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FASE DE IMPACTO E PROGRESSO Número 1 . Setembro de 2010 (Reimpressão) Financiamento E Utilização De Recursos Para O Combate À Malária: A Primeira Década Da Campanha Roll Back Malaria

Número 1 . Setembro de 2010 (Reimpressão) Financiamento e … · ACrónimos ACT Terapia combinada à base de artemisina AFRO Escritório regional da OMS para África AID Associação

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Fase de Impacto e progressoNúmero 1 . Setembro de 2010 (Reimpressão)

Financiamento e Utilização de recursos para o combate À malária: a primeira década da campanha roll Back malaria

Secretariat hosted by WHO Avenue Appia 20, 1211 Geneva 27, Switzerland www.rollbackmalaria.org [email protected] Tel. +41 22 791 5869 Fax +41 22 791 1587

ISBN 978 92 4 8599 16 3

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© 2011 Organização Mundial da Saúde em nome do Roll Back Malaria Partnership SecretariatTodos os direitos reservados. As publicações da Organização Mundial da Saúde podem ser obtidas através do departamento WHO Press, World Health Organization, Avenue Appia 20, 1211 Geneva 27, Suíça (tel.: +41 22 791 3264; fax: +41 22 791 4857; e-mail: [email protected]). Pedidos de permissão para a reprodução ou tradução de publicações da OMS – quer para venda quer para distribuição não comercial – devem ser dirigidos a WHO Press, na morada referida acima (fax: +41 22 791 4806; e-mail: [email protected]). Algumas fotografias estão sujeitas a taxas de licenciamento e podem não ser livremente reproduzidas; todas as questões relativas a fotos deverão ser endereçadas ao Roll Back Malaria Partnership Secretariat na morada indicada abaixo.As designações utilizadas e a apresentação do material constante desta publicação não implicam a expressão de qualquer opinião por parte da Organização Mundial da Saúde, do Roll Back Malaria Partnership Secretariat ou de qualquer dos seus parceiros individuais no que se refere ao estatuto legal de qualquer país, território, cidade ou área ou às respectivas autoridades ou relativamente à delimitação das suas fronteiras ou limites territoriais. As linhas tracejadas nos mapas, onde existam, representam linhas de fronteira aproximadas, sobre as quais possa não existir ainda um acordo total.Os dados financeiros fornecidos neste relatório foram compilados entre Novembro de 2009 e Janeiro de 2010 (inclusive). Devido à actualização constante da informação financeira por parte das entidades financiadoras, alguns números neste relatório poderão ter sofrido alterações durante este intervalo de tempo; nem todos os números estão ajustados a uma única data. Tais alterações são geralmente pouco significativas e não afectam, à data da publicação, o quadro geral do apoio de financiamento ao esforço Roll Back Malaria ao longo desta última década. Todos os montantes incluídos no relatório referem-se a dólares americanos (USD).A menção ou o facto de aparecerem em fotografias determinados fabricantes e/ou os respectivos produtos não implica que sejam endossados ou recomendados pela Organização Mundial da Saúde, pelo Roll Back Malaria Partnership Secretariat ou por qualquer dos seus parceiros individuais como preferência relativamente a outros de natureza semelhante. Embora tenham sido envidados todos os esforços para garantir a exactidão, a informação constante desta publicação é distribuída sem qualquer tipo de garantia, expressa ou implícita. Em caso algum poderão a Organização Mundial da Saúde, o Roll Back Malaria Partnership Secretariat ou qualquer um dos seus parceiros individuais ser responsabilizados por quaisquer danos incorridos em resultado da sua utilização. Apenas os autores identificados são responsáveis pelos pontos de vista expressos nesta publicação.Créditos relativos a fotografias | Capa e páginas 15, 19, 27, 35, 46, 53, 55, 57, 59, 73: © Bonnie Gillespie/Johns Hopkins University | p. 5: © John Brown/mondolibrary | p. 6: © Les Stone/Sygma/Corbis | p. 8: © Georgina Goodwin & Vestergaard Frandsen | p. 10: © Yann Arthus-Bertrand/Corbis | pp. 13, 23: © David Jacobs | p. 16: © Ann Johansson/Corbis | p. 21: © JGI/Jamie Grill/Blend Images/Corbis | p. 24: © Howard Davies/Corbis | p. 28: © Thomas Lee/mondolibrary | pp. 38, 67: © Ron Haviv | p. 43: © Thomas Omondi/mondolibrary | p. 45: © Pascal Deloche/Godong/Corbis | p. 63: © Vestergaard Frandsen | p. 65: © Steven Vidler/Eurasia Press/Corbis | p. 69: © Andy Aitchison/Corbis | p. 75: © Pallava Bagla/Corbis | p. 77: © William Campbell/Corbis | p. 78: © Charles & Josette Lenars/Corbis | p. 81: © Richard T. Nowitz/Corbis | pp. 83, 85, 87, 89, 91, 93, 95: © Visuals Unlimited/CorbisPedidos de informação | Roll Back Malaria Partnership Secretariat | Hosted by the World Health Organization | Avenue Appia 20 | 1211 Geneva 27 | Suíça | Tel.: +41 22 791 5869 | Fax: +41 22 791 1587 | E-mail: [email protected] de messaggio studios | Impresso por natura print

Dados de catalogação em publicação da Biblioteca da OMS

Financiamento e utilização de recursos para o combate à malária: A primeira década da campanha Roll Back Malaria.

1. Malária - prevenção e controlo. 2. Malária - terapêutica. 3. Financiamento, da saúde. 4. Avaliação do programa. 5. Cooperação internacional. I. Parceria global com o programa Roll Back Malaria. II. Johansson, Emily White. III. Cibulskis, R. E. IV. Steketee, Richard W.

ISBN 978 92 4 859916 3 (NLM classification: WC 765)

ConteúdoAcrónimos ..................................................................................................................................................................4

Agradecimentos ........................................................................................................................................................7

Prefácio ......................................................................................................................................................................9

Sumário executivo ..................................................................................................................................................11Pontos-chave�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������14

I. Introdução .............................................................................................................................................................17 Caixa�1:�Enquadramento�para�o�financiamento�do�controlo�da�malária����������������������������������������������������20Caixa�2:�Fontes�de�informação�e�Métodos�de�análise�����������������������������������������������������������������������������������22

II. Necessidades de financiamento para o controlo da malária .....................................................................25

III. Fontes de financiamento e distribuições do mesmo para o controlo da malária...................................29

IV. Gestão e utilização do financiamento para o controlo da malária............................................................39

V. Colocar o dinheiro em prática: Avaliação de 12 países (África) .................................................................47

VI. Conclusões e questões futuras ......................................................................................................................79

Referências ..............................................................................................................................................................82

Anexo 1. Notas técnicas ........................................................................................................................................84

Anexo 2. Carga global da malária.........................................................................................................................90

Anexo 3. Intervenções para o controlo da malária ...........................................................................................92

Anexo 4. Antecipar o financiamento futuro ........................................................................................................94

conteúdo

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ACrónimos ACT Terapia�combinada�à�base�de�artemisina

AFRO Escritório�regional�da�OMS�para�África

AID� Associação�Internacional�de�Desenvolvimento�(Grupo�do�Banco�Mundial)

AMRO Escritório�regional�da�OMS�para�as�Américas

CAD Comité�de�Ajuda�ao�Desenvolvimento�da�OCDE

CQ Cloroquina

DHS Inquérito�Demográfico�e�de�Saúde

EFR Enhanced�Financial�Reporting—um�sistema�de�elaboração�de�relatórios�financeiros�do�Fundo�Mundial

EMRO Escritório�regional�da�OMS�para�o�Mediterrâneo�Oriental

EURO Escritório�regional�da�OMS�para�a�Europa

GAVI Aliança�Global�para�a�Vacinação�e�a�Imunização

GFATM Fundo�Global�de�Luta�contra�a�Sida,�a�Tuberculose�e�a�Malária

GMP Programa�Global�de�Luta�contra�a�Malária

IHME Instituto�de�avaliação�e�estatística�em�saúde,�Universidade�de�Washington

IPTp IPT�para�mulheres�grávidas

IPTi IPT�para�crianças

IRS Pulverização�residual�no�interior�de�edifícios�(com�insecticidas)

ITNs Rede�mosquiteira�tratada�com�insecticidas

LLIN Rede�mosquiteira�tratada�com�insecticidas�de�longa�duração

MERG Grupo�de�Referência�para�a�Avaliação�e�Monitorização

MICS Inquérito�de�Grupos�de�Múltiplos�Indicadores

MIS Inquérito�de�Indicadores�da�Malária

NMCP Programa�Nacional�de�Controlo�da�Malária

OCDE Organização�para�a�Cooperação�e�Desenvolvimento�Económico

ODMs Objectivos�de�Desenvolvimento�do�Milénio

OMS Organização�Mundial�da�Saúde

OPS Organização�Pan-Americana�da�Saúde

PPR Por�pessoa�em�risco

RBM Roll�Back�Malaria

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SEARO Escritório�regional�da�OMS�para�o�Sudeste�Asiático

SP Sulfadoxina-pirimetamina

SPR Taxa�de�positividade�de�lâminas

SUFI Expansão�do�impacto

TDR Teste�de�diagnóstico�rápido�

TPI Tratamento�preventivo�intermitente

UNICEF Fundo�das�Nações�Unidas�para�a�Infância

USAID� Agência�dos�Estados�Unidos�para�o�Desenvolvimento�Internacional

US-PMI Iniciativa�Presidencial�dos�Estados�Unidos�da�América�contra�a�Malária

VIH Vírus�da�imunodeficiência�humana�adquirida

WPRO Escritório�regional�da�OMS�para�o�Pacífico�Ocidental

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todas as informações críticas para a compilação deste relatório foram obtidas através das seguintes organizações e indivíduos: Fundo Global de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária—Musoke J. Sempala, Ryuichi komatsu e Daniel Low-Beer; o Banco Mundial—Shilpa Challa e John Paul Clark; Iniciativa Presidencial dos Estados Unidos da América contra a Malária—René Salgado, Trent Ruebush, Bernard Nahlen, Sonali korde e Julie Wallace, assim como os seus colegas Lisa Hare, Paula Ginchereau, Paul Stannard e Lourdes Loch-Martinez. Agradecemos a Thomas Eisele e David Larsen da Universidade de Tulane pelo trabalho desenvolvido na ferramenta Lives Saved e ainda a Simon Hay do Malaria Atlas Project (Universidade de Oxford) pela elaboração de mapas do risco e impacto da malária.

Os seguintes indivíduos levaram a cabo a revisão do relatório e prestaram uma assistência e feedback importantes: kent Campbell, John Paul Clark, Duncan Earle, Ryuichi komatsu, Daniel Low-Beer, Bernard Nahlen, Robert Newman e Tessa Wardlaw. O apoio à edição e revisão final foi dado por Cristina Herdman, Laura Newman, Manny Lewis (MACEPA) e Shelley Minden (consultora da PATH).

Agradecemos às pessoas que se seguem pelo seu apoio administrativo e pelo trabalho desenvolvido na concepção, esquematização, formatação e produção do documento: James J. Banda, Laurent Bergeron, Marina Gavrioushkina, Elodie Genest, Bonnie Gillespie, Lauren Ptito Anderson, Michel Smitall, Prudence Smith, Christelle Thomas e Regina Ungerer.

Este trabalho foi desenvolvido sob os auspícios da Parceria Roll Back Malaria (RBM) como parte da avaliação do progresso relativamente aos objectivos de 2010. O Comité de Supervisão da Parceria RBM para este e outros relatórios inclui Suprotik Basu, Valentina Buj, Alan Court, Gabrielle Fitzgerald, Bonnie Gillespie, Daniel Low-Beer, Joanne Manrique, Robert Newman, Maryse Anne Pierre-Louis, Jessica Rockwood e Thomas Martin Teuscher.

O financiamento para o desenvolvimento e produção deste relatório foi disponibilizado pela Fundação Bill e Melinda Gates e pelo Fundo Global de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária.

AgrAdecimentos

AgrAdeCimentosEste� relatório� foi� redigido� por� Emily� White� Johansson� (Fundo� das� Nações� Unidas� para� a� Infância�[UNICEF]),�Richard�Cibulskis� (Organização�Mundial�da�Saúde�[OMS])�e�Richard�Steketee�(Parceria�de�Controlo�e�Avaliação�da�Malária�em�África� [MACEPA],�um�programa�da�PATH)��Apesar�de�este�relatório�ter�beneficiado�consideravelmente�do�feedback�dado�pelos�indivíduos�nomeados�abaixo,�a�responsabilidade�final�do�conteúdo�é�dos�respectivos�autores�

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Os países que estão neste momento a implementar planos com base em evidências para reforçar rapidamente as intervenções de controlo da malária estão a salvar vidas. O último Relatório Mundial da Malária de 2009 da OMS evidenciou o elevado impacto das intervenções de controlo nos casos e mortes relacionadas com a malária numa lista infindável de países em África, na Ásia e na América Latina. A UNICEF registou igualmente um declínio constante na mortalidade infantil ao longo da última década, realçando a importante contribuição do controlo da malária para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Actualmente, em 2010 - prazo limite estabelecido a nível internacional para disponibilizar um acesso universal à prevenção, diagnóstico e tratamento da malária e para reduzir para metade as mortes por malária - temos motivos para estarmos optimistas. Este ano temos de demonstrar o caminho que já se percorreu e o que ainda é necessário percorrer para concretizar as promessas dos Chefes de Estado africanos, expressas na Declaração de Abuja de 2000 e reforçadas pelo apelo do Secretário-Geral das Nações Unidas para uma cobertura universal.

Financiamento e utilização de recursos para o combate à malária foi o primeiro relatório a ser publicado como parte da Fase de Impacto e Progresso da RBM de 2010-2011. Este relatório apresenta gráficos relativamente ao aumento do financiamento externo para o controlo da malária nos últimos 10 anos em 12 países africanos, demonstrando claramente que o financiamento sustentável e fiável é fundamental para salvar vidas.

Este investimento, por parte do Fundo Global de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária, da Iniciativa Presidencial dos Estados Unidos da América contra a Malária, do Programa de Reforço do Banco Mundial e de outras entidades, resultou

não só numa diminuição drástica do número de mortes e de casos de doenças relacionadas com a malária, mas também numa melhoria considerável da compreensão do que é necessário para controlar a malária. A Parceria RBM aplaude estes compromissos de financiamento e os países que têm vindo a utilizar estes recursos de forma sensata, responsável e célere.

à medida que continuamos a avaliar comparativamente o progresso, país a país, com vista à erradicação da malária, é crucial que as entidades de financiamento mundiais não diminuam o seu empenho no controlo da malária face aos resultados positivos de um trabalho bem feito. O financiamento mundial actual é inferior a um terço do valor necessário para abranger todos os recursos necessários para o controlo total da malária. Num ambiente económico conturbado com novas prioridades mundiais, existem muitas reivindicações sobre os recursos disponíveis. Para maximizar o retorno do investimento na luta contra a malária e para manter as conquistas globais registadas no domínio da saúde até à data, é preciso aumentar, e não diminuir, o apoio. Se continuarmos a percorrer este caminho, conseguiremos alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até ao ano 2015.

O Plano Mundial de Acção contra a Malária, desenvolvido pela Parceria RBM em 2008, está a orientar os investimentos para que haja uma continuidade que passa por potenciar o impacto desta parceria conduzindo a um controlo e eliminação sustentáveis, sendo o objectivo final a erradicação da malária. Ao tentarmos colmatar a actual falta de financiamento e ao ajudarmos os países a implementarem os seus próprios planos de acção, podemos, conjuntamente, fazer com que a malária seja um problema do passado.

Professora�Awa�Marie�Coll-Seck�Directora�Executiva�da�Parceria�RBM

prefácio

prefáCioO�lançamento�da�Parceria�Roll�Back�Malaria�(RBM)�há�cerca�de�uma�década�iniciou�uma�nova�fase�na�luta�contra�a�malária�–�uma�fase�em�que�se�optou�por�um�acção�colectiva�coordenada�em�detrimento�da�fragmentação�e�duplicação�–�transformando�o�panorama�mundial�da�malária��

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A Parceria Roll Back Malaria (RBM) definiu o objectivo de reduzir para metade a carga da malária entre 2000 e 2010 e, à medida que os países trabalham para atingir esta meta, a comunidade global está também concentrada no impacto da redução da carga da malária como um componente-chave para alcançar vários Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: Objectivos 1 (redução da pobreza), 4 (redução da mortalidade infantil) e 6 (redução de doenças específicas, incluindo a malária). O Plano Global de Acção contra a Malária (GMAP, aprovado em 2008) clarificou de forma acrescida os objectivos e as metas da RBM, quantificando também o investimento necessário para alcançar esses objectivos; os custos de apoio ao programa foram estimados em aproximadamente $5–$6 mil milhões por ano, para a próxima década, sofrendo posteriormente alguma redução.

A assistência ao desenvolvimento global da saúde quadruplicou, em termos reais, nas últimas duas décadas, verificando-se aumentos substanciais no apoio à luta contra a malária entre 2003 e 2009. Estima-se que o financiamento público da assistência à saúde constituiu, em média, dois terços da assistência à saúde

total verificada durante este período. Novas iniciativas público-privadas, incluindo o Fundo Global de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária (Fundo Global), têm sido responsáveis por uma assistência à saúde mais alargada e partilhada. Reconhecendo o grande potencial das intervenções eficazes contra a malária para melhorar acentuadamente a saúde e a sobrevivência infantil e materna, o Programa de Reforço da Luta contra a Malária do Banco Mundial e a Iniciativa Presidencial dos Estados Unidos da América contra a Malária (US-PMI) têm vindo a garantir um apoio adicional substancial na luta contra a malária.

Entre 2003 e 2009, 81 das 108 nações endémicas da malária gastaram os seus próprios recursos governamentais e receberam apoio financeiro da comunidade mundial em virtude do seu trabalho de controlo da malária. Apesar de mais de 40 países, 10 fundações, empresas e organizações providenciarem este apoio financeiro externo, a grande maioria do financiamento para o controlo da malária é proveniente de apenas três fontes: do Fundo Global (com base em contribuições de inúmeras nações, fundações e organizações privadas), do Banco Mundial e da US-PMI.

sumárioexecutivo

sumário exeCutivoNo�final�da�primeira�década�de�existência�da�Parceria�Roll�Back�Malaria,�a�carga�global�da�malária�permanece� elevada,� afectando� desproporcionalmente� as� crianças� e� mulheres� grávidas� que� vivem�na�África�Subsaariana��No�entanto,�estão�a�ser� feitos�progressos�significativos�em� inúmeros�países�endémicos� da� malária�� O� investimento� em� intervenções� altamente� eficazes,� incluindo� a� prevenção�(redes�mosquiteiras�tratadas�com�insecticidas�[ITNs],�pulverização�residual�de�insecticidas�no�interior�dos� edifícios� [IRS]� e� o� tratamento� preventivo� intermitente� na� gravidez� [TPIg]);� o� diagnóstico� (uso�alargado�do�microscópio�e�testes�de�diagnóstico�rápido�[TDR])�e�o�tratamento�altamente�eficaz�com�medicamentos�antimaláricos,�mais�especificamente�a�terapia�combinada�à�base�de�artemisina�(ACT),�está�a�resultar�num�progresso�visível�numa�série�de�países��

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As contribuições de financiamento externas para a luta contra a malária não têm precedentes – aproximadamente $4,6 mil milhões entre 2003 e 2009—tendo as contribuições anuais estabilizado recentemente em cerna de $1,6 mil milhões por ano, para o período de 2008-2010. Dependendo da fonte de financiamento, as contribuições podem reflectir-se em valores anuais (por exemplo, o financiamento da US-PMI é aprovado anualmente) ou por períodos de cinco anos, no máximo (por exemplo, o Fundo Mundial concede normalmente um subsídio que cobre um período de financiamento de cinco anos). Assim, as contribuições actuais ou os pedidos aprovados incluem algum dinheiro que estará disponível até 2014.

Os gastos e despesas dos fundos para o controlo da malária têm sido utilizados de forma oportuna e face às necessidades. Existe um intervalo de tempo típico (aproximadamente 1 a 1,5 anos) para a discussão das necessidades, dos procedimentos de aplicação, negociações, contribuições/aprovações e distribuição dos fundos. Experiências recentes em alguns países mostram geralmente que, assim que o financiamento é recebido, verifica-se uma utilização oportuna com a aquisição imediata dos materiais necessários, sendo estes distribuídos pouco tempo depois da recepção dos fundos. Em África, grande parte do apoio financeiro é distribuído equilibradamente pela prevenção (42%) e pelo tratamento (38%), com os restantes cerca de 20% a serem aplicados na gestão do programa de apoio e no reforço dos sistemas. Fora de África, o equilíbrio entre a prevenção e o tratamento é frequentemente mantido, porém, em proporções inferiores, sendo feito um investimento externo superior na gestão do programa e no reforço dos sistemas.

Existe uma variabilidade elevada ano após ano nos investimentos actuais no que diz respeito às despesas por população em risco. Isto faz com que seja mais difícil para os países estabelecerem os ciclos de planeamento e implementação eficazes necessários para, ao longo do tempo, suportarem e aumentarem os seus esforços para o controlo da malária a uma larga escala.

O investimento feito até à data teve um impacto dramático. Uma análise aprofundada de 12 nações africanas, sobre as quais existem informações de base recentes e mais antigas baseadas na população sobre a abrangência e a carga da intervenção, mostra que os países com gastos ainda mais modestos por pessoa foram capazes de efectuar um progresso substancial no reforço da abrangência da intervenção e na redução coincidente da morbilidade e mortalidade.

Infelizmente, os países que gastam menos nos produtos básicos para o controlo da malária também alcançam menos resultados, como já seria de esperar. Estima-se que só nos 12 países analisados foram salvas aproximadamente 384 000 crianças entre 2000 e 2009, devido ao reforço das medidas de prevenção da malária (ITNs e TIPg). Estes dados também sugerem que se estes 12 países atingissem uma abrangência da prevenção de 80% em 2010, poderiam ser salvas mais 217 000 vidas no ano seguinte. Em resumo, o investimento na luta contra a malára salva vidas, reduz o número de doenças, especificamente em mulheres e crianças, e faz com que as populações sejam mais saudáveis e mais produtivas. Apesar de isto se tratar de informação recente, as descobertas dos benefícios são substancialmente consistentes em vários países e cenários, sugerindo que a aplicação do pacote completo das intervenções contra a malária está a alcançar o benefício esperado através dos programas nacionais.

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Permanecem por resolver os seguintes problemas críticos:

•�Apesar�de�o�financiamento�actual�estar�a�funcionar,�este�representa�menos�de�25%�do�valor�necessário�estimado�

•�O�crescimento�recente�dos�níveis�de�financiamento�tem�agora�de�ser�acompanhado�com�a�aplicação�de�mecanismos�que�assegurem�o�financiamento�estável,�de�forma�a�fornecer�uma�fundação�firme�para�o�planeamento�de�cada�país,�levando�à�conclusão�de�acções�de�reforço�do�programa�e�a�acções�de�programas�sustentáveis�

•�O�apoio�financeiro�deve�responder�às�variações�das�necessidades�entre:

a���Países�com�uma�elevada�carga�histórica�(muitos�deles�são�em�África)�e�as�suas�acções�para�responder�às�doenças�e�mortes�relacionadas�com�a�malária�(muitas�das�quais�em�África)�e

b���Países�com�uma�carga�inferior�(a�sua�maioria�fora�de�África)�e�as�suas�acções�para�responderem�aos�restantes�casos�de�transmissão�malária�com�vista�à�sua�erradicação�

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pontos-chave1�� �A� malária� contribui� enormemente� para� a�

morbilidade� e� mortalidade� entre� crianças� e�mães,� tendo� sido� claramente� identificada�como� uma� doença� da� pobreza;� a� malária�tem� maior� impacto� nas� populações� mais�pobres� em� países� endémicos� e� contribui�directamente�para�a�pobreza��

2�� �As� necessidades� de� financiamento�globais� para� o� controlo� da� malária� foram�identificadas� e� caracterizadas� no� Plano�Global� de� Acção� contra� a� Malária� (GMAP),�em� 2008,� e� estima-se� que� sejam,� num�futuro� próximo,� necessários� $5–6� mil�milhões�por�ano�para�suportar�os�custos�de�implementação�dos�programas��

3�� �O� financiamento� globalmente� disponível�para� o� controlo� da� malária� aumentou�substancialmente� desde� 2003�� Os�compromissos� globais� de� financiamento� e�os�gastos�nos�países�endémicos�da�malária�começaram�em�2003�e,�quer�o�Programa�de�Reforço�da�Luta�contra�a�Malária�do�Banco�Mundial� em� África,� quer� a� US-PMI� foram�lançados� apenas� em� 2006�� No� período� de�seis� anos� compreendido� entre� 2003� e� 2009,�aproximadamente� $4,6� mil� milhões� de� ajuda�financeira�externa�foram�canalizados�para�o�controlo�da�malária;�as�contribuições�globais�de�financiamento�para�o�controlo�da�malária�parecem� estar� a� crescer� $1,6� mil� milhões�por� ano� (aproximadamente� 25%� do� valor�necessário�estimado)��

4�� �A� maioria� dos� recursos� financeiros� externos�para� o� controlo� da� malária� provém� do� Fundo�Global� (70%� das� contribuições� efectuadas�no� período� de� 2003–2009),� da� US-PMI� (15%�das� contribuições)� e� do� Banco� Mundial� (8%�das� contribuições)�� Os� restantes� 7%� das�contribuições� de� financiamento� provêm�de� aproximadamente� 18� países� e� várias�agências,� como� financiamento� bilateral�� O�financiamento�externo�adicional�ao�sector�da�saúde�apoia,�sem�dúvida�alguma,�os�sistemas�que� promovem� o� controlo� da� malária� (assim�como�algum�do�financiamento�para�o�controlo�da� malária� ajuda� a� reforçar� os� sistemas�de� saúde),� mas� não� é� especificamente�

designado� por� financiamento� para� a� luta�contra� a� malária�� Os� países� endémicos� da�malária�estão�extremamente�dependentes�do�apoio� externo�do�Fundo�Global,�da�US-PMI�e�do�Banco�Mundial�*

5�� �O�financiamento�externo�para�o�controlo�da�malária� está� a� ser� eficientemente� utilizado,�sendo�aplicado�oportunamente�e�alcançando�resultados:

a���Aproximadamente�85%�do�financiamento�externo�é�canalizado�para�a�região�de�África,�que�representa�cerca�de�90%�das�mortes�mundiais�devido�à�malária�

b���O�financiamento�apoia�um�conjunto�razoável�de�acções�nas�áreas�da�prevenção,�tratamento,�reforço�dos�sistemas�e�apoio�aos�programas�

c���Os�países�conseguem�utilizar�o�financiamento�externo�para�o�controlo�da�malária�de�forma�eficaz�e�relativamente�rápida�—�em�média,�mais�de�80%�dos�fundos�são�gastos�no�período�de�um�ano�após�serem�disponibilizados�

6�� �Uma� análise� dos� dados� relativos� a� 12� países�africanos� suportam� a� afirmação� de� que� o�financiamento�externo�é�utilizado�eficazmente,�demonstrando�ainda�que:

a���As�ligações�casuais�entre�a�aprovação�de�financiamento�externo�para�o�controlo�da�malária�e�a�abrangência�da�intervenção�estão�bem�comprovadas�(aprovação��compromisso��desembolso��despesa�do�país��maior�abrangência�da�intervenção)��Por�exemplo,�logo�após�a�aquisição�das�ITNs,�estas�foram�rapidamente�distribuídas�aos�agregados�familiares,�aumentando�assim�a�abrangência�do�controlo�

b���As�contribuições�e�os�desembolsos�dos�financiadores�e�as�despesas�do�país�na�compra�de�ITNs�e�ACTs�possuem�ainda�uma�variabilidade�elevada�ano�após�ano,�sendo�que�esta�variabilidade�constitui�um�desafio�para�o�planeamento�sistemático�do�programa�

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c���Muitas�vidas�foram�salvas��Relativamente�aos�12�países�africanos�(descritos�em�detalhe�neste�relatório)�com�documentação�recente�do�progresso,�estimamos�que�entre�2000�e�2009,�aproximadamente�384�000�crianças�foram�salvas�devido�ao�reforço�das�intervenções�de�prevenção�(ITN�e�TPIg)��Se,�em�2010,�a�comunidade�RBM�conseguir�aumentar�a�abrangência�da�prevenção�em�80%�nestes�12�países,�estima-se�que�podem�ser�salvas�mais�217000�vidas�no�ano�seguinte��

7�� �Apesar�de�se�verificar�um�aumento� recente�do�financiamento�para�o�controlo�da�malária,�o�financiamento�actual�disponível�está�muito�aquém� do� necessário,� sendo� que� o� valor�disponível�pode�estar�a�aumentar�a�este�nível�insuficiente��

8�� �Nos� locais� onde� se� verificaram� progressos,�os� esforços� substanciais� da� comunidade�RBM� para� reforçar� a� abrangência� do�tratamento� e� da� prevenção,� com� especial�ênfase� nas� mães� e� crianças� que� vivem� em�África,� levaram� a� reduções� significativas�da� morbilidade� e� da� mortalidade�� Este�progresso� ocorreu� em� países� que� atraíram�um� financiamento� substancial�� Com� um�

crescimento� contínuo� do� financiamento� e�dos� investimentos� na� luta� contra� a� malária�em� países� com� cargas� elevadas,� esta� é�uma� clara� oportunidade� para� ajudar� os�países� a� alcançarem� alguns� dos� Objectivos�de� Desenvolvimento� do� Milénio� —para� o�Objectivo�1�(pobreza),�Objectivo�3�(igualdade�de� género� e� emancipação� das� mulheres),�Objectivo�4�(redução�da�mortalidade�infantil),�Objectivo� 5� (melhoria� da� saúde� materna)� e�Objectivo�6�(redução�de�doenças�específicas,�incluindo� a� malária);� sem� este� apoio� não�conseguiremos� alcançar� estes� objectivos,�especialmente�em�África�

9�� �Tendo� em� conta� os� substanciais� benefícios�documentados� e� a� importância� contínua� de�manter� e� aumentar� o� progresso� no� que� diz�respeito�ao�controlo�da�malária,�os�parceiros�RBM� devem� urgentemente� assegurar� que�o� compromisso� do� financiamento� global�externo� para� a� luta� contra� a� malária� não�diminua�face�aos�resultados�de�um�trabalho�bem� feito,� mas� que� aumente� para� ajudar� a�abordar� as� necessidades� existentes� e� os�recursos�necessários�para�o�controlo�total�da�malária�� Nesta� última� década,� a� prevenção�e� o� controlo� da� malária� têm� estado� entre�os� melhores� investimentos� efectuados� na�saúde�mundial�

*�De�salientar�que�famílias�e�governos�nacionais�também�gastam�somas�substanciais�em�prevenção�e�tratamento�da�malária;�no�entanto,�as�informações�relativas�a�estes�gastos�não�são�completas,�pelo�que�este�relatório�se�centra�em�tendências�no�auxílio�financeiro�externo�para�programas�de�controlo�da�malária�

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A assistência ao desenvolvimento mundial da saúde quadruplicou, em termos reais, entre 1990 e 2007 com um aumento gradual inicial ao longo do ano de 2001 e com aumentos significativos de 2002 a 2008.8-11 Estima-se que o financiamento público da assistência à saúde constituiu, em média, dois terços da assistência à saúde total verificada durante esse período. Novas iniciativas público-privadas, incluindo o Fundo Global de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária (GFATM) e a Aliança Global para a Vacinação e a Imunização (GAVI) têm sido responsáveis por uma assistência à saúde alargada e partilhada, desde 2002.8,9

A assistência ao desenvolvimento da luta contra a malária também aumentou substancialmente, principalmente desde 2002 até ao presente. O ímpeto para este crescimento começou com o início do Fundo Global (2002) e com adições substanciais do Banco Mundial e da Iniciativa Presidencial dos Estados Unidos da América contra a Malária (US-PMI), tendo as contribuições destes últimos começado essencialmente em 2006.

Estas alterações no financiamento global da saúde e da malária coincidiram praticamente

com o desenvolvimento da iniciativa Roll Back Malaria (RBM), no final do ano de 1998.12 Ou seja, apesar de a iniciativa RBM ter-se encetado antes do aumento considerável do financiamento iniciado em 2002, neste período inicial, a Parceria RBM focou-se em estabelecer parcerias e uma visão comum com vista ao desenvolvimento de estratégias nacionais eficazes de controlo da malária, o que ajudou os programas a centrar os seus gastos em actividades eficazes assim que os recursos ficam disponíveis. De facto, durante o ano de 2000, quando o financiamento internacional para o controlo da malária começou a aumentar, havia um consenso razoável relativamente às estratégias a utilizar nos países endémicos da malária, especialmente relativamente aos situados em África que apresentavam as cargas de malária. Este pacote de intervenções abordava a prevenção (redes mosquiteiras tratadas com insecticida [ITNs], pulverização residual de insecticidas no interior dos edifícios [IRS] e tratamento preventivo intermitente na gravidez [TPIg]) e a gestão de casos com diagnóstico (uso alargado do microscópio e testes de diagnóstico rápido [TDR]) e o tratamento altamente eficaz

cApítuloi

introduçãoA�malária�foi�claramente�identificada�como�sendo�uma�doença�da�pobreza,�afectando�consequentemente�de�forma�mais�severa�as�populações�mais�pobres�dos�países�endémicos�e�contribuindo�directamente�para�a�pobreza��Este�aspecto�foi�enfatizado�há�cerca�de�duas�décadas�atrás1,�tendo�sido�novamente�colocado�em� primeiro� plano,� há� uma� década,� em� documentos� de� orientação�2� e� em� publicações� científicas�3-4�e,� mais� recentemente,� com� a� atenção� acrescida� atribuída� aos� Objectivos� de� Desenvolvimento� do�Milénio�5�As�intervenções�eficazes�contra�a�malária�foram�identificadas,�melhoradas�e�analisadas�em�termos�económicos,�tendo-se�chegado�à�conclusão�de�que�são�relativamente�acessíveis�e�altamente�rentáveis�6,7�

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com medicamentos antimaláricos, mais especificamente a terapia combinada à base de artemisina (ACT).

Em países endémicos da malária, os gastos governamentais do país e os gastos individuais ou do agregado familiar na prevenção e tratamento da malária foram sempre efectuados, mas a níveis diferentes. Ou seja, quando a doença é transmitida e quando a patologia está presente, o país e os respectivos habitantes não têm outra opção senão gastar os seus recursos no combate à malária. Estes gastos governamentais nacionais englobam todos os aspectos dos cuidados curativos e preventivos, sendo, porém, também muito difícil quantificar os recursos que dizem especificamente respeito à malária; por exemplo, financiamento do pessoal, instalações, formação, etc. Por isso, estes gastos raramente são designados como financiamento específico para a luta contra as doenças. Da mesma forma, nos agregados familiares, as famílias gastam dinheiro para prevenir a malária (comprando ITNs, sprays; repelentes; telas para janelas, portas e calhas, etc.) e para tratar as doenças (pagando as deslocações aos centros de saúde, os custos dos cuidados de saúde e dos medicamentos, os custos associados ao tempo de trabalho perdido, etc.). No entanto, estas despesas não são sistematicamente registadas, excepto em determinados estudos específicos. Com os recentes esforços feitos a nível nacional para reforçar as intervenções de controlo da malária, torna-se evidente que o financiamento adicional disponibilizado através do auxílio de doadores externos está a colmatar uma lacuna substancial entre o que é necessário e o que se encontra disponível para os agregados familiares e governos nacionais nestes países endémicos. Assim, o financiamento externo constitui uma elevada proporção dos recursos necessários e está a contribuir para que a carga financeira suportada pelas famílias e nações mais pobres passe a ser partilhada pela comunidade mundial.

Progressivamente, torna-se evidente que, à medida que o auxílio externo aumenta e

é sistematicamente aplicado nos países endémicos da malária, os benefícios das intervenções começam a ser patentes nos agregados familiares (menos infecções, doenças e mortes) e nos sistemas de saúde que os atendem (menos casos e complicações decorrentes da malária, menos internamentos hospitalares e menos mortes)—resultando em menos custos de cuidados de saúde e em menos custos para os agregados familiares especificamente relacionados com a malária. Compreendendo que os custos menos quantificáveis nos países e agregados familiares serão reduzidos através do bom trabalho efectuado pelo programa de controlo da malária, e que a maioria das recentes mudanças se devem a aumentos significativos do financiamento externo, nesta parte centramo-nos no acompanhamento do progresso do auxílio externo para o controlo da malária.

Com o início do Fundo Global e os primeiros subsídios para a luta contra a malária aprovados em 2002 e disponibilizados em 2003,13 instalou-se um sentido de oportunidade revigorado. Doze países—Benim, China, Honduras, Indonésia, República Democrática Popular do Laos, Madagáscar, Mali, Senegal, Sri Lanka, República Unida da Tanzânia (território continental e zanzibar, recebendo cada um subsídios individuais), zâmbia e zimbabué—onde os receptores da Parcela 1 aprovaram subsídios de apoio à luta contra a malária de cinco anos*, totalizando cerca de $200 milhões em pedidos aprovados. Na Parcela 2 (Janeiro de 2003) foram aprovados 28 pedidos adicionais de subsídios de apoio à luta contra a malária, totalizando cerca de $500 milhões. Durante o ano de 2009, o Fundo Global aprovou subsídios de apoio à luta contra a malária com um financiamento estimado de $8,1 mil milhões** durante a sua vigência até 2015. O entusiasmo face ao progresso foi palpável e o compromisso global expandiu-se com o Programa de Reforço contra a Malária do Banco Mundial14 lançado em 2005. A US-PMI foi anunciada em

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2005 e entrou em vigor em 2006.15 Na fase 2 do Programa de Reforço do Banco Mundial, as oportunidades de financiamento do Banco Mundial atingiram cerca de $1,1 mil milhões. O financiamento da US-PMI sofreu um aumento considerável de $30 milhões no ano fiscal (AF) de 2006, alcançando os $135 milhões no AF de 2007 e os $300 milhões nos AF de 2008 e 2009. Estima-se que o financiamento para o AF de 2010 atinja os $500 milhões.

A comunidade mundial aumentou rapidamente as centenas de milhares de dólares para milhões e agora mil milhões de dólares investidos para atingir o objectivo de travar o desastre para a saúde pública que é a malária. Este relatório compila o auxílio financeiro de doadores externos em termos de compromissos, contribuições e despesas dos países, assim como a calendarização de concretização da abrangência da intervenção e o impacto na saúde. O relatório segue o enquadramento apresentado na Caixa 1.

*�A�maioria�dos�subsídios,�mas�não�todos,�foram�para�cinco�anos�

**�Esta�soma�substancial�representa�montantes�máximos�de�financiamento�aprovado�para�a�duração�de�todos�os�subsídios�actualmente�aprovados�através�da�Parcela�9�e�incluem�os�Rolling�Continuation�Channels,�National�Strategy�Applications�e�subsídios�de�múltiplos�países;�estes�não�são�fundos�"comprometidos"�actuais�e�este�total�está�condicionado�pelo�dinheiro�disponível�no�Fundo�Global�

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Caixa 1: enquadramento para o financiamento do controlo da maláriaUma�visão�abrangente�do�financiamento�para�o�controlo�da�malária�requer�uma�abordagem�sistemática�para�avaliar�as�necessidades,�disponibilidade,�utilização�de�financiamento�e�dos�objectivos�alcançados�e�um�processo�de�apreciação�contínua�que�assegure�a�utilização�dos�recursos�de� forma�adequada�às�necessidades�ao�longo�do�tempo��Estes�componentes�são�objecto�de�mais�considerações�neste�documento�e�encontram-se�delineados�aqui:�

das tendências. De salientar, no Relatório�Mundial� da� Malária� de� 2009, uma avaliação de 31 países revela que os gastos governamentais se mantiveram constantes ou aumentaram ligeiramente entre 2004 e 2008.** Assim sendo, este relatório centra-se nas tendências verificadas no auxílio financeiro externo.

3. Assegurar uma gestão e utilização adequada e atempada do financiamento.

O financiamento tem que ser bem utilizado e de forma atempada para dele se retirarem os benefícios necessários. é necessário que tanto as entidades financiadoras como os receptores estabeleçam mecanismos administrativos e contabilísticos adequados para garantir que os fundos sejam canalizados para as necessidades e concretizam os resultados necessários. Isto implica uma relação de parceria entre financiadores e receptores que se baseia na integridade e é orientada para o impacto.

4. Documentar o impacto do financiamento em termos económicos e de saúde.

Para justificar o financiamento existente e potencial futuro, doadores e receptores têm que documentar de forma sistemática o impacto do financiamento. A elaboração regular de relatórios financeiros e de impacto sobre a saúde tem que continuar a ser um componente essencial do financiamento para o controlo da malária.

5. Controlar e ultrapassar as discrepâncias

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1. Estabelecer as necessidades de financiamento para o controlo da malária.

Com o Plano Global de Acção contra a Malária (GMAP), existe uma avaliação do financiamento externo para o controlo global da malária. Embora este não entre em grandes pormenores, fornece um plano base para as nossas necessidades actuais previstas.

2. Analisar as fontes e montantes de financiamento disponíveis, provenientes de diferentes fontes.

O financiamento para o controlo da malária provém de três fontes principais: despesas domésticas, despesas nacionais (incluindo despesas governamentais e outras despesas internas do país como empresas que prestam serviços de saúde a funcionários e famílias) e auxílio de doadores externos. Sendo uma doença da pobreza, a malária tem o seu maior impacto nas famílias carentes é nelas que se verifica com maior frequência casos de infecção e doença e estas gastam uma proporção mais elevada do dinheiro disponível na doença.* Assim, um princípio geral para o controlo da malária é a redução dos encargos excessivos sobre as famílias carentes e isto inclui conseguir que países mais ricos auxiliem no pagamento de alguns dos custos do controlo da malária. Presentemente, as informações sobre gastos domésticos, governamentais e de instituições privadas com a malária não são suficientemente completas para permitir uma análise abrangente

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entre as necessidades, a disponibilidade e o fluxo ao longo do tempo dos financiamentos para sustentar o financiamento com base na necessidade e no progresso continuado.

à medida que os países aumentam a abrangência de intervenção e reduzem a carga e transmissão da malária, as suas acções prioritárias e necessidades de financiamento podem mudar drasticamente. Algumas acções poderão prosseguir, outras ser suspensas e outras acrescentadas. O financiamento continuado deverá ser condicionado pelas necessidades actualizadas, bem como pela utilização adequada e documentada dos fundos existentes e pelos objectivos alcançados.

*�Ettling�M,�McFarland�DA,�Schultz�LJ,�Chitsulo�L��Economic�impact�of�malaria�in�Malawian�households��Trop Med Parasitol.�1994�Mar;45(1):74-9�

**�WHO��Relatório Mundial da Malária 2009,�p��59,�Figura�6�3�

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As fontes de dados analisadas incluem:

•�Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Económico - Comitê de

Assistência ao Desenvolvimento (OECD-DAC)�mantém�uma�base�de�dados�de�acesso�público�sobre�auxílio�e�outros�fluxos�de�recursos�aos�países�em�desenvolvimento,�com�base�em�relatórios�de�bilaterais�(22�países-membros�da�DAC),�multilaterais�e�outras�organizações�internacionais��Desde�Novembro�de�2009,�está�disponível�informação�sobre�fluxos�de�recursos�(compromissos�e�desembolsos)�para�o�controlo�da�malária�de�países�doadores�e�para�países�receptores�relativa�ao�período�de�tempo�de�2003�a�2008�

• A Avaliação e métricas de saúde internacional (IHME) publicou�recentemente�um�relatório,�Financiamento Global para a Saúde 2009, que�também�inclui�uma�base�de�dados�abrangente�sobre�financiamento�global�para�projectos�de�saúde,�incluindo�contribuições�para�o�controlo�da�malária��

•�Entidades financiadoras individuais: O Fundo Global de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária, o Programa de Reforço e Estratégia Global da Luta contra a Malária do Banco Mundial (Banco Mundial) e a Iniciativa Presidencial dos Estados Unidos da América contra a Malária (US-PMI)�forneceram�dados�sobre�compromissos,�desembolsos�e�gastos�de�financiamento�(incluindo�área�de�actividade�por�programa)�com�base�em�informação�mantida�regularmente�para�monitorizar�os�respectivos�programas�

O financiamento para o controlo da malária deriva geralmente de três fontes principais: auxílio externo de doadores, gastos governamentais nacionais e gastos domésticos ou privados (“gastos correntes”). Este relatório centra-se largamente na primeira categoria (auxílio externo de doadores) que, de acordo com o Plano Global de Acção contra a Malária da RBM, foi responsável pela metade calculada dos gastos totais em malária em 2007.16

Estão disponíveis diferentes tipos de informação financeira por parte dos doadores, incluindo promessa/aprovação, compromisso/obrigação, desembolso e gastos. Estas definições estão descritas em pormenor na caixa abaixo:

Tipos de informações financeiras:

Promessa/aprovação: Um anúncio não vinculativo da intenção de contribuir para um determinado montante de financiamento.

Compromisso/obrigação: Uma obrigação firme, expressa por escrito e corroborada pela disponi-bilidade dos fundos necessários para um projecto, programa ou sector específico.

Desembolso: Colocação de recursos à disposição de um governo ou entidade implementadora.

Gasto: Utilização de fundos para o pagamento de mercadorias, edifícios/construções, equipamento, serviços ou salários.

A informação para este relatório sobre compromissos, desembolsos e gastos de doadores foi recolhida de diversas fontes para avaliar o financiamento para a malária ao longo do tempo por países receptores e países doadores, bem como por área de actividade do programa.

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Caixa 2: fontes de informação e métodos de análiseAs�Notas�técnicas�(Anexo1)�fornecem�informações�detalhadas�sobre�as�fontes�de�dados,�métodos�e�interpretação�dos�dados�financeiros�apresentados�neste�relatório��Esta�caixa�fornece�uma�visão�geral�destas�fontes�de�informação�e�a�abordagem�analítica�utilizada�neste�relatório��

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No entanto, organizações diferentes podem definir ou reportar esta informação financeira em termos diferentes e os detalhes sobre tais variações (incluindo métodos para a harmonização destes dados para este relatório) são abordados no Anexo 1. Na avaliação de 12 países foram utilizados os dados relativos a gastos no período de 2005 a 2008 para analisar quanto foi gasto em actividades do programa de controlo da malária utilizando fundos do Fundo Global, Banco Mundial e US-PMI. No entanto, os dados relativos a gastos, em particular, são frequentemente recolhidos e reportados de formas diferentes entre diferentes organizações, o que constitui um desafio para a harmonização dos dados para a elaboração de relatórios de gastos dirigidos para actividades de controlo da malária.

Para fins deste relatório e para harmonizar estes dados na medida do possível, os dados relativos a gastos referem-se apenas a gastos em aquisição de mercadorias e taxas de expedição e outras relacionadas, salvo indicação em contrário. Consulte o Anexo 1 para obter mais informações.

Com base nestes dados, o relatório analisou as seguintes questões: (1) tendências no financiamento internacional para a malária e a sua relação com as necessidades de recursos calculadas, (2) de que forma foi distribuído o financiamento para a malária pelas diferentes regiões geográficas, países e programas, (3) tempo entre o comprometimento, a liberação e a utilização dos fundos, (4) o relacionamento entre financiamento externo, resultados do programa e tendências da doença para um subconjunto de 12 países africanos. O período de tempo em análise é geralmente 2003–2009, tendo em conta que os aumentos mais significativos de auxílio externo para a malária tiverem início neste período e que, de um modo geral, não estão disponíveis dados de financiamento relativos a períodos anteriores. Os dados sobre desembolsos e gastos estão disponíveis para períodos mais curtos (por ex., os dados sobre gastos estão geralmente disponíveis para 2005–2008 e os dados relativos a desembolsos estão geralmente disponíveis para 2003–2008); no entanto, foi possível fazer estimativas para 2009 com uma combinação de fontes de dados disponíveis e presumindo, de forma razoável, onde os dados estão incompletos.

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Estes dados resumidos estão representados pelos números que se seguem e que mostram uma necessidade de financiamento inicial calculada em aproximadamente $5 mil milhões por ano ao longo dos próximos 10 anos, com a necessidade de financiamento a atingir um máximo de ~$6,2 mil milhões em 2010 (consulte a Figura 2.1). A decomposição em componentes que representam as necessidades previstas é ilustrada na Figura 2.2 para ITNs e IRS (Parte a); para infraestruturas de suporte, formação, trabalho comunitário, e monitorização e avaliação (Parte b); e para meios de diagnóstico e tratamento (Parte c). Estas estimativas

podem ser utilizadas para comparações com financiamentos disponíveis existentes como um todo e para os componentes. Estas estimativas de custos do GMAP sugerem que as necessidades durante a próxima década de 2010-2020 no que se refere a prevenção por meio de LLINs e IRS se manterão relativamente estáveis nos cerca de $4 mil milhões por ano. Os custos com o suporte do programa e a monitorização e avaliação mantêm-se relativamente estáveis em cerca $0,8 mil milhões; os custos relativos a meios de diagnóstico e tratamento são inicialmente na ordem dos ~$1,4 mil milhões, mas poderão vir a diminuir em anos subsequentes.*

cApítuloii

neCessidAdes de finAnCiAmento pArA o Controlo dA mAláriA No� seguimento� de� um� esforço� consultivo� detalhado� em� 2007–2008,� o� Plano� Global� de� Acção� contra�a�Malária�(GMAP)16�calculou�as�necessidades�de�financiamento�anual�para�ampliar�o�seu�âmbito�de�intervenção,�o�controlo�sustentável�e�a�eliminação��

*�O�modelo�de�avaliação�de�custos�do�GMAP�calculou�uma�necessidade�decrescente�de�diagnóstico;�contudo,�a�doença�febril�a�requerer�avaliação�com�RDTs�ou�por�microscopia�pode�prolongar-se�por�mais�tempo�que�o�descrito�aqui�e,�à�medida�que�alguns�programas�passam�à�detecção�e�ao�tratamento�de�infecção�activos,�a�utilização�de�meios�de�diagnóstico�pode,�na�realidade,�ser�mais�elevada�do�que�o�calculado�aqui��No�entanto,�para�fins�deste�relatório,�concentramonos�nos�custos�para�o�período�de�2010–2012,�que�são�o�nível�máximo�aqui�apresentado�

Custos globais de investigação e desenvolvimento (~ $750M – $900M / ano)Necessidades de investigação e informações antecipadas Vacinas, medicamentos, controlo vectorial e meios de diagnóstico novos

Custo globais de implementação (~ $5mil milhões/ano nos próximos 10 anos)Prevenção: LLINs, IRS e IPTpGestão de casos: medicamentos, meios de diagnóstico e tratamento de casos gravesCustos de programas nacionais: infraestrutura / reforço institucional, M&E, investigação operacional, formação e funcionários da área de saúde da comunidade

Mil milhões de US$

Figura 2.1. estimativas resumidas das necessidades financeiras para uma intensificação rápida no âmbito de aplicação global dos programas de controlo da malária e da investigação, de 2010 a 2040.

As�estimativas�das�necessidades�financeiras�para�os�programas�de�controlo�da�malária�nos�próximos�35�anos,�realizadas�pelo�Plano�Global�de�Acção�contra�a�Malária,�sugerem�que�as�necessidades�anuais�atingirão�um�pico�em�2010,�em�cerca�de�$6,2�mil�milhões,�e�manter-se-ão�relativamente�estáveis�em�aproximadamente�$5�mil�milhões�ao�longo�dos�10�anos�seguintes��

Fonte:�Modelo�de�avaliação�de�custos�GMAP

8

7

6

5

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3

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2008 2012 2016 2020 2024 2028 2032 2036 2040

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20102015

2020

Mil milhões de US$

Custos máximos US$ 0,8 mil milhões

Agentes comunitários da área da saúde

Formação

Monitorização e avaliação e investigação operacional

Reforço institucional/de infraestruturas

n e c e s s i d A d e s d e f i n A n c i A m e n t o pA r A o c o n t r o l o d A m A l á r i A

Figura 2.2. estimativas resumidas de necessidades financeiras para 2010–2020:

a�� Para programação global de controlo vectorial.�Calcula-se�que�as�necessidades�de�financiamento�para�redes�mosquiteiras�tratadas�com�insecticidas�de�longa�duração�(LLINs),�pulverização�residual�no�interior�de�edifícios�(IRS)�e�tratamento�preventivo�intermitente�na�gravidez�(IPTp)�se�mantenham�estáveis�nos�cerca�de�$4�mil�milhões�por�ano,�durante�a�próxima�década��

Fonte:�Modelo�de�custos�do�GMAP�

Fonte:�Modelo�de�custos�do�GMAP�

20102015

2020

Mil milhões de US$

Custos máximos ~US$ 4 mil milhõesIPTp

LLINs

IRS

b�� Para gestão global da malária, formação, monitorização e avaliação.� As� necessidades� de�financiamento� para� o� trabalho� no� programa� de� controlo� da� malária� e� os� sistemas� e� formação�necessários,�estão�calculados�num�valor�estável�de�cerca�de�$0,8�mil�milhões�por�ano,�durante�a�próxima�década��

1.0

0.5

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2020

Mil milhões de US$

Custos máximos ~US$1,4 mil milhões

Gestão de casos graves

Cloroquina e primaquina

ACTs (ped.)

ACTs (adulto)

RDTs

c�� Para diagnóstico e tratamento da malária. Calcula-se�que�as�necessidades�de�financiamento�para�diagnóstico� e� tratamento� atinjam� o� auge� em� 2010–2011� nos� $1,4� mil� milhões� e� depois� diminuam�(de�notar�que�avaliações�actualizadas�sugerem�que�as�necessidades�em�termos�de�diagnóstico�se�mantenham�estáveis�durante�alguns�anos�nos�níveis�de�2010,�uma�vez�que�as�necessidades�para�a�avaliação�de�diagnóstico�da�doença�da�febre�persistirão)��

Fonte:�Modelo�de�custos�do�GMAP�

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Pode atribuir-se ao Fundo Global e ao grande grupo de países e de doadores individuais ou colectivos que contribuíram para o Fundo Global, o crédito de se ter iniciado este processo em 2002 e de se terem feito crescer os recursos ao longo do tempo. A inclusão dos fundos do Banco

Figura 3.1. Compromissos de financiamento anual do fundo global, Banco mundial e us-pmi e de países e entidades multilaterais participantes no Comité de Ajuda ao desenvolvimento (CAd).

