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O ARRANJO ELETROMETAL-MECÂNICO DA MICRORREGIÃO DE JOINVILLE/ SC: A TRANSIÇÃO PARA UM SISTEMA PRODUTIVO E INOVATIVO LOCAL. Renato Ramos Campos Jeanine Batschauer Fabio Stallivieri 1. Introdução O papel de difusor de tecnologias para os demais setores industriais confere às indústrias eletrometal-mecânicas 1 uma posição estratégica nas trajetórias de crescimento dos países. A elevada participação no comércio mundial 2 revela a sua importância na atual dinâmica industrial e, principalmente, a diferente capacidade entre os países para a produção dos seus bens. A maior parte da produção mundial concentra-se nos países da Tríade 3 . Há também uma crescente concentração de capital, resultado do intenso processo de fusões e aquisições e da tendência das empresas produzirem em termos globais. Estas características destacam a importância deste conjunto de indústrias e o desafio que representa para uma inserção mais competitiva dos países em desenvolvimento. No desenvolvimento econômico do estado de Santa Catarina, as indústrias eletrometal-mecânicas tiveram papel de destaque no contexto de uma estrutura produtiva bastante diversificada. Uma característica importante do processo de industrialização catarinense foi à concentração industrial em determinados espaços do território, criando áreas de especializações produtivas. As atividades relacionadas a estas indústrias são responsáveis por aproximadamente 25% do valor da transformação industrial catarinense, sendo que a microrregião de Joinville apresenta os índices mais elevados de especialização 4 do estado. 1 Para a definição das indústrias eletrometal-mecânicas adota-se neste trabalho a classificação do CNAE - IBGE: a Indústria Metalúrgica (inclui as divisões: Metalurgia básica; Fabricação de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos; e Reciclagem); a Indústria Mecânica (inclui as divisões: Fabricação de máquinas e equipamento; Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática; e Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hopitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios); a Indústria de Material Elétrico e de Comunicação (inclui as divisões: Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações); e a Indústria de Material de Transporte (inclui as divisões: Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias; e Fabricação de outros equipamentos de transporte). 2 Até para os maiores produtores mundiais, os bens produzidos nessas indústrias apresentam elevados coeficientes tanto de exportação como de importação. 3 Estados Unidos, Japão e Europa. 4 O Quociente Locacional (QL) nos dá uma noção comparativa da especialização da microrregião em função do país. Em casos em que o QL é superior a 1, a especialização da microrregião nesta atividade é superior à especialização do Brasil (Britto e Albuquerque, 2002). Para a microrregião de Joinville, os QLs 1 Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e Pequenas Empresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

O ARRANJO ELETROMETAL-MECÂNICO DA MICRORREGIÃO … · Fabio Stallivieri 1. Introdução O papel de difusor de tecnologias para os demais setores industriais confere às indústrias

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O ARRANJO ELETROMETAL-MECÂNICO DA MICRORREGIÃO DE JOINVILLE/ SC: A TRANSIÇÃO PARA UM SISTEMA PRODUTIVO E

INOVATIVO LOCAL.

Renato Ramos Campos Jeanine Batschauer

Fabio Stallivieri 1. Introdução

O papel de difusor de tecnologias para os demais setores industriais confere

às indústrias eletrometal-mecânicas1 uma posição estratégica nas trajetórias de crescimento dos países. A elevada participação no comércio mundial2 revela a sua importância na atual dinâmica industrial e, principalmente, a diferente capacidade entre os países para a produção dos seus bens. A maior parte da produção mundial concentra-se nos países da Tríade3. Há também uma crescente concentração de capital, resultado do intenso processo de fusões e aquisições e da tendência das empresas produzirem em termos globais. Estas características destacam a importância deste conjunto de indústrias e o desafio que representa para uma inserção mais competitiva dos países em desenvolvimento.

No desenvolvimento econômico do estado de Santa Catarina, as indústrias eletrometal-mecânicas tiveram papel de destaque no contexto de uma estrutura produtiva bastante diversificada. Uma característica importante do processo de industrialização catarinense foi à concentração industrial em determinados espaços do território, criando áreas de especializações produtivas. As atividades relacionadas a estas indústrias são responsáveis por aproximadamente 25% do valor da transformação industrial catarinense, sendo que a microrregião de Joinville apresenta os índices mais elevados de especialização4 do estado.

1 Para a definição das indústrias eletrometal-mecânicas adota-se neste trabalho a classificação do CNAE - IBGE: a Indústria Metalúrgica (inclui as divisões: Metalurgia básica; Fabricação de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos; e Reciclagem); a Indústria Mecânica (inclui as divisões: Fabricação de máquinas e equipamento; Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática; e Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hopitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios); a Indústria de Material Elétrico e de Comunicação (inclui as divisões: Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações); e a Indústria de Material de Transporte (inclui as divisões: Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias; e Fabricação de outros equipamentos de transporte). 2 Até para os maiores produtores mundiais, os bens produzidos nessas indústrias apresentam elevados coeficientes tanto de exportação como de importação. 3 Estados Unidos, Japão e Europa. 4 O Quociente Locacional (QL) nos dá uma noção comparativa da especialização da microrregião em função do país. Em casos em que o QL é superior a 1, a especialização da microrregião nesta atividade é superior à especialização do Brasil (Britto e Albuquerque, 2002). Para a microrregião de Joinville, os QLs

1Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

A industrialização na microrregião de Joinville foi marcada, no seu início pela criação de empresas correspondentes às indústrias da primeira etapa da industrialização por substituição de importações tais como têxtil e alimentos, e também pela presença de empresas das indústrias eletrometal-mecânicas que atendiam, sobretudo, ao mercado local. Essas empresas expandiram a sua capacidade produtiva e se consolidaram no mercado nacional. A partir da década de 70, as grandes empresas ingressaram no mercado internacional, destinando suas exportações especialmente para a América Latina e EUA.

Com o amadurecimento de sua estrutura industrial, a microrregião passou a ser reconhecida nacional e internacionalmente por sua forte tradição industrial, mais especificamente em relação à eletrometal-mecânica e à indústria têxtil. Na microrregião, em torno de 30% da mão-de-obra está alocada na eletrometal-mecânica, com a participação de uma ampla gama de empresas dos mais diversos portes. Esta forte participação no emprego ganha ainda mais destaque considerando-se a diversificação da estrutura produtiva local com forte presença de outras indústrias como a têxtil, a alimentícia, a de materiais plásticos, entre outras.

Este trabalho procura analisar as características do aglomerado de empresas da eletrometal-mecânica na microrregião de Joinville localizada no nordeste do estado de Santa Catarina. Esta microrregião é vizinha a duas áreas com grande concentração industrial, a microrregião de Blumenau, também em Santa Catarina, e a região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Joinville e Jaraguá do Sul são os principais municípios da microrregião, formada por Araquari, Balneário Barra do Sul, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Massaranduba, São Francisco do Sul e Schroeder. As informações foram obtidas em pesquisa de campo numa amostra estratificada de 83 empresas e 10 organizações voltadas para o ensino, apoio tecnológico e associações empresariais nos municípios de Joinville e Jaraguá do Sul5.

O trabalho é parte do projeto “Micro e pequenas empresas em arranjos produtivos locais no Brasil”, e utiliza a noção de arranjos produtivos locais como:

“aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e interação de empresas (...) e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento” (Cassiolato e Lastres, p.27, 2003).

dos segmentos de atividades relacionadas à indústria eletrometal-mecânica são: Metalurgia 4,27; Mecânica 7,04; Material Elétrico e de Comunicação 5,77; e Material de Transporte 2,35. 5 Para detalhes sobre metodologia, questionário e o cálculo da amostra ver as Notas Técnicas número 1 (Vargas,2003) e número 2 (Campos, Nicolau e Barbetta, 2003) disponíveis no site www.arranjos.ufsc.br/publicacao.

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Esta noção sugere também que tais arranjos, dependendo do grau de

articulação entre os agentes , dentre outros aspectos, podem apresentar condições internas geradoras de capacidade inovativa endógena. A presença desta capacidade indicaria a existência de um sistema produtivo e inovativo local ao invés de um arranjo produtivo local.

