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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência * Nota Técnica n o 34/2013-SEM-SRG/ANEEL Em 25 de março de 2013. Processos: 48500.004948/2012-71. Assunto: Encerramento da Audiência Pública n o 18/2013. “Discutir o desfazimento ou não da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013 e obter subsídios e informações adicionais para o regulamento que estabelece que, para o ano de 2013, a sazonalização ocorra de forma flat, tal como previsto na premissa 3.9 do Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, podendo ser modificada para os meses a partir de abril, inclusive.” SUMÁRIO I - DO OBJETIVO ........................................................................................................................................................................... 2 II - DOS FATOS ............................................................................................................................................................................. 2 III - DA ANÁLISE ............................................................................................................................................................................ 5 III.I. Das Preliminares quanto à concessão do efeito suspensivo................................................................................................. 6 III.II. Da definição do prazo para a sazonalização da garantia física ............................................................................................ 7 Fluxograma 1 – Cronologia decorrente da renovação das concessões ........................................................................ 9 Fluxograma 2 – Cronologia decorrente da renovação das concessões ........................................................................ 9 Fluxograma 3 – Sazonalização de Contratos de Energia e de Garantia Física ........................................................... 11 III.III. Dos impactos da suspensão da liquidação do Mercado de Curto Prazo identificados pela CCEE...................................... 15 III.IV. Da alegação de enriquecimento sem causa constante da Petição.................................................................................... 17 III.V. Das contribuições da Audiência Pública ........................................................................................................................... 19 III.V.I. Da melhoria da eficiência regulatória......................................................................................................................... 19 III.V.II. Da eventual nova sazonalização .............................................................................................................................. 19 Tabela 1 – Quadro resumo das propostas................................................................................................................. 23 III.V.III. Da falsa impressão de que o prejuízo vivenciado pelos agentes distribuidores não pode ser recuperado .................. 24 Tabela 2 – Simulação de usinas ............................................................................................................................... 24 Tabela 3 – Exposição líquida anual ........................................................................................................................... 25 III.V.IV. Da Resolução CNPE n o 3/2013............................................................................................................................... 25 Gráfico 1 – Projeção PLD ........................................................................................................................................................ 27 IV. DO FUNDAMENTO LEGAL..................................................................................................................................................... 28 V. DA CONCLUSÃO..................................................................................................................................................................... 28 VI. DAS RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................................................................... 30

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL

Em 25 de março de 2013.

Processos: 48500.004948/2012-71. Assunto: Encerramento da Audiência Pública

no 18/2013. “Discutir o desfazimento ou não da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013 e obter subsídios e informações adicionais para o regulamento que estabelece que, para o ano de 2013, a sazonalização ocorra de forma flat, tal como previsto na premissa 3.9 do Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, podendo ser modificada para os meses a partir de abril, inclusive.”

SUMÁRIO

I - DO OBJETIVO ........................................................................................................................................................................... 2 II - DOS FATOS ............................................................................................................................................................................. 2 III - DA ANÁLISE ............................................................................................................................................................................ 5

III.I. Das Preliminares quanto à concessão do efeito suspensivo ................................................................................................. 6 III.II. Da definição do prazo para a sazonalização da garantia física ............................................................................................ 7

Fluxograma 1 – Cronologia decorrente da renovação das concessões ........................................................................ 9 Fluxograma 2 – Cronologia decorrente da renovação das concessões ........................................................................ 9 Fluxograma 3 – Sazonalização de Contratos de Energia e de Garantia Física ........................................................... 11

III.III. Dos impactos da suspensão da liquidação do Mercado de Curto Prazo identificados pela CCEE ...................................... 15 III.IV. Da alegação de enriquecimento sem causa constante da Petição.................................................................................... 17 III.V. Das contribuições da Audiência Pública ........................................................................................................................... 19

III.V.I. Da melhoria da eficiência regulatória ......................................................................................................................... 19 III.V.II. Da eventual nova sazonalização .............................................................................................................................. 19

Tabela 1 – Quadro resumo das propostas ................................................................................................................. 23 III.V.III. Da falsa impressão de que o prejuízo vivenciado pelos agentes distribuidores não pode ser recuperado .................. 24

Tabela 2 – Simulação de usinas ............................................................................................................................... 24 Tabela 3 – Exposição líquida anual ........................................................................................................................... 25

III.V.IV. Da Resolução CNPE no 3/2013............................................................................................................................... 25 Gráfico 1 – Projeção PLD ........................................................................................................................................................ 27

IV. DO FUNDAMENTO LEGAL ..................................................................................................................................................... 28 V. DA CONCLUSÃO..................................................................................................................................................................... 28 VI. DAS RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................................................................... 30

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(Fl. 2 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

I - DO OBJETIVO

Apresentar análise das contribuições recebidas no âmbito da Audiência Pública em epígrafe e emitir parecer técnico que subsidie deliberação colegiada da Diretoria da ANEEL.

II - DOS FATOS

2. Em 03/08/2000, a ANEEL emitiu a Resolução ANEEL no 290, que homologou as Regras do antigo Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, e fixou as diretrizes para a sua implantação gradual. Dentre essas, no que tange as regras do MAE, o art. 5o, VII, dessa Resolução estabeleceu que, para a operação no MAE, “os agentes de geração deverão informar, até 15 dias antes do início do respectivo ano civil, os montantes mensais de energia assegurada de suas usinas, observando os montantes mensais de seus contratos”.

3. Por intermédio da Resolução Normativa no 385, de 8/12/2009, foi alterado o referido art. 5o, VII, da Resolução ANEEL no 290/2000, que passou a ter a seguinte redação: “VII - Para a operação no MAE, os agentes de geração deverão informar, anualmente até dezembro, os montantes de garantia física de suas usinas, observando os montantes mensais de seus contratos”.

4. Em 11/09/2012, FOI EDITADA A MEDIDA PROVISÓRIA NO 579, DISPONDO SOBRE AS CONCESSÕES DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, SOBRE A REDUÇÃO DOS ENCARGOS SETORIAIS E SOBRE A MODICIDADE TARIFÁRIA.

5. Em 14/09/2012, FOI EDITADO O DECRETO NO 7.805, REGULAMENTANDO A MEDIDA PROVISÓRIA NO 579/2012. Foi, então, atribuída à ANEEL competência para definir, até 20 de janeiro de 2013, a alocação inicial de cotas de garantia física de energia e de potência, observado o mercado de cada distribuidora e o equilíbrio na redução das tarifas.

6. Em 12/11/2012, por meio do Despacho SEM no 3.572, a SEM aprovou o 3o conjunto dos Procedimentos de Comercialização - PdCs aplicáveis ao Novo Sistema de Contabilização e Liquidação - NSCL, cujo submódulo 3.3 estabelece que, CASO O AGENTE DA CCEE NÃO REGISTRE OS DADOS ATÉ O PRAZO ESTIPULADO, ocorre automaticamente a sazonalização flat, considerando o montante anual estabelecido em ato regulatório específico.

7. Em 30/11/2012, FOI EDITADO O DECRETO NO 7.850, TAMBÉM A REGULAMENTAR A MEDIDA PROVISÓRIA NO 579/2012.

8. Em 30/11/2012, por meio da correspondência CT-CCEE-3708/2012, a CCEE solicitou a anuência da ANEEL para, em caráter excepcional e motivada pelo cronograma de implementação dos dispositivos da Medida Provisória no 579/2012 e do Decreto no 7.805/2012, proceder as seguintes alterações de cronograma relativamente à sazonalização:

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(Fl. 3 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

“Entretanto, conforme disposto no Decreto no 7.805/2012, que regulamenta a Medida Provisória no 579/2012, a ANEEL deverá divulgar até o dia 20 de janeiro de 2013 a alocação das cotas de garantia física para as distribuidoras. A partir desta publicação, a CCEE deverá registrar os Contratos de Cotas de Garantia Física e operacionalizar as cessões compulsórias de CCEARs, possibilitando então a sazonalização dos CCEARs por Quantidade e das Garantias Físicas dos Agentes.”

9. Em 5/12/2012, por meio do Ofício no 153/2012-SEM/SRG, a SEM e a SRG assim se pronunciaram:

“2. Avaliado sob o critério da coerência da medida relativamente às necessidades excepcionais decorrentes das recentes alterações legais e considerando que sua adoção trará benefícios aos agentes, na medida em que lhes será oportunizado mitigar as incertezas decorrentes da introdução do regime de cotas, estas Superintendências não observam óbice a que a CCEE proceda à alteração de cronograma de sazonalização para o ano de 2013, conforme proposto.”

10. Em 14/12/2012, foi publicada no DOU a Resolução Normativa no 521, dispondo sobre o cálculo da alocação inicial de cotas de garantia física e potência, a definição dos CCEARs sujeitos à cessão compulsória e redução de montantes e a revisão extraordinárias das tarifas de distribuição.

11. Em 11/01/2013, A MEDIDA PROVISÓRIA NO 579/2012 FOI CONVERTIDA NA LEI NO 12.783, dispondo sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, quanto à redução dos encargos setoriais e à modicidade tarifária.

12. Em 24/1/2013, foi publicada a Resolução Homologatória no 1.410, estabelecendo as cotas-partes para o ano de 2013, referentes à energia das usinas cuja concessão foi renovada nos termos da Lei no 12.783/2013, a serem alocadas às distribuidoras do Sistema Interligado Nacional em 2013 e os montantes finais de CCEARs, objetos de cessão, redução ou descontratação.

13. Em 28/01/2013, foi publicada a Resolução Normativa no 533, aprovando as Regras de Comercialização de Energia Elétrica aplicáveis ao Novo Sistema de Contabilização e Liquidação – NOVO SCL. Retificada de redação em 20/02/2013.

14. Em 29/01/2013, foi publicado pela CCEE o Comunicado 046/13, informando que os prazos previstos no cronograma de operações (divulgado no Comunicado 038/13) para o processo de sazonalização dos Contratos CCEAR por quantidade e Garantia Física seriam postergados, com o respectivo cronograma.

15. Em 30/01/2013, foi publicada a retificação da Resolução Homologatória no 1.410.

16. De 31/01/2013 a 06/02/2013, foi realizada a sazonalização dos contratos CCEAR por quantidade.

17. De 07/02/2013 a 15/02/2013, foi realizada a sazonalização das garantias físicas das usinas.

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(Fl. 4 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

18. Em 13/2/2013, foi publicado o Despacho SEM no 335 que aprovou o cronograma das atividades referentes às liquidações financeiras centralizadas das cotas de garantia física e potência e das cotas-parte das usinas Angra 1 e 2. No âmbito do citado cronograma, o item (II) do Despacho alterou o prazo para sazonalização de garantia física para o período de 7 a 15 de fevereiro de 2013, convalidando a anuência dada por meio do Ofício no 153/2012-SEM/SRG/ANEEL. O referido cronograma foi informado aos agentes por meio do Comunicado 046/2013 da CCEE.

19. Em 1/03/2013, foi publicada a retificação da Resolução Normativa no 521/2012.

20. Em 6/3/2013, a CCEE tornou disponíveis relatórios com os resultados do processamento da contabilização de janeiro de 2013, para liquidação de débitos e créditos em 12 e 13/3/2013, respectivamente.

21. Em 7/3/2013, a Centrais Elétricas Brasileiras S/A - ELETROBRÁS requereu à ANEEL:

“(i) Primeiramente, que seja determinada a suspensão dos efeitos do item II do Despacho nº 335/2013, até que seja proferida decisão final a respeito do objeto do presente requerimento; (ii) Quanto ao mérito do requerimento, requer a anulação do item II Despacho nº 335/2013, com a emissão de novo ato pela ANEEL, o qual determine que para o período de janeiro a fevereiro de 2013 a sazonalização ocorra flat, tal como na hipótese prevista no Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização.”

22. Também em 7/3/2013, na sessão de Sorteio Público Extraordinário no 007/2013, o processo foi distribuído ao Diretor Edvaldo Alves de Santana.

23. Em 8/3/2013 foi publicado o Despacho no 627, no qual o Diretor-Geral da ANEEL resolveu:

“conceder o efeito suspensivo ativo requerido por CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A - ELETROBRÁS, para suspender os efeitos do item II do Despacho no 335-SEM/ANEEL, de 8 de fevereiro de 2013, e para determinar que a Câmara de Comercialização de Energia - CCEE suspenda a liquidação e cobrança de valores que decorram da aplicação do disposto no item II do referido despacho, até a decisão final de mérito, por se encontrar presente o requisito de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação ensejador da suspensividade.”