Os�compromissos�de�financiamento�para�o�controlo�da�malária�têm�vindo�a�aumentar�de�forma�consistente�todos�os�anos,�desde�2003�(~$100�milhões)�até�2009�(~$1,6�mil�milhões)��

fontes e distriBuições de finAnCiAmentos pArA o Controlo dA mAláriANa� primeira� década� da� RBM,� houve� um� aumento� sem� precedentes� do� financiamento� global� para� o�controlo�da�malária,�particularmente�para�a�África�Subsaariana��

cApítuloiii

Compromisso (US$ milhões)

Outros Banco Mundial US-PMI Fundo Global

Mundial e da US-PMI em 2006 gerou um apoio com uma base mais alargada. Este compromisso de financiamento e o respectivo crescimento ao longo do tempo é ilustrado na Figura 3.1.

Notas:�Os�compromissos�anuais�de�projectos�financiados�pelo�Banco�Mundial�foram�calculados�a�partir�de�cobertu-ras�de�despesas�descritas�em�documentos�de�apreciação�de�projectos�ou,�quando�estes�não�estavam�disponíveis,�presumindo�um�fluxo�constante�de�fundos�ao�longo�da�vida�de�um�projecto,�com�o�financiamento�a�ter�início�seis�me-ses�após�a�aprovação�pelo�conselho��Os�compromissos�por�parte�da�US-PMI�foram�distribuídos�proporcionalmente�por�anos�civis,�de�acordo�com�o�número�de�meses�de�um�ano�financeiro�em�cada�ano�civil��Os�compromissos�anuais�do�Fundo�Global�foram�registados�a�partir�de�bases�de�dados�do�Fundo�e�os�fundos�garantidos�foram�atribuídos�a�um�ano�civil,�pressupondo�um�fluxo�constante�ao�longo�do�período�de�duração�do�subsídio�

99 175

388518

745

1037

1629

Fonte:�O�Fundo�Global,�Banco�Mundial�e�US-PMI�

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fontesdefinAnciAmentoedistribuiçõesdomesmopArAocontrolodAmAláriA

Embora estes compromissos sejam essenciais, são os desembolsos para o combate à malária em países endémicos que determinam a evolução (Figura 3.2). Esta cobertura das despesas aumentou de aproximadamente $35 milhões em 2000 para ~$1,5 mil milhões em 2009, um aumento para quase 40 vezes mais. O Fundo Global foi responsável por ~$2,8 mil milhões ou mais de 60% de todos os fundos externos para o controlo da malária gastos em países endémicos

Figura 3.2. Contribuições de doadores internacionais para países endémicos da malária, 2000–2009.

As� contribuições� financeiras� internacionais� para� países� endémicos� da� malária� aumentaram� de�aproximadamente�$100�milhões�em�2003�para�quase�$1,5�mil�milhões�em�2009�

da malária entre 2003 e 2009. A USAID (incluindo a US-PMI) secundou o Fundo Global como fonte de financiamento de 2003 a 2009, aumentando o desembolso para o financiamento do controlo da malária para mais de $300 milhões em 2008 (os números ainda não estão apurados para 2009); o Banco Mundial desembolsou $54,2 milhões, e os países doadores bilaterais combinados (não incluindo os EUA) e outros doadores multilaterais contribuíram com cerca de $120 milhões.

Notas:�As�contribuições�da�PMI�referem-se�aos�primeiros�três�trimestres�de�2009,�as�do�BM�e�de�outros�organismos�presumem-se�serem�iguais�aos�de�2008�

Desembolsos (US$ milhões)

35 45 44108

204

393

599692

1055

1472

Fonte:� O� Fundo� Global,� Banco� Mundial,� US-PMI,� base� de� dados� da� OCDE� (para� 2008);� base� de� dados� do� IHME��(para�2000–2007�e�2009)�

Outros Banco Mundial US-PMI Fundo Global

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A ligação entre os compromissos assumidos e as contribuições está demonstrada de forma mais clara ao longo dos seis anos completos de informações fornecidas pelo Fundo Global. à aprovação inicial de um subsídio do Fundo Global, segue-se um compromisso assinado; este é geralmente assinado sob a forma de um acordo para cinco anos com compromisso inicial de Fase 1 (de dois anos) e um compromisso de Fase 2 (três anos) condicionado pelo

Milhões de US$

Figura 3.3. fundos cumulativos, aprovados, comprometidos e desembolsados do fundo global em todos os subsídios para a malária entre 2003 e 2008.

Os intervalos de tempo do Fundo Global entre as aprovações de financiamento e compromissos são de cerca de 1 ano e os intervalos de tempo entre os compromissos e os desembolsos iniciais são mais curtos (geralmente, de 1 a 2 meses).

Fonte:�O�Fundo�Global�Notas:�O�montante�aprovado�em�2003�é�quase�equivalente�ao�montante�comprometido�em�2004,�que�é�semelhante�ao� montante� desembolsado� em� 2005�� A� grande� discrepância� verificada� em� 2008� entre� os� montantes� aprovado� e�comprometido�deve-se�a�uma�grande�atribuição�para�a�malária�nos�subsídios�da�Parcela�8�que�só�foram�assinados�no�final�do�ano�de�2009��Embora�os�subsídios�da�Parcela�9�para�a�malária�estivessem�a�ser�analisados�e�aprovados�pelo� Conselho� de� Administração� do� Fundo� Global� em� Novembro� de� 2009,� não� tinham� sido� atribuídos� quaisquer�subsídios�assinados�(compromissos)�ou�desembolsos�até�ao�momento�da�elaboração�deste�relatório�

desempenho documentado da Fase 1 e que não é considerado “compromisso” até essa altura. Assim, à medida que o tempo passa e novos subsídios vão sendo introduzidos (houve, até agora, nove Parcelas de subsídios do Fundo Global), os montantes aprovados vão sendo maiores, o montante dos compromissos por meio de subsídios contratados é ligeiramente menor e há agora uma proporção de certo modo estável de desembolsos relativamente aos compromissos (consulte a Figura 3.3).

Montantes aprovados Montantes comprometidos Desembolsos

6 000

5 000

4 000

3 000

2 000

1 000

0

2003

457198

49

896

445185

1 259946

493

1 608

1 291

901

2 462

1 790

1 258

1 773

2 411

4 530

5 295

4 100

2 791

20042005

2006 20072008 2009

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fontesdefinAnciAmentoedistribuiçõesdomesmopArAocontrolodAmAláriA

fontes de financiamentoAs três principais fontes de financiamento (Fundo Global, Banco Mundial e US-PMI) e a quarta fonte (países participantes na rede do CAD) para os cerca de $4,6 mil milhões de compromissos de financiamento de 2003 a 2009 estão representadas proporcionalmente

Fonte:�Dados�da�OCDE�(Janeiro�de�2010)�e�resumos�do�Banco�Mundial,�USAID,�US-PMI�e�do�Fundo�Global�Notas:�O�Programa�de�Reforço�da�Luta�contra�a�Malária�do�Banco�Mundial�teve�início�em�2005�e�a�US-PMI�começou�em�2006,�pelo�que�os�seus�compromissos�cumulativos�são�proporcionalmente�inferiores�no�período�de�2003-2009�do�que�nos�anos�mais�recentes��Não�está�disponível�a�totalidade�dos�compromissos�de�outros�países�doadores�para�2009,�estimando-se�que�sejam�semelhantes�aos�de�2008��

Figura 3.4. Apoio de compromissos do fundo global, Banco mundial, us-pmi e outros países participantes na rede do CAd para o controlo da malária entre 2003 e 2009.

O�financiamento�internacional�para�a�malária�é�canalizado�sobretudo�por�três�fontes:�o�Fundo�Global�(70%),�a�US-PMI�(15%)�e�o�Banco�Mundial�(8%)��De�notar�o�facto�de�que�mais�de�40�países�e�mais�de�10�fundações�ou�organizações�privadas�suportam�o�canal�do�Fundo�Global;�18�países�ou�outras�entidades�multilaterais� na� rede� do� CAD� prestam� apoio� bilateral� para� o� controlo� da� malária�� Compromissos�2003�–�2009:�total�de�cerca�de�$4,6�mil�milhões�ao�longo�de�sete�anos�

Existe uma base ampla de financiamento para a malária se considerarmos que 18 países contribuíram com um suporte bilateral directo para o controlo da malária e mais de 40 países e mais de 10 fundações ou organizações privadas deram a sua contribuição através do Fundo Global. Dito isto, mantém-se uma elevada dependência de três canais de financiamento

principais (Fundo Global, Banco Mundial e US-PMI) e, em particular, aproximadamente dois terços dos desembolsos e compromissos entre 2003 e 2009 advieram do Fundo Global. As contribuições da comunidade internacional para o Fundo Global começaram em 2002, aumentaram drasticamente (duplicaram) entre 2005 e 2008 e parecem ter estabilizado em 2009.

na Figura 3.4, sendo que o Fundo Global é responsável por aproximadamente 70%, a US-PMI contribui com cerca de 15%, o Banco Mundial com cerca de 8% e outros doadores bilaterais com aproximadamente 7%.

Fundo Global 70%

Outros doadores 7%

USAID e US-PMI 15%

Banco Mundial 8%

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Milhões de US$

Enquanto a Figura 3.5 mostra a contribuição total de doadores para o Fundo Global, a Figura 3.6 mostra o montante total desembolsado por doença. Historicamente, 24% de todos os subsídios do Fundo Global têm sido atribuídos à malária, mas, tal como foi salientado anteriormente, estes 24% constituem mais de dois terços do financiamento internacional para a malária. As contribuições do Fundo Global

para o financiamento total para o VIH/SIDA e a tuberculose são proporcionalmente inferiores devido às inúmeras fontes que financiam o programa para o VIH/SIDA e a proporção mais elevada de financiamentos nacionais disponíveis para a tuberculose. Desta forma, quaisquer alterações no apoio do Fundo Global terão um impacto importante no financiamento geral para o controlo da malária.

Milhões de US$

Contribuições anuais - todas as fontes

Montante total de contribuição ao longo de 8 anos = US$ 15,7 mil milhões

Figura 3.5. Contribuições anuais para o fundo global de todas as fontes em 2002–2009.

As�contribuições�para�o�Fundo�Global�começaram�em�2002,�aumentaram�drasticamente�(duplicaram)�entre�2005�e�2008�e�parecem�ter�estabilizado�em�2008�e�2009�

Fonte:�O�Fundo�Global��Notas:�Este�montante�de�$15,7�mil�milhões�foi�distribuído�pelas�três�doenças�VIH/SIDA,�tuberculose�e�malária,�com�a�malária�a�receber�aproximadamente�um�quarto�do�financiamento�

Figura 3.6. Contribuições do fundo global para malária, viH/sidA e tuberculose por ano.

Ao�longo�das�nove�Parcelas�de�financiamento,�a�malária�recebeu�aproximadamente�um�quarto�das�contribuições�do�Fundo�Global��

Fonte:�Fundo�Mundial�

0.89231

628

10521322

1727

2254

2675 Tuberculose Malária VIH/SIDA

4 000

3 500

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

200320022004 2005 2006 2007 2008 2009

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

20032002 2004 2005 2006 2007 2008 2009

29003111

2720

2038

15081528

937957

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fontesdefinAnciAmentoedistribuiçõesdomesmopArAocontrolodAmAláriA

Região * (segundo a OMS)

Países endémicos da malária

Recebeu financiamento de doadores externos**

% a receber financiamento

externo

Risco de contrair malária em

países a receber financiamento

População em risco em países suportados por

doadores(milhões)

Compromisso total de

financiamento2003–2009($ milhões)

Financiamento total por pessoa

em risco 2003–2009

AFRO 43 40 93%Elevado-mode-

rado656,5 $3 470,3 $5,29

AMRO 23 11 48% Elevado-baixo 88,8 $74,1 $0,83

EMRO 13 7 54%Elevado-baixo-

eliminação239,8 $248,2 $1,04

EURO 9 6 67%Baixo-

eliminação22,0 $18,4 $0,84

SEARO 10 9 90% Moderado-baixo 1 429,2 $224,5 $0,16

WPRO 10 8 80%Elevado-baixo-

eliminação190,1 $269,8 $1,42

Total 108 81 75% 2 626,4 $4 305,3 $1,64

Notas:�*Os�escritórios�regionais�da�OMS�incluem�África�(AFRO),�Américas�(AMRO),�Mediterrâneo�Ocidental�(EMRO),�Europeu�(EURO),�Sudeste�Asiático�(SEARO)�e�Pacífico�Oriental�(WPRO)��**Entre�27�países�endémicos�da�malária�que�não�recebem�financiamento�externo,�17�(63%)�são�considerados�como�estando�em�fase�de�pré-eliminação,�eliminação�ou�prevenção�da�reintrodução�do�respectivo�controlo�da�malária;�as-sim�sendo,�apenas�10�países�na�"fase�de�controlo"�não�constam�do�relatório�como�estando�a�receber�auxílio�financeiro�externo��Vários�países�estão�a�receber�financiamento�através�de�subsídios�regionais�de�múltiplos�países�e�podem�não�estar�incluídos�nos�81�países�aqui�identificados�O�montante�do�compromisso�de�financiamento�difere�ligeiramente�dos�montantes�indicados�na�Figura�3�3�porque�alguns�subsídios�do�Fundo�Global�se�destinam�a�trabalho�em�múltiplos�países�e�não�estão�incluídos�nesta�tabela��

Entre os 108 países endémicos da malária (OMS: Relatório� Mundial� da� Malária� de� 2009), 9 estão em fase de assegurar que não haverá qualquer reintrodução da doença, dado que estão a tentar a certificação da eliminação e 18 estão considerados como estando em fase de pré-eliminação ou de eliminação; aproximadamente

Tabela 3.1. países endémicos da malária, financiamento de doadores de 2003 a 2009 e população em risco.

O�auxílio�de�doadores�externos�suporta�actualmente�cerca�de�81�países�endémicos�da�malária�com�uma�população�de�2,5�mil�milhões�de�pessoas�em�risco��De�2003�a�2009,�este�compromisso�de�financiamento�foi�mais�elevado�em�montante�total�e�por�população�em�risco�para�a�região�africana�(onde�a�carga�de�malária�é�mais�elevada);�globalmente,�o�financiamento�por�pessoa�em�risco�durante�estes�sete�anos�foi�de�$1,64�ou�aproximadamente�$0,25�por�ano��

81 países receberam ajudas de financiamento de doadores externos durante a última década. A Tabela 3.1 apresenta informações resumidas sobre os compromissos de financiamento por região para financiamentos para a malária e o financiamento per capita relativo.

distribuição dos financiamentos para a malária

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Notas:� Países� considerados� endémicos� da� malária,� mas� que� não� estão� a� receber� financiamento� externo� para� a�doença�incluem:�Região�africana�=�Algéria,�Botsuana,�África�do�Sul;�Região�americana�=�Argentina,�Baamas,�Belize,�Colômbia,� Costa� Rica,� Equador,� Guiana� Francesa,� Jamaica;� Região� do� Mediterrâneo� ocidental� =� Egipto,� Iraque,�Marrocos,� Omã,� Arábia� Saudita,� República� Árabe� Síria;� Região� europeia� =� Arménia,� Federação� Russa,� Turquia;�Região�do�Sudeste�Asiático�=�República�Popular�Democrática�da�Coreia;�Região�do�Pacífico�Oriental�=�Malásia��Alguns�países�receberam�financiamento�através�de�subsídios�indirectos�ou�regionais�e�estes�não�estão�representados�numa�cor�mais�escura�neste�mapa��Estes�países�incluem�a�África�do�Sul,�a�Colômbia,�o�Equador,�o�Perú,�a�Venezuela,�o�Brasil�e�a�RPD�da�Coreia��

Mapa 3.1. os 81 países endémicos da malária a receber auxílio financeiro externo direccionado para o controlo da malária, 2003-2009.

Afro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebe financiamento para a malária) Amro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebe financiamento para a malária) emro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebe financiamento para a malária) euro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebe financiamento para a malária) seAro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebeu financiamento para a malária) Wpro (tonalidade de cor mais clara indica que não recebeu financiamento para a malária) Não endémico da malária

AMRO: 11 de 23 países

recebem fundos para a malária

EURO: 6 de 9 países

recebem fundos para a malária

AFRO: 40 de 43 países

recebem fundos para a malária

EMRO: 7 de 13 países

recebem fundos para a malária

WMRO: 8 de 10 países

recebem fundos para a malária

SEARO: 9 de 10 países

recebem fundos para a malária

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fontesdefinAnciAmentoedistribuiçõesdomesmopArAocontrolodAmAláriA

A distribuição adequada de financiamento aos países receptores é uma consideração importante porque a infecção, doença e morte devido a malária não é homogénea e sabe-se que afectam de modo abrangente os países da África Subsaariana de forma muito mais acentuada do que os países fora de África. A Figura 3.7

Figura 3.7. Compromissos de financiamento para a malária cumulativos, provenientes do fundo global, Banco mundial e us-pmi entre 2003–2009 para países dentro e fora da região da áfrica subsaariana.

Ao� mesmo� tempo� que� o� financiamento� tem� vindo� a� aumentar,� a� proporção� dirigida� para� fora� da�África�Subsaariana�diminuiu�de�27%�para�15%;�isto�é�consistente�com�as�estimativas�de�que�a�África�Subsaariana�representa�cerca�de�85%�da�carga�global�de�malária��

Fonte:�Fundo�Global,�Banco�Mundial�e�US-PMI�

mostra que embora os níveis de financiamento em 2003 eram baixos e canalizados apenas de forma ligeiramente desproporcionada para o suporte de programas em África, tem-se vindo a verificar em África o crescimento substancial do financiamento.

O ênfase do financiamento em África também significa que o financiamento disponível por população em risco difere de região para região. De modo semelhante, dado que os países ainda são relativamente inexperientes na identificação e orçamentação das suas necessidades, o financiamento per capita varia de país para país dentro de uma região. A variação mais ampla entre países em África está ilustrada no Mapa 3.2, onde são apresentados os compromissos de financiamento cumulativos de todas as fontes externas entre 2003 e 2009 por pessoa em risco (PPR) de malária. Existe uma diferença de mais de 90 vezes em financiamento PPR entre os países com os compromissos de

financiamento externo mais elevados e mais reduzidos: $0,57 na Costa do Marfim e $50,93 em São Tomé e Príncipe. Os países a receber as taxas de financiamento PPR mais elevadas são geralmente países muito pequenos (São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Ruanda e Suazilândia receberam cada um mais de $20,00 PPR, onde um subsídio modesto suporta o trabalho de uma população relativamente pequena. De notar que, dado que estes compromissos com a duração do subsídio se referem a um intervalo de tempo superior a sete anos de 2003 a 2009, 24 destes países têm menos de $1,00 PPR por ano e dez países têm menos de $0,50 PPR por ano.

Percentagem de financiamento que é canalizada para países fora de África

27% 21% 18% 15% 19% 17% 15%

Milhões de US$

África Fora de África

5 500

5 000

4 500

4 000

3 500

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

02003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

3709

2564

1855

1417

770

349142

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O desembolso anual de financiamento de doadores também não é homogéneo entre os países e de ano para ano dentro dos países. Para alguns países, os desembolsos anuais dos financiamentos foram estáveis (verificados normalmente em países com poucos fundos); noutros países, por outro lado, as flutuações anuais em desembolsos variou entre 4 a 5 vezes (consulte o Capítulo V, Colocar o dinheiro em prática). Durante a fase da escalada rápida das

intervenções, é compreensível que determinados países possam registar oscilações drásticas nas suas necessidades financeiras para a aquisição e subsequente distribuição de mercadorias como LLINs ou IRS. à medida que a intervenção nacional vai aumentando, seria de esperar que as actuais oscilações nos desembolsos anuais evoluíssem para um financiamento mais estável que possa facilitar o planeamento anual eficaz do controlo da malária.

Mapa 3.2. Compromissos de financiamento cumulativos para a duração do subsídio, de todas as fontes externas, para 2003-2009 por pessoa em risco (ppr) de malária.

Existe�uma�diferença�de�aproximadamente�90�vezes�entre�os�níveis�de�financiamento�PPR�na�África�Subsaariana:�A�Costa�do�Marfim�recebeu�$0,57�PPR�e�São�Tomé�e�Príncipe�recebeu�$50,93�PPR�ao�longo�dos�sete�anos�entre�2003�e�2009��

Fonte:�Dados�do�Fundo�Global,�Banco�Mundial,�US-PMI,�OCDE�(a�contar�de�Dezembro�de�2009)�Notas:�Ao�longo�da�vida�actual�dos�subsídios�para�a�malária�para�todos�os�países,�os�compromissos�em�termos�de�país�por�pessoa�variaram�entre�$50,93�(São�Tomé�e�Príncipe)�e�$0,57�(Costa�do�Marfim);�não�foram�reportados�subsídios�externos�ao�Botsuana,�Cabo�Verde�ou�África�do�Sul��

Compromisso total de financiamento 2003-2009 por população em risco de malária

>US$ 20,00/pessoa

US$ 10,00 – 19,99/pessoa

US$ 5,00 – 9,99/pessoa

US$ 2,00 – 4,99/pessoa

<US$ 2,00/pessoa

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Para a US-PMI, o orçamento anual aprovado para os países é canalizado para contratos centralizados no país e que têm um enquadramento temporal limitado (no ano de atribuição) para gastos por parte dos adjudicatários. Para o Banco Mundial, foram desenvolvidos financiamentos e empréstimos de forma a que uma vez efectuado o desembolso, o gasto (especialmente para aquisição de mercadoria) ocorre de forma bastante rápida. Relativamente ao Fundo Global, estão disponíveis dados abrangentes para examinar o enquadramento temporal entre a aprovação do subsídio, a assinatura do subsídio (compromisso), desembolsos para os receptores principais e gastos. Utilizando dados dos subsídios das Parcelas e do sistema Enhanced Financial Reporting (EFR) muito recentemente desenvolvido no Fundo Global, a utilização de subsídios pode ser acompanhada ao longo do tempo. Existe um intervalo de tempo substancial

entre a aprovação do subsídio por parte do Conselho do Fundo Global e a efectiva assinatura do subsídio (compromisso). Relativamente aos subsídios para a malária, apesar do indicador de desempenho-chave de 8 meses (243 dias), para a Parcela 6, a média foi de 11 meses (335 dias) e para a Parcela 7, a média foi de 11,2 meses (340 dias). Uma vez assinado um subsídio do Fundo Global, seguem-se normalmente os desembolsos da Fase 1 no espaço de 1 a 2 meses. A Tabela 4.1 mostra que a maioria do dinheiro das Parcelas 1 a 4 foi desembolsado, em conformidade com o tempo proporcional que decorreu relativamente a estes subsídios. E, ao passo que existe neste momento um desembolso incompleto relativamente à Parcela 5 a 8 (e a Parcela 9 foi aprovada em Novembro de 2009), a sua taxa de desembolso encontra-se em linha com a quantidade de tempo decorrido sobre os subsídios.

cApítuloiv

gestão e utilizAção de finAnCiAmento pArA o Controlo dA mAláriANo�seguimento�dos�compromissos�assumidos�e�dos�desembolsos�de�financiamentos�de�doadores,�os�países�estão�a�utilizar�o�dinheiro�de�forma�relativamente�rápida,�conforme�indicam�os�gastos�em�tempo�útil��

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Tabela 4.1. subsídios do fundo global para a malária: montantes em dólares garantidos e desembolsados em proporção com o tempo decorrido relativamente aos subsídios das parcelas 1 a 8.

A�taxa�de�desembolso�dos�subsídios�correspondeu�muito�de�perto�ao�tempo�decorrido�do�subsídio�

O sistema de contabilidade EFR permite o seguimento detalhado de orçamentos anuais e as categorias das despesas. Na Tabela 4.2 são apresentadas as despesas nacionais

Parcelas de financiamento

Total de aprovações($�milhões)

Total de acordos de subsídio ($�milhões)

Total de desembolsos ($�milhões)

Percentagem média desembolsada

Percentagem média de tempo decorrido do subsídio

Desembolso/tempo decorrido

Parcela 1 196,3 196,3 181,5 93% 94% 99%

Parcela 2 517,5 448,7 402,7 91% 97% 94%

Parcela 3 382,3 303,2 288,4 96% 98% 98%

Parcela 4 890,4 865,2 618,2 85% 91% 93%

Parcela 5 381,7 381,7 292,7 79% 70% 113%

Parcela 6 285,9 238,7 166,5 72% 84% 86%

Parcela 7 469,7 469,7 290,2 60% 60% 100%

Parcela 8 1 394,6 1 196,7 552,3 39% 11%

Total 4518,4 4 100,2 2 792,5 74% 72% 103%

Tabela 4.2. desembolsos do fundo global regional para a malária e despesas nacionais contabilizadas através do efr ao longo de 2008.

No�geral,�81%�do�dinheiro�desembolsado�pelo�Fundo�Global�foi�gasto�no�decorrer�do�próprio�ano�civil;�esta�proporção�é�consistente�na�maioria�das�regiões��

Regiões do Fundo GlobalOrçamento $ milhões

Gasto$ milhões

Gastos durante o ano sob a forma de percentagem do orçamento

África Oriental 541,4 444,6 82%

África do Sul 193,7 151,2 78%

África Ocidental e Central 329,8 263,6 80%

Norte de África e Médio Oriente 100,4 89,5 89%

Europa Oriental e Ásia Central 8,5 7,8 93%

Ásia Ocidental e do Sul 107,9 67,6 63%

Ásia Oriental e Pacífico 162,1 137,0 84%

América Latina e Caraíbas 65,8 56,4 86%

Todas as regiões 1 509.6 1 217.7 81%

Fonte:�Secretariado�do�Fundo�Global��Notas:�A�percentagem�média�desembolsada�é�a�média�da�percentagem�desembolsada�para�subsídios�individuais�da�Parcela�ou�do�total��Apesar�de�os�subsídios�da�Parcela�9�já�terem�sido�aprovados,�ainda�não�ocorreu�a�assinatura�de�nenhum�subsídio�para�estabelecer�o�compromisso�formal�

relativamente ao orçamento disponível. Os países gastaram em média 81% do seu orçamento anual antes do final do ano, um aspecto consistente nas várias regiões.

Fonte:�Base�de�dados�de�Enhanced�Financial�Reporting�(EFR)�do�Fundo�Global�

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Resumindo, os subsídios aprovados pelo Fundo Global ficam normalmente disponíveis para desembolso quase um ano depois da aprovação, mas após a assinatura do subsídio, os desembolsos e despesas ocorrem em tempo útil na vasta maioria dos subsídios. Isto defenderia que as preocupações com “a capacidade de absorção de fundos do país” estão a ser actualmente abordadas pelos sistemas vigentes entre o Fundo Global e os seus parceiros nacionais.

