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COMO FAZER Férias: bom momento para os filhos aprenderem o valor do dinheiro O exemplo vem de casa Atitudes diárias praticadas pelos pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente ENTREVISTA Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um mundo sustentável 2º Semestre • 2013 | 12ª edição

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COMO FAZERFérias: bom

momento para os filhos aprenderem

o valor do dinheiro

O exemplo vem de casaAtitudes diárias praticadas pelos

pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente

ENTREVISTAHélio Mattar fala sobre a urgência

da mudança para um mundo

sustentável

2º Semestre • 2013 | 12ª edição

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AMPLIANDOFUTUROS

Um amplo conceito de educação para alunos, famílias, professorese escolas crescerem juntos.

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• Avaliação e diagnóstico educacional e institucional.

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O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, viven-ciam e disseminam importantes va-lores humanos e cristãos com o com-promisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resul-tados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condi-ções e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

com iniciativas alinhadas ao posicio-namento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Combinação única de bons

valores e excelência.

12ª Edição | 2º Semestre 2013

PeriodiCidade Semestral

Jornalista resPonsável

Rulian Maftum / DRT Nº 4646

suPervisão Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação)

redação rede Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela Jubanski

redação loCal Aline Andres (Joaçaba), Andressa Ferreira (Goiânia), Camilla Stivelberg (Brasília), Daniela Nogueira (São Paulo e Ribeirão Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá), Janaína Mônego (Chapecó), Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani Siqueira (Curitiba e Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista Arquidiocesano).

CaPa Márcia Yamada e Camila Ayumi Honda do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)

loCação Hotel Deville

© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

ProJeto gráfiCo Estúdio Sem Dublê

diagraMação Julyana Werneck

foto de CaPa Letícia Akemi

revisão Lumos | Bureau de Traduções

R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Tel.: (41) 3271-4700

www.grupolumen.com.br

Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo fone (41) 3271-4700 ou pelo site www.grupolumen.com.br

Presidente do gruPo Marista

Ir. Délcio Afonso Balestrin

suPerior ProvinCial

Ir. Joaquim Sperandio

suPerintendente exeCutivo do

gruPo Marista

Marco Antônio B. Cândido

suPerintendente exeCutivo da área

de eduCação

Paulo Serino

diretor-exeCutivo da rede de Colégios

Ir. Paulinho Vogel

assessoria de CoMuniCação

Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira, Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima, Leandro Martins e Vivian Lemos

CoMuniCação e Marketing Colégios

Ana Carolina J. Ranocchi, Camilla Stivelberg, Carlos Eduardo Cruz, Elaine dos Santos Cezaro, Eziquiel M. Ramos, Fábio S. Aparício, Fernando C. Domanski, Guilherme F. Neto, Keila R. D. de Castro, Kely C. de Souza, Luiza B. Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara Gutjahr, Natália S. C. Raso, Natália V. de Souza, Raquel A. Bortoloso, Tamiris Domingos, Tatiane Pereira, Yolanda Drumon, Washington M. Silva.

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

www.colegiosmaristas.com.br

BrasÍliaColégio Marista de Brasília - ensino fundamentalSGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DFCEP 70200-690 | (61) 3442-9400

Colégio Marista de Brasília - ensino MédioSGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900

Colégio Maristinha Pio xii - educação infantil e 1º ano do ensino fundamentalSGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

são PauloColégio Marista de ribeirão PretoRua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400

Colégio Marista arquidiocesanoRua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444

Colégio Marista nossa senhora da glóriaRua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866

ParanáColégio Marista ParanaenseRua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552

Colégio Marista santa MariaRua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

Colégio Marista de CascavelRua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000

Colégio Marista de londrinaRua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600

Colégio Marista de MaringáRua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224

Colégio Marista Pio xiiRua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374

santa CatarinaColégio Marista são franciscoRua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SCCEP 89801-500 | (49) 3322-3332

Colégio Marista de CriciúmaRua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122

Colégio Marista são luísRua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313

Colégio Marista frei rogérioRua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144

goiÂniaColégio Marista de goiâniaAvenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

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compartilhar

44 Alunos e professores dão dicas de livros, músicas,

sites, programas de TV, entre outros, relacionada ao tema central desta edição.

essência

38 Irmãos Maristas falam sobre o voto de pobreza e a

presença Marista entre os indígenas.

8 educação vem de casa.

Quando o assunto é consumismo, os pequenos seguem os passos dos pais.

14 A preocupação com o futuro do planeta começa agora.

Em entrevista, Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, fala sobre as mudanças necessárias no modo de vida das pessoas.

5 Baseada nos princípios e valores herdados por Marcelino

Champagnat, a Rede Marista de Colégios propõe aos seus alunos uma existência que não seja pautada pelo ritmo ou poder de consumo.

capa

dia a dia

6 Afim de evitar o desperdício de alimentos, Colégios Maristas

investem na formação dos pequenos como agentes disseminadores do consumo consciente.

solidariedade

40 Saiba como as Unidades Sociais Maristas aderem

a práticas mais conscientes de consumo.

como fazer

42 Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor.

Com uma programação bem feita, é possível fazer sobrar diversão e não faltar dinheiro.

curiosidade

50 Mito ou verdade? Descubra se comprar alivia ou não o

estresse do dia a dia.

diversão

46 Reúna toda a família e relembrem antigas

brincadeiras. Para se divertir, basta imaginação!

olhar

48 Ademar Batista Pereira traz uma reflexão sobre

hábitos consumistas que vão contra a sustentabilidade.

1ª impressão entrevista

índiceseu colégio

17 Confira as matérias

elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

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índice

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Quem ler o título acima certamente se lembrará da célebre frase “penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes (1569-1650), ao estabelecer o primeiro princípio de sua filosofia. Descartes cunhou sua curta oração quando, ao imaginar que tudo era ilu-são e, ao mesmo tempo, perceber que ele próprio existia enquanto matéria, então ele mesmo não era ilusão e, uma vez que estava pensando em tudo isso, concluiu que existia, daí: penso, logo existo. Para Descartes, pensar é con-dição para existir. Fazer parte da exis-tência material é consequência da sua faculdade humana de pensar, estar in-cluído, sentir-se membro de uma co-munidade de seres pensantes. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar pensando.

Outro dia, andando pelo shop-ping center, vi quantas coisas existem das quais não preciso para ser feliz. Fiquei contente por isso. Ainda an-dando pelo mesmo espaço, vi como foi difícil para uma mãe convencer o filho sobre algo de que ele não preci-sava. Mas me assustei também quan-do percebi o quanto nos identifica-mos com os outros a partir daquilo que consumimos. Parece que se não o fizermos, não nos sentiremos in-cluídos. Vestir a marca X, Y ou Z nos permite sentir que existimos. Tal-vez seja isso. O ato de consumir nos preenche uma lacuna importante da vida, fazendo-nos sentir pertencen-tes, incluídos, membros, enfim, exis-tentes. É um círculo vicioso ao qual nos prendemos. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar consumindo.

Deixo ao leitor, na liberdade de sua consciência e de sua cidadania, a tarefa de concluir a frase: só faço parte da exis-tência pelo fato de estar...

Consumo, logo existo!

ir. Paulinho vogel Diretor-Executivo

da Rede Marista de Colégios

A edição da Em Família deste se-mestre aborda o tema do consumismo – aquele ato desenfreado que, sem neces-sidade, nos leva a querer cada vez mais e cada vez melhor, em busca do pre-enchimento de uma lacuna. Sabemos quão difícil é a tarefa de saciar essa sede. Somemos a isso os milhões de seres que compõem o planeta. Quanto isso repre-senta em termos de meio ambiente, da destruição que causa, do insuficiente poder de reposição da natureza frente ao ritmo, quase que incontrolável, de re-tirada de recursos do seu meio?!

A educação, segundo os princí-pios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a pro-posta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Marista, propõe que a exis-tência das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem. Fazemos, portanto, o pos-sível para que os alunos Maristas e suas famílias encontrem em nossos espaços educativos as condições e os princípios que os fazem “existir”, não a partir do que consomem, mas a partir de valores sólidos, capazes de lhes preencher as lacunas existenciais inerentes a todos os seres humanos.

Oxalá tenhamos em nossa socieda-de, em nosso país, em nossa cidade pes-soas cada vez mais livres e conscientes de sua cidadania, pautadas por valores humanos e cristãos para respaldar suas ações e preencher a lacuna de seus co-rações. Quem sabe não venhamos a ter uma sociedade constituída de pessoas que trabalham, amam, sejam felizes e, logo, existam.

A educação, segundo os princípios e valores Ma-ristas, herdados de Cham-pagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Ma-rista, propõe que a existên-cia das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem.

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Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lan-che ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba se tornando uma rotina no dia a dia. Segundo a Orga-nização das Nações Unidas para a Agricultura e a Ali-mentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa que 1,3 bilhão de toneladas de comida têm como des-tino a lixeira.

Pode-se dizer que esse comportamento tornou-se um hábito que passa despercebido aos nossos olhos. Peguemos como exemplo um pacote de bolacha. Por qual motivo você jogaria um terço desse pacote no lixo? A coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Maris-ta Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani, explica que o desperdício “é questão de educação ali-mentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa e não aproveitamento integral de talos, cascas, entre outros”.

Desenvolver com as crianças uma cultura de rea-proveitamento as torna professores e agentes de in-centivo à importância do melhor aproveitamento de alimentos. Ações que representam um mundo saudá-vel e mais comprometido. “É através de atitudes como essas que elas passam a orientar suas famílias sobre os cuidados para um consumo consciente”, explica Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) do Rio Grande do Sul.

É pensando nesse mundo mais consciente que os Colégios Maristas estão comprometidos e preocupa-dos com o desenvolvimento desse pensamento nos seus alunos. Para isso, promovem, com as crianças e os adolescentes, atividades capazes de desenvolver a consciência dos alunos em relação ao consumo.

