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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência. Nota Técnica n° 0007/2012-SRD/ANEEL Em 31 de janeiro de 2012. Processo n°: 48500.006011/2011-50 Assunto: Estabelecimento dos limites de continuidade DEC e FEC dos conjuntos da Caiuá Distribuição de Energia S/A CAIUÁ-D, para o ano 2013 a 2016. I. DO OBJETIVO Apresentar os procedimentos e a metodologia utilizada para o estabelecimento dos limites dos indicadores de continuidade coletivos Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora DEC e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora FEC dos conjuntos de unidades consumidoras da CAIUÁ-D, para o ano de 2013 a 2016. II. DOS FATOS 2. O Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional PRODIST definem os atributos que caracterizam os conjuntos de unidades consumidoras, conforme item 2.7 da seção 8.2 do PRODIST: 2.7 Os conjuntos serão caracterizados pelos seguintes atributos: a) área em quilômetros quadrados (km 2 ); b) extensão da rede MT, segregada em urbana e rural, em quilômetros (km); c) energia consumida nos últimos 12 meses, segregada pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes, em megawatt-hora (MWh); d) número de unidades consumidoras atendidas, segregadas pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes; e) potência instalada em kilovolt-ampère (kVA); f) padrão construtivo da rede (aérea ou subterrânea); g) localização (sistema isolado ou interligado). 3. O item 5.10.2 da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que: 5.10.2 No estabelecimento dos limites de continuidade para os conjuntos de unidades consumidoras será aplicado o seguinte procedimento: a) seleção dos atributos relevantes para aplicação de análise comparativa; b) aplicação de análise comparativa, com base nos atributos selecionados na alínea “a”; c) cálculo dos limites para os indicadores DEC e FEC dos conjuntos de unidades consumidoras de acordo com o desempenho dos conjuntos; e

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

Nota Técnica n° 0007/2012-SRD/ANEEL

Em 31 de janeiro de 2012.

Processo n°: 48500.006011/2011-50

Assunto: Estabelecimento dos limites de continuidade DEC e FEC dos conjuntos da Caiuá Distribuição de Energia S/A – CAIUÁ-D, para o ano 2013 a 2016.

I. DO OBJETIVO

Apresentar os procedimentos e a metodologia utilizada para o estabelecimento dos limites

dos indicadores de continuidade coletivos Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – DEC e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – FEC dos conjuntos de unidades consumidoras da CAIUÁ-D, para o ano de 2013 a 2016. II. DOS FATOS 2. O Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional

– PRODIST definem os atributos que caracterizam os conjuntos de unidades consumidoras, conforme item 2.7 da seção 8.2 do PRODIST:

“2.7 Os conjuntos serão caracterizados pelos seguintes atributos: a) área em quilômetros quadrados (km2); b) extensão da rede MT, segregada em urbana e rural, em quilômetros (km); c) energia consumida nos últimos 12 meses, segregada pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes, em megawatt-hora (MWh); d) número de unidades consumidoras atendidas, segregadas pelas classes residencial, industrial, comercial, rural e outras classes; e) potência instalada em kilovolt-ampère (kVA); f) padrão construtivo da rede (aérea ou subterrânea); g) localização (sistema isolado ou interligado).”

3. O item 5.10.2 da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que:

“5.10.2 No estabelecimento dos limites de continuidade para os conjuntos de unidades consumidoras será aplicado o seguinte procedimento: a) seleção dos atributos relevantes para aplicação de análise comparativa; b) aplicação de análise comparativa, com base nos atributos selecionados na alínea “a”; c) cálculo dos limites para os indicadores DEC e FEC dos conjuntos de unidades consumidoras de acordo com o desempenho dos conjuntos; e

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Fl. 2 da Nota Técnica n° 0007/2012-SRD/ANEEL, de 31/01/2012

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d) análise por parte da ANEEL, com a definição dos limites para os indicadores DEC e FEC.”

4. Ainda, o item 5.10.3 da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST estabelece que:

“Os valores dos limites anuais dos indicadores de continuidade dos conjuntos de unidades consumidoras serão disponibilizados por meio de audiência pública e serão estabelecidos em resolução específica, de acordo com a periodicidade da revisão tarifária da distribuidora.”

