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O contrato de seguro nas relações de consumo. Autores: Otávio Alexandre M. de O. Filho (acadêmico do curso de Direito da UNIFACS – Universidade Salvador); Thiago Vianna Berenguer (acadêmico do curso de Direito da UNIFACS – Universidade Salvador). Sumário: 1 Introdução. 2 Contrato de seguro e o código de defesa do consumidor. 3 O corretor de seguros e a venda das apólices. 4 Conclusão. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo propõe-se a discutir a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do Código Civil (no livro que trata especificamente dos contratos de seguro) nos contratos de seguros. Assim, a atividade securitária pode ser tratada como uma relação de consumo? Um dos principais pontos envolvidos nos litígios envolvendo segurador e segurados é a questão das cláusulas limitativas dos direitos dos segurados. Muitas vezes estas cláusulas não vêm redigidas de acordo com o que determina o CDC. 1

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O contrato de seguro nas relações de consumo.

Autores:

Otávio Alexandre M. de O. Filho (acadêmico do curso de Direito da UNIFACS –

Universidade Salvador);

Thiago Vianna Berenguer (acadêmico do curso de Direito da UNIFACS –

Universidade Salvador).

Sumário: 1 Introdução. 2 Contrato de seguro e o código de defesa do consumidor. 3

O corretor de seguros e a venda das apólices. 4 Conclusão.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo propõe-se a discutir a aplicabilidade do Código de Defesa do

Consumidor (CDC) e do Código Civil (no livro que trata especificamente dos

contratos de seguro) nos contratos de seguros. Assim, a atividade securitária pode

ser tratada como uma relação de consumo?

Um dos principais pontos envolvidos nos litígios envolvendo segurador e segurados

é a questão das cláusulas limitativas dos direitos dos segurados. Muitas vezes estas

cláusulas não vêm redigidas de acordo com o que determina o CDC.

Em diversos julgados percebe-se que os juízes têm entendido que a lei

consumerista impera quando estamos diante de um litígio entre seguradora e

segurado. Isso não deve acontecer. Como será visto o Código de Defesa do

Cosumidor não revogou as regras sobre contrato de seguro contidas no Código

Civil, apenas veio a igualar os sujeitos da relação contratual.

Desta forma, as cláusulas limitativas existentes nestes contratos são plenamente

possíveis, desde que estejam em conformidade com o que determina o artigo 54 da

Lei 8.078/90.

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Além das cláusulas limitativas, existem outros assuntos polêmicos na relação

seguradora e segurado. Dentre eles podemos citar a prescrição. Qual seria o prazo

prescricional? O determinado pelo Código Civil ou pelo Código de defesa do

Consumidor? Neste caso, tem que verificar se houve vício ou fato do produto (má

prestação do serviço).

Questão não menos importante é a relação entre corretor de seguros, seguradora e

segurados. Na maioria das vezes o corretor de seguros é tratado como se fosse um

empregado, um preposto da seguradora. Porém, de acordo com o artigo 125 do

Decreto-Lei 73/66, não existe vínculo empregatício entre corretor e segurador. Desta

forma, o corretor é um representante do segurado perante as companhias

seguradoras, promovendo, assim, os interesses daquele.

Por fim, pelas características inerentes aos contratos de seguros (aleatoriedade,

risco, contrato de boa-fé) o magistrado tem que analisar cada caso concreto para

não tornar o consumidor/segurado muito mais forte, acabando por derrubar a

finalidade do Código de Defesa do Consumidor, que é igualar os sujeitos

contratuais.

2 CONTRATO DE SEGURO E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 3º, §2º traz a definição de serviço e

nesta definição se inclui a atividade securitária. Assim, serviço é “qualquer atividade

fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza

bancária, financeira, de crédito e securitária” (BRASIL, 1990, p. 919).

