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7/29/2019 O Carter Esotrico dos Evangelhos - Helena Petrovna Blavatsky
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H. P. Blavatsky
O CARTER ESOTRICO
DOS EVANGELHOS
Parte I
... Dize-nos ento quando sero essas coisas? E qual ser
o sinal de tua presena, e da consumao dos tempos?(1)
indagaram os Discpulos ao MESTRE, no Monte das Oliveiras.
A resposta dada pelo Homem de Dores, o Chrstos, em seu julgamento, mas
tambm seu caminho para o triunfo, como Christos ou Cristo(2) proftica e muito
sugestiva. de fato uma advertncia. A resposta deve ser citada na ntegra. Jesus disse a
eles:
Acautelai-vos que nenhum homem vos engane. Porque
muitos viro em meu nome dizendo: Eu sou o Cristo, e enganaro amuitos. E ouvireis de guerras ... mas ainda no o fim. Pois nao
se levantar contra nao e reino contra reino; e haver fomes e
terremotos em vrios lugares. Mas todas estas coisas so o
princpio das dores ... Muitos falsos profetas surgiro e enganaro
a muitos ... e ento vir o fim ... quando vires a abominao da
desolao de que falou o profeta Daniel ... Ento, se algum vos
disser: O Cristo est aqui ou ali, no lhe deis crdito ... Se vos
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disserem: Ele est no deserto, no saias; veja, Ele est nas cmaras
internas, no acrediteis neles. Porque assim como o relmpago vem
do oriente e visto at no Ocidente, assim tambm ser a presena
do Filho do Homem, etc., etc..
Duas coisas tornam-se evidentes a todos nas passagens acima, agora que sua falsa
interpretao est corrigida no texto revisto: (a) a vinda de Cristo significa a presena de
CHRISTOS num mundo regenerado e, de forma alguma, a vinda efetiva num corpo de
Cristo Jesus; (b) este Cristo no deve ser buscado nem no deserto nem nas cmaras
internas nem no santurio de qualquer templo ou igreja construdos por homens, porque
Cristo o verdadeiro SALVADOR esotrico no um homem, mas o PRINCPIO
DIVINO em cada ser humano. Aquele que empenhar-se em ressuscitar o Esprito
crucificado nele por suas prprias paixes terrenas, e enterrado profundamente no
sepulcro de sua carne pecaminosa; aquele que tiver a fora para empurrar a pedra da
matria da porta de seu prprio santurio interno, tem Cristo ressurrecto nele.(3) O Filho
do Homem no filho da mulher cativa -a carne, mas de fato da mulher livre - Esprito (4),
filho das prprias aes do homem, e fruto de seu prprio labor espiritual.
Por outro lado, em nenhum outro tempo desde a era Crist, os sinais precursores
descritos em Mateus, aplicam-se to vvida e convincentemente a qualquer outra poca
quanto nossa. Quando nao se levantou contra nao mais que nestes nossos dias?
Quando as fomes - outro sinnimo para a destituda pobreza, e as famintas multides do
proletariado - foram mais cruis, os terremotos mais freqentes ou cobriram reas to
grandes simultaneamente, quanto durante os ltimos poucos anos? Milenaristas e
Adventistas de f arraigada podem continuar dizendo que a vinda do (carnalizado) Cristo
est muito prxima, e preparam-se para o fim do mundo. Os Tesofos - pelo menosalguns deles - que compreendem o significado oculto dos universalmente esperados
Avatares, Messias, Sosioshes e Cristos - sabem que no ser o fim do mundo mas a
consumao dos tempos, isto , o fechamento de um ciclo, que est se aproximando
rapidamente.(5) Se nossos leitores se esqueceram das passagens que concluam o artigo
Sinais dos Tempos(6) em LCIFER de Outubro ltimo, que o leiam novamente e vero
plenamente o significado deste ciclo particular.
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Muitas e muitas vezes a advertncia sobre os falsos Cristos e profetas que
enganaro o povo tm sido interpretada por caridosos Cristos, os adoradores da letra morta
de sua escritura, como se se aplicassem aos msticos de maneira geral e especialmente aos
Tesofos. O recente trabalho do Sr. Pember, As Primeiras Eras da Terra uma prova
disto. Entretanto, parece bastante evidente que as palavras no Evangelho de Mateus e
outros dificilmente poderiam se aplicar aos Tesofos. Pois estes nunca saram dizendo que
Cristo est Aqui ou Ali, no deserto ou na cidade, e muito menos nos recintos internos
atrs do altar de qualquer igreja moderna. Quer sejam Pagos ou Cristos de nascimento,
eles recusam-se a materializar e degradar aquele que o mais puro e maior ideal - o
smbolo dos smbolos isto , o Esprito Divino imortal no homem, seja chamado deHrus, Krishna, Buda ou Cristo. Nenhum deles at agora disse: Eu sou o Cristo pois os
nascidos no Oriente sentem-se, at agora, apenas Chrstians(7) embora muito se empenhem
em tornarem-se Cristos em Esprito. para esses que, em sua grande presuno e vaidade,
recusam-se a adquirir o direito dessa apelao levando primeiramente a vida de Chrstos(8);
a esses que arrogantemente proclamam-se Cristo (o glorificado, o ungido) pela nica
virtude do batismo quando tm apenas alguns dias de vida - que as palavras acima citadas
de Jesus se aplicam, forosamente. Pode a intuio proftica daquele que proferiu esta
notvel advertncia ser posta em dvida por algum que veja os numerosos falsos
profetas e pseudo-apstolos (de Cristo) que agora vagam pelo mundo? Estes dividiram a
Verdade divina una em fragmentos e partiram, apenas no campo dos Protestantes, a rocha
da Verdade Eterna em trezentos e cinqenta fragmentos diferentes que agora representam a
parte principal de suas seitas divergentes. Aceitando o nmero redondo como 350, e
admitindo, para efeito de argumentao, que, pelo menos uma delas possa ter a verdade
aproximada, ainda assim 349 devem ser necessariamente falsas.(9) Cada uma delas diz que
Cristo est exclusivamente em suas cmaras internas e o nega s demais, enquanto que,de fato, a grande maioria de seus respectivos seguidores diariamente matam o Cristo na
cruciforme rvore da matria - a rvore de infmia dos antigos Romanos.
A adorao da letra-morta na Bblia apenas mais uma forma de idolatria, nada
mais. Um dogma fundamental de f no pode existir sob uma forma de Janus de dupla face.
O Perdopor Cristo no pode ser alcanado por escolha e capricho prprios, to pouco
por f ou por obras e Tiago (II, 25), assim, contradizendo Paulo (Hebreus, XI, 31) e
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vice-versa(10), devendo um deles estar errado. Por esta razo, a Bblia no a Palavra de
Deus mas contm, na melhor das hipteses, as palavras de homens falveis e instrutores
imperfeitos. Entretanto, se lida esotericamente, ela contm, se no toda a verdade, contudo,
nada mais que a verdade, qualquer que seja sua aparncia alegrica. Apenas: Quot
homines tot Sententiae.
O princpio Crstico, o desperto e glorificado Esprito da Verdade, sendo
universal e eterno, o verdadeiro Christos, no pode ser monopolizado por nenhuma pessoa,
ainda que essa pessoa tenha escolhido arrogar para si mesma o ttulo de Vigrio de Cristo
ou de Chefe desta ou de outra religio Estatal. O esprito de Chrst e Christo no
podem estar confinados a nenhum credo ou seita, simplesmente porque essa seita escolheu
exaltar-se acima dos chefes de todas as outras religies ou seitas. O nome tem sido usado
de forma to intolerante e dogmtica, especialmente em nossos dias, que o Cristianismo
agora a religio da arrogncia par excellence, trampolim para a ambio, sinecura para
opulncia, impostura e poder; um disfarce conveniente para a hipocrisia. O nobre epteto
dos antigos, o que fez Justino o Mrtir dizer que a partir de um mero nome, que nos
imputado como um crime, somos os mais excelentes,(11) est agora degradado. O
missionrio se orgulha da assim chamada converso de um pago, o que faz doCristianismo umaprofisso, mas dificilmente uma religio, uma fonte de rendimento para o
fundo missionrio, e um pretexto, uma vez que o sangue de Jesus os lavou a todos, por
antecipao, de todos os pequeninos crimes, da bebedeira e mentira ao roubo. Esse mesmo
missionrio, entretanto, no hesitaria em condenar publicamente o maior dos santos
perdio eterna e aos fogos do inferno se esse santo homem apenas houvesse negligenciado
em passar pela infrutfera e insignificante forma de batismo pela gua com o
acompanhamento de oraes insinceras e ritualismo vo.
Dizemos oraes insinceras e ritualismo vo intencionalmente. Poucos Cristos
entre os leigos so conscientes at mesmo do verdadeiro significado da palavra Cristo; e os
do clero que porventura o conhecem (pois eles so criados com a idia de que estudar tais
assuntos pecaminoso) mantm a informao oculta de suas parquias. Reivindicam uma
f cega e implcita, e probem o questionamento como se fosse um pecado imperdovel,
embora nada do que leve ao conhecimento da verdade possa ser outra coisa que no
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sagrado. Pois, o que a Sabedoria Divina, ou Gnosis, se no a realidade essencial por trs
das aparncias evanescentes de objetos na natureza a prpria alma do LOGOS
manifestado? Por que razo deveriam homens que se empenham em conseguir a unio com
uma eterna e absoluta Deidade estremecer idia de espreitar seus mistrios - ainda que
sejam assombrosos? Por que, acima de tudo, deveriam usar nomes e palavras que so um
mistrio selado para eles mesmos - um mero som? Ser porque uma Instituio
inescrupulosa e sequiosa de poder chamada Igreja gritou Cuidado! Lobo! a cada uma
dessas tentativas e, denunciando-as como blasfmias, tentou matar o esprito de
indagao? Mas a Teosofia, a Sabedoria Divina sempre prestou ateno a estes chamados
e tem coragem de suas opinies. O mundo de cticos e fanticos podem cham-la, alguns -de um vazio ismo - outros Satanismo - mas nunca podero esmag-la. Os Tesofos j
foram chamados de Ateus, odiadores da Cristandade, inimigos de Deus e dos deuses. No
so nada disso. Assim, concordaram atualmente em publicar uma declarao clara de suas
idias e uma profisso de sua f - relativamente ao monotesmo e Cristandade - e colocar-la
diante do leitor imparcial a fim de que ele as julgue e a seus detratores, baseado nos mritos
de suas respectivas fs. Nenhuma mente amante da verdade se oporia a um procedimento
to honesto e sincero, nem esse propsito seria ofuscado por qualquer quantidade de nova
luz atirada sobre o assunto, por mais que o deixe assustado. Ao contrrio, essas mentes
agradecero a LCIFER, talvez, enquanto aqueles de quem se disse qui vult decipi
dicipiatur - continuaro enganados de todas as formas!
