35
O Ecossistema Aquático Dr. Cleber Palma Silva Dra. Edélti Faria Albertoni Lab. Limnologia UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS INTERDISCIPLINA FENÔMENOS DA NATUREZA II

O Ecossistema Aquáticorepositorio.sead.furg.br/bitstream/123456789/1686/1/Ecossistemas... · O termo Ecossistema surgiu em 1935 e foi proposto por Tansley, que o definiu como o local

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • O Ecossistema Aquático

    Dr. Cleber Palma Silva Dra. Edélti Faria Albertoni

    Lab. Limnologia

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDELICENCIATURA EM CIÊNCIAS

    INTERDISCIPLINA FENÔMENOS DA NATUREZA II

  • O Pensamento HolísticoA publicação do trabalho de Charles Darwin (evolução das espécies), Ernest

    Haeckel propôs em 1866 que uma nova disciplina abordasse o estudo do meio e a

    designou Ecologia. Este fato promoveu o desenvolvimento de vários conceitos que

    demonstrassem as interações entre os seres vivos e deles com o meio abiótico.

    Alguns exemplos foram:

    Mobius, 1877

    Usou o termo biocenose para demonstrar a interação entre os organismos em recife de ostras

    Forbes, 1887

    Usou o termo microcosmo para representar as fortes interações queocorrem em um lago

    Charles Elton, 1925

    Utilizou as relações alimentares para descrição a interação entre osorganismos.

  • O termo Ecossistema surgiu em 1935 e foi proposto por Tansley, que o definiu como o local onde os Animais, plantas e fatores físicos são inseparáveis

    Em 1942, Raymond Lindeman, que estudava ecossistemas aquáticos, propôs uma inovação no estudo e compreensão dos ecossistemas.

    Este pesquisador adotou a visão de:

    Tansley => do ecossistema como unidade integradora fundamental

    Elton => os conceitos de relações alimentares e então,

    Desenvolveu o conceito trófico dinâmico, incluiu os nutrientes

    inorgânicos como base de recursos e as transformações

    energéticas nas relações alimentares.

  • Agora vamos entender o esquema

    idealizado por Lindeman

  • O que a figura apresenta?

    A radiação solar (solar radiation) mais os nutrientes minerais (dissolved nutrients) são

    utilizados na produção de biomassa pelo fitoplâncton (phytoplankter) ou pelas

    macrófitas aquáticas (pondweeds). O zooplâncton (zooplankter) se alimenta do

    fitoplâncton, e outros organismos maiores se alimentam das macrófitas aquáticas, que

    respectivamente serão alimento de predadores de plâncton (plankton predators) e

    predadores bentônicos (benthic predators), e ambos serão presa de predadores

    nadadores maiores (swimming predator). E todos os organismos em algum momento

    serão mortos e decompostos pelos decompositores (bactéria / ooze), que ao final

    liberam nutrientes dissolvidos na água. Como se trata de um ecossistema aquático

    também entram nutrientes de fontes externas (external).

    Alguns dos termos utilizados aqui serão definidos mais frente

  • Após as contribuições destes primeiros cientistas, vários pesquisadores mais modernos tem

    contribuído para o estudo dos ecossistemas, e atualmente considera-se que para entender a

    estrutura e função do ecossistema é preciso:

    Reconhecer o Ecossistema como um sistema transformador de energia e reciclador de

    matéria.

    Estudar as quantidades e taxas de matéria e energia que passam através de um

    ecossistema.

    Compreender o desenvolvimento do ecossistema baseado em princípios termodinâmicos e

    com controles internos complexos.

  • O que é um ecossistema?

    Analisem com atenção a próxima figura.

    Quantos componentes e processos é possível reconhecer?

  • http://geografiacef17.blogspot.com.br/p/6-ano.html

  • A partir das observações anteriores uma boa definição de ecossistema é:

    Qualquer unidade em que os organismos (comunidade biótica)

    interagem fortemente, influenciados pelo ambiente físico de

    tal forma que um fluxo de energia produza uma estrutura

    trófica claramente definida e uma ciclagem de materiais entre

    as partes vivas e não vivas.

  • Componentes e processos que tornam funcional um ecossistema

    Comunidade

    conjunto de organismos vivos.

    Fluxo de energia

    Principalmente a radiação solar que é convertida emBiomassa (Matéria orgânica) durante a fotossíntese, e flui emum só sentido nas relações alimentares.

    Ciclagem de Matéria

    Movimento dos elementos entre as parte vivas e não vivas,podendo assim ser reutilizados inúmeras vezes, graças aatividade dos organismos decompositores.

  • A Comunidade do Ecossistema

    Possui dois 2 estratos do ponto de vista trófico

    1. Autotrófico: produtor, fixa energia através da fotossíntesee constrói substâncias orgânicas complexas.

    2. Heterotrófico: utilização, rearranjo e decomposição de materiais complexos

  • Componentes dos Ecossistemas

    1. Substâncias Inorgânicas:

    (C, N, CO2, H2O, etc) participam dos ciclos dematéria.

    2. Compostos Orgânicos:

    proteínas, carboidratos, lipídios, substânciashúmicas, etc.

    3. Ambiente Físico e Químico:

    atmosférico, hidrológico, substrato, regimeclimático, etc.