É importante, de logo, afirmar que a Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, não

acabou com as características do contrato de seguro. Pelo contrário, o contrato de

seguro permanece como um negócio jurídico particularizado e com o surgimento da

lei consumerista esta só veio assegurar a efetividade das regras sobre seguros

contidas no Código Civil (BERMUDES, 1997, p.98).

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Dentre as normas contidas no Código de defesa do consumidor e que são aplicáveis

aos contratos de seguros, podemos citar alguns artigos do referido diploma, como

aos artigos 56; 51, incisos I a XVI e o artigo 54, que trata dos contratos de adesão.

Nas ações judiciais em que esteja discutindo cláusulas contratuais, a maiorias dos

litígios envolvem as cláusulas que limitem o direito dos segurados/consumidores ou

cláusulas limitativas.

Por vezes, o intérprete da norma consumerista, acha que em alguns momentos a

citada lei restringe as cláusulas limitativas contidas em todos os contratos de seguro.

Quando, em verdade, as cláusulas que delimitem as coberturas contratadas e a

extensão dos riscos, são plenamente possíveis.

Neste sentido, Bermudes (1997, p. 101) afirma que:

Na minha intensa prática de patrocinador de causas de seguradoras, conquanto defrontando quadros dramáticos, ainda não encontrei razões de ordem jurídicas capazes de abalar a convicção de que o Código de Defesa do Consumidor não contém normas revogadoras das que permitem a limitação ou particularização dos riscos do seguro. Os argumentos usados em sentido contrário são, no mais das vezes, ou emocionais, quando acentuam contundentemente a gravidade de uma situação particular, ou simplórios e desgarrados do modelo econômico da Constituição, quando pretendem transformar as seguradoras em cumpridoras das obrigações do estado de proteger a saúde e seus jurisdicionados.

Atente-se para o fato de que, o grande problema nos contratos de seguro, é a

redação das cláusulas que limitam os direitos dos segurados. Muitas vezes estas

cláusulas são redigidas de forma a dificultar o entendimento dos consumidores ou

são confeccionadas em letras pequenas e que dificultem a sua visualização. Ou

seja, as cláusulas limitativas continuam a existir, apenas deverão ser redigidas “[...]

destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão” (BRASIL, 2005, p. 923).

Conforme verificado acima, é plenamente possível, por exemplo, a existência de

cláusulas que excluem certos tipos de enfermidades ou que impliquem em negativa

de indenização ao segurado que esteja conduzindo seu automóvel em estado de

embriaguez.

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Muito embora o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não proíba a existência de

cláusulas limitativas, é importante apontar que não se devem confundir cláusulas

limitativas com cláusulas abusivas.

As cláusulas limitativas são partes inerentes aos contratos de seguro, que por sua

natureza implica em delimitação dos riscos a serem assumidos pelo segurador.

Assim, delimitações dos riscos assumidos, bem como a abrangência do referido

contrato é permitida e em conformidade com o CDC. O que não pode ocorrer é a

existência de cláusulas não condizentes com o contrato e que impliquem em

estabelecer para o segurado obrigações iníquas, abusivas e que estejam em

desacordo com a boa-fé contratual inerente a estes tipos de contratos. Caso assim

não fosse poderia ensejar uma eventual cobertura securitária sem o respectivo

pagamento do prêmio por parte do segurado (HUBER, DETTMER, 2004 apud

KRIEGER FILHO, 2000, p.102).

Não é demais acrescentar que, pelo princípio da liberdade de contratar, não há nada

de abusivo em o segurador recusar a segurar determinado bem ou assumir riscos

que não lhe seja conveniente. Temos que lembrar que um dos princípios basilares

do seguro e o mutualismo. Se o segurador passar a assumir todos os tipos de riscos

sem analisar sua capacidade técnica ou viabilidade do negócio, estará pondo em

risco o grupo de segurados como um todo.