5. A ANEEL apresentou à CAIUÁ-D proposta preliminar de limites para os indicadores DEC e FEC por meio do Ofício n. 0260/2011-SRD/ANEEL, de 18 de novembro de 2011. No referido ofício também ficou estabelecido um cronograma com as etapas a serem seguidas pela distribuidora e pela ANEEL. 6. Em 9 de dezembro de 2011, por meio da Carta 6.216/2011/X-VPE, a CAIUÁ-D apresentou sua manifestação ao ofício citado anteriormente, propondo diferentes indicadores de DEC e FEC ao originalmente encaminhado pela SRD/ANEEL.

III. DA ANÁLISE 7. O objetivo desta nota técnica é apresentar os procedimentos adotados para aplicação da análise comparativa de forma a estabelecer os limites de DEC e FEC e a análise final dos limites de forma a considerar questões diversas da área de concessão da CAIUÁ-D, não visualizadas pelo modelo matemático. 8. Os limites para os conjuntos da CAIUÁ-D foram estabelecidos para o segundo ciclo de revisão tarifária da distribuidora por meio da Resolução Autorizativa n. 1.589, de 7 de outubro de 2008, para os anos de 2009 a 2012. Posteriormente, os limites referentes aos anos de 2011 e 2012 para os novos conjuntos da CAIUÁ-D foram estabelecidos por meio da Resolução Autorizativa n. 2.661, de 28 de dezembro de 2010. 9. Dessa forma, propõe-se nesta nota técnica o estabelecimento dos limites dos conjuntos da CAIUÁ-D para o período de 2013 a 2016 de acordo com o cronograma para o processo estabelecido para o 3º ciclo de revisão tarifária da distribuidora. III.1 APLICAÇÃO DA ANÁLISE COMPARATIVA 10. Os limites dos indicadores coletivos DEC e FEC são considerados como referência, dadas as características do conjunto de unidades consumidoras, para uma continuidade média a ser fornecida pela distribuidora aos consumidores pertencentes ao conjunto. 11. Para o estabelecimento dos limites, foram analisados os atributos estabelecidos no item 2.7 da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST. Os atributos foram encaminhados pelas distribuidoras para cada um de seus conjuntos de unidades consumidoras. Destaca-se que os atributos representam um conjunto de informações disponíveis para um modelo matemático – especificamente, um método de análise de agrupamentos. As variáveis que efetivamente servirão de entrada para o método de agrupamento serão definidas com base nos atributos disponíveis, havendo a possibilidade de formação de variáveis por

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combinação dos atributos. Por exemplo, pode-se compor uma variável que represente a densidade de um conjunto através da relação da energia consumida com a área. 12. Uma vez que a redundância de variáveis de entrada não é desejável em análises de agrupamento, torna-se fundamental a análise e seleção do menor número possível de variáveis que representem as características fundamentais que diferenciam os conjuntos em termos de continuidade do serviço. A seleção dessas variáveis para aplicação da análise comparativa evita a redundância de informações, o que levaria à atribuição de um peso maior para uma característica.

13. As variáveis de entrada foram selecionadas por meio de Análise Fatorial e Análise de Correlações e constam na Tabela I. O procedimento para a seleção de variáveis está detalhado na Nota Técnica n. 048/2010-SRD/ANEEL.

Tabela I – Variáveis utilizadas para aplicação da análise comparativa.

