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Nº 1 - Ano II - Fevereiro/Março de 2006 - Belo Horizonte P romover, por meio de parceria público-privada, cursos de for- mação e qualificação para pes- soas com deficiência, visando a inserção desse segmento no mer- cado de trabalho. Essa foi uma das 196 propostas tiradas durante a 1ª Confer- ência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada nos dias 12 e 13 de dezembro do ano passado, em Belo Horizonte, das quais 65 serão leva- das agora à Conferência Nacional, que será realizada em maio, em Brasília. Na Conferência também foi defendida a criação de um Fundo de Formação e Qualificação Profissional, com recursos oriundos das multas resultantes do des- cumprimento do artigo 93 da Lei Feder- al 8.213/91, que estabelece a reserva mínima de vagas para pessoas com defi- ciência nas empresas com mais de 100 empregados. Com o tema "Acessibili- dade, você também tem compromis- so", o evento na capital mineira elegeu 70 delegados que representarão o Esta- do no evento nacional. A Conferência contou com o apoio de 19 entidades e reuniu mais de 360 pessoas, entre dep- utados federais, estaduais, represen- tantes do Ministério Público, do Pnud Brasil, além de especialistas em diversos segmentos de atendimento às pessoas com deficiência. Leia mais sobre o evento neste Boletim. Conferência em BH defende qualificação para pessoas com deficiência A Conferência Estadual mobilizou mais de 360 pessoas na capital mineira Certificado Top of Mind Após pesquisa de opinião realizada em Minas Gerais, o Inbrap concedeu à CAADE o certificado Top of Mind de entidade mais lembrada quando mencionado o tema: pessoa com deficiência. Mais detalhes no pró- ximo Boletim.

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Nº 1 - Ano II - Fevereiro/Março de 2006 - Belo Horizonte

Promover, por meio de parceriapúblico-privada, cursos de for-mação e qualificação para pes-soas com deficiência, visando ainserção desse segmento no mer-

cado de trabalho. Essa foi uma das 196propostas tiradas durante a 1ª Confer-ência Estadual dos Direitos da Pessoacom Deficiência, realizada nos dias 12e 13 de dezembro do ano passado, emBelo Horizonte, das quais 65 serão leva-das agora à Conferência Nacional, queserá realizada em maio, em Brasília. NaConferência também foi defendida acriação de um Fundo de Formação eQualificação Profissional, com recursosoriundos das multas resultantes do des-cumprimento do artigo 93 da Lei Feder-al 8.213/91, que estabelece a reservamínima de vagas para pessoas com defi-ciência nas empresas com mais de 100empregados. Com o tema "Acessibili-dade, você também tem compromis-so", o evento na capital mineira elegeu70 delegados que representarão o Esta-do no evento nacional. A Conferênciacontou com o apoio de 19 entidades ereuniu mais de 360 pessoas, entre dep-utados federais, estaduais, represen-tantes do Ministério Público, do PnudBrasil, além de especialistas em diversossegmentos de atendimento às pessoascom deficiência.

Leia mais sobre o evento neste Boletim.

Conferência em BH defende qualificaçãopara pessoas com deficiência

AConferência Estadual mobilizou mais de 360 pessoas na capital mineira

Certificado Top of MindApós pesquisa de opinião realizadaem Minas Gerais, o Inbrap concedeuà CAADE o certificado Top of Mindde entidade mais lembrada quandomencionado o tema: pessoa comdeficiência. Mais detalhes no pró-ximo Boletim.

Pessoas com deficiência, acessibilidade e ODMsFlávio Oliveira*

Durante a IConferência Na-cional dos Direi-tos das Pessoascom Deficiência,e em suas etapasestaduais e mu-nicipais, o Brasilinteiro estará dis-cutindo o com-

promisso de todos para com a inclusãosocial das pessoas com deficiência, atravésda promoção e da garantia de meios deacessibilidade. Uma das bases para essedebate deverá ser, portanto, o DecretoFederal 5296/04, o qual é fruto de inten-sa mobilização social e expressa o ama-durecimento da sociedade no que dizrespeito às necessidades das pessoas comdeficiência.

Nesse decreto, o termo acessibilidadeé definido como a ausência de barreirasarquitetônicas, de comunicação e de ati-tude. Essas barreiras podem estar nas ruas,nas praças, nos logradouros públicos em ge-ral, nas escolas e nos sistemas educacionais,nos clubes desportivos, sociais e afins, nasedificações de todos os tipos, nos trans-portes coletivos em todas as suas modali-dades, nas instituições bancárias, na tele-fonia, em sítios de internet, nos mais dife-rentes sistemas de comunicação e emquaisquer ambientes. Tais barreiras impe-dem a utilização, com autonomia e segu-rança, de bens e serviços, por pessoas comdeficiência ou com mobilidade reduzida.

