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Educação Sobre Segurança na Internet Para Adolescentes: Acertar o Passo

Um número crescente de pessoas está a promover a educação sobre a segurança na Internet num esforço para ajudar a manter os jovens a salvo de criminosos sexuais na Internet. Mas alguma da informação nas suas palestras, panfletos, vídeos e websites não reflecte o que os investigadores aprenderam sobre as características importantes destes crimes. Aqui estão sugestões sobre como tornar os materiais educativos sobre a segurança na Internet mais consistentes com a investigação actual. Não diga: 1 em 7 jovens é contactado por um predador na Internet. Esta estatística muito usada do amplamente citado Youth Internet Safety Survey (YISS) contabiliza “solicitações sexuais não desejadas”, mas muitas destas experiências provavelmente não são encontros com verdadeiros criminosos sexuais na Internet. Por exemplo, muitos dos jovens pensam que as solicitações foram de outros jovens ou apenas comentários rudes casuais1. Diga: 1 em 25 jovens num ano recebeu uma solicitação sexual em que o solicitante tentou estabelecer contacto offline. Quatro por cento dos jovens no YISS receberam solicitações nas quais o solicitante estabeleceu ou tentou estabelecer contacto offline com o jovem via telefone, correio ou pessoalmente1. Estes são os encontros online mais susceptíveis de conduzirem a um crime sexual offline. Não diga: Os predadores na Internet fazem-se passar por outros jovens para atrair as vítimas a encontros. Na vasta maioria dos crimes sexuais contra jovens através da Internet, os criminosos de facto não enganaram os jovens sobre o facto de serem adultos com intenções sexuais. Reconhecendo que eram mais velhos, os criminosos seduziram os jovens sendo compreensivos, simpáticos, lisonjeiros e apelando aos interesses dos jovens pelo romance, sexo e aventura2. Diga: Os criminosos na Internet manipulam os jovens para relacionamentos sexuais criminalizados apelando ao desejo dos jovens em serem apreciados, compreendidos, correr riscos e descobrirem o sexo. Para avisar os jovens e os pais sobre estes crimes, precisamos de os educar sobre as dinâmicas reais e sobre como as ilusões românticas naives tornam alguns jovens vulneráveis a criminosos adultos que usam a lisonja e a sedução. Não diga: Os predadores na Internet atraem crianças a encontros onde as raptam, violam ou até assassinam. Apesar de já terem ocorrido casos de rapto, violação forçada e assassínio, são muito raros. De acordo com a investigação que se debruça sobre casos que terminaram em detenções, a violência ocorreu apenas em 5% dos casos. Na maioria dos encontros, as vítimas encontram-se com os criminosos voluntariamente e esperam actividades sexuais porque sentem amor ou afeição pela pessoa com quem se têm correspondido. Tipicamente fazem sexo com o adulto em múltiplas ocasiões. A maioria destes crimes são de estupro ou violação2. Diga: Apesar da maioria das vítimas se encontrarem voluntariamente com criminosos na Internet para praticarem sexo, estes são de todo o modo crimes sexuais sérios que tiram partido de jovens inexperientes e vulneráveis. É importante que as pessoas não atenuem as ofensas criminais em que os jovens participam voluntariamente em actividades sexuais, no iniciar ou no ocultar do relacionamento. No Estados Unidos, e todos os Estados as leis no domínio dos crimes sexuais crimes reconhecem a natureza exploratória da falta de equilíbrio de poder e experiência que tornam impróprias as relações entre jovens adolescentes e adultos. Os jovens e os pais precisam de saber que a maioria dos crimes sexuais na Internet obedecem a esta dinâmica, de forma a poderem identificar com rigor situações em que tais crimes possam estar a ocorrer.

