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Atualidades Ornitológicas Nº 134 - Novembro/Dezembro 2006 - www.ao.com.br Nova contribuição à ornitologia do Chaco brasileiro (Mato Grosso do Sul, Brasil) 1,4 Fernando Costa Straube , Alberto 1,5 Urben-Filho , Maria Antonietta 2,6 Castro Pivatto , Alessandro Pacheco 3,7 3,8 Nunes , Walfrido Moraes Tomás La etimología de este nombre, Chaco, indica la multitud de naciones que pueblan esta región. Cuando salen a cazar los indi- os y juntan de varias partes las vicuñas y guanacos, aquella muchedumbre se llama chacu, en lengua quechua...”. (Pedro Loza- no, Século 18; apud. Aguilar, 2005) INTRODUÇÃO Para Walter (1986), o chaco consiste da parte mais ocidental do "Zonobioma da re- gião tropical úmido-árida de chuvas esti- vais e de florestas de folhas caducas"; é uma enorme planície situada entre o Pla- nalto Central do Brasil e as montanhas da pré-cordilheira andina, tendo como limite sul a transição com os campos sulinos (pam- pas). Com quase 750 km de largura em mé- dia, estende-se do sul da Bolívia à toda a me- tade ocidental do Paraguai, englobando ex- tensa área do centro-norte da Argentina (Walter, 1986) e, em poucos quilômetros quadrados nos arredores de Porto Murti- nho, no extremo sudoeste do Mato Grosso do Sul (Prado, 1993a, b; Prado & Gibbs, 1993). Neste município fronteiriço há o que pa- rece ser um remanescente oriental daquele complexo de paisagens denominado Gran Chaco (Riveros, 2005), sendo contornado pela faixa de vegetação de cerrado e mata decídua do leste da Bolívia (Departamento de Santa Cruz), que se estende por todo o contorno nordeste do Paraguai (principal- mente nos departamentos de Alto Paraguay e Concepción). Na zona marginal à frontei- ra brasileira, o chaco propriamente dito se- gue adjacente a essa faixa, desde o sudeste da Bolívia até o restante do Paraguai oci- dental. Toda essa área foi palco de inúmeros epi- sódios políticos e sociais envolvendo esses países. Foram dezenas de expedições ex- ploratórias e militares - desde 1521 com Urubu-rei Sarcoramphus papa. Foto Cassiano Zaparoli Zaniboni

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Atualidades Ornitológicas Nº 134 - Novembro/Dezembro 2006 - www.ao.com.br

Nova contribuição à ornitologia do Chaco brasileiro(Mato Grosso do Sul, Brasil)

1,4Fernando Costa Straube , Alberto 1,5Urben-Filho , Maria Antonietta 2,6Castro Pivatto , Alessandro Pacheco

3,7 3,8Nunes , Walfrido Moraes Tomás

“La etimología de este nombre, Chaco, indica la multitud de naciones que pueblan esta región. Cuando salen a cazar los indi-os y juntan de varias partes las vicuñas y guanacos, aquella muchedumbre se llama chacu, en lengua quechua...”. (Pedro Loza-no, Século 18; apud. Aguilar, 2005)

INTRODUÇÃOPara Walter (1986), o chaco consiste da

parte mais ocidental do "Zonobioma da re-gião tropical úmido-árida de chuvas esti-vais e de florestas de folhas caducas"; é uma enorme planície situada entre o Pla-nalto Central do Brasil e as montanhas da pré-cordilheira andina, tendo como limite sul a transição com os campos sulinos (pam-pas). Com quase 750 km de largura em mé-dia, estende-se do sul da Bolívia à toda a me-tade ocidental do Paraguai, englobando ex-tensa área do centro-norte da Argentina (Walter, 1986) e, em poucos quilômetros quadrados nos arredores de Porto Murti-nho, no extremo sudoeste do Mato Grosso do Sul (Prado, 1993a, b; Prado & Gibbs, 1993).

Neste município fronteiriço há o que pa-rece ser um remanescente oriental daquele complexo de paisagens denominado Gran Chaco (Riveros, 2005), sendo contornado pela faixa de vegetação de cerrado e mata decídua do leste da Bolívia (Departamento de Santa Cruz), que se estende por todo o contorno nordeste do Paraguai (principal-mente nos departamentos de Alto Paraguay e Concepción). Na zona marginal à frontei-ra brasileira, o chaco propriamente dito se-gue adjacente a essa faixa, desde o sudeste da Bolívia até o restante do Paraguai oci-dental.

Toda essa área foi palco de inúmeros epi-sódios políticos e sociais envolvendo esses países. Foram dezenas de expedições ex-ploratórias e militares - desde 1521 com Urubu-rei Sarcoramphus papa. Foto Cassiano Zaparoli Zaniboni

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Aleixo Garcia - em geral visando a coloni-zação local, a abertura de caminhos que pos-sibilitassem o contacto entre as então gran-des cidades, captura de índios, descobertas de tesouros, etc. Por parte dos missionários jesuítas, o interesse era o de catequizar os povos lá estabelecidos e, como um todo, po-de-se afirmar que todos esses personagens contribuíram de alguma forma para o co-nhecimento da história natural da região (Costa, 1999; Aguilar, 2005).

Entretanto, a pequena porção deste bio-ma reconhecido para o território brasileiro foi objeto de raras contribuições ornitoló-gicas, sendo possível destacar a de Laub-mann (1935) para a foz do Rio Apa e, prin-cipalmente, Pacheco & Bauer (1994), base-ada em uma grande coleção obtida pelo na-turalista alemão Adolf Schneider na locali-dade de Porto Quebracho, adicionada de re-gistros complementares.

