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Página 1 de 21 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.946 BELO HORIZONTE, 05 DE NOVEMBRO DE 2014. "Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo." Peter Drucker JULGAMENTOS NA RECEITA SERÃO ABERTOS.................................................................................. 2 TJ-SP NEGA PEDIDO DA BIO RITMO CONTRA EX-FRANQUEADO ............................................... 3 PROPOSTA QUE REDUZ GUERRA FISCAL É APROVADA PELA CAE............................................. 4 ALGUNS DESTAQUES DA IN 1500 .......................................................................................................... 6 TRF3 CONFIRMA LEGALIDADE DA TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL COBRADA DE COMERCIANTE DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ................................................ 9 SEGURADO DO INSS TEM ATÉ 31 DE DEZEMBRO PARA RENOVAR SUA SENHA NOS BANCOS.........................................................................................................................................................10 CADASTRO DE EMPREGADOS PELA WEB PASSA A SER OBRIGATÓRIO .................................11 MTE ADOTA FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA NA INSERÇÃO DE APRENDIZES ..........................13 TRANSPORTADOR DE CARGAS QUE TRABALHAVA COM AUTONOMIA NÃO TEM RECONHECIDO VÍNCULO DE EMPREGO .............................................................................................13 TRABALHO COMO FRENTISTA EM POSTO DE GASOLINA É RECONHECIDO COMO ATIVIDADE ESPECIAL ..............................................................................................................................15 DÍVIDA TRABALHISTA PODE SER PROTESTADA EM CARTÓRIO E REGISTRADA NO SPC E NA SERASA ...................................................................................................................................................15 MITIGAÇÃO DE PREJUÍZO EM RELAÇÃO EXTRACONTRATUAL .................................................16 OPORTUNIDADE PARA A REESTRUTURAÇÃO DO CAPITAL DAS EMPRESAS .......................18 A IN 1.500 DA RECEITA FEDERAL: UM LEÃO ASSAZ GALHOFEIRO!.........................................19

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 22..994466 BELO HORIZONTE, 05 DE NOVEMBRO DE 2014.

"Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo."

Peter Drucker

JULGAMENTOS NA RECEITA SERÃO ABERTOS .................................................................................. 2

TJ-SP NEGA PEDIDO DA BIO RITMO CONTRA EX-FRANQUEADO ............................................... 3

PROPOSTA QUE REDUZ GUERRA FISCAL É APROVADA PELA CAE ............................................. 4

ALGUNS DESTAQUES DA IN 1500 .......................................................................................................... 6

TRF3 CONFIRMA LEGALIDADE DA TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL COBRADA DE COMERCIANTE DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ................................................ 9

SEGURADO DO INSS TEM ATÉ 31 DE DEZEMBRO PARA RENOVAR SUA SENHA NOS BANCOS .........................................................................................................................................................10

CADASTRO DE EMPREGADOS PELA WEB PASSA A SER OBRIGATÓRIO .................................11

MTE ADOTA FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA NA INSERÇÃO DE APRENDIZES ..........................13

TRANSPORTADOR DE CARGAS QUE TRABALHAVA COM AUTONOMIA NÃO TEM RECONHECIDO VÍNCULO DE EMPREGO .............................................................................................13

TRABALHO COMO FRENTISTA EM POSTO DE GASOLINA É RECONHECIDO COMO ATIVIDADE ESPECIAL ..............................................................................................................................15

DÍVIDA TRABALHISTA PODE SER PROTESTADA EM CARTÓRIO E REGISTRADA NO SPC E NA SERASA ...................................................................................................................................................15

MITIGAÇÃO DE PREJUÍZO EM RELAÇÃO EXTRACONTRATUAL .................................................16

OPORTUNIDADE PARA A REESTRUTURAÇÃO DO CAPITAL DAS EMPRESAS .......................18

A IN 1.500 DA RECEITA FEDERAL: UM LEÃO ASSAZ GALHOFEIRO! .........................................19

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Julgamentos na Receita serão abertos

Fonte: Valor Econômico. A Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu a primeira sentença do país favorável à abertura das sessões de julgamentos realizadas em delegacia da Receita Federal - a primeira instância administrativa. A decisão permite que contribuintes e advogados fluminenses acompanhem a análise de recursos contra autuações fiscais. Na sentença, proferida no dia 31, o juiz Firly Nascimento Filho, da 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, deu um prazo de 30 dias para a Delegacia de Julgamento fluminense passar a designar dia, hora e local para as sessões, intimando os contribuintes e esclarecendo a possibilidade de acompanhamento dos julgamentos. Os advogados, de acordo com a decisão, também devem ser intimados e podem se manifestar por questão de ordem. Porém, não terão direito a fazer sustentação oral, por não haver previsão legal. A iniciativa de entrar com processo para pedir a abertura dos julgamentos partiu da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ações semelhantes foram apresentadas no Distrito Federal, Minas Gerais, Santa Catarina e Pernambuco. No Distrito Federal, a seccional da OAB havia obtido liminar, que foi posteriormente cassada. No mérito, o pedido foi negado por questão processual. Em Minas, o pedido de liminar foi negado. Em Santa Catarina e Pernambuco ainda não há decisão. A OAB alega nos processos que o julgamento a portas fechadas nas delegacias da Receita viola princípios constitucionais, como o direito à ampla defesa e ao contraditório, ao devido processo legal e à publicidade, além do artigo 7º do Estatuto da Advocacia, que prevê ser direito do advogado ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais. Nas petições, a Ordem ainda cita diversos precedentes em ações individuais que dão aos contribuintes o direito de participar dessas sessões. A sentença manteve o que tinha sido decidido anteriormente por liminar concedida pelo presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2 ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo), Sérgio Schwaitzer. Ele também tinha estabelecido um prazo de 30 dias para a abertura das sessões. Para proferir a sentença, o juiz contou com parecer do Ministério Público Federal, que opinou pela procedência do mandado de segurança da OAB. A entidade ainda apresentou parecer do jurista Eurico Marcos Diniz de Santi Na decisão, o juiz Firly Nascimento Filho, citando a Súmula Vinculante nº 5 do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que deve prevalecer uma interpretação mais ampla da Constituição, que tem como princípios maiores o contraditório e a ampla defesa. A súmula afirma que "a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição". O magistrado levou em consideração ainda o artigo 7º do Estatuto da Advocacia, que é claro ao dizer que são direitos do advogado ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais e dependências de audiências.

