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Afetos, emoções, atribuições e expectativas: o sentido da
aprendizagem escolar.
Profª. Leni de Souza Barros
Psicóloga, Psicopedagoga, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior e em Psicologia do Trânsito. Mestranda em Ciências da Educação.
O que experimentam, o que sentem os alunos quando aprendem ou estão em situação de fazê-lo?
É importante considerar os diferentes fatores que definem a capacidade e os
recursos cognitivos do aluno em face de um determinado processo de aprendizagem:
♣ habilidades;♣ estratégias;♣ conhecimentos específicos;♣ capacidades emocionais;♣ equilíbrio pessoal;♣ representações.
O conceito de representação destaca a ideia de que os afetos e as emoções que se
atualizam nos processos educacionais escolares não surgem como resposta direta
aos estímulos presentes, mas são claramente mediados pelas representações que professores e alunos elaboram deles. Entre essas representações, destaca-se, a representação que a pessoa tem de si, sua
auto-imagem ou seu autoconceito.
Autoconceito
♣ “eu” como objeto de conhecimento de si;
Engloba representações sobre diferentes aspectos da pessoa:
♣ aparência;♣ habilidades físicas;♣ capacidades e características psicológicas
diversas;♣ capacidades de relação interpessoal e social;♣ características morais;
♣ É a representação que o aluno tem de si mesmo como APRENDIZ, como pessoa dotada de determinadas características ou habilidades para enfrentar a aprendizagem em um contexto de ensino.
Autoconceito Acadêmico
QUERO – POSSO - CONSIGO
♣ Refere-se à avaliação afetiva que fazemos de nosso autoconceito em seus diferentes componentes, ou seja, como a pessoa se valoriza e se sente em relação às características que se auto-atribui.
♣ AUTO-ESTIMA POSITIVA;♣ AUTO-ESTIMA NEGATIVA.
Auto-estima
♣ É a representação que a pessoa tem de si mesma no futuro. Podendo ser:
♣ o eu que a pessoa ESPERA ser;♣ o eu que a pessoa ACREDITA que deveria ser;♣ o eu que a pessoa DESEJARIA ser;♣ o eu que a pessoa TEME chegar a ser.
Noção de “eus possíveis”
Os eus possíveis orientam e guiam o comportamento da pessoa, visto que existem eus possíveis que deseja alcançar e outros que procura evitar. Constituem marcos de referência nos quais a pessoa avalia e interpreta seu autoconceito e sua conduta atual e tem um impacto mais que provável na sua auto-estima.
Segundo Markus e Nurius
“O sistema do eu”
“eus possíveis” Autoconceito
Auto-estima
♣ A junção de “eus possíveis” junto com o autoconceito e a auto-estima formam o sistema do eu.
♣ Esse sistema cria e evolui ao longo da vida das pessoas e em sua construção influem primordialmente sua história pessoal de ÊXITOS e FRACASSOS, assim como sua relação com outras pessoas e o nível de aceitação e suporte emocional que estas lhe proporcionam, em particular os “OUTROS SIGNIFICATIVOS” (pais, amigos, professores...)
“O sistema do eu”
♣ Maneira de explicar por que as coisas ocorrem a nós e aos outros. Podemos atribuir o ocorrido a:
CAUSAS INTERNAS OU CAUSAS EXTERNAS♣ É como o eu se percebe como causador dos
acontecimentos nos quais se vê envolvido, de forma que o resultado do que ocorre é atribuído às características ou comportamento do próprio agente ou a motivos externos.
♣ CAUSA CONTROLÁVEL OU CAUSA INCONTROLÁVEL
Mecanismos de atribuição causal
Algo que pode ser previsto, revisto ou ajustado.
Aspectos que escapam do seu domínio.
1ª inst.
2ª inst.
♣ refere-se ao caráter mais ou menos:
♣ No tempo das causa a que se atribui ao que acontece.♣ Exemplo:
uma pessoa pessimista pode atribuir nossos ÊXITOS a:
(Tipo a Sorte)
uma pessoa pessimista pode atribuir nossos FRACASSOS a:
(Tipo pouca habilidade intelectual ou de relação social)
3ª inst. FIXO ESTÁVEL VARIÁVE
L
Causas EXTERNAS/VARIÁVEIS E INCONTROLÁVEIS
Causas INTERNAS/ESTÁVEIS E INCONTROLÁVEIS
• Esse mecanismo de atribuição:
• INTERNO / EXTERNO• CONTROLÁVEL / INCONTROLÁVEL
• ESTÁVEL / VARIÁVEL
• Pode ter um caráter muitas vezes inconsciente e mecânico, assim como a existência de um forte componente emocional e afetivo nesses processos devido às crenças de cada indivíduo.
Constata-se que o autoconceito e os padrões atributivos com que as
pessoas se deparam na aprendizagem não são fatores independentes, mas em geral tendem a relacionar-se e a organizar-se entre si de maneira que
seja possível manter um nível de auto-estima positivo.
Tudo isso está relacionado com as emoções auto-avaliadoras que a pessoa experimenta, em
particular com as emoções como o orgulho, a vergonha ou a culpa
(Harré e Parrot, 1996).
Assim, a representação e a avaliação de si e os padrões atributivos de êxitos e fracassos com que
o aluno se depara na aprendizagem são alguns dos principais aspectos que determinam a
dimensão afetiva e emocional da aprendizagem escolar.
Os alunos com um autoconceito ajustado e positivo, em particular em seus
componentes acadêmicos, e um nível de auto-estima elevado obtêm melhores
resultados de aprendizagem.
Ou seja, o aluno que atribui tanto seus êxitos como seus fracassos a causas internas, variáveis e controláveis, como o esforço pessoal, o planejamento e a organização do trabalho.
Os padrões mais desfavoráveis parecem ser aqueles que anteriormente foram qualificados
como padrões de caráter pessimista.
Parece que o aspecto mais negativo dessas atribuições é a percepção de uma falta de controle do aluno sobre as causas que determinam tanto seus êxitos como seus fracassos (Solé, 1993).
Do mesmo modo que os alunos e o professor tem uma representação de si,
também elaboram uma representação das características dos outros, constroem uma representação de suas capacidades, seus
motivos e suas intenções. Essas representações desempenham um papel determinante nas relações interpessoais
que se estabelecem nos processos educacionais e, consequentemente, incidem
nos seus resultados.
Bibliografia:
• COLL,C. S.et al.Desenvolvimento Psicológico e Educação. Porto Alegre: Artmed, 2004. Cap. 12, por Mariana Miras, pág. 209-214.