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INEDI – Cursos Profissionalizantes BRASÍLIA – 2011 Técnico em Transações Imobiliárias Noções de Língua Portuguesa MÓDULO 01

Noções de Língua Por tuguesa - inedidf.com.br · Começamos por pontuar sobre noções de texto e as várias formas de entendê-los por achar que “saber ler” é o primeiro

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INEDI – Cursos Profissionalizantes

BRASÍLIA – 2011

Técnico em Transações Imobiliárias

Noções de

Língua PortuguesaMÓDULO 01

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Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização doINEDI – Instituto Nacional de Ensino a DistânciaINEDI – Instituto Nacional de Ensino a DistânciaINEDI – Instituto Nacional de Ensino a DistânciaINEDI – Instituto Nacional de Ensino a DistânciaINEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância

SCS – Qd. 08 Ed. VSCS – Qd. 08 Ed. VSCS – Qd. 08 Ed. VSCS – Qd. 08 Ed. VSCS – Qd. 08 Ed. Venâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DFenâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DFenâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DFenâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DFenâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DFTTTTTelefax: (0XX61) 3321-6614elefax: (0XX61) 3321-6614elefax: (0XX61) 3321-6614elefax: (0XX61) 3321-6614elefax: (0XX61) 3321-6614

CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – TTI

COORDENAÇÃO NACIONALAndré Luiz Bravim – Diretor Administrativo

Antônio Armando Cavalcante Soares – Diretor Secretário

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAMaria Alzira Dalla Bernardina Corassa – Pedagoga

COORDENAÇÃO DIDÁTICA COM ADAPTAÇÃO PARA EADTibério Cesar Bravim – MBA em Ciências da Educação

COORDENAÇÃO DE CONTEÚDORicardo José Vieira de Magalhães Pinto

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO: INEDI/DFAndré Luiz Bravim

Robson dos Santos Souza

PRODUÇÃO EDITORIALLuiz Góes

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPAAlessandro dos Santos

IMPRESSÃO GRÁFICAGráfica e Editora Equipe Ltda

________________, Língua Portuguesa , módulo I, INEDI, Curso deFormação de Técnicos em Transações Imobiliárias, 3 Unidades. Brasília.Disponível em: www.inedidf.com.br. 2011.

Conteúdo: Unidade I: Funções da linguagem; leitura e produção detextos – Unidade II: Textos técnicos – Unidade III: Revisão gramatical– Exercícios.

347.46:145C560m

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Caro Aluno, 

O início de qualquer curso é uma oportunidade repleta de expectativas. Mas umcurso a distância, além disso, impõe ao aluno um comportamento diferente, ensejandomudanças no seu hábito de estudo e na sua rotina diária, porque estará envolvido comuma metodologia de ensino moderna e diferenciada, proporcionando absorção deconhecimentos e preparação para um mercado de trabalho competitivo e dinâmico.

O curso Técnico em Transações Imobiliárias ora iniciado está dividido em novemódulos. Este módulo 01 traz para você a básica disciplina Língua Portuguesa que, divididaem três grandes unidades de estudo, apresenta, dentre outros itens essenciais, um amploestudo da linguagem, noções de textos técnicos, e uma completa revisão gramatical, alémde exercícios de fixação, testes para avaliar seu aprendizado e lista de vocabulário técnicoque, com certeza, será indispensável no seu desempenho profissional.Trata-se, como vocêpode perceber, de uma completa, embora sintética, habilitação no âmbito desseconhecimento tão decisivo para o futuro profissional do mercado imobiliário.

Se o ensino a distância garante maior flexibilidade na rotina de estudos também éverdade que exige do aluno mais responsabilidade. Nós, do INEDI, proporcionamos ascondições didáticas necessárias para que você obtenha êxito em seus estudos, mas o sucessocompleto e definitivo depende do seu esforço pessoal. Colocamos à sua disposição, alémdos módulos impressos, um completo site (www.inedidf.com.br) com salas de aula virtuais,fórum com alunos, tutores e professores, biblioteca virtual e salas para debates específicose orientação de estudos.

Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitiránão só o domínio dos conceitos mais elementares da Língua Portuguesa, além doconhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir osseus objetivos no mercado de imóveis. Além desse módulo, leia outros textos com maioratenção. Você vai gostar e aprender muito.

Boa sorte!

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

INTRODUÇÃO....... ................................................................................................................... 07

UNIDADE I1. COMUNICAÇÃO.................................................................................................................. 11

1.1 – O processo de comunicação e as variantes linguísticas ......................................... 111.2 – Funções da linguagem .............................................................................................. 131.3 – Problemas de comunicação na empresa................................................................. 14

1.3.1. Algumas expressões a evitar ........................................................................... 18

2. TEXTOS: LEITURA E PRODUÇÃO................................................................................ 202.1 – Noção de texto .......................................................................................................... 202.2 – As várias possibilidades de leitura de um texto ..................................................... 212.3 – Adequação vocabular ............................................................................................... 24

2.3.1. Dúvidas quanto ao significado do vocábulo ................................................ 242.3.2. Outras recomendações na escolha dos vocábulos ....................................... 28

2.4 – Os textos e sua tipologia .......................................................................................... 302.5 – Textos publicitários................................................................................................... 33

UNIDADE II3. TEXTO TÉCNICO ................................................................................................................ 39

3.1 – A organização do texto técnico............................................................................... 393.2 – A unidade do parágrafo ........................................................................................... 423.3 – A produção do texto técnico .................................................................................. 44

3.3.1. O texto da carta empresarial .......................................................................... 473.3.1. O planejamento do texto da carta ................................................................. 47

4. ASPECTOS DO TEXTO TÉCNICO ................................................................................. 504.1 – Ofício ......................................................................................................................... 504.2 – Requerimento ............................................................................................................ 51

4.2.1. Modelos de requerimento ............................................................................... 534.3 – Circular....................................................................................................................... 544.4 – Relatório .................................................................................................................... 55

4.4.1. Elementos do relatório ................................................................................... 564.4.2. Técnicas para a elaboração de relatórios....................................................... 574.4.3. Relatório administrativo ................................................................................. 584.4.4. Apresentação de solução de problemas ........................................................ 594.4.5. Enumeração dos fatos ..................................................................................... 594.4.6. Exposição temporal: cronologia dos fatos ................................................... 60

4.5 – Carta.... ....................................................................................................................... 614.5.1. Introduções comuns na correspondência ..................................................... 624.5.2. Fechos de cortesia ............................................................................................ 624.5.3. A elaboração do texto..................................................................................... 62

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4.5.4. Simplificando o texto ...................................................................................... 634.5.5. Estética das cartas comerciais ........................................................................ 63

UNIDADE III5. REVISÃO GRAMATICAL................................................................................................... 67

5.1 – Ortografia .................................................................................................................. 675.1.1. Fonemas e letras ............................................................................................... 67

5.2 – Acentuação ................................................................................................................ 705.2.1. Emprego do hífen ............................................................................................ 705.2.2. Uso da vírgula .................................................................................................. 715.2.3. Uso da crase ..................................................................................................... 73

5.3 – Plural das palavras compostas ................................................................................. 745.4 – Flexão dos adjetivos compostos ............................................................................. 745.5 – Concordância verbal e nominal ............................................................................... 755.6 – Frase – oração – período......................................................................................... 77

5.6.1. Termos essenciais da oração........................................................................... 785.6.2. Tipos de sujeito ................................................................................................ 785.6.3. Oração sem sujeito .......................................................................................... 795.6.2. Tipos de predicado.......................................................................................... 79

5.7 – Correlações frasais .................................................................................................... 80

TESTE SEU CONHECIMENTO ........................................................................................... 83BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 89GABARITO........... ..................................................................................................................... 90

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A língua portuguesa é uma preocupação de vários setores empresari-ais, que desejam ter em sua equipe profissionais experientes e comunicativos.

O conteúdo desta apostila é coletado de vários tópicos presentes noensino médio e que fazem parte também de outros cursos, como base de umaperfeiçoamento no estudo da matéria.

Seria uma meta inalcançável pretender abarcar as minúcias de nossalíngua, mas procuramos esclarecer as dúvidas mais frequentes e colocar ospontos que consideramos sempre presentes no dia-a-dia do profissional domercado imobiliário.

Começamos por pontuar sobre noções de texto e as várias formasde entendê-los por achar que “saber ler” é o primeiro passo para umacomunicação eficiente e livre de equívocos. Assim, esperamos que essaprimeira leitura sirva de incentivo para futuras leituras e consequentesucesso profissional.

Parafraseando Paulo Freire: “A leitura de mundo precede semprea leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leituradaquele”.

Sucesso!

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Unidade

I

Ø Conceituar emissor, receptor, texto;Ø Reconhecer as funções da linguagem;

Ø Reconhecer os requisitos de uma comunicação adequada;Ø Identificar os vários tipos de texto;Ø Reconhecer as características de um texto bem elaborado;Ø Selecionar vocabulário adequado ao desempenho da profissão decorretor, identificando expressões a evitar e expressões de uso reco-mendável;Ø Refletir sobre a importância de uma comunicação clara e correta,em todas as áreas do relacionamento humano.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

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1. COMUNICAÇÃO

1.1 – O PROCESSO DECOMUNICAÇÃO E AS VARIANTESLINGUÍSTICAS

Para entender o processo de comunica-ção, é preciso entender, primeiramente, que aorigem de toda a atividade comunicativa doser humano está na linguagem, ou seja, a ca-pacidade humana de se comunicar por meiode uma língua, que representa um sistema designos convencionais usados pelos membrosde uma mesma comunidade. Ao utilizar os sig-nos que formam a nossa língua, obedecemos acertas regras de organização fornecidas pelaprópria língua. Exemplificando: É perfeita-mente possível antepor ao signo casa o signouma, formando a sequência uma casa; se an-tes do signo casa colocarmos o signo um, nãoestaremos obedecendo às regras de organiza-ção da língua portuguesa.

A linguagem é um processo de comu-nicação de uma mensagem entre dois falantespelo menos: O destinador ou emissor, queemite a mensagem, e aquele a quem a mensa-gem é destinada, ou seja, o receptor ou desti-natário.

A língua falada e a língua escrita sãodois meios de comunicação diferentes; a pri-meira é mais espontânea; a segunda obedece aum sistema mais disciplinado e rígido, uma vezque não conta com a significação paralela damímica e da dicção, presentes na língua falada.

Variantes linguísticas são as variaçõesque ocorrem na língua, motivadas por váriosfatores:

a) gráficos – dão origem ao regionalis-mo, que são expressões ou construçõestípicas de algumas regiões do país;quando essas construções ou expres-sões são muito marcantes, deixa-se defalar em regionalismo e fala-se em di-aletos. Ex.: “O guia turístico do RioGrande do Sul é um baita guia, tchê”;

b) sociais – o português das pessoas es-colarizadas difere daquele empregadopelas pessoas que não têm acesso à es-cola; assim, algumas classes sociais do-minam uma modalidade da língua – alíngua culta – que goza de prestígio erepresenta uma forma de ascensão pro-fissional e social; já o português utiliza-do diariamente pelo povo, sem qual-quer preocupação gramatical é deno-minado língua popular, e objetiva so-mente comunicar informações e expri-mir informações de forma eficaz. Eleé falado principalmente por pessoas debaixa escolaridade, ou mesmoanalfabetas. Trocas como probrema,galfo, malmita , e expressões como“pra nóis fazer”, “ele chamou eu” sãoocorrências frequentes neste tipo de lin-guagem. Ainda socialmente condicio-nadas, existem certas formas de línguadesenvolvidas por alguns grupos, su-jeitas a transformações contínuas, ecompreendidas facilmente por integran-tes de uma comunidade restrita: as gí-rias. Ex.: “Hoje paguei o maior mico,‘mico’ significando ‘vexame’, ‘vergo-nha’, ‘constrangimento”;

c) profissionais – o exercício de algumasatividades requer o domínio das cha-madas línguas técnicas, abundantes emtermos específicos, e restritas ao inter-câmbio de certas categorias profissio-nais, como cientistas, economistas, mé-dicos etc. Entre os economistas, porexemplo, usam-se as expressões viés debaixa ou viés de alta, para a alta ou aqueda dos juros no mercado;

d) situacionais – um mesmo indivíduoemprega diferentes formas da língua emdiferentes situações comunicativas. Seestivermos numa situação de intimida-de (por exemplo, uma conversa comamigos ou parentes), usamos uma lin-

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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guagem mais informal, sem grandespreocupações com a correção grama-tical; esse tipo de linguagem é chama-do de linguagem coloquial ou fami-liar. Em situações mais formais (porexemplo, o discurso numa solenidadede formatura ou em uma missa de séti-mo dia) usamos uma linguagem maiscuidada, procurando obedecer as nor-mas gramaticais; esse tipo de linguagemé chamada língua culta ou norma pa-drão, e é utilizada nos livros didáticos,no ensino escolar, nos manuais etc.

Quando o uso da língua não se restringeàs necessidades práticas do cotidiano comuni-cativo, incorporando preocupações estéticassurge a língua literária, que procura produzirum sentimento estético no leitor, submetendoa escolha e a combinação dos elementos lin-guísticos a atividades criadoras e imaginativas.

Exemplo:

“E a cidade morre. Daqui por diante apenasum bonde, um táxi ou uma conversa de noctí-vagos sacudirá por instantes o ar de morte quebaixou sobre a cidade”

Fernando Sabino, O homem nu, 8ª ed.

Rio de Janeiro: Sabiá, 1969, p.13

a) Volte ao texto e transcreva a melhor defini-ção de “linguagem”.__________________________________________________________________________

b) Pesquise e relacione quais os fatores que in-fluem na variação linguística.__________________________________________________________________________

c) Faça um resumo do que vem a ser “lingua-gem literária”.__________________________________________________________________________

d) Com suas próprias palavras defina o que vema ser “linguagem culta”.__________________________________________________________________________

e) Faça um resumo do você que entende por“linguagem familiar”.__________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

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1.2 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Quando nos comunicamos, essa açãoenvolve seis elementos: o emissor ou reme-tente; a mensagem; o código utilizado; ocanal (meio utilizado para veicular a mensa-gem), o referente (objeto ou situação de quea mensagem trata); e, por fim; o receptorou destinatário.

Cada um desses elementos está estreita-mente ligado às seis funções desempenhadaspela linguagem. As seis funções são:

A - FUNÇÃO REFERENCIAL - Estafunção privilegia justamente o objeto ou si-tuação de que a mensagem trata, ou seja, oreferente, busca transmitir informaçõesobjetivas sobre ele, abstém-se de manifesta-ções pessoais ou persuasivas. É uma funçãopredominante nos textos de caráter científi-co, nos manuais de instrução e nas notíciasveiculadas pelos jornais (textos jornalísticos),nos mapas, enfim, em textos que se propõeminformar o leitor, transmitindo-lhe dados econhecimentos precisos. Ex.: “O batiscafoé composto de duas partes principais: umflutuador, que geralmente tem a forma decasco de navio, cheio de gasolina distribuídaem vários compartimentos, e uma cabina es-férica de aço”.

B - FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMO-TIVA – Esta função centraliza-se no emis-sor, que imprime no texto as marcas de suaatitude pessoal: emoções, opiniões, análises,avaliações. É visível, no texto, a presença (cla-ra ou sutil) do emissor, mesmo em textosaparentemente impessoais, como relatórios,textos de imprensa, ou artigos críticos. Ob-serve-se que os textos que utilizam a funçãoexpressiva obedecem a um projeto, no qualo emissor expõe suas opiniões, fornece ar-gumentos para sustentá-las, procurando per-suadir o receptor da mensagem; as manifes-tações expressivas terminam por tocar asmanifestações conativas (que veremos adi-

ante), mas têm cunho marcadamente pesso-al. Essa função é predominante nas cartaspessoais, nos diários, nas canções sentimen-tais, na poesia confessional, nas resenhas crí-ticas. Ex.: “Quando sinto o perfume de la-vanda, imediatamente me lembro da minhainfância, dos lençóis limpos, da sensação deconforto e proteção que eu tinha ao lado demeus irmãos”.

C - FUNÇÃO CONATIVA – Esta funçãoprivilegia o receptor, utilizando elementosconsistentes para persuadi-lo, seduzi-lo, con-vencê-lo, envolvendo o receptor com os con-teúdos transmitidos, tornando-se evidenteem textos marcados por pronomes de tra-tamento ou da segunda pessoa (você, vocês,Vossa Senhoria; tu, vós), ou pelo uso de cer-tas formas gramaticais, como o imperativoe o vocativo. Essa persuasão pode ser cons-truída de forma sutil ou agressiva. É a fun-ção utilizada nos textos publicitários, nosdiscursos políticos, nos sermões religiososetc. Ex.: “Faça um 21”, “Revista. Todo mun-do lê até durante o expediente. Quem podecomprar revista, pode comprar seu produ-to”, “Seja má. Se você não se contenta comos 5 minutos (se tanto!) regulamentares queele dedica de atenção às mulheres em geral,faça o que elas não fazem”. (Nova, ago. 1996)

D - FUNÇÃO FÁTICA - A função fáticase orienta sobre o canal de comunicação oucontato, buscando verificar e fortalecer a efi-ciência da comunicação, garantindo que ocontato foi estabelecido; inicialmente ela foiutilizada para chamar a atenção por meio de“ruídos” (como psiu, ahn, ei). No caso dostextos escritos, o canal (suporte físico atra-vés do qual a mensagem enviada pelo emis-sor chega ao destinatário) é a própria pági-na, com os sinais gráficos dispostos sobreela; assim, a função fática, para fortalecer suaeficiência, utiliza, nos textos escritos, desdea seleção vocabular, até a disposição gráficadas letras, o tamanho e as cores das mesmas,

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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a repetição sem exageros de certas palavrase expressões, e outros recursos sutis. Ex.:“MITO – A mulher não pode ficar grávi-da enquanto estiver amamentando. VER-DADE – Quando a mulher está amamentandotem a fertilidade diminuída. Mas isso varia muitode pessoa para pessoa. Sem anticoncepcional podeser pá-pum. A mulher que amamenta devese prevenir com camisinha ou minipílu-las.”

E - FUNÇÃO METALINGUÍSTICA –A função metalinguística se volta para os ele-mentos do código, explicando-os, analisan-do-os, definindo-os. Verificamos o uso des-ta função nos dicionários, nos poemas quefalam da própria poesia, nas canções que fa-lam de outras canções, nos textos didáticos,nas análises literárias, e até mesmo em nu-merosas situações cotidianas. Ex.: “O quevocê quer dizer com isso?”, “Aspirar tam-bém significa desejar”, “Língua é um siste-ma de signos convencionais usados pelosmembros de uma mesma comunidade”.

F - FUNÇÃO POÉTICA – A função poé-tica está voltada para a mensagem, utilizan-do recursos de forma e conteúdo que cha-mam a atenção para a própria mensagem,causando, nos leitores, surpresa, “estranha-mento” e prazer estético, num arranjo origi-nal de formas e significado. O texto possuiritmo e sonoridade, desenvolvendo o senti-do figurado das palavras (sentido conotati-vo), passível de diversas interpretações. Nasmensagens poéticas, a organização do códi-go coloca as palavras em primeiro lugar,tornando-as quase um fim em si mesmas, enão um meio de significar outras coisas. Aspalavras valem pelo que elas são, e não peloque elas representam (significam). Os luga-res privilegiados desta função são os textosliterários, mas podemos encontrá-la tambémem slogans publicitários, canções populares,textos de propaganda, provérbios e outrasproduções verbais.

Ex.:

“Meses e meses recolhida e murcha,Sai de casa, liberta-se da estufa,a flor guardada (o guarda-chuva). Agora,cresce na mão pluvial, cresce. Na rua,sustento o caule de uma grande rosanegra, que se abre sobre mim na chuva.”

MOTA, Mauro, Itinerário, 2 ed.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 24.

Considerando as funções discriminadas,até então, é importante procurar, nos textos, afunção predominante, já que os enunciadosapresentam várias funções ao mesmo tempo,inexistindo a exclusividade, ou seja, não en-contramos um texto que apresenta somenteuma função.

1.3 – PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃONA EMPRESA

Pelo estudo das variantes linguísticas edas funções da linguagem, você já pôde obser-var que existem várias formas de linguagemempregadas no ato comunicativo. Na comuni-cação empresarial escrita, deve prevalecer ouso da norma culta, a objetividade, a clareza ea concisão, numa preocupação primordial coma eficácia e a exatidão da comunicação. O tipode redação que passaremos a tratar não se pau-ta pelas normas do estilo literário e da expres-sividade artística, mas pelos indicadores da boaredação administrativa, institucional, jornalís-tica ou didática, de caráter prático e utilitário,tendo como único objetivo produzir uma co-municação eficaz.

Na produção de uma comunicação efi-caz é fundamental a simplicidade dos textoscomunicativos, tornando a linguagem menoscomplexa e mais direta. Na esfera empresari-al, é ponto pacífico que as comunicações ina-dequadas, pretensiosas e prolixas trabalhamcontra o conceito de organização e contra afinalidade última de suas atividades, seja a deprestar serviços, oferecer produtos, seja a de

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

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disciplinar procedimento ou assegurar direitose instruir pessoas.

A redação empresarial eficaz obedece aosseguintes requisitos:

• clareza• concisão• correção• precisão• coerência• concatenação• consistência• propriedade no uso das palavras

Além dos requisitos mencionados acima,objetividade, naturalidade, adequação ao leitor e infor-malidade são pilares da redação eficaz.

Clareza – Consiste na expressão límpi-da do pensamento, tornando o texto inteligí-vel. Como a clareza é requisito básico de todotexto técnico, deve-se evitar a ambiguidade, ouseja, construções que possam gerar equívocosde compreensão.

A ambiguidade decorre geralmente dadificuldade em identificar a que palavra se re-fere um pronome que possui mais de um ante-cedente na terceira pessoa.

Ambíguo – Consiste na expressão quetem (ou pode ter) diferentes sentidos; que des-perta dúvida. O desembargador comunicoua seu assessor que ele seria exonerado.

Claro – O desembargador comunicoua seu assessor a exoneração deste.

Há, ainda, outro tipo de ambiguidade,decorrente da dúvida sobre a que se está sereferindo a oração reduzida.

Ambíguo – Sendo indisciplinado, o che-fe da seção repreendeu o funcionário.

Claro – O chefe da seção repreendeu ofuncionário por ser este indisciplinado.

Outro exemplo de duplicidade de senti-do:

Ambíguo – Atribuíram mérito superiorao nosso trabalho.

Claro – Atribuíram ao nosso trabalhomérito superior.

Nesta oração, a ambiguidade decorre doentendimento de que o mérito atribuído foisuperior ao trabalho executado (1º caso).

Concisão – O redator conciso mostrasobriedade na linguagem, obtendo o máximoefeito comunicativo, com um mínimo de pala-vras, dispensando o supérfluo, as redundânci-as, as repetições desnecessárias, as frases lon-gas, as adjetivações inúteis. Clareza e concisãodevem estar juntas, concorrendo, prioritaria-mente, para a eficiência na redação, reservan-do-se primeiro lugar à clareza. Por outro lado,não convém, certamente, exagerarmos na con-cisão, sob pena de prejudicar a clareza, a inteli-gibilidade da construção.

Prolixo – é o tipo de construção que usapalavras em demasia ao falar ou escrever, quenão sabe sintetizar o pensamento.

Cadastros que estejam voltados para oaperfeiçoamento da técnica de registros sãotudo que precisamos.

Conciso – Precisamos de cadastros vol-tados para o aperfeiçoamento da técnica deregistros.

Redundante – É o tipo de construçãoque insiste nas mesmas idéias, que tem excessode palavras, de expressões.

Para evitar que o episódio se repita, adiretoria baixou medidas que punem a reinci-dência do fato, não permitindo que o mesmoocorra de novo.

Conciso – A diretoria baixou medidaspunitivas para evitar a reincidência do fato.

Correção – As incorreções na linguagemcomprometem o redator e, em consequência, aempresa ou instituição que o emprega, denunci-ando a falta de conhecimento gramatical e des-respeito aos padrões da língua culta. A correção,somada à clareza e à concisão resulta numa reda-ção satisfatória, talvez impecável. A desobedi-ência aos preceitos gramaticais está contida emdois grupos: erros de sintaxe e erros nas palavras.

Erro de sintaxe (erros na estrutura da frase –solecismo).

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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Ex.: Fizemos tudo por si na reunião; conta-mos consigo hoje, na convenção.

Correto: Fizemos tudo por ti na reunião;contamos contigo hoje, na convenção.

Erro nas palavras (erro na estrutura ou no em-prego da palavra).

Ex.: Ele aspira um cargo de chefia.

Correto: Ele aspira a um cargo de chefia.Precisão – Para um texto ser preciso, ele

precisa conter todos os elementos necessáriosà comunicação, respondendo às indagações einteresses eventuais.

Ex.: “Convido Vossa Senhoria a participarda abertura do Primeiro Seminário Regio-nal sobre o uso eficiente de energia no SetorPúblico, a ser realizado em 5 de junho pró-ximo, às 9 horas, no auditório da Escola Na-cional de Administração Pública, localizadano Setor de Áreas Isoladas, nesta capital”.

Coerência – A coerência deve ser en-tendida como unidade do texto. Num textocoerente todas as partes se encaixam de ma-neira complementar, de modo que não hajanada destoante, nada ilógico, nada contraditó-rio. Existe uma solidariedade entre as partesdo texto, possibilitando um bom entendimen-to do mesmo.

Texto incoerente: Embora seu livro sejafundamental para nossos alunos, vamos ado-tá-lo imediatamente em nossa escola.

Texto coerente: Considerando que seulivro é fundamental para nossos alunos, vamosadotá-lo imediatamente em nossa escola.

Concatenação – A concatenação deideias está inserida em um elemento textualchamado coesão. A concatenação é a conexãoque deve existir entre os enunciados de um tex-to, quando organicamente articulados entre si.As relações de sentido de um texto são mani-festadas por uma categoria de palavras deno-minadas conectivos ou elementos de coesão. Dentre

esses elementos de coesão podemos citar as pre-posições (a, de, para, com, por, etc.), as con-junções (que, para que, quando, embora, mas,e, ou, etc.), os pronomes (ele, ela, seu, sua, este,esta, esse, essa, aquele, o qual, que, etc.), osadvérbios (aqui, aí, lá, assim, etc.).

