NOVO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

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MINISTRIO DA JUSTIA DIRECO GERAL DA ADMINISTRAO DA JUSTIACENTRO DE FORMAO DE OFICIAIS DE JUSTIA

Autores:Carlos Caixeiro Guerra Correia Alberto Pregueiro Processo Civil revisto por: Lus Noronha

DEZ. 2004.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Av. 5 de Outubro, 125 - 2. 1069 - 044 Lisboa Telef.: 21790 64 21 Fax: 21 790 64 29 E-Mail: [email protected] website: www.dgaj.mj.pt

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Nota Introdutria

O Centro de Formao de Oficiais de Justia agradece aos Secretrios de Justia Carlos Caixeiro e Alberto Pregueiro e ao Escrivo de Direito Guerra Correia, a disponibilidade manifestada na elaborao do presente texto de apoio, que pensamos ser um documento precioso para os oficiais de justia, no exerccio das suas funes.

CFOJ, Dezembro de 2004

A Directora do CFOJ Maria Joo Henriques

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O NOVO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

NOTA PRVIA

O presente manual tem em vista, especialmente, os oficiais de justia que exercem as suas funes nos Tribunais Administrativos, cuja expanso se tem verificado nos ltimos tempos, nomeadamente com reformas introduzidas pelas Leis n. 13/2002, de 19 de Fevereiro - ESTATUTO DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS e Lei 15/2003, de 12 de Fevereiro - CDIGO DE PROCESSO NOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS. Pretende-se com este trabalho, manter actualizado o conjunto de matrias relacionadas com o novo Contencioso Administrativo, no intuito de facilitar a tarefa de todos quantos necessitem de uma consulta pronta e resposta eficaz aos variados problemas de ordem tcnica que se colocam na sua actividade profissional. Os autores que se dedicaram a este pequeno trabalho, (s possvel pela experincia adquirida aquando dos seus desempenhos nesta rea) esperam poder facilitar o acesso rpido a tudo o que se relaciona com o Novo Contencioso Administrativo, sendo certo que se impe, como natural, o seu aperfeioamento e consolidao com o decurso da sua vigncia.

Data: Dezembro / 2004 Autores: Carlos Caixeiro, Secretrio de Justia Guerra Correia, Escrivo de Direito Alberto Pregueiro, Secretrio de Justia

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CAPTULO I PARTE GERAL

1. LEI REGULADORA DO PROCESSO (art. 1. CPTA): O processo nos tribunais administrativos rege-se pelo CDIGO DE PROCESSO NOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS aprovado pela Lei n. 15/2002, de 22 de Fevereiro, pelo Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais Lei 13/2002, de 19 de Fevereiro e, supletivamente pela lei de processo civil, com as necessrias adaptaes. 2. PATROCNIO JUDICIRIO E REPRESENTAO EM JUZO (art. 11. CPTA): obrigatria a constituio de advogado nos processos da competncia dos tribunais administrativos. As pessoas colectivas de direito pblico ou os Ministrios podem ser representadas em juzo por licenciado em direito com funes de apoio jurdico, devendo ser junta cpia do despacho que o designou, nos termos do art. 83., n. 3. 3. DO PRINCPIO DA IGUALDADE DAS PARTES / PAGAMENTO DE CUSTAS: Reveste-se de especial importncia, o princpio da igualdade das partes consagrado no artigo 6. do CPTA, por forma a garantir a celeridade da justia administrativa e diminuir o excesso de litigncia por parte da Administrao Pblica; deste princpio resulta, como no prprio preceito se estabelece, a possibilidade de: Condenao das entidades pblicas por litigncia de m-f; Impor ao Estado e s demais entidades pblicas a obrigao do pagamento de custas, consagrado no artigo 189. do CPTA. 4

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4. DA CONTAGEM DOS PRAZOS: Em matria de contagem dos prazos, deve aplicar-se as regras do Cdigo de Processo Civil (art. 144.) uma vez que nada no CPTA se refere a esse respeito. O prazo processual, conta-se assim de uma forma contnua, suspendendo-se, no entanto, durante as frias judiciais, salvo se a sua durao for igual ou superior a seis meses ou se tratar de actos a praticar em processos que a lei considere urgentes. Quando o prazo para a prtica do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia til seguinte. Consideram-se encerrados os tribunais, quando for concedida tolerncia de ponto.

5. ALADA (art. 6. do E.T.A.F.): Com a introduo de aladas na jurisdio administrativa, passa a atenderse ao valor da causa: para determinar a forma do processo nas aces administrativas comuns; para estabelecer se o processo, em aco administrativa especial, julgado por tribunal singular ou em formao de trs juizes; para saber se cabe recurso da sentena proferida em primeira instncia e se esse recurso, a existir, apenas de apelao ou tambm pode ser de revista.

A admissibilidade dos recursos por efeito das aladas regulada pela lei em vigor ao tempo em que seja instaurada a aco (n. 6).

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Assim, os tribunais da jurisdio administrativa tm alada nos seguintes termos: nos tribunais administrativos e fiscais corresponde quela que se encontra estabelecida para os tribunais judiciais de primeira instncia. No Tribunal Central Administrativo corresponde que se encontra estabelecida para os tribunais de relao. Nos processos em que exeram competncias de primeira instncia, a alada dos Tribunal Central Administrativo e do Supremo Tribunal Administrativo corresponde, para cada uma das suas seces, respectivamente dos tribunais administrativos e fiscais.NOTA: ALADA (em matria cvel) - art. 24. da Lei n. 3/99, de 13/01: - dos Tribunais da Relao de 14.963,94 (3.000.000$00) ; - e a dos Tribunais de 1. Instncia de 3.740,98 (750 000$00).

6. DA COMPETNCIA No que se refere aos tribunais administrativos e fiscais e seco de contencioso administrativo do Tribunal Central Administrativo e do Supremo Tribunal Administrativo, adopta-se um modelo no qual o Supremo Tribunal Administrativo e o Tribunal Central Administrativo deixam, no essencial, de funcionar como tribunais de primeira instncia, para exercerem as competncias que so prprias dos tribunais superiores. Os tribunais administrativos e fiscais passam, assim, a conhecer, em primeira instncia, da generalidade dos processos e os tribunais superiores a funcionar, essencialmente, como tribunais de recurso. O Tribunal Central Administrativo passa a ser o tribunal de segunda instncia, para o qual so interpostos os recursos de apelao das sentenas proferidas pelos tribunais administrativos e fiscais. Ao Supremo Tribunal Administrativo fica reservada a tarefa de funcionar como regulador do sistema, funo adequada a uma instncia suprema.

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6.1. Competncia da seco do contencioso administrativo do SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO (art. 24. do E.T.A.F.): Compete Seco de Contencioso Administrativo, conhecer: a) Dos processos relativos a aces ou omisses das seguintes entidades: I - Presidente da Repblica; II - Assembleia da Repblica e seu presidente; III - Conselho de Ministros; IV - Primeiro-Ministro; V - Tribunal Constitucional, e seu Presidente, Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, do Tribunal de Contas e seu Presidente e Presidente do Supremo Tribunal Militar; VI - Conselho Superior de Defesa Nacional; VII- Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e seu presidente; VIII - Procurador-Geral da Repblica; IX - Conselho Superior do Ministrio Pblico. b) Dos processos relativos a eleies previstas neste diploma (ETAF); c) Dos pedidos de adopo de providncias cautelares relativos a processos da sua competncia; d) Dos pedidos relativos execuo das suas decises; e) Dos pedidos cumulados nos processos referidos na alnea a); f) Das aces de regresso, fundadas em responsabilidade por danos resultantes do exerccio das suas funes, propostas contra juzes do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal Central Administrativo e magistrados do Ministrio Pblico que exeram funes junto destes tribunais, ou equiparados; g) Dos recursos dos acrdos que ao Tribunal Central Administrativo caiba proferir em primeiro grau de jurisdio; h) Dos conflitos de competncia entre tribunais administrativos;.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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i) De outros processos cuja apreciao lhe seja deferida por lei. Compete ainda seco de contencioso administrativo do Supremo Tribunal Administrativo conhecer dos recursos de revista sobre matria de direito interpostos de acrdos da seco de contencioso administrativo do Tribunal Central Administrativo e de decises dos tribunais administrativos e fiscais, segundo o disposto na lei de processo. 6.2. Competncia da seco do contencioso administrativo do TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO (art. 37. do E.T.A.F.): Compete Seco de Contencioso Administrativo conhecer: a) Dos recursos das decises dos tribunais administrativos e fiscais para os quais no seja competente o Supremo Tribunal Administrativo, segundo o disposto na lei de processo; b) Dos recursos de decises proferidas por tribunal arbitral sobre matrias de contencioso administrativo, salvo o disposto em lei especial; c) Das aces de regresso, fundadas em responsabilidade por danos resultantes do exerccio das suas funes, propostas contra juizes dos tribunais administrativos e fiscais, bem como dos magistrados do ministrio pblico que prestem servio junto desses tribunais; d) Dos demais processos que por lei sejam submetidos ao seu julgamento.