Os gastos no EFR também são reportados pela área de fornecimento de serviços (utilizando as categorias padrão do Fundo Global) e podem então ser considerados nas quatro categorias de prevenção, tratamento, reforço dos sistemas de saúde e ambiente de apoio aos programas.

No geral, em todas as regiões, os gastos em 2008 para o controlo da malária foram atribuídos para prevenção (42%), tratamento (31%), reforço de sistemas (14%) e apoio à gestão dos programas (13%) (consulte a Figura 4.1). Esta distribuição variou efectivamente de região para região, com gastos na prevenção a dominar todas as regiões (excepto América Latina e Caraíbas) e as distribuições de financiamentos para tratamento, reforço de sistemas e apoio à gestão dos programas variaram de região para região. No geral foi nas zonas fora de África, que registam os níveis de financiamento mais baixos e onde o risco é inferior, que se despendeu uma maior proporção de dinheiro no reforço dos sistemas e no apoio à gestão dos programas (consulte o Mapa 4.1).

Parcelas de financiamento

Total de aprovações($�milhões)

Total de acordos de subsídio ($�milhões)

Total de desembolsos ($�milhões)

Percentagem média desembolsada

Percentagem média de tempo decorrido do subsídio

Desembolso/tempo decorrido

Parcela 1 196,3 196,3 181,5 93% 94% 99%

Parcela 2 517,5 448,7 402,7 91% 97% 94%

Parcela 3 382,3 303,2 288,4 96% 98% 98%

Parcela 4 890,4 865,2 618,2 85% 91% 93%

Parcela 5 381,7 381,7 292,7 79% 70% 113%

Parcela 6 285,9 238,7 166,5 72% 84% 86%

Parcela 7 469,7 469,7 290,2 60% 60% 100%

Parcela 8 1 394,6 1 196,7 552,3 39% 11%

Total 4518,4 4 100,2 2 792,5 74% 72% 103%

Figura 4.1. gastos cumulativos médios nacionais do fundo global com a malária ao longo de 2008 por categoria.

No�geral�em�2008,�os�países�despenderam�o�dinheiro�dos�subsídios�do�Fundo�Global�na�prevenção�(42%),�tratamento�(31%),�reforço�dos�sistemas�de�saúde�(14%)�e�ambiente�de�apoio�aos�programas�(13%)��

Fonte:�Sistema�Enhanced�Financial�Reporting�do�Fundo�Mundial��Representa�~$1,2�mil�milhões�gastos�em�2008�Notas:� Nem� todos� os� países� completaram� a� apresentação� de� relatórios,� mas� a� conformidade� geral� com� a�apresentação�de�relatórios�é�boa�e�93%�dos�relatórios�esperados�foram�recebidos�no�final�de�Dezembro�de�2009�

Prevenção 42%

Tratamento 31%

Ambiente de suporte

13%Reforço dos

sistemas de saúde 14%

41

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24,3%

38,3% 11,15%

26,3%

31,7%

8,8%23,1%

36,4%

10,7%

13,9%

35,9%

40%5,6%

10,2%

47,2%

37%

12,6%

10,3%

13,5%63,6%

21,1%

22,2%

14,8%

41,90%

13,3%

9,1%

21,7% 56,9%

Prevenção

Tratamento

Reforçodossistemasdesaúde

Ambientedesuporte

Afr N

Eur Cas Or

LAC

Afr Oc

Afr SAfr Or

Ásia S

Ásia Pac Or

Mapa 4.1. gastos proporcionais do fundo global para os países endémicos da malária em 2008 conforme distribuídos pela prevenção, tratamento, reforço de sistemas de saúde e ambiente de apoio aos programas entre as oito regiões.

Todas� as� regiões� gastam� uma� proporção� substancial� na� prevenção� da� malária;� o� gasto� com�tratamentos�da�malária�varia�de�região�para�região�(mais�elevado�em�África,�particularmente�na�África�Oriental,�Ocidental�e�Central);�o�gasto�proporcional�em�sistemas�de�saúde�e�apoio�aos�programas�é�mais�elevado�fora�de�África�

Notas:�O�tamanho�de�cada�fatia�dos�diagramas�aproxima-se�da�proporção�relativa�dos�gastos�do�Fundo�Global�por�região:�África�Oriental�($380,6�milhões);�África�Austral�($141,6�milhões);�África�Ocidental�e�Central�($230,7�milhões);�Norte�de�África�e�Médio�Oriente�($89,5�milhões);�Ásia�Oriental�e�Pacífico�($136,9�milhões);�Europa�Oriental�e�Ásia�Central�($7,8�milhões);�Ásia�do�Sul�e�Ocidental�($67,6�milhões);�e�América�Latina�e�as�Caraíbas�($56,4�milhões)��

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São apresentadas comparações com padrões de despesas em África (consulte a Figura 4.2) e fora de África (consulte a Figura 4.3) para cada uma das principais áreas de fornecimento de serviços relacionados com a malária. Em África, os gastos em ITNs e fármacos para o tratamento da malária constituem dois terços de todas as despesas; de notar que os gastos com meios de diagnóstico foram bastante baixos (apenas ~2% dos custos com tratamentos) em relação aos gastos com fármacos. Em países fora de África, o gasto com a prevenção continua a ser substancial, mas o gasto com fármacos

para tratamento é proporcionalmente inferior (provavelmente devido ao número inferior de casos no geral) e os gastos respeitantes à gestão do programa e administração e em áreas de reforço dos sistemas de saúde são superiores. Isto implicaria que à medida que os países melhoram o respectivo controlo da malária e apresentam um menor número de infecções, de casos e de morbidade e de mortalidade graves, precisam igualmente de menos financiamento externo e demonstram um padrão de mudança de gastos relativamente ao reforço dos sistemas de saúde.

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Figura 4.2. gastos de países africanos em 2008 por área de fornecimento de serviços do fundo global.

Os� gastos� dos� países� africanos� é� superior� na� prevenção� (~42%;� em� particular� para� as� ITNs)� e� no�tratamento�(38%;�a�maior�parte�gasto�em�fármacos,�apenas�~2%�foi�gasto�em�meios�de�diagnóstico)�

Figura 4.3. gastos nacionais fora de áfrica em 2008 por área de fornecimento de serviços do fundo global.

Comparado�com�os�gastos�em�África,�os�gastos�nacionais�com�a�malária�fora�de�África�foram�inferiores�nos� montantes� globais� e� foram� superiores� na� prevenção� (~42%;� em� particular� para� ITNs� e� são�semelhantes�à�proporção�de�gastos�na�própria�África)��São�inferiores�em�termos�de�tratamento�(~16%;�a�maior�parte�foi�gasta�em�fármacos,�apenas�~3%�foi�gasto�em�meios�de�diagnóstico),�mas�superiores�no�reforço�de�sistemas�de�saúde�(~20%)�e�no�apoio�aos�programas�(22%)�

Fonte:�Enhanced�Financial�Report�do�Fundo�Global�para�gastos�em�2008;�representa�$752,8�milhões�em�gastos�em�2008�na�África�Oriental,�Austral,�Ocidental�e�Central�(mas�não�no�Norte�de�África�e�região�do�Médio�Oriente�do�Fundo�Mundial)�Notas:�Reforço�dos�sistemas�de�saúde�(HSS)�=�11,1%,�Prevenção�=�41,5%,�dos�quais�32,3%�em�ITNs;��Ambiente�de�apoio�=�8,5%�e�Tratamento�=�38,3%,�dos�quais�apenas�2,1%�são�para�meios�de�diagnóstico��

Fonte:�Gastos�do�Enhanced�Financial�Report�do�Fundo�Global�para�2008;�representa�$358,3�milhões�em�gastos�em�2008,�o�que�inclui�os�gastos�do�Fundo�Global�para�o�Norte�de�África�e�da�Região�do�Médio�Oriente�Notas:�Reforço�dos�sistemas�de�saúde�(HSS)�=�20%,�Prevenção�=�42%,�dos�quais�32%�em�ITNs;��Ambiente�de�apoio�=�22%�e�Tratamento�=�16%,�dos�quais�apenas�3%�são�para�meios�de�diagnóstico��

g e s t ã o e u t i l i z A ç ã o d e f i n A n c i A m e n t o p A r A o c o n t r o l o d A m A l á r i A

HSS: Rec. Humanos HSS: Sist. info.

HSS: Infraestrutura

HSS: Aquisição

HSS: Prestação de serviçosHSS: Outros

Prev: BCC

Prev: ITNs

Prev: Gravidez

Prev: CV (IRS)Prev: Outros

Amb. sup.: CoordenaçãoAmb. sup.:

Gestão

Amb. sup.: Outros

Tratamento: Meios de diagnóstico

Tratamento: Fármacos

Tratamento: Outros

HSS: Rec. HumanosHSS: Sist. info.

HSS: InfraestruturaHSS: Aquisição

HSS: Prestação de serviços HSS: Outros

Prev: BCC

Prev: ITNs

Prev: GravidezPrev: CV (IRS)

Prev: Outros

Amb. suporte: Coordenação

Amb. suporte: Gestão

Amb. suporte: Outros

Tratamento: Meios de diagnóstico

Tratamento: Fármacos

Tratamento: Outros

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Esta avaliação concentra-se nos 12 países africanos endémicos da malária com estimativas populacionais recentes (entre 2007–2009) e antigas (2000–2005) sobre a abrangência das intervenções contra a malária. Esta análise examinou as alterações nos gastos de cada país em mercadorias chave para o controlo da malária utilizando recursos do Fundo Global, do Banco Mundial e da US-PMI desde 2005, e as alterações na abrangência de intervenções-chave realizadas com estes fundos, incluindo aquisição de ITNs, IRS, medicamentos antimaláricos e meios de diagnóstico e tratamento preventivo intermitente durante a gravidez (IPTp). A secção final fornece uma indicação sobre o modo como estes resultados do programa afectaram a morbidade e a mortalidade associadas à malária nestes 12 países.

doze países: uma visão geralPara esta avaliação foram identificados doze países africanos endémicos da malária com base na disponibilidade de dados de inquéritos nacionais a agregados familiares da população. Os países foram incluídos nesta análise caso tivessem realizado recentemente um Inquérito Demográfico e de Saúde (DHS), um Inquérito de Grupos de Indicadores Múltiplos (MICS) ou um Inquérito de Indicadores de Malária (MIS) entre 2007–2009 e apresentassem dados de inquéritos comparáveis durante um período anterior (2000–2005) para permitir uma avaliação das alterações na abrangência das intervenções para o controlo da malária durante este período de tempo relevante. Os países incluídos nesta avaliação são a República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Quénia, Mauritânia, Moçambique, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, República Unida da Tanzânia e zâmbia (Mapa 5.1).

ColoCAr o dinHeiro em prátiCA: AvAliAção de 12 pAíses (áfriCA)O�objectivo�deste�capítulo�é�avaliar�as�ligações�entre�o�financiamento�global�de�programas�de�controlo�da�malária,�a�abrangência�das�intervenções�e�o�impacto�na�saúde�de�forma�a�fornecer�uma�indicação�geral�da�relação�entre�o�financiamento�global�para�o�controlo�da�malária�e�os�resultados�do�programa��

cApítulov

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Mapa 5.1. os 12 países no mapa.

Em�2008,�estes�12�países�contabilizaram�mais�de�400�milhões�de�pessoas�em�risco�de� transmissão�da�malária�(ou�quase�dois�terços�da�população�africana�em�risco)�e�um�total�de�quase�3�milhões�de�mortes�em�crianças�com�menos�de�cinco�anos�(ou�mais�de�dois�terços�do�total�de�mortes�em�crianças�com�menos�de�cinco�anos�em�África)�

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

Uma vez que estes 12 países foram seleccionados com base nos dados disponíveis para esta avaliação (Tabela 5.1), podem variar noutros aspectos importantes. Estes países variam consideravelmente nas características demográficas–e incluem países populosos, como a Nigéria, a Etiópia e a República Democrática do Congo, e países bastante menos populosos, incluindo a Mauritânia e a Serra Leoa. Ao todo, estes países constituem aproximadamente 60% tanto do total como de populações com menos de cinco anos que vivem em África.

Em todos os países avaliados, mais de 400 milhões de pessoas estão em risco de transmissão da malária, contabilizando quase dois terços da população africana em risco.

Contudo, estes países podem apresentar proporções significativamente diferentes para as respectivas populações residentes em áreas de transmissão da malária. Em 8 dos 12 países, mais de 90% de toda a população vive em áreas de transmissão estável da malária, enquanto que nos outros países (Etiópia, Quénia, Mauritânia e Ruanda) a malária é um problema sub-nacional, sendo que uma grande proporção da população vive em áreas com pouca ou nenhuma transmissão. Finalmente, estes 12 países protagonizaram o total de quase 3 milhões de mortes em crianças em 2008, contabilizando mais de dois terços do total de mortes em crianças com menos de cinco anos em África (Tabela 5.2).

Pessoasemriscodecontrairdemalária

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Tabela 5.1. selecção dos 12 países – visão geral da disponibilidade de dados.

Actividade�do�inquérito�a�agregados�familiares�(DHS,�MICS�e�MIS)�entre�1998–2009,�12�países�

Tabela 5.2.doze países – características demográficas

País 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Congo, Rep. Un. MICS DHSEtiópia DHS DHS MISGana DHS DHS MICS DHSQuénia DHS MICS DHS MIS DHS

Mauritânia DHS DHS (Nat’l) MICS

Moçambique DHS MIS MICSNigéria DHS DHS MICS DHSRuanda MICS; DHS DHS DHSSenegal MICS DHS MIS MISSerra Leoa MICS MICS DHSTanzânia, Rep. Un. DHS DHS MISzâmbia MICS DHS MIS DHS MIS

País

População total

População total com menos de

cinco anos de idade

Proporção de população a residir em área de

transmissão da malária Taxa de mortalidade em crianças

com menos de cinco anos de

idade

Mortes totais em crianças

com menos de cinco anos de

idade

Mortes em crianças

com menos de cinco anos de

idade devido a maláriaSem risco Instável Estável

2008 2008 2007 2007 2007 2008 2008 2004

(milhares) (milhares) % % % (por 1000

nados-vivos) (milhares) %Congo, Rep. Un. 64257 11829 6 0 94 199 554 17Etiópia 80713 13323 37 2 61 109 321 7Gana 23351 3319 0 0 100 76 55 25Quénia 38765 6540 29 0 70 128 189 13Mauritânia 3215 475 5 29 66 118 12 11Moçambique 22383 3820 0 0 100 130 110 16Nigéria 151212 25020 0 0 100 186 1077 20Ruanda 9721 1646 43 0 57 112 41 6Senegal 12211 2046 0 0 100 108 49 15Serra Leoa 5560 947 0 0 100 194 43 13tanzânia,rep.un. 42484 7566 4 0 96 104 175 19zâmbia 12620 2282 0 0 100 148 77 17

Fontes:�Colunas�de�dados�1–2:�Divisão�de�População�da�ONU,�Projecções�da�População�Mundial:�Revisão�de�2008,�Nova�Iorque:�UNPD;�2009;�Colunas�de�dados�3–5:�Estimativas�do�Malaria�Atlas�Project�para�as�populações�em�risco�em�diferentes�níveis�de� intensidade�malárica�do�Plasmodium falciparum��Disponível�em:�http://www�map�ox�ac�uk/��Colunas�de�dados�6–7:�Grupo�Interagências�para�o�Cálculo�de�Estimativas�da�Mortalidade,�conforme�publicado�em�The State of the World’s Children2010,�Nova�Iorque:�UNICEF;�2009;�Coluna�de�dados�8:�Estimativas�da�Carga�Global�da�Doença�da�OMS,�conforme�publicadas�em�WHO World Health Statistics 2009,�Genebra:�OMS;�2009�

A Tabela 5.3 realça os países onde o Fundo Global, a US-PMI e o Banco Mundial estão activos e o período de tempo para estas actividades. Por exemplo, enquanto o Fundo Global financiou vários subsídios para a malária em cada um destes 12 países, começando com 6 países em 2003, a US-PMI e o Banco Mundial estão actualmente activos em apenas 8 e 10 dos 12 países, respectivamente, e, normalmente, durante um período bastante menor. Existem

seis países onde as três organizações estão a financiar actividades para o controlo da malária, e seis países adicionais onde duas das três organizações estão a financiar programas. Em alguns países, estas actividades começaram apenas recentemente (por exemplo, em 2008), pelo que os programas podem não ter ainda gasto estes fundos em intervenções-chave para o controlo da malária, mas assim farão nos próximos meses e anos.

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Tabela 5.3.Actividades de financiamento do fundo global, Banco mundial e us-pmi nos 12 países.

Actividades� do� Fundo� Global,� Banco� Mundial� e� US-PMI� nos� 12� países� desde� a� data� da� aprovação�do� programa/financiamento� ao� longo� da� duração� do� programa,� 2003–2008�� Os� subsídios� do� Fundo�Global� começaram� em� 2003–2005;� o� financiamento� do� Banco� Mundial� começou� em� 2005–2007;� e� o�financiamento�da�US-PMI�começou�em�2006–2008�

País 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Congo, Rep. Un.GFATM (2005-presente, Parcelas 3 e 8)BM (2005-presente)

EtiópiaGFATM (2003-presente, Parcelas 2, 5 e 8)

BM (2006-presente)IPM (2008-presente)

GanaGFATM (2003-presente, Parcelas 2, 4 e 8)

BM (2007-presente)IPM (2008-presente)

QuéniaGFATM (2003-presente, Parcelas 2 e 4)

BM (2007-presente)IPM (2008-presente)

MauritâniaGFATM (2004-presente, Parcelas 2 e 6)

BM (2006-presente)

MoçambiqueGFATM (2005-presente, Parcelas 2 e 6)

IPM (2007-presente)

NigériaGFATM (2004-presente, Parcelas 2, 4 e 8)

BM (2006-presente)

RuandaGFATM (2004-presente, Parcelas 3, 5 e 8)

IPM (2007-presente)

SenegalGFATM (2003-presente, Parcelas 1, 4 e 7)

BM (2006-presente)IPM (2007-presente)

Serra LeoaGFATM (2005-presente, Parcelas 4 e 7)

BM (2007-presente)

Tanzânia, Rep. Un. GFATM (2003-presente, Parcelas 1, 4, 7 e 8)

BM (2007-presente)IPM (2006-presente)

zâmbiaGFATM (2003-presente, Parcelas 1, 3 e 7)

BM (2005-presente)IPM (2008-presente)

c o l o c A r o d i n h e i r o e m p r á t i c A : A v A l i A ç ã o d e 1 2 p A í s e s ( á f r i c A )

O Fundo Global, a US-PMI e o Banco Mundial atribuíram mais de $2 mil milhões a estes 12 países a partir do final de 2009 (Figura 5.1), tendo-se verificado um aumento acentuado do financiamento disponível para o controlo da malária por parte destas três organizações entre 2003 e 2009, particularmente desde 2006, quando a US-PMI e o Banco Mundial intensificaram as respectivas actividades nos países (Figura 5.2). Contudo, existem diferenças significativas entre estes países no que se refere ao compromisso de

financiamento destas três organizações e existe uma variabilidade de ano para ano significativa do financiamento global para o controlo da malária na maioria destes 12 países. Além disso, alguns países (como a Nigéria) podem arrecadar grandes compromissos de financiamento para a malária, mas estes montantes são bastante pequenos quando comparados com as respectivas populações em risco (Mapa 5.2, Tabela 5.4 e Figura 5.3).

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Figura 5.1. Compromissos cumulativos do fundo global, Banco mundial e us-pmi, 12 países africanos, 2003–2009.

Mais�de�$2,2�mil�milhões�foram�atribuídos�aos�12�países�pelos�três�principais�doadores�externos�até�2009�

Figura 5.2. os compromissos anuais do fundo global, Banco mundial e us-pmi durante 2003–2009 repartidos pelo período de subsídio ou empréstimo estimado ao longo de 2010, 12 países.

Financiamento�disponível�para�o�controlo�da�malária�em�12�países�estimado�sobre�o�período�atribuído�ao� subsídio� ou� empréstimo,� simulado� com� base� nos� compromissos� anuais� do� Fundo� Global,� Banco�Mundial�e�US-PMI�para�2003–2009;�ocorreram�aumentos�substanciais�em�2005,�2006�e�2009�

Milhões de US$

Fonte:�Consulte�o�Anexo�1�para�obter�informações�detalhadas�sobre�a�fonte��Notas:�Estimativas�dos�compromissos�de�financiamento�do�GFATM,�Banco�Mundial�e�US-PMI�conforme�aplicados�durante�a�vigência�do�período�de�subsídio�ou�empréstimo��De�salientar�que�os�subsídios�do�GFATM�foram�simulados�a�partir�da�aprovação�do�subsídio�(aprovações�dos�subsídios�de�Fase�1�prolongadas�por�dois�anos�e�aprovações�dos�subsídios�de�Fase�2�ao�longo�de�três�anos);�o�financiamento�do�Banco�Mundial�foi�simulado�a�partir�da�aprovação�do�empréstimo�e�prolongado�por�três�anos;�os�compromissos�da�US-PMI�referem-se�a�períodos�de�um�ano��Os�compro-missos�apresentados�por�ano�fiscal�foram�convertidos�em�estimativas�por�ano�civil�dividindo�proporcionalmente�a�quantia�total�do�compromisso�ao�longo�do�ano�ou�meses�do�período�de�subsídio�ou�empréstimo�e�aplicando�o�resul-tado�aos�vários�anos�civis��As�informações�sobre�o�compromisso�estão�disponíveis�para�os�anos�2003–2009,�sendo�que�este�valor�representa�o�financiamento�disponível�ao�longo�da�vigência�do�subsídio�ou�empréstimo�atribuído�até�ao�ano�2009��Prevê-se�que�os�compromissos�para�2010�e�anos�posteriores�aumentem�o�financiamento�disponível�em�anos�futuros,�sendo�aqui�fornecida�uma�estimativa�ilustrativa�baseada�nas�informações�disponíveis�para�2010��

Fonte:�Consulte�o�Anexo�1�para�obter�informações�detalhadas�sobre�a�fonte�

Banco Mundial US-PMI Fundo Global

3 500

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

2 236

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

1 4231 085

870

44618688

Milhões de US$700

600

500

400

300

200

100

0

Fundo Global IPM Banco Mundial

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

515

643

358320318

161

6042

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Mapa 5.2. Compromissos de financiamento cumulativos para o controlo da malária (total e por pessoa em risco [ppr]), 12 países, 2003–2009.

Alguns�países�recebem�grandes�quantias�totais�de�financiamento�para�a�malária,�mas�estas�quantias�são�modestas�quando�comparadas�com�o�número�de�pessoas�em�risco��

Compromissos cumulativos por ppr (2003–2009) do fundo global, us-pmi e Banco mundial (us$)

Compromissos cumulativos para a malária (2003–2009) do fundo global, us-pmi e Banco mundial (us$)

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

Maisde$200milhões

$100-$200milhões

Menosde$100milhões

Nãofazpartedos12paísesemavaliação

Maisde$12,00porpessoaemrisco

$9,00–$11,99porpessoaemrisco

$5,00–$8,99porpessoaemrisco

Menosde$5,00porpessoaemrisco

Nãofazpartedos12paísesemavaliação

Mauritânia

Nigéria Etiópia

Quénia

Tanzânia

Congo, RDC Ruanda

Gana

Senegal

Zâmbia

Moçambique

Serra Leoa

Mauritânia

Nigéria

Etiópia

Quénia

Tanzânia

Congo, RDC Ruanda

Gana

Senegal

Zâmbia

Moçambique

Serra Leoa

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Tabela 5.4.Compromissos cumulativos por pessoa em risco do fundo global, Banco mundial e us-pmi, 12 países, valor actual em us$, 2003–2009.

Existem�grandes�diferenças�entre�os�12�países�nos�compromissos�de�financiamento�por�pessoa�em�risco�do�Fundo�Global,�Banco�Mundial�e�US-PMI��

Fonte:� Consulte� o� Anexo� 1� para� obter� informações� detalhadas� sobre� a� fonte� dos� dados� de� financiamento� e� das�estimativas�da�população�em�risco��Notas:�*As�estimativas�relativas�à�população�em�risco�baseiam-se�em�estimativas�do�Malaria�Atlas�Project,�aplicadas�aos�números�totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��No�entanto,�as�estimativas�da�OMS�relativas�à�população�em�risco�(de�acordo�com�o�publicado�no�Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009�da�OMS)�diferem�significativamente�destas�estimativas�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia��Se�as�estimativas�da�OMS�para�estes�dois�países�fossem�aplicadas�à�tabela�acima,�os�valores�do�Ruanda�e�da�Mauritânia�para�2009�seriam�de�$17,40�e�$8,35,�respectivamente��Uma�vez�que�o�financiamento�abrange�sete�anos,�o�financiamento�anual�por�pessoa�em�risco�variou�entre�$0,23�(RD�Congo)�e�$4,40�(Ruanda,�consulte�acima)��E,�como�se�pode�constatar�na�Figura�5�3,�o�maior�aumento�de�financiamento�no�Ruanda�ocorreu�muito�recentemente—em�2008�e�em�2009�

País 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Ruanda* $0,00 $2,37 $2,37 $8,33 $9,10 $18,08 $30,74zâmbia $1,42 $1,42 $4,81 $5,05 $6,83 $10,34 $11,52Tanzânia, Rep. Un. $0,31 $0,44 $1,69 $2,64 $3,09 $6,26 $9,56Senegal $0,35 $0,35 $2,25 $3,49 $3,82 $7,94 $9,33Quénia $0,38 $0,38 $3,36 $3,98 $4,20 $4,38 $8,03Etiópia $0,74 $0,74 $0,74 $3,02 $3,26 $3,36 $7,94Gana $0,20 $0,20 $1,17 $1,17 $2,47 $2,65 $6,37Mauritânia* $0,00 $0,27 $0,27 $4,72 $6,13 $6,13 $6,13Moçambique $0,00 $0,55 $0,55 $0,55 $2,59 $3,39 $4,89Serra Leoa $0,00 $0,00 $1,60 $1,60 $1,60 $3,40 $3,40Nigéria $0,00 $0,27 $0,27 $1,46 $1,82 $1,82 $2,62Congo, Rep. Un. $0,00 $0,41 $0,91 $1,03 $1,24 $1,61 $1,61

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Figura 5.3. Compromissos de financiamento anual por pessoa em risco do fundo global, Banco mundial e us-pmi, 12 países, us$ actuais, 2003–2009.

Existe�uma�variabilidade�de�ano�para�ano�significativa�do�financiamento�atribuído�para�o�controlo�da�malária�nestes�12�países

Figura 5.4. distribuição total dos gastos de subsídios do fundo global em cada país por actividade de área do programa, 12 países, 2008.

