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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFORDisciplina: DIREITO PENAL II
Professor: Francisco Marques Lima
NOTA DE AULA - 01
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
HOMICÍDIO (ART. 121): Matar alguém
Definição: É a eliminação da vida de uma pessoa por outra.
“A pessoa humana, sob duplo ponto de vista material e moral, é um dos mais relevantes objetos da
tutela penal. Não a protege o Estado apenas por obséquio ao indivíduo, mas, principalmente, por
exigência de indeclinável interesse público ou atinente a elementares condições da vida em
sociedade. Pode-se dizer que, à parte os que ofendem ou fazem periclitar os interesses
específicos do Estado, todos os crimes constituem, em última análise, lesão ou perigo de lesão
contra a pessoa. Não é para atender a uma diferenciação essencial que os crimes particularmente
chamados contra a pessoa ocupam setor autônomo entre as species delictorum (que dizem
respeito aos delitos). A distinção classificatória justifica-se apenas porque tais crimes são os que
mais imediatamente afetam a pessoa. Os bens físicos ou morais que eles ofendem ou ameaçam
estão intimamente consubstanciados com a personalidade humana. Tais são: a vida, a integridade
corporal, a honra e a liberdade” 1
1 Nelson Hungria e Heleno Cláudio Fragoso, Comentários ao Código Penal, 5. Ed., Rio de Janeiro, Forense, 1979, v. V, p. 15.
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OBJETO JURÍDICO: Objeto jurídico do crime é o bem jurídico, isto é, o interesse protegido pela
norma penal. No caso do homicídio tem por objetivo jurídico a vida humana extra-uterina.
O ataque à vida intra-uterina é incriminado pelos tipos de aborto (art. 124 a 126).
“Discute-se acerca do conceito de vida.” 2 A noção de vida tira-se ex adverso daquele de morte. 3
Portanto, socorre-se da Medicina Legal para suprir a lacuna de definir a vida, avançando-se
adiante do aforismo de Galeno — "Viver é respirar", e por extensão o de Casper — "Viver é
respirar, não ter respirado é não ter vivido", o que, sabemos, não é precisamente exato: apnéia não
é morte. Pode nascer-se asfíxico, sem que se deixe de estar vivo. A respiração é prova de vida,
porém esta se demonstra por outros meios: batimentos do coração, movimento circulatório, etc.
Assim, vida é o estado em que se encontra um ser humano animado, normais ou anormais que
sejam suas condições fisiopsíquicas. A noção de vida tira-se ex adverso daquela de morte. 4
Objeto material: Genericamente, é a pessoa (a vida) sobre a qual se recai a conduta.
Tipo objetivo (ação nuclear): O verbo matar, que significa destruir ou eliminar, no caso, a vida
humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução.
Ação física:
a) Por meios físicos: (mecânicos, químicos ou patogênicos.
Físicos: Utilização dos instrumentos contundentes, perfurantes, cortantes
Químicos: Uso de substâncias corrosivas (como, p ex., o ácido sulfúrico).
Patogênicos: A transmissão dos vírus letais (como vírus da AIDS). ATENÇÃO: Há
controvérsias.
b) Por meios morais ou psíquicos: o agente se serve do medo ou da emoção súbita para
alcançar o seu objetivo.
c) Por meio de palavras: outros casos existem em que não há como escreve Soler,
descarga emotiva, mas o emprego da palavra, que, não sendo vulnerante, atua, contudo,
2 Apud E. Magalhães Noronha, Direito Penal; dos crimes contra a pessoa – dos crimes contra o patrimônio, 26, Ed., São Paulo, Saraiva, 1994, v. 2, p. 14.3 Apud E. Magalhães Noronha, Direito Penal, cit., v. 2, p. 14.4 Consulta eletrônica - http://www.portalmedico.org.br/revista/bio1v1/casoclin.html
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tão eficazmente como o punhal, tal o caso de quem diz a um cego para avançar em
direção a um despenhadeiro5.
d) Por meio direto: age-se contra o corpo da vítima, como por exemplo, desferindo-lhe
facadas.
e) Por meio indireto: quando se lança mão de meio que propicie a morte por fator
relativamente independente do criminoso ou de seu contato direto com a vítima, como por
exemplo, atraí-la para lugar onde uma fera a ataque ou que fique exposta a descarga de
forte corrente elétrica.
f) Por ação ou omissão:
Comissivo que se pratica por ação positiva.
Omissivo: Ocorre o ilícito pela inatividade do agente que tinha o dever de agir para evitar
o resultado (art. 13, § 2º do CP). Deixar a mãe de amamentar o filho, matando-o, faltando
com sua obrigação de zelo e assistência.
A omissão penalmente relevante é a constituída por dois elementos: a non facere (não fazer) e o
quod debeatur (aquilo que tinha o dever jurídico de fazer).
ATENÇÃO: Não basta, portanto, o “não fazer”; é preciso que, no caso concreto, haja uma norma
determinando o que devia ser feito. Essa é a chamada teoria normativa, a adotada pelo Código
Penal.
Assim, não configurada nenhuma das hipóteses contidas no art. 13, § 2º, do CP, não é
possível vincular o omitente ao resultado naturalístico.
Ex.: alguém que simplesmente nega alimento a um moribundo, não evitando que venha a
morrer de inanição, por não se enquadrar em nenhuma das hipóteses do art. 13, § 2º, do
CP, não infringe o dever jurídico de agir (mas tão somente o dever moral), não podendo
responder por homicídio doloso ou culposo. No caso responderá apenas por sua omissão
(CP, art. 135).
a) Dever legal (imposto por lei): a mãe que, tendo por lei a obrigação de cuidado, vigilância e
proteção, deixa de alimentar o filho, morrendo este de inanição. ATENÇÃO: responderá
5 Cf. Sebastian Soler, Derecho penal argentino, 1945, t. 3, p. 21, apud E. Magalhães Noronha, Direito penal, cit., v. 2. P. 16.
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por homicídio doloso, se quis ou assumiu o resultado morte, ou culposo, se agiu com
negligência.
b) Dever do garantidor (derivado de contrato ou liberalidade do omitente): a babá ou
uma amiga que se oferece para tomar conta do bebê, assumindo a responsabilidade de
zelar por ele, permitindo que o mesmo caísse na piscina e morresse afogado. O policial
que com uma ação desastrada, enseja a morte daquele que estava sob a sua imediata
proteção.
c) Dever por ingerência da norma (omitente cria o perigo e torna-se obrigado a evitá-lo:
quem joga o amigo em um rio, por ter criado o risco do resultado, está obrigado a impedir o
seu afogamento
ATENÇÃO: Em todos esses exemplos, o agente, por ter o dever jurídico de impedir o
resultado, de acordo com as hipóteses contidas no art. 13, § 2º, do Código Penal,
responde pelo resultado morte, a título de dolo ou culpa. São os chamados crimes
omissivos impróprios.