Neste sentido, Cavalieri Filho (1997, p. 130) pontua que:

Uma das características que me parece fundamental é que àquela ‘cláusula abusiva’ não se confunde com a restritiva. “Restritiva é aquela que procura limitar as obrigações a serem assumidas pelo segurador. Ele pode, face ao princípio da liberdade de vontade, e que não foi alterado pelo Código de Defesa do Consumidor, dizer: ‘Não assumo esta obrigação, o meu cacife não chaga a tanto.’ Todos nós sabemos que isso ocorre no mundo do seguro dependendo da gravidade do risco e do montante da indenização. Faz-se até resseguro, co-seguro etc. Pode chegar ao ponto em que o segurador diga: ‘Eu não tenho mais condições de assumir este risco’. Logo, se não for permitido limitar o seu risco, isto é, limitar a sua obrigação, nós seremos obrigados a contratar, a ser o segurador universal.

Igualmente, Huber e Dettmer (2004 apud MORETI e SILVA, 2003), afirmam que:

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[...]a própria natureza do contrato de seguro impõem a existência de cláusulas limitativas, pois ele se fundamenta na mutualidade e cálculo das probabilidades de delimitação dos riscos que serão cobertos para definir o valor de seu preço (prêmio) e da futura indenização. Desta forma, o contrato de seguro contém cláusulas que são limitativas dos riscos para viabilizar suas contratações e indenizações. Ainda, ratificam eles, o que já foi até então constatado, de que o CDC permite a inclusão de cláusulas limitativas de direito, desde de que tais cláusulas estejam necessariamente inseridas no contexto contratual na forma prevista no CDC.Existem casos que o consumidor não está sendo prejudicado ou vítima da contratualidade operante. Há situações que até podem deixar o consumidor descontente, mas não por isso que alguma ilegalidade fora praticada contra ele.

Outra questão importante a ser levantada é a prescrição da ação proposta pelo

segurado contra o segurador, ou vice e versa. Aplica-se a prescrição anual (do CC)

ou de 5 (cinco) anos do CDC?

A questão reside em tratar-se de fato do produto ou de responsabilidade civil por

inadimplemento contratual. Neste sentido, vejamos decisão proferida pelo Superior

Tribunal de Justiça (STJ):

Ementa CIVIL. CONTRATO DE SEGURO. COBRANÇA DO VALOR SEGURADO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ART. 27. PRESCRIÇÃO DE 5(CINCO) ANOS. INAPLICABILIDADE. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS POR FATO DE SERVIÇO. DESSEMELHANÇA COM A RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. PRESCRIÇÃO ÂNUA. CÓDIGO CIVIL, ART. 178, § 6º, II. LEI DE INTRODUÇÃO. ART. 2º, § 2º. RECURSO ACOLHIDO.EXTINÇÃO DO PROCESSO.I - A ação de indenização do segurado contra a seguradora,decorrente do contrato de seguro, prescreve em um ano, não tendo aplicação o art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, dispondo essa norma a propósito da prescrição em cinco(5) anos nas ações de reparação de danos por fato de serviço, que não guarda relação com a responsabilidade civil decorrente do inadimplemento contratual.II - Na linha do § 2º do art. 2º da Lei de Introdução, a lei nova,no caso o Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer disciplina especial quanto à ação de reparação de danos por fato de serviço, aí incluindo os decorrentes das relações de consumo entre segurado e seguradora, não revogou o art. 178, § 6º, II do Código Civil, sendo esse dispositivo mais amplo, a englobar as demais ações entre segurado e seguradora.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento. Votaram com o Relator os Ministros Barros Monteiro, Cesar

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Asfor Rocha e Ruy Rosado de Aguiar. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Aldir Passarinho Júnior.

