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NOTAS PARA A PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ECONÓMICA E
FINANCEIRA DA ESHTE II V2.1
(Documento da Presidência da ESHTE)
AGOSTO DE 2011
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 2
INDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3
1 – O QUADRO ORÇAMENTAL ........................... .......................................... 7
2 – CULTURA DE FUNCIONAMENTO ...................... ................................... 13
3 – OBJECTIVOS A ALCANÇAR ......................... ........................................ 16
4 – MEDIDAS CONCRETAS ............................. ............................................ 19
4.1 – Na óptica da receita .................................................................................... 19
4.2 – Na óptica da despesa ................................................................................. 22
4.2.1 – Despesa: medidas adoptadas anteriormente a 2012 (ano lectivo de
2010/2011) .......................................................................................................... 24
4.2.2 – Despesa: medidas adoptadas ou alteradas com entrada em vigor no ano
lectivo de 2011/2012 ........................................................................................... 28
5 – ALCANCE DAS INICIATIVAS ....................... .......................................... 38
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 3
INTRODUÇÃO
O presente apontamento de plano tem como objectivos principais (i) dar
continuidade (e justificar essa necessidade) ao documento apresentado em
2010 intitulado “Notas sobre/para a sustentabilidade económica e financeira
da ESHTE” (ii) dar conta das iniciativas a promover, a curto e médio prazo,
tendo em vista assegurar a perenidade da Escola dentro de um quadro de
competitividade e de qualidade.
Trata-se de reforçar uma matéria pouco agradável do ponto de vista da
gestão mas que, cada vez mais, se vem impondo como central no quadro de
um governo responsável e comprometido com o futuro da instituição.
Na verdade, o quadro económico e político do País mudou substancialmente
nos últimos meses, emergindo, ainda com maior acuidade, a necessidade do
controle do défice público. Este facto, aliado aos compromissos externos que
o País foi obrigado a subscrever e que lhe retiraram margem de manobra no
domínio da alocação dos dinheiros públicos, originou um conjunto de
medidas já anunciadas – e outras que se adivinham – com fortes impactos
em todas as instituições públicas.
Não estando as instituições do ensino superior público fora deste panorama
de restrição orçamental e de incerteza quanto ao futuro, interessa que as
mesmas desenhem uma estratégia de adaptação tendo em vista resistir, com
a dignidade e o espírito de missão que se espera delas, às novas
circunstâncias de funcionamento que se vêm configurando.
Dizemos novas condições de funcionamento porque, na verdade, o espírito
que presidiu à assinatura, em 2009/10, do contrato de confiança, após uma
erosão lenta durante 2010/11, terá que ser reavaliado, tendo naturalmente
presente aquilo que continha de essencial para as instituições: a garantia de
um orçamento fixo de base plurianual susceptível de permitir um adequado
planeamento, seja no âmbito da estratégia de crescimento, seja no domínio
dos investimentos a efectuar pelas mesmas.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 4
Por outro lado, é preciso ter presente que nem todas as instituições de ensino
superior se encontram expostas da mesma forma a um quadro regressivo em
termos de dotações orçamentais. Na realidade, a forma como vêm sendo
calculadas as transferências do OE para as diferentes instituições está longe
de poder ser considerada equitativa, tendo vindo, sucessivamente, a manter
– quando não a agravar – disparidades significativas no domínio da robustez
económica das entidades do ensino superior público.
Este processo, cuja génese próxima remonta à aplicação de uma fórmula
desajustada face à realidade de algumas unidades de ensino (veja-se, a título
de exemplo, que o turismo surge na categoria P8 – com o rácio
professor/aluno mais desfavorável – independentemente de se tratarem de
cursos de lápis e de papel ou de cursos de técnicas e tecnologias aplicadas
ao turismo, os quais têm custos completamente distintos), foi continuado,
após 2009/10, através da assumpção sucessiva de uma dotação orçamental
fixa, independentemente das dinâmicas verificadas por cada instituição desde
aí. Isto levou, na prática, a que o mérito associado ao crescimento do número
de alunos tenha sido “compensado” com uma diminuição proporcional do
rácio transferência do OE/aluno inscrito, originando, desta forma, que as
instituições que mais cresceram são, precisamente, as que se encontram
mais débeis financeiramente, logo com menos capacidade de absorção de
alterações negativas em matéria orçamental.
Para a ESHTE, instituição com características muito específicas e sempre em
luta com adversidades derivadas do seu percurso atípico, mesmo quando o
mesmo se caracteriza/ou pelo sucesso relativo, com uma tutela algo distante
até aqui, a presente situação ainda se revela mais preocupante, já que no afã
da inevitável e futura reestruturação do sistema público de ensino superior
não é claro que os seus interesses e particularidades próprias sejam tidos em
linha de conta, sobretudo num contexto em que a suborçamentação poderá
servir como catalisador de argumentos susceptíveis de – para
desconhecedores da real situação da Escola – serem utilizados contra si
própria.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 5
Neste quadro, mais uma vez sublinhamos que à comunidade escolar restam
três caminhos de futuro: i) ignorar o que se perfila no horizonte e perecer, a
breve trecho e abruptamente, às mãos dos argumentos da racionalização
para a sustentabilidade; ii) atingir, daqui a quatro cinco anos, uma situação
completamente desesperada em que as receitas deixam de cobrir as
despesas de funcionamento e, como tal, tornam completamente inviável o
seu funcionamento em situação de dignidade e de competitividade (com
diminuição progressiva da margem aos investimentos reprodutivos); iii) ou,
com todo o realismo, admitir que é necessário mudar a cultura institucional no
domínio do binómio direitos e deveres e fazer frente, com medidas concretas,
ao agravamento das suas condições de funcionamento.
Este último aspecto, de resto, extravasa largamente a questão meramente
financeira, colocando-se, antes, no quadro do espectro global das actividades
da instituição e das respectivas atitudes perante as mesmas. Cremos que
neste último domínio, o da mudança da cultura institucional da ESHTE,
bastante foi conseguido no último ano, facto que se traduziu numa maior
preocupação, por parte de toda a comunidade escolar, com a dimensão
económico-financeira da Escola, a qual, quer nos agrade ou não, está na
base das restantes, seja a científica, seja a pedagógica.
Contudo, muito ainda há que evoluir neste particular, afastando de vez o
espírito do funcionalismo público na sua vertente menos nobre, a de que tudo
nos é devido e nada pedido, ou, talvez mais adequado à realidade actual, a
defesa intransigente de privilégios que, independentemente da sua justiça,
são incomportáveis no novo quadro de contexto das instituições públicas com
autonomia financeira.
A título de exemplo, aludimos à necessidade de rever os estatutos da ESHTE
naquilo que os mesmos têm de desadequado face à nova realidade,
sobretudo no domínio da redução das dispensas docentes as quais, como
parece evidente para qualquer observador atento, são completamente
ruinosas e desadequadas face ao que é correntemente praticado nas
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 6
instituições congéneres, conferindo uma imagem externa à Escola de
entidade gastadora e com “luxos” incomportáveis.
Esta e outras medidas que agora se anunciam, vão, decerto, provocar
reacções compreensíveis de desagrado junto dos vários corpos abrangidos
pelas mesmas. Por um lado, porque significam entrar na margem de conforto
de cada um e, porque, em acréscimo, traduzem o embate real de um novo
paradigma em que nada, para além da incerteza quanto ao futuro, está
garantido. Por outro, porque significará, nalguns casos, um aumento da carga
de trabalho real, quando não acompanhado por uma diminuição dos
proventos auferidos.
Neste último aspecto gostaríamos de sublinhar que - tal como discordamos
dos cortes cegos efectuados aos orçamentos das instituições de ensino
superior, não atendendo aos seus passados e especificidades – iremos
procurar que as medidas agora preconizadas sejam “inteligentes”, tendo em
conta a real situação de quem é afectado pelas mesmas. Para tanto, há que
introduzir, sempre que possível e oportuno, mecanismos de discriminação
positiva ajustados a uma distribuição equitativa dos sacrifícios pedidos, seja
pelos diversos corpos da comunidade escolar, seja pelas pirâmides que
estruturam cada um deles.