Omissivos por comissão: Nesse caso há uma ação provocadora da omissão. Exemplo: o
chefe de uma repartição impede que sua funcionária, que está passando mal, seja
socorrida. Se ela morre, o chefe responderá pela morte por crime comissivo ou omissivo?
Seria por crime omissivo por comissão. ATENÇÃO: essa categoria não é reconhecida por
grande parte da doutrina6.
Tipo subjetivo: o dolo (direto ou indireto) eventual.
Consumação: morte da vítima. Crime instantâneo de efeito permanente.
A tentativa é admissível. A execução pode ser truncada, o agente inicia a execução e
não chega à consumação por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II do CP).
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
ATENÇÃO: Ver CONCURSO DE PESSOAS (art. 29 do Código Penal).
Homicídio simples (art. 121, “caput”). Quando não concorrem na figura delituosa as
circunstâncias que podem tornar a figura privilegiada (§1º) ou qualificada (§2º).
6 Fernando Capez, Curso de Direito Penal, 3ª. Ed., rev. E atual. – São Paulo: Saraiva 2004.
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HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (Caso de diminuição de pena).
“Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço”. (Art. 121, §1º do CP)
Definição: Quando ao tipo básico (homicídio simples) são agregadas circunstâncias que
não alteram a essência do delito, mas diminuem a pena. O código cataloga três hipóteses:
Natureza jurídica: “O homicídio privilegiado está previsto no art. 121, § 1º, do CP e dá
direito a uma redução da pena variável entre um sexto e um terço. Trata-se de verdadeira
causa especial de diminuição de pena, que incide na terceira fase de sua aplicação (cf. art.
68, caput, do CP). Na realidade, o homicídio privilegiado não deixa de ser o homicídio
previsto no tipo básico (caput); todavia, em virtude da presença de certas circunstâncias
subjetivas que conduzem a menor reprovação social da conduta homicida, o legislador
prevê uma causa especial de atenuação da pena.
É obrigação de o juiz reduzir a pena ou apenas uma faculdade, já que o texto legal traz a
expressão “pode”? Há divergências doutrinárias, entretanto prevalece a opinião de que,
uma vez reconhecido pelo júri a minorante, o juiz estará obrigado a diminuir a pena, pois
se trata de um direito do réu.
Sua discricionariedade (“pode”) limita-se ao quantum da diminuição, que deve ser
suficientemente motivado. Portanto, deve diminuir a pena, podendo tão somente decidir
sobre a quantidade de diminuição, dentro dos parâmetros legais.7
REQUISITOS:
Relevante valor social: Valor considerável; Diz respeito a interesse coletivo; o agente é
impulsionado pela satisfação de um anseio social. Exemplo: O agente, por amor a pátria,
elimina um traidor. Naquele dado momento, a sociedade almejava a captura deste e a sua
eliminação. O agente nada mais fez do que satisfazer a vontade da sociedade. Por outra, a
pessoa que mata um traficante de drogas que vendia entorpecente a crianças na porta da
escola.
Relevante valor moral: Valor considerável: Diz respeito a interesse particular e a
moralidade média; é o homicídio praticado por valor nobre, aprovado pela moralidade
média. Corresponde a interesse individual. Exemplo: Eutanásia. Em casos em que o
agente por compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima antecipa a sua morte.
7 Masson, Cleber Rogério – Direito Penal Esquematizado – Parte Especial – 3ª Ed. Rio de Janeiro – Forense, p. 20
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Segundo ensinamento do renomado penalista Cleber Masson 8 “A eutanásia em sentido
amplo, pode ser fracionada em duas espécies distintas:”
“Eutanásia em sentido estrito – É o modo comissivo de abreviar a vida de pessoa
portadora de doença grave, em estado terminal e sem previsão de cura ou recuperação
pela ciência médica. É também denominado de homicídio piedoso, compassivo, médico,
caritativo ou consensual.”
“Ortotanásia – É a eutanásia por omissão, também chamada de eutanásia omissiva,
eutanásia moral ou eutanásia terapêutica. O médico deixa de adotar providências
necessárias para prolongar a vida de doente terminal, portador de moléstia incurável e
irreversível”.
Violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima: Exige a lei, a
concorrência de todos esses elementos, culminando com a ação do agente em termos
temporais exíguos, pois a ação criminosa deve ser “logo em seguida” (ex vi do art. 65, II, a
e c).
Essa modalidade de privilégio diferencia-se da atenuante genérica arrolada pelo art. 65,
inciso III, alínea “c”, do Código Penal, em quatro pontos:
a) O privilégio é aplicável exclusivamente ao homicídio doloso, ao passo que é possível a
incidência da atenuante genérica no tocante a qualquer crime;
b) No privilégio exige-se seja o crime cometido sob o domínio de violenta emoção,
enquanto na atenuante genérica basta a mera influência.
ATENÇÃO: É importante estabelecer a diferença entre “domínio” e “influência”
c) O privilégio pressupõe a injusta provocação da vítima, e para a atenuante genérica é
suficiente o ato injusto da vítima; e
d) Difere-se finalmente quanto ao fator temporal. O privilégio depende da relação de
imediatidade. O homicídio deve ser praticado logo em seguida à injusta provocação
da vítima. Na atenuante genérica não se impõe essa relação de imediatidade.
ATENÇÃO: Essa modalidade de privilégio é compatível com o aberratio ictus.
Exemplificativamente, admite-se que o sujeito, depois de injustamente provocado, efetue disparos
8 Masson, Cleber Rogério – Direito Penal Esquematizado – Parte Especial – 3ª Ed. Rio de Janeiro – Forense, p. 22
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de arma de fogo contra o provocador, mas atinja terceira pessoa. Subsiste o homicídio privilegiado,
de conformidade com a regra contida no art. 73 do Código Penal.
“Domínio de violenta emoção é incompatível com a premeditação. A tarefa de arquitetar
minuciosamente a execução de um crime não se coaduna com o domínio de violenta emoção, seja
pela inexistência do ânimo calmo e refletido, seja pela ausência de relação de imediatidade entre
eventual injusta provocação da vítima e a prática da conduta criminosa”. (Cleber Masson, Direito
Penal esquematizado, p. 25)
HOMICÍDIO QUALIFICADO (Art. 121, §2º do CP).
