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1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus Experimental de Itapeva Engenharia Industrial Madeireira Thiago Fernandes Oliveira de Lima Normas para a certificação da qualidade no processo produtivo na indústria madeireira Gerenciamento da Qualidade do Processo Profª. Gláucia R. M. Guerra da Cunha Prof. Francisco Estevan Guerra da Cunha Itapeva Junho/2008

Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Campus Experimental de Itapeva

Engenharia Industrial Madeireira

Thiago Fernandes Oliveira de Lima

Normas para a certificação da qualidade no processo produtivo na indústria

madeireira

Gerenciamento da Qualidade do Processo

Profª. Gláucia R. M. Guerra da Cunha

Prof. Francisco Estevan Guerra da Cunha

Itapeva

Junho/2008

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Resumo

A quantidade de indústrias madeireira e moveleira vêm crescendo nos últimos anos devido ao

aumento do consumo de matéria-prima utilizada nos processos produtivos. Esse aquecimento

na demanda aumenta a concorrência entre as empresas, pois essas passam a disputar

preferências dos clientes. Por sua vez, os clientes podem se tornar mais exigentes com relação

à qualidade do produto e do seu processo produtivo, ainda que isto ainda não seja

caracterizado. A International Standards Organization, mais conhecida como ISO é o

organismo que estabelece os padrões internacionais de trabalho e de garantia de qualidade nas

empresas. O setor madeireiro, especificamente, conta com o PNQM - Programa Nacional de

Qualidade da Madeira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira

Processada Mecanicamente – Abimci, além da Certificação CE exigida no mercado europeu

para painéis de madeira dentre outros produtos a serem exportados para este mercado. A

certificação florestal FSC é uma ferramenta voluntária que atesta a origem da matéria-prima

florestal em um produto. Com a globalização, se algum produto não possuir qualidade, não

for bem avaliado pelo mercado, estará simplesmente numa desvantagem irreversível, sendo

esmagado pela concorrência. Nenhuma empresa pode ficar acomodada, a disputa pelos

clientes é cada vez maior e um mínimo detalhe pode fazer com que o produto seja um

fracasso.

Palavras-chave: indústria, madeireira, qualidade, fsc, pnqm, floresta, madeira.

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Abstract

The quantity of timber and furniture industries have been growing in recent years due to

increased consumption of raw materials used in production processes. This heating demand

increases competition among companies, because these are the preferences of customers

dispute. In turn, customers may become more demanding with respect to product quality and

its production process, even if it is not yet characterized. The International Standards

Organization, better known as ISO is the body that sets international labour standards and

quality assurance in business. The Forestry, specifically, has the PNQM - Programa Nacional

de Qualidade da Madeira, developed by Associação Brasileira da Indústria de Madeira

Processada Mecanicamente – Abimci, in addition to the EC certification required in the

European market for wood panels, among other products for export this market. The FSC

forest certification is a voluntary tool that shows the origin of the raw material in a forest

product. With globalization, if any product has no quality, is not well evaluated by the market,

is simply a disadvantage irreversible, being crushed by competition. No company may be

room, the dispute by customers is increasing and a minimum detail may cause the product is a

failure.

Keywords: industry, timber, quality, fsc, pnqm, forest, timber.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO 4

2 SÉRIE ISO 9000 7

2.1 Os Elementos da ISO Série 9000 8

2.2 O Sistema de Documentação 10

2.3 A Implantação e Certificação 11

2.4 Auditoria final e Certificação 12

2.5 As Auditorias 13

2.6 Os Benefícios da ISO 9000 14

3 PNQM - PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DA MADEIRA 16

3.1 Estrutura 16

3.2 Processo de Certificação 18

3.3 Marcas de Certificação do Programa de Compensado de Pinus 18

3.4 PNQM - Compensado de Pinus 19

3.4.1 Tipos básicos de chapas 20

3.4.2 Dimensões e características construtivas 20

3.4.3 Classificação das chapas 21

3.5 PNQM - Compensado de Madeira Tropical 23

3.6 PNQM – Portas 24

3.7 PNQM – Fornecedores 24

4 CERTIFICAÇÃO CE (COMUNIDADE EUROPÉIA) 25

4.1 Exigência para Painéis 25

4.2 Responsabilidade do Fabricante 25

4.3 Como Obter a certificação "CE" 26

4.4 Passos Necessários 26

4.5 Auditorias 28

5 CERTIFICAÇÃO FLORESTAL FSC 29

5.1 O selo FSC 30

5.2 Princípios e Critérios do FSC 30

5.3 Tipos de certificação FSC 32

5.4 O processo de certificação 32

5.5 Custos da certificação 33

5.5.1 Custos diretos 33

5.5.2 Custos indiretos 33

6 CONCLUSÕES 34

REFERÊNCIAS 35

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1 INTRODUÇÃO

Devido a uma primeira exploração florestal, muitas florestas do norte do Brasil,

possuem como característica árvores que variam em suas dimensões, o que resulta em

volumes baixos quando se comparando com áreas que ainda foram pouco exploradas.

A infra-estrutura no setor florestal alcança demandas técnicas, de logística e de suporte

ao uso racional dos recursos naturais, e é um dos principais geradores de emprego e de renda

à comunidade.

O setor madeireiro é composto pelas indústrias que realizam o primeiro

beneficiamento das toras provenientes da floresta, caracterizam-se em sua maioria como

serrarias e em alguns casos indústrias de compensados e laminados, sendo as duas últimas

voltadas à fabricação de produtos destinados ao mercado externo e interno. Já os produtos

resultantes das serrarias têm maior saída no mercado regional, porém com restrições quanto à

qualidade devido ao menor poder de compra regional.

A quantidade de indústrias madeireira e moveleira vêm crescendo nos últimos anos

devido ao aumento do consumo de matéria-prima utilizada nos processos produtivos. Esse

aquecimento na demanda aumenta a concorrência entre as empresas, pois essas passam a

disputar preferências dos clientes.

Por sua vez, os clientes podem se tornar mais exigentes com relação à qualidade do

produto e do seu processo produtivo, ainda que isto ainda não seja caracterizado. O controle

de qualidade se refere a um processo ou conjunto de atividades e técnicas operacionais que

são empregadas para se cumprir os requerimentos de qualidade. Essa definição implica em

qualquer operação que sirva para melhorar, dirigir ou assegurar a qualidade pode ser

considerada uma atividade de CQ.

Sendo assim, a importância do controle de qualidade na produção, e também pela

certificação de qualidade poderão tornar-se o diferencial entre as empresas trazendo assim

uma maior satisfação de ambos os lados.

A International Standards Organization, mais conhecida como ISO é o organismo que

estabelece os padrões internacionais de trabalho e de garantia de qualidade nas empresas.

Desde 1987 foi criada uma série de normas, conhecidas como ISO 9000, que deram início a

um sistema de gestão da qualidade.

A ISO 9000, que muitos acreditam tratar-se do nome do certificado, na verdade apenas

estabelece as orientações básicas para a correta seleção e uso das normas, tanto que seus

objetivos são esclarecer as diferenças e inter-relações entre os principais conceitos da

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qualidade e, fornecer diretrizes para seleção e uso de normas que servem para gestão da

qualidade interna ( ISO 9004 ) e para garantia da qualidade externa ( ISO 9001, 9002 e

9003 ).

