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GEOFFREY A. BARBORKA

GEOFFREY A. BARBORKA - lojadharma.org.br Divino Trad.pdf · HELENA PETROVNA BLAVATSKY . iii PREFÁCIO ... Duas ou três cópias de cada volume de A Doutrina Secreta, eram mantidas

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  • GEOFFREY A. BARBORKA

  • i

    PLANO DIVINO

    ESCRITO EM FORMA DE COMENTRIOS SOBRE A DOUTRINA SECRETA DE H.P. BLAVATSKY

    Por

    GEOFFREY A. BARBORKA

    Especialmente para o proveito daqueles que desejam ler e obter um entendimento mais aprofundado de A Doutrina Secreta

    Apresentando uma exposio das doutrinas da filosofia esotrica, analisando e

    explicando todos os termos usados

    1980 THE THEOSOPHICAL PUBLISHING HOUSE

    ADYAR, MADRAS 600020, INDIA 68, Great Russel Street, London, WC1B 3BU, England

    Post Box 270, Wheaton, Illinois 60187, U.S.A.

    1 Edio: 1961 2 Edio (revista): 1964 3 Impresso: 1972 4 Impresso: 1980

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    ESTE TRABALHO DEDICADO A

    HELENA PETROVNA BLAVATSKY

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    PREFCIO

    O principal objetivo deste livro, apresentar um guia para aqueles que desejam ler e estudar A Doutrina Secreta. No nossa inteno fornecer um levantamento completo do grande trabalho de H.P.Blavatsky, mas sim oferecer um mtodo com o qual diligenciar o seu estudo. Ainda, esperamos que aqueles que sigam este guia possam adquirir maior compreenso dos ensinamentos da Sabedoria Antiga.

    Devido aos cursos sobre a Doutrina Secreta terem representado o maior esforo Teosfico empreendido pelo autor durante vrios anos, muitos conhecimentos a respeito dos problemas com os quais o estudante pode se confrontar em seu empenho no estudo dos escritos de H.P.Blavatsky foram obtidos. Em vrias oportunidades foi expresso o desejo de que houvesse um livro que pudesse auxiliar no estudo desses ensinamentos. para atender a esse desejo que oferecemos o presente livro. Este trabalho foi desenvolvido de maneira a suplantar as dificuldades que o estudante possa encontrar; da a forma especial com a qual o apresentamos.

    O que realmente provocou a elaborao deste livro, foi o seguinte episdio: O autor foi chamado para tomar parte em um simpsio a ser apresentado na Escola de Vero de 1956, realizada na Sede da Seo Americana da Sociedade Teosfica em Wheaton, Illinois. Esse acontecimento fazia parte da programao normal da conveno anual que ocorre nesse centro Teosfico. O simpsio tinha como ttulo: Mtodos de Aproximao ao Estudo de A Doutrina Secreta. O tema era de suprema importncia, uma vez tratar-se da mesma linha de esforo empreendido pelos cursos. Por fora dos problemas encontrados nas classes de estudo, foi decidido apresentar-se uma aproximao prtica ao assunto, enfatizando o aspecto de como ler os volumes.

    Enfatizou-se ideia de que A Doutrina Secreta foi escrita muito mais sob uma viso Platnica do que Aristotlica, portanto, deve-se buscar primeiramente uma perspectiva universal. Muitas das vezes, houve dificuldade no entendimento dos ensinamentos por tentar-se visualiz-los de baixo para cima isto , de um ponto de vista individual ao invs de de cima para baixo, de um ponto de vista csmico. necessrio um esforo para se olhar de cima para baixo, como se uma foto panormica estivesse sendo desmembrada, no se deve preocupar com detalhes na primeira vista isto , no primeiro esforo para entender a doutrina. Os detalhes podem ser examinados mais tarde e colocados na sequencia apropriada. Um exemplo, o tema dos sete princpios, que so vistos de baixo para cima, de forma que o Sthula-sarira (corpo fsico) considerado como o primeiro, com os outros seis princpios sobrepondo-se a ele. Por causa disto, torna-se difcil compreender o significado de Atman (o eu divino do homem), observando-se de baixo para cima. De outra forma, visto de cima, Atman um princpio universal; est na verdade unido sua Fonte Originria. Envia sua radincia atravs dos seis princpios emanados, que esto ligados com o Eu (Atman). Assim sendo, o homem, do ponto de vista da Filosofia Esotrica, um Saptaparna um homem-planta de sete folhas ; no uma entidade que consiste de sete princpios separados que pode ser descascado como fosse uma cebola (conforme H.P.B. o expressou).

    Com referncia especificamente Doutrina Secreta: sugeriu-se que o estudante no deveria tentar l-la conforme se l um livro comum, especialmente se o estudante no possuir qualquer conhecimento de Teosofia e no estiver familiarizado com os termos usados sem mencionar palavras em Hebraico ou Snscrito. Ento, como poderia tal pessoa comear a ler esse trabalho? A recomendao feita de que A Doutrina Secreta deveria ser lida por assuntos, ao invs de pgina por pgina, usando-se o ndice para anotar referncias ao tpico escolhido, depois ler todas as pginas relacionadas ao tema. Maneiras de se conduzir classes de estudo foram consideradas, e algumas pginas selecionadas foram indicadas para leitura especial.

    A resposta da assembleia foi muito encorajadora. Tanto entusiasmo foi demonstrado que acabou trazendo tona uma srie de acontecimentos inesperados. Aps a reunio, enquanto espervamos na estao da pequena cidade pela vinda do trem que nos levaria de volta casa, o grupo de Teosofistas estava contemplando silenciosamente a beleza da noite e tambm refletindo sobre a sesso ocorrida tarde.

  • iv

    Embora o sol j houvesse se posto, o horizonte apresentava um brilho dourado radiante, e uma suave brisa roava ao longe as altas rvores. Acima, aves noturnas planavam languidamente ao longo da costa. Esse devaneio noturno foi interrompido por uma surpreendente pergunta (surpreendente por conta de suas implicaes): Porque voc no escreve um livro nas mesmas bases descritas durante a Conveno? Seria de muita ajuda aos Teosofistas!

    E assim nasceu a ideia uma inspirao fra fornecida. Ah, mas o trabalho envolvido! Pouca ideia teve minha esposa da quantidade de vezes em que a chamaria para localizar referncias; procurar por passagens que contivessem os tpicos desejados; percorrer o ndice com o dedo procura de itens que no estavam listados! Uma coisa especificar o tipo de citao desejada, mas outra completamente diferente ach-la. De passagem, podemos lembrar que nesse tipo de trabalho, selecionar de grande importncia; meras referncias (que so largamente fornecidas) geralmente provam ser de pouca validade ainda assim, cada uma delas precisa ser examinada. Cada item, alm de ser apropriado ao assunto em particular, precisa caber dentro do padro geral. O trabalho algo como montar um quebra-cabeas; cada pea individual precisa caber exatamente em seu lugar determinado de outra forma, deve ser deixada de fora aguardando at que a configurao apropriada ao seu uso surja. Desnecessrio dizer que a tarefa muito mais difcil do que escrever sem citaes.

    Uma coisa ter uma ideia, outra transform-la em realidade, outra ainda cumpri-la. Aqui o leitor poder se lembrar do conceito filosfico que explica o nascimento de um cosmos atravs da instrumentalizao dos Trs Logois. Primeiro h o Logos Imanifesto concebendo a ideia de um cosmos. O segundo estgio, o Segundo Logos, converte a ideia do imanifesto para o manifesto construindo a ponte que liga aquele que no-manifesto at o plano de manifestao. E o terceiro estgio, o Terceiro Logos ou Logos Manifesto, da seguimento ideia manifestada.

    De qualquer forma, o trabalho havia comeado. Algumas ideias foram anotadas, uma estrutura foi delineada, memorandos foram coletados, cotaes localizadas, e o captulo um teve incio. Duas ou trs cpias de cada volume de A Doutrina Secreta, eram mantidas por perto, em cima das mesas ao lado de cadernos de taquigrafia. (Para aqueles interessados no real processo, ou mtodo usado: um rascunho em taquigrafia era feito, caso fosse satisfatrio, ento era transcrito direto para a mquina de escrever. Muitas vezes era revisado com letra normal, emendado e depois datilografado. Algumas vezes uma terceira ou quarta reviso era necessrio, especialmente se a pesquisa trouxesse luz uma citao mais adequada).

    Conforme os escritos progrediam, tornou-se evidente que as primeiras ideias necessitavam alteraes; um tema maior estava sendo desenvolvido. Era como se a sloka favorita de minha assistente estivesse acontecendo: Eu vos enviarei um fogo quando vosso trabalho estiver comeado. (Palavras dirigidas pelo Senhor da Face Brilhante ao Lha da Terra Livro II, Estncia I, sloka 3.)

    De fato, algo realmente havia acontecido. No havia dvida quanto a isso; era necessria uma reviso do manuscrito. Um plano completamente novo estava surgindo; o resultado o presente livro.

    Como declaramos no incio que este livro-guia foi escrito em forma de comentrios sobre A Doutrina Secreta de H.P.Blavatsky, quase no parece necessrio lembrar que as citaes so numerosas. Este mtodo foi adotado pelas seguintes razes. Para ler-se A Doutrina Secreta de forma a compreend-la necessrio saber: (1) o significado correto de um termo no caso do snscrito, ir at a raiz da palavra de grande importncia; (2) a maneira como este termo usado em relao passagem; (3) o significado de toda a passagem; (4) a relao da passagem com a doutrina como um todo; (5) se o termo ou passagem usado em um sentido geral ou especfico; (6) se o significado simblico est sendo empregado; (7) se mais de uma interpretao aplicvel. Assim, com as citaes colocadas nas posies desejadas, o leitor pode seguir a sequencia sem ter que verificar no original.

    Outro fator, tambm, precisa ser levado em considerao: o autor constantemente desafiado quando alguma requisio feita para citar pgina e linha com relao s afirmaes feitas ou pontos de vista expressos durante as classes sobre a Doutrina Secreta. Dessa forma, fornecendo as citaes originais, aqueles que desejarem ver as palavras reais de A Doutrina Secreta podero faz-lo. Podero ainda

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    checar as ideias apresentadas na sua origem. Isto ser de grande valia aos leitores que desejarem ver as passagens autnticas em forma de assuntos, ao invs de serem obrigados a procurar atravs do ndice, apenas para descobrir que so incapazes de localizar a passagem desejada. No h necessidade de dvidas quanto autenticidade das citaes, uma vez que o autor to zeloso quanto o mais entusiasta colaborador em manter os ensinamentos originais conforme apresentados por H.P. Blavatsky. Assim sendo, a edio original sempre usada e citada verbatim.

