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NOVA METODOLOGIA DE PROJETO DO CONVERSOR BOOST PARA APLICAÇÕES EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS FERNANDO BELTRAME INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS IBIRUBÁ RUA NELSI RIBAS FRITSCH, 1111, CEP 98200-000, BAIRRO ESPERANÇA - IBIRUBÁ/RS E-mail: fernando.beltrame@ibiruba.ifrs.edu.br FABRÍCIO H. DUPONT, HAMILTOM C. SARTORI, JOSÉ RENES PINHEIRO Grupo de Eletrônica de Potência e Controle (GEPOC), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) AV. RORAIMA, 1000, PREDIO 10, CEP-97105-900, SANTA MARIA, RS E-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected] Abstract. This paper presents a new design methodology for the boost converter DC/DC used to track the maximum power of a photovoltaic system. The proposed methodology is based on the operating point selection (Δi @ fs), magnetic material and sem- iconductors which results in better performance for application in photovoltaic. This selection is done through the concept of the weighted average efficiency, which is defined by IEC 61683 standard. Then, the main goal of this work is to choose an operating point and the elements of the converter which results in optimum efficiency throughout the operating range of load converter. Therefore, in this proposed methodology is taken into account the annual occurrence of solar irradiation. Thus, losses in capaci- tors, semiconductors and magnetic are considered for the development of design methodology. Experimental results are present- ed to validate the simulation results obtained. Four operating points are presented to demonstrate that the selected point is the best among them. To end, a comparison is done between two projects, one using the proposed method and other performed by conventional method. This comparison will show the reduction of the dissipated energy. The volume and cost were not consid- ered in this work. Keywords Boost converter, photovoltaic systems, optimization, losses reduction, weighted average efficiency. Resumo Este trabalho apresenta uma nova metodologia de projeto para o conversor boost CC/CC utilizado no rastreamento da máxima potência de um sistema fotovoltaico. A metodologia proposta baseia-se na seleção do ponto de operação (Δi @ fs), do material magnético e de semicondutores que resultam na melhor eficiência para uma aplicação em fotovoltaico. Esta seleção é feita através do conceito do rendimento médio ponderado, o qual é definido pela norma IEC 61683. Então, o objetivo principal deste trabalho é selecionar um ponto de operação, bem como, os elementos do conversor que resultem em uma eficiência ótima, em toda faixa de operação de carga. Portanto, nesta metodologia proposta é levado em consideração a ocorrência anual de irradi- ação solar. Desse modo, perdas em capacitores, semicondutores e magnéticos são considerados para o desenvolvimento da meto- dologia de projeto. Resultados experimentais são apresentados para validar os resultados de simulação obtidos. Quatro diferentes pontos de operação testados para demonstrar que o ponto selecionado é o melhor entre eles. Para finalizar é realizada uma com- paração entre dois projetos, um realizado através da metodologia proposta e outro realizado da forma convencional. Esta compa- ração mostrará a redução da energia dissipada. Volume e custos não são considerados neste trabalho. Palavras-chave Conversor boost, sistemas fotovoltaicos, otimização, redução das perdas, rendimento médio ponderado. 1 Introdução Segundo o jornal britânico (Independent, 2014), a humanidade está na iminência de um colapso por conta da instabilidade econômica e do esgotamento dos recursos naturais. Essa foi a conclusão de um estudo financiado pela agência espacial norte- americana, NASA (National Aeronautics and Space Administration). O elevado consumo de nossos recursos naturais pode ser comprovado pelo último relatório divulgado pela agência internacional de energia, IEA (Interna- tional Energy Agency, 2013). De acordo com IEA, aproximadamente 82% de toda a energia primária do mundo provêm de combustíveis fósseis como petró- leo, carvão e gás. Nos últimos 40 anos, a demanda por este tipo de energia mais que dobrou. Como consequência deste elevado consumo de combustí- veis fósseis, outro fato torna-se preocupante, as emis- sões de CO 2 em todo o mundo. Desde a revolução industrial, na década de 70, a emissão anual proveni- ente da queima de combustíveis fósseis aumentou dramaticamente, de uma marca próximo de zero para aproximadamente 31 GtCO 2 , em 2011. Deste montante, conforme o relatório da IEA (2013), 42 % são de responsabilidade da geração de eletricidade e calor. Em todo o mundo, este setor é fortemente dependente do carvão. Logo, o alerta da provável escassez dos combustíveis fósseis, os altos índices de emissões de CO 2 e todos os problemas atrelados a essas emissões, vêm motivando investi- mentos em fontes renováveis de energia e a adoção de práticas sustentáveis. A expansão das fontes de energia renováveis terá uma influência decisiva na capacidade em conduzir o planeta para um caminho energético mais seguro, confiável e sustentável. Dentre as inúmeras fontes de energia renováveis existentes hoje no mundo, a energia solar fotovoltai- ca é uma das mais abundantes em toda a superfície terrestre e infinita na escala de tempo humana. Por- tanto, é uma das alternativas mais promissoras para a Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 555

