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maio_2013 | gratuita | ano_2 | nº_11 JOSÉ PÁDUA, UM ARTISTA QUE GOSTA DE PINTAR ÁFRICA

Nota Positiva #11

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Celebração do dia mundial de África, 25 de maio.

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maio_2013 | gratuita | ano_2 | nº_11

JOSÉ PÁDUA, UM ARTISTA QUE GOSTA DE PINTAR ÁFRICA

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Esta será a última edição da Nota

Positiva. Iniciámos o nosso percur-

so em outubro de 2011 e, ao longo de ano e

meio, demos notícias de e para Lisboa, sem-

pre com sentido de profissionalismo e inte-

gridade. Mas outros caminhos surgem e de-

cidimos agora dar por findo este projeto. Não

obstante, despedimo-nos com sentimento de

missão cumprida e, sobretudo, com alegria,

por termos acompanhado Lisboa e os lisbo-

etas. Cremos que fizemos, por pequena que

seja, a diferença nesta cidade.

A todos os que nos acompanharam e

apoiaram de alguma maneira – leitores, co-

laboradores, parceiros, patrocinadores –,

o nosso muito obrigado. Crescemos muito

convosco.

MISSÃO CUMPRIDAE porque as despedidas não têm que ser

encaradas como algo negativo, encerra-

mos o nosso projeto com chave de ouro: no

dia 24 de maio, véspera do dia mundial de

África, juntamo-nos, à semelhança do ano

passado, à AIDGlobal, organização não go-

vernamental para o desenvolvimento, por

uma causa nobre – um leilão de obras gen-

tilmente cedidas pelo artista plástico José

Pádua, cujos fundos serão doados para a rea-

bilitação da Biblioteca Municipal de Chókwe,

em Moçambique.

No fundo, sempre foi a vontade de tornar

o mundo – e Lisboa, sobretudo - um lugar

melhor que nos moveu, desde o início até ao

fim. Esperamos ter, de algum modo, conse-

guido cumprir com a nossa parte.

Nota Positiva

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NOTA POSITIVA | MAIO 2013

editorial

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_EQUIPA NOTA POSITIVA

TextosAna [email protected]

DesignDiana [email protected]

Av. Infante Santo, 23, 5º A1350-177 Lisboa91 436 55 1196 649 22 54

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José Pádua,artista plástico moçambicano

“UMA VEZ QUIS PINTAR A POBREZA, ENTÃO PINTEI UM RISCO”Texto | Diana ChavesFotografias | Raquel Toribio

Reside em Lisboa há 36 anos, mas o artista plástico José Pádua encontra ainda no seu país de origem, Moçambique, inspiração para o seu trabalho. Até finais de junho, algumas obras suas, que ilustram a vida do povo moçambicano, estão expostas no restaurante Velha Gaiteira, em Lisboa, com objetivos solidários. Motivos mais que suficientes para esta entrevista.

Como começou o seu interesse pela arte?

Não me recordo bem. Sei que, quando andava na escola primária, a professora di-zia-me: “olha vai tu, que tens jeito”. E eu lá ia. Foi assim que começou, muito cedo. Um amigo meu chegou-me a dizer que quando

eu tinha 15 anos pintava melhor que agora. Antigamente era censurado, agora pode-

-se fazer tudo. Uma vez quis representar a po-breza, então pintei um risco. Fui censurado.

Que temas mais gosta de pintar?Fazia muito nu. Depois pintei muito Cris-

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alface adentro entrevista

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to e lugares: Lisboa, Porto e África. Gosto de pintar coisas grandes e coisas pequeninas.

Lisboa inspira-o?A partir de uma certa altura, dos meus

40 anos, comecei a pintar Lisboa. Um amigo meu, da Galeria Sesimbra, incentivou-me a pintar Lisboa. Dizia-me que não devia pin-tar África!

Reside em Lisboa desde 1977. Tem saudades de África?

Não sei se aguentava o calor! Mas tam-bém aqui passei tanto frio este inverno... Olhe, vou acompanhando obras de outros pintores sobre África. Por exemplo, Vino Morais, professor de arte, agora reformado. A Galeria Apolo 70 tem coisas dele.