Este trabalho é formado por cinco seções. Na primeira, analisam-se as principais características da divisão de trabalho de forma a identificar as especializações e complementaridades locais, salientando as características das micro e pequenas empresas. Na segunda seção, procura-se verificar a inserção das micro e pequenas empresas nas redes técnico-produtivas existentes no arranjo. Na terceira seção, aborda-se a atividade inovativa das empresas do arranjo. Na quarta seção, busca-se caracterizar a estrutura institucional local, focando suas funções e a avaliação do desempenho das mesmas na visão das empresas da microrregião. Finalmente, na quinta seção, exibem-se as conclusões.

2. Estrutura produtiva e dinâmica interindustrial local

Esta seção analisa as principais características da divisão do trabalho no local. O arranjo possui uma densa estrutura produtiva local e grande heterogeneidade no tamanho das empresas, criando especializações por tamanho de empresas dentro dos diversos grupos de atividades. A análise da divisão local do trabalho, das especializações por tamanho de empresas, combinada com as interações de mercado, através do destino das vendas e da importância das transações comerciais no local, possibilitarão compreender as características de inserção das micro e pequenas empresas (MPEs) no arranjo local.

As características da estrutura produtiva local referentes ao porte e atividades dos estabelecimentos são mostradas na Tabela 1.

O segmento6 de “metalurgia básica” engloba as atividades7 de fabricação de peças fundidas em ferro e aço e de metais não-ferrosos e suas ligas, que são típicas das empresas de fundição. Este segmento é composto por 9,4% de MPEs e 1,1% de médias e grandes empresas do total de estabelecimentos. A maior parte dos bens produzidos no setor pode ser classificada como bens intermediários, ressaltando-se a produção de autopeças nas grandes empresas e de peças fundidas de metais não-ferrosos (alumínio e suas ligas) nas médias empresas. Nas MPEs , há uma forte concentração na produção de peças para a indústria de bens de capital.

O segmento de “fabricação de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos” concentra 49,3% dos estabelecimentos de micro e pequeno porte e 0,6% dos de médio e grande porte. Há uma forte concentração na produção de bens

6 O segmento equivale à divisão econômica a dois dígitos na classificação IBGE/CNAE. 7 Corresponde à atividade econômica a quatro dígitos na classificação IBGE/CNAE.

3Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

intermediários e nas médias e grandes, destaca-se a produção de bens finais para o consumo 8. As MPEs e algumas médias empresas atuam, principalmente, em atividades relacionadas a serviços de tratamento de metais, como , por exemplo, serviços de usinagem, na produção de moldes para diversas indústrias e na produção de peças estampadas, ambos sob encomenda. Tabela 1: Número de estabelecimentos e participação relativa no total de empresas por segmento de atividade econômica do arranjo produtivo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2002

Tamanho do Estabelecimento Micro Pequena Média Grande Total Segmentos

Nº % N° % N° % N° % N° % Metalurgia Básica 58 6,9 21 2,5 8 0,9 2 0,2 89 10,6 Fabricação de produtos de Metal - Exclusive Máquinas e Equipam. 369 44,1 44 5,2 4 0,4 2 0,2 419 50,1

Fabricação de Máquinas e Equipam. 169 20,2 46 5,5 6 0,7 4 0,4 225 26,9 Fabricação de Máq. para Escritório e Equipam. de Informática 1 0,1 0 0 0 0 0 0 1 0,1

Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Material Elétricos 31 3,1 9 1 2 0,2 4 0,4 46 5,5

Fabricação de Equipamentos de Instrumentação Médico-hospitalar, Instrumentos de Precisão e Ópticos, Equipamentos para a Automação Industrial, Cronômetros e Relógios.

15 1,7 2 0,2 2 0,2 0 0 19 2,2

Fabricação e Montagem de Veículos Automotores, Reboques Carrocerias 28 3,3 6 0,7 1 0,1 1 0,1 36 4,3

TOTAL 671 80,3 128 15,3 23 2,7 13 1,5 835 100 Fonte: MTe /RAIS – 2002

No segmento de “fabricação de máquinas e equipamentos” estão locadas 25,7% das micro e pequenas empresas e 1,1% das médias e grandes empresas do total de estabelecimentos. Neste segmento, são produzidos bens de capital dos mais diversos tipos. Enfatiza -se a produção de compressores e eletrodomésticos/linha branca, por parte das grandes empresas, na microrregião. As médias empresas apresentam uma grande heterogeneidade quanto aos tipos de bens produzidos, sendo que algumas produzem exclusivamente máquinas e equipamentos, na maioria sob encomenda, utilizados por outros setores industriais9. Algumas médias empresas fabricam produtos seriados como , por exemplo, equipamentos para ginástica e equipamentos para jardinagem. As MPEs atuam na produção de componentes utilizados pelas demais empresas produtoras de bens de capital, na produção de máquinas e equipamentos sob encomenda e, em menor escala, de bens seriados.

8 Metais sanitários e utensílios metálicos, por exemplo. 9 Como, por exemplo, pelas indústrias de papel/celulose e têxtil.

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Nos demais segmentos, como o de “equipamentos para escritório e equipamentos para informática”, “fabricação de máquinas, aparelhos e material elétrico”, “fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para a automação industrial, cronômetros e relógios”, e “fabricação de motores de veículos, automotores, reboques e carrocerias”, estão concentrados 10% dos estabelecimentos enquadrados como MPEs e 1% dos médios e grandes estabelecimentos. Nestes segmentos, são produzidos bens de capital, bens de consumo e bens intermediários, com destaque para a produção de motores elétricos e carrocerias para ônibus, por parte das grandes empresas, e equipamentos médico-hospitalares, por parte das médias empresas. As MPEs produzem componentes eletro-eletrônicos, além de uma gama bastante variada de equipamentos/sistemas para a automação industrial, como também atuam na prestação de serviços para um amplo espectro de empresas correlacionadas.

Portanto, o arranjo apresenta uma densa divisão do trabalho, que inclui a grande maioria das atividades das indústrias eletrometal-mecânicas, com um grande número de empresas e elevada heterogeneidade no porte das mesmas. Esta densidade resulta por um lado, das externalidades que, há mais de um século, se desenvolvem no arranjo, criando demandas locais que estimularam complementaridades e a expansão simultânea no local dos vários segmentos destas indústrias. Por outro lado, os processos mais recentes de reestruturação produtiva das grandes e médias empresas, que terceirizaram etapas de seus processos produtivos, estimularam o desenvolvimento de grande número de MPEs.

Esta densa estrutura produtiva cria intensas relações dentro do território, que é um importante mercado para muitas empresas. Mas também são significativas as relações que seus agentes estabelecem com outros localizados fora do território. A Tabela 2 mostra a localização dos mercados das empresas do arranjo.

Tabela 2: Destino das vendas das micro e pequenas empresas nos segmentos selecionados do arranjo produtivo eletrometal-mecânica da microrregião de Joinville/SC,2002.

% Destino das Vendas

Vendas no Local

Vendas no Estado

Vendas no Brasil

Vendas no Exterior Segmento

Micro Peq. Micro Peq. Micro Peq. Micro Peq. Metalurgia Básica 68,3 35 13,3 23,3 18,3 41,7 0,0 0,0 Fabricação de Produtos de Metal –Exclusive Máquinas e Equipamentos 78,6 62,7 4,3 11,8 17,1 25 0,0 0,6

Fabricação de Máquinas e Equipamentos 45,9 23,6 16,8 10,9 37,3 60,3 0,0 5,3

Demais Divisões Selecionadas 55,1 22,5 23 7,5 18,1 60 3,8 10 Fonte: Pesquisa de campo, 2003

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O segmento de “metalurgia básica” é caracterizado por fornecer peças e componentes aos demais setores industriais. Neste sentido verifica-se que o principal mercado de atuação das micro empresas é o local, sendo que 68,3% das vendas têm como destino a própria região. As pequenas empresas dividem o seu foco no que diz respeito ao mercado de destino das vendas, vendem para o local, 35%, e o restante destina-se ao estado e Brasil10.