24. Em 8/3/2013, por meio do Memorando no 57, o Diretor-Relator solicitou Parecer da Procuradoria acerca da legalidade do Despacho SEM no 335/2013 e, por meio do Memorando no 58, solicitou à SEM e SRG (i) análise sobre o pleito da Eletrobrás de que, para o período de janeiro a fevereiro de 2013, a sazonalização ocorra flat, tal como previsto no Submódulo 3.3 dos PdCs; (ii) propostas de como tratar os meses subsequentes; e (iii) análise das consequências de manter a suspensão da liquidação conforme Despacho no 627/2013.

25. Em 11/3/2013, por meio do Parecer no 0129/2013-PGE/ANEEL, a Procuradoria concluiu pela ausência de competência da SEM para alterar o prazo para sazonalização e que a Diretoria deveria, de ofício, reconhecer o vício de competência e invalidar o Despacho SEM no 335/2013, estendendo os efeitos da

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(Fl. 5 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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invalidação ao Ofício no 153/2012-SEM/SRG/ANEEL. Operada a anulação, a Diretoria deveria determinar a realização da sazonalização flat automática dos montantes de garantia física para os meses de janeiro e fevereiro de 2013.

26. Em 11/3/2013, a SEM e a SRG emitiram o Memorando no 80/2013, aduzindo posicionamento técnico solicitado pelo Memorando no 57/2013-DR/ANEEL.

27. Em 12/03/2013, a Diretoria da ANEEL convalidou o Despacho no 627, instaurou a Audiência Pública no 18/2013 e determinou à SEM que, “a partir de estudos conjuntos a serem realizados com a CCEE, proponha à Diretoria da ANEEL, em um prazo de 120 dias, a definição de limites máximos para os efeitos da sazonalização, de modo a evitar discussões tais como as decorrentes do caso aqui em discussão.”

28. De 13 a 22 de março, foi realizada a Audiência Pública no 18/2013 mediante intercâmbio documental, objeto da presente Nota Técnica.

III - DA ANÁLISE

29. Como não houve uma proposta de regulamento submetida à Audiência Pública e, por não ter sido emitido um ato que contivesse as determinações exaradas pela Diretoria da ANEEL na sua 8ª Reunião Pública Ordinária, realizada no dia 12/03/2013, a Audiência Pública teve por objeto a decisão do Colegiado seguinte:

i. convalidar o Despacho no 627/2013, que suspendeu os efeitos do item II do Despacho no 335-SEM/ANEEL, de 8 de fevereiro de 2013, e determinou à Câmara de Comercialização de Energia - CCEE suspender a liquidação e cobrança de valores que decorram da aplicação do disposto no item II do referido Despacho, até a decisão final de mérito;

ii. pela instauração de Audiência Pública, na modalidade de intercâmbio documental, pelo período de 13 a 22/03/2013, para: (a) discutir o desfazimento ou não da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013; e (b) colher subsídios e informações adicionais para o regulamento que estabelece que, para o ano de 2013, a sazonalização ocorra de forma flat, tal como previsto na premissa 3.9 do Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, podendo ser modificada para os meses a partir de abril, inclusive; e

iii. pela determinação que a SEM, a partir de estudos conjuntos a serem realizados com a CCEE, proponha à Diretoria da ANEEL, em um prazo de 120 dias, a definição de limites máximos para os efeitos da sazonalização, de modo a evitar discussões tais como as decorrentes do caso aqui em discussão.

30. Contribuíram com a Audiência Pública no 18/2013 38 entidades: ABEEOLICA; ABIAPE; ABRACE; ABRAGEL; ABRACEEL; ABRADEE; ABRAGE; ABRAGET; APINE; ATUAL ENERGIA; BIO ENERGIAS; BPCH; BROOKFIELD; CAMERGE; CEEE-GT; CEMIG; CEP; CESP; COGEN; CGEP; COMPASS; CPFL RENOVÁVEIS; DELTA/CORUMBÁ; EDP; ELEKTRO;

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(Fl. 6 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

ELETROBRAS; ENDESA; ENERGISA; F/G AGRO; NEOENERGIA; NOVA ENERGIA; PETROBRAS; RVESA; SIMPLE ENERGY; SJC BIOENERGIA; TRACTEBEL; ÚNICA; UTE COLORADO.

III.I. Das Preliminares quanto à concessão do efeito suspensivo

31. Faz-se referência ao disposto no voto proferido pelo Diretor-Relator, litteris:

“18. O artigo 47, § 1o, da Resolução no 273, de 10/7/2007, estabelece que: “Art. 47. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. § 1o Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução da decisão recorrida, o Diretor-Geral poderá, de ofício ou a pedido, conceder efeito suspensivo ao recurso.”

19. Como se pode verificar, a competência monocrática do Diretor-Geral restringe-se à análise de concessão de efeito suspensivo a recurso, o que não é o presente caso. Por se tratar de petição, não caberia efeito suspensivo, exercido de forma monocrática. 20. Ademais, no mesmo Despacho, o Diretor-Geral fez determinação à CCEE para suspender a liquidação e cobrança de valores que decorram da aplicação do disposto no item II do referido despacho, até a decisão final de mérito. Tal decisão poderia configurar a utilização do poder geral de cautela, o que se afiguraria legítima, mas não poderia ser exercido de forma monocrática, já que segundo o art. 7, caput, do regimento interno da ANEEL, aprovado pela Portaria MME no 349/1997, compete à Diretoria, em regime de colegiado, “decidir, em instância administrativa final, as matérias relacionadas com as competências da ANEEL”. 21. Nesse sentido, não merece subsistir o Despacho no 627, de 7/3/2013, diante da falta de competência da autoridade para a prática do ato. Tal questão já foi tratada pela PGE em caso semelhante, conforme Parecer no 756/2011-PGE/ANEEL2. 22. Todavia, o ato, para produzir quaisquer efeitos, pode ser convalidado pela Diretoria Colegiada, pois, no caso, parece-me presente o justo receio de efeitos de difícil ou incerta reparação, como tento mostrar adiante. Ademais, o tratamento deve ser o mesmo que foi dado no Processo no 48500.004378/2009-14, item 10 da pauta de hoje, em que a CCEE e algumas associações, intempestivamente, requereram efeito suspensivo, que foi dado pelo Diretor-Geral, contra o Despacho SRG/SEM no 2.654/2011, que determinou a recontabilização dos PLDs nos meses de janeiro a março de 2011. A relevância do tema mostra, na minha compreensão, que agiu correto o Diretor-Geral, sem contar a isonomia e coerência do tratamento. (...) 39. Diante do exposto e do que consta do Processo 48500.004948/2012-71, voto por:

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(Fl. 7 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

(i) convalidar o Despacho no 627/2013, que suspendeu os efeitos do item II do Despacho no 335-SEM/ANEEL, de 8 de fevereiro de 2013, e determinou à Câmara de Comercialização de Energia - CCEE suspender a liquidação e cobrança de valores que decorram da aplicação do disposto no item II do referido Despacho, até a decisão final de mérito; (ii) pela instauração de Audiência Pública, na modalidade de intercâmbio documental, pelo período de 13 a 22/3/2013, para (a) discutir o desfazimento ou não da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013; (b) colher subsídios e informações adicionais para o regulamento que estabelece que, para o ano de 2013, a sazonalização ocorra de forma flat, tal como previsto na premissa 3.9 do Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, podendo ser modificada para os meses a partir de abril, inclusive.” (grifos nossos)

32. Nessa esteira, em 12 de março, a Diretoria da ANEEL, por unanimidade, acompanhou a proposição do Diretor-Relator, cabendo mencionar que, até a presente data, não houve a publicação do respectivo despacho com o teor da decisão.

III.II. Da definição do prazo para a sazonalização da garantia física

33. Alega-se a ausência de competência da SEM para proceder à alteração do prazo para sazonalização dos montantes de garantia física dos agentes de geração, fundando-se tal premissa na existência de disciplina expressa em resolução normativa (Resolução ANEEL no 290, editada em 2000 e com redação alterada em 2009).

34. Nesse sentido, lembra-se que a Portaria no 914/2008, em seu pleno vigor, delega ao titular da Superintendência de Estudos do Mercado competência para aprovar os Procedimentos de Comercialização de Energia Elétrica - PdCs referentes às NORMAS OPERACIONAIS QUE DEFINEM OS REQUISITOS E PRAZOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTO DAS ATRIBUIÇÕES DA CCEE.

35. Relevante notar que tal delegação, incondicionada, confere NATUREZA DE NORMA OPERACIONAL ao ato que defina prazos atinentes ao desenvolvimento das atribuições da CCEE. Salvo melhor juízo, não parece assistir qualquer razão para a diferenciação (hierarquia) entre os meios eleitos (resolução ou procedimento), uma vez que a competência delegada é concorrente1.

36. Não obstante o alegado vício de competência, PRETENDE-SE DEMONSTRAR QUE O PRAZO ATÉ ENTÃO ESTABELECIDO PARA A SAZONALIZAÇÃO DA GARANTIA FÍSICA, tanto por meio da Resolução ANEEL no 290/2000 quanto pelo Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, NÃO MAIS ERA COMPATÍVEL COM A NOVA ORDEM LEGAL.

1 Acaso a competência delegada fosse considerada residual, padeceria a premissa básica que admite a delegação, qual seja, que ela se dá em razão da matéria. Apenas é admissível a delegação de norma operacional (art. 13, I da Lei 9.784/1999) e, como tal, foi caracterizado o estabelecimento de prazos.

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(Fl. 8 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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37. A própria redação empregada no inciso VII do art. 5o da Resolução ANEEL no 290/2000 faz referência expressa2 à observância dos montantes mensais contratados pelos agentes de geração, o que de per si já remete à constatação da ponderação precedente.

38. A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro3 estabelece que a lei posterior revoga a anterior quando seja com ela incompatível. Eis que, com a edição: (i) da Medida Provisória no 579, em 11/09/2012; (ii) do Decreto no 7.805, em 14/09/2012; (iii) do Decreto no 7.850, em 30/11/2012; e (iv) da Lei no 12.783, em 11/01/2013, que converteu a Medida Provisória no 579/2012; O PRAZO ATÉ ENTÃO ESTABELECIDO PARA A SAZONALIZAÇÃO DA GARANTIA FÍSICA, PARA O MOMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DAS COTAS, NÃO MAIS ERA COMPATÍVEL. Assim se demonstrará adiante.

39. Para melhor compreensão da sequência dos fatos, inclusive corroborando a caracterização da derrogação, foram confeccionados os dois fluxogramas a seguir:

2 Art. 5o O Capítulo 2 das Regras do MAE, relativo a provisão de dados de entrada, fica homologado incorporando as alterações decorrentes das seguintes diretrizes: VII - Para a operação no MAE, os agentes de geração deverão informar, anualmente até dezembro, os montantes mensais de garantia física de suas usinas, observando os montantes mensais de seus contratos; 3 Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

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(Fl. 9 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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Fluxograma 1 – Cronologia decorrente da renovação das concessões

Fluxograma 2 – Cronologia decorrente da renovação das concessões

01/02/2013 01/03/20132000 01/09/2012 01/11/2012 01/12/2012 01/01/2013

REN 290SAZO

03/08/2000

REN 385SAZO

08/12/2009

MP.57911/09/2012

DEC.780514/09/2012

DESP. SEM.3572APROVA PdC's

12/11/2012

DEC.785030/11/201

CCEE À SEMSOLICITA POSTERGAÇÃO

30/11/2012

SEM/SRG À CCEEANUEMPOSTERGAÇÃO

05/12/2012

REN.521COTAS E CCEAR's

14/12/2012

LEI.1278311/01/2013

REH.1410COTAS E CCEAR's

24/01/2013

REN. 533APROVA REGRAS

28/01/2013

COMUNICADO 46/13CCEE INFORMA CRONOGRAMA

29/01/2013

REH.1410RETIFICAÇÃO30/01/2013

SAZO DOS CCEAR's QTD31/01/2013 A 06/02/2013

SAZO GARANTIAS FISICAS07/02/2013 A 15/02/2013

DESP. SEM.335CONVALIDA POSTERGAÇÃO

13/02/2013

01/03/2013

REN.521RETIFICAÇÃO

01/03/2013

CCEE DIVULGA RELATÓRIOSCONTAB. DE JANEIRO

06/03/2013

ELETROBRÁS SOLICITA SUSPENSÃO DA LIQUIDAÇÃO DE JAN. E SAZO FLAT

07/03/2013

SORTEIO PÚBLICO EXTRAORDINÁRIORELATOR DR. EDVALDO

07/03/2013

DESP.DR.GERAL.627CONCEDE EFEITO SUSP

08/03/2013

PARECER.129PROCURADORIA ANEEL

11/03/2013

MEMORANDO.80SEM - SRG11/03/2013

AUDIÊNCIA PÚBLICA 1813/03/2013 A 22/03/2013

MEMORANDOS DRSEM - SRG E PF

08/03/2013

DECISÃO DIRETORIA ANEEL

- CONVALIDA DESP.DR.GERAL.627- INSTAURA AUDIÊNCIA PÚBLICA 18- DETERMINAÇÃO DE ESTUDOS À SEM

12/03/2013

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40. Já em 2009, conforme consta da Nota Técnica no 128/2009-SEM/ANEEL (Processo: 8500.005025/2009-31), que analisou as contribuições destinadas ao aperfeiçoamento das Regras de Comercialização), versão 2010, ficava evidenciada a preocupação dos agentes quanto à sazonalização da energia assegurada - Garantia Física - das usinas, por ser essa fortemente dependente da sazonalização dos CCEARs, que por sua vez, depende da divulgação dos dados de sazonalização do Proinfa e da energia de Itaipu. Dessa forma, sugeria-se que o prazo para a sazonalização da energia assegurada das usinas fosse, no mínimo, quinze dias após o encerramento da sazonalização dos CCEARs.

