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Nutrição plena ou trofismo de mucosa? Diogo Toledo Médico Intensivista Coordenador da EMTN do Hospital São Luiz Itaim Membro do Comite de TN da Secretaria do Estado de SP

Nutrição plena ou trofismo de mucosa? · O desafio é saber quanto dar? Nutrição enteral plena Trofismo de mucosa Nutrição Trófica Dieta de baixo volume Dieta Hipocalórica

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Nutrição plena ou trofismo de mucosa?

Diogo  Toledo  Médico  Intensivista    

Coordenador  da  EMTN  do  Hospital  São  Luiz  Itaim  Membro  do  Comite  de  TN  da  Secretaria  do  Estado  de  SP  

Wilmore, 1988 Quando o Intestino funciona, use-o.

O desafio é saber quanto dar?

Nutrição enteral plena

Trofismo de mucosa

Nutrição Trófica

Dieta de baixo volume

Dieta Hipocalórica

% recebida 1 2 3

≤ 32% 33–66% ≥ 37%

!   McCowen, 2000 X

!   Ibrahim, 2002 X *

!   Dickerson, 2003 X *

!   Krishnan, 2003 * X *

! Rubinson, 2004 * X X

!   Ash, 2005 X *

O Problema começa no CONCEITO.

Zaloga, 2005

De qual valor medido?

Equações

Para onde as evidencias nos levam….

Adultos n: 240 Glicemia capilar>110mg/dL UTI>48h

Harris-Benedict +FL Grupo Permissive

Underfeeding 60 - 70%

Grupo Alvo 90-100%

Já não foi visto que HB

+FL superestima?

???

Dieta Hipocalórica

Am J Clin Nutr 2011;93:569-77

Dieta Hipocalórica

Am J Clin Nutr 2011;93:569-77

Dieta Hipocalórica

Am J Clin Nutr 2011;93:569-77

JAMA. 2012;307(8):2012.137

LAP, em VM e com indicação clínica de nutrição enteral.

Iniciou com 25 mL/h (25 a 30 k c a l / k g / d i a c a l o r i a s n ão proteicas e 1,2 a 1,6 g/kg/dia d e p r o t e í n a , a v a n ç a n d o conforme a tolerância até atingir o VET.

Iniciou 10 mL/h (10-20 kcal/h). Após o sexto dia de t ra t amen t o , t o do s o s pac i en tes passa ram a receber a nutrição enteral plena.

Desfecho primário dias livres de VM

JAMA. 2012;307(8):2012.137

Baseline

JAMA. 2012;307(8):2012.137

Resultados

JAMA. 2012;307(8):2012.137

Resultados

Dieta Hipocalórica Efeito Referência

Controle glicêmico Melhoraria por menor oferta de CHO

Único EPRC não confirma tal benefício 1

Risco de sepse Aumenta 2,3,4

Tempo de VM Aumenta 5

Complicações Abdominais Reduz 6,7

Balanço nitrogenado e catabolismo protéico

Negativo 1,8

Complicações totais Aumenta 2,5

1

4

3

2

5

8

7

6

Benefícios?

Current Opinion in Critical Care 2007, 13:180–186

Nutrição  hipocalórica  prolongada  (>  96  hs)  ↑  déficit  calórico.  

 O  déficit  energé>co  em  pacientes  crí>cos  se  correlaciona  com  pior  

prognós>co.  

N 295 Retrospectivo

High ED: >60%

Low ED: <60%

Déficit Energético

2,43x maior risco de morte na UTI

Semanas após admissão Infecção total Ener

gia

– m

édia

/d

(kc

al)

3000

2000

1000

0

-1000

-2000 1 2 3 4

meta oferta balanço

* *

* p<0,001

n=48 16 11 7

.

. . . .

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-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5000 0

-5000

-10000

-15000

-20000

-25000

-30000

-35000

-40000

Déficit Energético

Villet S, Chiolero R L, et al Clin Nutr 2005

Dvir D, Cohen J, Singer P. Clin Nutr (2006) 25: 37-44

P < 0,01; r = 0,75

Déficit Energético

> - 10.000 Kcal (n=11)

- 4.000 a – 10.000 Kcal (n=15)

< - 4.000 Kcal (n = 24)

Maior Balanço Calórico negativo na 1a semana

Dvir D, Cohen J, Singer P. Clin Nutr (2006) 25: 37-44

Balanço Energético positivo x Mortalidade

Intensive Care Med (2011) 37:601–609

Intensive Care Med (2011) 37:601–609

Neste estudos-piloto um feixe ativamente supervisionado de intervenção nutricional em uma UTI geral pode estar associada a menor mortalidade hospitalar.

O que fazer com estas informações?

Oferta adequada pode reduzir mortalidade

Oferta adequada pode reduzir hospital LOS

Oferta adequada reduz infecção

Guideline Canadense 2009

Diretriz canadense

Nutrição plena ou trofismo de mucosa?

As recomendações

de meta calórica tem

sido reduzidas

As recomendações

de aporte de proteínas

seguem sentido contrário.

ESPEN 2006

Fase inicial/ aguda (fase ebb): 20-25 Kcal/Kg/d. Fase de recuperação (fase flow): 25-30 Kcal/Kg/dia. (C)

DITEN 2011

Recomenda-se a oferta de 20 a 25 kcal/kg/dia a pacientes graves, respeitando a tolerância. (B)

ASPEN 2009

25-30 kcal/kg/d.

ASPEN 2009

25-30 kcal/kg/d. Meta deve ser alcançada de dois a três dias

DITEN 2011

Recomenda-se a oferta de 20 a 25 kcal/kg/dia para pacientes graves, respeitando a tolerância.

Nutrição inicial (1 ao 3 dia): Nutrição Trófica?

Após três dias ou tolerancia:

Nutrição plena?

Nutrição plena ou trofismo de mucosa?