    Outro problema, ainda, enfrentado pelas classes de estudo, a questo das diferentes edies de A Doutrina Secreta, uma vez que esse trabalho foi publicado vrias vezes. Esse problema foi solucionado da seguinte maneira. As vrias edies podem ser classificadas em trs grupos principais: (1) a edio original, publicada em dois volumes, em Londres, 1888, (sob o ttulo de Primeira Edio); seguida pela Segunda Edio e depois por todas as edies subsequentes mantendo a paginao original (tanto quando reproduzida pelo processo foto-esttico ou atravs do processo tipogrfico). (2) A Terceira Edio Revisada, publicada em dois volumes em 1893, cuja reviso resultou em um conjunto diferente de pginas. Essa edio foi reimpressa muitas vezes: em 1902, 1905, 1908, 1911, 1913, 1918, 1921 e 1928. (3) As edies publicadas em Adyar, ndia, primeiro em 1938, sob o ttulo de Quarta Edio (Adyar), seguida pela Quinta e Sexta Edies em 1946 e 1952, em seis volumes: Volumes 1 e 2 dessa edio representam o Volume I da edio original; Volumes 3 e 4 equivalentes ao Volume II da edio original. Essas edies ainda resultaram em outra mudana de paginao. O Volume 5 dessa edio consiste de um trabalho conhecido como terceiro volume, primeiramente impresso em 1897 aps a morte de H.P.Blavatsky, enquanto que o Volume 6 apenas um ndice.

    Cada citao deste livro traz referncias a essas trs classificaes da seguinte maneira: as referncias de volume e pgina entre parnteses aps cada citao referem-se paginao da edio original. Seguindo esta referncia, uma nota de rodap indica o volume e pgina das edies de Adyar sempre citadas como edio de 6 volumes, para rpida identificao. Esta, por sua vez, seguida pelo volume e pgina da terceira edio (significando a terceira e revisada edio com as subsequentes reimpresses de Londres). O quinto volume (das edies de Adyar), representando o terceiro volume das edies londrinas, referido apenas nas citaes retiradas daquele volume.*

    Sempre que possvel, as referncias de pginas dadas so das edies originais; isso tambm se aplica a outros escritos de H.P. Blavatsky A Chave para a Teosofia, A Voz do Silncio, sis sem Vu, Cinco Anos de Teosofia, Glossrio Teosfico, e Procedimentos da Loja Blavatsky. Era extremamente suprfluo adicionar A Doutrina Secreta aps cada citao. As referncias entre parnteses aps as passagens citadas as quais so facilmente identificveis por apresentarem um recuo de pargrafo sempre se referem a esse trabalho; assim como a abreviao D.S.

    costume mencionar-se no Prefcio os trabalhos consultados. Esses j foram devidamente classificados (no pargrafo anterior), embora o objetivo fosse utilizar A Doutrina Secreta como um livro-referncia chefe, sem recorrermos a outros autores. Todos os outros escritos de H.P.Blavatsky, com referncias adicionais aos livros As Cartas dos Mahatmas para A.P.Sinnett, e Cartas de H.P.Blavatsky para A.P.Sinnett, quando usados, esto cuidadosamente indicados.

    Uma mensagem especial de agradecimento e apreo destinada aos Curadores da Curadoria das Cartas dos Mahatmas os atuais donos do copyright do volume intitulado As Cartas dos Mahatmas para A.P.Sinnett que graciosamente permitiram ao autor fazer citaes a partir daquele trabalho. necessrio informar aos estudantes que o fato de ter-se recorrido s Cartas dos Mahatmas, forneceu-nos elucidao e amplificao de muitas passagens de A Doutrina Secreta, conforme ser demonstrado nesta obra. Assim sendo, tendo autorizado citaes de As Cartas, os Curadores contriburam grandemente para com o autor a levar a diante seu objetivo, ou seja, demonstrar como A Doutrina Secreta pode ser estudada com maior

    * As edies s quais o autor faz aluso so as edies em lngua inglesa, a publicao traduzida

    para o portugus (em 6 volumes) possui diferenas de paginao. Para fins desta traduo,

    mantivemos a paginao conforme o original. (N.T.)

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    aproveitamento. Chamamos a ateno para o fato de que as citaes so feitas a partir da Segunda Edio Revisada.

    O trabalho consultado a respeito de ortografia e classificao do significado das radicais snscritas foi O Dicionrio Snscrito-Ingls de Sir Monier Monier-Willians. Sinceros agradecimentos so dedicados a esse estupendo volume.

    Todavia, ao invs de adotar o sistema ortogrfico de Monier-Willians por ele seguir um sistema tcnico que poderia causar confuso para aqueles no familiarizados com Devangari (como a escrita snscrita chamada) pretendemos usar o mesmo sistema ortogrfico usado na poca em que A Doutrina Secreta foi escrita. Mas antes de comear a composio, a Theosophical Publishing House, editores desta obra, informaram estar em posse de um mtodo moderno de acentuao de palavras snscritas, que superava os sistemas mais antigos. Por causa disso, ento, os acentos macron so usados no lugar dos acentos circunflexos da forma antiga. Isso no deve causar confuso, na verdade ser de grande validade ao leitor, pois o macron (uma linha sobre a letra) chama ateno para a pronncia especificamente desejada, indicando, assim, um alongamento do som da vogal. Vogais sem acento representam um som de vogal mais curto. Esse sistema de ortografia foi seguido tambm nas citaes, pois o uso adequado da acentuao vantajoso em mais de um aspecto. No apenas auxilia na pronncia, mas tambm fornece um meio de reconhecer e distinguir palavras snscritas que so de alguma forma parecidas. Por exemplo: Kama (o princpio do Desejo); Carma (a Lei de Ajuste); Brahma (o Terceiro Logos ou a Divindade Criativa); Brahman (o Primeiro Logos ou a Hierarquia Suprema de um sistema); Manas (o Princpio Mental); Manasaputras (Filhos da Mente); Svabhava (identidade essencial); Svabhavat (Pai-Me" ou Akasa). Alguns podem se perguntar por que s vezes tman grafado Atma. A primeira usada quando na composio de uma segunda palavra, ou quando seguida de hfen. A razo para isso que tman a forma de dicionrio dessa palavra, e h uma regra na gramtica snscrita que indica que quando uma composio formada, o n final da nova palavra formada suprimido. A forma hifenizada usada em lugar do mtodo tcnico de juntar palavras, de forma a auxiliar o leitor na identificao das palavras componentes. (Assim, por exemplo, tma-Buddhi-Manas usada no lugar de tmabuddhimanas). costume pronunciar palavras snscritas de acordo com a forma de dicionrio (ou forma crua) ao invs de usar uma das formas declinadas da palavra; esse o sistema aqui adotado. Explicando: tman a forma de dicionrio; tm o singular nominativo da palavra; representa sua forma declinada.

    Foram aqui includas, imediatamente aps este Prefcio, pginas indicando a correta pronncia de palavras snscritas. Sua correta pronncia ajudar a imprimi-las na mente, assim como tambm a obter o svara (que pode ser interpretada como o valor mstico do som de uma palavra snscrita). bem mais valioso ter estas pginas no incio do volume do que em seu final.

    Palavras de agradecimento so necessrias em um Prefcio. Elas servem de meios de expresso de gratido queles que forneceram sua ajuda. Consequentemente, o autor agradece com profundo apreo todos aqueles que expressaram seu interesse a este trabalho, e agradece a todas e cada uma dessas pessoas mesmo se aqui no forem mencionadas pelo nome. Isso se aplica, dessa forma, aos membros das Classes da Doutrina Secreta acontecidas em Chicago, Pumpkin Hollow, Boston e tambm Sede Americana da Sociedade Teosfica em Olcott, Wheaton. Seu entusiasmo no estudo dos volumes de H.P.B. merecedor de ilimitados louvores. Uma expresso de gratido dedicada a Boris de Zirkoff, cujos muitos anos de dedicao compilao de Os Escritos de H.P.Blavatsky merecem grato apreo por todos aqueles que estudam o que nos levou incluso de uma valiosa seo nesta obra. Um posterior agradecimento devido a Helen Todd e ao Sr. e Sra. Iverson Harris, pela sua ajuda na busca de algumas citaes no encontradas em A Doutrina Secreta.

    Seria imperdovel neste momento no reconhecer e conferir os maiores agradecimentos pessoa que tornou a publicao deste livro possvel. Se uma meno mais elaborada no feita, devido ao seu pedido pessoal de que no o fosse. No obstante, o autor ser sempre grato a N. Sri Ram, Presidente Internacional da Sociedade Teosfica, que gentilmente aceitou este trabalho em forma manuscrita e

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    consentiu generosamente que o mesmo fosse publicado pela Theosophical Publishing House, em Adyar, Madras, ndia.

    Da mesma forma, a K.S. Krishnamurti, Gerente da Theosophical Publishing House, e para todos e cada um dos que trabalham no centro de publicao, o autor expressa seu sincero apreo por seus esmerados esforos na produo desta obra.

    Agora, algumas palavras endereadas ao leitor, esboando o plano adotado neste livro. Primeiramente, os termos em snscrito so explicados conforme aparecem no texto, em detalhe. Isso dispensa a necessidade de se recorrer a um glossrio na busca do significado das palavras. Tambm enfatiza a importncia do termo e explica porque uma palavra snscrita utilizada. Segundo, com relao ordenao dos captulos. Aqueles que estiverem familiarizados com A Doutrina Secreta, podem estranhar o fato da Cosmognese e das trs proposies fundamentais no serem consideradas primeiro. Explicamos: foi considerado mais aconselhvel estudar as trs proposies fundamentais em relao com a doutrina com a qual estejam associadas. Eis por que a segunda proposio fundamental aparece no primeiro captulo, a terceira estudada no Captulo V, e a primeira proposio no captulo final. Uma das razes pela qual muitos acham to difcil ler A Doutrina Secreta, por que essa obra inicia-se com a primeira proposio fundamental e a cosmognese, cobrindo o nascimento dos mundos e sua origem, usando termos e expressando ideias as quais no so to fceis de compreender logo na primeira leitura. Logo se tornar aparente que neste livro A Doutrina Secreta est sendo considerada por meio de assuntos ou melhor, por Doutrinas. Nesse mtodo, os captulos so arranjados em uma sequencia que leva a mente de uma doutrina prxima, estabelecendo seu inter-relacionamento. Isso dever ser de grande auxlio ao leitor. Seguindo-se a sequencia sugerida, mesmo que s vezes ocorram repeties, as quais so necessrias, um desdobramento gradual das doutrinas leva considerao das ideias mais difceis contidas no captulo final.

