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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ZOOTECNIA
MELISSA BARRETO SILVEIRA
QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA INTEGRADO DE
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL DE MATO
GROSSO
Rondonópolis
2019
MELISSA BARRETO SILVEIRA
QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA INTEGRADO DE
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL DE MATO
GROSSO
Trabalho de Curso apresentado ao
Curso de Zootecnia da Universidade
Federal de Mato Grosso, Campus
Universitário de Rondonópolis, como
requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza
Rondonópolis
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aluno: MELISSA BARRETO SILVEIRA
Título do TC: QUALIDADE DE PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL EM SISTEMA
INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EM PLANTIO DIRETO NO SUL
DE MATO GROSSO.
Trabalho de curso apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Federal de
Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Aprovado em: 14/03/2019.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza (Orientador)
Instituição: ICAT/CUR/UFMT
Assinatura:
Caio Moretti de Freitas (Membro)
Instituição: ICAT/CUR/UFMT
Assinatura:
Rafael Loverde Oliveira (Membro)
Instituição: ICAT/CUR/UFMT
Assinatura:
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo sou grata a Deus, por sempre me fortalecer e me orientar a cada
desafio.
Agradeço aos meus pais Américo Antônio e Luciene Barreto, por serem minha
base, por estarem a todo momento ao meu lado, me auxiliando e em constante torcida
por mim.
Agradeço a todos os meus amigos que compuseram a minha trajetória na
graduação. Pessoas em que me apaguei, dentro e fora do ambiente universitário, as
quais levarei comigo, seja em lembrança ou pelo laço de irmandade estabelecido.
Ao Grupo de Pesquisa e Inovação em Sistemas Puros e Integrados de
Produção (GPISI), por toda a experiência e aprimoramento científico que me
proporcionou. Tendo sido um estimulo a busca de conhecimento.
Ao meu orientador Prof. Dr. Edicarlos Damacena de Souza, que apesar da
intensa demanda de atenção, sempre esteve disposto a atender minhas dúvidas, e a
me orientar durante o meu percurso dentro da universidade.
E não menos importante, ao Grupo Polato e seus colaboradores, por ceder a
área onde o experimento foi conduzido na Fazenda Gravataí. Assim como a Embrapa
Agrossilvipastoril pelo fomento.
“Confie ao senhor tudo oque você faze seus planos serão bem sucedidos.”
Provérbios16:3
RESUMO
SILVEIRA, M.B., 2019. 34p. Trabalho de Curso (Bacharel em Zootecnia) –
Universidade Federal de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019. Qualidade de Pasto e
Produção Animal em Sistema Integrado de Produção Agropecuária em Plantio
Direto no Sul de Mato Grosso, 2019, 34 p.Trabalho de Curso (Bacharel em
Zootecnia) – Universidade Federal de Rondonópolis, Rondonópolis, 2019.
Os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) agregam benefícios para o
complexo planta-solo-animal. Uma vez que os sistemas tradicionais estão cada vez
mais limitados, pela sua característica extrativa de baixo ou nulo retorno de nutrientes.
Para tanto, foram avaliados três tratamentos usando a forrageira Brachiaria
ruziziensis cv. Ruzizienses, em sistema solteiro e em dois consórcios, um com o Vigna
unguiculata (feijão-caupi) e outro com o Cajanus cajan (feijão guandu), implantados
na fazenda Gravataí, em Itiquira- MT, onde o solo é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico. Com o objetivo de avaliar como a consorciação com leguminosas
poderia alterar a composição bromatológica dos vegetais o deixando mais nutritivo e
digestível, para os animais em pastejo. Os parâmetros avaliados foram, matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e fibra insolúvel
em detergente ácido (FDA), e para confirmar as observações foi avaliado o
desempenho animal. Os resultados demonstraram que há alteração positiva sobre a
qualidade da forragem com a introdução de leguminosas. Constatou-se diminuição da
FDA, no consórcio com o feijão caupi, e consequentemente, um maior ganho de peso
diário nos animais que se alimentaram desta forragem. A inserção da leguminosa na
fase pastagem trouxe benefícios para a qualidade da forragem e consequentemente
no ganho de peso animal.
Termos de indexação: matéria seca e proteína bruta, FDN e FDA.
SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6
2- REVISÃO ATUAL DO CONHECIMENTO ............................................................. 8
2.1. SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (SIPA) .............. 8
2.2. PASTAGENS E SIPA .......................................................................................... 9
2.3. PRODUÇÃO DE PASTO ................................................................................... 10
2.4. QUALIDADE DE PASTO PARA BENEFÍCIO DO COMPONENTE ANIMAL E
CONSÓRCIO DE CULTURAS .................................................................................. 11
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 17
4.1. ANÁLISE DE PRODUÇÃO TOTAL DE MATÉRIA SECA................................... 17
4.2. AVALIAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA ................................................................ 19
4.3 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE NEUTRO (FDN).
.................................................................................................................................. 20
4.3.1 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)...
.................................................................................................................................. 21
4.4. PRODUTIVIDADE ANIMAL ................................................................................ 22
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25
6
1- INTRODUÇÃO
Dentro da atividade agropecuária tem-se permeado há algum tempo, uma
grande preocupação quanto aos impactos ambientais da produção, no entanto, a
demanda por alimento cresce exponencialmente. Por isso de acordo com Herrero et
al. (2010), o futuro da alimentação do planeta pode ser assegurado se respaldado
tecnologias de intensificação sustentáveis que promovam ganhos em produtividade,
atendendo a demanda de alimentos, sem ter de abrir mais áreas, e colaborando para
redução da extração de recursos e uso de insumos.
