

tunidade. Não é apenas aliado por estar no Conselho de Segurança até ao final deste ano.

Daí que a intensificação da nossa aliança no quadro do acordo de cooperação e defesa seja um imperativo de valor acrescen-

tado em termos de custo benefício. E essa cooperação ganha em alargar-se a novos domínios, como o da Ciência e Inovação,

ou a economia do mar.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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É também no eixo euro-atlântico que devemos procurar inspiração no quadro da NATO, maximizando as oportunidades cria-

das com a aprovação, em Lisboa, do novo conceito estratégico.

Estamos perante um novo paradigma que a crise financeira veio acelerar, em que, por um lado, os EUA consideram que já não

lhes cabe assumir a principal fatia do chamado esforço de guerra, e, em que, por outro, os membros da União Europeia veem

os seus limitados orçamentos de defesa reduzirem-se progressivamente.

A Líbia deve obrigar-nos a uma reflexão.

Quer a smart defense quer o pooling and sharing devem configurar duas caras da mesma moeda. Quer a NATO, quer a UE,

precisam de parcerias sólidas e previsíveis com outros contribuintes militares e políticos.

Em síntese, o fomento de sinergias e complementaridades a nível de segurança e defesa não é um chavão mas uma necessidade

que nos obriga a pensar de forma criativa.

Portugal, no esforço coletivo de segurança e defesa e enquanto aliado credível e solidário, irá manter as suas responsabilidades

operacionais não obstante os atuais constrangimentos.

Permitam-me uma breve palavra sobre a ONU, onde a nossa atuação tem permitido reafirmar a centralidade da ONU e do

sistema das Nações Unidas.

Assinalo a importância das iniciativas em áreas como “Os Novos Desafios à Segurança” e a “Proteção de Civis em Conflitos

Armados”, bem como os debates sobre os métodos de trabalho do Conselho.

Portugal tem saído reforçado deste exercício, que tem envolvido intensas consultas sobre crises regionais, quer sobre a Líbia (a

cujo Comité de Sanções presidimos num momento crucial), sobre o medio Oriente, ou sobre missões em países que importam

para Portugal, como a Guiné ou Timor.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Penso que este excelente desempenho poderá reforçar a nossa candidatura ao Conselho de Direitos Humanos (2015-17).

Falei a propósito da CPLP como uma possível primavera estratégica.

Mas devemos olhar também para outras primaveras ou emergências, como a ocorrida no mundo árabe.

Existe um mundo de oportunidades na vizinhança a Sul e não podemos deixar de explorar a primavera das nossas relações

com o Mundo Árabe.

Após a queda do muro de Berlim e o 11 de Setembro, esta será a mudança mais significativa a nível geoestratégico.

Temos de nos adaptar, respeitando a escolha livre e democrática dos povos da região, e apreender as diversas facetas do Islão

político.

Estamos ainda numa fase de transição de desfecho ainda incerto quanto ao maior país árabe, o Egipto.

Mas devemos olhar proactivamente para a estratégia que a Europa e o G8 traçaram, particularmente para a Parceria para a

Democracia e a Prosperidade Partilhada que a Comissão europeia apresentou em Maio.

Esta oferta de apoio europeu, e seus diversos financiamentos, encerrará certamente oportunidades para as nossas empresas,

nomeadamente no que respeita à capacitação local em termos de formação profissional, e de modernização do Estado e da

economia.

Claro está que é neste momento, que qualifico de transformação profunda, diria revolucionária, que Portugal deve fazer valer

a sua proximidade política e histórica, a sua própria experiência de transição democrática, as suas relações especiais forjadas

ao longo dos últimos anos, com Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Neste contexto de transformação, interessa-nos desenvolver o diálogo e a cooperação com a Liga Árabe, onde Portugal é um

dos poucos países europeus que beneficiam do estatuto de observador. Será igualmente importante apoiar o relançamento da

União para o Mediterrâneo e do Fórum “5+5”.

Também não podemos deixar de explorar uma nova era de cooperação com o Golfo, com novas Embaixadas nos Emiratos e

agora no Qatar. O cruzamento de interesses económicos e financeiros joga aqui um papel crucial.

Quanto ao processo de paz do Médio Oriente, a nossa posição, como tive a oportunidade de transmitir quer a Abbas, quer a

Netanyahu, consiste em privilegiar, no quadro europeu, e por esta via no quarteto, o reatamento de negociações diretas.

Consiste em fazer ver que as transformações regionais, não só no Egito mas também a evolução da Síria, do Irão, e noutros

países da região, desaconselham vivamente o status quo e que políticas que levem na prática ao enfraquecimento quer dos EUA

quer da UE, os negociadores de relevo, redundarão a prazo num novo ciclo de conflito.

Uma breve palavra para sublinhar a importância do reforço das nossas relações com a Turquia, que joga um papel crescente

nas transformações em curso, e que representa para Portugal uma interessante oportunidade económico-comercial tendo em

conta as potencialidades do mercado turco e a ligação à região do Cáucaso e a Ásia Central.

Gostaria também de deixar uma palavra sobre os nossos interesses emergentes na Ásia.

Na Ásia joga-se hoje, para muitos, o futuro. É uma região de relevância central, onde estão em curso mutações profundas com

consequências de grande alcance.

A China impõe-se crescentemente no papel de uma poderosa locomotiva com taxas de crescimento impressionantes e com um

mercado de 1300 milhões de efetivos e potenciais consumidores.

É, sem dúvida, a grande potência emergente da região mas com um protagonismo que se projeta já a nível global.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Na senda da China surgem outras economias emergentes entre as quais se destaca a da Índia seguida de perto pela da Malásia,

da Tailândia, da Indonésia e de Singapura.

Devemos ainda ter um novo olhar sobre as potências asiáticas do tradicional arco ocidental, procurando desde já explorar

oportunidades que poderão vir a ser cruciais no quadro do acordo de comércio livre com a União Europeia já em vigor com

a Coreia do Sul e em negociação com o Japão.

Segundo dados da Organização Mundial do Comércio, o mercado asiático representa hoje 1/3 do comércio mundial de mer-

cadorias. Em 2011, a China foi o primeiro exportador mundial e o segundo importador. A China – juntamente com os EUA e

a Alemanha – representa cerca de 28% de todo o comércio mundial de mercadorias.

Mas mesmo retirando a China da equação, os países asiáticos estão hoje fortemente representados no ranking mundial por

exportações (com o Japão no 4º lugar, Singapura no 12º e a Índia no 17º.

O dinamismo económico da região torna-se ainda mais patente se olharmos para o ranking mundial dos países por cresci-

mento do seu PIB.

Nessa perspetiva, verificamos que as principais “equipas” neste “mundial” são as asiáticas.

No plano político, a afirmação crescente da China tem funcionado como agente catalisador na região. Tem espoletado a busca

de realinhamentos geoestratégicos e novos equilíbrios de forças. Os movimentos tectónicos em curso estimulam, por sua vez,

dinâmicas novas e agravam contenciosos latentes. A competição pelos recursos energéticos e pelo domínio das vias marítimas

são disso exemplo e envolvem quase todos os países da região.

Perante uma Ásia emergente – em plena metamorfose – como deverá agir Portugal? Quais são as nossas mais-valias? Como é

que nos deveremos inserir de forma vantajosa neste espaço simultaneamente antigo e moderno?

A meu ver, Portugal beneficia de diversas vantagens:

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Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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a) primeiro que tudo, a sua credibilidade. Resulta do peso da ancestralidade da sua presença e da sua tradição de tolerância,

de diálogo, da sua vocação cosmopolita e de uma agenda sem interesses escondidos. São esses os fatores que sempre represen-

taram um elemento diferenciador positivo face a outras potências europeias que depois de nós vieram;

b) em segundo lugar, o seu património histórico e cultural. Portugal é perspetivado pelos asiáticos como uma referência cultu-

ral – o encetar de uma nova fase histórica. A herança cultural é enorme não só em termos patrimoniais e arquitetónicos mas

também artístico e linguístico;

c) em terceiro lugar, Portugal detém uma importante rede de relacionamentos especiais, sem paralelo com outros países da

nossa dimensão, que abarca, verdadeiramente, todo o globo. É uma porta para a globalização para a esmagadora maioria dos

países asiáticos que apostam na diversificação das suas relações.

Mas Portugal deverá encarar friamente que a antiguidade da sua presença arrisca-se a não ser mais do que isso. Constata-se

hoje um desconhecimento geral do Portugal moderno pelos agentes asiáticos. Simultaneamente, Portugal revela uma penetra-

ção comercial reduzida naqueles países.

Torna-se pois necessário dar o “salto para a modernidade” aos olhos dos agentes asiáticos. E, para esse efeito, é na Ásia que a

diplomacia económica pode – e deve – ter um papel ainda mais determinante.

O objetivo tem de ser, acima de tudo, fortalecer a nossa visibilidade e dar a conhecer o Portugal de hoje.

Alguns países asiáticos merecem aqui uma breve referência individualizada.

Começaria pela China pois representa um desafio particular pela sua dimensão e pela existência de constrangimentos legais e

factuais. Será necessário um trabalho de concertação entre agentes empresariais devidamente apoiados pelo estímulo político.

Pequim é hoje uma presença económica em Portugal, agora reforçada através da sua entrada na EDP.

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Esta participação chinesa irá trazer importantes apoios à expansão dos seus projetos industriais bem como um programa de

investimentos em Portugal no âmbito das energias renováveis. Mas deve servir também para uma maior penetração das empre-

sas portuguesas na China.

A Índia é outro mercado no qual devemos aprofundar os nossos interesses. Trata-se de um país com a 2ª maior população do

Mundo e, depois da China, o outro polo de crescimento na região. Também aqui o Acordo de Comércio Livre com a UE deve

levar-nos a um exercício de marcação do terreno.

A América Latina, para além do Brasil, configura hoje um outro espaço de oportunidades.

Temos que saber retirar consequências da realidade dos factos: é na América Latina, tal como em África e na Ásia, que estão

atualmente os países com maiores índices e potencial de crescimento. Tudo aponta para que esta seja uma grande década para

a América Latina.

A América Latina é hoje uma das regiões mais dinâmicas do mundo. Apresenta elevados índices de crescimento económico,

uma população jovem e uma cultura vibrante.