    O padro utilizado algo parecido com uma rima infantil conhecida como This is the House that Jack Built (Esta a Casa que Jack Construiu). Atravs de repeties e associaes de ideias, a histria dessa rima infantil desenvolvida e trazida a uma bem sucedida concluso. A despeito de sua singularidade, existe uma grande dose de sabedoria nesse conto. Por exemplo: Quando um cosmos se torna realidade, devem existir construtores que faam o trabalho criativo Jack representa os Construtores, geralmente representados por uma divindade nica, como Brahm, ou Deus. A Casa que Jack construiu , sem dvida, o cosmos, ou mundo, no qual vivemos e movemos e onde temos nossa existncia. Juntamente com o formador ou Criador, existe um poder que sustenta esse cosmos. Este representado no sistema religioso Hindu como Vishnu. Na rima, esse fator preservativo sintetizado como o malte armazenado na Casa que Jack construiu. Mas ao lodo desse poder sustentador, passo a passo com ele, algumas vezes assumindo o controle, esto as foras sempre ativas da deteriorao. Essas so representadas na histria como o rato que comeu o malte armazenado na Casa que Jack construiu.

    Notemos que na antiga cosmogonia escandinava, o mundo ou cosmos simbolizado como o Yggdrasil a rvore eternamente germinante. E as foras de deteriorao so descritas como a serpente, Nidhogg, que eternamente ri as razes da rvore Mundo. Mas de se notar que na rima infantil h um fator protetor mo, de forma que o rato no possa dar continuidade sua depredao. Seu inimigo natural, o gato, entra em cena e com um feroz ataque se lana sobre o insuspeito rato. Aqui a atividade do destruidor, Shiva, dramatizada, completando dessa forma os trs grandes poderes manifestos nas atividades de um cosmos. Eles so representados na Trimurti Hindu com Brahm, a divindade criativa (ou Terceiro Logos); Vishnu, o Preservador; Shiva, o Destruidor ou melhor, o Regenerador. Pois dispondo as formas gastas, novas e melhores rupas (formas) podem ser reconstrudas. No obstante, as foras destrutivas do cosmos no tm tudo a seu favor em suas operaes. Os processos de construo mantm suas atividades continuamente. Isso representado na rima quando o gato assustado, de forma que a tendncia destruidora de alguma forma contra-atacada pelo co. Entretanto, o co, por sua vez, no pode obter supremacia, ento atirado para o ar por uma vaca de chifre torto, para sua grande frustrao. A vaca tambm representa o aspecto sustentador e nutridor presente no

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    cosmos. Pois, novamente, na cosmognese escandinava, a Vaca da Criao, Audumla, descrita como a nutridora, de quem fluem rios de leite para alimentar os seres do mundo.

    Tendo trazido a vaca cena, mais do que natural esperar que dona da vaca aparea, e ele representada como uma donzela desamparada, que ordenhou a vaca. Mas a donzela no deixada em seu estado de desamparado, pois socorrida por seu companheiro, cujas vestes esto todas esfarrapadas e rasgadas (privado de suas qualidades espirituais, no presente). claro que o casal representa as potncias masculinas e femininas da natureza as foras complementares necessrias para a produo de formas em um mundo durante o seu ciclo de atividade. Essa verdade consumada na rima infantil atravs de um padre, barbeado em bem trajado: que casou o homem, que estava esfarrapado e rasgado, com a donzela que estava desamparada, que ordenhou a vaca de chifre torto, que arremessou o co, que assustou o gato, que matou o rato, que comeu o malte armazenado na Casa que Jack

    construiu. E o que o padre representa? Os reinos superiores ao Reino Humano: os Reinos

    Dhyni-Chohanicos, que possuem um papel muito importante no desenvolvimento do Reino Humano como ser demonstrado no presente trabalho.

    Ento, assim como na rima infantil, conforme prossegue este trabalho, cada doutrina levada a um entendimento de seus ensinamentos por meio das doutrinas precedentes, assim como as que se seguirem na narrativa.

    Umas poucas palavras queles que esto entrando em contato com a Sabedoria Antiga pela primeira vez. Embora todo esforo tenha sido feito para que cada ideia seja a mais clara possvel, de forma que uma compreenso de cada doutrina possa ser obtida, se voc perceber que no est entendendo uma passagem, ou muitas passagens, no desanime por no entend-las na primeira leitura. Em vez de ficar aborrecido ou deixar que entre em sua mente o pensamento de que isto est alm da minha compreenso, simplesmente mude de captulo. Tente o captulo sobre as Raas, ou sobre a Morte. Atravs de uma associao de ideias aquilo que a princpio parecera incompreensvel pode tornar-se claro. Lembre-se que quando uma ideia for bem entendida, ela poder ajudar a entender outra, porque os ensinamentos esto todos inter-relacionados. Causaria confuso desnecessria tentar apresentar os aspectos inter-relacionados antes de compreender os pontos principais de uma nica doutrina.

    Deve-se manter em mente que o trabalho de H.P.Blavatsky contm, como ela afirma, o corpo dos ensinamentos oferecidos ao mundo ocidental por aqueles que podem ser considerados como os guardies da Sabedoria Antiga. Eles no apenas possuem acesso aos registros antigos, como o Livro de Dzyan e seus Comentrios, no qual esses ensinamentos podem ser encontrados, mas de ainda maior significncia, eles so capazes de expor e explicar as profundas e recnditas doutrinas nas quais esses ensinamentos esto baseados. Essa Sabedoria Antiga, ou Filosofia Esotrica, representa os ensinamentos que foram trazidos humanidade por Seres Divinos que a iluminaram durante a poca conhecida como a Terceira Raa.

    Concluindo, esta obra tem como ttulo O PLANO DIVINO por que o autor acredita que A Doutrina Secreta testemunha a existncia de um Plano Divino. Ele buscou transmitir o conhecimento disso a voc, leitor. justo, entretanto, afirmar que a exposio total e completa da Doutrina Secreta alcanada apenas por meio das sete chaves sua compreenso. Uma vez que as sete chaves no foram fornecidas em seus volumes, o autor confessa que tentou apresentar um livro-guia para o seu entendimento, expressamente para aqueles que desejam ler e estudar os ensinamentos antigos. seu fervoroso desejo que este trabalho prove ser de ajuda para todos aqueles que o lerem.

    Geoffrey A. Barborka Oak Park, Illinois, Julho, 1958

    The priest, all shaven and shorn: who married the man, who was tattered and torn, to the maid who

    was all forlorn, who milked the cow with the crumpled horn, who tossed the dog, who worried the cat, who killed the rat, who ate the malt that lay in the House that Jack built. (N.T.)

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    PREFCIO DO TRADUTOR A traduo desta obra foi realizada em 2000 para fins de estudos da Loja Pitgoras, da Sociedade Teosfica no Rio de Janeiro. Agora, em 2013, uma reviso do texto e das figuras foi realizada. Infelizmente, no foi possvel comparar com o original em ingls, pois o mesmo j no se achava disponvel. Peo desculpas aos estudantes pelos eventuais erros de traduo e de interpretao dos ensinamentos aqui contidos, assim tambm como dos erros gramticos que podero encontrar. Esta traduo no possui fins comerciais ela se presta somente ao estudo daqueles que, no possuindo o domnio da lngua inglesa, queiram se aprofundar nos ensinamentos da Doutrina Secreta de H.P. Blavatsky. Paz e Progresso a todos os Seres!

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    O SIGNIFICADO DOS TERMOS SNSCRITOS Uma vez que o principal propsito deste trabalho servir como um livro-guia,

    uma caracterstica singular apresentada em suas primeiras pginas por meio desta seo introdutria. Ela explica por que termos snscritos so usados em to vasta abundncia na Doutrina Secreta. Por isso, foi considerado necessrio prover um sistema pelo qual o leitor e membros das classes de estudo pudessem aprender a pronunciar o snscrito corretamente. Existe uma razo importante na correta pronncia de uma palavra snscrita com seu prprio svara (valor do som). Quando isso aprendido, resultar no apenas em um grande apreo pelos termos snscritos usados para transmitir os ensinamentos da Teosofia, mas um esforo ser feito para aprender as antigas palavras de sabedoria e para pronunci-las corretamente.

    A linguagem snscrita, e especialmente os termos que explicam os ensinamentos da Sabedoria Antiga, representam o auge da sabedoria da raa anterior (a Quarta Raa) liderada pelos mais altos iniciados da presente Raa (a Quinta Raa). Por isso, muito freqentemente um termo snscrito contm um pensamento-chave capacitando o estudante a ter uma melhor compreenso dos ensinamentos que esta palavra expressa. Dessa forma, ao compendiar um ensinamento em uma palavra-chave, esses grandes Sbios tinham em mente trs fatores: (1) o significado-raiz do termo incorporando a ideia com um potente significado; (2) o svara o valor mstico do som da palavra; (3) o Mantrika-sakti a fora ou poder das letras, do modo de falar, ou som. Possuindo o conhecimento desses trs fatores podemos produzir aquilo que pode ser chamado de resultados mgicos. Com relao a esses mantras:

    O cntico de um Mantra no uma orao, mas sim uma sentena

    mgica na qual a lei de causao Oculta conecta-se a seu cantor e depende de sua vontade e atos. uma sucesso de sons Snscritos, e quando sua corrente de palavras e sentenas pronunciada de acordo com a frmula mgica no Atharva Veda, compreendida por uns poucos, alguns Mantras produzem um efeito instantneo e maravilhoso. Em seu sentido esotrico, contm o Vch (a forma de falar mgica), que reside em um Mantra, ou melhor, em seus sons, uma vez que de acordo com as vibraes, do ter que o efeito produzido. Os doces cantores eram assim chamados por serem especialistas em Mantras. (S.D., V, 394)

    Embora seja verdade que o Mantrika-sakti foi perdido, e muito provavelmente o svara tambm, no obstante, uma aproximao mais ntima a fim de obterem-se os dois primeiros fatores mencionados em conexo com os termos snscritos deve ser feita. Assim sendo, o sistema de pronncia de palavras snscritas a seguir dado, representando aquele que foi passado adiante pelos sanscritistas.

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    AUXLIO NA PRONNCIA DO SNSCRITO Tanto as vogais quanto as consoantes so sempre pronunciadas do mesmo

    modo, pois no h letras mudas . Da mesma forma, quando consoantes esto combinadas, elas sempre tm o mesmo som. As letras romanas so usadas para transliterar os caracteres snscritos, os quais so escritos em Devangari uma palavra que significa a escrita da cidade divina. As letras so pronunciadas de acordo com seus equivalentes em portugus, conforme listado no mapa de pronncia a seguir. A ordem das letras no alfabeto portugus foi usada para facilitar a referncia, uma vez que a ordem das letras no alfabeto snscrito totalmente diferente.