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Na sentença, o juiz afirma também que existe um descompasso entre os julgamentos realizados no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que são abertos, e os realizados pelas delegacias. "Deve haver uma uniformidade e ela deve ser pautada na obediência à Constituição Federal", diz na decisão. Segundo o juiz, "não deve existir sigilo para os advogados e as próprias partes". Para o presidente da Comissão de Assuntos Tributários da OAB-RJ, Maurício Faro, "essa primeira sentença favorável deve funcionar como um paradigma no Judiciário". "É uma vitória da cidadania. O contraditório e a ampla defesa são direitos do contribuinte", afirma. O vice-presidente da mesma comissão, Gilberto Fraga, acrescenta que a decisão traz o processo administrativo tributário federal para os dias atuais e contemporâneos. "Esse procedimento tem que ser coerente com a Constituição democrática de 1988", diz. Para ele, o argumento das autoridades fazendárias de que a participação das partes e advogados no julgamento em primeira instância não está presente na legislação aplicável, ou seja, no Decreto nº 70.235, de 1972, é questionável. "Esse decreto foi editado nos anos de chumbo, em plena ditadura militar, o que é absolutamente anacrônico. Essa sessão secreta é contra os princípios constitucionais democráticos." Por nota, a Receita Federal informa que vai recorrer da sentença, tendo em vista que há decisões nos Tribunais Regionais Federais, proferidas em ações individuais, favoráveis à Fazenda Nacional. E acrescenta que "os contribuintes possuem amplo direito de defesa e de contraditório durante o processo administrativo fiscal". Na segunda instância, porém, há também precedentes favoráveis aos contribuintes em ações individuais.

TJ-SP nega pedido da Bio Ritmo contra ex-franqueado

Fonte: Valor Econômico. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou pedido de tutela antecipada (espécie de liminar) em processo apresentado pela Bio Ritmo Franqueadora para impedir familiares de um ex-franqueado de atuar no ramo de academias de ginástica. A decisão é da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial. A Bio Ritmo entrou com agravo de instrumento depois de ter seu pedido negado em primeira instância. A franqueadora alegou no recurso ser imprescindível a antecipação dos efeitos da tutela para o empresário ser obrigado a cumprir a cláusula de não concorrência pelo prazo de dois anos, prevista no contrato de franquia. Aguardar o julgamento do mérito da demanda, segundo a Bio Ritmo, poderia inviabilizar sua pretensão. O relator do caso no TJ-SP, desembargador Ramon Mateo Júnior, porém, considerou que faltaram os requisitos necessários para a concessão da tutela antecipada - receio de dano de difícil reparação ou abuso de direito de defesa - e que havia necessidade de ouvir a outra parte e de outras provas para a análise das alegações.

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Sem a liminar, a Bio Ritmo não conseguiu impedir a inauguração da academia concorrente. No processo que corre desde abril na 29ª Vara Cível de São Paulo, a franqueadora alega que seriam sócios da nova empresa o filho e a esposa do ex-franqueado. E que essa foi a forma encontrada por ele para burlar a cláusula de não concorrência, que o impede de atuar no ramo até 20 de janeiro de 2016. De acordo com a Bio Ritmo, o empresário teria ainda contratado professores da antiga academia e aliciado os seus alunos. A franqueadora, segundo o advogado que a representa no processo, Leo Wojdyslawski, do escritório Cesnik Quintino e Salinas Advogados, não apresentou recurso contra a decisão do TJ-SP. "O pedido foi apresentado para que a liminar fosse concedida antes da inauguração da academia. Não poderíamos esperar a citação e contestação dos réus", disse o advogado. O ex-franqueado ainda não foi citado no processo principal. Nos casos relativos à propriedade intelectual, segundo a advogada Paula Dornelas, do escritório Daniel Advogados, é comum os magistrados esperarem o posicionamento da outra parte, mesmo nos pedidos de tutela antecipada. "Não sei se os desembargadores levam em conta, consciente ou inconscientemente, a função social da empresa e o risco de irreversibilidade do provimento antecipado", afirmou o advogado Fábio Leme, do mesmo escritório. O advogado ponderou, porém, que se o autor for esperar toda a tramitação da ação, a tutela específica pode acabar perdendo o objeto, já que o contrato previa que o empresário não poderia atuar no mesmo ramo por dois anos - até 2016. O Valor não conseguiu localizar o ex-franqueado da Bio Ritmo ou algum de seus familiares para comentar o caso.

Proposta que reduz guerra fiscal é aprovada pela CAE

Fonte: Diário do Comércio. Depois de muita negociação, o substitutivo do senador Luiz Henrique (PMDBSC) que autoriza o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a legalizar os incentivos fiscais concedidos aos estados mesmo sem unanimidade do colegiado foi aprovado ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A expectativa é que a matéria seja votada hoje em plenário. O texto apresentado por Luiz Henrique acaba com o risco de inconstitucionalidade da proposta original (PLS 130/2014), da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). A solução negociada pelo relator transfere a decisão para os estados e reduz o quórum para deliberação do Confaz. Pelo texto aprovado na CAE, o convênio para a convalidação passa a poder ser assinado com o apoio de dois terços das unidades federadas e um representante do Sul, um do Sudeste e um do Centro- Oeste, mais dois do Norte e três do Nordeste. A redução vale apenas para a convalidação de incentivos fiscais, perdão dos créditos tributários decorrentes da disputa entre os estados e a eventual reinstituição dos

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benefícios. Um dos fatores que contribuiriam para acelerar a decisão da CAE, segundo o relator do projeto, é a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) colocar em pauta, em novembro, a Proposta de Súmula Vinculante 69. O texto considera inconstitucionais os incentivos fiscais relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) concedidos sem prévia aprovação do Confaz. Se a súmula vinculante for editada, todos os órgãos do Poder Judiciário e a administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ficariam obrigados a adotar essa jurisprudência consolidada do STF. Assim, os incentivos fiscais cairiam automaticamente, sem a necessidade de ação na Justiça com essa finalidade. Pela proposta de Luiz Henrique, a concessão de remissão pelo estado de origem da mercadoria afasta as sanções previstas na Lei Complementar 24/1975. Entre as sanções eliminadas, está a ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor do produto. O secretário estadual de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, e o coordenador do Confaz, José Barroso Tostes Neto, acompanharam a votação. "Esse é um passo de um longo processo de ajuste de contas fiscais, públicas e de ajustes dessa grande pendência relativa aos incentivos ficais concedidos fora das bases constitucionais que os regulam. Trata-se de adequar uma inconstitucionalidade praticada, a regras organizadas, destacou Calabi ao fim da votação. Reforma do ICMS - Tostes lembrou que o acordo para a votação da matéria só foi possível após "o compromisso assumido pela liderança do governo de iniciar, imediatamente após essa votação, as discussões para tratar das demais condições necessárias para a reforma do ICMS". Segundo ele, as criações do Fundo do Desenvolvimento Regional e do Fundo de Compensação são fundamentais de agora em diante para compensar com reembolso as perdas dos estados que terão redução de receitas, além da redução das alíquotas estaduais. O líder do governo no Senado, o senador Eduardo Braga (PMDB/AM), disse que esteve reunido com os interessados no tema ontem e que "questões importantes" foram superadas. "Ao votarmos isso, abrimos espaço para avançar sobre as alíquotas de ICMS e sobre os fundos de desenvolvimento e compensação", disse. "O que estamos fazendo aqui é dar sinalização importante para o Supremo, para a sociedade e para a segurança jurídica dos investimentos", afirmou Braga. O senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES) fez ponderação semelhante. "A competição fiscal no nosso país se excedeu e banalizou esse instrumento fiscal e evoluiu para uma guerra que não traz benefícios", observou.