Em revisão abrangente, Tubélis & To-mas (2003) também mencionam espécies para a região, embora todas elas sejam ori-ginárias do próprio artigo de Pacheco & Ba-uer (1994), mais algumas adições citadas por Grant (1911a, b, c). Ao contrário da margem brasileira do Rio Paraguai nessa região, há considerável material sobre a desta forma, admitir um caráter abrangente dedicado a locais situados no município de avifauna mencionado por autores como que inclui outros tipos de hábitats regiona- Porto Murtinho: Salvadori (1895, 1899, 1900a, 1900b), is, respeitando-se o caráter controverso dos Grant (1911a, b, c), Laubmann (1930, biomas que tangenciam o chaco brasileiro 1. FAZENDA BRAUNAL (22°06'S, 1933a, 1933b, 1939a, 1939b) e mesmo re- e mesmo o complexo mosaico de paisagens 57°44'W, alt. 89 m): uma das várias fazen-visores como Hayes (1995). Bem da ver- observada nesta região sul-matogrossense. das (Oriente, Sorriso, Braunal e Reata) ao dade, esse extenso e importante bioma do Essa área compreende parte da bacia hi- longo da estrada vicinal à MS-467 que dá centro da América do Sul foi motivo de inú- drográfica do Rio Paraguai e toda a metade acesso à cidade de Porto Murtinho. A paisa-meras investigações ornitológicas, em es- final da bacia do Rio Apa, sendo esses dois gem predominante é de vegetação arbusti-pecial o clássico que culminou com a obra acidentes fluviais a linha demarcatória da va xerófila (savana gramíneo-lenhosa), basilar: "A zoogeographic analysis of the fronteira entre o Brasil e o Paraguai (Strau- com solos pedregosos e bromélias espi-southamerican Chaco avifauna" (Short, be, 2003). nhosas no solo; essa aparência entremeia-1975). Sob este contexto, consideramos todas se com pastos, florestas estacionais decí-

Com o intuito de compilar as espécies até as espécies citadas na literatura para locali- duas e carandazais (savana parque estépi-então citadas para a pequena e pouco co- dades situadas no interior do quadrante de- ca), comumente composto por outras espé-nhecida paisagem de chaco no Brasil - e ad- finido. Não foram reavaliadas as identifi- cies arbóreas (savana estépica florestada). jacências - bem como adicionar novas in- cações de espécimes envolvidos nas publi- Período: 11 a 13 de outubro de 2005 (FCS, formações oriundas de uma viagem de pes- cações, de forma que eventuais questiona- AUF); esforço amostral: 13 horas.quisa realizada pelo autores entre 2005 e mentos baseiam-se exclusivamente no co-2006 é que realizou-se esse estudo, tam- nhecimento moderno das distribuições, mu- 2. RIACHO SANGA FUNDA (22°04'S, bém dirigido a certas atualizações toponí- itas vezes com amparo de outras obras de re- 57°34'W, alt. 104 m): riacho de leito areno-micas e comentários acerca da conserva- ferência. A única exceção foi feita para a co- so (na época totalmente seco), na rodovia ção local. leção Adolf Schneider, depositada no Mu- MS-467, a cerca de 10 km do pesqueiro do

seu Nacional (UFRJ) do Rio de Janeiro, cu- Cachoeirão do Apa. A paisagem predomi-MÉTODOS jas identificações foram aferidas direta- nante é de floresta ciliar (floresta estacio-

A área considerada para esse estudo, si- mente nos espécimes respectivos. nal semidecidual aluvial), permanente-tua-se no extremo sudoeste do Estado do As citações consideradas são apenas as mente verde e várzeas adjacentes a ela, con-Mato Grosso do Sul, incluindo as imedia- originais, cabendo comentários a compila- tendo pastos e vegetação arbustiva xerófila ções da República do Paraguai, desde que ções (Tubélis & Tomas, 2003) apenas quan- (savana gramíneo-lenhosa), campos de inseridas no perímetro definido pelas lati- do houvesse discrepâncias quanto às loca- inundação e, nas pequenas elevações, flo-tudes de 21°00' a 22°30'S e 57°00' a lidades ou identificações apresentadas. resta estacional decidual. Período: 11 a 12 58°30'W (Figura 1). Esses limites foram de- As localidades consideradas neste estu- de outubro de 2005 (FCS, AUF); esforço finidos com maneira puramente didática, do (Tabela 1; Figura 2) foram de dois tipos: amostral: 10 horas.uma vez que não obedecem as linhas con- associadas a registros mencionados na lite-fusamente transicionais das vegetações ratura ou representando nosso próprio es- 3. FAZENDA PORTO CONCEIÇÃO chaquenhas naquela região. Preferiu-se, forço de campo (vide abaixo), totalmente (21°28'S, 57°55'W, alt. 84 m): fazenda de

FIGURA 1. Situação geral da área de estudo e sua localização, no extremo sudoeste do Mato Grosso do Sul e áreas fronteiriças com o Paraguai, com indicação das cidades mais importantes dos arredores.

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propriedade do então prefeito de Porto Mur-tinho, sr. Nelson Cintra, cujos pontos de ob-servação incluem a margem do rio Para-guai defronte à sede e imediações do Morro Pão de Açúcar. As paisagem local inclui ex-tensos carandazais (savana parque estépi-ca) e áreas inundadas (sistema edáfico de primeira ocupação) mas também vegeta-ção arbustiva xerófila (savana gramíneo le-nhosa), floresta estacional decidual (nas en-costas das pequenas elevações locais) e fito-fisionomias mistas, especialmente com es-pécies arbóreas que adentram nos caranda-zais (savana estépica arborizada). Período: 14 a 16 de outubro de 2005 (FCS, AUF, MACP) e 6 de setembro de 2006 (APN, WMT); esforço amostral: 23 + 4 horas, res-pectivamente.

