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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência. 48554.001979/2015-00 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL Em 7 de outubro de 2015. Processo n o 48500.004437/2015-01. Assunto: Aprimoramento do procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE. I. DO OBJETIVO 1. Aprimorar o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica – TSEE. Trata-se de proposta de abertura de Audiência Pública. II. DOS FATOS 2. Em 14 de agosto de 2013 foi publicada a Resolução Normativa n o 572/2013, a qual estabeleceu o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE. 3. A Resolução Normativa n o 572/2013 concedeu o prazo de 120 (cento e vinte dias) para adequação da estrutura técnica e comercial das distribuidoras para operacionalização das regras estabelecidas. 4. Em janeiro de 2014, em cumprimento ao estabelecido na Resolução Normativa n o 572/2013, as distribuidoras encaminharam à ANEEL os dados provenientes do sistema de faturamento da competência de dezembro do ano anterior das unidades consumidoras classificadas nas subclasses residencial baixa renda. 5. No período de janeiro a março de 2014 a ANEEL promoveu, com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS, a validação do cadastro dos beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica com o Cadastro Único e com o Cadastro dos Beneficiários da Prestação Continuada, sendo identificada a necessidade de aprimoramento do procedimento estabelecido pela Resolução Normativa n o 414/2010.

Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL Em 7 de outubro de 2015.€¦ · última atualização maior do que 2 (dois) anos em dezembro de 2014. Nessa situação, as famílias ainda continuam

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

48554.001979/2015-00

Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL

Em 7 de outubro de 2015.

Processo no 48500.004437/2015-01. Assunto: Aprimoramento do procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE.

I. DO OBJETIVO 1. Aprimorar o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica – TSEE. Trata-se de proposta de abertura de Audiência Pública. II. DOS FATOS

2. Em 14 de agosto de 2013 foi publicada a Resolução Normativa no 572/2013, a qual estabeleceu o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE. 3. A Resolução Normativa no 572/2013 concedeu o prazo de 120 (cento e vinte dias) para adequação da estrutura técnica e comercial das distribuidoras para operacionalização das regras estabelecidas. 4. Em janeiro de 2014, em cumprimento ao estabelecido na Resolução Normativa no 572/2013, as distribuidoras encaminharam à ANEEL os dados provenientes do sistema de faturamento da competência de dezembro do ano anterior das unidades consumidoras classificadas nas subclasses residencial baixa renda.

5. No período de janeiro a março de 2014 a ANEEL promoveu, com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS, a validação do cadastro dos beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica com o Cadastro Único e com o Cadastro dos Beneficiários da Prestação Continuada, sendo identificada a necessidade de aprimoramento do procedimento estabelecido pela Resolução Normativa no 414/2010.

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Fl. 2 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

III. DA ANÁLISE 6. O parágrafo único do art. 4o da Lei no 12.212/2010 estabeleceu que a ANEEL e o MDS devem atuar em conjunto na atualização dos cadastros das famílias que recebem a TSEE:

Art. 4º [...]

Parágrafo único. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL deverão compatibilizar e atualizar a relação de cadastrados que atendam aos critérios fixados no art. 2o desta Lei.

7. Em relação ao Cadastro Único, observa-se que devem ser observadas as disposições existentes no Decreto no 6.135/2007 e nos regulamentos emitidos pelo MDS, que tem a competência para disciplinar o cadastro e a atualização ou revalidação das informações das famílias, conforme redação do art. 7o:

“Art. 7o As informações constantes do CadÚnico terão validade de dois anos, contados a partir da data da última atualização, sendo necessária, após este período, a sua atualização ou revalidação, na forma disciplinada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.”

8. Nesse sentido, anualmente, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) emite instruções operacionais, mobilizando estados, municípios e famílias, para ações específicas voltadas à qualificação das informações cadastrais de famílias inscritas no Cadastro Único, por meio dos processos de Revisão Cadastral do Bolsa Família e de Averiguação Cadastral do Cadastro Único. 9. A Revisão Cadastral e a Averiguação Cadastral são definidas pelo MDS da seguinte forma1:

“A Revisão Cadastral é o procedimento que tem como objetivo garantir a atualização dos dados declarados ao Cadastro Único pelas famílias do PBF2 que foram identificadas com cadastros desatualizados há mais de 24 meses, conforme estabelece a Portaria GM/MDS nº 617, de 11 de agosto de 2010. A atualização visa refletir, no Cadastro Único, a situação mais recente de vulnerabilidade dessas famílias.”

“A Averiguação Cadastral é constituída por verificações das informações registradas no Cadastro Único, de famílias PBF ou não PBF, por meio do cruzamento da base nacional com informações contidas em outros registros administrativos, a fim de identificar possíveis inconsistências e adotar medidas para o tratamento dos dados por meio da atualização cadastral, conforme estabelece a Portaria GM/MDS nº 94, de 04 de setembro de 2013.”