41. O fato de que a sazonalização das garantias físicas das usinas de geração depende da prévia sazonalização dos contratos dos agentes de consumo é uma exigência óbvia, pois não há como vender um produto sem observar a demanda dos compradores. Tal premissa, destaque-se, está presente desde a edição da Resolução ANEEL no 290/2000, onde consta explicitamente: “VII - Para a operação no MAE, os agentes de geração deverão informar, anualmente até dezembro, os montantes de garantia física de suas usinas, OBSERVANDO OS MONTANTES MENSAIS DE SEUS CONTRATOS”. (grifo nosso)

42. O Fluxograma 3 (Sazonalização de Contratos de Energia e de Garantia Física) serve para ilustrar o processo anual de sazonalização, onde são destacadas as atividades da CCEE, dos agentes de distribuição e dos agentes de geração. O processo de sazonalização tem início com os contratos de Itaipu e PROINFA e segue com os demais contratos, de acordo com os critérios simplificadamente destacados no fluxo. Por fim, como já dito, de posse do perfil de sua venda, os agentes de geração sazonalizam suas garantias físicas.

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Fluxograma 3 – Sazonalização de Contratos de Energia e de Garantia Física

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43. Nessa direção, cumpre lembrar o cenário de dezembro de 2012, onde fica evidenciada a impossibilidade de os agentes de geração informar até o fim desse mês os montantes mensais de garantia física de suas usinas, em decorrência da edição da MP no 579/2012 e dos Decretos que a seguiram4.

44. Seguem-se os fatos: i. no último dia do ano de 2012 findou o prazo do produto 2005-08 originado do 1º

Leilão de Energia Existente - LEE, realizado em dezembro de 2004, ou seja dos CCEARs que tiveram início em 01/01/2005, com prazo de suprimento de oito anos, portanto terminando em 31/12/2012, no montante total de 8.163 MWmédios;

ii. no decorrer de 2012, outros 265 MWmédios, originados de contratos bilaterais, foram descontratados;

iii. tais montantes comporiam o chamado “montante de reposição”, a ser recontratado para 2013 e seguintes por meio de leilão de energia existente, que seria realizado em 2012 - “Leilão A-1/2012”;

iv. por força da publicação da MP no 579/2012, contudo, o Leilão A-1/2012 não pode ser concretizado, em razão de:

a) não se conhecer os montantes a serem demandados pelas distribuidoras e pelos consumidores com contratos de fornecimento alcançados pelo art. 22 da Lei no 11.943/2009, já que ALOCAÇÃO DE COTAS DE GARANTIA FÍSICA E POTÊNCIA PARA O ANO DE 2013 REFERENTES À ENERGIA DAS USINAS CUJA CONCESSÃO FOI RENOVADA NOS TERMOS DA LEI NO 12.783/2013 SÓ FOI CONCLUÍDA EM 24/01/13, quando foi publicada a Resolução Homologatória no 1410/2013;

b) não se conhecer os montantes finais de CCEARs objeto de CESSÃO ENTRE AS DISTRIBUIDORAS OU REDUÇÃO PELA GERADORA que possuía usinas com concessão renovada, O QUE SÓ FOI ESTABELECIDO PELO ANEXO II DA CITADA RESOLUÇÃO HOMOLOGATÓRIA NO 1410/2013;

v. a Resolução Homologatória no 1.386, de 04/12/2012, estabeleceu os montantes de potência contratada e energia vinculada referentes à UHE Itaipu para o ano de 2013;

vi. em 30/10/12, a Diretoria da ANEEL abriu a Audiência Pública no 90/2012, para colher contribuições com relação à metodologia de alocação de cotas de usinas com concessão renovada e redução de CCEARs de energia existente, cuja metodologia tinha como premissa fundamental buscar o equilíbrio entre as reduções tarifárias das distribuidoras e a manutenção do nível contratual;

4 O Decreto no 7.805/2012 estabeleceu competências à ANEEL para definir, até 20 de janeiro de 2013, a alocação inicial de cotas de garantia física de energia e de potência, observado o mercado de cada distribuidora e o equilíbrio na redução das tarifas.

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vii. por meio da Nota Técnica no 429/2012–SRE/ANEEL, a área técnica apresentou a proposta para alocação de cotas de Garantia Física de Energia e de Potência, e definição dos CCEARs sujeitos à cessão compulsória;

viii. em 11/12/2012, foi publicada a Resolução Normativa no 521, que dispôs sobre o cálculo da alocação inicial de cotas de garantia física e potência, da DEFINIÇÃO DOS CCEARS SUJEITOS À CESSÃO COMPULSÓRIA E REDUÇÃO DE MONTANTES, nos termos da MP no 579/2012. Dentre outras, essa norma estabeleceu que a ANEEL definiria, por meio de Resolução Homologatória5:

a) o montante de cotas alocado para cada concessionária de distribuição do Sistema Interligado Nacional - SIN; e

b) os montantes finais dos CCEARS OBJETO DE CESSÃO COMPULSÓRIA PARA CADA DISTRIBUIDORA. Note-se que se incluem como sujeitos à cessão compulsória TODOS OS CCEARS, inclusive os de energia nova;

ix. por consequência da concordância dos agentes de geração proprietários de usinas cujo vencimento ocorreria até o ano de 2015 em antecipar a renovação das respectivas concessões, os CCEARs lastreados por essas usinas também tiveram seu vencimento antecipado ou seus montantes reduzidos;

x. da mesma forma que para as usinas, também as concessões de transmissão foram afetadas, concorrendo para a redução tarifária pretendida;

xi. o comando de que A ALOCAÇÃO DE COTAS DE GARANTIA FÍSICA E POTÊNCIA E AS CESSÕES COMPULSÓRIAS DE CCEAR devesse observar o equilíbrio na redução final das tarifas a Resolução Normativa no 521/2012 demandou o trabalho efetuado pela SRE/ANEEL, que culminou na edição da referida Resolução Homologatória no 1410/2013, cujo resultado foi;

c) a alocação de cotas às distribuidoras, no total de 8.266 MWmédios; d) as cessões compulsórias de CCEARs, que totalizaram 2.949 MWmédios;

xii. em 21/12/2012, foi publicada a Resolução Normativa no 530, que estabeleceu a metodologia para o cálculo e alocação das cotas-parte das centrais de geração Angra 1 e Angra 2. Tais cotas, no montante total de 1.584 MWmédios, foram publicadas na mesma data, por meio da Resolução Homologatória no 1.407, de 21/12/2012;

xiii. ao final da alocação de cotas e cessão de contratos, restou descontratado um montante elevado, de cerca de 2.000 MWmédios para o ano de 2013, o que motivou a determinação contida na Lei no 12.783/2013, de, excepcionalmente, no ano de 2013, realizar leilão para contratação de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existente com início de entrega no mesmo ano da licitação; e

5 O que veio ocorrer por meio da Resolução Homologatória no 1410, de 24/01/13.

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xiv. a forma de sazonalização dos contratos e das cotas diferem entre si. Enquanto as cotas de Angra I e II e os CCEARs por disponibilidade são sazonalizados de forma “flat”, as cotas de garantia física e potência e os CCEARs por quantidade seguem o perfil da carga.

45. Assim, a alocação de cotas de garantia física e potência, cotas de Angra I e II, e a redução/cessão compulsória dos CCEARs, aí incluídos, como já dito, até aqueles originados de leilões de energia nova, dependia do atendimento ao comando prioritário da MP no 579/2012, que era a obtenção de uma redução tarifária uniforme entre as diversas distribuidoras, observada também a redução ocorrida nas tarifas de uso.

46. Esse trabalho, convém ressaltar, demandou um exercício por parte da SRE/ANEEL cujo resultado era totalmente incerto em dezembro de 2012. Nesse ponto, cabe exemplificar que são diversos os exemplos de alocação/cessão de contratos que afetaram de forma diferenciada o perfil de contratação das distribuidoras. Umas não possuíam CCEARs, e assim não poderiam receber cotas; outras, pelo contrário, precisaram receber mais cotas, de forma a atingir a meta de redução tarifária; algumas não as receberam por ter atingido a redução tarifária meramente pela redução das tarifas de conexão; várias receberam mais contratos por disponibilidade, em princípio, mais caros.

47. O certo, como forçoso constatar, é que nenhuma distribuidora do SIN conhecia, antes de 30/01/13 (quando publicada a retificação da Resolução Homologatória no 1.410/2013), os montantes a elas destinados.

48. Importa observar que essa indefinição não se restringe aos números associados às alocações, cessões/reduções e descontratação, que totalizaram quase 14.800 MWmédios, ou seja, 35% do total da carga das distribuidoras em 2012, que foi de 42.560 MWmédios.

49. Embora significativo o percentual, o importante é que, devido à premissa de que o processo de apuração dos montantes de cotas e CCEARs, estabelecido pela Resolução Normativa no 521/2012, deveria buscar o equilíbrio entre as reduções tarifárias das distribuidoras e a manutenção do nível contratual, as distribuidoras individualmente, em dezembro de 2012, não tinham como saber quais contratos ou cotas lhes cabiam, já que tal processo, em síntese, envolveu a consideração de todos os CCEARs existentes em 2012 e a vigorar a partir de 2013.

50. Dessa forma, ainda que uma distribuidora desejasse sazonalizar seus contratos em dezembro de 2012, não poderia fazê-lo, posto que, provavelmente, estaria a sazonalizar contratos de terceiros.

51. Por consequência, ante a total indefinição que atingia 75% da carga total do SIN quanto ao seu perfil contratual, também a geração não poderia sazonalizar suas garantias físicas.

52. Ademais, cabe ressaltar, que foram submetidos à Audiência Pública no 105/2012, no período de 12/12/2012 à 21/12/2013, 16 módulos das Regras de Comercialização, dentre os quais constava um módulo totalmente novo para tratar do regime de cotas de garantia física, somente aprovados em 22/01/2013 por meio da Resolução Normativa no 533.

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53. Assim, fica evidenciado que o prazo estabelecido pelo Decreto no 7.805/2012, que atribuiu à ANEEL competência para definir, até 20/01/13, a alocação inicial de cotas de garantia física de energia e de potência, observado o mercado de cada distribuidora e o equilíbrio na redução das tarifas, além da necessidade de adequação das Regras de Comercialização aprovadas, derrogou o prazo para a sazonalização da garantia física, estabelecida tanto por meio da Resolução ANEEL no 290/2000 quanto pelo Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização.

III.III. Dos impactos da suspensão da liquidação do Mercado de Curto Prazo identificados pela CCEE

54. Consoante informado pela CCEE, por meio das correspondências CT-CCEE-0742/2013 e CT-CCEE-0771/2013, foram experimentados severos impactos em decorrência da suspensão da liquidação financeira do mês de janeiro de 2013, sobre o que se passa a discorrer.

