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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

ANDRÉ BALDUINO BISPO

O BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM: A ATUAÇÃO DO

PROFISSIONAL EM INSTITUIÇÕES

PARTICULARES DE ENSINO MÉDIO DE NATAL

NATAL - RN

2005



ENSINO-APRENDIZAGEM: A ATUAÇÃO DO



Monografia apresentada à Disciplina Monografia, ministrada pela Profª Maria do Socorro de Azevedo Borba, do Departamento de Biblioteconomia da UFRN, para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Profª MSc. Antônia de Freitas Neta

NATAL-RN

2005

Catalogação da Publicação na Fonte



ENSINO-APRENDIZAGEM: A ATUAÇAO DO



Monografia apresentada à Disciplina Monografia, ministrada pela Profª Maria do Socorro de Azevedo Borba, do Departamento de Biblioteconomia da UFRN, para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.

Natal/RN, 12 de dezembro de 2005.

BANCA EXAMINADORA

Profª MSc. Antônia de Freitas Neta

(ORIENTADORA)

Profª MSc. Maria do Socorro de Azevedo Borba

(PROFa DA DISCIPLINA)

Profª MSc. Francisca de Assis de Souza

(MEMBRO DA BANCA)

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao nosso Deus maior, pelo dom da vida, da sabedoria, pela percepção de saber trilhar os melhores caminhos, pela saúde e, pela fé, pois só assim conseguiremos encarar desafios e vencê-los.

A minha família, especialmente a meu pai, José Balduíno Bispo (in memorian), e a minha mãe, Maria Eliete Coutinho Bispo, por terem contribuído em minha formação como pessoa e cidadão, e por terem direcionado os melhores caminhos a seguir. A meus irmãos, Adriana, Aldo e Andréia, por terem acreditado e contribuído com meus sonhos. A minhas sobrinhas, Alba Cesanna e Adria Dalylla pelas alegrias compartilhadas.

A todos meus amigos do curso e fora dele, em especial a Martha Aparecida, por ter roubado um pedacinho de meu coração e guardado a sete chaves; a Conceição e Keziana minhas amigas do coração, pelos momentos felizes vividos na universidade; a meus amigos do peito, Tiago José, Gil César e Willandy, pelas aventuras, bebedeiras e pelos conselhos compartilhados.

A minha orientadora, Profª Antônia de Freitas Neta, pelos ensinamentos, pela dedicação, paciência, acolhimento e, pelas sábias palavras que contribuíram para o desenvolvimento de meu censo crítico e para a elaboração deste trabalho.

A todas as professoras do departamento de Biblioteconomia, em especial a Profª Francisca e a Profª Socorro Borba, pela dedicação com os alunos, pela contribuição durante todos os anos, pela transmissão de conhecimento e pela amizade estabelecida.

A bibliotecária do Colégio Salesiano Clediane Guedes, por toda atenção, tratamento e contribuição com as pesquisas desenvolvidas para este trabalho.

As Instituições que foram pesquisadas, o Colégio Imaculada Conceição, em especial a irmã Carmem e a Ana Lúcia e; ao Colégio Salesiano São José, especialmente a Francisco Delgado e aos alunos e professores que contribuíram com a pesquisa.

E, a vida, por ser bela a ponto de nos proporcionar momentos ímpares, alegres e felizes.

"Desburocratizar a biblioteca da escola não significa jogá-la na esfera do caos; significa, isto sim, estabelecer um tipo

de organização que leve em conta os interesses {desejos, aspirações)

dos leitores e as propostas pedagógica dos professores".

Ezequiel Theodoro da Silva

RESUMO

Analisa a atuação do Bibliotecário Escolar no Brasil e especificamente em Natal e a atuação efetivo desse profissional no processo de ensino-aprendizagem. Tem como objetivo identificar o perfil das Bibliotecas Escolares e o perfil do Bibliotecário Escolar brasileiro. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura e uma pesquisa de campo, com aplicação de questionários em duas instituições particulares de ensino médio de Natal, com alunos, professores e a um profissional bibliotecário. Os resultados obtidos mostram que a presença do bibliotecário é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Assim, conclui-se que o bibliotecário atua neste processo, contribuindo sem precedentes para a educação escolar.

Palavras-chave: Bibliotecário Escolar. Biblioteca Escolar. Ensino-aprendizagem.

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Frequência de visitas à biblioteca pelos alunos da 8a série 35 das Escola n° 1 e 2.

Tabela 02 - Frequência pela qual os professores incentivam os alunos 36 da 8a série a visitarem a biblioteca

Tabela 03 - Avaliação do acervo da biblioteca pelos alunos da 8a série 37

Tabela 04 - Sugestões de melhorias na biblioteca pelos alunos 37

Tabela 05 - Necessidades informacionais dos alunos 38

Tabela 06 - Disponibilidade na biblioteca de meios eletronicos: Internet 39 e outros, segundo os alunos.

Tabela 07 - Avaliação da estrutura da biblioteca pelos alunos. 40

Tabela 08 - Atuação do bibliotecário quando solicitado pelos alunos 40

Tabela 09 - Frequência de visitas à biblioteca pelos professores do 41

ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2. Tabela 10 - Se biblioteca da escola possuir um profissional 42

bibliotecário, segundo os professores das Escolas n° 1 e 2. Tabela 11 - Se o bibliotecário divulga a biblioteca e seus serviços, 43

segundo os professores da Escola n° 2. Tabela 12 - Frequência pela qual os alunos são levados pelos 44

professores à biblioteca, (visita) Tabela 13 - Se os professores participam das atividades desenvolvidas 45

pela biblioteca. Tabela 14 - Participação do bibliotecário no planejamento acadêmico. 46

Tabela 15 - Avaliação da estrutura da biblioteca, segundo os 46 professores.

Tabela 16 - Necessidades informacionais dos usuários, segundo os 47 professores.

Tabela 17 - Sugestões de melhorias na biblioteca, segundo os 47 professores.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. ............. 9

2 BIBLIOTECA............................................................................................... 12

3 BIBLIOTECAS ESCOLARES .................................................................... 16

4 PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO............................................................. 21

4.1 BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR..................................................................... 24

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 28

5.1 INSTITUIÇÕES........................................................................................ 29

5.1.1 Colégio Imaculada Conceição (CIC) - Escola n° 1........................... 29

5.1.2 Colégio Salesiano São José - Escola n° 2........................................ 30

5.2 UNIVERSO............................................................................................... 32

5.3 AMOSTRA................................................................................................. 32

5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ......................................... ...... 33

6 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................. 34

6.1 ALUNOS................................. ................................................................ 34

6.2 PROFESSORES ..................................................................................... 41

6.3 BIBLIOTECÁRIO ...................................................................................... 48

7 CONCLUSÃO....................................... ..................................................... 50

REFERÊNCIAS............................................................................................. 52

APÊNDICE A ................................................................................................ 55

APÊNDICE B ................................................................................................ 57

APÊNDICE C ............................... ................................................................ 59

APÊNDICE D ................................................................................................ 61

APÊNDICE E................................................................................................. 63

ANDRÉ BALDUINO BISPO 9 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional

em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

1 INTRODUÇÃO

Durante a evolução da humanidade, a informação constitui um fator indispensável para o desenvolvimento de cidadãos críticos e conhecedores da potencialidade que a sociedade impõem, e começa a ser adquirida nos primeiros anos de vida do ser humano, onde a escola da vida em conjunto com a escola convencional, ensina e transmite o saber em um processo chamado: ensino e aprendizado.

O processo de transferência da informação surgiu no momento em que o homem começou a produzir, registrar, armazenar, organizar, e utilizar o saber. Como resultado do referido processo, os suportes informacionais começaram a se modernizar, passando dos mais remotos (placas de argila, papiro, pergaminho), para os contemporâneos (papel, CD-ROM, Internet etc), surgindo à necessidade de melhor organizar e armazenar a informação, para preservá-la e conservá-la, em locais denominados de biblioteca, que funcionavam como "depósitos de livros" ou "guardiãs do saber".

Com a evolução da sociedade, as bibliotecas deixaram de ser meras depositarias é organizadoras do saber intelectual, para também se tornarem disseminadora de informação, tornando-se um sistema de acesso ao saber acumulado. Assim, durante o mencionado processo, surgiram diversos tipos de bibliotecas: as tradicionais e, as digitais e virtuais que apesar de representarem uma pequena porcentagem no universo de bibliotecas, possibilitam uma maior rapidez e melhor acessibilidade aos documentos.