Há previsões que indicam que, em 2020, haverá ao todo oito países com um rendimento per capita equiparável à média dos

desenvolvidos.

Essas previsões estão atentas à forma como as necessidades crescentes de outras áreas do globo, em rápida expansão, têm

impactado sobre as economias latino-americanas dando-lhes um impulso acrescido.

Pelas múltiplas oportunidades existentes a região é uma prioridade da nossa política externa.

Para além do Brasil – líder incontestado na região – os interesses de Portugal espalham-se por um conjunto de outros países.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

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Nesse quadro, será de destacar o México – atualmente o nosso 4º maior importador fora da UE. Mas também outros, como o Chile,

a Colômbia, a Venezuela e o Peru, com quem pretendemos prosseguir o aprofundamento das nossas relações e do nosso investimento.

São, também, motores relevantes de inovação e de mobilidade profissional e académica, geradores de verdadeiras sinergias que

transcendam as meras abordagens segmentadas.

As empresas portuguesas têm vindo a aumentar de forma significativa os seus investimentos naquela região e, reciprocamente,

Portugal tem-se afirmado como um destino de eleição para as companhias latino-americanas.

A atual crise financeira tende a fazer com que a oferta de oportunidades esteja a pender a favor dos latino-americanos. Com-

pete-nos (a nós) explorar esse potencial, cientes da proximidade das nossas relações procurando colher benefícios para as nos-

sas empresas e – de forma mais lata – para a nossa agenda de crescimento económico e o emprego.

Concluo com uma palavra de encorajamento para todos, no sentido de fazer do atual momento de crise também uma oportu-

nidade para trilhar novos caminhos, para explorar novas primaveras.

Diz o ditado popular que a necessidade aguça o engenho. Portugal vai também ultrapassar este momento de emergência socioeconómica

através do seu esforço e do seu engenho, fortalecendo antigas alianças e estabelecendo novas alianças com novos parceiros.

Portugal fortaleceu-se sempre que se abriu ao exterior. Somos um país de múltiplas vocações, na Europa e fora dela.

Um Portugal mais presente e ativo na Europa e um Portugal mais presente, ativo e aberto ao Mundo são as duas facetas – que

se reforçam mutuamente – do desafio estratégico que temos pela frente.

O futuro de Portugal no Século xxi passa pela nossa resposta a este desafio. Os diplomatas são, neste aspeto, a moeda crucial

que nunca será depreciada pelo Governo que chefio.

Intervenção do ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros e Europeus de França

alain Juppé

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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95 Intervenção do ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Je voudrais d’abord vous remercier, Monsieur le Ministre, de votre invitation et de la chaleur de votre accueil. C’est un grand

honneur pour moi de pouvoir m’exprimer devant vous aujourd’hui, à l’occasion de votre rencontre annuelle. Je sais la qualité

des relations qu’entretiennent les diplomates français et portugais dans tous les pays où nous avons les uns et les autres des

ambassades. Je connais et j’apprécie la tradition francophone de la diplomatie portugaise. Et je tiens à vous dire combien le

dialogue avec mon homologue, M. Paulo Portas, est pour moi une source d’enrichissement et pour nos diplomaties l’occasion

de construire ensemble des positions utiles à nos intérêts, à ceux de l’Europe, et pourquoi pas au monde.

A l’aube de cette année, je voudrais également vous présenter mes vœux les plus sincères, pour vous-mêmes et pour vos familles.

Qu’il s’agisse de la crise de la dette européenne, du succès des transitions démocratiques dans le monde arabe ou encore de la

construction d’un monde plus équilibré et plus juste, 2012 sera une nouvelle année de bouleversements et de renouvellement.

Pour relever ces défis, la France et le Portugal doivent unir leurs forces.

Notre relation, fruit d’une longue histoire commune, est une relation d’amitié et de confiance.

Cette amitié s’appuie sur le partage d’une «latinité» qui nous rapproche, mais aussi sur la vision du monde souvent similaire

de deux pays habitués à entretenir des liens sur tous les continents.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DoS NEGóCIoS EStrANGEIroS E EuroPEuS, DE FrANçAalain JuPPÉ

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Elle s’appuie également sur une profonde estime. Je voudrais dire aujourd’hui le soutien que la France apporte aux mesures

courageuses et difficiles décidées par le Portugal pour tenir ses objectifs de redressement budgétaire et de désendettement. Nous

avons confiance dans la capacité du Portugal à tenir sa trajectoire de réduction des déficits, qui accompagne l’effort de solidarité

de 78 milliards d’euros accordé par l’Union européenne et le Fonds monétaire international en 2011. Ce message de confiance

a été confirmé par la troïka Fonds monétaire international / Banque centrale européenne / Commission. C’est ce message qui

compte, bien plus que celui des agences de notation.

Notre amitié s’appuie enfin sur l’engagement que nous partageons au service de la paix, de la liberté et de la démocratie. J’en

veux pour preuve les efforts conjoints de nos deux pays pour favoriser l’émergence d’un vaste espace de stabilité et de sécurité

dans le monde arabe.

Nul n’avait prévu le «printemps arabe», la France pas plus que d’autres pays. Mais mon pays, comme le vôtre, a très vite con-

sidéré que cet élan des peuples vers la liberté était une formidable chance. Il s’est très vite mobilisé pour l’accompagner:

Nous avons appelé la communauté internationale à intervenir en Libye, en application du principe de responsabilité de protéger.

Nous avons proposé notre soutien aux gouvernements engagés dans un processus de transition – je pense à la Tunisie, à l’Egypte

et au Maroc.

Dans le cadre de la présidence française du G8, nous avons lancé le Partenariat de Deauville, pour aider les pays qui mettent

en œuvre des réformes politiques et économiques profondes.

Aujourd’hui, ces efforts commencent à porter leurs fruits:

La Libye s’est libérée et la phase de reconstruction est désormais engagée.

Sous notre impulsion commune avec nos partenaires allemands et britanniques, le Conseil de sécurité a pris des positions fer-

mes sur la situation au Yémen, qui ont conduit les principaux acteurs à s’engager dans le plan de transition.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Pour la première fois, des élections libres et démocratiques ont eu lieu en Tunisie, au Maroc et en Egypte. Je sais que ces élec-

tions suscitent des interrogations. Certains se demandent si les valeurs au nom desquels les peuples se sont levés constitueront

bien la base des futurs régimes. D’autres craignent un retour aux errements du passé. Mais nous ne pouvons refuser à des peu-

ples dont la voix a si longtemps été étouffée le droit d’exprimer leurs choix. Nous ne pouvons accréditer l’idée selon laquelle

islam et démocratie seraient incompatibles. Nous ne pouvons admettre que les peuples arabes n’aient d’autre choix que la dic-

tature ou l’extrémisme. Nous devons au contraire nous garder des procès d’intention et laisser aux nouveaux gouvernements,

qui ont été élus pour donner corps aux aspirations des peuples à la liberté et à la démocratie, le temps de faire leurs preuves.

Enfin, le Partenariat de Deauville est désormais pleinement opérationnel. Il constitue un atout majeur au service de l’éducation

et de l’accès à l’emploi, qui sont les meilleures garanties du succès des transitions démocratiques.

Ces efforts, nous devons les poursuivre ensemble.

L’urgence, c’est que le régime syrien mette fin aux exactions odieuses qu’il continue à perpétrer contre son peuple et qui cons-

tituent un véritable crime contre l’humanité. Nous devons tout mettre en oeuvre, avec nos partenaires européens et avec tous

ceux qui le veulent, au premier rang desquels la Ligue arabe, pour aider l’opposition et le peuple syrien à obtenir enfin le res-

pect de leurs droits. Le silence du Conseil de sécurité est inacceptable et nous ne nous y résignons pas.

Nous devons aussi continuer à nous engager en faveur de la reprise des négociations entre Israéliens et Palestiniens. Nous

l’avons fait récemment, quand nous avons répété que la colonisation devait immédiatement cesser, y compris à Jérusalem-Est.

Nous devons également poursuivre nos efforts au sein de l’Union européenne, où nous nous sommes mobilisés pour que la

priorité accordée à la rive sud de la Méditerranée soit maintenue dans le cadre de la rénovation de la politique de voisinage.

Enfin, nous devons continuer à nous engager dans le cadre de l’Union pour la Méditerranée, pour renforcer la solidarité entre

les pays du pourtour méditerranéen autour de réalisations concrètes. La France apprécie le soutien que le Portugal a toujours

apporté à cette initiative, qui renouvelle le projet méditerranéen de l’Union européenne. Un nouveau secrétaire général, le Maro-

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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cain Youssef Amrani, a pris ses fonctions en juillet dernier à Barcelone. Nous devons appuyer les efforts qu’il a engagés sur des

projets précis: l’autoroute trans-maghrébine, le plan solaire méditerranéen, l’office méditerranéen pour la jeunesse, le soutien

aux sociétés civiles et notamment aux femmes, l’appui au PME, la protection civile, etc.

Notre coordination est d’autant plus essentielle que nous devons aider l’Europe à traverser la crise sans précédent à laquelle

elle est confrontée.

Membre actif de l’Union européenne et de la zone euro, le Portugal sait bien ce que la construction européenne a apporté à nos

peuples: la paix, alors que nous avions connu des siècles de guerre; la démocratie, alors que nous peinions à la construire dans

nos pays; la liberté économique et le progrès social, dans une conception humaniste que nous voulons préserver; la liberté de

circulation des hommes et des femmes, dont le Portugal sait mieux que tout autre combien elle est essentielle.

Aujourd’hui, l’Union européenne est à la croisée des chemins. La conviction du gouvernement français, c’est que si nous

voulons surmonter la crise et garantir la poursuite du projet européen, nous avons besoin de nouveaux sauts d’intégration,

d’approfondissement et de gouvernance. Nous avons besoin de plus d’Europe.

Cela vaut naturellement pour la zone euro. Avec l’Allemagne, nous avons proposé en décembre l’idée d’un nouveau traité sur

l’union économique renforcée. Cette démarche était ouverte à tous. Face à la crise, nous avons en effet besoin de tous ceux

qui, comme le Portugal, ont depuis leur adhésion pleinement joué le jeu d’une intégration européenne accrue, avec la convic-

tion que nous devons avancer sans niveler les ambitions sur celles du moins disant. Le Royaume-Uni a refusé cette approche,

en demandant à amputer le marché intérieur de la régulation des services financiers. Ce n’était pas acceptable. Nous le regret-

tons, mais nous constatons que nous avons été 26 à demander - ou à ne pas nous opposer - à ce que nous allions de l’avant.