Competncia dos tribunais administrativos e fiscais (art. 44. do E.T.A.F.): 6.3. Compete conhecer: aos TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS

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a) Em primeira instncia, de todos os processos do mbito da jurisdio administrativa, com excepo daqueles cuja competncia, em primeiro grau de jurisdio, esteja reservada aos tribunais superiores e da apreciao dos pedidos que nestes processos sejam cumulados. b) Compete ainda aos tribunais administrativos e fiscais satisfazer as diligncias pedidas por carta, ofcio ou outros meios de comunicao que lhes sejam dirigidos por outros tribunais administrativos.

7. DA COMPETNCIA TERRITORIAL 7.1. REGRA GERAL (art. 16. e segs. do CPTA): Os processos em 1 instncia, so intentados no tribunal da residncia habitual ou da sede do autor ou da maioria dos autores (art. 16.). Os processos relacionados com: bens imveis (art. 17.).: No tribunal da situao dos bens; matria de responsabilidade civil extracontratual (art. 18.): No tribunal do lugar em que se deu o facto constitutivo da responsabilidade; Quando o facto constitutivo da responsabilidade seja a prtica ou a omisso de um acto administrativo ou de uma norma, a pretenso deduzida no tribunal competente para se pronunciar sobre a legalidade da actuao ou da omisso;

matria relativa a contratos (art. 19.): No tribunal convencionado ou, na falta de conveno, no tribunal do lugar de cumprimento do contrato. 7.2 OUTRAS REGRAS DE COMPETNCIA TERRITORIAL (art. 20.):.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Os processos respeitantes pratica ou omisso de normas e actos administrativos das regies autnomas, das autarquias locais e demais entidades de mbito local, das pessoas colectivas de utilidade pblica e de concessionrios (n. 1): so intentados no tribunal da rea da sede da entidade demandada.

Os processos respeitantes prtica ou omisso de normas e actos administrativos dos governadores civis e assembleias distritais (n. 2): so intentados no tribunal da rea na qual se encontram sediados estes rgos. Respeitantes ao contencioso eleitoral (n. 3): so intentados no tribunal da rea da sede do rgo cuja eleio se impugna. O conhecimento dos pedidos de intimao para prestao de informaes, consulta de documentos e passagem de certides (n. 4): Intentados no tribunal da rea da sede da autoridade requerida. Os demais processos de intimao (n. 5): so intentados no tribunal da rea onde deva ter lugar o comportamento ou a omisso pretendidos. Os pedidos dirigidos adopo de providncias cautelares (n. 6): so julgados pelo tribunal competente para decidir a causa principal. Os pedidos de produo antecipada de prova (n. 7): so deduzidos no tribunal em que a prova tenha de ser efectuada ou da rea em que se situe o tribunal de comarca a que a diligncia deva ser deprecada.

8. PETIO A TRIBUNAL INCOMPETENTE (art. 14. CPTA): Quando a petio seja dirigida a tribunal incompetente: o processo deve ser oficiosamente administrativo competente.NOTA:

remetido

ao

tribunal

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Surgindo dvidas quanto competncia do tribunal, afigura-se-nos que a secretaria deva, antes de proceder citao oficiosa (nos casos em que esta exista) da entidade e contra-interessados, suscit-las, junto do juiz titular do processo, evitando-se assim, uma tramitao que se poder tornar intil.

Quando a petio seja dirigida a tribunal incompetente, sem que o tribunal competente pertena jurisdio administrativa (incompetncia absoluta): pode o interessado, no prazo de 30 dias a contar do trnsito em julgado da deciso que declare a incompetncia, requerer a remessa do processo ao tribunal competente, com indicao do mesmo. A petio considera-se apresentada na data do primeiro registo de entrada, para efeitos da tempestividade da sua apresentao.

9. DOS ACTOS PROCESSUAIS: Entrega ou remessa das peas processuais: aplicvel o disposto na lei processual civil no que se refere aos termos em que se procede entrega ou remessa das peas processuais, cfr. art. 23. CPTA, pelo que se aplicaro as regras previstas no art. 150. do CPC que se transcreve:"Artigo 150. CPC Apresentao a juzo dos actos processuais 1. Os actos processuais que devam ser praticados por escrito palas partes so apresentados a juzo por uma das seguintes formas: a) Entrega na secretaria judicial, valendo como data da prtica do acto processual a da respectiva entrega; b) Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prtica do acto processual a da efectivao do registo postal; c) Envio atravs de telecpia, valendo como data da prtica do acto processual a da expedio; d) Envio atravs de correio electrnico avanada, valendo como data da prtica do acto processual a da expedio, devidamente certificada; 2. Os termos a que deve obedecer o envio atravs dos meios previstos nas alneas d) e e) do nmero anterior so definidos por portaria do Ministro da Justia. (Ver Portarias n.s 337-A/2004, de 31 de Maro e 642/2004, de 16 de Junho). 3. A parte que proceda apresentao de acto processual atravs dos meios previstos nas alneas d) e e) do n. 1 remete ao tribunal, no prazo de cinco dias, todos os documentos que devam acompanhar a pea processual..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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4. Tratando-se da apresentao da petio inicial, o prazo referido no nmero anterior conta-se a partir da data da respectiva distribuio. Artigo 150.-A (Comprovativo do pagamento da taxa de justia) 1. Quando a prtica de um acto processual exija, nos termos do Cdigo das custas judiciais, o pagamento da taxa de justia inicial ou subsequente, deve ser junto o documento comprovativo do seu prvio pagamento ou da concesso do benefcio do apoio judicirio, salvo se neste ltimo caso aquele documento j se encontrar junto aos autos. 2. Sem prejuzo das disposies relativas petio inicial, a falta de juno do documento referido no nmero anterior no implica a recusa da pea processual, devendo parte proceder sua juno nos 10 dias subsequentes prtica do acto processual, sob pena de aplicao das cominaes previstas nos artigos 486.-A, 512.-B e 690.-B. 3. Quando a petio inicial seja enviada atravs de correio electrnico ou outro meio de transmisso electrnica de dados, o documento comprovativo do pagamento da taxa de justia inicial deve ser remetido a tribunal no prazo referido no n. 3 do artigo anterior, sob pena de desentranhamento da petio apresentada. 4. Nos casos previstos no nmero anterior, a citao s efectuada aps a juno aos autos do referido documento comprovativo. A ESTE RESPEITO CONSULTAR PORTARIA N. 1417/2003, DE 30 DE DEZEMBRO, QUE REGULA O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA INFORMTICO DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS (SITAF). Dispensa do pagamento prvio da taxa de justia inicial e subsequente art. 29. do C.C.J. ver textos de apoio do CFOJ das Custas Judiciais nos Tribunais Administrativos.