4. RIO TARUMÃ, RODOVIA MS-195 (21°32'S, 57°49'W; alt. 80 m): vários pon-tos amostrais, distanciados por 10-15 km da sede municipal de Porto Murtinho, ao longo da estrada que dá acesso à Fazenda Porto Conceição. A paisagem local é domi-nada por carandazais (savana parque esté-pica), várzeas com pastos e campos de inun-dação (savanas gramíneio lenhosas) e, ao longo das elevações próximas, há floresta estacional decidual. Período: 5 e 6 de se-tembro de 2006 (APN, WMT); esforço amostral: 6 horas.

RESULTADOS

1. Riqueza de espéciesA riqueza de espécies verificadas para a

área de estudo ainda deve ser considerada preliminar, especialmente enquanto estu-dos de avifaunas não sejam realizados com dedicação sistematizada para essa região (cf. Tubélis & Tomas, 2003; Pivatto et al., 2006). O contexto indicado na Figura 2 mostra claramente que o conhecimento da avifauna concentra-se muito mais ao longo dos rios Paraguai e Apa, com pouco esforço amostral no "interior", para o qual apenas uma localidade (Firme, seg. Pacheco & Ba-uer, 1994) foi visitada e com poucas espé-cies registradas.

Até o presente constam assinaladas 282 espécies para a região estudada, dentre as quais, oito não foram registradas no territó-rio brasileiro sob esse contexto geográfico: Ictinia plumbea, Falco rufigularis, Pyrrhura frontalis, Eleothreptus anoma-lus, Hirundinea ferruginea, Contopus cine-reus e Pachyramphus validus. Em nada re-presentam tais ausências, porém, que não por simples efeito de subamostragem, uma vez que todos esses táxons são distribuídos por várias outras regiões do Brasil, inclusi-ve na borda pantaneira (Tubélis & Tomas, 2003).

TABELA 1. Toponímia da área de estudo, tendo em parênteses a respectiva numeração coincidente com o mapa apresentado na figura 2 (q.v.). As coordenadas geográficas e altitu-des das localidades 1 a 13 baseiam-se em Google Earth (Google, 2006); as demais foram ob-tidas in situ com GPS. *. Não foi possível resgatar a localização precisa; a indicação em ma-pa é provisória; **. denominação sugerida, pela falta de indicação nominal (vide abaixo).

FIGURA 2. Localidades consideradas no presente estudo, sendo os círculos em verde re-ferentes a informações de literatura e os círculos em vermelho as localidades de registro em campo. Legenda: 1. Colonia Risso, 2. 14 de Mayo, 3. Puerto Francia, 4. Puerto Pagani, 5. Pu-erto Maria, 6. Fuerte Olimpo, 7. Cerro Concurencia, 8. Porto Medano, 9. Pão de Açúcar, 10. Foz do Rio Apa, 11. Porto Quebracho, 12. Porto Murtinho, 13. Firme, 14. Fazenda Braunal, 15. Riacho Sanga Funda, 16. Fazenda Porto Conceição, 17. Rio Tarumã, Rodovia MS-195.

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Dentre as aves colecionadas ou obser-vadas por autores anteriores (vide Ane-xo), não foi possível reencontrar 55 espé-cies; por outro lado, foi possível adicio-nar 36 novos táxons para a lista geral. Essa diferença pode ser interpretada co-mo subamostragem decorrente de épo-cas de visita distintas (efeito climático), métodos de registro (coleta de exempla-res versus constatação visual/auditiva), pontualidade ou raridade natural de algu-mas espécies ou mesmo outros detalhes ainda não bem conhecidos na região, en-volvendo extinções locais e coloniza-ções recentes.

Cabe lembrar que, em uma de nossas visi-tas, o ambiente estava exageradamente se-co devido à total ausência de precipitação, situação estendida até meados de dezem-bro de 2005 (M.Milano, in litt., 2005). Isso provavelmente causou a inviabilidade de obter contacto com certos táxons aquáticos como Amazonetta brasiliensis, Nycticorax nycticorax, Phimosus infuscatus e vários outros, todos eles bastante freqüentes em toda a planície do Pantanal.

Essa limitação não foi somente notada em certas aves migratórias, bem amostra-das anteriormente (p.ex. Bartramia longi-cauda, Tringa solitaria, T.flavipes, T. me-lanoleuca), porém não reencontradas. Fi-cou - de fato - muito clara no caso de um único indivíduo de Chloroceryle america-na observado na região do Rio Sanga Fun-da, córrego que se encontrava com o leito Considerando-se que a maior parte da uma ampla e criteriosa revisão (Tubélis & totalmente seco, apenas com algumas pou- área de estudo situa-se nos limites do Pan- Tomas, 2003), a avifauna do Pantanal ain-cas poças de água remanescente. Ali havia tanal proposto por Tubélis & Tomas (2003), da carece de informações setorizadas sobre uma pobre fauna de invertebrados aquáti- cabe menção destacada a Nothura boraqui- riquezas em diversas regiões, algumas de-cos, inclusive crustáceos aparentemente ra, Spizaetus tyrannus, Aramides ypecaha, las especialmente vastas. O chaco brasilei-moribundos pela condição exagerada- Primolius maracana, Lurocalis semitor- ro, embora de pequenas dimensões, por si mente eutrofizada da água. É provável que quatus, Nonnula rubecula, Myiopagis cani- só já justificaria esforços continuados e sis-espécies piscívoras (como Ceryle torqua- ceps e Platyrinchus mystaceus por se trata- temáticos de inventários de longo tempo, tus) tivessem se deslocado para regiões rem de importantes menções adicionais à inclusive envolvendo documentação por mais propícias à sobrevivência, tal como composição avifaunística pantaneira. espécimes (vide tópicos sobre a problemá-procedem as espécies desta família (Sick, Da mesma forma, consideram-se oportu- tica local em Tubélis & Tomas, 2003b). 1997). Esse riacho, de fato, apresentava nas as constatações de alguns táxons co- Isso é notável se considerarmos a grande inúmeras paisagens marginais que, em pe- nhecidos no Pantanal por poucos registros quantidade de táxons que ocorrem, com ra-ríodos de maior pluviosidade devem ser (n < 4 localidades); alguns desses registros zoável freqüência, nos países limítrofes co-destacadamente importantes para a avifa- referem-se a espécies obviamente comuns mo o Paraguai, a Bolívia e a Argentina e una, como por exemplo bancos de areias e em grande parte do Brasil, entretanto, cons- não constatados em território brasileiro, extensas várzeas, ora com vegetação ripá- tituem-se de informações relevantes ao co- possivelmente como decorrência do pe-ria, ora com pastagens ou campos de inun- nhecimento de suas distribuições regiona- queno esforço amostral nessa área frontei-dação. is: Buteo nitidus, Parabuteo unicinctus, Mi- riça.