Le projet de traité qui a été présenté par Herman van Rompuy est une proposition équilibrée, une bonne base de travail. Nous

plaidons pour qu’il soit finalisé dès que possible en vue du Conseil européen du 30 janvier:

Avec un gouvernement économique pour la zone euro;

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Avec un volet de croissance et de convergence;

Et avec des règles de responsabilité budgétaire, ce qu’il est convenu d’appeler la règle d’or d’équilibre budgétaire et les sanc-

tions en cas de non respect de ces règles, sauf majorité qualifiée opposée au Conseil.

Ce traité viendra compléter les éléments de la réponse globale de l’Europe à la crise de la dette, qu’il s’agisse des plans d’aide à

la Grèce, à l’Irlande et au Portugal, de la création du mécanisme de solidarité, des nouvelles règles de gouvernance et d’équilibre

budgétaire, ou du «pacte pour l’euro plus» pour la croissance, la convergence et la compétitivité.

Restent les questions de la Banque centrale européenne et des eurobonds.

Sur la Banque centrale européenne, notre ligne est claire et partagée par Berlin. La Banque centrale est indépendante. Il ne nous

revient pas de dire ce qu’elle doit faire ou ne pas faire. Nous savons pouvoir compter sur elle pour prendre ses responsabilités,

comme elle l’a toujours fait.

Sur les eurobonds, nous devons faire preuve de réalisme. Une mutualisation des dettes des pays de la zone euro ne sera réa-

lisable qu’au terme d’un processus d’intégration économique et budgétaire, pas avant d’avoir établi des règles communes de

désendettement et de retour à l’équilibre budgétaire. Notre objectif commun, c’est de tenir ces engagements de réduction des

déficits pour retrouver ensemble la maîtrise de notre destin, de nos choix et de notre indépendance.

Plus d’Europe, c’est aussi ce dont nous avons besoin pour l’espace Schengen. Il ne s’agit pas de construire une Europe forte-

resse. Il s’agit de construire une Europe qui contrôle effectivement ses frontières extérieures afin de préserver la libre circula-

tion de ses citoyens.

Les crises migratoires de 2011 l’ont montré, notamment à la frontière gréco-turque et à Lampedusa: nous avons besoin d’un

pilotage plus politique, plus clair, plus réactif et plus efficace de l’espace Schengen. C’est le sens des propositions que nous avons

présentées en décembre dernier pour renforcer l’agence Frontex, pour disposer de clauses de sauvegardes en matière de visas

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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et de rétablissement, dans certains cas précis et encadrés, des contrôles aux frontières intérieures, et pour renforcer le système

d’évaluation Schengen.

Plus d’Europe, c’est enfin ce dont nous avons besoin pour nous affirmer davantage sur la scène internationale. C’est la raison

pour laquelle nous devons dynamiser le Service européen d’action extérieure (SEAE) et utiliser tous les outils du traité de Lis-

bonne, notamment pour faire avancer la politique de sécurité et de défense commune.

Cette politique, 2011 en a montré les limites, notamment en Libye. Mais 2011 a aussi montré l’efficacité des instruments dont

elle dispose. Je pense notamment aux sanctions. Elles ont été décisives pour la chute de Laurent Gbagbo en Côte d’Ivoire. Elles

ont permis à l’Union européenne de faire pression sur la Syrie quand le Conseil de sécurité restait paralysé. Elles sont plus que

jamais nécessaires en Iran, notamment sur le secteur pétrolier et financier, face à la poursuite d’un programme nucléaire dont

il est clair qu’il n’a pas de finalité civile.

Lors du Conseil du 1er décembre dernier, nous avons pu tracer une feuille de route sur la politique de sécurité et de défense

commune. Cela nous a permis de maintenir sur la table l’idée de capacité permanente européenne de planification et de con-

duite d’opérations. Cela nous permet surtout d’avancer sur les opérations et sur les projets concrets de mutualisation et de par-

tage des capacités identifiées par l’Agence européenne de Défense. La France compte sur le Portugal pour soutenir les futures

opérations de politique de sécurité et de défense commune: au Sahel, pour renforcer les capacités régionales de lutte contre Al

Qaida au Maghreb islamique, et dans la Corne de l’Afrique, pour renforcer les capacités maritimes régionales de lutte contre

la piraterie, en appui de l’opération Atalante.

Outre ces trois dossiers, nous avons cette année un défi particulier à relever ensemble: la négociation des prochaines perspec-

tives financières pour 2014/2020. Nous y parviendrons d’autant mieux que le Portugal et la France partagent la même ambi-

tion: faire en sorte que l’Europe ne dépense pas plus, mais mieux.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

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Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Le budget de l’Union européenne ne peut pas s’exonérer des efforts de maîtrise budgétaire engagés par les Etats membres. Dans

cet esprit, la Commission a proposé une stabilisation des dépenses de la Politique agricole commune au niveau de 2013. C’est

pour nous un minimum. L’essentiel de l’effort de stabilisation ne saurait porter sur la seule Politique agricole commune.

Sur les ressources, nous devrons travailler à un système moins complexe que les rabais empilés. La France souhaite notamment

que nous avancions sur la directive présentée en septembre dernier pour créer une taxe sur les transactions financières, dont

une partie pourrait être affectée au budget communautaire.

Cette Europe plus intégrée, plus unie et plus forte que nous appelons de nos vœux est indispensable. Dans un monde désormais

multipolaire, elle doit trouver toute sa place aux côtés des nouvelles puissances qui s’affirment chaque jour davantage.

Le Portugal est bien placé pour le savoir, lui qui dispose avec la lusophonie d’un espace de solidarité intercontinental très com-

parable à ce qu’est la francophonie pour la France et l’hispanité pour l’Espagne. Nous savons la richesse et la diversité du

monde. Nous savons que notre avenir se jouera aussi sur les autres continents.

Je pense d’abord à l’Afrique, qui comptera demain un quart de l’humanité et qui est aujourd’hui devenue un acteur global sur

la scène internationale.

Nous le savons tous, le continent africain est confronté à des défis majeurs:

Défi de la démocratie – des progrès significatifs on été réalisés en 2011, en Côte d’Ivoire, au Sud-Soudan, au Niger, en Guinée

ou à Madagascar, mais l’année 2012 sera également marquée par des échéances déterminantes, au premier rang desquelles les

élections au Sénégal.

Défi de la progression de l’Etat de droit – je voudrais saluer le projet engagé par les pays européens pour accompagner les auto-

rités de Guinée Bissau dans la réforme de leur système de sécurité. Les événements qui se sont produits à Bissau fin décembre

montrent que ces efforts doivent être poursuivis.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Défi de la sécurité – je pense au terrorisme, à la piraterie et aux trafics en tout genre, notamment celui de la drogue en Afrique de

l’ouest, face auxquels l’Union européenne est pleinement mobilisée, en étroite coordination avec les pays des régions concernés.

Défi du développement – en 2010, sous présidence française, les pays membres du G20 n’ont pas ménagé leurs efforts pour

lutter contre la famine dans la corne de l’Afrique et aider le continent africain à avancer vers les objectifs du millénaire pour

le développement

Défi écologique, enfin, sur un continent particulièrement menacé par le réchauffement climatique et la désertification.

Pour aider l’Afrique à relever ces défis, la France est déterminée à travailler avec l’ensemble des pays africains: les pays fran-

cophones, bien sûr, auxquels nous unit une relation ancienne et profonde, mais aussi les puissances émergentes du continent,

comme le Nigéria, l’Afrique du Sud, l’Ethiopie - je me suis rendu dans ces 3 pays en 2010 - ou encore l’Angola.

La France est également déterminée à soutenir les efforts d’intégration du continent africain. Je pense avant tout à l’Union afri-

caine, qui s’est affirmée en moins de 10 ans comme un acteur incontournable et symbolise aujourd’hui la diversité, la force et

la richesse de l’Afrique. C’est la raison pour laquelle, comme le Portugal, nous sommes attachés au respect du multilinguisme,

dans cette enceinte comme au sein des autres organisations régionales. Nous avons exprimé notre tristesse lors de la récente

disparition de Césaria Évora, dont l’œuvre contribue au rayonnement de la lusophonie partout dans le monde.

Pour relever les défis auxquels elle est confrontée, l’Afrique doit aussi s’exprimer pleinement au sein de la gouvernance mondiale.

Nous l’avons vu au sommet de Cannes: le continent africain occupe aujourd’hui toute sa place au sein du G20. Nous avons

en effet veillé à ce qu’il soit représenté dans toute sa diversité: à travers l’Afrique du Sud, membre permanent, symbole de

l’émergence, à travers la présidence en exercice de l’Union africaine et à travers l’Ethiopie, qui préside le comité d’organisation

du Nouveau partenariat pour le développement de l’Afrique et porte la voix des pays les plus pauvres.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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L’Afrique doit également trouver toute sa place au sein du Conseil de Sécurité des Nations Unies. Bien sûr, avec trois membres

non permanents, le continent n’en est pas absent. Mais le Conseil de Securité, créé en 1945 et réformé pour la dernière fois en

1963, doit mieux refléter la réalité du monde d’aujourd’hui. C’est la raison pour laquelle la France plaide pour son élargisse-

ment, et notamment pour l’attribution de nouveaux sièges à l’Afrique, dans les deux catégories de membres.

Enfin, l’Afrique doit pouvoir trouver toute sa place dans la nouvelle gouvernance mondiale de l’environnement que la France

appelle de ses vœux. La conférence de Rio + 20 nous permettra de franchir une étape majeure en ce sens, avec la création d’une

organisation mondiale de l’environnement, située à Nairobi.

Dans le monde multipolaire qui se dessine sous nos yeux, les pays émergents doivent aussi pouvoir pleinement jouer leur rôle.

L’émergence est une réalité incontournable: aujourd’hui, 2 des 3 plus grandes économies mondiales sont asiatiques, le Brésil

se classe au 7e rang et l’ensemble de l’Amérique latine connaît depuis 10 ans une croissance soutenue d’environ 6% par an.