Preocupados com o desperdício de alimentos e cientes da

necessidade de desenvolver ações para a conscientização

do consumo adequado de alimentos, os Colégios Maristas desenvolvem várias ações para

trabalhar com os pequenos

Por Julio Glodzienski

Muito além doprato de

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dia a dia

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de olho no CardáPio

Um exemplo das ações dos Colé-gios Maristas é o trabalho desenvol-vido no Colégio Maristinha Pio XII, de Brasília (DF), como conta a as-sistente psicopedagógica Sara Cris-tina da Costa: “Temos trabalhado a consciência no momento do lanche e estimulado o consumo de frutas, além de repassar mensalmente às famílias um cardápio com sugestão de lanches saudáveis elaborados por uma nutricionista.”

No Ateliê do Gosto, um espa-ço dentro do Colégio, as crianças, juntamente com os professores, criam receitas saudáveis que in-cluem o reaproveitamento de fo-lhas e cascas dos alimentos – mui-tos produzidos na própria horta. Depois, os alunos são convidados a experimentar a receita, compro-vando essa divertida experiência. “Entendemos que, quando a crian-ça faz parte e se sente inserida no processo, ela demonstra facilidade para provar o que elabora junto com os colegas”, completa Sara.

São nessas pequenas ações que as crianças começam a perceber que existem outras soluções para aqueles alimentos que não agradam tanto e também aprendem a utilizar o que tem disponível nos armários de casa. Esse é um trabalho contí-nuo. “Quando falamos da forma-ção das crianças, entendemos que, a cada dia, temos que fortalecer os conceitos que queremos que levem como aprendizado. Eles são a ponte entre escola e família. Por meio do que aprendem aqui, entendemos que relatam e cobram posturas de seus pais e familiares”, analisa a as-sistente.

Cultivando o PróPrio aliMento

O Colégio Marista de Casca-vel (PR) promove atividades de culinária em que trabalham com as crianças os processos de pro-dução dos alimentos, bem como o uso de alimentos naturais e in-dustrializados. As crianças culti-vam nos canteiros, participando desde a preparação do solo, se-meadura, transplantes das mu-das e colheita até a utilização dos alimentos ali cultivados na realização de receitas. “Os alunos podem perceber, mediante essas atividades, a importância de con-sumir alimentos nutritivos e na-turais, em detrimento dos indus-trializados”, conta Marcia Ionara, coordenadora psicopedagógica.

É por meio dessas ações que as crianças percebem todo o pro-cesso de cultivo do alimento até que ele chegue à mesa ou às pra-teleiras dos supermercados. “Os alunos passam a relacionar um planeta sustentável com a dimi-nuição do consumo de alimentos industrializados, que possuem embalagens que irão poluir o meio ambiente”, completa a co-ordenadora.

Os projetos pedagógicos, des-tinados a cada faixa etária, bus-cam estimular o consumo ade-quado. “Sempre que possível, as crianças são incentivadas a con-sumir alimentos nutritivos es-senciais para manter a saúde do corpo”, diz Marcia.

PeQuenos Cozinheiros

Com a ideia de estimular o consumo consciente e fomentar uma mudança na postura das pessoas, ainda que por peque-nos gestos, o Centro Social Ma-rista (Cesmar), do Rio Grande do Sul, desenvolve um projeto de culinária. Para Ana Paula Teixei-ra da Rosa, educadora de culiná-ria e de letramento, as pessoas, por vezes, não se dão conta do desperdício que realizam. “Acre-dito no efeito multiplicador. Se cada um dos receptores adotar uma pequena mudança em seu cotidiano para reduzir o desper-dício ou estimular sua família e seus amigos nessa linha, haverá uma grande diferença”, explica.

Na cozinha, eles aprendem a ser criativos e a buscar alter-nativas alimentares, além de aprender inúmeras formas para preparar e consumir um mes-mo alimento. “Esse projeto tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância do reaproveitamento de alimentos que geralmente são descartados – e, junto a eles, vários nutrien-tes essenciais para o bom desen-volvimento do organismo huma-no”, completa Ana.

As hortas, de onde os alunos colhem os alimentos para a pro-dução das receitas, também fo-ram criadas para promover qua-lidade de vida. O foco está em estimular boas práticas ambien-tais e mostrar aos alunos algo muito além de valores nutricio-nais.

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Pais que dão exemplo responsável

Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma

atitude responsável

Por Elizangela Jubanski

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Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo.

Ana Cristina Malacrida, professora do Colégio Marista Maringá (PR)

A rotina da casa é naturalmente absor-vida pelas crianças. O que os pais conso-mem, como gastam e de que forma descar-tam são ações que integram o dia a dia da família. Essas atitudes acabam se tornando perceptíveis aos pequenos, que incorpo-ram cada detalhe e costume da família.

Nessa perspectiva, é cada vez mais im-portante discutir a real necessidade do consumo e, além disso, como fazê-lo de forma consciente. Em época de tecno-logia de ponta e acesso ao crédito fácil, consumir demasiadamente é quase um convite irrecusável. Saber mediar e de-cidir o que realmente se embrulha para levar para casa é o mais sensato quando se tem crianças observando toda atitude dos pais. A educadora e professora Ana Cristina Malacrida, do Colégio Marista Maringá (PR), acredita que a prática do bom exemplo é o método mais eficaz para orientar os filhos.

“Levar os filhos, quando crianças, para comprar roupas e permitir que partici-pem de todo o processo de procurar pelo artigo de melhor qualidade, antes de sim-plesmente sair comprando, cria a cultu-ra de consumo responsável. Não ceder a todo e qualquer desejo material dos fi-lhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo im-pulsivo”, descreve a educadora, que ainda defende que o valor dos brinquedos e de qualquer objeto devem ser colocado em xeque a cada oportunidade. “Não se deve repor, de pronto, artigos estragados por falta de zelo dos filhos. Isso reforça a im-portância de valorizar e cuidar do que se tem, já que a tendência entre as crianças e os jovens é de descaso com suas posses, justamente por não as terem adquirido com o salário do próprio trabalho”, refor-ça.

exeMPlos, siMCamila Ayumi Honda, 7 anos, estuda

no Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), e sabe bem o que são exem-plos do dia a dia. A família mora em uma casa com regras de consumo responsável e reaproveitamento de recursos. Os pais da estudante acreditam que a forma de-

sencanada que Camila tem com relação às compras é reflexo da educação com limites financeiros. “Ela tem consciên-cia do que é esbanjar alguma coisa. Não pode ver uma torneira pingando que sai correndo para fechar. Ela não se interes-sa pelas roupas e calçados da moda, ela é muito tranquila quanto a isso”, revela a mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é en-genheira agrônoma.

Sem problemas com pedidos de "eu quero" em passeios, a mãe recorda um episódio na aula de patinação em que ou-tras garotas estavam com calças e blusas especiais para o momento. “Não vi pro-blema algum em levar Camila com uni-forme e camiseta da escola. Não acredito que esse consumismo seja essencial du-rante essa fase da vida”, completa.

No entanto, a mãe enxerga que na ado-lescência a filha pode querer desfrutar de algum tipo de exagero. “Pode até ser normal nessa fase. Ir a uma festa e querer um vestido novo, por exemplo. Não vejo problemas, mas aí entra a questão da po-lítica. Você está merecendo? Está tendo um bom comportamento? Espero que ela continue aceitando essa forma que nos-sa família tem e valorize cada conquista”, aponta Márcia.

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faMÍlia honda na PrátiCaAs lâmpadas da casa foram to-

talmente substituídas por fluores-centes. “Duram mais e consomem menos”, defende a mãe. Três reci-pientes de lixo fazem a separação: o reciclável, o convencional e os restos de comida. O último vai para as galinhas. “Temos cachorros, gali-nhas, árvores e muito verde. Pensa-mos que estar próximo à natureza é dar qualidade de vida à família”, conta Márcia. Outro recurso im-portante para a consciência do que se consome é a cisterna construída no terraço da casa. “Toda a água da chuva vai para essa cisterna. A gente usa a água para molhar a horta e as outras árvores frutíferas”, finaliza.

PartiCiPantes do ProCessoPara criar o vínculo sobre a im-

portância do que se compra, o mé-dico veterinário Eduardo Grochowi-cz, pai de quatro alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), acostumou a prole a participar do processo de compra. “Nas com-pras do dia a dia, em supermerca-dos e shoppings, eles sempre estão presentes e são muito conscientes

com aquilo que nos pedem. Aqueles itens que nós consideramos supér-fluos, deixamos que eles comprem com seu próprio dinheiro, ganhado com afazeres domésticos ou de pre-sentes dos tios e avós”.

Os trigêmeos Guilherme, Giovana e Gabriela têm 10 anos e, segundo o pai, acostumaram-se com o reveza-mento de brinquedos, roupas e até mesmo com o tempo que os pais se dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza, que está com 6 anos, precisa de um "empurrãozinho" dos pais na hora da partilha. “Por ter nascido anos depois, tivemos que trabalhar mais nessas questões de ter e compartilhar. Mas sempre procuramos dar aos quatro aquilo que é razoável, sem exageros e sempre de maneira equilibrada para todos”, conta Eduardo.

a faMÍlia groChowiCz na PrátiCa

Mesmo com muito diálogo, Edu-ardo e a esposa Fernanda sabem que, o que vale mesmo são exem-plos práticos dentro de casa. “Va-lorizamos as coisas, não deixamos nada pelo chão e, depois de usar, guardamos. Com os brinquedos,

pedimos que façam igual. Quando estamos com roupas novas, procu-ramos não nos sujar, para que per-cebam o cuidado com objetos que acabaram de ser comprados. Tam-bém ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo de que precisa-mos”, detalha Eduardo. Para os pais, o conceito mais importante é que eles valorizem as pessoas pelo que são e nunca pelo que possuem.

Ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo que precisamos.

Eduardo Grochowicz, pai de Guilherme, Giovana, Gabriela e Luiza.

família grochowicz: quatro filhos e muito

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a gente ConsoMe?Abastecer a despensa está mais caro,

este ano, no Brasil. Com a alta da infla-ção, os brasileiros estão mais respon-sáveis na hora de consumir. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Ja-neiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos, em junho desse ano. Na maioria das questões levantadas pela pesquisa – preservação do meio ambiente, uso de sobras nas refeições, análise do produto antes de comprar e uso de sacolas plásticas –, o percentual de importância desses aspectos cresceu, pelo menos, 2%. Ainda que historica-mente privados de uma série de bens de consumo, produtos de ponta e supér-fluos, os brasileiros estão se tornando cada vez mais responsáveis na hora de adquirir.