Os Sistemas Integrado de Produção Agropecuária (SIPA), pode ser
caracterizado como um sistema que associa a lavoura e a pecuária com a perspectiva
de maximizar o uso da área por todo o ano, tanto na safra quanto na entressafra, essa
integração realiza uma sinergia que se reflete beneficamente na produtividade. As
atividades agrárias quando atuadas em integração geram sinergismo que contribuem
para eficiência dos sistemas como um todo (Moraes et al., 2002).
Mediante a intensificação da demanda na produção de alimentos, surge-se a
necessidade de uma atuação mais sustentável na atividade agropecuária (FAO,
2010). O SIPA tem por viés a intenção de estreitar a relação entre intensificação da
produção e a sustentabilidade. Entre todos os benefícios diretos que atingem solo-
planta-animal, a integração de sistemas minimiza a fragilidade do produtor as
oscilações no mercado e agrega maior rentabilidade (Moraes et al., 2002).
Um modelo produtivo que gera lucro sem abandonar os critérios sócio-
ambientais, o que atualmente afeta muito a comercialização, uma vez que o
consumidor tem se tornado cada vez mais exigente em termos de qualidade e
empáticos ao ambiente. Além de ser uma alternativa agroecológica que engloba
manejos voltados para preservação das características qualitativas dos solos,
maximizando a produtividade, com custos financeiros e ambientais minimizados
(PETERSEN; WEID; FERNANDES,2009).
A integração atende os quesitos básicos do plantio direto (PD) pela adequação
da rotação e sucessão de culturas afim de fornecer aporte de material orgânico e
nutrientes, além de proteger o solo de processos erosivos (Silva et al., 2007; Marcelo
et al., 2009). E uma alternativa viável dentro desse sistema é a consorciação entre
gramíneas e leguminosas capazes de incrementar carbono e nitrogênio ao solo,
elevando a produtividade dos SIPA-PD (Paulino et al., 2008). O uso de leguminosas
7
pode reduzir os gastos diretos com fertilizantes, melhorar a disponibilidade de
forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema por meio de sua reciclagem e
transferência para a gramínea consorciada (Barcellos et al., 2008)
O SIPA em plantio direto (PD) alcança a recuperação de áreas degradadas, a
preservação ambiental e permite o uso intensivo da área. (KLUTHCOUSKI &
YOKOYAMA, 2003; ALLEN et al., 2007). Assim, o principal intuito deste sistema é o
de realizar a manutenção e reposição dos nutrientes no solo, garantindo estabilidade
do mesmo, afim de que isso resulte em ganhos produtivos para todos os setores
envolvidos, seja na pecuária, na agricultura e/ ou até mesmo no componente florestal,
quando este está presente no sistema. Com redução de custos através da menor
exigência de insumos.
Por meio do SIPA é possível manter produção eficiente até mesmo no período
mais crítico do ano, durante a entressafra. O sistema aumenta a capacidade suporte,
através manutenção da produção de pasto, que permite elevar a oferta e o valor
nutritivo da forragem, o que implica efeito direto sobre desempenho animal. Há
também melhoria na produtividade das culturas anuais, por meio do incremento de
matéria orgânica ao solo, devido ao aumento de raízes e folhas e também pela taxa
de devolução dos nutrientes pelos animais, via dejetos.
Com base no atual interesse sobre os benefícios dos sistemas integrados, este
estudo propôs testar alguns consórcios da gramínea Brachiaria ruziziensis cv.
Ruzizienses com leguminosas, visando identificar as contribuições do consórcio na
qualidade do pasto, observadas por análises bromatológicas das forrageiras e do
desempenho animal.
8
2- REVISÃO ATUAL DO CONHECIMENTO
2.1. SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA (SIPA)
O SIPA é um sistema diversificado implantado na mesma área, sob plantio
direto de forma simultânea sequencial ou rotacionada, que prevê otimização dos ciclos
biológicos das plantas, animais, e seus resíduos, diminui os impactos ambientais e
gera benefícios sociais, essa é em partes de acordo com Macedo (2009), uma
definição consensual de pesquisadores das várias unidades da EMBRAPA.
Os sistemas integrados, possuem critérios de sustentabilidade e isso permite o
uso da área com desempenho produtivo ao longo dos anos, uma vez que os recursos
disponíveis são adequadamente manejados e repostos ao solo. O SIPA colabora para
ciclagem de nutrientes, reduz a erosão, além de trazer maior estabilidade econômica
pela produção diversificada (ALLEN et al. 2008).
O Cerrado obtém êxito na produção de grãos, detém mais de 50% da produção
de soja e milho do Brasil (Companhia Nacional de Abastecimento, 2009), o que
impede que se ignore o uso de práticas conservacionistas do solo (Prior et al., 2004).
O SIPA, emprega rotação e/ou consorciação de culturas, e essa diversificação gera
aumento na produtividade (MOHAMED SALLEN& FISHER 1993) e (MCKENZIE ET
AL. 1999), pois implica melhorias estruturais e de fertilidade ao solo através do
desenvolvimento de raízes e maior atividade da microbiota, que recebe maior aporte
de matéria orgânica.
Os princípios de conservação que compõe o plantio direto e o SIPA, são vias
de recuperação e crescimento produtivo no Cerrado. Uma vez que os solos dessa
região são classificados como de baixa fertilidade, onde os nutrientes são inseridos
por adubação. Desta forma, as práticas de manejo de solo são decisivas para o êxito
da produção.
O solo exposto constantemente ao impacto direto das chuvas sofre selamento
superficial, que acaba por afetar a infiltração, ou seja, diminui o teor de água do solo.
