Nº 198 * 11 a 24 de dezembro de 2013 Suplemento da edição nº 1127, ano XXXIII, do Jornal de Letras, Artes e Ideias com a colaboração do Camões, IP

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Este suplemnto contém o artigo "Guiné-Bissau: PAIPA-DC - Para além do "agronegócio" e da agricultura tradicional".

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  • N 198 * 11 a 24 de dezembro de 2013Suplemento da edio n 1127, ano XXXIII,do JL, Jor nal de Le tras, Ar tes e Ideiascom a colaborao do Cames, IP

    Confernciade Lisboa fazrecomendaes Pg. 2

    Guin-BissauPAIPADCPara alm do agronegcio e da agriculturatradicional

    Pg. 3

    ArquiteturaProcessocriativode Sizaem exposio em Berlim

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  • 2 * jornaldeletras.sapo.pt * 11 a 24 de dezembro de 2013 J*

    Um total de 22 recomendaes, distribudas por cinco tpicos, constitui o corpo de concluses do segmento da sociedade civil da 2 Conferncia Internacional sobre o Futuro da Lngua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorreu na Universidade de Lisboa, a 29 e 30 de outubro de 2013.

    A conferncia foi uma ini-ciativa do Governo Portugus, com a organizao conjunta do Cames- Instituto da Cooperao e da Lngua, I.P., da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP), do Instituto Internacional da Lngua Portuguesa (IILP) e de um consrcio de quatro universi-dades portuguesas Lisboa, Porto, Coimbra e Nova de Lisboa.

    Alm da sociedade civil, a con-ferncia de Lisboa contou tambm, a 31 de outubro, com um segmento tcnico e governamental, que pro-duziu um documento o Plano de Ao de Lisboa (PALis) , j apro-vado pelo Comit de Concertao Permanente da CPLP. Este docu-mento, cujas linhas gerais foram objeto de divulgao na confern-cia de imprensa de encerramento da 2 Conferncia (v. suplemento Cames no Jornal de Letras de 13-26 de novembro de 2013), ser submetido a uma prxima reunio do Conselho de Ministros da CPLP, em Maputo, e posteriormente Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organizao de pases de lngua portuguesa, em Dli.

    A maioria das recomendaes

    formuladas pelo segmento da so-ciedade civil, que teve a participa-o de investigadores e docentes de todos os pases da CPLP e de outros pases, foram acolhidas no docu-mento nalizado pelos tcnicos e diplomatas dos 8 pases membros da CPLP.

    Os trabalhos do segmento da sociedade civil - de carter emi-nentemente acadmico e cientco - foram distribudos por trs con-ferncias plenrias, sete reunies temticas, dezasseis sesses de comunicaes livres e duas sesses de apresentao de projetos e pro-dutos, segundo o documento que contm as concluses da reunio.

    Os textos das comunicaes entregues organizao sero co-locados no stio da conferncia na internet (http://www.conferen-cialp.org/) e objeto de subsequente edio digital.

    Em primeira apresentao dos resultados da conferncia, elaborada em simultneo com o seu encerramento e suscetvel de ulterior enriquecimento, segundo a organizao, guram as concluses e propostas que aqui se publicam.

    Recomendaes gerais:1. Manter as metas traadas no Plano de Ao de Braslia, sempre que no tenham sido atingidas.2. Prever formas de monitorizao do programa, com a introduo de cronogramas, identicao de responsveis e de metas objetivas.

    3. Incluir no Plano de Ao de Lisboa as recomendaes da Carta de Maputo e da Carta da Praia ou remisso para estes documentos.

    Lngua de cincia e inovao1. Prosseguir o esforo de melhoria da qualidade das revistas cient-cas, editadas nos pases da CPLP, de modo a conseguir que as que

    constam da SCIELO e satisfazem os indicadores internacionais de qualidade sejam integradas na Web of Science.2. Reconhecer o papel das ter-minologias cientcas e tcnicas, concertadas entre os pases da CPLP, como instrumento facili-tador da comunicao entre os seus cientistas e, sobretudo, como facilitador do ensino da cincia, da partilha do conhecimento e da disseminao da cultura cientca.3. Incluir como rea estratgica nos Planos Nacionais de I&D dos pases da CPLP para os prximos sete anos o Processamento Computacional da Lngua Portuguesa, condio indispensvel da cidadania plena numa sociedade de conhecimento.4. Identicar reas de atividade em que a lngua portuguesa pode constituir um instrumento para o fomento ou desenvolvimento da economia.5. Desenvolver estratgias de promoo da imagem de poder e de valor acrescentado da lngua portuguesa.