É o caso de Sumaya Costa, 40 anos, fonoaudióloga e mãe das alunas Laura e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR), que morou durante cinco anos nos Estados Uni-dos para acompanhar o doutorado do marido. Ela não se deixou levar pelo consumo desenfreado dos norte-ame-ricanos e aproveitou a estadia na terra do Tio Sam para descobrir a importân-cia do consumo consciente. “Lá, eles induzem a compra em quantidade, nos dando a falsa impressão de que quanto mais você comprasse daque-le produto, mais você economizaria. Mas, na prática, isso não era verdade. Quanto mais você tinha em casa, mais rapidamente você consumia o produ-to e logo precisava comprá-lo nova-mente”, lembra.

o papel da escolaA prática do consumo cons-ciente é um assunto sempre em pauta dentro das salas de aula. O diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, Flávio Sandi, alerta para as inúmeras frentes em que esse tema pode ser trabalhado. “Podem ser realizadas oficinas para reflexão e prática do re-aproveitamento de materiais para criação de brinquedos, fantasias e produções artísti-cas. Também há possibilidade de os alunos calcularem a quantidade de folhas que gastam por dia e criação de soluções para combater o uso excessivo de papéis; medição da água utilizada nos banhei-ros e proposição de estraté-gias para evitar desperdício da água; comemoração dos aniversários com simplicida-de, substituindo presentes de pela presença significativa na vida do aniversariante; debates em aula a respeito de propagandas que veiculadas na mídia; além de projetos que nascem dos próprios estu-dantes, imprimindo o sentido de buscar nos caminhos da ação, a criação da cultura do consumo consciente”.O diretor-educacional também evidencia que essa educação deve acontecer em parceria entre escola e família. “A relação entre escola e família é importante para práticas educativas de qualquer natureza. Exemplos que testemunhem consciên-cia planetária, provenientes tanto da escola como da fa-mília, correspondem ao modo mais coerente de educar”, finaliza Sandi.

sumaya viveu no país do consumo e soube administrar a compra consciente.

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a faMÍlia Costa na PrátiCa“Em casa, nós só descartamos

produtos como eletrodomésticos e móveis se não existir conserto ou se for muito ultrapassado. Quanto a brinquedos e roupas, tudo que não é usado é doado. Se for necessário reutilizar ou reaproveitar alguma coisa, isso é feito sem dificuldades. Nós sempre primamos por qualida-de, entendendo que o mais caro não é sempre o melhor ou o necessário”, descreve Sumaya.

a influênCia da ProPagandaAté mesmo em canais direciona-

dos às crianças, com programação especial e infantil, as propagandas fa-zem parte da grade de exibição. Sem-pre muito coloridas, elas soam como um convite irrecusável à compra. O que acontece é que os pequenos ainda não possuem discernimento

com atos de manipulação e, princi-palmente, midiática. Eles acabam seduzidos pelo consumo, sem fazer ideia de como avaliar a informação recebida por meio da propaganda.

Para a pedagoga Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Ro-sário, de Porto Alegre (RS), os pais devem auxiliar a criança a ter dis-cernimento sobre propagandas e mensagens publicitárias. “Não há como promover uma reflexão sem o diálogo e o acompanhamento dos responsáveis, principalmente se esse for um fator de preocupação. É necessário coerência entre o discur-so e a prática de consumo da famí-lia”, explica.

Outro fator que a pedagoga apon-ta é justamente a magia que esses anúncios publicitários levam aos olhos dos pequenos. “As propagan-

das, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. As crianças esperam ter o que viram no comer-cial. Por sua vez, brinquedos que se movem sozinhos inibem o jogo sim-bólico, tão importante para as crian-ças”, acredita Sabrina.

Pensar sobre o consumo é pensar sobre os valores que organizam a fa-mília e a sociedade em que se vive. “Podemos refletir acerca do tema, concluir que o consumo exacerbado é prejudicial para a formação de in-divíduos mais solidários e fraternos, mas se não praticarmos o exercício da escolha e da necessidade, não te-remos argumentos e exemplos para que as crianças se inspirem e pos-sam replicar”, finaliza a educadora.

A vida de publicitário e o exemplo como

pai: guilherme e Betina.

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CoMeCe hoJe MesMoAtitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a ter uma visão mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista.

reutilizeNem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Explique que há outras funcionalidades e até mesmo o conserto para determinados objetos.

desperdícioComidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são importantes e o porquê de não desperdiçá-los.

PreçoNo mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto custa. É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas custam.

roupasNão ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acú-mulo desnecessário.

lixoA separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o que farão com o lixo convencional.

PlanejamentoÉ importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro com os gastos da família. Qualquer aquisição de bens materiais deve ser explicada à criança com justificativas orçamentárias.

eM Casa, é outra CoisaO publicitário Guilherme Gomide

é um dos fundadores da Agência Casa, uma das maiores agências de publici-dade de Curitiba (PR). Responsável por traçar boas estratégias para que propagandas ganhem destaques nas programações, Gomide é pai de duas crianças e se vê entre dois fatores im-portantes: a influência capitalista que a profissão traz e a responsabilidade de ensinar o consumo consciente.

Com 3 anos de idade, Betina – a primogênita do publicitário – pas-sa mais tempo vendo vídeos dire-cionados em canais na internet do que na televisão. “Ironicamente, ela passa mais tempo no You Tube. Mas quando está na sala ou em qualquer ambiente que tenha televisão, me preocupo com o que está vendo e que programação é aquela”, afirma

Gomide. O mais novo, Lorenzo, com três meses, ainda é isento do mundo da publicidade.

Apesar disso, Betina adora um vestido novo. “Ela é extremamen-te vaidosa, gosta de maquiagem e quando vamos ao shopping é um ter-ror. Tenho um lado consumista pelo meio em que vivo e quando saímos acabo extrapolando. Ainda bem que minha esposa faz um ótimo contra-peso”, explica.

a faMÍlia goMide na PrátiCaPara que exista equilíbrio na fa-

mília Gomide o papel da mãe é fun-damental, segundo o publicitário. “Esse gosto por compras que a Be-tina tem é impacto da minha profis-são e do ambiente, porque o exem-plo da mãe é bastante consciente”. De acordo com Gomide, a esposa

não é consumista e é adepta ao "vi-ver mais e comprar menos".

“Pouco antes do nascimento de Lorenzo, comprei uma fantasia e um daqueles estojos enormes de lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tudo mais. Ela me fez guardar o kit de co-res para entregá-lo somente quando comemorássemos outra coisa. Está guardado ainda. Ela põe o freio lá em casa”, conta.

As propagandas, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados.Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre (RS)

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Menos trabalho e mais tempo com a família. Celulares atualizados, mas sem ser preciso adquirir um novo aparelho. As medidas podem parecer utópicas, mas fazem parte de um novo modelo de civilização – o nosso, em breve. Confira o que Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tem a dizer sobre esse futuro

Por Michele Bravos

Por uma sociedade do bem-estar

14

entrevista

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Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de ha-bitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do

Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar, fala sobre medidas necessárias para a conscientização da população, a urgência da mudança e como seria esse novo modo de viver.

Os brasileiros não são diferentes de outras populações deste mundo fortemente consumista. Generica-mente, o brasileiro peca no desper-dício: de alimentos, de roupas e de tecnologia. Desperdiçamos cerca de 50% dos alimentos perecíveis e parte disso se dá porque se uma fruta ou verdura está um pouco machucada, a gente não considera alimento. Se há uma pequena sobra de um almo-ço ou de um jantar, ela não é utiliza-da em outra refeição. Não usamos os talos, as cascas e as sementes como parte das nossas receitas. As pessoas tendem a ter mais roupas do que elas precisam, subutilizando-as.

No Brasil, há também um grande descarte de telefones celulares. Esses rejeitos vão para o lixão, causando poluição. Mais importante do que isso é as pessoas se perguntarem se precisam de todas as funcionalida-des de um novo aparelho.

O que o brasileiro faz que, na sua

opinião, figura na lista de práticas

de consumo irresponsáveis?

Em primeiro lugar, é importan-te dizer que consumo consciente não é deixar de consumir. A causa do consumo consciente é a favor de um consumo diferente, em que os impactos sociais, ambientais, eco-nômicos e individuais sejam meno-res. Hoje, se todos os habitantes do planeta viessem a consumir dentro do modelo de produção e consumo atual, precisaríamos de cinco plane-tas Terra.

É preciso sair de um modelo de produção de alta obsolescência e ir na direção de produtos mais durá-veis. Aí entra a questão econômica. É preciso passar de uma economia fortemente industrial para uma de serviços. Desmaterializar é central em um novo modelo de consumo.

Levantar a bandeira do

anti-consumismo não é a saída.

Como encontrar o equilíbrio

adequado para quem produz e para quem

consome?

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje. Os impactos gerados pelo consumo precisam ser colocados como um elemento importante na tomada de decisão sobre o que com-prar, como usar e como descartar.

Nessa formação de novos hábitos, as empresas desempenham papel importante. Se a empresa não ofe-recer outro conjunto de produtos e serviços menos demandantes de re-cursos naturais, não teremos a possi-bilidade de seguir na direção de uma sociedade do bem-estar – mesmo que os consumidores tenham cons-ciência de que isso é preciso.

Mas as empresas não farão isso sozinhas. Aí é essencial que o gover-no tenha uma atuação forte, na dire-ção de campanhas de conscientiza-ção para os consumidores (crianças e adultos).

Que medidas são necessárias para

que a prática do consumo

consciente seja implantada em

um Brasil em que “poder comprar”

está associado ao desenvolvimento

econômico do país?

A nova sociedade precisará mais de cooperação que de competição para atender ao tempo curto que temos pela frente para mudar de um sistema insustentável para um sustentável.