Ex.: “É sabido que a violência nas escolascresce assustadoramente. É sabido, ainda,que não se achou ainda uma solução parao problema. Em vista disso, a sociedadeestá se unindo para tentar modificar essequadro. Para tanto, convoca uma reuniãocom todos os diretores de escolas da redemunicipal”.

Como você viu, no exemplo acima, ossegmentos do texto estão ligados entre si, pormeio de palavras que servem para dar conti-nuidade ao que foi dito anteriormente e acres-centar novos dados.

Consistência – Um texto é consisten-te quando dá informações confiáveis e cor-retas, demonstrando conhecimento do as-sunto e tratando apenas do que é significati-vo para quem o lê.

Ex.: “Comunicamos que, a 7 do corrente,foi instalado o Instituto de Cibernética Jurí-dica, órgão integrante desta Instituição. Sãoobjetivos do novo Instituto estudar as im-plicações sociais da cibernética no campo doDireito e divulgar conhecimentos sobre ossistemas utilizáveis no setor jurídico. Paraisso, o novo órgão entrará em contato como Poder Público, a Universidade, a indústriaespecializada e promoverá cursos, conferên-cias e seminários.”

Propriedade no uso da palavra – Essapropriedade se refere ao uso apropriado dalinguagem, ao cuidado no emprego das pala-vras, evitando cacoetes linguísticos e termossurrados. Na escolha das palavras, devemospreferir a que traduz, com mais precisão, o quequeremos dizer.

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Ex.: Seu depoimento tem relação com o nos-so parecer.

Seria mais apropriado dizer:Seu depoimento confirma nosso parecer.

Ex.: Os maiores de sessenta anos estão in-fensos do pagamento daquele imposto.

A construção correta é:Os maiores de sessenta anos estão isentos

do pagamento daquele imposto.

a) Pesquise e relacione quais os seis elementosenvolvidos na comunicação.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Existem seis funções da linguagem. Quaissão elas?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Se existem seis funções da linguagem, pes-quise e informe qual delas deve prevalecer nacomunicação empresarial.____________________________________________________________________________________

d) Você usará muito a redação empresarial.Para que ela seja eficaz deverá obedecer a quaisprincípios?______________________________________________________________________________________________________________________________

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1.3.1. Algumas expressões a evitar e ex-pressões de uso recomendável

O sentido das palavras liga-se intimamen-te à tradição e ao contexto de seu uso. Assim,alguns vocábulos e expressões (locuções), porseu emprego continuado com determinadosentido, passam a ser usadas sempre em talcontexto e com tal forma, que se tornam “ex-pressões de uso consagrado”. Não obstante, alinguagem dos textos técnicos deve pautar-se,sempre, pelo padrão culto formal da língua,não devendo constar desses textos coloquia-lismos ou expressões de uso restrito a deter-minados grupos, o que acabaria por compro-meter a compreensão por parte dos leitores.

A seguir, apresentamos uma pequena lis-ta de expressões cujo uso ou repetição deveser evitado, indicando com que sentido devemser empregadas, e sugerindo alternativas parapalavras que são costumeiramente usadas emexcesso:

À medida que/ na medida em queÀ medida que (locução proporcional) – à pro-porção que, ao passo que, conforme: Ospreços deveriam diminuir à medida que di-minui a procura. Na medida em que (locuçãocausal) – uma vez que, pelo fato de que: Namedida em que se esgotaram todas as possi-bilidades de acordo, o processo foi litigio-so. Evite: na medida que...

Ambos/ todos os doisAmbos significa ‘os dois’ ou ‘um e outro’.Evite as expressões pleonásticas como am-bos dois, ambos os dois, ambos a dois. Quandoquiser enfatizar a dualidade, empregue to-dos os dois: Todos os dois assessores entregaram osrelatórios exigidos.

Anexo/ em anexoO adjetivo anexo concorda em gênero e nú-mero com o substantivo a que se refere:Encaminho as atas anexas./Dirigimos os ane-xos projetos ao diretor de arte. A locução

adverbial em anexo é invariável: Encaminhoas minutas em anexo. Empregue também con-juntamente, juntamente com.

AssimUse após a apresentação de uma propostaou situação, fazendo uma ligação com a ideiaseguinte. Use os substitutos: dessa forma, dessemodo, ante o exposto, diante disso, consequentemen-te, por conseguinte, assim sendo, em face disso, faceao exposto, em vista disso.

Bem comoEvite a repetição, alternando com e, como (tam-bém), igualmente, da mesma forma.

Ao nível de/em nível deA locução ao nível significa ‘a mesma alturade’: Fortaleza localiza-se ao nível do mar. Eviteseu uso com o sentido de em nível, com re-lação a, no que se refere a. Em nível significa‘nessa instância’: Em nível político, será difícilchegar-se a um acordo entre os parlamentares.A nível de constitui modismo, devendoser evitado.

Devido aEvite a repetição; pode ser substituído porem virtude de, graças a, por causa de, em razão de,provocado por.

Desse ponto de vistaEvite repetir, e empregue também sob esteângulo, sob este aspecto/ por este prisma, desse modo,destarte, assim.

DirigirQuando empregado com o sentido de enca-minhar, alterne com transmitir, endereçar, man-dar, encaminhar, remeter, enviar.

No sentido deUtilize também com vistas a, a fim de, com ofito (finalidade, objetivo, intuito, fim) de, com afinalidade de, tendo em vista ou tendo em mira,tendo por fim.

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InformarUse as variações comunicar, avisar, noticiar, par-ticipar, levar ao conhecimento, dar conhecimento,instruir.

Em face deSempre que a expressão em face de equivalera diante de é preferível a regência com a pre-posição de; evite, assim, face a, frente a.

Relativo aEmpregue também referente a, concernente a,tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeitoa, que trata de, que respeita.

OndeComo pronome relativo significa ‘emque’ (lugar): A cidade onde nasceu./ Opaís onde viveu. Evite, então, constru-ções como “a lei onde é fixada a penali-dade” ou “a reunião onde o assunto foidiscutido”. Nesses casos, faça a substi-tuição, empregando em que, na qual, noqual, nas quais, nos quais. O correto é: Areunião na qual o assunto foi discutido./A lei na qual é fixada a penalidade.

RessaltarVarie com destacar, sublinhar, frisar, salientar,relevar, distinguir, sobressair.

NemConjunção aditiva que significa ‘e não’ e‘tampouco ’ , dispensando, portanto, aconjunção e: Não foram feitos reparos àproposta de comercialização da soja,nem à nova proposta de pagamento.Evite, ainda, a dupla negação não nem,nem tampouco. Ex: Não pôde encaminharos relatórios no prazo, nem não tevetempo para revisá-los.

EnquantoConjunção proporcional equivalente a aopasso que, à medida que. Evite empregar a cons-trução enquanto que, usada coloquialmente.

a) Caro aluno. A pesquisa enriquece o seu vo-cabulário. Procure no dicionário as diferençasentre as expressões “a par de” e “ao par de”________________________________________________________________________

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2. TEXTOS: LEITURA EPRODUÇÃO

2.1 – NOÇÃO DE TEXTO

Sem nenhuma dúvida, a palavra texto é fa-miliar a qualquer estudante de primeiro e segun-do graus, aparecendo frequentemente no lingua-jar cotidiano, tanto dentro da escola quanto foradela. Embora escutemos com frequência as ex-pressões “texto bem elaborado”, “o texto da-quela peça é ruim”, “o texto não está suficiente-mente claro”, é necessário que se façam duas con-siderações fundamentais sobre a natureza do texto,partindo da questão: o que é um texto, afinal?

A primeira consideração feita é a de queum texto não se resume a amontoado de fra-ses, mas a um bloco significativo, constituídopor várias unidades linguísticas menores¸ quesó são entendidas dentro do contexto no qualestão inseridas. O termo contexto se refere auma unidade linguística maior onde se encaixauma unidade linguística menor.

Ex.: A nossa cozinheira está sem paladar.Para entender o sentido exato deste tex-

to minúsculo, é preciso considerar o contexto,ou situação concreta, em que ele foi produzi-do. Dito durante o jantar, após experimentarum bife, esse texto pode significar que o bifeestá sem sal; dito em um consultório médicopode significar que a empregada está acometi-da de alguma doença. Se eu digo ou escrevo aseguinte frase: “A estátua que desabou ao vivo”,ela será incompreensível, desprovida de senti-do. Considere, agora o seguinte parágrafo:

“Símbolo da queda de Sadam Husseinna manhã do dia 9 de março, a estátua que desa-bou ao vivo, via satélite, de Bagdá para o mundo,pode ser de um sósia do ditador”. Inserida noparágrafo, a frase adquire sentido, por estardentro de um contexto.

Como peças de um quebra-cabeça, cons-tatamos que a frase encaixa-se no contexto doparágrafo, o parágrafo encaixa-se no contextodo capítulo, o capítulo encaixa-se no contextoda obra toda.

A segunda consideração é a de que todotexto contém um pronunciamento dentro deum debate de escala mais ampla. Assim, aoconstruir um texto, o autor quer, através dele,marcar uma posição ou participar de um de-bate de escala mais ampla, mesmo que aparen-te total neutralidade.

“...um jovem de 25 anos chamado John Hin-ckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas,no Texas, preencheu um formulário do gover-no com endereço falso e, poucos minutos depois,saiu com um Saturday Nigth Special – nomecriado na década de sessenta para designar umrevólver pequeno, barato e de baixa qualida-de. Foi com essa arma que Hinckley, no dia30 de março de 1981, acertou uma bala nopulmão do presidente Ronald Reagan e outrana cabeça de seu porta-voz, James Brady. Re-agan recuperou-se totalmente, mas Brady des-de então está preso a uma cadeira de rodas...”

Embora o autor de um texto jornalísti-co se preocupe apenas em transmitir os fatosde maneira neutra, impessoal (lembra-se dafunção referencial?), existe, seguramente, portrás do exemplo escolhido, um pronunciamen-to contra o risco da venda indiscriminada dearmas. Qualquer texto, por mais neutro quepareça, manifesta sempre um posicionamentofrente a uma questão qualquer posta em deba-te (no caso em questão, a venda indiscrimina-da de armas).

a) Volte ao texto e relacione quais as duas prin-cipais observações que se pode fazer a respei-to de um texto.________________________________________________________________________________________________________________________________________

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b) Qual o significado da palavra “sósia”? Dêsinônimos.____________________________________________________________________

2.2 – AS VÁRIAS POSSIBILIDADES DELEITURA DE UM TEXTO

Um texto, quando lido de maneira frag-mentária, pode parecer um aglomerado denoções desconexas, ao qual o leitor pode atri-buir o sentido que quiser. As interpretaçõesde textos, entretanto, são limitadas pela co-nexão, pela coerência entre seus vários ele-mentos. A coerência é garantida, sobretudopela reiteração, a repetição ao longo do dis-curso.

Para perceber a reiteração (repetição,renovação), devemos percorrer os textos in-teiros, tentando localizar todas as recorrênci-as, ou seja, todas as figuras e temas (assuntos)que conduzem a um mesmo significado.

Alguns textos permitem mais de uma lei-tura, e as mesmas figuras podem ser interpre-tadas segundo mais de um plano de leitura.

Para exemplificar, analisaremos o seguin-te poema:

Retrato1 Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,nem estes olhos tão vazios,nem o lábio amargo.

5 Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.Eu não dei por esta mudança,

10 tão simples, tão certa, tão fácil:Em que espelho ficou perdidaminha face?

Cecília Meireles: poesia. Por Darcy Damasceno,

Rio de Janeiro, Agir, 1974., p. 19 – 20

A autora, nos versos 1 e 9, ao dizer quenão tinha este rosto e estas mãos com as carac-terísticas do momento presente, faz pressuporque ela os tinha com características opostas, nopassado.

No verso 9, quando ela diz: “Eu não deipor esta mudança”, define dois planos distin-

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tos: um do passado, outro, do presente, am-bos com características opostas entre si.

Significados que remetem passadoao presente (explicitamente)Eu não tinha este rosto de hojeassim calmo, assim tristeassim magronem estes olhos tão vaziosnem o lábio amargo

Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas, e frias, e mortaseu não tinha este coraçãoque nem se mostra

Significados que remetem presenteao passado (implicitamente)Eu tinha aquele rosto de outroratão irrequieto, tão alegretão cheioe olhos tão expressivose o lábio doce

eu tinha aquelas mãos enérgicasvivas, e cálidas, e dinâmicas,eu tinha outro coraçãoque se manifestava

As figuras do eixo 1 agrupam-se em fun-ção do significado das coisas estáticas, enquantoque as figuras do eixo 2, em contraponto, expres-sam dinamismo e posse da vitalidade plena.

Ao dizer “Eu não dei por esta mudan-ça”, a poetisa expressa sua perplexidade diantedela, diante do contraste entre o que ela era eno que se tornou.

Agrupando as figuras a partir de um ele-mento significativo, estamos perto de depreen-der o tema do texto. No poema em questão, po-demos dizer que o tema (o assunto do poema) éa decepção da consciência súbita e inevitável dapassagem do tempo, do envelhecimento.

Paralelamente aos indicadores do enve-lhecimento físico, indicado por palavras comomagro, frias, mortas, outras figuras como triste,

amargo, que nem se mostra, nos levam a entenderque o envelhecimento físico foi acompanhadopela perda da energia, do entusiasmo, da ale-gria de viver.

O poema permite, então, duas leituras:o desgaste material das coisas com o passardos anos, e o desgaste psíquico, a perda de ilu-sões do ser humano com o passar do tempo.

Não podemos, entretanto, dizer que umtexto, ao implicar várias leituras, possa admitirque qualquer interpretação seja correta nem queo leitor possa dar ao texto o sentido que lheaprouver.

Para impedir que a interpretação sejapura invenção do leitor, contamos com os in-dicadores das várias possibilidades de leituraque o texto admite; podemos observar, então,que no interior do texto aparecem figuras outemas que têm mais de um significado, e queapontam para mais de um plano de leitura,como no caso do poema examinado, em queos estados da alma (triste, amargo) possibilita-ram concluir que o tema poderia ser tambémo envelhecimento psíquico (a desilusão, a amar-gura) da autora. Esses temas e figuras que apon-tam para mais de uma possibilidade de leiturasão chamados relacionadores.

Quando existem, no texto, outros termosque não direcionam para um certo plano deleitura há o que chamamos de desencadeadores deoutro plano de leitura, como se comprova pelaleitura desta fábula:

O útil e o belo

Parou um veado à beira do rio, mirando-seno espelho das águas. E refletiu:

Bem malfeito de corpo que sou! A cabeça élinda, como estes formosos chifres que todos osanimais invejam. Mas as pernas... Muito fi-nas, muito compridas. A natureza foi injustacomigo. Antes me desse menos pernas e maisgalharada na cabeça. Que lindo diadema se-ria. Com que orgulho eu passearia pelos bos-ques ostentando um enfeite único em toda ani-malidade!...

EIX

O 1

EIX

O 2

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Neste ponto interrompe-se o latido dos vea-deiros, valentes cães de caça que lhe vinham napista, como relâmpagos.

O veado dispara, foge a toda e embrenha-sena floresta. E enquanto corria pôde verificarquão sábia fora a natureza, dando-lhe maispernas do que chifres, porque estes, com toda asua formosura, só serviam para enroscar-se noscipós e atrapalhar-lhe a fuga; e aquelas, ape-sar de toda feiura, constituíam a sua única se-gurança. E mudou de ideia, convencido de queantes mil pernas finas, mas velocíssimas, doque formosa, mas inútil galhaça.

Com a leitura desta fábula, o leitor res-ponderia sem hesitar que se trata de uma his-tória de homens, e não de animais. Como oleitor chegou a essa conclusão? Pelos elemen-tos desencadeadores dessa possibilidade de leitu-ra. E quais são esses elementos desencadeado-res? Ora, são os sentimentos, próprios do serhumano, que aparecem no texto, como a insa-tisfação e a vaidade. A reiteração do traço se-mântico (de significado) humano nos obriga aler a fábula como uma história de gente. Noplano humano, o veado não é o veado, massim, homem insatisfeito, para quem “a gramado vizinho é sempre mais verde”, e que, sem-pre desejando o que não tem, quer possuir algoque o diferencie dos demais, como o diademade galhos. No início da leitura, o termo veadopropõe a leitura do texto como uma históriade bichos. À medida que vamos lendo o texto,identificamos elementos que contêm traçoshumanos, que não permitem que se leia o tex-to como uma história de animais, pois desenca-deiam um novo plano de leitura, passando afábula a ser lida como uma história de homens.

Os textos publicitários também podemusar elementos desencadeadores de outro planode leitura, como neste anúncio:

OS TUBARÕES DO ORÇAMENTO,OS ELEFANTES DAS ESTATAIS,AS COBRAS DA INFORMÁTICA,AS ZEBRAS DO FUTEBOL,

AS GATAS DA MODAE OS DINOSSAUROS DO ROCK.PARA LIDAR COM TODOS ESTESBICHOS,SÓ COMEÇANDO COMO FOCA.

Ao fazer uma homenagem aos jornalis-tas, que muitas vezes iniciam suas carreirascomo “focas” (jornalista novato) o Grupo Pãode Açúcar utilizou categorias profissionais paradesencadear o plano de leitura como um textoque fala de seres humanos.

Conquanto tenhamos usado textos literá-rios e publicitários para ilustrar este tópico, éimportante salientar que um mesmo texto podeser lido de várias formas, por várias leituras, poiso significado que cada um atribui àquilo que lêdepende de um conhecimento prévio que o lei-tor tenha sobre aquele assunto. O conhecimen-to prévio do leitor sobre o assunto fará comque ele estabeleça uma relação com outros tex-tos, perceba outros significados ocultos nas en-trelinhas. Por exemplo, se eu leio um texto deum autor que já conheço, isso me permite esta-belecer uma relação entre aquele texto e outrosjá lidos, o que me permitirá uma compreensãoplena do texto. Se eu leio um texto sobre quími-ca e não tenho nenhum conhecimento préviosobre aquele assunto, minha leitura do texto nãoserá idêntica a de um professor de química, quepossui um vasto conhecimento anterior sobreo assunto. Mesmo um simples classificado dejornal pode ser lido de diferentes maneiras, con-forme o leitor que o lê, pois os desejos, inten-ções, possibilidades de cada um, influem na for-ma como ele fará a leitura do texto.

a) Depois de estudar estes itens, escreva resu-midamente a forma como você lê um texto,normalmente.___________________________________

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b) Vamos outra vez ao dicionário para saber-mos a definição de “retórica”.______________________________________________________________________

c) Pense um pouco e registre porque Jesus fala-va por “parábolas”, sem usar o significado di-reto das palavras?______________________________________________________________________

2.3 – ADEQUAÇÃO VOCABULAR

Na comunicação cotidiana, quando em-pregamos os vocábulos que constituem o nos-so repertório, estamos refletindo nossa visãode mundo, nossas experiências diversas. O do-mínio do vocabulário varia de pessoa para pes-soa, e é através dessa troca que adquirimos no-vas experiências e novos vocábulos, redefinin-do nosso vocabulário.

Quando contamos com um vocabuláriovasto, compreendemos melhor o que se passaa nossa volta, melhorando nosso desempenhoe adequação no processo comunicativo.

O conhecimento do significado dos vocá-bulos garante uma parte essencial do entendimentoentre as pessoas. No entanto, para haver comuni-cação, é necessário que o repertório vocabular sejacomum entre os falantes. As dificuldades no pro-cesso comunicativo acontecem devido ao fato deque o sentido dos vocábulos está relacionado ainúmeros fatores – sociais, profissionais, de região,de escolaridade, de idade – culturais, enfim. Des-se modo, cada grupo de pessoas apresenta umvocabulário próprio, que pode coincidir, ou não,com o de outro grupo. O vocabulário usado noâmbito profissional, nos grupos desportivos, re-ligiosos e políticos permite uma especificidademuitas vezes desejada ou necessária. Esse voca-bulário é entendido por vezes somente por aque-les que fazem parte do grupo (lembra-se das lín-guas técnicas?). Mas, à medida que vamos apren-dendo o que esses termos específicos significam,eles passam a fazer parte do nosso vocabulário,incorporando-se ao nosso cotidiano.

Neste tópico, procuraremos demonstrarque a adequação vocabular é de grande impor-tância para a compreensão de qualquer texto,caracterizando o vocabulário de uso genéricoe de uso específico.

2.3.1. Dúvidas quanto ao significado dovocábulo

Muitas vezes temos dúvidas ao nos de-pararmos com vocábulos distintos, mas com

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grafia e pronúncia semelhantes ou iguais. É casodos fenômenos denominados homonímia ouparonímia.

A homonímia é a designação geralpara os casos em que palavras de sentidos di-ferentes têm a mesma grafia. Manga, porexemplo.A paromínia designa o fenômeno que ocorrecom palavras semelhantes (não idênticas) quan-to à grafia ou à pronúncia, como entre descrição(ato de descrever) e discrição (qualidade do queé discreto), ratificar (confirmar) e retificar(corrigir).

Como o nosso objetivo é trabalhar prin-cipalmente com a redação técnica, a lista abai-xo vai ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas quan-to à grafia e ao sentido das palavras, para quevocê passe a usá-las com propriedade.

Absolver - relevar da culpa imputada, inocen-tar: O réu foi absolvido.Absorver - esgotar, embeber em si: A água dachuva foi absorvida pelo solo.

Ascender - elevar-se, subir: Aquele homem as-cendeu socialmente.Acender - atear (fogo), inflamar.

Acento - sinal gráfico; inflexão vocal: Esta pa-lavra não tem acento.Assento - banco, lugar: Ele tomou assento aomeu lado.

Acerca de - sobre, a respeito de: No discurso, odeputado falou acerca de seu projeto habitacional.A cerca de - a uma distância aproximada de: Acreche fica a cerca de vinte metros do prédio principal.Há cerca de - faz aproximadamente (tantotempo): Há cerca de dois anos, nos deparamos comum caso semelhante; existem aproximadamente:Há cerca de mil títulos na biblioteca do colégio.

Acidente - acontecimento casual, desastre: Ademissão foi um acidente na sua vida profissional. Atempestade provocou vários acidentes.

Incidente - episódio; que incide, que ocorre:O incidente da demissão já foi superado.Adotar - escolher, preferir; assumir; pôr emprática.Dotar - dar em doação, beneficiar: Ele o dotoucom aplicações em títulos do governo.

Afim - que apresenta afinidade, semelhança,relação (de parentesco): Se o assunto era afim, porque não foi colocado no mesmo capítulo?A fim de - para, com a finalidade de: O projetofoi encaminhado com muita antecedência a fim de per-mitir um exame minucioso.

Aleatório - casual, fortuito, acidental.Alheatório - alienante, que desvia ou perturba.

Ante - (preposição): diante de, perante: Antetal fato, devemos repensar nossa metodologia de ensi-no.Ante - (prefixo): expressa anterioridade: ante-por, antever, anteprojeto, antediluviano.Anti - (prefixo): expressa contrariedade, opo-sição: Aquele rapaz é anticomunista.

Ao encontro de - para junto de; favorável a :Ele foi ao encontro de seus amigos./ O plano de car-reira foi ao encontro das necessidades dos funcionários.De encontro a - contra; em prejuízo de: O veícu-lo foi de encontro ao muro./ O governo não apoiou a me-dida, pois vinha de encontro aos interesses dos partidos.

Ao invés de - ao contrário de: Ao invés de demi-tir dez funcionários, a empresa contratou mais trinta.(é inaceitável o cruzamento “ao invés de”)Em vez de - em lugar de: Em vez de demitir dezfuncionários, a empresa demitiu quarenta.

Evocar - lembrar, invocar: Evocou na palestra oinício de sua carreira.Invocar - pedir (a ajuda de); chamar, proferir:Para alcançar seus objetivos, ele invocou a ajuda de Deus.

Cassar - tornar nulo ou sem efeito, suspender,invalidar: O mandato do deputado foi cassado.

hom

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Caçar - procurar, perseguir, procurar, apa-nhar (geralmente animais): Ele participou da caçaà raposa.

Casual - aleatório, fortuito, ocasional: O encon-tro dos dois foi casual.Causal - relativo à causa, causativo.

Cavaleiro - que anda a cavalo.Cavalheiro - indivíduo distinto, gentil,nobre.

Censo - alistamento, recenseamento,contagem.Senso - entendimento, juízo, tino: Ele possui bomsenso para solucionar os problemas que surgem.

Cerrar - fechar, encerrar, unir, juntar: Asjanelas estavam cerradas.Serrar - cortar com a serra, separar, dividir.

Cessão - ato de ceder: O documento de cessão deterras foi lavrado em cartório.Seção - subdivisão de um todo, setor, re-partição, divisão: Em qual seção do tribunal eletrabalha?Sessão - espaço de tempo que dura uma reu-nião, um congresso, reunião, espaço de tempodurante o qual se realiza uma tarefa: A próximasessão de cinema será às 14 horas.

Chá - infusão.Xá - antigo soberano persa.

Comprimento - medida, tamanho, extensão.Cumprimento - saudação.

Concerto - acerto, composição, harmo-nização: O concerto de Guarnieri foi muitoaplaudido.Conserto - reparo, remendo, restauração: Al-guns defeitos físicos não têm conserto.

Cozer - cozinhar, preparar.Coser - costurar, ligar, unir.

Descrição - ato de descrever, representação,definição.Discrição - discernimento, reserva, prudên-cia, recato.Despensa - local em que se guardam manti-mentos, depósito de provisões.Dispensa - licença ou permissão para deixar defazer algo a que se estava obrigado; demissão.

Despercebido - que não foi notado, para oque não se atentou: Apesar de sua importância, afala do ministro passou despercebida.Desapercebido - desprevenido, desacautela-do: Ele embarcou totalmente desapercebido dos desa-fios que lhe aguardavam.