    Ferramentas e recursos digitais1. Formar consrcios e parcerias que possibilitem a transferncia de tecnologia entre os vrios pases da CPLP, criando massa crtica para a armao da lngua portuguesa, em todas as suas variedades nacionais, junto dos agentes econmicos.

    Presena da lngua portuguesa nas organizaes internacionais1. Focar as politicas de internacio-nalizao da lngua portuguesa, ao nvel poltico diplomtico da CPLP, em objetivos exequveis, compat-veis com os nveis de investimen-to disponibilizados pelos EM, e suportadas por uma anlise realista dos contextos geoestratgicos e regionais de atuao.

    Ensino da lngua portuguesa e formao prossional1. Prosseguir as propostas do plano de Ao de Braslia, nomeadamente quanto ao (i) levantamento dos programas em curso nos pases da CPLP na rea de formao de professores de LP em contexto PLE; e (ii) articulao de aes de cooperao na capacitao/formao de professores de PLE.2. Concretizar propostas de formao/capacitao dos professores de PLE/2 no espao CPLP que possibilitem a mobilidade de estudantes, de formadores e de conhecimento.3. Publicitar os casos de boas prticas de ensino ou de prticas de impacto reconhecido para replicao mediante adaptao a outros contextos.4. Apoiar programas de ensino

    bilingue, a partir de experincias que se reetiram na promoo do sucesso escolar.5. Garantir aos prossionais a aquisio de uma slida formao lingustica, que os torne explici-tamente conscientes das proprie-dades das diferentes variedades do portugus e da sua relao com as normas nacionais.6. Investir numa formao prossional consciente da importncia da localizao, a qual ser potenciada se houver concertao e conhecimento partilhado sobre polticas de formao.7. Investir na formao de tra-dutores e intrpretes em reas especcas de relevncia social e econmica, como a sade, a justia e a cincia e tecnologia.8. Explorar as potencialidades e virtualidades das tecnologias de informao e comunicao na diversicao de metodologias para o ensino da lngua, como por exemplo ambientes de simulao 3D, vdeos e imagens.9. Assegurar ao IILP condies polticas, econmicas e de gesto para a continuidade do projeto de criar uma plataforma comum na Internet para o ensino do portugus como lngua estrangeira, j em processo de implementao e lanada na sua verso experimental na II Conferncia para o Futuro da Lngua Portuguesa no Sistema Mundial, em outubro de 2013, em Lisboa, denominada Portal do Professor de Portugus Lngua Estrangeira (PPPLE), contendo, entre outros recursos:- Rede virtual de professores de portugus para a partilha de expe-rincias pedaggicas, materiais e recursos didticos;- Materiais e recursos didticos, em forma de Unidades e Roteiros Didticos, para o ensino de portu-gus como lngua estrangeira.10. Recomendar ao IILP que retome a reexo sobre estratgias de ensino do portugus que tenham em conta as diferentes variantes da lngua portuguesa e prossiga a criao de recursos didticos comuns para o seu ensino como lngua estrangeira, que tem sido realizado no mbito do Portal do Professor de Portugus Lngua Estrangeira (PPPLE);11. Incumbir o IILP de apresentar um projeto de formao de profes-sores para a atuao nas disporas, bem como uma metodologia para a cooperao entre os Estados Membros que permita a sua reali-zao.12. Mandatar o IILP para coordenar, a partir da realizao de acordos e parcerias com instituies especialistas e adequadas para esse m, para elaborar um mapeamento e consequente diagnstico dos falantes e herdeiros da lngua portuguesa que vivem em diferentes contextos diaspricos, visando ao planeamento e ao desenvolvimento de projetos voltados para essas comunidades.

    Lngua portuguesaConferncia de Lisboa formulou 22 recomendaes

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  • 11 a 24 de dezembro de 2013 * jornaldeletras.sapo.ptJ * 3

    Garantir a segurana alimen-tar, reduzir a pobreza e promo-ver a igualdade de gnero so objetivos do Projeto de Apoio Intensicao da Produo Alimentar - Desenvolvimento Comunitrio (PAIPA-DC) que, des-de 2009, est a ser desenvolvido na Guin-Bissau (GB) numa parceria entre a Cooperao Portuguesa e a ONG ADRI (Associao para o Desenvolvimento Integrado Rural).