    MAPA DE PRONNCIA

    Pronunciado como em: Palavra Snscrita

    a Manh, cana Aham

    Cara, fada tman

    ai Sai, vai Daiviprakriti

    au Nau, pau Aum

    b Bola, banco Bodhi

    bh No se pronuncia o h Bhumi

    ch Chave, chuva Chohan

    chh Pronuncia-se normalmente o ch, seguido pelo h com som de rr

    Chhy

    d Dado, Domingo Devachan

    dh No se pronuncia o h Dharmakya

    dhy Mesmo que o acima, apenas acrescentando-se o y , com som de i

    Dhyna

    dz Pronuncia-se o d mudo Dzyan

    e Elefante, celeiro Devangari

    g Garrafa Gana

    gh Pronuncia-se o g, seguido do h com som de rr

    Gharna

    h Mesmo que acima Hansa

    h Pronuncia-se o h aspirado Brih; brahm

    i Mini Pitri

    i Pronuncia-se um i mais alongado

    Sarira

    j Joia; justo Jiva

    k Casa, carro Kama

    kh Pronuncia-se o k, seguido do h com som de rr

    Khechara

    ksh Pronuncia-se o k e o sh em seguida

    Kshetrajna

    l Local Loka

    m Mundo; mame Manvantara

    Pronunciado como em: Palavra Snscrita

    n Nada Nidna

    ng Pinga; ginga Linga-sarira

    Senha, minha Saj

    o Soma Soma

    p Puro Purusha

    ph Pronuncia-se o p, seguido h com som de rr

    Phala

  • xii

    r Rua Rupa

    s Sala Satya

    s Assistir, assar Sloka

    sh Chave, chuva Sishta

    t Talento Tala

    th Pronuncia-se o t, seguido do h com som de rr

    Sthula-sarira

    u Muro, jura Updhi

    u Pronuncia-se um u mais alongado

    v Vu Veda

    Y Iate Yuga

    Em adio ao mapa de pronncia acima em forma de palavras-chave, as

    seguintes dicas podem ser fornecidas. As marcas diacrticas ou acentos acima das letras tm o propsito de indicar letras diferentes usadas na escrita snscrita. Elas no indicam nfase ou acentuao das slabas. Uma vez que tanto as consoantes quanto as vogais so pronunciadas da mesma maneira, como indicado no mapa, fcil pronunciar todas as palavras uma vez que a palavra-chave esteja em mente. Embora seja verdade que a combinao de consoantes do origem a sons que no so familiares lngua portuguesa escrita, alguns deles esto presentes na linguagem falada. A viso das letras aspiradas o que geralmente causa confuso. Na verdade essas letras no so difceis de se pronunciar, pois muitas esto presentes na lngua inglesa, mais familiar maioria, como: inkhorn, leghorn, watch-hound, hedgehog, left-handed, adhrerenc, upheaval, abhorrence. As palavras snscritas devem ser pronunciadas da mesma maneira sem fazer pausa entre a consoante e a letra aspirada que a segue.

    Ao pronunciar palavras snscritas, no existem slabas fortemente acentuadas, nem no princpio nem no fim da palavra, todas as slabas possuem igual valor. costume indicar-se uma pequena pausa, quase nunca um acento, na slaba que representa a raiz da palavra. Por exemplo: Parabrah-man, Mulaprakri-ti, Niv-na. Quando se desconhece a raiz da palavra, todas as slabas devem ser pronunciadas com o mesmo valor. De maneira similar, essa pausa feita quando duas palavras so juntadas, resultando em uma composio. Ilustrando: manvantara (uma composio de manu e antara: mavan-tara); mahtman (uma composio de mah e tman: maht-man); daiviprakriti (uma composio de daivi e prakriti: daivi-prakriti); devangari (uma composio de deva e ngari: deva-ngari).

    conveniente manter-se em mente que o snscrito, embora associado com a ndia, no um desenvolvimento das terras atualmente conhecidas como ndia; j havia sido aperfeioado ou polido (que o verdadeiro significado da palavra snscrito de Samskrita) pelos Iniciados da Quinta Raa antes que o influxo de civilizao tivesse se movido para a ndia. Dessa forma, o seu desenvolvimento muito mais antigo que o perodo usualmente designado pelos estudiosos ocidentais.

    Os Vedas, o Bramanismo, e junto com estes, o snscrito, eram

    importaes para o que agora ns conhecemos como ndia. Eles jamais foram nativos a esse solo. *

    Esse o ponto importante: O progenitor direto do Snscrito Vdico foi a linguagem sacerdotal (que

    possui um nome distinto entre os iniciados). O Vch seu alter ego ou eu mstico, linguagem sacerdotal do Brahman iniciado tornou-se com o tempo a linguagem misteriosa do templo interno, estudada pelos iniciados do Egito e da Caldeia; dos Fencios e dos Etruscos; dos Pelasgi e Palanquans; em resumo, de todo o globo. A denominao DEVANGARI um sinnimo, e

    * Cinco Anos de Teosofia, p. 179, ed. orig.

  • xiii

    idntico, Hermtica e Hiertica NETER-KHARI (linguagem divina) dos egpcios.*

    Isso no deixa qualquer trao de dvida sobre a necessidade de dominar-se o significado dos termos snscritos. Pois quando uma tentativa foi feita em A Doutrina Secreta para apresentar os ensinamentos da Sabedoria Antiga, foi necessrio usar-se as palavras snscritas msticas ao invs de linguagem mais moderna pela razo que to bem expressa nesta passagem:

    A tentativa de colocar em linguagem europeia o grande panorama da

    eternamente peridica Lei recorrente impressa nas mentes plsticas das primeiras raas dotadas com a Conscincia por aqueles que a refletiam da Mente Universal ousado, pois nenhuma linguagem humana, a no ser o Snscrito que a linguagem dos Deuses - pode faz-lo em qualquer grau de adequao. (D.S., I, 269)

    TERMOS SNSCRITOS COM RELAO A MANTRAS

    Pode ser de alguma ajuda ter alguns poucos exemplos que demonstram o uso dos termos snscritos. Empregados de uma certa maneira eles no s nos fornecem joias de sabedoria mas tambm, atravs de slabas habilmente combinadas, colocam em cena um mantrika-sakti um mantra. O primeiro exemplo especialmente apropriado ao presente livro.

    Ratmam ratnena samgachchhate Uma joia vem acompanhada de uma joia

    O significado especial desta gema da sabedoria snscrita pode ser explicado

    quando se expande a traduo literal em uma parfrase, assim: Uma joia de sabedoria traz consigo outra joia de sabedoria. Explicando: as verdades da Sabedoria Antiga esto to inter-relacionadas que joias de sabedoria podem ser achadas ao se buscar por um significado mais profundo quando estas doutrinas so colocadas juntas, de forma que ao invs de estudar-se uma doutrina a partir de seu significado bvio, sua inter-relao com outras doutrinas verte esplendor por todas as outras doutrinas consideradas.

    O prximo exemplo pode ser o Lema da Sociedade Teosfica, bem familiar em sua verso para o portugus, mas com um charme adicional quando pronunciado em Snscrito:

    Satyn nsti paro dharmah No h Religio Superior Verdade

    Inquestionavelmente, o mais celebrado exemplo alcanou um significado

    cumulativo de um mantra, e assim foi popularizado em todo o Tibete: Voc alguma vez j tentou ento-lo suave e meditativamente?

    Om mani padme hum Om a joia no ltus Om

    Na verdade existe um significado mais profundo do que a joia no Ltus, pois

    dentro do corao de todo boto de ltus tman est entesourado. Assim como dentro de cada corao humano pulsante, tambm, est tman. Ento, da mesma forma,

    * Cinco Anos de Teosofia, p, 412. Os Pelasgi ou Pelasgians, representam uma raa e cultura antiga, pr-grega, mencionada como antiga nos escritos Homricos. Com relao Raa Smoth, a base de

    uma das celebradas Escolas de Mistrio da Grcia antiga, A Doutrina Secreta relata que A Raa

    Smoth foi colonizada pelos Fencios, e antes deles pelos misteriosos Palasgians que vieram do

    Oriente (II, 3; III, 17, ed. 6 vol.; II, 3 3 ed.). Enciclopdias fornecem informaes sobre os

    Palanquans. Vol. I, p. 313, ed. 6 vol.; I, 290, 3 ed.

  • xiv

    dentro das impenetrveis profundezas do Espao infinito uma joia no ltus est adormecida, pronta para desabrochar para a manifestao. H.P.B. explicou o significado de Om em muitos lugares;* o Hum final uma slaba Tibetana mstica de significado similar, assim como a outra forma familiar da slaba Aum.

    Um verso do Rig-Veda (iii, 62,10) acabou por tomar o significado de um mantra (e na verdade realmente um); conhecido como Gyatri. (Essa palavra Snscrita vem do verbo gai, cantar, ou colocar em cano.) Tambm chamado o Svitri (do verbo su, significando vivificar) significando um verso ou orao dirigida ao Sol.

    Om bhur bhuvah svah Tat savitur varenyam Bhargo devasya dhimahi Dhiyo yo nah prachodayt

    Ao invs de uma traduo literal, a seguinte verso oferecida:

    Om! Oh! Hierarca da Terra, Grande Esprito da Terra, Salve! Radiante rbita de deslumbrante Esplendor Solar! Insuflai nossas mentes com Vosso brilho! Para que possamos perceber nossa unidade convosco e com tudo que

    existe. Que ns prossigamos em nossa senda at os Vossos portais. Iluminados e envolvidos em Vosso esplendor!

    Em A Voz do Silncio, um mantra de outra espcie dado:

    Om vajrapni hum Om maneja dor do relmpago Om

    Aqui, somos chamados a exercitar nossa intuio, pois o significado da palavra

    snscrita composta vajrapni mo-de-relmpago ou manejador do relmpago. Quem seria capaz de manejar um relmpago? Apenas aquele que j tivesse obtido completo autodomnio. Caso contrrio, o relmpago poderia despedaar a mo de quem o segura.

    Aham eva Parabrahma Em verdade Eu sou Ilimitado

    Agora precisamos permitir que nosso pensamento se expanda alm dos limites

    normais e ainda no atingir um limite! Pois quem pode cingir o infinito? No obstante, o eu divino do homem, tman, no limitado ou cingido. Assim ele pode verdadeiramente dizer: Eu sou um com o infinito: Om Tat Sat (Om Infinita Realidade!).

    * Uma breve explanao a seguinte: Uma slaba mstica, a mais solene de todas as palavras na

    ndia. uma invocao, uma beno, uma afirmao, e uma promessa; e to sagrada, que chega

    a ser na verdade a palavra no suave respirar do oculto, maonaria primitiva Glossrio Teosfico, p. 239. Uma explicao mais completa pode ser encontrada em D.S., Vol. V, p. 418 et seq.