Nous ne pouvons nier que ce phénomène bouscule nos acquis. Mais trop souvent, l’émergence est perçue comme un danger

pour l’Europe. Trop souvent, l’opinion publique se laisse séduire par les sirènes du déclinisme. Les récents débats sur la con-

tribution de la Chine à la résolution de la crise de la zone euro en sont la meilleure illustration. Contrairement aux idées qui

circulent parfois dans les médias, la participation chinoise à la stabilisation financière de la zone euro n’est pas le fruit d’une

stratégie prédatrice. Elle est le reflet d’interdépendances croissantes. Si la Chine s’engage, c’est parce qu’il est dans son intérêt

bien compris de contribuer à la prospérité de son premier partenaire commercial.

La réalité, en effet, c’est que l’émergence représente avant tout la sortie de la misère pour des centaines de millions d’êtres

humains. Elle constitue une opportunité sans précédent pour nos économies: l’opportunité d’accéder à des marchés potentiels

de plusieurs centaines de millions de consommateurs, l’opportunité de trouver de nouveaux terrains d’investissements et de

nouveaux viviers de coopération scientifique et intellectuelle, l’opportunité de développer un dialogue d’égal à égal entre les

civilisations, meilleur rempart contre l’extrémisme et le repli sur soi.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Ces opportunités, nous devons les saisir. Nous devons construire avec les pays émergents une relation équilibrée et responsa-

ble qui profite à tous.

Une relation équilibrée, cela suppose de repenser les rapports entre les émergents et l’Europe. Face à la Chine, l’Inde ou le Bré-

sil, l’Union européenne avance trop souvent en ordre divisé. Ne nous y trompons pas, si nous voulons être crédibles, c’est bien

à l’échelle européenne que doit être conçu notre dialogue avec ces pays. Notre priorité, c’est de nous entendre sur nos objectifs

et nos stratégies.

Au cœur de ces stratégies, nous devons placer le principe de réciprocité. Je pense en particulier aux accords de libre-échange

que nous négocions avec les pays émergents et dans lesquels le respect de règles partagées par tous est essentiel, notamment en

matière d’accès aux marchés publics et de respect de la propriété intellectuelle.

Nous devons aussi relever le défi que l’émergence lance à nos propres modèles et conduire en interne les réformes nécessai-

res pour renforcer notre compétitivité. Plus que jamais, une politique industrielle déterminée et des investissements massifs en

recherche et développement s’imposent.

Une relation responsable, cela suppose d’accepter de donner aux émergents la place qui leur revient dans la gouvernance mon-

diale, tout en les encourageant à prendre leurs responsabilités.

La France s’est fortement engagée pour faire évoluer le système international hérité de 1945 et permettre aux pays émergents de

s’y impliquer davantage. Je pense à la création du G20, à l’appui sans ambigüité que nous apportons à l’élargissement du Con-

seil de sécurité des Nations Unies et à notre position ouverte sur la réforme des droits de vote au Fonds monétaire international.

Dans ces enceintes rénovées, nous ne cherchons pas à imposer nos valeurs et nos intérêts, au risque de passer pour des don-

neurs de leçons. Nous cherchons à convaincre que face à défis globaux comme le développement durable, la protection de

l’environnement et le réchauffement climatique, nous devons conjuguer nos efforts. Nous avons pour cela une réelle légitimité.

En Europe, nous avons su construire un modèle coopératif qui a assuré à notre continent une paix et une prospérité sans précé-

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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dent dans l’histoire du monde. A nous de faire rayonner ce modèle. Notre politique culturelle est à cet égard un atout majeur.

Elle démontre que la mondialisation n’est pas synonyme d’uniformisation. Elle contribue au débat d’idées qui agite les pays

émergents. Elle doit également à attirer en Europe les étudiants et les chercheurs de ces pays et nous aider à resserrer les liens

entre nos peuples.

Patrie de navigateurs, d’explorateurs et de voyageurs, le Portugal a toujours été une terre d’audace, de modernité et d’ouverture

au monde. Depuis son adhésion à la Communauté Économique Européenne, il a toujours fait la preuve de son volontarisme

et de son ambition pour l’Europe. Fidèle à l’esprit de la «révolution des œillets», il a à cœur de porter au monde le message

humaniste de notre continent.

Aujourd’hui plus que jamais, à l’aube d’une année qui s’annonce cruciale pour nos pays, pour l’Europe et pour le monde, nous

avons besoin de cette ouverture au monde, de cette ambition et de cette détermination.

Forts de notre engagement commun en faveur de la paix, de la démocratie et de la liberté, confiants dans la capacité de l’Europe

à surmonter la crise, convaincus de la nécessité d’agir pour un monde plus équilibré où chacun puisse trouver sa place, sachons

unir nos efforts au service de la vision que nous avons en partage.

Intervenção do ministro de Estado e das Finanças

Vítor gaspar

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

107 Intervenção do ministro de Estado e das Finanças Vítor gaspar

Portugal: ajustamento na área do euro

Investimentos internacionais

• Quais os aspetos mais importantes para investir, produzir e trabalhar em Portugal?

• Risco – país determinante para a atração de investimento internacional

• Importância do ajustamento no quadro do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal

Estrutura da Apresentação

1. O difícil caso português

2. Programa de assistência económica e financeira

3. Consolidação orçamental

4. Estabilidade financeira

5. Transformação estrutural

6. Portugal não pode falhar, Portugal não falhará

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

108

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

o difícil caso português

Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise económica e financeira

1. Finanças públicas numa trajetória insustentável

2. Endividamento externo enorme

3. Crescimento económico anémico e baixa produtividade

taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos diferenciais face a alemanha (em pontos base)

Desequilíbrios macroeconómicos e

debilidades estruturais acumulados durante mais de uma década

Fonte: Bloomberg MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11

France Netherlands

Italy Spain

Austria Finland

Belgium Greece

Ireland Portugal

Desequilíbrios de Portugal expostos no contexto da crise económica e financeira

3. Crescimento económico anémico e baixa produtividade

1. Finanças públicas numa trajetória insustentável

2. Endividamento externo enorme

Taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos Diferenciais face a Alemanha (em pontos base)

Fonte: Bloomberg

Dez-11

Desequilíbrios macroeco-nómicos edebilidades estruturais

acumulados durante mais

de uma década

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

109

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL

Imprudência persistente na política orçamental

elevados défices orçamentais e dívida pública crescente

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 6

Elevados défices orçamentais e dívida pública crescente Finanças públicas numa posição frágil

Saldo corrente primário estrutural Em percentagem do PIB

Imprudência persistente na política orçamental

Défice e dívida pública Em percentagem do PIB

Fonte: AMECO e Ministério das Finanças Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças

1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Portugal Euro Area0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0123456789

101112131415

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Net borrowing of Gen. Govern.

Public debt - right axis

Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças

Finanças públicas numa posição frágil

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 6

Elevados défices orçamentais e dívida pública crescente Finanças públicas numa posição frágil

Saldo corrente primário estrutural Em percentagem do PIB

Imprudência persistente na política orçamental

Défice e dívida pública Em percentagem do PIB

Fonte: AMECO e Ministério das Finanças Fonte: INE, Banco de Portugal e Ministério das Finanças

1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Portugal Euro Area0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0123456789

101112131415

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Net borrowing of Gen. Govern.

Public debt - right axis

Fonte: AMECO e Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

110

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME

Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas

endividamento crescente do setor privado

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 7

Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente

Dívida externa bruta portuguesa Em percentagem do PIB

Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas

Dívida dos Particulares e Empresas não Financeiras Em percentagem do PIB

0

50

100

150

200

250

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Banco de Portugal (*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME

40

60

80

100

120

140

160

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Households (*) Non-financial Corporations

(*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal

endividamento externo crescente

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 7

Endividamento crescente do setor privado Endividamento externo crescente

Dívida externa bruta portuguesa Em percentagem do PIB

Acumulação de elevados níveis de dívida por famílias e as empresas

Dívida dos Particulares e Empresas não Financeiras Em percentagem do PIB

0

50

100

150

200

250

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Banco de Portugal (*) Dívida financeira Fonte: Banco de Portugal

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO ENORME

40

60

80

100

120

140

160

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Households (*) Non-financial Corporations

Fonte: Banco de Portugal

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE

Condições insuficientes para promover o crescimento económico

– Restrições ao controlo de empresas por capital estrangeiro

– Proteção de vários setores da economia

– Fracas condições ao desenvolvimento da atividade empresarial

– Rigidez do mercado de trabalho

– Deficiente funcionamento do sistema de justiça

– Insuficiente atração de investimento direto estrangeiro

– Acumulação de capital no setor dos bens e serviços não transacionáveis

– Falta de concorrência em vários setores

– Baixos níveis de inovação

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

112

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

programa de Assistência Económica e Financeira

Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE em Abril de 2011

Envelope financeiro Mil milhões de euros

• O Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal cobre as necessidades de financiamento das Administrações Públicas entre 2011 e meados de 2014.

• O envelope financeiro totaliza 78.000 M3 em empréstimos, incluindo 12.000 M3 destinados à recapitalização do setor bancário.

• Cada desembolso depende do resultado da avaliação trimestral da missão técnica sobre a execução do programa

MAIS INFORMAçãO DISPONíVEL EM

FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/occasional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdf

1. Emissões líquidas 2. A desembolsar até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP

Após a 2ª avaliação trimestral a execução do programa foi considerada em linha com os

objetivos

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 10

Total Desembolsado1 3ª Tranche2

EFSM 26 14.1 2.7

EFSF 26 6.0 2.7

IMF 26 10.3 2.7

Total 78 30.4 8.0

Programa de ajustamento acordado com o FMI, CE e BCE em Abril de 2011

O Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal cobre as necessidades de financiamento das Administrações Públicas entre 2011 e meados de 2014.

O envelope financeiro totaliza 78.000M€ em empréstimos, incluindo 12.000 M€ destinados à recapitalização do setor bancário.

Cada desembolso depende do resultado da avaliação trimestral damissão técnica sobre a execução do programa.