Emergir - vir à tona, manifestar-se.Imergir - mergulhar, entrar, afundar (submergir)

Emigrar - deixar o país para residir em outro.Imigrar - entrar em um país estrangeiro paranele viver.

Eminente (eminência) - alto, elevado, sublime.Iminente (iminência) - que está prestes aacontecer, pendente, próximo.

Emitir (emissão) - produzir, expedir, publicar.Imitir (imissão) - fazer entrar, introduzir,investir.

Empoçar - reter em poço ou poça, formar poça.Empossar - dar posse à, tomar posse, apode-rar-se: O ministro será empossado no cargo, na pró-xima segunda-feira.

Espiar - espreitar, observar secretamente,olhar.Expiar - cumprir pena, pagar, purgar.

Flagrante - diz-se do ato que a pessoa é sur-preendida a praticar: O bandido foi preso em fla-grante quando furtava.Fragrante - que tem fragrância ou perfume;cheiroso.

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Induzir - causar, sugerir, aconselhar, levar a: Oréu declarou que havia sido induzido a praticar o crime.Aduzir - expor, apresentar: A defesa, então, adu-ziu novas provas em contrário.

Inflação - ato ou efeito de inflar, emissão exage-rada de moeda, aumento persistente de preços.Infração - ato ou efeito de infringir ou violaruma norma.

Infligir - cominar, aplicar (pena, repreensão,castigo): O juiz infligiu uma pena leve ao réu, queera primário.Infringir - transgredir, violar, desrespeitar (lei,regulamento etc.): O motorista infringiu as leis detrânsito.

Mandado - ato de mandar, ordem escrita ex-pedida por autoridade judicial ou administra-tiva: mandado de segurança, mandado de prisão etc.Mandato - autorização que alguém confere aoutrem para praticar atos em seu nome; dele-gação, procuração: A duração do mandato do de-putado é de dois anos.

Pós (prefixo) - posterior a, que sucede, após:pós-moderno, pós-operatório.Pré (prefixo) - anterior a, que precede, à fren-te de, antes de: pré-primário, pré-modernista.Pró (advérbio) - em favor de, em defesa de:Meu parecer foi pró-eleições diretas.

Recrear - proporcionar recreio, divertir, alegrar.Recriar - criar de novo.

Repressão - ato de reprimir, contenção,proibição.Repreensão - ato de repreender, admoesta-ção enérgica, advertência: O aluno foi repreendidopelo professor.

Subentender - perceber o que não estava ex-posto claramente.Subtender - estender por baixo.

Sustar - parar, interromper, suspender: O che-que foi sustado.Suster - sustentar, manter; fazer parar, deter.Taxa - imposto, multa, tributo.Tacha - prego pequeno; mancha; defeito.Tachar - censurar, qualificar: O rapaz foi tacha-do de subversivo.Taxar - fixar a taxa de, regular, regrar: O im-posto sobre mercadorias foi taxado em 2%.Tráfego - trânsito de veículos, percurso,transporte.Tráfico - negócio i l íc i to, comércio,negociação.Trás - atrás, detrás, em seguida, após (cf. emlocuções: detrás, por trás)Traz - 3ª pessoa do singular do presente doindicativo do verbo trazer.Vestiário - guarda-roupa; local em que se tro-cam roupas.Vestuário - as roupas que se vestem; traje.Vultoso - de grande vulto, volumoso: Ele pe-diu uma quantia vultosa para fazer a perícia técnica.

Vultuoso - atacado de vultuosidade (conges-tão da face)a) Veja quantas palavras parecem ter o mesmosignificado. Para ficar gravado na memória,pesquise e escreva abaixo o que significa “ho-nomínia”.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Repita o trabalho para gravar o que é “pa-romínia”.________________________________________________________________________

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2.3.2. Outras recomendações na escolha dosvocábulos

Na elaboração de um texto técnico, pre-valecem alguns cuidados no uso dos vocábu-los. Não se devem utilizar palavras de difícilcompreensão, mas também não se pode per-mitir que a língua falada interfira na língua escrita,que são dois meios de comunicação diferen-tes. A língua falada é mais solta, acompanhadade mímica e de entonação, elementos que, na-turalmente, não aparecem na língua escrita. Jus-tamente por isso devemos utilizar termos cla-ros, evitando cacoetes de linguagem, chavõese cacófatos, sob pena de empobrecer a reda-ção. O uso da língua culta é obrigatório nostextos de que tratamos. Além desses cuidados,devemos atentar, também, para o significadocorreto dos vocábulos, de modo a não ocor-rer em deturpação de sentido do que quere-mos dizer.

A seguir, apresentamos alguns vocábu-los que podem ser utilizados livremente, e ou-tros, cujo uso convém ser evitado em algumassituações:

Admitir - não utilize como sinônimo de di-zer, declarar ou afirmar. Admitir significa acei-tar ou reconhecer fato em geral negativo: Oministro admitiu que a inflação pode voltar.

Advérbio - evite começar períodos comadvérbios formados com o sufixo mente: Cu-riosamente, o PT venceu as eleições. É melhor es-crever: Ao contrário do que previam as pesquisas,o PT venceu as eleições.

Alegar - Significa aceitar como prova, explicar edesculpar-se. O aluno alegou que não fez a tarefaporque estava doente.

Além disso, além do que - melhor evitar.Geralmente pode ser substituído por e oupor um ponto. O artista fez exigências descabi-das, pedindo diariamente dois litros de uísque im-portado. Além disso, exigiu que todas as toalhas

fossem de linho egípcio. É melhor escrever: Oartista fez exigências descabidas, pedindo diariamen-te dois litros de uísque importado e toalhas de linhoegípcio.

Ambiente/meio ambiente - Prefira ambi-ente ao pleonasmo meio-ambiente.

Ano - sempre escreva sem ponto de milhar.Ex: 1998

Bimensal - para qualificar algo que aconte-ce duas vezes por mês, empregue quinzenal.Não confunda com bimestral, que significauma vez a cada dois meses.

Cacófato - Mesmo que os textos não sejamlidos em voz alta, evite a ocorrência de sonsdesagradáveis formados pela união das síla-bas finais de uma palavra com as iniciais deoutra. Ex: conforme já, marca gol, confisca gado,uma herdeira etc.

Cacoete de linguagem - Evite expressõespobres, repetidas à exaustão, perfeitamentedispensáveis em textos técnicos. Ex.: via deregra, até porque, sal da terra, rota de colisão, trocarfigurinhas, a toque de caixa, visivelmente emociona-do, bater de frente com, causar espécie, elevada esti-ma e distinta consideração, avançada tecnologia,carreira meteórica, longo e tenebroso inverno, a nívelde, aparar arestas, em nível de, luz no fim do túnel,erro gritante, consequências imprevisíveis, duras crí-ticas, quebrar o protocolo, pergunta que não quercalar, inflação galopante, lançar farpas, ataque ful-minante etc.

Cargo - escreva sempre com minúscula. Ex.:presidente, secretário, papa, deputado, desembarga-dor, juiz, promotor etc.

Cólera - quando significa raiva é palavra fe-minina: Ela chegou ao limite da cólera. Quandodesigna a doença, pode ser masculino ou fe-minino. Ex.: O amor nos tempos do cólera (livrode Gabriel García Marques).

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Chefe da nação - use apenas quando se re-ferir às sociedades tribais. Quando se tratade sociedades não tribais, como é a nossa,emprega-se chefe de Estado ou chefe de governo.

Culminar - evite essa expressão como sinô-nimo de terminar. Use-a apenas no sentido li-teral, de chegar ao ponto mais alto: A parti-cipação do Brasil nas Olimpíadas culminou na con-quista de um título importante para a natação.

Disciplina - escreva sempre com minúscu-la: direito, ciências sociais, geografia, filosofia, por-tuguês, matemática.

E - evite começar frase com essa conjunção.Ex: O ministro da economia anunciou o aumentoda contribuição do INSS. E, além disso, informouque a idade requerida para aposentadoria tambémserá modificada.

Estado/estado - Utilize maiúscula para de-signar conceito político ou unidade da Fe-deração: o Estado de Goiás, golpe de Estado.Quando significar situação ou disposição,empregue minúscula: O meu estado de espíritoestá péssimo.

Falecer - Falecer é um eufemismo que signifi-ca haver falta ou carência. Use a palavra morrer.

Garantir - Não utilize como sinônimo dedizer; garantir significa asseverar, responsabilizar-se, afiançar.

Lembrar - Não deve ser utilizado como si-nônimo de dizer.

Linguagem coloquial - Utilize uma lin-guagem próxima da coloquial, respeitan-do a norma culta, escolhendo a expressãomais clara possível. O encarregado do almo-xarifado não sabe quanto gastou na compra émelhor que O encarregado do almoxarifadonão sabe precisar com exatidão o montante gastona transação comercial.

Meia-noite - Significa o horário que marcao fim de um dia, não o começo de outrodia. O correto é escrever/dizer: A manifesta-ção começa à meia-noite de hoje.

Norte/Sul - Use maiúscula somente quan-do se referir aos hemisférios, ou às regiõesNorte e Sul do Brasil. Ex.: As chuvas têm cas-tigado a região Sul do país.

ONG - Sigla de organização não-governa-mental. Deve ser grafada em caixa alta(maiúsculas).

País - deve ser escrito com minúscula, mes-mo quando se referir ao Brasil.

Ph.D - Abreviatura da expressão philosophi-ae doctor (doutor em filosofia). Com o uso ge-neralizado para outras áreas, traduz-se pordoutor.

Que - Evite em excesso, para tornar o textomais elegante e conciso.

Ressaltar - significa destacar, tornar sali-ente. Não empregue como sinônimo dedizer.

Revelar - não utilize como sinônimo de di-zer. Significa tirar o véu, desvelar.

Salientar - não use como sinônimo de di-zer. Significa ressaltar, tornar saliente, distintoou visível.

Válido - Só use no sentido restrito de ter va-lidade, vigência: Essa promoção é válida somenteaté sexta-feira.

Viatura - o termo é um jargão policial; subs-titua por carro de polícia.

Essas considerações a respeito da ade-quação vocabular serão complementadas sobo título Produção do texto técnico.

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2.4 – OS TEXTOS E SUA TIPOLOGIA

Você, como leitor, já deve ter tomadocontato com diversos tipos de textos, e suasclassificações. Temos textos poéticos e textoscientíficos, textos em verso e textos em prosa,textos religiosos e textos políticos, textos ver-bais e textos não-verbais, textos publicitários,e muitas outras formas de classificação.

Na tradição escolar já se implantou umaclassificação bastante útil para a leitura e a pro-dução de textos. Trata-se da classificação dostextos em narrativos, dissertativos e descritivos.

Ainda que, na maioria das vezes, não en-contremos um texto puro, pois podemos encon-trar num único texto elementos da narrativa, dadissertação e da descrição, passaremos a estudá-los, separadamente, de acordo com suas caracte-rísticas, ocupando-nos inicialmente da narração.

TEXTO NARRATIVO

O texto narrativo relata as mudançasprogressivas de estado que ocorrem com aspessoas e coisas através do tempo, existindosempre uma relação de anterioridade e poste-rioridade. Na narração sempre se relata umfato, um acontecimento, do qual participampersonagens. Aquele que conta, que narra oacontecido é denominado narrador. Percebe-seo predomínio das frases verbais, indicadorasde um processo ou ação.

Além da presença do narrador, do fatorelatado e dos personagens, a narração podeapresentar outros elementos, como:

Enredo: o enredo é a estrutura da nar-rativa, o desenrolar dos acontecimentos, a tes-situra dos fatos. Observe que o enredo se faznormalmente de incidentes, de intriga, ou seja,todo enredo está centrado em um conflito.

Narrador: é quem narra os aconteci-mentos. Quando ele participa das ações comopersonagem, a narrativa é na primeira pessoa(eu); nesse caso, tudo o que ficamos sabendopassa pelo olhar e interpretação dopersonagem-narrador.Caso o narrador não

participe dos acontecimentos comopersonagem, temos uma narrativa em terceirapessoa, na qual o narrador onisciente (aqueleque tem ciência de tudo), “lê” os pensamentose sentimentos do personagem, expressando seuponto de vista a respeito dos personagens edos fatos relatados.

Personagens: são os seres que vivemos acontecimentos, participando ativamentedeles. O personagem principal é chamado pro-tagonista (você pode observar isso nas nove-las, em que sempre há um personagem princi-pal, o protagonista); aquele que se opõe aoprotagonista é o antagonista (popularmentedenominado vilão).

Ambiente: é o espaço, os cenáriosonde transitam os personagens e onde os acon-tecimentos se desenrolam.

Tempo: é a época, o momento em quese passam os acontecimentos.

Para que fique mais clara a definição dotexto narrativo, exemplificaremos com estepequeno texto:

“Era uma vez dois irmãos. Um era oti-mista, o outro, pessimista. Certa vez, no Natal,ao abrirem seus presentes, os meninos encon-traram o seguinte: o pessimista tinha ganhadouma bicicleta linda, de dez marchas, modernae sofisticada. O otimista, ao abrir a linda cai-xa que recebera, deparou-se com um monte defezes de cavalo.

Disse então o pessimista:Viu? Ninguém gosta de mim. Agora, com

certeza, mais cedo ou mais tarde, eu vou cair equebrar a cabeça com essa bicicleta que corretanto...

Enquanto isso, o otimista já saíra correndopara a rua, disparado, gritando:

Cadê meu cavalinho? Cadê meu cavalinhoque ganhei no Natal?

Tânia Zagury, O adolescente por ele mesmo.

5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 93.

É importante que você perceba que écomum encontrarmos, no corpo da narrativa,

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passagens descritivas, como ocorre no textoacima, no qual o narrador descreve (mesmoque de forma sucinta) a personalidade dos per-sonagens (os meninos).

TEXTO DESCRITIVO

A descrição é o que chamamos de re-trato verbal de objetos, pessoas, cenas ou am-bientes. Ela trabalha com imagens, permitindoque o leitor visualize o que está sendo descri-to. No entanto, a descrição não se resume auma simples enumeração de detalhes. É es-sencial que o autor, ao fazer uma descrição,saiba captar o traço particular que diferencieo objeto ou ser descrito de todos os demaisobjetos ou seres semelhantes. No caso de pes-soas, é fundamental um retrato que valorizenão somente a descrição física, mas tambéma descrição psicológica.

A descrição possui, muitas vezes, um ca-ráter subjetivo, pois ao fazer o retrato do perso-nagem, ele insere aí sua visão pessoal, o quenão deve ser considerado um defeito, já quesem essa subjetividade a descrição seria ape-nas um retrato frio e sem vida, uma fotografia.Assim, em maior ou menor grau, o autor reve-la a impressão que ele tem daquilo que descre-ve, exceto nas chamadas descrições técnicas oucientíficas.

Quando o autor, ao descrever, procuramostrar uma imagem bastante próxima da re-alidade, ele faz uma descrição objetiva. Mas,como já mencionamos anteriormente, excetu-ando as descrições técnicas ou científicas, difi-cilmente você encontrará uma descrição em quea subjetividade esteja ausente. O que distingueuma descrição objetiva de uma descrição sub-jetiva é o grau de interferência do sujeito (au-tor) na descrição.

Você deve observar, ainda, que o textodescritivo relata as características de um obje-to ou de uma situação qualquer num certomomento estático do tempo, não existindo,obviamente, a anterioridade e posterioridade pre-sentes no texto narrativo, ou seja, não existe

nada que indique progressão de um estado an-terior para outro posterior. Se por acaso ocor-rer essa progressão, o texto passa a ser um tex-to narrativo. Veja um exemplo de texto des-critivo:

Eis Brasília às seis da tarde. O trânsitoflui lentamente. As lojas comerciais baixam suasportas. Pessoas lotam os pontos de ônibus. Osbares colocam suas mesas nas calçadas, espe-rando os fregueses habituais. Pedestres atraves-sam as ruas, apressados. Luzes pálidas inci-dem sobre os prédios e casas. Anoitece.

Encontramos no texto característicasde um texto descritivo, pois:

São relatados vários aspectos de um lu-gar (Brasília), num determinado tempo, que éestático (seis da tarde);

Tudo é simultâneo, não existindo pro-gressão temporal entre os enunciados.

Uma observação final e importante é ade que dificilmente você encontrará um textoque seja exclusivamente descritivo. É frequenteencontrarmos trechos descritivos inseridosnuma narração ou numa dissertação. Num ro-mance, por exemplo, que é essencialmente umtexto narrativo, você perceberá várias passa-gens descritivas, de pessoas, objetos, persona-gens ou ambientes.

TEXTO DISSERTATIVOO texto dissertativo se caracteriza pela

defesa de um ponto de vista, de uma ideia, oupelo questionamento acerca de um assuntodeterminado. Na dissertação, o autor traba-lha com argumentos (o texto dissertativo éum texto argumentativo), com dados, comfatos, utilizando-os para justificar seu pontode vista.

A dissertação é organizada em três par-tes distintas. São elas:

Introdução - Na introdução você vaiexplicar o assunto a ser discutido, apresentan-do uma ideia, de um ponto de vista que vocêirá defender com argumentos.

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Desenvolvimento ou argumentação- Nessa parte, você desenvolverá seu raciocínioinicial, defendendo seu ponto de vista com ar-gumentos pertinentes, fornecendo dados, citan-do exemplos, fazendo referências a pontos devista semelhantes etc.

Conclusão - Você dará um fecho quecomprove a ideia inicial e que seja coerente comos argumentos apresentados, retomando aideia inicial.

A dissertação, tal como a descrição, podeser objetiva ou subjetiva. Nas dissertações objeti-vas, os argumentos são expostos de formaobjetiva e impessoal, com o texto escrito na ter-ceira pessoa, e o autor não se inclui na explana-ção (desenvolvimento), facilitando, por partedo leitor, a aceitação das ideias expostas. É oque acontece, por exemplo, nos textos de ca-ráter científico, que requerem objetividade. Jánas dissertações de caráter subjetivo, o autorse inclui na explanação, colocando seu pontode vista e usando verbos na primeira pessoa,conferindo um cunho pessoal ao texto.

Você já deve ter tido oportunidade deconstatar que a maioria dos concursos, inclusi-ve o vestibular, propõe a produção de textosdissertativos. Assim, você deverá produzir,preferencialmente, uma redação objetiva, im-parcial, escrita em terceira pessoa.

É importante considerar que, na disser-tação, predominam os conceitos abstratos, ouseja, as referências ao mundo real se dão porconceitos amplos, de modelos genéricos. Nosdiscursos dissertativos da filosofia ou da ciên-cia, por exemplo, as referências ao mundo con-creto ocorrem somente como recursos de ar-gumentação, para ilustrar teorias gerais ou leis.

O texto dissertativo é basicamente cons-tituído de enunciados de caráter abstrato que,de maneira ampla e genérica, buscam organi-zar vários fatos singulares e concretos.

Na dissertação não existe, em princípio,uma progressão temporal entre os enunciados(como ocorre na narração). No entanto, existe en-tre os enunciados relação de natureza lógica,ou seja, relações de implicação (o fato e sua

condição, causa e efeito, uma premissa e umaconclusão etc.).

Para um melhor entendimento, observeos exemplos abaixo, de dissertação objetiva edissertação subjetiva.

a) Em poucas palavras descreva o que é umtexto narrativo.__________________________________________________________________________

b) Repita a operação e registre o que é um tex-to dissertativo.__________________________________________________________________________

c) Você irá necessitar deste conhecimento du-rante toda sua vida. Portanto, defina abaixo oque vem a ser um texto descritivo.__________________________________________________________________________

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DISSERTAÇÃO SUBJETIVA

Nós, brasileiros, nos encontramos cada vez maisdescrentes com as instituições políticas do Bra-sil. A cada ano que passa os problemas se avo-lumam. Dentre os fatores que contribuem paraesse sentimento de desesperança, está o descasodo governo com a educação, os baixos saláriospagos aos professores, a incapacidade do governoem brecar o processo inflacionário, a impunida-de dos corruptos que têm saqueado os cofres pú-blicos, e o descaso com a saúde pública.Apesar de tudo, continuo defendendo a ideia deque o Brasil é um país que pode dar certo. Paraisso, é fundamental a participação da sociedade.

Preste atenção no caráter subjetivo, pessoaldo texto, sobretudo no segundo parágrafo, quan-do o autor manifesta de forma inconteste o seuponto de vista introduzido pela passagem continuodefendendo... No entanto, mesmo quando a disserta-ção é subjetiva, é melhor evitar construções do tipo:“Eu acho que”, “na minha opinião”, “no meu pon-to de vista”, evitando redundâncias. Quem estiverescrevendo o texto (lógico!), não precisa marcá-loo tempo todo com pronomes de primeira pessoa.

DISSERTAÇÃO OBJETIVA

“Mais do que diversão, os desenhos anima-dos podem ser um eficiente instrumento peda-gógico para transmitir valores éticos, morais emodelos de comportamento para as crianças.Por isso, eles deveriam ser incorporados porprofessores à dinâmica da sala de aula, de modoa suscitar discussões e estimular reflexões”.

É o que defende um grupo de 12 pesquisa-dores do Lapic (Laboratório de Pesquisa so-bre a Infância, Imaginário e Comunicação),um grupo multidisciplinar ligado à Escola deComunicação e Artes da USP, coordenado pelaprofessora Elza Dias Pacheco, e que acaba deconcluir a pesquisa “Desenho Animado naTV: Mitos, Símbolos e Metáforas”.

Desenhos podem ajudar a aprender,

por Marta Avancini

Neste texto dissertativo, o autor não apa-rece para o leitor como uma pessoa definida,embora seja visível que ele esteja nos transmi-tindo sua visão pessoal sobre o assunto (lem-bra-se da função expressiva?); ele simplesmen-te expõe o fato de forma objetiva e impessoal,conferindo ao texto um caráter imparcial, coma utilização de verbos na terceira pessoa.

2.5 – TEXTOS PUBLICITÁRIOS

É necessário estudar em separado o tex-to publicitário, pela especificidade de sua re-dação, criatividade e originalidade. Nas funçõesda linguagem, você viu que a função conativa(aquela que procura seduzir, convencer, envol-ver) é bastante utilizada nos textos publicitári-os. No entanto, o texto publicitário não utilizasomente essa função, mas também a funçãofática, a função poética e a função expressiva,jogando com as emoções, anseios, necessida-des, preconceitos e todo tipo de sentimentosdo receptor de suas mensagens.

Com o passar dos anos, a propagandatornou-se um meio poderoso de difusão doshábitos de consumo, não só de produtos, comotambém de conceitos e ideias.

A redação publicitária é diferente dasoutras, pois o redator vai utilizar a linguagem(e também a imagem) de forma criativa, comos vários níveis de linguagem para atingir umdeterminado público, obedecendo basica-mente quatro regras: atenção, informação,desejo e apelo.

O texto procura chamar atenção, fazer-se notar (óbvio!), mas também informa o lei-tor/espectador/ouvinte sobre as qualidadesdo produto anunciado, despertando a motiva-ção/desejo para a compra do produto anun-ciado e, finalmente, faz um apelo para que ocomprador em potencial adquira aquele pro-duto. Ex.: “Se fosse seu carro, você já teriatrocado” (texto publicitário de uma campa-nha da Brastemp, na qual aparece umaantiquíssima máquina de lavar roupas, um textorelatando as vantagens da nova Brastemp e

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ainda um bilhete sobre esse texto: “BrastempMondial, vai dizer que você ainda não tem?”).

A publicidade ainda explora o uso deexpressões da língua falada, objetivando criaruma atmosfera de intimidade com o leitor. Emum anúncio da Kibon, aparece o seguinte tex-to: “Vai morango aí, freguesa?”. Em outro,o anúncio utiliza dois termos característicos daimprecisão do código oral (treco e coiso) paravalorizar o produto anunciado: “Esse trecoserve pra você nunca mais esquecer o nomedaquele coiso.” (o produto anunciado era umdicionário visual).

Outra característica facilmente compro-vada nos anúncios publicitários é o uso de fra-ses curtas, de adjetivos, o uso do verbo no im-perativo, o uso da segunda pessoa, advérbios.

Exemplos:“Se alguém bater em você, chame a

gente” (campanha do Bamerindus Seguros, re-ferindo-se à batida de carros)

“Não faça lipo. Faça aspiração” (cam-panha de Diet Shake, decompondo a palavralipoaspiração, para incentivar o consumo doproduto)

“Uma programação para quem é ta-rado por futebol – Se você é do tipo que ficatodo assanhado quando o assunto é fute-bol, então não pode perder a programaçãoda TVA” (anúncio de emissora de TV, mos-trando a foto de duas bolas de futebol dentrode um sutiã de renda).

“Veja. Sinta. Tenha. Uma pele perfeita”.LisaRenovadaUniformeEquilibradaSuave” (anúncio do creme Idealist, de

Estée Lauder)

Nos textos publicitários é comum o usoda ambigüidade, da dubiedade de sentido nasfrases, que na publicidade passa a ser uma qua-lidade, o que não ocorreria, naturalmente, numtexto técnico. Quando utiliza palavras que ofe-recem dupla possibilidade de leitura, a publi-

cidade procura chamar a atenção pelo ladohumorístico da situação.

Exemplos:

“A gente nem tem roupa para receber oprêmio” (mensagem da revista Playboy, co-nhecida, sobretudo, pelas fotos de mulheresnuas).

“Foi bombom para você também?” (anún-cio do bombom Sonho de Valsa, da Lacta).

“Tem coisa melhor que ficar falada nobairro?” (anúncio do jeans Di Paolucci, mos-trando os corpos de duas jovens vestidascom o jeans da marca).

Todas as características do texto publi-citário obedecem a uma lógica pré-determina-da: o uso de adjetivos e advérbios procura cri-ar uma caracterização exagerada do produtoanunciado; a função apelativa (mais usada) sedestina a convencer o receptor; e, finalmenteutiliza frases curtas, pois geralmente a mensa-gem é apresentada num espaço pequeno (pá-gina de revista ou jornal), ou em um tempocurto (intervalos comerciais de rádio e TV).