Se começássemos hoje, precisarí-amos de uma geração para fazer essa mudança completamente. Mas mais importante que fazer a mudança ra-pidamente é fazer a mudança segu-ramente. É mudar a tendência do sis-tema, fazer com que consumidores e produtores passem a trabalhar para essa sociedade sustentável.

Por vezes, o processo de

conscientização ocorre

lentamente. Quando falamos

em consumismo e suas interferências

globais, há tempo hábil para

essa mudança gradativa?

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje.

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Para acelerar esse processo, al-gumas condições são essenciais. A principal condição é que os forma-dores de opinião passem a mostrar, publicamente, qual é esse novo mo-delo de consumo e de produção. Temos também que sair de uma pu-blicidade consumista e ir para uma publicidade mais sustentável.

Nesse processo de mudança de consciência, é importante que todas as mídias sejam intensamente utili-zadas. Aí vem o otimismo do Akatu com relação às mudanças que vão acontecer. Nunca, em nenhum ou-tro momento da história, as pessoas tiveram tanta possibilidade de se co-municar e de serem impactadas pela mídia. Quando falo em mídia, falo em televisão, rádio, jornal, revista e redes sociais.

De que forma essa conscientização

pode ser mais acelerada, com

mais impacto na população e repercussão

efetiva?

Nas redes sociais, podemos ga-nhar maior velocidade para essa mudança. Os grupos que se formam nas redes sociais podem não ape-nas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas. Essas referências podem fortalecer novos valores, que passarão a ser reconhe-cidos pela sociedade. As pessoas só vão manter os novos hábitos se eles forem reconhecidos pela sociedade como um modelo que todos valori-zam e reconhecem. O ser humano é suscetível a esse reconhecimento, especialmente porque o consumo faz parte da forma como as pessoas estabelecem a sua identidade. Isso desde sempre. A mídia tem o papel de fortalecer esse novo modelo de consumo a tal ponto que todos quei-ram fazer e se sentir parte da nova sociedade.

De que forma o Akatu pretende

superar esse desafio?

As pessoas pensam que, nesse novo modelo, serão chamadas a se sacrifi-car. Elas precisam entender que, na nova sociedade, as pessoas não vivem para trabalhar, mas trabalham para viver. As relações, os afetos, as amiza-des e os amores são centrais na vida de cada um.

Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as pessoas estão integralmente devota-das ao trabalho. Trabalhando menos, haveria mais empregos, por exemplo.

No novo modelo, saímos da socie-dade do desperdício, do descartável e de uma produção fortemente globa-lizada e vamos para a sociedade do aproveitamento integral, do durável e de uma produção mais local.

Os produtos serão totalmente dife-rentes. O produto material passa a ser virtual, como já tem acontecido com a música e a literatura, que chegam sem o uso de recursos naturais. O foco sai do tangível e vai para a experiência, para a emoção.

O produto durável é um produto que vai precisar de assistência téc-nica, no caso de um eletroeletrônico ou automóvel, para funcionar du-rante anos e ser atualizado seguindo as últimas tecnologias disponíveis.

Na sociedade sustentável, o uso de costureiras e brechós vai se multipli-car, assim como a doação e as trocas de roupas, em que eu disponibilizo o que não estou mais usando e recebo aquilo que está mais de acordo com o que quero no momento. Medidas que promovem bem-estar sem desperdí-cio de recursos naturais.

Falamos aqui de uma mudança

na forma como consumimos, o

que geraria uma mudança na

civilização. Na prática, como

seria essa nova civilização?

Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.

Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.

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entrevista

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destaque

30 família comprova que educação para o consumo começa em casa.

18 O que pensa a Diretoria-Geral.

ed. infantil

diz aí

gente nossa

ens. fundamental

caleidoscópio

ser melhor

20 Reaproveitando materiais, crianças aprendem o

consumo sustentável fazendo mimos para os pais.

26 Um motivo para não ser consumista? Veja o que

pensam os alunos e o educador.

22 Mesmo com a padronização dos uniformes, alunos não

deixam de imprimir sua personalidade com acessórios da moda.

28 Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

ens. médio

você sabia?

24 Atitudes simples como armazenar a água da chuva

e destinar corretamente os rejeitos são exemplos de conservação do meio ambiente.

32 Conheça algumas curiosidades a respeito do Colégio. 34 Confira a experiência de

voluntariado de Mariane Arns, mãe Marista.

36 Conheça algumas ações da Pastoral.

com a palavra

índice

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É inegável o avanço histórico e científico no domínio e na transformação dos bens colocados à nossa disposição pela bondade do Criador.

Está bem viva na memória a vi-sita do papa Francisco ao Brasil, por ocasião da 28ª Jornada Mun-dial da Juventude. Suas mensa-gens, acompanhadas pelo teste-munho de sua vida, nos apontam itinerários de vida simples, solidá-ria, comprometida com o próxi-mo. E, por conseguinte, caminhos para a justa partilha dos bens e o direito de todos à participação no banquete da vida.

É inegável o avanço histórico e científico no domínio e na trans-formação dos bens colocados à nossa disposição pela bondade do Criador. Sentir-se agradecido e de-vedor aos que se empenharam, ao longo dos séculos, e aos que con-tinuam, atualmente, desbravan-do os “mistérios” da natureza, do cosmos, buscando resultados que contribuam para qualificar a vida e aprofundar o sentido de nosso existir, é atitude decorrente para todo ser humano, pois somos con-sumidores por necessidade vital.

Constatamos, porém, devi-do grandemente à massacrante propaganda midiática, não raro a serviço de interesses ganancio-sos, muita irresponsabilidade na utilização e no consumo dos bens.

ir. afonso levisDiretor-Geral

Acirra-se o desejo descontrolado de ter, de possuir porque outros têm e possuem. Agrava-se a ques-tão com o desperdício, o mau uso praticado por tantas pessoas, por falta de conhecimento, por carên-cia de vontade compromissada ou por ausência de solidariedade para com o semelhante. Acres-cente-se o negligente empenho de organismos e instituições com a sustentabilidade.

Portanto, para um saudável ca-minhar da humanidade, necessá-rio se faz somar conquista científi-ca com reciclagem, transformação e reaproveitamento do descartá-vel, produzido em quantidades estratosféricas. Ciência e sus-tentabilidade precisam dar-se as mãos e caminhar juntas, a serviço da qualificação da vida de todos e de cada um dos seres humanos. Indispensável é o empenho de cada indivíduo no uso conscien-te e responsável dos bens, sem o qual a eficácia ficará comprometi-da... Para isso, as atitudes do papa Francisco podem inspirar!

O Colégio Marista se empenha na vivência desses valores e na conse-quente e esperada conquista do con-sumo consciente e responsável. ©

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Atitude conscientee responsável

no uso dos bens

18 Colégio Marista Maringá

com a palavra

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Estimular o consumo consciente e, assim, o cuidado com a natureza e com o próximo devem ser atitu-des trabalhadas desde a mais tenra idade. Atitudes simples do dia a dia fazem toda a diferença e ajudam a formar cidadãos mais conscientes e que com certeza construirão um planeta melhor.

Ana Maria Tono Mochi, coorde-nadora psicopedagógica, explica que no Colégio Marista de Marin-gá não é permitida a realização de festas de aniversário na instituição. Essa atitude busca evitar concorrên-

cia sobre quem realiza a melhor festa. “Desta forma, também evitamos que crianças que tenham qualquer tipo de alergia a alimentos ou corantes pos-sam ter problemas de saúde”, explica.

A escola também instituiu que convites para festas de aniversário fora do colégio só podem ser distri-buídos nas salas de aulas caso to-dos os alunos sejam convidados. De acordo com Ana Maria, quando os pais desejam convidar apenas alguns alunos da turma, são orientados a fa-zê-lo fora do espaço escolar, uma vez que o Colégio não pode se responsa-

bilizar pela entrega destes convites. Esta atitude também busca evitar que as crianças que não serão convi-dadas se sintam desconfortáveis.

Atitudes sustentáveis também são incentivadas em outras ocasiões. Nas festas em comemoração ao Dia dos Pais e ao Dia das Mães, as crian-ças confeccionam presentes a serem entregue aos pais. Mesmo no caso de presentes já prontos, os alunos sempre realizam alguma arte nele, de maneira a personalizá-lo. Adria-ne Gisbert Maranho, Assistente Psi-copedagógica, conta que a cada ano

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Presentesfeitos com o coração

Reaproveitando materiais e usando a criatividade, crianças aprendem o consumo sustentável fazendo mimos para os pais

20 Colégio Marista Maringá

ed. infantil

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são escolhidos presentes diferentes. “No caso do Dia das Mães deste

ano, por exemplo, foram feitos sabo-netes de glicerina. As crianças foram levadas à cozinha e ao laboratório para a confecção dos mesmos. Após a explicação da atividade, as crianças puderam escolher a cor e a erva a ser colocada no sabonete. Atentamen-te, acompanhavam todo processo. O importante para a Escola é que o aluno participe de alguma forma da confecção dos presentes. Sabemos que o envolvimento das crianças pressupõe aprendizagem e revela carinho e afeto para com a sua pro-dução”, explica.

Os materiais escolares também são uma forma de educar as crian-ças para um consumo consciente. Alguns materiais como cadernos, lápis, borrachas e apontadores ilus-trados com personagens da moda, podem ser muito mais caros do que

outros com estampas mais simples. Conscientizá-las de que não é neces-sário ter o caderno com o persona-gem do momento é uma forma de ensiná-las como comprar, evitando, assim, consumidores que compram por impulso e sem necessidade.

Visando também um melhor aproveitamento didático dos peque-nos, o Colégio Marista de Maringá orienta os pais no momento da com-pra do material escolar. “É inserida no final da lista de materiais uma ob-servação, solicitando que sejam comprados apenas os materiais con-tidos nela. Desta forma procuramos evitar que as crianças se distraiam durante as aulas devido a itens mais sofisticados”, diz Ana Maria

Todas as ações são pensadas pedagogicamente, sem perder de vista as dimensões trabalhadas na proposta Marista.