Definição: Quando ao tipo básico (homicídio simples) são agregadas circunstâncias que
não alteram a essência do delito, mas aumentam a pena.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: As qualificadoras do homicídio representam
circunstâncias agravantes de caráter genérico, previstas no art. 61, que foram
deslocadas para o art. 121, §2º, especificamente para a figura do homicídio. Assim,
aconselhamos o exame do art. 61 (parte geral) para renovação dos conceitos.
ATENÇÃO:
As qualificadoras previstas nos incisos I, II e V são de índole SUBJETIVA. Pertence a
esfera interna do agente, e não ao fato. Em caso de concurso de pessoas, não se comunicam
aos demais coautores ou partícipes, em face da regra delineada pelo art. 30 do Código Penal.
Se, exemplificadamente, “A” e “B” cometem homicídio, agindo aquele por motivo fútil,
circunstância ignorada e desvinculada deste, somente o primeiro suportará a qualificadora
As qualificadoras descritas pelos incisos III e IV (meios e modos de execução) são de
natureza OBJETIVA, por serem atinentes ao fato praticado, e não ao aspecto pessoal do
agente. Destarte, comunicam-se no concurso de pessoas, desde que tenham ingressado na
esfera de conhecimento de todos os envolvidos.
SITUAÇÕES DE AGRAVAMENTO DA PENA:
HOMICÍDIO QUALIFICADO
§2º - Se o homicídio é cometido:
Inciso I - primeira figura - Mediante paga ou promessa de recompensa.
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Homicídio mercenário. Homicídio por mandato remunerado.
O agente ou recebe um pagamento para praticá-lo ou comete apenas porque obteve a
promessa de ser recompensado pelo ato.
Deve ter significado econômico, apesar de opiniões em contrário.
Auferir a vantagem é mero exaurimento do crime em caso de promessa de pagamento.
ATENÇÃO: Na visão de alguns autores, dentre eles Cleber Masson, aplica-se a qualificadora
imediatamente ao executor, pois, é ele que atua movido pela paga ou pela promessa de
recompensa. Questiona-se, contudo: A qualificadora é também aplicada ao mandante?
Para o mesmo autor, não. Por se tratar de circunstância manifestamente SUBJETIVA, não se
comunica ao partícipe (como mandante) nem a eventual coautor. É o que se extrai do art. 30 do
Código Penal. Contudo, se a situação concreta revelar que o motivo que levou o mandante a
encomendar o homicídio também é torpe, incidirá a qualificadora, não em razão da paga ou
promessa de recompensa, mas sim pela torpeza genérica.
Ressalte-se que esse não é o entendimento de NELSON HUNGRIA, seguido por diversos
penalistas.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Homicídio qualificado, consumado ou tentado, é considerado
crime hediondo (Lei nº 8.072/90, com redação dada pela Lei 8.930/94), assim como o
homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que praticado
por um só agente.
Inciso I - segunda figura - Motivo torpe.
É o motivo, repugnante, vil, ignóbil, abjeto, que repugna à coletividade.
A vingança pode ou não constituir motivo torpe, depende do que a originou.
Inciso II – Motivo fútil.
Homicídio praticado por motivo insignificante, sem importância, totalmente
desproporcionado em relação ao crime, em vista de sua banalidade.
Para alguns autores a ausência de motivos, tem sido entendida como FÚTIL para qualificar
o crime, pois não seria razoável o agente que agisse sem motivação tivesse uma pena
mais branda do que aquele que matasse por motivo insignificante, desarrazoado.
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ATENÇÃO: há divergência na doutrina.
Como é sabido, fútil é o motivo insignificante, apresentando desproporção entre o crime e
a sua causa moral. Não se pode confundir, como se pretende, ausência de motivo com
futilidade. Assim, se o sujeito pratica o fato sem razão alguma, não incide essa
qualificadora, à luz do princípio da reserva legal (STJ, Resp, 769651/SP, Relatora Minª.
Laurinda Vaz, 5ª T., DJ 15/5/2006, p. 281)
ATENÇÃO: Motivo injusto pode ou não ser fútil.
A injustiça, por si só, não indica a futilidade.
Se por motivo fútil, agente e vítima entram em luta corporal e desta sobrevêm o homicídio,
a futilidade que originou a briga já não será o motivo da morte do ofendido, pois ela foi
anterior à briga.
A futilidade do motivo deve prender-se imediatamente à conduta homicida em si mesma:
Quem mata no auge de uma discussão oriunda de motivo fútil, já não o faz somente por
este motivo imediato, de que se originou aquela.
Inciso III – Com o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Primeira figura – emprego de veneno.
Venefício. Só qualifica se praticado com dissimulação, insídia.
Não há qualificadora se o veneno é administrado à força ou com conhecimento da vítima.
Aqui, o que se quer punir mais severamente é a insídia. Neste caso o homicídio não será
qualificado por esta qualificadora, todavia, dificilmente a conduta do agente deixará de
incidir em outra qualificadora, tornando, assim, a conduta do agente mais reprovável.
Veneno é a substância de origem química ou biológica capaz de provocar a morte quando
introduzida no organismo humano.
Atenção: Determinadas substâncias, inócuas para as pessoas em geral, podem ser
tratadas como veneno, quando, em particular no organismo da vítima individualmente
considerada, sejam aptas a levar à morte, em razão de alguma doença ou como resultado
de eventual reação alérgica. Exemplos: injetar glicose em diabético; ministrar anestésicos
em alérgico de modo provocar nele choque anafilático.
Segunda figura – emprego de fogo ou explosivo.
Fogo cite-se o jogar combustível e atear fogo ao corpo da vítima.
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Há que se observar se a conduta não resulta perigo comum, incidindo, aí a outra
qualificadora.
Explosivo. O meio usado é a dinamite ou substâncias de efeitos análogos.
Terceira figura – emprego de asfixia.