Variável Sigla Unidade

Área do Conjunto Area km²

Extensão de Rede MT Urbana ERMT_Urb km

Extensão de Rede MT Rural ERMT_Rur km

Número de Unidades Consumidoras Total NUC

Consumo Médio – Classe Residencial MWh_NUC_Res MWh

Consumo Médio – Classe Industrial MWh_NUC_Ind MWh

Consumo Médio – Classe Comercial MWh_NUC_Com MWh

Consumo Médio – Classe Rural MWh_NUC_Rur MWh

Energia Consumida por Potência Instalada MWh_kVA MWh/kVA

Número de Unidades Consumidoras por Área NUC_Area km-2

Percentual de Unidades Consumidoras – Classe Residencial Perc_NUC_Res %

Percentual de Unidades Consumidoras – Classe Industrial Perc_NUC_Ind %

Percentual de Unidades Consumidoras – Classe Comercial Perc_NUC_Com %

14. Estabelecidas as variáveis que irão caracterizar os conjuntos, busca-se agrupar os conjuntos semelhantes por meio de técnicas estatísticas de agrupamento. Para aplicação de qualquer método de agrupamento é necessário adotar uma medida de similaridade. A medida de similaridade adotada é a distância Euclidiana. Tal medida é sensível a diferentes escalas ou magnitudes entre as variáveis, sendo necessária uma padronização dos dados. A padronização adotada (escore Z) foi obtida pela subtração da média e divisão do desvio padrão para cada variável. 15. O método de agrupamento adotado foi o dinâmico, que dado um conjunto de referência, identifica os conjuntos mais semelhantes a este por meio da distância euclidiana entre os conjuntos, considerando-se as variáveis padronizadas. Dessa forma, para cada conjunto de referência é formado um agrupamento de conjuntos que são os mais comparáveis a ele.

16. Para aplicação do método dinâmico foram adotados os parâmetros informados na Tabela II. O grau de heterogeneidade máximo permitido foi obtido conforme Equação (1).

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Tabela II – Parâmetros do método dinâmico para os conjuntos elétricos e os treze atributos selecionados.

Parâmetro Valor

Heterogeneidade 20%

Mínimo de Conjuntos Semelhantes 50

Número Desejável de Conjuntos Semelhantes 100

1003

)(

k

DistMaxidadeHeterogene

jiP

i (1)

onde:

– distância euclidiana do conjunto i para o conjunto j;

i – índice do conjunto de referência; j – conjuntos próximos ao conjunto i; k – número de atributos.

17. Para a obtenção dos limites de DEC e FEC foi considerada a média dos valores apurados dos conjuntos nos últimos três anos. Os conjuntos semelhantes foram ordenados de acordo com a média do DEC apurado e o percentil 20 foi aplicado para obter o limite dos conjuntos pertencentes ao sistema interligado. Já para os conjuntos que não estão conectados ao sistema interligado foi considerado o percentil 50. O mesmo procedimento foi adotado para estabelecer os limites de FEC. Os conjuntos subterrâneos foram analisados conjuntamente (considerados semelhantes), e os limites de DEC e FEC foram obtidos aplicando-se o percentil 50.

18. A transição dos limites já estipulados para os patamares dos limites obtidos utilizando o percentil é feita gradualmente, através de limites anuais decrescentes, calculados da seguinte forma:

finalTt

finalt LimiteLimitese

Limite

LimiteLimiteLimite 0

0

0 (2)

finalt LimiteLimiteseLimiteLimite 00

(3)

onde: T - período de transição, considerado de 8 anos; t – ano em que se deseja calcular os limites; Limitet - limite a ser calculado para o ano t; Limite0 - último limite já estabelecido para o conjunto; Limitefinal - limite obtido aplicando o percentil. 19. Vale ressaltar que os limites dos conjuntos são estabelecidos como valores inteiros, razão pela qual se toma o primeiro inteiro superior dos valores calculados nas equações (2) e (3).

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III.2 ANÁLISE DOS LIMITES PROPOSTOS PARA A CAIUÁ-D 20. Os resultados obtidos da aplicação da análise comparativa são valores iniciais, advindos de um modelo matemático. Baseado em manifestações da distribuidora e em informações diversas, realiza-se uma análise posterior à modelagem matemática para, enfim, disponibilizar os valores em Audiência Pública. Somente após a análise das contribuições os limites finais serão estabelecidos. 21. A ANEEL enviou à CAIUÁ-D, por meio do Ofício n. 260/2011-SRD/ANEEL, proposta de limites para os conjuntos da distribuidora. Tal proposta foi obtida pela aplicação da metodologia comparativa, descrita na seção anterior.