  • xv

    Contedo PREFCIO ................................................................................................................................ iii

    PREFCIO DO TRADUTOR ....................................................................................................... ix

    O SIGNIFICADO DOS TERMOS SNSCRITOS ........................................................................... x

    TMAGIT .............................................................................................................................. xx

    INTRODUO ........................................................................................................................ xxi

    CAPTULO I

    A DOUTRINA DA CONSTANTE RENOVAO ........................................................................... 24

    A SEGUNDA PROPOSIO FUNDAMENTAL ....................................................................... 25

    A CONDIO DA MNADA EM RELAO CONSTANTE RENOVAO ............................ 26

    A RELAO DOS CICLOS COM A DOUTRINA DA CONSTANTE RENOVAO..................... 29

    REPRESENTAO GRFICA DE UM SUTRTMAN E DOS EGOS EVANESCENTES ............ 35

    SUTRTMAN O FIO LUMINOSO DA MNADA IMORTAL .................................................. 36

    REENCARNAO UMA FASE DA DOUTRINA DA CONSTANTE RENOVAO ................... 39

    NITYA-SARGA E NITYA-PRALAYA: ...................................................................................... 40

    CAPTULO II

    A DOUTRINA DO EQUILBRIO E HARMONIA .......................................................................... 42

    OS LIPIKAS SUA RELAO COM O KSA E COM O CARMA .......................................... 44

    CARMA NO FATALISMO ................................................................................................ 47

    COMO OS GREGOS VIAM NEMESIS (OU CARMA) E OS DESTINOS TRIFORMES ............... 49

    COMO DEVE AGIR O HOMEM ........................................................................................... 50

    CAPTULO III

    A DOUTRINA DAS HIERARQUIAS ........................................................................................... 52

    A HIERARQUIA CELESTIAL ............................................................................................. 55

    A HIERARQUIA CABALSTICA OS SEPHIROTHS .............................................................. 56

    O ESQUEMA NUMRICO HIERRQUICO DE PITGORAS .................................................. 57

    O ESQUEMA HIERRQUICO SRIO DO UNIVERSO ............................................................ 59

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DO ESQUEMA HIERQUICO SRIO DO UNIVERSO .... 60

    A ESTRUTURA HIERRQUICA DA TERRA .......................................................................... 61

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DA ESCADA DA VIDA ................................................. 62

    A ESCADA HIERRQUICA DA VIDA ................................................................................... 64

    OS DHYNI-CHOHANS....................................................................................................... 64

    OS HIERARCAS DO SISTEMA ............................................................................................ 69

    UMA REPRESENTAO GRFICA DA HIERARQUIA DA COMPAIXO ................................ 69

    A HIERARQUIA DA COMPAIXO ........................................................................................ 72

    SRIE QUASE INTERMINVEL DE HIERARQUIAS........................................................... 76

    CAPTULO IV

    A DOUTRINA DA IDENTIDADE ESSENCIAL ............................................................................ 79

  • xvi

    SVABHVA......................................................................................................................... 80

    PALINGNESE ................................................................................................................... 81

    PROTTIPOS...................................................................................................................... 82

    A FORA DA VIDA UNA A EXISTNCIA INICIAL ............................................................ 83

    TRANSMISSO DO PLASMA FSICO E PLASMA ESPIRITUAL ........................................... 84

    AS FUNES DE JIVA ....................................................................................................... 87

    A TRANSMISSO DE TOMOS-VIDA .................................................................................. 89

    CAPTULO V

    A DOUTRINA DA MUDANA CONTNUA ................................................................................. 92

    O MOVIMENTO ETERNO ................................................................................................ 92

    DESENVOLVIMENTO PROGRESSIVO A LEI DE EVOLUO ............................................ 95

    PRAVRITTI E NIVRITTI EVOLUO E INVOLUO .......................................................... 97

    A TERCEIRA PROPOSIO FUNDAMENTAL ....................................................................... 98

    O CICLO DE NECESSIDADE .............................................................................................. 99

    A OBTENO DA INDIVIDUALIDADE............................................................................... 102

    A DOUTRINA DA METEMPSICOSE ................................................................................... 104

    CONCLUINDO A TERCEIRA PROPOSIO FUNDAMENTAL.............................................. 106

    EVOLUO HUMANA....................................................................................................... 108

    OS PITRIS LUNARES ........................................................................................................ 109

    O HOMEM PRECEDEU A TODOS OS MAMFEROS ........................................................ 112

    TRS DIFERENTES ESQUEMAS DA EVOLUO DO HOMEM ......................................... 115

    EVOLUO MONDICA ................................................................................................... 116

    A EVOLUO DO INTELECTO ......................................................................................... 119

    OS PITRIS SOLARES ........................................................................................................ 120

    A VIDA UNA E AS VIDAS ............................................................................................. 122

    EVOLUO FSICA .......................................................................................................... 124

    PROTTIPOS FORMAS ORIGINAIS E FORMAS IDEAIS ............................................. 126

    PICE DA EVOLUO HUMANA: O DESENVOLVIMENTO DO SAPTAPARNA .................... 130

    A RESPEITO DA DOUTRINA DO NIRVNA ........................................................................ 131

    O PROPSITO DA EXISTNCIA ........................................................................................ 135

    CAPTULO VI

    A LEI SETENRIA ................................................................................................................. 138

    OS SETE PLANOS ............................................................................................................ 142

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DOS SETE PLANOS 1 ............................................... 144

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DOS SETE PLANOS 2 ............................................... 146

    OS PLANO INFERIOR OU STIMO PLANO ........................................................................ 147

    LOKAS E TALAS ............................................................................................................... 147

    OS SETE PRINCPIOS-ELEMENTOS ................................................................................. 150

    OS SETE PRINCPIOS....................................................................................................... 154

    EXPLICAO DA REPRESENTAO DE UM SAPTAPARNA .............................................. 157

  • xvii

    CLASSIFICAO DIAGRAMTICA DOS PRINCPIOS EM RELAO SUA FUNO NO

    HOMEM ........................................................................................................................... 166

    LIGANDO OS SETE PRINCPIOS AO UNIVERSO ............................................................... 170

    OS SETE CAMINHOS DA BEM-AVENTURANA E AS SETE VERDADES........................... 171

    CAPTULO VII

    A DOUTRINA DAS ESFERAS ................................................................................................. 172

    1. A DOUTRINA DOS GLOBOS ......................................................................................... 174

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DOS SETE GLOBOS E PLANOS ........................... 176

    REPRESENTAO DIAGRAMTICA DO CADUCEU EM SUA FORMA ORIGINAL .......... 183

    2. A DOUTRINA DOS LOKAS E TALAS .............................................................................. 184

    3. A DOUTRINA DOS SETE PLANETAS SAGRADOS .......................................................... 187

    4. A DOUTRINA DO SISTEMA SOLAR UNIVERSAL ........................................................... 192

    5. A DOUTRINA DA RELAO DO SISTEMA..................................................................... 195

    6. A DOUTRINA DAS JORNADAS CCLICAS ..................................................................... 200

    7. A DOUTRINA DA RELAO DAS MNADAS COM O SISTEMA ..................................... 204

    CAPTULO VIII

    A DOUTRINA DAS RAAS ..................................................................................................... 214

    A PRIMEIRA APARIO DO HOMEM ................................................................................ 216

    A PRIMEIRA RAA-RAZ ................................................................................................... 220

    A SEGUNDA RAA-RAZ .................................................................................................. 224

    VIDAS GNEAS A MANIFESTAO DA FORA-VIDA ................................................... 226

    A FORMA ASTRAL QUE REVESTIA A MNADA ................................................................ 228

    A TERCEIRA RAA-RAZ .................................................................................................. 229

    OS FILHOS DO IOGA PASSIVO ........................................................................................ 231

    A HUMANIDADE ANDRGINA .......................................................................................... 232

    A SEPARAO DOS SEXOS OCORREU H DEZOITO MILHES DE ANOS ATRS ........... 234

    O DESPERTAR DO PRINCPIO MENTAL ........................................................................... 237

    AS RAAS COM O TERCEIRO OLHO ................................................................................ 245

    NARRATIVAS MITOLGICAS SOBRE AS RAAS COM O TERCEIRO OLHO ...................... 249

    A QUARTA RAA-RAIZ ..................................................................................................... 251

    A QUINTA RAA-RAIZ ...................................................................................................... 258

    A SEXTA RAA-RAIZ ........................................................................................................ 263

    A STIMA RAA-RAIZ ...................................................................................................... 266

    CAPTULO IX

    A DOUTRINA DAS RONDAS .................................................................................................. 269

    1. RONDAS INTERNAS ..................................................................................................... 269

    REPRESENTAO GRFICA DAS RONDAS ...................................................................... 271

    2. A RELAO DAS RONDAS COM AS RAAS ................................................................. 273

    3. A RELAO DAS RONDAS COM AS ESFERAS ............................................................. 280

    4. A RELAO DAS RONDAS COM VIGILANTES .............................................................. 287

    5. A RELAO DAS RONDAS COM OS ESTADOS PS-MORTE ........................................ 291

  • xviii

    6. A RELAO DAS RONDAS COM OS PRINCPIOS ......................................................... 293

    REPRESENTAO GRFICA DE CADA HOMEM NO HOMEM ....................................... 295

    SERES DA QUINTA RONDA.............................................................................................. 297

    7. RONDAS EXTERNAS .................................................................................................... 299

    CAPTULO X

    OS ESTADOS PS-MORTE ................................................................................................... 303

    AQUILO QUE O HOMEM DESEJA SER, ELE SER .......................................................... 303

    DOIS AFORISMOS IMPORTANTES ................................................................................... 304

    O QUE QUE MORRE? ................................................................................................... 306

    O PROCESSO DA MORTE ................................................................................................ 307

    O PRIMEIRO ESTADO APS A MORTE KMA-LOKA...................................................... 310

    O SEGUNDO ESTGIO DOS ESTADOS APS A MORTE A SEGUNDA MORTE ............... 314

    O BARDO E A GESTAO ................................................................................................ 317

    O TERCEIRO ESTADO APS A MORTE DEVACHAN ...................................................... 319

    RONDAS INTERNAS E EXTERNAS ................................................................................... 321

    SKANDHAS ...................................................................................................................... 326

    O NASCIMENTO DA PERSONALIDADE............................................................................. 330

    CAPTULO XI

    A DOUTRINA DAS DUAS SENDAS ......................................................................................... 333

    A ESCOLHA DAS QUATRO SENDAS ................................................................................. 334

    ARIADNE E O LABIRINTO ................................................................................................ 337

    AS SETE ESCADARIAS..................................................................................................... 338