Existe uma tendência mundial no sentido do aumento das expectativas do consumidor,

em relação à qualidade. Acompanhando esta tendência, houve uma crescente tomada de

consciência de que melhorias contínuas na qualidade são freqüentemente necessárias para

atingir e assegurar um bom desempenho econômico. A maioria das organizações produzem

produtos ou serviços destinados a atender as necessidades do usuário. Estes requisitos são

freqüentemente incorporados em especificações, mas que por si só não podem garantir que

estes requisitos sejam consistentemente atendidos.

O setor madeireiro, especificamente, conta com o PNQM - Programa Nacional de

Qualidade da Madeira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira

Processada Mecanicamente – Abimci, além da Certificação CE exigida no mercado europeu

para painéis de madeira dentre outros produtos a serem exportados para este mercado.

A empresa participante recebe todas as orientações técnicas, visitas periódicas de

auditores independentes e assistência para os ajustes necessários para a certificação. São

considerados os processos de produção e recomendadas ações para a redução do risco de

perdas de mercado por falta de qualidade, redução de perdas, aumento da produtividade e

competitividade e incremento da qualidade.

Os processos de qualidade, dentro das organizações, mudam o comportamento dos

funcionários e dos empresários. Além da busca da qualidade total, a globalização da economia

força a competitividade e provoca a busca da eficiência. Com isso, muda radicalmente a

forma de produzir e atender o cliente, mas a verdadeira revolução dentro das organizações só

pode ocorrer se houver uma perfeita harmonia entre a alta tecnologia e a valorização das

pessoas.

A marca "CE" é uma marca de conformidade do Mercado Comum Europeu. Declara

que o fabricante atende às exigências da norma EN do(s) produto(s) em questão, com respeito

à Diretiva da Comunidade Européia aplicável a essa norma. A certificação “CE” tem sido

exigida na União Européia para diversos produtos, como: equipamentos de telecomunicação;

eletroeletrônicos; brinquedos; aparelhos médicos; produtos farmacêuticos; produtos de

construção, entre outros. Atualmente, a certificação “CE” é exigida para obter acesso aos 28

países que integram o Espaço Econômico Europeu (EEE): os 25 Estados-Membros da União

Européia (UE) e três dos Estados-Membros da Associação Européia de Livre Comércio

(EFTA). Em maio de 2004, a UE expandiu-se para o leste da Europa, passando a integrar 10

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novos Estados Membros.

O FSC surgiu em 1993, quando organizações de diferentes partes do mundo uniram-se

para promover o diálogo entre os setores econômicos, sociais e ambientais para mudar a

prática da gestão e manejo de florestas. Como resultado desse diálogo surgiu um sistema de

certificação de manejo florestal com padrões que traduzem práticas ambientalmente corretas,

socialmente justas e economicamente viáveis, com abrangência e reconhecimento mundial.

Na mesma época, surge a rede FSC, formada por organizações responsáveis em

desenvolver padrões mundiais para o manejo florestal. O FSC Internacional está atualmente

sediado em Bonn, na Alemanha e coordena o desenvolvimento de políticas e padrões

universais; já as iniciativas nacionais os adaptam para a realidade do país e levam as

discussões para as organizações de base, junto com grupos de interesse das áreas sociais,

ambientais e econômicas.

No Brasil existem atualmente cinco certificadoras credenciadas pelo FSC IC (Bureau

Veritas Certification; IMO - Institut FÜR Marktökologie - Instituto de Mercado Ecológico;

SCS - Scientific Certification System; Inc. Programa Forest Conservation; SGS South Africa

(Pty) Ltd. - Programa SGS Qualifor (África do Sul); Control Union Certifications - Skal

International , Programa Smart Wood). Estas certificadoras estão autorizadas a avaliar as

unidades de manejo florestal - empresariais ou comunitárias - e as indústrias processadoras -

cadeia de custódia - e permitir o uso da logomarca do FSC.

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2 SÉRIE ISO 9000

A ISO série 9000 compreende um conjunto de cinco normas (ISO 9000 a ISO 9004).

Entretanto, estas normas, oficializadas em 1987, não podem ser consideradas normas

revolucionárias, pois elas foram baseadas em normas já existentes, principalmente nas normas

britânicas BS 5750.

Além destas cinco normas, deve-se citar a existência da ISO 8402 (conceitos e

Terminologia da Qualidade), da ISO 10011 (Diretrizes para a Auditoria de Sistemas da

Qualidade) e de uma série de guias ISO pertinentes à certificação e registro de sistemas da

qualidade.

As normas ISO 9000 podem ser utilizadas por qualquer tipo de empresa, seja ela

grande ou pequena, de caráter industrial, prestadora de serviços ou mesmo uma entidade

governamental.

Deve ser enfatizado, entretanto, que as normas ISO série 9000 são normas que dizem

respeito apenas ao sistema de gestão da qualidade de uma empresa, e não às especificações

dos produtos fabricados por esta empresa. Ou seja, o fato de um produto ser fabricado por um

processo certificado segundo as normas ISO 9000 não significa que este produto terá maior

ou menor qualidade que um outro similar. Significa apenas que todos os produtos fabricados

segundo este processo apresentarão as mesmas características e o mesmo padrão de qualidade.

As normas ISO 9000 não conferem qualidade extra à um produto (ou serviço),

garantem apenas que o produto (ou serviço) apresentará sempre as mesmas características.

As normas individuais da série ISO 9000 podem ser divididas em dois tipos:

● Diretrizes para seleção e uso das normas (ISO 9000) e para a implementação de um

sistema de gestão de qualidade (ISO 9004). Esta última usa frases do tipo: “O sistema

de qualidade deve...”.

● Normas contratuais (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003). Chamadas assim por se tratarem

de modelos para contratos entre fornecedor (que é a empresa em questão) e cliente.

Utilizam frases do tipo: “O fornecedor deve...”.

É importante salientar que as empresas só podem ser certificadas em relação às

normas contratuais, ou seja, ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003. Segue uma breve descrição de

cada uma das normas contratuais:

● ISO 9001: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba as áreas de

projeto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.

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● ISO 9002: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba a produção e

a instalação.

● ISO 9003: esta norma é um modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios

finais.

Pode-se dizer que a ISO série 9000 é um modelo de três camadas em que a ISO 9001

engloba a ISO 9002 que, por sua vez, engloba a ISO 9003.

A decisão sobre qual das normas contratuais da série ISO 9000 utilizar depende da

finalidade das atividades da indústria em questão. A ISO 9002 é a mais apropriada para a

maioria das fábricas baseadas em processos de manufatura bem estabelecidos. A ISO 9001

por sua vez é mais apropriada para processos que envolvem atividades de pesquisa e

desenvolvimento. A ISO 9003 engloba somente a inspeção e ensaios finais e, por isso, tem um

valor limitado. Na prática esta norma não é mais utilizada.

