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Empresário, formado em Tecnolo- gia em Processamento de Dados pela Universidade de Franca, pós-gra- duado em Análise de Sistemas, pela mesma Universidade, e em Gestão Empresarial pela UNIFACEF Franca. Casado com Claudia Regina Motta Martinez, pai de Lucas, Saulo e João Luís. Presidente do Grupo Espírita “Luz e Amor” e recém empossado na presidência da Fundação Espírita Allan Kardec, Mario Arias Martinez é o nosso entrevistado do mês. Suplemento USE Intermunicipal de Franca: Mário, conte-nos um pouco de sua trajetória no Movi- mento Espírita. Mário Arias Martinez: Venho de uma família católica, onde tive minha formação religiosa inicial. Por estu- dar no Pestalozzi desde a primeira série até o colegial tive contato com a Doutrina Espírita, mas sem qualquer participação ativa. Em 1989 comecei a namorar minha esposa Cláudia que era espírita e frequentava o Grupo Espírita Luz e Amor. Assim, come- cei a me interessar pela Doutrina e a convite da Cláudia, começamos a frequentar as reuniões do Evangelho ainda em 1989. Em 1990, iniciamos o COEM e, após o primeiro ciclo, atu- amos como colaboradores do Grupo, o que fizemos por aproximadamente seis anos. Posteriormente, iniciamos o primeiro Estudo Sistematizado da Doutrina de Franca. A ideia foi tra- zida pelo Dr. Rubens Pereira e utili- zamos uma sala cedida pelo Hospital Allan Kardec uma vez que o “Luz e Amor” não tinha espaço em sua sede anterior. Ministramos este curso por aproximadamente oito anos. Atu- almente, participo regularmente de uma reunião mediúnica às segundas, e, aos sábados, do estudo da Revista Espírita. E o Hospital Allan Kardec? Como pretende administrá-lo? Participamos desta última gestão como conselheiro e nosso foco nos últimos dois anos foi a sobrevivência da Fundação que passava por uma crise financeira sem precedentes. Em julho de 2015 a situação estava in- sustentável com uma dívida de mais de um milhão de reais e o convênio do SUS em vias de não ser renovado devido ao sub financiamento. Caso não houvesse nenhum fato novo a Fundação não teria como honrar seus compromissos já no mês de agosto, entrando em uma situação falimen- tar. Porém, em um evento que atribu- ímos em grande parte à intervenção de nossos Patronos Espirituais, José Marques Garcia, José Russo e Dr. Cleomar, nos últimos dias de julho, o procurador Dr. Wesley Miranda Alves, após conhecer o trabalho da Fundação, propôs uma ação em fa- vor do Hospital que foi julgada com urgência, obrigando os três poderes, União, Estado e Prefeitura, a pagarem a diária por paciente, no valor de R$ 102,00 (o valor pago anteriormente era de R$ 42,00). Isso deu condições para que a Fundação honrasse seus compromissos e equilibrasse o passi- Entrevista Mário Arias Martinez vo em menos de um ano. Agora, nos- sa meta, na próxima gestão, é voltar- -nos para a questão operacional do Hospital. Como nossa situação junto ao SUS ainda é indefinida e prevemos muitas dificuldades no futuro no que diz respeito a financiamento público, é fundamental que façamos um pla- nejamento amplo prevendo algumas possibilidades de ajuste na forma de atendimento aos pacientes, serviços prestados e novas abordagens tera- pêuticas, assim teremos um trabalho interno forte que pretendemos reali- zar em conjunto com nossos gestores e colaboradores. Quais são os principais desafios? Nosso principal desafio é definir jun- to à Secretaria de Saúde do Municí- pio qual será nosso papel nos próxi- mos anos. De acordo com a portaria 3.088, de 23/12/2011, em vigor atual- mente, o tratamento de pessoas com sofrimento ou transtorno mental deve ser realizado através de uma Rede Pública, denominada RAPS (Rede de Atenção Psicossocial). Esta rede é formada por CAPS (Centro de Aten- dimento Psicossocial), UA (Unidades de Acolhimento), SRT (Serviço de Residências Terapêuticas) e interna- ção em Hospital Geral. Desta forma, esta lei, também conhecida como Lei Antimanicomial, não prevê mais a existência de hospitais psiquiátri- cos, existindo um movimento amplo promovido pelos agentes de saúde Federais e Estaduais no sentido de fe- char todos os hospitais psiquiátricos do país a exemplo do que podemos observar em Sorocaba, atitude que, muitas vezes, tem gerado uma série de problemas, devido à inexistência da rede proposta pela lei. Teremos en- tão como prioridade buscar um diálo- go franco com a Secretaria de Saúde de Franca, com o objetivo de elaborar um plano de ação que adeque as ne- cessidades de atendimento destes pa- cientes em nossa cidade com as pos- sibilidades e interesses da Prefeitura, após compreendermos qual será nos- so papel neste processo, teremos um grande trabalho interno para ajustar nossas atividades à nova realidade. Qual é a importância do hospital para a comunidade francana? Completaremos em 2017, 95 anos de atividade, e uma entidade com quase um século, atuando com criaturas de- samparadas e em extremo sofrimen- to, que merecem acima de tudo um tratamento humano e digno, ao lon- go deste século foram atendidas pela Fundação pessoas de todas as classes sociais, sempre tratadas com igualda- de e respeito, assim acreditamos tra- tar-se de um patrimônio de nossa ci- dade que merece ser preservado. Do ponto de vista prático, estamos hoje na rede municipal sem médicos psi- quiatras, não temos ainda os instru- mentos da Rede e previstos por lei em funcionamento e, acima de tudo, não acreditamos que pacientes em crises possam ser atendidos em hospitais gerais. São essas as dificuldades fi- nanceiras que se apresentam para os próximos anos e temos aí um cenário a ser analisado com muito cuidado. É necessário que o poder público com- preenda a importância deste Hospital, e que possamos encontrar uma “solu- ção caseira” que preserve sobretudo as pessoas que necessitam dos servi- ços prestados. Fevereiro/2017 - Nº 58 - Ano VI Programa Espírita Sementeira Cristã Rádio Franca do Imperador - 920 kHz - AM

Nº 58 - Instituto de Divulgação Espírita de Franca. · Ministramos este curso por aproximadamente oito anos. Atu-almente, participo regularmente de ... Quais são os principais

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Empresário, formado em Tecnolo-gia em Processamento de Dados pela Universidade de Franca, pós-gra-duado em Análise de Sistemas, pela mesma Universidade, e em Gestão Empresarial pela UNIFACEF Franca. Casado com Claudia Regina Motta Martinez, pai de Lucas, Saulo e João Luís. Presidente do Grupo Espírita “Luz e Amor” e recém empossado na presidência da Fundação Espírita Allan Kardec, Mario Arias Martinez é o nosso entrevistado do mês.

Suplemento USE Intermunicipal de Franca: Mário, conte-nos um pouco de sua trajetória no Movi-mento Espírita.Mário Arias Martinez: Venho de uma família católica, onde tive minha formação religiosa inicial. Por estu-dar no Pestalozzi desde a primeira série até o colegial tive contato com a Doutrina Espírita, mas sem qualquer participação ativa. Em 1989 comecei a namorar minha esposa Cláudia que era espírita e frequentava o Grupo Espírita Luz e Amor. Assim, come-cei a me interessar pela Doutrina e a convite da Cláudia, começamos a

frequentar as reuniões do Evangelho ainda em 1989. Em 1990, iniciamos o COEM e, após o primeiro ciclo, atu-amos como colaboradores do Grupo, o que fizemos por aproximadamente seis anos. Posteriormente, iniciamos o primeiro Estudo Sistematizado da Doutrina de Franca. A ideia foi tra-zida pelo Dr. Rubens Pereira e utili-zamos uma sala cedida pelo Hospital Allan Kardec uma vez que o “Luz e Amor” não tinha espaço em sua sede anterior. Ministramos este curso por aproximadamente oito anos. Atu-almente, participo regularmente de uma reunião mediúnica às segundas, e, aos sábados, do estudo da Revista Espírita.

E o Hospital Allan Kardec? Como pretende administrá-lo? Participamos desta última gestão como conselheiro e nosso foco nos últimos dois anos foi a sobrevivência da Fundação que passava por uma crise financeira sem precedentes. Em julho de 2015 a situação estava in-sustentável com uma dívida de mais de um milhão de reais e o convênio do SUS em vias de não ser renovado devido ao sub financiamento. Caso não houvesse nenhum fato novo a Fundação não teria como honrar seus compromissos já no mês de agosto, entrando em uma situação falimen-tar. Porém, em um evento que atribu-ímos em grande parte à intervenção de nossos Patronos Espirituais, José Marques Garcia, José Russo e Dr. Cleomar, nos últimos dias de julho, o procurador Dr. Wesley Miranda Alves, após conhecer o trabalho da Fundação, propôs uma ação em fa-vor do Hospital que foi julgada com urgência, obrigando os três poderes, União, Estado e Prefeitura, a pagarem a diária por paciente, no valor de R$ 102,00 (o valor pago anteriormente era de R$ 42,00). Isso deu condições para que a Fundação honrasse seus compromissos e equilibrasse o passi-

Entrevista Mário Arias Martinezvo em menos de um ano. Agora, nos-sa meta, na próxima gestão, é voltar--nos para a questão operacional do Hospital. Como nossa situação junto ao SUS ainda é indefinida e prevemos muitas dificuldades no futuro no que diz respeito a financiamento público, é fundamental que façamos um pla-nejamento amplo prevendo algumas possibilidades de ajuste na forma de atendimento aos pacientes, serviços prestados e novas abordagens tera-pêuticas, assim teremos um trabalho interno forte que pretendemos reali-zar em conjunto com nossos gestores e colaboradores.

Quais são os principais desafios? Nosso principal desafio é definir jun-to à Secretaria de Saúde do Municí-pio qual será nosso papel nos próxi-mos anos. De acordo com a portaria 3.088, de 23/12/2011, em vigor atual-mente, o tratamento de pessoas com sofrimento ou transtorno mental deve ser realizado através de uma Rede Pública, denominada RAPS (Rede de Atenção Psicossocial). Esta rede é formada por CAPS (Centro de Aten-dimento Psicossocial), UA (Unidades de Acolhimento), SRT (Serviço de Residências Terapêuticas) e interna-ção em Hospital Geral. Desta forma, esta lei, também conhecida como Lei Antimanicomial, não prevê mais a existência de hospitais psiquiátri-cos, existindo um movimento amplo promovido pelos agentes de saúde Federais e Estaduais no sentido de fe-char todos os hospitais psiquiátricos do país a exemplo do que podemos observar em Sorocaba, atitude que, muitas vezes, tem gerado uma série de problemas, devido à inexistência

da rede proposta pela lei. Teremos en-tão como prioridade buscar um diálo-go franco com a Secretaria de Saúde de Franca, com o objetivo de elaborar um plano de ação que adeque as ne-cessidades de atendimento destes pa-cientes em nossa cidade com as pos-sibilidades e interesses da Prefeitura, após compreendermos qual será nos-so papel neste processo, teremos um grande trabalho interno para ajustar nossas atividades à nova realidade.

Qual é a importância do hospital para a comunidade francana? Completaremos em 2017, 95 anos de atividade, e uma entidade com quase um século, atuando com criaturas de-samparadas e em extremo sofrimen-to, que merecem acima de tudo um tratamento humano e digno, ao lon-go deste século foram atendidas pela Fundação pessoas de todas as classes sociais, sempre tratadas com igualda-de e respeito, assim acreditamos tra-tar-se de um patrimônio de nossa ci-dade que merece ser preservado. Do ponto de vista prático, estamos hoje na rede municipal sem médicos psi-quiatras, não temos ainda os instru-mentos da Rede e previstos por lei em funcionamento e, acima de tudo, não acreditamos que pacientes em crises possam ser atendidos em hospitais gerais. São essas as dificuldades fi-nanceiras que se apresentam para os próximos anos e temos aí um cenário a ser analisado com muito cuidado. É necessário que o poder público com-preenda a importância deste Hospital, e que possamos encontrar uma “solu-ção caseira” que preserve sobretudo as pessoas que necessitam dos servi-ços prestados.

Fevereiro/2017 - Nº 58 - Ano VI

Programa Espírita

Sementeira CristãRádio Franca do Imperador - 920 kHz - AM

Pág. 02 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2017

Pergunta: Pode um médium participar de reuniões mediúnicas em diferentes casas espíritas? – (Ana Clara)

Resposta: Nada impede que um médium participe de reuniões mediúnicas em vários

centros espíritas. Todavia, conforme nos orienta Allan Kardec, a reunião deve se caracterizar pela afinidade entre os participantes, bem como pela superioridade de propósitos. Assim, o médium deve procurar aquelas reuniões com as quais tenha mais afinidade e que se pautem pelas mais elevadas intenções.

Você perguntaFelipe Salomão

Esta seção responde a perguntas dos leitores?Convém, ainda, ressaltar que toda e qualquer reunião mediúnica deve

orientar-se pelas seguras instruções de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec.

Envie sua pergunta: [email protected].

Consulta aos espíritos Orson Peter Carrara - [email protected]

Allan Kardec dedicou todo o capí-tulo XXVI – segunda parte – de O Li-vro dos Médiuns para abordar o tema “Perguntas Que se Podem Dirigir aos Espíritos”. O capítulo é muito rico em informações, ocupando dezenas de

páginas e relacionando aspectos como perguntas sobre o futuro, o passado, interesses morais e materiais, saúde, situação de conhecidos no mundo espiritual, invenções e descobertas e inclusive sobre outros planetas. Além disso, as observações preliminares são valiosas e mesmo sobre pergun-tas simpáticas ou antipáticas a eles, os consultados.

Os itens 286 e 287 do citado capí-tulo são de uma lucidez e atualidade que não podem ser esquecidas, razão pela qual iniciamos nossa abordagem com essas indicações.

Todavia, apesar do embasamento doutrinário do assunto, o objetivo é destacar valiosa orientação transmi-

tida pelo Espírito André Luiz, pelo médium Antonio Baduy Filho, e constante do livro Vivendo o Evange-lho, volume I. A obra foi editada pelo IDE-Araras e consta de dois volumes, ambos comentando os capítulos e tre-chos de O Evangelho Segundo o Es-piritismo.

Baduy, o médium, é muito conhe-cido, é médico e trabalhou muito tem-po ao lado de Chico Xavier, receben-do a primeira mensagem do referido espírito em 1969. Os Espíritos Valé-rium e Hilário Silva também psico-grafaram por Baduy.

E, no volume I, comentando a In-

trodução (os dois volumes comentam todo o citado livro da Codificação), às páginas 31 e 32 da 1ª. edição, en-contramos o título “Consultas Espi-rituais”, com uma única palavra efe-tuando determinada indagação que poderia nos levar a perguntar aos es-píritos sobre nossa condição, situação ou expectativas, e respostas com ape-nas duas palavras em dez situações, há uma conclusão preciosa que cul-mina com o seguinte raciocínio: “(...) consultas inconvenientes aos Espíri-tos quase sempre acabam em respos-tas de Espíritos inconvenientes.”

Um enorme bom senso na respos-

ta! Um discernimento incomparável, afinal, os interesses que movem as perguntas podem ser absolutamente inconvenientes, especialmente depois de termos estudado o citado capítulo de O Livro dos Médiuns, uma vez que o teor das perguntas atrai Espíritos inconvenientes, que se misturam nos ambientes e relacionamentos huma-nos, de vez que o conhecimento da “Escala Espírita”, em O Livro dos Es-píritos, é bem claro (questões 100 a 113) ao demonstrar que o fato do espí-rito estar habitando o mundo espiritu-al e se comunicando não significa, em absoluto, que seja esclarecido ou bon-doso. Podemos estar sendo visitados por espíritos ignorantes ou mal-inten-cionados, que poderão responder aos interesses de nossos questionamentos.

Então, novamente, a prudência é recomendada no velho quesito das consultas espirituais, pois que pergun-tas inconvenientes podem ser respon-didas por espíritos inconvenientes.

Vamos estudar? Assim compreen-demos e não corremos riscos desne-cessários que levam a precipitações, fanatismo ou incompreensões sobre os espíritos em quem buscamos auxí-lio.

A prudência é reco-mendada no velho

quesito das consultas espirituais

Pág. 03Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2017

A USE (União das Sociedades Es-píritas do Estado de São Paulo) está preparando o 17º Congresso Estadual de Espiritismo, que será realizado no período de 23 a 25 de junho de 2017, na cidade de Atibaia, estância turísti-ca conhecida como a “terra das flores e morangos”.

O Congresso comemorará os 70 anos da USE e os 160 anos de O Li-vro dos Espíritos. Para a efeméride, a USE vem realizando uma série de “Rodas de Conversa”, na capital, in-terior e litoral. Verdadeiras Prévias do Congresso, onde membros da Co-missão Organizadora e expositores convidados tem debatido temas de grande importância para o movimen-to espírita.

A Comissão Organizadora do Congresso é formada por membros da Diretoria da USE Estadual, mem-bros do CDE (Conselho Deliberativo Estadual), USE Regional de Campi-nas e líderes espíritas de Atibaia. Os assuntos relacionados a ele são apre-ciados nas reuniões do CDE e CA

União e Unificação em Franca e os 70 anos da história da USEAdolfo de Mendonça Junior

(Conselho de Administração), órgãos colegiados da USE Estadual. O CDE abrange as USEs Distritais, Intermu-nicipais e Municipais e o CA abrange as USEs Regionais.

Da mesma maneira que o 17º Con-gresso Estadual de Espiritismo, vem sendo preparado com antecedência também o 1º Congresso da USE, pre-viamente pensado e organizado. No ano de 1946, sob a liderança de Ed-gard Armond, houve a formação de uma Comissão Central, com a ideia de fomentar no Estado, a criação de um órgão de unificação, para unir os espíritas paulistas e unificar o mo-vimento espírita. A Comissão Cen-tral contava com representantes da União Federativa Paulista, Sinagoga Espírita Nova Jerusalém, Federação Espírita do Estado de São Paulo e a Liga Espírita do Estado de São Pau-lo. Membros dessa Comissão fizeram uma série de contatos e visitas aos centros espíritas da capital, interior e litoral, com o propósito de realizar o 1º Congresso Espírita Estadual. Lí-deres e formadores de opinião foram convidados a disseminar o ideal de união e unificação em suas regiões.

Em Franca, Tomás Novelino, discípulo de Eurípedes Barsanulfo e fundador das Escolas Pestalozzi, foi o escolhido para a tarefa de arregimen-tar os espíritas da cidade e região. Dr. Novelino aceitou de imediato o con-vite e convocou uma reunião para o dia 27 de fevereiro de 1947, uma quinta-feira. A reunião contou com representantes de todos os centros es-píritas da cidade: Centro Espírita Es-perança e Fé; Liga Espírita D’Oeste; Templo Espírita Vicente de Paulo; Centro Espírita Amor e Caridade (Ci-dade Nova); Centro Espírita Amor

e Caridade (Vila Aparecida); Grupo Espírita Luz e Amor; Centro Espírita Santos Pereira; Centro Espírita Amor e Caridade (Vila Chico Júlio); Centro Espírita José do Patrocínio; Centro Espírita Urubatão; Grupo Espírita União, Fé, Esperança e Caridade, Fundação Educandário Pestalozzi e Grêmio Espírita de Franca, entidade que já promovia reuniões e eventos de Unificação na cidade, desde 1943. Entusiastas e representantes das so-ciedades espíritas deliberaram pela criação da USE-Franca e Tomás No-

velino foi aclamado primeiro presi-dente.

A USE Estadual foi criada no am-biente do 1º Congresso Estadual de Espiritismo, no período de 1° a 5 de junho de 1947. Assim, a criação da USE foi aprovada em Franca por una-nimidade três meses antes da criação da USE Estadual. Esta, por sua vez, nasceu em um Congresso e a USE/Franca em uma prévia. Portanto as prévias e congressos da USE têm im-portância relevante nesses 70 anos de união, trabalho e muito amor.

Pág. 04 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Fevereiro 2017

Dia especial“Aberta a doce conversação da noi-te, em torno da Boa Nova, a esposa de Zebedeu perguntou, reverente, dirigindo¬-se a Jesus: ‘Senhor, como se verificará nossa jornada para o Reino Divino?”