Asfixia Mecânica, pode ocorrer pelos seguintes meios:
a) Estrangulamento: constrição do pescoço da vítima por meio de instrumento
conduzido pela força, do agente ou de outra fonte qualquer, desde que não seja o
próprio peso da vítima;
b) Esganadura: aperto o pescoço da vítima provocado diretamente pelo agressor, que se
vale do seu próprio corpo (mãos, pés, antebraço etc).
c) Sufocação: Emprego objetos que vedam o ingresso de ar pelo nariz ou pela boca da
vítima. (uso de saco plástico)
d) Enforcamento: constrição do pescoço da vítima provocada pelo seu próprio peso, em
razão de estar envolvido por uma corda ou similar.
e) Afogamento: inspiração excessiva de líquidos, não se exigindo a imersão da vítima.
f) Soterramento: submersão em meio sólido
g) Imprensamento: Impedimento da função respiratória sob a colocação de peso sobre o
diafragma da vítima, de modo que, em decorrência desse peso ou da exaustão por ele
provocada, ela não mais seja capaz de efetuar movimento respiratório.
Asfixia Tóxica (ex.: gás asfixiante).
a) Uso de gás asfixiante ou inalação;
b) Confinamento, de modo a que se esgote o oxigênio no ambiente consumido pela
vítima.
Quarta figura – emprego de tortura.
Suplício que causa atroz e desnecessário padecimento.
A tortura, que pode ser física ou moral, constitui-se nitidamente em meio cruel. E, com
base no conceito mencionado, o art. 1º da Lei nº 9.455/97 define o crime de tortura:
Art. 1º - Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental;
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a) Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
b) Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) Em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego
de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo;
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º - Aquele que omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de
evitá-las ou de apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
E o § 3º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 prevê uma hipótese de crime qualificado pelo
resultado: tortura com resultado morte, com pena de reclusão de oito a dezesseis anos.
IMPORTANTE:
Homicídio qualificado pela tortura (CP, art. 121, § 2º, inciso III) caracteriza-se pela morte
dolosa. O agente utiliza a tortura (meio cruel) para provocar a morte da vítima, causando-
lhe intenso e desnecessário sofrimento físico ou mental. Depende de dolo, direto ou
indireto, no tocante ao resultado morte.
Tortura com resultado morte (Lei nº 9.455/97, art. 1º, § 3º) é crime essencialmente
preterdoloso. O sujeito tem o dolo de torturar a vítima, e a tortura resulta culposamente sua
morte. Há dolo na conduta antecedente e culpa em relação ao resultado agravador.
Quinta figura – meio insidioso.
Meio dissimulado. A armadilha mortífera, o meio fraudulento.
Distingue-se do modo dissimulado do inciso IV, pois aqui a insídia é o meio usado.
Sexta figura – meio cruel.
O meio que faz sofrer além do necessário.
Para que se configure esta qualificadora, o meio cruel deve ter sido o escolhido ou
desejado pelo agente, visando ao padecimento da vítima.
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A repetição de golpes ou tiros, por si só, não constitui meio cruel.
Será cruel, se o agente os repetiu por sadismo;
Se a repetição deveu-se à inexperiência ou ao nervosismo do agente, igualmente não se
configura a qualificadora.
Inexistirá a qualificadora, se o meio cruel foi empregado quando o ofendido já estava
morto.
Sétima figura – meio de que possa resultar perigo comum.
Pode alcançar um indefinido número de pessoas. Não se trata, pois, de pessoas
determinadas, mas a possibilidade, em potencial de que outras pessoas possam sofrer a
ação do agente, mesmo, à princípio, alheias à aquela.
Inciso IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Primeira figura – à traição.
Ataque sorrateiro praticado inesperadamente. O agente se vale da confiança que o
ofendido nele previamente depositava para o fim de matá-lo em momento em que ele se
encontrava desprevenido e sem vigilância.
Não se configura se o agente pressentiu a intenção do agente.
Segunda figura – de emboscada.
É a tocaia, com o agente escondido, em determinado local, à espera da passagem da
vítima.
Terceira figura – mediante dissimulação.
O agente esconde ou disfarça o seu propósito para atingir o ofendido desprevenido. É a
atuação disfarçada, hipócrita, que oculta a real intenção do agente.
Tanto qualifica a ocultação do propósito, como o disfarce usado pelo próprio agente para
se aproximar da vítima.
Quarta figura – mediante outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa.
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O modo deve ser análogo aos outros do inciso IV (traição, emboscada ou dissimulação).
Ex.: matar a vítima enquanto a mesma dorme, quando se encontra em estado de
embriaguês; linchamento.
A surpresa, para qualificar, é a insidiosa e inesperada para a vítima, dificultando ou
impossibilitando a sua defesa.
A superioridade em armas ou forças, por si só, não qualifica, pois não é, sempre, recurso
que dificulte ou impossibilite a defesa.
Quinta figura – assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime.
O outro crime pode ter sido praticado por outra pessoa. As qualificadoras do inciso “V”
trazem o elemento subjetivo do tipo, constituído pelo especial fim de agir. (exemplo: o
homicídio praticado para lograr o cometimento de outro crime ou evitar a sua descoberta).
IMPORTANTE: Comunicabilidade das qualificadoras – As qualificadoras referentes
aos motivos do crime são incomunicáveis aos co-autores, quando estes
desconhecem a motivação.
Compatibilidade das qualificadoras com o homicídio privilegiado.
Discute-se se é possível a configuração de uma figura híbrida de homicídio, simultaneamente
privilegiado e qualificado. Formaram-se, basicamente, duas posições sobre o assunto. Vejamos:
1ª posição – Não é possível o homicídio privilegiado-qualificado.
Sustenta ser impossível essa conjugação, pois a causa de diminuição de pena não se aplica ao
homicídio qualificado. Da interpretação do art. 67 do Código Penal, conclui-se ser o privilégio uma
circunstância preponderante em relação às qualificadoras, afastando-as.
2ª posição – É possível o homicídio privilegiado-qualificado – Essa posição admite a
compatibilidade entre o privilégio e as qualificadoras, desde que sejam de natureza objetiva.
Essa é a posição do Supremo Tribunal Federal:
“A jurisprudência do STF é assente no sentido da conciliação entre homicídio
objetivamente qualificado e, ao mesmo tempo, subjetivamente privilegiado. Dessa
forma, salientou que, tratando-se de circunstância qualificadora de caráter objetivo
(meios e modos de execução do crime), seria possível o reconhecimento do
privilégio, o qual é sempre de natureza subjetiva”.
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Anote-se que o § 2º do art. 121 do Código Penal prevê cinco espécies de qualificadoras.
Dessas, três são de índole SUBJETIVA , relacionadas aos motivos do crime (incisos I, II e V),
enquanto duas outras são de natureza OBJETIVA , ligadas aos meios e modos de execução
do crime (incisos III e IV).