    O projeto, centrado na seguran-a alimentar por via do desenvol-vimento da produo agrcola, tem tambm uma valncia de reforo das estruturas de sade e educao das populaes envolvidas em duas regies da GB Biombo (sector de Prbis, na Tabanca de Blom) e Gabu (sector de Pirada, na Tabanca de Dinga). Na experincia piloto, os trabalhos foram iniciados na regio de Bafat, nas Tabancas de Sucot e Djana, sectores de Ganadu e Bafat, respetivamente, e aps a regularizao da vida poltica da Guin-Bissau, o projeto pretende avanar para a Regio de Oio.

    O PAIPA-DC , como refere Hugo Vaz Pedro, engenheiro agrnomo e coordenador-geral do projeto em representao do Cames, IP, uma alternativa especializao e modernizao da agricultura (ge-ralmente denominada de agrone-gcio), bem como agricultura de subsistncia (muitas vezes chamada agricultura familiar). Trata-se

    pois de um modelo intermdio em que o aumento da produtividade e a da produo esto ligados me-canizao e intensicao racional e sustentvel de algumas culturas.

    S por si, a agricultura tradicio-

    nal e familiar, dominante na GB, no resolve o problema da segu-rana alimentar e, neste ano de 2013, existem mesmo diculdades de abastecimento no pas, que tem uma dependncia total da exporta-o de caju.

    O PAIPA-DC defende no s a produo de culturas alimentares como um pequeno estmulo pro-duo de culturas de rendimento, que fortaleam o rendimento auferido pelos agregados familiares liados no projecto, promovendo uma concorrncia produo (ou, na prtica, recoleco) do caju, arma Hugo Vaz Pedro.

    MULHERESNo modelo tradicional, o peso na produo alimentar recai, inva-riavelmente, na mulher. Aos trabalhos agrcolas, incluindo os mais pesados, as mulheres somam a preparao dos alimentos (pilar o arroz ou o milho), cuidar da casa, catar gua e lenha. Os homens tm actividades que vo da lavoura do milho (no caso dos fulas) prepara-o de algumas tarefas de horticul-tura, como no raro acontece nas hortas apoiadas pelo PAIPA-DC. Mas no resto do territrio quem cuida das hortas so as mulheres, garante o tcnico do PAIPA-DC. pergunta onde esto os homens? no fcil responder. Vemo-los debaixo das mangueiras (as rvores) a conversar

    ou a dormir enquanto as mulheres raramente param, diz Hugo Vaz Pedro. No acontece em todas as etnias, sublinha, mas nas etnias maioritariamente muulmanas esse desequilbrio marcado. Ora o projeto, com o recurso tecnologia - tractores para lavrar arroz, descas-cador de arroz ou moinho de cereais - retira essa responsabilidade, trabalho e horas perdidas da esfera das mulheres.

    Por outro lado, o facto de se eliminar o esforo fsico para se pro-duzir mais (ou pelo menos o mesmo) um salto de gigante em populaes cujo trabalho agrcola manual, considera o coordenador-geral do projeto, que atua em articulao com um coordenador nacional guineense indicado pela ADRI. E atividades como a horticultura aumentam o rendimento lquido nos bolsos dos benecirios.

    Ao reforar-se a produtividade da agricultura tradicional, contraria-se tambm o desvio de terras para as culturas de exportao e mitiga-se o xodo rural. A diversicao de culturas e o desenvolvimento de actividades agro-silvo-pastoris diminui a insegurana alimentar e a pobreza; a incluso das mulheres fomenta tambm o controlo dos rendimentos pelas famlias.

    Os resultados esto vista. O PAIPA-DC responsvel pela maior produo de arroz de bolanha (arroz de vrzea) da Guin-Bissau, tanto em rea como em peso conseguindo suprimir entre 1 e 2% do dce na-cional de arroz, o alimento essencial dieta dos guineenses.