Os editores desta revista propem-se a publicar uma srie de ensaios sobre o
significado oculto ou esotrico do Novo Testamento. A Bblia, assim como qualquer
outra escritura das grandes religies mundiais, no pode ser excluda dessa classe de
escritos alegricos e simblicos que tm sido, desde idades pr-histricas, o receptculo dos
ensinamentos secretos dos Mistrios de Iniciao sob uma forma mais ou menos velada. Os
primitivos escritores da Logia (agora os Evangelhos) certamente conheciam a verdade e
toda a verdade, mas seus sucessores possuam, certamente, apenas dogma e forma, que os
levou a um poder hierrquico em seu corao ao invs de conduzi-los ao esprito dos assim
chamado ensinamentos de Cristo. Da a perverso gradual. Como disse G. Higgins
sabiamente na Cristologia de So Paulo e Justino o Mrtir, temos a religio esotrica do
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Vaticano, um Gnosticismo refinado para os cardeais e um mais grosseiro para o povo. o
ltimo, apenas um pouco mais materializado e desfigurado, que atingiu nossos tempos.
A idia de escrever esta srie nos foi sugerida por uma certa carta publicada em
nosso nmero de Outubro sob o ttulo de So contraditrios os Ensinamentos atribudos a
Jesus? Devemos acrescentar, entretanto, que no vai aqui nenhuma tentativa de
contradizer ou enfraquecer, em hiptese alguma, o que foi dito pelo Sr. Gerald Massey em
sua crtica. As contradies apontadas pelo eminente conferencista e autor so muito
evidentes para serem explicadas satisfatoriamente por qualquer Sacerdote ou defensor da
Bblia; pois o que ele disse apenas numa linguagem mais sucinta e vigorosa o que foi
dito sobre o descendente de Joseph Pandira (ou Pantera) em Isis Unveiled (sis Sem Vu)
(vol. II, pg. 201), citando o Sepher Toldos Jeshu Talmdico. Sua crena em relao ao
carter esprio da Bblia e do Novo Testamento, como agora esto editados, portanto,
tambm a crena da presente escritora. Relativamente recente reviso da Bblia e seus
muitos milhares de erros, enganos de tradues e interpolaes (algumas confessadas,
outras no), ficaria mal a um oponente censurar algum por recusar-se a acreditar nos
textos autorizados.
Mas os presentes editores fariam objeo a uma pequena frase na crtica em
questo. O Sr. Gerald Massey escreve:
Qual a razo de se tomar o seu Juramento Sobre a Bblia a respeito da
veracidade de alguma coisa, se o livro sobre o qual se est jurando um depsito de
falsidades j explodidas ou a ponto de explodir?
Certamente no seria um simbologista dos poderes e erudio do Sr. G. Massey que
chamaria ao Livro dos Mortos, ou aos Vedas, ou a qualquer outra Escritura antiga de
depsito de falsidades.(12) Por que no olhar sob a mesma luz de todos os outros, o Velho,
e, ainda em maior medida, oNovo Testamento?
Todos estes so depsitos de falsidades se aceitos a partir da letra-morta das
interpretaes exotricas de seus antigos, e especialmente seus modernos, glossaristas
teolgicos. Cada um desses registros tem servido, por sua vez, como meio de assegurar
poder e sustentar a ambiciosa poltica de um clero inescrupuloso. Todos promoveram a
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superstio, todos fizeram seus deuses sedentos de sangue e para sempre condenados
Molochs e demnios, como todos fizeram que naes servissem aos ltimos mais do que ao
Deus da Verdade. Mas enquanto dogmas astuciosamente planejados e ms interpretaes
intencionais feitas por escoliastas, so, acima de qualquer dvida, falsidades j
explodidas, os textos em si so minas de verdades universais. Mas para o mundo de
profanos e pecadores, de qualquer forma - eles eram e ainda so como os misteriosos
caracteres traados pelos dedos da mo de um homem na parede do Palcio de
Belshazzar: eles precisam um Daniel para os ler e os interpretar.
Entretanto, a VERDADE no permitiu a si mesma permanecer sem testemunhas.
H, alm de grandes Iniciados em simbologia na forma das escrituras, um nmero de
silenciosos estudiosos dos mistrios ou esoterismo arcaico, de peritos eruditos
conhecedores de Hebraico e de outras lnguas mortas, que devotaram suas vidas a
desvendar os enigmas dos discursos da Esfinge das religies do mundo. E esses estudiosos,
embora nenhum deles tenha ainda dominado as sete chaves que franqueiam o grande
problema, descobriram o suficiente para poderem dizer: Havia uma linguagem de mistrio
universal, na qual todas as Escrituras do Mundo foram escritas, dos Vedas Revelao, do
Livro dos Mortos aos Atos. De qualquer forma, uma das chaves - a chave numrica egeomtrica(13) da Linguagem dos Mistrios est agora resgatada; uma linguagem antiga, de
fato, que at nossos dias permanecia oculta, mas cujas evidncias existem em abundncia,
como pode ser provado por inegveis demonstraes matemticas. Se, de fato, a Bblia
impelida aceitao do mundo com seu significado em letra-morta, em face s modernas
descobertas feitas por Orientalistas e aos esforos de estudiosos independentes e cabalistas,
fcil profetizar que mesmo as atuais novas geraes da Europa e Amrica a repudiaro,
como o fizeram todos os materialistas e lgicos. Pois, quanto mais se estuda os textos
religiosos antigos, mais se descobre que a base fundamental do Novo Testamento a
mesma dos Vedas, da teogonia Egpcia e das alegorias dos Mazdestas. As expiaes por
meio de sangue - pactos de sangue e transferncia de sangue dos deuses para homens e por
homens, como sacrifcios aos deuses - so as primeiras notas-chaves que ressoam de toda
cosmogonia e teogonia; alma, vida e sangue eram sinnimos em todas as lnguas,
preeminentemente entre os Judeus; e essa ddiva de sangue significava ddiva de vida.
Muitas lendas entre naes estrangeiras (geograficamente) atribuem alma e conscincia
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humanidade recentemente criada com o sangue dos deuses-criadores. Berosus registra
uma lenda Caldaica atribuindo a criao de uma nova raa da humanidade mistura de
poeira ao sangue que escorria da cabea decepada do deus Belus. Por esse motivo que os
homens so racionais e participam do conhecimento divino, explica Berosus.(14) E
Lenormant mostrou (Primrdios da Histria, pg. 52, nota) que os rficos ... disseram
que aparte imaterial do homem, sua alma (sua vida) surgiu do sangue de Dionzio Zagreu,
que ... os Titans partiram em pedaos. O Sangue revivifica os mortos isto ,
interpretado metafisicamente, d vida consciente e uma alma ao homem de matria ou
argila tais como os modernos materialistas so hoje. O significado mstico da exortao:
Na verdade eu vos digo, a no ser que comeis a carne do Filho do homem e bebeis seusangue, no tereis vida em vos mesmos, etc., no pode nunca ser compreendida ou
apreciada em seu verdadeiro valor oculto, exceto por aqueles que possuam uma das sete
chaves, e tambm que se preocupem pouco com S. Pedro. (15) Estas palavras, quer tenham
sido ditas por Jesus de Nazar, ou por Jeoshua Ben-Panthera, so as palavras de um
INICIADO. Devem ser interpretadas com a ajuda de trs chaves - uma que abre a porta
psquica, a segunda que abre a porta da fisiologia e a terceira que descerra o mistrio do ser
terreno, desvelando a combinao inseparvel da teogonia com antropologia. Foi por
revelar algumas destas verdades com a nica inteno de salvar a humanidade intelectual
das insanidades do materialismo e pessimismo, que os msticos tm freqentemente sido
denunciados como servos do Anticristo, mesmo pelos Cristos mais dignos, sinceramente
piedosos e respeitveis.
A primeira chave que se deve usar para elucidar os obscuros segredos que
envolvem o mstico nome de Cristo, a chave que descerra a porta aos antigos mistrios
dos primitivos Arianos, Sabeanos e Egpcios. A Gnosis, suplantada pelo esquema Cristo
era universal. Era o eco da religio-sabedoria primordial que havia sido, outrora, a herana
da totalidade da espcie humana; e, portanto, pode-se verdadeiramente dizer que, em seu
aspecto puramente metafsico, o Esprito de Cristo (o logos divino) esteve presente na
humanidade desde seu incio. O autor das Homilias Clementinas est certo, o mistrio de
Christos - que agora supe-se ter sido ensinado por Jesus de Nazar era idntico quele
que primeiramente era comunicado aqueles que eram merecedores, como citado em
outra conferncia.(16) Podemos entender no Evangelho segundo Lucas que merecedores
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eram aqueles que haviam sido iniciados nos mistrios da Gnosis e que eram considerados
merecedores de alcanarem a ressurreio dos mortos nesta vida ... aqueles que sabiam
que no poderiam mais morrer sendo igual aos anjos como filhos de Deus e filhos da
Ressurreio. Em outras palavras, eram os grandes adeptos de qualquer religio e as
palavras se aplicam a todos aqueles que, sem serem Iniciados, empenham-se e conseguem,
atravs de esforos pessoais, viver a vida e atingir a iluminao espiritual que naturalmente
resulta da fuso da personalidade (o Filho) com (o Pai,) seu Esprito divino individual,
o Deus interno. Esta ressurreio jamais poder ser monopolizada pelos Cristos, pois
um direito de nascena de todo ser humano dotado de alma e esprito, qualquer que seja sua
religio. Esse indivduo um homem-Cristo. Por outro lado, os que optam por ignorar oCristo (princpio) dentro de si mesmos, devero morrer como pagos no-regenerados -
no obstante o batismo, sacramentos, oraes insinceras e crenas em dogmas.
