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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Economia, Negócios e. Pág: 4 Cores: Cor Área: 25,70 x 32,00 cm² Corte: 1 de 3 ID: 72462545 30-11-2017 | Iniciativas NO ÚLTIMO ANO AUME '• DE MERCADOS / CLIEN RABALHA? ou ' , NÃO? Pará votar Vá a , .;Lido.corn e insira c FMP NEGÓCIOS INICIATIVAS Plataforma Empresarial "Se formos competitivos, temos o mundo aos nossos pés" Para Tomás Moreira, membro do Conselho Geral da CIP, as nossas taxas de exportação e de penetração nos principais mercados são muito baixas, mas temos produtos com qualidade, design e tecnologia. Empresários e académicos juntaram-se para reflectir sobre as formas de melhorar a competitividade empresarial. F m 2016, as exportações de bens e serviços de Portugal atingiram os 75,8 mil milhões de euros, mais 1,9% do que no ano anterior. Em Agosto deste ano, as exportações já ultrapassavam os 55 mil mi- lhões de euros, por isso António Gomes Mota diz que "os números apontam para um crescimento das exportações sustentável". Com a crise de 2008, que se acentuou com o memorando assinado com a troika em 2011, muitas empresas olharam para o exterior e criou-se uma dinâmica virtuosa. "Deu-se uma mudança estrutural: os em- presários perceberam o potencial de oportunidades de exportação e de internacionalização e abertura ao exterior", como assinalou Nuno Sousa Pereira. Tomás Moreira, membro do Conselho Geral da CIP, refere que o peso das exportações no PIB pode crescer muito mais, pois "o poten- cial de crescimento é global; se for- mos competitivos temos o mundo aos nossos pés. As nossas taxas de exportação e de penetração nos principais mercados são muito bai- xas". Acrescenta que "já não esta- mos na fase em que os produtos ti- Os campeões da internacionalização deviam ter uma estratégia de porta-aviões. ANTÓNIO GOMES DA MOTA Professor do ISCTE nham pouca qualidade e o design e a concepção eram fracos. Hoje isso não acontece porque os produtos têm qualidade, são bem concebidos e as tecnologias são evoluídas". António Gomes Mota alerta para a importância do segundo pas- so, depois da exportação, que é a in- ternacionalização que implica ga- nhos de escala, dimensão e maior complexidade de gestão. O profes- sor do ISCTE defende que "os cam- peões da internacionalização deve- riam ter uma estratégia de porta- aviões e levar empresas mais peque- nas para os mercados externos". Com as actuais turbulências geoestratégicas compreende-se a importância da diversificação, pois uma empresa não pode "estar de- pendente de um cliente, de um mercado ou de uma região geográ- fica", diz António Gomes Mota. "E essencial a tendência para procu- rar mercados alternativos, até por- que 94% das empresas têm 50% das suas exportações num único mercado", sustentou Nuno Sousa Pereira. A qualidade da gestão "A exportação foi uma neces- sidade de sobrevivência", diz Da- niel Bessa, professor jubilado da Faculdade de Economia do Porto e atento observador da economia portuguesa nos últimos cinquenta anos. A Daniel Bessa persegue-o a dúvida sobre se quem exporta está a ganhar dinheiro. A sua descon- fiança baseia-se no facto de o in- vestimento ter tardado a arrancar e ainda mostrar uma grande debi- lidade. "Vender com prejuízo pode ser melhor solução do que fechar, porque assim não se perde o fixo, desde que pague o variável", mas se estivessem a ganhar dinheiro "estariam a investir". A função in- vestimento melhorou em 2017 e pode ter "que ver com os fundos europeus, pois existe essa viciação. Era importante ver as contas de re- sultados dos exportadores para compreender quem ganha e quem perde", referiu. Nuno Sousa Perei- ra considera que "a rentabilidade da internacionalização demora 66 Já não estamos na fase em que os produtos tinham pouca qualidade e o design era fraco. TOMÁS MOREIRA Membro do Conselho Geral da CIP

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País: Portugal

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Âmbito: Economia, Negócios e.

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NO ÚLTIMO ANO AUME

'• DE MERCADOS / CLIEN RABALHA?

ou ',NÃO?

Pará votar

Vá a ,.;Lido.corn e insira c

FMP

NEGÓCIOS INICIATIVAS Plataforma Empresarial

"Se formos competitivos, temos o mundo aos nossos pés"

Para Tomás Moreira, membro do Conselho Geral da CIP, as nossas taxas de exportação e de penetração nos principais mercados são muito baixas, mas temos produtos com qualidade, design e tecnologia.

Empresários e académicos juntaram-se para reflectir sobre as formas de melhorar a competitividade empresarial.