10. Dessa forma, de acordo com o MDS, a “Revisão Cadastral e a Averiguação Cadastral são dois processos distintos, mas que visam atingir os mesmos objetivos: garantir a veracidade e a atualidade dos dados declarados no Cadastro Único por meio da atualização cadastral.”

1 Instrução Operacional nº 76/SENARC/MDS. 2 Programa Bolsa Família - PBF.

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Fl. 3 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

11. Outro exemplo de atuação do MDS na verificação permanente da consistência das informações cadastrais, conforme previsto no Decreto no 6.135/2007, é a Instrução Operacional no 067/SENARC/MDS, de outubro de 2013, que prevê, a partir de 2014, a exclusão lógica dos cadastros que estão desatualizados há mais de 48 meses na base nacional do Cadastro Único.

12. A figura a seguir ilustra o cronograma previsto na Instrução Operacional nº 76/SENARC/MDS, de 7 de maio de 2015, que estabeleceu os prazos e procedimentos relativos aos processos de Revisão Cadastral (R) e Averiguação Cadastral (AV) para o exercício 2015:

13. O público-alvo da instrução operacional para o exercício de 2015 são as famílias com data da última atualização maior do que 2 (dois) anos em dezembro de 2014. Nessa situação, as famílias ainda continuam sendo beneficiárias do Programa Bolsa Família durante o prazo de realização das ações desenvolvidas pelo MDS e pelos municípios de atualização cadastral. 14. Da figura anterior observa-se também que o MDS realiza o escalonamento das famílias por meio de lotes (R = revisão e AV = averiguação), com o objetivo de diminuir o impacto das ações de gestão de benefícios sobre as estruturas municipais de atendimento do Cadastro Único, considerando que parte das famílias procuram os postos de cadastramento somente após as ações de bloqueio. 15. Em relação às famílias que não são beneficiárias do Programa Bolsa Família, até o presente ano de 2015, o MDS realizava apenas o processo de averiguação cadastral e, conforme já citado, a exclusão lógica dos cadastros desatualizados a mais de 48 (quarenta e oito) meses.

16. Isso faz com que a atualização dos cadastros com mais de 2 (dois) anos das famílias beneficiárias da TSEE, mas não beneficiárias do Programa Bolsa Família, ocorra exclusivamente a partir de comando existente na regulamentação da ANEEL, que, no art. 146 da REN no 414/2010, prevê prazo de até dois ciclos de faturamento para notificação e retirada do benefício da família em caso de não atualização cadastral, sendo que a validação é realizada a cada seis meses, em janeiro e em julho.

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Fl. 4 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

17. A figura a seguir compara o procedimento de validação da ANEEL com o processo de atualização do MDS do ano de 2015:

18. Comparando-se os cronogramas, constatam-se as seguintes situações:

- esforço repetido do MDS e das concessionárias, em tempos diferentes, de notificar as famílias sobre a necessidade de atualização cadastral, estabelecendo prazos diferenciados para que cada família proceda com a atualização; - prazo para atualização cadastral para evitar a perda da TSEE menor do que o prazo para atualização cadastral para evitar o bloqueio e a perda do PBF; - prazos para atualização cadastral para evitar a perda da TSEE não consideram o escalonamento feito pelo MDS para minimizar o impacto nas estruturas de atendimento municipais do Cadúnico, responsáveis pela realização da atualização.; - cancelamento dos benefícios da TSEE e do PBF em função da não atualização cadastral em prazos diferentes; e - demora para repercussão na TSEE das situações de exclusão lógica decorrentes do processo de averiguação cadastral, ou seja, as famílias podem ficar por um tempo maior recebendo a TSEE, ainda que tenham sido excluídas do Cadúnico pelo MDS.

19. As questões acima foram discutidas com o MDS e, de forma a harmonizar o processo de validação da TSEE com os procedimentos de revisão e averiguação cadastrais do Cadúnico, são propostas, em conjunto com o MDS, as seguintes medidas:

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Fl. 5 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

- revisão cadastral do MDS passará a contemplar as famílias que recebem a TSEE e não recebem o PBF, de forma que o próprio MDS encaminhará correspondência notificando todas as famílias sobre a necessidade de atualização cadastral. A relação das famílias será informada pela ANEEL ao MDS em janeiro de cada ano, a iniciar em 2016. - durante o procedimento de revisão cadastral, as famílias permanecem recebendo a TSEE, da mesma forma que permanecem recebendo o PBF. - a cada ação de repercussão cadastral (cancelamento, exclusão lógica), observados os prazos estabelecidos nas instruções operacionais, o MDS encaminhará base de dados à ANEEL, que informará às distribuidoras, de forma que as famílias que não atualizarem os seus dados ou forem excluídas do Cadúnico tenham o benefício da TSEE cancelado no ciclo de faturamento subsequente ao repasse da informação proveniente do MDS pela ANEEL. - a validação da TSEE para os demais motivos de perda do benefício (ex. BPC, renda acima, não localização, etc) permanece inalterada, com as ações sendo realizadas em janeiro pela ANEEL e em julho pelas distribuidoras. - manutenção da exigência da atualização cadastral até 2 (dois) anos para as novas concessões da TSEE.