Além disso, a exposição gera redução do nível de matéria orgânica, crucial para
manter a CTC, ou até mesmo diminuição do pH de certos tipos de solo. Com a
utilização dos sistemas integrados é possível garantir maior teor de matéria orgânica
e cobertura vegetal, que beneficia a produção
9
O SIPA é permissivo a uma intensificação sustentável (FAO, 2010) pois, utiliza-
se ao máximo e durante todo tempo a área de produção, devolvendo todos os
recursos extraídos, através da ciclagem de nutrientes do solo (SALTONET al., 2014),
que funciona como uma adubação natural, diminuindo os custos de insumos para
manutenção (RYSCHAWY et al., 2012).
2.2. PASTAGENS E SIPA
As plantas de cobertura são utilizadas para cobrir o solo, afim de impedir
processos erosivos e de lixiviação. São aplicáveis para o pastoreio produção de grãos
e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio
direto. (LAMAS, 2017). As plantas de cobertura são comumente usadas entre o
período de abril a setembro, para produção em quantidade e qualidade necessárias,
posteriormente a cultura principal. São eficientes para translocação de nutrientes das
camadas subsuperficiais para as mais superficiais, isso devido a decomposição e
mineralização dos resíduos, levando em consideração o plantio direto (TORRES et
al., 2008)
Essa condição pode auxiliar maior eficiência no uso de fertilizantes atribuídos
as culturas anuais, além de, contribuir para a conservação do solo, por meio da
agregação de partículas e proteção do solo contra efeitos de salpicamento. A
produção de massa seca, teor de proteína bruta e palatabilidade são critérios para
escolha de uma cultivar para implantação da pastagem (MARANHÃO et al., 2009). As
forragens são fontes primarias de energia, para crescimento, manutenção e produção
animal. Os vegetais selecionados para cobertura devem ter alta produção de
fitomassa e adequada relação carbono:nitrogênio, pois controlam a velocidade de
decomposição (Crusciol et al., 2005).
O uso de plantas como as braquiárias (Urochloabrizantha e U. ruziziensis),
capazes de suportar o estresse hídrico e elevadas temperaturas, podem gerar
acúmulo de fitomassa e conter a velocidade de decomposição dos resíduos (Pacheco
et al., 2008). O consórcio de culturas é uma forma de integração eficaz para a
renovação de pastagens (Kluthcouski&Aidar, 2003). É indispensável pensar na
maximização da oferta de forragem, principalmente nas épocas em que o valor
nutritivo da mesma está baixo e/ou com biomassa insuficiente para manter a
estabilidade da produção animal.
10
FONTANELI et al. (2000) afirma que a nutrição de bovinos baseada na
pastagem é a de menor custo, sendo assim vale a pena os manejos que resultam em
eficiente produção da mesma. As Brachiaria Urochloa, são vantajosas como plantas
de cobertura, diante da sua alta relação C/N prolongando o tempo para decomposição
(BROCH et al. 2008).
Em áreas de lavouras é interessante realizar a sucessão e rotação de culturas,
e anexar o sistema consorciado, de gramíneas principalmente com forragens do
gênero Brachiaria, que não atrapalha o cronograma produtivo, tem mais custo e não
exige equipamentos específicos para implantação (KLUTHCOUSKI et al., 2000).
Todavia, é necessário entender o comportamento das espécies selecionadas evitando
que a competição entre elas inviabilize o consorcio (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003).
2.3. PRODUÇÃO DE PASTO
A produção de pasto irá determinar a sua capacidade suporte de animais na
área, sem que a produção ou a resiliência da forrageira seja influenciada
negativamente. O primeiro passo para a implantação, é definir qual o intuito da
pastagem, levando em consideração a espécie animal e a sua categoria. Além disso,
analisar a capacidade de germinação, tolerância ao clima da região, bem como a
resistência a doenças, pragas e ao pastejo. Pensando no ganho de peso animal, tem
de se considerar a disponibilidade, a digestibilidade e seu aporte nutritivo.
Posteriormente, é necessário definir a área e na sequência realizar o preparo e
a correção do solo. O período de implantação pode variar, começa no início até o final
do período chuvoso, época que corresponde na maior parte do território brasileiro os
meses de outubro a março. A carga animal precisa ser definida de acordo com a da
densidade do pasto, e a altura de entrada e saída do pastejo deve ser respeitada, afim
de não comprometer o estabelecimento da forragem.
Um fato observado é que comumente os solos destinados ao pasto são de
características inferiores ao destinados a agricultura, seja em níveis de fertilidade,
acidez, topografia, pedregosidade ou limitações em drenagem (ADAMOLI et al.,
1986). As perdas em qualidade e quantidade de forragem comprometem a produção
animal (MACEDO & ZIMMER, 1993; ZIMMER ET AL. 1994; MACEDO, 1999, 2000,
2001a).
11
E dentre os fatores que interferem negativamente nas pastagens estão o
manejo inadequado do rebanho e a ausência de reposição dos nutrientes. O pasto é
o alimento base de bovinos, e a disponibilidade nutritiva depende da biomassa da
pastagem. E o Brasil por apresentar clima tropical, tem alto potencial de produção de
pastagens, de forma menos onerosa e pode-se também dizer mais eficiente na
produção pecuária (Dias Filho, 2011).