55. Em 13 de março, encerrou-se o prazo para a validação do ajuste de contratos registrados para o mês de fevereiro. Esses registros haviam sido efetuados em janeiro, por força da Portaria MME no 455/2013 e do PdC Submódulo 3.1 - Contratos do Ambiente Livre. Existem chamados na CCEE de agentes questionando o procedimento a ser adotado e ressalvando a necessidade de ajustes futuros caso a sazonalização do período em questão seja alterada.

56. Os seguintes processos, previstos em Regras e PdCs, encontram-se paralisados no âmbito da CCEE:

Cálculo de garantias financeiras. O próximo teria sido divulgado em 18/03/2013; Aporte de garantias financeiras. O próximo aporte ocorreria em 21/03/2013; Aplicação da Resolução Normativa no 531/2012 e ajuste de montantes de

contratos; Informes aos agentes sobre os ajustes de contratos, em decorrência da

Resolução Normativa no 531/2012; Contabilização do Mercado de Curto Prazo de 02/20136; Cálculo da receita final de venda dos CCEARs, a partir de 02/2013; Apuração de ressarcimento dos CCEARs por Disponibilidade e dos Contratos de

Energia de Reserva; Cessão anual de energia de reserva para 2012 e cessões mensais para 2013; Apuração de penalidades de energia a partir de 02/2013 (que considera o

horizonte a partir de 01/2013)6; Apuração de penalidades de potência a partir de 01/20136; Apuração de penalidades relativas à energia de reserva; Processamento da matriz de desconto TUSD/TUST, com os consequentes

impactos nos faturamentos dos consumidores especiais e distribuidoras6; Liquidação Financeira de Penalidades; Procedimentos de desligamentos por descumprimento de obrigações iniciados

por infração à Resolução Normativa no 531/2012;

6 Os resultados de 01/2013 já foram divulgados aos agentes.

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(Fl. 16 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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Desligamento de agentes sem sucessão, com pendências financeiras que seriam equacionadas nas liquidações de 01/2013 e 02/2013;

Lançamento dos efeitos de todas as Recontabilizações já processadas e em processamento e eventuais efeitos na receita de venda dos CCEARs por Disponibilidade;

Envio de informações à ANEEL, EPE, ONS e MME, relativamente aos meses impactados, o que implica impossibilidade de cumprimento de dispositivos regulatórios;

Envio de informações às Secretarias das Fazendas dos Estados, nos termos do Convênio CONFAZ - ICMS 15/2007; e

Emissão de certidões de adimplência requeridas pelos agentes a partir desta data, relativamente à liquidação financeira a partir de 01/2013.

57. Não obstante os processos já paralisados, todos aqueles referentes aos meses posteriores à 02/2013 poderão vir a ser impactados, dependendo da data em que ocorrer a decisão de mérito sobre a questão, em razão da necessidade de operacionalização da decisão e da adequação do cronograma operacional que já havia sido definido para 2013.

58. Entre outros processos ainda não identificados pela CCEE, alguns já efetivados (a CCEE já divulgou os resultados e os agentes já podem ter adotado medidas e providências quanto a eles) podem ser impactados:

Desconto na TUSD e na TUST; Acertos bilaterais decorrentes de ajustes de contratos pela aplicação da

Resolução Normativa no 531/2012; e Faturamento pelo gerador à distribuidora da receita de venda de usinas em

atraso, relativamente a janeiro de 2013. A sazonalização da garantia física implicou o montante recomposto de lastro em razão das usinas em atraso.

59. Como as liquidações a partir de janeiro estão suspensas, não haverá incorporação de montante financeiro à CONER, resultando na redução do saldo dessa Conta para pagamento aos geradores de energia de reserva e no aumento da arrecadação do encargo dos usuários finais (carga).

60. Outro ponto é que, apesar de ser possível processar a regra de sobrecontratação das distribuidoras, os resultados estariam prejudicados, pois não estarão disponíveis os dados da contabilização de janeiro e fevereiro.

61. É possível, também, haver impacto na oferta do 15o Leilão de Ajuste, a ser realizado em 27/03/2013, em razão da incerteza quanto à sazonalização da garantia física.

62. Em 15/03/2013, a CCEE determinou ao agente custodiante das garantias financeiras a liberação dos valores aportados pelos agentes em 25/02/2013 e 11/03/2013, relativas a janeiro.

63. Na Carta CT-CCEE-0742/2013, a Câmara requer o posicionamento da ANEEL acerca de algumas questões, para que possam ser adotadas as providências cabíveis. Nesse sentido, sugerem-se aqui as respostas requeridas, que poderão constar do voto do Relator, caso haja concordância da Diretoria.

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(Fl. 17 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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64. Deve-se ressalvar que algumas das indagações serão respondidas pela própria decisão da ANEEL, que decorrerá do resultado da Audiência Pública no 18/2013. Enquadram-se nessa situação as perguntas formuladas no item I (Preliminar da referida Carta, sobre eventual equívoco na redação do aviso da Audiência Pública e a extensão a outros meses além de janeiro).

65. Com referência ao item II (Prazos), recomenda-se que, à exceção dos processos paralisados, já mencionados, sejam mantidos todos os prazos previstos em PdCs relativos aos processos que tenham interação com os agentes, mesmo que, em função do resultado da Audiência Pública no 18/2013, os dados inseridos possam vir a ser alterados, como registro e ajuste de contratos, envio de dados de medição e ajustes, declaração de alocação de geração própria, entre outros.

66. Quanto ao item VI (Conclusão e questionamentos), o entendimento destas Superintendências é o que segue.

i. Do Encargo de Energia de Reserva - EER: considera-se que a decisão da ANEEL deverá liberar a continuidade dos processos de contabilização mensais. Assim, a carga a ser utilizada pela CCEE para ratear o Encargo, a partir de março de 2013, deverá ser a dos últimos 12 meses contabilizados e liquidados, de acordo com as regras;

ii. Da liberação das garantias financeiras aportadas: como a CCEE já procedeu à liberação, entende-se que a questão perdeu o objeto;

iii. Das multas por não aporte de garantias: recomenda-se que não deva haver aplicação de multas por não aporte de garantias financeiras em 25/02/2013, inclusive porque haverá chamada para novo aporte;

iv. Da receita de venda preliminar dos CCEARs: recomenda-se que seja determinado à CCEE proceder à apuração e divulgar a receita preliminar dos CCEARs aos agentes, tendo em vista que são conhecidos os dados de contratos e que o ONS informa os dados de geração. Eventuais correções deverão ser efetuadas após a apuração da receita final dos meses afetados, a ser feita de acordo com os resultados das contabilizações; e

v. Dos agentes em desligamento em razão da aplicação da Resolução Normativa no 531/2012, impedidos de registro de novos contratos de venda: entende-se que não deva ser permitido o registro de novos contratos de venda aos agentes em desligamento exclusivamente em razão da Resolução Normativa no 531/2012.

III.IV. Da alegação de enriquecimento sem causa constante da Petição

67. A Eletrobrás alegou em seu pedido inicial um prejuízo (para seus agentes comercializadores de Itaipu e Proinfa) de R$ 567,8 MM, requerendo a suspensão dos efeitos do item II do Despacho no 335/2013, relativo à postergação do prazo para sazonalização da garantia física para 2013. Mais adiante, sustentou que a suspensão dos efeitos era imprescindível, na medida em que sua reversão seria extremamente gravosa.

68. Nesse diapasão, cabe também mencionar outras arguições feitas pela Eletrobrás: (i) “concessão do efeito suspensivo pretendido (...) evitará consequências nefastas para os destinatários da

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energia liquidada”; (ii) “a ideia de que a sazonalização ocorra anualmente e em momento anterior à verificação de seus efeitos é justamente evitar que os agentes, de posse de informações e dados relativos a fatos já ocorridos e, portanto, excluídos os riscos inerentes ao processo, tenham a oportunidade de maximizar seus lucros em detrimento dos demais agentes e, em última análise, do consumidor final de energia”; (iii) “a sazonalização a posteriori (...) implicou na possibilidade dos agentes que não aderiram aos termos da MP 579 (...) não se submeteram ao regime de cotas (...) em posse de informações e dados relativos a fatos já ocorridos (...) sem sujeição a quaisquer riscos, maximizar seus lucros em detrimento dos demais agentes (...) Despacho no 335/2013, promoveu tratamento francamente anti-isonômico de agentes, uma vez que somente aqueles que não prorrogaram seus contratos de concessão teriam como fazer uso da possibilidade instituída pelo Despacho, pois as demais geradoras estão sujeitas ao regime de cotas”; (iv) “Deu causa, ainda, ao enriquecimento sem causa da tais agentes, em detrimento do prejuízo dos demais (...)”.

69. Antes de adentrar ao mérito das alegações precedentes, mister trazer à colação um trecho colhido entre as manifestações registradas na reunião pública da Diretoria em 12/03/2013, oferecida pelo representante da CEMIG, verbis:

“(...) como a gente tem a sazonalização por submercado, dá para ver mais ou menos como que está distribuído nos quatro submercados aí. Então a gente vê os índices em relação à garantia física média desses submercados (...) e olhando (assim) a participação das empresas (né) que compõem esses submercados, a gente vê que as ações de proteção, elas estão espalhadas em empresas de todo tipo, inclusive empresas da Eletrobrás que são majoritárias no nordeste e norte. Sem a participação delas, a gente não conseguiria ter aqueles índices (ali) de ação contra a proteção.”

70. Assim, os resultados da alocação da garantia física das empresas controladas pela Eletrobrás no mês de janeiro contrastam com os argumentos apresentados em sua petição. Na mesma direção deu-se a alocação das cotas do Proinfa, feita pela própria controladora do grupo. Tal constatação afasta a ilação acerca de “enriquecimento ilícito”, caso contrário a própria peticionária teria contribuído para a concretização do ilícito que pretende desconstituir.

71. Preliminarmente, ressalta-se que a alegação da Eletrobrás, quanto à falta de isonomia entre geradores que aderiram ao regime de cotas e os demais, não se sustenta se submetida a uma análise econômica rasa, pois não é razoável que, diante de qualquer conjuntura hidrológica, geradores que renovaram sua concessão por mais trinta anos (mediante remuneração prefixada) podem estar em mesma condição de outras que estão próximas do final da concessão. Por conseguinte, também não é possível estabelecer qualquer relação de equivalência entre suas estratégias comerciais. Ademais, os geradores submetidos ao regime de cotas não sofrem qualquer impacto comercial em razão da operação do sistema, vez que sua receita mensal é fixa.

72. Por oportuno, é importante ressaltar que a alegação de ter havido “enriquecimento ilícito” por alguns agentes em detrimento de outros carece de fundamento concreto, na medida em que a estratégia de sazonalização de garantia física adotada por cada agente tem efeitos sobre o seu resultado no MCP ao longo de todos os meses do ano.

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(Fl. 19 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

73. Desse modo, a análise quanto a perdas ou ganhos dos agentes deve ser efetuada considerando o resultado de todo o período (janeiro a dezembro de 2013), não se podendo inferir de imediato que o resultado positivo ou negativo em um mês específico se traduza em ganhos financeiros para o agente.

74. Importa ressaltar que a regra de sazonalização da garantia física ora questionada, apesar de vigente há anos, foi novamente objeto da Audiência Pública no 105/2012, realizada no período de 12 a 21 de dezembro de 2012, na qual, inclusive, foi discutida uma possível restrição, fortemente negada pelos agentes. Quanto à sazonalização da garantia física das usinas submetidas ao regime de cotas, objeto da Audiência Pública no 86/2012, realizada no período de 11 a 21 de outubro de 2012, destaca-se que nenhum agente se insurgiu contra a proposta da ANEEL. Assim, entende-se que os resultados da sazonalização de janeiro, ainda que questionados por um agente, estão de acordo com a regra já amplamente discutida e sucessivamente aprovada pela ANEEL.

75. Assim, não há que se falar em “enriquecimento ilícito” quando todos os agentes atuaram dentro da regra amplamente discutida. Além disso, conforme já exposto ao longo dessa Nota Técnica, o resultado de janeiro não pode e não deve ser analisado isoladamente, tendo em vista que a sazonalização dos meses subsequentes trará resultados ainda desconhecidos, possibilitando tanto um ganho como uma perda aos agentes, a depender dos resultados de preços dos meses a serem realizados.