Resumo EstruturadoOCORRENCIA, PRESCRIÇÃO ANUA, AÇÃO JUDICIAL, RESPONSABILIDADE. CIVIL, DECORRENCIA, INADIMPLEMENTO, CONTRATO DE SEGURO, APLICAÇÃO, NORMA, CODIGO CIVIL, INAPLICABILIDADE, PRESCRIÇÃO, CINCO ANOS, PREVISÃO, CDC, NÃO CARACTERIZAÇÃO, AÇÃO JUDICIAL, REPARAÇÃO DE DANOS, DECORRENCIA, FATO, SERVIÇO.Processo REsp 232483 / RJ ; RECURSO ESPECIAL1999/0087212-6, Processo, REsp 232483 / RJ; RECURSO ESPECIAL 1999/0087212-6, Relator(a) Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA (1088), Órgão Julgador:T4 - QUARTA TURMA, Data do Julgamento 15/02/2000, Data da Publicação/Fonte DJ 27.03.2000 p. 113 (BRASIL, 2000).

Atente-se para o fato de que mesmo que o acórdão tenha sido proferido em 2000 e

atualmente o Novo Código Civil esteja em vigor, à nova lei contém a mesma

disposição quanto à prescrição relativa ao contrato de seguro:

ART. 206. PRESCREVE:§ 1º EM 1(UM) ANO:I – A PRETENSÃO DO SEGURADO CONTRA O SEGURADOR, OU A DESTE CONTRA AQUELE, CONTANDO O PRAZO:A) PARA O SEGURADO, NO CASO DE SEGURO DE RESPONSABILIADADE CIVIL, DA DATA EM QUE É CITADO PARA RESPONDER À AÇÃO DE INDENIZAÇÃO PROPOSTA PELO TERCEIRO PREJUDICADO, OU DA DATA QUE A ESTE INDENIZA, COM A ANUÊNCIA DO SEGURADOR;B) QUANTO AOS DEMAIS SEGUROS, DA CIÊNCIA DO FATO GERADOR DA PRETENSÃO; (BRASIL, 2005, p. 193)

Com este precedente jurisprudencial e com a permanência da prescrição de um ano

pelo Novo Código Civil, já ficou confirmado que “[...] a pretensão do legislador em

aplicar – nos casos de discussão de consumo propriamente dita, sem que haja a

ocorrência de vícios ou fato do produto (má prestação do serviço) – o prazo

prescricional de um ano” (HUBER, DETTMER, 2004).

O cerne da questão repita-se, é como as cláusulas limitativas são redigidas, neste

sentido:

Preceitua o § 4º do art. 54 que ‘as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão’. No tocante ao seguro, em vez de impedir a limitação ou particularização do risco, que é da essência desse contrato, o § 4º do art. 54 às admite, condicionando-as, entretanto, às cláusulas

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elaboradas em consonância com o §3º e redigidas com destaque que lhes realce o conteúdo (BERMUDES, 1997, p. 102).

Por fim, não podemos deixar de comentar o disposto no art. 47 do CDC. O aludido

artigo determina que “as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais

favorável ao consumidor” (BRASIL, 2005, p. 922).

Assim, segundo Bermudes (1997, p. 104):

Não se pode, entretanto, ser aplicada como se ela houvesse emprestado conteúdo jurídico ao apelo publicitário do dístico ‘o freguês sempre tem razão’. Portanto, não se interprete essa regra como um mandamento de que se componham as lides emergentes das relações jurídicas apanhadas pelo Código, inclusive as do seguro, invariavelmente do modo mais propício ao consumidor. Exageros que a experiência diária documenta justificam esta ponderação. Interpretem-se as cláusulas contratuais do modo mais favorável ao consumidor, na para se compensar uma desigualdade econômica com uma desigualdade jurídica. Esse entendimento parece incompatível com os princípios dos art. 170 da Constituição da República.

Desta forma, com o advento do Código de defesa do Consumidor o que o legislador

buscou foi um equilíbrio entre as partes em uma relação de consumo (fornecedor e

consumidor). Acontece que aconteceu o inverso: o CDC não conseguiu colocar os

consumidores e fornecedores num mesmo patamar, acabando por conferir uma

força maior ao consumidor, ou seja, o consumidor passou a ser hipersuficiente,

terminando por desequilibrar a relação consumerista (PINTO, 1997, p. 119).