Quando se trata de um texto radiofôni-co, as repetições, principalmente do nome doanunciante, são propositais. Quem elabora oanúncio radiofônico sabe que os ouvintes es-tão sempre trocando de estação, então a repe-tição permite que a mensagem sempre seja cap-tada, mesmo que pela metade.

Segundo o pesquisador Jésus Martín Ri-beiro, nossa sociedade constrói dia-a-dia a ima-gem que cada um tem de si. Para ele, a publici-dade é um espelho, apesar de bem deformado,pois a imagem do lado de lá é muito mais belaque a imagem do lado real.

O poder da publicidade, atualmente,não se restringe a convencer o consumidor aadquirir determinado produto, mas também aidealizar modelos estéticos, sexuais e compor-tamentais. O receptor da mensagem quer ter a

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

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beleza, a ousadia, a sensualidade dos modelosque vê nas telas ou nos outdoors.

a) Pense, pesquise e escreva abaixo quais as prin-cipais características de um texto publicitário.__________________________________________________________________________________________________________________

b) Continue o estudo e diga qual a lógica pré-determinada dos textos publicitários.__________________________________________________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

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Unidade

II

Ø Identificar os tipos de texto técnico;Ø Reconhecer as características básicas de um texto técnico;

Ø Produzir textos Técnicos comuns na área de transação imobiliária –carta comercial, ofício, requerimento, relatório.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

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3. TEXTO TÉCNICO

3.1 – A ORGANIZAÇÃO DO TEXTOTÉCNICO

Entende-se como redação técnica textosque se destinam a informações sobre o uso dealguma norma ou instrução. A redação técnicase divide em oficial, comercial e científica. A re-dação oficial se refere às comunicações oficiaisemanadas do Poder Público (ofício, exposiçãode motivos, aviso, memorando oficial etc.); aredação comercial é a utilizada no comércio e naindústria (cartas comerciais, memorandos, circu-lares); e, na redação científica, se incluem as dis-sertações, os ensaios, as monografias, os relatórios,os manuais de instrução, as descrições e narra-ções técnicas propriamente ditas, as teses etc.

Já o termo redação empresarial é utilizadopara designar a reunião de duas áreas, comer-cial e bancária.

No que se refere à linguagem, os docu-mentos técnicos apresentam característicasbásicas: ela deverá ser clara, harmônica e obje-tiva, procurando oferecer comodidade ao des-tinatário, elemento fundamental da comunica-ção técnica. Essa modalidade de redação devepossuir o que chamamos qualidade de estilo,constituída pelos seguintes elementos.

Harmonia - A harmonia é responsávelpela sonoridade do texto; ele deve ser organi-zado de modo a não ferir os ouvidos do leitor.Para isso, é necessário que se evitem elementosque, embora sejam considerados qualidades nalinguagem literária, prejudicam a linguagemtécnica. Dentre esses elementos nocivos à lin-guagem técnica, podemos citar:

A repetição - que apresenta um todogradativo, iniciando-se pela gradação, seguidadas rimas, de cognatismo e de pleonasmos.

A rima é a repetição da sílaba no interi-or ou final de vocábulos, sendo mais comum arima na sílaba final.

Ex.: O diretor chamou, com horror, o coordenadore o professor que me falaram ontem sobre o amor.

Cognatismo é a repetição da raiz, en-feixando palavras da mesma família.

Ex.: Infelizmente, o rapaz se aborreceu com a feli-cidade dos irmãos, que foram felicitados pelos feli-zes amigos.

Pleonasmo é a repetição de ideias quetornam a frase redundante.

Ex.: Nós vamos voltar para trás. /Vi com estes olhosque a terra há de comer./ Existe um elo de ligaçãoentre eles./ Ela teve uma hemorragia de sangue.

Repetição de palavras: É muito comum oexcesso do que, do se e dos pronomes pessoaisno interior do discurso. Para corrigir essa fa-lha, devem-se reorganizar os períodos ou subs-tituir as palavras.

Ex.: Solicito que me remeta o relatório de produção,que são necessários para que eu possa estabelecer asnovas metas que me foram propostas.

Simplificando: Solicito a remessa dos rela-tórios de produção, necessários para o estabelecimentodas novas metas que me foram propostas.

Ex.: Eu necessito de uma resposta urgente, paraque eu possa implantar novas medidas de seguran-ça, que eu acho imprescindíveis.Ex: Necessito de uma resposta urgente, para im-plantar as novas medidas de segurança, que são im-prescindíveis.

Cacofonia – É a junção de palavras, pro-duzindo um som desagradável.

Ex.: Mande-me já a encomenda. Nunca ganheitantos presentes.

Eco – Consiste na repetição de um somnuma sequência de palavras.

Ex.: O resultado da votação não causou como-ção na população.

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Para facilitar a compreensão da orga-nização de um texto técnico, colocaremos, aqui,algumas normas da ABNT para elaboração dedocumentos técnicos.

TIMBRE – Quanto aos ofícios, deveráconstar sempre na parte superior dos docu-mentos de comunicação, visando a identifica-ção do órgão emissor, Deverá estar em posi-ção horizontal, no meio da folha, a 1,5 cm daborda e, existindo brasão ou logotipo, estepoderá ficar em posição vertical rente à mar-gem direita ou esquerda. Na elaboração decarta, considera-se o mesmo princípio e deve-rá ter as mesmas características do ofício. Nosmemorandos não há necessidade, em funçãode ser um documento interno no qual todosque o emitem ou recebem estão inseridos nomesmo contexto de trabalho ou órgão.

ÍNDICE E NÚMERO – No ofício sãocolocados a 2,5 cm da margem esquerda; énormal que se separe o índice do número porum traço diagonal (/), sendo que o número eo ano são separados por um hífen (-).Ex.: Ofí-cio nº ABNT/408-01, isto é, ofício número408 do ano de 2001, expedido pela ABNT.Quanto ao índice e número de uma carta, deve-se colocar as iniciais do órgão ou setor a elevinculado da mesma forma que no ofício, tam-bém do lado esquerdo alinhado à data. Algunspreferem que estes dados se posicionem nolado superior direito, visando facilitar a pro-cura da mesma quando arquivada.

LOCAL E DATA – Tanto no ofício,quanto na carta, devem ser alinhadas ao índicee número, do lado direito, devendo conter lo-cal, dia, mês e ano da sua expedição. É impor-tante que se escreva por extenso o nome domês; e, quanto ao ano, não é conveniente quese separe por ponto o milhar da centena nemabreviá-lo.

REFERÊNCIA OU EMENTA – Noofício deve ser alinhadas a 2,5 cm da margem

esquerda e dois espaços abaixo do índice enúmero, ou localizar-se do lado direito abaixoda data, desde que não ultrapassem a metadeda folha. Na carta sua utilização segue os mes-mos critérios do ofício. Lembrando que o tex-to deverá ser breve e objetivo, fazendo comque o destinatário identifique logo o assunto aser tratado.

VOCATIVO – No ofício deverá locali-zar-se a 5 cm da margem esquerda e a três espa-ços duplos da referência ou da ementa. O trata-mento recomendado deverá ser de acordo como cargo ou função do receptor, seguido por doispontos. Na carta, o vocativo segue o mesmoesquema do ofício, sendo que se existir um rela-cionamento maior entre o remetente e o desti-natário, o vocativo pode vir precedido da pala-vra ‘prezado’. Ex.: Prezado Senhor.

TEXTO – Tanto no oficio quanto na car-ta, inicia-se com parágrafo a 5cm do vocativo,sendo o objeto do documento, e apresentaabertura, desenvolvimento e fecho. O pri-meiro parágrafo e o fecho não são enumera-dos. Os demais se enumeram para facilitar alocalização do assunto por parte do destinatá-rio à eventual pesquisa.

FECHO – Em caso de oficio ou carta ofecho não é numerado. É alinhado ao parágra-fo, ficando a dois espaços duplos deste último,ou sob fórmula de cortesia. Ex.: Atenciosa-mente.

ASSINATURA – Nos três casos (ofício,memorando e carta) fica a 4 cm abaixo dofecho, contendo o nome e o cargo do signatá-rio sem sublinhar o local da assinatura.

ANEXOS – Também nos três casos fi-cam a dois espaços da assinatura e a 2,5cm dolado esquerdo da margem do papel.

ENDEREÇAMENTO – Na carta é tam-bém chamado de endereço interno, e posto

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junto à margem esquerda do papel a 2,5 cm,localiza-se abaixo do índice e do número dacarta a um espaço e meio, e deverá ser idênticoao constante no envelope. Ocupa geralmentede três a cinco linhas sempre dispostas em blo-cos; observe a grafia correta do nome ou ra-zão sociais, a fim de evitar constrangimentos.No ofício, localiza-se na parte inferior esquer-da a 2,5cm da margem esquerda do papel, se-guindo-se o mesmo critério da carta quanto àsua disposição em efeito de blocos e ocupa deduas a três linhas.

INICIAIS DO REDATOR E DO DIGI-TADOR – Nos três casos (carta, ofício, me-morando) a 2,5cm da margem inferior, sendoque no memorando não são necessárias as ini-ciais do redator.

TRANSPORTE DA MENSAGEM –No oficio devem-se transportar pelo menosduas linhas, deixando o endereçamento na pri-meira folha e transporta-se o restante dos ele-mentos, não sendo necessário o transporte dotimbre e indica-se com o número da folha.Repete-se o índice e o número; sua localizaçãofica a 2,5cm da margem esquerda, a 2,5 cm dotodo da folha ou 2,5cm abaixo do timbre seesse o tiver. Na carta também com duas linhas,sendo que todos os elementos que lhe sucedemsão transportados.

a) Vamos voltar ao início do parágrafo e ler maisuma vez como se divide a redação técnica?______________________________________________________________________________________

b) E os documentos técnicos? Quais devem sersuas características básicas?______________________________________________________________________________________

c) Para aumentar seu nível de conhecimentos,responda como deve ser o fecho de um ofício,de um memorando ou de uma carta.______________________________________________________________________________________

d) E no ofício, que cuidado deve-se ter em re-lação ao transporte da mensagem para umaeventual segunda página?______________________________________________________________________________________

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3.2 – A UNIDADE DO PARÁGRAFO

Coesão e Coerência

Embora a correção gramatical seja umaqualidade muito importante no que se reportaàs qualidades do estilo, uma redação absoluta-mente correta do ponto de vista gramaticalpode se mostrar inaproveitável. Problemasdecorrentes de falhas na estruturação da frase,da incoerência de idéias, da falta de unidade ede ênfase podem invalidar uma composição.

A unidade do parágrafo é conseguidaquando dizemos uma coisa de cada vez, des-prezando o que não é essencial ou não se rela-ciona com a ideia predominante no parágrafo(tópico frasal, ou ideia-núcleo), que estabeleceuma relação clara entre a ideia principal e a se-cundária. Quando o texto é redigido de modoclaro, coerente e objetivo, a margem de errosgramaticais é mínima, não comprometendo aeficácia da redação.

Por coerência entende-se a relação entre aideia predominante e as secundárias.

Exemplo de texto coerente: A manhã eraclara e luminosa. Eu podia enxergar claramente apaisagem ao redor, as árvores, os animais, os tons cla-ros e escuros provocados pelas sombras das árvores epelos raios de sol que se infiltravam por entre os galhos.

Exemplo de texto incoerente: A manhã eraclara e luminosa. A forte neblina e o céu en-coberto por nuvens escuras só me permitiam dis-tinguir vagamente a sombra dos animais e das árvores.

Conquanto a unidade e a coerência possu-am características próprias, quase sempre a faltade uma ocasiona a ausência da outra. A unida-de, como já mencionado, pode ser alcançadamediante a atenção que se dá ao tópico frasal,ou seja, a ideia-núcleo do parágrafo, tendo ocuidado de não acrescentar, nas ideias secun-dárias, termos que tão tenham ligação com otópico frasal. Ou seja, a unidade é conseguidaquando se tem, em todo o texto, uma só ideiapredominante. A relação entre a ideia princi-pal e as secundárias deve ser indicada de ma-neira clara.

Exemplo de falta de unidade no texto:O brasileiro tenta mostrar que a corrida ar-

mamentista que se trava entre as grandes potências éuma loucura. As telenovelas têm mostrado cenasgravadas em lugares paradisíacos.

Exemplo de texto com unidade:Uma das utilidades do vinho, além de tornar a

conversa do outro mais agradável, é impressionar osconvivas. Para isso, um velho truque é decorar o nomede uma uva, chamar o garçom e pedir, com ar blasé:“Vê o melhor chardonnay que você tiver aí”.

No primeiro caso, percebemos facilmen-te que a ideia principal é a corrida armamen-tista travada entre as grandes potências. Noentanto, não existe nenhuma relação entre aideia principal e a secundária (as cenas paradi-síacas mostradas nas novelas).

Seria possível, entretanto, estabeleceruma relação entre a ideia principal e a secun-dária pela partícula se. Teríamos então:

O brasileiro tenta mostrar que a corrida arma-mentista que se trava entre as grandes potências é umaloucura. Se não colocarmos um ponto final nessa situa-ção, em caso de conflito até mesmo os lugares paradisí-acos mostrados nas telenovelas podem acabar desapa-recendo.

Outras formas para garantir a unidade noparágrafo:

1. Sempre que possível, usar tópico frasalexplícito:Ex: O arcadismo tem um espírito nitidamente re-formista. Ele pretende reformular o ensino, o com-portamento social, os hábitos, constituindo umamanifestação artística de um novo tempo e de umanova ideologia. Em Portugal, essas mudanças sefazem sentir desde o começo do século.

2. Evite os pormenores impertinentes, as re-dundâncias e as acumulações:Ex: Um dos mais movimentados e agitados centrosfinanceiros do mundo todo, Zurique, também famosae conhecida por seus gostosos chocolates, cujo sabor éinesquecível, e também mundialmente conhecida porseu comércio especializado em artigos caros, finos erequintados, além de possuir uma paisagem de cartão

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postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraídoultimamente um grande número de pessoas doentes quedecidem pôr fim à própria vida, na Dignitas, umaONG que pratica a eutanásia legalmente.

O período acima é prolixo e centopeico(longo, caudaloso). Os pormenores excessivos,grifados no texto, são dispensáveis, não servin-do de reforço à ideia-núcleo (“Em Zurique, pes-soas doentes decidem pôr fim à própria vida”).

Eliminando os pormenores e redundân-cias, teríamos:

Um dos mais movimentados centros financeiros domundo, Zurique, além de possuir uma paisagem de car-tão postal, tem atraído ultimamente um grande número depessoas doentes que decidem pôr fim à vida na Dignitas,uma ONG que pratica a eutanásia legalmente.

Frases entrecortadas prejudicam a uni-dade do parágrafo. Selecione as mais impor-tantes, transformando-as em orações principaisde períodos curtos.

Ex: Levantei-me cedo hoje de manhã. Eu tinhaperdido o guarda-chuva. O ônibus demorou a passar.Eu fiquei ensopada. Eu apanhei um bruto resfriado.

Reformulação:Levantei-me cedo hoje. Como tinha perdido o

guarda chuva e o ônibus custasse a passar, fiquei enso-pada e apanhei um bruto resfriado.

Coloque em parágrafos diferentes ideiasigualmente importantes, relacionando-as atra-vés de expressões que deem ideia de transição:

Ex: O governo Federal se empenha ardua-mente em acabar com a fome, por meio do ProjetoFome Zero. Muitos obstáculos, no entanto, entravamo projeto, impedindo uma ação mais eficiente. A par-ticipação hesitante da sociedade, as dificuldades bu-rocráticas que impedem que os recursos cheguem aoseu destino são fatores difíceis de serem contornados.Todos sabem que uma divisão de tarefas, com a par-ticipação das associações de bairros, que passariam afiscalizar o desperdício de alimentos, campanhas demobilização em prol do mesmo objetivo, seriam fun-damentais para o bom resultado do projeto. Os repre-sentantes de diversos setores da sociedade vêm falhan-do lamentavelmente, em virtude de uma falta de cons-cientização coletiva.

A reformulação do texto, consideran-do apenas as ideias mais importantes, ficariaassim:

O governo Federal se empenha arduamente emacabar com a fome através do projeto Fome Zero. Noentanto, muitos obstáculos, como a burocracia e a faltade participação da sociedade, entravam o projeto.

Ora, uma divisão de tarefas e uma participaçãomais ampla e direcionada da sociedade seriam funda-mentais para o bom resultado do projeto. Entretanto,os representantes de diversos setores da sociedade vêmfalhando lamentavelmente, em virtude de uma falta deconscientização coletiva.

Embora se possa colocar em parágrafosdiferentes ideias igualmente importantes, aideia-núcleo não deve ser fragmentada em vá-rios parágrafos.Ex:

Nas últimas semanas, o tráfico de drogasproduziu duas notícias chocantes.

Um pai de família acabou por matar a tirosum filho dependente, quando ele tentava vendera TV da família para comprar cocaína.

A mãe do rapaz disse: “Era ele ou nós,não havia outra alternativa”.

A mãe do rapaz foi ouvida por DéboraAbreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro.

Semanas antes, em São Paulo, um paimatou o filho caçula pelo mesmo motivo.

“Foi uma reação inevitável”, disse o irmãoda vítima em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.

Reformulando o texto:

Nas últimas semanas, o tráfico de drogasproduziu duas noticias chocantes. Um pai defamília acabou por matar a tiros um filho de-pendente quando ele tentava vender a TV dafamília para comprar cocaína. “Era ele ou nós,não havia outra alternativa”, disse a mãe, ouvi-da por Débora Abreu, da sucursal de Fatos, noRio de Janeiro. Semanas antes, em São Paulo,um pai matou o filho pelo mesmo motivo. “Foiuma reação inevitável”, disse o irmão da vítimaem entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.

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Resumindo: para conseguir unidade atra-vés da estrutura do parágrafo, você deve:

Atentar somente para o essencial, colocan-do de modo claro a ideia em tópico frasal.

Não se afastar da ideia predominanteexpressa no tópico frasal, passando, por des-cuido, para outro assunto totalmente alheio aoque se propôs discutir.

Evitar a acumulação de pormenores oufatos que se sobreponham à ideia-núcleo.

Usar os conectivos de transição e pala-vras de referência para fazer uma relação entreas frases ou os parágrafos, para dar coerênciae, consequentemente, unidade ao texto.

Evitar as digressões (desvios de rumo oude assunto) impertinentes ou irrelevantes, ouseja, que não sirvam à fundamentação das ideiasdesenvolvidas.

a) Para ficar melhor ainda, descreva as diferen-ças entre coesão e coerência.________________________________________________________________________________

3.3 – A PRODUÇÃO DO TEXTOTÉCNICO

A redação de um texto técnico não con-figura um bicho-de-sete-cabeças. Os critériosque a regem são os mesmos que regem qual-quer outro tipo de composição (clareza, coe-rência, objetividade, ordenação lógica, corre-ção gramatical, etc.). Sua estrutura e estilo apre-sentam, entretanto, algumas características pró-prias, obedecendo a um padrão mais ou me-nos comum, no qual predominam a objetivi-dade, a eficácia e a clareza. Qualquer redaçãoque deixe em segundo plano o feitio artísticoda frase (lembra-se da função poética e da lin-guagem literária?) pode ser considerada umaredação técnica.

Para comprovar o que foi dito acima,veja as características sempre presentes em umaredação técnica:

Impessoalidade, para evitar a duplicidade deinterpretações, que poderia ocorrer em umtexto mais pessoal;

O uso do padrão culto de linguagem, pas-sível de um bom entendimento, evitandovocábulos de uso restrito, como a gíria e ojargão;

Formalidade e padronização, possibilitandouma uniformização dos textos;

A concisão, para excluir do texto os exces-sos linguísticos que nada lhe acrescentam;

Quanto à forma (partes que compõem o tex-to), ela é praticamente a mesma em diversostipos de textos técnicos. Como exemplo,especificamos a seguir as partes que com-põem a carta empresarial, utilizáveis emqualquer outro tipo de carta técnica.

1 – Cabeçalho:TimbreÍndice e número

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A dataA linha de atençãoA referência ou assuntoVocativoObs: a linha de atenção é utilizada quan-

do se deseja que a correspondência seja abertapor determinado funcionário, que deverá en-carregar-se do assunto da carta. Indica-se onome da pessoa e/ou do departamento a quese deseja encaminhar especificamente a corres-pondência.

2 – Texto:É o corpo da carta, compreendendo a

introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

3 – Fecho:O fecho compreende:A despedida (a fórmula de cortesia)A assinaturaAs iniciais (de quem redigiu ou ditou a

carta; em seguida as de quem a transcreveu oudigitou, separando-as por dois pontos (:), pordiagonal (/) ou por hífen (-)As indicações de anexos

O aviso de cópiasO pós-escrito (acréscimo de alguma(s)

frase(s) a uma carta depois de esta ter sido re-digida no seu formato original. A abreviaçãousada é P.S. (“post scriptum”) Detalhando as partes da carta, temos:

TIMBRE – O timbre contém o nomeda empresa, o endereço completo damesma,número de telefone e fax, e indicaçãode filiais, agências etc.

ÍNDICE E NÚMERO – Empregadoapenas quando a correspondência da empresaé descentralizada, indicando o setor ou depar-tamento que está expedindo a carta. Em segui-da ao índice, aparece o número de ordem dacarta; como a numeração é reiniciada a cadaano, ela é seguida pelo número indicativo doano.Ex: DC/105-03 (Carta nº 105, de 2003,expedida pelo Departamento de Cobrança).

São colocados preferencialmente no canto su-perior esquerdo do papel, na mesma altura dadata.

DATA – Indicação do lugar, dia, mês eano em que se expede a carta.

Ex.: São Paulo, 29 de abril de 2003.

ENDEREÇO – Também chamado deendereço interno, o endereço compreende onome (pessoa física) ou a razão social (pessoajurídica) e o endereço do destinatário. Geralmen-te é colocado na margem esquerda do papel,logo abaixo do índice e do número da carta,devendo ser idêntico ao endereço externo (cons-tante no envelope), disposto em bloco, ou seja,todas começando junto à margem esquerda.

Ex.: SenhoresPaolucci & Ramos S/AAvenida Amendoeiras, 34895600-000 Americana – SP

Senhor Prof.Carlos MeiraAv. Cândido Mendes, 89087900-000 Passo Fundo - RS

Obs.: em alguns casos, além do nome dodestinatário, coloca-se o cargo que ele ocupana empresa. Atualmente, é de praxe omitir, nacorrespondência estritamente comercial, o tra-tamento e o título profissional do destinatário,iniciando-se diretamente pelo seu nome civil.

Ex.: Carlos Antônio da SilvaAvenida Paulista, 13240309-000 São Paulo – SP

LINHA DE ATENÇÃO – Pode ser coloca-da dentro do endereço, após o nome da em-presa, de forma abreviada ou por extenso.

Ex.: Tecelagem Avenida S/AAt. Luiz BertolucciAvenida Bento Gonçalves, 30478 501-000 Silvânia – GO

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Metalúrgica Simões S/AÀ atenção do Sr. Iran Mendes – Dep.FinanceiroTravessa Iracema, 34595070-000 Caxias do Sul – RS

REFERÊNCIA OU ASSUNTO – É a síntesedo conteúdo da carta. Ela aparece, tradicio-nalmente, entre o endereço e o vocativo, a igualdistância dos dois, junto à margem esquerda,ou do meio em direção à margem direita, de-pendendo do estilo de disposição da carta nopapel. Ela pode ser precedida de abreviaturaRef., ou não.

Ex.: Brahms & Cia. Ltda.Caixa Postal 68382911-000 Petrópolis – RJ

Ref. Pedido nº 34-99

Prezados Senhores

Indústria de Móveis Meireles Ltda.Rua Arapongas, 25698743-000 Goiânia - GO

Prazo de entrega de móveis

Prezados Senhores

Obs. Em certos casos, não é reco-mendável que se use referência na carta,pois a antecipação do conteúdo podedeixar o destinatário desmotivado paraler a carta. Ex.: uma carta de pedido deemprego, aumento de salário etc.

VOCATIVO – o vocativo é a saudação decortesia dirigida ao destinatário, antes de pas-sar ao texto da carta. Não é recomendável quese abrevie qualquer dos termos do vocativo.O vocativo pode se limitar ao pronome de tra-tamento, ou ser acrescido do cargo ou funçãodo destinatário.

Ex.: Senhores Senhor Gerente

Em uma carta em que exista um relaci-onamento mais íntimo entre o remetente e odestinatário, devido a uma correspondênciamais assídua, o vocativo pode vir antecedidodo termo prezado.

Ex.: Prezado Senhor:Quando existe um grau ainda maior de

amizade entre o remetente e o destinatário, ovocativo passa a ser nominal.

Ex.: Prezado Senhor AntônioEm cartas de caráter muito formal, diri-

gida a autoridades, o vocativo é antecedido dotratamento convencional.

Ex.: Excelentíssimo Senhor Presidentedo Congresso Nacional

É importante observar que em comuni-cações mais formais, o tom da carta deve cor-responder à formalidade do vocativo utiliza-do. Por outro lado, quando existe um graumaior de intimidade, pode existir um menorgrau de formalidade.

O vocativo pode vir precedido de pon-tuação (:), ou não, conforme o estilo da carta,não existindo normas rígidas sobre o assunto,coexistindo perfeitamente três estilos de pon-tuação: pontuação aberta, pontuação fechada,pontuação mista (na qual somente o vocativo(:) e a despedida (,) serão pontuados). Vejaexemplos em “Aspectos da Redação Técnica”.

Obs. Ao final deste tópico, você encon-trará uma lista com as formas de tratamentomais usadas e seus respectivos usos.

a) Registre aqui quais as características semprepresentes de um texto técnico.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3.3.1. O texto da carta empresarial

O texto é a parte que contém a mensa-gem a ser transmitida. Ele se divide em trêspartes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão(ou encerramento).

Nas cartas rotineiras, a introdução é só aentrada no assunto.

Desenvolvimento – A finalidade do de-senvolvimento é expor claramente ao destina-tário o assunto da carta. O assunto deve ser sóum, sendo preferível redigir várias cartas, quan-do existirem muitos assuntos a serem tratadosem diferentes departamentos.