2.1 Os Elementos da ISO Série 9000

A série de normas ISO 9000 baseia-se em 20 elementos ou critérios que englobam

vários aspectos da gestão de qualidade. Apenas a ISO 9001 exige que todos os 20 elementos

estejam presentes no sistema da qualidade. A ISO 9002 faz uso de 18 destes elementos (não

fazem parte desta norma o controle de projeto e a assistência técnica), enquanto que a ISO

9003 engloba somente 12 estes elementos. Segue uma breve descrição dos 20 elementos das

normas ISO 9000:

● Responsabilidade da administração: requer que a política de qualidade seja definida,

documentada, comunicada, implementada e mantida. Além disto, requer que se

designe um representante da administração para coordenar e controlar o sistema da

qualidade.

● Sistema da qualidade: deve ser documentado na forma de uma manual e

implementado.

● Análise crítica de contratos: os requisitos contratuais devem estar completos e bem

definidos. A empresa deve assegurar que tenha todos os recursos necessários para

atender às exigências contratuais.

● Controle de projeto: todas as atividades referentes à projetos (planejamento, métodos

para revisão, mudanças, verificações, etc.) devem ser documentadas.

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● Controle de documentos: requer procedimentos para controlar a geração, distribuição,

mudança e revisão em todos os documentos.

● Aquisição: deve-se garantir que as matérias-primas atendam às exigências

especificadas. Deve haver procedimentos para a avaliação de fornecedores.

● Produtos fornecidos pelo cliente: deve-se assegurar que estes produtos sejam

adequados ao uso.

● Identificação e rastreabilidade do produto: requer a identificação do produto por item,

série ou lote durante todos os estágios da produção, entrega e instalação.

● Controle de processos: requer que todas as fases de processamento de um produto

sejam controladas (por procedimentos, normas, etc.) e documentados.

● Inspeção e ensaios: requer que as matéria-primas sejam inspecionadas (por

procedimentos documentados) antes de sua utilização.

● Equipamentos de inspeção, medição e ensaios: requer procedimentos para a

calibração/aferição, o controle e a manutenção destes equipamentos.

● Situação da inspeção e ensaios: deve haver, no produto, algum indicador que

demonstre por quais inspeções e ensaios ele passou e se foi aprovado ou não.

● Controle de produto não-conforme: requer procedimentos para assegurar que o

produto não conforme aos requisitos especificados é impedido de ser utilizado

inadvertidamente.

● Ação corretiva: exige a investigação e análise das causas de produtos não-conformes e

adoção de medidas para prevenir a reincidência destas não-conformidades.

● Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição: requer a existência de

procedimentos para o manuseio, o armazenamento, a embalagem e a expeição dos

produtos.

● Registros da qualidade: devem ser mantidos registros da qualidade ao longo de todo o

processo de produção. Estes devem ser devidamente arquivados e protegidos contra

danos e extravios.

● Auditorias internas da qualidade: deve-se implantar um sistema de avaliação do

programa da qualidade.

● Treinamento: devem ser estabelecidos programas de treinamento para manter,

atualizar e ampliar os conhecimentos e as habilidades dos funcionários.

● Assistência técnica: requer procedimentos para garantir a assistência à clientes.

● Técnicas estatísticas: devem ser utilizadas técnicas estatísticas adequadas para

verificar a aceitabilidade da capacidade do processo e as características do produto.

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Analisando estes critérios, nota-se que o ponto central de um sistema de gestão da

qualidade baseada nas normas ISO 9000 é a apropriada documentação deste sistema. De fato,

as normas podem ser resumidas em: Diga o que você faz, faça o que você diz e... documente

tudo!

2.2 O Sistema de Documentação

O sistema de documentação exigido pode ser hierarquizado em quatro níveis:

● O nível I, de abordagem geral, consiste basicamente no manual da qualidade da

empresa. Este expõe e define, entre outros, a política de gestão da qualidade, o sistema

da qualidade, a estrutura organizacional e as responsabilidades.

● O nível II é constituído pelos manuais de procedimentos. Estes listam todos os

procedimentos usados na empresa e também definem responsabilidades (quem deve

fazer o que e quando). Estes manuais abrangem todos os elementos do sistema de

qualidade utilizados pela empresa (análise de contratos, aquisição, controle de

processos, inspeção e ensaios, etc.).

● Os documentos de nível III abrangem as instruções operacionais básicas que

identificam como se deve proceder para o eficaz funcionamento do sistema. Estas

instruções envolvem métodos de inspeção, cronogramas de trabalho, especificações,

desenhos, instruções de trabalho, etc.

● O nível IV consiste nos registros da qualidade, entre os quais podemos citar os

resultados de inspeções, os registros de aferição, as ordens de compra, a lista de

fornecedores, etc. Estes registros são as evidências de que as instruções (nível III)

foram seguidas.

A documentação de um sistema de qualidade pode também ser dividida em dois tipos:

● Os documentos da qualidade, que descrevem o processo, ou seja, como os

procedimentos devem ser executados.

● Os registros da qualidade, que registram os resultados do processo, evidenciando que a

empresa seguiu as ações descritas nos documentos da qualidade.

Os documentos da qualidade documentam o processo, enquanto os registros da

qualidade fornecem evidências de que as instruções contidas nos documentos da qualidade

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foram executadas.

2.3 A Implantação e Certificação

Várias são as vantagens de se implementar um sistema da gestão de qualidade baseado

nas normas ISO 9000. Entre elas podemos destacar:

● Aumento da credibilidade da empresa frente ao mercado consumidor.

● Aumentar a competitividade do produto ou serviço no mercado.

● Evitar e prevenir a ocorrência de deficiências.

● Evitar riscos comerciais, tais como: reivindicações de garantia e responsabilidades

pelo produto.

Analisando-se estas vantagens, pode-se imaginar que o desejo de implantação de um

sistema da qualidade parte da direção da empresa que, desta maneira, pretende aprimorar o

seu processo produtivo. Mas isto nem sempre é o caso. A grosso modo, podemos identificar

quatro razões que levam uma empresa a implantar um sistema de gestão da qualidade baseado

nas normas ISO série 9000:

● Conscientização da alta administração (“por livre e espontânea vontade”): a mais

eficaz entre todas.

● Razões contratuais (“por livre e espontânea pressão”): no fornecimento de

produtos/serviços para outros países, para órgãos/empresas governamentais e também

para um número cada vez maior de empresas de iniciativa privada; evidentemente

menos eficaz que a anterior. O tempo para a maturação é maior, mas normalmente se

alcança a conscientização.

● Competitividade (“ou nos enquadramos ou quebramos”): embora não tão eficaz

quanto a primeira, consegue-se de um modo geral chegar à conscientização da alta

administração.

● Modismo (“temos que dançar o que está tocando”): a menos eficaz de todas,

normalmente não se chega a alcançar o objetivo maior, que é a conscientização da alta

administração e aí, então, o processo é abandonado no meio do caminho.

Uma vez expressado o desejo de se adotar um sistema da qualidade baseado nas

normas ISO 9000, a empresa seguirá uma série de etapas, dentre as quais temos:

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● Definição da política da qualidade e seleção do modelo de norma mais adequado às

propostas da empresa (ISO 9001, ISO 9002 ou ISO 9003).