Em termos práticos, o que agora se propõe é continuar a enfrentar uma
situação que todos, creio, há muito admitem: a necessidade de controlar e
racionalizar ainda mais o funcionamento da Escola, definindo regras
equilibradas, transversais e de aplicação universal. Em poucas palavras, para
além de assegurar a sustentabilidade - conservando o potencial de resiliência
- da ESHTE, o que este conjunto de medidas também visa é garantir a sua
sobrevivência a curto/médio prazo.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 7
1 – O QUADRO ORÇAMENTAL
Como todos sabemos, a situação do País sofreu, nos últimos tempos,
alterações profundas dos pontos de vista económico, financeiro e, mesmo,
político. Ao mesmo tempo a que se assistiu a uma degradação dos ritmos de
crescimento económico resultante dos efeitos conjugados da crise mundial e
da ineficiência do tecido empresarial nacional, registou-se, com crescente
gravidade, um aumento exponencial da dívida - pública e privada - externa na
sequência da perca de confiança dos mercados e no subsequente aumento
do preço do dinheiro. Posteriormente, com o agravamento da situação atrás
descrita às mãos dos designados “mercados”, a situação geral do País
precipitou-se, tendo como mais evidentes expressões não só a necessidade
de solicitar ajuda externa para precaver a anunciada bancarrota do Estado,
mas também o fecho, a meio de uma legislatura, de um ciclo político.
Quando tal processo começou a ter impactos significativos no Orçamento de
Estado, já o Governo tinha assinado com as instituições de ensino superior
público um contrato de confiança que, entre outros aspectos de detalhe,
previa o aumento da oferta educativa e formativa das instituições (dirigida aos
nichos de mercado menos cobertos pela paleta então existente – ensino
nocturno, ciclos de estudos de nível cinco (CET), mestrados
profissionalizantes) a troco da garantia de reforço e posterior manutenção,
durante os anos subsequentes, das transferências do Estado para as
instituições.
Cientes dos compromissos assumidos, cada uma das instituições signatárias
elaboraram um plano específico tendo em vista o cabal cumprimento do
referido “Contrato de Confiança”. A ESHTE não foi excepção neste particular
e, pese embora as suas dificuldades específicas decorrentes de, por
exemplo, ser das poucas instituições que - cumprindo a lei - remunerava as
horas nocturnas através de um factor de ponderação de 1,5, respondeu com
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 8
grande generosidade e sentido de responsabilidade perante o que se tinha
comprometido no quadro do referido contrato.
Certo é que, desde cedo, os dados iniciais foram sofrendo “pequenas”
alterações, as quais, invariavelmente, foram no sentido de agravar a
capacidade de resposta das instituições face aos investimentos induzidos
pelos termos do contrato: o PROTEC foi dissolvido no montante global das
transferências; verificou-se, de seguida, um aumento de cerca de 5% no
domínio das obrigações para com o fisco e de 7,5% a 15% para com a
segurança social; estendeu-se a obrigação de indemnizar todos os
detentores de contratos cessantes mesmo quando os mesmos são
efectuados a termo certo (2 dias por mês de contrato); e, finalmente, o
compromisso verbal de não se verificarem cativações ou reservas
orçamentais acabou por ser esquecido.
Efectivamente, de uma transferência do OE para ESHTE que, para o ano de
2010, foi da ordem dos 4,03 milhões de euros (verba que o contrato de
confiança garantia até 2013), assistiu-se, em 2011, à imposição de um
conjunto de “expedientes de engenharia orçamental” por parte da tutela,
entre reduções assumidas, contas efectuadas por alto (caso do acerto
relativo às reduções dos salários previstas no PEC3) e cativações com um
rigor nunca visto, que significou um decréscimo efectivo do orçamento
transferido disponível para a ordem de grandeza dos 3,77 milhões de Euros
(menos 6,5% que o ano anterior). A esta diminuição há que acrescer os
impactes negativos de natureza orçamental derivados de: i) o enorme esforço
acrescido que foi imposto às instituições de ensino superior decorrentes do
funcionamento da Agência de Acreditação (A3E), o qual incidiu sobre o
processo de acreditação preliminar e fases subsequentes dos cursos já
existentes e sobre as novas propostas de ciclos de estudos (na verdade, os
custos impostos às IES pela “privatização” das funções regulatórias do
Estado nestas matérias); ii) do não pagamento, até à data, de 130 mil euros
devidos à ESHTE a título de transferências da Acção Social Escolar; iii) das
dívidas acumuladas pelos alunos (cerca de 140 mil euros) em matéria de
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 9
propinas, derivadas não só dos efeitos da crise sobre os orçamentos
familiares e individuais, mas também da revisão, por força da legislação
aprovada centralmente, das tabelas de multas aplicadas anteriormente pela
Escola, facto esse que, na prática, incentivou, pelas coimas diminutas
aplicáveis, o incumprimento.
Com esta nova situação orçamental e com os indispensáveis investimentos
de natureza plurianual (p.e. nos domínios da gestão e da garantia da
qualidade, no da gestão da informação e dos fluxos documentais, no da
elaboração automática de horários e no da constituição de um “timetable”
integrado e multifuncional) que a ESHTE efectuou tendo por base as
expectativas decorrentes do contrato de confiança, bem como algumas
despesas de vulto – imprevistas – associadas a compromissos assumidos
em mandatos anteriores (contribuição HMI Portugal – 50 mil euros) ou a
outros investimentos pontuais imprescindíveis (quota para a Fundação
ESHTE, I&D, reparações de materiais nas áreas técnicas e contribuições
solicitadas pelo Turismo de Portugal a título de comparticipação nos gastos
correntes), o funcionamento da Escola muito dificilmente será viável, durante
o corrente ano de 2011, sem a descativação total das verbas, seja as que se
prendem com as rúbricas associadas às transferências do OE, seja com as
que impendem sobre as receitas próprias da instituição.
Neste sentido, e tendo em vista esclarecer a tutela sobre a situação assaz
particular e original da Escola (nos domínios orçamentais e das instalações)
solicitámos, logo após a tomada de posse do novo governo, uma audiência
pela qual aguardamos, até ao momento, com grande expectativa.
Entretanto, no final de Julho e inícios de Agosto do corrente ano, dois outros
factos relevam-se importantes para a presente contextualização: i) foi
recebida uma proposta de protocolo por parte do Turismo de Portugal tendo
em vista renovar o anterior acordo existente entre as duas instituições; ii)
chegou-nos, oriunda da Secretaria de Estado do Ensino Superior, uma
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 10
comunicação incidente sobre o montante da transferência do OE para a
ESHTE aplicável ao ano de 2012.
Relativamente ao primeiro aspecto, interessa sublinhar que a referida
proposta, seguindo os termos da anterior que entretanto caiu em desuso, era
completamente inaceitável, já porque não previa os novos termos de
“responsabilidades e direitos partilhados” entretanto discutidos com o
Turismo de Portugal, já porque assumia termos pouco dignificantes para uma
instituição do ensino superior público. Nesse sentido, a mesma foi rejeitada e,
posteriormente, explicado, de viva voz, à Secretaria de Estado do Turismo as
razões para tal e os termos que a ESHTE considerava fundamentais para se
chegar a um acordo, nomeadamente a abertura de possibilidades para
originar receitas tendo por base as instalações partilhadas (dentro do espírito
atrás enunciado de igualdade de direitos e de oportunidades entre
instituições, e não, como até aqui, de uma panóplia de responsabilidades a
assumir no quadro de um inquilinato fero e assimétrico).
No que diz respeito ao segundo – o orçamento para 2012 – há que sublinhar
vários aspectos: i) o mesmo foi comunicado à ESHTE e às restantes
instituições do ensino superior público sem qualquer consulta prévia através
das quais fosse possível dar conta das diversas problemáticas específicas; ii)
os montantes inscritos basearam-se, assim, num princípio de cortes “cegos”,
o qual não tomou em conta as situações diversificadas em que as várias
instituições laboram nem as diferentes capacidades para resistir com
dignidade aos mesmos (como anteriormente se referiu); iii) para algumas
instituições mais vulneráveis, como é o caso da ESHTE, o corte anunciado
põe em causa, não só as estratégias globais traçadas anteriormente, como,
inclusive, a capacidade de resiliência num quadro de futuro contextualmente
mais favorável.