NOVA METODOLOGIA DE PROJETO DO CONVERSOR … · máxima potência do conversor. Em outro trabalho realizado por (Ribes-Mallada, 2011), uma análise da sensibilidade dos parâmetros

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NOVA METODOLOGIA DE PROJETO DO CONVERSOR BOOST PARA APLICAÇÕES EM

SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

FERNANDO BELTRAME

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS IBIRUBÁ

RUA NELSI RIBAS FRITSCH, 1111, CEP – 98200-000, BAIRRO ESPERANÇA - IBIRUBÁ/RS

E-mail: [email protected]

FABRÍCIO H. DUPONT, HAMILTOM C. SARTORI, JOSÉ RENES PINHEIRO

Grupo de Eletrônica de Potência e Controle (GEPOC), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

AV. RORAIMA, 1000, PREDIO 10, CEP-97105-900, SANTA MARIA, RS

E-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected]

Abstract. This paper presents a new design methodology for the boost converter DC/DC used to track the maximum power of

a photovoltaic system. The proposed methodology is based on the operating point selection (Δi @ fs), magnetic material and sem-

iconductors which results in better performance for application in photovoltaic. This selection is done through the concept of the weighted average efficiency, which is defined by IEC 61683 standard. Then, the main goal of this work is to choose an operating

point and the elements of the converter which results in optimum efficiency throughout the operating range of load converter.

Therefore, in this proposed methodology is taken into account the annual occurrence of solar irradiation. Thus, losses in capaci-tors, semiconductors and magnetic are considered for the development of design methodology. Experimental results are present-

ed to validate the simulation results obtained. Four operating points are presented to demonstrate that the selected point is the

best among them. To end, a comparison is done between two projects, one using the proposed method and other performed by conventional method. This comparison will show the reduction of the dissipated energy. The volume and cost were not consid-

ered in this work.

Keywords Boost converter, photovoltaic systems, optimization, losses reduction, weighted average efficiency.

Resumo Este trabalho apresenta uma nova metodologia de projeto para o conversor boost CC/CC utilizado no rastreamento da

máxima potência de um sistema fotovoltaico. A metodologia proposta baseia-se na seleção do ponto de operação (Δi @ fs), do

material magnético e de semicondutores que resultam na melhor eficiência para uma aplicação em fotovoltaico. Esta seleção é feita através do conceito do rendimento médio ponderado, o qual é definido pela norma IEC 61683. Então, o objetivo principal

deste trabalho é selecionar um ponto de operação, bem como, os elementos do conversor que resultem em uma eficiência ótima,

em toda faixa de operação de carga. Portanto, nesta metodologia proposta é levado em consideração a ocorrência anual de irradi-ação solar. Desse modo, perdas em capacitores, semicondutores e magnéticos são considerados para o desenvolvimento da meto-

dologia de projeto. Resultados experimentais são apresentados para validar os resultados de simulação obtidos. Quatro diferentes

pontos de operação testados para demonstrar que o ponto selecionado é o melhor entre eles. Para finalizar é realizada uma com-paração entre dois projetos, um realizado através da metodologia proposta e outro realizado da forma convencional. Esta compa-

ração mostrará a redução da energia dissipada. Volume e custos não são considerados neste trabalho.

Palavras-chave Conversor boost, sistemas fotovoltaicos, otimização, redução das perdas, rendimento médio ponderado.

1 Introdução

Segundo o jornal britânico (Independent, 2014),

a humanidade está na iminência de um colapso por

conta da instabilidade econômica e do esgotamento

dos recursos naturais. Essa foi a conclusão de um

estudo financiado pela agência espacial norte-

americana, NASA (National Aeronautics and Space

Administration).

O elevado consumo de nossos recursos naturais

pode ser comprovado pelo último relatório divulgado

pela agência internacional de energia, IEA (Interna-

tional Energy Agency, 2013). De acordo com IEA,

aproximadamente 82% de toda a energia primária do

mundo provêm de combustíveis fósseis como petró-

leo, carvão e gás. Nos últimos 40 anos, a demanda

por este tipo de energia mais que dobrou. Como

consequência deste elevado consumo de combustí-

veis fósseis, outro fato torna-se preocupante, as emis-

sões de CO2 em todo o mundo. Desde a revolução

industrial, na década de 70, a emissão anual proveni-

ente da queima de combustíveis fósseis aumentou

dramaticamente, de uma marca próximo de zero para

aproximadamente 31 GtCO2, em 2011.