22. A CAIUÁ-D apresentou manifestação quanto à proposta encaminhada pela ANEEL, por meio da Carta 6.216, de 9 de dezembro de 2011, conforme Tabela III.

Tabela III - Contraproposta de limites apresentada pela CAIUÁ-D.

Conjunto

DEC (horas) FEC (nº de interrupções)

2013 2014 2015 2016 2013 2014 2015 2016

ADAMANTINA 13,00 11,00 10,00 9,00 11,00 10,00 8,00 8,00

ALVARES MACHADO 11,00 11,00 10,00 10,00 13,00 13,00 11,00 10,00

ENEIDA 15,00 14,00 14,00 13,00 15,00 14,00 13,00 12,00

LUCELIA 12,00 11,00 10,00 9,00 14,00 13,00 13,00 11,00

MARTINOPOLIS 13,00 12,00 11,00 10,00 15,00 13,00 12,00 11,00

OSVALDO CRUZ 7,00 7,00 7,00 7,00 7,00 7,00 7,00 7,00

PRES. EPITACIO 13,00 12,00 11,00 11,00 14,00 13,00 12,00 12,00

PRES. PRUDENTE 1 8,00 8,00 8,00 7,00 12,00 11,00 10,00 10,00

PRES. PRUDENTE 3 6,00 6,00 6,00 6,00 8,00 8,00 7,00 7,00

PRES. PRUDENTE 4 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00

PRES. PRUDENTE 5 6,00 6,00 6,00 6,00 7,00 7,00 7,00 7,00

PRES. VENCESLAU 10,00 10,00 9,00 8,00 12,00 11,00 10,00 10,00

SANTO ANASTACIO 11,00 11,00 11,00 10,00 14,00 13,00 12,00 11,00

Legenda (variação em relação à proposta da ANEEL):

Elevação de 1 ponto Redução de 1 ponto

Elevação de 2 pontos

Elevação de 3 pontos

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23. A CAIUÁ-D solicita elevação dos limites de DEC e FEC dos conjuntos Álvares Machado, Eneida, Lucélia e Pres. Epitácio, com consequente redução dos limites dos conjuntos Adamantina, Pres. Venceslau e Santo Anastácio. A CAIUÁ-D argumenta que para alcançar os níveis propostos pela ANEEL para o DEC (13 para 10 horas) e o FEC (14 para 11 interrupções) no conjunto Pres. Epitácio (13 para 10 horas) serão necessários investimentos de grande vulto, como construção de uma linha em 138 kV entre as subestações de Presidente Epitácio e Presidente Venceslau, além de adequações nessas subestações. 24. A CAIUÁ-D ainda afirmou que nessa estimativa não foram tratadas as dificuldades com as liberações ambientais, a topografia acidentada e o trajeto irregular, entraves que normalmente surgem nessa região.

25. Além disso, a CAIUÁ-D informou que está inserida no Polígono dos Tornados, onde apresenta frequentes temporais com fortes chuvas, ventos e descargas atmosféricas. Face às características do seu sistema elétrico e a severidade das mudanças climáticas, a distribuidora propõe pequenos ajustes nos limites propostos para os conjuntos Lucélia e Álvaro Machado.

26. Quanto ao argumento apresentado para o conjunto Pres. Epitácio, a distribuidora informou apenas que uma das hipóteses para a redução dos indicadores de continuidade era a construção de uma linha em 138 kV. A distribuidora não analisou a melhor alternativa do ponto de vista dos benefícios e dos custos associados a cada solução para atingir os objetivos desejados pelo Regulador. A redução dos indicadores DEC e FEC pode ser realizada, além da implantação de obras, de outras maneiras, tais como: melhoria da logística de atendimento às ocorrências, aumento de equipes de prontidão, elevação da frequência de manutenções programadas, entre outras. Assim, a alegação da distribuidora, que afirma ser necessária nova linha de 138 kV para uma redução dos indicadores, não se justifica.

