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Nucleossíntese estelar: À medida que o Universo foi arrefecendo e expandindo, os átomos formados pela nucleossíntese primordial aglomeraram-se em nuvens de gás (nebulosas ). Devido à força gravitacional, verificou-se a contração das nuvens de gás (nebulosas ), originando as protoestrelas. À medida que a matéria destas protoestrelas se comprime, a temperatura destas vai aumentando. Quando a temperatura atingiu no seu interior cerca de 10 a 15 milhões de kelvin, iniciaram-se as reações nucleares de fusão do hidrogénio. O interior da estrela chama-se núcleo, onde a temperatura é mais elevada. A energia, libertada da fusão de hidrogénio, propaga-se até à zona exterior. A estrela começa a brilhar. 4 1 1 H 4 2 He + 2 0 +1 e + E Por esta altura a agitação das partículas da estrela originam forças de pressão que tendem a expandi-la, contrariamente às forças gravitacionais que tendem a comprimi-la. À fase em que a estrela se mantém neste equilíbrio chama-se de fase principal da vida de uma estrela. Quando todo o hidrogénio se transforma em hélio, as forças que contrariam as forças gravitacionais deixam de existir, o núcleo da estrela contrai-se. Nesta fase a temperatura do coração da estrela aumenta de tal modo que permite a fusão do hélio, transformando-o em carbono e oxigénio. 3 4 2 He 12 6 C + E 4 2 He + 12 6 C 16 8 O + E

Nucleossíntese estelar e interestelar

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Apontamentos de Química 10º ano- Nucleossintesse

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Page 1: Nucleossíntese estelar e interestelar

Nucleossíntese estelar:

À medida que o Universo foi arrefecendo e expandindo, os átomos formados pela nucleossíntese primordial aglomeraram-se em nuvens de gás (nebulosas).

Devido à força gravitacional, verificou-se a contração das nuvens de gás (nebulosas), originando as protoestrelas.

À medida que a matéria destas protoestrelas se comprime, a temperatura destas vai aumentando. Quando a temperatura atingiu no seu interior cerca de 10 a 15 milhões de kelvin, iniciaram-se as reações nucleares de fusão do hidrogénio.

O interior da estrela chama-se núcleo, onde a temperatura é mais elevada. A energia, libertada da fusão de hidrogénio, propaga-se até à zona exterior. A estrela começa a brilhar.

411H

42He + 2

0+1e + E

Por esta altura a agitação das partículas da estrela originam forças de pressão que tendem a expandi-la, contrariamente às forças gravitacionais que tendem a comprimi-la. À fase em que a estrela se mantém neste equilíbrio chama-se de fase principal da vida de uma estrela.

Quando todo o hidrogénio se transforma em hélio, as forças que contrariam as forças gravitacionais deixam de existir, o núcleo da estrela contrai-se. Nesta fase a temperatura do coração da estrela aumenta de tal modo que permite a fusão do hélio, transformando-o em carbono e oxigénio.

342He

126

C + E

42He +

126

C 168

O + E

A energia libertada na fusão de hélio propaga-se a uma camada fina em volta do núcleo, aumentando a temperatura desta e levando à fusão do hidrogénio aí existente em hélio.

Também essa energia libertada é de tal ordem que faz expandir a camada exterior da estrela, rica em hidrogénio, e onde não ocorre nenhuma reação química.

Page 2: Nucleossíntese estelar e interestelar

Essa expansão faz diminuir a temperatura da parte mais superficial da estrela, que assume um aspeto avermelhado: transforma-se numa gigante vermelha.

O que se passa a seguir depende da massa inicial da estrela. Se a sua massa inicial for inferior ou igual a 8 vezes a massa do Sol (M ≤ 8M0), enquanto no núcleo da estrela se finalizam as reações nucleares de produção de carbono e oxigénio, é ejetado um vento rápido de matéria e energia para o involucro exterior, que por sua vez é empurrado para o espaço, formando as nebulosas planetárias.

No coração da estrela esgota-se o hélio e acabam-se as reações de fusão nuclear: a estrela entra em agonia. O núcleo da estrela começa a contrair-se por ação da gravidade, aumentando de temperatura e densidade.

Os núcleos e os eletrões existentes no interior da estrela, muito próximos e muito quentes, exercem uns sobre os outros forças de pressão cada vez maiores. Estas forças de pressão equilibram a força gravitacional. O núcleo da estrela para de se contrair. Forma-se uma anã-branca, que sem combustível nuclear irá arrefecendo, emitindo cada vez menos luz, transformando-se num resíduo estelar frio e sem brilho (Anã castanha).

Para estrelas M ≥ 8M0, quando todo o hélio no coração da estrela é consumido, este contrai-se e reaquece. A energia libertada é suficiente para que o carbono e o oxigénio se fundam, produzindo, respetivamente, néon e magnésio, e silício e enxofre.

Quando estes elementos se esgotarem, o núcleo da estrela volta a contrair-se, tendo início uma nova fase de fusão nuclear, transformando o silício e o enxofre em ferro.

À medida que no coração da estrela se produz fero, as reações nucleares prosseguem nas camadas exteriores, que se expandiram devido à energia propagada a partir do interior – fase de supergigante vermelha.

A energia libertada não é suficiente para que se de a fusão do ferro, as reações nucleares param. A partir desse momento, o coração da estrela (ferro) colapsa rapidamente devido à força da gravidade, libertando grandes quantidades de energia que atingem brutalmente as camadas exteriores, aquecendo-as e empurrando-as pelo espaço, a velocidades elevadas, numa descomunal explosão, formando-se uma supernova.

Devido às elevadas temperaturas, dão-se novas reações nucleares no envelope gasoso, em expansão, onde se produzem os elementos mais pesados, do ferro ao urânio.

Page 3: Nucleossíntese estelar e interestelar

Os resultados destes violentos acontecimentos são um resíduo estelar compacto de ferro e um involucro gasoso em expansão rápida, que comprime e penetra o meio interestelar.

O destino deste resíduo depende da sua massa inicial.

Para estrelas 8M0 ¿ M ¿ 25M0, a compressão cada vez maior de resíduo leva a que os núcleos colidam e se desagreguem. Os protões transformam-se em neutrões, dando origem a uma esfera. Atinge-se um equilíbrio entre as forças de pressão dos neutrões e a força de gravidade. O que resta do núcleo da estrela torna-se uma estrela de neutrões ou pulsar.

Para estrelas 8M0 ¿ M ¿ 25M0, o resíduo estelar torna-se ainda mais denso do que o pulsar, um estado de matéria mais condensado, com uma força de gravidade tão elevada que nenhuma força interior a consegue compensar. Desta estrela em agonia nada escapa, nem mesmo a luz. Forma-se um buraco negro.

Nucleossíntese interestelar

Os raios cósmicos- que são protões e/ou eletrões movimentam-se a grande velocidade. Estes protões e eletrões provêm das explosões das supernovas e de outros violentos fenómenos cósmicos.

Estas partículas colidem com elementos existentes no espaço interestelar, dividindo e originando elementos leves, antes inexistentes- o lítio-6 (3

6Li), o berílio e o boro- e completando, assim, a formação dos elementos químicos.

Este processo de génese dos elementos químicos chama-se Nucleossíntese no meio interestelar.

90%

8%

Page 4: Nucleossíntese estelar e interestelar

Abundância relativa dos elementos no Universo

HHeRestantes

2%