Da mesma forma pela qual a Biblioteca evoluiu, deixando de ser um sistema de armazenamento para também ser um sistema de acesso à informação, a profissão do bibliotecário também passou por transformações. Seguindo este paradigma o atual profissional deve estar preparado para os diversos tipos de ambientes informacionais, desempenhando atividades tradicionais, e atuando como gestor em Bibliotecas. O Bibliotecário Escolar também deve adicionar a sua postura tradicional o papel de educador, atuando



como elo entre o leitor e a informação e, contribuindo sem precedentes para o processo de ensino e aprendizagem.

O interesse em pesquisar um tema tão delicado quanto a atuação do Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem, partiu da necessidade de descobrir qual a visão que as poucas Bibliotecas Escolares existentes em nosso contexto possuem do bibliotecário, e qual a contribuição do Bibliotecário Escolar no processo educacional. Assim, surgiu a problematização da pesquisa: Será que o Bibliotecário Escolar realmente atua no processo de ensino e aprendizagem?

Outro fator importantíssimo pelo qual despertou o interesse por tal pesquisa, é a pouca atenção dada para este tipo de biblioteca, tanto por parte dos alunos como pela estrutura curricular do curso de graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O objetivo geral da pesquisa é analisar a atuação do Bibliotecário Escolar no Brasil e especificamente em Natal, qual a atuação efetiva desse profissional no processo de ensino e aprendizagem. Para isso, buscou-se através dos objetivos específicos, identificar o perfil das Bibliotecas Escolares e do Bibliotecário Escolar brasileiro.

Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e eletrônica nas áreas de Biblioteconomia e Educação e também uma pesquisa de campo, com aplicação de questionários contendo questões fechadas e abertas aos alunos e aos professores da 8a série dos Colégios Imaculada Conceição e Salesiano São José - Natal/RN e com a bibliotecária da Biblioteca Dom Bosco do Colégio Salesiano. Com referência ao Bibliotecário, vale salientar que apenas uma das Instituições possui um bacharel em Biblioteconomia formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o que possibilitou traçar comparações e diferenciar a atuação da biblioteca que possui o Bibliotecário.

A análise dos dados mostra que o Bibliotecário Escolar em Natal atua no processo educacional, através da divulgação da biblioteca, no incentivo aos



alunos e professores, no auxílio da busca da informação e na contribuição para

o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

Com base nos resultados obtidos, será possível estabelecer um plano de

ação para os profissionais das áreas de Biblioteconomia e Educação, visto que

dará respaldo quanto à atuação do Bibliotecário Escolar e de Professores da

escola onde a biblioteca está inserida, como também, a contribuição que

poderão fazer para o processo de ensino e aprendizagem.

Para o curso de Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, são subsídios para implantar um serviço especial para

este tipo de biblioteca que proporcione um despertar profissional voltado para

esta parcela da população, que necessita da informação para se desenvolver

sob todos os aspectos.

c Atinente a estrutura da monografia, após a introdução apresenta-se o

segundo capítulo referente à biblioteca, mostrando seu surgimento, evolução e

o desenvolvimento de seu conceito, como também a evolução dos suportes

dos registros do conhecimento e, a importância da informação para a

sociedade. <

O terceiro capítulo enfoca as Bibliotecas Escolares, traçando um

histórico de seu desenvolvimento, de sua importância para a educação e, de

seus objetivos como Instituição a serviço da sociedade, como também sua

trajetória no Brasil, desde sua origem aos dias atuais.

O quarto capítulo refere-se ao profissional Bibliotecário e ao Bibliotecário

Escolar, mostrando a importância e a evolução da profissão, o perfil do

bibliotecário tradicional e do moderno, como também uma proposta para o

perfil do Bibliotecário brasileiro, e em particular o Bibliotecário Escolar.

O quinto e o sexto capítulo trazem respectivamente os procedimentos

metodológicos e a análise dos dados coletados, logo após finaliza-se com a

conclusão da pesquisa.



2 BIBLIOTECA

A partir do momento em que o ser humano começou a produzir e

registrar o conhecimento, criando assim, vários suportes de registros da

informação, tais como: as placas de argila, o papiro, o pergaminho e o papel,

que facilitaram a transmissão do conhecimento para outras gerações, surgiu à

necessidade de armazená-los concretamente.

Sobre a questão, Milanesi (1993, p. 16) afirma que:

Era preciso reter a informação sobre algum suporte concreto; consequentemente, tornou-se imprescindível a preservação desses suportes - os documentos - bem como a organização deles. Quanto mais documentos produzidos, maior a exigência de controle.

Atrelada à necessidade de registro, surgiu também a necessidade de

recuperar, armazenar, preservar, e disseminar o saber acumulado, como

afirma Pontes (1998, p. 23) "a partir da necessidade de se reter informações

que precisam ser preservadas, evitando a sua dispersão", surgiu a Biblioteca,

que etimologicamente vem do grego biblion+théke, que significa livro+caixa,

onde biblion é igual a livros e théke igual à caixa ou cofre.

Com a evolução da sociedade o conceito de biblioteca foi sendo

aprimorado, e elas deixaram de ser, meras depositarias e organizadoras do

saber intelectual, para também se tornarem disseminadora da informação,

através de uma sistemática que visa o acesso ao saber acumulado. A partir

deste momento o ser humano começa não apenas armazenar, preservar e

organizar o saber produzido, mas, também propagá-lo, disseminando assim, a

informação a quem deseja.

Assim, a biblioteca surge no momento em que o registro do

conhecimento acumulado passa a ser armazenado em suportes concretos, que

facilitariam a recuperação e preservação das informações. No entanto, a

biblioteca evoluiu, acompanhado a história do homem, que ao produzir e



registrar o conhecimento sentiu a necessidade de preservá-lo para não perdê-

lo, segundo Milanesi (1993, p. 16) "a história da biblioteca é a história do

registro da informação, sendo impossível destacá-la de um conjunto amplo: a

própria história do homem".

Contudo, enquanto existiam pessoas preocupadas em produzir textos

contendo informações, por outro lado, profissionais estavam também

preocupados, em organizar os documentos para facilitar a sua busca e

aumentar sua durabilidade, conservando-os em lugares denominado biblioteca.

Sobre o assunto, Milanesi (1993, p. 15), se posiciona ao afirmar que:

A ciência é acumulativa e a biblioteca tem a função de preservar a memória - como se ela fosse o cérebro da humanidade -, organizando a informação para que todo ser humano possa usufruí-la. Isso vai da biblioteca que se constrói para aqueles que se alfabetizam, até a biblioteca especializada para o homem de ciência.

Com o desenvolvimento gráfico decorrente da popularização do papel e

da invenção da imprensa por Johann Gutemberg, houve um aumentou da

produção de registro do conhecimento que gerou um caos informacional, pois a

técnica de produção dos tipos móveis, causou um aumento na quantidade de

informação produzida e registrada, dificultando seu armazenamento e sua

organização. Sobre a situação, Milanesi (2002) afirma que a produção de

impressos, livros e, principalmente periódicos, cresceu de tal forma que

surgiram dificuldades para armazená-los e organizá-los.

Contudo, o mencionado caos começou a ser minimizado com o

aparecimento de técnicas bibliotecárias, através das classificações

bibliográficas por assunto, como: a CDD (classificação decimal de Dewer)

criada por Melvin Dewer, a CDU (classificação decimal universal) e outras

ferramentas destinadas à catalogação. Posteriormente, a tecnologia facilitou

consideravelmente o trabalho do bibliotecário, como também a sistemática de

acesso à informação.



Sobre a questão, Vianna (2002, p. 45) afirma que:

Os sistemas de classificação, os códigos de catalogação e, mais recentemente, os formatos de intercambio bibliográfico (padrões que possibilitam o intercambio de dados catalográficos por computador) constituem os instrumentos básicos que os bibliotecários do mundo inteiro costumam utilizar para organizar os acervos das bibliotecas [...]

A tecnologia representada também pela informática provocou

transformações e melhorou a capacidade de armazenamento e de acesso a

informação, que passou a ser processada e disponibilizada em tempo hábil a

necessidade do homem. Assim, com o surgimento de software de

armazenamento, organização e gestão de sistemas de informação e da Rede

Mundial de Computadores - Internet -, as bibliotecas se transformaram

também, em lugares de acesso a informações mundiais, aumentando ainda

mais, sua função de disseminadora do conhecimento, seja, em suportes

tradicionais de informação ou, em suportes eletrônicos.