III.V. Das contribuições da Audiência Pública

76. As contribuições recebidas versaram sobre as propostas apresentadas pelo Diretor-Relator nos itens (ii) e (iii) de seu Voto.

III.V.I. Da melhoria da eficiência regulatória

A proposta contida no item (iii) recebeu apoio de vários agentes, não havendo objeções a sua efetivação, com o que concordam as áreas técnicas, com a ressalva que talvez o objetivo não seja essencialmente a “definição de limites”, mas sim a implementação de mecanismos que visem garantir mais eficiência regulatória à operação de sazonalização para o ano de 2014 e seguintes, e que contemplem as usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia - MRE que representam a carga, como é o caso dos cotistas de Itaipu, PROINFA e das cotas de garantia física e potência.

III.V.II. Da eventual nova sazonalização

77. Com respeito à decisão do item (ii), que é a essência da decisão do Colegiado, as contribuições tiveram caráter notadamente analítico, como era de se esperar, em razão das circunstâncias, e buscaram oferecer respostas às indagações formuladas. Recomenda-se, para um melhor entendimento, a leitura cuidadosa dos textos. Nos itens que se seguem busca-se resumir as contribuições havidas.

78. No subitem (a), que determinou a discussão sobre o desfazimento ou não da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, as propostas dos agentes, na sua grande maioria (23), especialmente as das associações, convergiram para a recomendação que não fosse promovido pela ANEEL o refazimento da sazonalização das garantias físicas dos meses de janeiro e fevereiro.

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(Fl. 20 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

79. Nessa linha, alguns (3) sugeriram que, pelo menos, o desfazimento da sazonalização fosse realizado apenas para usinas participantes do MRE. Entende-se que se a decisão da ANEEL for pelo refazimento da sazonalização, essa proposta não deveria ser acatada, uma vez que, caso um agente possua usinas hidrelétricas e termelétricas em seu portfólio, esse pode ter ajustado à sazonalização de suas usinas térmelétricas de forma complementar as hidrelétricas e, ao alterá-las, estar-se-ia prejudicando toda a estratégia comercial do agente.

80. Outros (4) agentes entenderam que seria oportuna uma nova sazonalização desse período, de forma que a alocação da garantia física tivesse como base o perfil de contratação dos vendedores.

81. Uma variante apresentada a essa, mas de igual cunho, seria a de apurar toda a energia alocada em janeiro de 2013 pelos geradores pertencentes ao MRE que não tenha sido gerada ou comercializada. A energia excedente seria alocada nos outros meses do ano de 2013.

82. Não se considera essas propostas adequadas, vez que, da mesma forma que a sazonalização “flat”, altera a estratégia de comercialização feita pelos agentes. Pode-se, por exemplo, prejudicar agentes que não têm registros de venda no mês, mas que precisam sazonalizar suas garantias físicas de forma a evitar uma penalização por falta de lastro por vendas feitas em outros meses. Adicionalmente tal proposta não abarca os agentes que estão com suas energias descontratadas, pela não adesão ao regime de cotas, por exemplo.

83. Além das restrições descritas, cabe destacar que tal alteração na sazonalização implicaria o refazimento das regras de comercialização existentes, que deveriam ser formuladas e auditadas antes de sua implementação, o que provocaria um deslocamento de uma próxima liquidação em, pelo menos, 30 dias além do período necessário a uma nova contabilização, que seria também algo em torno de 30 dias. Ou seja, se fosse essa a decisão, a liquidação de janeiro ocorreria, provavelmente, na melhor das hipóteses, no fim de maio.

84. Outra sugestão foi a de que os agentes que não tinham capacidade de gerenciar o alegado risco da mesma forma daqueles que sazonalizaram fossem mantidos “neutros” no processo retirando-se deles todo e qualquer efeito provocado pelo movimento em questão.

85. A única voz dissonante da recomendação de que fosse mantida a sazonalização já realizada foi da autora da petição – a Eletrobrás – que propôs não só o desfazimento da sazonalização realizada para janeiro e fevereiro e demais meses, como a aplicação da sazonalização flat dos montantes de garantia física para todo o ano de 2013.

86. O quadro abaixo resume todas as contribuições recebidas:

AGENTE ou ASSOCIAÇÃO PROPOSTA

AVALIAÇÃO DA SEM

Aspectos positivos Aspectos negativos

ELETROBRAS Sazonalização "flat" para janeiro e fevereiro de 2013

- Não identificados - Pode ocasionar insuficiência de lastro nesses meses para agentes que tenham sazonalização definida em contrato.

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(Fl. 21 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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AGENTE ou ASSOCIAÇÃO PROPOSTA

AVALIAÇÃO DA SEM

Aspectos positivos Aspectos negativos

- Não sugere tratamento para os meses posteriores (caso seja oportunizado fazer sazonalização para os meses posteriores, a tendência é que os agentes atuem de modo similar ao já efetuado).

- É onerosa tanto para a geração quanto para a carga.

CAMERGE CONSULTORIA

Apurar toda a energia alocada em janeiro de 2013 pelos geradores pertencentes ao MRE que não tenha sido gerada ou comercializada. Essa energia excedente deve ser alocada nos outros meses do ano de 2013.

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras, em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- Não sugere forma de alocação da energia nos meses posteriores a janeiro.

ABIAPE; ATUAL ENERGIA; BIO ENERGIAS; ABIAPE; ABRACEEL; ABRACE; ABRAGE; ABRAGEL; ABRAGET; APINE; BROOKFIELD; CEEE GT; CEMIG; CESP; COGEN; DELTA E CORUMBÁ CONCESSÕES; EDP; ENDESA; ENERGISA FG/AGRO; SJC BIOENERGIA; UTE COLORADO; TRACTEBEL;

Manter a sazonalização original realizada pelos agentes de geração.

- Permite que a liquidação seja efetuada com a contabilização já divulgada.

- Não identificados.

Companhia de Geração de Energia Pilão

Para os meses de janeiro e fevereiro, os montantes sazonalizados sejam os maiores valores entre 1/12 avos da garantia física (flat) e o montante efetivamente comprometido com contratos.

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- Se oportunizado fazer sazonalização para os meses posteriores, permitirá que os agentes atuem de modo similar ao já efetuado, especialmente aqueles descontratados, gerando

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(Fl. 22 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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AGENTE ou ASSOCIAÇÃO PROPOSTA

AVALIAÇÃO DA SEM

Aspectos positivos Aspectos negativos

Para os meses a partir de abril, abrir a possibilidade para modificar a sazonalização.

os mesmos efeitos.

BRASIL PCH (Vendedores de PROINFA)

Recomenda que a ANEEL sazonalize o período de jan/fev/mar retirando as distorções provocadas pelo atraso no encaminhamento dos montantes sazonalizados. Caso não seja possível isto, recomenda que os agentes que não tinham capacidade de gerenciar este risco da mesma forma daqueles que sazonalizaram em fevereiro/2013 sejam mantidos “neutros” no processo retirando-se deles todo e qualquer efeito provocado pelo movimento em questão.

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- Se oportunizado fazer sazonalização para os meses posteriores permitirá que os agentes atuem de modo similar ao já efetuado, especialmente aqueles descontratados, gerando os mesmos efeitos.

Nova Energia Desfazimento de sazo realizado apenas para usinas participantes do MRE. E que a nova sazonalização seja equivalente ao menor valor entre a sazonalização realizada e seus contratos de venda, de modo que a redução de garantia física incida apenas sobre a parcela da geração liquidada no MCP.

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- A alteração de sazonalização das usinas do MRE pode afetar a estratégia de comercialização dos daqueles que possuem usinas participantes e não participantes do MRE, uma vez que a apuração de lastro considera todas as usinas do agente.

ABEEólica Desfazimento de sazo realizado apenas para usinas participantes do MRE.

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- A alteração de sazonalização das usinas do MRE pode afetar a estratégia de comercialização dos daqueles que possuem usinas participantes e não participantes do MRE, uma vez que a apuração

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(Fl. 23 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

AGENTE ou ASSOCIAÇÃO PROPOSTA

AVALIAÇÃO DA SEM

Aspectos positivos Aspectos negativos

de lastro considera todas as usinas do agente. Rio Verde Energia S.A

Que sejam considerados os compromissos contratuais previamente registrados na CCEE, preservando desta forma as relações contratuais, os direitos adquiridos e o mercado. Entende-se sazonalizar conforme perfil de contratação.

- Não identificados - Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- A proposta não dá tratamento aos agentes descontratados.

UNICA Favorável ao desfazimento da sazonalização exclusivamente para os agentes com usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)

- Reduziria a exposição negativa das distribuidoras em janeiro.

- Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- A alteração de sazonalização das usinas do MRE pode afetar a estratégia de comercialização dos daqueles que possuem usinas participantes e não participantes do MRE, uma vez que a apuração de lastro considera todas as usinas do agente.

NEOENERGIA Que para os meses de janeiro e fevereiro de 2013 sejam considerados os compromissos contratuais previamente registrados na CCEE. Para os próximos meses, que seja dada a possibilidade de ressazonalizar.

- Não identificados - Para sua implementação seria necessária a alteração no Novo SCL (aprovação de regra algébrica pela ANEEL, desenvolvimento de sistema e certificação), ocasionando maior atraso na liquidação.

- A proposta não dá tratamento aos agentes descontratados.

Tabela 1 – Quadro resumo das propostas

87. Como visto, o objetivo proposto pelo Relator no item (b), de “colher subsídios e informações adicionais para o regulamento que estabelece que, para o ano de 2013, a sazonalização ocorra de forma “flat”, podendo ser modificada para os meses a partir de abril”, foi atendido.

88. O resultado da consulta, evidente pelas contribuições apresentadas, é majoritário no sentido de que não é conveniente, nem oportuno, o refazimento da sazonalização para o ano de 2013, com o que concordam as áreas técnicas signatárias desta Nota Técnica.

89. Não é necessária uma análise mais detida sobre a aventada sazonalização flat, seja somente para os meses de janeiro e fevereiro, ou para o ano todo, vez que não atende a geração, tampouco a carga, podendo gerar prejuízo para todos.

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(Fl. 24 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

90. Cabe ainda destacar que, para qualquer uma das propostas de refazimento da sazonalização de meses passados será necessário dar um tratamento à penalidade por insuficiência de lastro, pois ao se impor qualquer tipo de sazonalidade ao agente diferente daquela escolhida por ele próprio, não será possível penalizá-lo em caso de descumprimento da média móvel de 12 meses utilizada na aferição de lastro, por ser algo o qual o agente não deu causa.

91. Também, é importante atentar para o fato de que a decisão quanto à sazonalização será realizada já com o conhecimento dos PLD dos meses de março e abril e, portanto, caso se decida por oportunizar aos agentes uma nova sazonalização e pretenda-se que os agentes não tenham conhecimento dos preços do MCP quando o fizerem, será necessário estender a decisão dos meses de janeiro e fevereiro também para meses de março e abril.

III.V.III. Da falsa impressão de que o prejuízo vivenciado pelos agentes distribuidores não pode ser recuperado

92. Neste momento, cabe retomar um exemplo ilustrativo trazido ao processo por meio do Memorando no 80/2013-SEM/SRG/ANEEL, que apresentou posicionamento técnico sobre o pleito da Eletrobrás, solicitado pelo Memorando no 57/2013-DR/ANEEL, o qual é transcrito a seguir.

93. De forma didática, considere um caso hipotético de duas usinas, uma chamada cotista e outra MRE, com valores de 100MWh e 300MWh de Garantia Física - GF flat (para facilitar o raciocínio considera-se apenas 2 meses com igual numero de dias). Considere-se ainda que a soma da geração dessas duas usinas foi de 400 MWh em cada mês, e que a sazonalização feita pelos agentes resultará em um GSF7 de 0,78 no primeiro mês e, consequentemente, em 1,38 no segundo. Supondo-se ainda uma contratação de 0,975*GF flat para a usina cotista e 0,95*GF flat para a usina do MRE, tem-se o seguinte resultado:

Tabela 2 – Simulação de usinas

94. Observe-se que foram utilizados os valores de PLD médio realizados para janeiro e fevereiro de 2013, o GSF realizado de janeiro e foi mantida a proporção entre os cotistas e não-cotistas de 1/3 (próximo da relação real).

95. Note-se que é possível a recuperação dos valores por parte dos geradores-quotistas, tudo dependerá da geração verificada das usinas e do valor do PLD que ocorrerá ao longo do ano. Este exemplo visa comprovar, de forma simples e inequívoca, que existe a possibilidade matemática de recuperação em um mês posterior dos prejuízos aferidos em meses anteriores em razão da sazonalização efetuada.