Deste montante, conforme o relatório da IEA

(2013), 42 % são de responsabilidade da geração de

eletricidade e calor. Em todo o mundo, este setor é

fortemente dependente do carvão. Logo, o alerta da

provável escassez dos combustíveis fósseis, os altos

índices de emissões de CO2 e todos os problemas

atrelados a essas emissões, vêm motivando investi-

mentos em fontes renováveis de energia e a adoção

de práticas sustentáveis. A expansão das fontes de

energia renováveis terá uma influência decisiva na

capacidade em conduzir o planeta para um caminho

energético mais seguro, confiável e sustentável.

Dentre as inúmeras fontes de energia renováveis

existentes hoje no mundo, a energia solar fotovoltai-

ca é uma das mais abundantes em toda a superfície

terrestre e infinita na escala de tempo humana. Por-

tanto, é uma das alternativas mais promissoras para a

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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composição de uma nova matriz energética mundial

(Verna, 2011). Estima-se que até 2040 esta seja a

fonte mais importante e significativa de energia re-

novável para o mundo (Brito, 2011), (Dupont, 2012).

No entanto, a baixa eficiência de conversão das

células solares e o alto custo de instalação são ainda

os maiores obstáculos deste tipo de geração de ener-

gia elétrica. De acordo com (Brito, 2011) as células

fotovoltaicas do tipo Crystalline Silicon têm uma

eficiência que varia entre 13-17%. Logo, é extrema-

mente importante extrair a máxima potência gerada

por estas células e garantir que o sistema opere o

maior tempo possível sobre o ponto de máxima po-

tência. Isso é obtido através do uso de sistemas de

rastreamentos do ponto de máxima potência.

Estes sistemas de rastreamento são divididos em

um algoritmo de rastreamento e um estágio de potên-

cia (Martins, 2011). Sera et al. (2006) demonstram

que a eficiência destes algoritmos de rastreamento é

geralmente acima de 99%. Logo, o maior impacto do

rendimento deste sistema fica sob responsabilidade

dos estágios de potência, os conversores de energia.

Pensando nisso, este trabalho propõe uma meto-

dologia de projeto para conversor boost CC/CC em-

pregado no rastreamento da máxima potência de um

sistema fotovoltaico, Figura 1. O objetivo deste arti-

go é otimizar o conversor boost para que se tenha

uma máxima eficiência. Dessa forma, é apresenta

inicialmente uma breve revisão de projetos otimiza-

dos de conversores. Esta revisão servirá de base para

justificar a forma como é realizado o novo projeto.

Figura 1. Conversor boost ligado ao painel fotovoltaico.

2 Revisão Bibliográfica

Diversos trabalhos nos últimos tempos tem estu-

dado a otimização de conversores de energia. Dentre

estes trabalhos, pode-se citar (Kolar, 2009). Este

trabalho apresenta um projeto otimizado para o con-

versor dual-boost, sendo levado em consideração a

máxima eficiência e densidade de potência como

objetivos do projeto. A escolha do ponto ótimo é

realizada através da seleção da frequência de opera-

ção que resulta na máxima eficiência e máxima den-

sidade de potência em 100% de carga. Dessa forma,

o projeto otimizado do conversor resultou em uma

eficiência máxima de 99,2% e com uma densidade de

potência de 1,1 kW/dm³ na frequência de 15 KHz.

Seguindo a ideia do trabalho anterior, (Biela,

2010) apresenta um projeto otimizado para o mesmo

conversor monofásico dual-boost. Os autores suge-

rem a integração do indutor boost e do indutor do

filtro de entrada. Esta integração visa o aumento da

densidade de potência, bem como a eficiência do

conversor. Os autores aconselham ainda a utilização

de diodos do tipo SiC Schottky, para minimizar as

perdas de turn-off. Com relação às perdas de condu-

ção, os autores sugerem a substituição de diodos por

MOSFETs. Já a escolha do ponto ótimo de operação

(máxima eficiência e densidade de potência) é obtido

para o ponto de 100% de carga do conversor (potên-

cia nominal), através de uma varredura de indutância

e frequência de chaveamento. Assim, a eficiência

ótima obtida foi de 99,33%, na frequência de 9,3 kHz

e indutância de 470μH.