A fim de seguir esta explicao, o leitor deve ter em mente o real significado
arcaico do jogo de palavras (paranomasia) envolvido nos dois termos: Chrstos e Christos.
O primeiro certamente significa algo mais que um bom e excelente homem, ao passo
que o ltimo nunca foi aplicado a nenhum homem vivente mas a todo Iniciado no momento
de seu segundo nascimento e ressurreio.(17)
Aquele que encontra o Cristo dentro de simesmo e reconhece a ele como seu nico caminho, torna-se um seguidor e um Apstolo
de Cristo, ainda que ele nunca tenha sido batizado, ou mesmo encontrado um Cristo,
muito menos chamar a si mesmo Cristo.
H.P.B. Lucifer, Novembro, 1887
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Notas:
1 Mateus XXIV, 3, et seq. As palavras em itlico so as que foram corrigidas no
Novo Testamento, aps a recente reviso em 1881 da verso de 1611 que se encontra cheia
de erros, voluntrios e involuntrios. A palavra presena ao invs de vinda e
consumao dos tempos ao invs de fim do mundo, alteraram, h pouco tempo, todo o
significado do texto, mesmo para os mais sinceros Cristos, se excetuarmos os Adventistas.
2 Aquele que no ponderar e no dominar a grande diferena existente entre o
significado das duas palavras gregas chrstos e christos permanecer para sempre cego ao
verdadeiro significado esotrico dos Evangelhos; isto , ao Esprito vivo sepultado sob a
estril letra-morta dos textos, o verdadeiro fruto do Mar Morto da insincera Cristandade.
3 Pois vos sois o templo (santurio no Novo Testamento revisado) do Deus vivo.
(2 Cor. VI, 16.)
4 O Esprito, ou Esprito Santo, era feminino entre os Judeus, assim como entre os
povos mais antigos e tambm entre os primeiros Cristos. Sophia dos Gnsticos e a terceira
Sephiroth Binah (o Jeov feminino dos Kabalistas) so princpios femininos Esprito-
Divino ou Ruach. Achath Ruach Elohim Chiim. A Unidade Ela, o Esprito do Elohimda Vida, dito em Sepher Yeziah.
5 H vrios ciclos dignos de nota que terminam no fim deste sculo. Primeiramente,
os 5.000 anos do ciclo de Kaliyuga; depois o ciclo Messinico dos Judeus Samaritanos
(tambm Kabalsticos) do homem relacionado com Peixes (Ichthys ou Dag Pescador).
Este um ciclo, histrico e no muito longo, mas muito oculto, com durao de
aproximadamente 2.155 anos solares, mas que tem um significado verdadeiro apenas
quando computado em meses lunares. Ocorreu em 2410 e 255 A. C., ou quando oequincio entrou no signo deries e novamente quando entrou no signo de Peixes. Quando
entrar, dentro de mais alguns anos, no signo deAqurio, os psiclogos tero algum trabalho
extra a fazer, e as idiossincrasias psquicas da humanidade mudaro muito.
6 Ver Volume II, pg. 381.
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7 O mais antigo escritor Cristo, Justino o Mrtir, chama, em sua primeira
Apologia, seus correligionrios de Chrstians, [Chrestianoi] - e no de Cristos.
8 Clemens Alexandrinus, no segundo sculo, encontra um srio argumento sobre
esta paranomasia (lib. III, cap. XVII, pg. 53 et circa) de que todos aqueles que
acreditavam em Chrst (isto , um bom homem) so, e so chamados Chrstians, isto ,
bons homens, (Stromata, lib. II; Anacalypsis de Higgins). E Lactantius (lib. IV, cap. VII)
diz que apenas por ignorncia que as pessoas se chamam Cristos ao invs de Chrstians:
qui propter ignorantium errorem cum immutata litera Chrestum solent dicere.
9 Apenas na Inglaterra existem 239 seitas diferentes. (Ver o Almanaque de
Whitaker). Em 1883 havia apenas 186 denominaes e agora elas crescem rapidamente a
cada ano, tendo surgido mais cinqenta e trs seitas em apenas quatro anos!
10 bom notar em relao a S. Paulo que esta contradio deve-se seguramente a
alguma falsificao posterior em suas Epstolas. Paulo era um Gnstico, isto , um Filho
da Sabedoria e Iniciado nos verdadeiros mistrios do Christos, embora possa ter
proclamado (ou ter sido feito parecer assim) contra algumas seitas Gnsticas, que eram
muitas em seus dias. Mas seu Christos no era Jesus de Nazar, nem qualquer homem
vivente, como mostrou to habilmente o Sr. Gerald Massey em sua conferncia: Paulo, o
Oponente Gnstico de Pedro. Ele era um Iniciado, um verdadeiro Mestre Construtor ou
adepto, como foi descrito em Isis Unveiled (Isis Sem Vu), voI. II, pgs. 90-91.
11 [hoson te ek tou kategoreumenou hemon onomatos chrestotatoi huparchomem]
(Primeira Apologia).
12 A extraordinria quantidade de informao coletada por esse fabuloso
Egiptlogo mostra que ele dominou completamente o segredo da produo do NovoTestamento. O Sr. Massey conhece a diferena entre o Christos espiritual, divino, e
puramente metafsico e a figura leiga construda do Jesus carnalizado. Ele sabe tambm
que o cnone Cristo, especialmente os Evangelhos, Atos e Epstolas foram feitos de
fragmentos da sabedoria gnstica, cujo fundamento pr-Cristo e est construdo sobre os
MISTRIOS da Iniciao. o modo de apresentao teolgica e passagens interpoladas -
tais como em Marcos, XVI, do verso 9 at o final - que torna os Evangelhos um depsito
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de (perversas) falsidades, e maculam o CHRISTOS. Mas o ocultista que discerne entre as
duas correntes (a gnstica verdadeira e a pseudo Crist) sabe que as passagens livres de
adulteraes teolgicas pertencem sabedoria arcaica e assim tambm discerne o Sr.
Gerald Massey, embora seus pontos de vista divirjam dos nossos.
13 A chave para a recuperao da linguagem, no que diz respeito aos esforos do
escritor, foi encontrada, e estranho dizer, no uso da razo integral nos nmeros do
dimetro para a circunferncia de um crculo, descoberta por um gemetra. Esta razo
6.561 para o dimetro e 20.612 para a circunferncia (Manuscrito Kabalstico). Em um
dos futuros nmeros de LCIFER mais detalhes sero dados a este respeito com a
permisso do descobridor. Ed.
14Antigo Fragmento de Cory, pg. 59. f. O mesmo fazem Sanchoniaton e Hesodo
quando ambos atribuem a vivificao da humanidade ao partilhado sangue dos deuses. Mas
sangue e alma so um (nephesh), e o sangue dos deuses significa aqui alma animada.
15 A existncia dessas sete chaves admitida virtualmente, devendo-se a uma
profunda pesquisa de tradies egiptolgicas, feitas novamente pelo Sr. G. Massey. Apesar
de opor-se aos ensinamentos do Budismo Esotrico - infelizmente mal interpretado por
ele em quase todos os aspectos - ele escreve o seguinte em sua conferncia a respeito de
The Seven Souls of Man (pg. 21) (As Sete Almas do Homem):
Este sistema de pensamento, este modo de representao, este setenrio de
poderes, em vrios aspectos, foi estabelecido no Egito h pelo menos sete mil anos atrs,
como apreendemos de certas aluses a Atum [o deus no qual a paternidade estava
individualizada como o progenitor de uma alma eterna', o stimo princpio dos Tesofos]
encontrado posteriormente em inscries descobertas em Sakkarah. Digo em vrios
aspectos, porque a gnosis dos Mistrios era, pelo menos, stupla em sua natureza -
Elemental, Biolgica, Elementar (humana), Estelar, Lunar, Solar e Espiritual - e nada
menos que a compreenso do sistema inteiro poder possivelmente nos habilitar a
discriminar as vrias partes, distinguir uma da outra e determinar quais e o que so,
medida que tentarmos seguir o Sete simblico atravs de suas vrias fases de caracteres.
16 Gnostic and Historic Christianity (Cristandade Gnstica e Histrica).
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17 Em verdade, eu vos digo: a menos que um homem nasa novamente ele no
pode ver o reino de Deus. (Joo III. 4) Aqui, o nascimento do alto, o nascimento
espiritual, indicado, sendo alcanado na suprema e ltima iniciao.
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Parte II
A palavra Chrestos existia muito antes de se ouvir falar em Cristandade. Foi usada
desde o sculo quinto A. C. por Herdoto, squilo e outros escritores gregos, tendo seu
significado sido aplicado tanto a coisas como a pessoas.
Assim, em squilo (Coro 901) lemos a respeito de Pythochresta, os orculos
concedidos por um Deus Ptio (lxico Grego-ingls) atravs de uma pitonisa; e
Pythocrestos o nominativo singular de um adjetivo derivado de chrao (Eurpedes, Ion,
1218). Os significados posteriores, aplicados livremente a partir desse significado original,so numerosos e variados. Os clssicos pagos expressavam mais de uma idia pelo verbo
chraomai consultando um orculo; pois ele tambm significa fadado, condenado por
um orculo, no sentido de se tornar uma vtima sacrificial submetida a seu decreto ou
PALAVRA; uma vez que chresterion no significa apenas lugar de um orculo mas
tambm uma oferenda para ou pelo orculo.(18)Chrestes, aquele que expe ou explica
orculos, um profeta, um vidente;(19) e Chresterios, aquele que pertence a ou est a
servio de um orculo, um deus ou um Mestre(20); a pesar dos esforos de Canon
Farrar.(21)
Tudo isto evidncia de que os termos Cristo e Cristos, originalmente grafados
como Chrest e Chrestians, (chrestianoi), (22) foram diretamente emprestados da
terminologia dos Templos dos Pagos e significam a mesma coisa. O Deus dos Judeus foi
agora substitudo pelo Orculo e outros deuses; a designao genrica Chrestos tornou-se
um substantivo aplicado a uma personagem em especial e novos termos como Chrestianoi
e Chrestodoulos um seguidor ou servo de Chrestos - foram cunhados a partir de um velho
material. Isto nos mostrado por Flon Judeu, um monotesta, seguramente, que j usa o
mesmo termo para propsitos monotestas. Pois ele fala a respeito de theochrestos Deus-
declarado ou aquele que declarado por Deus, e de logia theochresta declaraes
comunicadas por Deus - o que vem provar que ele escreveu numa poca (entre o primeiro
sculo A.C. e o primeiro A.D.) em que nem Christians (Cristos) nem Chrestians eram
ainda conhecidos por esses nomes, mas que ainda chamavam a si mesmos de Nazarenos. A
notvel diferena entre as duas palavras chrao consultando ou obtendo uma resposta de
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um deus ou orculo (chreo sendo sua mais antiga forma ionica) - e chrio esfregar, ungir
(de onde a palavra Christos), no impediu a adoo e cunhagem eclesistica a partir da
expresso de Philo Theochrestos, daquele outro termo Theochristos ungido por Deus.