Efectivamente, o corte anunciado para 2012 significará uma redução do
montante de transferência do OE para cerca de 3,5 milhões de euros
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 11
incluindo a acção social, o que, em termos percentuais globais, constituirá um
decréscimo na ordem dos 11,5%.
Compreende-se que, na situação geral do País, as instituições de ensino
superior público não devam ficar arredadas do esforço nacional que a todos
se exige e que, por outro lado, assumam a sua quota parte de solidariedade
para com os restantes sectores da administração pública. Agora, também
não deixa de ser um facto que as mesmas devem ser analisadas individual e
colectivamente e, em função dos esforços já efectuados no passado, bem
como dos indicadores de desempenho específicos, a racionalização
orçamental seja adequada às respectivas capacidades de absorção de
impactes negativos e de resiliência .
Pela sua parte, a ESHTE, que nunca solicitou tratamento de favor nem a
abertura de excepções no passado, não é agora que o irá fazer, embora, há
que sublinhar, continue a analisar, de forma atenta e serena, o desenrolar de
situações que a deixam desapontada e perplexa. Falamos do (não)
financiamento dos CET às instituições do ensino superior fora das áreas
elegíveis no quadro dos fundos comunitários (quando basta consultar a
internet para perceber as engenharias financeiras nesta matéria efectuadas
anteriormente por entidades concorrentes exteriores ao sistema do ensino
superior, as quais, ainda por cima, se dão ao luxo, após financiamento, de
cobrar propinas com valores que nos são vedados). Falamos, também, da
continuidade na manutenção de desequilíbrios inter-instituições que, a título
do justo objectivo de luta contra as disparidades no domínio do
desenvolvimento regional, são injustamente impostas às instituições de
ensino superior, já que as mesmas, sendo agentes de desenvolvimento, não
têm como vocação suportar os custos do seu nivelamento.
É, pois, esta obrigação moral de racionalização orçamental no contexto
presente, mas, igualmente, a necessidade de preservar o futuro da ESHTE -
tal como todos o projectamos, como instituição de referência provida de
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 12
autonomia no seu governo - que justificam o presente documento e as
medidas pouco agradáveis que ele contém.
É que, contrariamente ao documento congénere que apresentámos no ano
transacto em que a dimensão pedagógica no sentido da mudança da cultura
institucional se sobrepunha aos resultados orçamentais concretos, o actual
visa, para além de dinâmicas no campo das mentalidades, pura e
objectivamente, aumentar as receitas e diminuir as despesas. E
significativamente, já que o desequilíbrio calculado entre ambas não permite
outra solução.
Embora o orçamento da ESHTE para 2012 não esteja ainda fechado nem o
respectivo plano de actividades elaborado, estimativas que tomam em linha
de conta a oferta formativa já anunciada (manifestada, a pedido da tutela,
antes de ser conhecido o orçamento para 2012), os investimentos plurianuais
transitados, as despesas correntes de funcionamento incluindo substituições
de materiais, os investimentos anuais indispensáveis ao funcionamento da
Escola, os resultados financeiros de adequações às normas legais e os
imprevistos “discerníveis”, farão antever, salvo opinião futura mais
consolidada e não contando com os resultados do processo de
reajustamento que este documento pretende atingir, um deficit orçamental,
em 2012, na ordem dos 450/500 mil euros.
É este o fantasma com o qual temos de lutar, algo que impõe mudanças
estruturais profundas, pesadas e penosas, sobretudo tendo em conta que
boa parte do orçamento da ESHTE no domínio da despesa é consumido
através da rúbrica afecta a salários (85% estimados para 2012) e que, por
outro lado, não é possível – nem desejável – reduzir drasticamente a dos
investimentos reprodutivos.
Contudo, não é somente no plano estritamente financeiro associado às
transferências orçamentais do OE que residem as raízes da
insustentabilidade que ameaça a Escola.
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2 – CULTURA DE FUNCIONAMENTO
O quadro de reestruturação económica e financeira que apontámos no ponto
anterior tem de ser acompanhado – quando não precedido – por uma
alteração colectiva de mentalidades que, tal como anteriormente um ilustre
estadista referiu noutro contexto, recentre a questão tradicional daquilo que a
Escola nos pode dar, para aquilo que cada um de nós pode dar à Escola.
Efectivamente, embora a situação neste particular tenha melhorado
significativamente durante o último ano, subsistem, ainda, resquícios de uma
cultura estribada numa ideia de qualidade dissociada dos custos e dos
desperdícios induzidos, ideia essa que ainda colhe a adesão de uma parte
marginal da comunidade escolar, já que, em abstracto, não só se trata de um
conceito justificador de práticas arredadas, há muito, da maioria das
instituições de ensino superior (compartimentação das dimensões científicas
e pedagógicas relativamente à gestão orçamental), mas também porque cai
no domínio do politicamente popular em matéria de gestão das instituições
(qualidade em absoluto vs. qualidade possível em determinado momento).
Por outro lado, há que referir, se no abstracto normalmente todos estamos de
acordo com a necessidade de rever procedimentos e de introduzir mudanças
que tornem mais operativos, eficientes e eficazes os processos de laboração
interna, muitas vezes, quando as mesmas têm efeitos concretos nos
quotidianos e nas margens de conforto pessoais, originam-se reacções tão
compreensíveis quanto, de amiúde, irracionais.
Exemplos do que se acaba de referir são diversos e numerosos, carreando,
muitas vezes, para dentro da instituição e dos seus órgãos tensões e
divergências desnecessárias e penosas, até porque, normalmente, as
intenções restritivas são assumidas não por convicção ou concordância de
princípio com as mesmas, mas antes por absoluta necessidade.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 14
Paralelamente, também é necessário sublinhar que o esforço despendido por
todos os membros da comunidade escolar não tem sido repartido de forma
equitativa, mesmo dentro de estratos em circunstâncias contratuais e de
posicionamento idênticas. Trata-se de algo de natureza muito delicada, cuja
resolução, embora importante pois causa prejuízos duplamente negativos (no
que não é feito directamente e no que induz nos restantes, indirectamente),
passa mais pela já referida mudança de mentalidades do que, propriamente,
pela implantação de mecanismos dissuasores.
Efectivamente, normalizada que está a vida institucional da Escola,
considera-se que a realidade geral do País e os seus reflexos no domínio do
ensino superior público se encarregarão, por si, de demonstrar que se torna
necessário e indispensável que todos se empenhem afincadamente na luta
quotidiana pela sobrevivência, pelo crescimento e pelo engrandecimento da
ESHTE. Disso depende o êxito deste empreendimento de 20 anos, disso
depende a natureza e a estrutura do seu futuro, disso depende, em última
análise, a garantia dos postos de trabalho que anualmente geramos.
Este é, sem dúvida, o primeiro e mais fundamental dado do problema que, a
par da sustentabilidade económica e financeira, do ponto de vista interno,
deve ser tomado em consideração.
Consequentemente, o já exposto – orçamentos reduzidos, tutela distante até
aqui; escola desavisada e nem sempre consciente de que o futuro deve guiar
o presente, investimentos ainda sem tempo suficiente para produzir os frutos
pretendidos – geraram uma situação presente em que a necessidade de
introduzir reformas estruturais robustas é absoluta e incontornável.
E não tenhamos dúvidas que, se não formos nós a saber e a conseguir
inverter a situação que se anuncia, alguém o fará no futuro, sem
contemplações por pessoas e sem afecto pela Instituição. E isso, quer
continuemos - como esta presidência espera - ou não - na situação de escola
não integrada do subsistema do ensino superior politécnico.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 15
E já que este tema foi chamado à colação no documento vertente e,
igualmente, porque a presidência da ESHTE tem consciência da sua
actualidade política, bem como das opiniões internas sobre esta matéria,
importa esclarecer que, se nunca nos furtámos - independentemente de
opiniões pessoais de princípio - a discutir este assunto com quem quer que
seja, jamais aceitaremos “dictats” ou soluções não discutidas amplamente no
seio da comunidade escolar. Discutiremos, forjaremos acordos com
vantagens mútuas, reforçaremos o nosso posicionamento em redes,
proporemos – como já o fizemos – plataformas de entendimento rumo à
constituição de soluções de futuros partilhados, integraremos consórcios ou
agrupamentos, tudo, menos ser voluntariamente processados por máquinas
trituradoras que buscam trampolins para entrar no sector do turismo ou bóias
de salvação para a diminuição das suas atractividades específicas.