F m 2016, as exportações de bens e serviços de Portugal atingiram os

75,8 mil milhões de euros, mais 1,9% do que no ano anterior. Em Agosto deste ano, as exportações já ultrapassavam os 55 mil mi-lhões de euros, por isso António Gomes Mota diz que "os números apontam para um crescimento das exportações sustentável". Com a crise de 2008, que se acentuou com o memorando assinado com a troika em 2011, muitas empresas olharam para o exterior e criou-se uma dinâmica virtuosa. "Deu-se uma mudança estrutural: os em-presários perceberam o potencial de oportunidades de exportação e de internacionalização e abertura ao exterior", como assinalou Nuno Sousa Pereira.

Tomás Moreira, membro do Conselho Geral da CIP, refere que o peso das exportações no PIB pode

crescer muito mais, pois "o poten-cial de crescimento é global; se for-mos competitivos temos o mundo aos nossos pés. As nossas taxas de exportação e de penetração nos principais mercados são muito bai-xas". Acrescenta que "já não esta-mos na fase em que os produtos ti-

Os campeões da internacionalização deviam ter uma estratégia de porta-aviões. ANTÓNIO GOMES

DA MOTA

Professor do ISCTE

nham pouca qualidade e o design e a concepção eram fracos. Hoje isso não acontece porque os produtos têm qualidade, são bem concebidos e as tecnologias são evoluídas".

António Gomes Mota alerta para a importância do segundo pas-so, depois da exportação, que é a in-ternacionalização que implica ga-nhos de escala, dimensão e maior complexidade de gestão. O profes-sor do ISCTE defende que "os cam-peões da internacionalização deve-riam ter uma estratégia de porta-aviões e levar empresas mais peque-nas para os mercados externos".

Com as actuais turbulências geoestratégicas compreende-se a importância da diversificação, pois uma empresa não pode "estar de-pendente de um cliente, de um mercado ou de uma região geográ-fica", diz António Gomes Mota. "E essencial a tendência para procu-rar mercados alternativos, até por-

que 94% das empresas têm 50% das suas exportações num único mercado", sustentou Nuno Sousa Pereira.

A qualidade da gestão "A exportação foi uma neces-

sidade de sobrevivência", diz Da-niel Bessa, professor jubilado da Faculdade de Economia do Porto e atento observador da economia portuguesa nos últimos cinquenta anos. A Daniel Bessa persegue-o a dúvida sobre se quem exporta está a ganhar dinheiro. A sua descon-fiança baseia-se no facto de o in-vestimento ter tardado a arrancar e ainda mostrar uma grande debi-lidade. "Vender com prejuízo pode ser melhor solução do que fechar, porque assim não se perde o fixo, desde que pague o variável", mas se estivessem a ganhar dinheiro "estariam a investir". A função in-vestimento melhorou em 2017 e

pode ter "que ver com os fundos europeus, pois existe essa viciação. Era importante ver as contas de re-sultados dos exportadores para compreender quem ganha e quem perde", referiu. Nuno Sousa Perei-ra considera que "a rentabilidade da internacionalização demora

66 Já não estamos na fase em que os produtos tinham pouca qualidade e o design era fraco.

TOMÁS MOREIRA Membro do Conselho Geral

da CIP

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OU O NÚMERO COM QUE

Ricardo 11-

O Brexit e os fantasmas do proteccionismo

A saída do Reino Unido da União Europa cria preocupações nas empresas porque tornou o futuro mais incerto. Mas também

se teme a fraca performance futura da economia britânica.

tempo a concretizar-se e poderão não ser ainda visíveis os frutos des-se trabalho".

"Um dos aspectos pouco refe-ridos nos fóruns e debates é que a produtividade passa por melhorar a qualidade da gestão das empre-sas", referiu Alberto Castro. Adian-tou ainda que a qualidade da ges-tão das empresas é baixa, mas as "mais bem geridas são por norma as exportadoras, o que significa que o crescimento das exportações resulta de uma aposta na qualida-de da gestão".

Sublinhou a importância de um sistema bancário com condi-ções, capacidade e reputação in-ternacionais. Referiu, comi exemplo, o facto de a Mota-Engil terganhado uma obra na Zâmbia e as garantias da CGD não terem sido aceites, tendo a construtora sido obrigada a recorrera um ban-co turco. •

O painel de debate

o tema "O Impacto do comércio in-ternacional na economia portugue-sa, as relações comerciais com Es-panha e o efeito Brexit" foi mode-rado por André Veríssimo, director do Jornal de Negócios, e contou com a presença de António Gomes Mota, professor catedrático do ISC-TE e chairman dos CTT, Daniel Bes-

sa, economista, Nuno Sousa Perei-ra, director do Centro de Economia e Finanças da Faculdade de Econo-mia do Porto, Tomás Moreira,

membro do Conselho Geral da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, e Alberto Castro, econo-mista e professor da Universidade

Católica do Porto.