● Análise do sistema da qualidade da empresa (se existir algum) e determinação de quais

as mudanças que devem ser feitas para adaptá-lo às exigências das normas ISO 9000.

● Treinamento e conscientização dos funcionários diretamente envolvidos com a

implementação (ou modificação) do sistema da qualidade, bem como dos demais

funcionários da empresa.

● Desenvolvimento e implementação de todos os procedimentos necessários ao sistema

da qualidade (este é geralmente o ponto mais demorado durante o processo de

implementação). É importante que, durante o processo de desenvolvimento de

procedimentos, estes sejam feitos em conjunto com as pessoas que deverão segui-los.

● Seleção de um órgão certificador (também conhecido como órgão registrador). Trata-

se de uma organização independente da empresa, que irá avaliar se o sistema da

qualidade da empresa está de acordo com as normas ISO 9000. Como exemplo de

órgãos certificadores podemos citar o Bureau Veritas Quality International (BVQI) e a

Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV).

● Pré-auditoria para avaliar se o sistema da qualidade implantado está de acordo com os

padrões especificados pelas normas.

● Eliminação das eventuais não-conformidades (às normas) detectadas durante o

processo de pré-auditoria.

2.4 Auditoria final e certificação

A maior parte das não-conformidades detectadas durante as auditorias do sistema da

qualidade dizem respeito à inapropriada documentação do sistema. Por outro lado, deve-se

tomar o cuidado de não exagerar na quantidade de documentação, correndo o risco de tornar o

sistema da qualidade excessivamente burocratizado.

A empresa uma vez certificada, deve zelar pela manutenção deste, pois perder um

certificado pode ser muito mais danoso para uma empresa do que não te-lo.

O processo de implementação pode durar de alguns meses a dois anos, dependendo do

tamanho da empresa e, principalmente, da existência de um sistema da qualidade e do seu

grau de desenvolvimento.

Alguns dos órgãos certificadores possuem programas de consultoria para auxiliar as

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empresas durante o processo de implementação. Caso a empresa opte por um destes

programas ela deverá, entretanto, escolher um outro órgão certificador para avaliar e certificar

o seu sistema da qualidade, pois seria anti-ético um orgão certificador avaliar e certificar um

sistema da qualidade que ele mesmo ajudou a implementar.

2.5 As Auditorias

Os sistemas de gestão da qualidade propostos (baseados nas normas da ISO série

9000) são avaliados por auditorias. As características destas auditorias são:

● Autorizadas pela administração superior.

● Avaliações de práticas reais, evidentes, comparadas com requisitos estabelecidos.

● Têm métodos e objetivos específicos.

● São programadas com antecedência.

● São realizadas com prévio conhecimento e na presença das pessoas cujo trabalho será

auditado;

● Realizadas por pessoal experiente, treinado e independente da área auditada.

● Resultados e recomendações são examinados e, em seguida, acompanhados para

verificar o cumprimento das ações corretivas.

● Não têm ação punitiva, mas corretiva e de aprimoramento.

As auditorias podem ser classificadas quanto ao tipo, à finalidade e à empresa

auditada.

Quanto ao tipo temos:

● Auditoria de adequação: é uma auditoria para avaliar a documentação do sistema

implantado, comparando-o com os padrões específicados pelas normas ISO.

● Auditoria de conformidade: neste tipo de auditoria o auditor deve procurar a evidência

de que o auditado está trabalhando de acordo com as instruções documentadas.

Quanto à finalidade temos:

● Auditoria do sistema: dá ênfase aos aspectos de documentação e organização do

sistema da qualidade.

● Auditoria de processo: avalia a execução (projeto, fabricação, construção, montagem,

etc.) de um processo ou serviço.

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● Auditoria do produto: dá ênfase à reinspeção do produto pronto e à análise de registros

dos resultados dos ensaios, testes e inspeção.

E, quanto às empresas auditadas, temos:

● Auditoria interna: é a auditoria realizada sob a responsabilidade da própria empresa

(organização), onde os auditores devem ser totalmente independentes do setor/serviço

a ser auditado. A vantagem deste tipo de auditoria é que os auditores e os auditados

sentem-se mais a vontade para discutir internamente os resultados.

● Auditoria externa: é a auditoria realizada sob a responsabilidade de uma empresa

independente da que está sendo auditada. A vantagem é o caráter de independência

associado à experiência trazida pelos auditores de outras organizações.

É uma auditoria externa que avalia se uma empresa (ou processo) está apta a receber o

certificado da série ISO 9000.

A empresa certificada é periodicamente avaliada por auditorias de acompanhamento

(realizadas de 6 em 6 meses). Estas auditorias são feitas para verificar se a empresa continua

atendendo aos requisitos estabelecidos e verificados em auditorias anteriores. No caso de a

empresa não atender aos requisitos estabelecidos anteriormente, duas atitudes podem ser

tomadas pelo órgão certificador:

● Se forem encontradas não-conformidades razoáveis, é determinado um prazo para uma

nova auditoria.

● Se forem encontradas não-conformidades graves, a empresa pode perder o certificado.

2.6 Os Benefícios da ISO 9000

Alguns dos benefícios trazidos para uma empresa certificada com relação às normas

da série ISO 9000 são:

● Abertura de novos mercados.

● Maior conformidade e atendimento às exigências dos clientes.

● Menores custos de avaliação e controle.

● Melhor uso de recursos exitentes.

● Aumento da lucratividade.

● Maior integração entre os setores da empresa.

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● Melhores condições para acompanhar e controlar os processos.

● Diminuição dos custos de remanufatura.

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3 PNQM - PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DA MADEIRA

Em 1999, atendendo solicitação das empresas associadas e em resposta a demandas de

mercado a ABIMCI decidiu tomar a liderança para desenvolver um sistema nacional de

certificação de compensado de pinus. Para desenvolver o sistema foi criado o Programa

Nacional de Qualidade do Compensado - PNQC, tendo como objetivo principal disponibilizar

ao mercado produtos com especificações conhecidas, fabricados dentro de parâmetros

controlados.

Figura 1 – Logo do Programa Nacional de Qualidade da Madeira (PNQM).

Durante o ano 2000 o programa foi estruturado e implantado, tendo sido estabelecido

um Conselho, do qual participam representantes das diversas partes interessadas incluindo

produtores de compensado, consumidores, participantes da cadeia de comercialização,

fornecedores, pesquisadores e especialistas do setor. Entre as atribuições do Conselho

encontram-se as definições das políticas e estratégias do Programa, bem como garantir a

independência e assegurar a credibilidade do processo de certificação de qualidade.

Com base na experiência adquirida, e atendendo demandas de associados e do

mercado o Programa foi ampliado para envolver outros tipos de produtos de madeira sólida,

tendo sido transformado no Programa Nacional de Qualidade da Madeira - PNQM. Dentro

desta nova abrangência o Programa agora vêm desenvolvendo atividades para certificar além

do compensados de pinus o compensado de madeiras tropicais e portas. Outros produtos

deverão ser incorporados no futuro.