1 Emissões líquidas 2 A desembolsar até ao final de Janeiro de 2012 Fonte: IGCP

Após a 2ª avaliação trimestral a execução do programa foi considerada em linha com os objectivos

Envelope financeiro Mil milhões de euros

Mais informação disponível em FMI: http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2011/cr11363.pdf

Comissão_Europeia:_http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/occasional_paper/2011/pdf/ocp89_en.pdf

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

113

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Resposta aos maiores desafios da economia portuguesa

PILAR OBJETIVO

CoNSolIDAção orçAMENtAl

RETOMA DE UMA TRAJETóRIA SUSTENTÁVEL PARA AS FINANçAS PúBLICAS • Redução do rácio da dívida pública em percentagem do PIB a partir de 2013 • Medidas de consolidação com base em aumento de receita e

diminuição de despesas, com maior peso nos cortes de despesa • Vasto conjunto de medidas orçamentais de natureza estrutural

EStABIlIDADE FINANCEIrA

ESTABILIzAçãO DO SISTEMA FINANCEIRO • Medidas para reduzir as vulnerabilidades do setor bancário e a

dependência do financiamento junto do Eurosistema • Reforço da liquidez e solvência dos bancos, através de rácios de capital

mais elevados e de um fundo de suporte à recapitalização • Reforço do quadro de supervisão e de regulação

trANSForMAção EStruturAl

TRANSFORMAçãO ESTRUTURAL PROFUNDA COM VISTA A AUMENTAR O CRESCIMENTO DO PRODUTO POTENCIAL • Programa de privatizações • Remoção dos obstáculos ao adequado funcionamento de

uma economia de mercado aberto em Portugal

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Processo de consolidação orçamental já em curso...

o vAlor

DéFICE

orçAMENtAl

PArA 2011

FICArá ABAIxo

DE 4% Do PIB

• CONTRAçãO DA ATIVIDADE ECONóMICA EM 2011 INFERIOR

ÀS ExPETATIVAS (ESTIMATIVA DE 1,6% QUE COMPARA COM

2,2% PREVISTOS NO PROGRAMA)

• EVOLUçãO DA RECEITA FISCAL NãO EVIDENCIA

DETERIORAçãO

• COBRANçA COERCIVA DE IMPOSTOS ACIMA DOS OBJETIVOS

• TRANSFERêNCIA PARCIAL PARA O ESTADO DOS FUNDOS DE

PENSõES DA BANCA EM CERCA DE 6.000M€

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Défice do 3º trimestre de 2011 abaixo dos 4%

défice orçamental em contas nacionais – evolução trimestral em percentagem do Pib

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 13

Défice do 3º trimestre de 2011 abaixo dos 4% Défice orçamental em contas nacionais – evolução trimestral Em percentagem do PIB

Fonte: INE

7,7

9,0

3,8

Q1 Q2 Q3 Q4

?

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Sucesso da privatização da EDP

oPortuNIDADES IDENtIFICADAS

DADoS rElEvANtES ProCESSo DE PrIvAtIzAção

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 14

1 Em relação à cotação de fecho da semana anterior à apresentação da proposta vinculativa Fonte: EDP – Investor Presentation, November 2011; Ministério das Finanças

Canal de internacionalização

Acesso aknow-how especializado

20%

40%

19%

20%

EBITDA, 9M2011

Maior plano hídrico da Europa

3º maior player mundial em energia eólica

Best Electric Utility Worldwide em 2010 e 2011

4 biders internacionais 1 Europa 2 América Latina 1 Ásia

Venda de 21,35% do capital à China Three Gorges Receita total de 2.693M€

com um prémio de 42,6% por ação1

Investimento de 2.000M€até 2015 em parques eólicos

Financiamento garantido de 2.000M€ através de entidades bancárias chinesas

Dados relevantes Oportunidades identificadas

Exemplo das oportunidades de negócio em Portugal Sucesso da privatização da EDP

Processo de privatização

CANAl DE

INtErNACIoNA-

lIzAção

ACESSo A

kNow-how

ESPECIAlIzADo

4 BIDDErS INtErNACIoNAIS

• 1 Europa

• 2 América Latina

• 1 Ásia

vENDA DE 21,35% Do CAPItAl

à ChINA thrEE GorGES

• Receita total de 2.693M€ com um prémio de 42,6% por ação

• Investimento de 2.000M€ até 2015 em parques eólicos

• Financiamento garantido de 2.000M€ através de entidades bancárias chinesas

MAIor PlANo híDrICo DA EuroPA

3º MAIor PlAyEr MuNDIAl EM ENErGIA EólICA

BESt ElECtrIC utIlIty worlDwIDE EM 2010 E 2011

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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consolidação orçamental

Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012

défice global

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 16

Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012

(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças

Em percentagem do PIB

Défice global Défice estrutural (*)

10,1 9,8

4,0 4,5

2009 2010 2011 2012

9,610,9

7,1

2,9

2009 2010 2011 2012(e) (p) (e) (p)

(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças

défice estrutural (*)

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 16

Redução significativa do défice estrutural em 2011 e 2012

(*) Défice corrigido do efeito do ciclo económico e de outros efeitos de curto prazo (e) Estimativa (p) Previsão Fonte: Ministério das Finanças

Em percentagem do PIB

Défice global Défice estrutural (*)

10,1 9,8

4,0 4,5

2009 2010 2011 2012

9,610,9

7,1

2,9

2009 2010 2011 2012(e) (p) (e) (p)

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

118

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado da despesa

Em percentagem do PIB

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 17

Esforço de ajustamento em 2012 maioritariamente do lado da despesaEm percentagem do PIB

1,4

3,5

0,80,6 0,2

0,5

1,7 5,3

0

1

2

3

4

5

6

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Principais reformas estruturais nas finanças públicas

• Melhoria do controlo orçamental em todos os níveis da Administração Pública

• Imposição de sanções pelo não cumprimento dos limites de despesa

• Reestruturação do Setor Empresarial do Estado

• Controlo e possível renegociação dos contratos de Parcerias Público‑Privadas

• Redução e simplificação das estruturas da Administração Pública

• Execução de um programa de privatizações ambicioso

– REN

– Caixa Seguros

– GALP

– TAP

– ANA

– RTP

– CTT

– AdP

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

120

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

- Estabilidade Financeira

- transformação Estrutural

- portugal não pode Falhar, portugal não Falhará

Finanças públicas equilibradas

Saldo orçamental das administrações Públicas perto do equilíbrio

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 22

-12,0

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,02010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall balance Structural balance (1)

Saldo orçamental das Administrações Públicas perto do equilíbrio Diminuição da dívida pública

Dívida pública Em percentagem do PIB

Finanças públicas equilibradas

Saldo orçamental Em percentagem do PIB

Fonte: Ministério das Finanças (1) Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças

60

70

80

90

100

110

120

2010 2011 2012 2013 2014 2015

(1)Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças

diminuição da dívida pública

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 22

-12,0

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,02010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall balance Structural balance (1)

Saldo orçamental das Administrações Públicas perto do equilíbrio Diminuição da dívida pública

Dívida pública Em percentagem do PIB

Finanças públicas equilibradas

Saldo orçamental Em percentagem do PIB

Fonte: Ministério das Finanças (1) Saldo corrigido do efeito do ciclo e de outros efeitos de curto prazo Fonte: Ministério das Finanças

60

70

80

90

100

110

120

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

121

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Eliminação do défice externo

em percentagem do Pib

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 23

Eliminação do défice externo

Fonte: Ministério das Finanças

Em percentagem do PIB

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

122

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Retoma da trajetória de crescimento

crescimento económico sustentado

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 24

Crescimento económico sustentado Criação de emprego

Taxa de desemprego Percentagem

Retoma da trajetória de crescimento

Crescimento do PIB Taxa de crescimento anual

Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças

-3

-2

-1

0

1

2

3

2010 2011 2012 2013 2014 2015

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Ministério das Finanças

criação de emprego

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 24

Crescimento económico sustentado Criação de emprego

Taxa de desemprego Percentagem

Retoma da trajetória de crescimento

Crescimento do PIB Taxa de crescimento anual

Fonte: Ministério das Finanças Fonte: Ministério das Finanças

-3

-2

-1

0

1

2

3

2010 2011 2012 2013 2014 2015

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

123

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Crescimento económico: importância da agenda de transformação estrutural

• Privatizações

• Medidas de liberalização do controlo das empresas

• Concorrência, ex. redução de rendas em setores protegidos da concorrência internacional

• Mercado de trabalho

• Educação e formação

• Energia

• Telecomunicações e serviços postais

• Transportes

• Outros serviços

• Mercado de habitação

• Sistema judicial

• Contratação Pública

• Enquadramento da atividade empresarial

trANSForMAção EStruturAl DA ECoNoMIA PortuGuESA

CoNSolIDAção orçAMENtAl E EStABIlIDADE FINANCEIrA CoMo CoNDIçõES NECESSárIAS…

… MAS Não SuFICIENtES

• Abertura ao investimento

estrangeiro e aos

desafios da concorrência

internacional

• Localização atrativa para

investir e trabalhar

• Integração plena no

Mercado Único Europeu

• Desenvolvimento de uma

cultura de estabilidade

AMPlo CoNjuNto DE rEForMAS EStruturAIS

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

124

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Portugal não pode falhar, Portugal não falhará

Crise como uma oportunidade de mudança positiva que conduz a um novo patamar de progresso

económico

•�Portugal�protagonizou�um caso de sucesso na segunda metade do Séc. xx

•�A�história�prova�que conseguimos grandes feitos quando enfrentamos desafios nacionais

•�Amplo�consenso interno, político e social, sobre a necessidade de ajustamento

•�Apoio�dos�nossos�parceiros internacionais para garantir financiamento até 2014

Portugal vai emergir como um país diferente

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

125

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS

1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL

Falta de disciplina orçamental

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 31

Falta de disciplina orçamental

Fonte: INE e Ministério das Finanças Nota: Os valores previstos para os saldos orçamentais correspondem aos reportados nas atualizações dos PEC

Saldos Orçamentais previstos e observados Em percentagem do PIB

1. FINANÇAS PÚBLICAS NUMA TRAJECTÓRIA INSUSTENTÁVEL

Fonte: INE e Ministério das Finanças Nota: Os valores previstos para os saldos orçamentais correspondem aos reportados nas atualizações dos PEC