Encerramento (ou fecho) – É o parágra-fo que finaliza o texto (ou corpo da carta).Pode-se englobar, no encerramento, a fórmu-la de cortesia da carta, principalmente em co-municações mais rotineiras.

Eis algumas fórmulas padronizadas decortesia:

Aproveito a oportunidade para renovara V. Exa. os meus protestos de respeito.

Aproveito a oportunidade para apre-sentar a V. Sa. os protestos de minha consi-deração.

Antecipamos nosso agradecimento pe-las providências que forem tomadas.

Subscrevemo-nos atenciosamente.Atenciosas saudações.

Servimo-nos do ensejo para apresentara V. Exa. nossos protestos de elevada estima edistinta consideração.

3.3.2. O planejamento do texto da carta

Para uma carta ser considerada bem es-crita é preciso que o remetente conheça oassunto sobre o qual versa a carta, para po-der expressá-lo com clareza. É imprescindí-vel, ainda, um bom conhecimento de elemen-tos como: adequação vocabular, pontuação,correção da linguagem, estrutura da fraseetc. Além desses requisitos, o planejamentodo texto da carta é de grande ajuda para oredator.

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Os passos a serem seguidos são os se-guintes:

CONCEBER O ASSUNTOÉ neste momento que surge a necessidadeda carta, que pode ser uma proposta decompra, um cancelamento de pedido, umpedido de mercadorias. Quando o assuntoda carta é concebido por outra pessoa quenão o redator, esta se ocupa do levantamen-to de dados.

LEVANTAMENTO DE DADOSNeste passo, reúnem-se as informações so-bre o que deverá ser especificado na carta,como preços, condições, forma de pagamen-to, dados pessoais, estoque, prazo para pa-gamento etc. Esses dados deverão ser ano-tados à parte, para consulta quando da con-secução da carta.

SELEÇÃO DOS DADOSApós a pesquisa para levantamento de da-dos, selecionam-se os que devem ser utiliza-dos na carta, segundo o objetivo da corres-pondência. Se a carta se destina a atender so-licitações, deve responder ao estritamentesolicitado. Se o objetivo da carta for solici-tar algo ao destinatário, ela deve ater-se a esseassunto, visto que uma das características daredação técnica é a objetividade, não caben-do assim, menção a fatos externos ao assun-to tratado e com o qual não tenham nenhu-ma relação.

ORDENAÇÃO DE DADOSSelecionados os dados, eles deverão ser or-denados, ou seja, colocados em sequência, oque, sem dúvida facilitará a compreensão. Aordenação dos dados facilita a divisão da cartaem parágrafos, de acordo com os diferentesaspectos de um mesmo assunto. Assim, emuma carta em que se solicitam várias provi-dências, deve ser colocada primeiramente aprovidência inicial, seguidas das outras, quevirão especificadas em cada parágrafo.

RASCUNHO E REVISÃOConcluídas as etapas mencionadas, far-se-áum rascunho da carta, no qual será verifica-do se a carta obedece às qualidades de clare-za, eficiência, objetividade, se a unidade dotexto está garantida com conectivos adequa-dos, se não existe nenhuma contradição oufalta de lógica no texto (incoerência). Deveser verificado também se o pronome de tra-tamento é adequado à pessoa a quem se di-rige, e se o vocativo e o fecho (incluindo afórmula de cortesia) seguem o mesmo tom(mais formal ou menos formal). A revisãodeve eliminar os elementos desnecessários,as redundâncias, verificar se o texto utiliza anorma culta, se a ortografia e a pontuaçãoestão corretas, se o objetivo está devidamen-te enfatizado, e outros itens que se fizerempertinentes.

REDAÇÃO DEFINITIVAApós todos esses cuidados, feitas as corre-ções necessárias, passa-se à redação definiti-va do texto.

a) E na hora de escrever uma carta? Em quan-tas e quais as partes se divide o texto de umacarta?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Para que se faça uma boa redação, respondaquais as etapas anteriores à redação definitivade um texto.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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TÍTULO

AlmiranteArcebispo

BispoBrigadeiro

CardealCônegoCônsulCoronel

DeputadoEmbaixador

FradeFreira

GeneralGovernador de Estado

Irmã (madre/sóror)Juiz

MajorMarechalMinistro

MonsenhorPadrePapa

PatriarcaPrefeito

PresidenteReitor de universidadeSecretário de Estado

SenadorTenente-coronel

Vereadordemais Autoridadesoficiais e particulares

FORMAS DE TRATAMENTO

Sua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa ExcelênciaSua/ Vossa ExcelênciaSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Eminência

Sua/Vossa ReverendíssimaSua/Vossa SenhoriaSua/Vossa Senhoria

Sua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Excelência

Sua/Vossa ReverendíssimaSua/Vossa Reverendíssima

Sua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Excelência

Sua/Vossa ReverendíssimaSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Senhoria

Sua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Excelência

Sua/Vossa ReverendíssimaSua/Vossa Reverendíssima

Sua/Vossa SantidadeSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Excelência

Sua/Vossa MagnificênciaSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa ExcelênciaSua/Vossa Senhoria

Sua/Vossa Excelência

Sua/Vossa Senhoria

SUBSCRIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA

Exmo. Sr. AlmiranteExmo. e Revmo. Dom, Reverendíssima

Exmo. e Revmo. Dom.Exmo. Sr. Brigadeiro

Exmo. e Revmo. CardealReverendíssima (ou Eminência) Revmo. Sr. Cônego

Ilmo. Sr. CônsulIlmo. Sr. Cel.

Exmo. Sr. DeputadoExmo. Sr.

Revmo. Sr. Fr.Revma. Ir.

Exmo. Sr. GeneralExmo. Sr. Governador

Revma. Ir. (ou Madre ou Sóror)Exmo. Sr. Dr. (ou Meritíssimo Juiz)

Ilmo. Sr. MajorExmo. Sr. MarechalExmo. Sr. MinistroRevmo. Sr. Mons.Revmo. Sr. Padre

A Sua Santidade Papa (ou Beatitude) (ao Beatíssimo Padre)Exmo. e Revmo. Dom Reverendíssima (ou Beatitude)

Exmo. Sr. PrefeitoExmo. Sr. Presidente

Exmo. Sr. Reitor Magnífico ReitorExmo. Sr. SecretárioExmo. Sr. SenadorIlmo. Sr. Ten. Cel.Ilmo. Sr. Vereador

Ilmo. Sr.

*Use “Sua” quando se referir à autoridade sem se dirigir diretamente a ela. Empregue “Vossa” quando estiver sedirigindo diretamente à autoridade.

Datilografia ou digitação

Nesta etapa, a única preocupação é coma apresentação da carta, que deve possuir umaestética impecável, valorizando o texto.

De posse destas informações, você já tem

instrumentos para redigir uma carta empresa-rial. Mais à frente, ao estudar mais detalhada-mente os aspectos do texto técnico, você en-contrará modelos de diversos tipos de carta.Neste item, acrescentamos as formas de trata-mento que você poderá utilizar.

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4. ASPECTOS DO TEXTOTÉCNICO

Neste item, trabalharemos alguns aspec-tos do texto técnico, detalhando somente aque-les mais utilizados por profissionais do merca-do imobiliário, e que, com ligeiras modifica-ções, servirão de modelo para outros tipos decorrespondência. A correspondência, quantoà espécie, pode ser dividida em:

· Particular, familiar ou social: trocada en-tre particulares, versando sobre assun-tos íntimos, pessoais.

· Bancária: enfocando assuntos relaciona-dos à vida bancária, tais como: solici-tação de extrato, carta de apresentação,aviso de vencimento, carta de crédito.

· Comercial: ocupa-se da transação co-mercial ou industrial.

· Oficial: utilizada no serviço público, ci-vil ou militar.

Naturalmente, não nos ocuparemos, aqui,da correspondência bancária e particular, pornão serem pertinentes à atividade profissionalem questão. Enfocaremos somente alguns tiposde texto da correspondência oficial e comercialbastante utilizados, quais sejam: o ofício, o re-querimento, a circular, o relatório e a carta.

4.1 – OFÍCIO

O ofício é um documento da correspon-dência oficial externa, por meio do qual se co-municam os funcionários públicos no exercí-cio de suas funções. Seguiremos o chamado“padrão ofício”, utilizado na Presidência da Re-pública, na redação de documentos semelhan-tes (aviso, exposição de motivos e ofício).

O oficio contém, obrigatoriamente, asseguintes partes:

Tipo e número do expediente, seguidoda sigla do órgão expedidor:

Ofício nº 145/DP

Local e data em que foi assinado, dati-lografado por extenso, com alinhamento à di-reita:

Brasília, 25 de abril de 2003.

Vocativo, que invoca o destinatário (con-sulte a lista dos pronomes de tratamento), se-guido de vírgula:

Senhor Chefe de Gabinete,

Texto. Quando não se tratar de simplesencaminhamento de documentos, o ofício deveapresentar a seguinte estrutura:

Introdução, na qual é apresentado o assun-to que motiva a comunicação. Não utilize fra-ses feitas, tais como: “Tenho a honra de”, “Te-nho o prazer de”, “É com grata satisfaçãoque”. Empregue, preferencialmente, a formadireta: “Cumpre-me informar que”, “Subme-to à apreciação de Vossa Senhoria”, “Informoa Vossa Excelência de que”;

Desenvolvimento, no qual se detalha o as-sunto, objeto da comunicação; se forem vári-os os assuntos, eles devem ser tratados em pa-rágrafos distintos, para maior clareza;

Conclusão, na qual é reafirmada ou rea-presentada a posição recomendada sobre oassunto.

No texto, excetuando-se o primeiro pa-rágrafo e o fecho, todos os demais parágrafosdevem ser numerados.

Fecho, que tem como finalidade arrema-tar o texto e saudar o destinatário.

Visando a uniformização dos mesmos,adotam-se os seguintes critérios:Para autoridades superiores, inclusive o Presi-dente da República:

Respeitosamente,

Para autoridades da mesma hierarquia oude hierarquia inferior:

Atenciosamente,Assinatura do autor da comunicação; e

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Identificação do signatário, que deve ser aseguinte:

(espaço para a assinatura)NOME (em maiúsculas)

Diretor do Departamento de Serviços GeraisSecretaria da Administração Federal

Obs. É recomendável que não se deixe aassinatura em uma página isolada.

Todas as três modalidades de comunica-ção (aviso, exposição de motivos e ofício) de-vem trazer, a partir da folha dois de seu texto,e em todas as folhas de seu anexo, a pelo me-nos 1 cm de sua borda, o seguinte cabeçalho:

Fl. (indicar nº da folha) do Of. nº 145/DP, de 25.04.03.

Nas folhas em que houver cabeçalho, otexto deverá ser iniciado a 2,5cm deste.

A diagramação do ofício segue as seguin-tes especificações abaixo, nas quais as distânci-as constam em centímetros por motivo de pa-dronização. No sentido horizontal, 1 cm cor-responde a cerca de 4 toques datilográficos (1toque = 2,5 mm). No sentido vertical, 1 cmequivale a um espaço dois (espaço um = 0,5cm), aproximadamente.

Caso seja utilizado processador de texto,empregue as medidas em centímetro:

a) margem esquerda: a 2,5 cm ou dez to-ques da borda esquerda do papel;

b) margem direita: a 1,5 cm ou seis toquesda borda direita do papel;

c) tipo e número do expediente: horizon-talmente, no início da margem esquer-da (a 2,5 ou dez toques da borda dopapel); verticalmente, a 5,5 cm ou seisespaços duplos (espaço dois) da bor-da superior do papel;

d) local e data: horizontalmente, o final dadata deve coincidir com a margem di-reita, e, verticalmente, deve estar a 6,5

cm ou sete espaços duplos (espaçodois) da borda superior do papel;

e) vocativo: a 10 cm ou dez espaços du-plos da borda superior do papel;

f) texto: o texto inicia-se a 1,5 cm ou atrês espaços simples do vocativo;

g) espaço entre os parágrafos do texto: 1cm ou um espaço duplo (espaço dois);

h) fecho: centralizado, a 1 cm ou um es-paço duplo do final do texto;

i) identificação do signatário: 2,5 cm outrês espaços duplos do fecho.

Obs: O avanço de parágrafos do textodeve ser sempre o mesmo, ou seja, o equiva-lente a 2,5 cm ou dez toques.

Outras considerações sobre ofíciosNas redações de ofícios e outras comu-

nicações oficiais devem ser evitados:

• expressões locais ou regionalismos;• expressões de duplo sentido;• estrangeirismos, exceto quando indis-

pensáveis por não possuírem traduçãoexata ou constituírem expressões deuso consagrado, como algumas em la-tim: ad referendum ou royalties, quedeverão ser destacadas em negrito, oucolocadas entre aspas;

• repetição de palavras ou utilização depalavras cognatas, como: competente, com-pete; designado e designação, menção e menci-onado etc.

Na página a seguir, você encontrará um mo-delo padrão de ofício.

4.2 – REQUERIMENTO

O requerimento é uma petição escrita,sob o amparo da lei, na qual se solicita algo auma autoridade pública. O requerimento é di-rigido ao cargo que a pessoa exerce, não a elaespecificamente. Quando a formulação é feitapor duas ou mais pessoas, tem-se um abaixo-assinado, que é um requerimento coletivo.

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Modelo de Oficio (padrão)

Ofício nº 524/SG-PRBrasília, 13 de abril de 2005.

Senhor Deputado,

Complementando as informações transmitidas pelo telegrama nº 32,de janeiro último, informo a Vossa Excelência de que as medidas mencionadasem sua carta nº 4375, dirigida ao Senhor Presidente da República, estãoamparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terrasindígenas instituída pelo Decreto 22, de 4 de fevereiro de 1992 (cópiaanexa).

2. Em comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – nadefinição e demarcação de terras indígenas – fossem levadas em consideraçãoas características socioeconômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação deverá ser precedida deestudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art.231, § 1ºda Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos sociológicos,cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feitoconjuntamente com o órgão federal e estadual competente.

4. Os órgãos públicos estaduais e municipais deverão encaminhar asinformações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmenteassegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

A Sua Excelência o SenhorDeputado (nome)Câmara dos Deputados10160-000 – Brasília-DF

5 cm

2,5 cm

2 cm

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Sendo um veículo de solicitação sobamparo da lei, o requerimento só pode ser di-rigido a autoridades públicas. Qualquer pes-soa, servidor público, ou não, que tenha inte-resse no serviço público pode se servir destamedida. Pode-se, também, endereçar requeri-mento a escolas particulares, que não configu-ram autoridade pública, mas que possuem ativi-dades próprias do poder público, e têm seusserviços rigidamente fiscalizados e reguladospor esse poder.

Características do requerimento:

Pessoa gramatical – Por deferência, emprega-se no preâmbulo a terceira pessoa do singular,que deve acompanhar o restante do requeri-mento.

Vocativo – Compreende o pronome de tra-tamento e o nome do cargo ou função dodestinatário, não se mencionando o nomecivil da autoridade, pois, como já mencio-nado, o requerimento não se dirige à pes-soa, mas ao cargo ou função que ela ocupa.Depois do vocativo, não se coloca nenhumafórmula de saudação.

Preâmbulo – compreende o nome do reque-rente (preferencialmente em caixa alta, todoele), seguido pela sua qualificação (naciona-lidade, estado civil, idade, filiação, naturali-dade, domicílio etc.).Nem sempre é neces-sário que se coloquem todos esses dados.Quando o requerente é funcionário do ór-gão ao qual dirige o requerimento, basta in-dicar nome, cargo, o setor do órgão ondeexerce suas funções, já que os outros dadosjá constam de sua ficha funcional. Quando orequerimento é feito por um aluno de escolaparticular ou estadual, basta colocar o nomedo aluno, a série e o turno em que ele estuda,pois os outros dados já constam de sua fi-cha escolar. A qualificação é mais, ou menoscompleta, de acordo, também, com a finali-dade a que se destina o requerimento.Na

qualificação é importante distinguir residên-cia, que é o local onde a pessoa mora habitu-almente, de domicílio, que é a sede legal dapessoa, onde ela se presume presente paraefeitos legais.

Texto – a exposição do pedido, em termosclaros e concisos, de forma objetiva.Podem-se invocar leis, decretos ou outrosdocumentos, para fundamentar o pedido, quedeve ser feito de forma cortês, mas sem po-lidez excessiva, evitando expressões exage-radas como: “vem mui respeitosamente”,“vem humildemente solicitar” etc. Lembre-se de que você está solicitando algo sob oamparo da lei, e não favores que dependamda disposição de espírito da autoridade àqual se dirige.

Fecho: É a parte final do documento.São cos-tumeiras as seguintes formas:

Nestes termos,Pede deferimento.

Abreviação:N. T.P. D.

Aguarda deferimento.A. D.Termos em que pede e espera deferimento.Termos em que pede deferimento.Local e data: São Paulo, 12 de abril de

2003.Assinatura

4.2.1. Modelos de requerimento

Senhor Diretor da Escola Alfredo Nas-ser:

FULANO DE TAL, aluno desta Es-cola, regularmente matriculado, cursando a pri-meira série do primeiro grau, turma B, turnomatutino, requer a Vossa Senhoria a dispensadas aulas de educação física, por motivos desaúde, conforme atestado médico em anexo.

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Termos em que pede deferimento.

Goiânia, 17 de abril de 2003.

Fulano de Tal.

Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal

FULANO DE TAL, ocupante do car-go de Escriturário, nível 6, exercendo suasfunções junto à Secretaria de Administra-ção, requer a V.Exa. a concessão do auxí-lio-família, nos termos do art........, doEstatuto.....................por se encontrar licen-ciado para tratamento de saúde.

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte, 12 de maio de 2003.

Fulano de Tal

4.3 – CIRCULAR

O termo circular define uma comuni-cação (carta, manifesto ou ofício) reprodu-zida em muitos exemplares e dirigida, si-multaneamente, a várias pessoas ou a umórgão, objetivando transmitir avisos, ordensou instruções de interesse geral. A circulardeve ser datada, endereçada e assinada (ouautenticada). Ela não obedece a padrõesrígidos quanto a sua forma.

Quando se tratar de carta-circular, oreceptor deve ter a impressão de que a car-ta foi redigida especialmente para ele. Paraatingir esse objetivo, o redator deve utili-zar uma redação que não seja de todo im-pessoal.

Exemplos de circular:

São Paulo, 26 de maio de 2003.

Sr.Fulano de TalCaixa Postal 695SÃO PAULO – SP

Senhor (es):

Temos o prazer de comunicar a V. Sa.(s) a inauguração da filial das Lojas Garden,nessa cidade.

Continuaremos, como sempre, a pres-tar a nossos clientes o melhor dos nossosserviços.

Esperando merecer de V.Sa. a conside-ração e confiança com que sempre nos dis-tinguiram, subscrevemo-nos.

Atenciosamente,

Lojas Garden S.A.

CIRCULAR Nº 50, DE 23 DE MAIODE......

O DIRETOR GERAL DO TESOU-RO DO ESTADO, no uso de suas atribui-ções, comunica aos Srs. Exatores que, deconformidade com a Portaria nº 2.380, des-ta data, do Excelentíssimo Senhor Secretá-rio da Fazenda, ficaram determinados, parao corrente exercício, os valores de R$...................

(..............................) por cabeça de gadobovino, e de R$.............................

(.................) para a arroba de lã, parabase de cálculo da Taxa de Cooperação, cons-tante do Decreto nº 43.786, de 5 de marçode.................

Fulano de TalDiretor Geral em Substituição

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4.4 – RELATÓRIO

Relatório é a exposição de fatos de umaadministração pública ou privada, acompanha-da, se necessário, de gráficos, mapas, tabelas,ilustrações. O relator deve tomar como baseum fato real, descrever o(s) fato(s), fazer umainterpretação, e, finalmente, apresentar propos-tas práticas para sanar os problemas detecta-dos.

Podemos dividir o relatório em três clas-ses distintas:Quanto ao número de signatários:

Individual;Coletivo;

Quanto à periodicidade:Normal: surgimento regular;Eventual: surgimento irregular;

Quanto à finalidade:Tantos tipos quanto forem os objetivos;

Há vários tipos de relatórios: relatóriode viagem, relatório administrativo, relatóriode estudo de caso, de cadastro, de inspeção,de inquérito, de rotina, parcial, progressivo, depesquisa, científico, contábil etc. Não impor-tando o tipo de relatório, ele obedece semprea mesma divisão:

Introdução: onde é indicado o motivoda feitura do relatório;

Corpo ou desenvolvimento: seção cen-tral, ordenada com destaque dos títulos e as-suntos principais, respeitando-se a ordem desucessão dos fatos.

Conclusão: como o próprio nome indi-ca, é o encerramento do relatório, a sua partefinal, da qual constam:

Considerações finais;Deduções lógicas de argumentação;Sugestões dispostas de maneira clara e

ordenada.Agradecimentos, despedidas etc.

Dentre diversos tipos de relatório, ci-taremos apenas aqueles que poderão ter utili-

Brasília, 13 de maio de 2003.

Senhor(a) Professor(a):

Frente à impossibilidade de alguns pro-fessores em comparecer ao Churrasco deConfraternização marcado para 14 de junho,estamos tentando outra data que será comu-nicada posteriormente.

Atenciosamente,

Jussara Costa NunesCoordenadora Pedagógica

a) Cedo ou tarde você terá que escrever ofíciosaos seus clientes. Para treinar bastante, resumaabaixo as principais características de um ofício.________________________________________________________________________________

b) De igual modo, pesquise e responda qual aprincipal utilidade do memorando.________________________________________________________________________________

c) Dê uma olhada no texto e descreva para queserve uma correspondência circular.________________________________________________________________________________

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dade prática nas áreas às quais se destinam.São eles:

Relatório de gestão social ou anual: é nor-mal, pois é elaborado em períodos regula-res, em regra um ano (civil, financeiro ou fis-cal); é o “report” de maior importância, pe-los esclarecimentos que presta e pela divul-gação que promove; exigido por lei ou esta-tuto, é dirigido aos sócios ou aos acionistas,ou ainda, ao povo, se a entidade de onde eleemana for associativa, de fins comerciais ouestatais.

De inquérito: inclui-se entre os eventuais, ouseja, são feitos esporadicamente, em virtudede incumbência especial (estudo de normasde trabalho, seleção fortuita de pessoal, visi-ta ou apuração de uma denúncia).

Parcial: diz respeito à fração de exercícioou de gestão, podendo ser mensal, trimestral,conforme o tempo que abrange.

Progressivo: é aquele que é preparado pe-riodicamente durante inquéritos, pesquisasou investigações.

Conclusivo: possui uma conclusão resultan-te da análise de outro(s) relatório(s).

Científico: estabelece fatos e conclusões,com uma determinada finalidade.

De tomada de contas: constará de um pa-recer minucioso e objetivo sobre os elemen-tos apresentados pela entidade, com apreci-ação a respeito da regularidade ou não dascontas e pela atuação do administrador ouresponsável pelo órgão que faz a prestaçãodas contas.

Administrativo: É uma comunicação escri-ta submetida à apreciação de uma autorida-de superior, geralmente ao final de um exer-cício, relatando a atuação administrativa. Ele

pode ser uma simples carta ou memorando,ou uma exposição de uma conferência, deum gráfico, de uma tabela, desde querequerido ou utilizado pelos administrado-res.

Relatório técnico-científico: É o docu-mento original através do qual se difundemas informações correntes, sendo elaboradoprincipalmente para descrever experiências,investigações, métodos, processos e análises.

4.4.1. Elementos do relatório

Os elementos dos relatórios se distribu-em sequencialmente, dessa forma:

• Folha de rosto – É a página que contémos elementos essenciais à identificaçãoda obra, como entidade, empresa, se-tor ou departamento, título, autor, lo-cal e data; pode haver duas ou maisfolhas de rosto (textos em mais de umalíngua, edições fac-similadas etc.).

• Sumário – será organizado ao final dotrabalho, incluindo os títulos principaise os subtítulos, com a respectiva página.

• Introdução – apresentação inicial do tra-balho já elaborado, dando imediata ci-ência ao leitor sobre o aspecto relevantede seu conteúdo.

• Desenvolvimento – trata-se do texto pro-priamente dito, uma explanação clara,simples e objetiva do assunto.

• Conclusão – finalização do trabalho, con-firmando, com argumentos, o ponto devista do autor e apresentada nos mes-mos moldes da introdução.

• Anexos – materiais ilustrativos comple-mentares que se fizerem necessários –tabelas, fotos, gráficos, ilustrações, ta-

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belas etc. – mesmo que não sejam es-tritamente necessários para a compre-ensão do assunto.

• Bibliografia – indicações cuidadosas eprecisas, permitindo a identificação depublicações, no todo ou em parte.

Quanto à localização, as referências biblio-gráficas podem ser:

• Inteiramente incluídas no texto;• Parte no texto, parte em nota de roda-

pé;• Em nota de rodapé ou de fim de texto;• Em listas bibliográficas, sintéticas ou

analíticas;• Encabeçando resumos.

4.4.2. Técnicas para a elaboração derelatórios

A primeira providência é preparar umplano ou esquema. Com a ajuda do esquema,fica mais fácil perceber a importância do as-sunto a ser tratado, selecionar os fatos impor-tantes, estabelecer uma hierarquia entre as idei-as. Na organização do relatório, é preciso con-siderar o tema, as circunstâncias, o receptor, autilidade das informações e a pertinência dassugestões finais.

Escrever muito não significa, necessari-amente, escrever bem. O relatório deve serestringir às informações realmente úteis, quepodem ser complementadas com tabelas,gráficos, fotos e outras ilustrações que, mui-tas vezes, causam mais impacto do que aspalavras.

No esquema, procure determinar os ver-dadeiros objetivos do relatório. Faça as seguin-tes perguntas:

Por que escrever este relatório?Quem lerá o relatório?

O que pretendo escrever?Como fazê-lo?