Assim a silenciosa substituio da letra [e] por [i] por razes dogmticas foi executada de
forma muito fcil, como agora vemos.
O significado secular de Chrestos percorre toda a literatura clssica gregapari pasu
como aquele que lhe foi dado nos mistrios. A expresso de Demstenes o Chreste (330,
27) quer dizer simplesmente bom companheiro; Plato (em Fdon 264 B) diz chrestos ei
hoti hegei s um excelente companheiro para pensar ... Mas na esotrica fraseologia dos
templos, chrestos,(23) palavra que, como o particpio Chrestheis, formada sob a mesma
regra e exprimem o mesmo sentido do verbo chraomai (consultar um deus) responde ao
que chamaramos de adepto, tambm um elevado chela, discpulo. neste sentido que
usada por Eurpedes (Ion, 1320) e por squilo (l.C.). Esta qualificao era aplicada queles
que o deus, orculo ou qualquer superior havia proclamado isto, aquilo ou qualquer outra
coisa. Pode-se citar um exemplo.
As palavras chresen oikistera usadas por Pndaro (pgs. 4-10) significam o orculo
proclamou-o colonizador. Neste caso o gnio da linguagem grega permite que o homem
assim proclamado seja chamado Chrestos. Por esta razo o termo foi aplicado a todo
Discpulo reconhecido por um Mestre, e tambm a todo bom homem. Mas a lngua grega
propicia estranhas etimologias. A teologia crist escolheu e decretou que o nome Christos
deveria ser tomado como derivado de chrio, Chriso, ungido com ungentos perfumados
ou leo. Mas esta palavra possui vrios significados. usada por Homero aplicando-se,
certamente, ao ato de esfregar o corpo com leo aps o banho (Ilada, 23, 186, e tambm
em Odissia 4, 252) como outros antigos escritores o fizeram. Entretanto, a palavraChristes significa de preferncia conciliador, enquanto a palavra Chrestes significa
sacerdote e profeta, termo muitssimo mais aplicvel a Jesus que o de Ungido uma vez
que, como Nork demonstra com base nos Evangelhos, ele jamais foi ungido, seja como rei
seja como sacerdote. Em resumo, h um profundo mistrio sob todo este esquema, que,
como eu afirmo, apenas um completo conhecimento dos mistrios Pagos capaz de
desvelar(24). No aquilo que os primeiros Patriarcas da Igreja, que tinham um objetivo a
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atingir, possam afirmar ou negar, que o ponto importante, mas sim o que atualmente a
evidncia do que seja o real significado dado aos dois termos Chrestos e Christos pelos
antigos nas eras pr-crists. Pois os ltimos no tinham nenhum objetivo a alcanar e
portanto nada a esconder ou desfigurar, e a evidncia que apresentam a mais segura das
duas. Esta evidncia pode ser adquirida primeiramente estudando-se o significado dado a
essas palavras pelos clssicos e ento buscar seu correto significado na simbologia mstica.
Chrestos, como j dissemos, um termo aplicado em vrios sentidos. Qualifica
tanto a Deidade quanto o Homem. usado no primeiro sentido nos Evangelhos, como em
Lucas (VI, 35), onde significa gentil e misericordioso, chrestos estin epi tous ...; em I
Pedro (II, 3) onde est escrito Gentil o Senhor, Chrestos o kurios. Por outro lado,
Clemente de Alexandria a explica como significando apenas um bom homem, isto ,
Todos aqueles que acreditam em Chrest(um bom homem) o so ambos, e so chamados
Chrestians, isto , bons homens (Estromatas. Liv. II). A reticncia de Clemente, cuja
Cristandade, como King verdadeiramente observa em seu Gnsticos, nada mais foi que
um logro proviso congnita de seu Platonismo original, bastante natural. Ele era um
Iniciado, um Neo-Platonista, antes de tornar-se Cristo e assim sendo, apesar de que tenha
decado muito em relao aos seus pontos de vista anteriores, no poderia exoner-lo de seuvoto de segredo. E como Tesofo e Gnstico, algum que sabia, Clemente deve ter sabido
que Christos era o CAMINHO, ao passo que Chrestos era o viajante solitrio em busca
da meta final atravs daquela Senda, cuja meta era Christos, o glorificado Esprito da
VERDADE, com cuja reunio a alma (o Filho) torna-se UM com o (Pai) Esprito. Que
Paulo sabia disto certo, pois suas prprias expresses o provam. Pois o que significam as
palavras palin odino, achris ou morphothei Christos, ou, como aparecem nas tradues
autorizadas, Estou novamente em trabalho at que Cristo esteja formado em vs, a no
ser o significado esotrico que lhes atribumos, isto , at que encontreis o Christos dentro
de vs mesmos como vosso nico caminho'. (Vide Glatas, IV, 19 e 20).
Assim Jesus, seja de Nazar ou de Ld,(25) foi um Chrestos, to inegavelmente
quanto jamais foi entitulado com o nome de Christos durante sua vida e antes de seu ltima
provao. Pode ser como pensa Higgins, que suspeita que o primeiro nome de Jesus era,
talvez, chreistos, o segundo chrestos, e o terceiro, christos. A palavra chreistos esteve em
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uso antes que o H (eta maisculo) existisse na lngua. Mas T. Taylor (em sua resposta a
Pye Smith, pg. 113) citado dizendo O elogioso epteto Chrest ... significava nada mais
que um bom homem.
Aqui novamente muitos escritores antigos podem ser citados para testemunhar que
Christos (ou melhor, Chreistos) era, juntamente com Chrestos, um adjetivo aplicado aos
Gentios antes da era Crist. Diz-se em Philopatris que ei tuchoi chrestos kai en ethnesin,
isto , se porventura houver chrestos mesmos entre os Gentios etc.
Tertuliano denuncia no terceiro captulo de sua Apologia que a palavra
Christianus originria de interpretao astuciosa(26); Dr. Jones, por outro lado,
deixando de lado a informao, corroborada por boas fontes, de que Chrestos era o nome
dado a Cristo pelos Gnsticos e mesmo por aqueles que nele no acreditavam, assegura-
nos que o nome verdadeiro deveria ser Christos assim repetindo e ratificando a fraude
piedosa original dos primeiros Padres, fraude essa que levaria carnalizao de todo o
sistema Cristo.(27) Mas proponho-me a mostrar todo o significado real desses termos,
contanto que esteja dentro dos limites de meus humildes poderes e conhecimento. Christos,
ou a condio-de-Christo, sempre foi sinnimo da condio-Mahatmica, isto , a unio
do homem com o divino princpio nele. Como diz Paulo (Efsios, III, 17): katoikesai ton
Christon dia tes pisteos en tais kardiais humon. Para que possais encontrar Christos em
seu homem interno atravs do conhecimento, e no atravs da f, como foi traduzido; pois
Pistis significa conhecimento como ser mostrado posteriormente.
H ainda uma prova maior e mais convincente de que o nome Christos pr-
cristo. Esta prova pode ser encontrada na profecia da Sibila de Eritria. Assim, ns lemos
Iesous Chrestos Theou Huios Soter Stauros. Lidos esotericamente, esta poro de
substantivos separados e sem significado, que nenhum sentido possuem para o profano,
contm uma profecia real - s que no referente a Jesus - e um verso do catecismo mstico
do Iniciado. A profecia refere-se vinda do Esprito de Verdade (Christos) Terra, aps
cujo advento - que, uma vez mais, nenhuma relao tem com Jesus - comear a Idade de
Ouro; o verso refere-se necessidade existente antes de ser alcanada aquela abenoada
condio interna (ou subjetiva) de teofania e teopneustia, para se passar pela crucificao
da carne ou matria. Lidas esotericamente, as palavras Iesous Chreistos theou huios soter
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stauros, que literalmente significam Jesus, Christos, Deus, Filho, Salvador, Cruz, so
timos elementos sobre os quais se construir uma profecia Crist, mas esses elementos so
pagos, e no Cristos.
Se me fosse pedido que explicasse o nome IESOUS CHREISTOS, a resposta seria:
estude mitologia, as chamadas fices dos antigos, e elas lhe daro a chave. Pondere
sobre Apolo, o deus solar, e o Curador, e a alegoria sobre seu filho Jano (ou lon), seu
sacerdote em Delfos, atravs de quem os sacerdotes podiam alcanar os deuses imortais, e
seu outro filho Asclpio, chamado de Soter ou Salvador. Eis a um folheto de histria
esotrica escrita em fraseologia simblica pelos velhos poetas gregos.