A fim de ampliar o debate e aprofun-dar o movimento social das pessoascom deficiência, aproximando-o dosgrandes temas do nosso tempo emMinas Gerais, o Conselho Estadual dosDireitos das Pessoas Portadoras de Defi-ciência (Conped) e a Coordenadoriade Apoio e Assistência à Pessoa comDeficiência (Caade) optaram por discu-

tir o tema da acessibilidade, associando-o aos Objetivos de Desenvolvimento doMilênio (ODM), da Organização dasNações Unidas (ONU). Os ODM foramelaborados em 2000, durante a maiorconferência da história da ONU, a qualficou conhecida como Cúpula do Milênio.Essa Conferência contou com a presençade 191 países, entre eles o Brasil.

Os ODM são um conjunto de oitoobjetivos, subdivididos em 18 metas e48 indicadores de resultados, que seorientam no sentido de promover con-dições para um desenvolvimento global,em bases sustentáveis. O que se esperaé que os oito objetivos sejam alcança-dos, no mundo inteiro, até o ano de2015. Os ODM são:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome;2. Atingir o ensino básico universal;3. Promover a igualdade de gênero e a

autonomia das mulheres;4. Reduzir a mortalidade infantil;5. Melhorar a saúde materna;6. Combater o HIV/AIDS, a malária e

outras doenças;7. Garantir a sustentabilidade ambiental;8. Estabelecer uma parceria mundial

para o desenvolvimento.

Ao perceber os nexos entre as neces-sidades das pessoas com deficiência e osODM, a Caade assinou com o Programadas Nações Unidas para o Desenvolvi-mento (PNUD) um memorando de en-

tendimentos para a divulgação dessesobjetivos. Assim, a Caade tem procuradodivulgar os ODM em todo o Estado deMinas Gerais, através de publicaçõesneste Boletim e de palestras nos FórunsRegionais e também em seu web site.Espera-se, com isso, ampliar a consciên-cia de que o desenvolvimento inclusivodos cerca de 24,5 milhões de brasileiroscom deficiência depende também doalcance das metas propostas pelos ODM.

Logo, promover a inclusão de pes-soas com deficiência nos programas deemprego e geração de renda é uma das for-mas de se combater a pobreza e a fome(objetivo 1); universalizar o ensino bási-co (objetivo 2) significa oferecer educaçãoa todos, inclusive a pessoas com deficiên-cia; promover a igualdade de gênero e aautonomia das mulheres (objetivo 3) éimportante, já que mulheres com defici-ência vivem em uma dupla situação de vul-nerabilidade; o cuidado com a saúdematerna e o combate a doenças (obje-tivos 5 e 6) são ações de profilaxia de defi-ciências, bem como maneiras de reduzira mortalidade infantil (objetivo 4), inclu-sive das crianças com deficiência; ummeio ambiente sustentável (objetivo 7)implica uma interação harmônica entreo meio ambiente e o elemento humano,o que implica também a promoção deacessibilidade física, nas cidades, parapessoas com deficiência ou mobilidadereduzida. Finalmente, estabelecer umaparceria mundial para o desenvolvi-mento (objetivo 8) significa assegurara participação de todos na busca deum desenvolvimento sustentável einclusivo, para Minas Gerais, para oBrasil e para todo o planeta. As enti-dades de pessoas com deficiência têmmuito a contribuir para esse avanço.

(*)Doutor em Educação, superintendente daCaade e presidente do Conselho Estadual dos Dire-itos das Pessoas Portadoras de Deficiência (Conped)

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Pessoas com deficiência, acessibilidade e ODMsEditorial

GOVERNO DE MINASAécio Neves - Governador

SECRETARIA DE ESTADO DEDESENVOLVIMENTO SOCIAL E ESPORTES Rua Martim de Carvalho, 94Santo Agostinho/BH - MGCEP: 30190-090

Marcos Montes Secretário

COORDENADORIA DE APOIO EASSISTÊNCIA À PESSOA DEFI-

CIENTE (Caade)Flávio Couto e Silva de OliveiraSuperintendente

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOMaria Cesarina N. MagalhãesAssessora-chefe

JORNALISTASÂngela Azevedo, Elvira Falabella e Renata Sambuc

BOLETIM CAADERua da Bahia, 2.200

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REDAÇÃO E EDIÇÃOJorn. Marciano MenezesReg. Prof.: 03513/MG

Fotos: Asscom/Sedese

REVISÃOWagner Ribeiro Pinto Reg. MEC-LP3776

Projeto Gráfico e EditoraçãoRogério Damasceno

Tiragem: 5.000 exemplares

As matérias e artigospublicados neste jornal poderão ser reproduzidos,desde que citada a fonte

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 2

Aimplementação do Decre-to Federal 5296/94, quedispõe sobre as normas deacessibilidade, foi um dosprincipais temas aborda-

dos na 1ª Conferência Estadual dosDireitos da Pessoa com Deficiência,que reuniu, no Hotel Gandarrel, emBelo Horizonte, dias 12 e 13 de de-zembro do ano passado, mais de 360representantes de entidades, ONGs eautoridades de Minas e de outros esta-dos ligadas à defesa dos direitos daspessoas com deficiência.