E isto até porque permaneceriam sempre em aberto três interrogações
pertinentes: i) o que teria a ESHTE a ganhar com uma hipotética integração
que não esteja ao seu alcance num quadro de reforço do seu posicionamento
em redes nacionais e internacionais de geometria variável?; ii) o que
pouparia a tutela e o erário público de relevante com essa mesma
integração?; iii) o que ganharia o sector do turismo e o seu ensino de topo
que não possa ser obtido através de uma associação livre de escolas de
turismo públicas (e outras complementares), recriando, num quadro de sã
cooperação, o espírito inicial do extinto projecto HMI?
Por tudo isto e independentemente da discussão, sempre possível, sobre a
oportunidade e a efectividade das medidas que se poderão tomar neste
momento tendo em vista a promoção da sustentabilidade e da perenidade,
em tempo útil, da Escola, três questões são de inegável evidência: i) a
pertinência das mesmas no quadro actual e no que se prospectiva para os
próximos anos; ii) a necessidade de dar um sinal forte, para o exterior e para
o interior, de que a comunidade escolar está consciente dos desafios que
terá de superar; iii) o esforço e sacrifícios que as mesmas exigirão a todos e
a cada um.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 16
3 – OBJECTIVOS A ALCANÇAR
Como se deduz dos pontos anteriores, os grandes objectivos a alcançar com
o presente documento são:
i) A curto prazo – promover a adaptação da Escola às novas
condições de financiamento (externo e interno), dando passos no
sentido do equilíbrio das contas anuais de funcionamento,
fomentando, desta forma, uma estratégia defensiva momentânea
susceptível de conservar o potencial de resiliência da instituição.
ii) A médio/longo prazo - garantir as condições de investimento
necessárias ao incremento da competitividade através da
qualidade e da inovação, bem como assegurar a sustentabilidade
económica e financeira da Escola num quadro de crescimento
induzido por estratégias ofensivas e proactivas.
Estando perante um par de objectivos conjugados de largo espectro, importa
concretizar o que se torna necessário, do ponto de vista económico e
financeiro, ter em consideração para a sua viabilização. Desde logo, num
contexto de acompanhamento rigoroso e de controle da gestão corrente:
i) A curto prazo
Aumento das receitas próprias.
Racionalização da despesa.
ii) A médio/longo prazo (para além dos anteriores)
Diminuição do peso das despesas fixas e correntes no
orçamento.
Aumento do capital disponível para o investimento reprodutivo.
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 17
Relativamente a estes últimos objectivos específicos importa ter presente
que, segundo as estimativas prévias para 2012, as receitas próprias
representarão somente cerca de 38% do orçamento global, o peso das
despesas fixas entre 105% e 107% do orçamento global (cerca de 88% das
mesmas em salários e 12% em bens e serviços), nada restando,
teoricamente, para investimento reprodutivo. Claramente uma estrutura
financeira altamente preocupante por deficitária, altamente vulnerável ao
imprevisto e nada portadora de futuro (incapacitante no domínio do
investimento reprodutivo.
Assim sendo, será algo que implicará um forte e conjugado esforço global
tendo em vista, num horizonte de médio/longo prazo (superior ao mandato da
actual equipa da presidência), atingir metas de conforto no domínio da
sustentabilidade financeira e no da geração de futuros desejáveis:
• Peso das receitas próprias no orçamento global ≥ a 50%.
• Peso das despesas fixas e correntes no orçamento global ≤ a 70%.
• Capital para investimento reprodutivo aduzido ao orçamento ≥ a 15%.
Neste caminho colectivo três aspectos emergem como fundamentais: i) a
contenção e a racionalização da despesa tornando mais eficazes as verbas
dispendidas; ii) o aumento das receitas próprias, algo em que a actual
presidência vem trabalhando desde a sua eleição e que tem a sua mais
completa expressão no projecto “Fundação ESHTE, I&D”, em vias de
conclusão; iii) a manutenção de alguma capacidade de investimento
reprodutivo, mesmo na situação extremamente delicada que se perspectiva
para 2012.
O primeiro aspecto – a contenção da despesa – é, a curto prazo, tão mais
importante quanto se sabe que, pese embora os sucessos obtidos no quadro
do lançamento da Fundação ESHTE I&D e as expectativas que nela são
depositadas como instrumento central no alargamento das receitas próprias
da Escola, a plenitude dos seus efeitos revitalizantes sobre o orçamento da
ESHTE só se farão sentir a partir do ano de 2013. Até lá, há que, como já
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 18
dissemos, garantir a capacidade de resiliência da instituição, daí a admissão
de uma estratégia moderadamente defensiva para o ano de 2012.
Para tanto, têm vindo, desde há uns meses a esta parte, a ser preparadas
iniciativas concretas, às quais outras se deverão seguir, no sentido de, dando
corpo às estratégias adoptadas, viabilizar os objectivos anteriormente
definidos.
Interessa, ainda, deixar expresso que o conjunto de iniciativas que de
seguida se dará fé, tendo em conta a volatilidade do contexto externo e os
impactes obtidos internamente, não constitui um conjunto fechado e, muito
menos, um programa de sustentabilidade totalmente estabelecido e
estruturado. Como tal, outras medidas/iniciativas são de esperar no futuro.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 19
4 – MEDIDAS CONCRETAS
As medidas concretas que agora se dão conta podem ser divididas em vários
conjuntos resultantes da intercepção de dois planos, óptica da despesa vs.
óptica da receita, corpos da comunidade escolar sobre as quais as mesmas
incidem principalmente.
4.1 – NA ÓPTICA DA RECEITA
i) Incidência transversal
• Relativamente à perspectiva da receita, como já foi oportunamente
anunciado, o passado, presente e futuro convergem, em grande
medida, no projecto de constituição da Fundação ESHTE, I&D e no
que dela resultará para a Escola, seja em termos do estabelecimento e
do posicionamento de/em redes relacionais, seja, sobretudo, através
dos retornos financeiros previstos a partir de 2013. Relativamente a
este grande projecto da Escola, porque o mesmo está sobejamente
desenvolvido em diversos documentos públicos, dispensamo-nos de
maiores detalhes para além de sublinhar o seu carácter central na
estratégia de aumento das receitas próprias da Instituição.
• Ampliação da oferta de ciclos graduados e não graduados, os quais,
especialmente os últimos, contribuem, indirectamente através do
CESTUR/Fundação ESHTE I&D, para a geração de montantes
financeiros não despiciendos para a Escola.
• Aprofundar, conjuntamente com o núcleo de F&B, formas de
rentabilizar os outputs da produção alimentar quotidiana,
nomeadamente através da actualização dos preços das refeições
servidas no restaurante Descobertas (8 Euros Pax) e fomentando a
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 20
política, já iniciada em anos transactos, de comercialização interna de
géneros.
• Resolver, de uma vez por todas, o problema da reprografia,
constituindo um centro de cópias, de impressão e de venda de
publicações com múltiplas valências ao nível da prestação de serviços
à comunidade escolar.
• Serão repostos, caso as inscrições o justifiquem, os ateliers para
crianças durante as férias escolares. Estes ateliers, abertos à
comunidade exterior, deverão ser contratualizados com a Câmara
Municipal de Cascais.