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

126

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE

Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia

A deterioração da posição de investimento internacional…

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 32

-150 -100 -50 0 50 100

Belgium

Germany

Netherlands

Finland

Austria

France

Italy

Spain

Greece

Ireland

Portugal

A deterioração da posição de investimento internacional…

…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro

Posição de investimento internacional em 2010 Em percentagem do PIB

Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia

Posição de investimento internacional Em percentagem do PIB

Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI Fonte: Banco de Portugal

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

General GovernmentFinancial SectorNon-f inancial corporations and HouseholdsMonetary AuthoritiesNet Foreign Assets Position

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE

Fonte: Banco de Portugal

…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 32

-150 -100 -50 0 50 100

Belgium

Germany

Netherlands

Finland

Austria

France

Italy

Spain

Greece

Ireland

Portugal

A deterioração da posição de investimento internacional…

…conduziu Portugal à pior posição entre os países da área do Euro

Posição de investimento internacional em 2010 Em percentagem do PIB

Níveis muito elevados das necessidades de financiamento da economia

Posição de investimento internacional Em percentagem do PIB

Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI Fonte: Banco de Portugal

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

General GovernmentFinancial SectorNon-f inancial corporations and HouseholdsMonetary AuthoritiesNet Foreign Assets Position

2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO CRESCENTE

Nota: No caso da Irlanda, a PII refere-se a 30 junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

127

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS

3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE

Fraco desempenho da economia portuguesa

PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 33

Fraco desempenho da economia portuguesa

Fonte: Eurostat

90

100

110

120

130

140

150

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Germany IrelandGreece SpainFrance ItalyEA -17 Portugal No período

1999-2010, o PIB de Portugal cresceu a uma taxa média anual de 1%, oque compara com 1,4% na área do euro

3. CRESCIMENTO ANÉMICO E BAIXA PRODUTIVIDADE

PIB – Portugal e alguns parceiros europeus, 2000 = 100

no período 1999-2010, o Pib de Portugal cresceu a uma taxa média anual de 1%, o que compara com 1,4% na área do euro

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

128

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

O DIFÍCIL CASO PORTUGUÊS

As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas

Diversos países têm dívida pública elevada…

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 34

0 50 100 150

Greece

Italy

United States

Belgium

Ireland

Portugal

United Kingdom

Germany

France

Austria

Malta

0 200 400 600 800 1000 1200

Ireland

United Kingdom

Netherlands

Belgium

Portugal

Austria

France

Finland

Greece

Spain

United States

Diversos países têm dívida pública elevada… …bem como elevado nível de dívida externa

Dívida externa bruta em 2010 Em percentagem do PIB

As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas

Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI

Dívida pública em 2010 Em percentagem do PIB

Fonte: AMECO Fonte: AMECO

…bem como elevado nível de dívida externa

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 34

0 50 100 150

Greece

Italy

United States

Belgium

Ireland

Portugal

United Kingdom

Germany

France

Austria

Malta

0 200 400 600 800 1000 1200

Ireland

United Kingdom

Netherlands

Belgium

Portugal

Austria

France

Finland

Greece

Spain

United States

Diversos países têm dívida pública elevada… …bem como elevado nível de dívida externa

Dívida externa bruta em 2010 Em percentagem do PIB

As características dos desequilíbrios de Portugal não são únicas

Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI

Dívida pública em 2010 Em percentagem do PIB

Fonte: AMECO Nota: A dívida bruta da Irlanda refere-se a 30 de Junho de 2010 Fonte: AMECO, Banco de Portugal e FMI

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

129

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL

Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012

Em percentagem do PIB

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 36

Ajustamento orçamental previsto no Programa para 2012 Em percentagem do PIB

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário Fonte: Ministério das Finanças

5,94,5

0,50,5

0,7

3,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Défice2011

Medidastemporárias

Juros CenárioMacroecon.

Esforço deajustamento

Défice2012

(1)

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

130

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL

Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento do Estado de 2012

Em percentagem do PIB

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 37

4,0 4,5

0,5

0,50,7

3,03,2

0,2

0,82,3

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Défice2011

Medidastemporárias

Juros CenárioMacroecon.

Esforço deajustamento

Défice2012

Esforço de ajustamento adicional previsto no Orçamento do Estado de 2012 Em percentagem do PIB

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de carácter temporário Fonte: Ministério das Finanças

(1)

Estimativa preliminar

Previsão inicial

Esforço adicional previsto no OE 2012

(1) Montante de despesa permanente coberta por receitas de caráter temporário

Fonte: Ministério das Finanças

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

131

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

ESTABILIDADE FINANCEIRA

O processo de desalavancagem está em curso, assim como o reforço do capital dos bancos

PROCESSO DE DESALAVANCAGEM

• Manutenção de um fluxo apropriado de financiamento à economia, em particular ao setor exportador

• Revisão periódica dos planos de financiamento dos bancos

REFORçO DO CAPITAL DOS BANCOS

• Consistência da abordagem de Portugal com a legislação europeia

• Lei da Recapitalização Bancária aprovada no Parlamento Rácios entre crédito e recursos de clientes, Bancos domésticos

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 39

O processo de desalavancagem está em curso, assim como o reforço do capital dos bancos

Processo de desalavancagem – Manutenção de um fluxo apropriado de

financiamento à economia, em particular ao setor exportador

– Revisão periódica dos planos de financiamento dos bancos

Reforço do capital dos bancos – Consistência da abordagem de Portugal com a

legislação europeia – Lei da Recapitalização Bancária aprovada no

Parlamento

Fonte: Banco de Portugal

Próximos desafios 1. Requisitos do BdP: Rácio de Core Tier 1 de 9% (final 2011) e 10%

(final 2012) 2. Requisitos da EBA: Rácio de Core Tier 1 de 9% (Junho 2012) + buffer 3. Impacto da transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos e

do programa especial de inspeções on-site

Rácios entre crédito e recursos de clientes, Bancos domésticos Percentagem

Rácio crédito - recursos de clientes Rácio crédito - recursos de clientes Rácio crédito líquido de imparidade - recursos de clientes

Fonte: Banco de Portugal

PRóxIMOS DESAFIOS

1. Requisitos do BdP: Rácio de Core Tier 1 de 9% (final 2011) e 10%

(final 2012)

2. Requisitos da EBA: Rácio de Core Tier 1 de 9% (Junho 2012) + buffer

3. Impacto da transferência parcial dos fundos de pensões dos bancos e

do programa especial de inspeções on-site

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

132

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

The Portuguese measures are aligned with the European strategy

• The European Banking Authority (EBA) published a formal Recommendation, and the final figures, related to banks’ recapitalization needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn Euros.

• Banks will be required to strengthen their capital positions by building up an exceptional and temporary capital buffer against sovereign debt exposures to reflect market prices as at the end of September.

• In addition, banks will be required to establish an exceptional and temporary buffer such that the Core Tier 1 capital ratio reaches a level of 9% by the end of June 2012.

• Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirement to be achieved by June 2012.

• Pursuant to the Recommendation, the national authorities will require banks to submit, by 20th January, their plans detailing the actions they intend to take to reach the set targets.

Source: EBA Communication, 08 December 2011

Aggregated shortfall required by country, million Euros

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 40

The Portuguese measures are aligned with the European strategy

The European Banking Authority (EBA) published a formal Recommendation, and the final figures, related to banks’ recapitalization needs. The aggregated shortfall amounts to 114.7bn Euros.

Banks will be required to strengthen their capital positions by building up an exceptional and temporary capital buffer against sovereign debt exposures to reflect market prices as at the end of September.

In addition, banks will be required to establish an exceptional and temporary buffer such that the Core Tier 1 capital ratio reaches a level of 9% by the end of June 2012.

Sales of sovereign bonds will not alleviate the buffer requirementto be achieved by June 2012.

Pursuant to the Recommendation, the national authorities will require banks to submit, by 20th January, their plans detailing the actions they intend to take to reach the set targets.

Source: EBA Communication, 08 December 2011

Aggregated shortfall required by country, million Euros

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

133

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Transformação Estrutural

reformas estruturais já executadas (1/2) nÃo eXauStiVo

PrinciPaiS ProgreSSoS

Administração pública

• Redução do número de cargos dirigentes em 27% (-1712) e do número de estruturas em 38% (-137) • Apresentação do Documento Verde da Reforma da Administração Local (Sector empresarial, Organização

do Território, Gestão Municipal e Democracia Local)

telecomunicações • Diminuição das tarifas de terminação móvel em 22%, que deverão descer 64% (acumulados) até final de 2012 • Conclusão do leilão de radiofrequências para prestação de serviços de comunicações móveis de 4ª geração

transportes • Apresentação do Plano Estratégico dos Transportes, com um conjunto de reformas na rede e infra-estrutura

dos sectores rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo • Em curso a reestruturação das empresas de Transportes (cash flow operacional neutro no final de 2012)

Mercado da habitação

• Alteração da nova lei de arrendamento urbano e simplificação do processo de despejo • Simplificação do regime de reabilitação urbana • Atualização dos valores patrimoniais tributários dos imóveis (a concluir até final de 2012)

Sistema judicial

• Apresentação de um relatório com um conjunto de medidas concretas para redução das pendências em tribunais

• Elaboração da proposta de Lei sobre custas judiciais • Implementação da lei de Arbitragem • Proposta de alteração do Código de Insolvência e recuperação de empresas, com enfoque na celeridade,

simplificação e na criação de fase extra-judicial de recuperação • Preparação de alteração ao Código do Processo Civil • Reforma do sistema de gestão dos tribunais e lançamento do novo mapa judicial

Energia • Aceleração da liberalização do mercados de eletricidade e gás • Redução de rendas e aumento da concorrência

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Transformação Estrutural

reformas estruturais já executadas (2/2) nÃo eXauStiVo

PrinciPaiS ProgreSSoS

Abertura da economia

• Eliminação de direitos especiais do Estado e de Golden Shares • Privatização EDP • Revisão da Lei Quadro das Privatizações • Preparação de legislação sobre Ativos Estratégicos

Mercado de trabalho

• Proposta de reforma do subsídio de desemprego em discussão na Concertação Social • Alterações ao regime do despedimento • Redução da compensação por cessação do contrato de trabalho (para 20 dias/ano), com objectivo de reduzir

até à média da UE (8-12dias/ano de trabalho)

outros serviços • Liberalização do acesso e exercício de profissões e serviços regulados • Simplificação dos encargos administrativos das empresas (reforço do balcão único e do licenciamento zero)

Serviço Nacional de Saúde

• Redução do preço dos medicamentos (preço máximo dos genéricos e revisão dos países de referência) • Controlo da prescrição de medicamentos e MCDT • Redução da margem das farmácias e distribuidores • Publicação de guidelines clínicas • Promoção do uso de genéricos • Revisão das taxas moderadoras

Concorrência e regulação

• Operacionalização de um tribunal especializado em Competição, Regulação e Supervisão • Revisão da Lei da Concorrência – consulta pública concluída, proposta final em conclusão • Proposta de reforço da independência dos principais reguladores de acordo com melhores práticas internacionais

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

A transformação estrutural está em curso...