Os�gastos�de�subsídios�do�Fundo�Global�para�a�prevenção�(39%)�e�o�tratamento�(37%)�foram�predominantes�em�2008�e�semelhantes�nos�12�países�

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

Fonte:� Consulte� o� Anexo� 1� para� obter� informações� detalhadas� sobre� a� fonte� dos� dados� de� financiamento� e� das�estimativas�da�população�em�risco��Notas:�**As�estimativas�relativas�à�população�em�risco�baseiam-se�em�estimativas�do�Malaria�Atlas�Project,�aplica-das�aos�números�totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��No�entanto,�as�estima-tivas�da�OMS�relativas�à�população�em�risco�(de�acordo�com�o�publicado�no�Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009�da�OMS)�diferem�significativamente�destas�estimativas�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia,�resultando�em�compromissos�de�financiamento�anual�muito�inferiores�por�pessoa�em�risco�quando�se�utilizam�essas�estimativas��

Fonte:�Base�de�dados�do�Enhanced�Financial�Reporting�(EFR)�do�GFATM,�2009�Notas:�Um�ambiente�de�apoio� inclui�a�gestão�do�programa,�o�desenvolvimento�de�parcerias,�a�monitorização�da�resistência�a�fármacos�e�insecticidas�e�outras�actividades�relevantes��O�reforço�dos�sistemas�de�saúde�inclui�os�recursos� humanos,� a� gestão� da� cadeia� de� aprovisionamento� e� abastecimento,� sistemas� comunitários,� sistemas�de� informação,� monitorização� e� avaliação� ou� outras� actividades� relevantes�� O� tratamento� inclui� medicamentos�antimaláricos�para�o�tratamento,�meios�de�diagnósticos�e�outras�actividades�relevantes��A�prevenção�inclui�ITNs,�controlo�de�outros�vectores,�prevenção�durante�a�gravidez,�comunicação�da�alteração�de�comportamentos�e�outras�actividades�relevantes�

Mais�de�três�quartos�dos�gastos�com�prevenção�destinaram-se�a�redes�tratadas�com�insecticidas�em�2008�

Nos�gastos�com�tratamentos�em�2008,�verificou-se�uma�divisão�de�90%–10%�entre�medicamentos�e�meios�de�diagnóstico�

Reforço dos sistemas de saúde 15%

Tratamento 37%

Outros 23%

Outros 2%

Prevenção39%

Ambiente de suporte 9%

77%

Redes mosquiteiras tratadas com insecticidas

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

$13.00

$12.00

$11.00

$10.00

$9.00

$8.00

$7.00

$6.00

$5.00

$4.00

$3.00

$2.00

$1.00

$0.00

Ruanda**

Zâmbia

Senegal

Tanzânia, Rep. Un.

Quénia

Etiópia

Gana

Mauritânia**

Moçambique

Serra Leoa

Nigéria

Congo, Rep. Un.

Medicamentos antimaláricos 91%

Meios de diagnóstico

7%

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Esta secção avalia as ligações entre as alterações nos gastos em aquisição de mercadorias-chave para o controlo da malária utilizando recursos do Fundo Global, do Banco Mundial e da US-PMI de 2005 a 2008 com alterações na abrangência de intervenções adquiridas com estes fundos e um impacto estimado sobre a carga da malária baseado nestes resultados do programa. A análise seguinte concentra-se especificamente no financiamento das quatro intervenções de prevenção e tratamento recomendadas pelo RBM: ITNs, IRS, medicamentos antimaláricos e meios de diagnóstico e IPTp.

Os dados para esta avaliação foram disponibilizados por cada uma destas organizações financiadoras com base nas informações sobre gastos mantidas nas respectivas bases de dados, tendo-lhes, em geral, sido comunicados pelos países ou agências implementadoras. é importante notar que esses dados são frequentemente recolhidos e apresentados de forma diferente pelas diferentes organizações, o que constitui um desafio para agrupar os dados apresentados sobre gastos de financiamento combinados para intervenções-chave para o controlo da malária. Por exemplo, as organizações podem definir categorias de gastos de forma diferente e/ou incluir custos diferentes em cada uma destas categorias. Também é frequente existirem gastos que suportam a escalada de múltiplas intervenções, tais como iniciativas de reforço dos sistemas de saúde ou actividades de monitorização e avaliação mais vastas, sendo que estes fundos podem ser repartidos pelas categorias de gastos de forma diferente ou consolidados “noutra” categoria que não seja facilmente decomposta por área de actividade do programa. Estes problemas são detalhados nas Notas técnicas, no final deste relatório (Anexo 1).

Para obter uma harmonia entre estes dados, dentro do que é possível neste relatório, os dados de gastos referem-se apenas aos gastos em aquisição de mercadorias (tais como ITNs, medicamentos antimaláricos, meios de diagnóstico, etc.) e custos relacionados com a expedição e outros, excepto indicação em contrário (Caixa 3). Normalmente, estes gastos não incluem custos associados à abrangência de intervenções de escalada, tais como gastos com a distribuição dentro do país, assistência técnica, administração do programa, programas de alteração de comportamentos e comunicação, actividades de monitorização e avaliação ou outras actividades relacionadas. Assim, os dados sobre gastos apresentados neste documento não reflectem o total dos gastos de intervenção destas organizações para determinado ano e país; no entanto, as categorias são consistentes entre os países para cada uma das organizações financiadoras.

Finalmente, e conforme referido na secção anterior, este relatório inclui os gastos durante o período de 2005 a 2008 utilizando os recursos do Fundo Global, US-PMI e Banco Mundial. Enquanto o Fundo Global financiou actividades para o controlo da malária nestes 12 países desde 2003 (embora com montantes de financiamento e períodos de tempo diferentes), a US-PMI e o Banco Mundial tornaram-se activos em muitos destes países apenas recentemente. Por exemplo, a US-PMI iniciou as suas actividades na Etiópia, Gana, Quénia e zambia em 2008 e em Moçambique, Ruanda e Senegal em 2007. Do mesmo modo, o Banco Mundial iniciou os seus programas no Gana, Quénia, Serra Leoa e República Unida da Tanzânia em 2007. Dado o intervalo de tempo entre compromissos de financiamento, desembolsos e gastos, o financiamento disponibilizado por estas organizações pode não ter sido gasto até ao final de 2008, pelo que não seria incluído nesta avaliação.

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

doze países: Avaliação do financiamento, da abrangência e do impacto

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prevenção Redes mosquiteiras tratadas com insecticidas

Observou-se uma estreita relação entre os desembolsos e gastos para a aquisição de ITNs, a distribuição destas redes e os ganhos de cobertura resultantes. Dos 12 países, 11 países (à excepção de Moçambique) dispunham de dados sobre os gastos em ITNs pelo Fundo Global, Banco Mundial ou US-PMI para o período de 2005–2008. Estes países foram analisados em grupos de acordo com os respectivos ganhos de cobertura entre um inquérito de base (normalmente, entre 2003–2005) e um inquérito mais recente (2007–2009), tendo sido categorizados do seguinte modo:

• países com elevado desempenho�com�um�ganho�mínimo�de�40�pontos�percentuais�entre�os�dois�inquéritos;

• países com desempenho intermédio�com�um�ganho�de�14–32�pontos�percentuais;�e�

• países com baixo desempenho�com�um�ganho�inferior�a�11�pontos�percentuais�

Com base nesta definição, registaram-se cinco países com elevado desempenho (Etiópia, Quénia, Ruanda, Senegal e zâmbia), três países com desempenho intermédio (Gana, República Unida da Tanzânia e Serra Leoa) e três países com baixo desempenho (República Democrática do Congo, Mauritânia e Nigéria).

A Figura 5.5 ilustra os padrões de aquisição de ITNs de cada um destes países. Estes gastos não foram constantes ao longo deste período entre 2005–2008, mas, como previsto, em geral, registaram picos antes das campanhas nacionais de distribuição maciça planeadas. A propriedade de ITNs por agregado familiar aumentou após estas actividades. é importante notar que estes valores indicam que, em cada

país, decorreu um intervalo de tempo muito

breve entre a aquisição, a distribuição e a

utilização de redes pela população – ocorrendo

frequentemente no espaço de um ano. Por

exemplo, na Etiópia, os gastos em aquisição de

ITNs passaram de $0,19 por pessoa em risco

de contrair malária em 2005 para $1,13 em 2006

antes das principais campanhas de distribuição

planeadas, em 2006–2007. Os dados do inquérito

de 2007 indicaram que, como consequência

directa destes esforços, mais de metade dos

agregados familiares possuíam pelo menos

uma ITN a nível nacional — elevando o valor

para 66% dos agregados familiares em áreas de

risco. Um padrão semelhante pode observar-se

entre os países com elevado desempenho e, até

certo ponto, entre os países com desempenho

intermédio.

Além disso, entre os países com elevado

desempenho, o total de gastos de aquisição

de ITNs entre o inquérito de base e o de

seguimento foi entre $1,22 e $1,94 por pessoa

em risco de contrair malária.* Os países com

desempenho intermédio gastaram entre $0,45

e $0,69 por pessoa em risco de contrair malária

na aquisição de ITNs, enquanto os países com

baixo desempenho gastaram entre $0,05 e

$0,13 (Tabela 5.5). De facto, estes resultados

confirmam a estreita relação entre os gastos

em aquisição de ITNs e os ganhos de cobertura

(Figura 5.6). Com base nesta relação observada,

estima-se adicionalmente que a maioria dos

países tenha necessitado de gastar entre $2 e $3

por pessoa em risco na aquisição de ITNs para

alcançar o objectivo de 80% de cobertura dos

agregados familiares com pelo menos uma ITN

(Tabela 5.6).

*O�Ruanda�é�uma�excepção�dado�que�teve�níveis�de�gastos�mais�elevados�que�os�outros�países;�no�entanto,�a�maioria�destes�gastos�ocorreu�nos�últimos�dois�anos�e�as�vantagens�de�tal�facto�podem�ainda�não�estar�constatadas�nos�inquéritos�existentes�

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ITNs. Inclui apenas os gastos em aquisição de redes tratadas com insecticidas de longa duração da US-PMI e do Banco Mundial, juntamente com os custos de expedição e outros encargos relacionados. No entanto, o Fundo Global apresenta dados sobre gastos para a categoria mais abrangente de “produtos e equipamento de saúde”, que inclui gastos em aquisição de ITNs, meios de diagnóstico e materiais de IRS. Antes de 2008, não era possível decompor mais esta categoria. No entanto, os dados de 2008 para estes 12 países indicam que a maior parte dos gastos nestes “produtos de saúde” se destinou a ITNs (em 2008, mais de três quartos dos gastos com prevenção destinaram-se a ITNs, sendo o restante dividido entre outras medidas de prevenção, tais como materiais de IRS). Adicionalmente, dadas as campanhas significativas de distribuição de ITNs decorridas em muitos dos 12 países entre 2006–2007, prevê-se que tenha sido utilizada uma proporção igual ou superior de gastos com prevenção na aquisição de ITNs nos anos anteriores. Assim, incluímos os dados sobre gastos com “produtos e equipamento de saúde”

nesta categoria de ITN sem ajustes.

IRS. Inclui dados de 2006–2008 da US-PMI relativos a gastos relacionados com o custo total dos programas de IRS, incluindo materiais, operações de pulverização, custos de mão-de-obra local, administração a nível nacional e assistência técnica. Os dados do Banco Mundial e do Fundo Global referem-se exclusivamente ao ano de 2008 e incluem apenas os gastos em aquisição de mercadorias de IRS.

Medicamentos antimaláricos. Inclui apenas os gastos em aquisição de ACT da US-PMI e do Banco Mundial, juntamente com os custos de expedição e outros encargos relacionados. O Fundo Global não decompõe a sua categoria “farmacêutica” por tipo de fármaco, embora a grande maioria desses gastos se destine à aquisição de ACT.

Meios de diagnóstico. Inclui os gastos em aquisição de RDTs e equipamento laboratorial (tal como microscópios) do Fundo Global e da US-PMI, e apenas a aquisição de RDT do Banco Mundial (juntamente com os custos de expedição e outros encargos relacionados). Os dados do Fundo Global referem-se apenas ao ano de 2008.

IPT. Inclui apenas os gastos em aquisição de

comprimidos de sulfadoxina-pirimetamina (SP) e gastos relacionados da US-PMI, Banco Mundial e Fundo Global. Os dados do Fundo Global sobre a aquisição de comprimidos de SP estão apenas disponíveis para 2008.

Caixa 3: definir as categorias de gastos Segue-se� uma� breve� descrição� das� categorias� de� gastos� utilizadas� neste� relatório�� Os� dados� são�apresentados� em� dólares� americanos� por� ano� civil�� Estão� disponíveis� informações� adicionais� sobre�estas�categorias,�fontes�de�dados�e�outras�questões�metodológicas�no�Anexo�1�

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Fonte:�(Cobertura)�Base�de�dados�global�da�UNICEF�sobre�a�malária�de�2009,�que� inclui�dados�do�MICS,�DHS�e�de�inquéritos� de� indicadores� de� malária�� Estas� bases� de�dados�estão�disponíveis�em:�http://www�childinfo�org��(Financiamento)�Consulte�o�Anexo�1�para�obter�informações�detalhas�relativamente�a�fontes�(Populações� em� risco)� As� estimativas� relativas� à�população� em� risco� baseiam-se� em� estimativas� do�Malaria� Atlas� Project,� aplicadas� aos� números� totais� da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para� 2008�� Consulte� o� Anexo� 1� para� obter� informações�detalhadas�(Campanhas� de� distribuição)� AM� Noor� et� al� 2009�“Insecticide-treated� net� coverage� in� Africa:� mapping�progress�in�2000-07”�The Lancet,�2009,�373:58-67

Figura 5.5gastos anuais per capita em risco em aquisição de itns utilizando os fundos do gfAtm, us-pmi e do Banco mundial, 11 países, valor actual em us$, 2005–2008; proporção de agregados familiares possuindo pelo menos uma itn.

Existiam,� na� altura,� ligações� estreitas� em� termos� de� calendarização� entre� a� disponibilidade� do�financiamento,�os�gastos�em�aquisição�de�ITNs,�as�campanhas�de�distribuição�de�ITNs�e�os�aumentos�da�cobertura�de�ITNs�

Quénia

ruanda* senegal

1. Países com elevado desempenhoetiópia

$0,38

$0,54

$1,09

$0,89

$0,16

$0,69

$0,35 $0,34

Nacional livre

$0,19

$1,13

$0,21

$0,50

$0,02

$1,22

$0,21

$0,34

Nacional

Indica campanhas de distribuição de ITNs conhecidas

zâmbia

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

Disponibilidade de ITNs por agregado familiar

Gastos anuais em aquisição de ITNs por pessoa em risco (valor actual em US$)

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

$0,36

$3,35

15

62

53

44

56

$1,80

$0,16

Gastos por pessoa em risco em US$Nacional

Nacional

2005 2006 2007 2008

2005 2006 2007 2008 20092005 2006 2007 2008

2005 2006 2007 2008

2003 2004 2005 2005 2007 2008 2009

80

70

60

50

40

30

20

10

0

80

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0

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10

0

1.5

1.25

1

0.75

0.5

0.25

0

$4.00

$3.00

$2.00

$1.00

$0.00

80

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50

40

30

20

10

0

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0

1.5

1.25

1

0.75

0.5

0.25

0

1.5

1.25

1

0.75

0.5

0.25

0

1.5

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1

0.75

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Notas:�Os�dados�relativos�a�gastos�para�2005�baseiam-se�em�estimativas�do�Fundo�Global�de�gastos�cumulativos�para�2003–2005,�que�foram�divididos�uniformemente�por�todo�o�período�para�dar�origem�a�uma�estimativa�anual�para�o�ano�de�2005��Os�dados�relativos�a�gastos�em�ITNs�para�Moçambique�não�estão�disponíveis,�pelo�que�este�país�não�está�incluído�na�análise�Consulte� o� Anexo� 1� para� obter� uma� definição� pormenorizada� da� categoria� de� gastos� em� ITNs�� Estes� dados� incluem�geralmente� apenas� gastos� em� aquisição� de� mercadorias,� taxas� de� expedição� para� portos,� despesas� com� seguros� e�outras�despesas�relacionadas��Os�gastos�com�outras�actividades�relacionadas,�necessários�para�aumentar�a�cobertura�de�ITNs,�como�as�actividades�de�distribuição�a�nível�nacional�e�reforço�dos�sistemas�de�saúde,�não�estão�incluídas�nestas�estimativas��Os�dados�relativos�a�gastos�aqui�apresentados�não�reflectem,�por�isso,�os�gastos�destas�organizações�para�o�ano�e�país�especificado��Os�gastos�em�ITNs�do�Fundo�Global�são�calculados�com�base�na�categoria�de�classificação�"equipamentos� e� produtos� de� saúde"� que� inclui� gastos� em� ITNs,� outros� métodos� de� controlo� vectoriais� e� meios� de�diagnóstico��No�entanto,�a�grande�maioria�dos�gastos�para�esta�categoria�é�em�ITNs��*As� estimativas� relativas� à� população� em� risco� baseiam-se� em� estimativas� do� Malaria� Atlas� Project,� aplicadas� aos�números� totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��No�entanto,�as�estimativas�da�OMS�de�populações�em�risco� (de�acordo�com�o�publicado�no�Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009�da�OMS)�difere�significativamente� destas� estimativas� para� o� Ruanda� e� a� Mauritânia�� Se� as� estimativas� da� OMS� para� estes� dois�países� fossem� aplicadas� aos� números� acima,� os� gastos� do� Ruanda� em� ITNs� para� 2005–2008� seriam� $0,21,� $1,90,�$1,02�e�$0,09,�respectivamente,�e�os�gastos�da�Mauritânia�em�ITN�para�2005-2008�seriam�de�$0,05,�$0,02,�$0,11�e�$0,64,�respectivamente��

2. Países com desempenho intermédiogana

serra leoa

república unida da tanzânia

3. Países com baixo desempenhorepública democrática do Congo

mauritânia*

nigéria

$0,07

$0,41 $0,21

$0,00

$0,00 $0,00

$0,27

$0,45

$0,01 $0,09 $0,03

$0,40

$0,04 $0,01 $0,08

$0,47

$0,06 $0,04 $0,06 $0,09

$0,10 $0,23

$0,41

$0,23

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

% de cobertura de ITNs dos agregados familiares

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$ Gastos por pessoa em

risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

Gastos por pessoa em risco em US$

Indica campanhas de distribuição de ITNs conhecidas

Disponibilidade de ITNs por agregado familiar

2005 2006 2007 2008

2005 2006 2007 2008

2005 2006 2007 2008

2005 2006 2007 2008

2004 2005 2006 2007 2008

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19

33

9

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0

37

5

23

39

2003 2004 2005 2005 2007 2008

Gastos anuais em aquisição de ITNs por pessoa em risco (valor actual em US$)

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Tabela 5.5.total de gastos em aquisição de itns por pessoa em risco entre o inquérito de base e o de seguimento, 11 países, 2005–2008.

Os�países�gastaram�montantes�diferentes�na�aquisição�de� ITNs�e�alcançaram�ganhos�de�cobertura�diferentes;�os�gastos�encontram-se�altamente�correlacionados�com�os�ganhos�de�cobertura�

Fonte:�Consulte�as�informações�detalhadas�sobre�a�fonte�dos�dados�de�financiamento�e�das�estimativas�da�população�em�risco��Notas:�*As�estimativas�relativas�à�população�em�risco�baseiam-se�em�estimativas�do�Malaria�Atlas�Project,�aplicadas�aos�números�totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��No�entanto,�as�estimativas�da�OMS�relativas�à�população�em�risco�(de�acordo�com�o�publicado�no�Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009�da�OMS)�diferem�significativamente�destas�estimativas�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia��Se�as�estimativas�da�OMS�para�estes�dois�países�tiverem�sido�utilizadas�na�tabela�acima,�o�valor�do�total�de�gastos�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia�seria�de�$3,13�e�$0,07,�respectivamente��Moçambique�não�foi�incluído�nesta�avaliação,�uma�vez�que�os�dados�sobre�gastos�em�aquisição�de�ITNs�não�estavam�disponíveis��

País

% de agregados familiares que possuem pelo menos uma ITN(inquérito de base)

% de agregados familiares que possuem pelo menos uma ITN(inquérito de seguimento)

Alteração em pontos percentuais

Gastos totais em aquisição de ITNs por pessoa em risco entre os inquéritos inicial e de seguimento (valor actual em US$)

Países com elevado desempenho

Etiópia 3(2005) 53 (2007) 50 $1,32 (2005–2006)

Quénia 6(2003) 54(2008–2009) 48 $1,79(2005–2008)

zâmbia 14(2001–2002) 62(2008) 48 $1,94(2005–2007)

Ruanda* 15(2005) 56(2007–2008) 41 $5,51(2005–2007)

Senegal 20(2005) 60(2008–2009) 40 $1,22(2005–2008)

Países com desempenho intermédio

Serra Leoa 5(2005) 37(2008) 32 $0,45(2005–2007)

Tanzânia, Rep. Un. 23(2004–2005) 39(2007–2008) 16 $0,69(2005–2007)

Gana 19(2006) 33(2008) 14 $0,64(2006–2007)

Países com baixo desempenho

Mauritânia* 1 (2004) 12(2007) 11 $0,05(2005–2006)

Congo, Rep. Un.2(estimativa�de�

2001) 9(2007) 7 $0,10 (2005–2006)

Nigéria 2(2003) 8(2008) 6 $0,13(2005–2007)

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

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Figura 5.6. total de gastos em aquisição de itns por pessoa em risco entre o inquérito de base e o de seguimento e o ganho de cobertura em pontos percentuais entre estes inquéritos, 9 países.

Existe�uma�estreita�relação�entre�os�gastos�em�aquisição�de�ITNs�e�os�ganhos�de�cobertura�referentes�a�ITNs�

Notas:�O�Ruanda�e�a�Mauritânia�não�foram�incluídos�na�análise�de�regressão�devido�à�variabilidade�das�estimativas�da�população�em�risco�e�o�impacto�resultante�nos�gastos�em�aquisição�de�ITNs�por�pessoa�em�risco�

% de aumento na posse de ITN por agregado familiar

Valor gasto em US$ por pessoa em risco

$0,00 $0,20 $0,40 $0,60 $0,80 $1,00 $1,20 $1,40 $1,60 $1,80 $2,00

Serra Leoa

Tanzânia, Rep. Un.

Senegal

Etiópia

Quénia Zâmbia

y = 24,242x + 6,697R2 = 0,80449

Nigéria

Congo, Rep. Un.

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Os�países�necessitam�de�gastar�aproximadamente�entre�$1,80�e�$2,60�por�pessoa�em�risco�para�alcançar�80%� de� cobertura� dos� agregados� familiares� com� pelo� menos� uma� ITN� por� agregado� em� relação� à�cobertura�inicial��O�total�de�gastos�adicionais�necessários�para�que�cada�país�alcance�a�cobertura�de�80�porcento�depende�da�cobertura�actual�(a�Zâmbia�necessita�de�gastar�$0,47�por�pessoa�em�risco;�a�Nigéria�necessita�de�gastar�$2,69�por�pessoa�em�risco)*��

Notas:� As� estimativas� dos� gastos� adicionais� necessários� para� alcançar� a� cobertura� de� 80%� são� previstas� com�base�num�modelo�de�regressão�linear�da�relação�observada�entre�os�gastos�em�aquisição�de�ITNs�por�pessoa�em�risco�entre�o�inquérito�de�base�e�o�de�seguimento�e�os�ganhos�de�cobertura�em�pontos�percentuais�nos�agregados�familiares�com�pelo�menos�uma�ITN�(consulte�a�Figura�5�6)��*�De�salientar�que�as�estimativas�dos�gastos�adicionais�necessários�para�atingir�a�cobertura�de�80%�são�estimativas�para�a�concretização�do�objectivo�de�cobertura�inicial�e�os�custos�continuados�para�a�manutenção�da�cobertura�não�estão�incluídos�nos�cálculos��Adicionalmente,�isto�deverá�ser�considerado�como�um�primeiro�passo�na�cobertura,�tendo�em�conta�que�os�programas�relativos�à�malária�são�fortemente�encorajados�a�procurar�alcançar�a�posse�e�utilização�de�ITNs�para�todas�as�pessoas�que�dormem�dentro�de�casas�**O�Ruanda�e�a�Mauritânia�não�foram�incluídos�na�análise�de�regressão�devido�à�variabilidade�das�estimativas�da�população�em�risco�e�o�impacto�resultante�nos�gastos�em�aquisição�de�ITNs�por�pessoa�em�risco�

País

% de agregados familiares que possuem pelo

menos uma ITN (inquérito de

base)

% de agregados familiares que pos-

suem pelo menos

uma ITN (inquérito de segui-

mento)

Alteração em pontos percentuais

Total de gastos em aquisição de ITNs por pessoa em risco entre os inquéritos inicial e de seguimento (valor actual em

US$)Objectivo do RBM

Alteração em pontos

percentuais necessária para atingir o objectivo

do RBM

Os gastos adicionais

em aquisição de ITNs

por pessoa em risco

necessitavam de atingir uma cobertura de

80%

Os gastos totais em

aquisição de ITN por pessoa

em risco necessitavam de atingir uma

cobertura de 80%

relativamente ao inquérito de

basePaíses com elevado desempenho

Etiópia 3(2005)

53(2007)

50 $1,32(2005-2006)

80 27 $0,84 $2,16

Quénia 6(2003)

54(2008-09)

48 $1,79(2005-2008)

80 26 $0,80 $2,59

zâmbia 14(2001-02)

62(2008)

48 $1,94(2005-2007)

80 18 $0,47 $2,41

Ruanda** 15(2005)

56(2007-08)

41 $5,51(2005-2007)�

80 24 - -

Senegal 20(2005)

60(2008-09)

40 $1,22(2005-2008)

80 20 $0,55 $1,77

Países com desempenho intermédio

Serra Leoa 5(2005)

37(2008)

32 $0,45(2005-2007)

80 43 $1,50 $1,95

Tanzânia, Rep, Un,

23(2004-05)

39(2007-08)

16 $0,69(2005-2007)

80 41 $1,42 $2,11

Gana 19(2006)

33(2008)

14 $0,64(2006-2007)

80 47 $1,66 $2,30

paísescombaixodesempenho

Mauritânia** 1(2004)

12(2007)

11 $0,05(2005-2006)

80 68 - -

Congo, Rep, Un,

2(estimativa�de�

2001)

9(2007)

7 $0,10(2005-2006)

80 71 $2,65 $2,75

Nigéria 2(2003)

8(2008)

6 $0,13(2005-2007)

80 72 $2,69 $2,82

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Tabela 5.6. gastos em aquisição de itns adicionais estimados por pessoa em risco necessários para alcançar uma cobertura de 80 porcento, nove países.

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Pulverização residual no interior de edifícios

Os registos dos programas nacionais fornecem dados muito úteis para monitorizar a cobertura de IRS, uma vez que esta intervenção está frequentemente direccionada para áreas subnacionais. A Tabela 5.7 resume as actividades de IRS entre 2006 e 2008 em oito países que receberam apoios de financiamento da US-PMI para esta intervenção; mais de 3,7 milhões de habitações foram pulverizadas e mais de 35 milhões de pessoas-anos de protecção foram proporcionados durante 2006-2008. O apoio da US-PMI para actividades de IRS em oito dos 12 países de avaliação (Etiópia, Gana, Quénia, Moçambique, Ruanda, Senegal, República Unida da Tanzânia [território continental e zanzibar] e zâmbia) perfizeram um total superior a $40 milhões durante 2006–2008.