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Alguns destaques da IN 1500

Fonte: Editorial ITC. Foi publicada no Diário Oficial da União – DOU de 30.10.2014 a Instrução Normativa RFB nº 1500/2014, que estabelece normas gerais de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF). Confira abaixo alguns dos destaques da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014! - CONTRIBUINTES Conforme dispõe o art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014, são contribuintes do imposto sobre a renda as pessoas físicas residentes no Brasil titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer natureza. São também contribuintes, as pessoas físicas (art. 2º, incisos I e II do parágrafo único da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014): I – que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse como se lhes pertencessem, de acordo com a legislação em vigor; e II – não residentes no Brasil que recebam rendimentos de fontes situadas no Brasil. - RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS Já o art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014 dispõe que constituem rendimentos tributáveis todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro e, ainda, os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. - RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS De acordo com o art. 5º, incisos I a XIX da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014, são isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos originários do trabalho e assemelhados: a) alimentação, inclusive in natura, transporte, vale-transporte e uniformes ou vestimentas especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a diferença entre o preço cobrado e o valor de mercado; b) auxílio-alimentação pago em pecúnia aos servidores públicos federais civis ativos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional; c) valor recebido de pessoa jurídica de direito público a título de auxílio-moradia, não integrante da remuneração dos beneficiários, em substituição ao direito de uso de imóvel funcional; d) auxílio-transporte em pecúnia, pago pela União, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual

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pelos militares, servidores e empregados públicos da Administração Federal direta, autárquica e fundacional da União, nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa; e) indenização de transporte a servidor público da União que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos por força das atribuições próprias do cargo; f) diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de trabalho, inclusive no exterior; g) valor do salário-família; h) ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação posterior pelo contribuinte; i) valor dos serviços médicos, hospitalares e dentários mantidos, ressarcidos ou pagos pelo empregador em benefício de seus empregados; j) contribuições para Plano de Poupança e Investimento (Pait), cujo ônus tenha sido do empregador, em favor do participante; k) contribuições pagas pelos empregadores relativas a programas de previdência complementar em favor de seus empregados e dirigentes; l) contribuições pagas pelos empregadores relativas ao Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), destinadas a seus empregados e administradores, a que se refere a Lei nº 9.477, de 24 de julho de 1997; m) incentivo pago em pecúnia ao servidor licenciado, nos termos do art. 18 da Medida Provisória nº 2.174-28, de 24 de agosto de 2001, observado o disposto no art. 26 e no inciso II do art. 27 da Medida Provisória nº 632, de 24 de dezembro de 2013; n) montante dos depósitos, juros, correção monetária e quotas-partes creditados em contas individuais pelo Programa de Integração Social (PIS) e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP); o) rendimentos pagos a pessoa física não residente no Brasil, por autarquias ou repartições do Governo brasileiro situadas fora do território nacional e que correspondam a serviços prestados a esses órgãos; p) 75% (setenta e cinco por cento) dos rendimentos do trabalho assalariado recebidos, em moeda estrangeira, por servidores de autarquias ou repartições do Governo brasileiro no exterior; q) até 90% (noventa por cento) dos rendimentos de transporte de carga e serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados; r) até 40% (quarenta por cento) dos rendimentos de transporte de passageiros; e s) até 90% (noventa por cento) do rendimento bruto auferido pelos garimpeiros na venda a empresas legalmente habilitadas de metais preciosos, pedras preciosas e semipreciosas por eles extraídos.

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– Dos Rendimentos Decorrentes de Indenizações e Assemelhados São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos originários pagos por previdências (art. 6º, incisos I a XII da Instrução Normativa RFB nº 1500/2014): a) indenização por acidente de trabalho; b) pagamento efetuado por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário; c) indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o limite garantido pela lei trabalhista ou por dissídio coletivo e convenções trabalhistas homologados pela Justiça do Trabalho, bem como o montante recebido pelos empregados e diretores e seus dependentes ou sucessores, referente aos depósitos, juros e correção monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); d) indenização destinada a reparar danos patrimoniais; e) indenização recebida pelo desapropriado, em virtude de desapropriação para fins de reforma agrária; f) indenização a título reparatório paga a beneficiários diretos de desaparecidos políticos com base no art. 11 da Lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995; g) reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação única ou em prestação mensal, permanente e continuada, inclusive as aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer natureza, paga a anistiados políticos com base no inciso II do art. 1º da Lei nº 10.559, de 13 de novembro de 2002; h) indenização reparatória por danos físicos, invalidez ou morte, ou por bem material danificado ou destruído, em decorrência de acidente, até o limite fixado em condenação judicial, exceto no caso de pagamento de prestações continuadas; i) valores recebidos em decorrência da deficiência física conhecida como “Síndrome da Talidomida”, quando pagos ao seu portador; e j) indenização por dano moral concedida às pessoas com deficiência física decorrente do uso da talidomida, que consiste no pagamento de valor único igual a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), multiplicado pelo número dos pontos indicadores da natureza e do grau da dependência resultante da deformidade física, conforme § 1º do art. 1º da Lei nº 7.070, de 1982. - DEMAIS DISPOSIÇÕES A SEREM APLICADAS NA PESSOA FÍSICA Essa Instrução Normativa RFB nº 1500/2014 estabelece ainda regras sobre os seguintes assuntos: I – Rendimentos de Participações Societárias (art. 8º); II – Rendimentos Isentos Obtidos no Mercado Financeiro e Assemelhados (art. 9º); III – Rendimentos Obtidos na Alienação de Bens e Direitos (art. 10);