O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 44

0

10

20

30

40

50

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O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…

… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus

Percentagem da população com ensino superior no grupo etário dos 25-34 anos em 2009

A transformação estrutural está em curso...

Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"

Percentagem da população que completou o ensino superior por grupo etário Percentagem

0

10

20

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40

50

60

25-64 25-34 35-44 45-54 55-64

1999 2009

Melhoria do nível de qualificação das gerações mais novas

Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”

… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 44

0

10

20

30

40

50

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O aumento do nível de escolaridade das gerações mais jovens…

… tem permitido aproximar a qualificação do capital humano à dos parceiros europeus

Percentagem da população com ensino superior no grupo etário dos 25-34 anos em 2009

A transformação estrutural está em curso...

Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"

Percentagem da população que completou o ensino superior por grupo etário Percentagem

0

10

20

30

40

50

60

25-64 25-34 35-44 45-54 55-64

1999 2009

Melhoria do nível de qualificação das gerações mais novas

Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

A transformação estrutural está em curso...

Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 45

Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos

Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo

Posição em 2011 nos rankings das escolas de gestão do Financial Times

Estudantes que completaram o doutoramento em 2009, percentagem

#33 Escola de Negócios Europeia #65 Mestrado em Gestão #45 Formação de executivos

#39 Escola de Negócios Europeia #2 e #61 Mestrado em Gestão(1)

#65 Formação de executivos

Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"

(1) O Mestrado na posição #2 (CEMS) é oferecido por uma rede de escolas europeias da qual a NOVA SBE faz parte

Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings

0 1 2 3

Estónia

Espanha

Bélgica

Irlanda

Eslovénia

França

Países Baixos

UE 21

Áustria

Eslováquia

Alemanha

Finlandia

Portugal

Posição de destaque nos níveis de qualificação mais avançados A transformação estrutural está em curso...

Fonte: OCDE - “Education at a Glance 2011”

Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 45

Portugal ocupa uma posição cimeira entre os países europeus em termos de conclusão de doutoramentos

Algumas escolas portuguesas estão entre as melhores do mundo

Posição em 2011 nos rankings das escolas de gestão do Financial Times

Estudantes que completaram o doutoramento em 2009, percentagem

#33 Escola de Negócios Europeia #65 Mestrado em Gestão #45 Formação de executivos

#39 Escola de Negócios Europeia #2 e #61 Mestrado em Gestão(1)

#65 Formação de executivos

Fonte: OCDE - "Education at a Glance 2011"

(1) O Mestrado na posição #2 (CEMS) é oferecido por uma rede de escolas europeias da qual a NOVA SBE faz parte

Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings

0 1 2 3

Estónia

Espanha

Bélgica

Irlanda

Eslovénia

França

Países Baixos

UE 21

Áustria

Eslováquia

Alemanha

Finlandia

Portugal

Posição de destaque nos níveis de qualificação mais avançados A transformação estrutural está em curso...

Fonte: Rankings Financial Times – Business Education Rankings

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

A transformação estrutural está em curso...

diversificação geográfica das exportações portuguesas

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 46

EFTA: Islândia, Noruega, Liechtenstein, Suíça PALOP: Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE

Pesos no total em percentagem

0 20 40 60 80

Outros

Japão

Canadá

EFTA

Brasil

OPEP

EUA

PALOP

Intra - UE15

20002010

A transformação estrutural está em curso... Diversificação geográfica das exportações portuguesas A transformação estrutural está em curso...

EFTA: Islândia, Noruega, Liechtenstein, Suíça PALOP: Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe UE-15: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido Fonte: INE

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 47

-14

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0

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4

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1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986

Portugal foi bem sucedido em ajustamentos passados

Programas de ajustamento em Portugal

Fonte: Banco de Portugal

Portugal é um caso paradigmático de ajustamentos rápidos e bem sucedidos em democracia

Balança corrente Em percentagem do PIB No passado, o

ajustamento foi efetuado sobretudo pelo setor privado

Atualmente, o setor público também ajustará de forma significativa

no passado, o ajustamento foi efetuado sobretudo pelo setor privado

atualmente, o setor público também ajustará de forma significativa

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Resposta rápida do setor privado no ajustamento

No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 48

No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida

Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)

Necessidades de Financiamento por Setor Institucional,em percentagem do PIB

Resposta rápida do setor privado no ajustamento

Taxa de crescimento anual Percentagem

-6

-4

-2

0

2

4

6

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10

12

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Total economy Non-financial private sector

Financial sector General Government-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989

Private consumption( residents)

Public consumption GDP

Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal

Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 48

No anterior programa de ajustamento (83-84), o setor privado ajustou de forma rápida

Em 2009, o setor privado começou o processo de ajustamento (mas …)

Necessidades de Financiamento por Setor Institucional,em percentagem do PIB

Resposta rápida do setor privado no ajustamento

Taxa de crescimento anual Percentagem

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Total economy Non-financial private sector

Financial sector General Government-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989

Private consumption( residents)

Public consumption GDP

Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal Fonte: Banco de Portugal

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do MINIStro DE EStADo E DAS FINANçASVítor gaspar

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 107 - 140

Successful adjustment processes are possible without a devaluation process, as shown by Latvia’s experience

STRONG IMPLEMENTATION OF ThE BUDGET

• Fiscal adjustment over 16% of GDP since end 2008

• Two-thirds of the adjustment on expenditure side

FINANCIAL SECTOR STABILIzATION

• Restructuring of Parex Banka and MLB

• Strengthen of supervision and regulation

INTERNAL ADJUSTMENT FOR COMPETITIVENESS

• Wage flexibility

• Enhancement of productivity

• Gains in competitiveness

Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS 49

Successful adjustment processes are possible without a devaluation process, as shown by Latvia’s experience

Source: European Commision, “The Adjustment in Latvia”

Strong implementation of the budget – Fiscal adjustment over 16% of GDP

since end 2008 – Two-thirds of the adjustment on

expenditure side

Financial sector stabilization – Restructuring of Parex Banka and

MLB – Strengthen of supervision and

regulation

Internal adjustment for competitiveness

– Wage flexibility – Enhancement of productivity – Gains in competitiveness

Intervenção do secretário-geral do mnE

antónio de almeida ribeiro

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149

142 Intervenção do secretário-geral do mnEantónio de almeida ribeiro

Cabe-me a honra de hoje encerrar mais uma edição do Seminário Diplomático, uma tradição que se cumpre há já dezasseis

anos, e cuja utilidade me parece incontestável, ao permitir, não só o reencontro entre colegas que em muitos casos apenas se

reveem uma vez por ano, mas também, e sobretudo, para em conjunto debatermos alguns dos temas mais importantes e prio-

ritários que nos ocuparão ao longo dos próximos doze meses.

Não menos importante este ano é o facto de o Seminário ter lugar pouco tempo depois do início de um novo ciclo político em

Portugal, tendo-nos dado a oportunidade de ouvir as intervenções dos Senhores Primeiro-Ministro e Ministro de Estado e das

Finanças, bem como a do Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que transmitiu as principais linhas de polí-

tica externa para 2012 e definiu os principais pontos em que a diplomacia portuguesa tem de se concentrar.

O Seminário permitiu-nos ainda tomar conhecimento e debater outros temas da nossa agenda e projetos que estão no nosso

horizonte mais imediato, como é o caso do Ano de Portugal no Brasil, um paradigma inovador no qual a vertente sociedade

civil desempenhará um papel de relevância.

A presença do Ministro Alain Juppé foi igualmente um momento alto deste nosso encontro, refletindo a importância que damos

ao relacionamento com um dos principais Estados-membros da UE, a quem nos unem laços muito especiais, desde logo pela

presença de uma vastíssima comunidade portuguesa espalhada por todo o país e de um fluxo de comércio e níveis de investi-

mento particularmente relevantes para Portugal.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149

Coincide também o presente evento com um período crítico para Portugal, durante o qual se torna imprescindível o contri-

buto e a solidariedade de todos. É o próprio futuro da nação que está em jogo, e só o esforço e empenho de todos e de cada

um permitirão ultrapassar as presentes dificuldades. Acreditar no nosso futuro como nação, não é só um dever, é um desígnio

que todos queremos prosseguir.

A diplomacia económica deve ser um conceito dinâmico. É consabido que a recuperação económica do nosso país passa fun-

damentalmente pela prossecução do aumento sustentado das exportações e por atrair mais investimento estrangeiro.

É preciso consagrarmos mais tempo e emprestarmos imaginação e esforço ao objetivo crucial de colocar mais produtos nacio-

nais no estrangeiro, aumentando índices de exportações, de promover contatos com empresários e empresas, associações e

organizações empresariais, participações em seminários, promoção de road-shows, conferências e outro tipo de eventos desta

natureza, serão encarados como muito importantes, além de serem essenciais para a avaliação do desempenho de cada um. É

fundamental criar oportunidades, abrir perspetivas, analisar potencialidades nos vários mercados em que a nossa rede diplo-

mática e consular está inserida. Muito se tem feito neste domínio, mas é preciso fazer ainda mais e melhor.

Nunca é demais recordar a propósito que a promoção da marca Portugal no exterior passa também pela exportação da ima-

gem de um Portugal político, social e cultural, que suscite interesse nos nossos interlocutores estrangeiros, que entusiasme os

seus empresários a investir aqui, que persuada as autoridades em causa a criar condições para que as nossas empresas e os

nossos produtos possam afirmar-se nos respetivos mercados.

Liga-se com esta ideia a articulação com a AICEP, num novo quadro institucional recentemente aprovado, não pretendendo,

no entanto, repetir aquilo que já hoje aqui ouvimos de responsáveis bem mais qualificados do que eu para o fazer.