3 O CORRETOR DE SEGUROS E A VENDA DAS APÓLICES

Uma questão que não pode deixar de ser tratada é a relação jurídica entre o corretor

de seguros e o segurado. De início, cumpre chamar atenção que o corretor de

seguros, ao contrário do que muitos pensam, não é funcionário do segurador, e sim,

representante do segurado perante as companhias de seguros.

A atividade do corretor (aqui de modo geral sem especificar corretor de seguros,

imóveis, etc) é regida pelo CC nos artigos 722 a 728. No art. 722 está a definição do

contrato de corretagem:

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Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas (BRASIL, 2005, p. 216)

O artigo 122 do Decreto Lei nº 73/66 delimita o conceito de corretor de seguros,

conforme transcrição abaixo:

Art 122. O corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado (BRASIL, 1966).

Ou seja, o corretor de seguros “é um mediador entre as partes: seguradora e

segurado” e esta mediação “faz com que as diferenças entre as partes (segurado e

seguradora) sejam diminuídas” (BERTASI, 2005, p. 35).

Quando uma pessoa decide contratar um seguro, caso queira fazer da forma

correta, necessariamente precisará do auxílio de um corretor de seguros para

promover seus interesses perante a companhia seguradora.

Note-se que, para exercer sua função, o corretor de seguros recebe uma

remuneração por parte do cliente que contrata os seus serviços. Mas, importante

frisar, segundo determina o artigo 124 do Decreto Lei 73/66, que “as comissões de

corretagem só poderão ser pagas a corretor de seguros devidamente habilitado”

(BRASIL, 1966).

Mas seria o corretor um preposto da seguradora?

Sobre o corretor de seguros, Venosa (2004, p. 409) assevera que:

Não é um preposto da seguradora; pode assinar a proposta em nome do segurado e para tal ao necessita de mandado escrito, bastando o oral. Sob esse prisma, o art. 775 do atual código observa que ‘os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.’ O sentido de agente, no dispositivo, é mais amplo do que o de corretor, e a situação concreta deve ser examinada. De qualquer forma, há que se ter o agente, aqui, como um preposto do segurador.

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Como o corretor de seguros pode ser caracterizado como preposto da seguradora

se este está legalmente impedido de manter qualquer relação laboral com as

Sociedades Seguradoras?

Atente-se que para o art. 722, transcrito no início deste tema, o contrato é de

corretagem quando ”[...] uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de

prestação de serviços ou por qualquer dependência, obriga-se a obter para a

segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas”, ou seja, corretor

é aquele que só tem relação de dependência com o seu mandatário (no caso o

segurado).

No caso dos corretores de seguros, estes, além de serem impedidos por lei de ter

qualquer vínculo com a sociedade seguradora (art. 125, Decreto-Lei 73/66), caso

tivesse alguma relação laboral com as companhias de seguros, estriamos diante de

uma descaterização do contrato de corretagem.

O Decreto lei nº 73/66 é bem claro ao afirmar que os corretores de seguro não

poderão exercer ou aceitar cargos que configurem relação de emprego com as

sociedades seguradoras, vejamos:

Art 125. É vedado aos corretores e seus prepostos: a) aceitar ou exercer emprêgo de pessoa jurídica de Direito Público; b) manter relação de emprêgo ou de direção com Sociedade Seguradora. Parágrafo único. Os impedimentos dêste artigo aplicam-se também aos Sócios e Diretores de Emprêsas de corretagem. (BRASIL, 1966, grifo nosso).

Talvez a grande questão seja tão controversa devido à expressão “representantes”

empregada no artigo 775 do Código Civil. Segundo o art. 775, “os agentes

autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos os atos

relativos aos contratos que agenciarem” (BRASIL, 2002, p 69).

Imperioso ressaltar, que, na maioria das vezes, o corretor de seguros é uma pessoa

jurídica. Mas existem, também, pessoas contratadas pelas seguradoras para

atenderem seus clientes e comercializarem seus produtos. No primeiro caso, o

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corretor seria sim, um representante do segurado, e não da companhia seguradora,

pois este não tem nenhuma relação de subordinação com o segurador.