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IV – Regras sobre os Rendimentos Tributados Exclusivamente na Fonte os Não Sujeitos a Antecipação para Fins de Ajuste Anual, cuja Retenção e Recolhimento tenham sido Efetuados pela Fonte Pagadora (Capítulo IV, arts. 12 a 16); IV – Tributação da Participação nos Lucros ou Resultados das Empresas (art. 17); V – Tributação Exclusivamente na Fonte dos Rendimentos de Aplicações Financeiras (art. 19). - OUTRAS REGRAS A Instrução Normativa RFB nº 1500/2014 é composta de 80 artigos e estamos enviando esses comentários preliminares para que nossos clientes fiquem atualizados com a referida publicação e já possam ter uma ideia inicial das novas normas gerais de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF), motivo pelo qual sugerimos atenção especial nos próximos dias para a leitura diária do nosso ITCNET Mail, onde iremos publicar periodicamente as demais regras vinculadas às Pessoas Físicas. Por fim, informamos que a partir da publicação dessa Instrução Normativa RFB Nº 1500/2014, ficam revogadas a Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001, a Instrução Normativa RFB nº 1.127, de 7 de fevereiro de 2011, a Instrução Normativa RFB nº 1.141, de 31 de março de 2011, a Instrução Normativa RFB nº 1.142, de 31 de março de 2011 e a Instrução Normativa RFB nº 1.433, de 30 de dezembro de 2013.

TRF3 confirma legalidade da taxa de controle e fiscalização ambiental cobrada de comerciante de materiais de construção

Fonte: TRF 3ª Região. A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região confirmou, por unanimidade, a legalidade da cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em relação a uma empresa que comercializa materiais de construção em geral. A empresa havia ingressado com uma ação na Justiça Federal objetivando a inexigibilidade dessa taxa, porém, não foi atendida em primeira instância, apelando, na sequência, ao TRF3. A desembargadora federal Marli Ferreira, relatora do acórdão, explicou que a Lei nº. 9.960, de 28/01/2000, que introduziu novos artigos na Lei 6.938, de 31/08/1981, criou a Taxa de Fiscalização Ambiental (TFA). Porém, a constitucionalidade dessa taxa foi questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), na ADIMC 2.178/DF, que ficou prejudicada, pois, em dezembro do mesmo ano, foi promulgada a Lei 10.165/2000, que alterou a redação dos artigos questionados. Assim, o artigo 17 da nova lei instituiu a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia conferido ao Ibama para

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controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. Segundo a desembargadora, a Lei 10.165/2000 “definiu as alíquotas, considerando o potencial de poluição, o grau de utilização dos recursos naturais e ainda diferenciou as condições econômicas dos contribuintes, não mais havendo violação ao princípio da isonomia”. Além disso, citou ainda que, por ocasião do julgamento do RE 416.601, o STF julgou constitucional a lei que instituiu a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). Assim, o Ibama, por sua vez, editou a Instrução Normativa 10, de 17/08/2001, que regulamentou o Cadastro Técnico Federal dessas atividades e que determinou a obrigatoriedade de inscrição nesse cadastro a pessoas físicas e jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora, dentre outros. Porém, o artigo 3º dessa norma dispensou de inscrição no Cadastro Técnico Federal empresas de material de construção que comercializam subprodutos florestais até cem metros cúbicos ao ano. No caso em questão, a empresa não conseguiu comprovar que no período questionado, entre 2001 a 2003, comercializou produtos ou subprodutos de natureza florestal em quantidade inferior ao limite fixado pela legislação. Assim, teve também seu pedido negado no TRF3. Apelação Cível 0000002-08.2005.4.03.6003/MS

Segurado do INSS tem até 31 de dezembro para renovar sua senha nos bancos

Fonte: INSS. O INSS alerta os segurados que ainda não fizeram a renovação de sua senha/fé de vida que o prazo vence no dia 31 de dezembro de 2014. A renovação da senha deve ser feita no banco onde o segurado recebe o benefício. Dos 31,1 milhões de beneficiários do INSS, mais de 29 milhões já estão em dia com o INSS. Ainda não compareceram nas instituições financeiras 1,4 milhões de beneficiários. A substituição da senha é obrigatória para todos os beneficiários do INSS que recebem seus pagamentos por meio de conta corrente, conta poupança ou cartão magnético. O INSS lembra que não é necessário procurar uma Agência da Previdência Social. A renovação é realizada diretamente no banco onde o segurado recebe o benefício, mediante a apresentação de um documento de identificação com foto (carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira nacional de habilitação entre outros). Algumas instituições financeiras que possuem sistemas de biometria estão utilizando essa tecnologia para realizar a comprovação de vida e renovação de senha nos terminais de autoatendimento. O segurado que não renovar a senha no tempo previsto poderá ter seu benefício suspenso.

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Os beneficiários que não puderem comparecer nas agências bancárias por motivos de doença ou dificuldades de locomoção, podem realizar a renovação de senha por meio de um procurador devidamente cadastrado no INSS. Os segurados que residem no exterior também podem renovar a senha por meio de um procurador cadastrado no INSS ou por meio de documento de prova de vida emitido por consulado. Os bancos estão comunicando os beneficiários sobre a renovação da senha por meio de mensagens informativas, disponibilizadas nos seus caixas eletrônicos e sites na internet.

Cadastro de empregados pela web passa a ser obrigatório

Fonte: Agência Caixa de Notícias. Em junho do ano passado, a rede de supermercados Walmart passou a adotar um procedimento pioneiro no registro de seus empregados no cadastro do Número de Identificação Social (NIS), que identifica o cidadão frente aos programas sociais do governo federal. A empresa, que contrata mensalmente mais de quatro mil funcionários, abandonou o papel e passou a fazer o registro do NIS por meio de formulário na internet. “Fomos convidados a ser a empresa piloto e modelo de utilização desta ferramenta. Ofereceram-nos a praticidade que nós buscamos”, afirma a analista de Recursos Humanos da rede, Vanessa Lopes de Oliveira. A experiência piloto do Walmart foi ampliada para todas as empresas, por determinação da Caixa Econômica Federal que é a operadora do Número de Identificação Social. A partir de 1º de novembro, passa a ser obrigatória a utilização da web para o registro no NIS. A medida, de acordo com a Caixa, permitirá acabar com filas e tornar mais rápido o processo de registro no NIS, que antes durava até cinco dias úteis. A medida também é voltada para sustentabilidade, uma vez que o uso do papel passa a ser descontinuado, afirma a gerente executiva de Gestão do Cadastro do Número de Identificação Social, Adalgisa Torres de Castro. Ao contratar um novo funcionário, as empresas são obrigadas, desde 1970, a registrar o empregado em algum cadastro social do governo – do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Previdência Social, PIS, Pasep, entre outros. Esse processo era feito em papel. O empregador era obrigado a preencher um formulário e levar a uma agência da Caixa, que enviava as informações para uma central de digitação localizada em São Paulo. Depois que o documento era digitado, a empresa recebia a informação do número cadastrado por telefone, Correios ou por meio do relatório de trabalhadores cadastrados, que é impresso na agência. Obtenção imediata do NIS