  • Ecossistemas são Sistemas Complexos onde:

    A interação contínua entre os componentes fazem com que o todo seja mais do que a

    soma das partes

    cada componente pode existir em muitos estados diferentes

    Interações geram uma contínua mudança no tempo (persistência)

    Sistemas abertos com mecanismos internos de auto regulação

    Tendem ativamente à um estado de organização superior

    O controle normalmente é executado pelas interações entre os componentes internos

    e que atuam de forma positiva ou negativa uns sobre os outros.

  • Procure agora

    entender as relações

    ecossistêmicas

    apresentadas nesta

    figura.

    O sinal de adição

    significa as

    interações positivas

    e o de subtração as

    negativas. Como as

    espécies interagem?

  • Vejamos:

    Quando a população de peixes aumenta ela provoca um efeito de

    diminuição das larvas de libélulas, que diminuirão sua predação

    quando adultas sobre as abelhas polinizadoras, o que aumenta a

    população de erva de São João.

    Quando diminui a população de peixes aumenta a população de

    libélulas e o efeito é oposto.

  • Fluxo de energia nos ecossistemas

    é o comportamento da energia nos ecossistemas com

    as transformações energéticas ocorrendo em um

    sentido único, entrando como fontes de alta qualidade

    e dissipando como calor.

  • O fluxo de energia produz uma estrutura trófica

    formando as cadeias alimentares e os níveis tróficos onde:

    Autótrofos (produtores) (primeiro nível trófico),

    os herbívoros (consumidores primários) (o segundo nível trófico),

    os carnívoros primários (consumidores secundários) (terceiro nível

    trófico)

    os carnívoros secundários (o quarto nível trófico)

    Quando várias cadeias alimentares são conectadas elas são chamadas de redes alimentares.

  • http://biogilde.wordpress.com/2012/02/29

    Exemplo de relações alimentares em ecossistemas aquáticos

  • http://nossomeioporinteiro.wordpress.com/tag/comunidades/

  • A cada transformação energética nas relações alimentares a

    quantidade de energia disponível diminui.

    Isto ocorre pois em qualquer transformação de energia uma parte é

    perdida como calor.

    A cada transformação energética nas cadeias alimentares perde-se 80 a

    90% em forma de calor.

    Esta situação provoca uma diminuição na quantidade de energia

    disponível a cada nível trófico.

    Isto é representado pelas pirâmides de energia.

  • cultumeioambienteramix.com/natureza/fluxo-de-energia-nos-ecossistemas

    Pirâmide de energia

    Menos energia alcança sucessivamente cada nível trófico superior.

  • Os ciclos de nutrientes

    Para que o fluxo de energia ocorra os produtores utilizam vários

    elementos durante a fotossíntese, enquanto acumulam biomassa.

    Entre os mais comuns estão o carbono, o nitrogênio, o fósforo, etc.

    A partir deste momento os elementos entram e permanecem nas

    cadeias alimentares até serem novamente transformados em nutrientes

    inorgânicos pelos organismos decompositores.

    Vamos exemplificar com a figura do ciclo do carbono.

  • http://mediateca.cl/500/ciclos/ciclo%20del%20carbono.htm

  • Vamos ver agora qual a estrutura geral e as

    principais comunidades dos ecossistemas

    aquáticos

  • Ecossistemas Aquáticos Continentais, seus compartimentos e suas comunidades

    www.Qualibio.ufba.br

  • Principais Compartimentos e suas Comunidades

    Os compartimentos são:

    Região litorânea

    Região Limnética ou Pelágica

    Região Profunda

    Interface água-ar

    Não estão isolados, mas em constante interação

  • Região Litorânea

    Está em contato direto com o ambiente terrestre adjacente

    Pode-se considerar um ecótono

  • Região Limnética ou Pelágica

    É encontrada em todos os ecossistemas aquáticos Comunidades características: Plâncton e Nécton

    Plâncton Nécton

  • Região Profunda Caracterizada pela ausência de organismos fotossintéticos

    Dependente da produção de Biomassa da região litorânea e

    limnética

  • Comunidade característica é a bentônica

  • Interface Água-ar

    Comunidades: Nêuston e Plêuston

    Nêuston

    Bactérias, fungos e algas

    Plêuston

  • Ecossistemas Marinhos

  • Ecossistemas Marinhos

  • Bibliografia consultada

    Cain, M.L., Bowman, W. D., Hacker, S. D. 2011. Ecologia. Editora Artmed, Porto Alegre, 640 p

    Esteves, F.A. (Coord.) 2011. Fundamentos de Limnologia. 3ª Ed. Interciência. Rio de Janeiro.

    790p.

    Dajoz, R. 2003. Princípios de ecologia, 7º ED. Artmed Editora, Porto Alegre, 519p.

    Frontier, S. 2001. Os Ecossistemas. Instituto Piaget. Lisboa. 154p.

    Odum, E.P. 1988. Ecologia. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 434p.

    Odum, E. P. & Barrett, G. W. 2007. Fundamentos de Ecologia, Thomson Learning, São Paulo,

    612p.

    Ricklefs, R.E. 2011. A Economia da Natureza. 6º Ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de

    Janeiro, 546p.

    Tundisi, J.G. & T.M. Tundisi. 2008. Limnologia. Oficina de Textos. São Paulo. 631p