Com o tema "Acessibilidade: vocêtambém tem compromisso", o even-to foi preparatório para a Conferên-cia Nacional das Pessoas com Defi-ciência, que acontecerá em Brasília,em maio deste ano.

Durante a Conferência em BH, foidiscutida a acessibilidade em trêseixos temáticos: condições gerais paraacessibilidade, acessibilidade arquite-tônica nas vias, espaços públicos enos transportes, além da acessibili-dade de comunicação e ajudas téc-nicas.

"O Brasil, recentemente, foi con-siderado um dos países mais inclu-sivos em termos de acessibilidade daspessoas com deficiência nas Américas,em virtude da abrangente legislação

que nós temos. Agora, é fundamentalfazermos com que essa legislação setorne uma realidade no cotidiano daspessoas", defendeu Flávio Oliveira,presidente do Conped e superinten-dente da Caade, lembrando que, paraisso, é preciso uma intensa mobiliza-ção social.

Segundo Flávio Oliveira, a Secre-taria de Estado de Desenvolvimen-to Social e Esportes (Sedese) e a Ca-ade, têm procurado promover essamobilização no Estado inteiro, umadeterminação do governador AécioNeves, para a descentralização daspolíticas públicas em relação às pes-soas com deficiência. "Como pre-paração para essa primeira Conferên-cia Estadual, foram realizados diver-sos fóruns regonais e conferênciasmunicipais de pessoas com deficiên-cia. Nesse contexto, a equipe daCaade viajou praticamente para to-das as regiões de Minas Gerais, ten-do como base as 17 AdministraçõesRegionais da Sedese. Nas várias loca-lidades que visitamos, pudemosestreitar nossas relações com os cole-gas das Regionais da Sedese, estabele-cer novas e importantes parceriascom os representantes dos poderespúblicos municipais, nos confrater-nizamos e pudemos nos comprome-

ter com todos aqueles que se envol-vem diretamente com a causa: pessoascom ou sem deficiência” conta o pre-sidente do Conped e superinendenteda Caade, lembrando que esse con-tato foi muito imporante para ajudara fomentar o debate no interior, cha-mando a atenção para a necessidadede se criarem conselhos, pelo menosnaqueles municípios consideradospólo. “A idéia é ampliar, em seguida,a atuação por meio de conselhos parao maior número possível de municí-pios mineiros”, afirmou.

Durante o evento, que discutiu aacessibilidade em face das metas domilênio da Organização das NaçõesUnidas (ONU), foram tiradas 196propostas, das quais 65 serão levadasagora à Conferência Nacional, queacontecerá em maio, em Brasília (Vejana página 5). Além disso, foram esco-lhidos 70 delegados, que represen-tarão Minas no evento.

Com o apoio de mais de 19 enti-dades, a Conferência reuniu no Gran-darrel vários deputados estaduais efederais, autoridades do Governo doEstado, representantes do MinistérioPúblico, do Pnud Brasil, bem comoespecialistas em diversos segmentosde atendimento às pessoas com defi-ciência.

A Conferência realizada em BH foi precedida de encontros regionais nas principais cidades de Minas

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 3

Conferência reúne mais de 360 pessoas em BH

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 4

Apesar de considerar que hou-ve um avanço significativo nasconquistas das pessoas comdeficiência, o professor AdilsonVentura, presidente do Con-

selho Nacional dos Direitos da PessoaPortadora de Deficiência (Conade), avaliaque ainda está muito longe de se alcançaro que poderia ser considerado satis-fatório para esse segmento da popu-lação. "Existem no Brasil cerca de 25 mi-lhões de pessoas com deficiência esomente 10% dessa população têm aces-so aos bens públicos e a viver uma vidaparticipativa na sociedade. A sociedadeainda é excludente. As barreiras sãomuitas, arquitetônicas e atitudinais. Ain-da existem preconceitos e discrimi-nações. Logo, estamos longe de consi-derar boa a qualidade de vida para aspessoas com deficiência no Brasil. Agrande maioria ainda continua margi-nalizada, infelizmente", salientou.