No segmento de “fabricação de produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos”, a importância do local como mercado consumidor de seus produtos/serviços também é notória. Respectivamente, 78,6% das vendas das micro empresas e 62,7% das vendas das pequenas têm como destino o próprio arranjo. Cabe ressaltar que as atividades que se destacam neste segmento são os serviços de tratamento de metais, como , por exemplo, serviços de usinagem, nos quais a proximidade com as empresas que demandam estes serviços é fundamental, sobretudo em virtude das exigências em relação à logística11 e aos prazos de entrega do produto. A parte das vendas dirigidas para o mercado nacional está relacionada ao fornecimento de peças e componentes12 e de produtos acabados13.

No segmento de “fabricação de máquinas e equipamentos”, 45,9% das vendas das micro empresas são realizadas no local, evidenciando a importância da aproximação e das comp etências geradas no arranjo produtivo, para o fornecimento de componentes e bens de capital de uso específico, demandados pelas demais empresas do setor. Para as pequenas empresas, 60,3% das vendas têm como destino o mercado nacional, este fato, somado à parcela da produção exportada, 5,3%, está ligado aos tipos de produtos produzidos pelas pequenas empresas, que são os bens de capital para indústrias diversas, tendo suas vendas direcionadas para os mais diversos setores industriais do país e do exterior.

A estrutura produtiva existente no local caracteriza também o território como importante fonte de fornecimento para o conjunto das empresas. A Tabela 3 exibe o índice14 de importância para as empresas dos tipos de produtos e serviços transacionados comercialmente no local.

No que tange à aquisição de insumos e matérias-primas no local, os índices se mostram altos15 para as micro, pequenas e médias empresas e baixo para as 10 Estas pequenas empresas, aparentemente, são competitivas em nível nacional, além de conseguirem aproveitar a vantagem da aproximação geográfica das vizinhas regiões industriais de Curitiba, no Paraná, e Blumenau, em Santa Catarina. 11 As peças devem deslocar-se fisicamente das empresas que as forjaram para as empresas que prestam serviços de usinagem e, posteriormente, retornarem para a próxima etapa do processo. 12 Como, por exemplo, peças estampadas para veículos. 13 Bens para o consumo final. 14 O índice de importância foi construído da seguinte forma: Índice=(0*n0 Nulas + 0,3*n0 Baixas + 0,6*n0 Médias + n0 altas)/(n0 de estabelecimentos por porte), ou seja, em relação a cada atributo, as empresas, nas quais foram aplicados os questionários, poderiam responder sem importância, baixa importância, média importância e alta importância. A partir destas respostas, foi construído o índice, e quanto mais este ficar próximo de 1, mais importante é este atributo para o total das empresas da amostra, segmentadas em tamanhos de estabelecimento. 15 Acima de 0,6.

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grandes. Em relação à aquisição local de equipamentos, o índice é relativamente baixo para todos os segmentos de empresas.

Tabela 3: Índice de importância das transações comerciais locais segundo o tamanho do estabelecimento do arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC,2000 - 2002.

Índice de importância14

Tipos de Transações Micro Pequenas Médias Grandes

Aquisição de insumos e matéria-prima 0,66 0,68 0,64 0,38 Aquisição de equipamentos 0,43 0,43 0,34 0,40 Aquisição de componentes e peças 0,48 0,66 0,69 0,53 Aquisição de serviços (manut., mark. etc.) 0,58 0,66 0,59 1 Vendas de produtos 0,82 0,63 0,48 0,30 Fonte: Pesquisa de campo, 2003

No que diz respeito à contratação de serviços no local, todas as empresas apresentam um índice bastante elevado, com destaque para as grandes empresas, com índice igual a 1. Cabe mencionar que o processo de reestruturação produtiva das grandes empresas teve uma forte influência neste fato, materializando-se no aumento da terceirização facilitada por uma boa estrutura local de oferta desses serviços. A aquisição de componentes e peças em nível local mostra um índice de importância elevado para as pequenas, médias e grandes empresas e relativamente baixo para as micro empresas.

Estes números refletem a intensa divisão do trabalho em nível local, que é um importante espaço na oferta de bens e serviços demandados por todas as empresas. De forma geral, grande parte dos componentes, peças, insumos e matérias-primas para as micro, pequenas, médias e grandes empresas têm origem no local. Os espaços externos ao arranjo são mais importantes para as grandes como origem do abastecimento de insumos e matérias-primas, mas é no espaço do arranjo que as grandes adquirem serviços industriais.

Nesta estrutura produtiva, a inserção das micro e pequenas empresas pode ser assim resumida:

a) No segmento de “metalúrgica básica”, atuam em nichos de mercado produzindo componentes (peças fundidas) principalmente sob encomenda. São fornecedoras de componentes das empresas locais e também, no caso das pequenas , fornecem para regiões industriais próximas ao arranjo;

b) No segmento de “fabricação de produtos de metais”, onde se concentra o maior número de MPEs, realizam serviços de tratamento de metais (usinagem, por exemplo), além de atuarem na produção de moldes e peças estampadas. As MPEs são sobretudo fornecedoras de serviços especializados para o local, mas também atingem o mercado estadual e nacional, em especial as pequenas;

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c) Na “fabricação de máquinas e equipamentos”, segundo maior segmento em número de MPEs, produzem principalmente componentes , mas, também, máquinas e equipamentos sob encomenda e, em menor quantidade, bens de capital seriados. A participação das MPEs no mercado local é menor, e destaca-se a participação das pequenas no mercado nacional de bens de capital mais especializados;

d) As MPEs utilizam intensamente os mercados locais para a aquisição de insumos, matérias-primas e componentes, como também para a contratação de serviços industriais.

3. Redes de subcontratação: natureza e hierarquia nas relações entre empresas

Nesta seção, procura-se analisar a participação das empresas, especialmente

das micro e pequenas em atividades de subcontratação. Consideram-se aqui as relações de subcontratação como um indicador da natureza e da hierarquia nas relações entre as empresas, sugerindo a existência de redes técnico-produtivas no local.

A Tabela 4 relaciona a porcentagem de MPEs que são subcontratadas com o porte e a localização das empresas subcontratantes. Do total das micro empresas da amostra, 94,59% são subcontratadas por outras empresas, integrando, portanto, redes técnico-produtivas, sendo que 59,45% são subcontratadas por empresas localizadas no arranjo. Na maioria dos casos, as subcontratantes são médias e grandes empresas locais , 32,43%, mas, também, em menor grau, 2,70 % são micro e pequenas locais. As restantes , 24,32%, participam de mais de uma rede, cujas subcontratantes são empresas locais de ambos os portes. No entanto, deve-se ressaltar que, do total de empresas pesquisadas , 35,14% participam de redes cuja subcontratante situa-se fora do arranjo.

Tabela 4: Micro e pequenas empresas subcontratadas por porte e localização das empresas subcontratantes do arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2003.

% Porte e localização da empresa subcontratante

Micro e Pequena Média e Grande Ambos os Portes Porte da empresa

subcontratada Local Fora do Arranjo

Local Fora do Arranjo

Local Fora do Arranjo

Total empresas subcontratadas

Micro 2,70 2,70 32,43 13,51 24,32 18,92 94,59 Pequena 2,94 2,94 41,18 20,59 14,71 14,71 97,06 Fonte: Pesquisa de campo, 2003

As pequenas empresas do arranjo também estão inseridas em redes de subcontratação, sendo que 41,18% das mesmas são subcontratadas por grandes e médias empresas locais e 14,71% por empresas de ambos os portes localizadas no arranjo. O total de pequenas empresas subcontratadas é de 97,06%, sendo que

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36,24% dessas são subcontratadas por empresas fora do arranjo. Este fato demonstra que as pequenas empresas também estabelecem interações fora da fronteira do arranjo.

Identificada a intensidade da subcontratação no arranjo, passa-se a analisar os tipos de redes16 daí decorrentes através da observação do tipo de atividade envolvida na subcontratação, conforme a Tabela 5. No âmbito do arranjo produtivo local, as relações de subcontratação sugerem a existência de três tipos de redes. O primeiro tipo corresponde às redes de subcontratação para o fornecimento de materiais diretos17 às grandes e médias empresas (incluem-se aqui as empresas envolvidas com subcontratação de atividades como fornecimento de insumos e componentes e desenvolvimento de produto). O segundo tipo corresponde às redes para o fornecimento de materiais indiretos18 e prestação de serviços industriais para as grandes e médias empresas (consideram-se as subcontratações de etapas do processo produtivo e dos serviços produtivos especializados). O terceiro tipo de rede é sugerido pelos dados da Tabela 4, que mostra a existência de MPEs que são subcontratantes de outras micro e pequenas e também pela observação direta na pesquisa de campo. Este tipo caracteriza redes formadas por MPEs pela subcontratação de diversas atividades e produtos.