2.4. QUALIDADE DE PASTO PARA BENEFÍCIO DO COMPONENTE ANIMAL E
CONSÓRCIO DE CULTURAS
De acordo com as estatísticas do IBGE o rebanho Bovino brasileiro contabilizou-
se em 215,2 milhões de cabeça em 2015. O estado do Mato-Grosso compreende mais
de 30 milhões de cabeças (INDEA-MT). Muitos animais são criados a pasto e contam
com instabilidade temporal na oferta de forragem (Poli & Carvalho, 2001). A EMRAPA,
afirma que aproximadamente 95% da produção de carne bovina é sob sistema de
pastagem, uma área que equivale por volta de 167 milhões de hectares. O baixo valor
nutricional da forragem em determinadas épocas do ano afeta o desempenho dos
bovinos em pastejo (Fontoura Júnior et al., 2007).
A baixa fertilidade dos solos limita a produtividade e sustentabilidade das
pastagens tropicais, e somado ao manejo inadequado pode acentuar a deficiência de
nutrientes, especialmente o nitrogênio. O aumento do teor de N no solo, que reflete
melhoria da produtividade das gramíneas, pode ser obtido pelo uso de leguminosas
em consorciação com gramíneas, por conta da capacidade dessas plantas em fixar
biologicamente o N atmosférico (FBN) (Giller&Cadisch, 1995).
A FBN pelas leguminosas contribui para o sistema de produção, pois melhora
a qualidade da dieta (Leopoldino, 2000) e aumenta a produção animal (Euclides et al.,
1998). Esse suporte de nitrogênio é transferido para a gramínea, aumentando o valor
nutricional, a capacidade suporte da pastagem e pode prolongar o período de pastejo
(Cantarutti&Boddey, 1997). Outra vantagem das leguminosas em comparação as
gramíneas é sua menor variação estacional relacionada ao seu valor nutritivo.
(Klusmann, 1988).
Gonçalves & Costa (1994) e Ibrahim & Mannetje (1998) também encontraram
aumento significativo na massa de forragem das pastagens consorciadas quando
comparadas como monocultivo. (Chacon et al., 1978), Euclides et al. (1998)
12
constataram efetiva contribuição da leguminosa na dieta, com elevado desempenho
de bovinos em pastagem consorciada, relativamente aqueles mantidos em pastagem
exclusiva de gramínea. Nos sistemas integrados é importante um manejo de pasto
que permita elevado ganho animal por área, sem afetar a lavoura subsequente
(Carvalho et al., 2010).
As leguminosas inferem mudanças no perfil quantitativo e qualitativo da
forragem, que contribui para um maior ganho animal. Alguns trabalhos já mostraram
ganho de 3 arrobas animal por ano em pastagens recuperadas com leguminosa em
superioridade aos animais que estavam sob pastejo apenas de gramíneas (Valle et
al., 2001)
Além do maior teor de proteína bruta, em geral, as leguminosas tropicais
apresentam menor proporção de parede celular, e a digestibilidade da matéria seca é
equivalente ou superior à registrada nas gramíneas tropicais. Gibbes et al. (1998),
testou a digestibilidade de dois tipos de feno, um de alfafa e outro de campim bermuda,
e verificou maior digestibilidade e maior retenção de nitrogênio no teste com alfafa.
Há também menor declínio nos teores de proteína bruta com a idade do vegetal,
bem como a digestibilidade. Devido ao formato e arranjo das células, e menor
proporção do tecido vascular, o tempo de retenção dessa forrageira no rumem é
menor, mesmo com o teor superior de lignina da leguminosa. De modo que há uma
elevação no consumo, resultando em eficiência no desempenho animal. (Norton e
Poppi, 1995).
O consórcio entre culturas é descrito como implantação de duas ou mais
espécies, simultaneamente na mesma área, com objetivo de beneficiar a
produtividade (Portes et al., 2003). Jakelaitis et al. (2006) notaram que o consórcio
entre estas duas espécies pode reduzir a infestação de plantas daninhas, e aumentar
a produção de massa seca por área. Outra contribuição é o incremento de matéria
orgânica, melhorando as características de fertilidade, umidade e retenção de água
no solo (Ceccon, 2008).
Um grande problema do monocultivo juntamente ao mau manejo do solo é a
concentração da fertilidade nas camadas superiores. Nessas condições, a saturação
por bases é extremamente alta, causando deficiência de micronutrientes, como o
manganês na soja. A distribuição das raízes no perfil do solo fica retida na superfície,
tornando a cultura mais frágil aos veranicos.
13
O cultivo de gramíneas em consórcio com leguminosas pode colaborar para
altos rendimentos forrageiros e consequentemente produtividade animal (Whitehed,
1995). A inserção de mais de uma espécie forrageira, combina picos de produção de
matéria seca (MS) que podem ser alcançadas em diferentes épocas entre elas, assim
aumentando a produção e prologando o período de uso da pastagem (Baethgen,
1992; Diaz Rosselo, 1992).
A consorciação entre forragens e leguminosas, é evidentemente significativa
para a produtividade, no entanto, as falhas na adoção de pastagens consorciadas
advém no geral da baixa persistência das leguminosas nas pastagens, e a falta de
técnicas de manejo eficiente para essas pastagens e/ou adubação inadequada (Leite
& Euclides, 1994).
A adoção de leguminosas para o consórcio deve considerar as condições
ambientais, a finalidade de produção, e a disponibilidade de recursos. Também tem
de se conhecer o comportamento das espécies adotadas, afim de se adequar os
manejos e as combinações ideais, que minimize as competições que muitas vezes
inviabiliza o consórcio. (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003)
O consórcio entre espécies do gênero Urochloa e leguminosas como o feijão
guandu (Cajanus Cajan) pode incrementar a fitomassa (Amabile et al., 2000) e a FBN
do solo (Henriksen et al., 2002). Gama-Rodrigues et al. (2007) relataram que a
inserção de leguminosas eleva o suprimento de nitrogênio, fósforo e cálcio ao solo.