Adilson Ventura considera que hou-ve um avanço nos últimos 20 anos, de-vido principalmente à luta das pessoascom deficiência, mobilizadas através desuas organizações representativas e con-selhos municipais e estaduais. Ele acre-dita que o Estatuto das Pessoas com Defi-

ciência, em tramitação no CongressoNacional, poderá ser uma solução nosentido de compilar todas as leis já exis-tentes voltadas para os deficientes. "OBrasil é um dos países mais ricos do mun-do em termos de legislação para pes-soas com deficiência. Vale dizer que,entre os países panamericanos, o Brasilfoi considerado um dos cinco mais inclu-sivos, juntamente com Estados Unidos,Canadá, Jamaica e Costa Rica. Então,leis não nos faltam. O Estatuto deve com-pilar todas, garantir os avanços que já tive-mos nessas leis, o que já alcançamos, oque essas leis preconizam e montarestratégias especiais principalmente pa-ra fazer cumprir essas leis", defende.

Para Adilson Ventura, a ConferênciaEstadual dos Direitos da Pessoa comDeficiência serviu para a conscientiza-ção de todos os cidadãos quanto à suaresponsabilidade para com o tema. "Oque falta é conscientização, de que todossomos cidadãos iguais, com direitos edeveres idênticos a de qualquer outrapessoa", disse. "Falei de 25 milhões debrasileiros, mas se levarmos em contaque cada pessoa tem um pai e uma mãe,já somos 75 milhões de brasileiros dire-tamente envolvidos com o problema

das pessoas com deficiência. Se ampli-armos esse círculo de relações, quasetoda a população do país tem envolvi-mento, tem comprometimento", desta-ca o presidente do Conade.

Para Marta Esteves de Almeida Gil,socióloga e consultora da Equipe de Defi-ciência e Desenvolvimento Inclusivo doBanco Mundial (Bird), que realizoupalestra na Conferência, hoje o Brasilpossui uma legislação muito boa eavançada destinada aos deficientes, "masque nem sempre é muito cumprida".

Marta Gil, que é também coorde-nadora da Rede Saci/USP, conta que jáexistem softwares, hardwares, tais comoteclados e mouses que permitem queas pessoas, com pouco ou nenhum movi-mento, possam usar a informática e aces-sar a Internet. "É um respeito. E, maisque isso, é um direito. O direito à infor-mação é considerado hoje em dia comoum dos direitos humanos. A gente está nasociedade da informação. Aqui no Bra-sil, nós temos aproximadamente 27 mi-lhões de pessoas com deficiência. Não éuma minoria, é muita gente. E eles têmtanto direito quanto nós, que não temosdeficiência, a ter acesso à informação",afirma.

Para Conade, houve avanço nas conquistas

Conferência, um marco para a inclusão social

Osecretário de Estado de

Desenvolvimento Social eEsportes, Marcos Montes,acredita que a realização daI Conferência Estadual foi um

passo muito importante para a conscien-tização da sociedade como um todo, emrelação às questões ligadas às pessoas comdeficiência. "Infelizmente, ao longo demuito tempo, as pessoas com deficiênciaforam realmente marginalizadas e dis-criminadas em relação à participação nasociedade. Acredito que uma conferên-cia como essa, enriquecida por tantas pes-soas que hoje ocupam cargos públicos,possa realmente dar às instituições a certezade que teremos gente, políticos e entida-des governamentais atuando ao seu lado.Teremos realmente um desenrolar muitoprodutivo para que as pessoas com deficiên-cia possam ser reinseridas, com muitajustiça, na nossa sociedade", enfatizou.

Já o deputado estadual João Leite(PSDB/MG) considerou a conferênciacomo "um momento histórico de mobiliza-ção para a troca de experiências entreconselhos, associações e entidades, queantes se reuniam em eventos específicos".

A deputada Maria Tereza Lara (PT/MG),que representou no evento o presidenteda Assembléia Legislativa de Minas, depu-

tado Mauri Torres ( PSDB /MG), destacouque assim como uma das organizadoras daconferência, a Assembléia tem promovi-do várias audiências públicas e tomadoatitudes concretas como a construção derampas, adaptação de banheiros e telefonespara as pessoas com deficiência. "Temoscontribuído para que as pessoas com defi-ciência tenham seus direitos garantidos".

Para o deputado federal LeonardoMattos (PV/MG), presidente da Comis-são Especial da Câmara dos Deputadossobre o Estatuto da Pessoa com Deficiên-cia, a Conferência serviu para que a so-ciedade conheça e reconheça o conteú-do das propostas apresentadas no even-to, que é a rota da acessibilidade. "Aomesmo tempo que Minas apresentou suaspropostas, há uma alternativa de se pro-mover uma autocrítica aos obstáculos à ple-na inclusão das pessoas com deficiência",afirmou.