    O responsvel portugus fala da reao positiva das populaes ao desenvolvimento do projeto porque, diz, grande parte das atividades do PAIPA-DC respondem direta-mente s necessidades das popu-laes. Numa visita ao terreno, o responsvel portugus pde ouvir que, graas ao projeto, este ano, vamos ter comida at prxima colheita, ou ainda que, com este dinheiro [auferido atravs da venda de arroz], vou poder comprar uma cama: deixarei de dormir no cho. Muitas vezes o que se retira no so os indicadores frios que nos mostram o sucesso do projeto. So as pessoas que nos mostram como foram alteradas as suas vidas, declara Hugo Vaz Pedro, para quem o acerto da resposta s necessidades das populaes se deveu ao conhe-cimento do terreno dos dois tcnicos que idealizaram o PAIPA-DC.

    ASSOCIAESO elemento central com que pro-jeto trabalha so as associaes, estruturas que, segundo o tcnico portugus, emanam das tabancas (aldeias) e que, com os seus nomes nos dialetos locais, so um misto de organizao formal (em termos de estatutos ou designao dos cargos como presidente ou tesoureiro) e de organizao tradicional, (com o seu respeito pelos elementos mais ve-lhos, nomeadamente), responsveis por gerir os equipamentos doados. Para Hugo Vaz Pedro vital que os

    benecirios sintam a associao como deles.

    Do ponto de vista do proje-to, o essencial que ele venha ser autossustentvel, isto , que possa vir a prescindir do papel dos doadores. Hugo Vaz Pedro sublinha a especicidade de se tratar de uma interveno numa ativida-de ancestral, que ocupa 80% da populao guineense, o que torna a alterao de algumas formas de fazer agricultura e a incorporao de tecnologia mais difcil de assi-milar. preciso tempo e disponi-bilidade nanceira.

    A leitura feita do percurso feito pelo PAIPA-DC, j h 4 anos no terreno, permite perceber, na opinio do seu coordenador-geral, que os principais mecanismos de resilincia do projecto esto a ser alcanados mais rapidamente em cada nova zona de trabalho, fruto da aprendizagem contnua e da sensibilidade s diferentes formas de uma etnia trabalhar.

    Guin-BuissauPAIPA-DC Para alm do agronegcio e da agricultura tradicional

    O PAIPA-DC surgiu em 2008 da viso de dois tcni-cos, o portugus (por parte do Cames, IP, ento IPAD) Antnio Jorge Corte-Real e o guineense Joo Anbal Pereira (engenheiro, por parte da ADRI), os quais, segundo o atual coordena-dor-geral dedicaram toda a sua vida prossional ao desenvolvimento rural, defendendo um modelo de desenvolvimento agrcola com recurso a factores de produo que permitam uma intensicao da agricultu-ra de forma sustentada em termos sociais, econmicos e ambientais.

    At 2011 estes dois tcni-cos coordenaram o projeto numa moldura ligeira e expedita. A doena do primeiro ditou naquele ano a renovao da coordena-o da parte portuguesa. Atualmente, a estrutura local do PAIPA-DC conta com uma direo tcnica assegurada pelos dois coordenadores, ambos da rea de agrono-mia, cabendo a execuo a um assistente logstico e dois pontos focais, que se encontram mais perto das populaes benecirias. A coordenao de projetos da Cooperao Portuguesa da Embaixada de Portugal em Bissau estabelece a ligao com as autoridades nacio-nais, as agncias interna-cionais de desenvolvimento e outras instituies ligadas cooperao e desenvol-vimento, bem como ao Cames, IP.

    reas e populaes abran-gidas pelo PAIPA-DC?

    A produo orizcola (a mais importante) abrangeu, em 2012, 977,5 hectares cul-tivados que perzeram uma produo de 1.544 toneladas de arroz paddy (com casca).

    Na horticultura do tempo seco (entre Novembro e Maro) trabalharam-se mais de 1,5 hectares, uma rea muito considervel. Na maio-ria das hortas cultiva-se cebo-la, quiabo, beringela, tomate, djacatu, repolho e cenoura.

    O projecto abrange 6.405 pessoas (cerca de 0,4% da populao guineense) agrupadas em 415 foges, isto , agregados familiares. No caso particular da horticul-tura trabalhou-se com 579 mulheres.

    A viso dedois tcnicos

    reas e populaesabrangidas

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  • 4 * jornaldeletras.sapo.pt * 11 a 24 de dezembro de 2013 J*

    Ca mes, IP Av. da Liberdade, n. 2701250-149 LisboaTEL. 351+213 109 100FAX. 351+213 143 987www.ins titu to-ca moes.pt [email protected] SI DEN TE Ana Paula LaborinhoCOORDENAO Margarida DuarteCOLABORAO Carlos Lobato

    At nal de janeiro de 2014, pode ser vista em Berlim, no Orangelab, um centro dedicados s artes e cultura, Da linha ao Espao, a pri-meira exposio monogrca sobre a obra do arquiteto portugus lvaro Siza Vieira.