Para outras espécies é possível que a rari- crastur ruficollis, Heliomaster furcifer, Um breve esboço, baseado nos dados dade natural fosse o limitante para a discre- Thamnophilus caerulescens, Hylocryptus aqui acumulados e aferidos, permite a cons-pância observada, uma vez que um dos cole- rectirostris, Leptopogon amaurocephalus, trução da Figura 3, indicando o número de tores que atuou na região (A.Schneider) Myiopagis viridicata, Syristes sibilator, espécies constatadas até então em cada qua-permaneceu por vários meses em Porto Qu- Molothrus rufoaxillaris e Euphonia viola- drícula de latlong, em adoção ao sistema ebracho e nossa estada nas adjacências cea (vide Tubélis & Tomas, 2003; Donatel- utilizado por Straube & Urben-Filho compreendeu somente alguns poucos dias; li, 2005; Nunes et al., em prep.). (2001). Parece óbvio que todo o conheci-são exemplos de espécies não encontradas mento avifaunístico local resume-se a cin-por nós: Neochen jubata, Sarcoramphus 2. Da necessidade de continuidade ao co quadrículas (dentre 36), situadas ao lon-papa e Spizaetus ornatus, dentre várias ou- inventário da avifauna go do Rio Paraguai e trecho final do Rio tras. Embora razoavelmente amparado por Apa.

FIGURA 3. Riqueza de espécies constatadas na área de estudo, de acordo com um sistema matricial de quadrículas latlong de 15' de latitude por 15'de longitude.

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3. Discussão toponímica, I: Alfredo Bo- Efetivamente, a localidade denominada nhia Mate Laranjeira (a outra sede era em relli "Puerto Pagani" ("not located" por Payn- Guaíra, no oeste do Paraná), que apresenta-

Uma das mais relevantes contribuições ter, 1989 e Hayes, 1995), situa-se no rio Pa- va tanta relevância no contexto regional no ao conhecimento da avifauna da região raguai (portanto no Distrito de San Lázaro, início do Século 20 que o próprio presiden-aqui estudada - e de todo o vale do rio Para- Departamento de Concepción) a cerca de te Getúlio Vargas - alguns anos depois - te-guai - deve-se a Tommaso Salvadori 60 km ao sul da foz do rio Apa (vide Salva- ria solicitado sua emancipação como muni-(1835-1923), um verdadeiro ícone da dori, 1895:6 sob "Porto Pagani, Rio Apa"). cípio. Atualmente é uma fazenda-empresa, Ornitologia neotropical pelo esforço dedi- Esse é um indicativo de que todas as quatro dedicada à pecuária e pertence ao municí-cado à pesquisa das aves. É de Salvadori a localidades visitadas por Borelli situam-se pio de Laguna Carapã (Guillen, 1991; Alba-mais importante revisão da coleção Alfre- em grande proximidade geográfica. nez, 2003).do Borelli, obtida entre junho de 1893 e ja- Parece que Borelli, quando de suas cole- Tubélis & Tomas (2003) não mencionam neiro de 1894 em vários pontos da Argen- tas nas proximidades do Rio Apa, instalou o artigo e tampouco as localidades e infor-tina (províncias de Tucumán e Salta), Para- sua base logística na Colônia Risso e dali vi- mações alusivas a eles não são aproveita-guai (ao longo do rio Paraguai) e Brasil (es- sitou rapidamente outros pontos adjacen- das, certamente por já terem identificado o tado do Mato Grosso do Sul) (v. Salvadori, tes, onde obteve alguns poucos espécimes. equívoco; pelo contrário, Pacheco & Bauer 1895, 1899, 1900a, 1900b). Esse estudio- De fato, das 86 espécies obtidas nessa área, (1992) baseados no mapa da Naumburg, so era curador de aves do Museu de Histó- 75 são exclusivamente provenientes da cita- consideram-nas em seu estudo como per-ria Natural de Turim (Itália), durante a di- da colônia e 11 foram coletadas apenas nos tencentes àquela região.reção do afamado Filippo de Filippi e, gra- demais topônimos, com somente 7 espéci- Todas essas localidades visitadas por Ka-ças à sua presença nessa instituição é que es coincidentes. Essas informações mos- empfer, indicam que sua peregrinação pelo os espécimes colhidos na referida expedi- tram também que as visitas a outros pontos Mato Grosso do Sul foi incipiente ou quase ção puderam ser analisados e divulgados próximos à Colônia Risso visavam com- tangencial, por uma linha de direção noro-(Elter, 1986). plementar a sua coleção com aves não en- este entre o Rio Paraná (na latitude da cida-