3.1 Estrutura

Para definir as políticas e estratégias do Programa, bem como para assegurar

independência das atividades de certificação e da credibilidade do processo, foi criado o

Conselho Nacional de Qualidade da Madeira - CNQM. Os estatutos do Conselho estabelecem

que o mesmo é totalmente independente e que seus membros são escolhidos entre as partes

Page 18: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

18

interessadas no assunto. O Conselho é constituído por representantes dos seguintes grupos:

● produtores;

● agentes da cadeia de comercialização e distribuição;

● associação de consumidores;

● universidades e institutos de pesquisa;

● fornecedores de insumos.

As responsabilidades do Conselho são estabelecidas em estatuto e incluem:

● definir as diretrizes ao Programa Nacional de Qualidade da Madeira;

● coordenar o trabalho relacionado com a definição e estabelecimento de padrões

técnicos e procedimentos de qualidade relativos ao processo de produção dos produtos

a serem certificados;

● definir os critérios de certificação de produtores e fornecedores;

● selecionar e qualificar auditores de qualidade;

● aprovar os relatórios de auditoria e emitir os certificados de qualidade;

● decidir no caso de queixa de consumidores e reclamações.

Para implementar as diretrizes e decisões emanadas do CNQM, bem como para

coordenar toda a operação do Programa, foi criada uma Secretaria Executiva, que conta com o

apoio de departamentos técnicos e consultores independentes.

As auditorias de certificação são executadas por Auditores Externos, independentes,

selecionados pelo Conselho com base em critérios que incluem uma análise de sua

qualificação técnica e experiência.

Os auditores externos, credenciados pelo CNQM, são instruídos e treinados quanto às

suas responsabilidades perante o Programa e quanto aos parâmetros, critérios, requisitos e

procedimentos estabelecidos para a condução das Auditorias de Certificação.

O Programa é financeiramente sustentado pelos produtores envolvidos, fornecedores

de insumos e outras entidades interessadas em cooperar. Os recursos são alocados em fundos

específicos, quais sejam:

● fundo de administração;

● fundo de divulgação e promoção;

● fundo de assistência técnica e desenvolvimento;

● fundo de reclamações.

Page 19: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

19

3.2 Processo de Certificação

Antes da solicitação formal da Auditoria de Certificação a Secretaria Executiva presta

serviços de assistência e assessoria técnica aos produtores, com o objetivo de orientá-los

quanto aos parâmetros, procedimentos e requisitos exigidos pelo PNQM, para a certificação.

A renovação da certificação é efetuada obrigatoriamente a cada seis meses, no entanto

as auditorias poderão ser realizadas a qualquer momento, a critério do Conselho ou quando da

ocorrência de reclamações dos consumidores e/ou evidências de que o produtor certificado

não esteja cumprindo com as exigências estabelecidas pelo Programa.

O processo de certificação é apresentado de forma esquemática na figura abaixo:

Figura 2 – Processo de Certificação PNQM.

3.3 Marcas de Certificação do Programa de Compensado de Pinus

As empresas aprovadas no processo de certificação podem imprimir na face ou na

lateral das chapas de compensados a Marca de Certificação conforme padrões definidos pelo

CNQM.

A Marca de Certificação possui informações básicas necessárias para identificação do

produto, incluindo: fabricante,qualidade da capa e contra-capa, dimensões, aplicação

Page 20: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

20

recomendada e outros aspectos.

Figura 3 – Carimbo de Face.

Figura 4 – Carimbo de Borda.

3.4 PNQM - Compensado de Pinus

Atualmente o Programa Nacional da Qualidade da Madeira – PNQM-CP conta com

várias empresas certificadas, de acordo com os requisitos estabelecidos pelo Programa.

Periodicamente estão sendo executadas nessas empresas Auditorias de Manutenção

para a verificação do Sistema da Qualidade implantado.

Paralelamente a essas atividades estão sendo desenvolvidos os trabalhos de Assistência

Técnica às demais empresas participantes do Programa, com o objetivo de orientá-las e treiná-

las na implantação dos parâmetros e procedimentos requeridos pelo PNQM-CP

Também estão sendo desenvolvidos os trabalhos necessários para a obtenção do “CE-

Marking”. Essa marca de conformidade, é requerida no âmbito do Espaço Econômico

Europeu (EEE) e será obrigatória para painéis de madeira utilizados na construção a partir de

1º de Abril de 2004.

Com o objetivo da obtenção do “CE-Marking” estão sendo contatados os “Notified

Bodies – NB's” (organismos certificadores europeus), reconhecidos pela Diretiva de Produtos

de Construção (CPD) e autorizados para atuar com painéis de madeira, de acordo com a

Decisão 97/462/CE da Comissão Européia.

Atualmente foram contatados cerca de 30 (trinta) NB's e encontram-se em andamento

as negociações para obtenção de propostas técnicas e comerciais, que considerem, inclusive, a

participação do Conselho Nacional da Qualidade da Madeira – CNQM, no processo de

certificação.

Page 21: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

21

3.4.1 Tipos básicos de chapas

Para compensados de pinus o Programa considera dois tipos básicos de chapas, quais

sejam:

a) Interior – IR

Chapa colada com resina do tipo interior. As chapas de compensado produzidas com

este tipo de resina para utilização em locais protegidos da ação d' água ou alta

umidade relativa. Na maioria dos casos as resinas com base em uréia formaldeído são

utilizadas.

b) Exterior – EX

Chapa colada com resina do tipo exterior. As chapas de compensado produzidas com

este tipo de resina podem ser utilizadas em ambientes externos, locais com alta

umidade ou em contato direto com a água. Resinas fenólicas são as mais comuns, no

entanto, existem outras resinas que podem ser empregadas.

3.4.2 Dimensões e características construtivas

A Tabela 1 apresenta as dimensões principais e as características construtivas das

chapas de compensado adotadas pelo PNQM, incluindo: espessura, quantidade mínima de

lâminas e as tolerâncias dimensionais.

Tabela 1 – Dimensões e características construtivas das chapas de compensados de

Pinus

Espessura da

chapa (mm)

Quantidade

mínima de

lâminas

Tolerâncias

Espessura (%)Comprimento

(mm)Largura (mm)

0905

+/- 5 +0,0/-2,0 +0,0/-2,0

121518

072122 0925 11

Page 22: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

22

3.4.3 Classificação das chapas

As chapas de compensado de Pinus são classificadas com base na qualidade da face e

contra-face. Os critérios de Classificação levam em consideração o tipo, a quantidade e

dimensões dos defeitos apresentados, através de inspeção visual.

As possibilidades para classificação do compensado de Pinus, estão descritas na

Tabela 2.

Figura 5 – Qualidades para compensados de Pinus (fotos meramente ilustrativas).

Page 23: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

23

Tabela 2 – Critérios para classificação do compensado de Pinus.

Categorias de

defeitos

Qualidade

A B C+ C D

NÓ FIRME Não permitido

Diâmetro

máximo de 10

mm, até 10 por

face

Sem limites

NÓ SOLTO/NÓ

ABERTONão permitido

Nós soltos e/ou

abertos e buracos

de instrumentos

de usinagem

limitados a

dimensão

máxima de

6x12,5 mm,

desde que

reparados com

massa.