7 Generating Scalling Factor.

cotista (a)

MRE (b)

cotista (c)

MRE (d)

cotista (g)=(c)*(f)

MRE (h)=(d)*(f)

cotista (i)=0,975*(a)

MRE (j)=0,95*(b)

cotista [(g)-(i)]*(l)

MRE [(h)-(j)]*(l)

mês 1 100 300 100 410 0,78 78,4 321,6 97,5 285 413,95 7.893,46- 15.137,58 mês 2 100 300 100 190 1,38 137,9 262,1 97,5 285 214,54 8.674,07 4.919,62-

geração alocadaPLD (l)

Exposiçãototal

(e)400

contratosGF flat GF sazonalizada geraçãoGSF

(f)=(e)/[(c)+(d)]

400

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(Fl. 25 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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96. Outra avaliação simples, que comprova o resultado obtido acima e que permite visualizar o que pode acontecer ao longo do ano com as distribuidoras cotistas e Itaipu, ainda considerando a manutenção da sazonalização realizada em fevereiro pelos agentes, é o seguinte: supondo-se que a geração das usinas hidrelétricas em 2013 seja de 47.600, 49.100 e 51.600 MWmed de janeiro a março, respectivamente (valores realizados), e que de abril a dezembro seja igual à soma de suas garantias físicas e considerando que os contratos das distribuidoras cotistas e de Itaipu é de 0,975 da garantia física, tem-se que o valor de PLD de aproximadamente R$ 137,00/MWh8 zera a posição negativa suportada por esses agentes no mês de janeiro9.

97. Considerando que, ao término do período úmido, o PLD permanece em patamares superiores a R$ 300 / MWh e o nível dos reservatórios no Sudeste está reduzido em relação a anos anteriores, essa possibilidade parece bastante factível, como se verá mais adiante.

-600

-400

-200

-

200

400

600

800

14 25 50 75 100 125 137 150 175 200 225 250 275 300 325 350

R$M

ilhõe

s

PLD

Exposição líquida anual

Cotista

Itaipu

Tabela 3 – Exposição líquida anual

98. Conforme poderá ser visto no item que trata da Resolução CNPE no 3/2013, é certo que esse valor será alcançado, pelo menos enquanto vigorar a regra transitória de formação do PLD.

III.V.IV. Da Resolução CNPE no 3/2013

99. É impossível avaliar os impactos de uma eventual nova sazonalização sem antes falar de uma mudança significativa ocorrida no setor elétrico, que foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) exatamente no mesmo dia em que foi dado o efeito suspensivo requerido pela Eletrobrás.

8 Valor diferente dos R$164,00/MWh apresentados no Memorando no 80/2013 – SEM/SRG/ANEEL, devido a atualização do valor de geração de fevereiro e março. 9 Esses valores não consideram as trocas de energia dentro do mecanismo do MRE.

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(Fl. 26 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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100. A Resolução CNPE no 3, de 6/3/2013, determinou à CPAMP que, até 31/07/2013, desenvolva e implemente metodologia para internalização de mecanismos de aversão a risco nos modelos computacionais utilizados para estudos energéticos e formação de preço.

101. Até que esta implementação se concretize, definiu-se que, transitoriamente, o despacho adicional das termelétricas comandadas fora da ordem de mérito para garantia do suprimento energético, anteriormente definido na Resolução CNPE no 8/2007, terá a metade do custo paga por todos os agentes de mercado, proporcionalmente à energia comercializada nos últimos 12 meses, e a outra metade paga pelos agentes expostos negativamente ao MCP.

102. A parte que caberá aos expostos será recuperada por um valor, chamado de ∆PLD obtido pela divisão entre a metade do custo total da geração termelétrica por segurança energética (0,5*∆CSE) e a média dos últimos 12 meses do montante total de energia dos agentes compradores no mercado de curto prazo (MCP), que será somado ao PLD resultante dos modelos computacionais, que foi chamado de PLD1, e resultará em um PLD2. O PLDF final, que será aquele utilizado para valorar a compra no MCP, será o menor valor entre o PLD2 e o PLDmáximo, que para este ano é R$ 780,03/MWh, definido pela Resolução Homologatória no 1.396/2012. Para facilitar o entendimento, seguem abaixo as fórmulas descritas neste parágrafo e contidas na citada resolução.

∆푃퐿퐷 =0,5 ∙ ∆CSE푀퐶푃

푃퐿퐷 = 푃퐿퐷 + ∆푃퐿퐷

푃퐿퐷 = 푚푖푛푖푚표(푃퐿퐷 á ;푃퐿퐷 )

103. Em reunião realizada em 21/03/2013, o CMSE definiu como níveis de segurança ao final do mês de novembro os valores de 47% de armazenamento para o subsistema SE/CO e de 35% para o subsistema NE. Nesse mesmo dia, os armazenamentos desses dois subsistemas estavam em 50% e 42%, respectivamente.

104. Sabe-se que o mês de março marca o final do período chuvoso, sendo que, a partir de então não há expectativa de aumento nos armazenamentos dos subsistemas, exceto eventualmente pelo mês de abril. Assim, pela diferença de apenas 3% no armazenamento entre final de março e novembro para o subsistema SE/CO e 6% para o subsistema NE, pode-se afirmar com relativa segurança que a expectativa é de manutenção do despacho de todas as usinas termelétricas por todo esse período.

105. Partindo dessa premissa (despacho de todas as termelétricas, seja por ordem de mérito, ou fora dele) e considerando 8700 MWh como MCP da fórmula acima (média dos últimos 12 meses do montante total de energia dos agentes compradores no MCP) , é possível fazer uma avaliação (figura 1) de como será a variação do ∆PLD e do PLDF, na medida em que variar-se o valor do PLD1, resultante dos modelos.

106. Importante notar que, na melhor das conjunturas, o menor valor do PLDF obtido é em torno de R$ 250,00/MWh, na hipótese remotíssima de se ter como resultado dos modelos um valor de PLD1 ≤ PLDmín (de R$ 14,13/MWh também definido pela Resolução Homologatória no 1.396/2012). Já em uma

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(Fl. 27 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

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hipótese mais realista, se o PLD1 estiver por volta de R$ 350,00/MWh (próximo a média do PLD de março), o ∆PLD será em torno de R$ 80,00/MWh e o PLDF será R$ 431,00/MWh (valor bastante próximo à média do PLD de janeiro deste ano).

247 260 279 302

330 361

394 431

468 506

543 583

626 670

715 761

808 855

904

953 1.002

1.051 1.100

0

200

400

600

800

1.000

1.200

R$/M

Wh

Delta PLD

PLD1

PLD Final

PLDmáximo

Gráfico 1 – Projeção PLD

107. Assim, até agosto de 2013, ou até que se tenha a internalização dos mecanismos de aversão a risco nos modelos computacionais, conforme determinado na Resolução CNPE no 3/2013, o valor do PLDF, terá essa característica. A partir daí, espera-se que a nova metodologia adotada reflita o nível se segurança requerido e, portanto, o valor do PLD não deverá sofrer alterações significativas.

108. Em fevereiro de 2013, quando foi feita a sazonalização ora em discussão, não havia nenhuma indicação de que significativa mudança ocorreria. Assim, aqueles que realizaram uma sazonalização ousada em janeiro de 2013, possivelmente apostaram em uma redução dos níveis de PLD, hipótese que, por ora, parece estar cada vez mais distante.

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* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

IV. DO FUNDAMENTO LEGAL

109. As propostas e fundamentos constantes desta Nota Técnica estão consubstanciados em: Lei no 12.783, de 11 de janeiro de 2013; Medida Provisória no 579, de 11 de setembro de 2012; Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999; Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942; Decreto no 7.805, de 14 de setembro de 2012; Decreto no 7.850, de 30 de novembro de 2012; Portaria MME no 349, de 28 de novembro de 1997; e Resolução CNPE no 3, de 6 de março de 2013.

V. DA CONCLUSÃO

110. A motivação para o pleito da ELETROBRAS, que levou a Diretoria da ANEEL a instaurar a audiência pública, é a questão da alocação de perdas e/ou ganhos financeiros na liquidação financeira do Mercado de Curto Prazo para o mês de janeiro/2013, em decorrência da temporalidade em que ocorreu e da forma como foi efetuada a sazonalização das garantias físicas para o ano de 2013 pelos agentes de geração.

111. Quanto à forma como se deram as sazonalizações, das análises efetuadas identifica-se que o posicionamento apresentado nas contribuições recebidas na Audiência Pública se dirige majoritariamente à manutenção da sazonalização conforme já efetuada pelos agentes, é a opção regulatória de menor impacto ao mercado, frente à situação decorrente da suspensão da liquidação de janeiro de 2013.

112. A imposição de nova forma de sazonalização diversa da estratégia já adotada pelos agentes, independente de qual seja essa nova forma, pode ter, entre outros, os seguintes efeitos:

i. impactar contratos já liquidados no âmbito bilateral, para os quais os agentes poderiam ter sua posição alterada na liquidação, podendo afetar o lastro de venda desses contratos ao longo do ano de 2013;

ii. ocasionar a alteração no nível do desconto da tarifa de uso do comprador de contrato de energia incentivada, pois existem agentes cujo perfil de sazonalização está definido em contrato;

iii. surgirem reduções contratuais em decorrência da aplicação da Resolução Normativa no 531/2012 (que trata do aporte de garantias financeiras), ocasionando a imposição de penalidades aos agentes;

iv. atrasos ainda maiores do que os já verificados na contabilização e liquidação dos demais meses do ano, prejudicando o fluxo financeiro dos agentes; e

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(Fl. 29 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

v. ser indiferente, em termos de resultados anuais, para os agentes que estão com energia descontratada.

113. Dessa forma, conforme os argumentos expostos nesta Nota Técnica, a SEM e SRG se manifestam pela manutenção da sazonalização já realizada pelos agentes hidráulicos conforme os regulamentos e regras em vigor. Entende-se que há espaço para aprimoramento da regra de alocação de energia do MRE e esse deve ser realizado para o futuro.

114. Os agentes que alocaram a maior parte da garantia física nos meses de janeiro, fevereiro e março agiram dentro das regras e assumiram o risco de perdas financeiras, ou eventuais ganhos menores na comercialização de energia elétrica caso nos períodos de menor alocação o PLD esteja elevado.

115. A percepção de risco na data de hoje é diferente da primeira quinzena de fevereiro de 2013, quando foram realizadas as sazonalizações. Na presente data, o verão já terminou e, se há alguma expectativa de precipitação suficientemente alta para resultar na elevação nos níveis dos reservatórios, ela deverá ocorrer somente no final deste mês e no próximo. Assim, se em fevereiro o valor esperado do PLD para o ano ainda era influenciado pela incerteza quando aos níveis dos reservatórios no final do período úmido, esta incerteza, neste momento, é consideravelmente menor, senão nula.

116. Outros dois pontos devem ser acrescentados à mudança de percepção de risco dos agentes para sazonalizar a garantia física: (i) a publicação da Resolução CNPE no 3/2013, que, como demonstrado, na sua fase transitória irá elevar o PLD e (ii) a manutenção do PLD em patamares elevados durante vários meses do ano, fato nunca ocorrido na história do mercado de curto prazo no Brasil.

117. Assim, não há dúvidas que se fosse oportunizado aos agentes no presente momento uma nova sazonalização, eles fariam de modo muito diverso do que fizeram em fevereiro.

118. Do ponto de vista da SEM e SRG, não se pode tirar conclusões definitivas sobre o resultado das distribuidoras (cotistas e PROINFA) ou de outros agentes de mercado, tomando como base exclusivamente o resultado do mês de janeiro. A sazonalização é realizada para o ano todo. Deste modo, a conclusão sobre benefícios e prejuízos resultantes exclusivamente da sazonalização somente pode ser realizada quando estiverem disponíveis os resultados de todos os meses do ano. Perdas financeiras em um período podem ser revertidas em ganhos no decorrer do ano. Os resultados são extremamente dependentes de variáveis de difícil previsão: geração hidráulica, carga, vazões, PLD, entre outros.

119. Contudo, caso a decisão da Diretoria seja no sentido de ser refeita a sazonalização efetuada, entende-se que os impactos associados a cada alternativa de nova sazonalização já foram abordados nas análises desta Nota Técnica, observando que, dada a diversidade de situações específicas dos agentes, pode haver outros aspectos, positivos ou negativos, que não tenham sido identificados.