9.1. DUPLICADOS E CPIAS (art. 24. CPTA): igualmente aplicvel o disposto na lei processual civil no que se refere exigncia de duplicados dos articulados e cpias dos documentos apresentados. Nos processos em que o nmero de contra-interessados seja superior a 20, o autor apenas deve apresentar trs duplicados e trs cpias. Esta matria vem regulada art. 152. do Cdigo de Processo Civil que se transcreve:.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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"Artigo 152. CPC Exigncia de duplicados 1. Os articulados so apresentados em duplicado; quando o articulado seja oposto a mais de uma pessoa, oferecer-se-o tantos duplicados quantos forem os interessados que vivam em economia separada, salvo se forem representados pelo mesmo mandatrio. 2. Os requerimentos, as alegaes e os documentos apresentados por qualquer das partes devem ser igualmente acompanhados de tantas cpias, em papel comum, quantos os duplicados previstos no nmero anterior. Estas cpias so entregues parte contrria com a primeira notificao subsequente sua apresentao. 3. Se a parte no fizer entrega de qualquer dos duplicados e cpias exigidos nos nmeros anteriores, notificada oficiosamente pela secretaria para os apresentar no prazo de dois dias, pagando de multa a quantia fixada na primeira parte do n 5 do artigo 145., no podendo exceder, porm, 1 UC. No o fazendo, extrada certido dos elementos em falta, pagando a parte, alm do respectivo custo, a multa mais elevada prevista no n 5 do artigo 145.. 4. Quando razes especiais o justifiquem, o juiz pode dispensar a apresentao das cpias a que se refere o n 2 ou marcar um prazo suplementar para a sua apresentao. 5. Alm dos duplicados a entregar parte contrria, deve a parte oferecer mais um exemplar de cada articulado para ser arquivado e servir de base reforma do processo em caso de descaminho. Se a parte no juntar o duplicado, mandar-se- extrair cpia do articulado, pagando o responsvel o triplo das despesas a que a cpia der lugar, a qual para o efeito contada como se de certido se tratasse. 6 O disposto nos nmeros anteriores no prejudica o dever de as partes representadas por mandatrio facultarem ao tribunal, sempre que o juiz o solicite, um ficheiro informtico contendo as peas processuais escritas apresentadas pela parte em suporte de papel. 7. A parte que proceda apresentao de pea processual atravs de correio electrnico ou outro meio de transmisso electrnica de dados fica dispensada de oferecer os duplicados ou cpias, devendo a secretaria extrair tantos exemplares quantos os previstos nos nmeros anteriores. 8. A dispensa prevista no nmero anterior no , aplicvel aos documentos, cujas cpias so sempre oferecidas pela parte que os apresenta. * (Decreto-Lei n. 183/2000, de 10 de Agosto, alterado pelo Decreto Lei n. 320-B/2002, de 30 de Dezembro)

Enumeram-se algumas peas que devem ser acompanhadas dos respectivos duplicados: articulados (peties iniciais, contestaes, rplicas...) requerimentos; alegaes; documentos..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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10. DAS CITAES E NOTIFICAES Na perspectiva de aproximao ao modelo do processo civil se inscreve a extenso ao contencioso administrativo do regime do processo civil em matria tambm de CITAES E NOTIFICAES, sem prejuzo de um regime especial de citao por publicao de anncio, quando estejam em causa normas ou, em geral, processos com elevado nmero de contrainteressados, a que adiante nos pronunciaremos. Assim, consagra o art. 25. do CPTA que aplicvel o disposto na lei processual civil em matria de citaes e notificaes que em seguida se desenvolve:

A MATRIA DE CITAES ENCONTRA-SE TRATADA NO TEXTO DE APOIO DO CFOJ RELACIONADO COM O PROCESSO CIVIL.

10.1. DISPOSIES COMUNS: Impe o art. 3. do CPC. que o tribunal no resolva o conflito de interesses pressuposto pela aco, sem que isso lhe seja pedido por uma das partes e a outra seja devidamente chamada a deduzir oposio - o princpio do contraditrio, amplamente consagrado na mesma lei adjectiva. Assim, quando for interposta uma aco (administrativa comum ou especial) contra qualquer entidade pblica bem como eventuais contra-interessados so estes citados (art. 228., n. 1 do CPC.). Quando, aps a citao, se mostrar necessrio chamar as partes a juzo ou dar-lhe conhecimento de algum facto, j no se usa a citao, mas sim a notificao. Usa-se ainda a notificao quando for necessrio chamar qualquer pessoa a tribunal, mesmo que pela primeira vez, quando essa pessoa no tem, na causa, interesse directo, no necessitando, pois, de se defender - por exemplo, testemunhas, peritos, etc. (art. 228., n. 2 do CPC.). Tambm no carecem de despacho que as ordene, as notificaes previstas no n. 2 do art. 229. do CPC ex vi art. 1. do CPTA e aquelas que a prpria lei especialmente prev. Tanto a citao quanto a notificao, podem ser efectuadas no lugar em que o destinatrio se encontre ainda, que no local de trabalho, no podendo, ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 14Av. 5 de Outubro, 125 - 2. 1069 - 044 Lisboa Telef.: 21790 64 21 Fax: 21 790 64 29 E-Mail: [email protected] website: www.dgaj.mj.pt

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porm, efectuar-se dentro dos templos ou enquanto o destinatrio estiver ocupado em acto de servio pblico que no deva ser interrompido (art. 232. do CPC.). Podem, todavia, efectuar-se durante as frias e mesmo nos dias em que o tribunal est encerrado (art. 143., n. 2 do CPC.). Os incapazes, os incertos, as pessoas colectivas, as sociedades, os patrimnios autnomos e o condomnio so citados ou notificados na pessoa dos seus legais representantes ou na pessoa de qualquer empregado; no se encontrando nenhum deles, o representante ser citado em qualquer lugar onde se encontre (art.s 231. e 237. do CPC.).

10.2. OFICIOSIDADE DA CITAO: Incumbe secretaria promover oficiosamente as diligncias destinadas citao, sem necessidade de despacho prvio (art. 234., n. 1 do CPC. e art. 81. do CPTA).

Exceptuam-se das regras da oficiosidade, determinadas citaes por fora do regime especial estabelecido em contencioso administrativo, designadamente:

a) Quando os contra-interessados sejam em nmero superior a 20 (n. 1 do art. 82.); b) No processo de intimao para prestao de informaes, consulta de processos ou passagem de certides (art. 107., n. 1); c) No processo de intimao para proteco de direitos, liberdades e garantias (art. 110., n. 1 CPTA). d) Nas providncias cautelares (n. 1 do art. 117.). Na efectivao da citao pessoal (quer por via postal, quer por contacto pessoal) dever ser remetido ou entregue ao citando o duplicado da petio inicial e cpia dos documentos com ela juntos, acompanhados de nota de citao onde conste obrigatoriamente (art. 235. do CPC.):.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Nmero do processo, seco, juzo e tribunal onde corre termos; O prazo dentro do qual pode exercer a defesa, com meno ao modo como este prazo dever ser contado; A necessidade de constituir advogado (art. 11. do CPTA); A cominao aplicvel, caso no conteste.

10.3. ESPECIFICIDADE DE ANNCIOS A PUBLICAR EM MATRIA DE JURISDIO ADMINISTRATIVA:

Anncios (cfr. art.s 82. e 117. CPTA) Quando os contra-interessados sejam em nmero superior a 20, o tribunal pode determinar que a respectiva citao seja feita mediante publicao de anncio, com a advertncia de que os interessados dispem do prazo de 15 dias para se constiturem como contrainteressados no processo. Quando esteja em causa a impugnao de um acto que tenha sido publicado, a publicao do anncio mencionado anteriormente faz-se pelo meio e no local utilizados para dar publicidade ao acto impugnado. Se o acto impugnado no tiver sido objecto de publicao, o anncio publicado em dois jornais dirios de circulao nacional ou local, dependendo do mbito da matria em causa. Quando esteja em causa um pedido de declarao da ilegalidade de uma norma, no despacho judicial que ordene ou dispense a citao da entidade demandada o juiz manda publicar anncio da formulao do pedido, pelo meio e no local utilizados para dar publicidade norma, a fim de permitir a interveno no processo de eventuais interessados, admissvel at ao termo da fase dos articulados. 10.4. DA NOTIFICAO: As notificaes, salvo disposio legal em contrrio, so feitas pelo correio (art.s 254., 255., n. 1 e 253. do CPC.)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Haver que distinguir entre as notificaes s pessoas que so parte no processo e quelas que nele apenas intervm acidentalmente. a) Notificaes s partes As partes a notificar constituram mandatrio (note-se que obrigatria a constituio de advogado nos processos da competncia dos tribunais administrativos, cfr. art. 11. CPTA): Se o processo est pendente, a notificao faz-se por carta registada enviada para o escritrio do respectivo mandatrio (art. 253., n. 1 do CPC.). Se a parte estiver simultaneamente representada por advogado e solicitador, s-lo- sempre na pessoa do solicitador (art. 253., n. 3 do CPC.). Se a notificao se destina, porm, a chamar a parte ao tribunal para a prtica de acto pessoal, alm do mandatrio ser tambm notificada a prpria parte por aviso registado (art. 253., n. 2 do CPC.).