Nós soltos e/ou

abertos e buracos

de instrumentos

de usinagem com

dimensão não

superior a 65

mm de diâmetro,

sendo a média

menor ou igual a

50 mm, desde

que reparados

com massa.

Sem limites

MIOLO OCO Miolo oco limitado a 20 mm Miolo oco limitado a 50 mm Sem limites

JUNTAS

ABERTASNão Permitido

Juntas abertas

com largura

máxima de 2mm

e reparadas com

massa.

Juntas abertas

com largura

máxima de 5mm

e reparadas com

massa

Sem limites

TRINCAS Não Permitido

Trincas com

dimensões

máximas de 5

mm de largura e

300 mm de

comprimento e

recuperadas com

massa

Trincas com

dimensões

máximas de 10

mm de largura e

600 mm de

comprimento e

recuperadas com

massa

Trincas com

dimensões

máximas de

15mm de largura

e 700 mm de

comprimento e

recuperadas com

massa

Sem limites

EMENDAS NA

CAPA

Não PermitidoAté uma Até duas Até quatro

SUPERPOSIÇÃ

O (CAVALO)Não Permitido

Até 1 por m2 de

comprimento

máximo de 100

mm

Até 2 por m2 de

comprimento

máximo de 400

mm

Até 2 por m2 de

comprimento

máximo de 600

mm

Sem limite

MANCHA Não Permitido Limitado a 10% Limitado a 20% Sem limite

Page 24: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

24

AZUL da área da face da área da face

REMENDOS

COM

MADEIRA DE

MESMA

ESPÉCIE

Não excedendo

25 mm de

largura e 200

mm de

comprimento,

combinados em

cor e grã,

colados com a

mesma resina

utilizada na

fabricação do

painel

Não excedendo

100 mm de

largura e 600

mm de

comprimento,

combinados em

cor e grã,

colados com a

mesma resina

utilizada na

fabricação do

painel

Não excedendo

100 mm de

largura e 700

mm de

comprimento,

combinados em

cor e grã,

colados com a

mesma resina

utilizada na

fabricação do

painel

Sem limite, desde que colados com

a mesma resina utilizada na

fabricação do painel

SOMA DOS

DEFEITOS DA

FACE (JUNTAS

ABERTAS+TRI

NCAS+REMEN

DOS+NÓ

ABERTO)

O número de

reparos não deve

ultrapassar a 6 na

superfície total

da chapa

O número de

reparos não deve

ultrapassar a 8 na

superfície total

da chapa

O número de

reparos não deve

ultrapassar a 30

na superfície

total da chapa

Sem restrições

3.5 PNQM - Compensado de Madeira Tropical

O Programa Nacional da Qualidade da Madeira – Compensados de Madeira Tropical –

PNQM-CT teve início em Fevereiro de 2002 com a participação de produtores localizados

nos Estados do Maranhão-MA, Pará-PA e Paraná-PR a implantação do Programa nesses

produtores é identificada com a sigla PNQM-CT (MA, PA e PR).

Em Abril de 2003 produtores de chapas de compensados de madeira tropical,

localizados nos Estados de Mato Grosso-MT, Mato Grosso do Sul-MS, Paraná-PR, Rondônia-

RO e Santa Catarina-SC, aderiram ao PNQM-CT formando um um segundo grupo que é

identificado pela sigla PNQM-CT (MS, MT, PR, RO e SC). É importante salientar que nesse

grupo serão contemplados dentro do PNQM, além dos compensados de madeira tropical, os

compensados “COMBI” e “TWIN” (combinados de madeira tropical e pinus).

Page 25: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

25

3.6 PNQM – Portas

O PNQM-Portas é um novo segmento do Programa Nacional da Qualidade da

Madeira.

O Programa de certificação consiste em 3 fases. Atualmente estão sendo desenvolvidas

as Fases 1 e 2 do Programa, conforme segue:

a) Fase 1 – Revisão de Normas

Esta fase tem por objetivo revisar as Normas Brasileiras (ABNT) levando-se em

consideração, principalmente, as características dimensionais e de desempenho. Essa

revisão também contempla a harmonização das Normas Brasileiras com as Normas

Internacionais, tais como: ISO e EN, entre outras.

b) Fase 2 – Diagnóstico da Situação Atual

Para essa fase serão desenvolvidas as seguintes atividades:

Definição dos produtos a serem considerados na certificação;

● visitas técnicas aos produtores envolvidos, com o objetivo de diagnosticar os

parâmetros utilizados pelos produtores para o controle do processo de produção;

● contatos com consumidores, agentes, fornecedores de insumos, entidades de pesquisa,

laboratório e academia, com o objetivo de colher subsídios para a definição de

parâmetros e melhoria da qualidade geral do produto;

● proposição e discussão com as partes envolvidas, de parâmetros para o controle do

processo de produção e características físicas e mecânicas do produto final;

● aprovação dos parâmetros e demais características do produto junto ao Conselho

Nacional da Qualidade da Madeira – CNQM.

3.7 PNQM – Fornecedores

O Programa Nacional de Qualidade da Madeira especifica que os fornecedores de

insumos devem se submeter a verificação do sistema de qualidade, atendendo os parâmetros

do programa.

Page 26: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

26

4 CERTIFICAÇÃO CE (COMUNIDADE EUROPÉIA)

4.1 Exigência para Painéis

De acordo com a norma européia EN 13986:2002, a partir de abril de 2004, a

certificação “CE” será exigida para painéis de madeira, em todo o Espaço Econômico

Europeu. Essa norma deve ser interpretada à luz da Diretiva dos Produtos de Construção

(CPD), que a regulamenta. Assim, os painéis de madeira aos quais a norma se refere são os de

incorporação permanente nas obras de construção (engenharia civil e construção civil).

A Diretiva estabelece requisitos essenciais para produtos estruturais, com o objetivo de

atender a determinados níveis de resistência mecânica e estabilidade; segurança contra

incêndios; higiene, saúde e meio ambiente; segurança na utilização; proteção contra ruído;

bem como economia de energia e retenção de calor.

Entre as tarefas exigidas pela norma EN 13986:2002 para atingir esses requisitos

essenciais, nos casos de produtos estruturais e de alguns não estruturais, estão:

● ensaios iniciais;

● controle de produção de fábrica (FPC/PNQM) e seus respectivos ensaios;

● inspeção inicial da fábrica e FPC/PNQM por um organismo de certificação europeu;

● fiscalização, apreciação e aprovação contínuas do FPC/PNQM por um organismo de

certificação europeu.

4.2 Responsabilidade do Fabricante

A responsabilidade pela marca de certificação "CE" nos painéis é do fabricante, seu

agente ou representante autorizado, que passa a ter a obrigação legal de fornecer a prova de

que os painéis são adequados ao fim pretendido. Em caso de suspeita de fraude ou

negligência, caberá ao fabricante comprovar a conformidade perante as autoridades.