27. Quanto à severidade das mudanças climáticas que vêm provocando temporais e afetando os indicadores de continuidade, não foram apresentados, pela CAIUÁ-D, fatos que demonstrem que seus conjuntos sejam mais afetados por esses eventos. 28. Ademais, a proposta apresentada pela CAIUÁ-D não reduz a uniformidade dos limites dos conjuntos apresentados originalmente, apesar de a distribuidora manter praticamente os limites globais dos indicadores DEC e FEC para os anos do período de 2013 a 2016. A distribuidora ainda propõe para o ano de 2016 um conjunto com limite de DEC de 13 horas, enquanto a SRD/ANEEL propõe o limite de 11 horas, reduzindo os conjuntos que possuem os maiores limites. 29. Desse modo, a SRD propõe a manutenção dos limites propostos para esses conjuntos no Ofício nº 0260/2011-SRD/ANEEL.

30. A CAIUÁ-D possui 13 conjuntos de unidades consumidoras em sua área de concessão. Na Tabela IV é apresentada uma estatística das variáveis consideradas na análise comparativa. Percebe-se que a CAIUÁ-D possui áreas bastante concentradas, como o conjunto denominado de Presidente Epitácio 3 que possui 985,86 consumidores por quilômetro quadrado e áreas bastante dispersas, como o conjunto Eneida que possui 5,47 consumidores por quilômetro quadrado.

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Tabela IV – Estatísticas das variáveis dos conjuntos da CAIUÁ-D.

Variável Média Desvio Padrão

Mínimo Máximo

AREA (km2) 703,77 591,25 30,35 1810,43

NUC 16212 9203 1098 37338

NUC/AREA (NUC/ km2) 128,12 273,58 5,47 985,86

Rede_Urbana (km) 408,72 329,61 20,62 1162,90

Rede_Rural (km) 84,33 42,67 0,00 166,18

Consumo/NUC_Res (MWh/NUC_Res) 2,02 0,24 1,58 2,47

Consumo/NUC_Ind (MWh/NUC_Ind) 38,06 34,89 1,93 123,39

Consumo/NUC_Com (MWh/NUC_Com) 11,26 5,47 4,92 24,54

Consumo/NUC_Rur (MWh/NUC_Rur) 4,67 1,20 3,15 6,78

Perc_NUC_Res (%) 0,82 0,05 0,74 0,90

Perc_NUC_Ind (%) 0,02 0,01 0,01 0,05

Perc_NUC_Com (%) 0,08 0,02 0,03 0,12

Consumo_Potência (MWh/kVA) 1,50 0,33 0,99 2,08

31. Em relação aos limites propostos para o período 2013 a 2016, a proposta é uma redução média geométrica anual de 4,4% no DEC e 5,8% no FEC. Destaca-se que os limites estão sendo reduzidos nos conjuntos que possuem os maiores limites de forma a uniformizar a continuidade do fornecimento na área de concessão. 32. Nas figuras 1 e 2 são apresentados os histogramas dos limites de 2012 (vigentes) a 2016 (propostos) dos conjuntos da CAUIÁ-D. Para o DEC, verifica-se uma redução no número de conjuntos com limite superior a 11 e um aumento do número de conjuntos com limites entre 9 e 10 em 2016. Já para o FEC, não haverá mais conjuntos com limites superiores a 11 nesse mesmo ano. Com base nos histogramas apresentados, a proposta para o período de 2013 a 2016 irá reduzir a distância entre os limites dos conjuntos, levando a uma maior uniformização da continuidade prestada pela distribuidora aos seus consumidores.

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Figura 1 – Histograma do limite do DEC dos conjuntos da CAIUÁ-D.

Figura 2 – Histograma do limite do FEC dos conjuntos da CAIUÁ-D.

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33. Na Figura 3 é apresentado o histórico de apuração global da CAIUÁ-D. Percebe-se que a distribuidora possui apuração inferior aos limites globais. Os limites para o período de 2013 a 2016 foram obtidos considerando o número de unidades consumidoras de 2010.

Figura 3 – Histórico de apuração dos indicadores globais da CAIUÁ-D.