b) Notificao aos intervenientes acidentais: As notificaes que tenham por fim chamar ao tribunal testemunhas, peritos e outras pessoas com interveno acidental (como exemplo destas ltimas, os intrpretes art.s 139., n. 2 e 141. do CPC. - e os tcnicos que prestam assistncia ao tribunal art.s 614., 649. e 652. do CPC.), so feitas mediante o aviso a expedir pelo correio, sob registo (art. 257., n. 1 do CPC.). Sero entregues parte os avisos relativos s pessoas que ela se haja comprometido a apresentar, sempre que tal seja solicitado, ainda que verbalmente (art. 257., n. 2 do CPC.). c) Agente Administrativo ou Funcionrio Pblico: No necessita de autorizao para comparecer a tribunal, mas deve informar imediatamente o seu superior hierrquico e apresentar posteriormente a justificao (art. 257. do CPC.). d) Notificao entre mandatrios: Sempre que as partes tenham constitudo mandatrio judicial, efectuada pela secretaria a notificao da apresentao da contestao,.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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incumbe ao mandatrio apresentante notificar ao mandatrio da contraparte todos os articulados e requerimentos autnomos que apresente no processo, devendo juntar documento comprovativo de tal notificao (art.s 229.-A e 260.-A do CPC.). A esta notificao entre mandatrios, so aplicveis todos os meios legalmente admissveis para a prtica de actos processuais por exemplo, carta registada, telecpia, correio electrnico. 11. DISTRIBUIO (art. 26. CPTA): A distribuio de processos nos tribunais administrativos tem lugar diariamente e obedece aos seguintes critrios, cuja aplicao assegurada pelo presidente do tribunal, no respeito pelo princpio da imparcialidade e do juiz natural: a) Espcies de processos, classificados segundo critrios da deliberao n. 1313/2004, do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, publicada no DR II Srie n. 264 de 10 de Novembro de 2004; b) Carga de trabalho dos juzes e respectiva disponibilidade para o servio; c) Tipo de matria a apreciar, desde que, no tribunal, haja um mnimo de trs juzes afectos apreciao de cada tipo de matria.NOTA: Compete ao Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais estabelecer os critrios que devem presidir distribuio nos tribunais administrativos, no respeito pelo princpio do juiz natural, cfr. alnea o) do n. 2 do art. 74. do ETAF.

11.1. Baixa na distribuio (art. 28. do CPTA) Procedimentos: Importa baixa na distribuio a apensao de processo distribudo a juiz diferente. Nos casos de baixa na distribuio por apensao, o processo que transite para novo juiz carregado a este na espcie devida, quando a apensao se fundamente nos casos previstos no art. 28. do CPTA. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 18Av. 5 de Outubro, 125 - 2. 1069 - 044 Lisboa Telef.: 21790 64 21 Fax: 21 790 64 29 E-Mail: [email protected] website: www.dgaj.mj.pt

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Assim, sempre que se verifique uma destas situaes e por despacho do juiz, a seco de processos deve ter o cuidado de remeter o processo seco central para os devidas baixas. 12. DOS PRAZOS O novo ETAF e CPTA, procura assegurar uma maior eficcia e eficincia na administrao da justia administrativa criando condies para dar a quem a ela recorre a possibilidade de calcular o tempo que o processo poder durar, responsabilizando todos os intervenientes. Neste sentido, prev-se que o nmero mximo de processos a distribuir a cada magistrado e o prazo mximo, dentro do qual os diferentes actos processuais a cargo de magistrados e funcionrios devero ser praticados, seja anualmente fixado pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, (cfr. alnea m) do n. 2 do art. 74. do ETAF).

12.1. PRAZOS PROCESSUAIS (art. 29. CPTA): O prazo geral supletivo para os actos processuais das partes de 10 dias. Os prazos para os actos processuais a praticar pelos magistrados judiciais e pelos funcionrios do tribunal que no estejam determinados na lei so anualmente fixados pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, com o apoio do departamento do Ministrio da Justia com competncia nos domnios da auditoria e da modernizao, e publicados na II Srie do Dirio da Repblica. No so aplicveis as regras anteriores a qualquer processo que corra nos tribunais administrativos, em primeira instncia ou em via de recurso, os prazos que o Cdigo de Processo Civil estabelece para juizes e funcionrios.

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Prazos dos funcionrios judiciais (art. 190. do CPTA): Enquanto no for fixado pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, o prazo mximo admissvel para os actos processuais dos funcionrios judiciais para os quais a lei no estabelece prazo, vale o prazo geral supletivo de 10 dias (art. 190. do CPTA). 13. PROCESSOS URGENTES (art. 36.): Sem prejuzo dos demais casos previstos na lei, tm carcter urgente os processos relativos a: Contencioso eleitoral, com o mbito definido no CPTA; Contencioso pr-contratual, com o mbito definido no CPTA; Intimao para prestao de informaes, consulta de documentos ou passagem de certides; Intimao para defesa de direitos, liberdades e garantias; Providncias cautelares.

Tem ainda carcter urgente o processo ou processos seleccionados nos termos do art. 48., n.s 1 e 4 do CPTA (processos em massa). Os processos urgentes correm em frias, com dispensa de vistos prvios, mesmo em fase de recurso jurisdicional, e os actos da secretaria so praticados no prprio dia, com precedncia sobre quaisquer outros.

Prtica extempornea dos actos processuais pelas partes (art. 145. do CPC ex.vi art. 1. do CPTA): A prtica de actos pelas partes, depois de findo o prazo peremptrio, possvel em caso de justo impedimento (art.s 145., n. 4 e 146. do CPC) e, independentemente de justo impedimento, nos trs primeiros dias teis subsequentes ao termo do prazo, ficando a sua validade dependente do pagamento, de uma multa de montante igual a da taxa de.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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justia inicial por cada dia de atraso, no podendo a multa exceder 3 UC. (art. 145., n.s 5): Se o acto for praticado em qualquer dos 3 dias teis seguintes sem ter sido paga a multa devida, logo que a falta seja verificada, deve a secretaria, oficiosamente notificar o interessado para pagar multa de montante igual ao dobro da taxa de justia inicial, no podendo a multa exceder 20 UC, (art. 145., n. 6 ). 14. ACESSO AO PROCESSO, CONFIANA E DEVER DE PASSAGEM DE CERTIDES: Confiana dos processos (art. 169. do CPC ex.vi art. 1. CPTA): Os advogados constitudos pelas partes podem requerer que os processos lhe sejam confiados para exame, nos termos e com as sanes estabelecidas na lei do processo civil (art. 170., 171. CPC.) O montante devido pela confiana de processos, regulado pelo art. 108. do Cdigo das Custas Judiciais.

A matria dos actos avulsos encontra-se tratada no texto de apoio do CFOJ das Custas Judiciais nos tribunais Administrativos

14.1 CERTIDES: A secretaria deve, sem precedncia de despacho, passar as certides de todos os termos e actos processuais que lhe sejam requeridas, oralmente ou por escrito pelas partes do processo, por quem possa exercer o mandato judicial (advogados), ou por quem revele interesse atendvel em as obter (cfr. art. 174. do CPC ex vi art. 1. CPTA). As certides so passadas dentro do prazo de cinco dias, salvo nos casos de urgncia ou de manifesta impossibilidade, em que se consignar o dia em que devem ser levantadas (art. 175., n. 1 CPC)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Custo da certido: O custo da certido extrada de processos pendentes nos Tribunais Administrativos, deve ser calculado da mesma forma que nos tribunais comuns, cuja tributao se encontra estabelecida no art. 106. do Cdigo das Custas Judiciais. 15. DO VALOR DAS CAUSAS (art. 31. CPTA) A introduo do valor das causas uma novidade no contencioso administrativo, necessria pelo facto de se passar a atender ao seu valor para determinar: a forma do processo nas aces administrativas comuns, se o processo, em aco administrativa especial, julgado por tribunal singular ou em formao de trs juzes (cfr. art. 40. n. 3 do ETAF) e se cabe recurso da sentena proferida em primeira instncia e se esse recurso, a existir, apenas de apelao ou tambm pode ser de revista.