Não obstante o art.775, terá que ser analisado pelo Magistrado, quando estiver

diante de um litígio, cada caso de forma individualizada, para saber ou não se o

corretor atuou de forma negligente, com imperícia, omissão, causando prejuízo ao

segurado, bem como analisar quem realmente casou a lesão ao demandante da

ação

É importante esclarecer que o Decreto Lei 73/66 prevê punições aos corretores que

venham a causar danos a seus clientes/consumidores, conforme previsão contida

nos artigos 126,127 e 128 do decreto supracitado:

Art 126. O corretor de seguros responderá civilmente perante os segurados e as Sociedades Seguradoras pelos prejuízos que causar, por omissão, imperícia ou negligência no exercício da profissão. Art 127. Caberá responsabilidade profissional, perante a SUSEP, ao corretor que deixar de cumprir as leis, regulamentos e resoluções em vigor, ou que der causa dolosa ou culposa a prejuízos às Sociedades Seguradoras ou aos segurados. Art 128. O corretor de seguros estará sujeito às penalidades seguintes: a) multa; b) suspensão temporária do exercício da profissão; c) cancelamento do registro (BRASIL, 1966).

Mas o que vem sendo notado é uma certa tendência dos julgados em determinar

que em todos os casos o corretor é em preposto da seguradora, talvez por força do

artigo 775 do Código Civil, conforme julgado abaixo:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 432.829 - RS (2001/0192264-2), RELATOR : MINISTRO BARROS MONTEIRO, AGRAVANTE : BRADESCO SEGUROS S/A, ADVOGADO : GERALDO NOGUEIRA DA GAMA E OUTROS, AGRAVADO: TELMA TECHQN MEGDESSIAN HELDVADJIAN E OUTROS, ADVOGADO : ROSMARY MARCKS PAVEZI E OUTRODECISÃOVistos, etc.Cuida-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso especial, fundado na alínea "a" do permissivo constitucional.Recorre Bradesco Seguros S/A contra o v. Acórdão recorrido, assim ementado:CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. SEGURO. AÇÃO DE COBRANÇA. NEGATIVA DA SEGURADORA AFASTADA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM SENTENÇA CONDENATÓRIA.

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Proposta enviada pelo segurado à seguradora, com o pagamento da primeira parcela do prêmio, sem qualquer ressalva da seguradora, torna obrigatório o cumprimento da obrigação. Demais disso, a falsificação da assinatura na proposta recebida pela seguradora e que deu ensejo à emissão da apólice, viciou o ato. Corretor, figura obrigatória na intermediação do contrato de seguro, por força de lei aproxima-se mais de uma síntese de preposto da seguradora do que de mandatário do segurado.Honorários advocatícios. Sua fixação entre 10% e 20% é imposição legal/processual quando a sentença é condenatória.RECURSO DA SEGURADORA IMPROVIDO. PROVIDO PARCIALMENTE O DOS AUTORES." (Fl. 154)Tocante aos arts. 1.432, 1.433, 1.434, e 1.460, do Código Civil, asolução do litígio decorreu da convicção formada pelo Tribunal a quo em face dos elementos fáticos existentes nos autos. Rever a decisão recorrida importaria necessariamente no reexame de provas, o que é defeso nesta fase recursal (Súmula 7-STJ).Ante o exposto, nego provimento ao agravo.Publique-se. Intime-se.Brasília, 29 de maio de 2002. Min.: Barros Monteiro (BRASIL 2002).

Saliente-se, que a responsabilidade do corretor de seguros começa desde a

assinatura da proposta até o final da cobertura securitária. O corretor tem o dever de

cuidar para que a cobertura contratada seja atendida e que o segurado receba a

indenização securitária em caso de sinistro. (BERTASI, 2005, P. 35).