120. De outro lado, vale mencionar que a maioria das contribuições recebidas reafirma a competência da SEM para proceder à alteração do prazo para sazonalização dos montantes de garantia física dos agentes de geração.

121. Relevante notar que a delegação, incondicionada, tal como consta da Portaria no 914/2008, confere natureza de norma operacional ao ato que defina prazos atinentes ao desenvolvimento das

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(Fl. 30 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

atribuições da CCEE. Salvo melhor juízo, não parece assistir qualquer razão para a diferenciação (hierarquia) entre os meios eleitos (resolução ou procedimento), uma vez que a competência delegada é concorrente10.

122. Não obstante entender-se que inexiste vício de competência, como apontado pelos agentes, restou demonstrado nesta Nota Técnica que o prazo até então estabelecido para a sazonalização da garantia física, tanto por meio da Resolução ANEEL no 290/2000 quanto pelo Submódulo 3.3 dos Procedimentos de Comercialização, não mais era compatível com a nova ordem legal (derrogação).

123. A própria redação empregada no inciso VII do art. 5o da Resolução ANEEL no 290/2000 faz referência expressa à observância dos montantes mensais contratados pelos agentes de geração, o que de per si já remete à constatação da ponderação precedente.

124. Diversos outros apontamentos de cunho jurídico foram encaminhados pelos agentes e, conforme regimento interno da ANEEL, sobre eles incumbe à Procuradoria-Geral opinar. Nessa esteira, alegou-se: (i) que os atos praticados pelos administrados com boa-fé devem ser preservados; (ii) que eventuais efeitos da declaração de nulidade não poderiam ser retroativos; (iii) a presunção de legalidade dos atos administrativos; (iv) a teoria da aparência; (v) a inexigibilidade de conduta diversa (uma vez que o sistema SCL não estava disponível ao lançamento dos dados para a sazonalização da garantia física em 2012); (vi) a segurança jurídica; (vii) o direito adquirido; entre outros fundamentos e diversas citações doutrinárias, legais, julgados de tribunais superiores e até mesmo da ANEEL, que corroboram seus posicionamentos.

VI. DAS RECOMENDAÇÕES

125. Com base na análise das contribuições11 da Audiência Pública no 18/2013 (Anexo I) e nas ponderações técnicas até aqui discutidas, encaminha-se esta Nota Técnica para subsidiar a deliberação da Diretoria Colegiada com as seguintes recomendações: (i) manter a sazonalização realizada pelos agentes hidrelétricos do MRE para o ano de 2013; (ii) determinar à SEM e SRG que, em até noventa dias, apresentem proposta de regulamento para aprimorar a regra de alocação de energia do MRE a partir de 2014; (iii) determinar à CCEE que proceda à liquidação da contabilização de janeiro de 2013, efetuando a devida atualização monetária dos valores, com base na variação do último índice já publicado do IGP-M divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, desde a data em que deveria ter sido realizada a liquidação até a data da nova liquidação, e retome de forma imediata as demais atividades paralisadas em consequência do atraso dessa liquidação.

126. Por fim, independentemente da decisão da Diretoria, quanto a alguns processos da CCEE, as Superintendências recomendam que: (i) a ANEEL libere a continuidade dos processos de contabilização mensais do Encargo de Energia de Reserva - EER; (ii) a CCEE não aplique multas por não aporte de garantias financeiras em 25/02/2013; (iii) a CCEE proceda à apuração e divulgação da receita de venda dos CCEARs aos agentes, para os meses de fevereiro e seguintes, com base nos dados de contratos 10 Acaso a competência delegada fosse considerada residual, padeceria a premissa básica que admite a delegação, qual seja, que ela se dá em razão da matéria. Apenas é admissível a delegação de norma operacional (art. 13, I da Lei 9.784/1999) e, como tal, foi caracterizado o estabelecimento de prazos. 11 O inteiro teor das contribuições estão disponíveis no site da ANEEL.

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(Fl. 31 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência *

e de geração, conforme informação do ONS, até que o fluxo de contabilizações se normalize. Eventuais correções decorrentes dos resultados das contabilizações deverão ser efetuadas e lançadas na apuração da receita final dos meses subsequentes; e (iv) que não seja permitido o registro de novos contratos de venda aos agentes em desligamento exclusivamente em razão da REN nº 531/2012.

____________________________________________ BENNY DA CRUZ MOURA

Especialista em Regulação - SEM

____________________________________________ CARLOS EDUARDO GUIMARÃES DE LIMA

Especialista em Regulação - SEM

____________________________________________ FERNANDO COLLI MUNHOZ

Assessor - SRG

____________________________________________ JULIA SECHI NAZARENO

Especialista em Regulação - SRG

____________________________________________ LUIZ GUSTAVO BARDUCO CUGLER CAMARGO

Especialista em Regulação - SEM

____________________________________________ OTÁVIO RODRIGUES VAZ

Especialista em Regulação - SEM

____________________________________________ RENATA ROSADA DA SILVA

Especialista em Regulação - SEM

____________________________________________ RICARDO TAKEMITSU SIMABUKU

Assessor - SEM

De acordo:

__________________________________________ FREDERICO RODRIGUES

Superintendente de Estudos do Mercado

___________________________________________ RUI GUILHERME ALTIERI SILVA (SRG)

Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração

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(Fl. 32 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

ABEEOLICA Parcialmente aceita Aceita sugestão de manter a sazonalização da forma que foi realizada pelos agentes. Aceita a sugestão para que as decisões da AP 018/2012 provoquem alterações nas REGRAS a partir de 2014, conforme o voto do Diretor Relator (pela determinação que a SEM, a partir de estudos conjuntos a serem realizados com a CCEE, proponha à Diretoria da ANEEL, em um prazo de 120 dias, a definição de limites máximos para os efeitos da sazonalização, de modo a evitar discussões tais como as decorrentes do caso aqui em discussão. Não aceita a sugestão de que, se aprovado o desfazimento da sazonalização, que as alterações sejam aplicadas somente para os agentes participantes do MRE. Apesar de no mérito, concordar com a proposta de que a discussão de que trata o objeto da AP se restringe exclusivamente aos agentes com usinas participantes do MRE, os geradores-cotistas e a UHE Itaipu e as usinas do Proinfa, estas últimas não citadas pela ABEEólica, discorda-se da proposta do Diretor-Relator de alterar a sazonalização realizada pelos agentes. Além disso, se a decisão for por uma nova sazonalização, considera-se que essa afetaria a todos os agentes, inclusive a carga, devendo-se lembrar que existem agentes que possuem usinas participantes e não participantes do MRE e que fizeram uma estratégia global da sazonalização de suas garantias físicas.

ABIAPE Aceita Aceita a alegação de que não é conveniente nem oportuno a anulação dos efeitos do item II do Despacho da SEM nº 335/2013, com a consequente sazonalização flat para os meses de janeiro a março ou o ano todo. Aceitas as propostas de editar Resolução Normativa que possa garantir mais eficiência regulatória à operação de sazonalização para o ano de 2014, bem como de retomada do processo de liquidação,conforme o voto do Diretor Relator.

ABRACE Aceita Aceito o posicionamento contrário à suspensão dos efeitos do item II do Despacho nº 335-SEM/ANEEL, e à determinação de que a CCEE suspenda a liquidação financeira do mês de janeiro. Também concorda-se que, caso seja do entendimento desta agência que as regras sobre sazonalização necessitem de aprimoramento, isso seja feito conforme o rito padrão, com instauração de Audiência Pública específica e com vigência a partir do próximo ciclo.

ABRACEEL Aceita SOBRE O PARECER JURÍDICO: Muito embora certos fundamentos jurídicos constantes do parecer sejam diversos daqueles afirmados nesta Nota Técnica, entende-se por irrefutáveis as conclusões acerca da competência delegada ao Superintendente desta SEM, bem assim a presunção de legitimidade dos atos referidos e a vedação à aplicação retroativa de nova interpretação da norma administrativa. Com respeito às sugestões formuladas:

1. Emitir despacho determinando a liquidação financeira do mês de janeiro, inclusive com a correção monetária dos valores suspensos do dia 13/03/2013 até a data da nova liquidação: aceita.

2. Convalidar o despacho SEM nº 335/2013, garantindo assim todos os efeitos da alteração do prazo de sazonalização da garantia física de 2013: aceita.

3. Votar pela abertura de audiência pública para colher subsídios para o aperfeiçoamento das regras de sazonalização de garantia física dos participantes do MRE: aceita.

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(Fl. 33 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

4. Solicitar à CCEE que realize um levantamento das usinas com vencimento de concessão em 2013, que sazonalizaram a garantia física sem considerar o critério de proporcionalidade e permitam a correção da sazonalização. aceita.

ABRADEE Não considerada Não foi apresentada proposta alguma, se concorda ou não com o objeto da discussão desta AP.

ABRAGE Aceita Aceita a proposta de que não deve ser promovido pela ANEEL o refazimento da sazonalização das garantias físicas, visto que seria danoso à segurança jurídica e a atos jurídicos perfeitos.

ABRAGEL Aceita Muito embora certos fundamentos jurídicos constantes do parecer sejam diversos daqueles afirmados nesta Nota Técnica, entende-se por irrefutáveis as conclusões acerca da competência delegada ao Superintendente desta SEM, bem assim a presunção de legitimidade dos atos referidos e a vedação à aplicação retroativa de nova interpretação da norma administrativa.

ABRAGET Parcialmente aceita Já prevista a proposta de que a liquidação deva ser realizada com a maior brevidade possível. Não aceita a proposta de que, independente do resultado da AP, seja feita a recontabilização, uma vez que depende do resultado da AP para se realizar ou não a recontabilização. Aceita a proposta de que devam ser realizados estudos para nova regulamentação, embora não seja escopo da referida AP. Não aceita a suspensão da apuração da Disponibilidade Observada e respectivas penalidades. Vide item 66, na qual se apresenta solução transitória para a não interrupção prolongada do pagamento dos geradores. Aceita o pedido de que os credores da liquidação devam receber o montante com atualização monetária, o que implica, consequentemente, que os devedores devam pagar também com a mesma atualização monetária.

APINE Aceita Concorda-se com o entendimento da APINE, que a ANEEL deveria eliminar os efeitos do Despacho 627/2013 e manter todos os efeitos dos atos emanados da SEM e SRG, permanecendo a sazonalização conforme executada pelos agentes dentro das regras e prazos determinadas pela própria Agência.

ATUAL ENERGIA Aceita Nada há a opor contra a argumentação ofertada.

BIO ENERGIAS Não considerada A decisão de suspensão da Liquidação Financeira do Mercado de Curto Prazo não é o objeto desta Audiência Pública, o que de fato já ocorreu por decisão da Diretoria Colegiada.

BPCH Não aceita Discorda-se do posicionamento da BPCH que questiona, caso fosse se permitir a postergação da sazonalização a outros agentes à época, a ANEEL deveria ter reaberto o Programa Anual do Proinfa PAP/2013, aprovado por meio da Resolução Homologatória 1385/2012, em razão de que o CCVE do PROINFA determina que os agentes apresentem até o dia 30 de setembro de cada ano a estimativa de energia a ser produzida mensalmente pela PCH. Entende-se que a estimativa de energia a ser produzida não pode ser confundida com o processo de sazonalização dos respectivos contratos, por meio do qual é realizada pela ELETROBRAS e informada à ANEEL. Da mesma forma, não se tem conhecimento de qual é a relação entre os montantes informados pelas PCHs e aquele informado pela ELETROBAS. Conforme já apresentado nesta Nota Técnica, vide seção III.IV, a sazonalização de Itaipu contrasta com a do PROINFA.

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(Fl. 34 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

Também não se concorda com a proposta de que a ANEEL sazonalize o período de janeiro, fevereiro e março retirando as distorções provocadas pelo atraso no encaminhamento dos montantes sazonalizados em razão de todo o exposto nesta Nota Técnica. Pela mesma razão também não se concorda de que, caso não seja possível nova sazonalização, que os agentes que não tinham capacidade de gerenciar esse risco da mesma forma daqueles que sazonalizaram em fevereiro de 2013 sejam mantidos neutros no processo, retirando todo e qualquer efeito provocado pelo movimento em questão.

BROOKFIELD Aceita Nada há a opor contra a argumentação ofertada.