    REPRESENTAO GRFICA DAS SETE RONDAS ............................................................ 339

    A ESTRELA CUJO RAIO S ........................................................................................... 340

    OS QUATRO GRAUS DE INICIAO ................................................................................. 340

    A SENDA ABERTA E A SENDA SECRETA ......................................................................... 346

    AS TRS VESTES GLORIFICADAS ................................................................................... 347

    A DOUTRINA DOS AVATRAS .......................................................................................... 353

    JESUS, O CRISTO UM AVATAR ..................................................................................... 360

    O SER MARAVILHOSO ..................................................................................................... 362

    CAPTULO XII

    A DOUTRINA DO CONHECIMENTO UNIVERSAL ................................................................... 364

    TMA-VIDYA .................................................................................................................... 365

    A LEI DO VIR A SER ...................................................................................................... 365

    COMO O NICO SE TORNOU OS MUITOS ..................................................................... 369

    A PRIMEIRA PROPOSIO FUNDAMENTAL ..................................................................... 373

    UMA LISTA DE TERMOS EQUIVALENTES ........................................................................ 373

    SAT ASSEIDADE O GRANDE ALENTO......................................................................... 375

    PARABRAHMAN A REALIDADE UNA .............................................................................. 376

    DI-BUDDHI OU DI-BUDDHA ........................................................................................ 377

    MULAPRAKRITI A SUBSTNCIA-RAIZ PR-CSMICA .................................................... 377

  • xix

    ESPRITO E MATRIA: DOIS ASPECTOS DO ABSOLUTO ................................................. 379

    FOHAT A FIGURA MAIS IMPORTANTE DA COSMOGONIA ESOTRICA ....................... 380

    EROS = FOHAT ................................................................................................................ 382

    RESUMO DA PRIMEIRA PROPOSIO FUNDAMENTAL ................................................... 384

    O PRIMEIRO LOGOS O SEGUNDO LOGOS O TERCEIRO LOGOS ................................ 385

    PR-MANIFESTAO E O LOGOS NAS ESTNCIAS DE DZYAN ....................................... 391

    A PRIMEIRA LIO EM FILOSOFIA ESOTRICA ............................................................ 393

    O PONTO DE ORIGEM DE UM SISTEMA .......................................................................... 394

    OS SETE PRIMORDIAIS ................................................................................................... 397

    O SOL CENTRAL ESPIRITUAL .......................................................................................... 398

  • xx

    TMAGIT*

    A partir da Origem Infinita de Tudo a real Fonte da Existncia por milhes de sculos atrs Eu vim,

    Fluindo como uma Centelha da Essncia da prpria Chama, consciente apenas da glria transcendente.

    Comeando uma jornada cclica cobrindo perodos de tempo sem conta, Descendo de regies de brilho estelar Consanguneo desse esplendor flamejante, livre de todos os mantos da forma Eu podia correr velozmente para qualquer lugar nas vastas distncias do Espao: Atravs de sistemas solares ou universos galcticos, e ainda assim no possuir

    qualquer sensao de conscincia, Porm, sempre impelido para frente e para baixo, sugado irresistivelmente para as

    regies da densidade Descendo cada vez mais baixo, estgio por estgio, atrado ao reino da Forma. L adquiri vestimentas pertencentes aos Reinos do Fogo, Ar, gua e Terra, Permanecendo por sculos em cada reino, sempre buscando uma manso

    permanente. Finalmente emergi dos reinos mais sutis e me manifestei em forma material, Envolvido em um revestimento cristalino, onde o brilho prstino da Chama espelhava-

    se. Depois de longos sculos e ciclos eu adquiri novas vestes: Onde gemas duradouras e brilhantes radiantes foram trocadas por beleza e simetria

    de forma, cor e fragrncia, Onde o resplandecente raio de sol estimulava a nsia pelo retorno Casa ancestral

    mais alto, sempre mais alto. Com o passar de outros sculos, entrei em outro reino, Possuindo agora o poder de mover de um lugar para outro, e capaz de alar voo uma

    vez mais; Ento, tomando veculos de sangue quente, vieram novas sensaes de devoo,

    sacrifcio e amor. Finalmente eu despertei e me vi como a Hstia do Reino Humano, Aprendendo sobre o poder transmutante do amor, pulsando em consonncia com o

    Plano Divino Agora, sob a regncia do Nobre Ah-hi, Conscientemente posso lutar para acelerar meu caminho e obter o conhecimento de

    tman: Assim como a centelha busca se reunir Chama de onde uma vez brotou. Acendendo sempre para o alto, mais alto at os rodopiantes Palcios dos Lhas

    Planetrios, Emparelhando com os Sete Filhos Primitivos da Luz, Passando por sis ardentes e rastros de cometas, passando por galxias e universos, Emparelhando com o Sol Central Espiritual... Pois eu aprendi a dizer: Aham eva Parabrahma.

    *tmagit pode ser considerado como A Cano da Mnada. Ah-hi Mnasaputras Filhos da Mente Os Despertadores da humanidade. Lhas Planetrios Regentes Planetrios, Vigilantes, ou Logoi. Aham eva Parabrahma: Em verdade Eu sou Ilimitado.

  • xxi

    INTRODUO

    QUANDO ponderamos a respeito das vastas distncias para as quais se pode

    lanar o pensamento visualizando milhes e milhes de estrelas e, ainda assim, percebemos que no h limites para as imensides do Espao, no h como no pensar que a lei e a ordem prevalecem por todo o infinito que existe realmente um Plano Divino. Tudo faz parte deste Plano: mundos, sis, nebulosas, galxias, universos tudo isso existe por causa deste Plano Divino; eles so na verdade parte dele. Todos os seres nos vrios mundos tambm so partes integrais do Plano. O universo existe por que ele representa o desenvolvimento do Vasto Esquema. Outros universos, da mesma forma, manifestam a operao do Plano Divino.

    O Plano Divino uma manifestao da LEI Divina. Assim como o sol emite inumerveis raios que so da mesma essncia que sua fonte emanante, tais raios so emitidos da Lei Divina, e so da mesma essncia que sua Fonte; assim sendo, esses raios so Leis Divinas. Eles mantm o Plano Divino.

    As Leis Divinas so fundamentais em seu escopo; elas j eram operativas antes da existncia do universo; elas continuam a funcionar por tanto tempo quanto o universo permanecer manifesto, e continuaro operando quando o universo deixar de existir. Uma vez que essas leis continuam a operar, no importando se um homem, um planeta, um sol, ou at mesmo um universo estiver manifesto ou no, ento essas leis so Leis Divinas, pois elas esto alm do alcance do tempo e do espao (no sentido em que estamos acostumados a pensar em termos de tempo e espao).

    Desde que o Universo ganhou existncia por fora das leis que o governam, ento tudo dentro dele deve estar sob a regncia dessas leis e fazer parte do Plano Divino, ainda mais deve a parte seguir o mesmo padro que o todo segue. Consequentemente voc, voc mesmo, parte do Plano.

    Voc duvida disso? Voc se questiona se ou no parte da Divindade? At as escrituras afirmam: No sabeis que s o templo de Deus, e que o Esprito de Deus habita em vs?* Em verdade, Deus o mesmo que a Divindade um com o Esprito Divino o Plano Divino. Dessa forma, as dvidas podem ser substitudas por certezas quando as Leis Divinas lhes so afirmadas e colocadas a sua frente para contemplao. Voc ver, ento, como se encaixa no Grande Projeto, como voc e todas as outras entidades do cosmos existem por causa desse Plano Divino e por causa das Leis Divinas que o presidem.

    Talvez possa lhe parecer que no existe um Plano Divino em operao, at mesmo que o mundo esteja em total confuso quando conflitos armados irrompem ento, na verdade, voc percebeu a necessidade deste livro. Pois o seu propsito mostrar a voc que existe um Plano Divino e que as Leis Divinas esto colaborando com ele, nele operando.

    Com relao s imperfeies que voc observa, elas so devidas s aes de seres imperfeitos. Enquanto houver seres imperfeitos, seja na administrao de assuntos mundanos ou na regncia de um cosmos, imperfeies so possveis de ocorrer. No sustentamos que a perfeio existe, nem que o cosmos uma manifestao de perfeio. E o motivo pelo qual esta ideia no mantida por que o prprio cosmos est evoluindo, procurando tornar-se um melhor cosmos, lutando para alcanar um degrau mais alto de harmonia com o Plano Divino. Isso assim porque o cosmos representa a manifestao de um Grande Ser, por mais grandioso que seja o resultado. De fato, existe um termo para esse Grande Ser, chamado, tecnicamente, de Logos ou Observador de um sistema csmico. Assim, o cosmos est sob a regncia de um Logos Csmico, o qual est cercado por Seres menores, os quais por sua vez administram as Leis aplicveis sua esfera de influncia. Esses Seres menores embora muito superiores em grau de evoluo aos seres humanos so conhecidos como Dhyni-Chohans literalmente os Senhores Meditativos inteligncias divinas.

    * Corntios I, iii, 16.

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    Uma vez que a funo dos Dhyni-Chohans administrar as Leis Divinas, seu maior esforo realizar sua tarefa cada vez mais eficientemente, de forma a se tornarem executores mais hbeis do Plano. Mais ainda. No importa o quo consumadamente alto seja o estado dos Dhyni-Chohans em comparao ao estgio evolutivo da humanidade, esses Seres excelsos esto por sua vez procurando seu desenvolvimento evolucionrio de forma a tornarem-se ainda mais excelsos e mais experientes, de forma que sua magistratura das Leis Divinas seja mais perfeita e em maior consonncia com o Plano Divino. Da mesma forma como eles esto procurando seu prprio desenvolvimento evolucionrio, tambm esto os outros seres em sua esfera de operao, no importando o estado evolucionrio desses seres menores.

    Cada ser possui inato o desejo de esforar-se por alcanar maior harmonia com a operao do Plano Divino, lutando para tornar-se um expoente mais hbil dessas Leis, mesmo que aparentemente esteja empregando mal suas habilidades e, algumas vezes, agindo contrrio s Leis Divinas. Ainda que aja dessa forma, esse indivduo nada fez alm de colocar-se sob a operao de uma dessas Leis, cuja funo especfica corrigi-lo; de forma que com o tempo ele aprenda a trabalhar em harmonia com a Grande Lei, ao invs de trabalhar contra ela.

    Tendo afirmado a existncia das Leis Divinas, o prximo passo demonstrar que elas so operativas. Isso ser feito atravs da exposio de doutrinas que foram selecionadas para exemplificar a operao das Leis. As doutrinas representam os ensinamentos da Sabedoria Antiga, ou da Filosofia Esotrica (Gupta-Vidy o termo em snscrito), conforme apresentadas no trabalho intitulado A Doutrina Secreta. Mas primeiro, note a enumerao das Leis e doutrinas associadas, pois isso dar a sequencia na qual so consideradas, enquanto ao mesmo tempo fornecer uma viso da natureza e do escopo do trabalho.