• Tendo em vista promover a atractividade dos ciclos de estudos
graduados e não graduados da Escola, será instituído, no mês de
Maio, o dia aberto da Escola, durante o qual se cumprirá um programa
de actividades dirigidas a estudantes do ensino secundário e do
primeiro ciclo do ensino superior
ii) Corpo docente
• Acumulação de serviço docente não pontual em instituições do ensino
superior ou associações/fundações delas derivadas – as acumulações
de serviço docente não pontual em instituições de ensino superior (e
seu universo) estão sujeitas a autorização da ESHTE e à celebração
de um protocolo de colaboração entre as entidades envolvidas. O
montante salarial será recebido pela ESHTE e transferido por esta,
após dedução dos overheads previstos, aos docentes. Os overheads
previstos no regulamento específico da ESHTE serão alterados de
acordo com a seguinte tabela: até 50 Euros brutos por hora – 15%; 50
a 100 Euros brutos por hora 25%; mais de 100 Euros brutos por hora
35%. Constitui excepção a esta norma o serviço prestado no universo
ESHTE, o qual se regerá tendo por base os acordos internos
estabelecidos.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 21
iii) Corpo de alunos
• As folhas de teste/exame e de continuação deixarão de ser
distribuídas gratuitamente através do corpo docente, passando as
mesmas, como é hábito em todas as instituições de ensino superior, a
poder ser adquiridas na secretaria da ESHTE em cadernos de 5
unidades (5 folhas de exame/frequência + 5 folhas de continuação) ao
preço simbólico de 1,5 Euros.
• Atracção à oferta de segundos ciclos da ESHTE dos antigos alunos
com cursos pré-Bolonha, desenhando, para o efeito, um quadro de
condições mais favorável do que o actualmente existente,
nomeadamente através da concessão, nas condições a definir, dos
ECTS relativos ao primeiro ano.
Em acréscimo refere-se que outras iniciativas geradoras de receitas mas com
menor relevância ou maior nível de incerteza, como, por exemplo, as que
estão associadas à proposta já efectuada à AHRESP e à Câmara Municipal
de Cascais tendo em vista a abertura, no exterior da Escola de um
restaurante de demonstração com carácter social, serão inscritas no plano de
actividades para 2012.
Finalmente, neste domínio, é de recordar que muitos projectos
potencialmente importantes para a geração de receitas próprias continuam
vedados à ESHTE devido à sua situação peculiar no âmbito da gestão das
instalações. Referimo-nos a iniciativas tão simples como exequíveis no
domínio do aluguer, da promoção e da prestação de serviços destinados à
realização de eventos, mas temos em mente, igualmente, projectos mais
ambiciosos tais como a colocação no mercado – directamente ou por
concessão – de um hotel e de um hostel pedagógicos.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 22
Como referimos anteriormente, esta matéria, a das instalações, tem sido uma
preocupação constante do governo da Escola, tendo originado múltiplas
reuniões com os actores envolvidos e várias tomadas de posição, como, por
exemplo, a recusa liminar da ESHTE em subscrever o protocolo que lhe foi
apresentado pelo Turismo de Portugal e a que aludimos anteriormente.
Contudo, há que referir, cada vez mais a Escola se depara com maior
compreensão relativamente a este magno problema de implicações
financeiras óbvias (e não só), facto que, não obnubilando as dificuldades
intrínsecas e conhecidas, nos transmitem esperanças, só mitigadas pela
prudência que o passado exige, de uma resolução em tempo útil e a
contendo das expectativas da nossa instituição.
4.2 – NA ÓPTICA DA DESPESA
No domínio dos gastos é importante sublinhar, desde logo, que a política de
controlo dos mesmos tem vindo a ser operacionalizada, de uma forma
sistemática e progressiva, desde o ano anterior.
Contudo, como já foi dado conta em pontos anteriores, os esforços de
contenção da despesa apresentados em 2010 diferem substancialmente dos
que a seguir se expõem em dois planos:
i) No dos fins últimos, os quais, de um quadro sobretudo motivador
de mudanças de mentalidades e da cultura institucional da ESHTE
(2011), se deslocam para o âmbito concreto da obtenção de
resultados palpáveis em termos monetários.
ii) No dos impactes incidentes sobre os vários corpos da comunidade
escolar - desde os serviços da presidência ao corpo docente,
passando pelo dos funcionários não docentes – que, de ligeiros em
2011, passam agora a ser significativos, relevando, pela primeira
vez, as problemáticas da equidade nos sacrifícios pedidos e a
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 23
discriminação positiva dos estratos menos favorecidos da
população escolar.
Por outro lado, temos, igualmente, a consciência que as medidas a tomar
devem ser consentâneas com a dignidade da comunidade escolar e o quadro
de qualidade em que, quer os discentes devem desenrolar as suas
actividades, quer os funcionários devem desempenhar as suas atribuições
profissionais.
Isto significa que existem limiares que devem ser ponderados, para além dos
quais eventuais cortes não só não produzem as alterações quantitativas
pretendidas, mas também originam mudanças qualitativas indesejáveis. Isto,
já para não falar, dos direitos expressos em regulamentos internos, acordos
sindicais e edifícios legislativos transversais e específicos, os quais são para
respeitar integralmente enquanto em vigor, custe o que custar.
Ou seja, gerir os gastos deverá implicar, antes de mais nada, estudar
fórmulas de substituição que, não significando a quebra dos processos
produtivos e da estabilidade sócio-profissional, possam ser apresentadas
como alternativas viáveis. Só depois, eventualmente e se estritamente
necessárias, considerar medidas mais radicais e impactantes.
Acresce que também é verdade que alguns aspectos da mudança desejável
com reflexos orçamentais estribaram-se em processos delicados e morosos
que não poderiam ser preteridos por acções ad-hoc desligadas e
descontextualizadas, referimo-nos aos processos de garantia e de gestão da
qualidade, aos processos de gestão da informação e do workflow, ao
regulamento de avaliação do corpo docente, só para citar algumas iniciativas
estruturantes e regulamentares que foram despoletadas e produzidas durante
os últimos anos.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 24
4.2.1 – DESPESA: MEDIDAS ADOPTADAS ANTERIORMENTE A 2012
(ANO LECTIVO DE 2010/2011)
Para efeitos de relembrar o que entretanto foi produzido em matéria concreta
de contenção orçamental e que continua em vigor, com ou sem modificações,
passa-se a enunciar:
i) Normas de 2011 que se mantêm inalteráveis
• Estabelecimento de um sistema de controlo de utilização dos veículos
da Escola e das respectivas deslocações, acompanhado pela
identificação exterior da natureza pública das viaturas. O novo sistema
repousa na obrigatoriedade da existência de um documento individual
de autorização e no preenchimento complementar do diário de bordo
de cada uma das viaturas, assinalando o início e o fim do percurso.
• Diminuição do limite legalmente estabelecido para adjudicações
directas (5000 Euros) para 500 Euros, obrigando, desta forma, a que
as consultas a vários fornecedores para as aquisições de bens e de
serviços seja uma regra transversal.
• Reforço do princípio da indispensabilidade de preenchimento das
notas de serviço relativas a compras e erradicação da prática de
efectuar as transacções antes das autorizações.
• Redução efectiva das despesas associadas à representação externa
da Escola (através da presidência ou dos serviços para tal
vocacionados) através de uma criteriosa selecção dos eventos e dos
contactos considerados portadores de mais-valias evidentes, bem
como através da redução ao mínimo dos tempos e dos custos das
estadas.
• Promoção de uma melhor gestão na utilização das matérias-primas
destinadas à confecção de produtos alimentares através de um
efectivo controlo do binómio inputs-outputs (nomeadamente através da
obrigatoriedade das requisições se apoiarem em fichas técnicas
cruzadas com as doses a obter). Esta medida, não totalmente
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 25
conseguida anteriormente, deve ser alvo de estrita aplicação e
controle.
• Ajuste dos horários dos docentes às doze horas previstas como limite
máximo da carga horária, estabelecendo, para tanto, um sistema
interno de compensação inter-semestral e inter-anual.
• Separação efectiva entre a oferta graduada e não graduada, afastando
totalmente a prática da docência nesta última ser contabilizada no
âmbito da distribuição de serviço oficial.
• Análise e racionalização do leque de publicações subscritas pela
ESHTE, tendo por base o cruzamento entre o número anual de
requisições e o custo das mesmas.
• No âmbito do acompanhamento de estágios, preconiza-se que (i) as
visitas de estudo sistemáticas sejam suspensas (ii) que as excepções
ao ponto anterior sejam ditadas pela necessidade de ocorrer a
situações anómalas ou pelo estabelecimento de contactos com
entidades que colaboram pela primeira vez com a ESHTE, (iii) que o
acompanhamento, em todos os restantes casos, seja efectuado à
distância, por telefone ou email, (iv) que seja efectuada uma reunião
com todos os alunos estagiários antes da sua partida tendo em vista
apetrechá-los com as informações necessárias, (v) que seja nomeada
uma poole de docentes disponíveis para dar andamento às excepções
previstas anteriormente.