O Banco Mundial apoiou programas de IRS em três destes países (Etiópia, Nigéria e zâmbia), perfazendo um total de $7 milhões em gastos em actividades de IRS durante este mesmo período de tempo. Em 2008, os subsídios do Fundo Global apoiaram a IRS em três dos 12 países (Mauritânia, Moçambique e zâmbia), perfazendo um total de $ 3,5 milhões. No geral, 10 dos 12 países receberam apoios para os respectivos programas de IRS e, em alguns países (por exemplo, a Etiópia; consulte o Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009, OMS), o conjunto do apoio de várias fontes forneceu protecção a uma porção substancial da população em risco.

Tabela 5.7. número total de habitações pulverizadas e pessoas protegidas por programas de irs apoiados pela us-pmi, 8 países, 2006–2008.

Mais� de� 35� milhões� de� pessoas-anos� de� protecção� foram� proporcionados� por� programas� de� IRS� em�2006–2008�através�de�um�mecanismo�de�apoio��O�financiamento�adicional�do�Banco�Mundial,�do�Fundo�Global�e�outros�recursos�proporcionaram�cobertura�e�protecção�adicionais�aos�agregados�familiares��

Fonte:��Relatório�Anual�da�US-PMI�de�2009�

País

Número de estruturas pulveriza-das (em milhares)

Número de pessoas protegi-das (em milhares)

Número de estruturas pulveriza-das (em milhares)

Número de pessoas protegi-das (em milhares)

Número de estruturas pulveriza-das (em milhares)

Número de pessoas protegi-das (em milhares)

Número de estruturas pulveriza-das (em milhares)

Número de pessoas prote-gidas-anos de protecção (em milhares)

2006 2007 2008 2006-2008Etiópia - - - 3 890 317 5 922 317 9 812Gana - - - - 254 602 254 602Quénia - - - 3 459 207 3 062 207 6 521Moçambique - - 587 2 594 413 1 457 999 4 051Ruanda - - 162 721 190 886 352 1 607Senegal - - 76 679 154 645 230 1 324Tanzânia, Rep. Un. (Território continental) - 1 018 35 160 126 449 161 1 626Tanzânia, Rep. Un. (zanzibar) 204 - 204 1 120 201 1 120 609 2 241zâmbia - - - 3 600 605 4 200 605 7 800Total (em milhares) 204 1 018 1 064 16 223 2 467 18 343 3 734 35 584Financiamento total (2006-2008): $40,5 milhõesFinanciamento total por pessoa protegida (2006-2008): $1,14 por pessoa protegida

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Meios de diagnóstico

A implementação de meios de diagnóstico de grande escala pode apoiar a utilização racional de medicamentos antimaláricos e constitui um aspecto crítico dos programas de tratamento. No entanto, até à data, os dados dos inquéritos estão maioritariamente indisponíveis para monitorizar a utilização de meios de diagnóstico para melhor direccionar o tratamento apenas aos doentes febris com um teste positivo para malária. Foram desenvolvidas perguntas sobre a utilização de meios de diagnóstico para testes de malária para inclusão em inquéritos futuros e novas informações estarão disponíveis nos próximos anos. De momento, os dados de inquéritos nacionais foram recolhidos num inquérito apenas (Inquérito de Indicadores de Malária da zâmbia de 2008), indicando que 11% das crianças zambianas com febre comunicada receberam uma picada no dedo ou no calcanhar para testes de malária.

Estão actualmente a ser envidados esforços reforçados para adquirir, distribuir e fornecer formação sobre a utilização de meios de diagnóstico nos países endémicos da malária como resposta às recomendações globais de confirmação de parasitas em casos de suspeita de malária.17 Em 2008 apenas, foram gastos $3,4 milhões pelo Fundo Global, US-PMI e Banco Mundial na aquisição de meios de diagnóstico nestes 12 países. Nos próximos anos, esperam-se gastos ainda maiores em meios de diagnóstico com base nos compromissos de financiamento destas organizações.

Tratamento

Nos últimos anos, África atravessou uma transição significativa em termos de actividades de tratamento da malária. Desde 2003, os países alteraram rapidamente as suas políticas nacionais sobre fármacos para promover a ACT, que se trata de uma via de tratamento mais eficaz— embora mais dispendiosa. Ao mesmo tempo, a aquisição global destes medicamentos

aumentou acentuadamente desde 2005. E mais recentemente ainda, os países começaram a investir em meios de diagnóstico para melhor direccionarem o tratamento da malária àqueles que apresentam um diagnóstico de malária positivo. Em conjunto, estas acções, bem como o reforço dos sistemas de distribuição, sugerem que muitos países irão melhorar a cobertura com um tratamento imediato e eficaz nos próximos anos.

De momento, apenas 3 dos 12 países incluídos nesta avaliação (Gana, República Unida da Tanzânia e zâmbia) dispõem de dados dos inquéritos que apresentam tendências para a cobertura com ACT, que corresponde ao seu tratamento de primeira linha para a malária sem complicações e é a via de tratamento actualmente adquirida, sobretudo com financiamento do Fundo Global, US-PMI e Banco Mundial.

A Figura 5.7 indica que o Gana e a República Unida da Tanzânia concretizaram ganhos significativos na cobertura com um tratamento eficaz com ACT num curto período de tempo. Os dados relativos à zâmbia indicam taxas de cobertura de ACT precoces, tendo estabilizado mais recentemente; este facto pode reflectir o aumento da utilização de meios de diagnóstico de tal modo que menos crianças febris são tratadas com ACT porque muitas não têm malária, mas a taxa é avaliada com base em crianças febris. Durante este período, o tratamento com medicamentos menos eficazes (por exemplo, cloroquina) decresceu ou permaneceu com níveis baixos nestes países. Espera-se que outros países africanos que tenham investido recentemente na expansão da cobertura de ACT apresentem resultados semelhantes nos próximos inquéritos, embora a interpretação da cobertura de tratamento apresente desafios e se torne mais difícil no futuro, à medida que os países expandem a utilização de meios de diagnóstico de malária (consulte o Anexo 1 para um debate mais exaustivo).

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gestão de casos de malária

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Figura 5.7. proporção de crianças febris com menos de cinco anos de idade que receberam medicamentos antimaláricos por tipo (ACt ou CQ) nas últimas duas semanas; e gastos médios anuais por pessoa em risco na aquisição de medicamentos antimaláricos utilizando fundos do fundo global, us-pmi e Banco mundial (valor actual em us$); gana, república unida da tanzânia e zâmbia, 2005–2008.

Embora�os�dados�revelem�progressos�na�cobertura�de�ACT�no�Gana,�na�República�Unida�da�Tanzânia�e�na�Zâmbia,�os�gastos�em�aquisição�destes�fármacos�continuam�demasiado�baixos�e�variáveis�de�ano�para�ano��

gana

república unida da tanzânia

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

% de crianças febris tratadas

% de crianças febris tratadas

Valor médio gasto por pessoa em risco em US$

Valor médio gasto por pessoa em risco em US$

Intervalo de anos 2005–2008

Cobertura de ACT

Cobertura de CQ

Gastos médios anuais em ACT por pessoa em risco (valor actual em US$)

Cobertura de ACT

Cobertura de CQ

Gastos médios anuais em ACT por pessoa em risco (valor actual em US$)

Intervalo de anos 2005–2008

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0

1

0,75

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0

2005 2006 2007 2008 2005-2008

2005 2006 2007 2008 2005-2008

21

12 2

$0.17

$0.15

22

42

4

9

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zâmbia

Fonte:�(Cobertura)�Bases�de�dados�globais�da�UNICEF�de�2009,�que�incluem�dados�de�MICS,�DHS�e�Inquéritos�de�Indicadores� de� Malária�� Estas� bases� de� dados� estão� disponíveis� em:� http://www�childinfo�org;� (Financiamento)�Consulte�o�Anexo�Técnico�para�obter�informações�detalhadas�sobre�a�fonte�(Populações�em�risco)�As�estimativas�relativas�à�população�em�risco�baseiam-se�em�estimativas�do�Malaria�Atlas�Project,�aplicadas�aos�números�totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��Consulte�o�Anexo�Técnico�para�obter�informações�detalhadas�Notas:�Os�dados�relativos�a�gastos�para�2005�baseiam-se�em�estimativas�do�Fundo�Global�de�gastos�cumulativos�para�2003–2005,�que�foram�divididos�uniformemente�por�todo�o�período�para�dar�origem�a�uma�estimativa�anual�para�o�ano�de�2005��Consulte�o�Anexo�1��para�obter�uma�explicação�detalhada�da�categoria�de�gastos�em�medicamentos�antimaláricos��Estes�dados�incluem�geralmente�apenas�gastos�em�aquisição�de�mercadorias,�taxas�de�expedição�para�portos,�despesas�com�seguros�e�outras�despesas�relacionadas��Os�gastos�com�outras�actividades�relacionadas,�necessárias�para�aumentar�a�cobertura�de�ITN,�como�as�actividades�de�distribuição�a�nível�nacional�e�reforço�dos�sistemas� de� saúde,� não� estão� incluídos� nestas� estimativas�� Os� dados� relativos� a� gastos� aqui� apresentados� não�reflectem,�por�isso,�os�gastos�destas�organizações�para�o�ano�e�país�especificado��

% de crianças febris tratadas

Valor médio gasto por pessoa em risco em US$

Intervalo de anos 2005–2008

50

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02005 2006 2007 2008 2005-2008

10 11

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13

$0.45

Cobertura de ACT

Cobertura de CQ

Gastos médios anuais em ACT por pessoa em risco (valor actual em US$)

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A Figura 5.8 indica que, em muitos dos 12 países, os gastos em aquisição de ACT são frequentemente demasiado baixos e variáveis de ano para ano. Por exemplo, a República Unida da Tanzânia , um país que alcançou alguns progressos significativos na cobertura de ACT entre 2005 e 2008, revelou gastos altamente variáveis em ACTs durante este período de tempo— passando de $0,07 por pessoa em risco de contrair malária em 2005 para $0,40 em 2006, decrescendo para $0,22

Tabela 5.8. gastos anuais em aquisição de ACt por pessoa em risco utilizando os recursos do fundo global, us-pmi e Banco mundial, 12 países, 2005–2008.

Os�gastos�em�aquisição�de�ACT�são�frequentemente�demasiado�baixos�e�variáveis�de�ano�para�ano�

País

Gastos anuais em aquisição de ACT por pessoa utilizando fundos do GFATM. US-PMI e Banco Mundial

Média dos gastos em aquisição de ACT

2005 2006 2007 2008 2005-2008

Ruanda* $0,08 $1,23 $0,77 $0,12 $0,55

zâmbia $0,21 $0,44 $0,47 $0,67 $0,45

Quénia $0,00 $0,57 $0,06 $0,33 $0,24

Tanzânia, Rep. Un. $0,07 $0,40 $0,21 $0,00 $0,17

Gana $0,04 $0,16 $0,21 $0,17 $0,15

Etiópia $0,07 $0,34 $0,09 $0,05 $0,14

Mauritânia* $0,01 $0,00 $0,01 $0,30 $0,08

Senegal $0,13 $0,20 $0,00 $0,00 $0,08

Serra Leoa $0,00 $0,18 $0,00 $0,15 $0,08

Moçambique $0,00 $0,00 $0,00 $0,26 $0,07

Nigéria $0,01 $0,06 $0,02 $0,04 $0,03

Congo, Rep. Un. $0,01 $0,01 $0,01 $0,05 $0,02

c o l o cA r o d i n h e i r o e m p r á t i cA :AvA l i A ç ã o d e 1 2 pA í s e s ( á f r i cA )

em 2007 e $0,00 em 2008. Embora a cobertura de ACT tenha aumentado de 2% em 2005 para 21% em 2008, não é claro, com base nos dados de financiamento, até que ponto estes ganhos podem ser sustentados nos próximos anos. Padrões de gastos em tratamento semelhantes, mas níveis inferiores de gastos, estão a ocorrer em muitos dos outros países incluídos nesta avaliação; no entanto, as tendências na cobertura de dados não foram disponibilizadas pelos relatórios dos inquéritos nacionais.

Fonte:�Consulte�as�informações�detalhadas�sobre�a�fonte�para�a�Figura�5�7�Notas:�*Os�dados�relativos�a�gastos�para�2005�baseiam-se�em�estimativas�do�Fundo�Global�de�gastos�cumulativos�para�2003–2005,�que�foram�divididos�uniformemente�por�todo�o�período�para�dar�origem�a�uma�estimativa�anual�para�o�ano�de�2005��As�estimativas�relativas�à�população�em�risco�baseiam-se�em�estimativas�do�Malaria�Atlas�Project,�aplicadas�aos�números�totais�da�população�da�Divisão�de�População�das�Nações�Unidas�para�2008��No�entanto,�as�estimativas�da�OMS�de�populações�em�risco�(de�acordo�com�o�publicado�no�Relatório�Mundial�da�Malária�de�2009�da�OMS)�diferem�significativamente�destas�estimativas�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia��Se�as�estimativas�da�OMS�para�estes�dois�países�tiverem�sido�utilizadas�na�tabela�acima,�o�valor�do�total�de�gastos�na�aquisição�de�ACT�para�o�Ruanda�e�a�Mauritânia�seria�de�$0,31�e�$0,11,�respectivamente�

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malária durante a gravidezO tratamento preventivo intermitente durante a gravidez (IPTp) é uma medida crítica para prevenir a malária entre as mulheres grávidas em zonas endémicas, devendo ser conjugado com a utilização regular de ITNs ao longo da gravidez. O tratamento consiste em pelo menos duas doses de sulfadoxina-pirimetamina (SP) durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez, recebidas através de consultas de cuidados pré-natais de rotina.

O IPTp é uma actividade relativamente acessível, dado o baixo custo da aquisição de comprimidos de SP e a capacidade de incluir esta intervenção nos cuidados de rotina contínuos fornecidos durante as consultas de cuidados pré-natais. Em 2008 apenas, foram gastos $1,4 milhões nestas actividades em 3 destes 12 países (Gana,

Mauritânia e zâmbia) utilizando recursos do Fundo Global. Não foram comunicados gastos para 2008 nos restantes países que recebem recursos do Fundo Global ou nos países apoiados pelos programas da US-PMI e do Banco Mundial.

Estão disponíveis dados de inquéritos para monitorizar a cobertura das actividades de IPTp para 10 dos 12 países em avaliação. Estes dados indicam que a cobertura de IPTp é baixa na maioria dos países, com uma cobertura inferior a 40 porcento em 7 dos 10 países que dispõem de dados. Nomeadamente, o Gana e a zâmbia—dois dos países que apresentam uma cobertura mais elevada (44% e 60% em 2008, respectivamente)—também comunicaram gastos em actividades relacionadas com a malária durante a gravidez

em 2008 (Figura 5.8).

Figura 5.8. proporção de últimos nascimentos em que a mãe recebeu iptp (duas ou mais doses de sp) através de cuidados pré-natais durante a gravidez, 10 dos 12 países em avaliação com dados, 2003–2009.

Alguns�dos�países�que�apresentam�ganhos�significativos�na�cobertura�de�IPTp�

80

70

60

50

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30

20

10

0

Cong

o, R

ep. D

em. (

2007

)

Tanz

ânia

, Rep

. Un.

(200

4-05

)

Nig

éria

(200

3)

Tanz

ânia

, Rep

. Un.

(200

7-08

)

Nig

éria

(200

8)

Gana

(200

3)

Serra

Leo

a (2

008)

Gana

(200

8)

Quén

ia (2

003)

Sene

gal (

2005

)

Quén

ia (2

008-

09)

Sene

gal (

2006

)

Ruan

da (2

007-

08)

Sene

gal (

2008

-09)

Moç

ambi

que

(200

7)

Zâm

bia

(200

6)

Zâm

bia

(200

7)

Zâm

bia

(200

8)

51

712

4

15 17 19 22

30

44

91

49 52

61 63 60

Fonte:�Bases�de�dados�globais�da�UNICEF�sobre��a�malária�de�2009�

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impacto do financiamento e ganhos de cobertura

Estas estimativas sugerem que o aumento de intervenções de ITN e IPTp entre 2000 e 2009 nestes 12 países pode ter evitado mais de 380 000 mortes infantis por malária, tendo mais de três quartos destas mortes sido evitados nos últimos quatro anos (Tabela 5.9 e Figura 5.9). Estes resultados coincidem com os aumentos de compromissos globais para o controlo da malária, tendo 80% dos compromissos de financiamento entre 2003 e 2009 sido disponibilizados apenas nos últimos quatro anos (Figura 5.10).

As estimativas dos modelos sugerem ainda que, se estes 12 países aumentassem a cobertura da prevenção contra a malária para 80% até ao final de 2010, poderiam ser evitadas mais de ~217 000 mortes infantis por malária somente no próximo ano (Tabela 5.10). Conforme realçado na Tabela 5.6, seria necessário que a maioria dos países gastasse entre $2 e $3 por pessoa em risco na aquisição de ITNs para alcançar este objectivo*. E, apesar dos aumentos significativos da cobertura de ITNs dos últimos anos, a maioria dos países (mesmo os de elevado desempenho) não está a gastar esta quantia, ficando actualmente aquém de alcançar este objectivo de cobertura.

*De�salientar�que�as�estimativas�dos�gastos�adicionais�necessários�para�

atingir�a�cobertura�de�80%�são�estimativas�

para�a�concretização�do�objectivo�de�

cobertura�inicial�e�os�custos�continuados�para�a�manutenção�

da�cobertura�não�estão�incluídos�

nestes�cálculos��Adicionalmente,�

isto�deverá�ser�considerado�como�um�primeiro�passo�

na�cobertura,�tendo�em�conta�

que�os�programas�relativos�à�malária�

são�fortemente�encorajados�a�

procurar�alcançar�a�posse�e�utilização�de�

ITNs�para�todas�as�pessoas�que�dormem�

dentro�de�casas�

Existem desafios significativos na medição do impacto dos programas de controlo da malária em muitos países endémicos da malária que apresentam sistemas de vigilância de doenças insuficientes. Embora sejam necessários investimentos adicionais para reforçar as informações sobre saúde e sistemas de registo essenciais nestes países, os dados provenientes destas fontes sugerem declínios significativos na carga da malária em várias áreas.

As estimativas baseadas em modelos fornecem uma indicação em bruto do número de potenciais mortes evitadas a nível nacional, podendo ser utilizadas juntamente com outras fontes de dados para fornecer uma indicação geral do impacto dos programas na mortalidade. Este modelo, conhecido como a ferramenta de vidas salvas (modelo LiST), associa a abrangência de intervenções-chave para a sobrevivência das crianças a evidências empíricas sobre o efeito que estas intervenções têm na prevenção da mortalidade em crianças com menos de cinco anos.18,19 O modelo também inclui nas suas previsões projecções demográficas actuais e causas para os perfis de mortalidade em crianças com menos de cinco anos específicas de cada país.

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Tabela 5.9. número estimado de mortes por malária evitadas em crianças com menos de cinco anos devido a alterações na cobertura de itn e ipt durante 2000–2009, 12 países.

Nestes�12�países,�estima-se�que�~384�000�mortes�por�malária�tenham�sido�evitadas�com�o�aumento�de�ITNs�e�IPT�desde�2000;�estima-se�que�~92�000�mortes�tenham�sido�evitadas�apenas�em�2009���

Fonte:� Eisele� TP,� Larsen� D,� Steketee� RW�� � Protective� efficacy� of� interventions� for� preventing� malaria� mortality� in�children�in�Plasmodium falciparum�endemic�areas���Int J Epidemiol.�In�press�2010�

País

Total Incerteza

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 20092000-2009

Limite inferior

Limite supe-

riorCongo Rep. Un.

ITNs 0 311 958 1646 2412 3161 3936 4730 5543 6386 29083 21302 38878IPTp 0 0 13 31 47 82 106 112 137 161 689 438 962

EtiópiaITNs 0 87 176 255 349 448 3806 7279 8475 9694 30569 22497 42406IPTp

GanaITNs 0 139 269 416 1107 1809 2544 3536 4573 5458 19851 14619 26658IPTp 0 0 2 3 29 60 93 126 156 184 653 384 924

QuéniaITNs 0 312 629 1005 2344 3787 5304 6885 8587 10340 39193 28746 52598IPTp 0 5 11 45 79 112 173 236 301 361 1323 785 1909

MauritâniaITNs 0 2 6 9 33 58 84 110 137 165 604 446 814IPTp

MoçambiqueITNs 0 1428 2039 2674 3992 5345 6701 8095 9334 10616 50224 37023 67350IPTp 0 0 0 0 66 140 213 288 366 441 1514 892 2126

NigériaITNs 0 1367 2607 4060 6145 8497 10741 13235 15617 18010 80279 59118 107922IPTp 0 8 25 39 95 194 293 391 475 551 2071 1111 2939

RuandaITNs 0 21 44 68 95 121 386 667 784 903 3089 2262 4174IPTp 0 0 0 0 0 0 10 21 34 48 113 67 161

SenegalITNs 0 243 501 767 1057 1349 2566 3522 4521 5186 19712 14480 26508IPTp 0 7 15 24 33 43 165 183 205 232 907 538 1281

Serra LeoaITNs 0 32 67 98 137 176 747 1345 1993 2303 6898 5072 9245IPTp 0 2 4 7 9 12 32 55 86 103 310 184 436

Tanzânia, Rep. Un.

ITNs 0 1197 2433 3728 5150 6720 8399 10144 11939 13839 63549 46821 85344IPTp 0 33 73 117 160 203 247 290 342 398 1863 1099 2646

zâmbiaITNs 0 523 1055 1685 2326 2995 3681 4519 5814 6646 29244 21541 39245IPTp 0 19 41 114 194 279 374 408 415 471 2315 1354 3289

12 paísesITNs 0 5662 10784 16411 25147 34466 48895 64067 77317 89546 372295 273927 501142IPTp 0 74 184 380 712 1125 1706 2110 2517 2950 11758 6852 16673

Total de mortes evitadas

0 5736 10968 16791 25859 35591 50601 66177 79834 92496 384 053 280 779 517 815

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Tabela 5.10. número estimado de mortes por malária em crianças com menos de cinco anos que poderia ser evitado nos 12 países se o objectivo da rBm de cobertura de 80% ou 100% de itns e iptp fosse alcançado até ao final de 2010.

Até�ao�final�de�2010,�quase�217�000�mortes�por�malária�adicionais�poderiam�ser�evitadas�nestes�12�países�se�a�cobertura�de�80%�para�ITNs�e�IPTp�fosse�alcançada;�este�valor�poderia�aumentar�para�quase�300�000�mortes�por�malária�evitadas�com�uma�cobertura�de�100%�

Estimativa do número de mortes evitadas em crianças

com menos de cinco anos devido a alterações na

cobertura de ITNs e IPTp, 2000-2009

…Mortes adicionais por malária que poderão ser evitadas se se alcançar

a cobertura de 80% em finais de 2010

…E se for alcançada uma cobertura de 100% até finais

de 2010

País

Total Incerteza Total Incerteza Total Incerteza2000-2009

Limite inferior

Limite superior

2009-2010

Limite inferior

Limite superior

2009-2010

Limite inferior

Limite superior

Congo, Rep. Un.

ITNs 29083 21302 38878 36926 29538 45598 47759 38353 58757IPTp 689 438 962 1394 910 1805 1768 1157 2283

EtiópiaITNs 30569 22497 42406 1794 667 3375 4667 3016 6885IPTp - - - - - - - - -

GanaITNs 19851 14619 26658 6114 4555 8137 9020 6927 11700IPTp 653 384 924 92 50 138 153 90 216

QuéniaITNs 39193 28746 52598 2123 890 3847 5232 3436 7638IPTp 1323 785 1909 34 14 82 149 63 183

MauritâniaITNs 604 446 814 594 471 747 784 627 980IPTp - - - - - - - - -

MoçambiqueITNs 50224 37023 67350 7665 5472 10699 12282 9203 16229IPTp 1514 892 2126 977 559 1420 1435 715 1804

NigériaITNs 80279 59118 107922 141569 114455 174907 181316 147010 223394IPTp 2071 1111 2939 3573 2347 4596 4509 2966 5972

RuandaITNs 3089 2262 4174 161 52 464 445 284 662IPTp 113 67 161 62 38 85 87 55 117

Senegal ITNs 19712 14480 26508 1100 464 1998 2717 1783 3979IPTp 907 538 1281 80 40 128 148 85 215

Serra LeoaITNs 6898 5072 9245 2347 1729 3151 3527 2696 4588IPTp 310 184 436 418 272 542 536 351 657

Tanzânia, Rep. Un.

ITNs 63549 46821 85344 9355 6489 13155 15249 11317 20347IPTp 1863 1099 2646 359 218 542 515 324 664

zâmbiaITNs 29244 21541 39245 518 0 1451 2326 1357 3658IPTp 2315 1354 3289 88 32 161 202 106 309

TotalITNs 372295 273927 501142 210266 164782 267226 285 324 226009 358 817IPTp 11758 6852 16673 7 077 4480 9499 9502 5912 12420

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Figura 5.9. número estimado de mortes por malária evitadas em crianças com menos de cinco anos devido a alterações na cobertura de itn e ipt durante 2000–2009, 12 países.

Três�quartos�destas�mortes�por�malária�estimadas�foram�evitadas�desde�2006�

associadas à malária com base em dados de instituições de saúde, inquéritos a agregados familiares e outras fontes. São estes países a Etiópia, Gana, Ruanda, República Unida da Tanzânia (zanzibar) e zâmbia (consulte a Avaliação de cinco anos do Fundo Global18).

As informações de outras fontes de dados corroboram estas previsões dos modelos. Nos 12 países incluídos nesta avaliação, cinco realizaram e publicaram uma análise aprofundada do impacto dos respectivos programas de controlo da malária na morbidade e mortalidade

200992,500 mortes

evitadas

200766,200 mortes

evitadas

200650,600 mortes

evitadas

2000-200594 900 mortes

evitadas

200879,800 mortes

evitadas

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Tabela 5.11. resumo do impacto dos programas de controlo da malária na morbidade e mortalidade associadas à malária na etiópia, gana, ruanda, república unida da tanzânia (zanzibar) e zâmbia.