O N fixado pelas leguminosas é incorporado no solo pelas folhas e caules
caídos, mais notoriamente pelas raízes, nódulos e exsudados radiculares (KHAN et
al., 2002). Já foram observados rendimentos em culturas posteriores as leguminosas,
sugerindo então que as raízes das mesmas possuem expressiva atuação na nutrição
vegetal (ZOTARELLI et al., 1999).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na área experimental da Universidade Federal de Mato
Grosso, Campus de Rondonópolis, localizada na Fazenda Gravataí, no município de
Itiquira – MT. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico de textura
argilosa e relevo plano. O clima da região é do tipo “Aw” de acordo com a classificação
de Köppen, com duas estações bem definidas, sendo o verão chuvoso e o inverno
14
seco. Apresenta temperatura média anual de 22°C e precipitação média anual de
1500 mm.
O Experimento teve como parcela o tratamento da ruziziensis com o feijão caupi
cv. BRS Tumucumaque (Vignaunguiculata), ruziziensis em consorcio com guandu cv.
BRS Mandarim (Cajanuscajan) e da gramínea solteira. E como subparcelas as três
épocas avaliadas, que correspondem as coletas dos meses de abril, junho e julho. No
ano agrícola 2011/12, 2012/13 e 2013/14, a área era cultivada em sistema de plantio
direto com sucessão da soja na safra e milho na safrinha. Anteriormente, a
propriedade era especializada em plantio de algodão.
No ano de 2014, iniciou-se o experimento com a semeadura da soja (Glycinemax),
que ocorre, anualmente, entre os meses de outubro e novembro e, após a colheita,
em fevereiro, implantam-se os tratamentos sobre os restos culturais da soja.
A adubação de implantação da soja foi realizada com 50 kg ha-1 de monoamônio
(MAP), 250 kg ha-1 de superfosfato simples e 178 kg ha-1 de cloreto de potássio.
Utilizou-se a soja cultivar TMG 1174 RR e espaçamento de 0,45 m. Os tratos culturais
com fungicidas ocorreram em intervalos de 21 dias entre eles, sendo o primeiro em
R1 ao iniciar o florescimento da soja e os inseticidas foram aplicados conforme a
ocorrência de pragas. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em um
esquema de parcela subdividida, com três repetições, de acordo com a tabela 1.
As unidades experimentais constituem um total de 30 ha, divididos em piquetes
que são parcelas experimentais, cada um contendo 10ha, sendo separadas por cerca
elétrica de dois fios.
O estabelecimento da gramínea ocorreu a lanço com a utilização de 11 kg ha-
1, de sementes do cv. Ruziziensis (valor cultural de 75%), incorporadas com
“correntão” e manejadas sem adubação. Já as leguminosas foram implantadas com
semeadora de precisão na quantidade de 32 kg ha-1 e 17 kg ha-1, respectivamente, de
feijão-caupi e feijão-guandú, ambas espaçadas a 0,45 metros.
Os animais utilizados foram novilhas da raça Nelore que entraram na área
quando a pastagem atingiu altura, aproximada, de 0,80 m, os animais entravam na
área no mês de maio e permaneciam até o mês setembro, totalizando por volta de 98
dias de acesso a área. O método de pastejo adotado era então o continuo com taxa
de lotação de variando de 3,0 a 4,5 UA ha-1, com ajustes de acordo com o acúmulo
de forragem. Após a retirada dos animais, no início de setembro de cada ano,
dessecou-se a pastagem para que a semeadura da soja fosse realizada novamente.
15
Na fase pastagem foi calculado o acúmulo de forragem, a densidade de
forragem e a disponibilidade de forragem (Davies et al.,1993). As amostras foram
coletadas pelo método de simulação de pastejo segundo Sollenberger & Cherney
(1995), totalizando seis cortes em pontos aleatórios na área de pastagem em cada
parcela, considerando a altura de saída dos animais. As amostras foram abrigadas
em sacos de papel após a retirada do solo, identificadas e pesadas para determinação
de matéria verde, posteriormente sendo realizada em cada amostra a separação
morfológica em lâmina foliar, colmo e matéria morta.
As amostras foram secas em estufa a 65°C, por 48 horas. Após a secagem, o
material foi moído em moinho de facas tipo Wiley, com peneira de porosidade de 1
mm e encaminhado para as análises químicas.
O valor nutritivo foi mensurado via determinação dos teores de matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente
ácido (FDA) de acordo com Silva & Queiróz (2002).
As proteínas apresentam percentual de nitrogênio praticamente constante, de
modo que sua avaliação pode ser feita indiretamente por intermédio da variação da
concentração de nitrogênio no material, por meio do fator de conversão para obtenção
de resultados em termos de equivalentes proteicos (Silva & Queiroz, 2002). O método
utilizado foi proposto por Kjeldahl.
Foram pesadas amostras em torno de 250 miligramas e colocadas em tubos
de ensaio, onde posteriormente foram adicionadas 2 gramas de mistura digestora e
5mL de ácido sulfúrico, H2SO4 P.A.. Os mesmos foram inseridos em bloco digestor e
aquecidos gradativamente, até atingir a temperatura de 400ºC. Ficaram mantidos na
temperatura até que a solução ficasse translúcida.
Adicionou-se em um Erlenmeyer de 250mL, 20mL de solução de ácido bórico.
No processo de destilação utilizou-se 25mL de hidróxido de sódio para cada amostra
a ser destilada. Colhendo o volume total destilado de 100mL.
