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O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD-2) em Portugal Autores: Vicente, C., Aragão Oliveira, R., Ferrajão, P., & Silva, F. Universidade de Évora, Portugal [email protected] Introdução O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD-2) constitui-se internacionalmente como um dos principais instrumentos de diagnóstico clínico e de investigação científica, sendo frequentemente utilizado como uma ferramenta auxiliar na seleção de intervenções terapêuticas. Objetivos Avaliar a concordância inter-avaliadores para os diferentes eixos do instrumento na cotação de entrevistas clínicas. Método Amostra 17 sujeitos 52 entrevistas (Média: 3 por participante) Material Questionário sociodemográfico Entrevistas clínicas realizadas de acordo com protocolo OPD-2. Diretrizes do OPD-2. Procedimento Referências: 1. OPD Task-Force (Ed.). Operationalized Psychodynamic Diagnostics OPD-2 (2008) Manual of Diagnostics and treatment planning. Göttingen: Hogrefe & Huber,; 2. Cierpka M., Stasch M., Dahlbender R. & el grupo de trabajo OPD (2006) El sistema Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD): Concepto, confiabilidad y validez. Rev. Chilena de Neuro-Psiquiatría., Vol. 44, nº 2; 3. Aragão Oliveira, R., Vicente, C., Silva, F., Ferrajão, P., … Oliveira, S, & Sampaio, D. (2009, October) “Cultural problems in adapting the OPD system in Portugal”, 4 th OPD International conference, , Heidelberg, Germany.; 4. Vicente C. S., Oliveira R. A., Silva F, Ferrajão P, Augusto S, Oliveira S, et al. (2012) Cross-cultural adaptation of the Operationalized Psychodynamic Diagnosis (OPD-2) in Portugal. Trends Psychiatry Psychotherapy., 34 ,3, 129- 38; 5. Cierpka M., Grande T., Rudolf G., Von der Tann M., & Stasch M (2007) The Operationalized Psychodynamic Diagnostics System: Clinical Relevance, Reliability and Validity. Psychopathology., 40, 209-220; 6. Pérez F, Alvarado L., De la Parra G., & Dagnino P. (2009) Diagnóstico Psicdodinâmico (OPD-2): Evaluación preliminar de la validez y confiabilidad inter-evaluador. Revista Chilena Neuro-Psiquiatria, 47, 4, 271-278; 7. De la Parra G.; Palacios, J.P.; Stuardo, V.P., & Alvarado, L. (2012) Diagnóstico operacionalizado: indicación y planificación estratégica en psicoterapia psicodinâmica. Revista GPU., 6; 3, 364-371; 8. Cierpka, M. et al. (2010) La evaluación primeras entrevistas psicoterapéuticas mediante el sistema diagnóstico psicodinámico operacionalizado (OPD2). Clínica e Investigación Relacional., 4, 1, 221-235.; 9. Resultados O Eixo IV – Estrutura é um dos eixos em que se obteve maior concordância inter avaliadores (0,75). O Eixo I “Vivências e pré-requisitos para o tratamento”, obteve uma concordância de 0,81. Todavia, apenas foram considerados 21 itens. O Eixo III – Conflitos é dos eixos que apresenta menor concordância inter-avaliadores. Eixo IV – Estrutura Coeficiente Intra-Classes (ICC) 1ª Auto- perceção 1b Perceção Objeto 2ª Auto- regulação 5 Estrutura Total 0,76 0,57 0,54 0,64 Eixos OPD-2 ICC Eixo I – Vivências e pré-requisitos para o tratamento 0,81 Eixo III - Conflitos 0,45 Eixo IV - Estrutura 0,75 Entrevistas Clínicas Gravação Áudio Transcrição ipsis verbis Analisadas 3 Examinadores Independentes 1 Psicanalista com PhD 1 Psicólogo Clínico (10 anos) 1 Psicólogo Clínico (7 anos) Conduzidas Psicóloga com experiência clínica (9 anos) Discussão O OPD-2 é um dos instrumentos que apresenta uma razoável, a boa concordância inter avaliadores. Os Eixos em que se observa uma maior concordância é o Eixo I e o Eixo IV, o que se poderá dever a serem eixos mais objetivos, dado que avaliam critérios observáveis de forma direta, na relação com o paciente A menor fiabilidade do Eixo III – Conflitos poderá relacionar-se com o ser um eixo mais psicodinâmico, em que as hipóteses são formuladas tendo por base a experiência vivida com o paciente na relação interpessoal, o que o torna num eixo mais subjetivo. Sublinha-se que a qualidade do material examinado, assim como o treino clínico e a experiência profissional dos avaliadores desempenham um papel importante na qualidade subsequente das avaliações.

O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado em Portugal Versão Final

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Page 1: O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado em Portugal Versão Final

O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD-2) em

Portugal Autores: Vicente, C., Aragão Oliveira, R., Ferrajão, P., & Silva, F.