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Não diga: O teu “amigo da Internet” com 10 anos de idade pode ser um predador. Virtualmente todos os casos de crimes sexuais na Internet envolvem jovens com 12 ou mais anos de idade2. A maioria das vítimas tem idades entre os 13 e os 15 anos. As crianças mais jovens têm muito menos interesse que os adolescentes em interagir e ir a encontros com pessoas desconhecidas que encontraram online. Evite deixar implícito que o jovem típico vulnerável a criminosos online é uma criança mais nova. Diga: Os criminosos na Internet visam adolescentes que estão dispostos a falar sobre sexo online. Enquanto precisamos de ajudar os pais e as crianças mais novas a prepararem-se para situações online com as quais se podem confrontar à medida que se tornam mais velhas, não devemos assustá-los indevidamente sobre criminosos que visam adolescentes em detrimento de crianças mais novas. Não diga: Nunca dês dados pessoais online. A investigação tem mostrado que a simples publicação ou envio de alguns dados pessoais online não coloca os jovens em risco3. A razão é que a maioria dos jovens (tal como a maioria dos adultos) dá dados pessoais. É difícil estar online sem o fazer. Um aviso que é tão amplo e que vai contra tais práticas comuns torna improvável fazer os jovens confiar na fonte de tal conselho. Diga: Sê cuidadoso relativamente a quem dás os teus dados pessoais e que tipo de coisas partilhas. A investigação diz que falar sobre sexo com estranhos online é um grande factor de risco para arranjar problemas. Como o é também interagir indiscriminadamente online com muitas pessoas desconhecidas4. Os jovens devem ser muito cautelosos sobre como respondem às pessoas que as contactam. Outras coisas que provavelmente aumentam o risco é dar dados muito pessoais ou informação orientada para o sexo, procurar relações românticas online e solicitar contactos por parte de muitas pessoas3. Não diga: Não tenhas uma página pessoal ou um perfil numa rede social. A investigação sugere que as páginas pessoas não são, em si mesmas, perigosas3. O perigo é quando os jovens usam estes veículos para se retratarem como interessados em sexo, romance, correr riscos e abertos a interagirem com pessoas que não conhecem. Diga: Sê cuidadoso com o que fazes em páginas pessoais e em redes sociais. É útil recordar os jovens que muitas das coisas que publicam para serem vistas pelos seus amigos podem acabar por ser vistas por terceiros e que podem suscitar contactos que se podem tornar num problema. Diga: Os rapazes também podem ser vítimas de crimes online. A investigação sugere que um quarto das vítimas de criminosos online são rapazes2. Frequentemente, estes são rapazes com problemas ao nível da sua orientação sexual que se metem em sarilhos ao procurar online a ajuda e a compreensão que não conseguem obter em casa ou na escola. Este é um tópico sobre o qual é difícil falar abertamente e com sensibilidade, mas os pais, os educadores, os jovens e os responsáveis pela aplicação das leis precisam de compreender que os jovens com problemas ao nível da sua orientação sexual são um grupo particularmente vulnerável. Diga: Usar a Internet ou um telemóvel para enviar imagens sexuais de ti próprio ou de amigos pode criar-te problemas com a lei. A maioria dos jovens não realiza que as imagens sexuais de si próprios e de outros menores podem constituir pornografia infantil; a sua produção e transmissão são crimes sérios. Eles podem ver tais fotos como românticas, divertidas, aventureiras ou até remuneratórias. Quatro por cento dos jovens inquiridos no YISS afirmaram ter recebido pedidos online para tirarem e enviarem fotografias de cariz sexual1 de si próprios. Os jovens precisam de perceber porque razão estas acções são um crime e que as pessoas que lhes pedem que tirem ou enviem tais imagens podem ser detidas pelos crimes de pornografia infantil e crimes sexuais. Diga: Não deixes que os amigos influenciem as tuas boas decisões quando estão juntos em linha. A investigação sugere que os jovens correm mais riscos quando estão juntos em linha com outros jovens1.

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Faça: Na educação para a prevenção, vise os adolescentes em particular. A investigação sugere que os adolescentes são as principais vítimas de crimes sexuais na Internet e que as vulnerabilidades comuns à adolescência – interesse por sexo, romance, aventura, independência – é o que os mete em sarilhos3. Os pais podem ajudar, mas a investigação sugere que os jovens mais vulneráveis são aqueles que estão a viver conflitos com os seus pais. Por isso, precisamos atingir os adolescentes directamente com mensagens que são credíveis. Isto significa que não falar altivamente com eles; estar familiarizados com a sua cultura; reconhecer a sua familiaridade com a Internet; e respeitar as suas aspirações à independência, novos relacionamentos e informação rigorosa sobre temas sexuais, próprias do seu desenvolvimento. 1 Wolak J, Mitchell K, Finkelhor D. Online victimization: 5 years later. Alexandria, VA: National Center for Missing & Exploited Children; 2006. Disponível em: http://www.unh.edu/ccrc/pdf/CV138.pdf. 2 Wolak J, Finkelhor D, Mitchell KJ. Internet-initiated sex crimes against minors: Implications for prevention based on findings from a national study. Journal of Adolescent Health 2004; 35(5):424.e11-424.e20. 3 Wolak J, Finkelhor D, Mitchell K, et al. Online "predators" and their victims: Myths, realities and implications for prevention and treatment. American Psychologist 2008; 63 (in press). 4 Ybarra ML, Mitchell KJ, Wolak J, Finkelhor D. Internet prevention messages: Targeting the right online behaviors? Archives of Pediatric and Adolescent Medicine 2007; 161(2); 138-145. Crimes Against Children Research Center A missão do Crimes against Children Research Center (CCRC) é combater os crimes contra crianças através do fornecimento de investigação e estatísticas de elevada qualidade para o público, políticos, pessoas das forças da lei e outros especialistas em saúde e bem-estar infantil. O CCRC preocupa-se com a investigação sobre a natureza dos crimes, incluindo rapto de crianças, homicídio, violação, assalto e abuso físico e sexual, assim como os seus impactos. Preparado por David Finkelhor, Janis Wolak, e Kimberly Mitchell para o Crimes against Children Research Center, University of New Hampshire. Para mais informação: www.unh.edu/ccrc. Investigação financiada pelo U.S. Department of Justice, OJJDP, e pelo National Center for Missing & Exploited Children. Apoio ao programa fornecido pela Verizon Foundation. Tradução para Português: Tito de Morais, Projecto MiudosSegurosNa.Net. Autorização para tradução e distribuição gentilmente cedida pelos autores.