• Estabelecimento, como norma padrão e sempre que possível, da
utilização de software livre. É o caso da instalação, em todos os
computadores presentes em salas de aula e espaços públicos, do
sistema Linux combinado com o OpenOffice (o que evita o aumento de
licenças Microsoft), ou, ainda, de outro software open source utilizado
pelas entidades do Estado Português1.
1 http://www.softwarelivre.citiap.gov.pt/
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 26
ii) Normas de 2011 que sofrem alterações
• Mudança do sistema de acesso às horas extraordinárias,
responsabilizando as chefias pela justificação e pela autorização das
mesmas. O funcionamento do actual figurino, conjuntamente com a
consciencialização geral para um horizonte de redução, saldou-se na
obtenção de resultados apreciáveis.
• Controlo efectivo, através da elaboração e da análise das estatísticas
mensais referentes às telecomunicações, às requisições de material e
de produtos, bem como à produção de fotocópias pagas pela Escola.
• PROTEC – Neste particular, foi decidido: (i) prolongar as dispensas de
serviço de acordo com os prazos requeridos aos colegas da primeira
edição (em função de parecer científico positivo do CTC), retirando,
contudo, a estes qualquer outro apoio financeiro suplementar e (ii)
prestar uma ajuda financeira de 2000 Euros2 anuais aos colegas que
viram os seus projectos aprovados no contexto da segunda edição do
programa.
• Comparticipações destinadas a subvencionar deslocações e
participações em congressos e conferências – Foi decidido (i) impor
um tecto máximo para este tipo de comparticipações da ordem de
19000 Euros durante o ano lectivo de 2010/11 (Setembro a Setembro),
algo que representa uma diminuição de 10% relativamente ao período
homólogo anterior e (ii) baixar o limite máximo das subvenções
individuais por ano lectivo para 7503 Euros. Em acréscimo, como já foi
de resto comunicado e será alvo de regulamento específico, a
concessão das referidas ajudas fica condicionada à avaliação do
interesse científico das deslocações/participações por parte do CTC, à
apresentação obrigatória de comunicação e ao depósito da mesma –
prévia ou posteriormente - no dossier de candidatura à subvenção.
2 Quantia a fixar anualmente em função das disponibilidades da Escola. 3 Limites a fixar anualmente.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 27
• Comparticipações na formação de funcionários não docentes – Tendo
em atenção que, por força da lei, a ESHTE na sua qualidade de
empregadora tem a obrigação de dispensar - que não financiar - cada
um dos seus funcionários para este tipo de acções até um limite de 30
horas anuais, bem como o interesse de que se reveste a formação e a
actualização do capital humano da Escola, decidiu-se prolongar o
esforço da instituição neste domínio específico. Contudo, as acções de
formação estarão limitadas a uma por funcionário, até ao esgotamento
de um plafond total que não poderá ultrapassar os nove mil e
quinhentos euros. A referida quantia deverá ser alocada aos diversos
serviços na proporção da sua real dimensão, tarefa que, contando com
a colaboração dos responsáveis, deverá ser assegurada através de
plano específico.
• Fotocópias suportadas pela Escola – Esta matéria deve ser
enquadrada nos seguintes parâmetros: (i) todas as cópias e
impressões com génese no corpo docente deverão ser efectuadas
exclusivamente através dos cartões individuais já distribuídos (todos
os restantes funcionários terão um código individual e intransmissível),
(ii) não serão financiadas fotocópias efectuadas por quaisquer outras
vias, (iii) aos alunos, salvo em exercícios escritos e exames, qualquer
outra informação deverá, preferencialmente, ser fornecida em formato
digital, através do moodle ou através de uma cópia em papel a ser
entregue ao delegado de turma, (iii) os carregamentos dos cartões
serão da responsabilidade dos Serviços de Informática os quais
respeitarão as orientações estabelecidas, (iv) o limite máximo de
cópias financiadas individualmente por ano lectivo – Setembro a
Setembro – será de 1500 cópias a preto e branco, correspondendo a
um montante máximo de carregamento individual dos cartões de 45
Euros (valor 5% inferior à média individual do ano lectivo de 2009/10 –
tários 47,85 Euro), (v) para projectos específicos, cargos
estatutariamente previstos ou ciclos de estudos não graduados
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 28
deverão ser solicitados cartões temporários ou permanentes para o
efeito cujos encargos serão, posteriormente, imputados aos referidos
projectos/cargos/ciclos de estudos, (vi) em qualquer dos casos a
Escola não suportará encargos totais anuais superiores a 10000
Euros.
• Viagens de estudo e actividades orçamentadas nos cursos de primeiro
ciclo - Serão negociados os orçamentos previsionais de despesas
apresentados pelos responsáveis de curso, tendo como horizonte a
obtenção de uma redução da ordem dos 7/10%. Nestas negociações
serão tidas em conta as especificidades dos cursos, nomeadamente o
de Informação Turística, o de GLAT e o de PAR.
4.2.2 – DESPESA: MEDIDAS ADOPTADAS OU ALTERADAS COM
ENTRADA EM VIGOR NO ANO LECTIVO DE 2011/2012
Neste domínio, tendo em conta uma melhor sistematização das medidas, as
mesmas serão divididas em função do corpo da comunidade escolar em que
produzem os efeitos mais significativos. Em acréscimo, e no intuito de
efectuar o cruzamento com o ponto 4.2.1., cada uma delas será identificada
como modificação de norma anterior ou como medida nova face a
documentos anteriores.
i) Incidência transversal
• No sentido de proceder a uma actualização dos estatutos da ESHTE,
será efectuada pelos serviços da presidência, ainda durante 2011,
uma proposta base de revisão dos mesmos, a qual será submetida a
discussão pública e, posteriormente e após os devidos ajustes, será
submetida a votação em sede de Conselho Geral. Os objectivos
associados à presente iniciativa são, por um lado, eliminar imprecisões
e erros que uma primeira versão inevitavelmente contém e, por outro,
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 29
adequar os mesmos à nova realidade da ESHTE, nomeadamente no
que diz respeito à necessidade de proceder a diminuições
significativas ao quadro de redução de dispensas lectivas. A saber e
como exemplos: averiguar da legalidade, face ao ECPDESP, da
eliminação das dispensas de serviço previstas após o terminus dos
mandatos do Presidente e do Vice-Presidente da ESHTE; fixação
numa hora semanal de redução associada ao cargo de provedor do
estudante; diminuição para uma hora e meia das dispensas de serviço
atribuídas aos responsáveis de áreas científicas; diminuição para três
horas das reduções atribuídas aos responsáveis de cursos. Em
sentido inverso, será proposta a atribuição de uma redução de duas
horas de serviço docente ao responsável pelos processos Erasmus.
(Actualização)
• Sabendo da potabilidade da água que é fornecida através do sistema
público, é descontinuada a distribuição gratuita de águas minerais na
maioria das situações e para todos os corpos da ESHTE. Constitui
excepção ao disposto as que se destinam a ser distribuídas no
Restaurante Descobertas, em Cofee Breaks, em reuniões dos órgãos
de gestão da Escola ou em reuniões com convidados externos. (Nova)
• As actividades a orçamentar nos cursos de primeiro e segundos ciclos,
bem como CETs (à excepção das visitas de estudo), deverão ser alvo,
sob pena de atribuição unilateral de verba por parte dos serviços, de
orçamentos previsionais de despesas apresentados pelos
responsáveis de curso, tendo como horizonte a obtenção de uma
redução da ordem dos 10%. Nestas negociações serão tidas em conta
as especificidades dos cursos, nomeadamente o de GLAT e o de PAR.
(Actualização)
• As deslocações efectuadas em viaturas próprias ao serviço da
ESHTE, serão pagas a 30 cêntimos o quilómetro, carecendo, contudo,
as mesmas de autorização prévia dos serviços competentes.