Entretanto, a tecnologia não conseguiu superar todas as barreiras

possíveis da comunicação, pois a realidade nem sempre condiz com a logística

perfeita de acesso e disponibilidade informacional, pela qual as novas

tecnologias podem proporcionar, isto porque, em muitas bibliotecas brasileiras

o tradicional ainda se sobrepõe ao tecnológico, provocando a chamada

exclusão digital e tecnológica, onde o acesso a mecanismos e suportes

sofisticados de informações é privilégio de uma pequena minoria, como a

escrita foi no passado.

Assim, durante muitos séculos o conceito de biblioteca vem evoluindo

acompanhado as mudanças impostas pela sociedade, pois na atualidade a

informação é considerada um bem de consumo, e assim como acontecia em

épocas que o saber era privilégio de uma pequena minoria, os novos meios

tecnológicos mesmo possuindo a vantagem de propagarem a informação com

muito mais facilidade e rapidez, ainda provocam em muitas sociedades,

exclusão informacional.



Como o eixo principal desta pesquisa são as Bibliotecas Escolares, no

próximo capítulo será feita uma análise sobre elas, através de uma revisão de

literatura, procurando apresentar sua evolução histórica, sua importância e

situação atual.



3 BIBLIOTECAS ESCOLARES

A gênese da Biblioteca Escolar pode ser assim considerada, a partir do

momento em que surgiram às primeiras bibliotecas, quando o homem começou

a registrar concretamente o pensamento. Pois, sua importância cultural, social

e educacional é, igualmente de forma mais ampla, cultuada também, pelas

Bibliotecas em geral. Como afirma Cavalcanti (2003, p. 2) "A história das

bibliotecas escolares pode ser traçada desde o surgimento das primeiras

bibliotecas, haja vista a sua importância no contexto educacional e sócio-

cultural".

Durante muitos séculos os Jesuítas dominaram a educação no Brasil,

pois tinham o intuito de evangelizar e colonizar, sendo os pioneiros a organizar

bibliotecas. Assim, as bibliotecas surgiram no Brasil com a colonização, sendo

as Bibliotecas Escolares as pioneiras, trazidas em 1549 pelos Jesuítas, como

afirma Fonseca apud Cavalcanti (2003, p.2), "as primeiras bibliotecas

brasileiras foram escolares, trazidas pelos Jesuítas dos Colégios da Companhia

de Jesus no século XVI."

Até 1759, ano em que os Jesuítas foram expulsos das colônias

portuguesas, os Colégios da Companhia de Jesus eram o principal meio

educacional, pois possuia diversas escolas especializadas em formar cléricos e

leigos. (VILLALTA apud SILVA, A, 2002).

Antes da vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, a

educação brasileira era pouco valorizada pela coroa portuguesa. Assim, Junto

com a Família Real vieram também, livros e publicações que se tranformaram

na atual Biblioteca Nacional. Mas, só em 1822, após a Independência, foram

fundados jornais, escolas e bibliotecas.



Apesar das Bibliotecas Escolares Brasileiras terem surgido desde o nício

do período colonial por volta de 1549, elas começaram, de fato a ter valor partir

da segunda metade do século XX em meados da década de 70, través de

reformas na educação brasileira, como afirma Pontes (1998, p. 28-29): •

[...] os sistemas de ensino só vieram valorizar a criação de bibliotecas escolares, com a reforma de ensino, através da Lei 5692/71, que destaca em seu objetivo geral a importância do exercício consciente da cidadania, e valoriza o estudo da língua nacional, o que requer acesso aos diversos saberes proporcionados pela leitura.

Assim, um dos principais objetivos da biblioteca escolar é ser parte

integrante do processo educacional, social e cultural desenvolvido nas escolas

e "ser uma ferramenta que auxilie e facilite o processo de ensino- . ■

aprendizagem". (MOTA, 2005, p.1).

Mas, foi em 1988 através da Portaria n°. 490, de 19 de setembro de 1988

- que aprova o Programa de Salas de Leitura/Bibliotecas Escolares -PNSL/BE

que as bibliotecas escolares foram realmente institucionalizadas. Tal Portaria

contribuiu para que as bibliotecas escolares desenvolvessem atividades para

auxiliar, facilitar e enriquecer o processo educacional. (AMATO; GARCIA, 1989,

p. 11).

Diante das grandes transformações, o reconhecimento da importância

da biblioteca escolar, trouxe diversos benefícios para a educação e para as

Bibliotecas Escolares, pois na atualidade, sob o aspecto jurídico, ja é sentida a

necessidade das escolas possuírem bibliotecas, onde as mesmas, deixam de

ser apenas, parte passiva para passar a ser parte ativa na educação,

complementando assim, os ensinamentos proferidos em sala de aula.



Silva, A.; (2002, p.13) afirma que:

[...] hoje já não cabe à biblioteca escolar ou a qualquer unidade de informação ser apenas armazenadora e difusora de informação, ela precisa participar ativamente do processo educativo brasileiro no que diz respeito a facilitar a educação e produção de cultura e conhecimento da comunidade a que serve, e desta forma ajudar na formação de cidadãos críticos e participantes, tornando-os aptos a desfrutar dos benefícios proporcionados pela era do conhecimento.

O que pode vir a contribuir com um maior reconhecimento e

institucionalizar definitivamente a biblioteca nas escolas é a aprovação do

projeto de Lei n° 3.549 de 2000, de autoria da Deputada Esther Grossi que

dispõe sobre a universalização das Bibliotecas Escolares em todo o país, pelo

qual, determina dentre outras providências, que a orientação e a supervisão

das bibliotecas deva, ficar a cargo de bacharéis ou técnicos em

Biblioteconomia. Sobre o assunto, Silva, A., (2002, p. 10) afirma que:

Com a aprovação deste Projeto, o Brasil daria um importante passo para o fortalecimento do seu sistema educacional e, consequentemente, para construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado permanente.

Assim, a Biblioteca Escolar pode ser considerada um instrumento de

desenvolvimento de currículo e da formação de uma atitude crítica frente aos

desafios informacionais, constituindo-se um veículo que forma o individuo para

a aprendizagem permanente, estimulando a criatividade, a comunicação e

fornecendo elementos necessários para as tomadas de decisões.

Dessa forma, um dos principais objetivos da Biblioteca Escolar, é ser

parte integrante do processo educacional, social e cultural desenvolvido na

escola; um espaço democrático, conquistado e constituído através* do fazer

coletivo, representado por pais, alunos e outros elementos da comunidade.



Mesmo que em determinadas realidades o objetivo da Biblioteca Escolar

venha sofrendo algumas modificações, pois ela se adapta às evoluções sociais,

culturais, tecnológicas e científicas, é inegável sua contribuição para o

desenvolvimento educacional do país, considerada parte dinamizadora do

processo educacional, pelo qual, pode desenvolver o hábito pela leitura e

auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Os objetivos da Biblioteca

Escolar é amplamente declarado no manifesto da UNESCO/IFLA sobre as

Bibliotecas Escolares (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES

DE BIBLIOTECÁRIOS E DE BIBLIOTECAS, 2000).

Os objetivos seguintes são essenciais ao desenvolvimento da literacia, das competências de informação, do ensino-aprendizagem e da cultura e correspondem a serviços básicos da Biblioteca Escolar: • Apoiar e promover os objetivos educativos definidos de acordo com as finalidades e currículo da escola; • Criar e manter nas crianças o hábito e p prazer da leitura, da aprendizagem e da utilização das bibliotecas ao longo da vida; • Proporcionar oportunidades de utilização e produção de informação que possibilitem a aquisição de conhecimentos, a compreensão, o desenvolvimento da imaginação e o lazer; • Apoiar os alunos na aprendizagem e na prática de competências de avaliação e utilização da informação, independentemente da natureza e do suporte, tendo em conta as formas de comunicação no seio da comunidade; • Providenciar acesso aos recursos locais, regionais, nacionais e globais e às oportunidades que confrontem os alunos com idéias, experiências e opiniões diversificadas; • Organizar atividades que favoreçam a consciência e a sensibilização para as questões de ordem cultural e social; • Trabalhar com alunos, professores, órgãos de gestão e pais de modo a cumprir a missão da escola; • Defender a idéia de que a liberdade intelectual e o acesso à informação são essenciais à construção de uma cidadania efetiva e responsável e à participação na democracia; • Promover a leitura, os recursos e serviços da Biblioteca Escolar junto da comunidade escolar e fora dela.