Marcos Montes: conscientização social

Propostas serão levadas à Conferência Nacional

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 5

Durante a realização da 1ªConferência Estadual dosDireitos da Pessoa com Defi-ciência, realizada em dezem-bro do ano passado, em Belo

Horizonte, foram tiradas 196 propostasque serão levadas agora à ConferênciaNacional dos Direitos da Pessoa comDeficiência, que acontecerá no pró-ximo mês de maio, em Brasília. Tam-bém foram eleitos, durante o evento nacapital mineira, 70 delegados regio-nais que representarão Minas na Confe-rência Nacional. Confira abaixo algunsdos principais pontos do documento:

EIXO TEMÁTICO 1 DAS CONDIÇÕES GERAIS DE IMPLANTAÇÃO DAACESSIBILIDADE

Educação•Garantir recursos financeiros,

materiais, pedagógicos e humanos nastrês esferas de Governo, para viabilizara efetiva implantação de políticas públi-cas voltadas para a inclusão das pes-soas com deficiência nas escolas co-muns.

•Implantar, no currículo dos cur-sos de licenciatura, disciplina sobredeficiência.

Saúde•Implementar campanhas educati-

vas de prevenção às deficiências, no âmbitode todas as unidades de saúde dos municí-pios (próprias e conveniadas).

•Fazer levantamento sistemático,por micro e macrorregiões do Estado,de dados demográficos e epidemio-lógicos das pessoas com deficiência,organizando um cadastro único.

Trabalho •Promover, por meio de parceria

público-privada, cursos de formaçãoe qualificação para pessoas com defi-ciência, visando à sua inserção no mer-cado de trabalho.

•Estimular a criação de cooperati-vas sociais para pessoas com deficiên-cia ou doença crônica, em parceriacom instituições públicas e privadas.

•Criar o Fundo de Formação e Qua-lificação Profissional da Pessoa ComDeficiência, com recursos oriundosdas multas advindas do descumpri-

mento do art. 93 da Lei Federal nº8.213/91.

•Disponibilizar crédito específicopara criação de microempresa pelaspessoas com deficiência, com vistas àmelhoria da renda.

Assistência Social•Ampliar a participação de idosos

com deficiência nos programas de ter-ceira idade.

•Priorizar o atendimento, em situa-ção de emergência, às pessoas com defi-ciência que habitam em áreas de risco.

Cultura, Esporte e Lazer •Garantir recursos orçamentários e

financeiros para esporte e lazer, na exe-cução de uma política pública de atendi-mento à pessoa com deficiência.

•Conceder bolsa-atleta municipalpara pessoas com deficiência

•Garantir legenda nos filmes na-cionais e nos dublados.

Outros Temas •Estimular a criação e implemen-

tação de conselhos municipais de defe-sa dos direitos da pessoa com deficiên-cia e de órgãos executivos.

•Estender aos surdos o benefício daisenção do IPI para compra de veículos.

EIXO TEMÁTICO 2DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA, URBANÍSTICA E DE TRANSPORTE

Transporte •Buscar alternativa de transporte

especial para pessoas com deficiência,impossibilitadas de utilizar o transportecoletivo convencional.

•Viabilizar o cumprimento da lei dopasse livre municipal e intermunicipal epromover campanhas de conscientizaçãodos funcionários das empresas de trans-portes e da população em geral.

Arquitetônica/Urbanística•Condicionar a liberação de ver-

bas federais e estaduais para obrasde urbanização nos municípios aoatendimento das normas de acessi-bilidade da ABNT.

EIXO TEMÁTICO 3DA ACESSIBILIDADE À INFORMAÇÃO, À COMUNICAÇÃO E ÀS AJUDAS TÉCNICAS

•Realizar campanhas de pre-venção de DST, Aids, drogas, epi-demias, utilizando material em brailee outros recursos, palestras com intér-pretes de Libras e material adequadopara atender à pessoa com déficitcognitivo.

•Requerer ao Banco Central quebaixe ato normativo, de acordo comas normas da ABNT, objetivando queas instituições financeiras de todo opaís disponibilizem caixas automáti-cos acessíveis a todas as pessoas comdeficiência.

Flávio Oliveira, durante os debates na 1ª Conferência Estadual realizada em BH

Lutiana Nacur Lorentz *

A Constituição Federal, de 1988, dis-pensou um tratamento diferenciado, oudireitos diferenciados, às pessoas portado-ras de qualquer tipo de deficiência den-tro do mercado de trabalho.Esse trata-mento existe não só no âmbito do tra-balho público (servidores públicos, daadministração direta, autárquica e fun-dacional), mas também nas empresaspúblicas e sociedades de economia mis-tas, que se sujeitam ao regime das empre-sas privadas para fins de legislação dotrabalho, mas que têm a obrigatoriedadede realização de concurso público paraadmissões (art. 37, II, c/c art. 173 daCRF/88).Nesse diapasão, foi inserido de for-ma o dispositivo do art. 37, inciso VIII daCRF/88, em relação ao trabalho como públi-co (ou seja, funcionários públicos e tambémos empregados públicos, art. 173 daCRF/88).Ressalte-se que, se ocorrer a hipótesede nenhum deficiente conseguir a aprovaçãono concurso público, o resultado será a nãoconsideração da reserva de quotas de vagasda lei. Entretanto, se ocorrer a aprovaçãodos deficientes, esses, dentro da quota, inde-pendentemente da classificação, terão prefe-rência sobre os demais (não deficientes), ain-da que estes estivessem com melhor classifi-cação, na convocação para posse no cargo.