(Actualização)
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 30
• Material de divulgação e de imagem institucional da ESHTE – a
requisição de materiais nos serviços competentes tendo como
finalidade a oferta a convidados da Escola ou a convidados de
membros da Escola carecem de autorização prévia do Vice Presidente
da Escola. Constituem excepção a este requisito o Administrador, os
Presidentes dos conselhos Geral, Técnico-Científico e Pedagógico,
bem como os Presidentes de júris de provas tendentes à concessão
dos graus de mestre e de especialista (nestes casos deverá ficar
registada a ocasião invocada como génese do pedido). (Nova)
• Telecomunicações – mensalmente será elaborada uma lista do total
de custos em telecomunicações tendo como origem todos os
aparelhos da Escola, fazendo parte da mesma os telemóveis
distribuídos. Esta lista será examinada tendo em vista detectar desvios
aos encargos tidos como normais em função dos serviços a que os
telefones estão adstritos.
• Procurar, com mais insistência, patrocínios para a área de F&B,
traduzidos não só na entrega gratuita de géneros alimentícios, mas
também no que diz respeito a equipamentos destinados à produção.
Estes patrocínios deverão ser protocolados numa base “win win”.
• Redução progressiva da produção e da circulação de documentos
físicos através da implementação do Sistema de Gestão Documental e
Workflow.
ii) Serviços da presidência
• Fica sem efeito prático a aprovação, havida em sede de Conselho de
Gestão, relativa a “Despesas de Representação” do Presidente. Às
mesmas, futuras ou passadas (já que nunca foram efectivamente
recebidas), não advêm direitos de reclamação. (Nova)
• Transportes nos automóveis da Escola – À excepção dos transportes
associados a actos directamente ligados às funções da presidência
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 31
(reuniões, audiências, eventos, convidados...) os restantes serviços de
transporte prestados deverão ser pagos pelos utilizadores ao preço de
30 cêntimos o quilómetro. Consideram-se incluídas nesta norma as
deslocações do presidente casa/ESHTE/casa. (Nova)
• São descontinuadas as encomendas de café a cargo da Escola para
todos os serviços dependentes da presidência, cabendo, desta forma,
aos utilizadores directos o ónus das mesmas (Nova).
• Assessores – Tendo em conta, por um lado, i) a relevância das
funções desempenhadas anteriormente pelos assessores da
presidência, ii) a sua indispensabilidade para a prossecução das
estratégias da Escola e iii) as poupanças que advieram da
internalização de funções que doutro modo seriam pagas ao exterior,
mas tendo, igualmente, presente a situação decorrente das
conjunturas externa e interna da ESHTE, são reduzidos os
suplementos remuneratórios por estes recebidos em 45%.
• As deslocações do Presidente, do Vice-Presidente, do Administrador
(ou de qualquer outro representante dos mesmos ou da ESHTE) para
fora do espaço europeu e ao estrito serviço da Escola só poderão
ocorrer i) sendo um encargo das entidades receptoras ou ii) quando
custeados os transportes pelos mesmos. (Nova)
iii) Corpo docente
• Comparticipações destinadas a subvencionar deslocações e
participações em congressos e conferências – Estão suspensas,
durante o ano lectivo de 2011/2012, as ajudas destinadas aos fins
atrás descritos. Constituem excepções ao princípio geral os seguintes
casos: docentes com a categoria de assistentes, com horário completo
e em processo de elaboração de mestrado ou doutoramento não
comparticipado pela ESHTE (limite máximo da subvenção – 300 Euros
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 32
anuais). O acesso ao subsídio agora excepcionado continua a carecer
de pronúncia, por parte do CTC, relativamente ao interesse científico
intrínseco. Aos docentes em representação oficial da Escola aplicam-
se as disposições específicas. (Actualização)
• PROTEC – Estão suspensas, durante o ano lectivo de 2011/12, as
dispensas de serviço ao abrigo de qualquer das edições do programa
vertente. Qualquer soma que venha a ser incorporada no orçamento
da ESHTE a título desta rúbrica, incidirá, obrigatoriamente, sobre os
docentes em processo de doutoramento iniciado após 2005 (inclusive),
não podendo, sob qualquer pretexto, ser transferida para outros fins.
Em função dos montantes identificados será oportunamente divulgada
a forma de transferir os abonos de apoio para os doutorandos que
façam prova da sua condição. (Actualização)
• Fotocópias suportadas pela Escola – Esta matéria deve ser
enquadrada nos seguintes parâmetros: (i) todas as cópias e
impressões com génese no corpo docente deverão ser efectuadas
exclusivamente através dos cartões individuais já distribuídos (todos
os restantes funcionários terão um código individual e intransmissível),
(ii) não serão financiadas fotocópias efectuadas por quaisquer outras
vias, (iii) aos alunos, salvo em exercícios escritos e exames, qualquer
informação deverá ser fornecida em formato digital, através do moodle
ou através de uma cópia em papel a ser entregue ao delegado de
turma, (iii) os carregamentos dos cartões serão da responsabilidade
dos serviços de informática os quais respeitarão as orientações
estabelecidas, (iv) o limite máximo de cópias financiadas
individualmente por ano lectivo – Setembro a Setembro – será de 1500
cópias a preto e branco, correspondendo a um montante máximo de
carregamento individual dos cartões de 45 Euros (v) para projectos
específicos, cargos estatutariamente previstos ou ciclos de estudos
não graduados sob alçada directa da ESHTE deverão ser solicitados
cartões temporários ou permanentes para o efeito cujos encargos
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 33
serão, posteriormente, imputados aos referidos projectos/cargos/ciclos
de estudos, (vi) Excepções ao limite anteriormente definido devem ser
solicitadas, e devidamente justificadas, aos serviços da presidência no
início do semestre (casos de número extraordinário de alunos), (vii)
Solicitações que excedam os limites previstos e não se enquadrem
nos procedimentos previstos na alínea anterior serão cobradas aos
docentes ao preço real de custo, (viii) em qualquer dos casos a Escola
não suportará encargos totais anuais superiores a 9000 Euros.
(Actualização)
• A actividade docente desenvolvida nos cursos de especialização
tecnológica em regime de “recibos verdes” será remunerada a 27
Euros a hora (25 Euros base + 2 Euros a título de ajuda às
deslocações). As actividades docentes desenvolvidas noutros ciclos
de estudo e no mesmo regime, quando remuneradas directamente
pela ESHTE e quando não abrangidas por protocolo assinado com
outra instituição parceira, serão alvo de uma redução, no ano lectivo
de 2011/2012, de 11,5% hora. (Nova)
• Material de apoio à docência – os docentes da ESHTE têm direito ao
fornecimento, a cargo da Escola, de papel (alimentação das
fotocopiadoras não carregadas directamente pela Escola) e
marcadores (escrita nos quadros brancos). Não obstante a
continuidade do registo individual do material requisitado, a
distribuição gratuita do mesmo, será alvo do tecto seguinte: papel – 4
resmas por semestre; marcadores – 4 por semestre. São
excepcionados desta norma os detentores de cargos de gestão da
Escola (presidentes e vice presidentes/secretários dos conselhos
Geral, Gestão, Técnico Científico, Pedagógico e Qualidade,
responsáveis de áreas científicas e de cursos, provedor do estudante
e responsáveis Erasmus, da Informática e de laboratórios) os quais
terão acesso a outros tipos de materiais e a quantidades de papel não
limitadas. No final do ano escolar será elaborada e tornada pública
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 34
uma lista de consumíveis fornecidos pela Escola, a título gratuito, aos
docentes. (Nova)
• Licenças especiais de serviço docente – por motivos de contenção
orçamental, estão suspensas, durante o ano lectivo sobre o que o
presente documento incide, as dispensas sabáticas totais ou parciais.