Foram� recentemente� documentadas� reduções� substanciais� da� mortalidade� e� uma� variedade� de�reduções�da�morbidade�associadas�à�malária�em�cinco�países�da�avaliação��

*� Fonte:� Impact� of� national� malaria-control� scale-up� programmes� in� Africa:� magnitude� and� attribution� of� effects��Report� for� the� Malaria� Control� and� Evaluation� Partnership� in� Africa� (MACEPA)/PATH,� Seattle,� EUA� citando� os�seguintes�artigos:� (Zâmbia):�Chizema-Kawesha�E,�Mukonka�V,�Mwanza�M,�Kaliki�C,�Phiri�M,�Miller�J,�Komatsu�R,�Aregawi�M,�Masaninga�F,�Kitikiti�S,�Babaniyi�O,�Otten�M��Evidence�of�substantial�nationwide�reduction�of�malaria�cases� and� deaths� due� to� scale-up� of� malaria� control� activities� in� Zambia� 2001-2008�� Impact� Evaluation� Mission�Report,�World�Health�Organization,�19-23�January�2009;�(Zanzibar):�Bhattarai�A,�Ali�AS,�Kachur�SP,�et�al��Impact�of�artemisinin-based�combination�therapy�and�insecticide-treated�nets�on�malaria�burden�in�Zanzibar��PLoS Med 2007;�4:�e309;�(Ruanda�e�Etiópia):�Otten�M,�Aregawi�M,�Were�W,�Karema�C,�Medin�A,�Bekele�W,�et�al��Initial�evidence�of�reduction� of� malaria� cases� and� deaths� in� Rwanda� and� Ethiopia� due� to� rapid� scale-up� of� malaria� prevention� and�treatment��Malar J 2009;�8:�e14�

Países zanzibar Ruanda Etiópia Gana zâmbia

Período de tempo2000–02 vs. 2005

2001–06 vs. 2007

2001–05 vs. 2007

1999–2003 vs. 2004–08

Inquéritos em 2001–02, 2006,

2007, 2008

Morbidade

Consultas externas de malária em crianças com idade inferior a 5 anos 73% 58% 85% 33%

Taxas da febre

Internamentos hospitalares por malária em crianças com idade inferior a 5 anos 75% 55% 73% 55%

Transfusões de sangue 95%

Prevalência do parasita em crianças com idade inferior a 5 anos 97%

A <1% em todas as faixas

etárias 54%

Prevalência de anemia infantil (Hb<8gm/dl) 87% Sem alteração 69%

Esplenomegalia

Mortalidade

Mortalidade especificamente relacionada com a malária (nem todas confirmadas por microscopia) 71% 67% 66%

Mortalidade por todas as causas

Menos de 5 anos 52% 33% 28% 29%

Bebés (0–11 meses) 33% 28% 22% 26%

1ª infância (1–4 anos) 71% 41% 38% 36%

Fatalidade dos casos

Observações

IRS, ACTs introduzidas em 2004, ITNs em 2006, todas com elevadas taxas de cobertura

ITNs e ACTs registaram uma subida acentuada em 2006

Intensificação de distribuição de ITNs em todas as áreas de malária em 2006-2007

Intensificação da cobertura de ITNs com ênfase nas áreas rurais

Intensificação das intervenções de ITNs, IRS, IPTp e gestão de casos

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A Tabela 5.11 resume estes resultados impressionantes e revela a relação destes com o aumento das intervenções-chave para o controlo da malária nestes países com base nos recentes aumentos de financiamento para o controlo da malária. Por exemplo, na zâmbia, durante o período de aumento de várias intervenções de controlo da malária, a mortalidade especificamente relacionada com a malária decresceu 66% e a mortalidade relacionada com outras causas em crianças com menos de cinco

anos decresceu 29% entre 2001–2002 e 2008. Ao mesmo tempo, a prevalência de parasitas entre crianças com menos de cinco anos diminuiu 54% e os internamentos hospitalares por malária 55%. Do mesmo modo, em zanzibar (República Unida da Tanzânia), a mortalidade especificamente relacionada com a malária decresceu 71% e a mortalidade relacionada com outras causas em crianças com menos de cinco anos decresceu 52% entre 2000–2002 e 2005.

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ConClusões e Questões futurAsTem�ocorrido�um�progresso�substancial�durante�a�última�década�no�financiamento�global�para�o�apoio�do�controlo�da�malária�em�países�endémicos��A�necessidade�de�financiamento�foi�evidente�no�início�da�década,�mas�foi�definida�de�melhor�forma�com�o�desenvolvimento�do�Plano�Global�de�Acção�contra�a�Malária�(aprovado�em�2008�e�que�descreve�uma�necessidade�anual�entre�$5-6�mil�milhões��

A quantidade de financiamento externo disponível aumentou dramaticamente, atingindo aproximadamente $1,6 mil milhões em compromissos em 2009. Estes fundos disponíveis derivam de vários países e organizações, mas foram amplamente canalizados através de três principais fontes: o Fundo Global, o Banco Mundial e a US-PMI. A utilização atempada deste financiamento é evidente, conforme demonstrado na avaliação de 12 países no presente relatório. Por outras palavras, à medida que os países atrairam financiamento, foram razoavelmente eficientes e atempados a utilizar os recursos para fornecerem materiais e serviços de prevenção e tratamento para as suas populações em risco. A abrangência das intervenções e as previsões mais aproximadas quanto ao impacto sugerem que o financiamento e acções subsequentes estão a salvar um número substancial de vidas e a reduzir dramaticamente a carga da malária.

cApítulovi

O financiamento disponível não correspondeu à necessidade de financiamento prevista (a Figura 6.1 apresenta uma demonstração visual desta lacuna ao longo dos últimos anos; consulte também o Anexo 4). Como consequência, os países que não foram capazes de atrair um financiamento substancial não alcançaram grandes progressos. Na avaliação de 12 países no presente relatório, vários países não receberam o devido financiamento e observa-se uma falta de progresso clara nessas situações. Este aspecto tem consequências sérias durante a recente de crise financeira global e na experiência recente com o Fundo Global, cujos subsídios aprovados da Fase 1 (solicitados para os subsídios para o VIH, tuberculose e malária da Parcela 8 e Parcela 9) sofreram reduções de 10% nos seus orçamentos.

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base na necessidade - aproximadamente 850000 mortes por ano e 250 milhões de casos todos os anos. Actualmente, a justificação para o apoio contínuo baseia-se nas intervenções efectivas que demonstraram reduzir a doença e as mortes quando aplicadas através de programas nacionais. Nesta última década, a prevenção e o controlo da malária têm estado entre os melhores investimentos efectuados na saúde mundial.

A comunidade com malária encontra-se numa altura importante. Actualmente, aguardamos com expectativa a chegada de 2010 e o compromisso dos parceiros RBM para ampliar o âmbito do apoio de forma a atingir objectivos RBM superiores a uma cobertura de 80% para todas as intervenções. Progredimos notavelmente desde a altura em que o pedido de recursos para apoiar o controlo da malária era efectuado apenas com

Mil milhões de US$

Necessidade calculada (consulte a Figura 2.1)

Financiamento estimado que poderá estar disponível através de “pedidos aprovados” existentes do Fundo Global e de apoio planeado por parte de outras fontes (consulte o Anexo 4).

Figura 6.1. previsão dos requisitos de recursos globais anuais para o controlo da malária e compromissos globais actuais quanto à malária por parte do fundo global, Banco mundial e us-pmi.

O�Plano�Global�de�Acção�contra�a�Malária�previu�que�são�necessários�entre�$5,0�e�$6,2�mil�milhões�por�ano�entre�2010�e�2015�para�ampliar�e�sustentar�o�controlo�e�o�progresso�com�vista�à�eliminação�da�malária�a�nível�global��Apesar�de�se�observarem�aumentos�substanciais�no�financiamento�para�o�controlo�da�malária,�continuam�a�ficar�aquém�das�necessidades�para�atingir�os�objectivos�globais�

Fonte:�Plano�Global�de�Acção�contra�a�Malária�(RBM,�2008),�Fundo�Global,�Banco�Mundial�e�US-PMI�Notas:�Os�compromissos�previstos�actuais� representam�pedidos�de�subsídios�aprovados�do�Fundo�Global� (nem�todos� os� pedidos� aprovados� são� fundos� garantidos)� e� estimativas� da� US-PMI� e� do� Banco� Mundial;� consulte� o�Anexo�4�

7.00

6.00

5.00

4.00

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c o n t r o l o d A m A l á r i A

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Este relatório inclui as seguintes informações de base adicionais relevantes:

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1. dados financeirosO financiamento para o controlo da malária deriva geralmente de três fontes principais: assistência externa de doadores, gastos governamentais nacionais e gastos domésticos ou privados (“gastos correntes”). O presente relatório concentra-se na primeira categoria (assistência externa de doadores), que, de acordo com o Plano Global de Acção contra a Malária da RBM, foi responsável por metade dos gastos globais totais na luta contra a malária em 2007 (RBM 2008).

1a. Dados financeiros—fontes de informação

Os dados das seguintes organizações foram revistos e incorporados nas análises do presente relatório: • Bases de dados da OCDE-CAD—A�Organização�

para�a�Cooperação�e�Desenvolvimento�Económico—�Comité�de�Ajuda�ao�Desenvolvimento�(OCDE-CAD)�mantém�uma�série�de�bases�de�dados�de�acesso�público�sobre�ajudas�e�outros�fluxos�de�recursos�para�os�países�em�desenvolvimento�com�base�nos�relatórios�de�organizações�bilaterais�(22�países-membros�do�CAD),�multilaterais�e�outras�organizações�internacionais��Desde�Novembro�de�2009,�as�informações�sobre�fluxos�de�recursos�para�o�controlo�da�malária�por�parte�de�doadores�e�países�receptores�estão�disponíveis�para�o�período�de�2003-2008��De�notar�que�os�dados�anteriores�a�2007�poderão�estar�incompletos,�por�isso�foram�obtidas�informações�adicionais�a�partir�das�bases�de�dados�do�IHME�(indicadas�abaixo)��Os�dados�relativos�aos�desembolsos�brutos�para�o�controlo�da�malária�por�parte�de�todos�os�doadores�e�para�todos�os�países�receptores�(a�preços�constantes,�2007,�USD)�para�os�anos�de�2003-2008�foram�transferidos�utilizando�o�Query�Wizard�for�International�Development�Statistics�(QWIDS)�em�Novembro�de�2009��Estão�disponíveis�mais�informações�em:��http://www�oecd�org/document/31/0,3343,en_2649_34447_41798751_1_1_1_1,00�html�

• Bases de dados do IHME—O�Instituto�de�avaliação�e�estatística�em�saúde�recentemente�publicou�um�relatório,�Financiamento�Global�para�a�Saúde�de�2009,�que�fornece�um�acompanhamento�completo�do�financiamento�global�para�os�projectos�de�saúde,�incluindo�para�o�controlo�da�malária��Estão�disponíveis�mais�informações�sobre�este�relatório,�bem�como�sobre�dados�incluídos�nas�suas�tabelas�de�estatísticas�em:��http://www�healthmetricsandevaluation�org/resources/policyreports/2009/

financing_global_health_0709�html��• O Programa de Reforço e Estratégia Global

da Luta contra a Malária do Banco Mundial�forneceu�dados�sobre�os�compromissos�de�financiamento,�desembolsos�e�gastos�para�este�relatório,�com�base�nas�informações�mantidas�regularmente�para�monitorizar�os�seus�programas��O�financiamento�do�Banco�Mundial�para�a�malária�é�efectuado�normalmente�através�de�um�crédito�IDT,�que�é�um�empréstimo�sem�juros�em�que�os�reembolsos�começam�após�10�anos�e�o�empréstimo�tem�uma�maturidade�de�35�ou�40�anos;�aplica-se�um�custo�de�serviço�anual�de�0,75%��Estão�disponíveis�mais�informações�sobre�os�países�de�reforço�do�Banco�Mundial�e�dados�de�financiamento�do�projecto�em:�http://web�worldbank�org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/AFRICAEXT/EXTAFRBOOPRO/0,,menuPK:2128629~pagePK:64168427~piPK:64168435~theSitePK:2128617,00�html��

•A��A US-PMI�forneceu�dados�sobre�os�compromissos�de�financiamento�e�gastos�para�este�relatório,�com�base�nas�informações�regularmente�mantidas�para�monitorizar�os�seus�programas��Estão�disponíveis�mais�informações�sobre�os�países�da�US-PMI,�Planos�Operacionais�contra�a�Malária�e�compromissos�de�financiamento�de�programas�em:�http://www�fightingmalaria�gov/countries/mops/index�html��

• O Fundo Global forneceu�dados�sobre�os�compromissos�de�financiamento,�desembolsos�e�gastos,�com�base�nas�informações�mantidas�regularmente�para�monitorizar�os�seus�programas��Estão�disponíveis�mais�informações�sobre�os�programas�suportados�pelo�Fundo�Global,�incluindo�os�fundos�garantidos�e�desembolsados�em:��http://www�theglobalfund�org/en/�

Principais fontes de financiamento para assistência externa no âmbito do controlo da malária

O financiamento internacional para o controlo da malária aumentou dramaticamente ao longo da última década. As principais organizações doadoras são aqui destacadas. De notar que o financiamento específico para o combate à malária é identificado aqui. No entanto, existem vários financiamentos para serviços de saúde geral que beneficiam o controlo da malária, mas não são aqui apresentados, visto não serem específicos para o combate à malária.

Anexo i. notAs téCniCAs Os�dados�no�presente�relatório�foram�obtidos�através�de�uma�série�de�fontes�resumidas�em�seguida:

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O Fundo Global

O Fundo Global foi criado em 2002 para aumentar dramaticamente o financiamento destinado a apoiar abordagens integradas no âmbito da prevenção e tratamento da SIDA, tuberculose e malária. O Fundo Global é uma parceria entre governos, organizações multilaterais e bilaterais, o sector privado e as comunidades. Entre 2002 e 2009, o Fundo Global comprometeu-se a efectuar nove Parcelas de subsídios num valor de cerca de $3,7 mil milhões para programas de controlo da malária em mais de 80 países receptores. Estão disponíveis mais informações em http://www.theglobalfund.org.

O Programa de Reforço do Controlo da Malária do Banco Mundial

O Programa de Reforço do Banco Mundial identificou um esforço intensivo inicial de cinco anos para ajudar a controlar a malária em África e a nível global, tendo sido iniciado em 2005. Durante a primeira fase (2005-2008), o conselho de administração do Banco Mundial aprovou projectos em 18 países, incluindo numa grande região transfronteiriça. Em conjunto, reflectem um aumento multiplicado por oito no financiamento do Banco Mundial para o controlo da malária em África desde 2005, com um compromisso total do Programa de Reforço de aproximadamente $469 milhões. A segunda fase (2008–2015) foi recentemente projectada. Estão disponíveis mais informações em http://www.worldbank.org/afr/malaria.

A US-PMI

A iniciativa foi estabelecida em 2005 com o objectivo de ajudar a reduzir a mortalidade relacionada com a malária em 50 porcento em 15 países-alvo na África Subsaariana. Inicialmente, foi estabelecida como uma iniciativa de cinco anos no valor de $1,2 mil milhões (2005–2010) coordenada com programas nacionais de controlo da malária e outros doadores internacionais e agências de apoio aos programas. Estão disponíveis mais informações em http://www.fightingmalaria.gov.

De notar que o Fundo Global aprovou subsídios para a malária em todos os países endémicos da malária na África Subsaariana, excepto no Botsuana. O Banco Mundial disponibiliza apoio financeiro em 18 países da África Subsaariana, onde a maioria dos projectos são suportados através dos mecanismos da International Development Assistance (IDA). O Quénia e Moçambique são suportados através de "projectos em cadeia" e o Norte e Sul do Sudão

são suportados por um fundo fiduciário de vários doadores. A US-PMI apoia 15 países na África Subsaariana. O mapa africano apresenta os países que recebem apoios do Banco Mundial e/ou da US-PMI.

Mapa A1.1 países africanos com apoio de financiamento contra a malária por parte do Banco mundial e/ou da us-pmi em 2009.

Fonte:� Informações� fornecidas� pelo� Banco� Mundial� e�US-PMI��Notas:�*Quanto�ao�Banco�Mundial,�o�apoio�ao�Quénia�e�a�Moçambique�é�fornecido�através�de�um�"projecto�em�cadeia"��O�apoio�ao�Sudão�é�representado�por�um�fundo�fiduciário�de�vários�doadores��

As agências bilaterais e multilaterais e as empresas e fundações privadas:

Várias nações contribuíram com o financiamento para a saúde, incluindo o apoio para programas contra a malária, tanto directamente para os países como através do Fundo Global ou Banco Mundial ou outras organizações multilaterais (por exemplo, UNITAID, OMS, UNICEF). De modo semelhante,

Apoio do Banco Mundial e da US-PMI a nível nacional para a malária

Apoio a nível nacional de ambos os organismos Banco Mundial e US-PMI

Apoio nacional do Banco Mundial*

Apoio nacional da US-PMI

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as empresas, instituições e fundações privadas trabalharam para melhorar a saúde, reduzir a pobreza e apoiar a investigação nos países em vias de desenvolvimento. De notar que em 2008 a Fundação Bill e Melinda Gates (http://www.gatesfoundation.org) convocou vários parceiros para discutirem a possibilidade de melhorar o controlo da malária e atingirem o objectivo final de eliminar e erradicar a malária. Apoiam a investigação de novas ferramentas para vacinas e fármacos contra a malária, diagnóstico, controlo vectorial e o acesso alargado ao controlo da malária através de subsídios e contribuições directos para o Fundo Global.

1b. Dados financeiros—definição de termos Estão disponíveis diferentes tipos de informações financeiras por parte de doadores, incluindo promessas/aprovações, compromissos/obrigações, desembolsos e gastos. Os tipos de informações financeiras reportados por doadores incluem compromissos, desembolsos e gastos. Diferentes organizações poderão definir ou reportar estas informações financeiras através de termos diferentes. Em seguida, são apresentadas descrições específicas sobre as informações financeiras reportadas pelo Fundo Global, US-PMI e pelo Banco Mundial utilizadas no presente relatório.

Compromissos

Os compromissos do Fundo Global reflectem as quantias apoiadas por um acordo de subsídio assinado entre a organização e o principal receptor do subsídio do país. Os fundos só podem ser canalizados para um país depois da implementação desse acordo. Geralmente, estes subsídios destinam-se a abranger períodos de vários anos–normalmente 5 anos. No entanto, o acordo assinado cria um compromisso para a Fase 1 (os primeiros 2 anos do subsídio) e os outros 3 anos do subsídio (Fase 2) podem ser considerados um "pedido aprovado", mas não um compromisso, até que a Fase 1 tenha sido concluída e a Fase 2 tenha sido assinada.Os compromissos da US-PMI reflectem obrigações planeadas para um país com base nas apropriações anuais do Congresso. Os compromissos de financiamento anuais são reportados para o período do ano fiscal do Governo dos EUA (1 de Outubro–30 de Setembro). As quantias garantidas foram convertidas para o ano civil dividindo a quantia total do período do ano fiscal de forma proporcional pelos dias/meses dos diferentes anos civis.Os compromissos do Banco Mundial reflectem a data de aprovação para a quantia do empréstimo a que o país se comprometeu para o projecto. Geralmente, estes empréstimos são destinam-se a abranger períodos de vários anos e são reportados para o período do ano fiscal do Banco Mundial (1 de Julho–30 de Junho). As quantias garantidas foram convertidas para o ano civil dividindo a quantia total do período do ano fiscal de forma proporcional pelos dias/meses dos diferentes anos civis.

Desembolsos

Os desembolsos do Fundo Global reflectem pagamentos periódicos efectuados ao país, que se baseiam no desempenho (relatório do progresso dos receptores quanto aos alvos e objectivos), excepto para o primeiro de um novo acordo de subsídio. Apenas as quantias garantidas podem ser desembolsadas. Os desembolsos da US-PMI reflectem transferências de fundos para a entidade implementadora com base nas obrigações planeadas para um país, com quantias registadas em conjunto com a data do desembolso. Os desembolsos do Banco Mundial reflectem os fundos aprovados que são reservados para serem utilizados pelo país, com quantias registadas em conjunto com a data do desembolso.

Gastos

Desde 2008, os dados relativos a gastos do Fundo Global baseiam-se em relatórios mensais dos países quanto à utilização de fundos através do sistema EFR, que também discrimina os gastos por categoria linear, área de prestação de serviços e entidade implementadora. Anteriormente, as informações relativas aos gastos eram reportadas através de Relatórios de Actualização de Progresso fornecidos pelos principais receptores como parte do ciclo de desembolsos. Os dados relativos aos gastos desta fonte podem ser discriminados de acordo com as seguintes categorias relevantes: produtos e equipamentos de saúde, medicamentos e produtos farmacêuticos e outros (incluindo recursos humanos, assistência técnica, formação, infraestruturas, material de comunicação, monitorização e avaliação, planeamento e administração e despesas gerais). Os dados relativos aos gastos são reportados por período de desembolso e foram separados por ano civil dividindo a quantia total do período de desembolso de forma proporcional pelos dias/meses dos diferentes anos civis. Os gastos cumulativos para o período de 2003-2005 são estimados com base nos gastos cumulativos reportados através de Relatórios de Actualização de Progresso no primeiro período de 2006.

Os dados relativos aos gastos da US-PMI baseiam-se nos dados fornecidos pelas entidades implementadoras quanto à utilização de fundos para os programas dos países. No âmbito deste relatório, foram disponibilizados dados relativos aos gastos de aquisição de produtos, em conjunto com as taxas de expedição e outras taxas relevantes (incluindo LLINs, ACT, meios de diagnóstico, comprimidos SP para a malária durante a gravidez e actividades de IRS), bem como custos relacionados com a assistência técnica para a distribuição de todos os produtos no país. Por conseguinte, os dados relativos aos gastos utilizados neste relatório não reflectem os gastos totais da US-PMI para um determinado país e ano, visto que não incluem os

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gastos nas actividades associadas necessárias para apoiar os programas de controlo da malária, como a monitorização e avaliação, reforço dos sistemas de saúde, alteração de comportamentos e actividades de comunicação, entre outras.

Os dados relativos aos gastos do Banco Mundial baseiam-se em relatórios dos países quanto à utilização dos fundos desembolsados. No âmbito deste relatório, foram disponibilizados dados relativos aos gastos de aquisição de produtos, em conjunto com as taxas de expedição e outras taxas relevantes (incluindo LLINs, ACT, meios de diagnóstico, comprimidos SP para a malária durante a gravidez e actividades de IRS). Por conseguinte, os dados relativos aos gastos utilizados neste relatório não reflectem os gastos totais do Banco Mundial para um determinado país e ano, visto que não incluem os gastos nas actividades associadas necessárias para apoiar os programas de controlo da malária, como a monitorização e avaliação, reforço dos sistemas de saúde, alteração de comportamentos e actividades de comunicação, entre outras.

Gastos por áreas de actividade do programa

Este relatório utiliza dados relativos a gastos para analisar o montante gasto em actividades relacionadas com os programas de controlo da malária utilizando fundos destas três organizações, de forma notável, na avaliação de 12 países. Geralmente, é preferível utilizar dados relativos aos gastos para este fim, visto que estes dados fornecem uma ideia mais precisa e atempada, permitindo avaliar até que ponto o financiamento foi utilizado em actividades específicas e até que ponto os receptores foram beneficiados. Por exemplo, os fundos garantidos e desembolsados poderão nem sempre ser gastos em programas. Estes fundos podem ser reprogramados para outras utilizações para além das programadas ou poderão ocorrer atrasos entre a garantia e o desembolso de fundos e a sua utilização na implementação do programa.

No entanto, os dados relativos aos gastos são frequentemente obtidos e reportados de forma diferente em diferentes organizações, o que cria desafios na harmonização de dados para a criação de relatórios sobre gastos combinados nas actividades-chave de controlo da malária. Por exemplo, as organizações poderão definir categorias de gastos de forma diferente e/ou incluir diferentes custos em cada uma destas categorias. Para além disso, existem gastos que suportam o aumento de várias intervenções, como iniciativas

de reforço dos sistemas de segurança mais amplas ou actividades de monitorização e avaliação, e estes fundos poderão ser distribuídos em categorias de gastos de forma diferente ou poderão ser consolidados numa categoria "outros" que não é facilmente discriminada por área de actividade do programa.

Para fins deste relatório e para harmonizar estes dados na medida do possível, os dados relativos a gastos geralmente referem-se apenas aos gastos de aquisição de mercadorias (incluindo ITNs, medicamentos antimaláricos, meios de diagnóstico, comprimidos SP para o tratamento preventivo intermitente e IRS) e taxas de expedição e outras taxas relacionadas, salvo indicação em contrário (Tabela 1). Geralmente, estes gastos não incluem custos associados necessários para ampliar a abrangência da intervenção, como os gastos na distribuição no país, assistência técnica, administração de programas, alteração de comportamentos e programas de comunicação ou actividades de monitorização e avaliação, entre outros. Os dados relativos a gastos aqui apresentados não reflectem, por isso, os gastos destas organizações para o ano e país especificado.

1c. Dados financeiros—metodologias e problemas de interpretação

Utilização do valor actual em USD para os dados financeiros. Para obter uma harmonia com as informações financeiras dos doadores divulgadas publicamente, os dados financeiros utilizados no relatório são apresentados ao valor actual em USD, conforme o original fornecido pelas agências financiadoras. Embora o valor actual em USD não considere a inflação, os dados são utilizados para fornecer uma indicação global das tendências gerais de compromissos de financiamento para o controlo da malária por parte destas organizações e do custo de aquisição de produtos específicos para a malária (por exemplo, ITNs), cujo preço não aumentou significativamente durante o período de análise da avaliação de 12 países (2005–2008).

É necessária a conversão para anos civis quando um compromisso de financiamento ou desembolso se refere a um período de vários anos ou se refere ao ano fiscal de uma organização. Para este relatório, esses dados foram convertidos em períodos de ano civil dividindo a quantia do compromisso total pela duração do subsídio e proporcionalmente pelos dias/meses dos diferentes anos civis.

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Fundo Global US-PMI Banco Mundial

Redes mosquiteiras tratadas com insecticidas

Custos de aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) e de gestão de abastecimento na categoria "produtos e equipamentos de saúde" reportados pelos principais receptores do financiamento nos Relatórios de Actualização de Progresso. Esta categoria reflecte a aquisição combinada de "equipamento de saúde" para a malária, incluindo ITNs e meios de diagnóstico e de IRS. No entanto, os dados relativos a 2008 demonstram que as ITNs constituíram a vasta maioria dos gastos em financiamentos concedidos pelo Fundo Global em todos os 12 países em avaliação. Também é provável que os gastos em ITNs tenham sido pelo menos iguais ou superiores em anos anteriores, tendo em conta o número de campanhas de distribuição maciça de ITNs ocorridas em 2006–2007.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para LLINs. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelas entidades implementadoras. Os gastos com LLINs ocorreram nos anos 2007–2008.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para LLINs. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelos países. Os gastos com LLINs ocorreram nos anos 2007–2008.

Pulverização residual no interior de edifícios

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) relativas a materiais para IRS, reportada pelos principais receptores do financiamento através do sistema Enhan-ced Financial Reporting. Estes dados só estão disponíveis para o ano de 2008.

Custos totais do programa de IRS, incluindo operações de pulverização, custos la-borais locais, administração a nível nacional e assistên-cia técnica. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelas entidades implementadoras. Os gastos em IRS ocorreram nos anos de 2006-2008.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para programas de IRS. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelos países. Os gastos em IRS ocorreram nos anos de 2007-2008.

Medicamentos antimaláricos

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) na categoria “medicamentos e produtos farmacêuticos” reportados pelos principais receptores do financiamento nos Relatórios de Actualização de Progresso. Esta categoria refere-se a gastos em produtos antimaláricos, largamente direccionados para a aquisição de ACTs.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) relativa a mediamentos antimaláricos e reflecte os gastos em ACT ocorridos nos anos 2007–2008. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelas entidades implementadoras.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) relativa a medicamentos antimaláricos e reflecte os gastos em ACT ocorridos no ano de 2008. Com base em dados relativos aos gastos, fornecidos pelos países.