Também existe a criminalização dopreconceito, através da legislação de cu-nho penal que define como crime a dis-

criminação dos portadores de deficiên-cia na admissão em empregos e cargospúblicos, pela Lei Federal nº 7.853, de24 de outubro de 1989, art.8º, que pre-vê a pena um até quatro anos de reclusãoe multa.

No âmbito do emprego privado (con-tratação celetária) o comando Constitu-cional de 1988, estabeleceu a proibiçãode qualquer ato discriminatório no tocantea salário, ou critério de admissão doempregado em virtude de portar defi-ciência (art.7º, XXXI da CRF/88).Tal ordemvisou coibir as práticas discriminatórias epossibilitar o acesso ao mercado de tra-balho para o deficiente, tendo em vistaas contratações regidas pela CLT (Dec.- Lein.º 5452/43). Esse comando (que deveser conjugado com a Convenção n.° 159,de 1991, da OIT, ratificada pelo Brasil)foi instrumentalizado, pela legislaçãoordinária, pelos ditames de clareza solarda Lei nº 8.213, de 1991, art. 93.É impor-tante esclarecer o seguinte: a quota dereservas de empregos aos portadores nãose destina a todo e qualquer deficiente, massim apenas aquelas pessoas habilitadas, oureabilitadas. Os conceitos tanto de habi-litação, quanto de reabilitação podem serencontrados na Lei n.° 8.213, de 24 de ju-lho de 1991, art. 89 a 92, na ordem deserviço n.° 90, dos Ministérios da Saúde ePrevidência e no Decreto n.° 3.298, de 20dezembro de 1999, art. 30 a 33.

Uma dificuldade que as empresas têm

alegado como obstáculo ao cumprimentoda quota privada (art. 93, da Lei n.° 8.213,de 1991), sobretudo no interior de MG, éa falta de cadastros de pessoas portadorasde deficiência habilitadas, sendo que no par-ticular a CAADE - MG tem cumprido umpapel importante, já que possuindo umposto do SINE dentro de sua estrutura temsido capaz de fomentar listas desta mão -de - obra. Também é importante citar queo setor de reabilitação do INSS tem envia-do listas de pessoas portadoras de defi-ciência reabilitadas as empresas. Entretan-to, mesmo assim seria importante que nãosó os sindicatos de representação profis-sional, mas também associações de PPD'smantivessem cadastros disponíveis de can-didatos pessoas portadoras de deficiên-cia para laborar nas vagas de reservas eseria importante também que fosse pos-sível a existência senão de um cadastronacional, pelo menos de um cadastroestadual com tal listagem, de modo afornecer a mão - de - obra às empresas que,de fato, estão tentando (com ou sem a atu-ação do Ministério Público do Trabalho)cumprir a quota legal. A disponibilizaçãodesse cadastro coibiria a alegação de ine-xistência de mão-de-obra qualificada, porpartes de empresas que utilizam tal argu-mento de modo obstar ou a postergar ocumprimento da lei.(*) Procuradora do Trabalho, professora da

Fumec e doutora em Direito Processual pela

PUC Minas

Falta de cadastro ainda é entrave à colocação no mercado de trabalho

OConselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia de MinasGerais (Crea/MG) lança, no perío-do de 6 a 10 de março, durante oSeminário Nacional de Acessibil-

idade - Fácil Acesso para Todos, o Guia de Aces-sibilidade nas Edificações, dentro das normasestabelecidas pelo Decreto 5296/94, destina-do aos profissionais do setor. Os eventos acon-tecem na própria sede do Crea, na AvenidaÁlvares Cabral, 1.600, Bairro Santo Agostinho,em Belo Horizonte.