Outro trabalho que segue a mesma linha de pes-

quisa é apresentado (Ribes-Mallada, 2011). Este

trabalho aborda a otimização da eficiência dos con-

versores síncronos buck e buck em cascata. Inicial-

mente, os autores propõem a substituição do diodo

semicondutor por um interruptor. Além disso, a oti-

mização é realizada por meio da seleção da indutân-

cia e da frequência de chaveamento que resulta na

melhor eficiência em 100% de carga. No entanto, no

processo de procura do ponto ótimo de operação, foi

utilizado para o cálculo das perdas do indutor, um

valor empírico para a resistência do indutor de 1 mΩ

para cada mH. Da mesma forma, utilizou-se o valor

de 1 mΩ por mF, para a resistência do capacitor de

saída. Logo, obteve-se a eficiência de 93.5% na fre-

quência de chaveamento de 10 kHz, para o ponto de

máxima potência do conversor.

Em outro trabalho realizado por (Ribes-Mallada,

2011), uma análise da sensibilidade dos parâmetros

críticos de projeto do conversor boost CC/CC é

abordado. Ondulação de corrente e tensão, eficiência

e perdas são os parâmetros críticos do projeto deste

conversor. As restrições limitam os valores máximos

e os mínimos dos elementos armazenadores de ener-

gia, frequência de chaveamento e ondulação de cor-

rente. Assim, através de um exemplo de projeto, os

autores mostram a influência de pequenas variações

em torno do ponto ótimo, obtido para a potência

máxima do conversor. Logo, foi demonstrado que

qualquer variação, que satisfaça as restrições em

torno do ponto ótimo, provoca uma diminuição da

eficiência. No entanto, o valor ótimo de algumas

variáveis (ondulação de corrente, frequência de cha-

veamento e indutância) corresponde ao limite de uma

restrição, sendo possível o aumento da eficiência se

houver uma flexibilização dos limites.

Outros trabalhos relevantes de otimização foram

apresentados por (Damasceno, 2005), (Pieniz, 2006),

(Zientarski, 2011) e (Sartori, 2011). Em ambos os

trabalhos, a otimização visa diminuir o volume final

do conversor boost operando como pré-regulador

com correção do fator de potência. Os trabalhos

investigam o impacto da escolha do ponto de opera-

ção (Δi @ fs) no volume dos magnéticos (indutor

boost e indutor do filtro de entrada), bem como, dos

dissipadores. Outro ponto em comum é seleção do

ponto de operação. Os quatro trabalhos escolhem o

ponto que resulta no menor volume para a potência

nominal do conversor.

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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Portanto, pode-se concluir após essa breve revi-

são bibliográfica que, em se tratando de otimização

de conversores, inúmeros objetivos são abordados.

Dentre esses objetivos podem-se citar como princi-

pais a redução de volume, de perdas e custos, bem

como, o aumento da densidade de potência e eficiên-

cia. Em casos onde um único objetivo é pretendido,

uma simples busca pelo ponto ótimo de operação é

utilizada. Validação experimental dos algoritmos

desenvolvidos comprovou sua eficácia.

Outra característica interessante constatada foi o

fato que na maioria dos trabalhos, seleciona-se o

ponto de operação ótimo do conversor para a carga

máxima. Ou seja, seleciona-se o ponto de operação

que resulta no menor volume, custo, perdas, ou a

maior eficiência e densidade de potência, no ponto de

carga máxima. Em uma aplicação onde o conversor

irá operar sempre em 100% de carga, realmente este

ponto de operação pode ser ótimo. No entanto, em

um conversor conectado a um painel fotovoltaico,

onde a irradiação varia ao longo do dia e do ano, este

ponto pode não ser o ideal.

A Figura 2, apresentada por (Dupont, 2012),

ilustra os dados de irradiação da estação meteoroló-

gica de São Martinho da Serra/ RS, Brasil; Pode-se

constatar que a irradiação média fica muito abaixo do

valor máximo na maioria do ano. Na Figura 3, tam-

bém ilustrada por (Dupont, 2012), é possível consta-

tar que a irradiação máxima ocorre com uma baixa

frequência durante o ano. Logo, conclui-se que um

conversor projetado para apresentar uma ótima efici-

ência na irradiação máxima (em torno de 1200

W/m²), atingirá este valor pouquíssimo vezes ao ano.

Por outro lado, se este projeto fosse realizado para

obter a máxima eficiência em valores de irradiação

entre 400 W/m² e 600 W/m², um melhor aproveita-

mento da energia disponível é obtido.

Figura. 2. Valores médios e máximos da irradiação global em São Martinho da Serra ao longo do ano.

Figura 3. Energia disponível por ano para cada faixa de irradiação

em São Martinho da Serra.

Pensando nisso, este artigo tem como objetivo

propor uma metodologia de projeto que escolherá o

ponto ótimo de operação (Δi @ fs), levando em con-

sideração a curva de irradiação de São Martinho da

Serra. A metodologia é capaz também de selecionar

o magnético e os semicondutores que resultam nas

menores perdas. Portanto, são apresentadas a seguir

as perdas do conversor boost considerados no proje-

to, bem como um passo a passo da metodologia pro-

posta. Em seguida, resultados experimentais são

apresentados para comprovar a eficácia da proposta.