20. Assim, na instrução operacional do exercício de 2016, o MDS já contemplará como público-alvo da revisão cadastral as famílias beneficiárias das TSEE e não beneficiárias do PBF. O compromisso do MDS para realização dessa atualização cadastral será formalizado, além da instrução operacional, por meio de instrumento de Acordo de Cooperação Técnica – ACT ou similar. 21. Da parte da ANEEL, para manter a exigência de atualização cadastral para as novas concessões e para estabelecer que a perda da TSEE para as famílias que ficarem com cadastro desatualizado ocorrerá somente nas repercussões cadastrais decorrentes dos processos de revisão e averiguação cadastral do MDS, será necessária a alteração nos seguintes dispositivos:

- art. 9o, §2º da REN no 414/2010; - art. 28, §§2º, 3º e 8º da REN no 414/2010; e - art. 146, caput e incisos I e IV e §§1º, 3º, 4º da REN no 414/2010; - art. 3º-A, §3º da REN no 472/2012.

22. De forma complementar, propõe-se que durante os processos de revisão e de averiguação cadastral, além da correspondência que será enviada pelo MDS às famílias, as distribuidoras incluam mensagem na fatura de energia alertando sobre a necessidade de atualização cadastral, comando que será dado com a inserção do §6º no art. 146. 23. Adicionalmente, considerando o acompanhamento da implantação da REN nº 572/2013 junto aos agentes, consumidores, MDS, Ministério Público, entre outros, propõe-se os seguintes ajustes:

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Fl. 6 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

- art. 8o, II: explicitar que a TSEE para o BPC se restringe aos idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais e para as pessoas com deficiência, conforme art. 2º, II da Lei no 12.212/2012, que remete à redação dos arts. 20 e 21 da Lei no 8.742/1993. - art. 8o, parágrafo único: explicitar que para o recebimento da TSEE não há necessidade de que a unidade consumidora esteja sob a titularidade das pessoas que atendam aos critérios estabelecidos pela Lei no 12.212/2010, mas que a unidade consumidora seja utilizada por elas. - art. 9o, §2o: explicitar que a necessidade do endereço do Cadúnico ou do cadastro do BPC estar localizado na área de concessão ou permissão da distribuidora não se aplica nos casos de fornecimento a título precário. - art. 146, §7º: no ciclo que ocorrer a perda da TSEE, incluir mensagem na fatura informando o motivo da perda.

24. Ainda, desde 2014, com a entrada em vigor da REN no 572/2013, a SRD tem discutido com a SFE a oportunidade e conveniência de aprimoramento do processo de fiscalização da TSEE. Assim, a proposta aqui apresentada prevê que as homologações feitas pela ANEEL mensalmente deixem de ter o caráter prévio e provisório, não gerando mais a obrigatoriedade da homologação em caráter definitivo, que ocorre somente após o processo de fiscalização. Ressalta-se que tal alteração é apenas de caráter denominativo, uma vez que a possibilidade de retificação das informações após o processo de fiscalização continua vigente, mas deixa de haver a obrigatoriedade de realização da fiscalização em todas as distribuidoras. 25. Nesse sentido, observa-se que a validação realizada pela SRD a cada ano, não só dos aspectos relacionados com a seleção dos beneficiários como também dos descontos concedidos permite, inicialmente, uma atuação junto a todas as 101 (cento e uma) distribuidoras, que recebem um relatório individualizado de não conformidades e tem a oportunidade de auto regularização, ou seja, de espontaneamente realizarem a regularização dos problemas constatados. Além disso, a validação realizada pela SRD pode, em situações mais graves, em conjunto com as reclamações efetuadas pelos consumidores sobre a TSEE, subsidiar e direcionar as ações de fiscalização da SFE.

26. Para tanto, considerando que atualmente as distribuidoras têm a obrigação de encaminhar as bases de dados somente no mês de janeiro de cada ano, com as informações das competências de dezembro do ano anterior, propõe-se a inserção do §3º no art. 3-A da REN no 472/2012, dispondo que a ANEEL poderá solicitar o encaminhamento das bases em uma periodicidade maior, ou mesmo solicitar que a distribuidora disponibilize tais informações para o acesso remoto da Agência.