I I



Portanto,é de extrema importância que se desenvolva a Biblioteca Escolar em qualquer realidade, visto que representa um valioso e indispensável suporte pedagógico numa escola, além de constituir um fator importante no processo de formação, por colocar os alunos em contato com um estimulante património cultural, disseminando informações que contribuem para o enriquecimento intelectual pelo qual desencadeia o alargamento dos horizontes cognitivos.

Assim, considera-se como função básica da Biblioteca a disseminação do conhecimento produzido, devendo atuar como centro dinamizador. Para tal propósito, deve oferecer propostas inovadoras e atuar como instrumento transformador do cotidiano em sala de aula, isto porque quando bem administrada e incentivada, poderá converter-se num espaço de formação continuada para professores, alunos e comunidade, dinamizando a informação e sendo parte integrante e ativa dos processos de ensino e aprendizagem.

Contudo, a Biblioteca Escolar só poderá atingir seus objetivos com eficácia, se nela atuar um profissional bibliotecário. Desta forma, será feita uma abordagem deste profissional enfocando as características do bibliotecário em uma Biblioteca Escolar.



4 PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO

Historicamente, o profissional bibliotecário surgiu no momento em que a

escrita e os suportes de informação evoluíam, pois enquanto existiam pessoas

preocupadas em produzir e registrar concretamente o saber, por "outro lado,

existiam profissionais, que também estavam preocupados em armazenar e

organizar os documentos, para facilitar a busca e o acesso às informações.

Como afirma Milanesi (1993, p. 16) ao dizer:

Quanto mais o homem gera documentos, mais os profissionais especializados no controle da informação [bibliotecários] buscam instrumentos e técnicas que permitem a cada homem encontrar o dado que procura.

Durante muito tempo, o perfil do bibliotecário estava voltado para as

técnicas de armazenamento, organização e tratamento dos documentos,

deixando de lado, a função de disseminador do conhecimento. Como afirma

Almeida Junior (2004, p. 70) "historicamente, as atividades e funções do

profissional bibliotecário estiveram voltadas muito mais para a preservação do

que para a disseminação".

Ratificando este pensamento, Martins (2004, p. 3), indica que o perfil do

bibliotecário tradicional pode ser visto de três formas:

1) Visto como um preservador - aquele profissional que atua como organizador do conhecimento registrado para garantir seu acesso, ou seja, aquele profissional que limita-se a guardar o seu acervo e disponibilizá-lo o menos possível. Esse profissional possui características de manipular a informação ao invés de disseminá-la;



2) Visto como um educador - ele age como professor, fornecendo informações e preparando os indivíduos para buscá-la de forma autônoma, ou seja, devido principalmente à falta de uma estrutura educacional eficiente, esse profissional toma-se um "professor", substituindo quem deveria exercer a função de professor;

3) Visto como um agente social - onde ele deve ser um comunicador, organizador da informação para sua recuperação, medidor de informações entre o acervo e o público, pesquisador, educador, líder, gerente etc.

No atual contexto, o perfil do bibliotecário como conservador, retrógrado

e preservacionista, é emanado pelo moderno profissional bibliotecário, que

agrega ao seu perfil tradicional uma nova postura, voltada para a

interdisciplinaridade, adquirindo habilidades que são mais que necessárias ao

bibliotecário do século atual, como: ser "inovador, criativo, líder, comunicador,

negociador, empresário, especialista na busca (seletiva) informacional, diante

da explosão da informação, e especialista em redes (participar no processo de

globalização)". (TARAPANOFF apud SANTOS, 2000, p. 111).

Com o advento das novas tecnologias, a sociedade como um todo

sofreu mudanças sob todos os aspectos, fato que influenciou a Biblioteca e

consequentemente o bibliotecário que mudou seu modo de trabalho para se

adaptar as mudanças impostas pela atual sociedade da informação ou do

conhecimento, visto que o mundo globalizado exige cada vez mais uma postura

diferenciada desse profissional.

A profissão de bibliotecário no Brasil é regulamentada pela Lei Federal

n° 4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre a profissão e regula seu

exercício. (OLIVEIRA, 2002, p. 6)

Após a sua regulamentação foi aprovado o decreto n° 51.624, de 17 de

dezembro de 1962, que regulamentou a profissão como nível superior,

aprovando o currículo mínimo e dando à obtenção do grau acadêmico ao

bibliotecário.

ANDRÉ BALDUINO BISPO 23 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional em

Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

O perfil do bibliotecário brasileiro também se adaptou aos avanços tecnológicos, sofrendo influência das Novas Tecnologias de Informação - NTI's e das novas técnicas de gerenciamento. Desde o surgimento do curso de Biblioteconomia no início do século XX que o perfil vem sendo modificado, pois até meados da década de 30, o bibliotecário brasileiro possuía uma visão mais humanística e ligada à cultura e as artes. (MARTINS apud PESSOA, 2004).

Posteriormente, ele deixou de lado o perfil humanista e erudito ao adquirir novas habilidades. Contudo, para que possa desempenhar com eficácia sua profissão, torna-se indispensável que incorpore a sua formação básica, qualificações necessárias e fundamentais para um bom desempenho.

Sobre tais qualificações, Martins (2004, p. 3) indica algumas necessárias e fundamentais:



Assim, o atual profissional bibliotecário deve agregar a seu perfil, as

funções de gestor de informação, gerindo de forma pró-ativa e dinâmica,

com uma visão voltada para o usuário e para a administração do

conhecimento, sendo um profissional moderno, competente e participativo,

que se atualiza continuamente e está sempre disposto a aplicar seus

conhecimentos com total eficácia, a seus usuários.

Com o avanço tecnológico, que fez surgir ferramentas diversificadas, o

perfil do profissional brasileiro sofreu seria mudanças, pois uniu o tradicional

com o moderno, dando maior interdisciplinaridade ao bibliotecário, como

afirma Pessoa (2004) o perfil do bibliotecário no Brasil aparece como o do

profissional que desenvolve e assume papeis tradicionais, mas com um

crescente envolvimento com as novas tecnologias e em novos

procedimentos de gestão de informação.

4.1 BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR

O bibliotecário moderno deve também agregar a seu perfil o papel de

educador, atuando em conjunto com os professores e promovendo nos alunos

o habito pela leitura e, em especial pela biblioteca.

Assim, com a inserção de bibliotecas no contexto escolar, através da lei

federal n° 5.692/71, o desenvolvimento do processo educacional e sócio-cultural

passou a ser exercido com maior efervescência e, consequentemente, o

bibliotecário passou a fazer parte do referido processo, e ser um agente

dinamizador, criativo e preocupado em incentivar o gosto pela leitura.

(PONTES, 1998, p. 28-29).



A atuação do bibliotecário escolar ainda pode ser considerada pouco

valorizada, pois em meio a crescente valorização da importância da educação

para o país, existe a baixa e irrelevante importância atribuída à biblioteca

escolar e, consequentemente, ao profissional bibliotecário que atua nela. Este

cenário pode ser também, facilmente visualizado na atual realidade brasileira,

quando Silva, W., (1999, p. 45) assim se expressa:

Assim, temos a impressão de que, no Brasil, a biblioteca escolar é concebida como dispensável para o processo de educação formal, o que representa um perverso equívoco diante das reduzidas taxas de escolarização mínima obrigatória que ainda nos acompanham e das elevadas taxas de analfabetismo que teimam em permanecer entre nós, constituindo-se, elas mesmas, um forte obstáculo ao uso de bibliotecas.

Entretanto, mesmo diante das adversidades, o profissional deve se

preocupar cada vez mais em satisfazer o usuário, comprometido com sua

principal função, que é ser parte integrante do processo educacional e interagir

com os principais agentes responsáveis pela educação, como afirma Oliveira

(2002, p. 8), "o bibliotecário, independentemente de sua área de atuação, é um

educador. Deve, portanto, trabalhar em parceria com outros educadores

(professores e coordenadores)".

Em relação à função do bibliotecário escolar Carvalho apud Borba

(1999, p. 42) afirma que "na escola, o bibliotecário tem a função equivalente a

do professor pois é, na verdade, um professor que não exerce sua atividade na

sala de aula, mas desenvolve suas atividades na biblioteca [...]". Assim, fica

claro que o bibliotecário no âmbito escolar deve possui uma postura profissional

voltada para o processo de ensino e aprendizagem, desenvolvendo em conjunto

com professores, atividades que estimule o prazer pela leitura e, que dinamize

o ambiente da biblioteca, para que assim, atraia cada vez mais alunos e

professores.