Respondendo a essas perguntas, vocêpode passar à redação do relatório, obedecen-do a certas normas:

Estilo - O estilo da redação de um rela-tório (seja ele de qual tipo for) deve ser for-mal, considerando as seguintes regras:

Ausência de pronomes pessoais (eu, nós);Inexistência de abreviações;Uso da terceira pessoa (Fulano decidiu);Ausência de estrangeirismos ou regiona-

lismos (a não ser quando imprescindíveis àcompreensão do assunto);

Preferência pela voz ativa;Ausência de gírias ou expressões colo-

quiais.Ênfase nos pontos importantes - O re-

dator técnico deve usar a disposição das frasese das palavras no período, com o intuito derealçar as ideias principais. Para isso ele deveconsiderar que o início do parágrafo é o me-lhor lugar para colocar a frase que deseja enfa-tizar. Ela também pode ser colocada no finaldo parágrafo, se o relator quiser variar, masnunca deve estar diluída no meio do parágrafo.A ordem inversa também pode ser utilizadapara realçar ideias. Ex.: Se não for possível modifi-car o projeto, outras soluções deverão ser encontradas.Ordem inversa: Outras soluções deverão ser encon-tradas, se não for possível modificar o projeto.

Utilize sempre palavras específicas, per-tinentes ao assunto, empregando verbos noimperativo, evitando sempre que possível a vozpassiva. Ex.: Foram feitas várias alterações. Vozativa: Fizemos várias alterações.

Divida o relatório em seções e subse-ções, ou itens e subitens, para realçar as idei-as e garantir a atenção do receptor. Os títu-los devem ser curtos e uniformes, ou seja,quando no primeiro título aparecer um subs-tantivo, no segundo você pode usar um ge-rúndio, o que contribui para maior clarezado texto. Ex.: 2.1. Definição do campo de atua-ção. 2.2. Atuando com professores/pesquisadores.(no primeiro título, você utilizou o substan-tivo atuação; no segundo, você empregou ogerúndio atuando).

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Eficácia da redação – Para garantir umacomunicação eficiente, você deve:

• Observar a concordância gramatical;

• Não utilizar um rosário de frases curtas;

• Eliminar as palavras desnecessárias;

• Não usar pontos de exclamação ou re-ticências, que dão ao texto um carátersubjetivo;

• Não utilizar expressões prolixas ou lin-guagem conotativa (sentido figurado).Ex.: O vendedor é rápido como um raio. (lin-guagem conotativa)/ O vendedor é muito rá-pido. (linguagem denotativa). Usar expres-sões simples e curtas. Ex.: Com referênciaao fato.../ Prefira: Referente ao fato; Du-rante o ano de 1998.../Prefira: Em 1998...

• Evitar fragmentos de frases. Ex.: Em-bora não tenhamos alcançado nossos objetivos.(fragmento de frase)/Embora não tenha-mos alcançado nossos objetivos, fomos elogia-dos pelo diretor. (frase completa)

Despertar interesse – Para conseguir esteobjetivo, atente para as seguintes regras:

O relatório deve ser compreensível e fá-cil de ler.

A organização das idéias e a concatena-ção dos parágrafos (rever Unidade do parágrafo)são fundamentais para manter o leitor atento.

A distribuição do texto no papel ou apre-sentação da matéria de forma estética contri-bui para despertar a atenção do leitor.

A variação no comprimento dos pará-grafos torna a leitura menos cansativa. Umasequência de parágrafos longos é excessiva-mente cansativa, da mesma forma que umasequência de parágrafos curtos. Varie!

Utilize informações precisas. Por exem-plo, em vez de dizer que o inverno foi rigoroso,diga “Neste inverno, a temperatura foi a 3 graus”;

no lugar de “Carlos é bom digitador”, prefira “Car-los digita 300 toques por minuto”.

4.4.3. Relatório administrativo

4.4.3.1. Plano ou esquema da mensagem

Relatório de Produção1. Objetivo2. Estabelecimento do cronograma3. Tarefas realizadas

3.1. Quantidade3.2. Qualidade

4. Tarefas que serão realizadas4.1. A curto prazo4.2. A médio prazo4.3. A longo prazo

5. Tarefas impossíveis de realizar5.1. Impossibilidade técnica5.2. Insuficiência de recursos humanos5.3. Insuficiência de recursos financeiros5.4. Necessidade de atualização do maquiná-

rio e contratação de pessoal especializado.

Após colher o material informativo quesustentará a mensagem (assunto), e planejada aexposição de ideias, a etapa seguinte é a orga-nização do texto.

O objetivo do relatório vai determinara direção e organização da mensagem. Consi-dere se a mensagem é informativa, persuasivaou de orientação.

O passo seguinte é definir o tipo deestrutura narrativa que será seguido: se elaobedecerá a uma ordem cronológica, ou seapresentará, desde o início, os fatos maisrelevantes.

Você também pode optar pela dis-sertação (ver “Os textos e sua tipologia”), se-guindo a estrutura introdução, desenvolvimen-to e conclusão.

As questões “o quê?/ quem?/ como?/onde?/ e por quê?”, usuais na redação jornalísti-ca têm alcançado maior eficácia.Observe quea ordem da narrativa parte dos fatos mais im-portantes para os menos significativos.

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As estruturas mais comuns de rela-tórios são:

· Apresentação de solução de problemas;

· Enumeração de fatos;

· Exposição cronológica dos fatos;

· Argumentação.

Na apresentação que segue a exposiçãocronológica dos fatos, expõe-se inicialmente oproblema e, em seguida, as causas e efeitos,concluindo com uma solução lógica.

Quando a apresentação segue a exposi-ção cronológica dos fatos, o problema é ex-posto inicialmente e, em seguida, causas e efei-tos, concluindo com uma solução lógica. Oesquema seria o seguinte:

1. Problema

2. Causa

3. Efeito

4. Soluções

Já na exposição por enumeração de fa-tos ou pormenores, identifica-se em primeirolugar a ideia principal, que servirá de base paraa construção do relatório. A seguir, apresen-tam-se os fatos que comprovam ou fundamen-tam a ideia principal.

4.4.4. Apresentação de solução deproblemas

O modelo indicado para a elaboraçãodesse tipo de relatório consiste na apresenta-ção da proposição, ou seja, da ideia que se quer“vender”; em seguida, passa-se à apresentaçãodo histórico, provas, argumentos, justificativase encerrando o relatório com decisões ou con-clusões.

Modelo:

Proposição:A Diretoria da Empresa Alvorada,reunida no dia 16 de abrilúltimo,resolveu alterar sua política devendas, após análises e discussões sobreas diversas formas de crédito, que vi-nham sendo praticadas há mais de cin-co anos.

Histórico:1. 40% para clientes preferenciais,com volume de compra superiora 50 mil mensais. 2. 30% para clientes com volu-me de compra entre 50 e 30 milmensais.3. 20% para clientes com volumede compra até 20 mil mensais.

O prazo para pagamento de mercadorias tam-bém foi alterado, passando para 45 dias, para clientesespeciais com volume de compra superior a 30 milmensais.

4.4.5. Enumeração dos fatos (Preocupaçãoespacial)

Este segundo modelo de desenvolvimen-to do texto consiste na estrutura com a explo-ração de elementos espaciais, fazendo uma des-crição dos fatos.

Proposição:A Diretoria da Empresa Fecho

de Ouro, reunida no último dia 20 deabril, resolveu alterar sua programaçãode vendas para a Capital e interior deSão Paulo.

Haverá a necessidade de osvendedores alterarem a suaprogramação de visitas e, par-ticularmente, o volume de ven-

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das, conforme descrito a se-guir:1.Na capital, serão intensificadasas visitas para estimular as vendascentrais. A cota de produtos àdisposição também será alterada:das antigas 90.000 unidades para150.000 unidades.2. No interior serão considera-das relevantes as cidades de regi-ões mais desenvolvidas. As visi-tas serão em número de duas men-sais e terão à sua disposição me-nor volume de produtos: das an-tigas 200.000 unidades para180.000 unidades.

Manifestação de expectativa

Assim esperamos melhorarnossa distribuição na capital e in-terior do de estado de São Paulo.

4.4.6. Exposição temporal: Cronologiados fatos

Introdução:Para dar melhor continuidade às

nossas relações comerciais,consideramos relevante relatar-lhes fatos que vêm ocorrendo eameaçam nosso longo e harmô-nico relacionamento.

Relato:A partir do dia 4 de feverei-

ro fomos surpreendidos com umnovo vendedor.

Passamos a ser atendidos porum profissional de poucos recur-sos técnicos que não satisfaz asnossas necessidades de informa-ção sobre o produto.

Durante o mês de fevereiro,as visitas foram interrompidas eretomadas, revelando o desinte-resse em nos atender.

Cronológico dos fatos:Em março, os preços foram

reajustados sem prévio aviso.Anteriormente seu vendedor avi-sava com antecedência sobre novalista.

Em abril, nossas surpresasforam maiores: a nossa percenta-gem foi diminuída.

Conclusão:Diante de todos estes fatos,

solicitamos urgentemente umareunião com a diretoria de ma-rketing da Araguaia a fim de es-clarecermos e solucionarmos es-tes problemas.

Argumentação:Introdução:

A diretoria da empresa Fe-cho de Ouro, que se reuniu no úl-timo dia 24 de maio, comunica aseus vendedores algumas decisõesrelevantes nas transações comer-ciais com nossos clientes:

Problema:Constatamos queda de ven-

das e desajuste no atendimentoaos nossos clientes. Há inúme-ras reclamações, bem como per-das de clientes considerados es-tratégicos. Nossos produtos têmchegado aos locais de venda emdesvantagem com a concorrên-cia, encontrando clientes predis-postos a não colocá-los ao alcan-ce do consumidor.

Causa:Constatamos como causa,

em primeiro lugar, a ausênciade visitas sistemáticas e a ca-rência de esclarecimento aosclientes.

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

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a) O relatório é instrumento de capital impor-tância para o corretor de imóveis. Quais as prin-cipais características de um relatório?______________________________________________________________________________

b) O corretor de imóveis usa o Relatório deVistoria, especialmente como acessório dos con-tratos de locação. Para que serve esse relatório?______________________________________________________________________________

4.5 – CARTA

Para escrever uma carta comercial, oumesmo outras de ordem pessoal, é desejávelque o redator se mantenha sempre atualizado,através da leitura de jornais, revistas e livros, eque reflita cuidadosamente sobre a mensagemque deseja produzir, excluindo das cartas co-merciais expressões vazias de significado,como: verdadeiro caos, efetivamente, ensejo, lacunapreenchida, por especial obséquio, mui respeitosamen-te, para os devidos fins, motivos de ordem superior, opor-tunamente, e outras semelhantes.

O uso desnecessário de expressões seme-lhantes produz um texto desestimulante, resul-tando em uma redação ineficaz quanto aos ob-jetivos a que se propõe. A redação administra-tiva deve destacar-se pela precisão e concisão,centrada exclusivamente na informação e noreceptor.

Deve-se eliminar os estrangeirismos, asgírias, os pleonasmos viciosos, as redundânci-as, as figuras de linguagem, as opiniões pesso-ais, os parágrafos intermináveis, e outros ele-mentos que sirvam de obstáculo ao entendi-mento da mensagem.

Os defeitos geralmente encontrados naredação administrativa são erros de estruturada frase (fragmentos de frases, sujeito sem pre-dicado, redundâncias, pleonasmos, oração su-bordinada sem oração principal etc.), e errosgramaticais (emprego incorreto dos pronomes,ausência de concordância nominal e verbal, re-gência verbal inadequada).

A correspondência comercial tem afunção primordial de informar, persuadir, so-licitar informações ou providências,centrando-se no receptor e na mensagem. Oredator deve possuir um estilo próprio econciso, criativo e original, mesmoobedecendo a um certo padrão que rege ascartas comerciais, no que diz respeito àsintroduções, às fórmulas de saudação e aosfechos de cortesia. Ele deve empregar palavrascujo sentido lhe seja conhecido e que sejamapropriados ao momento, redigindo o texto

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com o mesmo cuidado que teria com uma obraliterária, pois a carta comercial exerce tambéma função de relações públicas e, quando unida àpropaganda, é um veículo pelo qual a empresaalcança a venda de seus produtos ou serviços.

Feitos esses comentários, disporemos aseguir exemplos de introduções e fechos de cortesiacomuns nas cartas comerciais.

4.5.1. Introduções comuns nacorrespondência

As introduções devem levar o receptor acontinuar a leitura do texto. Uma introduçãoantiquada desestimula o leitor e desmerece oredator. As introduções usuais são:

• Participamos-lhes que...• Atendendo às solicitações constantes de sua car-

ta datada de...• Temos a satisfação de comunicar a V. Exa.

que...• Solicitamos a V. Sa...• Informamos a V. Sa ...• Em vista do anúncio publicado no...• Damos ciência a V. Sa..• Comunicamos que...

Devem ser evitadas as introduções cli-chês, como:

• Venho por meio desta...• Escrevo estas mal traçadas linhas...• Torna-se imperiosa...• É com grata satisfação que...• Venho por meio desta...• Permita-me, oportunamente, dizer...• Lamentamos profundamente ter de informar

que...• No presente momento...• Serve esta para inteirá-lo...

4.5.2. Fechos de cortesia

São constituídos pelo último parágrafo,e os mais comuns são:

• Respeitosamente.• Atenciosamente.• Saudações.• Cordiais saudações.• Cordialmente.• Apreciaremos sua pronta resposta.• Subscrevemo-nos atenciosamente.• Com distinta consideração.• Abraços.

Evite estes fechos arcaicos:

• Sem mais para o momento, reitero a V.Exa. protestos de elevada estima e distintaconsideração.

• Sendo o que se nos apresenta para o momento.• Com as expressões de nossa elevada conside-

ração, subscrevemo-nos atenciosamente.• Agradecendo-lhe, desde já, firmo-me com ad-

miração e respeito.• Sendo tão somente para o momento, apresento

a V. Sa. protestos de estima e consideração.• Com nossos agradecimentos, renovamos as ex-

pressões de nossa elevada consideração e dis-tinta amizade.

4.5.3. A elaboração do texto

A objetividade e a rapidez na exposiçãodo pensamento são exigências da vida moder-na, que levam o redator a buscar o vocabulá-rio exato, a concatenação de ideias, a clarezado pensamento, a unidade do texto.

Nunca é demais frisar as qualidades daredação, quais sejam:

Exatidão: evite empregar palavras vagas,pouco usadas, compridas, difíceis, além da ca-pacidade de compreensão do leitor. Desejan-do impressioná-lo, você pode alcançar um re-sultado não desejado, como a ineficácia da co-municação. Seja exato, atenha-se aos fatos, evi-tando imprecisões como: alguns, quase todos, hádias, muitos, poucos.

Coerência de ideias: Existe uma tran-sição lógica entre uma frase e outra? Utiliza-ram-se os conectivos adequados? Existe con-

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

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tradição entre a ideia-núcleo e as ideias com-plementares? (rever unidade do parágrafo, coesãoe coerência)

Clareza: qualidade indispensável em qual-quer correspondência comercial. Mesmo queexistam expressões técnicas no texto, a reda-ção deve ser tão clara que mesmo um leigo noassunto consiga apreender-lhes o sentido.

Concisão: o redator deve observar omeio-termo, não escrevendo de forma tão pro-lixa ou concisa que se torne incompreensívelpara o leitor.

4.5.4. Simplificando o texto

Ao escrever o texto o redator deve serestringir ao essencial, por economia de tem-po e levando em conta a objetividade e conci-são. Prefira expressões mais curtas, no caso, asda direita:

• Acusamos o recebimento: recebemos.• Segue anexo a esta: anexamos.• Na expectativa de: esperamos.• Um cheque nominal na importância de: um

cheque de.• No decorrer do ano em curso: durante.• Será prontamente atendido: será atendido.• No corrente mês de maio: neste mês.• Anteriormente citado: citado.

Evite estas expressões clichês:

• Agradecemos-lhe antecipadamente.• Aguardamos ansiosamente sua resposta.• No devido tempo.• Permita-me dizer.• Pela presente acusamos o recebimento.• Rogamos acusar o recebimento.• Lamentamos informar.• Servimo-nos desta para inteirá-lo.

4.5.5. Estética das cartas comerciais

As margens esquerda e direita do papeldevem ser de 3 cm. O espaço entre as linhas é

de 1,5. Entre os parágrafos colocam-se doisespaços de 1.5 ou três espaços simples.

O vocativo pode usar fórmulas como:Prezado Senhor, Senhor Diretor, Senhores, PrezadoAmigo, etc.

Como outras correspondências técnicas, ascartas comerciais apresentam as seguintes partes:

• Cabeçalho ou timbre;• Índice e número (algumas vezes apenas números);• Local e data;• Endereço ou destino;• Vocativo;• Introdução;• Explanação, ou desenvolvimento;• Fecho, ou encerramento;• Assinatura;• Iniciais (redator e datilógrafo, ou digitador).

Obs. Algumas cartas comerciais, de cu-nho mais informal, não fazem uso de todas aspartes citadas, o que não constitui erro nem in-terfere na eficácia da redação.

Modelos:

São Paulo, 10 de maio de 2003.

Senhor Empresário

Estamos iniciando a comercialização de car-tões de Natal confeccionados pelos menores da Cre-che Nossa Senhora de Fátima.

Tal iniciativa se deve a uma postura de incen-tivo à criatividade infanto-juvenil, de integração domenor à sociedade por meio da arte.

Convidamos V. Exa. a participar desse pro-cesso adquirindo os cartões da Creche Nossa Senho-ra de Fátima.

Agradecemos, desde já, em nome dos menores,a sua ajuda.

Atenciosamente,

Ana Vasconcelos de SouzaDiretora Social

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Porto Alegre, 21 de março de 2003.

SvRP/654 –XXSr.T. A. André BartholomeuDiretor da Organização Loyde LtdaRua Castro Alves, 1.100Santa Maria (RS)

Prezado Senhor:

Desejando divulgá-la entre os dirigentes deempresas públicas ou privadas reproduzimos a men-sagem da Hewlett Packard para o Dia daSecretária.

“Sem ela, você estaria perdido num vendavalde cartas, planos, cálculos, compromissos, lembretese obrigações sociais; sem ela, você teria de multipli-car desculpas, corrigir erros, justificar atrasos e, quemsabe, mudar de profissão. Sua secretária contribui,de forma inconteste, para seu sucesso. A ela, vocêdeve parte de seu êxito. Quando mais uma vez secomemora o Dia da Secretária, é você quem deve terum gesto de amizade, em retribuição à sua dedica-ção e eficiência. Ela merece ser lembrada sempre”.

Na oportunidade, enviamos a V.Sa.material publicitário referente a essa data, cada vezmais festejada em todos os escritórios do país.Atenciosamente

Régis PereiraChefe do SvRP

MT/SB

a) A modernização deve ser preocupação cons-tante para atualização dos nossos conhecimen-tos. Relacione abaixo dois exemplos de fechosde cortesia considerados arcaicos em cartas eofícios:________________________________________________________________________

b) Volte ao texto e pesquise quais as principaiscaracterísticas de uma boa redação, relacionan-do-as abaixo.________________________________________________________________________

c) Resumidamente, escreva como deve ser aestética de uma carta comercial.________________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

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Unidade

III

Ø Conceituar Frase, Oração e Período;Ø Identificar regras de acentuação e de uso do hífen;

Ø Utilizar, com correção as letras “S” e “Z”,”J” e “G”, “E” e “I”, “X” e“CH”, “O” e “U”, em determinadas palavras;Ø Reconhecer os principais casos de emprego da vírgula;Ø Reconhecer as características básicas de concordância verbal enominal;Ø Identificar formas de flexão dos adjetivos compostos.

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

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5. REVISÃO GRAMATICAL

A correção gramatical é uma qualidadeque deve estar presente em todos os textos,sejam técnicos ou literários. Mesmo que a men-sagem seja compreensível, a estética impecá-vel, os erros gramaticais depõem contra o re-dator e desmerecem a qualidade do texto, im-pressionando negativamente o receptor.

Assim sendo, neste título você encon-trará algumas informações que poderão aju-dá-lo a não incorrer nessas falhas. Natural-mente, não nos propomos a sanar todas asdúvidas e garantir uma redação irrepreensí-vel, pois a Língua Portuguesa possui algu-mas complexidades, e conhecê-las profunda-mente é uma tarefa que demandaria muitotempo e esforço. No entanto, as informaçõescontidas nesta apostila poderão resolver al-gumas dúvidas comuns quanto à ortografia,acentuação, frases, períodos, orações, corre-lações frasais, concordância verbal e nomi-nal. Não se esqueça, porém, de que a leitura(livros, jornais e revistas) é fundamental paraampliar o vocabulário e escrever de formacorreta.

5.1 – ORTOGRAFIA

A ortografia é a parte da gramáticaque trata da correta representação escritadas palavras, fixando padrões de correçãopara a grafia das palavras. A forma comoas palavras são grafadas (escritas) é produ-to de acordos ortográficos envolvendo osdiversos países em que a língua portuguesaé oficial. Assim, grafar corretamente umapalavra é obedecer a um padrão estabeleci-do por lei.

Entre os sons das palavras e a formacomo elas são escritas podem ocorrer coinci-dências. Tal fato se dá quando duas (às vezestrês) palavras apresentam identidade total ouparcial quanto à pronúncia ou quanto à grafia(você encontrará mais informações sob o tí-tulo Adequação Vocabular).

Observe:

Chama (substantivo) e chama (verbo chamar)apresentam a mesma grafia e a mesma pro-núncia. São palavras homônimas.

Almoço (substantivo, nome de uma refeição)e almoço (verbo almoçar) apresentam a mes-ma grafia, mas pronúncia diferente. São pa-lavras homógrafas.

Cesto (substantivo) e sexto (numeral ordinal)têm a mesma pronúncia, mas grafia diferen-te. São palavras homófonas.

Existem, ainda, casos de palavras comgrafia e pronúncia semelhantes, sem que ocorracoincidência total. São as palavras chamadasparônimas, objeto de dúvidas frequentes quan-to ao emprego correto. É o caso de vultuo-so/vultoso, inflação/infração, flagrante/fragrante e outras, cujos casos mais comuns jácitamos nesta apostila, quando tratamos daadequação vocabular.

5.1.1. Fonemas e letras

A representação dos fonemas (sons) da lín-gua portuguesa se dá por meio de um conjun-to de símbolos denominado letras, que formamas palavras. Com a finalidade de ajudá-lo a es-crever corretamente as palavras, colocamos asseguintes orientações:

USO DO “S”A letra s é empregada:

1. Nos adjetivos terminados pelos sufixos– oso/osa, indicando estado pleno,abundância. Ex.: horrorosa, cheiroso, formo-so, dengoso;

2. Nos sufixos – ês/-esa/-isa, que indicamorigem, profissão ou título de nobreza.Ex.: holandês, holandesa, baronesa, campone-sa, sacerdotisa, marquês, marquesa, princesa,duquesa;

3. Depois de ditongos. Ex.: coisa, faisão,

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mausoléu, lousa, causa, maisena etc.4. Nas formas do verbo pôr e querer. Ex.:

quis, pusesse, quiséssemos, repusera etc.5. Nas palavras derivadas de outras, cujo

radical termina em s. Ex.:casa – casinha, casarão, casebre;

pesquisa – pesquisar – pesquisado;análise – analisar, analisado;

Obs: catequese – catequizar.

USO DO “Z”Emprega-se a letra z:

1. Nos sufixos -ez/-eza, formadores desubstantivos abstratos a partir de adjeti-vos. Ex.:altivez, mesquinhez, beleza, certezaetc.

2. Nas palavras derivadas de uma primiti-va grafada com z. Ex.: juiz – juízo – ajui-zar – ajuizado./ deslize: deslizamento – des-lizar – deslizante./ razão: razoável, arrazo-ar./ raiz: enraizado.

3. No sufixo – izar, formador de verbos.Ex: atualizar, hospitalizar, canalizar

CUIDADO! Em palavras como analisar epesquisar não ocorre o sufixo verbal -izar.Veja a formação delas: análise + ar = analisar;pesquisa + ar = pesquisar;

Escrevem-se com s: aliás, alisar, fase, fu-são, atrás, quiser, colisão, nasal, pêsames, inclusive,usina, mosaico, empresa, aviso, através, brasa, catali-sar, cisão, lisonjeiro, surpresa, lisura, crase, despesa,uso, visar, invés, brasa, atraso, atrasado, sinusite.

Escrevem-se com z: abalizar, azia, baliza,tenaz, veloz, coriza, sagaz, assaz, capaz, rapaz, azar,azia, lazer, talvez, vazio, arroz, algoz, aprendiz, ba-zar, buzina, cafuzo, rodízio, feroz, verniz, xadrez,chafariz, fugaz, deslize, desprezo, giz, batizar (masbatismo), prazo.

USO DO “G” E DO “J”Emprega-se a letra g :

1. Nas palavras terminadas em - ágio/ -égio/ - ígio/ - ógio/ úgio. Ex.: pedágio,régio, litígio, relógio, refúgio.

2. Nos substantivos terminados em -gemEx.: viagem, passagem, aragem, cora-gem etc. (exceções: pajem, lambujem, lajem,grafados com j).

3. Nas palavras derivadas de outras que jáapresentem o g. Ex.: ágio: agiotagem/gesso: engessar/engessado etc.

4. Geralmente, depois de a inicial. Ex.: ágil,agir, agitado etc. Obs. O substantivo via-gem se escreve com g, mas viajem, doverbo viajar, se escreve com j.

Emprega-se a letra j:1. Nas palavras derivadas de primitivas que

se escrevem com j. Ex.: jeito, ajeitar, ajei-tado./ laranja, laranjal, laranjeira etc.

2. Em palavras de origem tupi. Ex.: jibóia,pajé, jenipapo etc.

3. Em formas dos verbos terminados em– jar. Ex.: arranjar: arranje, arranjei, arran-jemos.

4. Na terminação – aje. Ex.: ultraje, laje, trajeetc.

Grafia correta de algumas palavras:Com g: angélico, estrangeiro, evangelho, gerin-

gonça, sargento, sugestão, tangerina, gengibre, gengiva,herege, monge, vagido, ligeiro, ogiva, gim, tigela.