Meios de diagnóstico

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para meios de diagnóstico (RDT e equipamento laboratorial) pelos principais receptores do financiamento através do sistema Enhanced Financial Reporting. Estes dados só estão disponíveis para o ano de 2008.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para meios de diagnóstico (RDT e equi-pamento laboratorial). Com base em dados de gastos fornecidos pelas entidades implementadoras relativa-mente a gastos em meios de diagnóstico em 2007–2008.

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para meios de diagnóstico (RDT e equipamento laboratorial) (apenas RDT). Com base em dados de gastos fornecidos pelos países relativamente a gastos em meios de diagnóstico em 2007.

Malária durante a gravidez

Aquisição de mercadorias (incluindo taxas de expedição para portos e de seguros) para actividades relacionadas com a malária na gravidez, pelos principais receptores de financiamento através do sistema Enhanced Financial Reporting. Estes dados só estão disponíveis para o ano de 2008.

Não houve referência a fundos da US-PMI gastos em comprimidos de SP para IPTp durante o período de análise (2005–2008).

Não houve referência a fundos do Banco Mundial como gastos em comprimidos de SP para IPTp durante o período de análise (2005–2008).

Tabela A1.1.

descrição dos custos incluídos nas categorias de gastos

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Os fundos estimados disponíveis durante a vigência do período do subsídio ou empréstimo baseiam-se nos compromissos de financiamento do Fundo Global, US-PMI e Banco Mundial entre 2003 e 2009, e foram simulados aplicando o compromisso total ao longo do período de financiamento completo. Os fundos disponíveis para subsídios do Fundo Global foram estimados prolongando as quantias de aprovação de subsídios de Fase 1 equitativamente ao longo de um período de dois anos e as quantias de aprovação de subsídios de Fase 2 ao longo de um período de três anos iniciado a partir da data de aprovação do subsídio. Os fundos disponíveis para empréstimos do Banco Mundial foram prolongados equitativamente durante um período de três anos a partir da data de aprovação. Os compromissos da US-PMI destinam-se a abranger períodos de um ano, tendo sido convertidos do ano fiscal para o ano civil utilizando o método descrito nesta secção.

2. dados de coberturaOs dados sobre as intervenções de prevenção e tratamento provêm de inquéritos a agregados familiares a nível nacional, nomeadamente os Inquéritos Demográficos e de Saúde (DHS), os Inquéritos de Grupos de Indicadores Múltiplos (MICS) e os Inquéritos de Indicadores de Malária (MIS). Estão disponíveis mais informações sobre estes inquéritos nas páginas do MICS (http://www.childinfo.org), DHS (http://www.measuredhs.com) e MIS (http://www.measuredhs.com/aboutsurveys/mis/start.cfm). Os dados dos inquéritos estão compilados para todos os países por sedes da UNICEF e são disponibilizados numa série de bases de dados de acesso público que se encontram em http://www.childinfo.org. Estas bases de dados foram publicadas em vários relatórios, incluindo o relatório The�State�of�the�World’s�Childrenda UNICEF, bem como vários relatórios de parceiros da RBM, incluindo o relatório Malaria� and� Children:� Progress�in� Intervention� Coverage da UNICEF/RBM/Fundo Mundial e os Relatórios�Mundias�da�Malária�da�OMS�

3. estimativas demográficas e de mortalidadeAs estimativas de populações em riscobaseiam-se no trabalho do Malaria Atlas Project (MAP). Estão disponíveis mais informações sobre a sua metodologia em http://www.map.ox.ac.uk/. As estimativas do MAP sobre a fatia da população total que vive em áreas de transmissão da malária (estável e instável) foram aplicadas aos valores de população total da Divisão de

População das Nações Unidas para o ano de 2008, de forma a calcular a população total que vive em áreas de transmissão da malária nos países endémicos para esse ano.

As estimativas demográficas e de mortalidade baseiam-se nas estimativas apresentadas pela Divisão de População das Nações Unidas nasProjecções�da�População�Mundial:�Edição�de�2008(população total e população total com menos de cinco anos de idade) e pelo Grupo Interagências para o Cálculo de Estimativas da Mortalidade (mortalidade em crianças com menos de cinco anos). Estão disponíveis mais informações em http://esa.un.org/unpd/wpp2008/index.htm e http://childmortality.org/.

4. estimativas de vidas salvasAs estimativas do número de vidas salvas provêm de previsões baseadas em modelos utilizando a ferramenta de vidas salvas (LiST)18,19. Um consórcio de organizações académicas e internacionais, dirigido pelos Programas Internacionais da Johns Hopkins Bloomberg School, desenvolveu este modelo para calcular o impacto da intensificação de intervenções no domínio da saúde materna, neonatal e infantil na mortalidade infantil.

As estimativas do modelo provêm de tendências na mortalidade relacionada com causas específicas em crianças com menos de cinco anos baseadas nos métodos delineados em Jones e outros (2003), que foram incluídas no Software Spectrum Demographic. Este modelo calcula o número potencial de mortes evitadas em crianças com menos de cinco anos por causa de morte através de alterações na abrangência de intervenções para a sobrevivência infantil (incluindo as relacionadas com a malária), com evidências empíricas do efeito destas intervenções na prevenção de mortes em crianças com menos de cinco anos. As estimativas do impacto das ITNs na mortalidade associada a outras causas em crianças com menos de cinco anos baseiam-se no trabalho de Lengeler (2004). As previsões do modelo também tÊm em consideração projecções demográficas actuais e perfis das causas de mortalidade em crianças com menos de cinco anos específicas de cada país (desenvolvidas em colaboração com a Carga Global da Doença da OMS: http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/en/). Estão disponíveis mais informações sobre este modelo em http://www.jhsph.edu/dept/IH/IIP/index.html.

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O número de vítimas da malária é impressionante com aproximadamente 250 milhões de episódios em 2008 e mais de 850 000 mortes—ocorrendo aproximadamente 90% das mortes em África e grande parte destas mortes em crianças com idade inferior a cinco anos (OMS, Relatório Mundial da Malária de 2009). A malária é uma das principais doenças causadoras de morte nas crianças a nível global e em particular em África. A malária contribui "indirectamente" para outras doenças graves e problemas de saúde incluindo anemia, baixo peso à nascença, má-nutrição e no agravamento de outras co-infecções, como a SIDA, a pneumonia e a diarreia. Aproximadamente 50 milhões de mulheres grávidas encontram-se em risco de exposição à malária, registando-se 60% desta exposição em África onde é mais elevada. Estas mulheres podem sofrer de doenças graves ou podem estar assintomáticas, mas serem portadoras de anemia materna e infecção no sangue da placenta contribuindo para o nascimento de nados-mortos, prematuros ou bebés com baixo peso – acarretando o consequente risco acrescido de morte prematura. Assim, a malária mata crianças de três formas: 1) através de doença febril aguda que conduz a malária cerebral, doenças

respiratórias, hipoglicemia e falha progressiva dos órgãos; 2) através de infecções crónicas (não tratadas ou tratadas de forma inadequada) e repetidas, conduzindo a má-nutrição, anemia grave e risco de infecções bacterianas e virais adicionais que, em conjunto, provocam a morte; e 3) através da contribuição para um trabalho de parto prematuro e recém-nascidos com baixo peso devido a infecção materna na gravidez. A malária interage, também, com a infecção por VIH, em particular na África Subsaariana, onde cada infecção agrava potencialmente a evolução e as consequências das outras infecções. Apesar de a África Subsaariana e respectivas crianças e mulheres em idade reprodutora serem as mais afectadas pela malária, esta permanece um problema importante fora de África. Com grandes populações no Sul da Ásia, Sudeste Asiático, Pacífico Ocidental e algumas partes das Américas ainda expostas à malária, ocorrem muitos casos desta doença e, a crescente resistência dos parasitas ao tratamento, permite potencialmente o ressurgimento da malária nestas áreas. O Mapa A2.1 e o Mapa A2.2 apresentam a vasta cobertura geográfica da malária e a vasta variação na intensidade e risco de transmissão.

Anexo 2. CArgA gloBAl de mAláriA

Mapa A2.1. endemicidade malária global por Plasmodium falciparum em crianças com idades compreendidas entre 2 e 10 anos.

A� malária� é� uma� doença� infecciosa� grave,� transmitida� por� um� mosquito,� causada� pelo� parasita�Plasmodium� que� infecta� os� glóbulos� vermelhos� e� provoca� febres� altas,� anemia� progressiva� e� que�se� desenvolve� rapidamente� para� um� estado� grave� que� causa� convulsões,� coma� e� morte�� A� malária�desenvolve-se� em� climas� tropicais� húmidos� e� quentes� nos� quais� os� mosquitos� Anófele� entram� em�contacto� regular� com� os� humanos,� em� particular� nos� ambientes� rurais� e� mais� pobres�� Apesar� de�existirem�quatro�tipos�diferentes�de�malária�humana,�a�malária�transmitida�pelo�Plasmodium falciparum�é�a�mais�comum�e,�sem�dúvida�a�mais�mortífera;�a�malária�transmitida�por�Plasmodium vivax�é�comum,�particularmente�fora�de�África�e�provoca�grandes�focos�de�doença,�mas�poucas�mortes;�as�outras�duas�espécies�humanas�de�malária�(Plasmodium malariae e Plasmodium ovale)�são�muito�menos�comuns�

Fonte:�Malaria�Atlas�Project��Notas:�A�cor�púrpura�clara�indica�um�baixo�risco/intensidade�e�a�cor�púrpura�mais�escura�indica�um�elevado�risco/intensidade�

Pf pr(2a10anos)100%

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Mapa A2.2. Endemicidade global da malária por Plasmodium falciparum por categoria de risco

*Os�mapas�encontram-se�na�publicação:�Hay�SI,�Guerra�CA,�Gething�PW,�Patil�AP,�Tatem�AJ,�Noor�AM,�Kabaria�CW,�Manh�BH,�Elyazar�IRF,�Brooker�SJ,�Smith�DL,�Moyeed�RA,�Snow�RW��(2009)��A�world�malaria�map:�Plasmodium falciparum�endemicity�in�2007��PLoS Medicine,�6(3):�e1000048�

Estes mapas indicam que mais de 70% dos 2,4 mil milhões de pessoas com algum risco de infecção por Plasmodium�falciparumvivem em áreas de risco endémico instável ou baixo, onde os obstáculos técnicos ao controlo da malária são relativamente pequenos. Os mapas também indicam que quase todas as populações nos níveis de risco intermédio e elevado vivem na África Subsaariana, onde as

cargas da doença, morte e incapacidade resultantes da malária porP��falciparumpermanecem elevadas. Isto é igualmente indicado na Figura A2.1, na qual a dimensão de cada fatia representa a população e a cor indica o risco ou a intensidade de transmissão. Embora uma grande percentagem da população fora de África se encontre em risco de contrair malária, o seu risco é muito inferior.

Fonte:�O�Malaria�Atlas�Project*��Notas:�Os�gráficos�indicam�a�proporção�da�população�que�vive�em�cada�classe�de�endemicidade�prevista�pf�PR�2–10��para�as�Américas,�África,�regiões�da�Ásia�Central,�do�Sul�e�Oriental�e�em�todo�o�mundo��A�escala�dos�gráficos�é�proporcional�à�população�total�em�risco�em�cada�região�

Fonte:�Malaria�Atlas�Project��Notas:�O�risco�é�categorizado�como�baixo�nos�casos�em�que�o�rácio�de�prevalência�de�plasmodiumfalciparum�em�crianças�com�idades�compreendidas�entre�dois�e�dez�anos�(pfPR�2–10�)�é�≤�5%;�risco�intermédio�pf�PR�2–10�>�5%�a�<�40%;�e�risco�elevado�pfPR�2–10�≥�40%��Outras�áreas�foram�definidas�como�apresentando�risco�instável,�onde�o�índice�de�parasitas�anual�pffoi�inferior�a�0,1�por�1000�pessoas�ou�como�sem�risco�

Figura A2.1.

risco relativo de malária por Plasmodium falciparum por região e intensidade de endemicidade.

Apesar�de�muitas�infecções�por�malária�ocorrerem�maioritariamente�na�população�da�Ásia�(Central,�do�Sul�e�Ocidental),�a�intensidade�de�transmissão�e�a�carga�da�doença�são�muito�superiores�no�grupo�populacional�menor�da�África�Subsaariana�

Américas África Ásia CSE Mundial

≥ 40%> 5%-<40%≤ 5%Instável

PfApi2-10=0%-5%

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PfApi2-10=40%-100%

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A prevenção baseia-se em grande medida na abordagem dos hábitos dos mosquitos e da sua interacção com os humanos. O mosquito fêmea necessita de uma refeição de sangue para ter energia e pôr ovos e procura esta refeição de sangue de forma regular, necessitando de uma refeição de sangue normalmente de três em três dias. Quando consegue picar um humano, o mosquito fêmea enche o abdómen com sangue e, como o seu peso corporal normal aumenta consideravelmente, necessita de voar para um local próximo onde possa descansar para digerir a sua refeição antes de prosseguir. Os mosquitos anoféles gostam particularmente de superfícies verticais num cenário quente, escuro, húmido e protegido—como uma parede ou cortina dentro de casa. Uma vez digerida a refeição de sangue, o mosquito irá procurar uma massa de água próxima que seja adequada para pôr os ovos. Uma vez ingerida uma refeição de sangue com parasitas, estes desenvolvem-se durante cerca de dez dias no mosquito até atingirem uma nova fase antes do mosquito poder infectar outro humano. Se as medidas de prevenção conseguirem encurtar o seu prazo de vida de forma a não sobreviver os dez dias, nesse caso, não infectará ninguém.

Prevenção—Redes mosquiteiras tratadas com insecticidas (Insecticide-Treated Mosquito Nets [ITNs]): A maioria das ITNs são agora ITNs de longa duração (ou LLINs). As LLINs são uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão de malária. Ao dormir por debaixo de uma rede impregnada de insecticida, a pessoa atrai o mosquito para a rede na qual ele pousa e entra em contacto com o insecticida e morre pouco depois. Se o mosquito de alguma forma evitar a rede durante a sua procura por uma refeição de sangue, pode obter a sua refeição mas, de seguida, pousa na rede mosquiteira

para descansar, entrando assim em contacto com o insecticida, acabando consequentemente por morrer. Ensaios científicos controlados efectuados numa variedade de cenários de risco de transmissão diferentes (de risco baixo a muito elevado) demonstraram benefícios consideráveis decorrentes da morte de mosquitos, da acentuada redução da transmissão e uma melhoria acentuada da sobrevivência de crianças. E, quando uma boa parte da população utiliza LLINs, comprovou-se que estas têm um efeito protector para os não utilizadores na comunidade que vivem perto dos agregados com redes—provavelmente porque a morte abrangente de mosquitos fêmea é tal que são poucos os mosquitos que vivem o suficiente para transmitir a malária. As questões decisivas para a eficiência e eficácia de LLINs prendem-se com a utilização de um insecticida eficaz na sua superfície e com uma utilização regular das mesmas. As LLINs devem ser penduradas nos locais onde se dorme, devendo pelo menos uma pessoa do agregado familiar dormir debaixo das mesmas—seria bom que essa pessoa fosse uma criança ou uma mulher grávida, sendo vital que exista alguém em casa que sirva de “cobaia da LLIN” todas as noites.

Prevenção—Pulverização residual no interior de edifícios (Indoor Residual Spraying [IRS]): A IRS inclui a aplicação de um insecticida de longa duração nas paredes interiores de casas e outras estruturas onde as pessoas dormem, para matar os mosquitos enquanto descansam nas paredes. A IRS é um método de prevenção altamente eficaz na prevenção da malária em cenários considerados adequados em termos epidemiológicos e logísticos. Ou seja, a IRS deve ser aplicada antes da época de transmissão (todos os anos ou duas vezes ao ano, se existirem várias épocas de transmisão ou épocas de transmissão contínuas) e é tipicamente efectuada por pessoal formado que efectua a pulverização

Anexo 3. intervenções pArA o Controlo dA mAláriAActualmente,�a�comunidade�com�malária�apresenta�um�número�de�intervenções�altamente�eficaz�disponível�para�uma�utilização�alargada�em�cenários�endémicos�da�malária��O�controlo�da�malária�baseia-se�na�prevenção�da� infecção,�ou�se�a� infecção�ocorrer,�no� tratamento�rápido�eficaz�da�infecção� e� da� doença�� Claramente,� a� prioridade� consiste� numa� excelente� prevenção,� uma� vez�que�estaria�a� limitar�a�doença�e�a� limitar�a�amplitude�da�necessidade�de� tratamento��Contudo,�em�termos�históricos�e�em�particular�em�África,�a� intensidade�da�transmissão�tem�sido�tal�que�as� pessoas� eram� picadas� por� um� mosquito� infectado� quase� todas� a� noites,� conduzindo� a� 300�ou� mais� "infecções"� por� ano�� Tal� significaria� que� seria� necessário� que� as� medidas� preventivas�conseguissem�uma�redução�de�100�vezes�na�intensidade�de�transmissão�para�fazer�com�que�a�frequência�descesse�para�uma�picada�efectiva�a�cada�três�ou�quatro�meses�(o�que�continuaria�a�parecer�terrível�para�todos�os�que�vivem�em�áreas�sem�malária)��Felizmente,�parece�que�as�nossas�ferramentas�de�prevenção�são�capazes�de�tal�redução�de�transmissão�e�estão�a�ser�feitos�muitos�progressos,�mesmo�em�cenários�onde�existem�imensos�casos�de�malária�

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de todas as estruturas adequadas na comunidade. Esta é a forma mais fácil se as casas se situarem perto umas das outras, tal como nos cenários urbanos ou peri-urbanos. O tipo de insecticida pulverizado na parede depende do revestimento da parede—o tijolo ou o gesso podem ser pulverizados com um tipo de insecticida enquanto que numa parede com barro ou colmo poderá ser melhor pulverizar um insecticida diferente. E, como forma de limitar a propagação de mosquitos resistentes a insecticidas, os programas de IRS podem evoluir para a utilização rotativa de insecticidas diferentes aquando dos diferentes ciclos de pulverização.

Tratamento da malária rápido e eficaz: é necessário um tratamento rápido (de preferência nas 24 horas após o início da febre) com um agente antimalárico eficaz (a ACT é vastamente recomendada para a malária por Plasmodium falciparum; enquanto que a cloroquina permanece altamente eficaz na maioria dos casos de malária por Plasmodium vivax) para prevenir complicações fatais. Existem vários desafios para esta intervenção. Primeiro, muitos casos de malária não se manifestam de imediato e muitas pessoas procuram cuidados de saúde fora das estruturas de saúde normais. Isto significa que os programas devem examinar as oportunidades de ter conhecimento dos casos de malária nas diversas estruturas de tratamento às quais as pessoas recorrem. Segundo, muitos países consideravam a febre nas crianças como um sintoma de malária, mas, à medida que a prevenção é melhorada e as taxas de infecção da malária são inferiores, este poderá deixar de ser o caso. Assim, o diagnóstico da malária por meio de microscopia ou com testes de diagnóstico rápido (RDTs) é cada vez mais importante—um requisito crescente—para se saber quem está efectivamente infectado com malária e necessita de um antimalárico, quem não tem malária e necessita de um tratamento alternativo e os locais onde ocorrem as infecções por malária nas comunidades e na nação. Finalmente, a eficácia do fármaco é crucial e os parasitas da malária há muito que revelam a capacidade de desenvolver resistência aos fármacos antimaláricos, tornando-se numa ameaça à eficácia da intervenção. Os programas devem utilizar meios de diagnóstico para limitar a utilização de fármacos e centrar a mesma nas pessoas que necessitam, e devem controlar a eficácia dos seus fármacos ao longo do tempo para assegurar que estão a utilizar os fármacos mais

eficazes disponíveis.

Tratamento preventivo intermitente durante a gravidez (Intermittent Preventive Treatment during Pregnancy [IPTp]): Juntamente com a utilização regular de LLINs, o IPTp é a chave para a prevenção da malária nas mulheres grávidas em cenários endémicos da malária. O tratamento consiste em pelo menos duas doses de um fármaco antimalárico eficaz durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez. A intervenção é altamente eficaz na redução da proporção de mulheres com anemia, malária placentária e das mulheres que dão à luz bebés prematuros e com baixo peso. Actualmente, a sulfadoxina-pirimetamina (SP) é considerada um fármaco seguro e adequado para o IPTp em cenários endémicos da malária.

Vigilância, detecção de casos, detecção de infecções e contenção da infecção como intervenções emergentes: à medida que determinados países progridem na sua prevenção e controlo da malária, podem ser capazes de reduzir acentuadamente a transmissão da malária de forma a que existam cada vez menos casos reais de malária. Nesse contexto, a identificação activa das restantes infecções de malária (não apenas casos, mas também infecções assintomáticas) será provavelmente um meio eficaz e necessário para controlar ainda mais a transmissão de malária. Esta abordagem foi utilizada eficazmente durante o Programa Global de Erradicação da Malária e é relevante para países que progridem para a eliminação da malária, mas deve ser desenvolvida no início do programa para estar completamente implementada quando for necessário. Apesar de existirem outras intervenções para o combate à malária, não estão amplamente recomendadas para serem adoptadas como programa nacional. Por exemplo, os repelentes de mosquitos utilizados por indivíduos podem reduzir a frequência das picadas e os mosquitos, mas é amplamente visto como uma forma de intervenção efectuada pelo indivíduo. A aplicação de larvicidas químicos em locais de reprodução de mosquitos pode ser eficaz na redução do surgimento de novos mosquitos; contudo, a frequente aplicação necessária e os custos humanos e financeiros associados a esta intervenção e os desafios para conseguir abranger os inúmeros locais de reprodução de mosquitos faz com que esta abordagem possa ser relevante apenas em alguns cenários centrais.

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O Fundo Global estabeleceu um sistema de parcelas de financiamento em que um pedido de financiamento típico para cinco anos pode receber a aprovação do Fundo Global e começar com um compromisso de Fase 1 (para os dois primeiros anos). Baseada numa boa produtividade e contabilidade na Fase 1, poderá ser assinado um compromisso subsequente de Fase 2 (para os restantes três anos).

O apoio do financiamento da US-PMI é fornecido ao abrigo de procedimentos padrão da USAID e o financiamento é distribuído todos os anos, de acordo com uma aprovação do Congresso dos EUA. Desta forma, os compromissos são feitos numa base anual e uma vez conhecido o nível de financiamento disponível, é possível fazer planos para as contribuições e os gastos para o ano fiscal em questão. Os compromissos da US-PMI feitos para um dado ano fiscal ficam normalmente disponíveis para desembolso em finais desse mesmo ano fiscal.

O Banco Mundial concede normalmente financiamentos através de empréstimos ou subsídios da International Development Assistance (IDA). Embora os empréstimos tenham um intervalo longo até ser necessário efectuar a liquidação, o intervalo durante o qual este empréstimo está activo é normalmente de cerca de cinco anos. No entanto, tratando-se de empréstimos, os montantes reais distribuídos e despendidos são determinados entre o Banco Mundial e o Ministério das Finanças nacional e um empréstimo material pode estar sujeito a considerações adicionais como outros auxílios ao desenvolvimento em outros sectores nacionais no país.

Em consequência, é quase um desafio determinar a disponibilidade de financiamento para o controlo da malária em anos futuros. Para uma melhor abordagem a este assunto, examinámos os subsídios do Fundo Global e considerámos o pedido de subsídio total aprovado pelo Conselho ao longo de cinco anos. Relativamente às primeiras quatro a cinco parcelas, a maioria dos países receberam contribuições (componentes de subsídio de Fase 1 e Fase 2 assinado) e estes podem ser avaliados relativamente aos desembolsos feitos ao longo dos cinco anos da duração do subsídio (com alguns subsídios a serem prolongados para além dos cinco anos). No caso das parcelas de subsídios mais recentes, considerámos o pedido de subsídio total para aplicações aprovadas pelo Conselho (apesar de poder ter sido apenas comprometida a Fase 1) e distribuímos o pedido pelos cinco anos previstos para o subsídio. Na Figura A4.1, apresentamos estas estimativas de possíveis recursos do Fundo Global para a duração total dos pedidos de financiamento baseados em parcelas aprovados. Como se pode ver, ao longo das primeiras 9 parcelas de subsídios aprovados, prevemos a possibilidade de haver algum financiamento disponível em 2015. Para manter os níveis de financiamento existentes ou para os aumentar para satisfazer as necessidades de financiamento esperadas, a comunidade internacional de doadores terá que assegurar fundos através do Fundo Global para suportar as aprovações existentes e necessitará de suportar financiamentos futuros para proporcionar uma base de recursos continuada que é tão essencial para o planeamento adequado a nível de país.

Anexo 4. AnteCipAção de finAnCiAmentos futuros

Historicamente,�o�auxílio�de�financiamento�externo�tem�sido�providenciado�numa�base�de�curto�prazo,�sendo�a�maior�parte�dos�compromissos�para�apenas�um�ou�dois�anos��Para�cada�um�dos�três�principais�financiadores�para�a�malária,�existem�diferentes�mecanismos�para�a�forma�como�o�financiamento�é�fornecido�e�a�duração�do�compromisso��

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Figura A4.1.

“pedidos aprovados” pelo fundo global para apoio ao controlo da malária ao longo da duração das nove parcelas de financiamento existentes.

Com�as�actuais�nove�parcelas�de�pedidos�de�subsídios�aprovados,�os�recursos�do�Fundo�Global�atingirão�o�ponto�máximo�em�2010�nos�cerca�de�$1,3�mil�milhões��Serão�necessários�financiamentos�adicionais�por�parte�do� Fundo� Global,� US-PMI,� Banco� Mundial� e� outros� doadores� internacionais� existentes� e� potenciais� (e� de�fontes�internas�em�países�endémicos�da�malária),�por�forma�a�estabilizar�ou�aumentar�os�recursos�financeiros�para�o�controlo�da�malária�em�anos�futuros��

Fonte:�o�Fundo�Global�Notas:�Os�compromissos�de�financiamento�existentes�para�as�Fases�1�e�2�dos�subsídios�são�distribuídos�de�acordo�com�dados�do�Fundo�Global;�estes�são�maioritariamente�concluídos�para�as�primeiras�5�parcelas�de�financiamento��Compromissos�conhecidos�para�as�parcelas�subsequentes�foram�distribuídos�de�acordo�com�o�ano�dos�gastos�e�pedidos�adicionais�aprovados� foram�distribuídos�em�partes� iguais�pelos�anos�restantes��Por�exemplo,�no�que�se�refere�a�aprovações�de�financiamentos�da�Parcela�9�em�que�não�houve�ainda�qualquer�concessão�de�subsídios,�estes�pedidos�totais�aprovados�foram�distribuídos�equitativamente�pelos�5�próximos�anos,�de�2010�a�2014�

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Secretariado presidido pela OMS Avenue Appia 20, 1211 Geneva 27, Suíça www.rollbackmalaria.org [email protected] Tel. +41 22 791 5869 Fax +41 22 791 1587

Fase de Impacto e progressoNúmero 1 . Setembro de 2010 (Reimpressão)

Financiamento e Utilização de recursos para o combate À malária: a primeira década da campanha roll Back malaria

Secretariat hosted by WHO Avenue Appia 20, 1211 Geneva 27, Switzerland www.rollbackmalaria.org [email protected] Tel. +41 22 791 5869 Fax +41 22 791 1587

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