Após a destilação, a titulação foi realizada com ácido sulfúrico até a mudança
de cor do indicador. Foi preciso fazer dois tubos em branco (sem amostra) passando
por todos os processos, digestão, destilação e titulação, para eliminar qualquer
interferência e/ou contaminação dos reagentes e dos parâmetros dos processos.
O cálculo para a concentração de nitrogênio (N):
%NASA= ((V-B) * Ne* 𝑓 *14*100) /ASA
16
%NASA= ((V-B) * Nv *14 *100) /ASA
%NMS= (%NASA/% ASE)*100
%PBMS= %NMS* 𝑓𝑐
Em que:
%NASA= Percentual de N com base na amostra seca ao ar; V= Volume da solução de
ácido sulfúrico usado na titulação (mL); B= Volume de ácido sulfúrico utilizado na
titulação do branco (mL); Ne= Normalidade esperada do ácido sulfúrico;
𝑓 = Fator de correção da normalidade do ácido sulfúrico; Nv= Normalidade verdadeira
do ácido sulfúrico; ASA= Massa da amostra seca ao ar (mg); %NMs= Percentual de N
com base na matéria seca; %ASE= Percentual de amostra seca em estufa; %PBMS=
Percentual de proteína com base na matéria seca; 𝑓𝑐= Fator de conversão do N em
equivalente proteico, sendo fixado em 6,25.
Para análise da FDN e FDA, foram utilizados sacos de TNT 100gr/M². Os quais
foram mantidos em solução detergente neutro comercial em ebulição por 15 minutos,
depois lavados com água destilada quente (>90ºC) para retirada do detergente e com
acetona. Foram colocados em estufa ventilada em 60ºC durante 24 horas e
posteriormente mais duas horas em estufa não ventilada à 105ºC.
Os sacos foram condicionados no dessecador e após a estabilização da
temperatura, pesados em balança analítica com precisão de 0,0001 gramas. Foram
colocados 0,1 grama de matéria seca dentro dos sacos, que em seguida foram
selados. Adicionou-se solução de detergente neutro na proporção de 100 mL/grama.
Aqueceu-se a amostra em autoclave em 105ºC mantidos por uma hora. Os sacos
tiveram de ser lavados da mesma forma quando ainda sem amostras, repetindo
também os procedimentos de secagem e pesagem. Todas as etapas foram repetidas
usando a solução de detergente ácido para o cálculo de determinação do FDA.
FDN= (saco + FDN) – saco
%FDNASA= (FDN /ASA) *100
O cálculo de concentração de FDN (Fibra em Detergente Neutro) consiste em:
%FDNMS = (%FDNASA / %ASE) *100
17
Sendo:
FDN= Massa de fibra em detergente neutro (grama); %FDNASA= Percentual de Fibra
em Detergente Neutro com base na amostra seca ao ar; ASA= Massa da amostra
seca ao ar (grama); FDA= Massa de fibra em detergente ácido (grama); %FDNMS=
Percentual de fibra em detergente neutro com base na matéria seca; %ASE=
Percentual de amostra seca em estufa.
Os mesmos cálculos foram realizados substituindo FDN por FDA para a
determinação do mesmo. Todos os dados foram submetidos à análise de variância e,
quando significativos, realizado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. ANÁLISE DE PRODUÇÃO TOTAL DE MATÉRIA SECA
Não foi detectado diferença entre os tratamentos na produção de matéria seca
(MS), este resultado pode ter sido provocado pelas condições do ambiente durante o
período de análise, envolvendo períodos mais secos, por exemplo. Ou até mesmo
pela escolha combinatória dos cultivares. É preciso entender o comportamento
especifico de cada planta, para atender cada uma de suas particularidades. Se o
manejo não for correto compromete o aproveitamento de nutrientes por parte das
culturas, ou seja, gera disputa por água, luz e nutrientes (Borghi e Crusciol,2007).
Ao adicionar a época como um fator de variação detectou-se diferença
significativa na produção de matéria seca, a primeira época apresentou um acúmulo
de 3951,61 kg ha-1, a segunda época 7144,15 kg ha-1, ficando a terceira época com
5334,19 kg ha-1, conforme apresentado na tabela 1.
Esse aumento observado entre a primeira e segunda época pode ser resultado
do perfilhamento estimulado pelo pastejo animal sobre a área, que aumenta
significativamente após o primeiro pastejo. É essencial a compreensão do
aparecimento de perfilhos seguido do corte, uma vez que a garantia da perenidade
das gramíneas é a sua capacidade de perfilhar após cortes e pastejos consecutivos
(Barbosa et al., 1998).
18
Tabela 1. Produção total de matéria seca em sistemas integrados de produção
agropecuária com consórcios na fase pastagem.
Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias
Ruz. + Caupi 4642,22 5579,17 4444,56 5166,49 ns
Ruz.+ Guandu 3341,11 7556,70 5278,07 5114,12
Ruz. Solteiro
Médias
3871,51
3951,61 C
8296,59
7114,15 A
6279,95
5334,19 B
6149,35
Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si
pelo teste de Scott- Knotta 5% de probabilidade.
A ação de pastejar favorece um crescimento compensatório como ampliação
do perfilhamento (Mathew et al., 1995). O componente animal pode contribuir, para o
acúmulo da biomassa quando a desfolha é correta, produção de palhada e ainda
incorporar matéria orgânica ao solo (MOS) (McNaughton,1983). O aumento de raízes
é equivalente ao aumento da parte área, logo, o desenvolvimento de raízes é superior
sob pastejo, inferindo benefícios a estrutura do solo.