Em resumo:
O homicídio privilegiado é incompatível com as QUALIFICADORAS SUBJETIVAS (motivo
fútil, torpe, etc.);
Compatível com as QUALIFICADORAS OBJETIVAS (fogo, veneno, meio cruel, etc.).
HOMICÍDIO CULPOSO: Simples - § 3º. Qualificado - § 4º
É a conduta voluntária (ação ou omissão) que produz um resultado antijurídico (morte) de alguém,
resultado este não querido, mas previsível (culpa consciente), ou excepcionalmente previsto (culpa
consciente), de tal modo que podia, com a devida atenção, ser evitado.
O agente produz o resultado morte mediante seu comportamento IMPRUDENTE, NEGLIGENTE
ou IMPERITO.
REQUISITOS:
Conduta voluntária;
Inobservância do dever de cuidado objetivo por imprudência, negligência ou imperícia;
Previsibilidade objetiva que é a capacidade do indivíduo de poder prever que não deve
agir conforme está agindo, porque é perigoso.
Observação: Ausente qualquer um desses requisitos não há de se falar em homicídio culposo.
Aliás, os requisitos acima valem para qualquer crime culposo.
Quando o agente, deixando de empregar atenção ou diligências de que era capaz, em face
das circunstâncias, não previu o caráter delituoso de sua ação, ou o resultado desta, ou,
tendo-o previsto, supôs levianamente que não se realizaria.
A culpa é elemento subjetivo tratado por exceção, exigindo menção expressa na lei.
Apresenta-se através do ato inicial voluntário contrário ao dever, praticado por
imprudência, negligência ou imperícia.
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Este ato deve provocar um resultado de dano ou de perigo, definido na lei como crime. O
agente não deve dirigir sua vontade em relação ao evento nem prever o resultado que, no
entanto, era previsível nas circunstâncias.
A culpa fundamenta-se na previsibilidade: possibilidade de prever o que é previsível, nas
circunstâncias, mas que não foi previsto; representação das conseqüências, nas
circunstâncias.
A aferição da culpa é feita tendo em conta as circunstâncias do caso concreto e segundo
condições individuais do agente.
Formas de culpa:
Consciente (resultado previsto, mas o agente sinceramente espera que não se verifique);
Inconsciente (o resultado é previsível, mas não é previsto).
Modalidades de culpa são:
Imprudência ou culpa positiva (atuar sem cautela) consiste na prática de um ato
perigoso. Exemplo: manusear arma de fogo carregada em local com grande concentração
de pessoas.
Negligência ou culpa negativa (inatividade corpórea e psíquica) é deixar de fazer aquilo
que a cautela recomenda. Exemplo: deixar uma arma de fogo carregada ao alcance de
outras pessoas.
Imperícia ou culpa profissional (falta de conhecimentos técnicos ou práticos de arte ou
profissão) é a falta de aptidão para o exercício de arte, profissão ou ofício para qual o
agente, em que pese autorizado a exercê-la, não possui conhecimentos teóricos ou
práticos para tanto. Exemplo: cirurgião plástico que mata sua paciente por falta de
habilidade para realizar o procedimento médico.
Homicídio culposo qualificado (§ 4º). Quatro hipóteses:
No homicídio culposo a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de:
a) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício (não se confunde com
imperícia. Nesta o sujeito não reúne conhecimentos teóricos ou práticos para o exercício
de arte, profissão ou ofício. Exemplo: médico ortopedista que mata o paciente ao efetuar
uma cirurgia cardíaca, enquanto naquela o agente é dotado das habilidades necessárias
para o desempenho da atividade, mas por desídia não as observa. Exemplo: cardiologista
que não segue as regras básicas de uma cirurgia do coração.
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b) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima (Omissão de socorro imediato –
não figura como crime autônomo do art. 135, CP, sendo deslocado para qualificadora);
c) Não procura diminuir as conseqüências do seu ato (Deixa de tomar qualquer
providência cabível ante a necessidade do momento);
d) Foge para evitar a prisão em flagrante (frustra a ação da justiça, impossibilitando sua
identificação e comprometendo a prova pericial. O espírito da lei é aumentar a pena do
criminoso que, fugindo para evitar a prisão em flagrante, visa assegurar a impunidade do
seu ato, dificultando a ação da justiça, e, por isso merece, também, a punição mais severa
do que o outro que dessa maneira não procede.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime é
praticado contra menor de 14 (catorze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º - PERDÃO JUDICIAL
“Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.” (§ 5º)
Instituído pela lei 6.416, de 24 de maio de 1977.
O Juiz pode deixar de aplicar a pena ao agente, baseando-se no fato de que, sofrendo as
conseqüências do seu ato, o agente já foi punido.
Conseqüências: físicas (lesões no próprio agente) ou morais (lesões e morte de parentes
ou pessoas muito ligadas ao agente)
Natureza da ação: Penal pública incondicionada.
Homicídio culposo, a competência para processar e julgar é do juízo singular.
ATENÇÃO:
Trata-se de causa de extinção da punibilidade (CP, art. 107, inciso IX) aplicável nos casos em
que o sujeito produz culposamente a morte de alguém, mas as conseqüências desse crime lhe são
tão graves que a punição desponta como desnecessária. Em outras palavras, o próprio resultado
naturalístico já exerceu a função retributiva da sanção penal.
Há regra idêntica para a lesão corporal culposa (art. 129, § 8º do Código Penal)
Com o advento da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que instituiu o Juizado Especial
Criminal, o crime de homicídio culposo simples, previsto no art. 121, § 3º, admite a
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suspensão condicional do processo, por ser a pena mínima cominada igual a um ano, nos
termos do art. 89 da lei especial.
§ 6º - CAUSA DE AUMENTO DE PENA
“A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o crime for praticado por milícia privada, sob
pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio (incluído pela Lei nº
12.720, de 2012)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Esta Lista de Exercícios contém quesitos de solução SUBJETIVA (questões abertas), e solução
OBJETIVA (Verdadeira ou Falsa), para fixação da disciplina e para aplicação nas avaliações,
dispostas separadamente, por conteúdo, PARTE ESPECIAL do Código Penal, compreendendo os
que se seguem para o art. 121 (HOMICÍDIO), elaboradas para o semestre 2013.1
ART. 121 - HOMICÍDIO
QUESTÕES SUBJETIVAS:
1. Sabemos que o verbo matar, para o Direito Penal, significa destruir ou eliminar a vida
humana, onde o agente se utiliza de meios capazes de execução de modo a atingir o seu
objetivo. Fale sobre tais meios, assinalando qual o objeto juridicamente tutelado no caso
do crime de homicídio.