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Com a determinação da Caixa de utilizar o registro por meio da internet, o número do NIS poderá ser obtido imediatamente. “Antigamente, com o formulário, íamos até uma agência da Caixa de nosso relacionamento e ficávamos aguardando o cadastramento desses números. Agora, a empresa não precisa mais deslocar esse funcionário e deixá-lo disponível para esse cadastramento porque já temos o portal da Caixa”, afirma a analista de Recursos Humanos da rede Walmart. Há duas opções para que as empresas possam cadastrar seus empregados no NIS. A primeira é fazer pela internet, através do Portal da Caixa Econômica Federal. A segunda opção é utilizar a ferramenta “Conectividade Social”. Neste segundo caso, é necessário que a empresa possua uma certificação digital, padrão ICP-Brasil, que pode ser emitida nas agências da Caixa. Para a gerente executiva de Gestão do Cadastro NIS, Adalgisa Torres de Castro, o cadastramento online é a melhor opção para realizar o registro. A empresa só terá que ir à Caixa para efetuar o primeiro acesso e fazer o seu cadastro. “Independente da opção de cadastramento selecionada pela empresa, é preciso comparecer a uma agência da Caixa para fazer a migração e obter o primeiro acesso”, afirma. Adalgisa Torres explica que existe a possibilidade de cadastro em lote de empregados. Essa modalidade é indicada para a empresa que vai registrar um grande número de funcionários. Neste caso, por ser um volume maior de dados, o número do NIS sai no dia seguinte. A Central de Atendimento desta modalidade é através do número 0800 726 01 04. “A Caixa fez essa mudança para a web com o intuito de facilitar e agilizar o atendimento, e ter uma alternativa que não seja o papel, com o intuito de colaborar com o meio ambiente”, diz a gerente. Segurança e praticidade A nova sistemática de registro do NIS trouxe, segundo a analista de Recursos Humanos do Walmart, mais segurança tanto para o funcionário quanto para a empresa. Segundo ela, os trabalhadores têm o recolhimento do Fundo de Garantia na data correta e, com o número do PIS em mãos, é possível incluir o empregado no plano de a saúde da empresa. Para a rede de supermercados Walmart, a segurança é não ter duplicidade no número de NIS. Ao realizar o cadastro repetido na internet, a ferramenta avisa imediatamente que o funcionário já é registrado. Antes, com o uso do papel, o retorno notificando o duplo cadastro demorava a chegar. “A quantidade de papel era grande e podia haver perda do documento porque era enviado pelo Correio. Eram muitas etapas para chegar ao cadastro efetivo. Hoje a gente faz na hora. Só de não ter que depender de formulário de papel, ir a agência entregar o documento e aguardar o retorno, a empresa está poupando tempo”, ressalta analista Vanessa Lopes de Oliveira.

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MTE adota fiscalização eletrônica na inserção de aprendizes

Fonte: TEM. A secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (31) a Instrução Normativa nº 113, que acrescenta o artigo 25-A a Instrução Normativa nº 97, de julho de 2012 ampliando a fiscalização eletrônica para contração de aprendizes pelas empresas. A medida, segundo o diretor do Departamento de Fiscalização do Trabalho, Maurício Gasparino da Silva, visa alcançar um número maior de estabelecimentos fiscalizados, aumentar o número de aprendizes inseridos no mercado de trabalho, assegurar o cumprimento da cota de aprendizagem e a regularidade dos respectivos contratos. “Por meio do novo sistema, as empresas serão notificadas a apresentarem, em meio eletrônico, documentos que comprovem a efetiva contratação de aprendizes, de acordo com o que determina o art. 429 da CLT. Tais documentos serão confrontados com dados dos sistemas oficiais do MTE. A ferramenta trará maior dinamismo e agilidade às ações fiscais”, assegurou. A empresa sujeita à contratação de aprendizes deverá apresentar, via e-mail, a imagem da ficha, folha, do livro ou tela do sistema eletrônico de registro de empregado comprovando o registro do aprendiz; a imagem do contrato de aprendizagem firmado entre a empresa e o aprendiz, com a anuência da entidade formadora; a imagem da declaração de matrícula do aprendiz no curso de aprendizagem emitida pela entidade formadora; comprovante, em meio digital, de entrega do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged) referente à contratação dos aprendizes e demais documentos solicitados pelo auditor fiscal notificante. Saiba mais – O contrato de aprendizagem é o acordo de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, não superior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. Em contraponto, o aprendiz se compromete a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a sua formação. Em 2013, foram inseridos 160.256 aprendizes no mercado de trabalho a partir de ações fiscais empreendidas pelo MTE. Em 2014, até o mês de setembro, esse número já ultrapassa 127.000. “O sistema de fiscalização eletrônica da aprendizagem permitirá a obtenção de resultados ainda mais expressivos,” avaliou Gasparino.

Transportador de cargas que trabalhava com autonomia não tem reconhecido vínculo de emprego

Fonte: TRT 3ª Região. Nas relações de trabalho, a regra é a prestação de serviços com vínculo de emprego. Mas existem algumas exceções. No caso dos transportadores de

