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RESENHA CUNH A, Maria Isal da. 0 bom ssor e �ua atica. 2 ed. SAo Paulo: Pap irus, 1992. 182p. Elibe Teixei· INODUCAo A autora trata em seu lio do Bom ofessor. Sua o�o pela prati docente deveu-se ao fato de ter si do esta mesma prati pae de sua minhada e assim, 0 fazer do professor semp foi uma �nciaJeeriAncia pessoal, be como uma inq uietayao/motiyao para uma investigacao mais intensa. Sua obra nos revela uma nova conce�o da pratica docente, pois a autora adotou co mo sujeos d e seu estudo 21 professos apontados por seus alunos como aqu eles que melhor se desenvolveram em seus cuos, ou sej a, os bons professores que tiveram. Ela nos revela coc vem, pensam e fazem educao estes ns pfessores. Sua trajet6a como pfessor e supeisora, estudante de Cuo de Magisterio, Cuo de Pedagi a, Mestrado e Doutorado foram nd amentais pa gantir sua preocupayao m a ptica dos pfessos. Seu livro e u conte a reflexao e nos encanta m sua simplicidade e seriedade cient ifica . A impoAncia e 0 significado do papel do prof essor sao ressaltados pe la autora, e a necessidade sentida de desven dar 0 cotid iano desses pfessores como uma forma de construyao de con- hecimentos, pudemos constatar e nclui r. DO ESDO Sua oo metol6g foi פla פsquisa qualitativa, e dedo ao intesse פlo tiano do pfessor, a auto se apξmou de u estudo m ter etnfi. Fom eslhidos pfessores de e gus. Tais pfessos fom antados r u gpo de alunos ncluintes de uma Instu�o. Su פor (Cuos de Pagia, Agnomi a, Vetenari a, Diito, Auetura e Medicina) e de quat institu�o de gu. As a sondag em m os alunos, a a uto identifiu seus sujeos, entou-, mo desenlu obse¢es em sala de aula, labot6rios, etc. Pa oentar sua l?a e analise, nstiu u rotei de ina¢es a serem levantadas junto aos dontes. A anal do diso foi utilizada mo fementa para trabalh ar a linguagem dos infoantes. Os Bons Professores: como sAo eles? As esticas principais: conhecimento de sua materia de ensino/habilidade pa oanizar suas aulas e manutenyao de rel a¢es positivas: contudo, quando os alunos veazam 0 porqu6 da esꝏlha do f esr, enfazam os asפctos ativos. Quem sAo os Bons Professores: A maior pae (80%) e do sexo masculino, entre 26 e 60 anos, com uma incidencia maior entre 35 e 45 anos. A maioria atua em tempo integral, possui cuo de p6s-graduao e paicipa das associacOes de classe. Todos assinam revistas especializadas e mais de 50% j a produziu teos/trabalhos cient ificos. As hist6rias de vida: reconhecem ter sido influenciados pela f amil ia; mu ito cedo tiveram a ceeza da pfissao, gostam do que fazem especialmente 0 contato com os alunos e mantem uma boa interao com a materia. Enfeei professora Adjunto da FEP, professora visitante da UFP Livre Docente em Enfeag, Mestre Educa� . 80 R Bras. Enferm. Bil i v. 47, n. 1, p. 80-81, jan./mar. 1994

O Bom Professor e Sua Prática

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Material para estudo de Didática.

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  • RESENHA

    CUNHA, Maria Isabel da. 0 bom professor e ua pratica. 2 ed. SAo Paulo: Papirus, 1 992. 1 82p. Elizabeth Teixeira

    INTRODUCAo

    A a utora trata em seu l ivro do Bom Professor. Sua oo pela pratica docente deveu-se ao fa to de ter sido esta mesma pratica parte de sua caminhada e assim, 0 fazer do professor sempre foi u ma vinciaJexperiAncia pessoal , bern como uma inquietayao/motivayao para uma investigacao mais intensa . Sua obra nos revela uma nova conceo da pratica docente, pois a autora adotou como sujeitos de seu estudo 21 professores apontados por seus alunos como aqueles que melhor se desenvolvera m em seus cursos, ou seja, os bons professores que tiveram. Ela nos revela conic vivem, pensam e fazem educayao estes bons professores.

    Sua trajet6ria como professor e supervisora , estudante de Curso de Magisterio , Curso de Pedagogia, Mestrado e Doutorado foram fundamentais para garantir sua preocupayao com a pratica dos professores. Seu l ivro e urn convite a reflexao e nos encanta com sua simpl icidade e seriedade cientifica .

    A i mportAncia e 0 significado do papel do professor sao ressaltados pela a utora , e a necessidade sentida de desvendar 0 cotidiano desses professores como uma forma de construyao de conhecimentos, pudemos constatar e conclu ir.

    DO ESTUDO

    Sua opyao metodol6gica foi pela pesquisa qualitativa, e devido ao interesse pelo cotidiano do professor, a autora se aproximou de urn estudo com carater etnografico. Foram escolhidos professores de '}!J e 3 graus. Tais professores foram apantados par urn grupo de a lunos concluintes de uma Instituo. Superior (Cursos de Pedagogia , Agronomia, Veterinaria , Direito, Arquitetura e Medicina) e de quatro instituo de '}!J grau. Ap6s a sondag em com os alunos, a autora identificou seus sujeitos, entrevistou-os, bern como desenvolveu observaes em sala de aula , laborat6rios, etc. Para orientar sua coleta e analise, construiu urn roteiro de informaes a serem levantadas junto aos docentes. A analise do d iscurso foi utilizada como ferramenta para trabalhar a linguagem dos informantes.