No Reino Unido, por exemplo, as agências fiscalizadoras já estão prontas para coagir a

não-conformidade com a Diretiva. Na Inglaterra, País de Gales e Escócia, os Trading

Standards Officers (agentes fiscalizadores de normas comerciais) são os responsáveis pela

coação, com o apoio do Building Control (Controle de Construções). Na Irlanda do Norte,

essa responsabilidade cabe ao Environmental Health Authority (Autoridade de Saúde

Ambiental). Na República da Irlanda, a Health & Safety Authority (Autoridade de Saúde &

Page 27: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

27

Segurança) será responsável por essa fiscalização. Nos outros Estados-Membros da UE, as

autoridades também estarão prontas para impedir a entrada de produtos não-conformes.

4.3 Como Obter a certificação "CE"

Em outubro de 2003, a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada

Mecanicamente (ABIMCI) fechou um acordo de subcontratação com o organismo de

certificação europeu BM TRADA Certification Ltd. (do Reino Unido), que viabiliza, no

Brasil, a certificação “CE” para painéis de madeira estruturais. Trata-se de um acordo

histórico, pois, na prática, resulta no reconhecimento internacional do Programa Nacional da

Qualidade da Madeira (PNQM).

Além disso, a ABIMCI passa a ser o primeiro organismo latino-americano a ser

subcontratado por um organismo de certificação europeu (Notified Body), para painéis de

madeira.

Assim, a maneira mais viável e inteligente de obter a Certificação “CE” para painéis

de madeira, no Brasil, é a adesão ao Programa Nacional de Qualidade da Madeira.

A certificação PNQM, além de ser importante no mercado nacional, garantirá o acesso

à Certificação “CE” para painéis de madeira.

4.4 Passos Necessários

● Associar-se à ABIMCI;

● Aderir ao Programa Nacional de Qualidade da Madeira - PNQM;

● Certificar-se junto ao PNQM;

● Aderir ao Programa de obtenção da Marca CE de Conformidade;

● Adequar o Sistema de Qualidade implantado pelo PNQM aos requisitos das Normas

Européias (EN's);

● Separar e enviar para ensaios iniciais (ITT) amostra dos produtos a serem certificados,

de acordo com o estabelecido no item 5;

● Ensaiar as amostras dos produtos a serem certificados para determinação das

propriedades físicas e mecânicas dos painéis de compensados;

● Registrar os produtos certificados no Organismo de Certificação de Produto (OCP)

contratado pela ABIMCI (BM TRADA);

Page 28: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

28

● Realizar os ensaios contínuos do processo de produção (FPC), quando da exportação

de produtos certificados com a Marca CE de conformidade.

Figura 6 – Passos para obtenção do CE – MARKING.

Figura 7 – Logo do CE Mark, a ser afixado no produto com processo certificado.

Page 29: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

29

Tabela 3 – Ensaios exigidos para um produto (espécie e classe de madeira [espessura,

quantidade de lâminas, composição do painel na montagem, tipo de colagem e acabamento])

obter a Certificação "CE"

4.5 Auditorias

Em outubro de 2003, a ABIMCI - Associação Brasileira da Indústria da Madeira

Processada Mecanicamente fechava um acordo de Subcontratação com a BM Trada

Certification, para marcação CE em painéis de madeira, a serem utilizados em construção

civil.

Desde então a ABIMCI vem aperfeiçoando o Programa Nacional da Qualidade da

Madeira (PNQM) para atender, na prática, a todas as exigências européias.

Page 30: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

30

5 CERTIFICAÇÃO FLORESTAL FSC

A certificação florestal FSC é uma ferramenta voluntária que atesta a origem da

matéria-prima florestal em um produto. A certificação garante que a empresa ou comunidade

maneja suas florestas de acordo com padrões ambientalmente corretos, socialmente justos e

economicamente viáveis.

Figura 8 – Triângulo de equilíbrio entre três importante pilares.

O FSC surgiu em 1993, quando organizações de diferentes partes do mundo uniram-se

para promover o diálogo entre os setores econômicos, sociais e ambientais para mudar a

prática da gestão e manejo de florestas. Como resultado desse diálogo surgiu um sistema de

certificação de manejo florestal com padrões que traduzem práticas ambientalmente corretas,

socialmente justas e economicamente viáveis, com abrangência e reconhecimento mundial.

Na mesma época, surge a rede FSC, formada por organizações responsáveis em

desenvolver padrões mundiais para o manejo florestal. O FSC Internacional está atualmente

sediado em Bonn, na Alemanha e coordena o desenvolvimento de políticas e padrões

universais; já as iniciativas nacionais os adaptam para a realidade do país e levam as

discussões para as organizações de base, junto com grupos de interesse das áreas sociais,

ambientais e econômicas.

Hoje, existem 35 iniciativas nacionais presentes no mundo. Existem florestas

certificadas pelo sistema FSC em 66 países dos 5 continentes. O Brasil é o país com maior

número de empreendimentos e com a maior área certificada da América Latina, somando 3,5

milhões de hectares de florestas naturais e plantadas certificadas, com empreendimentos

empresariais e comunitários.

Além de desenvolver os padrões, as iniciativas nacionais são ainda responsáveis pela

promoção do selo e da certificação no seu país. Algumas iniciativas maiores atuam também

em políticas públicas e desenvolvimento de mercado consumidor para produtos FSC.

Page 31: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

31

5.1 O selo FSC

O selo FSC atesta ao consumidor que toda a cadeia produtiva envolvida na fabricação

do produto foi certificada pelo sistema FSC, permitindo à sociedade valorizar as iniciativas

que promovem o manejo responsável das florestas.

Figura 9 – Tipos de Selo FSC.

5.2 Princípios e Critérios do FSC

Para promover o manejo responsável das florestas do mundo, o FSC desenvolveu 10

princípios que definem manejo florestal responsável. Esses princípios são globais, aplicados a

qualquer floresta no mundo.

● Princípio 1 – Obediência às leis e aos princípios do FSC

O manejo florestal deve respeitar todas as leis aplicáveis no país onde opera, os

tratados internacionais e os acordos assinados por este país, e obedecer a todos os

Princípios e Critérios do FSC.

● Princípio 2 – Direitos e responsabilidades de posse e uso

As posses de longo prazo e os direitos de uso sobre a terra e recursos florestais devem

ser claramente definidos, documentados e legalmente estabelecidos.

● Princípio 3 – Direitos dos povos indígenas

Os direitos legais e costumários dos povos indígenas de possuir, usar e manejar suas

terras, territórios e recursos devem ser reconhecidos e respeitados.

● Princípio 4 – Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores

As atividades de manejo florestal devem manter ou ampliar, em longo prazo, o bem

Page 32: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

32

estar econômico e social dos trabalhadores florestais e das comunidades locais.

● Princípio 5 – Benefícios das florestas

As atividades de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente e otimizado dos

múltiplos produtores e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e

uma grande quantidade de benefícios ambientais e sociais.

● Princípio 6 – Impacto ambiental

O manejo florestal deve conservar a diversidade ecológica e seus valores associados,

os recursos hídricos, os solos, os ecossistemas e as paisagens frágeis e singulares.

Dessa forma estará mantendo as funções ecológicas e a integridade das florestas.