Para isso o corretor deve: ser prudente e diligente ao executar a atividade de

mediação, prestar informações sobre o andamento do negócio (informar a

segurança, riscos, alterações de valores etc), atualização de coberturas e endossos.

Enfim, a atividade do corretor vai perdurar durante toda a vigência da apólice e sua

atividade diligente permitirá que não ocorra a incidência do disposto no art. 765 do

Código Civil, implicando em negativa de cobertura securitária. (BERTASI, 2005, p.

35).

Depois de demonstrado que o corretor de seguros não é, e nem poderia, ser um

preposto/funcionário das companhias de seguro, cabe trazer a distinção entre

agente e corretor de seguros. Esta diferença é muito importante, pois em

determinadas situações o consumidor vai até a sede da seguradora para fazer um

contrato de seguros e pensa que está diante de um corretor de seguros, quando, em

verdade está diante de um agente da seguradora.

O art. 710 do CC conceitua contrato de agenciamento:

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Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos.

Deste modo, se o consumidor contrata um seguro por meio de um corretor, este

será um intermediário contratado pelo segurado, mediante mandato, não sendo,

portanto, funcionário ou preposto da seguradora. E no exercício deste mandato,

caso ocorram falhas na prestação do serviço, o corretor será responsabilizado

civilmente (MARTINS, 2006)

Porém, se o segurado decidir realizar o seu contrato de seguro por meio de uma

pessoa que trabalha nas dependências da companhia de seguros, estaremos diante

de um funcionário (desde que devidamente identificado) ou de um agente que

trabalha para a seguradora. Nestes casos, a responsabilidade será direta em

relação à seguradora (MARTINS, 2006).

Por fim, cabe ainda um questionamento: o segurado, que foi assistido por um

corretor de seguros, em caso de uma demanda judicial, será considerado

hipossuficiente?

Sobre o questionamento Martins (2002, p. 141):

A intermediação no contrato de seguro, com respaldo na legislação vigente, é fator preponderante na verificação da responsabilidade que emerge da falha da prestação do serviço. Neste conseguinte, o consumidor-segurado perde a condição de hipossuficiente que lhe empresta o Código de Defesa do Consumidor, quando assistido por um corretor na comercialização do negócio.

Ou seja, o segurado-consumidor, quando assistido por um corretor de seguros

(regulamente habilitado para exercer tal função), passa a conhecer todas as

peculiaridades do contrato que está firmando com a Companhia Seguradora.

Portando, deixando sua condição de hipossuficiente por está assessorado por um

técnico.

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4 CONCLUSÃO

O contrato de seguro é um negócio jurídico, composto por um conjunto de pessoas

que contribuem para um fundo comum, no intuito de se precaver de prejuízos que

podem ocorrer ou não. Em uma simples análise é a transferência de um risco

previsto em contrato, mediante pagamento de uma quantia pecuniária (prêmio) para

o segurador que irá ressarcir o dano sofrido pelo bem segurado.

Sob a ótica da lei de proteção aos consumidores, a atividade securitária é tida como

um serviço, conforme o art. 3, § 2º. O Código de Defesa do Consumidor não acabou

com as características essências do contrato de seguro. Este negócio permanece

particularizado e a legislação consumerista contribui para a efetividade de suas

regras.

O CDC, como o próprio nome já diz, tem como função principal proteger os

consumidores, tentando compensar juridicamente a desigualdade entre o

consumidor e fornecedor. Acontece que, atualmente, o CDC tem sido mal

interpretado sendo conferido uma força maior as consumidores de forma a

ultrapassar a isonomia que a lei busca, ficando o consumidor “hipersuficiente” diante

do fornecedor.