Dentre o material colecionado por Bo- contradas ali. de paranaense de Guaíra) e Ponta Porã (Ma-relli, há algumas questões passíveis de Consta, ainda, que esses locais visitados to Grosso do Sul). Naturalmente, com base discussão, em particular alusivas às loca- por Borelli nada mais eram do que portos nisso, faz sentido a dúvida de Naumburg lidades de coleta e interpretações geo- destinados à conexão fluvial com Assun- (1935) quanto às altitudes desses pontos, gráficas de autores subseqüentes. Três ção pelo rio Paraguai, de onde se embarca- sobre as quais refere-se textualmente: exemplares de três espécies (Myiopsitta vam balsas transportadoras de cal, situação "Altitudes seems too high but given by col-monachus, Melanerpes cactorum e atualmente verificada apenas em Puerto lector".Tyrannus savana) foram coletados na lo- Risso (Infonorte, 2006). calidade grafada como "Catorce de Ma- 5. Discussão toponímica, III: Hans Kri-yo" por Paynter (1989:8), que a localizou 4. Discussão toponímica, II: Emil Ka- egem "2023/5808 [...] ca. 100 m, right bank empfer Na sua terceira expedição à América do upper Río Paraguay [...] below Puerto Ba- Embora a presença do naturalista alemão Sul (1931), a equipe liderada por Hans Kri-hía Negra", considerando a omissão da Emil Kaempfer seja mencionada para um eg visitou pelo menos 15 localidades da par-"Puerto" como a grafia preferível. Essa certo "Rio Tereré" ("Tereré, Rio"), homô- te meridional deste continente, obtendo im-localização (ligeiramente diferente da- nimo daquele situado nas adjacências de portante acervo, atualmente depositado no quela apresentada por Hayes (1995:214) Porto Murtinho, bem como dois (?) outros Museu de Munique (Alemanha). Quando é incorreta nesse caso, tendo-se em vista sítios próximos ("São Francisco (ranch)" e de sua estada nas localidades paraguaias de a indicação original, em Salvadori "São Francisco Tereré") (Naumburg, Puerto Satre e Estrella, o grupo aproveitou (1895:15): "14 maggio, presso il Rio 1935:467-468), o traçado de seu itinerário para investigar a desembocadura do Rio Apa, Paraguay". e o confronto de datas mostra que se trata Apa, em sua margem brasileira, onde obte-

O Rio Apa, de fato, está a mais de 170 km de outra região daquela enfocada neste estu- ve um total de 34 exemplares. As datas de vi-ao sul do ponto indicado por Paynter do. Isso pode ser verificado pela sua visita à sita, puderam ser resgatadas da fonte origi-(1989) e Hayes (1995), causando uma dis- cidade de Amambaí e, alguns dias depois, nal (Laubmann, 1935), como apenas dois di-crepância indesejável, em especial levan- rumo ao interior do Paraguai, perto das atu- as intercalados: 23 e 31 de agosto de 1931. do-se em conta os limites tênues da vegeta- ais cidades de Pedro Juan Caballero e Capi- Apesar desta clara indicação geográfica, ção do chaco naquela região. Um topônimo tán Bado. o topônimo não foi nominado, permane-"14 de Mayo", portanto homônimo, está Mesmo Paynter & Traylor (1991:633) cendo inclusive no Ornithological Gazet-efetivamente situado no ponto indicado equivocam-se no verbete "Tereré, Rio": teer of Brazil (Paynter & Traylor, 1991:23) por esses dois autores, mas não correspon- "Small tributary on eastern side of upper como parte do verbete "Rio Apa", com a in-de - pelos motivos acima indicados - àquele Rio Paraguay [...], with its mouth 40 km N dicação "...near mouth on Brazilian side of visitado por Borelli. of Pôrto Murtinho [...], southwestern Mato the river, across from Puerto Sastre". Por

No texto introdutório, Salvadori descre- Grosso do Sul". esse motivo, e pela falta de um nome mais ve: "...le località dell'alto Paraguay, oltre A localidade de Campanário, não locali- adequado para a localidade nos mapas con-a Concepcion, sono Baranquera la novia e zada por Naumburg (1936:467 - nota de ro- sultados, pleiteamos aqui o uso da denomi-Bahia Negra nel Chaco Paraguay, Puerto dapé) ("not located; in map as Campeiro"), nação "Foz do Rio Apa", para fins de locali-Pagani, Puerto Francia, 14 Maggio e Colo- situa-se nessa região (e não onde está indi- zação de registros.nia Risso vicino al Rio Apa...", levando a cada no mapa 2), precisamente nas coorde-crer que as duas primeiras localidades seri- nadas de 24°47'06"S e 55°04'02"W (altitu- 6. Porto Quebracho: reavaliaçãoam mais a norte (já no chaco paraguaio) e de de 415 m). Uma das mais importantes coleções de as quatro demais, mais aproximadas ao rio Esse ponto, visitado por Kaempfer, nada peles oriundas do sudoeste do Mato Grosso Apa. mais era do que uma das sedes da Compa- do Sul e de todo esse estado, é proveniente