Veja, na página seguinte:

Dicas de Segurança na Internet Para Adolescentes

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Dicas de Segurança na Internet Para Adolescentes 1) Sê cuidadoso com o que publicas na Web e sobre o que dizes aos outros. A Web é um local muito mais público e permanente do que parece. 2) Nomes e imagens provocantes e sexy podem atrair a atenção de pessoas que não queres na tua vida. 3) Imagens sexy podem pôr-te em sarilhos com a lei. Se fores menor de idade, tal pode ser considerado pornografia infantil, um crime sério. 4) Sê cuidadoso com os downloads que fazes ou com o que vês, mesmo que a troco de uma gargalhada. Algumas imagens na Internet são extremas e não podes “desvêr” uma coisa. 5) Ir a salas de chat de cariz sexual sexo e a outros sites de sexo pode ligar-te a pessoas que te podem assediar de formas que não anteciparás. 6) Os downloads gratuitos e a partilha de ficheiros podem levar pornografia ao teu computador que tu podes não desejar e da qual pode ser difícil livrares-te. Qualquer pornografia que mostre crianças ou adolescentes menores de 18 anos é pornografia infantil ilegal e pode colocar-te em grandes problemas. 7) Os adultos que falam contigo sobre sexo online estão a cometer um crime. Tal como o estão adultos que se encontram para actividades sexuais com adolescentes menores de idade. Alguns adolescentes pensam que pode ser divertido, inofensivo ou romântico, mas tal significa grandes problemas para todos os envolvidos. O melhor a fazer é denunciar esse tipo de situações. 8) Não alinhes com pessoas que na Web estão a comportar-se mal, correr riscos e actuar de forma estranha. Mesmo se pensares que é inofensivo e que aches que consegues lidar com a situação, pois apenas os irás encorajar e poderás colocar em risco outros jovens. 9) Denuncias os casos de outras pessoas que estejam a actuar de forma estranha ou inapropriada ou a assediar-te ou a assediar outros. Estas pessoas podem ser perigosas e desligares-te dá menos trabalho. Guarda as comunicações. Contacta o gestor do site, o teu fornecedor de serviços Internet, a LinhaAlerta ou até a polícia. 10) Não deixes os amigos influenciar as tuas boas decisões. Se estás a navegar na companhia de amigos, não os deixes pressionar-te para fazeres coisas que normalmente não farias. 11) Sê cuidadoso se te fores encontrar com pessoas que conheceste através da Internet. Poderás pensar que as conheces bem, mas elas podem enganar-te. Vai com um amigo. Avisa os teus pais. Encontra-te num local público. Certifica-te que tens o teu telemóvel e um plano de saída. 12) Não assedies os outros. As pessoas podem retaliar de maneiras que não esperas. 13) Podes sobrestimar as tuas capacidades para lidar com as situações. Pode parecer que és cuidadoso, conhecedor, consciente dos perigos e capaz de gerir os riscos que tomas, mas há sempre o desconhecido. Não arrisques o desastre.

Crimes against Children Research Center ● University of New Hampshire ● 126 Horton Social Science Center ● Durham, NH 03824 (603) 862-1888●Fax: (603) 862-1122●www.unh.edu/ccrc