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eduCando Para a solidariedade

Agindo conforme os preceitos Maristas, os alunos são estimulados pelas professoras a fazer doações e, perio-dicamente, são realiza-das ações de doação de brinquedos. Segundo Adriane, as campanhas são bastante variadas. “Às vezes, são campa-

nhas de grande porte, em que os brinquedos são distribuídos em várias instituições da cidade. Sendo assim, as crianças são orienta-das e motivadas a participar. Em alguns momentos, as doações são feitas para uma única instituição, como já aconteceu de fazermos campanha para o Centro Social Marista.”Nessa ação, as crianças receberam visitas de pessoas do Centro e, depois, foram motivadas a contribuir com a campanha. As doações normalmente são entregues por representantes da instituição.Ela lembra que o estímulo ao consumo consciente é constante na Educação Infantil, desde os hábitos comuns, que envolvem a alimentação, até os mais abrangentes, em que as crianças apren-dem a utilizar os materiais e reaproveitá-los. “Todas as ações são pensadas pedagogicamente, sem perder de vista as dimensões trabalhadas na proposta Marista, bem como o desenvolvimento das linguagens. É comum a produção de brinquedos usando sucata, assim como é comum o incentivo para que as crianças façam uso sustentável de itens importantes, como a água e a luz”, destaca Adriane.

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21Colégio Marista Maringá

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O uso do uniforme, embora ado-tado em todas as escolas Maristas, não é algo tão bem aceito por todos os alunos. Em geral, crianças e prin-cipalmente adolescentes querem dar seu toque pessoal às roupas, de forma a se diferenciar dos colegas e se sobressair na turma. Para isso, vale investir em mochilas, colares, pulseiras e até cortes de cabelo.

Giuseppe Antônio Machado Ac-corsini, aluno do 9º ano, vai um pou-co além e busca imprimir a sua mar-ca usando jaquetas, camisas e até gravatas. O objetivo é ficar diferente. “Eu gosto muito de variar no visual. Às vezes, coloco uma camisa por bai-

xo, às vezes uma jaqueta por cima. O motivo exato eu não sei, creio que seja para me diferenciar, acho cha-to um bando de pessoas se vestindo exatamente igual”, argumenta.

Além de roupas, ele também in-veste em chapéus e tem no modelo “Laranja Mecânica” o seu preferido. Mesmo sabendo da obrigatoriedade do uso do uniforme, Giuseppe faz o possível para se diferenciar. “Sempre gostei de alterar o meu visual. Tam-bém sempre estive ciente de que a escola proibia, mas qual é a graça de usar só o uniforme?”, questiona.

Além do seu gosto pessoal, a re-ação dos colegas é outro motivo que

Alunos buscam, através de roupas

e acessórios, imprimir sua

marca entre os colegas

Personalidade X uniforme escolarPersonalidade vs. uniforme escolar

22 Colégio Marista Maringá

ens. fundamental

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Precisamos levá-los a refletir até que ponto estão querendo imprimir a sua personalidade ou se estão apenas seguindo os padrões ditados pela moda.ana Maria tono Mochi, Coordenadora Psicopedagógica

leva o adolescente a investir na dife-renciação. “O colégio nunca acha legal eu usar acessórios fora do uniforme, mas entre os colegas, a única vez que um acessório causou estranhamento foi quando eu usei minha gravata bor-boleta e uma camisa por baixo do uni-forme. Mas ao mesmo tempo em que causou estranhamento, muitas pesso-as também gostaram e aprovaram. A maioria gosta de deixar sua marca no uniforme, com um boné ou um colar, mas eu sou o único que ‘exagera’. A maioria dos meus amigos gosta e acha interessante, sempre me perguntando o que eu vou vestir no dia seguinte”, justifica.

Entre as meninas, não é diferente. Luiza Lelis Vieira Santos, do 6º ano, também investe em acessórios para se diferenciar das colegas. “Gosto de co-lares, pulseiras, brincos e anéis. Tam-bém uso maquiagem e esmalte para ir para a escola e tenho várias mochilas”, conta. Nem a camiseta do uniforme escapa da diferenciação e o nome do colégio ganhou uma camada de brilho, segundo Luiza.

“Desde pequena eu gosto dessas coisas. Minha mãe conta que entre um brinquedo e um vestido, eu já escolhia o segundo. Meus colegas estão acostu-mados com o meu jeito. Algumas ami-gas usam acessórios também, mas eu gosto de usar mais coisas, tudo junto. Acho que gosto de ficar diferente mes-mo”, justifica.

Em geral, ela conta que não tem pro-blemas com tanta diferenciação, mas um casaquinho de pele sintética já cau-sou transtornos. “Eu gostava de usar, mas como agora tem que ser a blusa do uniforme, não visto mais”, lamenta.

A mãe de Luiza, Clarisse Morais Vieira dos Santos, conta que apesar do jeito da garota, atitudes sustentáveis são incentivadas desde cedo. “Fazemos doações das roupas que não servem mais e, como trabalho com confecção, também reciclamos. Já transformei uma calça bailarina em uma legging e ela não tem problemas com isso.”

diferenCiação é Mais CoMuM na adolesCênCiaAna Maria Tono Mochi, Coor-denadora Psicopedagógica do Ensino Fundamental, explica que, de acordo com o regimento escolar, os alunos devem usar o uniforme completo, por isso só é possível personalizar aces-sórios, mochilas e tênis. “Entre as meninas, é mais comum a personalização com acessórios; já nos garotos, é na mochila. Há, ainda, aqueles que inovam nos cortes e nas cores de cabe-lo”, afirma.Segundo ela, em geral, a perso-nalização das crianças em séries iniciais é por influência das famílias, mas é na adolescência, dos 11 aos 14 anos, que essa diferenciação torna-se mais comum, principalmente entre as meninas. Entretanto, devido à exigência do uso de uniforme, são poucos os alunos que têm esse comportamento.A discussão sobre o uso do uniforme e a diferenciação por meio de acessórios é feita em sala de aula, de modo a de-senvolver a consciência crítica, conforme explica a coordenado-ra. “Trabalhamos questões rela-cionadas ao multiculturalismo e, principalmente, ao respeito à diversidade, de modo a levar nossos alunos a refletir sobre suas escolhas, tornando-os protagonistas de suas histórias e não marionetes nas mãos da mídia/sociedade. Pelo fato de vivermos em uma socieda-de capitalista, em que o ‘ter’ muitas vezes se sobressai ao ‘ser’, precisamos discutir esses temas a fim de desenvolver nos alunos critérios que os ajudem a fazer boas escolhas. Precisa-mos levá-los a refletir até que ponto estão querendo imprimir a sua personalidade ou se estão apenas seguindo os padrões ditados pela moda”, finaliza.

23Colégio Marista Maringá

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Preservando os recursos naturais

Dizem que as crianças e os jovens aprendem mais com os exemplos do que com as palavras. Professora do Ensino Médio do Colégio Marista de Maringá, Vilma Senhorinho tem feito a sua parte. Adepta do consumo consciente e da preservação dos recursos naturais atra-vés da destinação correta de resíduos, ela usa suas atitu-des como exemplo para os alunos.

Vilma conta que, há dois anos, construiu uma cis-terna em casa, com capacidade para armazenar 14 mil litros de água da chuva. Além disso, também faz com-postagem, produzindo matéria orgânica para os vasos e a separação do lixo orgânico, reciclável e residual.

“Construímos a cisterna, pois percebemos que temos que colaborar com a economia da água, já que esta é um recurso essencial para a manutenção de uma casa. A cis-terna possibilita a facilidade do acesso à água quando não há a necessidade de consumi-la tratada, como ao lavar uma calçada – o que seria um desperdício – e tam-bém contribui para a sua conservação e adota a postura correta perante os problemas ambientais. Já em relação à compostagem, fiz para produzir o adubo para as plan-tas que tenho em casa e, com isso, dar um destino corre-to ao lixo orgânico”, conta.

Ela acredita que o envio dos resíduos para um aterro sanitário torna-se a maneira mais prática de solucionar

a questão do lixo, mas essa via nem sempre se mostra a mais econômica, a mais segura ou a melhor escolha no aspecto ambiental.

“Destinar o lixo de maneira correta e usar a água da chuva com responsabilidade gera uma redução do con-sumo de água potável na casa e do seu custo de forne-cimento, evitando a utilização de água potável onde ela não é necessária – como na lavagem de calçadas e des-carga de vasos sanitários – e contribuindo com o meio ambiente no sentido ecológico, não desperdiçando um recurso natural”, afirma.

Em suas aulas de Ecologia, que ministra para a 3ª série do Ensino Médio, ela relata sua experiência e diz perceber que a grande maioria dos alunos não tinha co-nhecimento do que é compostagem e também não sabia como fazê-la.

“Tento mostrar para os meus alunos que todas as nos-sas ações refletem, positiva ou negativamente, no meio ambiente. Uso exemplos práticos do dia a dia, como to-mar um café ou um refrigerante e jogar fora o copo plás-tico que levará décadas para se decompor. Ou quando economizamos água lavando o quintal utilizando água da cisterna no lugar da água tratada. Iniciativas e ações ecologicamente corretas são simples e podem ser feitas por qualquer um de nós”, garante.

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Atitudes simples como armazenar a água da chuva e destinar de maneira correta os rejeitos são exemplos de

conservação do meio ambiente

Iniciativas e ações ecologicamente corretas são simples e podem ser feitas por qualquer um de nós.vilma senhorinho, professora do Ensino Médio

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“O consumo excessivo leva à destruição, não somente do meio ambiente, mas também do indivíduo.”

“Ser consumista é estar alienado, você perde sua personalidade, pois quem passa a ditar suas vontades e ideais é o sistema, que nos transforma em robôs irracionais, onde o ‘ter’ vale mais do que o ‘ser’."

“Quando estamos angustiados ou nervosos, muitas vezes saímos para fazer compras, mas não nos satisfazemos. Uma razão para não ser consumista é dar valor ao meu dinheiro, que foi conseguido com muito trabalho.”

Paulo estevão filiPe rossato1ª série B

nathaly giovana Pizzaia9º ano C

rafael henriQue rossato1ª série A

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Um motivopara NÃO ser consumista?

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diz aí

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“As pessoas não precisam de tantas coisas para serem melhores, mais queridas ou se sentirem poderosas, porque se cada um doasse esse dinheiro mal gasto, teria menos pessoas no mundo passando fome e frio.”