Inicialmente, serão analisadas as redes de fornecimento de materiais diretos. Observando a Tabela 5, verifica-se que 35,1% das micro e 29,4% das pequenas empresas da amostra são subcontratadas para o fornecimento de insumos e componentes. Destas , 53,8% das micro e 50% das pequenas são subcontratadas por empresas de dentro e de fora do arranjo e 23,1% das micro e 40% das pequenas são subcontratadas por empresas do arranjo.

Em atividades atreladas ao desenvolvimento do produto, 16,2% das micro empresas e 29,4% das pequenas são subcontratadas para esta atividade, sendo que 33,3% das empresas subcontratantes das micro e 80% das empresas subcontratantes das pequenas estão localizadas dentro e fora do arranjo. E para 33,3% das micro e 20% das pequenas, as subcontratantes estão dentro do arranjo.

As MPEs inseridas nestas redes de subcontratação são fornecedoras de materiais diretos, integrando redes verticais coordenadas por uma empresa que exerce considerável influência sobre as ações dos agentes que integram a cadeia produtiva. Neste tipo de inserção, as MPEs precisam responder a uma série de requisitos que vão desde a qualidade assegurada na produção do comp onente ao enquadramento às exigências de logística da empresa contratante. Os contratos,

16 A tipologia aqui proposta leva em consideração dois atributos dessas estruturas: o grau de interdependência entre os agentes dado pelo tipo de atividade exercida na estrutura produtiva; e a forma de coordenação/governança da estrutura. Como apresentado em vários trabalhos: Britto, 1999; Suzigan; Garcia e Furtado, 2003; Storper e Harrison, 1991; entre outros. 17 Materiais diretos são peças, componentes e/ou subsistemas que são integrados ao produto final. 18 Materiais indiretos são aqueles utilizados durante os processos produtivos, como moldes e ferramentas, por exemplo.

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neste tipo de inserção, são de mais longo prazo, sem exigência de exclusividade no fornecimento, bem como as MPEs contratadas são submetidas ao processo de seleção de fornecedores e às auditorias periódicas. Neste caso, as exigências quanto às capacitações produtivas são maiores. Em muitos dos casos ocorre a participação das MPEs, inclusive na fase de desenvolvimento do produto, o que demonstra as exigências de capacitação para participar deste tipo de rede.

Tabela 5: Micro e pequenas empresas subcontratadas por atividades e localização das empresas subcontratantes do arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC 2003. %

Micro empresas Subcontratadas Pequenas Empresas Subcontratadas

Tipo de Atividade Subcontratada

Subcon-tratada

por empresa

do arranjo

Subcon-tratada

por empre-sa fora

do arranjo

Subcon-tratada

por empre-

sa dentro e fora do arranjo

Subcon-tratadas/

Total Empre-

sas

Sub-contra-tada por empresa

do arranjo

Sub-contra-tada por empresa fora do arranjo

Sub-contra-tada por empresa dentro e fora do arranjo

Sub-contra-tadas/ Total

Empre-sas

Fornecimentos de insumos e componentes

23,1 23,1 53,8 35,1 40,0 10,0 50,0 29,4

Etapas do proces-so produtivo

61,5 7,7 30,8 35,1 47,1 0,0 52,9 50,0

Serviços especiali-zados na produção

55,6 22,2 22,2 24,3 62,5 0,0 37,5 23,5

Atividades administrativas 100,0 0,0 0,0 2,7 0,0 100,0 0,0 2,9

Desenvolvimento de produto

33,3 33,3 33,3 16,2 20,0 0,0 80,0 29,4

Comercialização 100,0 0,0 0,0 5,4 33,3 33,3 33,3 8,8 Serviços gerais (limpeza, refeições, transporte, etc)

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: Pesquisa de campo, 2003

No que se refere às MPEs inseridas em rede de fornecimento de materiais indiretos e prestação de serviços industriais , pode-se constatar mediante a Tabela 5, que 35,1% das micro e 50% das pequenas empresas são subcontratadas para realizar as tarefas referentes a uma etapa dos processos produtivos. Destas , 61,5% das micro e 47,1% das pequenas são subcontratadas exclusivamente por empresas do arranjo. Já em relação às atividades de prestação de serviços especializados na produção, como manutenção, por exemplo, 24,3% das micro e 23,5% das pequenas empresas são subcontratadas para prestar este serviço, sendo que, destas , 55,6% e 62,5% das micro e pequenas empresas, respectivamente, prestam este serviço exclusivamente para empresas do arranjo.

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Estas MPEs inseridas em estruturas de redes como fornecedoras de materiais indiretos e/ou prestadoras de serviços industriais atendem requisitos distintos dos mencionados no tipo de rede anterior. A principal capacidade exigida é a habilidade para processar conhecimentos não codificados, que resulta de ampla experiência adquirida na prática dos processos produtivos, criando nas empresas um know how específico. No local, é grande a oferta destes serviços por empresas com níveis semelhantes de capacitações , e de forma geral19, este tipo de subcontratação é feito via mercado, sendo o preço e o prazo de entrega os requisitos mais importantes. Nestes casos, os contratos são de curto prazo e sem exclusividade no fornecimento.

Finalmente, um último tipo de inserção ocorre pela participação em redes horizontais e verticais formada apenas por MPEs. Nas horizontais , as empresas produtoras de um mesmo bem ou serviço se organizam para a realização conjunta de uma atividade, como , por exemplo, a formação de consórcios de exportação, ou uma articulação temporária para atendimento de pedidos em grande volume. Nas verticais, considerando a divisão do trabalho entre um grupo de MPEs, a especialização de cada empresa possibilita forte complementaridade para a produção de determinado bem ou serviço que estimula a formação da rede, como , por exemplo, as MPEs produtoras de bens de capital em articulação com outras MPEs fornecedoras de componentes. Em alguns casos, a coordenação das atividades é exercida por um agente externo às atividades produtivas, como uma associação empresarial, por exemplo. Em outros, é exercida por uma das MPEs participantes da rede.

O Quadro 1 resume as principais características da inserção das micro e pequenas empresas na estrutura produtiva do arranjo, considerando seus principais produtos, as relações que estabelecem no âmbito do arranjo, seus principais mercados e sua integração em redes técnico-produtivas:

Porte das empresas

Principais segmentos e

produtos

Relações comerciais internas ao arranjo

Principais mercados

Tipo de inserção em redes de subcontratação

Micro empresas

Metalúrgica básica: • Peças fundidas; • Componentes

sob encomenda.

• Aquisição de insumos e matérias-primas e serviços industriais.

• Fornecedoras de peças/componentes para as empresas locais, principalmente a de bens de capital.

O arranjo produtivo local.

Inserem-se em redes horizontais e verticais

com uma baixa coordenação exercida

por associações empresariais/agentes

privados e/ou por outras MPEs locais.

19 Em alguns casos específicos em que são produzidos materiais indiretos com um grau de complexidade maior e/ou com uma posição mais estrat égica nos processos, a variável preço é posta em segundo plano e as capacitações das MPEs, bem como o Know How específico, passam a ser mais influentes na decisão de subcontratação.

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Porte das empresas

Principais segmentos e

produtos

Relações comerciais internas ao arranjo

Principais mercados

Tipo de inserção em redes de subcontratação

Micro empresas

Fabricação de produtos de metal: • Prestação de serviços industriais (usinagem); •Fabricação de moldes; • Peças estampadas.

• Aquisição de insumos e matérias-primas e serviços industriais.

• Atuam principalmente na prestação de serviço para as médias e grandes empresas locais.

O arranjo produtivo local.

Inserem-se em redes verticais fornecendo materiais indiretos e prestando serviços industriais com um

grau médio de coordenação exercida por grandes e médias

empresas locais.

Micro empresas

Fabricação de máquinas e equipamentos: • Peças e componentes para o segmento de bens de capital; • Bens de capital sob encomenda (em menor quantidade).

• Aquisição de insumos e matérias-primas e serviços industriais.