16. FORMAS DE PROCESSO (art. 35. CPTA) Nas aces administrativas comuns e administrativas especiais existem diferenas de caracterstica e de valor que implicam que os procedimentos a adoptar no desenrolar do processo sejam, necessariamente, diferentes. Aos casos previstos no Ttulo II do CPTA (art. 37. e seguintes) corresponde o processo de declarao regulado no Cdigo de Processo Civil, nas formas: ordinria sumria e sumarssima. Os casos previstos nos Ttulos III e IV do CPTA (art. 46. e seguintes e 97 e seguintes), regem-se pelas disposies a previstas e pelas disposies.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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gerais, sendo subsidiariamente aplicvel o disposto na lei processual civil, compreendendo as seguintes formas de processo: Aco administrativa especial; Contencioso eleitoral; Contencioso pr-contratual; Intimao para a prestao de informaes, consulta de processos ou passagem de certides; Intimao para proteco de direitos liberdades e garantias.

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CAPTULO II ACO ADMINISTRATIVA COMUM

Esta tramitao que se optou por qualificar como comum e que, remetendo para o modelo do processo civil de declarao, corresponde basicamente que tradicionalmente seguida no clssico contencioso das aces. Embora a tradio do nosso contencioso administrativo seja a de remeter, no contencioso das aces sobre contratos e responsabilidade, para o processo civil de declarao na forma ordinria, a remisso passa, contudo, a ser feita tambm para a forma sumria e para a forma sumarssima, em funo do valor da causa.A ESTE RESPEITO CONSULTAR PORTARIA N. 1417/2003, DE 30 DE DEZEMBRO, QUE REGULA O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA INFORMTICO DOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS (SITAF).

NOES SOBRE A MARCHA DO PROCESSO

A APRESENTAO DO PROCESSO NA SECRETARIA O processo comea pela apresentao na secretaria do tribunal competente (em regra por um advogado) de uma petio inicial, a qual pode ser entregue na secretaria judicial, (art. 150., n. 1 alnea a) do C.P.C.), enviada pelo correio (art. 150., n., 1, alnea b) do CPC.), por telecpia (art. 150., n. 1, alnea c) do CPC. e DL. n. 28/92, de 27/02), correio electrnico, com aposio de assinatura electrnica avanada, sendo a data da expedio a que demarca o incio da instncia (art. 267., n. 1 do CPC.) e envio atravs de outro meio de transmisso electrnica de dados (art. 150., n. 1 alnea e). A, o oficial de justia que receber a petio - na seco central - ter que verificar se esto observados os seguintes requisitos (art. 467. do CPC.):

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Designao do tribunal onde a aco proposta e identificao das partes, indicando os seus nomes, domiclios e, sempre que possvel, profisses e local de trabalho; Indicao do domiclio profissional do mandatrio judicial; Indicao da forma do processo; Exposio dos factos e das razes de direito que servem de fundamento aco; Formulao do pedido; e Declarao do valor da causa (requisito aplicvel ao pedido reconvencional n. 2 do art. 501. do CPC.). A secretaria dever recusar o recebimento da petio quando (art. 474. do CPC.): o endereo do tribunal seja omitido ou se endereada a outro tribunal; omita a identificao das partes conforme requisitos indicados; no indique o domiclio profissional do mandatrio judicial; no indique a forma do processo; no indique o valor da causa; no tenha sido junto o documento comprovativo: - do prvio pagamento da taxa de justia inicial; - ou da concesso de apoio judicirio, excepo do previsto no n. 4 do art. 467. ou quando a autora uma das entidades previstas no n. 1 do art. 29. alneas a) a d) do C.C.J. que esto dispensadas da referida autoliquidao. falte a assinatura da parte ou do mandatrio; no esteja redigida em lngua portuguesa;

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o papel utilizado no obedea aos requisitos regulamentares (DL. n. 112/90, de 04/04).No carece de reconhecimento notarial a assinatura de advogado - DL. n. 342/91, de 14/09 -, ou de solicitador - DL. n. 47/92, de 04/04); As assinaturas das partes, nas procuraes, tambm no carecem de interveno notarial (DL. n. 267/92, de 28/11 - advogados; DL. n. 168/95, de 15/07 solicitadores). Dispe o art. 2. do DL. n. 250/96, de 24 de Dezembro: a exigncia em disposio legal de reconhecimento por semelhana ou sem determinao de espcie considera-se substituda pela indicao, feita pelo signatrio, do nmero, data e entidade emitente do respectivo bilhete de identidade ou documento equivalente emitido pela autoridade competente de um dos pases da Unio Europeia ou do passaporte.

Quando se recusar o recebimento da p.i. dever indicar-se, por escrito, o fundamento da rejeio dado que: - do acto de recusa de recebimento cabe reclamao para o juiz, podendo ser interposto recurso de agravo do despacho que confirmar ou no o recebimento (art. 475. do CPC.); - parte facultada a possibilidade de entrega de nova petio ou do documento em falta dentro dos 10 dias seguintes recusa de recebimento ou notificao da deciso judicial que a tenha confirmado (art. 476. do CPC.) Apesar de no ser motivo de recusa, a secretaria dever lanar nota na prpria petio: Se a p.i. vem acompanhada dos duplicados e cpias legais (art.152.do CPC.); Se os documentos juntos so os referidos na petio (no v faltar algum e atribuir-se, depois, a responsabilidade a quem recebeu a petio);

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* Nota * - A p.i. dever, dar entrada no suporte informtico autorizado (art. 17. do DL. n. 186-A/99, de 31.05) e, em observaes, fazer-se meno da recusa. No caso de ser apresentada nova petio (no prazo de 10 dias), a instncia considera-se iniciada na data da apresentao da primeira p.i. - art. 476. do CPC..

Posto que tudo esteja em ordem, passar recibo ao apresentante, se este lho exigir (art. 28., n. 2 do DL. n. 186-A/99, de 31/05). FORMA DE PROCESSO (art.s 37. CPTA) Objecto: Seguem a forma da aco administrativa comum os processos que tenham por objecto litgios cuja apreciao se inscreva no mbito da jurisdio administrativa e que, nem no CPTA, nem em legislao avulsa, sejam objecto de regulao especial (n. 1). Seguem, designadamente, a forma da aco administrativa comum os processos que tenham por objecto litgios relativos a (n. 2): a) Reconhecimento de situaes jurdicas subjectivas directamente decorrentes de normas jurdico-administrativas ou de actos jurdicos praticados ao abrigo de disposies de direito administrativo; b) Reconhecimento de qualidades ou do preenchimento de condies; c) Condenao adopo ou absteno de comportamentos, designadamente a condenao da administrao no emisso de um acto administrativo, quando seja provvel a emisso de um acto lesivo; d) Condenao da Administrao adopo das condutas necessrias ao restabelecimento de direitos ou interesses violados; e) Condenao da Administrao ao cumprimento de deveres de prestar que directamente decorram de normas jurdicoadministrativas e no envolvam a emisso de um acto administrativo impugnvel, ou que tenham sido constitudos por actos jurdicos praticados ao abrigo de disposies de direito administrativo, e que podem ter por objecto o pagamento de.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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uma quantia, a entrega de uma coisa ou a prestao de um facto; f) Responsabilidade civil das pessoas colectivas, bem como dos titulares dos seus rgos, funcionrios ou agentes, incluindo aces de regresso; g) Condenao ao pagamento de indemnizaes decorrentes da imposio de sacrifcios por razes de interesse pblico; h) Interpretao, validade ou execuo de contratos; i) Enriquecimento sem causa; j) Relaes jurdicas entre entidades administrativas. Quando, sem fundamento em acto administrativo impugnvel, particulares, nomeadamente concessionrios, violem normas de direito administrativo ou vnculos jurdico-administrativos contratualmente assumidos, ou haja fundado receio de que os possam violar, sem que, solicitadas a faz-lo, as autoridades competentes tenham adoptado as medidas adequadas, qualquer pessoa ou entidade cujos direitos ou interesses sejam directamente ofendidos pode pedir ao tribunal que condene os mesmos a adoptarem ou a absterem-se de certo comportamento, por forma a assegurar o cumprimento das normas em causa (n. 3)

Tramitao: A aco administrativa comum segue os termos do processo de declarao do Cdigo de Processo Civil, na forma (art. 42. CPTA): ordinria, sumria e sumarssima. Existem pois diferenas de caracterstica e de valor que implicam que os procedimentos a adoptar no desenrolar do processo sejam, necessariamente diferentes, matria a que adiante nos debruaremos.