"O Brexit é um processo cama-leão, com muitas cores e mui-tas formas", referiu António Gomes Mota, mas não o preo-cupa muito. Explicou que "pelo tipo de produtos que exporta-mos, não antevejo grandes pro-blemas. Por outro lado, as pes-soas qualificadas que estão no Reino Unido não deverão ser atingidas pelas medidas mais proteccionistas". A sua preocu-pação está na performance fu-tura da economia do Reino Unido, que representou 9,5% das exportações lusas em 2016, porque quando "um grande mercado se constipa, as expor-tações portuguesas ressentem - se".

"O Reino Unido está com pouca pujança económica e as previsões de crescimento para os próximos anos indicam que ficará abaixo do crescimento da União Europeia; tem proble-mas de investimento e de pro-dutividade, que estão abaixo da União Europeia e esta não tem uma grande performance nes-ses indicadores", referiu Nuno Sousa Pereira. O Reino Unido e Portugal, como seu parceiro comercial, "beneficiariam mais com uma rescisão amigável e um acordo comercial generoso entre o Reino Unido e a União Europeia". Daniel Bessa defen-deu que para as empresas seria um factor de menor incerteza se o futuro acordo comercial com o Reino Unido foSse já ne-gociado.

O Brexit preocupa Tomás Moreira, membro da Cl P e in-dustrial de metalotneCânica, poiso Reino Unido "é um dos principais destinos dos nossos produtos industriais". Traduz-se em várias incógnitas, como o preço a pagar pela saída, as características dos tratados co-

merciais que vão ser negocia-dos, a questão aduaneira-alfan-degária, a circulação ou a evo-lução da cotação da libra. "Qualquer um destes factores, por si só, seria uma tremenda dúvida, todos somados levam-nos a ser cautelosos". Mas os EUA também são uma preocu-pação, por causa das tendências proteccionistas e porque pode "surgir um tuit a dizer que as re-gras comerciais mudaram". Re-feriu que as empresas fazem os seus investimentos "na área co-mercial e industrial a longo prazo".

O crescente

proteccionismo A principal preocupação de

Daniel Bessa é a "retracção a nível global do processo de glo-balização e o crescente protec-cionismo de que o Brexit é um exemplo que representa um fe-cho de mercados". Assinalou "que a única potência mundial que hoje representa a abertura comercial é a China", pois em "todos os mercados mundiais importantes tem havido uma tónica proteccionista, é políti-ca e tem implicações a longo prazo".

Alberto Castro referiu que o Reino Unido "sempre foi um moderador e contrabalançou os conflitos e as afinidades de França e Alemanha, e, além disso, dava uma dimensão atlântica". Com o Brexit pode haver uma continentalização da Europa., "o que pode ser ne-gativo para Portugal, acentuan-do a sua periferização e pode mesmo ser ostracizado. "É uma oportunidade para Portugal re-forçar uma velha aliança e olhar para o Atlântico sem dei-xar a Europa" concluiu Alber-to Castro.,

O problema catalão e a dinâmica da economia

O Brexit e a questão soberanista da Catalunha são aspectos dife-rentes mas, segundo Nuno Sou-sa Pereira, são problemas rele-vantes porque "nenhuma econo-mia produz todo o potencial quando tem problemas inter-nos". A preocupação é que a Ca-talunha ponha em causa a recu-

peração da economia espanhola "cujo dinamismo tem contagia-do a economia portuguesa". A Es-panha é o principal parceiro co-mercial de Portugal para onde vão 21,1% das exportações de bens e serviços. "Se a Catalunha correr mal, os re-sultados podem ser catastróficos para Portugal e para a Europa. No primeiro caso trata-se do impac-to da economia espanhola em Portugal e no segundo pode ter um efeito de desagregação na Eu-ropa, abrir-se uma caixa de Pan-dora na Europa", assinalou Alber-to Castro, para quem "as econo-mias pequenas têm a perder com o proteccionismo e o potencial de desagregação".

ié Se a Catalunha correr mal, os resultados podem ser catastróficos para Portugal e para a Europa. ALBERTO CASTRO

Economista e professor da Universidade Católica do Porto

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Ricardo Ir

PLATAFORMA EMPRESARIAL DE PORTUGAL PARA O MUNDO

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egocios iniciativas Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócio$ sts3637, de 30 de Novembro de 2017, e não pode ser vendido separadamente:

nrpor tos ift 1 Uma plataforma

para o mundo CAs histórias de sucesso da Frulact CSovena e Jerónimo Martins CO Brexit e o fantasma do proteccionismo

Bankinter A ligação e o apoio às empresas está no ADN

Estratégias Exportações com pronúncia do Norte