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das atividades de Adolf Schneider na loca- cas, resultado de uma história de instabili- alusivos a esse assunto (Prado, 1993a, b; lidade de Porto Quebracho e mantida no dade climática (em particular ligada aos ci- Prado & Gibbs, 1993), que se trata de um Museu Nacional (UFRJ) do Rio de Janeiro. clos pluviométricos), que favoreceu mu- complexo de paisagens semi-áridas, que Segundo os revisores deste material (Pa- danças sucessivas de paisagens, resultando tem como extremo oriental exatamente na-checo & Bauer, 1994, 1995), os espécimes em uma avifauna derivada recentemente quela área de Porto Murtinho porém, já teriam sido colhidos entre agosto e dezem- (Short, 1975). Graças a isso é notável a in- com forte contacto com o Pantanal e dema-bro de 1941, quando o naturalista residiu fluência de outros biomas marginais, como is áreas do cerrado.nessa localidade, pouco antes de retornar o Cerrado, a região mesopotâmica argenti- Todo esse sistema de informações, asso-definitivamente à Alemanha. na e mesmo outras eco-regiões distancia- ciado ao verdadeiro mosaico de paisagens

Infelizmente, são poucos os espécimes das, como as matas do oeste da Amazônia e tão bem conhecido em toda a depressão do que apresentam-se com seus rótulos origi- a Caatinga (Short, 1975). Rio Paraguai (Silva et al., 2000), leva a vári-nais (a coleção foi tombada apenas por vol- A avifauna de nossa área de estudo, não os problemas de ordem conceitual, que po-ta de 1959 e grande maioria dos exempla- apresenta - até o momento - nenhum táxon dem ter desmembramentos no cenário da res tiveram seus rótulos substituídos) (Pa- endêmico do chaco. Há, contudo, um gru- conservação.checo & Bauer, 1994) e, desta forma, são ra- po interessante com distribuição bastante A pequena representatividade do chaco ros os que apresentam informações impor- restrita ao chaco e arredores (Short, 1975), em território brasileiro e, ainda assim, a ine-tantes como data de coleta. Todo o interva- das quais pelo menos quatro ocorrem no xistência de argumentos ornitológicos para lo preenchido por esse material (MN- chaco brasileiro: Ortalis canicollis, Nan- incluí-lo como um bioma particular no Bra-22038 a 22052, MN-22074 a 22245, MN- dayus nenday, Campephilus leucopogon e sil, torna forçosa uma pergunta: Onde se en-22401 a 22712, com alguns números salta- Paroaria capitata. Na realidade, todas es- quadra o chaco, para fins de conservação? dos) aponta para uma coleção com cerca de sas espécies apresentam-se muito bem dis- Parece evidente, sob o ponto de vista orni-490 espécimes (ou aproximadamente 530, tribuídas por toda a porção meridional do tológico, que deveria ser incluído no com-segundo Pacheco & Bauer, 1994). Pantanal e, em um caso (Paroaria capita- plexo do Cerrado e Pantanal, uma vez que

A coleção Schneider parece ser, na reali- ta), mostrando nítida expansão de distribu- com ele se aproxima significativamente na dade, ainda maior do que tem se pensado. ição para áreas mais meridionais (Accordi, composição de avifauna, ainda que apre-Além de indícios de que o naturalista tives- 2003). sentando distinções de cunho florístico e fi-se enviado exemplares para o exterior (Pa- Tal como se sucede para os componentes tofisonômico. A ausência de endemismos checo & Bauer, 1994), ainda há uma outra florísticos (Hueck, 1955; Adámoli, 1986; do chaco (Short, 1975) e a presença de pelo série no acervo do Museu Nacional (MN- Prado, 1993a, b; Prado & Gibbs, 1993; Sil- menos uma espécie endêmica do bioma do 23476 a 23493 e MN-23598 a 23627) que, va et al., 2000; Aguilar, 2005), os limites Cerrado (Saltator atricollis) (Silva, aparentemente não foi analisada, ainda que brasileiros do chaco são fortemente "inva- 1995a,b,c), são argumentos bastante ra-conste apenas - como localidade de coleta - didos" por aves dessas outras vegetações zoáveis para tanto, como precaução para "Matto Grosso". Por não apresentarem não-chaquenhas. que essa interessante vegetação não acabe identificação no livro de registros daquela Com o Bioma do Cerrado, a composição omitida em planos de conservação; a mes-instituição, tais exemplares não puderam de avifauna concorda em grande parte, em ma opinião é mantida em outras propostas, ser manuseados. Ainda que a dúvida sobre especial nos padrões de distribuição, mas inclusive oficiais (MMA, 1999, 2002). a origem desses espécimes seja definitiva, também na preferência pelos vários tipos fi- Bem da verdade, toda essa região merece há grande possibilidade de que tenham si- tofisionômicos. Os chamados "bosques chi- uma revisão urgente de terminologia fito-do efetivamente colhidos em Porto Que- quitanos", por exemplo, são uma variação geográfica, tendo-se em vista outros pro-bracho, haja vista os vários indicativos da extrema a oeste das matas secas de ocor- blemas ocorridos no passado (p.ex. Planal-biografia do naturalista (Pacheco & Bauer, rência no Brasil Central e também no Pla- to da Bodoquena incluso na Mata Atlânti-1995), bem como do pequeno período em nalto da Bodoquena (Pivatto et al., 2006), ca, vide Pivatto et al., 2006), alguns deles que permaneceu no Brasil (1939 a 1942) desta forma pertencentes ao bioma do Cer- persistindo até os dias de hoje (p.ex. defini-(Pacheco & Bauer, 1994). rado. Neste caso em particular podemos ci- ção dos "bosques chiquitanos", vide Vas-