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DO PROCESSO ORDINRIONo domnio de aplicao dos termos do processo, temos: o processo ordinrio quando o valor da causa exceda o da alada do Tribunal Central Administrativo (art. 43., n. 1 CPTA). A alada do Tribunal Central Administrativo corresponde que se encontra estabelecida para os tribunais da relao sendo actualmente de 14.963,94 ver art. 24. da Lei 3/99, de 13/01 (LOFTJ). TAXA DE JUSTIA INICIAL: O autor dever efectuar o pagamento prvio da taxa de justia inicial, calculada em funo do valor declarado na p.i., salvo as excepes atrs referidas. No caso do valor declarado na p.i. ser superior a 250 000,00, no considerado o excesso para efeitos de clculo da taxa de justia inicial e subsequente - art. 27. do CCJ. Autuada a petio inicial, sempre que, nos termos do respectivo Estatuto, o M.P. deva intervir acessoriamente na causa, ser-lhe- notificada oficiosamente a pendncia da aco, logo que a instncia se considere iniciada - art.s 334. e 200. do CPC. e 5. e 6. do Estatuto do M.P. (Lei n. 60/98, de 28 de Agosto). Sendo caso disso (falta de demonstrao de cumprimento de obrigaes tributrias), dever comunicar-se oficiosamente administrao fiscal, a pendncia e o objecto da causa - art. 280. do CPC.. OFICIOSIDADE DA CITAO: Com j se disse incumbe secretaria promover oficiosamente as diligncias destinadas citao, sem necessidade de despacho prvio, ver matria de citaes nos textos do CFOJ dedicados ao processo civil (art. 234., n. 1 do CPC e art. 81. do CPTA)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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O ru ser citado para contestar no prazo de 30 dias, sendo advertido de que a falta de contestao importa a confisso dos factos articulados pelo autor (art.s 480., 484. e 486. do CPC.). Se o funcionrio verificar que o citando se encontra incapacitado de receber a citao, d conta da ocorrncia (certido negativa), dela se notificando o A. e seguidamente vai o processo concluso ao juiz (art. 242., n.s 1 e 2 do CPC.). Devemos ter em conta que a incapacidade aqui mencionada no se trata de uma incapacidade passageira, momentnea, mas sim de inaptido para apreender o que se pretende transmitir.

Citao promovida por mandatrio judicial: Quando o mandatrio do A. tenha declarado o propsito de promover a citao por si, passa-se mandado, em que constaro os elementos mencionados nos art.s 245. e 246. do CPC., podendo esta forma de citao ser requerida, sempre que outra forma de citao se tenha frustrado (n. 1 do art. 245. e n. 2 do art. 176., ambos do CPC.). Todas as diligncias destinadas citao so oficiosamente realizadas, tendo em ateno o prazo de 30 dias, referido nos n.s 2 e 3 do art. 234. do CPC., ou seja: passados 30 dias, sem que o ru se mostre citado, o autor informado das diligncias efectuadas e dos motivos da no realizao do acto (com esta diligncia, alm de se manter a parte informada do andamento do processo, poderemos ter acesso a novos elementos de que a parte disponha, que nos facilitem o acesso ao citando); decorridos mais 30 dias, sem que a citao se mostre efectuada, o processo imediatamente concluso ao juiz, com a informao das diligncias efectuadas e das razes da no realizao atempada do acto.

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O R. no contesta a aco: Se o Ru no contestar, o processo vai concluso ao juiz que, no se verificando qualquer das hipteses a que alude o art. 485. do CPC., ordena a notificao dos advogados das partes para, no prazo de 10 dias, alegarem por escrito, nos termos do disposto no art. 484. do CPC.. Nesta notificao deveremos ter em conta que, e apesar de no contestar, o ru pode ter constitudo mandatrio, que tambm dever ser notificado para alegar, contando-se primeiro o prazo do autor e depois o do ru, um aps o outro. Findo esse prazo vai o processo concluso ao juiz, que profere a sentena (art. 658. do CPC.). Proferida a sentena, procede-se do seguinte modo: Notifica-se esta ao MP. e s partes (art.s 3., n. 1 als. f) e o) do Estatuto do M.P., e 253., 255., 258. e 259. do CPC.); Regista-se em livro prprio (art. 157., n. 4 do CPC.); Extrai-se o verbete estatstico; e Aguarda-se pelo prazo de 30 dias (art. 144. do CPTA) que ela transite em julgado (art. 677. do CPC.), sem prejuzo do disposto no art. 145. do CPC.. As partes podem, no mencionado prazo de 30 dias, e a contar da data da notificao da sentena, requerer: o suprimento de nulidades da deciso; esclarecimento de dvidas; e reforma quanto a custas - art.s 668. e seguintes do CPC., casos em que, a secretaria, oficiosamente, notificar a parte contrria para se pronunciar, sendo depois o processo concluso para deciso (art. 670., n. 1 do CPC.)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Se, naquele prazo de 30 dias, for interposto recurso, elabora-se termo de Conc., para ser recebido ou rejeitado, seguindo-se os termos aplicveis ao recurso de agravo (art. 140. CPTA). No caso de ter sido arguida alguma das nulidades previstas no art. 668. do CPC., o prazo de interposio de recurso conta-se da data da notificao da deciso desta arguio. Findo este prazo, sem que nada seja requerido, remete-se o processo conta (art. 51., n. 1 do CCJ.). Esta notificada, remetendo-se as guias, sendo caso disso, e, pagas as custas, fazem-se os vistos fiscal e correio (art. 126., n. 2, da Lei n. 3/99, de 13/01).

O R. contesta: Prorrogao do prazo da contestao: Dentro do prazo para apresentao da contestao, o ru poder requerer, sem prvia audio da parte contrria, a prorrogao do prazo da contestao, at ao limite mximo de 30 dias (art. 486., n. 5 do CPC.). A apresentao deste requerimento no suspende o prazo em curso; o juiz decidir, sem possibilidade de recurso, no prazo mximo de 24 horas e a secretaria notificar imediatamente o ru do despacho proferido, nos termos estabelecidos no n. 5 , 2. parte e no n. 6 do art. 176., n. 6 do art. 486., todos do CPC..

NOTA: Apesar das reticncias sugeridas pela 2. parte do n. 6 do art. 176. do CPC., parece-nos ser aqui legtima a utilizao da comunicao telefnica, uma vez que, impondo a lei carcter imediato a este acto, o telefone um dos meios mais cleres de comunicao entre pessoas, apenas se lhe impondo a confirmao escrita neste sentido, vid Texto de Apoio do CEJ Citaes e Notificaes em Processo Civil-Dez./97, pg. 83, nota 136, do Dr. Antnio Santos Abrantes Geraldes.

Deferida a prorrogao requerida, o prazo concedido contado a seguir ao prazo de contestao, ou seja, como se de um s se tratasse.