    A LEI DE PERIODICIDADE. Esta demonstrada atravs do axioma que para todo o perodo de atividade existe um consequente intervalo de repouso, observvel na natureza atravs do dia e da noite, das idas e vindas da mar, dos processos de viglia e sono, nascimento e morte, e assim por diante. Uma fase desta Lei se manifesta como a Lei da Constante Renovao, na qual a necessidade do renascimento, ou retomada de um corpo, demonstrada. Desta forma, a doutrina que exemplifica a Lei de Periodicidade chamada de Doutrina da Constante Renovao.

    A LEI DO AJUSTE. Uma vez que a harmonia segue como consequncia natural do desdobramento do Plano Divino, sempre que esta for perturbada, um ajuste precisa ser feito de forma que o equilbrio rompido possa ser restaurado. Uma palavra que explica a ao desta Lei bem conhecida, de fato at mesmo chamada de Lei do Carma. A exposio da Lei do Carma fornecida na Doutrina do Equilbrio e Harmonia.

    A LEI DA UNIDADE ESSENCIAL. Esta Lei ilustra verdadeiramente a operao do Plano Divino, cada entidade vive sua vida no campo ou esfera de um grande ser; o grande ser mantm a esfera para os menores. A Doutrina das Hierarquias o nome escolhido para a doutrina que exemplifica a Lei da Unidade Essencial. Seres graduados a definio intencionada com a palavra hierarquias, infinitas em nmero. Os seres que formam e vivem no universo esto todos ligados por um lao comum de origem de acordo com a Lei.

    A LEI DO AUTO-DESENVOLVIMENTO. Esta lei demonstrada pelo anseio que faz com que cada entidade busque expressar-se de acordo com suas caractersticas essenciais. A doutrina associada a esta Lei chamada de Doutrina da Unidade Essencial.

    A LEI DO MOVIMENTO. Tudo demonstra a ao desta Lei, pois nada pode permanecer isolado ou esttico. Alguma fora impele eternamente para frente, na busca de um estado superior. uma lei fundamental em Ocultismo que no h repouso ou cessao de Movimento na Natureza. Esse Movimento aplicvel no somente durante os perodos de atividade mas tambm durante os perodos de repouso. A Doutrina da Mudana Contnua exemplifica a Lei do Movimento Eterno.

    A LEI SETENRIA. A prevalncia do nmero sete to familiar nos sete dias da semana, nas sete cores do arco-ris, nas sete notas da escala musical indica que esta Lei operativa. Especial ateno dada aos seguintes setes: os sete Planos, os sete Lokas e Talas, os sete Tattvas ou , os sete Princpios Csmicos, a constituio

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    setenria do homem. As consideraes sobre a Lei Setenria prosseguem nos trs captulos seguintes intitulados: A Doutrina das Esferas (o qual subdividido em sete sees); A Doutrina das Raas; A Doutrina das Rondas.

    Seguindo a Lei Setenria, outra fase da Lei de Periodicidade revista sob o ttulo Os Estados Aps a Morte, respondendo questo: O que acontece ao homem quando ocorre a morte?

    A LEI DA COMPAIXO. Embora presente por todo o universo, e sendo uma necessidade fundamental na consecuo dos propsitos do Plano Divino, a Doutrina

    das Duas Sendas ilustra a operao da Lei em um grau superlativo. A LEI DO VIR A SER. O ttulo escolhido para esta Lei esfora-se por

    expressar em palavras aquele desconcertante mistrio presente na manifestao da Vida que penetra toda entidade, grande ou pequena. Tudo veio do ksa em obedincia a uma lei de Movimento nele inerente, e depois de uma certa existncia desvanece. O nome escolhido para a doutrina associada com esta Lei Doutrina do Conhecimento Universal. Embora admitindo que o assunto esteja alm do alcance do homem em seu presente estgio evolucionrio, uma vez que as faculdades superiores no esto totalmente desenvolvidas, de qualquer forma, algumas das ideias mais superiores apresentadas em A Doutrina Secreta so analisadas neste captulo de concluso.

    Apresentando para a sua considerao as doutrinas associadas com as Leis Divinas, colocamos o leitor en rapport com o grande Continente de Pensamento representante da Sabedoria das eras a herana da raa humana. Possa ser de auxlio a voc como foi queles que a contactaram e por sua vez a transmitiram, de forma que a sua viso possa ser mais ampla, seu entendimento mais profundo, de maneira que a sua vida seja mais nobre, sempre caminhando para maior harmonia com o Plano Divino.

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    CAPTULO I

    A Doutrina da Constante Renovao

    A primeira Lei Divina a ser considerada a Lei de Periodicidade. Esta exemplificada no axioma que para todo perodo de atividade existe um consequente e igual perodo de repouso; a ser seguido por outro impulso para a atividade e um consequente intervalo para repouso; a ser seguido por uma outra srie, e assim por diante. Isso admiravelmente exemplificado pelo padro familiar dos dias e noites (que ocorrem pela rotao da terra em torno do sol); o dia seguido pela noite, e a noite afasta-se depressa quando a alvorada anuncia um novo dia. Ento, com o pr do sol outra noite se insinua enquanto o dia se vai. Dizemos: cada amanhecer trs um dia um novo dia! verdade. Existe uma constante procisso de novos dias, assim tambm como um nmero consequente de novas noites. Os dias so constantemente renovados: as noites oferecem incessantemente oportunidade para a renovao.

    Ligada a esta Lei de Periodicidade h uma ideia bsica, a qual est formulada em A Doutrina Secreta como uma proposio: a segunda das trs dessas frmulas chamadas de proposies fundamentais. So consideradas to importantes que todo o sistema de pensamento apresentado em seus volumes baseia-se no correto entendimento dessas proposies. Entretanto, ao invs de serem apresentadas no incio deste trabalho, essas trs proposies fundamentais sero consideradas separadamente, em seu prprio conjunto, juntamente com as doutrinas que as exemplificam. Separadas desta forma podero ser estudadas com maior proveito.

    A Lei de Periodicidade enfatiza a necessidade de uma constante renovao. Sem essa renovao, as foras que requerem manuteno se dissipariam. Assim, esse aspecto de constante restaurao representa um perodo de atividade tecnicamente chamado de Manvantara, literalmente um perodo entre dois Manus, da palavra snscrita composta: Manu, um grande Ser Divino (dos quais existem 14) denominados os Soberanos da Terra, cada Manu estando encarregado de um Grande Perodo; antara, entre. Um Manvantara representado na Filosofia Esotrica como o Expirar do Grande Alento. O Inspirar visto como um perodo de descanso, tecnicamente chamado de Pralaya, literalmente um perodo de dissoluo: da palavra snscrita composta pra, para longe; laya, da palavra-raiz li, dissolver. No obstante, mesmo durante o perodo de repouso, o Movimento Eterno no cessa.

    O aparecimento e desaparecimento do Universo pintado como um

    exalar e um inspirar do Grande Alento, o qual eterno, e que, sendo Movimento, um dos trs aspectos do Absoluto o Espao Abstrato e a Durao sendo os outros dois. Quando o Grande Alento projetado, chamado de Sopro Divino, e visto como o respirar de uma Divindade Incognoscvel - a Existncia nica que sopra um pensamento, e este se torna um Kosmos. Da mesma forma, quando o Sopro Divino inspira, o Universo desaparece no peito da Grande Me, que adormece envolta em seus mantos invisveis. (I, 43, ed. or. *)

    A Grande Me aqui equivale ao ESPAO Infinito. O Kosmos (aqui grafado

    com um k) equivale na Doutrina Secreta ao Universo; cosmos (com c) usado com o significado genericamente aceito da palavra: o mundo, ou antes, o sistema solar.

    Uma vez que o universo segue essas pulsaes rtmicas em harmonia com o Plano Divino, todas as partes do universo devem da mesma forma observar a mesma lei com a qual o universo se conforma: assim como com o Todo, assim com as partes. Assim sendo, o homem segue os mesmos padres atravs de seu ciclo de vida. Durante o dia ele levanta e pe em movimento um perodo de atividade; durante a noite vai dormir e tem um perodo de repouso. No dia seguinte ao acordar, d origem a outro perodo de atividade, e de noite se retira para outro perodo de repouso. Eventualmente se retira da atividade da vida como um todo deixa a esfera Terrestre, entrando em outras esferas que no so visveis para ns. Ali o homem tem um longo

    * A Doutrina Secreta, Vol. I, pp. 115-6, vol. 6 ed.; Vol. I, 74, 3 ed.

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    perodo de repouso. No obstante, em harmonia com o Plano Divino, mais cedo ou mais tarde ele ter que inaugurar outro perodo de atividade. Isso feito quando retorna Terra e nasce novamente como uma criancinha, de forma a tomar um outro longo perodo de atividade esse novo perodo, ou ciclo de vida, novamente marcado por curtos perodos de atividade e repouso.

    O homem segue esse aparecimento e desaparecimento cclico na terra por que a Terra na qual vive observa o mesmo padro. No apenas a Terra mas todos os planetas do sistema solar so governados pela mesma lei, porque o regente do sistema o Sol est em conformidade com o mesmo ciclo rtmico de aparecimento e desaparecimento: um manvantara solar seguido por um pralaya solar. Da mesma maneira, possui o universo seu perodo de atividade e seu perodo de repouso. Em cada caso seja homem, planeta, sol, universo cada um est pulsando em harmonia rtmica com a atividade da Lei Divina o Plano Divino.

    A SEGUNDA PROPOSIO FUNDAMENTAL A anlise da segunda proposio fundamental d continuidade ao tema da Lei

    de Periodicidade. A proposio se inicia com as seguintes palavras: Mais alm, a Doutrina Secreta afirma: A Eternidade do Universo in toto um plano infinito... (I,16*).