O seminário deve trazer à capital mineira diver-sas autoridades do país para discutir a acessibilidadedo deficiente e os problemas ligados ao setor.Segundo Antônio Marcos Belo, coordenador da

Comissão Permanente de Acessibilidade do Crea,todas as unidades do órgão em Minas já foramadaptadas e a meta é treinar agora os fiscais do órgãopara fazer um trabalho conjunto com as prefeituras,para que cobrem e ampliem a acessibilidade emseus municípios. "O Ministério Público é um par-ceiro importantíssimo nesse processo. Ele temque estar junto conosco para o cumprimento doDecreto que garante a acessibilidade. O Decretoé a peça-chave do processo. Se não cobrarmosfirmemente, corremos o risco de termos mais umalei para não ser cumprida", salientou Antônio Mar-cos, durante a realização da I Conferência Esta-dual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, rea-lizado em Belo Horizonte.

Antônio Marcos conta que o levantamen-

to do próprio Ministério Público, realizado atéagosto de 2005, mostrava que de 329 prédiose espaços públicos avaliados, apenas sete eramacessíveis. "Ainda há muito o que se fazer. Nós daengenharia, precisamos também de uma retaguar-da para que haja o c umprimento da lei", disse ocoordenador da Comissão do Crea, defenden-do uma legislação complementar que estabeleçamulta, para que o Decreto "não seja mais uma dis-positivo que não será cumprido".

Antônio Marcos parabenizou o Governode Minas pela realização da Conferência. "Achoque foi um avanço fantástico", salientou, aler-tando que deve haver uma maior conscientiza-ção do próprio deficiente, para que ele cobreos seus direitos.

MEUS DIREITOS

CREA lança Guia de Acessibilidade nas Edificações

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 6

No Brasil, só 2% das pessoasportadoras de deficiênciaconseguem acessar o merca-do formal de trabalho. Ainformação é da gestora de

programas do Departamento Regionalda América Latina e Caribe do Progra-ma das Nações Unidas para o Desen-volvimento , Marielza Oliveira, ressaltan-do que ainda há no país pouca receptivi-dade para esse segmento da população,apesar de a legislação garantir aos defi-cientes percentual mínimo de vaga nasempresas. "Esse é um tema que nósprecisamos agilizar e tratar de formamais efetiva. Falta conscientizaçãodos empresários, faltam iniciativascomo a que foi feita aqui em Minas,de ter um Sine (Sistema Nacional deEmprego) exclusivamente voltadopara portadores de deficiência, quepossa oferecer oportunidades paraambos os lados (patrões e emprega-dos)", defendeu.

Segundo a gestora de programas doPnud é necessário que haja maior capa-citação para os diferentes portadoresde deficiência, para que ocupem asoportunidades que têm surgido no mer-cado de trabalho. "As profissões vão

evoluindo. Novas oportunidades apare-cem, inclusive aquelas que são exce-lentes para as pessoas portadoras dedeficiência, que permitem um trabal-ho em condições iguais ou até melhoresdo que os não portadores. E nós pre-cisamos de fato tomar providências paracriar acesso a essas oportunidades. Éuma questão mais de acesso do que deinexistência de oportunidades",ressaltou.

Durante a 1ª Conferência Estadual dosDireitos da Pessoa com Deficiência,Marielza Oliveira destacou que há umtrabalho muito grande para se avançar naagenda do milênio. "Queremos chamar aatenção para o fato de que se os grupos vul-neráveis, se as pessoas portadoras de defi-ciência, se os grupos de minorias raciais ese os grupos de mulheres não forem pe-sadamente incentivados a progredir eapoiados nesse processo, rumo aos Obje-tivos, não importa que o Brasil da médiaalcance os Objetivos e o compromissointernacional. Nós vamos ter perdido umaoportunidade de tornar a agenda de dig-nidade humana uma agenda real paratodos e todas, e não apenas para aque-le grupo que sempre progride, qualquerque seja a circunstância", enfatizou.

Técnica do Pnud diz que faltaconscientização dos empresários

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente PAGINA 7

O deputado federal EduardoBarbosa (PSDB/MG), membro daComissão Especial da Câmara quediscute Estatuto da Pessoa com Defi-ciência e coordenador da FrenteParlamentar de Assistência Social,defendeu, durante a Conferênciaem BH, a ampliação dos recursosdestinados às políticas públicasvoltadas para as pessoas com defi-ciência, principalmente na área dequalificação. "Hoje, nos deparamoscom uma grande dificuldade, que éjustamente encontrar profissionaishabilitados para ocupar as vagas deempregos. Por isso, a nossa luta épara que haja um avanço no orça-mento das políticas públicas", disse,lembrando que muitas vezes con-segue-se garantir as vagas destinadasaos deficientes, mas não se tem aspolíticas públicas estabelecendo,por exemplo, a formação na áreada educação profissional.