2. No caso dos delitos em que não se exige do agente uma ação positiva para consumar o
crime. Responda: a) o que você entende por crime comissivo e crime praticado por
omissão? b) aponte qual o fundamento legal, particularmente para o caso do delito de
homicídio. c) explique e exemplifique.
3. Examinando o art. 13, § 2º, do CP (omissão penalmente relevante), fale sobre o que você
entende por: a) “dever legal”; b) “dever de garantidor”; c) “dever por ingerência da
norma”, esculpidos no referido artigo. Exemplifique.
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4. Estamos falando em delito de homicídio: a) em que momento se dá a sua consumação? b)
em que consiste o crime tentado?
5. Qual a diferença que você pode estabelecer entre o dolo direto e o dolo eventual, quando o
crime for de homicídio?
6. O que você entende sobre concurso de pessoas em caso de homicídio?
7. O legislador cuidou de estabelecer condições especiais de diminuição de pena ao agente
que praticasse homicídio em determinadas situações: a) defina o que é homicídio
privilegiado, de que trata o art. 121, § 1º do CP; b) identifique, explique e exemplifique em
que consiste cada um de seus pressupostos.
8. O que você entende por “eutanásia em sentido estrito” e “ortotanásia”?
9. O assunto é homicídio qualificado: a) Conceitue o tipo e, segundo a doutrina e a
jurisprudência, diga em que consiste cada uma das qualificadoras que incidem sobre o art.
121, § 2º do CP, aumentando a pena; b) quais as implicações para o citado crime em face
da Lei nº 8.072/90 com redação dada pela Lei nº 8.930/94?
10. Qualificadoras no homicídio: a) o que você entende sobre qualificadoras objetivas e
qualificadoras subjetivas. b) é possível, segundo a doutrina e jurisprudência, a
compatibilidade das qualificadoras de que trata o § 2º do art. 121 do Código Penal
Brasileiro, com o homicídio privilegiado, objeto do § 1º do mesmo artigo? c) fundamente e
Explique.
11. A motivação para a prática do homicídio pode ser TORPE, abjeta, vil, repugnante: a)
defina a TORPEZA, quando o crime é praticado pela paga ou promessa de recompensa,
ressaltando o que a torna diferente da FUTILIDADE; b) como deve ser enquadrada a
conduta do autor intelectual?
12. O assunto é homicídio praticado por motivo TORPE. Dê exemplos de TORPEZA,
estabelecendo a diferença entre esta e o crime praticado por motivação FÚTIL.
13. Fale sobre crime de homicídio praticado por motivo FÚTIL dando exemplos.
14. Sobre a ausência de motivos para a prática do homicídio: a) segundo a doutrina e
jurisprudência hodiernas, pode ser equiparada ao motivo FÚTIL, como forma de qualificar
o crime de homicídio? b) qual o posicionamento adotado pelo STJ?
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15. A motivação para a prática do homicídio pode ser FÚTIL (insignificante, desarrazoada),
desproporcional entre o crime e a sua motivação. Pergunta-se: É possível na mesma
conduta a incidência de mais de uma qualificadora, sem qualquer distinção, enfim, todas
concorrendo entre si?
16. O art. 121, § 2º, inciso III, trata do “gênero” meio cruel como qualificadora objetiva: a) fale
sobre as modalidades descritas na lei que representam o “MEIO CRUEL” apontando e
comentando cada uma delas, segundo a doutrina e a jurisprudência; b) quais as condições
essenciais para o seu reconhecimento?
17. Em se tratando da qualificadora do uso do MEIO CRUEL, especificamente ao crime
praticado com uso de asfixia mecânica, identifique as espécies de asfixias descritas no
gênero, segundo a doutrina especializada.
18. O assunto é crime de homicídio praticado com emprego de tortura. Estabeleça a diferença
entre a conduta qualificada do homicídio aqui citado e o crime de TORTURA de que trata a
Lei nº 9.455/97.
19. Em se tratando do “meio insidioso” de que fala o art. 121, § 2º, inciso III, do Código
Penal, quinta figura, diga em que consiste e qual a diferença existente entre esse
dispositivo e a “dissimulação” de que trata o inciso IV do mesmo artigo.
20. O que você entende sobre crime de homicídio praticado por “meio de que possa resultar
perigo comum”?
21. O inciso IV art. 121, § 2º do Código Penal Brasileiro, fala do uso do recurso, por parte do
agente, que impossibilita ou dificulta a defesa da vítima. Identifique e discorra da forma
mais abrangente possível sobre as modalidades descritas no tipo penal sob comento.
22. O assunto é homicídio qualificado, na situação em que o agente pratica o crime buscando
assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime (art. 121, § 2º,
inciso V, CP). Fale sobre tais situações dando exemplos.
23. As qualificadoras do homicídio representam circunstâncias agravantes de caráter genérico,
previstas no art. 61, CP, que foram deslocadas para o art. 121, § 2º, CP, especificamente
para a figura do homicídio. Identifique na lei e fale sobre cada uma dessas qualificadoras.
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24. A “tortura”, enquanto circunstância qualificadora, não é a mesma de que se ocupa a Lei nº
9.455/97. Estabeleça a diferença dizendo como se pune a tortura na condição de crime
autônomo com resultado morte.
25. Quem de qualquer forma concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas na
medida de sua culpabilidade. Atento ao que dispõe o art. 29 do Código Penal Brasileiro
responda e justifique se há comunicação entre os co-autores em relação as qualificadoras
referentes aos motivos do crime?
26. Identifique, discorra e dê exemplos acerca dos fundamentos legais que orientam o
homicídio culposo, de que trata o art. 121, § 3º do Código Penal Brasileiro.
27. São quatro as hipóteses em que incide o homicídio culposo qualificado. Identifique e fale
sobre cada uma delas.
28. O que você entende sobre o perdão judicial de que trata o § 5º, do art. 121 do Código
Penal Brasileiro, assim responda: a) em que situação pode ser o mesmo acatado? b) o seu
reconhecimento é uma faculdade ou obrigação do juiz? c) quais as conseqüências
advindas com o seu reconhecimento?
29. É possível, ainda que excepcionalmente, o reconhecimento do perdão judicial em crime
doloso? Explique.