    Ao ler esta citao, importante no fazer pausa aps a palavra universo,

    mas preferencialmente depois de in toto (que significa em sua inteireza); a razo que o conceito aqui intencionado no uma considerao do universo no senso comumente aplicado palavra. Ao contrrio, o que intencionado postular que o Universo in toto equivalente ao que se chama de ESPAO em A Doutrina Secreta, como o TODO infinito e sem fronteiras, no qual incontveis universos tm existncia. A prxima frase da proposio mostra que esta interpretao est correta:

    periodicamente o ptio para inumerveis Universos aparecerem e desaparecerem incessantemente, chamados de estrelas manifestantes, e de centelhas da Eternidade. (I,16)

    Este processo de manifestao e desaparecimento de universos tipifica a ao

    da Grande Lei. A razo para o seu aparecimento e desaparecimento no est includa na proposio, mas fornecida vrias pginas adiante, como segue:

    A Doutrina Secreta ensina o desenvolvimento progressivo de tudo,

    mundos assim como tomos; e esse estupendo desenvolvimento no possui qualquer incio concebvel ou fim imaginvel. Nosso Universo apenas um dentre um nmero infinito de Universos, todos eles Filhos da Necessidade, pois esto ligados na grande cadeia Csmica de Universos, cada um sendo um efeito com relao ao seu predecessor, e sendo uma causa com relao ao seu sucessor. (I,43)

    Embora, para uma pessoa educada no ocidente, possa parecer inimaginvel a

    inexistncia de um comeo concebvel para o desenvolvimento evolucionrio de um mundo, um momento de considerao ideia demonstrar que esta afirmao se encontra em muito mais estreito relacionamento com o estado de coisas no qual nos encontramos, isto , numa esfera situada no meio das vastas distncias do Infinito. Ter certeza de que h um comeo para esta Terra, assim como haver um fim para esta Terra no o ponto em questo. Todavia, antes desta Terra ter existncia, houve uma esfera precedente, e antes desta, uma antecedente, e assim por diante, lanadas incalculavelmente aos estados inferiores deste desenvolvimento evolucionrio. Da

    * Vol. I, p. 82, ed. 6 vol.; I, 45, 3 ed. Vol. I, 115, ed. 6 vol.; I, 74, 3 ed.

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    mesma forma, podemos visualizar um crescente avano evolucionrio neste mundo, projetando-se mais e mais alto, infinitamente alm do alcance de nossa imaginao, aos mais superiores estgios de evoluo. No este um conceito mais grandioso do que uma simples passagem pela existncia planetria? Tendo apenas uma curta vida terrena para cada homem neste globo?

    De forma similar, assim como existe uma cadeia de mundos, no sentido de uma srie de mundos, cada um sendo o efeito ou o resultado do mundo anterior e a causa para seu sucessor, assim h uma srie de aparies para o homem nesta Terra, cada manifestao sendo o resultado de um ciclo de vida anterior, e a vida presente sendo a causa para a prxima existncia.

    A palavra plano na citao anterior merece ateno uma vez que frequentemente usada, e necessita definio. Aqui no tem o sentido que encontramos no dicionrio, to pouco em seu significado Latino de nvel, grosseiramente traduzindo: planus, ao invs:

    Como usado no Ocultismo, o termo denota o mbito ou extenso de um certo estado de conscincia, ou do poder perceptivo de um conjunto particular de sentidos, ou a ao de uma fora particular, ou o estado de matria correspondente a qualquer um dos acima.*

    Assim, a frase da Segunda proposio fundamental; A Eternidade do Universo

    in toto um plano infinito, pode ser entendida como Espao Eterno at onde a conscincia capaz de conceb-lo sem qualquer limite, direo ou tempo existe sem cessao. Nesse Ser-Total, Universos incontveis aparecem e desaparecem continuamente.

    A proposio continua referindo-se ao homem, o que indica, como muitas vezes ocorre em A Doutrina Secreta, que um smbolo pode se referir tanto ao macrocosmo quanto ao microcosmo o universo ou o homem. Isso ocorre por que o homem est indissoluvelmente ligado ao Universo; ao mesmo tempo chama a ateno para o fato de que a mesma Lei Divina se aplica igualmente ao universo e ao homem. A frase fornecida em linguagem mstica no Livro de Dzyan:

    A Eternidade do Peregrino como um piscar do Olho da Auto-Existncia. O aparecimento e desaparecimento de Mundos como o regular fluxo e refluxo das mars. (I, 16-17)

    Na segunda frase o Livro de Dzyan tambm citado, mais uma vez enfatizando

    a Lei de Periodicidade, desta vez atravs da referncia ao das mars em seu ciclo rtmico de fluxo e refluxo.

    A CONDIO DA MNADA EM RELAO CONSTANTE RENOVAO Uma nota de rodap est conectada palavra Peregrino, a qual importante

    uma vez que estabelece o uso do termo: Peregrino a denominao dada nossa Mnada (o dois em um) durante seus ciclos de encarnao. (I,16)

    O Ciclo de Encarnaes ou o Ciclo de Necessidade (com tambm chamado)

    amplamente considerado na terceira proposio fundamental, uma vez que este o tema principal dessa proposio. Mas podemos apontar de passagem que o prprio termo postula a reencarnao do homem reencarnao como uma fase da Doutrina da Constante Renovao. Pois se h de existir ciclos de encarnaes um grande nmero, no necessariamente um nmero especfico ou pr-determinado de encarnaes deve haver um princpio, ou princpios, inerente constituio humana

    * Glossrio Teosfico, por H.P. Blavatsky, p. 255. Vol. I, p. 82, ed. 6 vol.; I, 45, 3 ed. Veja Captulo V, a Doutrina da Mudana Contnua

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    que permanea intacto atravs da mudana ocorrida, ou seja, quando o despojamento das vestes, ou revestimentos, inferiores ocorre. Este processo geralmente chamado de morte. Uma vez que as vestes inferiores so despojadas, elas precisam ser renovadas durante os ciclos de encarnaes. O mpeto para a sua renovao proporcionado pelos princpios que permanecem inalterados no homem durante seu ciclo de vida neste planeta, e os quais so referidos na citao sob o termo de Mnada.

    A respeito da Mnada um termo que gera muita confuso, primeiro por ser usado muito vagamente, sem preciso; segundo por que usado de duas maneiras diferentes: (1) pode significar Peregrino (conforme usado na citao), e (2) pode significar a essncia da qual brota o Peregrino. Pode-se dizer que a Mnada um Raio da Essncia Mondica, numa tentativa de clarear este ponto em particular. Uma terceira razo (talvez s aplicvel queles que estejam familiarizados com o grego): Mnada primitivamente significa unidade, um, aquele que indivisvel, como sugere seu significado original da palavra grega. Alm do mais, a Centelha da Eternidade , na verdade, vista como indivisvel. No obstante na prpria passagem onde considerada como Peregrino, tambm se faz referncia ao dois em um, aparentemente uma duad. Isso demanda uma explicao.

    O dois em um faz referncia aos princpios superiores do homem (em sua constituio setenria) tman e Buddhi, embora tman seja vrias vezes traduzido como alma, especialmente em compndios. Um melhor significado seria ser, o Ser Divino. O significado essencial da palavra tman pode ser melhor traduzido para respirao (conforme sugerido por alguns estudiosos, pois a palavra seria derivada do verbo an, que significa respirar), o que d ensejo ao pensamento mstico de que tman expirado a partir da Origem de TUDO, a Fonte da Existncia.

    tman pode ser descrito como uma parte de ns que mais universal que individual em seu aspecto; no aquela parte de ns que percebe e diz eu sou eu, nem aquela que declara eu sou, mas sim, eu sou um com o TODO. Entretanto, esse aspecto universal no capaz de funcionar diretamente nos planos mais inferiores de existncia, nem no mundo fsico. Seu nico contato com os planos inferiores feito atravs do updhi (para se usar o termo tcnico). Tem-se geralmente aplicado a Updhi o significado de base ou veculo, embora tambm possa ser entendido como substituto, apario, disfarce do esprito, ou vu do esprito. Pois a palavra um composto de upa, um prefixo preposicional que significa em direo , perto, sobre; e dh, colocar, ou at depositar. Assim, novamente, updhi pode ser entendido como aquele que depositado por tman a saber, o sexto princpio, Buddhi.

    Buddhi cujo derivado vem do verbo budh, saber, iluminar vastamente interpretado como a Alma Espiritual, a inteligncia, o poder de discernimento, intuio. Na Filosofia Esotrica, Buddhi o updhi, ou vu do esprito de tman e funciona no homem como o Princpio Discriminador. esta unio do dois em um, tma-Buddhi, que constitui a Mnada.

    Ciente de que uma confuso pode surgir com relao palavra Mnada, fornecemos um esclarecimento:

    Talvez no esteja totalmente correto, dentro das linhas estritamente metafsicas, chamar tma-Buddhi de MNADA, uma vez que na viso materialista ele dual e portanto composto. Mas como Matria Esprito, e vice versa; e uma vez que o Universo e a Divindade que o formam so inseparveis; o mesmo se aplica ao caso de tma-Buddhi. (I, 179*)

    Algumas vezes encontramos um adjetivo qualificador aplicado Mnada, assim

    como Mnada Mineral, Mnada Vegetal, Mnada Animal, Mnada Humana, o que de novo gera confuso. Este ponto tambm est esclarecido:

    Agora, a Essncia Mondica, ou melhor, Csmica (se podemos usar o termo)

    no mineral, vegetal e animal, embora a mesma ao longo das sries de ciclos desde o mais baixo elemental at o Reino Dvico, difere na escala de

    * Vol. I, p. 231, ed. 6 vol.; I, 202, 3 ed.

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    progresso. Seria muito enganoso imaginar a Mnada como uma Entidade separada trilhando lentamente seu caminho em trilhas diferentes atravs dos Reinos inferiores, e aps uma incalculvel srie de transformaes florescendo em um ser humano; resumindo, que a Mnada de um Humboldt tenha a mesma idade de um tomo de uma horblenda. Ao invs de dizer

    uma Mnada Mineral, a fraseologia mais correta em cincia fsica, a qual diferencia cada tomo, seria, claro, cham-la de a Mnada que est se manifestando naquela forma de Prakriti chamado de Reino Mineral.... Os Peripatticos aplicavam a palavra Monas ao todo do Kosmos, no senso pantestico; e os Ocultistas, embora aceitando esse pensamento por convenincia, distinguem os estgios progressivos de evoluo da forma concreta a partir do abstrato, dos quais a Mnada Mineral, Vegetal, Animal, (etc.) so exemplos. O termo simplesmente significa que a onda de mar da evoluo espiritual est passando atravs desse arco de seu circuito. (I, 178*)

    Desta forma, as Mnadas que passam por esse arco de seu circuito que

    demanda uma experincia evolucionria no Reino Vegetal manifestam-se naquela forma de Pakriti apropriada ao Reino Vegetal. Da mesma forma, as Hostes Mondicas que necessitam experincia no Reino Animal possuem veculos adequados a esse Reino, enquanto que as Hostes de Mnadas que procuram um estgio de desenvolvimento no Reino Humano, usam corpos humanos. Por serem os corpos agregados, compostos por pequenas vidas, ou clulas, as quais esto continuamente passando por seu ciclo de experincia evolucionria, sua incessante atividade na renovao do veculo proporciona ao corpo humano um updhi para os princpios mais elevados.

    Quando o termo Mnada usado junto com o equivalente snscrit