Além disso, é realizada uma comparação de dois

projetos, um realizado com a metodologia proposta e

outro considerando a carga máxima para o projeto. O

objetivo desta comparação é demonstrar quanto de

energia pode-se deixar de ser dissipada.

3 Perdas Consideradas

3.1 Perdas no Capacitor

As perdas no capacitor são determinadas através

da corrente do capacitor (Icap) e da resistência série

equivalentes (RESR), conforme equação (1).

2

2

0

( ) ,2

cap cap ESR sP i t R f dt

(1)

3.2 Perdas no indutor

As perdas no indutor boost são divididas em

perdas magnéticas (no núcleo) e em perdas elétricas

(nos enrolamentos).

As perdas no núcleo são calculas por (2). Tais

perdas são estimadas através de curvas fornecidas

pelos fabricantes (Magnetics, 2013). Esta perda é

dependente da densidade de fluxo magnético (Bpk),

do volume do magnético (Vnuc), da frequência de

chaveamento (fs) e das características do tipo de

núcleo magnético através das constantes fornecidos

no datasheet do magnético (a, b, c).

b c

núcleo núcleo pk sP V aB f (2)

Com relação às perdas elétricas, são considera-

das as perdas que ocorrem nos enrolamentos do

magnético nas suas resistências CC e CA. Quanto à

obtenção da resistência CC, fez se uso da equação

(4), a qual depende da resistividade do material (ρ),

do comprimento do material condutor (wl) e área da

seção transversal do condutor (Aw), conforme apre-

sentado por (Zientarski, 2011). Agora, para o cálculo

da resistência CA, utilizou-se a equação (4), (Pieniz,

2006) e (Zientarski, 2011). Esta equação (4) só é

valida para núcleos com formato toroidal.

l

dc

w

wR

A

(3)

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12

4 2( 1)4 . . .( ) 1

. 3

l

ac esp

d

NfR f Nl

d t

(4)

Onde N é o número de espiras, Lesp o comprimento

médio das espiras, ρ a resistividade do material, µ a

permeabilidade relativa do cobre, f a frequência do

harmônico em questão, do diâmetro do condutor, td

distância entre os centros condutores adjacentes e Nl

o número de camadas do enrolamento.

Logo, as perdas elétricas (equação (5)), são cal-

culadas pelo somatório das perdas CC, mais as per-

das CA, em cada harmônico da corrente que circula

pelo enrolamento, sendo iL(rms) a corrente rms no

magnético e a iL(f) a corrente do harmônico.

2 2

( )

0

( ( ) ( ) )elet dc L rms ac L

f

P R i R f i f

(5)

3.3 Perdas nos Semicondutores

As perdas por condução são calculadas em fun-

ção da queda de tensão que ocorre enquanto o dispo-

sitivo semicondutor está conduzindo corrente. Esta

queda tensão é dependente da corrente e da tempera-

tura, e é obtida nas curvas disponíveis nos datasheets

dos componentes, conforme mostrado em (Beltrame,

2010). Logo as perdas por condução são calculadas

com o uso de (6), sendo Vf a queda de tensão no

semicondutor e If a corrente direta de condução.

0

1( , ) ( ).

sT

cond f f f

s

P V I I t dtT

(6)

Por outro lado, as perdas por comutação nos in-

terruptores são obtidas através da identificação de

cada transição de comutação, conforme mostrado por

(Beltrame, 2010). Então, calcula-se as perdas em

turn-on através da equação (7), e para turn-off, a

equação (8), sendo idev é a corrente do interruptor no

instante da comutação, Voa tensão sobre o dispositi-

vo, tr ,ts os tempos de subida e descida e Coss a capa-

citância de saída do semicondutor.

21 1

2 2on dev o r s oss o sP i V t f C V f (7)

1

2off dev o f sP i V t f (8)

Já no caso do diodo, as perdas por comutação

são calculadas em função o valor da carga de recupe-

ração reversa armazenada (Qrr), a qual é diretamente

proporcional a corrente de condução do diodo, e a

temperatura de junção do semicondutor. Então, pode-

se calcular a potência dissipada durante a recupera-

ção reversa do diodo com o uso de (9), conforme

apresentado por (Sartori, 2012).

_ ( , )rec diodo rr f o sP Q I V f (9)

4 Metodologia de Projeto

A metodologia de projeto baseia-se na seleção do

ponto de operação que resulta no melhor rendimento,

para uma aplicação em sistemas fotovoltaicos, levando

em conta a curva de irradiação de São Martinho da

Serra/RS ao longo de um ano. Logo, esse projeto é

realizado com a ajuda do conceito do rendimento

médio ponderado desta região. Este conceito é estabe-

lecido pela norma IEC 61683:2000.