O crescimento compensatório dos vegetais, faz com que maior parte da matéria
se encontre no processo de ciclagem. O carbono (C) assimilado a partir das folhas
remanescentes, é encaminhado para nutrir os meristemas aéreos com o objetivo
recomposição do tecido desfolhado. Os perfilhos asseguram a reconstituição da área
foliar posteriormente a desfolha permitindo a perenidade da pastagem (Gomide
&Gomide, 1999).
Os ruminantes são animais seletivos, de modo que ao pastejar a forragem
consumida primeiro, é a de valor nutritivo e palatabilidade superior (Hodgson,1990).
O caupi se demonstrou muito palatável aos animais, uma vez que foi sempre
consumido primeiro. Ao analisar o desdobramento da época dentro das épocas dentro
das leguminosas, nota-se que o caupi, se manteve estatisticamente constante,
enquanto os demais tratamentos aumentaram a massa total no decorrer das épocas.
Isso tudo pode ser constatado no decorrer da pesquisa na verificação do ganho
de peso dos animais. Já o guandu por apresentar uma haste mais longa, sendo menos
palatável, apresentou aumento na segunda época, mas ainda assim foi mais
consumido que a gramínea solteira entre a segunda e terceira época.
19
4.2. AVALIAÇÃO DE PROTEÍNA BRUTA
Foi observado entre as médias das épocas redução na porcentagem proteica,
com valores de 14,11%, 7,61% e 5,0% entre a primeira, segunda e terceira época
respectivamente (Tabela 2). O evento se deve além dos fatores externos descritos na
produção de MS, possivelmente ao fato da inversão na proporção entre colmo e
folhas, onde a porcentagem de colmo tende a aumentar diante do amadurecimento
da planta. Em estudo Akin et al., 1977 afirma que, a redução na porcentagem de
proteína é uma das decorrências do envelhecimento vegetal.
Tanto os fatores climáticos, quanto a idade refletem na morfologia das
forrageiras gerando alterações na sua qualidade nutricional (Ramos, 1997). Os
valores nutricionais dos vegetais, se distinguem quanto ao tipo de cultivar, idade
tecidual e qualidade do solo (Coward-lord,1972). Além das condições inerentes ao
clima e solo, o manejo afeta diretamente a qualidade da forragem.
Tabela 2. Teor de Proteína Bruta em sistemas integrados de produção
agropecuária com consórcios na fase pastagem.
Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias
Ruz. + Caupi 14,84 8,33 5,91 9,69 ns
Ruz.+ Guandu 14,72 7,53 4,63 8,96
Ruz. Solteiro
Médias
12,76
14,11 A
6,90
7,61 B
4,47
5,00 C
8,07
Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si
pelo teste de Scott- Knott a 5% de probabilidade.
As oscilações na acumulação de massa seca, geram variações qualitativas no
decorrer do ano, ou durante uma estação (Pedreira & Mattos, 1982). Em estudo
Sarmento et al. (1997) evidenciaram distintos teores de proteína da folha e caule,
diante disso se concentra a ideia de manejo adequado de pastejo que possa favorecer
a proporção de folhas em detrimento de caules. O baixo valor nutritivo é muitas vezes
um padrão característico de pastagens maduras e mal manejadas.
Há trabalho que descreve a redução na relação folha: colmo conforme
aumentava-se a idade de rebrota. Pinto et al. (1994a) defende que a relação entre
20
folhas e colmo é um ponto de partida essencial para se definir as técnicas de pastejo.
O alongamento da haste limita o animal na colheita do alimento e o deixa menos
digestível, ou seja, com qualidade inferior (Balsalobre, 2002).
Por isso uma alternativa eficaz é apostar em genéticas que apresentem hastes
mais digestíveis. Cecato et al (1985) afirma a importância da altura dos cortes ou
pastejos, para promover a oferta de um alimento menos fibroso e mais nutritivo.
Apesar de não ter sido notada diferença entre os tratamentos para o teor de PB,
diversos experimentos comprovam o efeito positivo na produtividade animal pela
inserção das leguminosas seja de forma direta ou indireta pelo incremento de
nitrogênio no sistema pastagem (Paciullo et al., 2003; Andrade et al., 2003). Skonieski
et al. (2011) também constataram que a introdução da leguminosa incrementa o teor
de proteína bruta.
4.3 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE NEUTRO (FDN).
A porção de FDN não variou entre os tratamentos, mas ao considerar a época
como fator de variação, notou-se que na primeira época a porcentagem de FDN se
encontrava mais baixa, como foi apresentado na tabela 3.
Tabela 3. Porcentagem de FDN em sistemas integrados de produção
agropecuária com consórcios na fase pastagem.
Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias
Ruz. + Caupi 62,60 71,09 68,46 67,38 ns
Ruz.+ Guandu 66,48 68,14 70,40 68,34
Ruz. Solteiro
Médias
64,73
64,60 B
68,43
69,22 A
65,06
67,97 A
66,07
Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Cynodonnlemfuensis, Oliveira et al. (2013) observaram que o potencial
digestível da FDN é proporcionalmente inverso a idade de rebrota (83,2; 80,3; 76,8 e
75,3%, para os respectivos 28, 48, 63 e 79 dias de rebrota). Quanto menor a
21
digestibilidade, menor será o consumo de MS e consequentemente o desempenho
animal (Paulino et al., 2006).
O teor mínimo de 7% de PB é exigido, para não afetar atividade da microbiota,
evitando desequilibrio o ambiente ruminal, e o comprometimento utilização dos
carboidratos fibrosos (Lazzarini, 2007; Sampaio et al., 2009). A degradabilidade da
FDN é menor com as quedas dos teores de PB, relataram Silva et al. (2014) em
pesquisa.