“Desprendimento! Porque o desprendimento faz com que a pessoa seja bem menos consumista.”

“Acho que a casa da pessoa fica muito bagunçada pelo acúmulo de coisas compradas, e ela poderá ter problema por causa dos gastos e dificuldades na hora de pagar o cartão de crédito.”

valdoMiro Meger5º ano A

JéssiCa Carvalho de souza1ª série B

enzo Paludetto5º ano C

uM Motivo Para não ser ConsuMista...

Nos dias de hoje pensar em não ser consumista significa assumir uma posição contrária ao que está posto em nossa sociedade. É necessária muita personalidade e firmeza para não cair em tentação, uma vez que a lei da oferta salta aos olhos e os produtos inovadores nos invadem a todo o momento.

A mídia habilmente transforma algo simples em grandioso, com uma rapidez impressionante. Então, diante de tanta informação, acontece o óbvio: consumimos.

O que fica de aprendizado para as nossas crianças e jovens? Na cabecinha deles, o que é mais importante

para serem vistos em seus grupos, ser ou ter? A resposta também parece óbvia: SER! Porém, na prática sabemos que o TER prevalece.

Diante disso, ficam alguns questionamentos. Afinal, em que a escola pode contribuir para reverter essa situação? Será possível utilizar alguma metodologia que alcance a velocidade da mídia e que possa “convencer” nossos jovens de que TER é bom, é prazeroso, mas que SER é essencial à vida?

adriane gisBert MaranhoCoordenadora Psicopedagógica – Ensino Fundamental I e II

27Colégio Marista Maringá

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2013 ESPORTES

XLI Olimpíada Champagnat. Quem curtiu dá um “joinha”!

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Passagem da tocha da Olimar 2013.

Presença do ex-aluno Leonardo Bortolini

e ex-atleta da Seleção Brasileira de

Handebol.

Os jovens “hippies” na abertura da XLI Olimpíada Champagnat Marista.

Muitos talentos no Fesmumar, que acontece como uma das atividades da Olímpiada.

Nossas meninas da ginástica rítmica. Muita delicadeza e atitude nos movimentos na apresentação de abertura da Olimpíada Champagnat.

28 Colégio Marista Maringá

caleidoscópio

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ABRILEVENTOS

Festival de Clipes 2013. Trabalho desenvolvido com os 9os anos como avaliação da disciplina de Língua Inglesa. Este ano, tivemos até premiação para ator e atriz revelação.

Semana Pastoral Marista 2013. Muita criatividade, música e espiritualidade com um “toque” jovem.

Festa Junina 2013 – homenagem a Luiz Gonzaga. Olhem que charme as crianças da Educação Infantil!

Camar 2013 – 1º semestre. Começando as atividades com muita alegria e felicidade para transmitir aos alunos.

29Colégio Marista Maringá

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Consumo consciente e responsabi-lidade social são algo que se aprende também na escola. Mas é em casa que as crianças devem começar a receber os primeiros conceitos de como sepa-rar o lixo, a importância da doação da-quilo que não serve mais, o reaprovei-tamento de embalagens, entre outros.

Na casa da professora universitária Alessandra Ferreira, as filhas Maria Luiza, aluna do 9º ano, e Maria Letícia, aluna do 4º, já estão bem cientes do que deve ser feito. “Sempre separamos o lixo orgânico do reciclável e também temos um triturador de alimentos para descartar os restos”, conta a mais velha.

Alessandra diz que a postura sus-tentável está presenta na rotina da fa-mília, composta por quatro pessoas, desde sempre. “Como curitibana, mes-mo morando em Maringá atualmente, brinco que sou bem ‘treinadinha’, des-de a década de 1990. E isso aparece nas atitudes mais simples, como separar o lixo, tentar adquirir produtos em em-balagens maiores e, assim, poupar o meio ambiente, evitar levar as sacoli-nhas do mercado, optando por caixas, até propor sempre pensar: precisamos mesmo disto ou daquilo?”.

Segundo ela, a preocupação com o meio ambiente é um dos fatores que levaram a família a agir de forma res-ponsável. “Além da condição de que tudo o que for feito hoje pode ser re-petido amanhã, depois e depois, pen-samos também em viver procurando

uma postura mais colaborativa e fir-mada no respeito ao meio”, justifica.

O consumo responsável está pre-sente não só no questionamento do que é necessário ou não ser comprado, mas também no reaproveitamento de roupas e móveis, por exemplo. Ales-sandra conta que as filhas não têm o apelo consumista tão presente nos dias de hoje – principalmente entre meni-nas – e aceitam a troca de roupas entre primas e elas, utilizando-as por muito tempo. "Elas possuem roupas que já foram usadas por outras três primas e nós ainda temos blusas e casacos com mais de 20 anos", comenta.

“Conservamos objetos de família como peças que fazem parte da nos-sa história, pois, assim, acreditamos que as meninas estão aprendendo que tudo pode ter uma história, que os ob-jetos não precisam ser descartáveis. Além do quê, há todo um charme em ter peças com mais de 100 anos na sua casa e não ter comprado em antiquá-rio, apenas preservado em família”, diz a professora.

Outros hábitos que sinalizam a preocupação com o meio ambiente também são claros. O carro, um item necessário nos dias de hoje, é usado com racionalidade e abastecido com combustível menos poluente. "Apesar de ter dois carros, sempre procuramos manter um em casa. A bicicleta é ou-tro meio que estimulamos", garante. O consumo de água é racional nas ati-

Educação para o consumocomeça em casa

Comprar somente o

que necessita também é

uma forma de proteger o

meio ambiente

30 Colégio Marista Maringá

destaque

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vidades domésticas, sendo a roupa acumulada para ser lavada e tam-bém passada apenas uma vez por se-mana, economizando o recurso na-tural e evitando a poluição do meio ambiente. A família também evita o uso de artigos descartáveis, que au-mentam o volume de lixo no planeta.

Para melhor aproveitamento do material reciclável, antes de jogar as embalagens no lixo, todas são la-vadas, evitando que a embalagem se perca por estar suja. Alessandra conta que também costuma reuti-lizar as embalagens, optando por produtos com refil.

Maria Luiza conta que não acha que o modo de agir de sua família seja muito diferente em relação a outros familiares, mas percebe que os comportamentos seu e da irmã diferem dos comportamentos de alguns amigos. “Eu e minha irmã nunca ligamos para as marcas ou para ter o último modelo de tudo, por isso não trocamos de celular ou computador regularmente”, afirma.

Alessandra ressalta que em-bora a família tenha hábitos mais conscientes com relação ao meio ambiente, evitando o consumo

desnecessário, nada é levado ao extremo. “As meninas pedem e ga-nham, quando temos condições, roupas novas. Nós vamos, sim, a res-taurantes de fast food e é claro que elas ganham presentes da moda. Apenas perguntamos sempre para quê e que diferença isso irá fazer da vida delas”, destaca.

Como prova de que atitudes mais sustentáveis fazem sucesso também entre as crianças, a professora conta que costuma fazer as festas de ani-versário das meninas “à moda an-tiga”. “Pouca decoração, bexiga nas paredes, bolo feito em casa, gelatina de copinho... Já fiz um que tinha até toca-discos de vinil, com músicas infantis dos antigos discos colo-ridos, além de brincadeiras como pintar no chão, brincar com barro, as crianças amaram”, garante.

Ela destaca também que as filhas não costumam esperar por presen-tes. “É um olhar diferente sobre os excessos que essa sociedade quer nos impor, que reflete em um com-portamento descartável, em que tudo eu posso ter e jogar fora, sem observar as consequências e quem paga depois somos todos nós.”

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Perguntamos sempre para quê e que diferença isso irá fazer da vida delas.alessandra ferreira, professora universitária

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Práticas sustentáveis

Anote estas três práticas bem sim-ples, mas que, em conjunto, podem representar uma redução significa-tiva no consumo de energia. Ligue os computadores pela manhã e des-ligue-os apenas no final das aulas; mantenha as telas dos computadores desligadas durante as troca das aulas; e mantenha o datashow desligado nos momentos em que sua utilização não for necessária.

Além disso, mantenha as telas dos computadores desligadas durante as explicações do professor com uso do datashow. Após as explicações, os computadores podem, então, ser liga-dos. Ao final de cada aula, apenas os monitores devem ser desligados.

É difícil fazer um cálculo exato da economia gerada por esses procedi-mentos, pois a dinâmica de uso dos laboratórios varia bastante confor-

me a demanda de agendamento das aulas. Entretanto, a estimativa é da ordem de 30 a 40%. Assim, uma vez que o consumo médio mensal de um computador ligado oito horas por dia é de aproximadamente 15 kWh, se-gundo a Eletrobrás, estaríamos eco-nomizando cerca de 4,5 kWh, ou seja, quase um terço do custo total.

Você pode programar o Agenda-dor de Tarefas para desligar automa-ticamente o seu computador após um determinado horário. No caso de notebooks, é possível ajustar o Ge-renciamento de Energia para cada tipo específico de usuário, forçando desde a diminuição da luminosidade na tela até o desligamento temporá-rio dos dispositivos internos como o HD. A bateria agradece e o seu bolso, também!

Atitudes simples podem ajudar a economizar energia elétrica no laboratório de informática e também em casa. Confira as dicas de Oswaldo Martins da Costa Patrão, Supervisor de Apoio Educacional

você sabia?

Colégio Marista Maringá32

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O FTD Digital Arena é a primeira plataforma tecnológica de imersão multicultural do Brasil, que reúne características de um planetário digital e uma sala de projeção com tecnologia 3D de alta definição.

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Formada em Medicina e com es-pecialização em Pediatria, Maria-ne Arns é conhecida pelo trabalho voluntário realizado no Sistema de Apoio à Saúde São Rafael, em Marin-gá, uma entidade filantrópica com a proposta de promover a saúde, pre-venir doenças e criar oportunidades. O sobrenome entrega o parentesco: Mariane é sobrinha de Zilda Arns, criadora da Pastoral da Criança, cujo exemplo influenciou milhares de pessoas. Mariane também é mãe Marista e, nesta entrevista, conta um pouco sobre seu trabalho e o quanto a filosofia de Marcelino Champag-nat contribuiu para a formação de suas filhas.