Espécies erroneamente identificadas no tar Thamnophilus sticturus e Camp- concelos & Hoffmann, 2006).livro-tombo do Museu Nacional também ylorhynchus turdinus unicolor (vide Vas- Uma argumentação mais decisiva em puderam ser reavaliadas, como no caso de concelos & Hoffmann, 206). prol da conservação de biodiversidade lo-"Erolia fuscicollis" (MN-22637) e "Erolia A pequena área de chaco no Brasil pouco cal utilizando-se a avifauna, pode ser obti-bairdii" (MN-22446 e 22684); essas três pe- reflete da real condição mesológica desse da pela presença de espécies de interesse les são, na realidade, Calidris melanotos, bioma em outros lugares de situação mais conservacionista. Na área de estudo foram tal como outros dois espécimes, esses cor- ocidental. Por se localizar em área limítro- identificadas 4 espécies globalmente amea-retamente determinados (MN-22106 e fe, ali a pluviosidade é a máxima verificada çadas (duas com status vulnerável; duas ne-22108). Tubélis & Tomas (2003:25), que para essa região, superando os 1.000 mm ar-threatened, segundo IUCN, 2006) ou na-consideraram tais espécimes, citam para a anuais, que contrastam com os valores infe- cionalmente (uma em risco/EN, uma vul-coleção de Porto Quebracho apenas C.fus- riores a 700 mm do norte da Argentina; ou- nerável/VU e uma near-threatened/NT, se-cicollis e Calidris alba, identificações es- tras características que alteram-se, diminu- gundo MMA, 2003). sas que devem ser transferidas para C.me- indo gradativamente no sentido leste- Na Tabela 2, que sumariza essas informa-lanotos e Phalaropus tricolor (vide acima) oeste, são a disponibilidade e permanência ções, também estão consideradas as espéci-respectivamente. de água no solo e a representação de áreas es protegidas nos dois estados limítrofes

abertas campestres (Riveros, 2005), paisa- que dispõem dessa legislação (Paraná e São 7. Conceitos biogeográficos e a conser- gens essas que são substituídas aos poucos Paulo), como forma de suprir parte da ca-

vação do Chaco brasileiro por vegetações mais arbóreas, com espéci- rência desse instrumento no Estado do Mato O chaco como um todo apresenta apenas es de aparência xeromórfica. Fica claro, co- Grosso do Sul e mesmo de ressaltar a impor-

uma espécie e cinco subespécies endêmi- mo aliás é admitido em todos os tratados tância de uma conservação trans-estadual.

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servação. Essa sugestão baseia-se tanto culminaram com a publicação deste estu-na necessidade de salvaguarda da única re- do. Somos gratos também a Marcos A.Ra-presentação deste tipo fitogeográfico em poso e Dante M.Teixeira pela permissão todo o território brasileiro, quanto pelo es- para consulta do acervo do Museu Nacio-tado de conservação ainda razoável ob- nal (UFRJ) e agradável acolhida naquela servado em diversos pontos visitados. De- instituição; essa gratidão é extensiva a Jor-finição de áreas protegidas poderiam, in- ge B.Nacinovic que, além da recepção, clusive, também contemplar as já seria- ainda nos brindou com suas já tradiciona-mente ameaçadas florestas estacionais de- is "aulas" sobre a biologia e classificação cíduas que, na parte mais central de sua dos não-Passeriformes, disciplina em que ocorrência, foram quase que completa- se tornou referência nacional.mente erradicadas.

Tal proposta torna-se ainda mais robus- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAccordi, I. de A. 2003. Contribuição ao conhecimen-ta se considerarmos que todas as espécies

to ornitológico da Campanha Gaúcha. Atuali-de aves ameaçadas ou sob algum risco imi-dades Ornitológicas 112:12 (resumo). Versão nente habitam - obrigatoria ou facultati-i n t e g r a l d i s p o n í v e l o n l i n e e m

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do I Simpósio sobre Recursos Naturais e Só-nal. cio-econômicos do Pantanal. Corumbá, Cen-Adicionalmente, merece destaque Alec-tro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal - trurus risora, tiranídeo largamente dis-Embrapa, p. 90-106.

tribuído pela América do Sul meridional, Aguilar, H. A. 2005. Historia Natural del Gran Cha-

embora conhecido apenas em poucas loca- co: Reseña sobre misioneros y exploradores lidades, todas centradas no sul do Para- hasta finales del siglo XIX. Pp. 519-529 In: guai e norte da Argentina (onde apenas A.G. Di Giacomo & S.F. Krapovickas eds.

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Di Giácomo, A. & Di Giácomo, A. 2004. Extinción, de A.Figueiredo, José Fernando Pacheco, História Natural y conservación de las pobla-Dante R.C. Buzzetti, Iury Accordi, Jan ciónes del yetapá de collar (Alectrurus risora) K.Mähler Júnior, Ronaldo Costa, Marce-en la Argentina. Ornitologia Neotropical 15 lo F.Vasconcelos, Ana Paulo Giorgi, Dio-O total verificado (seis espécies de inte-(supl.):145-157.

ne Serripieri, Frederik Brammer contri-resse global e/ou nacional) desponta co- Donatelli, R. 2005. Birds observations in the Panta-buíram significativamente com informa-mo argumentação razoável para a prote- nal of Mato Grosso do Sul. Pantanal Conser-ções adicionais, localização de literatura ção da biodiversidade regional, preferen- vation Research Initiative/Earthwatch indispensável e nas várias discussões que Institute, Annual Report 2005:39-45. cialmente pela criação de unidades de con-

TABELA 2. Espécies de interesse conservacionista, ocorrentes na região do

chaco brasileiro. Legenda: âmbito internacional (INT): IUCN (2006); BL,

Birdlife International (2006); âmbito federal (FED): MMA, Ministério do Meio

Ambiente (MMA, 2003); âmbito trans-estadual (TrEST): PR, Paraná; SP, São Paulo. Status (entre parênteses): PE, provavelmente extinta; CP, criticamente

em perigo; EP, em perigo; VU, vulnerável.