• Fornecem peças e componentes para as empresas de maior porte do segmento de bens de capital.

O arranjo produtivo local e, em menor escala, o mercado nacional.

Inserem-se em redes horizontais e verticais

caracterizadas pela forte divisão do

trabalho, com um grau médio de coordenação

exercida por micro, pequenas e médias

empresas.

Pequenas empresas

Metalúrgica básica : • Peças

fundidas; • Componentes

sob encomenda.

•Aquisição de insumos, matérias-primas e serviços industriais.

•Fornecedoras de peças/componentes para as demais empresas locais.

Omercado nacional e, em menor escala, o arranjo produtivo local.

Inserem-se em redes verticais e horizontais com grau variado de coordenação (forte

quando o relacionamento ocorre com grandes e

médias empresas e fraco quando o relacionamento

ocorre com outras MPEs).

Pequenas empresas

Fabricação de produtos de metal: • Moldes e peças estampadas; • Produtos elaborados de metal; • Prestação de serviços industriais (usinagem).

•Aquisição de insumos, matérias-primas, peças, componentes e serviços industriais.

•Atuam principalmente na prestação de serviço e no fornecimento de peças/componentes para as médias e grandes empresas locais.

O arranjo produtivo local.

Inserem-se em redes verticais com alto grau

de coordenação exercido pelas grandes

e médias empresas, sendo que a forma de

seleção dos participantes da rede geralmente é feita via

mercado.

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Porte das empresas

Principais segmentos e

produtos

Relações comerciais internas ao arranjo

Principais mercados

Tipo de inserção em redes de subcontratação

Pequenas empresas

Fabricação de máquinas e equipamentos: • Fabricação de bens de capital sob encomenda; • Bens de capital seriados em menor escala.

• Aquisição de insumos, matérias-primas, peças, componentes e serviços industriais.

• Fornecimento de bens de capital para os demais setores industriais da região.

O mercado nacional.

Estabelecem redes verticais para o fornecimento de componentes e

geralmente exercem a coordenação das

atividades produtivas.

Médias e Grandes empresas

Atuam em todas as atividades relacionadas à indústria: • Fabricação de Bens intermediários; • Bens de capital; • Bens de consumo.

• Aquisição de peças, componentes, serviços industriais e, em menor escala, insumos e matérias-primas (principalmente no caso das grandes empresas).

• Fornecimento de peças e componentes para outras empresas locais, principalmente para médias e grandes.

O mercado nacional e o mercado externo.

Criam redes verticais para o fornecimento de componentes (materiais

diretos e indiretos) e para prestação de

serviços industriais, exercendo forte

hierarquia e coordenação das

atividades principalmente quando

o relacionamento ocorre com MPEs

locais.

Fonte: Elaboração própria. Quadro 1: Formas de inserção das empresas na estrutura produtiva do arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville /SC, 2003.

4. Inovação e processos de aprendizagem

Nesta seção, analisa-se a atividade inovativa das empresas do arranjo. Procura-se identificar as características dos processos de aprendizagem e suas determinações no âmbito do arranjo. Esta análise considera a taxa de inovação do arranjo, o tipo e a freqüência da atividade inovativa, para observar o esforço inovativo local. Avalia-se, em seguida, a importância e localização das fontes de aprendizagem de forma a compreender o significado do local para os processos de aprendizagem.

A Tabela 6 apresenta a participação relativa de cada tipo de inovação realizada no período de 2000 a 2002 pelas empresas da amostra, segundo o tamanho do estabelecimento. Pode-se observar que 64,9% das micro empresas realizaram algum tipo de inovação nos produtos. Esta alta taxa é bastante influenciada pelo fato de que os novos produtos, para 51,4% destas empresas já existiam no mercado e são novos apenas para as próprias empresas. Apenas para 18,9% destas empresas, o

13Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

produto é novo para o mercado internacional. Isto significa que o esforço inovador das empresas, em grande medida, está relacionado à capacidade para imitar produtos já existentes. No que se refere à inovação de processo, 56,8% das micro empresas introduziram processos tecnologicamente novos para elas, mas que também já existiam no setor. Aqui se ressalta o esforço das empresas sobretudo para atualizarem seus processos produtivos. Quanto à inovação do desenho do produto, 40,5% das micro empresas da microrregião exibem algum tipo de inovação20. Já 59,5% das micro empresas realizaram algum tipo de inovação organizacional, destacando-se a implementação de significativas mudanças na estrutura organizacional e nos conceitos e/ou práticas de comercialização.

Tabela 6: Empresas que introduziram inovações por tamanho, segundo o tipo de inovação no arranjo produtivo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2000 - 2002.

% de empresas que introduziram inovações Tipo da inovação introduzida

Micro Pequena Média Grande Inovações de produto 64,9 52,9 100,0 100,0 Produto novo para a sua empresa, mas já existente no mercado

51,4 52,9 87,5 100,0

Produto novo para o mercado nacional 40,5 26,5 62,5 100,0 Produto novo para o mercado internacional 18,9 11,8 25,0 75,0 Inovações de processo 62,2 64,7 100,0 75,0 Processos tecnológicos novos para a sua empresa, mas já existentes no setor

56,8 64,7 100,0 75,0

Processos tecnológicos novos para o setor de atuação 16,2 11,8 50,0 50,0 Outros tipos de inovação 43,2 58,8 62,5 100,0 Criação ou melhoria substancial, do ponto de vista tecnológico, do modo de acondicionamento de produtos (embalagem)

8,1 20,6 12,5 75,0

Inovações no desenho de produtos 40,5 50,0 62,5 50,0 Realização de mudanças organizacionais (inovações organizacionais)

59,5 82,4 100,0 100,0

Implementação de técnicas avançadas de gestão 29,7 55,9 75,0 100,0 Implementação de significativas mudanças na estrutura organizacional

35,1 61,8 87,5 100,0

Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticas de marketing

21,6 29,4 62,5 75,0

Mudanças significativas nos conceitos e/ou práticas de comercialização 35,1 44,1 37,5 75,0

Implementação de novos métodos e gerenciamento, visando a atender normas de certificação (ISO 9000, ISO 14000, etc)

16,2 32,4 37,5 100,0

Fonte: Pesquisa de campo, 2003

20 Partindo do fato de que a maioria das micro empresas atuam na prestação de serviços industriais, esta participação relativa ganha ainda mais destaque.

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Estes números indicam que a maioria das micro empresas do arranjo realizam um significativo esforço para atualização organizacional e dos processos produtivos e de imitação de novos produtos. Mas também que existe um conjunto de aproximadamente 16% a 18% das micro empresas cujo esforço inovativo lhes permite desenvolver produtos e processos com significativo grau de inovação em seus mercados e nas suas características produtivas. O mesmo pode ser dito sobre as pequenas empresas do arranjo, com a ressalva de que a introdução de produtos novos para os mercados internacionais e de novos processos para o setor é ainda menor do que nas micro empresas. E que o esforço para a realização de mudanças organizacionais é maior do que o das micro empresas.

A taxa de inovação nas médias e grandes empresas é significativamente maior do que nas micro e pequenas. Em termos de inovação de produtos e processos, quase todas introduziram algum tipo de inovação em produtos já existentes no mercado nacional ou de processo já existente no seu setor de atuação. A ênfase é para a forte capacidade de inovar em produtos, pois 75% das grandes e 25% das médias introduziram um produto novo para o mercado internacional. E todas as grandes e metade das médias introduziram processos produtivos novos no seu setor de atuação. Vale ainda frisar que todas as médias e grandes empresas realizaram algum tipo de significativa mudança organizacional.

Portanto, no âmbito do arranjo, é relevante o esforço realizado pelas empresas de todos os portes para imitar novos produtos e para manter atualizados os processos produtivos e organizacionais. No entanto, o fato mais expressivo é a capacidade tecnológica para introduzir produtos novos no mercado internacional e introduzir processos novos em seu setor de atuação. Este aspecto, apesar de ser mais evidente nas grandes e médias, não exclui as micro e pequenas.

Constatada a importância da atividade inovativa no âmbito do arranjo, deve-se analisar o tipo e a freqüência desta atividade. A Tabela 7 mostra o índice de constância de atividades inovativas21 por tamanho de estabelecimento.