Como é o trabalho na entidade?Na entidade, todos são voluntários,

inclusive eu. É um trabalho maravi-lhoso colaborar com o desenvolvi-mento das crianças e das famílias que nos procuram, poder diagnosticar o que está impedindo o desabrochar dos seus potenciais e acreditar que elas possam ser felizes. Isso traz vida a cada voluntário, que cresce com cada trabalho realizado.

Quanto Zilda Arns influenciou na

sua escolha profissional e na sua atu-ação junto à comunidade?

Na escolha da minha profissão e, depois, no caminhar para a pediatria,

ela particularmente não influenciou , mas todo exemplo de pessoas fantás-ticas com uma visão humanitária sem fronteiras deveria influenciar cada um de nós. Devemos, através desses exemplos, nos guiar para poder cons-truir uma sociedade melhor.

Suas filhas fazem parte da família Marista. Por que a escolha desse Co-légio?

A Fernanda e a Rafaela sempre es-tudaram no Marista, do Ensino Fun-damental até o Ensino Médio. Sempre acreditei que, para que a criança atin-ja seu objetivo, é necessário não só o ensino tradicional, mas o aprimora-mento como ser humano, e isso sem-pre foi atingido no Marista.

Qual a importância da Educação Ma-rista?

Toda, absolutamente toda, pois promove a educação essencial para ingressar em uma universidade, além de promover, também, o desenvolvi-mento integral desde a primeira in-fância à adolescência.

Se tivesse que dar um conselho aos jovens que estão dando os primeiros passos no voluntariado, qual seria?

Não desistam nunca, apesar de o trabalho ser complexo e, às vezes, ár-duo, pois atuar voluntariamente tem como objetivo provocar mudanças

em uma população tão sofrida. O tra-balho voluntário nos faz crescer como seres humanos e a vida se torna muito mais bela. "Se não vejo uma criança quando olho para a criança, é porque alguém a violentou antes, e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado", Hebert de Souza nos disse uma vez. Infelizmente, ainda vemos muitos desses rostos. Temos muito que colaborar. Venha! Participe!

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Em prol do semelhanteConfira a experiência de voluntariado de Mariane Arns, mãe Marista

Mariane durante atendimento no no sistema de apoio à saúde são rafael.

Mariane com a dra. zilda arns e suas filhas, fernan-da e rafaela

Em prol dogente nossa

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O Colégio Marista de Maringá cos-tuma criar uma interface entre diver-sos projetos e ações pedagógico-pas-torais que colaboram na formação da cidadania e da solidariedade interna e externa. Em destaque, a participa-ção de educadores e alunos nas con-ferências municipais de direitos, a ampliação do olhar para entidades sociais assistenciais e a motivação de campanhas de promoção, como as gincanas solidárias e as parcerias com o Centro Educacional Marista Irmão Beno Tomasoni em datas sig-nificativas para o Grupo Marista.

Como exemplo de atividade exter-na, neste ano educandos e educado-res do Colégio Marista de Cascavel participaram da Conferência Munici-pal de Direitos das Crianças e Adoles-centes e da Conferência Municipal da Educação. Acreditamos que é preciso participação e acompanhamento por parte da população para que haja boa gestão dos recursos públicos e garan-tia de direitos. Nossa sociedade ainda não está acostumada com essa reali-dade, por isso é urgente investir em processos de formação e de incentivo que qualifiquem a participação nes-sa ação cidadã fundamental. Outro exemplo de formação é a partir do 6º ano, quando os alunos têm contato

direto com diversas entidades sociais assistenciais do município. O objeti-vo é ampliar o olhar dos educandos para os mecanismos que a própria sociedade encontra em resposta aos problemas que surgem em seu inte-rior. Como entidade de educação, a meta é educar o olhar para o sistema de garantia de direitos, formando para a cidadania; e como entidade cristã, educar o olhar para a solidarie-dade e promover o imperativo cristão da misericórdia e do amor.

A Comunidade Educativa Maris-ta responde de maneira significativa quando motivada a partilhar em mo-mentos pontuais. Isso fica evidente quando diversas famílias da Educa-ção Infantil e do Ensino Fundamental doaram caixas de bombons e cartões de Páscoa para os alunos do Centro Educacional Marista Irmão Beno;

quando doaram brinquedos de qua-lidade na apresentação Fábrica de Brinquedos, no final de 2012; e quan-do arrecadaram mais de 20 toneladas de alimentos por ocasião da Gincana Champagnat. Essas doações fizeram diferença nas vidas das pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica que as receberam.

Entre o ideal de solidariedade alme-jado e a realidade presente há uma dis-tância muito grande. O compromisso do Colégio Marista é continuar estabe-lecendo estratégias educativas para, gradativamente, mudar essa realidade. Porém, um barco não consegue vencer a correnteza sozinho... É preciso com-prometimento das famílias na educa-ção familiar e uma ação em rede com outros parceiros que também navegam para o porto da cidadania, da justiça, da solidariedade e do amor.

Educação para asolidariedade

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alunos representam Colégio Marista

na vii Conferência Municipal de

Meninos e Meninas.

Participantes do Projeto de solidariedade visitam a

associação Maringá apoiando a recuperação de vidas (Marev)

Por César augusto ribeiro, silvana rosa e lucas alessandro silva

Alunos aprendem a garantir seus direitos e a olhar para o próximo com misericórdia e amor

36 Colégio Marista Maringá

ser melhor

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Irmão Marista da Província Rio Grande do Sul e

pedagogo Missão Marista entre os indígenas

Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu priori-dade à educação como espaço pri-vilegiado de evangelização no am-biente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus.

Os povos indígenas também me-recem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa en-tre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter pe-culiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está ga-rantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades.

Em nossa região, existem mui-tos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Ka-namary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, esta-belecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”.

Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às

comunidades-escolas. Acompanha-mos de perto e in loco o trabalho edu-cativo de cada professor, ajudando--os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qua-lidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pe-dagógico (PPP) de cada povo.

A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “res-peitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra ló-gica, outro tempo.

Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Ape-sar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especifi-cidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito.

Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum volun-tário que se sinta chamado a colabo-rar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, ela-boração de gramáticas, cartilhas, li-vros de literatura e dicionários.

Juntos, podemos continuar o so-nho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.

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essência

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O voto de pobreza perante o consumismo do mundo atual

A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nas-ceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Rece-beu sepultura em uma tumba em-prestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empe-nham em ter o coração desapegado dos bens deste mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo.

Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas ma-nifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo.

Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma men-tira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exi-gências desse voto.

Todos esses e outros pensamen-tos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem material de algum valor2, sem auto-rização. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu su-perior imediato. Presta-lhe contas

regularmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que rece-ber a título de aposentadoria, sub-venções, seguros, salários ou bene-fícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).

nosso Modo de vida, nosso voto de PoBreza

Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comu-nidade – moradia, móveis, bibliote-cas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a ser-viço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santifica-ção pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos.

Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança espiritual, mas nenhuma herança material para distribuir entre seus parentes.

CoMo se vive o voto de PoBreza?

Há muitas demonstrações da vi-vência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessá-rio para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores

têm a obrigação de cuidar para que nada falte aos Irmãos de sua co-munidade, como alojamento, ali-mentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, es-tudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis.

Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não cons-truir do que construir mal”.

Naturalmente, quando nos en-contramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de po-breza e, sobretudo, o “espírito de po-breza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.

1 “Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”

(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2

2 c. 600

ir. Cláudio girardiIrmão Marista do

Grupo Marista

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As consequências negativas de um consumo desenfreado não es-colhem classe social. No entanto, são as atitudes do coletivo – inde-pendente de sua condição social – que têm interferido no planeta e interferirão no futuro.

Para a construção de um mode-lo civilizacional diferente do atual, em que as pessoas consumirão o necessário e valorizarão mais as re-lações interpessoais, é necessário que as transformações se iniciem nos níveis básicos da educação – tanto pública quanto particular. A coordenadora pedagógica Gillys Vieira da Silva, do Centro Social Marista Ecológica, localizado em Almirante Tamandaré (região me-tropolitana de Curitiba), afirma que “se os alunos aprendem boas práticas dentro da escola, eles le-varão esses ensinamentos para a vida lá fora”.

Práticas de consumo consciente estão no escopo da educação Ma-rista, sendo aplicadas tanto nos Co-légios como nas Unidades Sociais, espaços educativos que atendem

Dois pesos, duas medidas, um mundo

É dever de todos aderir a práticas mais conscientes de consumo,

independentemente da classe social. Unidades Sociais Maristas também

contribuem no diálogo por um mundo mais sustentável

Por Michele Bravos

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solidariedade

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Boas ideiasConheça mais sobre as práticas desenvolvidas no Centro Social

Marista Ecológica

exercendo cidadaniaSão momentos que ocorrem periodicamente, dentro da sala de aula e intermediados por um professor, em que os alunos são instruídos sobre algum tema relacionado à cidadania. Nessa ocasião, eles também são convidados a dialogar sobre os assuntos apresentados e buscar soluções viáveis para a realidade da comunidade. Consumismo já foi tema de conversa. Agora, estão na fase de sugerir o que fazer com os excessos.

Peças antigas, novas funçõesÉ na aula de robótica que os alunos colocam a criatividade para funcionar e descobrem novas funções para chips, monitores de computador, placas de memórias e tantas outras peças. “Eu acho bom aprender a reutilizar esses materiais. Faço coisas que nem imaginava”, diz o aluno Paulo Henrique Assis, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica.

o que nós queremosPara evitar o desperdício de alimentos, algumas práticas foram adotadas pelo Centro Social. A primeira foi realizar um diálogo sobre o cardápio disponível e as possibilidades de alteração, tendo em vista o custo e a questão nutricional. Paralelo a isso, também foi feito um trabalho de conscientização sobre o senso de coletivo, “assim prevalece um olhar do grupo e não para as necessidades individuais, fortalecendo a construção coletiva, explica Gillys.

ovelhas bem alimentadasOutra ação implantada foi a destinação das sobras de frutas, verduras e legumes para as ovelhas que fazem parte do espaçotempo da Unidade. Os alimentos deixaram de ser temperados na hora do preparo, pois, assim, suas sobras poderiam complementar a alimentação dos animais. Os alunos participam efetivamente, ajudando na pesagem dos restos e alimentando as ovelhas. Vale destacar que este ano houve uma redução no orçamento para compra de ração, sendo o recurso utilizado para o desenvolvimento de outras ações.

comunidades menos favorecidas socioeconomicamente.