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Por exemplo: Concedida a prorrogao por 10 dias, o prazo de contestao de 30 dias (art. 486., n. 1 do CPC.) conta-se como se fosse de 40 dias, ou seja, se o prazo para apresentao de contestao terminava em 13 de Maio de 2002, passar a terminar em 23 do mesmo ms. O prazo para apresentao dos restantes articulados pode tambm ser prorrogado a requerimento da parte, nos termos do disposto no art. 504. do CPC., aplicando-se as regras estipuladas nos n.s 5 e 6 do referido art. 486., excepo do limite mximo que no poder exceder o prazo estabelecido para a sua apresentao. Procedimento da secretaria em funo requerimento de pedido de prorrogao: da apresentao de

O oficial de justia quando receber quaisquer requerimentos a solicitar prorrogao de prazos (para apresentao ou entrega das contestaes ou de outros articulados), dever considerar como acto de natureza URGENTE, dado que estes pedidos NO SUSPENDEM OS PRAZOS EM CURSO. Prvio pagamento da taxa de justia /apresentao da contestao: Com a contestao dever o ru juntar documento comprovativo do prvio pagamento da taxa de justia inicial. Se o no fizer com a prtica deste acto, nem nos dez dias seguintes apresentao da contestao, a secretaria notific-lo- nos termos do disposto no art. 486.-A, n. 3 do CPC para em 10 dias, efectuar o pagamento omitido, com acrscimo de multa de igual montante, mas no inferior a 1 UC nem superior a 10 UC. Caso o ru, na contestao, deduza pedido reconvencional (art. 501. do CPC.) distinto do pedido do autor (art. 308., n. 2 do CPC.), rectifica-se o valor da aco (pedido do autor acrescido do pedido reconvencional) e o valor da taxa de justia inicial calculado com base na soma dos dois valores (art. 10. do CCJ.). Se o ru reconvinte no indicar o valor da reconveno, o processo vai logo concluso ao juiz para o convidar a faz-lo (art. 501., n. 2 do CPC.). A apresentao da contestao notificada oficiosamente ao autor (art. 492. do CPC.)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Havendo lugar a vrias contestaes, a notificao s se faz depois de apresentada a ltima ou depois de haver decorrido o prazo para o seu oferecimento (art. 492., n. 2 do CPC.).

A RPLICA

contestao pode o autor responder na rplica (art. 502., n. 1 do CPC) se for deduzida alguma excepo ou formulado pedido reconvencional: se o ru apenas contestar, a rplica ter de ser oferecida no prazo de 15 dias (art. 502., n. 3-1. parte do CPC); se o ru contestar e deduzir pedido reconvencional ou a aco for de simples apreciao negativa, a rplica pode ser oferecida no prazo de 30 dias. Notificaes entre os mandatrios: Apresentada rplica, dever o mandatrio do apresentante (autor) notificar o mandatrio da contraparte (ru) do articulado apresentada, fazendo prova dessa notificao nos autos (art.s 229.-A e 260.-A do CPC.)NOTA: A secretaria no dever efectuar estas notificaes, no caso de no se mostrarem comprovadas nos autos, devendo antes aguardar o prazo de 10 dias que a parte apresente o documento comprovativo. Se, decorrido o prazo, no o tiver apresentado, dever o processo ir concluso.

A TRPLICA

Notificada a juno da rplica, o ru poder apresentar a trplica no prazo de 15 dias, se tiver sido modificado o pedido ou a causa de pedir, ou, havendo reconveno, o autor na rplica tiver deduzido alguma excepo (art. 503., n. 2 do CPC.).

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O prazo para apresentao destes articulados pode ser prorrogvel nos termos dos art.s 504. e 486., n.s 4, 5 e 6 do CPC.. AUDINCIA PRELIMINAR E DESPACHO SANEADOR: Findos os articulados, ou o prazo para a sua apresentao, supridas as excepes dilatrias e aperfeioados os articulados se for caso disso (art. 508. do CPC e 88. do CPTA) vai o processo concluso ao juiz, o qual pode: Convocar uma audincia preliminar (art. 508.-A do CPC.); ou Proferir despacho saneador (art. 510., n. 1 do CPC.).

Caso convoque audincia preliminar: A audincia preliminar destinada a algum ou alguns dos fins referidos no n. 1 do art. 508.-A do CPC., designadamente: tentativa de conciliao (art. 509. do CPC.); discusso nos termos das als. b) e c) do art. 508.-A do CPC.; proferir despacho saneador; seleccionar a matria de facto que se considera assente e a que constitui a base instrutria, decidindo as reclamaes deduzidas pelas partes (art. 508.-A, n. 1 al. e) do CPC.).

ainda destinada a: indicar os meios de prova e deciso quanto s diligncias probatrias; designar a data para realizao da audincia final; e requerer a gravao da audincia final ou a interveno do colectivo nos termos do art. 40., n. 2 do ETAF.

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Marcao de data para audincia preliminar /procedimentos: O despacho que marca a audincia preliminar indica o seu objecto e finalidade e notificado aos mandatrios das partes, mediante prvio acordo quanto designao da data, nos termos do disposto no art. 155. do CPC., podendo a secretaria ser encarregada de proceder aos competentes contactos. Caso se destine realizao de tentativa de conciliao (art. 509., n. 1 do CPC.) as partes so notificadas para comparecer pessoalmente ou se fazer representar por mandatrio judicial com poderes especiais, quando residam na rea do crculo judicial, ou na respectiva ilha (tratando-se de Regies Autnomas), ou quando, a no residindo, a comparncia no represente sacrifcio considervel, atenta a natureza e o valor da causa e a distncia da deslocao (art. 509., n. 2 do CPC.). A falta das partes ou dos seus mandatrios no motivo de adiamento da audincia preliminar, mas, se algum destes no comparecer, poder, no prazo de cinco dias a contar da data da realizao da audincia preliminar, apresentar o requerimento probatrio e requerer a gravao da audincia final ou a interveno do colectivo.

Caso seja proferido despacho saneador (sem audincia preliminar): Nos termos do disposto no art. 508.-B do CPC, o juiz no marca audincia preliminar e profere despacho saneador (art. 510., n. 1 do CPC.): As partes sero notificadas deste despacho (art. s 253. e 259. do CPC.) e ainda para, em 15 dias: apresentar o alterarem os articulados, e interveno do ETAF). rol de testemunhas, requerem outras provas ou requerimentos probatrios que hajam feito nos requererem a gravao da audincia final ou a colectivo (art. 512. do CPC e art. 40., n. 2 do

Do despacho saneador proferido sem audincia preliminar podem as partes reclamar, apresentando as reclamaes no incio da audincia final (art. 508.-B, n. 2-ltima parte, do CPC.), e o despacho sobre elas.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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proferido apenas pode ser impugnado no recurso interposto da deciso final (art. 511., n. 3 do CPC.)

ROL DE TESTEMUNHAS

O rol de testemunhas pode ser alterado ou aditado, nos termos do disposto no art. 512.-A do CPC., at 20 dias antes da data em que se realize a audincia de julgamento, podendo a contraparte usar da mesma faculdade no prazo de cinco dias contados da notificao do pedido de alterao ou aditamento. Incumbir s partes a apresentao das testemunhas indicadas nessa alterao ou adicionamento. Assim, apresentado um requerimento de alterao ou aditamento do rol de testemunhas, dentro do mencionado prazo, dever o apresentante notificar a parte contrria e fazer juntar aos autos o documento comprovativo da data da notificao (art.s 229.-A e 260.-A do CPC.. Decorrido o prazo de cinco dias (art. 512.-A, n. 1 do CPC.), ser o processo concluso para deciso.

INSTRUO

A possibilidade de produzir prova antes de fixado o questionrio e at antes de ser proposta a aco (produo antecipada de prova) encontra-se garantida pelos art.s 520. e 521. do CPC.. Esta fase do processo - a instruo - destina-se produo das provas tendentes a demonstrar a realidade (existncia) dos factos deduzidos nos articulados e a fornecer ao juiz dados ou elementos necessrios para controlar a veracidade das correspondentes afirmaes das partes. Cabe, pois, analisar, ainda que sucintamente, a prova ou, dito de outra forma, os meios de prova.

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Meios de prova Definio legal: As provas tm por funo a demonstrao da realidade dos factos (art. 341. do Cd. Civil) Os meios legalmente admissveis para demonstrar quaisquer factos relevantes para a causa, ou meios de prova, podem ser classificados: 1. Prova por documentos (conceito art. 362. do CC.) Estes podem ser subdivididos em: Documentos autnticos (art. 363., n. 2 do CC.) - gozam da presuno de autenticidade, embora esta presuno possa ser ilidida por prova em contrrio, pela arguio da sua falsidade ou por conhecimento oficioso - cfr. arts. 371. e 372. do CC.. Documentos particulares - so os escritos ou assinados por qualquer pessoa privada; no gozam de presuno formal de autenticidade, embora possam vir a ser reconhecidos pela contraparte - cfr. art. 376. do CC..