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Fl. 7 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

27. A proposta contempla também a simplificação do procedimento de retificação dos valores homologados de Diferença Mensal de Receita – DMR estabelecido pela REN no 295/2007, que atualmente prevê três possibilidades para a distribuidora quando do recebimento de valores a maior: (i) devolução em até 30 dias; (ii) parcelamento em até 12 (doze) meses corrigido pela SELIC e; (iii) compensação por meio de desconto dos valores que a distribuidora tem a receber de DMR. Pela redação proposta, a retificação quando do recebimento de valores a maior pela distribuidora passaria a ser realizada exclusivamente por meio de compensação, reduzindo o custo transacional da Eletrobras, que até então se via obrigada a comunicar as opções às distribuidoras e, após decisão desta acompanhar, se for o caso, o pagamento das parcelas para, só então, em caso de inadimplemento, proceder com a compensação.

28. Com essa simplificação na forma de retificação, pondera-se que os novos comandos podem ser incorporados à REN no 472/2012 por meio da inserção de um parágrafo no art. 3o, permitindo que seja integralmente revogada a REN no 295/2007.

29. A tabela a seguir contém a proposta de alteração das resoluções 414/2010 e 472/2012, utilizando a seguinte padronização de cores:

▪ Texto em preto: redação original das resoluções ▪ Texto em azul: redação inserida na proposta ▪ Texto em vermelho: redação excluída da proposta

REN no 414/2010 – ALTERAÇÕES - MINUTA

Art. 8o .................................................................................................................................................................. II – idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais ou pessoas com deficiência, que quem recebam o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC, nos termos dos arts. 20 e 21 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993; ou .................................................................................................................................................................. Parágrafo único. A classificação de que trata o caput independe da unidade consumidora estar sob a titularidade das pessoas de que tratam os incisos I, II e III. Art. 9o .................................................................................................................................................................. §2o O endereço constante do Cadastro Único ou do cadastro de beneficiários do BPC deve estar localizado na área de concessão ou permissão da distribuidora, bem como os dados devem estar atualizados, nos termos do inciso I do art. 146, salvo nas situações de fornecimento a título precário de que trata o art. 53. Art. 28. .................................................................................................................................................................. § 2º A distribuidora analisará o relatório e atestado subscrito por profissional médico de que trata o inciso IV do caput, observando que o mesmo deve: .................................................................................................................................................................. §3º A distribuidora deve classificar a unidade consumidora em uma das subclasses residencial baixa renda, em até 3 (três) dias úteis da data da solicitação, somente se verificar, após consulta às informações do Cadastro Único ou do cadastro do Benefício de Prestação Continuada e, se for o caso, análise do relatório

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Fl. 8 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

e atestado subscrito por profissional médico, que estão satisfeitas as condições dispostas nos artigos 8º e 9º, bem como a data da última atualização cadastral seja de até 2 (dois) anos. § 8o Faculta-se à distribuidora, independente da solicitação, a concessão da TSEE para as famílias que atendam aos critérios estabelecidos nos artigos 8º e 9º e que a data da última atualização cadastral seja de até 2 (dois) anos, após consulta às informações do Cadastro Único ou do cadastro do Benefício de Prestação Continuada. Art. 146. A comprovação da continuidade do atendimento aos critérios de elegibilidade para aplicação da TSEE deve ser realizada pela distribuidora no mínimo anualmente, no mês de julho, para todas as unidades consumidoras classificadas nas subclasses baixa renda, implicando a perda do benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica ocorrerá nas seguintes situações: I – família não localizada no Cadastro Único ou com data da última atualização cadastral superior a 2 (dois) anos no Cadastro Único; .................................................................................................................................................................. IV - repercussão cadastral que implique inelegibilidade à TSEE decorrente dos procedimentos estabelecidos pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS e ANEEL para compatibilizar e atualizar a relação de cadastrados. §1º A obtenção das bases de dados do Cadastro Único e dos beneficiários do BPC para validação das unidades consumidoras classificadas nas subclasses baixa renda deve ser realizada conforme instruções verificação pela distribuidora dos incisos I, II e III do caput deve ser realizada para todas as unidades consumidoras classificadas nas subclasses baixa renda no mínimo anualmente, no mês de julho, salvo determinação em contrário da ANEEL. .................................................................................................................................................................. §3º A retirada do benefício deve ocorrer até o segundo ciclo de faturamento subsequente ao que se verificar o não atendimento aos critérios de elegibilidade para a aplicação da TSEE, exceto nas situações de que trata o inciso IV do caput e I e II do § 2º, onde a retirada deve ocorrer no ciclo subsequente à verificação do motivo que implicar na inelegibilidade. § 4º O consumidor deve receber notificação sobre os motivos da perda do benefício de forma escrita, específica e com entrega comprovada ou, alternativamente, impressa em destaque na fatura, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, exceto nos casos dos incisos IV do caput e I e II do § 2º. .................................................................................................................................... §6º Durante os procedimentos que trata o inciso IV do caput, a distribuidora deve incluir mensagem em destaque na fatura notificando o consumidor para realizar a atualização cadastral, conforme instruções da ANEEL. §7º Após a perda do benefício da TSEE e reclassificação da unidade consumidora, observado o que estabelece o art. 7º, a distribuidora deve incluir mensagem na fatura informando o motivo da perda do benefício, conforme orientações da ANEEL.