(XAVIER, 2010, p.103)

“Qual é o sentido da vida?”, “qual

é o sentido de tudo isso?”, certamen-te já nos deparamos com esses ques-tionamentos em algum ou em muitos momentos da nossa existência terres-tre. E assim como a esposa de Zebe-deu, gostaríamos de resposta precisa que nos indicasse o passo a passo da nossa jornada, um meio mais rápido e, quem sabe, seguro, de atingir o ob-jetivo da nossa existência. Mas, qual é mesmo o objetivo da nossa existên-cia? Quando nos reunimos com ami-gos e companheiros de ideal para os estudos da Doutrina, aprendemos e ensinamos, que somos seres espiritu-ais, vivendo em um mundo material. No entanto, assim que as situações se nos apresentam, lá estamos nós agin-do como se fosse ao contrário.

Na obra psicografada pelo nosso querido Francisco Cândido Xavier, que teve um trecho transcrito no iní-cio deste artigo, “Jesus no Lar”, o Espírito Neio Lúcio narra a resposta de Jesus a esse nosso questionamen-to. Talvez, o mais profundo e inquie-tante. Na narrativa, Jesus nos conta a história de um judeu que vivia em um vale de cegos (todos cegos de nascen-

ça), profundo e escuro. Já habituados à escuridão da furna em que viviam, recebem com desconfiança um irmão iluminado de raça que fala a eles da beleza do Monte Sião, onde o povo escolhido adora o Supremo Pai. Pro-põe então, que os cegos realizem uma rotina de disciplinas para que, assim como ele, possam enxergar e seguir à cidade san-ta para adorar a Deus. Um judeu corajoso e decidido, aplica o que lhe foi aconselhado e, voltando a enxergar, inicia a “Jornada Redentora” rumo ao seu objetivo.

A narrativa cheia de símbolos, de que, em todos os tempos e em quais-quer níveis de entendimento, podem ser interpretadas e absorvidas as mais profundas e importantes lições sobre o que venha a ser o sentido da nossa

existência, foi a base utilizada pelas Mocidades Espíritas de Franca para a realização do Grande Encontro de Fi-nal de Ano, ou, como é popularmente conhecido, GEFA, ocorrido no dia 18 de dezembro de 2016, no Teatro Judas Iscariotes.

O grandioso espe-táculo se concretizou a partir da união de mais de 60 jovens, de várias mocidades da Inter-municipal de Franca, juntamente ao Departa-mento de Mocidade da mesma Intermunicipal,

a qual se dividiu em núcleos de tea-tro, dança, música, cenário, figurino, som, iluminação, recepção, entre ou-tros. Foram três meses de preparação intensa, muitos ensaios e dedicação. Muitos se uniram: “vamos refazer essa parte”, “você precisa de ajuda?”, “vamos trabalhar juntos”.

E o resultado não poderia ter sido diferente: as mais de 300 pessoas que compareceram ao espetáculo sorriam e choravam juntamente com toda a equipe, profundamente emocionadas pela energia e sentimento que trans-bordava em cada ato, em cada música e em cada dança.

Em nome de todas as mocida-des unidas ao DMI/USE Franca e de toda a nossa equipe, agradecemos aos amigos e companheiros de ideal que estiveram e se fizeram presentes nesse lindo espetáculo, encerrando com chave de ouro, mais um ano de trabalho das Mocidades Espíritas de Franca.

E a todos os jovens/amigos/par-ceiros de tantas mocidades da nossa Intermunicipal que estiveram juntos, que se dedicaram, que colocaram amor e amizade em todos os momen-tos desses três meses de preparação, deixamos nossa singela homenagem na canção de Tiago Iorc:

“Se alguém já lhe deu a mão e não pediu mais nada em troca, pense bem, pois é um dia especial; eu sei, não é sempre que a gente encontra alguém que faça bem, que nos leve deste tem-poral; [...] Mas te vejo e sinto o brilho desse olhar, que me aclama e me traz força para encarar tudo...”.

*XAVIER, F. C.; Jesus no lar, ed. São Paulo, FEB, 2010.

Princya Oliveira Diretora do Departamento de Moci-

dades Espíritas Regional Franca

Quando nos reuni-mos com (...) compa-nheiros de ideal, para

os estudos da Dou-trina, aprendemos e

ensinamos