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carga, por exemplo, quando demonstrado que eles realizam essas atividades com real autonomia em relação ao beneficiário dos serviços, arcando com os custos da profissão, ou seja, sem a presença da denominada “subordinação jurídica”, o entendimento é de que não se trata de relação de emprego. Nesses casos, a relação é autônoma e de natureza comercial, regida pela Lei n. 11.442/2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração. Essa foi justamente a situação encontrada pela 2ª Turma do TRT de Minas, ao julgar favoravelmente o recurso interposto por uma empresa ligada ao comércio e extração de areia. A Turma modificou a sentença para afastar o vínculo empregatício que tinha sido reconhecido entre a empresa e um trabalhador que lhe prestava serviços de transporte de cargas. O desembargador relator, Sebastião Geraldo de Oliveira, entendeu que o trabalhador atuava como transportador autônomo de cargas “agregado”, nas condições previstas no art. 4º da lei 1.442/2007. Ele ressaltou que essa lei possibilitou que empresas, inclusive aquelas cujo objeto social seja o transporte de cargas, contratem motoristas autônomos para a realização dos serviços, estabelecendo-se entre ambos uma relação de natureza estritamente comercial. Explicou que o artigo 4º da Lei reconhece dois tipos de transportadores autônomos de cargas: o “agregado” e o “independente”. No primeiro caso, o transportador coloca veículo de sua propriedade ou de sua posse, dirigido por ele próprio ou por alguém indicado por ele, a serviço do contratante, com exclusividade e recebendo remuneração certa. No segundo, ele realiza o transporte de carga de forma eventual e sem exclusividade, recebendo por frete ajustado para cada viagem. E, para o relator, no caso analisado, ficou demonstrado que o reclamante se enquadra na primeira situação. Ao analisar as provas produzidas, inclusive o depoimento do próprio trabalhador, o desembargador constatou que ele exercia suas atividades com exclusividade para a empresa reclamada, utilizando veículo próprio e assumindo os riscos da atividade, pois arcava com as despesas de combustível e de manutenção do caminhão. Além disso, ele recebia por frete, no início de cada viagem, totalizando, em média, a importância bruta mensal de 7 a 8 salários mínimos, e líquida de 5 salários mínimos mensais, valores bem superiores aos que geralmente são pagos aos motoristas empregados. Possuía, ainda, registro como transportador autônomo. Quanto à habitualidade na prestação de serviços, segundo o relator, esta faz parte do cotidiano profissional do “agregrado”, já que ele presta serviços a um só tomador, não caracterizando, por si só, a relação de emprego. Para o julgador, o fator principal a se observar é o de que, no caso, a empresa não interferia no modo como o transportador exercia suas atividades, a ponto de caracterizar a subordinação jurídica nos termos do artigo 3º da CLT. “Algumas determinações impostas em relação a horários de chegada à empresa para recebimento das cargas, rotas a serem cumpridas e instalação de sistema de

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segurança no caminhão são inerentes a qualquer relação obrigacional, inclusive as de natureza comercial”, ponderou. Por todas essas razões, o desembargador concluiu ser evidente a natureza comercial da relação, mesmo que ela tenha durado por tempo considerável. Acompanhando o voto do relator, a Turma afastou o vínculo empregatício e absolveu a empresa do pagamento das verbas trabalhistas. ( 0000516-13.2013.5.03.0145 RO )

Trabalho como frentista em posto de gasolina é reconhecido como atividade especial

Fonte: TRT 3ª Região. O juiz federal Fernando Gonçalves, da Nona Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em decisão publicada no Diário Eletrônico da Justiça Federal, reconheceu como exercício de atividade especial o trabalho de um segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que exerceu funções de frentista em posto de gasolina. O relator explicou que o enquadramento se dá em razão do desempenho de atividade considerada perigosa nos termos da Portaria nº 3.214/78, NR-16, Anexo 2, item 1, letra “m” e item 3 letra “q” e “s” e, acrescenta, que o TRF3 já se pronunciou sobre casos semelhantes, nos quais o trabalho realizado em posto de gasolina sob gases inflamáveis que oferece risco à vida do trabalhador. Salientou também que a utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI – não descaracteriza o caráter especial do trabalho, uma vez que não extingue a nocividade causada ao trabalhador, cuja finalidade de utilização apenas resguarda a saúde e a integridade física do mesmo, no ambiente de trabalho”. No TRF3, a ação recebeu o número 0008447-30.2010.4.03.6103/SP.

Dívida trabalhista pode ser protestada em cartório e registrada no SPC e na Serasa

Fonte: TRT 9ª Região. Dívidas trabalhistas não quitadas podem ser protestadas em cartório e os devedores podem ter seus nomes inscritos nos bancos de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Serasa Experian. Este é o entendimento da Seção Especializada do TRT do Paraná que julgou favoravelmente o recurso de uma designer de Curitiba em ação judicial contra a Favarin Editorial Ltda. Para o relator, desembargador Luiz Celso Napp, a inclusão dos nomes dos sócios no cadastro de inadimplentes “constitui importante instrumento de coerção indireta do executado ao pagamento da dívida, em face da publicidade de que se reveste e da sua repercussão nas relações sociais, civis e comerciais do devedor”.

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Os sócios da empresa foram incluídos no polo passivo durante a execução, depois que o juiz de primeiro grau determinou a desconsideração da personalidade jurídica da empresa. Apesar disso, todas as diligências para quitação da dívida resultaram infrutíferas. “A inadimplência da empresa devedora é patente e incontroversa, constituindo-se em título executivo líquido e certo e as tentativas frustradas da parte que teve reconhecido o crédito em juízo trabalhista, autorizam o protesto do título contra os executados”, concluíram os magistrados da Seção Especializada, que também deram provimento ao pedido para inclusão dos devedores no SPC e Serasa. SPC e Serasa O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa Experian são empresas que fazem o registro de informações pessoais como o nome e número do CPF de quem tem dívidas atrasadas e é considerado “negativado”. As informações são guardadas por cinco anos que é o prazo de prescrição da dívida. Os dados armazenados são vendidos para quem tiver interesse em consultá-los antes de autorizar empréstimos ou pagamentos parcelados para seus clientes. A exclusão do nome inscrito nesses bancos de dados poderá ser solicitada após o pagamento da dívida.

Mitigação de prejuízo em relação extracontratual

Por Leonel Affonso Jr. para o Valor Econômico. No que pertine ao tema de responsabilidade civil, a lei brasileira adotou o princípio da reparação integral do dano, consagrando, também, no mesmo grau de importância, a imperiosa equidade na fixação do valor indenizatório quando constatada excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano verificado em cada caso concreto. Trata-se de princípio insculpido no parágrafo único do artigo 944 do Código Civil brasileiro em vigor (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). Um aspecto que deve nortear a decisão judicial de fixação do valor indenizatório é ter havido a possibilidade - ou mais detidamente, a capacidade - de o credor da indenização, sob sua própria iniciativa e por meio de atos disponíveis ao seu controle, ter mitigado o próprio prejuízo. A obrigação do credor da indenização em fazer tudo aquilo que estiver a seu alcance para atenuar seus próprios prejuízos é doutrina consagrada, tendo recebido sua concepção primordial dos princípios vigentes na common law. Em resumo, dentro de uma concepção de eticidade e boa-fé norteadora das relações jurídicas e regras de comportamento na sociedade civilizada, é imperioso perceber que uma parte considerada prejudicada não pode simplesmente permanecer inerte enquanto seu prejuízo aumenta continuamente, seja quanto à proporção do dano continuado circunstancial, seja em razão de lapso temporal não interrompido por culpa sua, sem que