● Princípio 7 – Plano de manejo

Um plano de manejo apropriado à escala e à intensidade das operações propostas deve

ser escrito, implementado e atualizado. Os objetivos de longo prazo do manejo

florestal e os meios para atingi-los devem estar claramente descritos.

● Princípio 8 – Monitoramento e avaliação

O monitoramento deve ser conduzido – apropriado à escala e à intensidade do manejo

florestal – para que sejam avaliados as condições da floresta, o rendimento dos

produtos florestais, a cadeia de custódia, as atividades de manejo e seus impactos

ambientais e sociais.

● Princípio 9 – Manutenção de florestas de alto valor de conservação

Atividades de manejo de florestas de alto valor de conservação devem manter ou

incrementar os atributos que definem essas florestas. Decisões relacionadas às

florestas de alto valor de conservação devem sempre ser consideradas no contexto de

uma abordagem de precaução.

● Princípio 10 – Plantações

As plantações de árvores devem ser planejadas de acordo com os princípios de 1 a 9, o

Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações de árvores podem

proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos e contribuir para satisfazer

as necessidades globais por produtos florestais, elas devem completar o manejo,

Page 33: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

33

reduzir as pressões e promover a restauração e a conservação das florestas naturais.

5.3 Tipos de certificação FSC

Existem dois tipos de certificação:

a) Certificação do manejo florestal

Todos os produtores podem obter o certificado, sejam pequenas ou grandes operações

ou associações comunitárias. Essas florestas podem ser naturais ou plantadas, públicas

ou privadas. A certificação de manejo florestal pode ser caracterizada por tipo de

produto: madeireiro, como toras e pranchas; ou não-madeireiro, como óleos, castanhas

e sementes. O certificado é válido por cinco anos sendo realizado pelo menos um

monitoramento a cada ano.

b) Certificação de cadeia de custódia

Se aplica aos produtores que processam a matéria-prima de floresta certificada. As

serrarias, os fabricantes e os designeres que desejam utilizar o selo FSC no seu

produto, precisam obter o certificado para garantir a rastreabilidade (acompanhando a

matéria-prima da floresta até o consumidor final).

5.4 O processo de certificação

A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma avaliação de um

empreendimento por uma organização independente, a certificadora, e verificados os

cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e

Critérios do FSC (P&C do FSC).

O processo pode ser resumido em macro etapas:

● Contato inicial – a operação florestal entra em contato com a certificadora.

● Avaliação – consiste em uma análise geral do manejo, da documentação e da avaliação

de campo. Seu objetivo é preparar a operação para receber a certificação. Nessa fase

são realizadas consultas públicas, quando os grupos de interesse podem se manifestar.

● Adequação – após a avaliação, a operação florestal deve adequar as não-

conformidades (quando houver).

● Certificação da operação – a operação florestal recebe a certificação. Nessa etapa, a

Page 34: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

34

certificadora elabora e disponibiliza um resumo público.

● Monitoramento anual – após a certificação é realizado pelo menos um monitoramento

da operação ao ano.

5.5 Custos da certificação

Durante o processo de certificação os custos podem ser divididos em custos diretos e

indiretos. Os custos diretos são aqueles decorrentes do processo de avaliação e monitoramento

da certificação. Os indiretos são associados e relacionados ao nível necessário a ser alcançado

para obter e manter a certificação.

5.5.1 Custos diretos

Estes custos são basicamente:

● Avaliação preliminar ou completa

● são os custos para a execução da avaliação, incluindo tempo técnico e

administrativo e despesas da equipe de auditoria no campo.

● Avaliações de monitoramento

● anualmente, pelo menos uma avaliação de monitoramento deve ser efetuada.

● Taxa anual de certificação

● garante a manutenção do sistema de certificação como um todo,

● incluindo a promoção do sistema e os monitoramentos não programados.

● Utilização do logotipo FSC

● é cobrada pelo FSC uma taxa pelos direitos de uso do logotipo.

5.5.2 Custos indiretos

Os custos indiretos são associados às adaptações no sistema de manejo florestal para

que um empreendimento florestal possa atingir e manter a certificação. Os valores associados

a esses custos são difíceis de ser precisados, dado que são diretamente relacionados ao nível

de performance da empresa antes de solicitar a certificação como, por exemplo, os inventários

e o planejamento da exploração, a adequação de máquinas e equipamentos, os treinamentos, a

implantação de sistemas de monitoramento, entre outros.

Page 35: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

35

6 CONCLUSÃO

Com a globalização, se algum produto não possuir qualidade, não for bem avaliado

pelo mercado, estará simplesmente numa desvantagem irreversível, sendo esmagado pela

concorrência. Nenhuma empresa pode ficar acomodada, a disputa pelos clientes é cada vez

maior e um mínimo detalhe pode fazer com que o produto seja um fracasso.

Um erro mínimo, como a identificação de um composto perigoso ou qualquer defeito

que seja, coloca em xeque a qualidade do produto, e mais, a qualidade dos processos da

empresa. Sendo assim, a conscientização dos funcionários no processo produtivo com relação

à qualidade, às auditorias, faz com que a probabilidade de haver um erro estar reduzida a

níveis confortáveis.

Todos os setores de produção têm consciência disso, como o setor madeireiro. Com a

abertura de mercado e o aumento das exportações, cada vez mais torna-se essencial adequar

seu produto à normas européias, americanas, brasileiras, enfim, adequar seu produto seguindo

os controles de qualidade do país ou continente ao qual se deseja exportar, apesar dos custos

envolvidos nestes controles os resultados são muito satisfatório, compensando esses custos.

Com o controle de qualidade sendo bem realizado no processo de produção, seja de

painéis, móveis, qualquer produto derivado da madeira, as chances de aceitação tanto no

mercado são maiores.

Daí a importância da implantação destes controles de qualidade na produção, pois

produzir sem qualidade (e claro, pensando na questão ambiental, tão importante atualmente),

a produção gera prejuízos e no fim, o produto ganha um selo de incompetência de quem o

produz. E este selo, ninguém quer.

Page 36: Normas Para a Certificação Da Qualidade No Processo Produtivo Na Industria Madeireira

36

REFERÊNCIAS

● ABIMCI. Associação Brasileira da Industria de Madeira Processada Mecanicamente – Certificação CE. Disponível em < http://www.abimci.com.br/certificacao_ce/certificacao_ce.html >. Acesso em 20/06/2008.

● ABIMCI. Associação Brasileira da Industria de Madeira Processada Mecanicamente – PNQM. Disponível em < http://www.abimci.com.br/pnqm/pnqm.html >. Acesso em 20/06/2008.

● Brasil, FSC. Conselho Brasileiro de Manejo Florestal – FSC Brasil. 2006.

● MARETTI, W. Introdução às Normas da Série ISO 9000. Disponível em < http://www.ogerente.com.br/qual/dt/qualidade-dt-normas_ISO9000.htm >. Acesso em 21/06/2008.

● REMADE. Controle de qualidade nas indústrias madeireiras e moveleiras. Disponível em < http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=104&id=1078 >. Acesso em 20/06/2008.

● REMADE. Programas de qualidades são a base para competitividade. Disponível em < http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=84&id=625 >. Acesso em 20/06/2008.