Em 1980 e 1981 foi distinguido com os 2.º e 1.º prémios, respetivamente, em exposições sobre temas de Lisboa. Mas também chegou a ser eleito o artista plástico de 1966 pelo jor-nal A Tribuna de Moçambique. Como se sente quando o seu trabalho é reconhecido?

Olhe, como me sinto agora, normal, fico sem grande reação! Não levo muito a sério, brinco com as situações... Um tipo com dia-betes, sem estômago, sem vesícula, que duas vezes cortou o intestino tem de brincar com alguma coisa! [risos]

alface adentro entrevista

A partir de 24 de maio, e durante um mês, o restaurante/bar Velha Gaiteira, em Lisboa, acolhe uma exposição sua, intitulada “Papagaios de Papel”, composta de um con-junto de aguarelas, serigrafias e gravuras que ilustram a vida quotidiana do povo moçam-bicano. Cedeu essas obras para leilão, sendo que os fundos angariados reverterão para um projeto da organização não governamen-tal AIDGlobal – a reabilitação da Biblioteca Municipal de Chókwè, em Moçambique, du-ramente atingida pelas cheias que assolaram o sul do país, em janeiro. Gosta de ajudar causas solidárias?

Gosto muito de dar e de ajudar e, por ve-zes, participo em ações de solidariedade. É um prazer. E em relação à malta da AIDGlo-bal, gosto deles.

Muitas vezes recebo pedidos para usarem as minhas peças em livros para crianças. Eu cedo sempre, desde que os direitos de autor estejam preservados.

Uma vez fiz um livro, cujos lucros iriam reverter para a construção de uma escola.. Só teve uma edição, que se vendeu em dez dias. Por vezes pergunto-me por que não fo-ram feitas mais edições... Ninguém se mexeu e eu também não...

Mas se puxarem por mim ainda vou lá.

Passa muito tempo aqui no seu ateliê?

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Depende. Quando quero estar sozinho, sim. Tenho aqui gravuras, gravuras, gravu-ras...

Gosto de coisas simples. Não percebo de computadores, nem invejo quem sabe.

Tenho facebook, mas é a minha filha que escreve em meu nome.

B.I.José Pádua nasceu na cidade da Beira, em

Moçambique, em 1934, residindo em Lisboa desde 1977. Foi eleito o artista plástico de 1966 pelo jornal A Tribuna de Moçambique, premiando o trabalho, que viria a desenvolver enquanto pintor, decorador, ilustrador e gravador. De 1979 a 1981, foi bolseiro da Fundação Gulbenkian, frequentando cursos de gravura em metal e de litografia. Em 1980 e 1981 foi distinguido com os 2º e 1º prémios, respetivamente, em exposições sobre temas de Lisboa. Além das exposições realizadas, nomeadamente em Portugal e em Moçambique, está representado em inúmeras coleções particulares, em Portugal e no estrangeiro, fazendo também parte do grupo A Tertúlia de Artistas de Moçambique, que expõe anualmente, desde 1984, em vários países do mundo.

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25 DE MAIO DIA DE ÁFRICA É NO CENTRO INTERCULTURACIDADE

O Dia de África assinala em todo o mundo o ani-versário da criação da Organização de Unidade Afri-cana (OUA), instituída a 25 de Maio de 1963 em Addis Abeba, Etiópia. A OUA, que este ano celebra o seu 50º aniversário, foi criada com o objetivo de promover a unidade, a solidariedade, a cooperação entre os esta-dos africanos, e o bom relacionamento entre África e as outras regiões do mundo.

Para assinalar esta data, o Centro Interculturacidade, em Lisboa, dedica uma das suas Noites Temáticas ao Dia de África, com boa comida e boa música africana, por apenas 13 euros. Eis o programa:

20h30 - JANTAR TRADICIONAL Moamba à Moda de Angola confecionada por Rodrigues VazAcompanhamento: funge ou arroz e feijão de óleo de palmaSobremesa: Mousse de mangaSujeito a marcação com antecedência de 24h, por telefone ou email.22h00 - DUO AFRICANO Malenga (Moçambique, voz e guitarra) e Maio Coopé (Guiné-Bissau, voz, guitarra e percussões)