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o prejudicado aja na direção da redução do dano, embora estivesse capacitado para tanto. Trata-se, como se disse, de dever esperado da relação ética que deve permear a convivência em sociedade. Ao agir de forma ética, o credor que envida seus melhores esforços para reduzir seu próprio dano opera para diminuir o valor da indenização futuramente devida pelo responsável pelo prejuízo. Cabe aqui a máxima de que a situação ensejadora de reparação de danos, tal como estampado nos diplomas legais da sociedade civilizada, não é um negócio em si e, assim sendo, não deve ser percebida como uma oportunidade lucrativa. A boa-fé como direção de comportamento deve ser encarada como cláusula padrão vigente nas relações negociais e interpessoais, afastando, portanto, qualquer iniciativa que possa ensejar ao prejudicado a mais tênue possibilidade de ser tornar um incrementador do fato danoso. Em outras palavras, e em linguagem coloquial, verificado o dano, não pode o prejudicado apostar no quanto pior, melhor. Em razão dessa concepção em que é esperada a maior colaboração possível do credor dos danos para que o seu prejuízo não aumente, outro fator relevante a ser levado em consideração acerca do tema é o lapso temporal da ocorrência do dever de mitigar um determinado evento danoso, sempre considerada a possibilidade e capacidade do credor de fazê-lo. A doutrina atualizada acata o pensamento de que o dever de mitigar os danos para o prejudicado surge incontinenti ao descobrimento do dano, não sendo possível a este eximir-se desta obrigação por qualquer motivo que seja. Assim, uma vez conhecido o dano, deve o credor indenizatório envidar seus esforços para mitigá-lo. Não há outra alternativa possível, sob pena de o juiz do caso concreto poder reduzir, equitativamente, o valor da indenização, inserindo a inércia do credor no espectro da análise da gravidade da culpa do responsável pelo ato ilícito ensejador da reparação civil. Como consequência do disposto nas regras contidas no Código Civil em vigor, especialmente aquelas contidas nos artigos 113, 187 e 422, e da concepção de cláusula geral do direito lastreado na eticidade inerente às relações sociais, não há ao nosso sentir qualquer obstáculo para a aplicação da teoria "duty to mitigate the loss", já aceita na esfera contratual, também na esfera dos fatos e condutas examinadas na esfera extracontratual. O racional para a aplicação da teoria nos fatos e circunstâncias extracontratuais é exatamente o mesmo, qual seja, a obrigação das relações interpessoais respeitarem cláusula geral da boa-fé nas relações sociais, cumulada com a busca dos magistrados em aplicar a lei de modo a corrigir distorções visando a aproximação da solução mais justa aplicável a determinado caso concreto. Alguns julgados mais recentes ou pontuais produzidos pela Justiça brasileira refletem avanços na aplicação da teoria "duty to mitigate the loss" também na esfera extracontratual.

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Tais implicações se fazem presente mormente quando as provas produzidas ao longo da instrução probatória apontam para o indevido incremento do dano por parte do prejudicado, na intenção de perseguir indenização maior do que aquela que seria paga se ele próprio tivesse agido com o seu dever de colaboração de mitigação. Esses julgados inovadores, louváveis em todos os sentidos, iluminam os estudos da responsabilidade civil no direito brasileiro, mostrando a eticidade como caminho a ser perseguido em colaboração no convívio das relações humanas por partes opostas - causadores do danos e prejudicados -, mas sempre visando a afastar a pretensa esperteza do ganho indevido, fruto de mentalidade ultrapassada, sem lugar na responsabilidade civil contemporânea.

Oportunidade para a reestruturação do capital das empresas

Por Edison Fernandes para o Valor Econômico. Isto me lembra aqueles filmes de ficção científica, em que se abre um portal cósmico, em formato de um círculo energético, por onde as personagens podem viajar pelas dimensões do espaço e do tempo e outras dimensões mais. A publicação da lei que disciplina o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas no contexto dos padrões internacionais de contabilidade (IFRS) parece ter resolvido uma questão importante, pertinente à obrigatoriedade desse padrão a todas as empresas brasileiras, independentemente do tipo societário e do porte, com exceção às micro e pequenas empresas. Dessa forma, estaria aberto o “portal cósmico” para permitir às empresas, especialmente as sociedades limitadas que não sejam de grande porte, nos termos da lei, a adoção inicial dos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão responsável por incorporar os IFRS à legislação contábil brasileira. Para entender essa oportunidade, convém voltarmos um pouco no tempo. Em 2008, por meio da alteração na Lei das Sociedades por Ações, foram previstas as bases para que o Brasil aderisse aos IFRS. A sua regulamentação, por meio das manifestações do CPC, e a sua implementação definitiva ocorreu no ano de 2010. Considerando que as normas contábeis brasileiras são aplicadas às demonstrações financeiras individuais das empresas, esse ano de 2010 foi o momento da adoção inicial do novo padrão contábil, haja vista que, a partir de então, todas as empresas, constituídas e a constituir, deveriam observar a mesma legislação contábil. Acontece que a lei que introduziu os IFRS no direito brasileiro fez referência expressa às sociedades por ações e às sociedades limitadas de grande porte – assim entendidas aquelas que tenham faturamento igual ou superior a R$ 300 milhões no ano anterior ou que tenham ativos totais iguais ou superiores a R$ 240 milhões. Uma leitura literal desse dispositivo jurídico conduziria ao entendimento de que as sociedades limitadas que não

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se enquadrassem no conceito de grande porte estariam desobrigadas de adotar o novo padrão contábil brasileiro. A intensidade da discussão provocou a mudança, também por meio de lei, nas atribuições do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que passou a ser o órgão responsável pela edição das normas contábeis no Brasil. Porém, mesmo assim, a observância dos IFRS foi atribuída ao profissional da contabilidade e, dessa forma, somente por via indireta e reflexa às sociedades limitadas. Até que no fim de 2013 foi editada a Medida Provisória nº 627, convertida em lei em 2014, que disciplinou a tributação da renda e da receita no contexto dos IFRS. Essa Lei nº 12.973 resgata a contabilidade societária para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para o PIS e da Cofins, considerando amplamente a adoção dos IFRS. Em conclusão, todas as empresas brasileiras, incluídas as sociedades limitadas que não sejam de grande porte, estão obrigadas a adotar o atual padrão contábil brasileiro (IFRS/CPC), sob pena de a apuração dos tributos sobre a renda e sobre a receita ser considerada irregular - a única exceção são as micro e pequenas empresas que adotam o Simples Nacional -, o que implica afirmar que haveria oportunidade da adoção inicial das normas contábeis ser em 2015 (ou em 2014, dependendo da opção da empresa). Existem vários efeitos jurídicos da adoção inicial dos IFRS. Efeitos esses que não são exclusivos da matéria tributária, mas abrangem as relações societárias, contratuais, trabalhistas e de direito administrativo, entre outras. Um dos principais pontos diz respeito à adoção do custo atribuído ("deemed cost") aos ativos, que seria uma espécie de reavaliação, hoje vedada por lei. Com isso, as empresas têm a oportunidade de corrigir o seu valor “de livros”, ou seja, o valor contábil, aproximando-o ao valor efetivo de mercado, que é uma das pretensões dos IFRS, melhorando, dentre outros impactos, sua estrutura de capital.