"Não temos no Brasil uma fortetradição de educação profissional.E, para a pessoa com deficiência,muito menos, ficando a cargo,muitas vezes, de algumas entidadesde pessoas com deficiência fazeresse trabalho. Mas não se tem umfinanciamento claro da política paraeducação profissional das pessoascom deficiência, disse Eduardo Bar-bosa, que também preside a Fede-ração Nacional das Apaes (Associ-ação de Pais e Amigos dos Excepci-onais). Para ele, é necessário criaruma rede de educação profissional,com financiamento público, paraque esse segmento da população,concluindo os ensinos fundamentalou médio, possa também se profis-sionalizar. "Aí sim, essas pessoas vãobuscar as vagas disponíveis e garan-tir o acesso permanente ao merca-do de trabalho, que é a únicamaneira de dar a elas autonomia eindependência plena", defendeu.

MARIELZA

OLIVEIRA:

faltam

iniciativas

como a de

Minas, que

criou um Sine

exclusivamente

para as

pessoas com

deficiência

Deputadocobra mais

recursos

MERCADO DE TRABALHO

Boletim Caade - Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa DeficientePAGINA 8

“Essa primeira conferência repre-senta um avanço dentro do movi-mento das pessoas com deficiência.É uma Conferência que é organizadasegundo os moldes das conferênciasde assistência social, das da criança edo adolescente e de todo um apara-to, que é governamental, fundamen-talmente pela Caade e Sedese, paraque as próprias pessoas com deficiên-cia, as instituições nas quais as pes-soas estão trabalhando, que repre-sentam o segmento das pessoas comdeficiência, possam discutir funda-mentalmente a questão da acessibili-dade, que é um aspecto básico, é umalicerce para se discutir a questão dainclusão. Então, a Conferência rep-resenta um avanço dessa discussãodentro do movimento. Não vou diz-er nem que é o primeiro passo, já queoutros já foram dados antes daprimeira Conferência. Só que essaestrutura que é dada à Conferência,ela representa um avanço, mas elanão é um primeiro passo, ela é maisum passo no estabelecimento depolíticas públicas efetivas para ainclusão de pessoas com deficiênciadentro da sociedade”.

Daniel Augusto dos ReisCoordenador do ProgramaSociedade Inclusiva da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Arcos (Centro-Oeste)

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“Acho que essa primeira conferên-cia estadual consolida uma trajetóriade luta, que a gente vem fazendo háanos. Ela, por si só, representa umgrande avanço, principalmente comum tema tão atual e tão importantepara nós, que é a questão da acessibi-lidade. Esse momento é histórico,porque organiza a política, fortaleceos conselhos (estadual e os munici-pais) e a gente aí realmente avançana concentração dessa política, coma delegação que vai fazer muito emBrasília, vai mostrar a força que Minassempre teve, sendo um dos estadospioneiros na inclusão da pessoa comdeficiência. Acho que nós, pessoascom deficiência, temos que partici-par mais de conselhos e comissõesrealmente nos lugares onde fazempolíticas, para que nós possamos ficarfortalecidos quando for fazer algumaproposta de política mais macro, maisampla. Mas por si só, a iniciativa já éum grande avanço, uma grandevitória”.

Valéria AndradePresidente da Cooperativa dos Portadores de Deficiência deJuiz de Fora (Zona da Mata)

************“É um momento em que o defi-

ciente começa a se organizar e constru-ir essa nova mudança que todo mun-do está se propondo, mas que eleestava fora. Então, ele está sendo ago-ra agente da sua própria construção.Os principais atores do processo estãofazendo essa mudança. Então, é muitobom. Antes, a gente via muita gentefalando, muita gente fazendo, e osprincipais atores do processo estavamfora. Agora não, nós vemos que todomundo está começando a se tornaragente crítico e de transformação. Esseencontro é o primeiro passo para garan-tir mudanças, fortalecer conselhos, tan-to municipal como estadual, e até mes-mo nacional, e adquirir o respeito quenós tanto buscamos da sociedade emtermos de acessibilidade. É um fatormarcante”.

Antônia Aparecida da Silva (Cida)Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Montes Claros (Norte de Minas)

************“É um grande passo para nós por-

tadores de deficiência. Essa troca deidéias com colegas de outros municí-pios é de muita importância. Paranós, do interior, é uma coisa nova,porque no interior a realidade é out-ra. Não é a da cidade grande. Então,são coisas novas que a gente está apren-dendo”

Maria José RodriguesPresidente da Associação dos Deficientes Físicos de Paracatu

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“Esse encontro é um sonho antigonosso. Uma coisa que realmente está serealizando. Esperamos que realmentetraga bons resultados, porque a dis-cussão está sendo bem válida e comgrande proveito. Reunimos todas asApaes (Associação de Pais e Amigos dosExcepcionais) e associações regionaispara discutirmos e votarmos interessescomuns que pudéssemos trazer paraessa primeira Conferência, do que real-mente a gente sente falta na região”.

Carlos Alberto Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas (Sul de Minas)

O que você achou da Conferência?O que você achou da Conferência?

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