O perfil do Bibliotecário Escolar também vem sofrendo mudanças. Visto

que, como a biblioteca evoluiu acompanhando os avanços sociais, tecnológicos

e científicos, o Bibliotecário Escolar também adquiriu uma nova postura,

passando a ser um educador voltado para a responsabilidade social e para os

anseios da sociedade, visando sempre, o bem estar de seus "usuários.

Em relação ao bibliotecário escolar, Santos (2000, p. 112) afirma que as

habilidades que corresponde ao perfil do profissional podem ser identificadas

como:

• Comunicador efetivo;

• Organizador da informação registrada para sua pronta ' recuperação e uso;

• Mediador no processo de transferência da informação, disponibilizando a informação certa, para o cliente certo;

• Pesquisador das necessidades de informação das comunidades;

• Criador de estratégias especificas para o atendimento de necessidades especiais;

• Educador no que tange à criação de hábitos de leitura, estudo e pesquisa, e competências para a escrita;

• Líder no sentido de impulsionar o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, criando novos líderes;

• Dinamizador de bibliotecas, como espaços de informação e convivência.

Assim, o profissional bibliotecário responsável pelas Bibliotecas Escolas,

deve unir funções tradicionais e modernas, agindo como gestor do

conhecimento e ao mesmo tempo como educador, que contribui sem

precedentes, para a educação e socialização do indivíduo.

Segundo Barros apud Oliveira (2002, p. 6):

Como facilitador do conhecimento, o bibliotecário assume sua função de tríplice agente - social, cultural e educacional -buscando compreender o usuário que atende, como indivíduo que tem necessidades intelectuais, interdependentes de seu lastro cultural e histórico.



A Biblioteca Escolar não pode ser responsabilizada, como a única parte que integra e complementa o processo educacional, pois, a sua função pode ser comprometida se não possuir um profissional capacitado para desenvolvê-la, visto que, tanto o bibliotecário necessita da biblioteca, como principalmente, a biblioteca necessita do bibliotecário, pois é através da união em prol do objetivo de educar que são reveladas as respectivas importâncias para a escola e para a sociedade.

Assim, é mais que necessário que o bibliotecário exerça sua função e explore o ambiente da biblioteca em que atua, aproveitando o que ela tem de melhor e propagando tudo isso para seus usuários, pois, segundo Milanesi (1993, p. 107) "a biblioteca só atinge plenamente a sua função quando, além de propiciar a leitura, garante a seu público o ato de dizer e escrever".

Desta forma considera-se fator primordial a existência de uma união entre a escola e a biblioteca, e uma integração entre professores, coordenadores e bibliotecários, pois só assim, o processo educacional se tornará o principal elo entre as partes citadas e os alunos, os principais beneficiários da união, que com certeza será positiva, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem.

Por se tratar também de uma pesquisa de campo, no capítulo seguinte serão apresentados os procedimentos metodológicos, com o objetivo de referendar a teoria sobre o tema, devidamente analisada anteriormente.



5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Tendo como base informações empíricas sobre, a atuação do Bibliotecário em Bibliotecas Escolares de Instituições de Ensino Particular em Natal, foi decidido estabelecer um estudo que permitisse uma reflexão mais contundente sobre a problemática através de observações cientificamente embasadas.

Assim, para que fosse possível desenvolver um estudo com qualidade, foram estabelecidos objetivos a serem alcançados, como: identificar o perfil da Biblioteca Escolar e do Bibliotecário Escolar brasileiro. Com os objetivos definidos, foi realizada uma revisão de literatura sobre biblioteca e bibliotecário, para se verificar uma amplitude maior do tema abordado, e que ampliasse a visão sobre as Bibliotecas Escolares e sobre o perfil do Bibliotecário Escolar.

Para chegarmos a algum ponto existencial da realidade, no que se refere à atuação do Bibliotecário Escolar no processo de ensino e aprendizagem, foi também desenvolvida uma pesquisa de campo com alunos e professores da 8a série do ensino fundamental dos Colégios Imaculada Conceição e Salesiano São José - Natal/RN e com a bibliotecária da Biblioteca Dom Bosco do Colégio Salesiano.

As escolas particulares de ensino médio do município de Natal, foram escolhidas com base em alguns critérios previamente estabelecidos.

1o) Ser Instituição de ensino médio particular; 2o) Ser católica; 3o) Possuir uma tradição na educação da cidade; 4o) Possuir biblioteca; 5o) Estar localizada na cidade de Natal; 6o) Na escola n° 1 não possuir bibliotecário na biblioteca; 7o) Na escola n° 2, o bibliotecário ser formado pela UFRN e; 8o) Estar apta a contribuir com a pesquisa.



5.1 INSTITUIÇÕES

No início da investigação, era pensamento trabalhar com uma situação mais abrangente, contudo diante de certas dificuldades iniciais, ficou decidido que a pesquisa seria desenvolvida em duas instituições de ensino médio particular da cidade do Natal.

Além das Instituições se enquadrarem nos critérios estabelecidos, uma possui um profissional bibliotecário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e outra não, possibilitando estabelecer comparações e diferenciar a atuação da biblioteca que possui o Bibliotecário.

5.1.1 Colégio Imaculada Conceição (CIC) - Escola n° 1

No dia 22 de fevereiro de 1902, as irmãs Dorotéias, já estabelecidas em Recife, Belém do Pará e São Luiz do Maranhão, iniciaram sua missão na cidade do Natal. Quando o Colégio foi inaugurado, Natal era uma pequena cidade, com aproximadamente 20.000 habitantes. O projeto pedagógico do Colégio Imaculada Conceição está fundamentado na pedagogia de Santa Paula Frassínetti, e a escola, que foi aberta inicialmente apenas para mulheres, passou a admitir em 1978, homens entre seus alunos.

Atualmente, o Imaculada Conceição conta com cerca de 1.500 alunos em 40 turmas que vai do maternal ao terceiro ano do ensino médio e mais de 100 professores e cerca de 50 funcionários para atender a demanda. O CIC ainda abriga o Colégio Paula Frassinetti, que é voltado especificamente para jovens humildes do Estado do Rio Grande do Norte.



O CIC possui uma Biblioteca denominada Biblioteca Paula Franssinetti, que

segundo a atual Diretora Geral do Colégio, irmã Carmem Alves, a Biblioteca

evoluiu acompanhando o Colégio Imaculada Conceição, e ganhou diversos prêmios,

por oferecer qualidade, espaço e conforto, sendo considerada durante muito

tempo a única Biblioteca Escolar do Estado. Atualmente, oferece mais de 2.000

livros, o seu acervo é formado por livros infantis; didáticos e para-didáticos; literatura

de cordel e obras de referências, como: dicionários, enciclopédias etc. Possui

também, assinaturas de revistas nacionais, como: Veja e Isto É.

A Biblioteca oferece uma boa estrutura, pois possui um ótimo espaço físico,

onde são distribuídas mais de 11 mesas para estudos; possui boa iluminação solar

e é bem ventilada. Atualmente, ainda não é climatizada, não possui salas de estudo,

nem laboratório de informática. Ela funciona de segunda a sexta-feira das 7:30 às

11:30h e das 13h às 17h e oferece serviços de empréstimo a comunidade escolar e

visitas programadas. Seu quadro funcional é formado por dois funcionários.

5.1.2 Colégio Salesiano São José - Escola n° 2

O Colégio Salesiano São José de Natal foi fundado em 20 de setembro de

1936, faz parte de um amplo movimento de educação de jovens, iniciado por Dom

Bosco, possuindo um estilo próprio de educação, que está sintetizado no Sistema

Preventivo1 ou Pedagógico do Amor.

O Colégio possui uma Biblioteca denominada Biblioteca Dom Bosco, que

surgiu a partir da biblioteca da residência dos padres e evoluiu junto com o colégio,

cujo objetivo principal é servir toda a comunidade do Colégio Salesiano

1 O sistema preventivo é uma síntese de conteúdos e métodos, de processos de produção humana e de anúncio evangélico, que consiste em formar bons cristãos e honestos cidadãos.