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ANEXO. Lista de espécies registradas na região sudoeste do Mato Grosso do Sul, de acordo com a literatura, museus e em campo. Legenda: PARAGUAI: CR, Colônia Risso (1: Salvadori, 1895; 2: Grant, 1911); LS, outras localidades de Salvadori (1895): a, Catorce

de Mayo; b, Puerto Francia; c, Puerto Pagani; LG, localidades de Grant (1911): d, Puerto Maria; e, Fuerte Olimpo; f, Cerro Concurencia; g, Puerto Medano. BRASIL: PA, Pão de Açúcar (x: Grant, 1911); FA, Foz do Rio Apa (x: Laubmann, 1935); PQ, Porto Quebracho (1:

Pacheco & Bauer, 1994; [2]. compilação de Tubelis & Tomas, 2003; [3]. este estudo, reanálise dos espécimes no MN); PM, Porto Murtinho (1: Grant, 1911; 2: Pacheco & Bauer, 1994); Fi, Firme (1: Pacheco & Bauer, 1994); FB, Fazenda Braunal (este estudo); SF,

Riacho Sanga Funda (este estudo); PC, Fazenda Porto Conceição (este estudo); RT, Rio Tarumã, Rodovia MS-195 (este estudo).

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ANEXO FOTOGRÁFICOPaisagens do Chaco brasileiro

(Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul)

FIGURA 3. Aspecto da vegetação chaquenha (Fazenda Braunal), indicando caráter caducifólio, microfilia e espinescência em solo pedregoso.

FIGURA 4. Fragmento de paisagem pantaneira no chaco brasileiro: um paratudal, composto quase que exclusivamente pelo paratudo Tabebuia aurea (Fazenda Braunal).

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FIGURA 5. Mata chaquenha alterada pelo pisoteio do gado, mas preservando a fisionomia xérica, com sub-bosque

dominado pela Bromelia sp. (Fazenda Braunal).

FIGURA 6. Aechmea sp., uma das espécies que compõem o sub-bosque quase impenetrável

da mata chaquenha (Fazenda Braunal).

FIGURA 7. Vale do Rio Apa, quando em período de grande estiagem, na região fronteiriça Brasil (direita da foto = margem esquerda)/Paraguai (esquerda da foto = margem direita), indicando as matas de galeria,

eventualmente dominadas por bambuzais; lugar de Vanellus cayanus e Aramides ypecaha (Fazenda Braunal).

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FIGURA 9. Paisagem marginal a um córrego temporário, formada por estratos herbáceo e arbóreo nitidamente distingüíveis; hábitat de Xolmis velatus, Mimus triurus e Paroaria dominicana (Riacho Sanga Funda).

FIGURA 8. Típica paisagem semi-florestal no chaco brasileiro, mostrando vegetação caducifólia (em período de estiagem) e solo pedregoso.

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FIGURA 11. Riacho Sanga Funda, neste período totalmente seco, indicando o leito arenoso, onde ocasionalmente ainda restavam pequenas poças de água eutrofizada; hábitat de Pilherodius pileatus, Nonnula rubecula, Hylocryptus rectirostris, Leptopogon amaurocephalus e Platyrinchus mystaceus.

FIGURA 10. Ponte sobre o Riacho Sanga Funda (Rodovia MS-467), indicando a

vegetação ciliar, sempre verde, com presença de Scheelea phalerata (acuri).

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FIGURA 13. Rio Apa, em momento de estiagem, nas proximidades da foz do Rio Perdido.

FIGURA 12. Mata chaquenha na rodovia MS-467, próximidades da localidade de Cachoeirão do Apa.

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FIGURA 15. Carandazal (Copernicia alba), cercado por pasto alterado e pela floresta estacional decidual, na época ainda verde (compare com a figura anterior); ambiente de Poospiza melanoleuca (Fazenda Porto Conceição).

FIGURA 14. Elevações comuns na orografia local, mostrando em primeiro plano um pasto seco pela estiagem e, ao fundo, a floresta estacional decidual, ou mata seca, quase que totalmente desnuda de folhas (proximidades do Riacho Sanga Funda).

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FIGURA 17. Carandazal com espécies arbóreas (Fazenda Porto Conceição).

FIGURA 16. Savana estépica florestada: carandazal invadido por espécies arbóreas; lugar de Inezia inornata e Phaeomyias murina.

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FIGURA 19. Exemplo de gradiente orográfico, na chamada região do Fecho dos Morros, tendo as encostas cobertas por floresta estacional, seguida por carandazais e áreas permanentemente inundadas.

FIGURA 18. Rio Paraguai, região fronteiriça Brasil/Paraguai; lugar de Phaetusa simplex, Sternula superciliaris e Theristicus caerulescens (Fazenda Porto Conceição).

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FIGURA 21. Depressão de relevo permanentemente inundada, com formação de lagoas e vegetação aquática, circundada por carandazais; hábitat de Tigrisoma lineatum, Donacobius atricapilla, Agelasticus cyanopus e Amblyramphus holosericeus (Fazenda Porto Conceição).

FIGURA 20. O morro Pão de Acúçar, clássica localidade de coleta, que se trata de uma elevação destacada na região do Fecho dos Morros (Fazenda Porto Conceição).

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b. RIACHO SANGA FUNDA, com o Rio Apa à esquerda.

a. FAZENDA BRAUNAL, com o Rio Apa à direita.

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c. FAZENDA PORTO CONCEIÇÃO (e Morro Pão de Açúcar) com o Rio Paraguai à esquerda.

d. RIO TARUMÃ, na Rodovia MS-195.

FIGURA 22. Imagens de satélite capturadas pelo Google Earth (Google, 2006), indicando os sítios de pesquisa em campo.