REN no 472/2012 – ALTERAÇÕES - MINUTA Art. 3o A distribuidora que apurar DMR, em virtude da aplicação da TSEE, deve solicitar à ANEEL a homologação prévia a título precário dos respectivos valores calculados segundo a formulação descrita no

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Fl. 9 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

art. 2º. ................................................................................................................................................................... § 4o A ANEEL retificará o montante homologado previamente caso sejam detectadas divergências em decorrência do processo de fiscalização dos valores de DMR, conforme procedimento definido na Resolução Normativa no 295, de 18 de dezembro de 2007. Caso sejam apuradas diferenças nos valores de DMR homologados em eventual fiscalização realizada pela ANEEL e, ocorrendo trânsito em julgado do processo fiscalizatório, devem ser observadas as seguintes disposições: I – a ANEEL informará as diferenças apuradas em cada homologação mensal da distribuidora à ELETROBRAS, que atualizará os valores pelo IGP-M; II – a ELETROBRAS incluirá os montantes atualizados recebidos a menor ou descontará os recebidos a maior nas homologações de DMR da distribuidora subsequentes à informação da ANEEL, tantas quantas forem necessárias. Art. 3o-A. ................................................................................................................................................................... §3o A notificação do consumidor e a retirada do benefício nas situações de não observância dos critérios de elegibilidade para concessão da TSEE deve ocorrer até o segundo ciclo de faturamento subsequente à disponibilização dos relatórios de que trata o § 2o , devendo o consumidor ser notificado na forma estabelecida no art. 146 da Resolução Normativa no 414, de 9 de setembro de 2010. .................................................................................................................................................................. §5º A critério da ANEEL, a periodicidade de encaminhamento das informações de que trata o caput poderá ser aumentada ou reduzida, podendo, alternativamente ao envio, ser solicitado que a distribuidora disponibilize tais informações para o acesso remoto da Agência.

IV. FUNDAMENTO LEGAL 30. Os procedimentos descritos na presente nota técnica estão consubstanciados nas Leis no 9.427, de 1996, e no 12.212, de 2010, e no Decreto no 6.135, de 2007. V. CONCLUSÃO 31. Considerando o exposto, conclui-se pela necessidade de edição de regulamento que aprimore o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE, alterando os artigos 8º, 9º, 28 e 146 da REN no 414/2010, artigos 3º e 3º-A da REN no 472/2012 e revogando a REN no 295/2007.

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Fl. 10 Nota Técnica n° 0075/2015-SRD/ANEEL, de 07/10/2015

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

VI. DA RECOMENDAÇÃO 32. Recomenda-se à Diretoria Colegiada da ANEEL a aprovação da realização de audiência pública, por um período de 30 (trinta) dias, com o propósito de submeter à sociedade minuta de resolução em anexo que altera os artigos 8º, 9º, 28 e 146 da REN no 414/2010, os artigos 3º e 3º-A da REN no 472/2012 e revoga a REN no 295/2007.

DANIEL JOSÉ JUSTI BEGO Especialista em Regulação - SRD

HENRIQUE TAVARES MAFRA Especialista em Regulação - SRD

De acordo,

HUGO LAMIN Superintendente de Regulação dos Serviços Técnicos de Distribuição - Substituto

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

RESOLUÇÃO NORMATIVA No , DE DE DE 2015

Aprimora o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica – TSEE e dá outras providências.