São José, auxiliando no processo de desenvolvimento do ensino, estudo, pesquisa e lazer. Oferecendo um ambiente onde crianças, jovens e adultos possam desenvolver o hábito e o gosto pela leitura, como também habilidades para lidar com a informação, a Biblioteca Dom Bosco atua como órgão auxiliar e complementar do colégio, contribuindo para a formação pessoal e social do aluno. (SALESIANO, 2005)

A Biblioteca Dom Bosco possui uma estrutura bem distribuída, é climatizada, dispõe de sala de estudos em grupo e individual, cantinho da leitura e vídeo, laboratório de informática com acesso a Internet contendo nove computadores, acervo geral, seção de referência e de periódicos.

Atualmente possui em seu quadro funcional um bibliotecário coordenador formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; três funcionários; dois estagiários, sendo um do curso de pedagogia e dois aspirantes a sacerdote.

A Biblioteca oferece mais de 7.000 livros, seu acervo possui livros infantis; didáticos; para-didáticos e obras de referência como: dicionários, enciclopédias, almanaques etc. Possui também, 16 assinaturas de periódicos, sendo uma revista internacional, a National Geográfic; um jornal de circulação nacional, a Folha de São Paulo; um de circulação regional; revistas nacionais, como: Veja, Isto é, Superinteressante etc e; publicações da Rede Salesiano de Escolas, que possui um periódico publicado em várias línguas. Funciona de segunda a sexta-feira das 7:30 às 17:30h, oferecendo também, serviços de orientação à pesquisa; auxílio e orientação no uso das obras de referência; projeto de dinamização da leitura; visitas programadas; empréstimos a comunidade escolar; pesquisas on-line; digitação; impressão e fotocópias.



5.2 UNIVERSO

A pesquisa possui um universo formado por 1.183 alunos, 48 professores e 1 bibliotecário, sendo 360 alunos e 24 professores da 8a série do ensino fundamental do Colégio Imaculada Conceição e 823 alunos e 24 professores da 8a série do ensino fundamental do Colégio Salesiano São José e pela bibliotecária da Biblioteca Bom Bosco do Colégio Salesiano.

5.3 AMOSTRA

Durante a pesquisa de campo, também foi aplicado questionários a 5% dos alunos de 5a série do ensino fundamental de ambos os colégios, mas foi necessário optar por apenas uma série do ensino fundamental, pela qual está descrita a seguir, junto com a amostragem da pesquisa.

Foram pesquisados aleatoriamente 5% do universo de 360 alunos e 20% do universo de 24 professores da 8a série do ensino fundamental do Colégio Imaculada Conceição - Escola n° 1.

Do Colégio Salesiano São José - Escola n° 2, foram pesquisados aleatoriamente 5% do universo de 823 alunos e 20% do universo de 24 professores da 8a série do ensino fundamental e com a Bibliotecária da Instituição.



5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

A pesquisa de campo desenvolveu-se através de aplicação de

questionários estruturados contendo questões fechadas e aberta a alunos e a

professores da 8a série do ensino fundamental dos Colégios Imaculada

Conceição e Salesiano São José, e também, a bibliotecária da Biblioteca Dom

Bosco do Colégio Salesiano.

O período da coleta de dados ocorreu entre os dias 11 e 22 de

novembro de 2005 nos respectivos Colégios supra citados.

Para diminuir a margem de erro da pesquisa, foi necessário eliminar a

possível pressão que os entrevistados poderiam vir a sentir por parte da

direção das escolas. Assim, alunos e professores foram submetidos a um aviso

prévio, de que a pesquisa correspondia a uma análise da biblioteca, e que os

dados coletados, seriam analisados pela Universidade Federal do Rio Grande

do Norte.

Portanto, os entrevistados foram informados, que os dados não seriam

analisados por pessoas que fazem parte da comunidade escolar, e que os

mesmos poderiam responder ao questionário da maneira que desejam e se

expressar como quiserem. »

A pesquisa foi desenvolvida aleatoriamente, tanto a professores como a

alunos, sendo realizada nas dependências das respectivas escolas.



6 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados através da pesquisa de campo mostraram duas

realidades, uma Biblioteca que possui um bacharel em Biblioteconomia e outra

que não possui. Foi traçado um paralelo entre os entrevistados do Colégio

Imaculada Conceição (CIC), que doravante será denominado Escola n° 1, com

os entrevistados do Colégio Salesiano São José, que será denominado nesta

pesquisa como Escola n° 2, para que assim, a pesquisa possa fornecer

informações quanto a real contribuição e atuação do Bibliotecário Escolar no

processo educacional.

6.1 ALUNOS

Foram selecionados 5% de um universo de 1.183 alunos do ensino

fundamental dos Colégios Imaculada Conceição e Salesiano São José. Os

alunos estavam cursando a 8a série e foram escolhidos aleatoriamente dentro

do universo pesquisado.

Devido à pesquisa consistir em uma analise da atuação do profissional

bibliotecário no processo educacional, optou-se em traçar um paralelo entre os

dados coletados informados pelos alunos dos Colégios Imaculada Conceição e

Salesiano São José.

35

ANDRÉ BALDUINO BISPO O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do

profissional em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

Foi indagado aos alunos das respectivas escolas qual a frequência que costumam ir a biblioteca, gerando resultados com a devida comparação, apresentados na tabela abaixo.

Tabela 01 - Percentual comparativo referente à frequecia de visitas à biblioteca pelos alunos da 8a série da Escola n° 1 e Escola n° 2

Assim, constatou-se que cerca de 10% dos alunos da Escola n° 1, que não possui bibliotecário, frequentam a biblioteca diariamente, 20% semanalmente e 10% nunca frequentam. Na Escola n° 2, que possui um bibliotecário 33% dos alunos frequentam a biblioteca diariamente e 67% pelo menos uma vez por semana.

Pode-se constatar que quando existe o profissional bibliotecário em uma

Biblioteca Escolar e que realiza os procedimentos inerentes as suas atividades, no que se refere ao planejamento e execução do marketing de sua instituição, o retorno vem através da incidência da alta frequência dos usuários.



Para identificar as causas desta frequência, foi indagado se havia incentivo por parte dos professores, para motivar os alunos a frequentarem a biblioteca.

Tabela 02 - Percentual comparativo referente à frequência em que os alunos da 8a série da Escola n° 1 e Escola nô 2 são incentivados pelos professores a visitarem a biblioteca.

V ■

Cerca de 40% dos alunos da Escola n° 1 e 33% dos alunos da Escola n° 2, informaram que são incentivados diariamente pelos professores a visitarem a biblioteca. Mas, os dados refletem uma maior diferença quando analisamos os itens Semanalmente e Nunca, pois 30% dos alunos da Escola n° 1 são incentivados pelos professores pelo menos uma vez por semana a frequentarem a biblioteca, contra apenas, 14% da Escola n° 2. Já 20% dos alunos da Escola n° 1 responderam que nunca são incentivados pelos professores a visitarem a biblioteca, contra 53% dos alunos da Escola n° 2.

Tais dados constatam que mais de 50% dos professores da Escola n° 2 não incentivam os alunos a visitarem a biblioteca, ficando assim, a responsabilidade quase total, do bibliotecário em divulgar os serviços oferecidos, para motivar os alunos a frequentá-la.

37ANDRÉ BALDUINO BISPO

O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

Em se tratando de acervo, foi indagado se a biblioteca possui ou não um bom acervo, conforme mostra a tabela 03 e 04.

Tabela 03 - Percentual comparativo referente à análise dos alunos da 8a série da Escola n° 1 e Escola n° 2, quanto as suas respectivas bibliotecas possuir ou não, um bom acervo.

Tabela 04 - Percentual2 comparativo referente ao que poderia ser melhorado na biblioteca, segundo os alunos da 8a série da Escola n° 1 e Escola n° 2.

De acordo com os dados coletados, cerca de 50% dos alunos da Escola n° 1 estão satisfeitos com o que tem na biblioteca (Cf. tabela 3), mas 40% informaram que o acervo deveria ser melhorado (Cf. tabela 4), já na Escola n° 2, 62% dos alunos acham que a biblioteca não possui um bom acervo, assim cerca de 54% informaram que o acervo deveria ser melhorado, (ver tabelas 3 e 4)

38

ANDRÉ BALDUINO BISPO O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional


Percebe-se que os alunos da Escola n° 2 por serem assíduos à biblioteca, conhecem e utilizam o acervo de forma acentuada, sugerindo novas aquisições, diferentemente da Escola n° 1, por não serem assíduos, o acervo representa uma novidade, sem questionarem a sua qualidade. Assim, é visível a importância do profissional bibliotecário no desenvolvimento- das respectivas bibliotecas.