    Os Bons Professores: como sAo e les?

    As caracteristicas principais : con hecimento de sua materia de ensino/ha bilidade para organizar suas a u las e manutenyao de relaes positivas: contudo, quando os alunos verbalizam 0 porqu6 da esoolha do professor, enfatizam os aspectos afetivos. Quem sAo os Bons Professores: A maior parte (80%) e do sexo mascul ino, entre 26 e 60 anos, com uma incidencia maior entre 35 e 45 anos. A maioria atua em tempo integra l , possui curso de p6s-graduayao e participa das associacOes de classe . Todos assinam revistas especia l izadas e mais de 50% ja produziu textos/trabalhos cientificos. As hist6rias de vida: reconhecem ter sido influenciados pela famil ia ; mu ito cedo tiveram a certeza da profissao, gostam do que fazem especialmente 0 contato com os alunos e mantem uma boa interayao com a materia .

    Enfenneira, professora Adjunto da FEP, professora visitante da UFPa, Livre Docente em Enfennagern, Mestre ern Educai\o .

    80 R Bras. Enferm. Brasilia, v. 47, n. 1 , p. 80-8 1 , jan./mar. 1994

  • Influincias principais: de ex-professores; de suas h ist6rias como aluno; de outros colegas docentes ; de sua experi6ncia e formaylio pedag6gica recebid a : Os professores tendem a repetir pr(Jticas de pessoas que admiram. Vislo social dos professores: ha u ma relaylio escola/sociedade; hB u rn valor social na escola/educaylio; a remuneraylio baixa e desestimulante ; na parte de ensino acho que 0 grande mal a separao entre a teoria e a prfJtica. A pritica pedag6gica: 0 prazer de estar em sala de au la e u ma constante; gostam de estar com os alunos; se percebem como articu ladores do processo de aprendizagem, se d izem exigentes e valorizam esta caracteristica . Reconhecem que a aylio do aluno e fundamental para a aprendizagem; hB uma relaylio afetiva entre professor e materia de ensino. 0 procedimento mais usual partirda prfJtica para a teoria. 0 planejamento e muito necessario; valorizam 0 seu estudo constante e a revisAo de seu fazer na sala de au la ; procuram partir do concreto para 0 a bstrato. Dificuldades enfrentadas: q uestAo salarial e desvalorizaylio da profissAo. Os modelos e n contrados nas institu iOes (leis, regi mentos , etc. ) ; condies de trabalho, falta de formaylio pedag6gica . Do ponto de vista pedag6gico, a avaliaao a principal dificuldade. Opinilo sobre como formariam professores: gostar de ensinar, gostar d e gente ; dominio do conteudo, capacidade de interpreta-Io e local iza-Io h ist6rica e socia lmente; 0 gosto pelo estudo.

    Os Bons Professores: 0 Seu Fazer

    Os procedimentos: A exposiAo oral com uma preocupaao, com 0 clima favorfJvel no ambiente escolar e com a participaao dos alunos. As habi l idades: Organ izaylio do contexto da aula , explicitam aos alunos 0 objetivo de ensino. Local izam h istoricamente 0 conteudo, estabelecendo relaOes com outras a reas. Habeis em incentivar a participaylio dos a lunos , em usar as indagaes para conduzir a au la e transferi r indagaOes e ntre os a lunos. Usam do reforyo ao acerto, valorizam as experi6ncias dos alunos, usam de exemplos/situaes vividas, fazem relaeslpontes teoria-pratica .

    E m menor significaylio observou habilidades docentes de estimulo a d iverg6ncia e a criatividade, bem como a preocupayAo em instalar a duvida entre os a lunos . . . poucos admitem que as concepOes dos a lunos possam ser diferentes das dele . . . este e urn dos l imites para que haja a pratica de reinventar 0 conhecimento em aula . (p. 1 4S)

    CONSIDERAOES FINAlS

    E certo que vivemos um momenta de transiylio, e os bons professores encontram-se numa relaylio dia letica entre comportamentos enra izados e desejos/sonhos de constru ir u ma nova escola/educaylio. Mas estAo tentando, buscando, ousando.

    Ha uma ideia de dever-ser, entre alunos e professores , e esta e constru ida socialmente em cada tempo , lugar, sociedade. Ha conflitos e buscas de novos dever-ser: sem duvida a partir de condies dadas, concretas, do cotidiano e estudar 0 cotidiano do professor revela praticas concretas, desvela atividades, valores, etc.

    As relaOes positivas sAo u ma exig6ncia contudo os alunos querem um professor intelectualmente capaz e afetivamente segufO. Verificou-se que as instituies nao tem claro u m projeto d e ser/fazer educayAo e assim o s docentes buscam constru ir o s seus projetos ind ividuais.

    Entre muitas das conclusOes da autora destacamos: nao temos ainda bons professores que estejam mais voltados a desenvolver habi/idades nos alunos; os bons professores sentem d ificuldade de fazer 0 a luno chegar ao conhecimento e tambem de estimular os a l unos a faze rem suas pr6prias pesq u isas .

    Para uma aylio dia letica , transformadora , seria preciso desloca r do professor para 0 aluno a produyAo do conhecimento . Seria necessario modificar 0 parad igma que e presente h istoricamente nas concepOes escolares.

    R. Bras. Enferm. Brasilia, v. 47, n. 1 , p. 80-8 1 , jan.lmar. 1994 8 1