A atividade de P&D apresenta índices elevados para as grandes e médias empresas, 1 e 0,69, respectivamente, e relativamente baixos para as MPEs , 0,39 e 0,45, demonstrando uma relação direta entre o tamanho e a realização de P&D. Entre as micro e pequenas empresas, a pesquisa de campo indicou que há diferenças importantes entre elas, que dependem do segmento produtivo em que estão inseridas22. Mas considerando as diversas formas de realizar a atividade inovativa, que não se reduz apenas à estruturação interna de atividades de P&D, os dados revelam o significativo esforço inovativo das empresas em todos os portes .

21 As empresas entrevistadas poderiam responder, para cada atividade em questão, desenvolveu ocasionalmente, desenvolveu rotineiramente ou não desenvolveu, logo, quanto mais próximo de 1 for este índice, mais rotineiramente as empresas desenvolveram a atividade. 22 No segmento de “fabricação de máquinas e equipamentos”, por exemplo, as exigências de P&D são maiores.

15Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

Tabela 7: Índice de constância das atividades inovativas segundo o tamanho do estabelecimento no arranjo produtivo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2002.

Índice23 de constância da atividade inovativa Descrição da atividade inovativa

Micro Pequena Média Grande Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na sua empresa 0,39 0,45 0,69 1,00 Aquisição externa de P&D 0,08 0,20 0,44 0,50 Aquisição de máquinas e equipamentos que implicaram significativas melhorias tecnológicas de produtos/processos ou que estão associados aos novos produtos/processos

0,36 0,55 0,63 1,00

Aquisição de outras tecnologias (softwares, licenças ou acordos de transferência de tecnologias tais como patentes, marcas, segredos industriais)

0,17 0,47 0,50 1,00

Projeto industrial ou desenho industrial associado à produtos/processos tecnologicamente novos ou significativamente melhorados

0,28 0,45 0,69 1,00

Programa de treinamento orientado à introdução de produtos/processos tecnologicamente novos ou significativamente melhorados

0,39 0,53 0,75 1,00

Programas de gestão da qualidade ou de modernização organizacional, tais como: qualidade total, reengenharia de processos administrativos, desverticalização do processo produtivo, métodos de “just in time”, etc

0,22 0,48 0,75 0,88

Novas formas de comercialização e distribuição para o mercado de produtos novos ou significativamente melhorad.

0,19 0,31 0,44 0,75

Fonte: Pesquisa de campo, 2003

A constância da aquisição externa de P&D exibe índices relativamente baixos para todas as empresas da amostra. A aquisição de máquinas e equipamentos que impliquem significativas melhorias tecnológicas apresenta índices relativamente elevados24 para as pequenas, médias e grandes empresas e baixos para as micro empresas. Este fato pode derivar das maiores dificuldades das micro empresas em adquirirem máquinas e equipamentos, seja pela maior “fragilidade” financeira das mesmas, seja pela falta de uma estrutura de financiamento eficiente para o segmento.

Já a aquisição de outras tecnologias como softwares, licenças ou acordos de transferência de tecnologias mostram índices mais elevados para as médias e grandes empresas. Em relação às demais atividades que estão relacionadas na Tabela 7, nota-se que os índices de constância em geral são mais elevados para o segmento de médias e grandes empresas, apontando que estas praticam de forma mais rotineira as atividades inovativas.

23 O índice de constância da atividade inovativa foi calculado da seguinte forma: Índice = (0*N0 de Não Desenvolveu + 0,5*N0 Ocasionalmente + N0 Rotineiramente)/(N0 de empresas por porte). 24 Maiores que 0,5.

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Excluindo da análise as grandes empresas que realizam com freqüência os diversos tipos de atividades inovativas e demonstram significativa capacitação tecnológica, como já foi verificado em diversos estudos (Macedo, 2001), pode se observar um padrão nos outros três portes de estabelecimentos.

Para as micro e pequenas empresas, a combinação dos índices de constância nas formas “aquisição de máquinas e equipamentos” e “programas de treinamento” mostra serem estas as maneiras mais usuais e relevantes de esforço inovativo nas empresas. Para as pequenas , além destas formas, salienta-se também a combinação de realização de “programas de gestão de qualidade ou de modernização organizacional” e “aquisição de outras tecnologias”, indicando que as atividades para inovação são complementadas por ações mais específicas que envolvem maior esforço de capacitação. Para as médias, as atividades mais importantes são “programas de treinamento” e “programas de gestão de qualidade ou de modernização organizacional”. Em segundo lugar, tem-se a combinação das atividades “pesquisa e desenvolvimento” e “projetos industriais associados a novos produtos e processos”. Neste caso, as atividades para a inovação têm uma dimensão maior que a atualização de produtos e processos e incluem ações que, mesmo não estruturadas formalmente, parecem ser realizadas com relativo grau de freqüência.

Identificado o tipo de atividade inovativa e suas formas, deve-se compreender qual a fonte de informação relevante para a realização dessas atividades. A pesquisa de campo evidenciou que a principal fonte de informação é interna à empresa, conforme já observado. Este esforço nem sempre é internamente estruturado na forma de departamento de P&D, mas é realizado na área de produção e depende de informações ligadas às vendas e as relações que estabelece com os clientes.

As fontes de informação externas às empresas podem ser ordenadas em três grupos segundo a ordem de importância. Um primeiro grupo formado por clientes e fornecedores e um segundo, com menor importância relativa, formado pelos concorrentes e outras empresas do setor. O terceiro grupo é formado pelas informações oriundas de feiras e de participação em seminários e consulta a publicações especializadas. A importância das universidades e institutos de pesquisa é muito reduzida, obtendo alguma relevância apenas os centros de capacitação profissionais e os de certificações e ensaios.

Observando a localização da fonte de informação para analisar a importância do ambiente local neste esforço, percebe-se que sua maior contribuição é para as micro e pequenas do que para as médias e grandes empresas. Para as micro e pequenas , o conjunto de clientes, concorrentes e outras empresas do setor está localizado no espaço do arranjo. Apenas os fornecedores de equipamentos estão fora do arranjo. Para as médias e grandes , a importância do local como fonte de informação é menor.

Considerando o conjunto das variáveis até aqui observadas, é possível identificar, de forma gera l, o perfil da atividade inovativa. O destaque é para o

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significativo e constante esforço interno, ainda que pouco estruturado organizacionalmente. Tal esforço é feito com relativa freqüência e, para as pequenas e médias, não se reduz à atualização de equipamentos e formação da mão-de-obra, mas envolve atividades específicas que objetivam absorver novos produtos e processos. Este esforço interno demonstra uma grande habilidade e capacidade de absorção de inovações. Neste esforço, as fontes mais importantes de informação estão na própria atividade produtiva e de comercialização realizada pelas empresas, demonstrando uma grande competência tecnológica para absorção de informações e sua adaptação aos processos produtivos internos com um grande sentido “prático” que lhes proporciona grande capacidade de imitação.

O Quadro 2 resume os principais aspectos que identificam os processos de aprendizagem por tamanho de empresa no arranjo:

Porte das empresas

Capacidade imita- ção (pro-dutos e

processo)

Capacidade de mudança organizacio

nal

Esforço de atualização de

equip. e de treinamento de pessoal

Esforço de desenvolv. de novos

produtos e processos

Principal fonte de

informação

Localização da principal

fonte de informação

Micro Alta Média Constante Inexistente Clientes e forneced.

No arranjo

Pequenas Alta Alta Constante Eventual Clientes e forneced.

No arranjo e fora dele

Médias Alta Alta Constante Constante Clientes e forneced.

Principal-mente fora do arranjo

Fonte: Elaboração própria. Quadro2: Características dos processos de aprendizagem segundo o porte das empresas do arranjo produtivo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville /SC,2003.