Dando continuidade, foi indagado aos alunos se a biblioteca atende as suas respectivas necessidades informacionais.

Tabela 05 - Percentual comparativo referente às necessidades informacionais, se a biblioteca atende ou não, segundo os alunos.

Com referência às necessidades informacionais, 70% dos alunos da Escola n° 1 informaram que a biblioteca não atende as suas necessidades informacionais, já na Escola n° 2, 67% dos alunos estão satisfeitos, como mostra a tabela 05.

Mesmo que o percentual de satisfação das necessidades informacionais seja alto na Escola n° 2, quando houve uma insatisfação com relação ao acervo (Cf. tabela 03), constatou-se que tal situação é decorrente da existência de outros suportes informacionais.

Assim, quando se perguntou aos alunos se na biblioteca havia acesso aos meios eletrônicos de informação, como: Internet e outros, 100% dos alunos da Escola n° 1 responderam que não, e 100% da Escola n° 2 responderam que sim (ver tabela 06). Em relação à importância da existência dos suportes eletrônicos de informação, 100% dos alunos entrevistados tanto da Escola n° 1



como da n° 2, responderam que é muito importante para a biblioteca possuí-los.

Tabela 06 - Percentual comparativo referente à disponibilidade de meios eletrônicos (Internet e outros) aos usuários da biblioteca segundo os alunos da 8a série da Escola n° 1 e Escola n° 2.

Este fato foi facilmente refletido na questão aberta (ver tabela 04), quando foi perguntado aos alunos o que poderia ser melhorado na biblioteca, quando cerca de 70% dos alunos da Escola n° 1 responderam que deveriam implantar computadores com acesso a Internet, e na Escola n° 2 por já existir, não houve sugestão.

Nota-se que a insatisfação das necessidades informacionais dos alunos da Escola n° 1 com relação à biblioteca, pode ser causada pela não existência de suportes eletrônicos de informação, que reflete diretamente, na baixa frequência.

No entanto, a análise dos dados no que se refere aos alunos, mostra que a atuação do bibliotecário no processo educacional é positiva, pois mesmo o acervo da biblioteca não agradando a cerca de 62% dos alunos entrevistados da Escola n° 2, a frequência de visitas à biblioteca é considerada ótima, pois estatisticamente com base nos dados coletados, todos os alunos da escola visitam a biblioteca pelo menos uma vez por semana, mesmo que não exista uma grande influência por parte dos professores.

ANDRÉ BALDUINO BISPO 40 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do

profissional em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

Os alunos foram questionados se a estrutura que a biblioteca oferece, como: espaço, iluminação, ventilação etc, é adequada para o estudo. (Cf. tabela abaixo).

Tabela 07 - Percentual comparativo referente à estrutura (espaço, iluminação etc) da biblioteca, se é ou não, adequada para o estudo segundo os alunos da 8a série das Escolas n° 1 e n° 2.

Cerca de 70% dos alunos da Escola n° 1 e 100% dos alunos da Escola n° 2, acham que a estrutura da biblioteca é adequada para o estudo.

Assim, se estrutura da biblioteca oferece condições para que o aluno sinta-se confortável para o desenvolver do estudo, o fato reflete diretamente na frequência da mesma.

Os alunos também foram perguntados se o bibliotecário da Instituição realmente atua quando necessário.

Tabela 08 - Percentual referente ao atendimento do bibliotecário para com os usuários, se ele ajuda ou não quando solicitado, segundo os alunos da 8a série da Escola n° 2.



Com relação à atuação do bibliotecário, como mostra a tabela 08, foi

constatado que ele realmente atua, fazendo sua parte no que diz respeito à

divulgação dos serviços e no que for necessário para os usuários e para o

processo de ensino-aprendizagem.

6.2 PROFESSORES

Foi selecionado aleatoriamente 20% de um universo de 48 professores

do ensino fundamental dos Colégios Imaculada Conceição e Salesiano São

José, objetivando estabelecer um paralelo entre as duas realidades.

Foi perguntado aos professores, qual a frequência que costumam visitar

a biblioteca da escola.

Tabela 09 - Percentual comparativo referente à frequência de visitas à biblioteca pelos professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

A tabela mostra que a frequência de visitas à biblioteca pelos

professores, tanto da Escola n° 1 que não possui bibliotecário, como da Escola

n° 2 que possui, é a mesma, não havendo assim quaisquer influência por parte

do bibliotecário em atrair os professores para a biblioteca.



Mas, quando perguntado se a biblioteca da escola possui ou não um profissional bibliotecário, ouve uma certa diferença com relação ao conhecimento da existência dessa profissão.

Tabela 10 - Percentual comparativo referente à biblioteca da escola possuir ou não, um profissional bibliotecário, segundo a visão dos professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

Assim, 40% dos professores da Escola n° 1 responderam que não sabiam se havia ou não um bibliotecário, já na Escola n° 2, 100% dos professores responderam que sim, o que mostra a atuação e participação na comunidade escolar do bibliotecário e, pode-se notar também, a possível falta de observação e valorização do profissional por parte dos professores da Escola n°1. (Cf. tabela 10).

ANDRÉ BALDUINO BISPO 43 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação profissional

em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal,

Referente a divulgação da biblioteca e de seus serviços, foi perguntado aos professores se há uma divulgação constante da biblioteca por parte do bibliotecário. (Cf. tabela abaixo).

Tabela 11 - Percentual referente à divulgação da biblioteca e de seus serviços por parte do bibliotecário, segundo os professores do ensino fundamental da Escola n° 2.

Com relação à divulgação da Biblioteca Dom Bosco do Colégio Salesiano São José - Escola n° 2, 100% dos professores entrevistados responderam que há uma constante divulgação, que mostra mais uma vez, a atuação do bibliotecário. (Cf. tabela 11)

Segundo a Bibliotecária do Salesiano a divulgação é realizada através do site do colégio; de listas de novas publicações; de certificados de leitor nota 10; através de exposições etc.

ANDRÉ BALDUINO BISPO 44 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação profissional em

Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal,

Foi perguntado aos professores, tanto da escola n° 1 como da n° 2, com que frequência eles costumam levar os alunos à biblioteca.

Tabela 12 - Percentual comparativo referente à frequência pelo qual os alunos são levados pelos professores à biblioteca, segundo os professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

Enquanto 40% dos professores da Escola n° 1 informaram que nunca levam seus alunos a biblioteca, 20% informaram que os levam pelo menos uma vez por semana e, outros 20% os levam uma vez por mês. Na Escola n° 2 os dados refletem uma maior frequência de visitas dos alunos levados por professores, como mostra a tabela 12, visto que cerca de 20% dos professores levam os alunos à biblioteca semanalmente e outros 40% os levam mensalmente.

Contudo, do ponto de vista do incentivo, considera-se este aspecto relativamente razoável em relação aos professores incentivarem os alunos a frequentarem a biblioteca.



Questionou-se também, se os professores participam das atividades que são desenvolvidas pela biblioteca.

Tabela 13 - Percentual comparativo referente à participação ou não pelos professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

No que se refere às atividades desenvolvidas pela biblioteca que os professores participaram ou não, os dados mostram que, enquanto na Escola n° 1 os professores nunca participam, na Escola n° 2 pelo menos 40% dos professores participam de atividades desenvolvidas pela biblioteca. (Cf. tabela 13)

As atividades desenvolvidas pela biblioteca em parceria com os professores, segundo a Bibliotecária da Biblioteca Dom Bosco do Colégio Salesiano São José - Escola n° 2, são: visitas programadas com todas as turmas, para que os alunos conheçam normas, procedimentos, serviços, uso e preservação; aulas na biblioteca voltadas para a leitura e produção de textos; orientação de como fazer trabalhos escolares baseados nas normas da ABNT, dentre outras.

As atividades desenvolvidas pela biblioteca da Escola n° 2, que tem a representatividade de 40% dos professores, pode ser reflexo da participação do bibliotecário no planejamento académico da escola, visto que 100% dos professores da Escola n° 2 afirmaram que o bibliotecário da instituição é sempre convidada a participar do planejamento académico, mostrando sua atuação no processo educacional, trabalhando em conjunto com professores e coordenadores. Como afirma Oliveira (2002, p. 8), "o bibliotecário, independentemente de sua área de atuação, é um educador. Deve, portanto,

ANDRÉ BALDUINO BISPO 46 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação profissional

em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal,

trabalhar em parceria com outros educadores (professores e coordenadores)", (ver tabela abaixo).