30. Responda: a) segundo a doutrina há crime nas intervenções cirúrgicas consentidas quando
houver morte da paciente? Explique. b) em casos onde a intervenção cirúrgica tiver por
objetivo salvar a vida da vítima, com a morte desta, há crime na conduta do agente não
médico? O que alegar em seu favor? Explique.
QUESTÕES OBJETIVAS – Respondam “V” (verdadeiro) ou “F” (Falso)
1. Alguém que simplesmente nega alimento a um moribundo, não evitando que venha a
morrer de inanição, por não se enquadrar em nenhuma das hipóteses do art. 13 §2º, do
CP, não infringe o dever jurídico de agir (mas tão somente o dever moral), não podendo
responder por homicídio doloso ou culposo. No caso responderá apenas por sua omissão
(CP, art. 135).
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2. A ação desenvolvida pelo agente com o ânimo de matar, se dá de forma direta, quando o
agente lança mão de meio que propicie a morte da vítima por fator relativamente
independente do criminoso ou de seu contato direto com a vítima, como por exemplo:
atraí-la para lugar onde uma fera a ataque ou que fique exposta a descarga de forte
corrente elétrica.
3. A mãe que, tendo por lei a obrigação de cuidado, vigilância e proteção, deixa de alimentar
o filho, morrendo este de inanição, responderá aquela por homicídio doloso, se quis ou
assumiu o resultado morte, ou culposo, se agiu com negligência.
4. O “dever legal” de que cuida o art. 13, § 2º, do CP, se confunde com o “dever do
garantidor” e o “dever por ingerência da norma”, como forma de caracterizar o crime
praticado por omissão.
5. Em casos em que o júri reconhecer que o réu praticou homicídio privilegiado, prevalece a
corrente de que o juiz não está obrigado a reduzir a pena, pois se trata de uma faculdade,
já que o texto legal traz a expressão “pode”.
6. O relevante valor moral, a que se refere o § 1º, art. 121, CP, diz respeito a interesse
coletivo; o agente é impulsionado pela satisfação de um anseio social. Exemplo, o agente
que por amor a pátria elimina o traidor. O agente nada mais fez do que satisfazer a
vontade da sociedade que almejava a captura dele e a sua eliminação.
7. O Homicídio privilegiado é compatível com o aberratio ictus. Exemplificativamente,
admite-se que o sujeito, depois de injustamente provocado, efetue disparos de arma de
fogo contra o provocador, mas atinja terceira pessoa. Subsiste o homicídio privilegiado, de
conformidade com a regra contida no art. 73 do Código Penal.
8. “Domínio de violenta emoção é compatível com a premeditação. A tarefa de arquitetar
minuciosamente a execução de um crime se coaduna com o domínio de violenta emoção,
seja pela inexistência do ânimo calmo e refletido, seja pela ausência de relação de
imediatidade entre eventual injusta provocação da vítima e a prática da conduta criminosa”.
9. Eutanásia em sentido estrito e a ortotanásia são crimes da mesma espécie que podem
levar ao reconhecimento do homicídio privilegiado.
10. O relevante valor social ou moral e a violenta emoção, são circunstâncias agregadas ao
homicídio simples, que não alteram a essência do delito, mas aumentam a pena.
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11. A tarefa de arquitetar minuciosamente a execução de um crime não se coaduna com o
domínio de violenta emoção, seja pela inexistência do ânimo calmo e refletido, seja pela
ausência de relação de imediatidade entre eventual injusta provocação da vítima e a
prática da conduta criminosa.
12. No caso do chamado “homicídio mercenário” somente restará configurado, como forma de
qualificar o crime de homicídio, em casos em que o agente auferir a vantagem e não a
simples promessa de pagamento.
13. O homicídio praticado por motivo insignificante, sem importância, totalmente
desproporcionado de motivos em relação ao crime, em vista de sua banalidade, configura
o motivo fútil, de que trata o art. 121, § 2º, inciso II do CP.
14. Para efeito de reconhecimento da futilidade do motivo como forma de qualificar o
homicídio, é necessário que além de banal a motivação para o crime, seja igualmente
injusto o motivo.
15. Em casos em que o crime de homicídio for praticado por ausência de motivos, para efeito
de qualificação penal, será sempre erigido à condição de FÚTIL
16. O MOTIVO TORPE, que qualifica o homicídio, é o motivo repugnante, vil, abjeto, que
repugna à coletividade, dentre eles a vingança, como sentimento mesquinho de quem
pratica o homicídio de forma fria e premeditada. Assim, sempre e em qualquer situação
que apareça a vingança como móvel do crime, esta equivale à torpeza.
17. Na visão de alguns autores, dentre eles Cléber Masson, aplica-se a qualificadora do
homicídio qualificado pela “PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA”, imediatamente,
ao executor, pois é ele que atua movido pela paga, não sendo a qualificadora aplicada ao
mandante.
18. Se por MOTIVO FÚTIL, o agente e a vítima entram em luta corporal e desta sobrevém o
homicídio, a futilidade que originou a briga já não será o motivo da morte do ofendido, não
incidindo, pois, a qualificadora de que trata o art. 121, § 2º, inciso II, CP.
19. Para o reconhecimento do homicídio qualificado pelo uso de veneno, o chamado venefício,
este não poderá ser ministrado à vítima força, ou com o conhecimento desta, pois neste
caso, tratar-se-ía de homicídio simples, não sendo possível o reconhecimento de nenhuma
outra qualificadora.
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20. Determinadas substâncias, inócuas para as pessoas em geral, podem ser tratadas como
veneno, para efeitos penais, quando, em particular no organismo da vítima individualmente
considerada, sejam aptas a levar à morte, em razão de alguma doença ou como resultado
de eventual ação alérgica.
21. Para ser o “MEIO CRUEL” qualificador para o crime de homicídio é imperativo que o
agente procure com a sua ação, causar atroz e desnecessário padecimento à vítima antes
mesmo de cometer a sua morte.
22. No crime praticado com o “emprego de fogo ou explosivo”, não incidirá a qualificadora
do uso de “conduta de que possa resultar perigo comum”, pois, se trataria da figura do
“bis in idem”,
23. A repetição de golpes ou tiros, por si sós, já constitui o MEIO CRUEL, a que se refere o
homicídio qualificado, pois a reiteração dos ferimentos demonstra por parte do agente falta
de piedade e comiseração, revelando a personalidade do agente voltada para o crime.
24. A asfixia mecânica que qualifica a ação do agente na pratica crime de homicídio, pode se
dá por estrangulamento, esganadura, sufocação, enforcamento, afogamento,
soterramento, imprensamento, como também pela inalação de gás asfixiante.