CAMERGE Não aceita O propósito do MRE é o de mitigar o risco hidrológico, o que não pode ser confundido com garantia de atendimento à comercialização individual de cada agente. De toda a forma, a regra vigente desde a sua criação, para a alocação da geração proveniente do MRE é a garantia física sazonalizada, que por sua vez consiste no lastro (recursos) utilizado para comprovação de atendimento de sua comercialização (requisitos), cuja aferição se dá em uma média móvel de 12 meses de contabilização. Neste sentido, o critério utilizado para realocação de energia proveniente do MRE pode levar à falsa interpretação de que o compartilhamento do risco hidrológico visa garantir respaldo físico às usinas em termos de geração, no nível equivalente à sua garantia física sazonalizada, para fins comerciais. Por princípio, o compartilhamento do risco hidrológico decorre do despacho centralizado das usinas do Sistema Interligado Nacional – SIN, com vistas à otimização do custo de operação, resguardado por um dos pilares do modelo setorial que é a garantia do suprimento. Ocorre que a utilização da garantia física sazonalizada como critério de alocação de geração do MRE tinha se mostrado satisfatório, apesar de agentes já contribuírem no sentido de haver necessidade de aperfeiçoamento do mecanismo, contudo, sem demonstrar indícios de manipulação do mecanismo, o que também não havia sido verificado por esta agência. No entanto, não se pode atribuir a responsabilidade somente aos grandes geradores conforme afirmado, uma vez que a postergação dos prazos se deu para todos os agentes. Cabe ressaltar que, conforme já justificado no Memorando 080/2013-SEM/SRG, a tomada de decisão sobre a sazonalização recai sobre a percepção individual, dentre outras, de afluência e de preço ao longo do ano. Portanto, prejuízos mensais não podem ser como justificativas para qualquer alteração do que já foi realizado, uma vez que sempre haverá períodos em que as percepções dos agentes não se confirmam, o que pode causar prejuízos, sem haver, no entanto, qualquer alteração de procedimentos ou regras. Dessa forma, o prejuízo mensal de janeiro poderá ser revertido ao longo do ano, dado que o esperado pelo agente quando da sazonalização não se realize. Com relação à proposta de alocação de energia do MRE, tendo como base a nova sazonalização considerando a energia não gerada ou comercializada, vide seção III.V desta Nota Técnica.

CEEE Aceita Aceita sugestão de manter a sazonalização da forma que foi realizada pelos agentes.

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(Fl. 35 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

CEMIG Aceita Concorda-se com a CEMIG que a ANEEL deve manter a sazonalização conforme realizada pelos agentes dentro de regras e prazos estabelecidos pela Agência, eliminando a suspensão da liquidação da CCEE determinada pelo Despacho 627/2013.

CEP Aceita Concorda-se que seja autorizado o faturamento da 3ª parcela da Receita de Venda de fevereiro de 2013, conforme indicado no item 66 desta NT.

CESP Aceita Aceitas as contribuições da CESP pelo não desfazimento da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, ou seja, pela manutenção da sazonalização de garantia física do ano de 2013 entregue de forma tempestiva pelos agentes. Entende também que deve ser cessada a suspensão da liquidação de janeiro de 2013 pelo Despacho ANEEL n° 627/2013 e retomadas imediatamente as operações na CCEE.

COGEN Aceita No mérito a discussão de que trata a Audiência Pública não se estende às usinas à biomassa.

CGEP Não aceita As propostas não foram aceitas em razão de se discordar do desfazimento da sazonalização realizada. Vide item 66, que avalia a realização de eventual nova sazonalização para a sugestão apresentada de que sejam observadas todas as obrigações contratuais dos agentes, considerando que o montante a ser sazonalizado nos meses de janeiro e fevereiro seja o maior entre um doze avos de sua garantia física (flat) e o montante efetivamente comprometido com a pilha de contratos registrada para o mês em referência, limitada à sazonalização originalmente realizada no período entre 7 e 15 de fevereiro. Em relação ao direito da modificação da sazonalização para os meses a partir de abril, o Memorando 080/2013 já manifestou discordância em razão de propiciar a ocorrência do mesmo problema verificado, dada a percepção atual dos preços ao longo do ano.

COMPASS Não aceita Não aceita a sugestão de que eventuais medidas constritivas adotadas pela ANEEL para resolução da presente AP sejam aplicadas somente para os agentes envolvidos no cerne da questão. Apesar de no mérito, concordar com a proposta de que a discussão de que trata o objeto da AP se restringe exclusivamente aos agentes com usinas participantes do MRE, os geradores-cotistas e a UHE Itaipu e as usinas do Proinfa, discorda-se da proposta do Diretor Relator de alterar a sazonalização realizada pelos agentes. Contudo, se a decisão for por uma nova sazonalização, considera-se pertinente a proposta de permitir nova sazonalização somente aos participantes do MRE.

CPFL RENOVÁVEIS Não aceita Apesar do mérito, a proposta não será aceita, pois está condicionada ao desfazimento da sazonalização original.

DELTA Aceita Vários dos apontamentos, inclusive, já foram previstos no próprio corpo desta NT.

EDP Aceita Aceita a proposta de que não deve ser promovido pela ANEEL o refazimento da sazonalização das garantias físicas.

ELEKTRO Aceita

Aceita a sugestão de promover a revisão das regras de comercialização que preveem a sazonalização das energias asseguradas das usinas integrantes do MRE. Conforme já exposto na NT 002/2013-SEM/ANEEL, entende-se que a regra de alocação da energia no MRE deve ser revista. Porém, tal revisão deve se dar em processo específico e após os devidos estudos. Aceita a sugestão de manter a sazonalização da forma que foi realizada pelos agentes.

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(Fl. 36 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

Não considerada a sugestão, tendo em vista estar fora do escopo desta AP. ELETROBRAS Não aceita Não se concorda com as justificativas apresentadas pela ELETROBRAS, em face de todo o exposto nesta Nota Técnica.

ENDESA Aceita Aceitas as sugestões de manter a sazonalização da forma que foi realizada pelos agentes, bem como de convalidação pela Diretoria da ANEEL da decisão das Superintendências de Estudos de Mercado e da Regulação da Geração, que estabeleceram a postergação do cronograma de sazonalização para o ano de 2013, conforme proposto pela CCEE.

ENERGISA Aceita Aceita a proposta de que não deve ser promovido pela ANEEL o refazimento da sazonalização das garantias físicas.

F/G AGRO Parcialmente aceita Aceita sugestão 1, de manter a sazonalização da forma que foi realizada pelos agentes, pois o questionamento da ELETROBRAS foi casuístico. Não aceita a sugestão 2, de que, se aprovado o desfazimento da sazonalização e consequente sazonalização flat para 2013, que as alterações aprovadas pela Resolução Normativa 533/2013 sejam aplicados a partir do ano de 2014. Não considerada a Sugestão 3, de suspender as negociações do Mercado de Curto Prazo até que o resultado da AP 018/2013 seja publicado e o agente gerador conheça exatamente qual será o seu lastro disponível para comercialização, vez que essa é uma decisão que cabe somente aos agentes. De qualquer forma, várias operações estão suspensas, como visto nesta Nota Técnica.

NEOENERGIA Parcialmente aceita Aceitas as posições externadas por meio das associações de classe das quais o agente participa, que encaminharam contribuições específicas sobre o tema Não aceita a sugestão de que para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, a ANEEL considere na definição da Garantia Física sazonalizada dos agentes, antes da rodada do MRE, no mínimo, a posição líquida de contratos no mercado de curto prazo, a fim de se evitar, ao máximo, exposições involuntárias na CCEE (exposição a PLD), considerando-se, inclusive, a necessidade de evitar penalidades por insuficiência de lastro (média móvel de 12 meses). A recomendação é de que seja mantida a sazonalização já feita. Não obstante, em caso de determinação por nova sazonalização, concorda-se que seja dada a possibilidade do agente gerador manter a sazonalização já realizada para os meses de março e abril, abrindo-se nova sazonalização a partir de maio.

NOVA ENERGIA Parcialmente aceita Aceita a manifestação contrária ao desfazimento da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, bem como a quaisquer medidas aplicadas retroativamente em detrimento da estabilidade e clareza regulatória. Não aceita a proposta de que o desfazimento seja realizado apenas àquelas usinas hidráulicas participantes do MRE, em razão da discordância com a proposta da Diretoria, apesar de que no mérito da proposta encaminhada já é previsto que seja aplicado apenas a estas usinas. No mesmo sentido, a proposição de que, caso ocorra nova sazonalização, esta deva ser realizada mediante o menor valor entre a sazonalização realizada e seus contratos de venda, pelos argumentos colocados no corpo do texto da Nota Técnica.

PETROBRAS Parcialmente aceita O agente propõe, enquanto a liquidação financeira regular estiver suspensa, que a ANEEL estabeleça um procedimento para que os demais agentes devedores, não envolvidos com a questão objeto do Despacho nº 627/2013 e Despacho nº 335-SEM/ANEEL/2013, efetuem os seus pagamentos em uma liquidação financeira especial. A recomendação das áreas técnicas é que seja determinado à CCEE proceder à apuração e

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(Fl. 37 da Nota Técnica no 34/2013-SEM-SRG/ANEEL, de 25/03/2013)

ANEXO I Relatório de Análise de Contribuições – Audiência Pública no 18/2013

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS Entidade Aproveitamento Justificativa

divulgar a receita preliminar dos CCEARs aos agentes, tendo em vista que são conhecidos os dados de contratos e que o ONS informa os dados de geração. Eventuais correções deverão ser efetuadas após a apuração da receita final dos meses afetados, a ser feita de acordo com os resultados das contabilizações. Concorda-se que é fundamental que a suspensão da liquidação financeira ocorra pelo menor tempo possível. Não aceita, por inaplicável a proposta de a criação de um mecanismo transitório para que, caso haja inadimplência em função do atraso na liquidação, essa não seja rateada com os credores conjunturais no MCP. Por fim, concorda-se que os credores da liquidação financeira devam receber o montante a que têm direito com a devida atualização monetária.

RVESA Não aceita Entende-se que a sazonalização realizada deva ser mantida. Se for outra a decisão, a proposta do agente de que sejam considerados os compromissos contratuais previamente registrados na CCEE, implica alteração das regras de comercialização, o que acarretará atraso adicional da próxima liquidação.

SIMPLE ENERGY Aceita Concorda-se com o agente por manter a sazonalização já efetuada. Assim, propostas do agente são i) contrária à determinação de que a sazonalização dos cotistas e da UHE Itaipu seguindo o perfil de sazonalização dos demais agentes do MRE; ii) contrária à separação das usinas cotistas e da UHE Itaipu dos demais agentes; e iii) de redistribuição de energia nos demais meses.

SJC BIOENERGIA Aceita Aceita a proposta do agente de manutenção da sazonalização já feita para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, considerando-se, portanto, a sazonalização informada conforme prazos divulgados a todos os agentes pela CCEE, via comunicados.

TRACTEBEL Aceita Aceitas as propostas da TRACTEBEL de (i) que seja reconhecida a regularidade e validade do Ofício SEM/SRG 153/12 e do Despacho SEM 335/13 ou, alternativamente, caso a ANEEL venha a reconhecer eventual irregularidade desses atos, que a ANEEL os convalide por estarem materialmente corretos; e (ii) em qualquer caso (reconhecimento de regularidade desses atos ou sua convalidação), seja mantida a sazonalização já realizada pelos agentes para o ano de 2013.

UNICA Não aceita Apesar de, no mérito, concordar com a proposta da Única de que a discussão de que trata o objeto da Audiência Pública se restringe exclusivamente aos agentes com usinas participante do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), os geradores-cotistas e a UHE Itaipu e as usinas do Proinfa, esta última não citada pela Unica, discorda-se da proposta do Diretor Relator de alterar a sazonalização realizada pelos agentes. Além disso, se a decisão for por uma nova sazonalização, considera-se que essa afetaria a todos os agentes, inclusive a carga, devendo-se lembrar que existem agentes que possuem usinas participantes e não participantes do MRE e que fizeram uma estratégia global da sazonalização de suas garantias físicas.

UTE COLORADO Aceita Aceita a proposta de manutenção da sazonalização realizada para os meses de janeiro e fevereiro de 2013, considerando-se, portanto, a sazonalização informada conforme prazos divulgados a todos os agentes pela CCEE, via comunicados.