Rendimento Médio Ponderado nada mais é do

que uma figura de mérito que representa o rendimento

de um conversor de energia para diversos pontos de

operação, em função do tempo em que o mesmo opera

em cada ponto. Dessa forma, a partir da análise de

dados estatísticos das condições meteorológicas de

certas regiões do mundo, dos perfis de irradiação ao

longo de um ano, e levando em conta o conceito do

rendimento médio ponderado, é obtida esta figura de

mérito de cada região. Pensando nisso (Dupont, 2012)

propõe o rendimento médio ponderado da estação de

São Martinho da Serra, RS, através da equação (10).

5% 10% 25% 50%

75% 100%

0,01 0,15 0,37 0,33 ...

0,13 0,01

(10)

A norma IEC 61683 estabelece que os converso-

res devam ser avaliados operando em 5%, 10%, 25%,

50%, 75% e 100% da potência nominal e que os

valores ilustrados na equação (10) são constantes de

ponderação que representam a parcela de tempo em

que o conversor opera em determinada potência. Em

se tratando de fotovoltaicos, estes valores estão dire-

tamente associados ao tempo em que determinada

irradiação incide sobre os módulos.

Vale ressaltar que o magnético, capacitor e os

semicondutores são projetados para a condição pa-

drão de teste (1000 W/m² e 25ºC). No entanto, a

escolha do ponto de operação (Δi @ fs) é feito através

da equação (10), ou seja, o ponto que resulta no me-

lhor rendimento ao longo de toda a faixa de operação

do sistema fotovoltaico. Enquanto que, os trabalhos

apresentados neste artigo, selecionam-se o ponto de

operação que resulta na melhor eficiência a plena

carga.

A metodologia de projeto proposta também é

capaz de selecionar, para cada ponto de operação em

análise, o magnético e os semicondutores que apre-

sentem as menores perdas.

4.1 Passo a passo da metodologia

A seguir é descrito um passo a passo da metodo-

logia proposta, a qual foi desenvolvida no software

MATLAB®:

1º Passo: Define-se o intervalo de frequência de

chaveamento e ondulação de corrente que é conside-

rado na seleção do ponto ótimo.

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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2º Passo: Define-se o número de núcleos empilhados

que serão considerados, bem como a temperatura

inicial dos semicondutores e magnéticos.

3º Passo: Para cada par (Δi @ fs) calcula-se a indu-

tância do indutor boost. Em seguida, obtém-se a

energia armazenada neste indutor, para a escolha dos

possíveis núcleos magnético que serão utilizados.

Esta seleção do magnético segue os procedimentos

informados pelo fabricante (Magnetics, 2013) através

do ábaco de seleção dos núcleos.

4º Passo: Calcula-se o número de espiras, para todos

os núcleos selecionados em cada ponto de operação.

5º Passo: Define-se o condutor e o número de condu-

tores em paralelo, levando-se em conta o efeito peli-

cular (efeito skin) e o efeito de proximidade, que

resulta na menor resistência.

6º Passo: Calculam-se as perdas nos magnéticos

selecionados, considerando a temperatura inicial

estipulada. Ao final dessa etapa, calcula-se a eleva-

ção de temperatura do magnético. Se essa temperatu-

ra for diferente da temperatura inicial estipulada,

recalculam-se as perdas, até que se encontra a tempe-

ratura real de operação.

7º Passo: Define-se o núcleo que resultou nas meno-

res perdas, para cada ponto de operação. Esta seleção

é feita através da equação (10), ou seja, seleciona-se

o núcleo magnético que apresente o maior valor de

rendimento médio ponderado.

8º Passo: Calculam-se as perdas nos semicondutores,

para cada ponto de operação, e para todos os semi-

condutores considerados. Como mostrado anterior-

mente, os valores das perdas nos semicondutores são

diretamente proporcionais à temperatura. Logo, cal-

culam-se as perdas considerando a temperatura inici-

al estipulada. Ao final desse cálculo, define-se a

temperatura em cada um dos semicondutores. Se essa

temperatura for diferente da temperatura inicial esti-

pulada, recalculam-se as perdas, até que se encontra a

temperatura real de operação.

9º Passo: Definem-se os semicondutores (interruptor

e diodo) que resultaram nas menores perdas, para

cada ponto de operação. Ou seja, seleciona-se o se-

micondutor que apresentou o melhor rendimento

médio ponderado.

10º Passo: Calculam-se as perdas no capacitor de

saída do conversor.