A fibra em detergente neutro, conhecida como FDN compreende fração de
hemicelulose, celulose e lignina da planta, está relacionada com a quantidade de fibra
do vegetal. O aumento de FDN nas épocas posteriores, está relacionada com a
senescência do vegetal, como já foi anteriormente abordado, com o desenvolvimento
fisiológico, altera-se a morfologia, caracterizada pelo aumento da proporção de fibra
e queda na quantidade de água e proteína bruta.
4.3.1 PORCENTAGEM DE FIBRA INSOLÚVEL EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)
A fibra em detergente ácido (FDA) corresponde a fração de celulose e lignina
sendo intimamente associada com a qualidade da fibra. Para FDA houve diferenças
significativas entre os consórcios com vantagens para o tratamento com Caupi
(Tabela 4).
Tabela 4. Porcentagem de FDA em sistemas integrados de produção
agropecuária com consórcios na fase pastagem.
Tratamentos Época 1 Época 2 Época 3 Médias
Ruz. + Caupi 30,68 Bb 35,69 Aa 36,20 Aa 34,19 b
Ruz. + Guandu 31,54 Bb 37,57 Aa 39,50 Aa 36,20 a
Ruz. Solteiro
Médias
37,26 Aa
33,16 B
27,06 Aa
36,77 A
36,20 Aa
37,30 A
36,84 a
Médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, não diferem entre si
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Isso caracteriza nesse aspecto um dos benefícios deste tratamento, uma vez
que a fração FDA não é absorvida, ou seja, aproveitada pelos animais. Entre as
22
épocas também se observou um acréscimo entre a segunda e terceira época, como
uma consequência natural do amadurecimento vegetal.
Apesar de não ser totalmente degradada, sendo limitadora de consumo. As
fibras de melhor qualidade mais facilmente digestíveis, pode ter efeito inverso, e ser
totalmente benéfica para o aumento na taxa de passagem do alimento, assim
estimulando o consumo (Macedo Júnior et al., 2007).
4.4. PRODUTIVIDADE ANIMAL
Os pesos finais (PF) dos animais não se diferenciaram no entanto, as análises
mais detalhadas com ganho de peso (GP) e ganho médio diário (GMD) demonstraram
significativas vantagens dentro do sistema consorciado (Tabela 5). Com destaque
para o tratamento da Ruziziensis com Caupi onde o GP foi entorno de 52 kg, isto é,
0,104 kg de GMD a mais que o consorcio com o Guandu, que por sua vez gerou 0,081
kg de GMD a mais em relação ao tratamento solteiro, como identificado na tabela a
seguir:
Tabela 5. Produtividade animal em sistemas integrados de produção
agropecuária com consórcios na fase pastagem.
Tratamentos PI PF GP GMD Kg ha-1 @ ha-1
Ruz. + Caupi 233,00 ns 285,51 ns 51,88 a 0,701 a 155,65 a 5,18 a
Ruz.+Guandu 233,00 277,80 44,80 b 0,597 b 134,42 b 4,48 b
Ruz. Solteiro
Médias
232,80
232,94
271,52
278,27
38,72 c
49,52
0,516 c
0,60
116,16 c
135,41
3,87 c
4,51
Médias seguidas de letras diferentes na coluna, se diferem entre si pelo teste de Scott-Knotta 5% de
probabilidade. Sendo: PI =Peso Inicial. PF= Peso Final. GP= Ganho de Peso. GMD= Ganho Médio
Diário. Kg ha-1= Quilos por hectare. @ ha-1= Arrobas por hectare
Os quilos por hectare kg ha-1 também foram superiores ao sistema solteiro.
Onde com o caupi se atingiu por volta de 156 kg ha-1 e o guandu 134 kg ha-1, diferença
de 38 e 18 kg ha-1, respectivamente, em comparativo ao tratamento solteiro. O
consorcio com o caupi comportou 0,7 arrobas por hectare (@/ha) a mais que o guandu
e 1,38@ ha-1 acima do pasto solteiro.
23
O aumento na qualidade e produção da forragem amplia a capacidade suporte da
pastagem. O uso de pastagens no SIPA produz 3 a 5 kg ha-1 de carne (Borghi et
al.,2013b). A densidade pode ter incremento de 1,4 e 2,0 unidades animais ha-1 ano-1
(Pariz et al.,2011a; Mateus., 2016). O valor limitado de nutrientes nas forragens, é um
dos entraves para a produtividade pecuária. O SIPA proporciona uma maior
flexibilidade, condicionando disponibilidade de forragem na entressafra, e assim
garante uma maior estabilidade para o produtor no mercado, através da oferta
constante de animais ao longo do ano (Melo et al., 2004).
24
5. CONCLUSÕES
1. Os consórcios testados entre a gramínea ruziziensis e as leguminosas feijão
caupi e feijão guandu, sob o sistema integrado de produção agropecuária,
resultaram em alterações no padrão qualitativo da forragem
2. A porcentagem de FDA foi menor no tratamento da ruziziensis com o feijão
caupi. Reduzindo em até 2,65% a média de porcentagem da fibra. O
desempenho diário dos animais no ganho de peso foi superior no mesmo
tratamento, devido ao aumento da qualidade do pasto, pela menor quantidade
de fibra e consequentemente maior digestibilidade.
3. O consórcio aumentou a capacidade suporte de animais, chegando a
comportar 1,38@ ha-1 a mais que na área onde a oferta era exclusivamente de
gramíneas.
4. Assim, presente estudo valida parte da contribuição do SIPA em relação aos
sistemas tradicionais de produção. E deixa em evidência a necessidade de
mais pesquisas que consigam definir os consórcios mais eficientes para
maximização dos ganhos.
25
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