    Com curadoria de Rudolf Finsterwalder e Wilfried Wang, que escreveram ensaios para o catlogo, inaugurada esta semana na Ernst Reuter Platz de Berlim e conta com o patrocnio de diversas entidades alems e com o apoio do Cames, IP.

    No stio do Orangelab escreve-se que lvaro Siza um dos

    arquitetos contemporneos mais importantes da Europa, comtraba-lhos premiados em todo o mundo.Parafraseia-se, ali, a declarao do jri do Prmio Pritzker, da Fundao Hyatt, atribudo em 1992 a Siza Vieira pelo projeto de renovao na zona do Chiado, em Lisboa, dizendo que os edifcios de Siza so um deleite para a mente e os sentidos. Cada linha e cada curva esto colocadas com percia e rmeza. Tendo recebido todos os prmios e distines mundiais que existem para a arquitetura, Siza fornece nesta exposio uma viso

    detalhada sobre a sua imaginao como projetista, com a ajuda de uma seleo dos seus edifcios e projetos mais recentes.

    A exposio aposta em mostrar o processo criativo do arquiteto portugus, em que o desenho ma-nual antecede o computador. Com a caneta, ele desenvolve ideias que analisam formas e desenha situaes espaciais complexas, os modelos apoiam o seu trabalho de desenho. Esta forma de trabalho o ponto de partida da exposio, em que se pode acompanhar as suas tentativas e experimentaes . Atravs das nas linhas dese-nhadas dos seus esboos podemos aproximar-nos da sua compreenso do espao. Os modelos de traba-lho do esta busca sob uma forma plstica. Fotograas selecionadas e planos complementares completam esta apresentao nica, indica o Orangelab.

    A exposio liga tambm Siza, cujos edifcios so caracterizados pelas suas formas atraentes, muitas vezes brancas, grande tradio da arquitetura moderna de formas fortemente plsticas em termos es-culturais de Alvar Aalto, Adolf Loos e Frank Lloyd Wright.

    Por outro lado, refere a apresen-tao da exposio, os edifcios de Siza remetem igualmente para outra grande tradiode Portugal estu-ques, azulejos, mrmore, granito. A referncia mpar e subtil ao local, ao amplo contexto cultural e arquitetnico, aos ambientes espa-ciais s vezes picos determinam a arquitetura de Siza.

    Filmes de cineastas de lngua portuguesa, como o angolano Zz Gamboa, o portugus Joo Pedro Rodrigues ou o brasileiro Marcelo Lordello, deram corpo ao Utopia 4th UK Portuguese Film Festival que, de 27 de novembro a 8 de dezembro, decorreu em 4 salas de Londres.

    O festival de 2013, organizado como os anteriores pela Filmville, com o patrocnio, entre outras enti-dades, da Embaixada de Portugal em Londres e do Cames, IP, teve como tema Cinema, Memria e Paisagem e pretendeu mostrar uma interes-sante mistura de lmes contem-porneos com uma sesso nica especial, em que foi projetado no Barbican Cinema o lme O Cerco (1970), de Antnio da Cunha Telles.

    Os lmes selecionados visa-

    de artstica e cultural da produo de pases como Angola, Portugal, Guin-Bissau e Brasil, escreveram os organizadores do festival.

    Os realizadores Joo Nicolau, Joo Viana, Marcelo Lordello, Salom Lamas e Zz Gamboa participaram em conversas com o pblico depois das projees dos respetivos lmes, que tiveram lugar no Cin Lumire, Barbican Cinema, ICA e Genesis Cinema. O festival tambm apresentou obras da an-golana Pocas Pascoal e do brasileiro Gabriel Mascaro.

    A Filmville, criada em 2007 tem com o objetivo fazer a curadoria e a promoo de eventos cinematogr-cos em torno das culturas portugue-sa e lusfona no Reino Unido.