A cidade de Chrisa(28) (atualmente Crisa), foi construda por Apolo em memria de
Kreusa (ou Creusa), filha do Rei Erechtheus e me de Jano (ou lon) em memria do perigo
de que Jano escapou(29). Sabemos que Jano, abandonado por sua me numa gruta para
esconder a vergonha da virgem que dera luz a um filho, foi encontrado por Hermes, que
trouxe a criana a Delfos, alimentou-o perto do santurio e orculo de seu pai, onde, sob o
nome de Chresis Jano tornou-se primeiramente um Chrestis (um sacerdote, profeta ou
Iniciado) e ento quase um Chresterion, uma vtima sacrificial,(30) pronto a ser
envenenado por sua prpria me, que no o conhecia e que, em seu cime, o confundiu,
devido a obscura insinuao do orculo, com um filho de seu marido. Ele a perseguiu at o
altar com inteno de mat-la - quando ela foi salva pela pitonisa que divulgou a ambos o
segredo de seu relacionamento. Em memria desta salvao, Creusa, a me, construiu a
cidade de Chrisa, ou Krisa. Eis a alegoria que simboliza simplesmente as provas de
Iniciao.(31)
Descobrindo ento que Jano, o Deus Solar, e filho de Apolo, o Sol, significa o
Iniciador e o Que Abre a Porta de Luz ou sabedoria secreta dos mistrios, nasceu de
Krisa (esotericamente Chris) e que era um Chrestos atravs de quem falava o Deus; que ele
era finalmente lon, pai dos Ionianos, e, dizem alguns, um aspecto de Asclpio, outro filho
de Apolo, fcil encontrar o fio de Ariadne neste labirinto de alegorias. Este no o lugar,
entretanto, de se promoverem debates sobre mitologia. suficiente mostrar a relao
existente entre os caracteres mticos de respeitvel antigidade e as fbulas mais recentes
que marcaram o incio de nossa era de civilizao. Asclpio (Esculpio) foi o mdico
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divino, o Curador, o Salvador (Soter), como era chamado, ttulo este tambm dado a
Jano de Delfos; e IASO, a filha de Asclpio era a deusa da cura, sob cuja proteo estavam
todos os candidatos iniciao no templo de seu pai, os novios ou chrestoi, e eram
chamados de filhos de laso. (Vide em relao ao nome, Pluto, de Aristfanes, 701.)
Agora, se nos lembrarmos, primeiramente, que os nomes de IESUS em suas
diferentes formas, tais como Iasius, Iasion, Jason e Iasus, eram muito comuns na Grcia
antiga, especialmente entre os descendentes de Jasius (os Jasides), assim como tambm o
nmero de filhos de laso, osMystoi e futuros Epoptai (Iniciados), por que no deveriam
as palavras enigmticas no Livro Sibilino serem lidas luz verdadeira, isto , no tendo
nenhuma relao com uma profecia Crist? A doutrina secreta ensina que as duas primeiras
palavrasIESOUS CHREISTOSsignificavam apenas filho de Iaso, um Chrestos, ou Servo
do Deus oracular. De fato, IASO no dialeto lnico IESO e a expresso Iesous - em sua
forma arcaica, Iesous - significa simplesmente o filho de Iaso ou Ieso, o curador, isto ,
ho Iesous (uios). Nenhuma objeo, certamente, pode ser feita a essa interpretao ou ao
nome ser escrito Ieso ao invs de Iaso uma vez que a primeira forma tica e por isso
incorreta, pois o nome ionico. Ieso do qual Ho Ieosous (filho de Ieso) - isto , um
genitivo e no nominativo - ionico e no pode ser outra coisa, se levarmos emconsiderao a poca do Livro Sibilino. Nem poderia Sibila de Eritria t-lo escrito
originalmente de outra forma, uma vez que Eritria, onde residia, era uma cidade na Ionia
(de Ion ou Jano) do outro lado de Chios, e a forma ionica precedeu a forma tica.
Deixando de lado neste caso a significao mstica da ora famosa sentena Sibilina
e dando-lhe apenas sua interpretao literal, com base em tudo o que foi dito, as at aqui
palavras misteriosas deveriam ser: Filho de IASO, CHRESTOS (o sacerdote ou servo)
(do) FILHO de (o) DEUS (Apolo) o SALVADOR da CRUZ - (de carne ou matria).(32)
Verdadeiramente, a Cristandade jamais poder ter esperanas de ser compreendida at que
todo trao de dogmatismo seja retirado dela e a letra morta sacrificada ao eterno Esprito da
Verdade, que Hrus, que Chrisna, que Buda, tanto quanto o Christos Gnstico e o
verdadeiro Cristo de Paulo.
Em Viagens do Dr. Clarke, o autor descreve um monumento pago descoberto
por ele.
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Dentro do santurio, atrs do altar, vimos fragmentos de
uma ctedra de mrmore, sobre o espaldar da qual encontramos a
seguinte inscrio, exatamente como aqui a transmitimos, no tendo
sido dela retirada ou obliterada parte alguma, proporcionando talvez
o nico exemplo conhecido de inscrio tumular sobre um
monumento de forma to memorvel.
A inscrio a seguinte: CHRESTOS PROTOS THESSALOS LARISSAIOS
PELASGIOTES ETON IH, ou Chrestos, o primeiro Tessalonissence de Larissa, Pelsguia,
Heri de 18 anos de idade, por que Chrestos o primeiro (protos)? Lida literalmente a
inscrio pouco sentido tem; interpretada esotericamente prenhe de significado. Como
mostra o Dr. Clarke, a palavra Chrestos encontrada nos epitfios de quase todos os
antigos habitantes de Larissa, mas sempre precedida de um nome prprio. Tivesse o
adjetivo Chrestos aparecido aps um nome, significaria apenas um bom homem, elogio
pstumo prestado ao defunto, igual ao encontrado em nossos modernos epitfios tumulares.
Mas a palavra Chrestos aparecendo sozinha e a outra palavra, protos, a seguir, d-lhe um
significado muito diferente, especialmente quando o falecido designado como heri.
Para a mente de um Ocultista, o defunto era um nefito que havia morrido em seu 18o
anode neofitismo,(33) e permaneceu na primeira ou mais elevada classe de discipulado, tendo
passado em seus julgamentos preliminares como heri, mas morrera antes do ltimo
mistrio, que o teria transformado em um Christos, um ungido, em algum com o esprito
de Christos ou Verdade dentro de si. Ele no alcanara o fim do Caminho, embora tivesse
heroicamente conquistado os horrores das provas tergicas preliminares.
Temos toda a justificao de ler a inscrio desta maneira, aps saber o local onde o
Dr. Clarke descobriu a placa, que estava, como assinala Godfrey Higgins, l, onde euesperava encontr-la, em Delfos, no templo do Deus IE, que, entre os Cristos tornou-se
Jah ou Jehovah, um com Cristo Jesus. Estava ao p do Parnaso, num ginsio, junto fonte
Castlia, que flua pelas runas de Crisa, provavelmente a cidade chamada Crestona, etc. E
continua. Na primeira parte de seu curso a partir da fonte (Castlia) ele (o rio) separa o que
restou do ginsio ... do vale de Castro, como provavelmente o fazia da velha cidade de
Delfos a sede do grande orculo de Apolo, da cidade de Krisa (ou Kreusa) o grande
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centro de iniciaes e dos Chrestoi dos decretos dos orculos, onde os candidatos para o
ltimo laboreram ungidos com leos sagrados(34) antes de serem lanados em seu ltimo
transe com a durao de quarenta e nove horas (como acontece at hoje no Oriente) do qual
ressurgiam como adeptos glorificados ou Christoi.
Nas Recognies Clementinas, declara-se que o pai ungia
seu filho com leo que era tirado da madeira da rvore da Vida e
que, a partir desta uno, ele passava a chamar-se o Cristo de onde
provm o nome Cristo. Isto novamente vem do Egito. Hrus foi o
filho ungido do pai. O modo de ungi-lo com leo retirado da rvore
da Vida, retratado nos monumentos bastante primitivo de fato; e o
Hrus do Egito foi continuado no Cristo Gnstico, que
reproduzido nas pedras gnsticas como o elo intermedirio entre o
Karest e o Cristo, como tambm o Hrus de ambos os sexos. The
Name and Nature of the Christ (O Nome e Natureza do Cristo
Gerald Massey.)
O Sr. G. Massey relaciona o Christos ou Cristo grego com o Karest egpcio, a
mmia da imortalidade e o prova de maneira bastante convincente. Ele comea dizendo
que em egpcio a Palavra de Verdade Ma-Kheru, e que este o ttulo de Hrus.
Portanto, como ele mostra, Hrus precedeu a Cristo como o Mensageiro da Palavra de
Verdade, o Logos, ou o manifestador da natureza divina na humanidade. No mesmo artigo
ele escreve o seguinte:
A Gnosis teve trs fases - astronmica, espiritual e doutrinal
e todas as trs podem ser identificadas com o Cristo do Egito. Na
fase astronmica a constelao de Orion chamada de Sahu ou
mmia. A alma de Hrus foi representada como erguendo-se dos
mortos e ascendendo ao cu nas estrelas de Orion. A imagem-
mmia foi a preservada, a salva, e portanto um retrato do Salvador,
como um tipo de imortalidade. Foi a figura de um homem morto
que, como nos dizem Plutarco e Herdoto, foi conduzida a um
banquete egpcio onde os convidados eram incitados a olhar para
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ela e comer e beber e mostrarem-se felizes porque quando
morressem tornar-se-iam o que a imagem simbolizava isto , eles
tambm seriam imortais! Este tipo de imortalidade foi chamada
Karest ou Karust e era o Cristo Egpcio. Kares significa
embalsamar, ungir, fazer a Mmia como um tipo do eterno; e,
quando tudo houvesse sido realizado, era chamada de Karest, de tal
forma que no meramente uma questo de nome por nome, Karest
por Cristo.
Esta imagem do Karest foi envolvida num tecido sem
costuras, a prpria vestimenta do Cristo! No importava o
comprimento do tecido, e algumas das bandagens em que as
mmias estavam envoltas chegavam a medir 1000 jardas de
comprimento sem que houvesse uma nica costura do comeo ao
fim ... Ora, esta vestimenta sem costuras do Karest egpcio uma
figura bastante reveladora do Cristo mstico, que toma-se histrico
nos Evangelhos como aquele que usou um manto ou tnica feita
sem costura alguma que, nem os gregos nem os hebreus, explicaminteiramente, mas que explicada pelo egpcio Ketu, que significa
urdidura, e pelos mantos e bandagens sem costuras feitas para uso
eterno e usadas pelo Cristo-Mmia, a imagem de imortalidade nas
tumbas do Egito.
Posteriormente, Jesus condenado morte de acordo com
as instrues dadas para torn-lo o Karest. Nenhum osso deveria ser
quebrado. O verdadeiro Karest deveria ter todos os membrosperfeitos. Este o que surge inteiro; quem os homens no
conhecem seu nome.