Centro InterculturacidadeTravessa do convento de Jesus, 16 A1200-126 Lisboa (próximo da Assembleia da República, na rua da Escola Passos Manuel)Tel.: 21 820 76 [email protected]

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COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO BAIRRO ALTO

É um dos bairros históricos de Lisboa – essencialmente um bairro habitacional, que, sobretudo nas últimas três décadas, se tem transformado num dos polos de diversão noturna da capital – e este ano cumpre cinco séculos de existência. As comemorações dos 500 anos do Bairro Alrto vão prolongar--se até dezembro, com várias iniciativas culturais, que pretendem demonstrar que o local não serve apenas para entretenimento noturno. Aqui ficam as próximas iniciativas:

VISITA AO CONSERVATÓRIO NACIONAL

Sábado | 8 de junho | 10h30Local: Rua dos Caetanos, nº 29Visita gratuita, guiada pela Prof.ª Maria José Borges Inscrição prévia (máximo 20 pessoas) Contacto: 213 235 066 | [email protected]

RECITAIS NO SALÃO NOBRE DO CONSERVATÓRIO NACIONAL

Sexta-feira | 7 de junho | 21h30Música de Câmara – Trio com pianoVital Stahievitch, pianoRosanne Philippens, violinoLuís André Ferreira, violoncelo[Grieg, Schumann, Haydn, Rachmaninov]

Sábado | 8 de junho | 21h30Guitarra no Conservatório – 3 OlharesJúlio GuerreiroEurico PereiraPaulo Amorim

Entrada Livre. Aceitam-se donativos para obras no Conservatório NacionalContacto: Rua dos Caetanos, nº 29 - Lisboa. (tel. 213 425 922).

Mais informação sobre restante programação: [email protected] (Helena Pinto)

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FEIRA DO LIVRO ATÉ 10 DE JUNHO

A Feira do Livro regressa à cidade de Lis-boa, de 23 de maio a 10 de junho, no Parque Eduardo VII, com grandes novidades para toda a família. Voluntariado, Clube da Lei-tura e Conferência de Edimburgo são al-gumas das estreias desta 83ª edição, sendo que os debates, apresentações, lançamen-tos, sessões de autógrafos e um vasto pro-grama dedicado às famílias e crianças também integram a programação.

Saiba mais em feiradolivrodelisboa.pt

10 DE JUNHO MARIA BETHÂNIA

ENCERRA ANO DO BRASIL EM PORTUGAL

Depois de atuar dos dias 7 e 8 de junho no Porto, Maria Bethânia apresenta-se no Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa a 10 de junho, Dia de Portugal. Encerrando a programação cultural do Ano do Brasil em Portugal, o espe-táculo Bethânia e as Palavras é um recital no qual a cantora intercala canções com poemas e textos dos escritores brasileiros Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e Cecília Meireles, e do poeta lusitano Antonio Ramos Rosa.

DR

sxc

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DR

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Organização: Apoios:

CEPA

LEILÃO SOLIDÁRIONo dia 24 de maio, pelas 19 horas, o

restaurante/bar Velha Gaiteira, acolhe uma exposi-ção e leilão de obras do artista plástico José Pádua, conjunto de aguarelas, serigra�as e gravuras que ilustram a vida quotidiana do povo moçambicano. Os lucros revertem a favor da reabilitação da Biblio-teca Municipal de Chókwè, em Moçambique, duramente atingida pelas cheias que assolaram o sul de Moçambique, em janeiro.

É a AIDGLOBAL – Ação e Integração para o Desen-volvimento Global, organização não governamen-

tal para o Desenvolvimento nasci-da há sete anos, que está por detrás desse projeto de reabilita-ção. Esta ONG tem como missão implementar estratégias e ações que contribuam para eliminar as di�culdades de acesso à educação e combater a iliteracia e na Comu-nidade de Países de Língua Portu-guesa. Para mais informações consulte o site www.aidglobal.org.

O leilão das obras do artista José Pádua - que, solidariamente, as cede para a causa da AIDGLOBAL – acontece no âmbito da iniciativa “Artistas Solidários na Diáspora”, a decorrer no restaurante/bar Velha Gaiteira, também a 24 de maio.

Situado perto da Sé Catedral de Lisboa, na Rua das Pedras Negras, nº17)