Com j: anjo, gorjeta, jenipapo, monja, ojeriza,pajé, jiló, cafajeste, majestade, sarjeta.

USO DO “X” E DO “CH”Emprega-se a letra x:

1. Geralmente depois de ditongo. Ex.: eixo,caixa, caixote, caixão, feixe, faixa etc.

2. Depois de sílaba inicial en-. Ex.: enxada,enxoval, enxame, enxuto, enxaguar, enxaque-ca etc. Exceções: encher e seus derivadossão grafados com ch: enchimento, enchen-

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te, enchido, preencher etc. Quando se junta oprefixo en a um radical iniciado por ch:encharcar, encharcado, enchocalhar, enchiquei-rar etc.

3. Depois da sílaba inicial me. Ex.: mexi-lhão, mexer, mexicano, mexerico, mexerica

ATENÇÃO! Mecha e derivados se escre-vem com ch.

Outras palavras com x: bexiga, bruxa, la-gartixa, maxixe, orixá, oxalá, praxe, puxar, xíca-ra, xingar, luxo, elixir, luxuoso, xarope, xereta, en-graxate, faxina, laxante, vexame etc.

Outras palavras com ch: salsicha, machu-car, mochila, macho, fachada, colcha, chutar, chuchu,cochilo, broche, inchar, cachimbo, cachaça, chafariz,tocha, piche, chimarrão etc.

USO DO “E” E DO “I”:1. Os verbos terminados em – uar e – oar

são escritos com a letra e nas formasdo presente do subjuntivo. Ex.: efetuar:efetue, efetues; continuar: continue, continues;abençoar: abençoe, abençoes.

2. Os verbos terminados em - uir, - air, -oer são escritos com a letra i na segundae na terceira pessoa do singular do pre-sente do indicativo. Ex.: possuir: possuis,possui; contribuir: contribuis, contribui; cair:cais, cai; moer: móis, mói.

Observe, ainda, as seguintes grafias:

Com e: anteontem, cadeado, destilar, penico,periquito, empecilho, paletó, creolina, sequer, seringa,cedilha, campeão, encarnado, quase.

Com i: privilégio, invólucro, penicilina, ponti-agudo, crânio, umbilical, imbuia, dispendioso, escár-nio, ansiar, casimira, esquisito.

AS LETRAS “O” e “U”:A oposição entre as letras o e u é res-

ponsável pela diferença de significado entre as

palavras: comprimento (medida)/cumprimen-to (saudação); soar (emitir som)/suar (trans-pirar); sortir (abastecer)/surtir (resultar).

a) Para que você nunca mais esqueça, pesqui-se no texto e defina nas linhas abaixo o que éortografia.____________________________________________________________________________

b) chama (substantivo) e chama (verbo cha-mar), são palavras____________________________________________________________________________

c) cesto (substantivo) e sexto (numeral ordi-nal) são palavras____________________________________________________________________________

d) Pesquise no dicionário o significado dasseguintes palavras parônimas:- infração: _________________________- inflação: _________________________- flagrante: ________________________- fragrante: ________________________- vultoso: _________________________- vultuoso: _________________________

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5.2 – ACENTUAÇÃO

A acentuação consiste na utilização decertos sinais escritos sobre algumas letras, re-presentando o que foi determinado pelas re-gras de acentuação. São eles: o acento agudo (´), oacento circunflexo (^), o acento grave (`), o til (~), otrema (¨), o apóstrofo (‘) e o hífen (-).

O acento agudo, quando colocado sobreas letras a, i, u e sobre o e pertencente aogrupo em, indica que essas letras represen-tam as vogais tônicas da palavra (pronunci-adas com mais força). Ex: carcará, caí, súdito,armazém; colocado sobre as letras e e o in-dicam, além da tonicidade, timbre aberto.Ex.: lépido, céu, léxico, apoiam, boia.

O acento circunflexo, colocado sobre asletra a, e e o, além da tonicidade, indicatimbre fechado. Ex.: lâmpada, tênue, pêssego,supôs, Atlântico.

Depois do Acordo Ortográfico da línguaportuguesa de 1990, o trema foi abolido,e só permaneceu em nomes próprioscomo Mülller.

O til indica que as letras a e o representamvogais nasais: órgão, alemã, ímã, portão, mãe.

O acento grave indica a ocorrência da prepo-sição a com o artigo a, com os pronomes de-monstrativos a, as e com a letra inicial dos pro-nomes aquele, aquilo, aqueles, aquela, aque-las. Ex.: à, às, àquele, àquela, àquilo. (crase)

O apóstrofo serve para assinalar a supres-são de um fonema (em geral uma vogal)em algumas pronúncias populares, no ver-so e em palavras compostas ligadas pelapreposição de. Ex.: copo d’água, pau-d’alho, galinha-d’água.

O hífen é usado no final da linha para sepa-rar uma palavra em duas partes (pro-blema/

proble-ma); para unir pronomes átonos averbos (retive-o, peguei-o, levá-la-ei); paraligar elementos de palavras compostas ouderivadas por prefixação.

5.2.1. Emprego do Hífen

Emprega-se o hífen:

1. Nas palavras compostas em que oselementos não conservam isolada-mente sua significação, constituin-do o conjunto uma unidade semân-tica. Ex.: pára-choque, couve-flor,frango-d’água;

2. Em vocábulos formados pelos prefi-xos que representam formas adjetivas.Ex.: anglo-brasileiro, sírio-libanês, gre-co-romana;

3. Nos vocábulos formados pelos prefi-xos abaixo, seguidos de palavras come-çadas por vogal:auto – auto-educaçãocontra – contra-ataqueextra – extra-oficial

4. Nos vocábulos constituídos porsufixos que representam formasadjetivas como: açu, guaçu e mirim.Ex.: Moji-Mirim, Moji-Guaçu, ca-pim-açu;

5. Nos vocábulos formados pelos prefi-xos relacionados abaixo, seguidos depalavras iniciadas por h, r, s:ante – ante-históricoanti – anti-higiênicoarqui – arqui-rabinoneo – neo-republicanoproto – proto-revolucionárioinfra – infra-hepáticopseudo – pseudo-revelaçãosobre – sobre-saiasemi – semi-selvagem

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

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6. Nos vocábulos formados pelo prefixosupra, seguido por palavra começadapor vogal, por r ou s:supra-renalsupra-sumosupra-axila

7. Nos vocábulos formados pelo prefixosuper , seguido de palavra iniciada porh ou r:super-requintadosuper-homem

8. Nos vocábulos formados pelos seguin-tes prefixos, seguidos por palavras ini-ciadas por vogal ou h:pan – pan-asiáticomal – mal-amado

9. Nos vocábulos formados pelo prefixobem, quando a palavra seguinte possuisignificado independente ou quando apronúncia o requer:bem-aventuradobem-vindobem-amado

10. Nos vocábulos formados pelos prefi-xos abaixo:sem – sem-cerimôniavice – vice-reitorex – ex-diretor

11. Nos vocábulos formados pelos prefi-xos:pós – pós-meridianopré – pré-escolarpró – pró-reitoria

Observações úteis:

• Os prefixos macro e micro, quando sejuntam com palavras iniciadas por r ou s,dobra-se essas consoantes: macrorregional,microssistema, microrregião;

• O prefixo sub junta-se às palavras inicia-das por b, r e h por meio de hífen: sub-região, sub-bibliotecário, sub-hepático;

• Os prefixos ad, ab, ob e sob juntam-se àspalavras iniciadas por b, d ou r : ab-rogar,ob-reptício, sob-roda.

• O prefixo sócio não admite hífen: socioeco-nômico, sociolinguística.

5.2.2. Uso da vírgula

A vírgula marca separações breves desentido, entre termos vizinhos, expressões ex-plicativas, inversões, na oração ou no período.

Principais casos do emprego da vírgula:

• Para separar palavras ou orações justa-postas, ou seja, não ligadas por conjun-ção. Ex.: Chegou a Europa, visitou mu-seus, resolveu assuntos comerciais, pas-seou com amigos, voltou ao Brasil e ca-sou-se com uma amiga de infância.

• As intercalações também devem ser co-locadas entre vírgulas. Ex.: O processo,acredito eu, será decidido favoravelmente.

• Colocam-se entre vírgulas as expressõesexplicativas, corretivas, como: isto é, ouseja, ou melhor, ou por outra, quer dizer, porexemplo, etc. Ex.: Os policiais, a meu ver,deveriam ser mais rigorosos no cumpri-mento do dever.

• As conjunções coordenativas (e, nem, nãosó...mas também, mas, porém, contudo, toda-via, entretanto, no entanto, ou...,ou....,ora....,ora...., logo, portanto, por conseguinte,que, se, como, visto que, de sorte que, assimque, a fim de que, à medida que, enquanto,conforme, depois que etc.) devem ser colo-

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cadas entre vírgulas. Ex.: O semestre foidifícil; não me queixo, porém./ Era pre-ciso, pois, levar o caso às últimas conse-quências.

• As orações adjetivas não restritivas (ex-plicativas), os apostos, os vocativos, de-vem ser separados por vírgulas. Ex.: Pro-fessores, é chegada a hora de tomar umadecisão./ Rodin, o grande escultor, teve umaexistência atribulada. O homem, que é umanimal racional, deve ser sensato em to-das as suas atitudes.

• Utiliza-se a vírgula também para indicara elipse (ocultação) de verbo ou outro ter-mo anterior. Ex.: As mulheres agem como coração; os homens, com a cabeça./Os meninos brincam de bola; as meninas,de bonecas.

• Separam-se os topônimos, nas datas. Ex:São Paulo, 10 de março de 2003.

Considerações gerais:

Nunca use vírgula entre sujeito e ver-bo, entre verbos ou nomes e seus comple-mentos. No entanto, nos casos de o sujeitoser muito extenso, é admissível que a vír-gula o separe do predicado para tornar operíodo mais claro. Ex.: Os professores dapós-graduação de jornalismo e os funcio-nários do departamento de informáticaencarregados do andamento do projetocultural, devem comparecer à reunião dopróximo dia 15.

Casos em que a vírgula é optativa:

Em expressões adverbiais breves, inter-caladas ou antepostas.

Ex: O Vasco enfrenta, neste sábado, mais umdesafio./O Vasco enfrenta neste sábado maisum desafio.

Após no entanto, entretanto, por isso, porém,contudo, todavia, entretanto, quando essas palavrasou expressões iniciarem o período.

Ex.: No entanto o líder do partido deixouclaro que não aceitará discussões./No entan-to, o líder do partido deixou claro que nãoaceitará discussões.Cuidado! Não existe essaopção quando essas palavras ou expressõesnão iniciarem o período. Ex.: O líder do par-tido declarou que participará da sessão, no en-tanto avisa que não aceitará discussões.

Antes de orações adverbiais de algumaextensão que venham após a oração principal.

Ex.: O vereador deixará o partido se a Câ-mara não aprovar a CPI para apurar o casodas licitações./ O vereador deixará o partido,se a Câmara não aprovar a CPI para apurar ocaso das licitações.

a) Para se tornar um especialista, cite doisexemplos com o emprego do hífen:____________________________________________________________________________

b) Pense bem e responda: os prefixos ab e obadmitem hífen em quais situações?____________________________________________________________________________

c) E os prefixos ad e sob, admitem hífen em quaissituações?____________________________________________________________________________

d) Veja no texto e escreva abaixo se o prefixosócio admite hífen em alguma situação.____________________________________________________________________________

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e) O uso correto da vírgula torna um texto cla-ro e de fácil leitura. Pesquise e cite dois exem-plos onde nunca se usa vírgula.____________________________________________________________________________

f) Da mesma forma, cite dois exemplos ondeo uso da vírgula é optativo:____________________________________________________________________________

5.2.3. Uso da crase

A crase é a fusão do artigo femininoa com a preposição a, assim não se utiliza acrase antes de palavra masculina. Exceção:Quando a palavra feminina estiver subtendida,usa-se crase. Ex: Ela adorava móveis à LuizXV. (à moda de).

Também não se usa a crase:

• antes de verbos, antes de artigo indefi-nido (um, uma);

• antes de expressões de tratamento(Vossa Excelência, Vossa Senhoria);

• antes de pronomes pessoais (ele, ela,vós), antes de pronomes indefinidos (al-gum, alguém, todo, toda);

• antes de pronomes demonstrativos(exceto aquele, aqueles, aquela, aque-las, aquilo).

Regra prática: emprega-se a crase quando,ao substituir o nome feminino por um mascu-lino, aparecer a contração ao antes do nomemasculino. Eu vou à cidade./Eu vou ao circo.

Usa-se o sinal indicativo de crase em ex-pressões referentes a horas. Ex.: À uma hora./ Às três horas.

Ocorre crase também:• Antes de pronomes demonstrativos

(aquele/aqueles/ aquelas/aquelas/aquilo). Ex.: Fomos àquela fazenda.

• Antes de nomes de países, quando aofazer a inversão, aparecer a preposiçãoda. Ex.: Fui à Itália. (Voltei da Itália)/Fui a Cuba. (Voltei de Cuba).

Não ocorre crase antes de:• Antes de palavra masculina. Ex.: Ele gos-

ta de andar a cavalo.• Antes de nome de cidade. Ex.: Vou a

Paris. Atenção! Se o nome da cidadevier determinado, a crase é obrigató-ria. Ex.: Vou à Paris eterna.

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• Antes de substantivos repetidos, nas lo-cuções adverbiais, ainda que femininas.Ex.: Frente a frente/ cara a cara/ gota a gota/ponta a ponta.

• Antes de substantivo plural, quando nãoregido da preposição a. Ex.: Refiro-mea mulheres viúvas. Atenção! Em: Refiro-me às mulheres viúvas ocorre crase, poishá uma preposição e um artigo.

A crase é facultativa quando:• Antes de nomes próprios.Ex.: Dedico este

livro à Maria./Dedico este livro a Maria.• Antes da locução até a. Ex.: Vou até à

cidade./Vou até a cidade.• Antes de pronomes possessivos. Ex.:

O memorando foi enviado à sua secretária./O memorando foi enviado a sua secretária.

5.3 – PLURAL DAS PALAVRASCOMPOSTAS (substantivos e adjetivos)

Considerando desnecessária uma revi-são sobre o plural dos substantivos simples,nos deteremos simplesmente no plural das pa-lavras compostas sem hífen, e no plural daspalavras compostas cujos elementos são ligadospor hífen.

PLURAL DAS PALAVRASCOMPOSTAS SEM HÍFEN.

O plural das palavras compostas sem hí-fen é feito como o das palavras simples.

Ex: aguardente – aguardentesmalmequer – malmequeres

girassol – girassóis

O plural das palavras compostas obe-dece às seguintes orientações:

• Verbo ou palavra invariável + substan-tivo ou adjetivo.Só varia o segundo elemento. Ex.: beija-

flor/beija-flores

• Palavra variável + palavra variável.Variam os dois elementos. Ex.: cavalo-

marinho/cavalos-marinhos, cirurgião-dentista/cirurgiões-dentistas ou cirurgiães-dentistas.

Ou varia só o primeiro (de acordo com atradição da língua).

Ex.: escola-modelo/escolas-modelo ouescolas-modelos.

• Elementos unidos por preposição. Va-ria apenas o primeiro elemento. Ex.: pé-de-moleque/pés-de-moleque.

• Palavras repetidas ou onomatopaicas.Só varia o segundo elemento. Ex.: reco-reco/reco-recos, tique-taque/tique-ta-ques.

Obs. Merecem destaque os seguintessubstantivos compostos: o bota-fora/os bota-foraou os bota-foras, o louva-a-deus/os louva-a-deus, o diz-que-diz/os diz-que-diz, o salva-vidas/os salva-vidas,o joão-ninguém/os joões-ninguém, o para-quedas/ospara-quedas, o bem-te-vi/os bem-te-vis, o bem-me-quer/os bem-me-queres.

5.4 – FLEXÃO DOS ADJETIVOSCOMPOSTOS

Essas três formas de adjetivos compos-tos merecem destaque.

• Adjetivo+adjetivo.Só varia o segundo elemento. Ex.: pro-blema político-econômico/problemaspolítico-econômicos.

• Adjetivo+substantivo.Nenhum dos elementos varia. Ex.: car-ros amarelo-ouro/carros amarelo-ouro,saia amarelo-ouro/saias amarelo-ouro.

• Cor de+substantivo.Nenhum dos elementos varia, o mesmoocorrendo quando a expressão cor de estásubentendida. Ex.: papel cor-de-rosa/papéis cor-de-rosa, camisa (cor de) cin-

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za/camisas cinza, parede (cor de) gelo/paredes gelo.Casos que merecem destaque: são inva-riáveis azul-celeste e azul-marinho.Ex.: camisa azul-celeste/camisas azul-ce-leste, camisa azul-marinho/camisas azul-marinho, calça azul-celeste/calças azul-celeste.

• Em surdo-mudo variam os dois elementos.Ex.: surdo-mudo/surdos-mudos.

5.5 – CONCORDÂNCIA NOMINAL EVERBAL

A concordância nominal trata da harmo-nia entre as palavras que formam um gruponominal: substantivo (ou pronome que o re-presente) e seus modificadores, que podemser o artigo, o adjetivo, o pronome, o nume-ral ou o particípio.

Alguns casos de concordância merecemespecial atenção:

1. Adjetivo ou pronome modificando ape-nas um substantivo. As palavras quemodificam o substantivo devem con-cordar em número (singular e plural) egênero (feminino e masculino) com ele.Ex.: Minha caneta é vermelha./Minhas ca-netas são vermelhas.

2. Adjetivo ou pronome modificando doisou mais substantivosQuando vêm antes dos substantivos, osadjetivos e pronomes, via de regra, con-cordam com o substantivo mais próxi-mo. Ex.: As aves sobrevoam belos cam-pos e lagoas./As aves sobrevoam belaslagoas e campos.O adjetivo vai para o plural, no masculi-no, se pelo menos um substantivo formasculino, ou para o plural, no femini-no, se todos os substantivos forem fe-mininos. Ex.: Ele usava jaqueta e sapatospretos./ Ele age com pontualidade ecorreção britânicas.O adjetivo concorda com o último subs-

tantivo, independentemente de número egênero. Ex.: Ele usava cinto e camisa preta.

3. Dois ou mais adjetivos modificandoapenas um substantivo. Ex.: Aprecio asliteraturas brasileira e francesa/Aprecioa literatura brasileira e a portuguesa.(duas possibilidades de concordância).

4. Numerais ordinais que vêm antes de umúnico substantivo. Existem duas possibi-lidades de concordância. Ex.: Escola Es-tadual de Primeiro e Segundo Grau Joséde Alencar./Escola Estadual de Primei-ro e Segundo Graus José de Alencar.

5. Algumas expressões merecem destaque.Mesmo/mesma: A palavra mesmo é variá-vel, devendo concordar em gênero enúmero com o termo enfatizado. Ex.:Eu mesma fiz a sobremesa./ Eu mesmoconsertei meu carro./Elas mesmasfizeram o almoço./Eles mesmosarrumaram suas malas. Obs: Quandosignificar realmente, a palavra é invariável.Ex.: Eles fizeram mesmo o queprometeram.Anexo/anexa: Concorda em gênero e nú-mero com o termo ao qual se refere: foto-cópias anexas/documentos anexos. Veja osexemplos: Seguem anexas as fotocópias./Segue anexa a nota promissória. Aten-ção! A expressão em anexo é invariável.Ex: Seguem em anexo as fotocópias.Quites/quite. Concorda em número como termo que acompanha. Ex.: Depoisdesse acerto, estou quite com minhasobrigações./Eles não estão quites comsuas obrigações.Meio/meia. Meio é invariável. Ex.: A mu-lher está meio nervosa./ O homem estámeio cansado. Contudo, quando é nume-ral fracionário modificador de substan-tivo, a palavra é variável. Ex.: Ela tomoumeio litro de leite./ Coloque meia xícarade leite no bolo.

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É bom/é necessário. Quando não se usa ne-nhum especificador para o substantivo(artigo), usa-se o adjetivo no masculino.Ex.: Sopa é bom no inverno. Mas: A sopaé boa no inverno./ Calma é necessário. Mas:A calma é mais do que necessária.

a) A regra diz que não se usa a crase antes depalavra masculina. Cite uma exceção:________________________________________________________________________

b) Há casos nos quais o uso da crase é faculta-tivo. Cite dois exemplos.________________________________________________________________________

c) O que são palavras onomatopaicas? Veja notexto e responda abaixo.________________________________________________________________________

d) Para ficar craque, escreva o plural das se-guintes palavras:

- saci-pererê: ______________________- joão-ninguém: _____________________

5.5.1. Concordância verbal

Você já deve ter notado que o verbo e osujeito estão sempre ligados pelo mecanismoda concordância, mesmo quando o sujeito vemposposto (depois) do verbo. Trataremos, aqui,somente de algumas regras básicas.

• Quando o sujeito é composto e ante-posto ao verbo, a concordância se fazno plural. Ex.: Pai e filho conversaram de-moradamente.

• Quando o sujeito composto é forma-do por pessoas gramaticais diferentes,a concordância é a seguinte: a primeirapessoa prevalece sobre a segunda pes-soa, que, por sua vez, prevalece sobrea terceira. Ex.: Teus tios, tu e eu resol-veremos essa questão. (resolveremos – pri-meira pessoa do plural.)/Tu e teus ir-mãos resolvereis essa questão. (resol-vereis – segunda pessoa do plural)/Tiose primos resolveram essa questão. (re-solveram - terceira pessoa do plural).

• Quando o sujeito composto é resumi-do por um pronome indefinido (tudo,nada, ninguém), o verbo concordarácom o pronome indefinido.Ex.: Os mó-veis, as roupas, as louças, tudo estava forade lugar./Festas, passeios, cinema, nada lheinteressava.

• Quando o sujeito é um pronome de tra-tamento, o verbo permanece sempre naterceira pessoa. Ex.: Vossa Excelênciaatendeu o nosso pedido.

• Quando o sujeito é pronome relativoque, o verbo concorda com o antece-dente desse pronome. Ex.: Fui eu queresolvi aquele incidente./Fomos nós que re-solvemos aquele incidente.

• Quando o sujeito é o pronome relati-

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vo quem, o verbo deverá permanecerna terceira pessoa do singular. Ex.: Fuieu quem resolveu o problema./Fomos nósquem resolveu o problema.

• Quando o sujeito é um nome que só seutiliza no plural, e não vem precedidode artigo, o verbo fica no singular. Ex.:Férias faz bem.

• Os verbos haver e fazer, quando impes-soais (sem sujeito), permanecem na ter-ceira pessoa do singular. Ex.: Havia mui-tas pessoas na festa./ Devia haver muitas pes-soas interessadas no apartamento./Faz doismeses que ela mudou de cidade./ Vai fazerdois meses que ela mudou de cidade.

• Quando o verbo é acompanhado dapartícula apassivadora se, tem sujeitoexpresso na oração e, portanto, concor-dará normalmente com o sujeito. Ex.:Alugam-se casas de praia./Vendeu-se umacasa em bom estado./Obs. Quando a pa-lavra se é índice de indeterminação desujeito, o verbo permanece na terceirapessoa do singular. Ex.: Precisa-se de mar-ceneiros.

• Quando o sujeito for formado pela ex-pressão mais de um, mais de dois, overbo vai concordar com o numeral queacompanha essas expressões. Ex.: Maisde um aluno foi expulso./Mais de dois alu-nos foram expulsos.

• Quando o verbo parecer estiver segui-do de um infinitivo, ou se faz a flexãodo verbo parecer, ou se flexiona o infi-nitivo. Ex.: As luzes pareciam brilhar./ Asluzes parecia brilharem.

• Quando os núcleos do sujeito compos-to forem ligados por com, o verbo irápara o plural. Ex.: O professor com os alu-nos organizaram a festa de despedida.

• Quando o sujeito é formado por umpronome indefinido no plural, seguidodos pronomes pessoais nós ou vós, aconcordância tanto pode ser feita como indefinido plural, quanto com o pro-nome pessoal. Ex.: Alguns de nós saíramda sala./Alguns de nós saímos da sala./Muitos de vós chegaram cedo./Muitos de vóschegastes cedo. Obs: Quando o pronomeestá no singular, a concordância é feitacom o pronome indefinido. Ex.: Algumde nós saiu./Qual de vós encontrou o presente?

• Quando há dois substantivos comunsde números diferentes, o verbo serconcordará preferencialmente comaquele que estiver no plural.Ex.: A vidasão esses momentos felizes./ O mundo sãoalegrias perdidas.

• Quando o sujeito do verbo ser for umdos pronomes tudo, isso, isto, aquilo, o, aconcordância deve ser feita, de preferên-cia, com o predicativo do sujeito. Ex.:Tudo são flores./Aquilo eram dores do par-to./O que nos preocupava eram os acessos da-quele rapaz./ Isto são coisas de adolescente.

5.6 – FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO

A parte da Gramática Normativa queestuda as relações entre as palavras na oração,e as relações das orações no período denomi-na-se sintaxe. Para entender essas relações, vocêprecisa saber primeiramente o que é frase, oque é oração e o que é período.

Então vejamos:Denomina-se frase um enunciado que

possui sentido completo, podendo, ou não, seorganizar em torno de um verbo. Ex.: Silên-cio!/Os alunos chegaram agitados. No primeirocaso, não existe um verbo, mas o propósitocomunicativo é atingido, então ele é uma frase.Aliás, até estruturas mais simples, como umsimples “Ai!”, são conceituadas como frases,pois, em determinada situação, ou seja, dentro

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de um contexto é suficiente para transmitir umconteúdo claro.

Na língua portuguesa, existem alguns ti-pos de frases cuja entonação é mais ou menosprevisível, de acordo com o sentido transmiti-do. Assim:

Frases declarativas: informam ou de-claram alguma coisa. Podem ser:

• afirmativas: Começou a escurecer.• negativas: Ainda não começou a escurecer.

Interrogativas: usadas quando se querobter alguma informação. A interrogação podeser:

• direta: Começou a chover?• indireta: Quero saber se começou a chover.