Nos Evangelhos Jesus ressurge com todos os membros
inteiros, exatamente como o perfeitamente conservado Karest, para
demonstrar a ressurreio fsica da mmia. Mas, no original
egpcio, a mmia se transforma. O morto diz: Estou
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espiritualizado. Estou tornado uma alma. Ergo-me como um Deus.
Esta transformao em imagem espiritual, o Ka, foi omitida nos
Evangelhos.
A ortografia do nome como Chrest ou Chrst em Latim
extremamente importante porque permite-me provar a identidade
com o Karestou Karustegpcio, o nome de Cristo como a mmia
embalsamada, que era a imagem da ressurreio nas tumbas
egpcias, o tipo de mortalidade, a semelhana de Hrus, que
ressurgiu e caminhou para fora do sepulcro para aqueles que eram
seus discpulos ou seguidores.Ademais, este tipo Karest ou Cristo-
Mmia reproduzido nas Catacumbas de Roma. No foi
encontrada nenhuma representao da suposta ressurreio histrica
de Jesus em nenhum dos monumentos dos primrdios da era Crist.
Mas, ao invs desse fato ausente, encontramos a cena de Lzaro
sendo levantado dos mortos. Isto foi apresentado e re-apresentado
como a ressurreio tpica quando nela no h nada de real! A cena
no est exatamente de acordo com a ressurreio do tmulo noEvangelho. puramente egpcia, e Lzaro uma mmia egpcia!
Portanto, Lzaro, em cada representao, a mmia tpica da
ressurreio; Lzaro o Karest, que era o Cristo egpcio e que
reproduzido pela arte Gnstica nas Catacumbas de Roma como uma
forma do Cristo Gnstico, que no era e no poderia tornar-se um
personagem histrico.
Adicionalmente, como a coisa egpcia, provvel que onome seja derivado do egpcio. Se assim o , Laz (igual a Ras)
significa ser levantado enquanto arua mmia por nome. Com a
terminao grega s toma-se Lazarus. No decurso da humanizao
dos mitos, a representao tpica da ressurreio encontrada nas
tumbas de Roma e do Egito tomar-se-ia a histria de Lzaro
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ressuscitado dos mortos. Este tipo Karest do Cristo nas Catacumbas
no est limitado a Lzaro.
Por meio do tipo Karest o Cristo e os Cristos podem ser
ambos reconhecidos nas antigas tumbas do Egito. A mmia era feita
semelhana do Cristo. Era o Cristo por nome, idntico ao Chrestoi
das Inscries gregas. Assim, o morto honrado que ressurgia
novamente como os seguidores de Hrus-Makheru, a Palavra de
Verdade, so descobertos ser os Cristos nos monumentos egpcios.
O termoMa-Kheru sempre aplicado aos fiis que ganham a coroa
da vida e a usam no festival designado como Vinde a mim - um
convite de Hrus, o Absolvidor, queles que so os Abenoados de
seu pai, Osris - e que, tendo feito da Palavra de Verdade a lei de
suas vidas tomaram-se Absolvidos hoi chrestoi, os Cristos na
terra.
Numa representao do quinto sculo da Madona e seu
filho, no cemitrio de S. Valentino, a criana recm-nascida deitada
numa caixa ou bero tambm o Karest, ou tipo-mmia,
posteriormente identificado como o beb divino do mito solar pelo
disco do sol e pela cruz do equincio na parte traseira da cabea da
criana. Assim, nasce a criana-Cristo da f histrica e visivelmente
comea na imagem Karestdo Cristo morto, que era o tipo-mmia
da ressurreio no Egito por milhares de anos antes da era Crist.
Isto duplica a prova de que o Cristo das Catacumbas Crists era um
sobrevivente do Karestdo Egito.
Ademais, como mostra Didron, havia uma gravura do Cristo
que tinha seu corpo pintado de vermelho!(35) Era tradio popular
que o Cristo tinha aparncia vermelha. Isto tambm pode ser
explicado como sobrevivncia do Cristo-Mmia. Era um modo
aborgene de interpretar coisas tabu colorindo-as de vermelho. O
defunto era pintado de ocre vermelho - uma maneira bastante
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primitiva de se fazer a mmia, ou o ungido. Assim o Deus Pta conta
Ramss II que ele teve sua carne estilizada em vermelho. Esta
uno com ocre vermelho chamada Kura pelos Maori, que
igualmente fizeram o Karest ou Cristo.
Vemos a imagem-mmia continuada em outra linha de
descendncia quando aprendemos que, entre outras heresias
perniciosas e pecados mortais dos quais os Cavaleiros Templrios
eram acusados, estava o costume mpio de adorar uma Mmia de
olhos vermelhos. Acredita-se que tambm seu dolo, chamado
Baphomet, fosse uma mmia ... A Mmia foi a mais antiga imagem
humana do Cristo.
No duvido que os antigos festivais romanos chamados
Charistia estivessem relacionados em sua origem com o Kareste a
Eucaristia, como uma celebrao em honra dos manes de seus bons
amigos e parentes mortos, por amor aos quais reconciliavam-se
amigavelmente reunindo-se uma vez por ano. aqui, portanto, que
devemos buscar a relao essencial entre o Cristo egpcio, os
Cristos e as Catacumbas romanas. Estes Mistrios Cristos,
ignorantemente explicados como inexplicveis, podem ser
explicados pelo Gnosticismo e pela Mitologia, e de nenhuma outra
forma. No que sejam insolveis pela razo humana, como
pretendem seus explanadores incompetentes, embora muito bem
pagos. apenas a apologia pueril dos no-qualificados em razo de
sua prpria ignorncia inevitvel - esses que jamais possuram agnosis ou cincia dos Mistrios, pelos quais unicamente essas
coisas podem ser explicadas de acordo com sua gnese natural.
Apenas no Egito, podemos decifrar a questo a fundo, ou identificar
a origem do Cristo por natureza e por nome, e descobrir,
finalmente, que o Cristo era o tipo-Mmia e que nossa Cristologia
mitologia mumificada. -Agnostic Annual (Anual Agnstico).
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O que acabamos de citar uma explicao baseada em evidncias puramente
cientficas mas, talvez, um pouco materialista demais, exatamente por ser uma cincia, no
obstante ser o autor um Esprita renomado. O Ocultismo puro e simples encontra os
mesmos elementos msticos no Cristianismo como em outras fs, embora rejeite
enfaticamente seu carter dogmtico e histrico. fato que nos termosJesous ho Christos
(verAtos, V, 42, IX, 34; I Corntios, III, 11, etc.), o artigo ho designando Christos, prova
que era simplesmente uma designao, como em Focion, a quem se refere como Phokion
ho chrestos (Plut. V). Todavia, o personagem assim referido (Jesus) em qualquer tempo
que tenha vivido - foi um grande Iniciado e um Filho de Deus.
Pois, dizemos novamente, a designao Christos est baseado em, e a histria da
crucificao derivada de, elementos que a precederam. Em todos os lugares, na ndia como
no Egito, na Caldia como na Grcia, todas estas lendas foram moldadas a partir de um e
mesmo tipo: o sacrifcio voluntrio dos logoi - os raios do nico LOGOS, a emanao
direta manifestada do UM Infinito e Desconhecido sempre oculto - cujos raios encarnaram
na humanidade. Eles consentiram em cair na matria e so, portanto, chamados de Os
Cados. Este um dos grandes mistrios que dificilmente pode ser mencionado num artigo
de revista mas que poder ser consultado na ntegra num outro trabalho meu, The SecretDoctrine (A Doutrina Secreta) .
Aps tantas coisas terem sido ditas a respeito, alguns fatos mais devem ser
acrescentados etimologia dos dois termos. Christos sendo o adjetivo verbal em grego de
chrio, ser friccionado como ungento ou blsamo, e vindo a palavra a significar
finalmente o Ungido na teologia Crist; e Kri, em snscrito, primeira slaba do nome
Krishna que significa, derramar, untar, ou cobrir com,(36) entre muitas outras coisas, pode
nos levar facilmente a fazer de Krishna, o ungido. Os fillogos Cristos tentam limitar osignificado do nome de Krishna sua derivao de Krish, negro; mas, se a analogia e
comparao das razes snscritas com as gregas contidas nos nomes de Chrestos, Christos e
Chrishna forem analisados mais cuidadosamente, descobrir-se- que todos eles possuem a
mesma origem.(37)
Em Christian Inscriptions (Inscries Crists) de Bockh,
perfazendo um total de 1.287, no existe absolutamente nenhum
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exemplo datado de antes do sculo terceiro, onde o nome no esteja
escrito Chrest ou Chreist. [The Name and Nature of the Christ
(O Nome e Natureza de Cristo), de G. Massey, The Agnostic
Annual (Anual Agnstico)].
Entretanto, nenhum desses nomes pode ser decifrado, como alguns Orientalistas
imaginam, simplesmente com a ajuda da astronomia e o conhecimento dos signos zodiacais
em conjuno com os smbolos flicos. Porque, enquanto os smbolos siderais dos
caracteres ou personificaes msticas nos Purnas ou na Bblia realizam funes
astronmicas, seus anti-tipos espirituais governam invisivelmente, mas efetivamente, o
mundo. Eles existem como abstraes num plano superior, como idias manifestadas no
astral, e tornam-se poderes masculinos, femininos e andrginos neste nosso plano inferior.