11º Passo: Calcula-se a eficiência nos pontos de

carga definidos pela equação (10), em 5%, 10%,

25%, 50%, 75% e 100% de carga.

12º Passo: Calcula-se então rendimento médio pon-

derado final, para cada ponto de operação.

13º Passo: Plota-se um gráfico semelhante ao ilus-

trado na Figura 4, onde é possível analisar o compor-

tamento do rendimento médio ponderado ao longo do

intervalo de frequência e ondulação de corrente que

foram considerados.

14º Passo: Define-se o ponto de operação que resul-

tou no melhor rendimento médio ponderado dentre

os pontos analisados e com os semicondutores e

magnéticos considerados.

Figura 4. Curva do rendimento médio ponderado simulado.

Então, a Figura 4 ilustra o comportamento do

rendimento médio ponderado considerando a fre-

quência de chaveamento de 5 kHz a 95 kHz, e a

ondulação de corrente de 5% a 35%. Nesta simulação

ilustrada na Figura 4 foram considerados somente

sete núcleos do tipo Kool Mμ, disponíveis em labora-

tório. Da mesma forma, foram considerados os semi-

condutores disponíveis em laboratório, sendo o inter-

ruptor selecionado o MOSFET modelo IRFP 460A, e

o diodo semicondutor 15ETH06. A potência máxima

considerada é de 600 W, equivalente a três painéis

fotovoltaicos em série, do fabricante Kyocera, mode-

lo KD210. A tensão de saída desta configuração é de

aproximadamente 75 V, no ponto de máxima potên-

cia. Já a tensão de saída do conversor é de 340 V. O

capacitor de saída considerado foi o B43504-

A5227M de 220µF.

Logo, a metodologia de projeto selecionou o ponto

de operação (20% @ 15 kHz), para três núcleos empi-

lhados do modelo 77908, com um rendimento médio

ponderado de 97,48%. Este ponto foi selecionado como

sendo o ponto ótimo para os materiais, e intervalos de

frequência e ondulação de corrente considerados.

5 Resultados Experimentais

A validação da metodologia de projeto apresen-

tada na seção anterior foi realizada através de resul-

tados experimentais. Os pontos de operação testados

experimentalmente são ilustrados na Tabela 1. Além

do ponto ótimo, outros três pontos de operação foram

testados com o intuito de provar que o ponto de ope-

ração selecionado apresenta o melhor resultado de

rendimento entre os demais.

Estes quatro pontos de operação foram testados

experimentalmente utilizando uma fonte CC/CC para

simular a tensão de três painéis, no ponto de máxima

potência. A Tabela 2 mostra os resultados obtidos

para o rendimento médio ponderado e compara com

o resultado simulado de cada ponto de operação.

A Figura 5 ilustra a curva de eficiência simulada

e experimental do ponto ótimo selecionado, em toda

a faixa de carga do conversor. A diferença entre as

curvas pode ser atribuída às diversas aproximações

realizadas durante os cálculos teóricos das perdas.

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

559

Tabela 1. Dados referentes aos pontos de operação selecionados.

Pontos de Operação Testados

1º 2º 3º 4º

Rendimento 97,48 97,38 97,23 97,12

Frequência (kHz) 15 15 25 25

Ondulação de corrente (%) 20 25 20 30

Indutância (mH) 2,5 2 1,5 1

Part Number 77908 77908 77908 77908

Nº de espiras 167 147 125 101

Nº de Condutores 3 3 4 4

Condutor (AWG) 18 18 20 20

Tabela 2. Comparação dos resultados experimentais e simulados.

Ponto de Operação Simulado

(%)

Experimental

(%)

Erro

(%)

(15 kHz @ 20%) 97,48 96,87 0,61

(15 kHz @ 25%) 97,38 96,84 0,55

(25 kHz @ 20%) 97,23 96,7 0,53

(25 kHz @ 30%) 97,12 96,69 0,42

Figura 5. Curva de eficiência, simulado e experimental.

Os resultados experimentais foram obtidos com

o uso do equipamento YOKOGAWA WT1800. Entre-

tanto, mesmo apresentando uma pequena diferença

entre os resultados de simulação e experimentais

(abaixo de 1%), constatou-se que o 1º ponto obteve o

melhor rendimento médio ponderado para o intervalo

de frequência e ondulação de corrente considerados,

e para os magnéticos e semicondutores utilizados.

No entanto, qual é o ganho real desta metodolo-

gia de projeto proposta? Para verificar isto, projeta-

ram-se novamente dois conversores. O primeiro

projeto baseia-se na metodologia proposta. Já o se-

gundo projeto seleciona o ponto de operação que

resulta na melhor eficiência para a potência nominal,

ou seja, o projeto convencional apresentado na revi-

são bibliográfica.