5. Estrutura institucional: suas funções e desempenho

Nesta aglomeração produtiva de empresas, desenvolveu-se simultaneamente uma estrutura institucional25 que inclui associações de classe, sindicatos, universidades, escolas técnicas, e centros de treinamento e formação profissional. No Quadro 3, pode-se ver as principais organizações que configuram a

25Utiliza-se neste trabalho a noção de instituições como regras ou normas que regem a interação entre os indivíduos. O conjunto dessas regras pode ser encontrado na estrutura institucional das sociedades, em que são definidos os estímulos para o surgimento das diversas organizações. As organizações são definidas como estruturas formais ou grupos de indivíduos (jogadores), com um propósito explícito que agem segundo certas normas de conduta, formalizadas ou não, isto é, de acordo com certas instituições. As organizações podem ser econômicas, sociais, políticas e educacionais. Essas organizações executam diversas funções que são determinadas por um conjunto de regras institucionais específicas, tais como formular e implementar políticas tecnológicas e regulatórias; coordenar as ações e decisões dos agentes; prestação de serviços de infra-estrutura física e tecnológica; criar novos conhecimentos e difundir informações tecnológicas; atuar nas atividades de ensino e treinamento de recursos humanos; e atuar na gestão de conflitos entre os agentes (North:1990; Gala: 2001; Edquist, 2001).

18Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

estrutura institucional do arranjo e seu ano de fundação. Tais organizações desenvolvem funções de coordenação, de ensino e treinamento de recursos humanos, e tecnológicas.

Organizações Ano de Criação Função

Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ) 1911 Associação Comercial e Industrial de Jaraguá do Sul

(ACIJS) 1938

Associação de Joinville e Região da Pequena e Média Empresa (AJORPEME) 1984

Exercer a coordenação das ações/decisões dos agentes e

incentivar a cooperação/associativismo entre

eles. Identificar, expandir e explorar as oportunidades de

negócios. Promover ações coletivas de fomento à

competitividade setorial e de promoção do conjunto de emp.

Micro Distrito Industrial de Base Tecnológica de Joinville (MIDIville) 1999

Fornecer estímulos ao desenvolvimento de novas

tecnologias e projetos através de parcerias na prestação de

serviços de infra-estrutura física e tecnológica.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Santa Catarina - Centro tecnológico de

Eletrometal-mecânica em Joinville (SENAI/CTEMM)1944

Escola Técnica Tupy (ETT) 1959 Instituo Superior Tupy (IST) 1997

Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) 1965 Universidade do Estado de Santa Catarina –

Faculdade de Engenharia de Joinville (UDESC/FEJ) 1975

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de SC (SENAI, unidade de Jaraguá do Sul)

1975

Centro Universitário de Jaraguá do Sul (UNERJ) 1973

Estimular a geração e troca de conhecimentos; difusão de

informações tecnológicas, e atuar na formação e treinamento de recursos humanos nas áreas

técnicas e gerenciais.

Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos - Delegacia Regional SC (ABIMAQ) 1988

Sindicato Patronal da Indústria Mecânica de Joinville e Região (SINDIMEC) 1968

Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Jaraguá do Sul

1975

Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville 1942 Sindicato dos Mecânicos de Joinville 1959

Sindicato Trabalhadores da Indústria Metalúrgica, Mecânica e do Material Elétrico de Jaraguá do Sul

1966

Atuar como mediador das relações entre os agentes e na

proteção da competição na indústria. Regular e facilitar os

acordos entre os agentes na gestão de conflitos no mercado

de trabalho.

Fonte: Elaboração própria. Quadro 3: Estrutura institucional do arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2003.

19Programa de Financiamento de Bolsas de Mestrado Vinculadas à Pesquisa "Micro e PequenasEmpresas em Arranjos Produtivos Locais no Brasil”. SEBRAE | UFSC | NEITEC | FEPESE| 2004

Contudo, deve-se mencionar que essa estrutura institucional é mais ampla, pois conta ainda com a presença de outros importantes agentes para o desenvolvimento das empresas locais. Ressalta-se a existência de organizações de financiamento, tais como o Banco do Brasil SA (BB), Caixa Econômica Federal SA (CEF) e o Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina SA (BADESC), que têm auxiliado as empresas através de linhas de crédito e financiamento, principalmente, no que se refere à aquisição de máquinas e equipamentos. Em relação à criação de programas que geram novas oportunidades para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, enfatiza-se a atuação do Sebrae, com agências em Joinville e Jaraguá do Sul, e as respectivas prefeituras municipais, que promovem ações específicas voltadas à criação de uma infra-estrutura local necessária para dinamizar os diversos segmentos empresariais.

No âmbito das organizações que agem na coordenação das ações dos agentes locais, destacam-se as associações comerciais e industriais dos municípios de Joinville e Jaraguá do Sul. Essas associações atuam com representantes de diversos setores econômicos, mas especificamente no que se refere as micro e pequenas empresas das indústrias eletrometal-mecânicas, implementaram núcleos setoriais de estímulo à ação cooperativa. Esses núcleos reúnem empresários que exercem a mesma atividade produtiva e têm por objetivo promover o associativismo entre eles por meio da troca de experiências e intercâmbio de conhecimentos e informações tecnológicas. Ressaltam-se os núcleos de usinagem e ferramentaria (ACIJ), metalmecânica (ACIJS) e ferramentaria (AJORPEME). Além desta atividade, as associações disponibilizam diversos serviços às empresas associadas, tais como consultorias nas áreas administrativa, financeira e jurídica e a realização de seminários, reuniões, eventos técnicos e comerciais.

Dentre as organizações de coordenação que configuram a estrutura institucional local, observa-se também a presença tanto de sindicatos patronais quanto de trabalhadores que agem fundamentalmente na defesa, representação legal e na regulação de conflitos no mercado de trabalho.

A infra-estrutura de conhecimento é integrada por organizações de ensino superior e técnico assim como por organizações que atuam, principalmente, no treinamento de mão-de-obra. Na área das incubadoras de base tecnológica, salienta-se o Projeto MIDIville, que surgiu por iniciativa do Senai de Joinville em parceria com o Sebrae e o Instituto Euvaldo Lodi.

A estrutura de formação de recursos humanos para as indústrias eletrometal-mecânicas é constituída por cinco centros de ensino superior que são responsáveis pela oferta de cerca de 2500 vagas/ano. A maior parte dos cursos oferecidos é nas áreas de concentração em engenharia, automação industrial, tecnologia e gestão empresarial. A partir do final dos anos 90 e início do ano 2000, ampliou-se essa estrutura de ensino com a oferta de cursos de pós-graduação (especialização e mestrado). Deve-se destacar que essas organizações de ensino estão realizando um processo de estruturação e qualificação do corpo docente. Há também no local duas unidades de ensino que atuam no treinamento da mão-de-obra

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por meio de cursos profissionalizantes nas áreas de mecânica, eletromecânica, eletroeletrônica, automação industrial e gestão de produtos e processos. Os laboratórios dessas organizações de ensino também prestam diversos serviços tecnológicos, como análises e ensaio de matérias-primas, certificação da qualidade de produtos e assessoria industrial, dentre outros.

A avaliação por parte das empresas (Tabela 8) quanto à ação institucional indica que, em primeiro lugar, é bastante reduzido o reconhecimento da importância das atividades das organizações, e, em segundo, as empresas reconhecem a contribuição destas especialmente em dois campos de ação. O primeiro é o reconhecimento do papel de liderança das organizações no nível local expresso pela importância atribuída ao “auxílio na definição de objetivos comuns” e ao “estímulo à percepção de visão de futuro”, bem como às ações que expressam a competência das organizações para representar os interesses locais mediante “apresentação de reivindicações comuns” e “criação de fóruns e amb ientes para discussão”. O outro campo mais destacado na avaliação é a realização de eventos técnicos e comerciais. E a avaliação positiva deste último campo de ação pelas empresas é coerente com o observado nas entrevistas com as instituições, na medida em que suas principais atividades são direcionadas para a prestação de serviços. Tabela 8: Índice de importância atribuída pelas empresas quanto à contribuição das organizações locais no arranjo eletrometal-mecânico da microrregião de Joinville/SC, 2003.