(Nova)
• Controle de assiduidade – tendo em conta que o mesmo, para além de
outros aspectos principais, também encerra uma tradução orçamental,
será modificado, a partir do dia 26 de Setembro, o sistema de controle
de presenças dos docentes da ESHTE, o qual será efectuado via
informática através dos procedimentos que serão divulgados a breve
trecho.
iii) Corpo de funcionários não docentes
• Comparticipações na formação de funcionários não docentes – Tendo
em atenção que, por força da lei, a ESHTE na sua qualidade de
empregadora tem o interesse e a obrigação de dispensar - que não
financiar - cada um dos seus funcionários para este tipo de acções até
um limite de 30 horas anuais, mas tendo em conta, igualmente, as
necessidades conjunturais de contenção da despesa, fica suspenso,
durante o ano lectivo de 2011/2012, a aplicação do programa de
subvenção da formação do pessoal não docente. Isto traduz-se em
que a presença de funcionários da ESHTE em acções de formação
serão somente subsidiadas através de tempo e, não, de qualquer
abono pecuniário. Constituem excepções ao anteriormente disposto os
casos já autorizados, as formações obrigatórias para o quadro de
dirigentes e as que, tendo em conta o superior interesse da Escola,
sejam sugeridas ou autorizadas pela presidência. (Actualização)
• Mudança do sistema de acesso às horas extraordinárias,
responsabilizando as chefias pela justificação, junto dos serviços da
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 35
presidência, das mesmas. As horas extraordinárias prestadas em
regime de fim-de-semana carecerão de autorização expressa e prévia
do presidente ou vice-presidente da ESHTE. Em qualquer dos casos,
as remunerações auferidas a título de horas extraordinárias não
poderão i) no cômputo geral anual exceder as 150 horas, salvo nos
casos excepcionados por lei ii) para assistentes técnicos e assistentes
operacionais, aplica-se a lei em vigor; técnicos superiores e técnicos
de informática o valor pago a título de horas extraordinárias não
poderá exceder as 100 horas anuais nem 40 % da remuneração
mensal. No caso dos quadros dirigentes da Escola supõe-se incluída
nos quadro das suas atribuições quaisquer actividades suplementares,
pelo que carece de direito qualquer abono a título de trabalho em fins
de semana, salvo nos casos considerados absolutamente
excepcionais e devidamente autorizados previamente pelo presidente
da ESHTE. (Actualização)
• As férias deverão ser gozadas impreterivelmente até ao final do mês
de Março do ano subsequente a que se reportam, não originando os
dias remanescentes, em nenhum caso, a sua tradução em montantes
financeiros a ser pagos pela ESHTE. (Nova)
iii) Corpo de alunos
• Tendo em consideração a necessidade dos tempos e não obstante o
apreço e reconhecimento que a ESHTE manifesta relativamente à
Associação de Estudantes, as verbas a transferir para esta última,
durante o ano lectivo de 2011/2012, sofrerão uma diminuição de
11,5% face às do ano transacto. Este corte poderá ser revisto em
baixa tendo em atenção os planos concretos, apresentados à Escola
pela AEESHTE, nos âmbitos da constituição da associação dos
antigos alunos da ESHTE (alumni) e nos da prestação de serviços
associados ao programa Solidact 2010/13. (Nova)
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 36
• Actividades orçamentadas nos cursos de primeiro ciclo - serão
negociados os orçamentos previsionais de despesas apresentados
pelos responsáveis de curso, tendo como horizonte a obtenção de
uma redução da ordem dos 10%. Nestas negociações serão tidas em
conta as especificidades dos cursos, nomeadamente o de Informação
Turística, o de GLAT e o de PAR. (Actualização)
• Visitas de estudo incluídas nos programas das cadeiras – Embora se
reconheça a importância das visitas de estudo no alargamento e na
consolidação dos horizontes pedagógicos e científicos dos alunos da
ESHTE, torna-se manifestamente insustentável a manutenção do
quadro financeiro que tem vigorado até ao presente ano lectivo. Na
verdade, contrariamente ao que acontece com a maioria das
instituições de ensino superior nacionais, as visitas de estudo
associadas aos ciclos de estudo ministrados pela Escola eram
subvencionadas, na totalidade, a partir do orçamento da instituição.
Concordamos com esta prática, contudo, tendo em conta que as
transferências do OE não tomam em consideração a vertente prática e
a presencial dos ciclos de estudos oferecidos pelas várias instituições
e, sabendo que está vedado à ESHTE fazer reflectir os custos
específicos dos cursos nas respectivas propinas, a manutenção das
práticas anteriormente adoptadas está fora do quadro de
sustentabilidade da instituição. Assim sendo, no ano lectivo de
2011/12 serão os alunos, individualmente e a título de comparticipação
formativa, que assumirão, a preço de custo, as despesas envolvidas.
Constituem excepção à regra anterior: i) os alunos alvo de bolsas de
estudo com génese estatal, bem como os que beneficiam de bolsas de
estudo concedidas pela ESHTE (caso dos alunos oriundos de Timor-
Leste a frequentar a Escola ao abrigo do programa Solidact 2010/13,
Sub-Programa WorldAct), ii) a visita de estudo, de uma semana,
levada a efeito no âmbito do primeiro ciclo de Informação Turística,
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 37
visto esta ser considerada indissociável do cerne temático que
estrutura o mesmo.
• Refeições na cantina do Turismo de Portugal – durante o ano lectivo
2011/12 os alunos da ESHTE deverão adquirir as senhas de refeições
(modelo ESHTE) junto dos serviços da Escola (secretaria) até às 13
horas do dia imediatamente anterior ao que produzem efeito.
Posteriormente a esta hora as senhas deverão ser compradas
directamente ao Turismo de Portugal e pagas a preços não
subsidiados pela Escola.
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Notas para a promoção da sustentabilidade económica e financeira da ESHTE 38
5 – ALCANCE DAS INICIATIVAS
Como é possível concluir, o conjunto de medidas preconizadas é bastante
mais profundo e impactante do o que foi tomado no ano transacto. Não nos
congratulamos com tal evolução porque, por um lado, significa um agravar
das condições de funcionamento da Escola numa altura em que a
competitividade é acrescida e exigente face à capacidade de investimento
disponível e, por outro, porque consideramos como parte da nossa missão
proporcionar, cada vez mais, um quadro de trabalho e de desempenho das
diferentes actividades que se cruzam na ESHTE com qualidade e de
qualidade.
Contudo, como temos vindo a sublinhar, consideramos, antes de tudo o mais,
que a nossa missão passa por assegurar futuro à instituição ESHTE, mesmo
quando o mesmo tem que ser escrito invocando o sacrifício daqueles que,
quotidianamente, lhe dão corpo e são a sua razão de ser.
Assim, é em nome da manutenção da capacidade de resiliência da Escola
num futuro próximo que justificamos as medidas defensivas que agora
apresentamos, sabendo de antemão que não é com uma estratégia
defensiva que se constrói o futuro que almejamos e do qual tentámos dar
conta no Programa que apresentámos, há dois anos, ao escrutínio da
comunidade escolar. Mas, como já alguém referiu, tempos extraordinários
impõem estratégias e medidas extraordinárias.
Numa outra linha de pensamento, gostaríamos de salientar duas
preocupações que nortearam a concepção deste programa de adaptação às
circunstâncias externas: distribuir o “mal pelas aldeias” tendo sempre em
conta a introdução de factores de protecção aos extractos menos favorecidos
da nossa estrutura humana; não pôr em causa vectores fundamentais de
subsistência da Escola e dos seus actores individuais.
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Este último aspecto é tão mais difícil quanto é do conhecimento geral que
uma fatia muitíssimo significativa das despesas da ESHTE passa pela
remuneração do trabalho, facto conducente a que qualquer corte significativo
como o que se pretende acaba, inevitavelmente, por se repercutir neste
particular. Tudo fizemos para evitar, tanto quanto possível, este efeito
negativo, não podendo descartar, contudo, que num futuro próximo tal não
venha a ser necessário.
Falamos, obviamente, da redução da oferta formativa, a qual teria um efeito
perverso inaceitável num quadro de normalidade, já porque representaria
uma diminuição relativa da capacidade de afirmação e de projecção externa
da Escola, já porque significaria a condução ao desemprego de um conjunto
de docentes – e não só - para quem a ESHTE deve manifestar um preito de
gratidão e, como tal, não tratar como factores de produção descartáveis em
momentos de aperto.
Dito isto, é necessário deixar claro que a ESHTE - pela sua missão passada
e futura - nos merece todos os sacrifícios. Pela nossa parte não deixaremos
de os fazer e de os pedir.
O presente documento, surte efeito, através das alterações regulamentares
que induz, a partir de 19 de Setembro de 2011 e, nos casos específicos de
medidas associadas a reduções de índole salarial, após 30 de Setembro de
2011.