25. No crime onde o agente emprega a tortura como meio para a prática do homicídio, incide
em concurso de crime de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, inciso III, quarta figura) e o
crime de tortura de que trata a Lei nº 9.455/97, em concurso formal de crimes.
26. O homicídio qualificado pela tortura caracteriza-se pela morte dolosa. O agente utiliza a
tortura para provocar a morte da vítima, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento
físico ou mental. Dependerá sempre do dolo, direto ou indireto, no tocante ao resultado
morte.
27. A repetição de golpes, em casos onde o agente age por sadismos na prática do homicídio,
não qualifica o crime, em razão de o agente ser portador de doença mental.
28. Nos casos em que o agente pratica crime de homicídio com uso de meio de que possa
resultar perigo comum, sabemos que esta conduta pode vir a atingir um número
indefinido de pessoas. Aqui, para o seu reconhecimento, não se exige que tais vítimas em
potencial necessitem se tratar de pessoas determinadas.
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29. O crime de homicídio praticado à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, é o que caracteriza a
prática do crime de homicídio por MEIO CRUEL.
30. A surpresa, para qualificar o crime de homicídio, é a insidiosa e inesperada para a vítima,
dificultando ou impossibilitando sua defesa, nem sempre representada pelo tiro nas costas.
31. Sempre em situação em que a vítima se encontre desarmada, o fato de que venha a
perceber a aproximação do seu inimigo ostentando arma de fogo de grosso calibre é
irrelevante, qualificando o homicídio pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima,
pois a superioridade em armas, por si só, já qualifica o crime.
32. A prática de homicídio como forma de “assegurar a execução, ocultação, impunidade
ou vantagem de outro crime”, somente incidirá a qualificadora na conduta do agente se
este conseguir o seu objetivo, ou seja, se obtiver a vantagem pretendida, do contrário não
se reconhecerá a qualificadora.
33. As qualificadoras referentes aos motivos do crime são incomunicáveis aos co-autores,
quando estes desconhecem a motivação.
34. O Homicídio privilegiado é incompatível com as qualificadoras subjetivas, porém
compatível com as qualificadoras objetivas.
35. Com o advento da Lei nº 9.099/95, que instituiu o Juizado Especial Criminal, o crime de
homicídio culposo simples, previsto no art. 121, § 3º, admite a suspensão condicional do
processo, por ser a pena mínima cominada igual a um ano.
36. Homicídio simples é quando não ocorrem na figura delituosa, circunstâncias que podem
tornar a figura privilegiada ou qualificada.
37. O homicídio mercenário é compatível com o homicídio privilegiado.
38. Pratica homicídio privilegiado por relevante moral ou social aquele que reage sob o
domínio de violenta emoção logo em seguida a uma injusta provocação da vítima.
39. A Utilização da armadilha mortífera por parte do agente como meio para a prática do
homicídio, representa o meio dissimulado de que fala a lei e qualifica o crime.
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40. Para que se configure a qualificadora do meio cruel, de que trata o art. 121, § 2º, inciso III,
CP, exige-se que o meio de execução deve ter sido o escolhido ou pelo menos desejado
pelo agente.
41. Numa situação em que a vítima se apresente desarmada, contra agente fortemente
armado, a superioridade em armas, por criar uma condição de absoluta desvantagem entre
aquela e este, qualifica o homicídio como “recurso que dificulte ou impossibilite a
defesa da vítima”.
42. As qualificadoras referentes aos motivos do crime sempre se comunicam aos co-autores,
ainda que estes desconheçam a motivação.
43. O pai, reconhecidamente arrependido por haver dolosamente praticado homicídio contra
seu próprio filho, ainda assim, não faz jus à concessão do perdão judicial, que somente é
aplicável em casos da prática de homicídio culposo, doloso, nunca.
44. Sabemos que em caso da prática de homicídio doloso, seja por dolo direto ou dolo indireto,
o agente pode praticar o delito comissivamente ou omissivamente.
45. Na dissimulação, como meio para a prática do homicídio, não se reconhecerá a
qualificadora em casos aonde o ofendido venha a perceber a intenção do sujeito ativo.
46. O homicídio privilegiado praticado sob o domínio da violenta emoção, logo em seguida à
injusta provocação da vítima, pode ser justificado, por exemplo, quando o marido encontra
a esposa infiel, em seu leito, mantendo relações sexuais com o amante.
47. O ciúme, quando ocorrente em um caso concreto, como motivação para o crime,
representa sempre MOTIVO TORPE.
48. A ausência de motivos, para a doutrina e jurisprudências majoritárias, é sempre
reconhecida como FÚTIL.
49. No caso da prática de homicídio motivado para assegurar a execução, ocultação,
impunidade ou vantagem de outro crime, não será aceita quando o crime que se quer
esconder foi praticado por terceira pessoa, respondendo este como co-participe do crime
anterior.
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50. Considerando que o homicídio privilegiado se reveste de critérios especiais para a redução
da pena e que o homicídio qualificado tem por objeto o agravamento da pena, posso
afirmar serem absolutamente incompatíveis, o homicídio qualificado e o privilegiado.
51. Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, não se confunde com imperícia.
Nesta o sujeito não reúne conhecimentos teóricos ou práticos para o exercício de arte,
profissão ou ofício, enquanto naquela o agente é dotado das habilidades necessárias para
o desempenho da atividade, mas por desídia não as observa.
52. Quando o agente, deixando de empregar atenção ou diligências de que era capaz, em face
das circunstâncias, não previu o caráter delituoso de sua ação, ou o resultado desta, ou,
tendo-o previsto, supôs levianamente que não se realizaria, age com dolo eventual.
53. A culpa é elemento subjetivo tratado por exceção, exigindo menção expressa na lei.
Apresenta-se através do ato inicial voluntário contrário ao dever, praticado por
imprudência, negligência ou imperícia.
54. Se o agente deixa de prestar imediato socorro a vítima, em qualquer caso, responderá por
omissão de socorro na forma do art. 135, CP.
55. Trata-se de causa de extinção da punibilidade aplicável nos casos em que o sujeito produz
culposamente a morte de alguém, mas as conseqüências desse crime lhe são tão graves
que a punição desponta como desnecessária.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Para responder aos quesitos consulte o Roteiro de Aula
bem como a doutrina e jurisprudência aplicáveis e em casos de opiniões divergentes sobre
um mesmo assunto, para efeito de avaliação prevalecerá o que consta do respectivo
roteiro.
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