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA

ELÉTRICA - ANEEL, no uso de suas atribuições regimentais, de acordo com deliberação da Diretoria, tendo em vista o disposto no art. 2º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, na Lei no 12.212, de 20 de janeiro de 2010, na Resolução Normativa no 295, de 18 de dezembro de 2007, na Resolução Normativa no 414, de 9 de setembro de 2010, na Resolução Normativa no 472, de 24 de janeiro de 2012, o que consta no Processo no 48500.004437/2015-01, e considerando:

as contribuições recebidas na Audiência Pública no /2015, realizadas no

período de , resolve: Art. 1o Alterar o inciso II e inserir o parágrafo único no art. 8º da Resolução

Normativa no 414, de 2010, que passam a vigorar com a seguinte redação: “II – idosos com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais ou pessoas com deficiência, que recebam o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC, nos termos dos arts. 20 e 21 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993; ou” .......................................................................................................................... “Parágrafo único. A classificação de que trata o caput independe da unidade consumidora estar sob a titularidade das pessoas de que tratam os incisos I, II e III.” Art. 2o Alterar o §2º do art. 9º da Resolução Normativa no 414, de 2010, que passa

a vigorar com a seguinte redação: “§2o O endereço constante do Cadastro Único ou do cadastro de beneficiários do BPC deve estar localizado na área de concessão ou permissão da distribuidora, salvo nas situações de fornecimento a título precário de que trata o art. 53.”

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Art. 3o Alterar o caput do §2º, os §§3º e 8º do art. 28 da Resolução Normativa no 414, de 2010, que passam a vigorar com a seguinte redação:

“§ 2º A distribuidora analisará o relatório e atestado subscrito por profissional médico de que trata o inciso IV do caput, observando que o mesmo deve: .......................................................................................................................... §3º A distribuidora deve classificar a unidade consumidora em uma das subclasses residencial baixa renda, em até 3 (três) dias úteis da data da solicitação, somente se verificar, após consulta às informações do Cadastro Único ou do cadastro do Benefício de Prestação Continuada, que estão satisfeitas as condições dispostas nos artigos 8º e 9º, bem como a data da última atualização cadastral seja de até 2 (dois) anos. .......................................................................................................................... § 8º Faculta-se à distribuidora, independente da solicitação, a concessão da TSEE para as famílias que atendam aos critérios estabelecidos nos artigos 8º e 9º e que a data da última atualização cadastral seja de até 2 (dois) anos, após consulta às informações do Cadastro Único ou do cadastro do Benefício de Prestação Continuada.” Art. 4o Alterar o caput, o inciso I, os §§1º, 3º, 4º e inserir o inciso IV no caput e os

§6º e 7º no art. 146 da Resolução Normativa no 414, de 2010, que passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 146. A perda do benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica ocorrerá nas seguintes situações: I – família não localizada no Cadastro Único; .......................................................................................................................... IV - repercussão cadastral que implique inelegibilidade à TSEE decorrente dos procedimentos estabelecidos pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS e ANEEL para compatibilizar e atualizar a relação de cadastrados. §1º A verificação pela distribuidora dos incisos I, II e III do caput deve ser realizada para todas as unidades consumidoras classificadas nas subclasses baixa renda no mínimo anualmente, no mês de julho, salvo determinação em contrário da ANEEL. .......................................................................................................................... §3º A retirada do benefício deve ocorrer até o segundo ciclo de faturamento subsequente ao que se verificar o não atendimento aos critérios de elegibilidade para a aplicação da TSEE, exceto nas situações de que trata o inciso IV do caput e I e II do § 2º, onde a retirada deve ocorrer no ciclo subsequente à verificação do motivo que implicar na inelegibilidade.

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§ 4º O consumidor deve receber notificação sobre os motivos da perda do benefício de forma escrita, específica e com entrega comprovada ou, alternativamente, impressa em destaque na fatura, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, exceto nos casos dos incisos IV do caput e I e II do § 2º. .......................................................................................................................... §6º Durante os procedimentos que trata o inciso IV do caput, a distribuidora deve incluir mensagem em destaque na fatura notificando o consumidor para realizar a atualização cadastral, conforme instruções da ANEEL. §7º Após a perda do benefício da TSEE e reclassificação da unidade consumidora, observado o que estabelece o art. 7º, a distribuidora deve incluir mensagem na fatura informando o motivo da perda do benefício, conforme orientações da ANEEL.” Art. 5o Alterar o caput e o §4º do art. 3o da Resolução Normativa no 472, de 2012,

que passam a vigorar com a seguinte redação: “Art. 3o A distribuidora que apurar DMR, em virtude da aplicação da TSEE, deve solicitar à ANEEL a homologação dos respectivos valores calculados segundo a formulação descrita no art. 2º. .......................................................................................................................... § 4o Caso sejam apuradas diferenças nos valores de DMR homologados em eventual fiscalização realizada pela ANEEL e, ocorrendo trânsito em julgado do processo fiscalizatório, devem ser observadas as seguintes disposições: I – a ANEEL informará as diferenças apuradas em cada homologação mensal da distribuidora à ELETROBRAS, que atualizará os valores pelo IGP-M; II – a ELETROBRAS incluirá os montantes atualizados recebidos a menor ou descontará os recebidos a maior nas homologações de DMR da distribuidora subsequentes à informação da ANEEL, tantas quantas forem necessárias.” Art. 6o Alterar o §3o e inserir o §5o no art. 3o-A da Resolução Normativa no 472, de

2012, que passam a vigorar com a seguinte redação: “§3o A notificação do consumidor e a retirada do benefício nas situações de não observância dos critérios de elegibilidade para concessão da TSEE devem ocorrer na forma estabelecida no art. 146 da Resolução Normativa no 414, de 9 de setembro de 2010. ..........................................................................................................................