1.1 Noticao dos documentos (art. 526. e 539. do CPC.) O regime processual da prova por documentos consta dos artigos 523. e seguintes do CPC., devendo ter-se especial ateno que dever ser sempre notificada a juno aos autos de documentos, quer juntos por iniciativa da parte, quer requisitados pelo tribunal (art.s 526. e 539. do CPC.). 2. Prova por confisso: Conceito: A confisso uma declarao de cincia pela qual uma pessoa reconhece a realidade de um facto que lhe desfavorvel e favorece a parte contrria (art. 352. do CC.)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Fora probatria: Confisso judicial - diz a lei que esta confisso produzida em juzo, quando escrita, faz prova plena contra o confidente (art. 358., n. 1 do CC.) - cfr. os art.s 355., n.s 1 e 2 e 356., n. 1 do CC., quanto confisso espontnea, e o n. 2 do art. 356. do CC., quanto confisso provocada em depoimento de parte ou em prestao de informaes ou esclarecimentos ao tribunal. Confisso extrajudicial - s quando for exarada em documento com fora probatria plena e for feita parte contrria ou a quem a represente, tem fora probatria plena (art. 358., n. 2 do CC.). Quando verbal, feita a terceiro ou constando de testamento, constitui uma prova de livre apreciao. Depoimento de parte - quando no resulte em confisso - um simples elemento probatrio a apreciar segundo o prudente critrio do julgador - prova livre. Os casos em que a confisso inadmissvel encontram-se referidos no art. 354. do CC..

3. Prova pericial Conceito: a prova destinada percepo ou apreciao de factos por meio de peritos, quando sejam necessrios conhecimentos especiais que os julgadores no possuem, ou quando os factos relativos a pessoas no devam ser objecto de inspeco judicial (art. 388. do CC.).

O regime processual da prova pericial, encontra-se regulado nos art.s 568. e seguintes do CPC.. A percia pode ser: requerida pela parte, que indicar logo, sob pena de rejeio, o respectivo objecto, enunciando as questes de facto que pretende ver esclarecidas (art. 577. do CPC.).

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ordenada oficiosamente pelo juiz, que indicar, no despacho determinativo da realizao da diligncia, o respectivo objecto, podendo as partes sugerir o alargamento a outras matrias (art. 579. do CPC.).

A percia requisitada pelo tribunal a estabelecimento, laboratrio ou servio oficial apropriado, ou realizada por um nico perito, nomeado pelo juiz. As percias podero ser realizadas por entidade terceira, contratada pelos estabelecimentos, laboratrios ou servios oficiais, desde que no tenham qualquer conexo com o objecto do processo ou com as partes. Ouvidas sobre a nomeao do perito, as partes podem sugerir quem deve realizar a diligncia; se houver acordo na identidade do perito, dever o juiz nome-lo, se no tiver razes para pr em causa a sua idoneidade ou competncia (art. 568. do CPC.). A percia pode ser realizada por mais de um perito, at ao nmero de trs, funcionando em moldes colegiais, se (art. 569. do CPC.): a) - For oficiosamente determinada pelo juiz PERCIA COLEGIAL b) - For requerida por alguma das partes, que deve indicar logo o respectivo perito.

Havendo acordo das partes na nomeao dos peritos, o juiz nomeia-os se no tiver razo para pr em causa a sua idoneidade ou competncia; no havendo acordo, cada uma das partes escolhe um perito e o juiz nomeia o terceiro. No caso de pluralidade de autores ou rus, se no houver acordo entre eles na indicao do perito, prevalece a designao da maioria; no chegando a formar-se maioria, a nomeao cabe ao juiz (art. 569. do CPC.). O perito pode ser condenado em multa ou destitudo pelo juiz, quando no desempenhe as funes de forma diligente (art. 570. do CPC.)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Quanto aos obstculos nomeao de peritos, veja-se os art.s 571. (aplicao aos peritos da regime de impedimentos e suspeies que vigora para os juizes) e segs. do CPC.. As partes so notificadas do despacho que ordena a realizao da percia, que nomeia os peritos e designa a data e o local do comeo da diligncia (art. 580. do CPC.). INCIO Salvo se forem funcionrios pblicos e intervierem nessa qualidade, os peritos prestam compromisso de cumprimento da funo, perante o juiz, se este assistir ao incio da diligncia, ou por escrito, no relatrio (art. 581. do CPC.). Notificado s partes o relatrio pericial, podem estas formular as suas reclamaes e requerer segunda percia. RELATRIO Atendidas as reclamaes, ou oficiosamente, o juiz pode determinar que o perito complete, esclarea ou fundamente, por escrito, o relatrio apresentado (art. 587. do CPC.). Oficiosamente ou a requerimento de qualquer das partes (estas no prazo de 10 dias a contar do conhecimento da primeira) pode o tribunal ordenar a realizao de segunda percia. SEGUNDA PERCIA segunda percia aplica-se o estabelecido para a primeira, com as seguintes alteraes: a)- No pode intervir perito que tenha participado na primeira; b)A segunda percia ser, em regra, colegial, excedendo o nmero de peritos em dois o da primeira, cabendo ao juiz nomear um deles (art. 590. do CPC.). 41

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Os peritos s sero notificados para comparecer na audincia final a requerimento das partes ou se oficiosamente ordenado pelo juiz, devendo os peritos de estabelecimentos, laboratrios ou servios oficiais ser ouvidos atravs de teleconferncia a partir do seu local de trabalho (art. 588. do CPC.). 4. Prova por inspeco:Noo: - Consiste no exame ou inspeco de coisas ou pessoas feita pelo juiz ou pelo tribunal colectivo (art. 612. do CPC.). Valor: - Os seus resultados so livremente apreciados (art. 391. do CC).

Este exame pode ter lugar em qualquer altura em que o juiz ou o tribunal colectivo, por sua iniciativa ou a requerimento de alguma das partes, o julguem conveniente (art. 612. do CPC). 5. Prova testemunhal: Admissibilidade: como regra, admitida sobre os factos que tenham sido articulados ou impugnados pela parte que a ofereceu (art.s 513. e 638., n. 1 do CPC. e 392. do CC.). As excepes a este princpio constam do art. 393. do CC.. Valor: livremente apreciado pelo tribunal (art.s 396. CC. e 655., n. 1 CPC.). Lugar da inquirio: o tribunal da causa (art. 623. do CPC.) vid as excepes a este princpio - art.s 624., 557. e 627. do CPC.. Quando se realiza a inquirio: normalmente na audincia de discusso e julgamento, presencialmente ou por teleconferncia (no caso de processos pendentes em tribunais sediados nas reas metropolitanas de Lisboa e Porto, no haver lugar a teleconferncia para audio de testemunhas residentes nas referidas reas).

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NOTA: Nos termos do art. 2. da Lei n. 44/91, de 2/8, a rea metropolitana de Lisboa compreende os concelhos de: Alcochete, Almada, Amadora, Azambuja, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Sesimbra, Setbal, Seixal, Sintra e Vila Franca de Xira. A rea metropolitana do Porto compreende os concelhos de: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Pvoa do Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia

As testemunhas podem, contudo, ser inquiridas antecipadamente. Sobre cada um dos factos que se prope provar, no pode a parte produzir mais de 5 testemunhas, e, cada uma das partes, no pode no total oferecer mais de 20, tendo-se por no escritos os nomes das que no rol ultrapassem este limite. Igual limitao se aplica aos RR. que apresentem a mesma contestao (art.s 632. e 633. do CPC.). Formalismo da inquirio: a) a inquirio faz-se pela ordem do rol, chamando-se primeiro as testemunhas do A. (art. 634. do CPC.); b) juramento (art.s 635., n. 1 e 559. do CPC.); c) interrogatrio preliminar (art. 635., n. 1 do CPC.); d) inquirio propriamente d