Escorpio, como Chrestos-Meshiac, e Leo, como Christos-Messiah ante dataram de muito
a era Crist nas provas e triunfos de Iniciao durante os Mistrios. Escorpio o smbolo
destes ltimos e Leo o do triunfo glorificado do sol da verdade. A filosofia mstica da
alegoria muito bem interpretada pela autor de The Source of Measures (A Fonte das
Medidas), que escreve:
Compelindo-se (Chrestos) a descer cova (de Escorpio, ou encarnao no ventre)
pela salvao do mundo; era o Sol, despojado de seus raios dourados e coroado de raios
enegrecidos(38) (simbolizando a perda) como os espinhos; o outro era o triunfanteMessias,
elevado noznite da arca do cu, personificado como oLeo da tribo de Jud. Em ambos
os exemplos, ele possua a Cruz; uma vez em humilhao (como filho de uma cpula) e
outra controlando-a, com a lei da criao, ele sendo Jeov - no esquema dos autores da
Cristandade dogmtica. Pois, como o mesmo autor mostra posteriormente, Joo, Jesus e
mesmo Apolnio de Tiana, eram apenas sintetizadores da histria do Sol com diferenasde aspecto ou condio.(39) A explicao, diz ele, bastante simples quando se considera
que os nomesJesus, em hebraico JSH e Apolnio ou Apolo so nomes semelhantes do Sol
nos cus e, necessariamente, a histria de um, com relao a suas viagens atravs dos
signos, com as personificaes de seus sofrimentos, triunfos e milagres, no poderia ser
seno a histria do outro, havendo um mtodo muito difundido e comum de se
descreverem essas viagens por personificao. O fato de que a Igreja Secular foi fundada
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por Constantino e que era parte de seu decreto que o venervel dia do Sol deveria ser o dia
reservado adorao de Jesus Cristo como Sun-day, mostra que era bem conhecido pela
Igreja Secular que a alegoria se apoiava em bases astronmicas, como o autor afirma.
Entretanto, novamente, a circunstncia de que tanto os Purnas quanto a Bblia esto cheias
de alegorias solares e astronmicas, no antagoniza com o outro fato de que todas as
escrituras semelhantes, adicionando essas duas, so livros vedados aos eruditos
possuidores de autoridade. (!) E tambm no afeta a outra verdade: a de que todos
aqueles sistemas no so o trabalho de homem mortal, nem so estes trabalhos inveno
dele em suas origem e base.
Portanto, Christos, sob qualquer nome, significa mais que Karest, uma mmia, ou
mesmo o ungido e o eleito da teologia. Os dois ltimos termos aplicam-se a Chrestos, o
homem de tristezas e atribulaes, em suas condies fsicas, mentais e psquicas, e ambos
se relacionam com a condio expressa pela palavra hebraica Mashiac (de onde Messia),
conforme a palavra etimologizada(40) por Fuerst e pelo autor de The Source of Measures (A
Fonte das Medidas), pg. 255. Christos a coroa de glria do Chrestos sofredor dos
mistrios, assim como do candidato UNIO final, de qualquer raa ou credo. Ao
verdadeiro seguidor do ESPRITO DA VERDADE, pouco importa, portanto, se Jesus,como homem e Chrestos, viveu durante a era chamada Crist, ou antes, ou absolutamente
nunca viveu. Os Adeptos, que viveram e morreram pela humanidade, existiram em muitas e
todas as pocas, e muitos foram os homens bons e santos da antigidade que possuam a
designao ou ttulo de Chrestos antes de Jesus de Nazar ou talvez Jesus (ou Jehoshua)
Ben Pandira, nascer.(41) Portanto, permite-se concluir, com boas razes, que Jesus, ou
Jehoshua, foi como Scrates, como Focion, como Theodoro e muitos outros designados por
Chrestos, isto , os bons e excelentes, os gentis e santos Iniciados, que indicaram o
Caminho condio de Christos, tomando-se o Caminho nos coraes de seus
admiradores entusiastas. Os Cristos, como todos os adoradores de Heris tentaram
ofuscar todos os outros Chrestoi, que lhes pareciam rivais de seu Homem-Deus. Mas se a
voz dos MISTRIOS permaneceu silenciosa durante muito tempo no mundo Ocidental, se
Eleusis, Menfis, Antium, Delfos e Cresa tm h muito sido feitas as tumbas de uma Cincia
outrora to colossal no Ocidente quanto ainda o no Oriente, existem sucessores
atualmente sendo preparados para elas. Estamos em 1887 e o sculo dezenove est bem
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prximo de seu final. O sculo vinte possui armazenados estranhos desenvolvimentos para
a humanidade e pode, at mesmo, ser o ltimo de sua autoridade.
NOTAS
18- A palavra chreon explicada por Herdoto (7, 11, 7) como aquilo que um
orculo declara, e Plutarco (Nic. 14) d palavra to chreon significado como destino,
necessidade. Ver Herdoto, 7, 215; 5, 108; e Sfocles, Phil. 437.
19- Ver Greek-English Lexicon de Liddell e Scott.
20- Conseqentemente de um Guru, um mestre, e de um chela, um discpulo
em suas relaes mtuas.
21- Em seu recente trabalho - The Early Days of Christianity (Os Primeiros Tempos
do Cristianismo) - Canon Farrar assinala: - Alguns supunham a existncia de um
interessante jogo de palavras existente ... entre Chrestos (doce, Salmos., XXX, IV, 8) e
Christos (Cristo). (I. pg. 158, nota de rodap). Mas nada h para ser suposto, uma vez
que tudo comeou com um jogo de palavras realmente. O nome Christus no foi
distorcido em Chrestus, como o erudito autor faria seus leitores acreditarem (pg. 19),
mas foi o adjetivo e substantivo Chrestos que se tornou distorcido em Christus, e aplicado a
Jesus. Numa nota de rodap a respeito da palavra Chrestian que aparece na Primeira
Epstola de Pedro (cap. IV, 16) na qual nos Manuscritos posteriores revisados a palavra foi
mudada para Christian (Cristo), Canon Farrar assinala novamente: Talvez devssemos
ler a ignorante distoro pag, Chrestian. Certamente que deveramos, pois o eloqenteescritor deveria lembrar-se de que a ordem de seu Mestre era de dar a Csar o que de
Csar. No obstante seu descontentamento, o Sr. Farrar obrigado a admitir que o nome
Cristo foi primeiramente INVENTADO, pelos zombeteiros e sarcsticos Antioquianos, j
em 44- A.D., mas no cara ainda no uso geral antes da perseguio de Nero. Tcito, diz
ele, usa a palavra Cristos com algo de apologia. fato conhecido que no Novo
Testamento isto ocorre apenas trs vezes e sempre envolvendo um sentido hostil (Atos, XI,
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26, XXVI, .28 e tambm em IV, 16. No foi apenas Cludio que considerou os Cristos
com alarme e suspeita, assim apelidados com menosprezo por terem carnalizado um
princpio ou atributo subjetivo, mas todas as naes pags. Pois Tcito, falando a respeito
das massas chamadas Cristos, as descreve como um grupo de homens detestadospor
suas barbaridades e crimes. No de se admirar, pois a histria se repete. H sem dvida,
atualmente, milhares de nobres, sinceros e virtuosos homens e mulheres nascidos-Cristos.
Mas temos apenas de lanar uma olhadela violncia das converses dos pagos ao
Cristianismo; moralidade dos proslitos na ndia, que os prprios missionrios negam-se
a tomar a seu servio, para traar um paralelo entre os convertidos de 1800 anos atrs e os
modernos pagos tocados pela graa.
22- Justino o Mrtir, Tertuliano, Lactncio, Clemente de Alexandria e outros
grafam-na desta mesma forma.
23- Vide Greeck and English Lexicon de Liddell e Scott. Chrestos realmente
aquele que continuamente advertido, avisado e guiado seja por um orculo seja por um
profeta. O Sr. G. Massey equivoca-se ao dizer que ... a forma Gnstica do nome Chrest, ou
Chrestos, denota oBomDeus, no um original humano, pois a palavra denotava o ltimo,
isto , um bom e santo homem; mas ele est bastante certo quando acrescenta que
Chrestianus significa ... Doura e Luz. Os Chrestoi, como o Bom Povo, eram
preexistentes. Numerosas inscries gregas mostram que se aludia ao que se fora, ao heri,
ao santo - isto , ao Bom - como Chrestos ou o Cristo; e deste significado de Bom, que
Justino, o principal Apologista, deriva o nome Cristo. Isto o identifica com a fonte
Gnstica e com o Bom Deus que revelou a si mesmo, segundo Marcion - isto , o Un-
Nefer ou Deus-revelador da teologia egpcia. - (Anual Agnstico.)
24- Novamente devo citar o que o Sr. G. Massey diz (a quem cito repetidamente
pelo fato de haver estudado este assunto muito completa e conscientemente).
Meu ponto de vista, ou melhor, explicao, diz ele, que o autor do nome
Cristo o Cristo-Mmia do Egito, chamado o Karest, que era um tipo do esprito imortal
no homem, o Cristo interno (como Paulo o diz), a divina descendncia encarnada, o Logos,
a Palavra da Verdade, oMakheru do Egito. No se originou de um tipo comum! A mmia
preservada foi o corpo morto de qualquer um que era Karest, ou mumificado, para ser
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mantido pelos vivos; e, por constantes repeties, isto tornou-se um tipo de ressurreio a
partir de (no dos) os mortos. Veja a explicao disto posteriormente.
25- Ou Lydda. Refere-se aqui tradio Rabnica na Gemara Babilnica, chamada
Sepher Toledoth Jeshu, segundo a qual Jesus seria o filho de algum chamado Pandira, e
que teria vivido um sculo antes da era chamada crist, isto , durante o reinado do judeu
Alexandre Jannaeus e sua esposa Salom, que reinaram do ano 106 a 79 A.C. Acusado
pelos judeus de haver aprendido a arte da magia no Egito e de ter roubado ao Santo dos
Santos o Nome Incomunicvel, Jehoshua (Jesus) foi condenado morte pelo Sindrio em
Lud. Foi apedrejado e depois crucificado em uma rvore na vspera da Pscoa dos hebreus.
A narrativa atribuda aos autores Talmudsticos de Sota e Sanhedrin, pg. 19, Livro
de Ezequiel. Ver Isis Unveiled (Isis Sem Vu) II, 201; Arnobius, Adv. Gentes, I, 43;
Science des Esprits (Cincia dos Espritos), de Eliphas Lvi e The Historical Jesus and
Mythical Christ (O Jesus Histrico e o Cristo Mtico), uma conferncia de G. Massey.