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§5º A critério da ANEEL, a periodicidade de encaminhamento das informações de que trata o caput poderá ser aumentada ou reduzida, podendo, alternativamente ao envio, ser solicitado que a distribuidora disponibilize tais informações para o acesso remoto da Agência.” Art. 7o Revogar a Resolução Normativa no 295, de 18 de dezembro de 2007. Art. 8o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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* O formulário de Análise de Impacto Regulatório é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

FORMULÁRIO DE ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO Data: 05/10/2015 Área Responsável: SRD Título da Regulação: Aprimorar o procedimento para comprovação do atendimento aos critérios de elegibilidade à concessão da Tarifa Social de Energia Elétrica - TSEE. Qual é o problema que se quer resolver? Qual é o público-alvo? Descrever a natureza e a extensão do problema. O MDS realiza anualmente ações específicas voltadas à qualificação das informações cadastrais das famílias inscritas no Cadastro Único, por meio dos processos de Revisão Cadastral do Bolsa Família e de Averiguação Cadastral do Cadastro Único (CadÚnico). O fundamento dessa ação é o art. 7º do Decreto nº 6.135/2007, que estabelece que as informações constantes do CadÚnico têm validade de dois anos, contados a partir da data da última atualização, sendo necessária, após este período, a sua atualização ou revalidação, na forma disciplinada pelo MDS. No procedimento do MDS, as famílias que ficaram com o cadastro desatualizado no ano anterior, acima dos dois anos, são incluídas na revisão cadastral, mas permanecem recebendo o Programa Bolsa Família – PBF durante o prazo que o MDS estabelece para que a família realize a atualização. Até 2015, as ações de revisão cadastral feitas pelo MDS contemplaram exclusivamente as famílias beneficiárias do PBF, o que abrange apenas parte das famílias beneficiárias com a TSEE. No caso da TSEE, o procedimento estabelecido pela REN nº 572/2013 dispõe que para concessão do benefício o cadastro da família no CadÚnico precisa estar atualizado (até 2 anos), sendo que, semestralmente, as famílias identificadas com o cadastro desatualizado são notificadas para que atualizem seus dados, de forma a manter o benefício. O procedimento regulamentado pela ANEEL, considerando que não havia ação do MDS para as famílias que recebiam exclusivamente a TSEE, estabelece que a retirada do benefício deve ocorrer até o segundo ciclo subsequente à verificação da desatualização. Assim, as famílias que recebem tanto o PBF como a TSEE são notificadas pelo MDS e pelas distribuidoras para que atualizem seus dados, sendo estabelecidos prazos diferenciados para a realização da atualização, o que impacta negativamente na rede de atendimento do CadÚnico (prefeituras) em função do prazo menor estabelecido pela ANEEL, e gera confusão para as famílias, pois a perda da TSEE provavelmente ocorrerá antes do cancelamento do PBF. Adicionalmente, a partir de 2014, o MDS passou a realizar a exclusão lógica do CadÚnico das famílias com cadastro desatualizado a partir de determinado prazo, sendo que mesmo após a exclusão pode ocorrer a permanência da família recebendo a TSEE, uma vez que o processo de validação da TSEE ocorre apenas semestralmente. Em 2015, o MDS intensificou o diálogo com os demais programas usuários do CadÚnico, entre os quais a TSEE, e decidiu que, a partir de 2016, incluirá no processo de revisão cadastral não só as famílias que recebem o PBF, mas também todas as famílias que recebem a TSEE e estão com o cadastro desatualizado. Dessa forma, será necessária a alteração do art. 146 da REN no 414/2010, pois, a partir de 2016, é o MDS quem passará a informar para o setor elétrico quais são os cadastros efetivamente desatualizados e quais os cadastros foram excluídos do CadÚnico, de modo que a repercussão para a TSEE ocorra de forma mais rápida. Identificar os principais grupos afetados pelo problema. Os consumidores beneficiados com a TSEE, as distribuidoras, as prefeituras, a ANEEL e o MDS. Estabelecer as causas do problema. A inexistência de procedimento unificado de revisão cadastral elaborado entre a ANEEL e o MDS que

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* O formulário de Análise de Impacto Regulatório é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

contemple, de forma isonômica, tanto as famílias que recebem o PBF e a TSEE como as famílias que recebem apenas a TSEE.

