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Como trabalhar com a hipótese da escrita pré-silábica? HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do falado têm a hipótese pré-silábica. Ela se caracteriza em dois níveis. No primeiro, as crianças procuram diferenciar o desenho da escrita, identificando o que é possível ler. Já no segundo nível, elas constroem dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum tempo durante o processo de alfabetização: o de que é preciso uma quantidade mínima de letras para que alguma coisa esteja escrita (em torno de três) e o de que haja uma variedade interna de caracteres para que se possa ler. Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias (geralmente presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade definida. Características: 1. Utilizam números, letras e psedo-letras. 2. O critério de qualidade é forte. 3. Não compreendem que a escrita é a representação da fala. 4. Realismo nominal (quanto maior o objeto representado, maior o número de caracteres) Ex: A formiga é pequena por isso escrevem com menos letras, enquanto que o boi é grande então eles escrevem com mais letras. Intervenções: 1.Trabalhar com o o nome próprio e dos outros; 2. Leitura de textos que saibam de memória pelo professor e pelo aluno (parlendas, cantigas, trava-línguas etc); 3. Oferecer lista de palavras com lacunas/ figuras; 4. Cruzadinhas com banco de palavras e/ou com imagens. Aqui estão mais algumas sugestões:

Nivel de desenvolvimento da escrita

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Como trabalhar com a hipótese da escrita pré-silábica?

HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA

Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do falado têm a hipótese

pré-silábica. Ela se caracteriza em dois níveis. No primeiro, as crianças procuram diferenciar o

desenho da escrita, identificando o que é possível ler. Já no segundo nível, elas constroem

dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum tempo durante o

processo de alfabetização: o de que é preciso uma quantidade mínima de letras para que

alguma coisa esteja escrita (em torno de três) e o de que haja uma variedade interna de

caracteres para que se possa ler. Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias (geralmente

presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade definida.

Características:

1. Utilizam números, letras e psedo-letras.

2. O critério de qualidade é forte.

3. Não compreendem que a escrita é a representação da fala.

4. Realismo nominal (quanto maior o objeto representado, maior o número de caracteres) Ex: A

formiga é pequena por isso escrevem com menos letras, enquanto que o boi é grande então

eles escrevem com mais letras.

Intervenções:

1.Trabalhar com o o nome próprio e dos outros;

2. Leitura de textos que saibam de memória pelo professor e pelo aluno (parlendas, cantigas,

trava-línguas etc);

3. Oferecer lista de palavras com lacunas/ figuras;

4. Cruzadinhas com banco de palavras e/ou com imagens.

Aqui estão mais algumas sugestões:

• Iniciar pelos nomes dos alfabetizandos escritos em crachás, listados no quadro e/ou em

cartazes.

• Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita.

• Identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem

pertencer às crianças menores e vice-versa;

• Organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou

desenhos;

• Criar jogos com os nomes: “lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo;

• Fazer contagem das letras e confronto dos nomes;

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• Confeccionar gráficos de colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho (número de

letras).Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alfabetizandos:

rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras

conhecidas).

• Classificar os nomes pelo som ou letra inicial, pelo número de letras, registrando-as;

Como trabalhar com a hipótese de escrita silábica?

HIPÓTESE SILÁBICA

Quando a escrita representa uma relação de correspondência termo a termo entre a grafia e as

partes do falado, a criança se encontra na hipótese silábica. O aluno começa a atribuir a cada

parte do falado (a sílaba oral) uma grafia, ou seja, uma letra escrita.

Essa etapa também pode ser dividida em dois níveis: no primeiro, chamado silábico sem valor

sonoro, ela representa cada sílaba por uma única letra qualquer, sem relação com os sons que

ela representa. No segundo, o silábico com valor sonoro, há um avanço e cada sílaba é

representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.

Características:

1. Percebe a relação entre a oralidade e a escrita.

2. Usa uma letra para cada som.

3. Pode ou não fazer uso de valor sonoro

4. Determina mínimo de letras.

Intervenções:

Trabalhar com nomes dos alunos.

Textos de memória (parlenda, cantigas, listas etc).

Page 3: Nivel de desenvolvimento da escrita

Cruzadinhas e textos lacunados para perceber o número de letras das palavras.

Atividades para contar as letras e as sílabas das palavras.

Atividade para alterar vogais e manter as consoantes.

Ex: BOLA- BOLO -BELA

Aqui estão mais algumas sugestões:

ESCRITA SILÁBICA

• Fazer listas e ditados variados (dos alfabetizandos ausentes e/ou presentes, de livros de

histórias, de ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um projeto).

• Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita

• Ditado de palavras do texto.

• Análise oral e escrita do número de sílaba, sílaba inicial e final das palavras do texto.

• Lista de palavras com a mesma silaba final ou inicial;

• Escrever palavras dado a letra inicial;

• Ligar desenho a primeira letra da palavra;

• Usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);

• Organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras aprendidas,

diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com ilustrações e legendas;

• Propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias, histórias,

pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.

• Produção de textos, ditados, listas.

Como trabalhar com a hipótese silábico-alfabética?

Hipótese silábico-alfabética

A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha

simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a

cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas.

Características:

1. Fase de transição - silábico e o alfabético.

2. Ora compõe sílabas, ora não compõe na mesma palavra.

3. Faz maior uso de consoante.

Page 4: Nivel de desenvolvimento da escrita

4. Acredita que algumas consoantes se bastam para a composição da sílaba. Ex: B = BE.

Intervenções:

1. Cruzadinhas;

2. Forca;

3. Texto lacunado;

4. Pedir para a criança ler o que escreveu;

5. Ler para a criança o que ela escreveu do modo que ela escreveu.

Aqui estão mais algumas sugestões:

ESCRITA SILÁBICA-ALFABÉTICA

• Ordenar frases do texto;

• Completar frases, palavras, sílabas e letras das palavras do texto;

• Dividir palavras em sílabas;

• Formar palavras a partir de sílabas;

• Ligar palavras ao número de sílabas;

• Produção de textos, ditados, listas

Como trabalhar para que o aluno avance para o nível alfabético?

A hipótese alfabética parece ser um fim de um longo trabalho, mas é o começo de mais

uma longa fase.

Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra na

hipótese alfabética. "Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já

conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético".

Características:

1. Escreve compondo sílabas foneticamente corretas;

2. Desconsideram a segmentação entre palavras;

3. Hipercorreção: exagera no uso de acentos e pontuação.

Intervenções:

1. Consultar dicionário;

Page 5: Nivel de desenvolvimento da escrita

2. Revisão de textos;

3. Quadro de regularidades;

4. Forca;

5.Segmentar pequenos textos (parlendas, quadrinhas etc.).

6.Pintar lacuna entre palavras em pequenos textos (segmentação).

Mias algumas sugestões:

ESCRITA ALFABÉTICA

• Investir em conversas e debates diários.

• Possibilitar o uso de estratégias de leitura, além da decodificação

• Considerar o “erro” como construtivo e parte do processo de aprendizagem

• Produção coletiva de diversos tipos de textos.

• Análise lingüística das palavras

• Reescrita de texto(individual / coletiva)

• Revisão de texto.

• Atividades de escrita: complete, forca, enigma, stop, cruzadinha, lacunado, caça-palavra.

• Copiar palavras inteiras;

• Contar número de letra ou palavra de uma frase;

• Pintar intervalos entre as palavras;

• Completar letras que faltam de uma palavra;

• Ligar palavras ao número de letras e a letra inicial;

• Circular ou marcar letra inicial ou final;

• Circular ou marcar letras iguais ao seu nome ou palavra-chave.

• Produção de textos, ditados, listas.