A IN 1.500 da Receita Federal: Um leão assaz galhofeiro!

Por Raul Haidar para o Conjur. A Instrução Normativa da Receita Federal nº 1.500, publicada no último dia 30 de outubro, com 114 artigos e 9 anexos, é praticamente um regulamento do Imposto de Renda para as pessoas físicas. Mas ainda permanece em vigor o Decreto federal 3.000/1999, com todos os seus 1.004 artigos, que ostenta o pomposo título de Regulamento do Imposto de Renda. Como já demonstramos em nossa coluna de 30/6/2014 nossa Constituição não admite delegação de poder a quem não foi eleito pelo povo, a não ser observadas rigorosamente as limitações legais. Assim, o chefe do Poder Executivo tem o poder de sancionar e regulamentar as leis feitas pelo povo através do Legislativo.

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Como disse Sobral Pinto no memorável Comício das Diretas, “todo poder emana do Povo e em seu nome deve de ser exercido”. Não bradava o jovem de pouco mais de 90 anos seu próprio texto: apenas repetia o que está no texto constitucional. Não tendo o Executivo alterado o Regulamento por decreto, permanece seu texto em pleno vigor. A tal IN e outros atos administrativos (portarias, resoluções etc.) são atos a que se subordinam só os servidores do Fisco, ante sua submissão hierárquica aos chefes. Nós só nos curvamos diante da lei! Face ao exposto, qualquer pessoa que encontrar entre os mais de 100 artigos e respectivos anexos algo que não esteja previsto em lei, pode e deve procurar o Judiciário para a defesa de eventuais direitos que tenham sido prejudicados. Não estamos a incentivar litígio, mas a registrar a garantia constitucional do acesso à Justiça. Quem atravanca o Judiciário são os três Poderes da República: o Legislativo, ao aprovar o que o Executivo apresenta por cumplicidade, comodismo ou preguiça mental — ou ainda por falta de conhecimento do que faz, incluídos seus assessores impostos pela cúpula partidária; o Executivo faz sua parte na galhofa (eis aqui o preciosismo, pessoal!) ao enviar projetos mal elaborados, sem adequados estudos, feitos às pressas nos laboratórios sinistros de gabinetes mal cheirosos. Não leva a sério seu trabalho, e chega a limitá-los a ensandecidas disputas pelo poder, onde o que interessa é a próxima eleição e, entre uma e outra, promessas que todos sabem que dificilmente serão cumpridas. Se o forem, isso só ocorrerá fora do prazo; e o Judiciário, o mais respeitável dos Poderes, deixa a desejar quanto à eficácia e rapidez de suas decisões. Ao manter solenidades, pompas e tratamentos medievais, parece viver ainda no século XIX, quando a Justiça era um favor de Deus, que El Rei, seu representante, concedia aos súditos. Nesse quadro surgem as novas galhofas do tal leão, esse ridículo símbolo do Fisco brasileiro: os limites de dedução para dependentes e instrução no próximo ano: R$ 2.156,52 e R$ 3.375,83, respectivamente! Trocando em miúdos: se o estimado leitor tiver um filho, poderá deduzir do seu rendimento para sustentar o fedelho R$ 179,71 por mês! Por extenso: cento e setenta e nove reais e setenta e um centavos! Isto é: R$ 6 por dia! Se o fedelho estudar em colégio privado, o gasto admitido sobe um pouco: são mais R$ 281,31 por mês! Não vamos pedir aos leitores que façam cálculos: não dá para pagar UMA aula por dia, de um professor de primeiro grau que resida numa favela — ou “comunidade” como se diz hoje. Mas, em compensação, a tabela de retenção do Imposto de Renda na fonte…Bem isso é outra galhofa. O STF, no RE 388.312, negou o pedido de entidade sindical que pretendia obter a correção da tabela de retenção do Imposto de Renda de acordo com a variação da UFIR. Com irritante frequência, temos procurado apoio em nossa luta por Justiça Tributária no preâmbulo da CF, onde garante-se que o nosso Estado democrático é “destinado a

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assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança (…), a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna (…)”. Ora, ao não permitir a atualização monetária integral e automática dos valores da tabela, a legislação viabiliza a incidência do tributo não sobre o “rendimento”, mas sobre parcela do rendimento que não existe, posto que corroída pelo impacto inflacionário. Trata-se, portanto, de uma tributação de característica confiscatória, contrariando expressamente o que estabelece o artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal. A legislação do Imposto de Renda possuía normas expressas, até 1988, no sentido de que todos os valores expressos em moeda deveriam ser corrigidos anualmente, conforme a variação do custo de vida. Era a correção automática de todos os valores. O voto do ministro Marco Aurélio, que ficou vencido, traz todos os ingredientes para que a verdadeira justiça se fizesse. O voto inteiro mereceria transcrição, mas limitemo-nos ao seguinte trecho:

Os princípios da legalidade, da capacidade contributiva e do não-confisco direcionam, a mais não poder, à atualização automática da tabela decorrente da lei em comento — nº 9.250/95 — mantendo-a com a mesma força normativa que tinha em 1995, e aí, cumpre notar a conversão dos débitos fiscais, das pessoas naturais, da expressão Ufir para reais (…)

Ora, se o poder público cobra correção monetária quando o particular vai pagar tributos em atraso, isso é uma declaração oficial de que existe uma inflação, uma perda do poder aquisitivo da moeda nacional que exige indexação, tenha isso o nome que se lhe queira dar. Como diz ainda o ministro Marco Aurélio em seu voto, “o Estado não pode ludibriar, espoliar ou prevalecer-se da fraqueza ou ignorância alheia. Não se admite que tal ocorra nem mesmo dentro dos limites em que seria lícito ao particular atuar.” Quando o cidadão assiste a uma demora de mais de oito anos na mais elevada corte de Justiça do país e constata que ela consagra a iniquidade e enaltece o confisco como forma de arrecadar imposto, chega-se a duvidar de que estamos num Estado Democrático de Direito. Corrigir a tabela e também os valores dos abatimentos do Imposto de Renda é uma simples questão de justiça, para diminuir o confisco de que são vítimas os trabalhadores. Enquanto isso não acontecer, somos todos vítimas de um governo insensível, que usa e abusa da figura idiota do leão assaz galhofeiro. Aliás, já que não vai dar para comprar um dicionário, registrem aí: galhofeiro é o mesmo que brincalhão, zombeteiro, gracejador. É o que zomba, desrespeita, trata com desdém. É o leão, sem dúvida. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected] >.