No Centro Social Marista Eco-lógica (PR), inúmeras ações são desempenhadas junto aos alunos, de modo a incentivá-los a práticas conscientes de consumo. Entre elas: assembleias, para discutir temas relacionados à cidadania: aulas de robótica, com reutili-zação de materiais eletrônicos e conscientização alimentar para uma alimentação saudável e evi-tar desperdícios.

A aluna Dayane Choinski Nas-cimento, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica, afirma que a educação que tem recebido tem lhe ajudado a cons-truir novos hábitos – mais sus-tentáveis. “O ensino aqui mudou a minha vida, a minha forma de pensar. Tenho mais consciência sobre o mundo.” Ela ainda conta que tem aderido a práticas que re-presentam economias para o bol-so dos pais. “Sou preocupada com o desperdício de água e de dinhei-ro. Tento reaproveitar o material escolar, pois é uma economia para a minha família e, assim, também ajudo a não gerar tanto lixo para o mundo.”

No Centro-Oeste do país, os esforços também caminham na direção de um mundo mais cons-ciente. É no Mato Grosso do Sul que o Centro Social de Dourados realiza o projeto Maristeca. “O projeto é desenvolvido junto aos educandos nas oficinas de educo-municação e educação ambiental e visa a abordagem do consumo consciente, trocas solidárias e cria-ção de uma moeda social: a Maris-teca”, explica Roselâine Godinho, assistente social da Unidade.

A ideia tem como inspiração um modelo bem-sucedido da região, a moeda social Pira-Pirê, a qual tem contribuído para o fortalecimento da economia na comunidade.

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Férias é sinônimo de lazer e experiências

de valor. Deixe as compras para outra

hora e aproveite o tempo em família

Por Michele Bravos

Vai chegando o período de férias e a crian-çada só pensa em uma coisa: qual será a pro-gramação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e expe-riências de valor.

Para que o discurso do consumo sem exage-ros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduar-da, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não signi-fica poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz.

A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enrique-cimento cultural e nas experiências diferencia-das, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivencia-das pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para

um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brin-quedos e pipoca.”

A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Ma-rista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”.

Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem caracte-rísticas valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”

deCisões ConJuntasO planejamento da viagem pode e deve ser

compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do ro-teiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-

Sobra diversão Sobra diversão e não falta dinheiro

São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom

Pedro I deu o grito da independência.

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sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana.

A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive quanto poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma difi-culdade para muitos pais, mas com-partilhá-lo com as crianças traz segu-rança, domínio e comprometimento com a situação.”

Mesada Para viageMSe a mesada já faz parte da rotina

dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acor-do com o planejamento da família.

Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo cons-ciente nesse período, uma possibili-dade é incentivar os pequenos a eco-nomizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana.

Essa regra vale para viagens nacio-nais e internacionais. “Em uma via-gem para o exterior, procuramos mos-

trar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conversões, por-que também economizam as mesadas para comprar lembrancinhas”, conta Renata.

CoMPras Que CaBeM na MalaViajar e não trazer nenhum souve-

nir do lugar visitado é quase impossí-vel. “Sempre compramos algo que re-presente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é: atribuir significado à determinada compra.

Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela di-zia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jei-to que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”

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a Partir de 3 anosNessa fase, as crianças já adquirem um aproveitamento maior das apren-dizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada.São indicadas atividades de percep-ções permanentes e descobertas enri-quecedoras, em contato com a nature-za, por exemplo. Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e pos-sível, mas nem sempre adequada pela logística das necessidades des-ta faixa etária.

a Partir dos 5 anosA criança já tem certa autonomia. A proposta estende-se para locais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tempo e as intenções de cada proposta.

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l Pais, sejam menos ansiosos! Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.

l viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.

l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.

l Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.

l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!

Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, pas-seando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O comple-xo Inhotim também pode fazer par-te do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir!

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ModaPara as meninas, a dica vai para a página do Facebook Cabide Novo. Lá, elas podem fazer trocas de peças de roupas que não usam mais ou até mesmo vender. Vale a pena, pois o preço é bem mais em conta. Na página, as pessoas combinam os valores, o que trocar, e depois compartilham para mostrar que deu certo. O grupo funciona bem e é importante contra o consumismo exagerado e o apego às coisas materiais.

isadora iladi de liz, 10 anos, 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Criciúma (SC)

livroVocê já ouviu falar de consumo consciente? Nos tempos atuais, a humanidade sente na pele as consequências de centenas de anos de consumo desenfreado e irresponsável. Assim, é necessário pensar em uma nova forma de consumo, que não ignore o impacto ambiental e que tenha como objetivo o bem-estar social. Esses e outros aspectos são abordados no livro inteligência ecológica, de Daniel Goleman, lançado em 2009.

Michel goulart, professor de História e Filosofia no Colégio Marista Criciúma (SC)

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compartilhar

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internetUma boa dica para não exagerar no consumo de jogos eletrônicos, mas se divertir com algo novo, é a troca de games. No Facebook, há um grupo criado pela loja oops store para promover a troca de jogos que não são mais usados. A ideia funciona. Lá, o pessoal pode postar o que não quer mais. Quem se interessar, precisa ter algo em troca para dar. Então, é só combinar o escambo. Além disso, há também o Dia da Troca, que acontece na própria loja. Fica a dica para um reaproveitamento mais divertido. Acesse: www.facebook.com/oopsstorecco

João victor santin Carraro, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco (SC)

livroO livro que indico é intitulado vida para consumo – a transformação das pessoas em mercadoria (2008), de Zygmunt Bauman. Neste livro, o sociólogo polonês analisa como a sociedade moderna de produtores foi gradualmente se transformando em uma sociedade de consumidores. Na nova organização social, os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, promotores de mercadorias e também as próprias mercadorias que promovem. Bauman examina o impacto das atitudes e dos padrões consumistas em diversos aspectos aparentemente desconexos da vida social, política e democrática, como estratificação e divisão social, comunidades e parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento, adoção e propagação de valores.

liane Pascoali danieli, Diretora Educacional no Colégio Marista São Francisco (SC)

leituraVocê sabia que o consumo exagerado acarreta em uma demanda muito grande de energia, minérios e água? Por isso, necessitamos de um modelo de desenvolvimento econômico, que não comprometa o meio ambiente e a sociedade. É como relata o pesquisador austríaco Gerard Gilnreiner, da Universidade de Cracóvia, em seu texto estratégias de minimização de lixo e reciclagem e suas chances de sucesso, publicado em 1992. A leitura vale a pena para despertar a reflexão.

Beatriz santana, professora de Geografia no Colégio Marista de Goiânia (GO)

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NADA além da imaginação Por Elizangela Jubanski

Depois de reservar uma brecha diária para curtir os fi-lhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quan-to compreender o que é ter responsabilidade de consu-mo é saber driblar os diversos brinquedos nada susten-táveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada.

Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades

importantes: a percepção de que, na verdade, para brin-car, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infan-til, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brin-ca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”.

Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brin-cadeiras que nunca se desgastam.

Pedra: mão fechada.

Papel: mãe aberta.

tesoura: dedo indicador e médio.

Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.

Pedra, PaPel ou tesoura

Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!

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Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.

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Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante.Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".

PiQue-esConde

Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. Para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.

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O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais ba-ratos, fabricados em maior escala – vi-sando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maio-ria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com ou-tra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gas-tamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou ape-nas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal.

Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pes-soas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entan-to, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos re-cursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no

seu processo de fabricação, quando se-paramos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como com-bustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resí-duos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade.

Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repen-sar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou pe-nalizar a indústria ou quem produz o resí-duo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser es-tudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os proble-mas que enfrentaremos serão imprevisí-veis. Vale a reflexão.

O desperdício e a sustentabilidadePor Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)

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É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.

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A história do seu filho merece cuidado.

Atual desde sempre. Marista.

Desde o início nos dedicamos a uma formação de valores.

Ser ético, por exemplo, é algo fundamental ontem, hoje,

amanhã e sempre.

Nada mais atual do que ser tradicional.

Assim pretendemos dar continuidade à formação integral

do seu filho. Afinal, os valores que passamos aqui possuem

propósitos. O que ele aprende no Marista interfere em sua

vida e na sociedade.

Programe-se para o período de rematrículasdos Colégios Maristas.

Alunos do Colégio Marista Pio XII.

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O consumismo acaba se tor-nando uma “válvula de esca-pe” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao con-sumir, tira-se o foco do pro-blema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.

Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo sig-nifica pressão, influência ou tensão. No dicionário, encon-tra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do orga-nismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capa-zes de perturbar-lhe a home-ostase (equilíbrio)”. Suas ma-nifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.

Mas cuidado! Al-gumas vezes sua tensão pode não ser totalmente suprida após algumas com-pras, como afirma a professora Fernan-da. Se o desejo con-tinua não satisfeito, o indivíduo volta a consumir ou se frustra.

É nessa frustração que o con-sumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alí-vio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, pois o estímulo não é perce-bido como suficiente. Assim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”

Comprar é bom. Quem não gosta de ad-quirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspec-tos negativos. Quando as compras come-çam a exceder o orçamento financeiro pes-soal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.

Outra questão que pode se apresentar é o sen-timento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a com-prar, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.

Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a qualidade de vida. Dessa forma, você não estará sendo um con-sumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades. O planeta agradece!

Comprar alivia o estresse?

Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele

pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como

comprar. o problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante.

Por Julio Glodzienski

Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernan-da Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do traba-lho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímu-los atrativos.

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curiosidade

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Encontrea MPBna internet.

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