Universidade de Évora, Portugal – [email protected]

Introdução

O Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD-2)

constitui-se internacionalmente como um dos principais

instrumentos de diagnóstico clínico e de investigação

científica, sendo frequentemente utilizado como uma

ferramenta auxiliar na seleção de intervenções

terapêuticas.

Objetivos

Avaliar a concordância inter-avaliadores para os diferentes

eixos do instrumento na cotação de entrevistas clínicas.

Método

Amostra

17 sujeitos 52 entrevistas (Média: 3 por participante)

Material

Questionário sociodemográfico

Entrevistas clínicas realizadas de acordo com protocolo

OPD-2.

Diretrizes do OPD-2.

Procedimento

Referências: 1. OPD Task-Force (Ed.). Operationalized Psychodynamic Diagnostics OPD-2 (2008) Manual of Diagnostics and treatment planning. Göttingen: Hogrefe & Huber,; 2. Cierpka M., Stasch M., Dahlbender R. & el grupo de trabajo OPD (2006) El sistema Diagnóstico

Psicodinâmico Operacionalizado (OPD): Concepto, confiabilidad y validez. Rev. Chilena de Neuro-Psiquiatría., Vol. 44, nº 2; 3. Aragão Oliveira, R., Vicente, C., Silva, F., Ferrajão, P., … Oliveira, S, & Sampaio, D. (2009, October) “Cultural problems in adapting the OPD system in Portugal”,

4th OPD International conference, , Heidelberg, Germany.; 4. Vicente C. S., Oliveira R. A., Silva F, Ferrajão P, Augusto S, Oliveira S, et al. (2012) Cross-cultural adaptation of the Operationalized Psychodynamic Diagnosis (OPD-2) in Portugal. Trends Psychiatry Psychotherapy., 34 ,3, 129-

38; 5. Cierpka M., Grande T., Rudolf G., Von der Tann M., & Stasch M (2007) The Operationalized Psychodynamic Diagnostics System: Clinical Relevance, Reliability and Validity. Psychopathology., 40, 209-220; 6. Pérez F, Alvarado L., De la Parra G., & Dagnino P. (2009) Diagnóstico

Psicdodinâmico (OPD-2): Evaluación preliminar de la validez y confiabilidad inter-evaluador. Revista Chilena Neuro-Psiquiatria, 47, 4, 271-278; 7. De la Parra G.; Palacios, J.P.; Stuardo, V.P., & Alvarado, L. (2012) Diagnóstico operacionalizado: indicación y planificación estratégica en

psicoterapia psicodinâmica. Revista GPU., 6; 3, 364-371; 8. Cierpka, M. et al. (2010) La evaluación primeras entrevistas psicoterapéuticas mediante el sistema diagnóstico psicodinámico operacionalizado (OPD2). Clínica e Investigación Relacional., 4, 1, 221-235.; 9.

Resultados

O Eixo IV – Estrutura é um dos eixos em que se obteve

maior concordância inter avaliadores (0,75).

O Eixo I “Vivências e pré-requisitos para o tratamento”,

obteve uma concordância de 0,81. Todavia, apenas foram

considerados 21 itens.

O Eixo III – Conflitos é dos eixos que apresenta menor

concordância inter-avaliadores.

Eixo IV – Estrutura

Coeficiente Intra-Classes (ICC)

1ª Auto-

perceção

1b Perceção

Objeto

2ª Auto-

regulação

5 Estrutura Total

0,76 0,57 0,54 0,64

Eixos OPD-2 ICC

Eixo I – Vivências e pré-requisitos para

o tratamento

0,81

Eixo III - Conflitos 0,45

Eixo IV - Estrutura 0,75

Entrevistas

Clínicas

Gravação Áudio Transcrição

ipsis verbis

Analisadas 3 Examinadores Independentes

1 Psicanalista com PhD

1 Psicólogo Clínico

(10 anos)

1 Psicólogo Clínico

(7 anos)

Conduzidas Psicóloga com

experiência clínica

(9 anos)

Discussão

O OPD-2 é um dos instrumentos que apresenta uma

razoável, a boa concordância inter avaliadores.

Os Eixos em que se observa uma maior concordância é o

Eixo I e o Eixo IV, o que se poderá dever a serem eixos

mais objetivos, dado que avaliam critérios observáveis de

forma direta, na relação com o paciente

A menor fiabilidade do Eixo III – Conflitos poderá

relacionar-se com o ser um eixo mais psicodinâmico, em

que as hipóteses são formuladas tendo por base a

experiência vivida com o paciente na relação interpessoal,

o que o torna num eixo mais subjetivo.

Sublinha-se que a qualidade do material examinado,

assim como o treino clínico e a experiência profissional

dos avaliadores desempenham um papel importante na

qualidade subsequente das avaliações.