Justamente por todos querermos que este novo modelo funcione e cumpra os propósitos que estiveram na base da sua criação,

julgo essencial que a articulação funcional a nível das embaixadas seja assegurada da melhor forma possível.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149

Nesse sentido, é essencial que os delegados da AICEP, a partir daqui plenamente integrados nas estruturas das embaixadas e

consulados, se articulem e cooperem plenamente com o chefe de missão com quem devem planear o estabelecimento de prio-

ridades e objetivos para cada país e cada mercado. De igual modo, será estabelecido um novo tipo de relacionamento insti-

tucional entre MNE e AICEP a nível central, qualitativamente superior, sendo muito relevante o fato de termos um embaixa-

dor colocado como vice-presidente do Conselho de Administração, esperando-se que num futuro próximo possa fazer-se um

intercâmbio de funcionários de ambas as instituições colocados em diferentes níveis das respetivas estruturas, com o objetivo

de facilitar a ligação e a articulação mútuas.

Pretende-se criar progressivamente uma cultura que temos de cultivar a todos os níveis da carreira diplomática, nomeadamente

nas camadas mais jovens e nos futuros adidos, a quem é fundamental incutir a importância do setor económico no exercício

das funções diplomáticas, cabendo ao IDI nesta matéria um papel destacado.

Com efeito, na ausência de meios significativos ao nosso dispor, é absolutamente imprescindível criar sinergias e otimizar os

recursos existentes, trabalhando em conjunto, naturalmente salvaguardando o papel específico desempenhado por cada um,

mas cabendo ao embaixador a coordenação, a realização de contatos ao nível adequado, muitas vezes da maior utilidade para

se alcançarem objetivos que, de outra forma, seriam mais difíceis ou mesmo impossíveis de atingir.

As embaixadas deverão cada vez mais estar ao serviço dos empresários e das empresas portuguesas, que nelas podem pro-

curar apoio, um conselho, ou a facilitação de um simples contato. As empresas precisam de sentir que os embaixadores e as

embaixadas podem ser úteis para os seus objetivos, para explorar novos mercados e novas oportunidades. Este é um objetivo

para nós absolutamente prioritário. Igualmente os nossos empresários precisam de melhor conhecer a estrutura portuguesa, o

âmbito e as condições da sua atuação, e o alcance da sua influência para melhor poderem dela se socorrer.

Não quero com isto dizer que os embaixadores portugueses não cumpram já este desiderato, praticando aquilo a que se tem

designado “diplomacia económica”. O que quero é sublinhar a relevância da diplomacia económica, para a qual o MNE tem

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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Negócios Estrangeiros | Seminário Diplomático | Edição digital, Ano I. n.º 1 | 4 de Janeiro de 2012 | p. 142 - 149

de contribuir dando um efetivo valor acrescentado, sob pena de nos arriscarmos a ficar irrelevantes numa matéria fundamen-

tal para Portugal.

Referi no início da minha intervenção a difícil situação que o país atravessa e a necessidade de todos colaborarmos com a nossa

participação no esforço nacional de saneamento das finanças públicas.

Também aqui o MNE não poderá ficar fora deste esforço coletivo, tendo já sido tomadas, ou estando em vias de ser tomadas,

uma série de decisões que acabam por afetar a generalidade dos postos e dezenas de funcionários, praticamente abrangendo

todos os níveis e todas as carreiras do Ministério.

Tenho perfeita noção de que se trata de medidas em muitos casos penalizadoras e que frequentemente provocam sério trans-

torno à vida de cada um, e mesmo ao funcionamento de muitos postos, que de repente se veem privados de meios importantes

que tinham ao seu dispor.

Posso assegurar-vos que nenhuma destas medidas foi tomada de ânimo leve, tendo havido plena consciência das consequên-

cias graves que em muitos casos elas iriam implicar.

Infelizmente, porém, não havia, nem há, qualquer outra alternativa que pudesse ser adotada. Sendo necessário cumprir inte-

gralmente o orçamento atribuído ao MNE, foi preciso rever todas as despesas dentro do teto que nos foi atribuído e que sofreu

um considerável corte pelas razões que são do domínio público. Acresce que, ao contrário do que se passou em anos anterio-

res, não serão expetáveis quaisquer reforços por parte do Ministério das Finanças ao longo de 2012. Esta é a realidade pura e

dura e é fundamental que todos tenham dela plena consciência.

Também aqui, só com o esforço de todos poderemos alcançar os objetivos que somos obrigados a cumprir. E só com a boa

vontade e a compreensão de todos o conseguiremos atingir. Sei que é o caso porque conheço a capacidade de lealdade e de

dedicação à causa pública dos diplomatas e de todos os funcionários deste Ministério.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro

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É pois, para este quadro muito difícil de forte contenção e de limitações, que peço o vosso compromisso individual e, sobre-

tudo, a vossa total colaboração. É absolutamente incontornável fazer cortes nas despesas a todos níveis e fazê-lo desde o pri-

meiro momento, única forma de afastar o risco de terem de ser tomadas outras medidas complementares ainda mais gravosas

do que aquelas que são já hoje conhecidas.

Ainda assim, gostaria de mencionar que está prevista a realização de um concurso para adidos a ter lugar no decurso de 2012.

Há também intenção de retomar as negociações com vista a um novo estatuto da carreira diplomática, tal como o Senhor

Ministro anunciou recentemente, procurando-se que o novo diploma reflita as adaptações que o tempo mostrou serem neces-

sárias, sem ao mesmo tempo esquecer o objetivo de dignificar a carreira diplomática, elemento que naturalmente não pode

deixar de estar presente em todo este exercício.

Será, igualmente, lançado um movimento diplomático nos termos previstos no estatuto da carreira, ainda que sem a dimensão

que normalmente teria, se não existissem os presentes constrangimentos.

Antes de terminar, julgo fazer sentido uma breve referência ao nosso primeiro ano de mandato como membro não permanente

do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que representou um dos mais significativos desafios que a diplomacia portu-

guesa enfrentou em 2011, e continuará a enfrentar até final de 2012.

Visto de Lisboa a avaliação deste primeiro ano de mandato é globalmente muito positiva.

Presidimos até aqui a três órgãos subsidiários do Conselho – Comités de Sanções à Líbia e à Coreia do Norte e Tribunais – e

participámos ativamente nas discussões sobretudo das questões africanas e dos temas politicamente mais controversos rela-

cionados com a primavera Árabe. A atribuição da presidência do Comité de Sanções à Líbia resultou aliás do reconhecimento

– por todos – do nosso perfil e do papel construtivo que desempenhamos no Conselho.

Este primeiro ano de mandato culminou praticamente com a nossa presidência do Conselho, em novembro , que, julgo, reforçou

a nossa imagem e credibilidade no sistema das Nações Unidas. Apesar da escassa margem de manobra de qualquer membro em

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

INtErvENção Do SECrEtárIo-GErAl Do MNEantónio de almeida ribeiro

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impor uma agenda, Portugal conseguiu realizar dois eventos de sua iniciativa – os debates sobre Novos Desafios à Segurança

e sobre Métodos de Trabalho do Conselho. Ambos cobriram questões politicamente muito atuais na agenda internacional e

prioritárias na nossa campanha para o Conselho de Segurança. Tivemos uma participação a nível político nos debates regu-

lares sobre Timor-Leste e sobre a Proteção de Civis. Juntamente com o Brasil, conseguimos objetivamente aumentar a visibi-

lidade política da CPLP nos debates do Conselho de Segurança, tendo a Presidência angolana discursado, por diversas vezes,

em português.

O início do segundo ano de mandato e a entrada de cinco novos membros no Conselho, constituem o momento ideal para

avaliar se todos os objetivos que nos propusemos estão a ser cumpridos e se podemos, eventualmente, introduzir melhorias.

Revendo os procedimentos de funcionamento à luz da experiência deste ano achamos, na Secretaria de Estado, que podemos

melhorar a circulação de informação entre Nova Iorque, Lisboa e os restantes postos; valorizar a informação a que temos

acesso estando no Conselho e usar mais eficazmente a nossa presença no CSNU para valorizar as nossas embaixadas junto

dos países membros do Conselho e dos países cujas situações constam da sua agenda. Naturalmente é fundamental ter o input

dos nossos postos nesta análise.

Um balanço final deste nosso mandato no Conselho não passará apenas pela avaliação do que dissemos e fizemos enquanto

membros do CS. Passará, sobretudo, por definir o que é que fica deste mandato – para a Missão em Nova Iorque, para o Minis-

tério, para a diplomacia portuguesa e para a nossa política externa em geral.

Outros desafios virão para além do Conselho de Segurança, e deve ser destacada a campanha em curso para o Conselho de

Direitos Humanos, para a qual desde já renovo o pedido de acompanhamento de muito perto por parte de todos os chefes de

missão, especialmente nos casos em que ainda não tenha sido confirmado o apoio para a eleição. Sugestões e recomendações

sobre esta matéria serão igualmente bem-vindas e serão avaliadas em função da evolução da campanha e da necessidade de se

atuar sempre e quando for necessário.

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios EstrangeirosPaulo Sacadura cabral PortaS

Intervenção do Presidente da AICEPPedro reiS

Intervenção do administrador da AICEP antónio de almeida lima

Intervenção do Comissário-Geral de Portugal para as comemorações do Ano de Portugal no Brasilmiguel Horta e coSta

Intervenção do Primeiro-MinistroPedro PaSSoS coelHo

Intervenção do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Europeus de Françaalain JuPPÉ

Intervenção do Ministro de Estado e das Finanças Vítor gaSPar

Intervenção do Secretário-Geral do MNEantónio de almeida ribeiro

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148 Uma palavra final para recordar que amanhã terá lugar um Seminário sobre Política Consular, organizado e presidido pelo

Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e para o qual chamo desde já a vossa atenção, já que tratará de

temas particularmente relevantes não apenas para os chefes de postos consulares. Contamos com a presença de vós, assim

como a dos colegas cônsules que se encontrem neste período em Lisboa.

Assumi há pouco mais de duas semanas a função de Secretário-Geral. Quero desde já colocar-me, e à minha equipa, à inteira

disposição, sendo para mim fundamental manter com todos um diálogo estreito e regular sobre as matérias que estão sob a

minha área de competência.