Não raras vezes, em ações judiciais que estejam discutindo cláusulas contratuais, o

CDC é interpretado como se as normas contidas nos artigos 757 a 802 tivessem

sido revogadas pela lei consumerista. A grande prova da interpretação incorreta do

CDC estar no entendimento de alguns magistrados sobre as cláusulas limitativas

contidas nos contratos de seguro. Muitas vezes, cláusulas que delimitem as

coberturas contratadas, abrangência do contrato e, até mesmo, cláusulas que

excluem certas enfermidades, são tidas como abusivas. Observe que o próprio

CDC, em seu art. 54,§ 4º, permite que existam cláusulas limitativas do direitos dos

consumidores, desde que estejam redigidas em destaque e que seja de fácil

intelecção.

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Assim, os magistrados têm que analisar as ações de forma a diferenciar cláusulas

abusivas (que são cláusulas não condizentes com o contrato e que impliquem em

estabelecer para o consumidor/segurado obrigações iníquas, abusivas e em

desacordo com a boa-fé) de cláusulas restritivas sob pena de ferir o princípio da

liberdade de contratar, bem como, inviabilizar toda a atividade securitária que se

fundamenta na análise dos riscos assumidos para que as contratações e

indenizações sejam viáveis.

Fazendo uma interpretação correta do CDC demandas em que os seguradores são

obrigados a pagar cirurgias estéticas sem previsão de cobertura para estes

procedimentos, indenizar segurado que teve objeto furtado do seu automóvel em

frente ao seu condomínio (quando a apólice contratada somente indeniza furtos

ocorridos nas garagens do condomínio), indenizar segurado por lucros cessantes

sem previsão contratual, deixarão de existir colocando consumidores e

fornecedores, realmente, num mesmo patamar jurídico e econômico, atendendo as

finalidades do CDC.

Interpretar o CDC de forma a conferir “super-poderes” aos consumidores, como nas

palavras do Advogado Sérgio Bermudes (1997, p, 101), seriam argumentos “[...] no

mais das vezes, ou emocionais, quando acentuam contundentemente a gravidade

de uma situação particular, ou simplórios e desgarrados do modelo econômico da

Constituição[...]”.

Para firmar um contrato de seguro, o pretenso segurado deverá procurar um corretor

de seguros (pessoa física ou jurídica) ou um agente autorizado do segurador. O

corretor é o intermediário autorizado por lei a promover os interesses dos segurados

perante as seguradoras. Para exercer sua função, o corretor de seguros recebe uma

remuneração paga pelo cliente que contrata seus serviços, porém para receber sua

comissão, o corretor deverá ser legalmente habilitado para exercer sua atividade, de

acordo com o que preceitua o art. 124 do Decreto-Lei 73/66.

Saliente-se que o corretor não é preposto ou empregado da seguradora, ao contrário

do que já foi decidido pelo STJ. Determina o art. 125 do Decreto-Lei 73/66, que o

corretor não poderá aceitar exercer ou manter relação empregatícia com as

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sociedades seguradoras, tendo em vista que estas não possuem nenhum contrato

de trabalho com os corretores, não paga nenhum tipo de remuneração a estes

profissionais e o corretor é quem assina a proposta em nome do segurado.

Cumpre destacar por fim, que existe uma diferença entre contratos de corretagem

(art. 722 do CC) e de agenciamento (art. 710 do CC). Nos casos de contratos de

corretagem, o corretor obriga-se representar os interesses do contratante dos seus

serviços (segurado) perante a sociedade seguradora, sem ter qualquer vínculo (quer

seja de prestação de serviços ou qualquer outra dependência) com o segurador.

Diferente do que ocorre com os agentes, que são pessoas que à conta de outra

(seguradora), mediante retribuição desta promovem a realização de negócios.

Normalmente os agentes trabalham nas dependências da seguradora, recebendo

uma remuneração desta. Desta maneira, ocorrendo algum problema na prestação

do serviço ou na venda do produto pelos agentes, a responsabilidade será da

seguradora. Pó outro lado, nos casos em que os corretores agirem com

imprudência, omissão e negligência a responsabilidade será somente destes sem

configurar nenhum tipo de culpa para a seguradora, que apenas responderá pelos

fatos do seu serviço.

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