Índicea de importância Tipo de contribuição Micro Pequena Média Grande Auxílio na definição de objetivos comuns para o arranjo produtivo 0,40 0,48 0,43 0,55

Estímulo na percepção de visões de futuro para ação estratégica 0,40 0,59 0,46 0,53

Disponibilização de informações sobre matérias-primas, equipamento, assistência técnica, consultoria, etc

0,29 0,39 0,23 0,30

Identificação de fontes e formas de financiamento 0,36 0,39 0,39 0,30 Promoção de ações cooperativas 0,35 0,33 0,30 0,40 Apresentação de reivindicações comuns 0,42 0,43 0,46 0,63 Criação de fóruns e ambientes para discussão 0,48 0,45 0,55 0,63 Promoção de ações dirigidas à capacitação tecnológica de empresas 0,33 0,48 0,34 0,30

Estímulo ao desenvolvimento do sistema de ensino e pesquisa local 0,35 0,44 0,43 0,38

Organização de eventos técnicos e comerciais 0,45 0,54 0,50 0,53 Fonte: Pesquisa de campo. a Ver nota 14

O que deve ser assinalado, no entanto, é que esta estrutura institucional não é exclusiva das indústrias eletrometal-mecânicas. Considerando que a estrutura

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industrial local é bastante diversificada, as organizações parecem refletir muito mais o interesse do conjunto da indústria local. Este aspecto influencia de forma significativa a ação institucional local. Isso pode ser percebido pela ausência de programas de ação específicos para o arranjo no âmbito destas organizações.

Dentre as ações institucionais para o desenvolvimento local tem-se o recente planejamento estratégico da Prefeitura de Joinville, que procurou identificar os setores econômicos a serem priorizados. Foram selecionados o arranjo metal-mecânico, seguido da indústria de plásticos, automação industrial e software.

A estrutura educacional e tecnológica é mais densa e suas ações têm maior efeito sobre o arranjo na medida em que a base de conhecimento em engenharia transmitido por esta estrutura é relativamente comum ao conjunto das atividades industriais locais. Por outro lado, sua atuação em todos os níveis educacionais, a presença de um significativo número de escolas, e mesmo o envolvimento direto das empresas no apoio a esta base educacional, reforçam sua importância no arranjo.

O mesmo não ocorre com a deficiente estrutura tecnológica local. Tal estrutura reduz-se aos serviços tecnológicos prestados pelos laboratórios das organizações de ensino, além da implantação recente de uma incubadora. São muito reduzidas as relações com universidades e centros de pesquisa no local. A proximidade da Universidade Federal de Santa Catarina à área geográfica do arranjo, com a qual as empresas estabelecem maiores relações, pode explicar este aspecto, mas apenas no que se refere às maiores empresas. Apesar do intenso esforço de capacitação interno às empresas de todos os portes , as fontes externas às empresas para informações tecnológicas não incluem fontes de criação e desenvolvimento de tecnologia. Este papel é suprido parcialmente pelas organizações de ensino e treinamento.

6. Considerações Finais: o arranjo eletrometal-mecânico como um sistema produtivo local

A organização territorial da produção no sistema produtivo local tem duas

dimensões: uma refere -se à grande diversidade de especializações que geram complementaridades dentro das indústrias eletrometal-mecânicas, e a outra diz respeito à inserção destas num espaço de produção com forte presença de diversos outros setores industriais. Esta complexa estrutura produtiva apresenta no local grande diversidade de escalas e de barreiras à entrada que possibilita grande heterogeneidade no tamanho das empresas.

Neste estudo, procurou-se observar as características das relações no âmbito do arranjo segundo o porte da empresa. Um instrumento útil para esta análise é o conceito de redes de empresas. No segmento de “metalurgia básica”, as micro e pequenas empresas tendem a participar de redes principalmente de natureza horizontal coordenadas por uma MPEs ou por uma instituição extramercado, mas também participam de redes verticais de fornecimento de material direto. No segmento de “fabricação de produtos de metais”, as micro e pequenas inserem-se em

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redes verticais de fornecimento de material indireto e de serviços industriais, coordenadas pelas grandes e médias empresas locais. No segmento de fabricação de máquinas e equipamentos, as micro e pequenas participam de redes verticais de fornecimento de material direto, peças e componentes.

A coordenação das redes é feita por empresas tanto de pequeno quanto de médio e grande porte, e em alguns poucos casos, por associações. É importante dizer que as empresas participam de diversas redes simultaneamente, pois raramente a exclusividade no fornecimento é uma condição dos contratos, o que significa também que tais redes se entrelaçam umas às outras e, inclusive, articulam-se com redes coordenadas por empresas fora do arranjo.

A função de coordenação da estrutura institucional local é direcionada para o conjunto das atividades industriais locais. Não é uma estrutura que tenha desenvolvido competências de coordenação específicas para as atividades produtivas da eletrometal-mecânica. As associações representam o conjunto de empresas do local. A associação voltada para os interesses das micro e pequenas empresas também tem esta característica. No arranjo, os programas específicos para estas indústrias são ainda recentes e propostos no âmbito dos espaços públicos como a prefeitura local, por exemplo.

Alguns indicadores de desempenho no nível empresarial e no nível estrutural revelam a capacidade competitiva do arranjo (taxa de inovação, participação de novos produtos nas vendas, desempenho exportador, entre outros). Um aspecto central para a sustentabilidade desta capacidade competitiva é o desenvolvimento de capacitações para inovar. Esta pesquisa procurou avaliar esta possibilidade.

As empresas realizam um importante esforço de capacitação com graus diferenciados de estruturação organizacional interna (existência ou não de departamentos de P&D) segundo o tamanho das empresas. A capacitação decorre das habilidades acumuladas pela experiência de produção dentro das empresas e combina-se com importantes externalidades locais que são disponibilidade de mão-de-obra qualificada, e as atividades de ensino e treinamento realizadas no âmbito da estrutura institucional local, bem como a proximidade espacial entre os atores e a circulação de pessoas qualificadas entre as empresas. No entanto, a função de pesquisa e desenvolvimento tecnológico na estrutura institucional se reduz à prestação de serviços tecnológicos para as empresas. A ausência de suporte institucional para atividades de pesquisa e as limitações das ações cooperativas nesta área não são empecilho para o desenvolvimento das grandes empresas, mas limitam a capacidade tecnológica que faça avançar do esforço de imitação para capacidade de criação inovativa nas micro pequenas e médias empresas26.

26 Desconsideram-se nesta análise as atividades inovativas nas grandes empresas que envolvem uma combinação variada de formas e cuja realização depende menos das externalidades locais. Mas enfatiza-se que a presença das grandes empresas no arranjo cria importantes externalidades locais, quer pela

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Neste contexto, foram estabelecidas vantagens locais, como existência de uma infra -estrutura física, disponibilidade de mão-de-obra qualificada e de serviços técnicos e a proximidade com fornecedores e clientes. Além da mais aparente vantagem que é a infra -estrutura física que afeta a competitividade de todos os tamanhos de empresas, o porte de empresa e sua inserção no local vão determinando especificidades quanto à importância das vantagens que o local pode proporcionar. Para as micro, a proximidade com clientes e fornecedores, reduzindo custos e estimulando especializações, é a mais importante vantagem oferecida pela aglomeração local. Para as pequenas e médias, é principalmente a disponibilidade de mão-de-obra qualificada, possivelmente por sua grande oferta local permitir reduzir custos através de menores gastos com treinamento. Para as grandes, além da mão-de-obra, é a disponibilidade de serviços técnicos, nestes casos, a proximidade com fornecedores ocorre numa área (prestação de serviços) possivelmente mais crítica para as grandes empresas.

As características da divisão do trabalho, o esforço de capacitação tecnológica e organizacional das empresas, as relações em redes que se estabelecem no local, as vantagens decorrentes da proximidade e organização territoria l da produção, e a estrutura institucional que interage com a estrutura produtiva, indicam a formação de um sistema local de produção que sustenta os esforços dos agentes para a imitação de produtos e processos. Portanto, no caso em estudo, as características da estrutura produtiva e institucional e as intensas relações entre os atores sugerem a presença de um sistema produtivo local. Em contraposição à noção de arranjo produtivo local, a noção de sistema produtivo e inovativo local destaca os casos de arranjos nos quais:

“(...) interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, com potencial de gerar o incremento da capacidade inovativa endógena, da competitividade e do desenvolvimento local”(Cassiolato e Lastres, p.27, 2003).

No presente estudo, a potencialidade demonstrou-se pela grande capacidade endógena de absorção de novas tecnologias e pela presença de um núcleo de empresas inovadoras, mostrando a possibilidade de transitar da capacidade de absorção de novas tecnologias para a de inovação tecnológica.

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estruturação de atividades na formação de mão-de-obra aberta às demais empresas, quer pela formação de competências que circulam no arranjo.

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