Exclamativas: usadas para expressarum estado emotivo: Agora é que são elas!

Imperativas: usadas para dar ordens,conselhos, ou fazer algum pedido. Ex.: Não sejainconveniente./ Faça a coisa certa.

Optativas: são usadas para exprimir de-sejo. Ex.: Deus te abençoe!/ Bons ventos o tragam!

Já a oração é um enunciado que possuisujeito e predicado, ou, pelo menos predica-do, já que algumas orações não possuem sujei-to. A oração sempre se organiza a partir deum verbo. Ex.: O colega fez o exercício./ Faz frioem julho.

A oração se caracteriza pela presença deum verbo, ou locução verbal, sendo que cadaenunciado que possua verbo constitui uma ora-ção. Para você saber o número de orações de umperíodo, basta contar o número de verbos. Ex.:Os pássaros e os homens amam esta região árida, vivemnesta região árida, palpitam nesta região árida. Temos,aqui, três orações num período composto.

E, finalmente, o período é a frase cons-tituída por uma, duas ou mais orações. O perío-do pode ser simples, ou seja, constituído por

apenas uma oração, a qual recebe o nome deoração absoluta (Ex.: A menina dormia na sala),ou composto, quando constituído por mais deuma oração (Ex.: Ela saiu de casa/ e não voltoumais).5.6.1. Termos essenciais da oração:

Os termos essenciais da oração são: su-jeito e predicado. O sujeito é o elemento daoração, a respeito do qual se informa algo. Ainformação propriamente dita, ou seja, aquiloque se informa sobre o sujeito, denomina-sepredicado.

Ex.: Os jogadores permaneceram no hotel.Sujeito: Os jogadoresPredicado: permaneceram no hotel.

O jogador/ permaneceu no hotel.Sujeito Predicado

Obs: Pelos exemplos acima você podeobservar que o sujeito sempre concorda como verbo, isto é, se o sujeito está no singular, overbo também fica no singular; se o sujeito estáno plural, o verbo fica no plural (Lembra-seda concordância verbal?).

Observe a oração: Aqueles dois inteligentese esforçados alunos faltaram.

O sujeito pode ser constituído por umaúnica palavra, ou por um conjunto de palavras,como no exemplo acima. A palavra de maiorimportância (que será sempre um substanti-vo) recebe o nome de núcleo do sujeito. Noexemplo citado, o termo em negrito é o nú-cleo do sujeito, pois o pronome (aqueles), onumeral (dois) e os adjetivos (inteligentes e es-forçados) estão apenas qualificando o sujeito.

5.6.2. Tipos de sujeito:

O sujeito pode ser simples, quandopossui um só núcleo; ou composto, quandopossui mais de um núcleo.

Ex.: Muitos alunos inteligentes são tímidos.Sujeito simples

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Ex.: Os professores, os alunos e os co-ordenadores organizaram a excursão.

Sujeito composto

Em muitos casos, o sujeito não vem ex-presso na oração, mas pode ser facilmente iden-tificado pelo contexto e está implícito na desi-nência verbal. Trata-se de um sujeito simplesimplícito e sempre estará representado por umpronome pessoal reto. Ex.: “Quero que você meganhe, que você me apanhe...” (Caetano Veloso).

O sujeito também pode ser indetermi-nado, quando não se pode (ou não se querprecisar) que elemento da oração é o sujeito.Ex.: Mataram minha cadela de estimação./ Precisa-se de motoqueiros.

Obs. Se a palavra se for partícula apassi-vadora, o sujeito não será indeterminado, jáque estará expresso na oração. Ex.: Aluga-seuma casa de praia. O sujeito é uma casa depraia. O se é partícula apassivadora quandovem acompanhado de verbo que não é transi-tivo (v.t.d.) direto (sem preposição). O sujeitoé expresso na oração.

Ex.: Revelou-se a idade do seqüestrador.v.t.d. sujeito

O se é índice de indeterminação do su-jeito quando vem acompanhado de verbo quenão é transitivo direto; nesse caso, o sujeito éindeterminado.

Ex.: Confia-se em pessoas religiosas. v.i.

5.6.3. Oração sem sujeito:

Ocorre oração sem sujeito com os ver-bos impessoais, que podem ser:

a) Verbos que exprimem fenômeno da na-tureza, como chover, trovejar, amanhe-cer, anoitecer, ventar, relampejar etc.Ex.: Anoiteceu rapidamente. (oraçãosem sujeito)

b) Verbos: fazer, ser, estar indicando cli-ma ou tempo cronológico.Ex.: É uma hora./ Está quente./Faz doisanos desde o meu casamento.

c) O verbo haver, quando empregado comreferência a decurso de tempo, ou nosentido de existir.Ex.: Há seis meses não chove nesta cidade./Havia muitas mulheres na festa.

Obs: O verbo existir não é impessoal,então terá o sujeito concordando regu-larmente com ele. Ex.: Existem seres deoutros planetas.

5.6.4. Tipos de predicado:

Existem três tipos de predicado:

PREDICADO VERBAL: É aquele quetem um verbo (transitivo ou intransiti-vo) como núcleo significativo. Ex.: O diaamanheceu./Senti uma sensação estra-nha./Contaram a triste verdade ao rapazenganado.

PREDICADO NOMINAL: É aquele quetem um nome como núcleo significativo;esse nome atribui uma qualidade ou um esta-do ao sujeito, sendo chamado de predicativodo sujeito. Nesse caso, o verbo não será sig-nificativo, funcionando somente como eloentre o sujeito e o atributo (qualidade) dosujeito. Esse tipo de verbo é chamado ver-bo de ligação. Ex.: Marcos estava chateado./Maria estava agitada.

PREDICADO VERBO-NOMINAL:Quando o predicado tiver como núcleos deinformação um verbo (transitivo ou intran-sitivo) e um nome (predicativo do sujeitoou do objeto) ele será um predicado verbo-nominal. Ex.: Maria caminhava triste pelasruas./ Carla saiu apressada com a bicicleta./O juiz julgou o réu inocente.

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5.7 – CORRELAÇÕES FRASAIS

A palavra correlação significa uma relaçãomútua entre dois termos. Como estamos fa-lando em frases, a correlação frasal é uma relaçãomútua entre frases, e que consiste em apresen-tar ideias similares (parecidas) numa formagramatical idêntica. A essa correlação damoso nome de paralelismo. Dessa forma, incorremem erro redatores que conferem forma nãoparalela a elementos paralelos. Observe osexemplos:

Através do aviso circular recomendou-se aosMinistérios economizar energia e que ela-borassem projetos de contenção de des-pesas.

Nessas duas orações subordinadas (eco-nomizar energia/ que elaborassem projetos decontenção de despesas) há duas estruturas dife-rentes para ideias semelhantes (economizar ener-gia/elaborar projetos de contenção de despe-sa). A primeira oração (economizar energia) éuma oração reduzida de infinitivo, enquanto quea segunda (que elaborassem projetos de conten-ção de despesas) é uma oração desenvolvida in-troduzida pela conjunção que.

Uma solução correta seria a de apresen-tar as duas orações subordinadas como ora-ções desenvolvidas introduzidas pela conjun-ção integrante que, estabelecendo assim umparalelismo, ou seja, usando uma forma paralela paraideias similares. Corrigidas, as orações ficari-am assim:

Através do aviso circular recomendou-se aos Ministéri-os que economizassem energia e (que) elabo-rassem projetos de contenção de despesas.

Assim redigida a frase, respeita-se à es-trutura paralela na coordenação de oraçõessubordinadas.

No discurso inaugural, mostrou determinação,não ser inseguro, perspicácia e ter ambição.

Aqui, foram coordenadas palavras(substantivos) com orações reduzidas deinfinitivo (não ser inseguro/ter ambição). Vejauma possibilidade de correção:

No discurso inaugural mostrou determinação, segu-rança, perspicácia e ambição.

Outro problema comum é o falso parale-lismo, que dá forma equivalente a ideias de hie-rarquia diferente ou, ainda, apresenta de for-ma paralela estruturas sintáticas diferentes:

O escritor visitou Paris, Bruxelas, Roma e oPapa. Você percebeu alguma coisa errada, não?Nesta frase, colocou-se no mesmo nível a ci-dade (Paris, Bruxelas, Roma) e uma pessoa (oPapa). Uma opção de correção seria transfor-mar a frase em duas frases simples, sem repetiro verbo da primeira (visitar):

O escritor visitou Paris, Bruxelas e Roma. Nestaúltima capital, encontrou-se com o Papa.

Outro problema causado pelo falso pa-ralelismo é provocado pelo uso inadequado daexpressão e que num período que não apre-senta nenhum que anterior:

O novo assessor é jurista renomado, e que possuisólida formação acadêmica.

Uma opção para corrigir a frase é supri-mir o pronome relativo (que):

O novo assessor é jurista renomado e possui sólidaformação acadêmica.

Encontramos problemas quando o em-prego de expressões correlativas como nãosó...mas (como) também; tanto...quanto (ou como);ou...ou; nem...nem etc não mantém o paralelismoobrigatório entre as estruturas apresentadas.Observe:

Ou Vossa Excelência acata o pedido, ou apresen-ta outra alternativa..

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

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O juiz não só tem obrigação de apurar a culpa,como também a de punir os culpados.

Nestes exemplos, o paralelismo é rom-pido pela colocação do primeiro termo dacorrelação em posição equivocada. A posiçãocorreta das expressões correlativas seria aseguinte:

Vossa Excelência ou acata o pedido, ou apresentaoutra alternativa.O juiz tem obrigação não só de apurar a culpa, comotambém de punir os culpados.

a) As luzes pareciam brilhar; As luzes parecia bri-lharem. Qual das frases usa corretamente o plu-ral dos verbos?______________________________________________________________________

b) Volte a ler o texto e responda: quais são ostipos de frases , de acordo com o sentido trans-mitido?______________________________________________________________________

c) E o período? O que é? Responda resumida-mente.___________________________________

d) Algumas expressões e formas verbais cau-sam grande confusão na língua portuguesa.Nesta frase: Faz dez anos que nasceu. O verbo fa-zer não está flexionado (no plural) por quê?___________________________________

e) Estude mais uma vez a teoria e respondaquais os tipos de predicados existentes?______________________________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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I - Assinale a alternativa correta.1. Linguagem é:

a) A capacidade humana de se comunicarpor meio de uma língua;

b) O uso individual da língua;c) O conjunto de signos e forma de com-

binar esses signos;d) É a união de um significante e um

significado;e) Um sistema de signos convencionais usa-

dos pelos membros de uma mesma co-munidade.

2. Na função poética, a mensagem:a) se volta sobre si mesma, transforman-

do-se em seu próprio referente;b) é elaborada de forma inovadora e im-

prevista, despertando prazer estéticono leitor;

c) imprime no texto as marcas de sua ati-tude pessoal: emoções, opiniões etc.

d) privilegia o referente da mensagem,transmitindo informações objetivas;

e) se orienta sobre o canal da comunica-ção, buscando verificar sua eficácia.

3. O objetivo da função referencial é:a) produzir textos que se propõem infor-

mar o leitor, transmitindo-lhe dados econhecimentos precisos;

b) usando de imagens, ritmo e sonorida-de, produzir, no leitor, uma emoçãoestética;

c) testar o canal da mensagem, procuran-do verificar o contato entre destinatárioe remetente;

d) influir no procedimento do destinatário,“falando a mesma língua que o receptor”;

e) usar o código para explicar ou definirelementos do próprio código.

4. Sua finalidade é exclusivamente prática: comunicarinformações e exprimir opiniões e sentimentos de formaeficaz, sem qualquer preocupação com a “correção gra-matical”. Esta definição se aplica a:

a) Língua técnica;b) Língua popular;c) Gíria;d) Língua regional;e) Língua culta.

5. Diz que um chega, logo dão terra pra ele cultivar...É lavoura de café... Dão muda já crescida, diz quedão de um tudo...”(Jorge Amado). A linguagem uti-lizada nesse texto é a:

a) coloquial;b) culta;c) popular;d) técnica;e) gíria.

6. Dentre as frases seguintes, assinale aquela quenão contém ambiguidade:

a) Peguei a condução correndo.b) O policial deteve o ladrão em seu apar-

tamento.c) Vereador fala da reunião na TV Record.d) O menino viu o bandido descendo o morro.e) O pai abençoou o filho.

7. Os termos protagonista e antagonista se refe-rem a tipos de personagens encontrados na:

a) descrição;b) resenha;c) narração;d) dissertação;e) poesia.

8. A dissertação é um tipo de texto que contém:a) uma argumentação defendendo um ponto

de vista sobre um determinado assunto;b) uma análise reflexiva sobre personagens

em movimento;c) uma resenha crítica sobre um livro re-

cém-lançado;d) verbos de ação e fatos em sequência;e) um foco narrativo em primeira pessoa.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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9. Enredo, personagens e tempo são elemen-tos da:

a) resenha crítica;b) dissertação objetiva;c) dissertação subjetiva;d) narração;e) descrição.

10. A finalidade da descrição é:a) relatar um fato marcante;b) apresentar uma visão impessoal sobre

um determinado personagem;c) contar uma história em que haja um pro-

tagonista e um antagonista;d) contar uma história interessante, a par-

tir de um tema proposto;e) fazer um “retrato” verbal de cenas, ob-

jetos, pessoas ou ambientes.

11. Introdução, desenvolvimento ou argumentação sãopartes da:

a) carta comercial;b) narração;c) dissertação;d) descrição;e) circular.

12. “Era loura: tinha olhos azuis, como os de Cecília,extáticos, uns olhos que buscavam o céu e pareciamviver dele...um vestido branco, de finíssima cambraiaenvolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliásdesenhava...”(Machado de Assis).

O tipo de texto acima configura:a) uma narração;b) um resumo;c) uma resenha crítica;d) uma descrição;e) uma dissertação.

13. “Gastei trinta dias para ir do Rio Grande ao co-ração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cegodesejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhosoe teimoso.(...)Teve duas fases a nossa paixão, ou liga-ção, ou qualquer outro nome(...)teve a fase consular e afase imperial. (Machado de Assis)

O texto em questão é uma:a) narração;b) dissertação;c) resenha;d) descrição;e) síntese.

14. O uso de adjetivos e advérbios, da funçãoconativa da linguagem e de frases curtas é umacaracterística do texto:

a) dissertativo;b) literário;c) técnico;d) narrativo;e) publicitário.

15. Na sala havia uma fumaça densa quenão permitia que enxer gássemos qualquerpessoa. Obser vei que al i havia pessoas detodos os tipos: loiras, ruivas, de olhos azuis,de olhos castanhos, maquiadas em tons c la-ros e escuros.

A qualidade que não está presente nessetexto é:

a) a coesão;b) a coerência;c) a concisão;d) a argumentação;e) a clareza.

16. Ofício é o tipo mais comum de comunica-ção usado na correspondência:

a) bancária;b) comercial;c) oficial;d) empresarial;e) escolar.

17. No ofício, ao final, além da assinatura dosignatário, deve constar:

a) a fórmula de cortesia;b) o endereço do signatário;c) o estado civil do signatário;d) o cargo ou função do signatário;e) o estado civil do remetente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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18. O termo requerimento se aplica a:a) Um documento onde se declara algo,

frequente nos serviços policiais.b) Uma petição escrita, na qual se solicita

algo a uma autoridade.c) Um instrumento pelo qual uma pessoa

recebe de outra poderes para praticaratos ou administrar bens.

d) Um documento da correspondência ofi-cial externa, por meio do qual se comu-nicam os funcionários públicos.

e) Um documento particular assinado porvárias pessoas, contendo reivindicações.

19. O termo circular caracteriza:a) a narração escrita pormenorizada e au-

tenticada de um fato;b) uma comunicação reproduzida em có-

pias, expedidas a diferentes pessoas, ór-gãos ou entidades;

c) uma cópia integral, exata e certificada deum documento;

d) um pedido sem certeza legal ou sem se-gurança quanto ao despacho favorável;

e) uma nota enviada por diplomata, de-signada também por memorando di-plomático.

20. O termo relatório se refere a:a) um documento através do qual a au-

toridade comprova um fato ou umasituação de que tenha conhecimentoem razão do cargo ou função queexerce;

b) afirmação da existência ou inexistênciade uma situação de fato ou de direito;

c) um acordo de vontades que tem por fimcriar, modificar, ou extinguir direitos;

d) um documento mediante o qual umapessoa dá a outra poderes para praticaratos ou administrar interesses, em seunome;

e) uma descrição de fatos passados, anali-sados com o objetivo de orientar o ser-viço interessado ou o supervisor imedi-ato, para determinada ação.

21. O objetivo maior da carta comercial é:a) requerer um determinado benefício

funcional;b) transmitir uma informação;c) registrar o que se passou numa reunião

de diretoria;d) baixar uma ordem de natureza adminis-

trativa;e) fazer um convite informal.

22. Na correspondência, o termo vocativo sig-nifica:

a) a saudação de cortesia que se dirige aodestinatário antes de entrar no assuntopropriamente dito da carta;

b) a exposição do motivo da carta;c) o parágrafo que encerra o corpo da

carta;d) o fecho de cortesia;e) a mensagem que se quer transmitir.

23. Assinale a alternativa correta quanto à or-tografia:

a) expectativa – tensão – empecilho;b) fusil – discrição – tráfego;c) beneficente – previlégio – tóxico;d) hegemonia – pesquiza – vazio;e) baronesa – conceder – revesamento.

24. Assinale a alternativa correta quanto à acen-tuação das palavras:

a) bônus – album – árduo – ônix – bíceps;b) apóiam – estoico – carnauba – esferói-

de – supôs;c) lâmpada – transatlântico – imãs – so-

tãos – ponêis;d) magóas – forceps – incrível – elétron –

éter;e) vírus – tórax – mártir – órfãos – útil.

25. Assinale a alternativa correta quanto ao usodo hífen:

a) recém-chegado, sem-cerimônia, pós-es-crito;

b) penta-campeão, porto-alegrense – mal-entendido;

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c) pós-graduação, anfi-teatro – ultra-sensí-vel;

d) anti-higiênico, tragi-comédia – para-quedas;

e) matéria-prima – nipo-brasileiro – bio-tônico.

26. ...........-se de questões simples que se..........facilmente; ..............-se, portanto, discus-sões desnecessárias.

a) trata – resolverá – evite;b) tratam – resolverá – evite;c) tratam – resolverá – evitem;d) trata – resolverão – evitem;e) trata – resolverão – evite.

27. Assinale a alternativa correta quanto ao usoda crase:

a) Ele andava as pressas.b) O chefe da repartição foi a Europa.c) Nunca falei à esta senhora.d) Ele usava sapatos à Luís XV.e) Ele levou a namorada à uma festa.

28. Assinale a alternativa em que o plural dosubstantivo composto está correto:

a) couves-flores, chás-dançantes, contas-correntes;

b) obras-primas, mulas-sem-cabeças, salá-rios-famílias;

c) pães-de-ló, técnico-científicas, arranhas-céus;

d) franco-belgas, guarda-florestais, ave-marias;

e) salve-rainhas, pés-de-moleque, decreto-leis.

29. A oração, na qual o predicado é indispensá-vel, é definida como:

a) um enunciado marcado por uma ento-nação conclusa;

b) um enunciado que se organiza em tornode um verbo;

c) um período simples;d) um período composto;e) um enunciado que apresenta coerência.

30. Denomina-se período simples aquele:a) constituído por apenas uma oração;b) constituído por duas ou mais orações;c) articulado por coordenação ou subor-

dinação;d) organizado a partir de uma locução ver-

bal;e) constituído por uma palavra substanti-

vada e um predicado.

II - Leia as afirmativas listadas a seguir. Algu-mas são verdadeiras, outras são falsas. Identifi-que-as, escrevendo, nos parênteses, a letra “V”nas afirmativas verdadeiras e a letra “F” nasfalsas.

1. ( ) Linguagem é a capacidade humanade se comunicar por meio de uma língua.

2. ( ) Na função poética, a mensagem pri-vilegia o referente da mensagem, transmitindoinformações objetivas.

3. ( ) O objetivo da função referencial é pro-duzir textos que se propõem informar o lei-tor, transmitindo-lhe dados e conhecimentosprecisos.

4. ( ) Sua finalidade é exclusivamente prática:comunicar informações e exprimir opiniões e sentimen-tos de forma eficaz, sem qualquer preocupação com a“correção gramatical”. Esta definição se aplica a:língua regional.

5. ( ) Diz que um chega, logo dão terra pra elecultivar...É lavoura de café...Dão muda já crescida,diz que dão de um tudo...”(Jorge Amado). A lingua-gem utilizada nesse texto é a coloquial.

6. ( ) As frases seguintes não contêmambiguidade: “Peguei a condução correndo”,“O policial deteve o ladrão em seuapartamento”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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7. ( ) Os termos protagonista e antagonista sereferem a tipos de personagens encontradosna narração.8. ( ) A dissertação é um tipo de texto quecontém uma argumentação defendendo umponto de vista sobre um determinado assunto.

9. ( ) Enredo, personagens e tempo sãoelementos da narração.

10. ( ) A finalidade da descrição é: contaruma história em que haja um protagonista eum antagonista.

11. ( ) Introdução, desenvolvimento ou argumen-tação são partes da dissertação.

12. ( ) “Era loura: tinha olhos azuis, como os deCecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu e pa-reciam viver dele...um vestido branco, de finíssima cam-braia envolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliásdesenhava...”(Machado de Assis). O tipo deste tex-to configura uma descrição.

13. ( ) “Gastei trinta dias para ir do Rio Gran-de ao coração de Marcela, não já cavalgando o corceldo cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempomanhoso e teimoso.(...)Teve duas fases a nossa paixão,ou ligação, ou qualquer outro nome(...)teve a fase con-sular e a fase imperial. (Machado de Assis)

O texto em questão é uma descrição.

14. ( ) O uso de adjetivos e advérbios, dafunção conativa da linguagem e de frases cur-tas é uma característica do texto publicitário.

15. ( ) Na sala havia uma fumaça densa que nãopermitia que enxergássemos qualquer pessoa. Obser-vei que ali havia pessoas de todos os tipos: loiras, rui-vas, de olhos azuis, de olhos castanhos, maquiadas emtons claros e escuros. A qualidade que não estápresente nesse texto é a coerência.

16. ( ) Ofício é o tipo mais comum de co-municação usado na correspondência oficial.

17. ( ) No ofício, ao final, além da assina-tura do signatário, deve constar cargo ou fun-ção do signatário.

18. ( ) O termo requerimento se aplica a umdocumento onde se declara algo, frequente nosserviços policiais.

19. ( ) O termo circular caracteriza uma cópiaintegral, exata e certificada de um documento.

20. ( ) O termo relatório se refere a umadescrição de fatos passados, analisados com oobjetivo de orientar o serviço interessado ouo supervisor imediato, para determinada ação.

21. ( ) O objetivo maior da carta comerci-al é transmitir uma informação.

22. ( ) Na correspondência, o termo voca-tivo significa o fecho de cortesia.

23. ( ) Quanto à ortografia, a alternativa“a” está correta, as demais estão erradas.

a) expectativa – tensão – empecilho;b) fusil – discrição – tráfego;c) beneficente – previlégio – tóxico;d) hegemonia – pesquiza – vazio;e) baronesa – conceder – revesamento.

24. ( ) Apenas a alternativa “d” está corre-ta quanto à acentuação das palavras:

a) bônus – album – árduo – ônix – bíceps;b) apóiam – estoico – carnauba – esferóide –

supôs;c) lâmpada – transatlântico – imãs –

sotãos – ponêis;d) magóas – forceps – incrível – elétron –

éter;e) vírus – tórax – mártir – órfãos – útil.

25. ( ) A alternativa “a” está correta quan-to ao uso do hífen:

a) recém-chegado, sem-cerimônia, pós-es-crito;

b) penta-campeão, porto-alegrense – mal-

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entendido;c) pós-graduação, anfi-teatro – ultra-sensível;d) anti-higiênico, tragi-comédia – pára-quedas;e) matéria-prima – nipo-brasileiro – bio-tônico.

26. ( ) Para completar a frase, você deveusar os verbos citados na alternativa “b”.

................-se de questões simples que se.................facilmente; ..................-se, portanto,discussões desnecessárias.

a) trata – resolverá – evite;b) tratam – resolverá – evite;c) tratam – resolverá – evitem;d) trata – resolverão – evitem;e) trata – resolverão – evite.

27. ( ) Quanto ao uso da crase, está corre-ta a frase “Ele usava sapatos à Luís XV”.

28. ( ) O plural do substantivo compostoestá correto apenas na alternativa “a”:

a) couves-flores, chás-dançantes, contas-correntes;

b) obras-primas, mulas-sem-cabeças, salá-rios-famílias;

c) pães-de-ló, técnico-científicas, arranhas-céus;

d) franco-belgas, guarda-florestais, ave-marias;

e) alve-rainhas, pés-de-moleque, decreto-leis.

29 ( ) A oração, na qual o predicado é indis-pensável, é definida como período composto.

30. ( ) Denomina-se período simples aqueleconstituído por apenas uma oração.

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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

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GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 13. ed. Rio deJaneiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1986.

JR. J. Mattoso Câmara. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis: EditoraVozes, 2002.

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NETO, Pasquale Cipro; INFANTE, Ulisses. Gramática da LínguaPortuguesa. 1. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1997.

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TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática, literatura e redação para o2º grau. São Paulo: Editora Scipione, 1997.

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GABARITGABARITGABARITGABARITGABARITOOOOO

EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II

1-V

2-F

3-V

4-F

5-F

6-F

7-V

8-V

9-V

10-F

11-V

12-V

13-F

14-V

15-V

16-V

17-V

18-F

19-F

20-V

21-V

22-F

23-V

24-F

25-V

26-F

27-V

28-V

29-F

30-V

1-A

2-B

3-A

4-B

5-C

6-E

7-C

8-A

9-D

10-E

11-C

12-D

13-A

14-E

15-B

16-C

17-D

18-B

19-B

20-E

21-B

22-A

23-A

24-E

25-A

26-D

27-D

28-A

29-B

30-A