    ArquiteturaProcesso criativo de Siza em exposio em Berlim

    Reino UnidoCinema em portugus

    Eles Voltam (2012),realizao de Marcelo Lordello

    O Cerco (1970),realizao de Antnio da Cunha Telles

    CORREO. No artigo sobre a Mostra Portuguesa em Espanha, publicado no suplemento Cames, n.197, por uma gralha, foi atribuda indevidamente a nacionalidade espanhola ao especialista portugus Jos Blanco.

    ram apresentar uma narrativa transcultural de conexes surpre-endentes, oferecendo s audincias de Londres a oportunidade de conhecer mais sobre a singularida-

    Reino UnidoLngua Portuguesa identicada como idioma para o futuro

    Um estudo do British Council sobre as prioridades lingusticas do Reino Unido, intitulado Languages for the Future (Lnguas para o Futuro), consagra o portugus como um dos 10 idiomas estrangeiros mais importantes nas prximas duas dcadas.

    Pela primeira vez, a lngua portuguesa integra esta pequena lista das lnguas consideradas vitais num horizonte temporal de 20 anos, partilhando esse estatuto com o espanhol, rabe, francs, mandarim, alemo, italiano, russo, turco e japons.

    No relatrio divulgado em novembro passado, explicita-se

    que esta seleo baseia-se em fatores econmicos, geopolticos, culturais e educacionais, incluindo as necessidades das empresas do Reino Unido no que respeita aos seus negcios com o exterior, as prioridades diplomticas e de segurana e a relevncia na Internet.

    Destacando que o portugus lngua de trabalho da Unio Europeia e tambm utilizado em diversos organismos internacionais, como a Organizao dos Estados Ibero-americanos, Unio Africana, Comunidade para o Desenvolvimento da frica Austral e Unio das Naes sul-americanas, os autores do estudo referem igualmente o facto de a lngua portuguesa ser o 5 idioma mais utilizado na Internet.

    Constituindo a Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP), os oito pases de lngua ocial portuguesa Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal, So Tom e Prncipe e Timor-Leste - ocupam uma superfcie de cerca de 10,8 milhes de quilmetros quadrados e, no seu conjunto, tm aproximadamente 250 milhes de habitantes.

    O relatrio britnico sublinha o dinamismo econmico do Brasil, uma das potncias emergentes mundiais, indicando que as oportunidades para as empresas britnicas naquele pas so imensas. As relaes econmicas entre o Reino Unido e Portugal tambm so referidas no documento, que no faz, no entanto, qualquer referncia ao rpido crescimento econmico de Angola e Moambique.

    Estudos recentes tm vindo a indicar que a projeo da lngua portuguesa se deve principalmente ao nmero de falantes de lngua materna, ao nmero de pases de lngua ocial portuguesa, presena e crescimento na Internet, cultura, sobretudo ao nvel da traduo de originais e, desde h alguns anos, cincia, devido a um forte crescimento da produo de artigos em revistas cientcas.

    O relatrio Languages for the Future pode ser consultado em http://www.britishcouncil.org/organisation/publications/languages-future

    Prmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia de 2o13 no foi atribudo

    O Prmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antnio Jos da Silva de 2013, no foi atribudo por ter sido infringid o regulamento do concurso. O texto selecionado Luiz Gama ou O Diabo Coxo, da autoria da brasileira Gabriela Coelho Rabelo Amadeu no respeitou o ponto2.5 do regulamento, em que dito que os textos concorrentes no podero ser divulgados por quaisquer meios, total ou parcialmente, at data da publicao do resultado nal da seleo.

    Num esclarecimento divulgado a 20 de novembro, arma-se que A deciso foi tomada por ter sido provado que houve leitura pblica do texto durante o perodo que antecedeu a reunio dos jurados brasileiros com os portugueses, atravs de videoconferncia realizada no dia 5 de novembro de 2013, quando foi escolhido o texto em questo.

    Considerando os termos do protocolo de parceria celebrado, em 2011, entre a Fundao Nacional de Artes - Funarte e o Cames, Instituto da Cooperao e da Lngua, I.P. di resolvido, de comum acordo, no atribuir neste ano de 2013 o 7 Prmio Luso- Brasileiro de Dramaturgia Antnio Jos da Silva.

    Pelos mesmos motivos, foi igualmente retirada a meno honrosa atribuda ao texto Quando a Noite Cai, do autor portugus Lus Miguel da Silva Lopes.

    Recorde-se que nesta 7 edio integraram o jri portugus os seguintes elementos: o ator Joo Saraiva das Neves, do Teatro Nacional D. Maria II, o professor e encenador Joo Brites, do Teatro O Bando, e a investigadora Ana Rita Martins, do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

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