26- Christianus quantun interpretatione de unctione deducitas. Sed ut cum
perferam Chrestianus pronunciatus a vobis (nam nec nominis certa est notitia penes vos)
de suavitate vel benignitate compositum est. Canon Farrar esfora-se grandemente por
mostrar esses lapsus calami de vrios Padres como resultado de desgosto e medo. Pouca
dvida pode haver, diz ele (em The Early Days of Christianity), de que o nome Cristo ...
foi um apelido astuciosamente engendrado pelos Antioquianos ... bastante evidente que
os escritores sagrados evitavam o nome (Cristos) porque ele era empregado por seus
inimigos (Tcito, Anais., XV, 44). Tornou-se comum apenas quando as virtudes dos
Cristos haviam lanado brilho intenso sobre ele. Eis a uma desculpa muito defeituosa e
uma pobre explicao para ser dada por um pensador to eminente quanto Canon Farrar.
Quanto s virtudes dos Cristos lanando brilho intenso sobre o nome, esperamos que oescritor no tenha tido em mente nem o Bispo Cirilo de Alexandria, nem Eusbio, nem o
Imperador Constantino, de fama assassina, nem ainda os Papas Brgia e a Santa Inquisio.
27- Citado por G. Higgins. (Ver Vol. I, pg. 569 - 573).
28- Nos dias de Homero, existia esta cidade, outrora celebrada por seus mistrios, e
sede principal de Iniciao, e o nome de Chrestos era usado como ttulo durante os
mistrios. Ela mencionada na Ilada, III, 520, como Krisa. O Dr. Clarke suspeitou que
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suas runas estivessem sob o lugar em que hoje existe Krestona, uma pequena cidade, ou
melhor, uma vila, em Phocis, perto da Baia Crissaeana. (Ver E. D. Clarke, Travels
(Viagem), 4 ed., vol. VIII, pg. 239 Delfos).
29- A raiz de Chretos e Chrestos a mesma; chrao, que significa consultando o
orculo, em um sentido, mas em outro consagrado, separado, pertencente a algum
templo ou orculo, ou devotado aos servios do orculo. Por outro lado, a palavra chre
(chreo) significa obrigao, um compromisso, dever ou algum que esteja sob a
obrigao de promessas feitas ou votos tomados.
30- O adjetivo chrestos, tambm foi usado como adjetivo antes de nomes prprios
como uma saudao, como em Plato, Teeteto pg. 166A, Houtos ho Sokrates ho
chrestos; aqui Scrates o Chrestos; e tambm como designao, como mostra Plutarco
(V. Focion), que deseja saber como um indivduo to rude e grosseiro quanto Focion
poderia ter por designao Chrestos.
31- H estranhos aspectos, bastante sugestivos, para um Ocultista, no mito (se que
se pode chamar de mito) de Jano. Alguns o fazem a personificao de Kosmos, outros de
Coelus (cu), uma vez que ele possui dupla face por causa de seus dois caracteres de
esprito e matria; e ele no apenas Jano Bifrons (de dupla-face) mas tambm
Quadrifrons - o quadrado perfeito, o emblema da Deidade Kabalistica. Seus templos foram
construdos com quatro lados iguais, uma porta e trs janelas de cada lado. Os mitlogos
explicam esse tipo de construo como representando as quatro estaes do ano e os trs
meses de cada estao e o todo como os doze meses do ano. Durante os mistrios de
Iniciao, entretanto, ele tomou-se o Dia-Sol e a Noite-Sol. Por esta razo, ele
freqentemente representado com o nmero 300 em uma mo e na outra 65, ou o nmero
de dias do ano Solar. Ora Chanoch (Kanoch e Enosh na Bblia) , como pode ser mostrado
pelos fundamentos Kabalsticos, seja ele filho de Caim, Set ou Matusalm, um, e o mesmo
personagem. Como Chanoch (de acordo com Fuerst), ele o Iniciador, Instrutor - do
crculo astronmico e do ano solar; como filho de Metusalm, que diz-se ter vivido 365
anos e ter sido levado vivo para os cus, como o representante do Sol (ou Deus). (Ver o
Livro de Enoch). Este patriarca possui muitos aspectos em comum com Janus que,
exotericamente, Ion mas IAO kabalisticamente, ou Jehovah, o Senhor Deus de
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Geraes, o misterioso Yod, ou UM (nmero flico). Pois Janus ou Ion tambm
Consivius, um conserendo, porque presidiu a geraes. Ele mostrado dando hospitalidade
a Saturno (Kronos tempo), e oIniciadordo ano ou do tempo dividido em 365.
32- Stauros tomou-se a cruz, o instrumento de crucificao, muito mais tarde,
quando comeou a ser representado como um smbolo Cristo e com a letra grega T, o Tau.
(Luc. Jud. Voc.) Seu significado primitivo era flico, um smbolo para os elementos macho
e fmea; a grande serpente de tentao, o corpo que deveria ser morto ou subjugado pelo
drago de sabedoria, o Chnouphis solar de sete vocalizaes ou o Esprito de Christos dos
Gnsticos, ou, ainda, Apolo matando Pton.
33- Mesmo nos dias de hoje na ndia, o candidato perde seu nome e, como tambm
na Maonaria, sua idade (monges e freiras tambm mudam seus nomes na ocasio em que
aceitam a ordem ou voto), e comea a contar seus anos a partir do dia em que aceito como
chela e ingressa no ciclo de iniciaes. Assim Saul era uma criana de um ano quando
comeou a reinar, embora fosse adulto feito. Ver 1 Samuel cap. XIII, 1, e os pergaminhos
hebreus sobre sua iniciao.
34- Demstenes, De Corona, 313 declara que os candidatos iniciao nos
mistrios gregos eram ungidos com leo. Ainda o so na ndia, mesmo na iniciao aos
mistrios Yogi - sendo usados vrios ungentos.
35- Por que ele cabalisticamente o novo Ado, o homem celestial e Ado foi
feito de terra Vermelha.
36- Da a memorizao da doutrina durante os MISTRIOS. A mnada pura, o
deus encarnando e tornando-se Chrestos, ou homem, em sua provao na vida, umas
sries dessas provaes levam-no crucificao da carne e finalmente condio deChristos.
37- Baseados em fontes seguras, a derivao da palavra grega Christos provm da
raiz snscrita ghrish = frico; assim: ghrish-a-mi-to, friccionar, e ghrish-ta-s
esfolado, machucado. Ademais, Krish, que, num sentido, significa arar e fazer sulcos,
significa tambm causar dor, torturar, atormentar, e ghrish-ta-s friccionando - todos
estes termos relacionando com as condies de Chrestos e Christos. Deve-se morrer em
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Chrestos, isto , matar-se a prpria personalidade e suas paixes, para fazer desaparecer
toda idia de separao do Pai, o Esprito Divino no homem, para tornar-se um com a
eterna e absoluta Vida e Luz (SAT), antes de se poder atingir o estado de Christos, do
homem regenerado, do homem em liberdade espiritual.
38- Convidamos novamente os Orientalistas e Telogos a lerem e estudarem a
alegoria de Visvakarman, o Onisciente, o Deus Vdico, o arquiteto do mundo, que
sacrificou a si mesmopara si mesmo ou o mundo, aps haver oferecido todos os mundos,
que so ele mesmo, num Sarva Madha (sacrifcio geral) - e meditado sobre isso. Na
alegoria Purnica, sua filha Yoga-siddha Conscincia Espiritual, esposa de Surya, o Sol,
queixa-se a ele da enorme resplandecncia de seu marido; e Visvakarma, sob o aspecto de
Takshaka, cortador de madeira e carpinteiro, colocando o Sol sobre seu torno, corta-lhe
uma parte de seu esplendor. Surya aparece, aps isto, coroado com espinhos escuros ao
invs de raios e torna-se Vikrttana (espoliado de seus raios). Todos estes nomes so
termos usados pelos candidatos quando atravessam as provas de Iniciao. O Iniciador-
Hierofante personificava Visvakarman, o pai e o artfice lder dos deuses (os adeptos na
terra); e o candidato - Surya, o Sol, que devia matar todas as suas paixes ardentes e usar a
coroa de espinhos enquanto crucificava seu corpo antes de poder ascender e renascer parauma nova vida como a glorificada Luz do Mundo - Christos. Nenhum Orientalista parece
ter sequer percebido a sugestiva analogia existente, muito menos a possibilidade de aplic-
la!
39- O autor de The Source of Measures (A Fonte das Medidas), acha que isto
serve para explicar por que razo a Vida de Apolnio de Tiana, de Filstrato, foi to
cuidadosamente impedida de ser traduzida e passar leitura popular. Aqueles que a
estudaram no original foram forados a comentar que, ou a Vida de Apolnio foi tirada doNovo Testamento ou que as narrativas do Novo Testamento foram extradas da Vida de
Apolnio em virtude de manifestas igualdades de recursos de construo das narrativas.
(Pg. 260).
40- A palavra shiach em hebraico a mesma palavra usada como forma verbal
significando descer cova. Como substantivo significa lugar de tormentos, cova. O
particpio hifil desta palavra Messiach, ou a palavra grega Messias, Cristo, e significa
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aquele que permite-se descer cova (ou inferno, no dogmatismo). Em filosofia esotrica
este descer cova tem o mais misterioso dos significados. Diz-se que o Esprito Christos
ou melhor o Logos (leia-se Logoi) desce cova quando encarna, nasce como homem.
Aps haverem roubado Elohim (ou deuses) de seu segredo, o pro-criadorfogo de vida,
os Anjos de Luz so lanados cova ou abismo de matria, chamado Inferno, ou cova sem
fundo, pelos gentis telogos. Isto em Cosmogonia e Antropologia. Durante os Mistrios,
entretanto, o Chrestos, nefito, (como homem), etc., que devia descer s criptas de
Iniciao e provaes e, finalmente, durante o sono de Siloam ou a condio de transe
final, durante as horas nas quais o novo Iniciado teria os ltimos e finais mistrios
revelados a ele. Hades, Scheol, ou Patala, so todos um s. Acontece o mesmo atualmenteno Oriente como acontecia a dois mil anos atrs no Ocidente, durante o MISTRIOS.
41- Vrios clssicos testemunham este fato. Luciano, c. 16, diz Phokion ho
chrestos, e Phokion ho epiklen (legomenos, designados) chrestos. Em Fedro pg. 266
E, est escrito referes-te a Theodoro, o Chrestos. Ton chreston legeis Theodoron.
Plutarco mostra o mesmo; e Chrestos - Chrstos o nome prprio (ver a palavra em
Thesaur. Steph.) de um orador e discpulo de Herodes Atticus.