A Figura 6 ilustra as curvas de eficiência dos

dois projetos, ao longo da faixa de carga dos conver-

sores ligados a três painéis solares, totalizando uma

potencia de 600W em 1000W/m². Pode-se verificar

nestas curvas que os valores de rendimento são maio-

res dos que apresentados na Figura 5. Isso ocorre,

pois nesse novo projeto, quatro novos diodos e qua-

tro novos interruptores foram considerados. A Tabela

3 ilustra as informações de cada um dos projetos.

Pode-se perceber que em ambos os projetos, os semi-

condutores selecionados foram os mesmos.

Figura 6. Curvas de eficiência do projeto convencional e proposto.

Tabela 3. Dados referentes aos projetos comparados.

Parâmetros do Conversor

Projetado

Metodologia de Projeto

Proposta Convencional

Frequência (kHz) 35 kHz 65 kHz

Ondulação de corrente (%) 12,5 % 25 %

Indutância 1,7mH 465 µH

Part Number 77616 77192

Nº de núcleos 3 3

Nº de espiras 75 37

Nº de Condutores 7 13

Condutor (AWG) 22 25

Interruptor IPP60R099CP IPP60R099CP

Diodo C3D06065A C3D06065A

Então, calculou-se a energia perdida, para os

dois projetos, considerando os dados de irradiação

solar da estação meteorológica de São Martinho da

Serra, RS. No Brasil, o projeto SONDA (Sistema de

Organização Nacional de Dados Ambientais) foi

criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) com o objetivo de implementar infra-

estruturas físicas e capacitar recursos humanos desti-

nados a levantar e melhorar a base de dados relativa

aos recursos de energia solar e eólica do país (INPE,

2014). Com relação à estação de São Martinho da

Serra, há dados a partir de 2005.

Logo, para a análise da energia perdida pelos

conversores projetados, optou-se em utilizar os valo-

res médios anuais, conforme apresentado por (Du-

pont, 2012). Para o cálculo destes valores, todas as

amostradas da estação entre os anos de 2005 a 2012

foram empregadas. Então, primeiramente calculou-se

o valor médio das variáveis para cada minuto ao

longo do ano (valor médio/minuto), de forma que

cada registro corresponde ao mesmo minuto de um

determinado dia do ano.

Assim, a energia elétrica média anual, disponibi-

lizada por três módulos, é aproximadamente 1,119

MWh. A energia dissipada pelos dois métodos de

projeto é ilustrada na Tabela 4. Como pode ser visto,

26,22 kWh de energia elétrica foram dissipados pelo

conversor projetado pelo método convencional do

montante de 1,119 MWh de energia processada por

ano. Isto resulta em uma eficiência de conversão de

energia, anual, de aproximadamente 97,65 %. Por

outro lado, o conversor projetado através da metodo-

logia proposta, dissipou aproximadamente 17,99

kWh, resultando em uma eficiência de 98,4 %.

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Tabela 4. Comparação da energia dissipada pelos conversores.

Energia Dissipada

Método Convencional 26,22 kWh

Método Proposto 17,99 kWh

Ganho 8,23 kWh

Portanto, pode-se dizer que a metodologia pro-

posta resultou em uma melhoria de aproximadamente

0,75% no rendimento anual de conversão de energia

do conversor. Pode-se dizer ainda que houve uma

redução de aproximadamente 31,38% nas perdas de

energia. Ou seja, deixou-se de dissipar 31,38 % de

energia elétrica que era inicialmente desperdiçada.

6 Conclusão

Este trabalho apresentou uma metodologia de

projeto para o conversor boost CC/CC utilizado no

rastreamento da máxima potência de um sistema

fotovoltaico. O projeto baseou-se no conceito do

rendimento médio ponderado. O ponto ótimo do

conversor boost foi obtido através da seleção do

ponto de operação (ondulação de corrente @ fre-

quência de chaveamento), do magnético e dos semi-

condutores. O ponto selecionado (20% @ 15 kHz)

apresentou um rendimento médio ponderado de

aproximadamente 97,48%. Resultados experimentais

foram apresentados para comprovar o rendimento

médio ponderado do ponto de operação selecionado e

provar que o mesmo foi o melhor entre os demais.

Além disso, foi demonstrado que a metodologia

proposta resulta em uma redução de aproximadamen-

te 31,38% nas perdas do conversor, quando compa-

rado ao projeto convencional, resultando em um

ganho de 0,75% no rendimento anual de conversão

de energia do conversor.

Para finalizar, vale salientar que outros pontos

de operação poderiam ser selecionados se outras

considerações fossem levadas em conta, como volu-

me e custos.

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