Tabela 14 - Percentual referente à participação do bibliotecário no planejamento acadêmico da escola, segundo os professores do ensino fundamental da Escola n° 2.

Foi perguntado aos professores, se a biblioteca da escola oferece uma estrutura adequada ao estudo.

Tabela 15 - Percentual comparativo referente à estrutura oferecida pela biblioteca, se adequada ou não, segundo os professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

Em relação à estrutura que a biblioteca pode oferecer, 40% dos professores da Escola n° 1 acham a estrutura inadequada ao estudo, enquanto 100% dos professores da Escola n° 2 acham adequada. (Cf. tabela 15)

ANDRÉ BALDUINO BISPO 47 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional em Instituições

Particulares de Ensino Médio de Natal.

Tabela 16 - Percentual comparativo referente ao acervo oferecido pela biblioteca, se atende ou não as necessidades informacionais dos usuários, segundo os professores do ensino fundamental das Escolas n° 1 e 2.

Tabela 17 - Percentual comparativo referente às sugestões de melhorias da biblioteca, segundo os professores do ensino fundamental dos Colégios Imaculada Conceição (CIC) e Salesiano São José.

Quando perguntado aos professores se o acervo da biblioteca atende as necessidades informacionais dos usuários, 40% professores tanto da Escola n° 1 como da Escola n° 2 responderam que não (Cf. tabela 16). Já na questão aberta, 40% de ambos os colégios também responderam que a biblioteca deveria melhorar seu acervo, sendo que, 60% dos professores da Escola n° 1 afirmaram que o acervo deveria ser informatizado e outros 40% citaram que deveriam contratar pessoal qualificado (bibliotecário) para a biblioteca. (Cf. tabela 17).



Os dados revelam a atuação do bibliotecário no processo educacional,

pois a conjuntura formada entre bibliotecário e professor torna-se vital para o

processo de ensino e aprendizagem desenvolvido dentro e fora da biblioteca.

Conforme os dados coletados, o bibliotecário além de atuante, divulga e

trabalha em prol da biblioteca e de seus usuários, o que torna um diferencial da

biblioteca que possui um profissional.

6.3 BIBLIOTECÁRIO

O bibliotecário respondeu um questionário estruturado especialmente

desenvolvido para ele, contendo questões fechadas e abertas. Atualmente,

está a mais de um ano coordenando a Biblioteca Dom Bosco do Colégio

Salesiano São José e desenvolve atividades técnicas de organização, gestão

do conhecimento e atividades pedagógicas que envolvem o saber pesquisar,

filtrar, usar e produzir, gerando conhecimento. Tudo isso é necessário, pois no

atual contexto em que vivemos, o Bibliotecário Escolar deve possuir um perfil

voltado para a interdisciplinaridade, assumindo funções de gestor, de técnico e

educador, sendo inovador, criativo e participativo no processo educacional.

Assim, deve assumir uma postura pró-ativa e participar do planejamento

acadêmico da escola juntamente com professores e coordenadores,

desenvolvendo atividades inerentes à biblioteca e ao processo de ensino e

aprendizagem. Segundo o bibliotecário, as atividades são desenvolvidas em

união com professores, afirmando que existe um planejamento, pois são

desenvolvidas de acordo as séries, sendo que todas as turmas participam do

programa de visita a biblioteca. Dentre as atividades ele destacou: da

alfabetização a 4a série, as turmas fazem leitura e produção de textos com

base no conteúdo programado em sala de aula; Já os alunos do 2o ano do

ensino médio, têm orientação de como fazer um trabalho escolar dentro das

normas da ABNT.



A promoção e divulgação da biblioteca e de seus serviços representa um importante meio de atrair usuários reais e potenciais, onde o marketing de serviços é essencial para qualquer instituição, e o endomarketing necessário para a eficácia e eficiência dos mesmos. Assim, no que sé refere à promoção e divulgação da biblioteca, o bibliotecário afirma que divulga constantemente os serviços que a biblioteca oferece, através do site da escola, das listas de novas publicações, dos certificados de leitor nota 10, de exposições e etc.

Para que o marketing realmente funcione, a biblioteca deve dispor de uma estrutura adequada para o estudo. Segundo o bibliotecário, a biblioteca possui uma estrutura considera adequada, e o acervo atende em parte as necessidades informacionais dos usuários, pois está em processo de atualização.

O perfil do Bibliotecário Escolar sofreu mudanças devido os avanços sociais, tecnológicos e científicos, adquirindo uma postura voltada para a educação, para a responsabilidade social e para os anseios da sociedade. Assim, o Bibliotecário da Biblioteca Dom Bosco, afirmou ser favorável que o bibliotecário participe desenvolvendo um trabalho de formação de leitores, formação de habilidades informacionais e campanhas de preservação e uso, pois assim, ele estará contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem, além de criar diversas atividades que estimule o desenvolvimento pessoal, ético e social dos alunos.

Assim, afirmou que o bibliotecário precisa ter posição, postura profissional, passar para a equipe de trabalho suas competências e habilidades em informação, e assim, criar programas educativos para diversos públicos ou tipos de usuários.



7 CONCLUSÃO

Constatou-se que a biblioteca evoluiu, acompanhado a evolução da sociedade, agregando valor a seu conceito e tornando-se um sistema de disseminação de informação. Assim, a Biblioteca Escolar também se adaptou as mudanças sociais, culturais, tecnológicas e científicas, passando a ser parte dinamizadora e integrante do processo educacional.

Contudo, o profissional bibliotecário também adquiriu novas habilidades, agregando ao perfil tradicional, técnicas de disseminação e gestão do conhecimento, passando a ser um profissional inovador, criativo, empreendedor e responsável socialmente. O Bibliotecário Escolar também adquiriu uma nova postura, pois passou a ser um educador voltado para responsabilidade social, interagindo com professores e fazendo parte do processo de ensino e aprendizagem.

A análise dos dados revelaram a real contribuição e atuação do bibliotecário no processo educacional, pois através de atividades desenvolvidas em parceria com o quadro de professores, que estimulam o aluno a frequentar a biblioteca e, com a promoção e divulgação constante da biblioteca e de seus serviços, que refletem diretamente na alta frequência de visitas, haja vista que, a ida constante dos alunos à biblioteca é sinal de que a função e atuação do bibliotecário e da biblioteca estão sendo bem aceitas pelos usuários. .

As comparações traçadas entre as bibliotecas, mostraram que o diferencial é a presença do Bibliotecário Escolar, pois é através dele que a biblioteca torna-se dinâmica, atrativa, inovadora e integrante do processo educacional.

Assim, nota-se que os objetivos propostos foram claramente atingidos, pois através desta pesquisa, foram reveladas as contribuições que o bibliotecário escolar faz para o processo de ensino e aprendizagem. E que o atual profissional deve assumir funções de gestor do conhecimento, gerindo de



forma pró-ativa e dinâmica e, com a visão voltada para o usuário, sendo um profissional competente e participativo, que se atualiza continuamente e está sempre contribuindo para a educação e aplicando seus conhecimentos com total eficácia, aos usuários.

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Conclui-se, que o Bibliotecário Escolar contribui sem precedentes para o processo educacional, agregando ao seu perfil o papel de educador, trabalhando em parceria com o quadro acadêmico da escola e estimulando sempre, o hábito da leitura.



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ANDRÉ BALDUINO BISPO O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

54

APÊNDICES

ANDRÉ BALDUINO BISPO 55

O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação do profissional em Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal.

APÊNDICE A - Questionário para professores da escola que não possui bibliotecário.



56



APÊNDICE B - Questionário para alunos da escola que não possui bibliotecário.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

QUESTIONÁRIO-Aluno (Escola sem bibliotecário)



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APÊNDICE C - Questionário para professores da escola que possui bibliotecário.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTEMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

QUESTIONÁRIO - Professor (Escola com bibliotecário)



60



APÊNDICE D - Questionário para alunos da escola que possui bibliotecário.



QUESTIONÁRIO-Aluno (Escola com bibliotecário)

ANDRÉ BALDUINO BISPO 62 O Bibliotecário Escolar no processo de ensino-aprendizagem: a atuação profissional em

Instituições Particulares de Ensino Médio de Natal, .



APÊNDICE E - Questionário para o bibliotecário.



QUESTIONÁRIO - Bibliotecário



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