Justificativas para a intervenção: Por que a intervenção é necessária? Para que a regulamentação da ANEEL trate o novo procedimento de revisão cadastral estabelecido pelo MDS. Existem outras formas de intervenção que não a implementação de nova regulamentação? Não. A gestão do CadÚnico compete ao MDS e o Decreto nº 6.135/2007 estabeleceu que os procedimentos de atualização cadastral também devem ser disciplinados pelo MDS. Adicionalmente, o parágrafo único do art. 4o da Lei no 12.212/2010 estabeleceu que a ANEEL e o MDS devem atuar em conjunto na atualização dos cadastros das famílias que recebem a TSEE, de modo que, uma vez estabelecido pelo MDS que as famílias beneficiárias da TSEE e que não recebem o PBF passarão a integrar o processo anual de revisão cadastral, este procedimento deve ser refletido na regulamentação da ANEEL.

Objetivos perseguidos: Quais são os objetivos e os efeitos esperados com a regulamentação? O objetivo principal do aprimoramento da regulamentação é o de tratar a alteração implementada pelo MDS, de inclusão de todas as famílias beneficiárias da TSEE no processo de revisão cadastral a partir do ano de 2016. O efeito esperado é que a TSEE, enquanto programa que utiliza o CadÚnico, possa operacionalmente estar em harmonia com os procedimentos estabelecidos pelo MDS para a revisão cadastral. Qual é o prazo para a implantação do regulamento? O regulamento entrará em vigor em 1º de janeiro de 2016, mas as ações somente serão percebidas a partir das validações realizadas no início do ano pela ANEEL e das distribuidoras, no mês de julho. Opções consideradas: Quais as alternativas para solução do problema foram consideradas? Foram consideradas duas opções: 1) a regulamentação proposta; e 2) a manutenção da regulamentação atual.

Justificar a opção escolhida, inclusive a de não regular. A alternativa a ser escolhida é a da regulamentação proposta, uma vez que a gestão e a atualização do CadÚnico competem ao MDS, e o aprimoramento da regulamentação apenas reflete a alteração implementada pelo MDS de inclusão de todas as famílias beneficiárias da TSEE no processo de revisão cadastral a partir de 2016.

Análise de custo-benefício: Descrever e mensurar os custos e os benefícios, em termos financeiros, da regulação para os

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* O formulário de Análise de Impacto Regulatório é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

principais grupos afetados. O custo de notificação das famílias com o cadastro desatualizado passará das distribuidoras para o MDS, sendo evitada também a duplicidade de notificação das famílias que recebem o PBF e a TSEE. Haverá custos financeiros de adaptação de sistemas, pois o processo de validação semestral realizado pela ANEEL e pelo MDS será alterado, entretanto, estima-se que tais custos não serão significativos. Em relação ao desembolso da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, as famílias com cadastro desatualizado têm o potencial de ficar mais tempo recebendo a TSEE, a depender do cronograma estabelecido pelo MDS para que a atualização cadastral seja realizada. Entretanto, famílias excluídas do cadastro terão o benefício da TSEE mais rapidamente cancelado, o que pode gerar um efeito de compensação. Elencar custos e benefícios não financeiros. Avaliar os riscos envolvidos nas alternativas consideradas. Entre os custos e benefícios não financeiros observa-se que o setor elétrico reforçará o seu papel de usuário do CadÚnico, sendo que a ANEEL e as distribuidoras passarão a observar os procedimentos de revisão cadastral estabelecidos pelo MDS, gestor do CadÚnico. Também melhorará a compreensão das famílias sobre o processo, bem como a operacionalização das prefeituras, pois haverá um único prazo, estabelecido pelo MDS, para que a atualização cadastral seja realizada. Análise do estoque regulatório: O regulamento proposto implica alteração e/ou revogação de outro regulamento existente? Caso afirmativo, discriminar. Sim. Altera os artigos 8º, 9º, 28 e 146 da REN no 414/2010, os artigos 3º e 3º-A da REN no 472/2012. Há ainda a proposta de revogar a REN no 295/2007. Avaliar a correlação entre a regulação proposta e o estoque regulatório. A regulamentação proposta se relaciona com a REN no 414/2010 e com a REN no 472/2012.

Acompanhamento dos efeitos do regulamento proposto: Propor alternativas para acompanhamento dos efeitos do regulamento proposto. A ANEEL (SRD) fará o acompanhamento da efetividade do regulamento, pois receberá atuará em conjunto com o MDS e com as distribuidoras para operacionalização dos novos procedimentos a partir de 2016. Nesse sentido, as informações do MDS em relação ao processo de revisão cadastral serão repassadas para a ANEEL e para as distribuidoras, sendo possível verificar no processo de validação anual e nos relatórios mensais encaminhados pelas empresas se as ações foram efetivadas.