34. A distância entre os valores apurados e os limites apontados nas figuras anteriores leva a crer que a distribuidora possui uma relativa folga entre esses valores. Torna-se, portanto, necessário verificar a coerência dos limites propostos. Como forma de avaliar os limites globais da CAIUÁ-D, foram analisados os limites das distribuidoras do mesmo porte da empresa localizadas na região Sudeste. Os limites são apresentados nas Figuras 4 e 5. Os valores para o período de 2013 a 2016 para as distribuidoras ainda não foram estabelecidos.

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Figura 4 – Limites de DEC de distribuidoras da região Sudeste.

Figura 5 – Limites de FEC de distribuidoras da região Sudeste.

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35. No período 2013 a 2016 os limites propostos para a CAIUÁ-D para o DEC são os menores em relação aos limites das distribuidoras analisadas. Em relação ao FEC, os limites propostos estão na média das demais distribuidoras. Dessa comparação, não há como afirmar que os limites propostos para a CAIUÁ-D estão altos, e a relativa folga que a distribuidora possui se deve a seu desempenho. 36. Na Tabela V são apresentados os limites propostos para os conjuntos da CAIUÁ-D, para o período de 2013 a 2016.

Tabela V – Proposta de limites de DEC e FEC para os conjuntos de unidades consumidoras da CAIUÁ-D.

Código

Conjunto de Unidades Consumidoras

DEC (Horas) FEC (Interrupções) Nº de UCs

2013 2014 2015 2016 2013 2014 2015 2016

12724 ADAMANTINA 13 11 10 9 11 10 9 8 14.262

12725 ALVARES MACHADO 11 10 10 9 13 12 11 10 9.917

12732 ENEIDA 14 13 12 11 15 14 12 11 1.098

12735 LUCELIA 12 11 10 9 13 11 10 9 7.309

12739 MARTINOPOLIS 13 12 11 10 15 14 12 11 12.405

12742 OSVALDO CRUZ 7 7 7 7 7 7 7 7 18.959

12745 PRESIDENTE EPITACIO 13 12 11 10 14 13 12 11 16.765

12748 PRESIDENTE PRUDENTE 1 8 8 8 7 12 11 10 10 16.639

12751 PRESIDENTE PRUDENTE 3 6 6 6 6 8 8 7 7 29.921

12755 PRESIDENTE PRUDENTE 4 6 6 6 6 6 6 6 6 37.338

12757 PRESIDENTE PRUDENTE 5 6 6 6 6 7 7 7 7 13.291

12761 PRESIDENTE VENCESLAU 10 10 9 9 12 11 10 10 16.413

12766 SANTO ANASTACIO 12 12 12 11 15 14 13 12 16.445

IV. DO FUNDAMENTO LEGAL 37. Os dispositivos legais aplicáveis ao caso são:

a) art. 6º da Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; b) art. 2º da Lei n. 9.427, de 26 de dezembro de 1996; c) art. 25 da Lei n. 9.074, de 7 de julho de 1995; d) Resolução ANEEL n. 395, de 15 de dezembro de 2009; e

Page 12: Nota Técnica n° 0084/2007-SRD/ANEEL - idec.org.br · da seção 8.2 do Módulo 8 do PRODIST. Os atributos foram encaminhados pelas distribuidoras para cada um de seus conjuntos

Fl. 12 da Nota Técnica n° 0007/2012-SRD/ANEEL, de 31/01/2012

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.

e) Módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST.

V. DA CONCLUSÃO 38. Conclui-se que os limites dos indicadores DEC e FEC estabelecidos para a CAIUÁ-D estão de acordo com a regulamentação vigente, e são adequados à realidade da distribuidora. VI. DA RECOMENDAÇÃO 39. Recomenda-se que os limites para os indicadores DEC e FEC apresentados nesta Nota Técnica sejam submetidos à Audiência Pública para análise e contribuição da sociedade.

AILSON DE SOUZA BARBOSA Especialista em Regulação

SRD

RENATO EDUARDO FARIAS DE SOUSA Especialista em Regulação

SRD

De acordo:

IVAN MARQUES DE TOLEDO CAMARGO Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição