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ACADEMICUS PRAECLARUS O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XX Agosto de 2014 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 020 - Colombo Monteiro de Oliveira, Patrono: Condorcet Aranha 243 MORTE DEACADÊMICOS ENCOLHE O CLUBE

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ACADEMICUSPRAECLARUS

O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XX Agosto de 2014

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

CATORZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 020 - Colombo Monteiro de Oliveira, Patrono: Condorcet Aranha

243MORTE DE ACADÊMICOS ENCOLHE O CLUBE

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

MORTE DE ACADÊMICOS ENCOLHE O CLUBE

O Clube dos Escritores Piracicaba completa 25 anos defundação, mas encolheu culturalmente após a partida de mais de 250 de seus Acadêmicos.Sabemos muito bem que a vida é algo finito que um dia tem que se apagar, mas apesar dasvagas terem sido repostas, com um pouco de dificuldade, os que se foram são insubstituíveise com certeza deixaram muitas saudades. Para nos adaptar a essa nova realidade, precisamosremanejar as Categorias de Acadêmicos e Sócios. Nas Categorias de Sócios, não temosmais, por exemplo, os Sócios Assinantes e Honorários, bem como, o Quadro de MembrosTitulares, que se transformou em Membros Titulares Eméritos. Mesmo que essas mudançasainda dependam da realização de uma Assembléia, para entrarem verdadeiramente emvigor, quem estiver nessas Categorias citadas pode ficar sossegado que continuam comoestá, ou poderá pleitear uma vaga no novo quadro de Titulares Eméritos. A mudançatambém valerá para quem entrar no Clube daqui para a frente.

Aguardamos os interessados entrarem em contato e ficaremosà disposição para melhores informações a respeito. No que diz respeito à nossa SessãoMagna de novembro, continuamos esperando uma posição oficial da Câmara Municipalde Piracicaba para o empréstimo do Salão Nobre daquela Casa de Leis para essa realização.Para aqueles que vão ser homenageados e tomar posse em alguma Cadeira do Clube,sugerimos mais um pouco de paciência. Enviaremos o Primeiro Comunicado aosDiplomandos e Homenageados dentro de um prazo razoável para que todos se programem.

Se a inadimplência continuar no mesmo ritmo, possivelmente,a partir de setembro, ao invés de cobrarmos outra vez uma taxa extra, a Revista deverá serpublicada de dois em dois meses, até que a situação se normalize. Estamos tomando essainiciativa, que foi uma sugestão muito lógica da Acadêmica Hazel de São Francisco, de SãoPaulo/SP, que espera com essa atitude aumentar o interesse de todos em escrever na nossarevista, porque terão mais tempo para enviar seus novos trabalhos.

Muita gente não tem uma vasta produção literária e por isso,precisa escrever regularmente para abastecer a pasta que mantém nosarquivos da revista. Voltamos a pedir que os inadimplentes valorizem erespeitem o nosso esforço e nossa dedicação pagando a anuidade. Eitaferro!

A IDADEA idade é a somatória dos anos vividos, simples definição e

lógica, mas cada ano acrescentado se torna mais satisfatório e gratificante. Na épocainfantil toda criança tem sua graça. É a fase dos por quês, uma fase lúdica onde aimaginação é a tônica para despertar sonhos, muitas vezes pelo faz-de-conta, quedespertam as marionetes e os fantoches que aparecem na TV. Assim a “GalinhaPintadinha” é cada vez mais, trocada por fatos reais. Mais para frente chegam históriasde príncipes e princesas e o lado romântico é despertado ocupando os sonhos românticosdas adolescentes. O sonho de namorar, casar e ter filhos ainda permanece nos ideais dequalquer jovem, embora não com a mesma dinâmica de anos atrás, porque hoje o anseiode ter uma carreira de sucesso representa a realização e é a meta de qualquer jovem.

As fases vão sendo ajustadas na idade madura, pois bem oumal, já se passaram muitas experiências e pode “se dar ao luxo” de devanear sobre opassado. Reciclar nas recordações os anseios trabalhados ao longo da vida. E pareceque o tempo é curto para isso, que esse contar dos anos, não passou. As lembranças sãovívidas e ainda pode-se recordar os amigos do tempo escolar, da época do namoro noportão e de todo romance nele envolvido, até com detalhes, estes configurados comoexclusivos, vivenciados com tanta intensidade. Os problemas se diluem com essa voltaao passado e até fantasiam certos momentos de má recordação, mas tudo édesconsiderado, minimizado, pelos efeitos benéficos que emanam das recordações.

Chegamos á conclusão que foi benéfico para a energizaçãoda realidade e para nosso crescimento espiritual. Sabemos e temos capacidade para fazerum balanço dos prós e contras que se degladiaram em nossa vida.Cada filho já adulto, com suas características de personalidade, é lembrado. E facilmentemisturamos os tempos para que os meninos ou as meninas voltem de nossa lembrança,com tanta facilidade que, mesmo com o tempo vivido, misturamos numa só realidadefilhos, netos e bisnetos como se fossem iguais.

Como é bom perceber características dos parentes se revelandonos mais novos, pela madeira de andar, pelo temperamento, as feições fisionômicas,tendências e preferências. È tão prazeroso deixar sua marca nos seus herdeiros! Como éprazeroso rir de manias, jeitos de ser, que representavam problemas na época vivida commarido, pais, avós, parentes, porque tudo isso ficou marcado como coisa inesquecível. Atal ponto, que na hora de pegar no pé, o trejeito ou maneirismo é identificado pelo nomedaquele que os tinha.Ao assistirmos um filme de décadas atrás, cheio de romantismo,vem-nos à mente essa fase de ilusão onde o sexo não era tão imediato como agora.

Os jovens estão perdendo esse envolvimento, que era maissutil, mais refinado. Havia mais respeito pela mulher. Os filhos por sua vez, pediam abenção dos pais ao irem dormir. Tenho um sobrinho, hoje de cabelos brancos, que aindapede-me a benção beijando minha mão. Educação de berço! Então, a idade nos trazpensamentos envolventes e memórias gratas de um passado que se fixou para sempre no

pensamento de quem viveu para os seus. “Recordar é viver.”

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4 5-----------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO----------------

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

[email protected]

A SEREIA OU A SERPENTE

Desde criança ouvimos e lemos contos infantis com históriasde uma sereia maravilhosa que atrai um jovem, que costumava ir ao rio para pescar. Ojovem desaparecia ao ouvir o canto da sereia. Como ensinamento às crianças, a existênciade uma sereia que vive nas águas dos rios, perpetua até os dias de hoje, como lenda oucuriosidade. Ninguém se esquece dessa linda sereia com poderes sobrenaturais paraseduzir qualquer jovem. No entanto, analisando o fato sob um prisma real, entende-seperfeitamente que, em várias regiões do país, é fato comum o desaparecimento de crianças,jovens e adultos, que costumam nadar ou tomar banho de rio, ou mesmo animais, comocães e cabeças de gado, que frequentemente buscam água na beira dos rios.

Tem-se pleno conhecimento que cobras de grande porte,algumas delas medindo de 10 a 12 metros de comprimento, como por exemplo, a sucuri(Eunectes murinos) e a jibóia (Constrictor constrictor), costumam caçar animais, e commenos frequência, adultos e crianças, que buscam a beira dos rios para pescar, tomarbanho de rio e descansar na sombra de uma árvore.

As cobras costumam ficar dentro da água, nas margens ounas árvores, à espera de suas presas. O réptil dá o bote na presa e enrola-se nela comviolência, quebrando-lhe os ossos e matando-a por asfixia, e não raro, arrastam-na para ofundo da água, antes de devorá-la lentamente. É sempre possíve3l encontrar sucuris dedoze metros ou mais, descansando nas margens dos rios, fazendo a digestão, depois deengolir um animal ou uma pessoa. Recentemente, a TV divulgou o caso de um dentista,cujo corpo foi encontrado pelos companheiros, dentro de uma enorme sucuri.

Esses ofídios vivem principalmente nos pântanos e rios e sãochamadas também de sucuriju, sucuriu, boiçu e anaconda. Os enormes répteis conhecidoscomo jibóia, apresentam as mesmas características da sucuri: são carnívoros podendoatingir vários metros de comprimento e matam as vítimas por constrição (aperto), matando-as por estrangulamento. A boca e o corpo dessas cobras são dilatáveis e aumentamconsideravelmente de tamanho, o que permite que elas engulam vítimas grandes, muitas

vezes maiores que a própria cobra. As jibóias adultas são grandes, grossase pesadas, mas embora tenham uma aparência de mansidão, merecematenção das pessoas que têm este réptil em casa. Crianças são muitofáceis de serem devoradas. Alertar é viver e é divino!

Homero AnefalosPraeclarus/Piracicaba/SP

ODILA PLACÊNCIA LANÇA COLETÂNEA

Organizada por Odila Placência, de Barueri/SP, Cadeira UmbertoAldrovandi, da Área de Letras, do Colegiado Acadêmico do Clube dosEscritores Piracicaba, o quinto volume da coletânea “Poetas de todos oscantos”, será lançada no próximo dia 13 de setembro na BibliotecaMunicipal “Eny Cordeiro”, em Barueri. À destacada os nossos parabéns.

DUM VIVIMUS VIVAMUS

rédeas crina bamboleiosaltos avanços suor estafagritos vozerio distanterecordações de ontemprados lagos relva rios a vauolhos fundos verdes mareslongínquos rasos d’águaboca úmida entreaberta sempremundos infindos paraísossonhos montanhas valesmomentos memóriainesquecível lembrançaausências eternas ainda tão presentes

MERGULHO NO INFINITO

Vou mergulhar no infinito,varar a noite soturna,molhar as mãos de neblinana madrugada chegando;subir os degraus das horas,chegar ao topo do mundo,pernoitar junto às estrelas,a lua me namorando.

Vou, cativo dos meus sonhos,nas asas das minhas crenças,vão comigo mil libélulase outras tantas falenas;lá, no deserto das sombrasvou exilar minhas queixas,desterrar velhas endechaslembrar só canções amenas.

E quando a aurora viercom remansosa ternura,feito luzente satélite de ti- lua prateada —,me esconderei nalgum astrofugindo da luz do dia,e espanejando delíriostrarei mancheias de líriospara enfeitar minha amada.

Nas estrelas com teus dedosremexa toda a poeira.Encontrarás os segredosque guardaste a vida inteira...

DEUSA HUMANA

Julguei-te muito tempo inatingível.Deusa! Monumento da minha reverência;Soberana, altiva, inacessívelao desejo de um pobre em penitência.

De longe, qual guerreiro em continência,Contive meu impulso e foi horrívelmanter neste meu mundo a tua ausênciadeixando este amor tão perecível

Porém, ao chegar perto, o impossívelde ver, se transformou visívele senti teu coração pedir clemência;

Teu corpo em gesto frágil o olhar sensível,teu beijo já tão meu, tão factível,me dá novo sentido à existência.

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/[email protected]

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

POETA

Poeta é a pessoa que faz versosE sente a vida renascer todo diaAma a vida nessa sintoniaOnde brota todo dia a poesia!

A vida é um caminho de luzOnde o poeta se conduzSente a vida com todo ardorE deu a benção ao criador!

O poeta é sentimentalTanto na tristeza ou alegria não faz malFaz seus versos com maestriaE observa a vida em sua sintonia!

Ser poeta é um dom astralÉ o sentimento da vida emocionalTodo poeta ama a vidaE de Deus recebe sua guarida!

PRETENSÕES ABSURDAS

EmboraNão pretenda ser saudade vivida.Eterna,Mas tão só personalidade,Pequenino tema,Pretendo, na verdade,Construir amizades,Entre o céu e a terra,Embasado em bom nível,Mesmo que impossível.Pretendo, ainda,Continuar Antônio,Jamais antônimo,Apesar das semelhanças...Pretendo, pois,Não mudar de nome,Mesmo que,Com o tempo,Joaquim me chamem...Como se vê,Em tudo serei como antes,Ainda que por instantes,Eis que sou,Na verdade,Mero caminhante!

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio Claro/SP [email protected]

MORTE

Quando vocêse foi,o mundoficou vazioe inútil.Silenciosoe sem razão.

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

IMPULSO DE AMOR

Ah! Quando de ti me enamoro...Sou poeta, louco e fera,Tenho sonhos incandescentesFlorindo na primavera.Sou jade sem polimentoRefletindo amor ao vento,Seixo a rolar incautoEntre calhaus e areias,Procurando o ribeiro doce,Como tua boca se fosse.Sou Lua esculpida em prata,Sou saudade... Serenata...Torno-me estrela, água e terra,Respingo amor onde há guerra.Ah! Quando de ti me enamoro...

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

NUNCA E TUDO

A frase do título foi dita por Caetano Veloso. numa entrevistaem que se referia a uma festa enorme, em que aconteceu algo que não estava previsto paraa ocasião. Não me lembro bem, da entrevista, acontecida nos áureos tempos do artista, sebem que bons tempos ainda o perseguem, mas guardei a frase, que às vezes falo, a provarque ela me acompanha no decorrer da vida.

No nosso tempo, às vezes, a gente estava contente, não estavafaltando nada, e aí chegava aquele convidado que deveria estar na festa, mas não era parachegar naquela hora.

É assim que acontece, e acontece nos melhores momentosquando curtimos as melhores coisas. Tal aconteceu comigo, quando fui comprar umatelevisão e tinha somente uma estante para colocar.

Aí medi o local da estante e felizmente achei um modelo nomercado, que cabia na estante. Mas quase meu sonho chegou ao fim, quando coloquei oaparelho na estante e não coube.

Tive que tirar uma parte de apoio, uma tábua, da estante, paraenfim, a televisão caber justinha. Se fosse outro modelo não caberia, mas fiquei meiodesconfortável porque a TV não era da marca que eu queria, pois da marca que eu querianão dava a medida. Não é engraçado mesmo!

Às vezes, em determinados momentos da vida, buscamos asaída, não encontramos a felicidade completa. Foi o que aconteceu àquele cidadão em luade mel: bastou ligar o chuveiro e a água estava fria!

Sem poder trocar de quarto, tomou banho frio mesmo. Dizemque é obra divina, Deus dá o presente, mas esquece de embrulhar!

Aí sempre fica faltando alguma coisa, talvez para a gentevalorizar as coisas boas da vida, que nos esquecemos de valorizar. Basta um sujeitocomprar um carro popular zero, todo contente, apesar de deixar até o último centavo naloja, que o amigo diz :

— Carrinho bonito! Quanto faz por litro? Impressionante...Acho que a felicidade se encontra na casa do vizinho, como

diziam os antigos: o telhado do vizinho é sempre melhor, mas nós não sabemos o que fazo vizinho para o telhado ser mais bonito!

Então para cada gota de felicidade uma gota de sacrifício! Nemtodos pensam assim, pois dizem “que venha a nós o vosso reino”, que é mais fácil e semsacrifício. Isso a gente aprende de pequeno que é errado e não se consegue nada nessavida desse jeito.Talvez então, encontremos a solução e a resposta quando reclamarmos,

olhando para o céu: “Veio o presente mas não era bem esse que eu queria!”

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8 9POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL----------------------------------------- -----------------------------------------

INCOMPREENSÍVEL

Nesta batalha oculta que travamos- até parece que não nos amamos! –não há o vencedor nem o vencido...cada um perde e ganha.]Inexiste a barganha.A gente não se entende.Coisa estranha!O grande derrotado é sempreo nosso amor. Enfraquecido.

Arlette Octaviano RodriguesPraeclarus/Óleo/SP

A EMA VOADORA desde que era uma eminha via os pássaros alegres a voarqueria tentarmas mamãe dizia :nem pensar quando ficou grandinha pensou em voarantes mamãe dizia:nem pensarmas ela abriu as asase começou a voarviram todos surpreendidos e de repentea ema gritou a falar :“de asas fechadasninguém aprende a voar ”

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

Beatriz Chicanelli SanchesAssinante/Cuiabá/MT

[email protected]]

Benedita Silva Azevedo Conselho/Magé/RJ

[email protected]

CAFE DE COADOR

O café de coadorAinda hoje eu façoPra lembrar a minha mãePra combater o cansaço.Pra ganhar mais energiaFazer as tarefas do diaE te mandar um abraço!

MEU BEIJO

Meu beijoMais puroGuardei para você.Meu beijoMais sinceroReservei para a sua bocaMeu beijoMais molhadoGuardei para banharSeu corpo de mulherQue eu amo tanto,Que eu tanto adoro,Mas que foge de mim,E não me quer,Ah, mulherVenha receber dos meus lábiosO meu mais puro beijo,O meu beijo mais puro.

IDIOSSINCRASIAS

Há mentee mentes.Há povoe povosem uma nação.

Democracia?Liberdade?Ora,se cada umreage como quer,como pode.

Deve haverum sistema,nem moral,nem imorale de muitos caminhosque conjugueme correspondam a todos.

E esses caminhosdevem ser tambémos mesmos de Deus.

MINHA VIDA

O caminho pela vidaDeve ser como a árvore floridaPerfumando tudoSem saber.

Também deve ser como um rioQue corre para o abraço do marE vai oferecendo suas águasA quem precisar.

Então poderei dizer:“Sou como um rio, uma árvore,Como um pássaro, como a flor.Dou de mim sem saber.Conheço o amor.”

Carmen Elza Straub de AbreuDecana/Itapetininga/SP

BELEZA SUPREMA

Nem tudo no mundo é dor,Nem tampouco é alegria,Quem tem no peito o amor,Vê coisas que ninguém via.

A menina e uma flor,Expressões da natureza,Qual das duas, mais me atrai?Não sei, não tenho certeza.

Mais bonito que a criança,Tendo às mãos, presa, uma flor,Só se Deus, sentar-me ao lado,Falando coisas de amor.

Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

Uma estrelinha cadenteesparrama luz ao léu,seu rastro brilha pendentefica dançando no céu.

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

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10 11 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- ---------------- OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO OPINIÃO

O MOMENTO

Ah! Esta intolerável ansiedade em alcançar um objetivo,tentando vedar a capacidade de perceber o potencial do agora! Compelindo a pisar numtrampolim de insatisfação e tristeza, para impulsionar o mergulho num vazio, estorvo naplenitude do viver.

Na vereda, penetrando no calabouço da compleição comausência de auto-estima, atraindo a desgraça do desamor acompanhada da gravidade domedo, que trava a visão para o pórtico à esfera da liberdade sempre oferecendooportunidades de alcance.

Na plataforma da delimitação, que provoca o auxilio dapercepção deslizando com imensa dificuldade, atenta em restituir o equilíbrio.No patamar, um ímpeto de memória marca o engano a estar, por ignorar o valor do momento,de uma mente voltada ao desejo de conseguir, pressionada pelo sufoco apegado destaintolerável ansiedade.

O granjeador só flui em realização, quando o momento penetrana consciência do próprio estado com confiança e tranquilidade, permitindo espaço paraa intuição que vai criando a energia da felicidade.

Felicidade esta, que é intrínseca e não afora, sendoo magnéticopara concretizar sonhos, tornando possível à vida flutuar como nuvens iluminadas pelosol, que mesmo obumbradas pelas tempestades, logo após, despontamcomo sublimadas montanhas brancas fosforescentes.

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

[email protected]

REFLEXÕES SOBRE A POESIA

Foram desenvolvidas algumas considerações sobre apoesiaque poderá trazer algum esclarecimento aos poetas. A autora não pretendeu esgotar otema e, simtecer aqui reflexões sobre este tema , que pretende ser amplo e não restrito aalguns poetas. O poeta CarlosDrummond de Andrade, faz reflexões sobre a poesia, quandoafirma” acreditar com o mesmo fervor na beleza da palavra e. no texto elaborado com arte”.Assim, eleconsidera”que aprendeu a gostar da literatura através do entusiasmo que elanos provoca ao nos depararmos com o texto bem escrito.”

Este autor parece enfatizar a estética e a beleza na criaçãopoética. Do mesmo modo, além da autora, Gioconda Labecca,Luís Carlos Martins e MárioScherer destacam este aspecto salientado por Drummond de Andrade Deve- se acrescentarque, o poeta Ferreira Gullar afirma que”A poesia é um difícil ofício de expressar a vida,naquilo que ela tem de belo e dramático”. Ainda, o escritor Cipro Neto diz: que” os poetassão seres enviados por Deus para traduzirem a alma humana”. Portanto, parece que oprimeiro autor enfatizaa inspiração dos poetas, que se dá através da experiência e vivênciada pessoa quanto aos seus dramas, as questões culturais e ao meio.

Já osegundo acha relevante para a criação expressar aspectosreligiosos e psicológicos. Desta forma, Carmen Lúcia Hussein e Gioconda Labecca realçamem suas poesias quase os mesmos aspectos apontados nas reflexões destes autores Umaobra que muito influenciou esta poetaquando jovem , várias vezes relidas, foi “Cartas a umjovem poeta”, de Rainer Maria Rilke. Segundo ele, “uma obra de arte é boa quando nasceupor necessidade”. O poeta aconselha “a entrar em si e examinar as profundidades de ondejorra a sua vida e também que o criador deve ser um mundo para si mesmo e, encontrar tudoem si e, nessa natureza a que se aliou” Ainda, a autora deste texto coloca como essencial,o aspecto psicológico, que pode levar ao autoconhecimento e a uma vida interior mais rica,que Rilke considera importante na criação poética. Assim, ele expressa na sua obra poéticaemoções, desejos, necessidades e valores pessoais.

Desta forma, a autora e Labecca o fazem na elaboração dosseus poemas. As poesias da autora deste texto são baseadas nas suas experiências devida e realidade que a circundam. Ela expressa o que vê, sente e pensa. Assim, Scherer eLabecca afirmam que os seus poemas têm uma forma lírica, singela, simples e melódica.Também, Martins coloca “que os seus versos podem, sem qualquer restrição, seremclassificados como “verdadeira poesia”. E ainda, Dulce Helena Batista dos Santos diz queela trata de temas nobres e profundos da vida. A poesia é para a autora do texto uma formade expressar as emoções e sentimentos, o encanto e a delicadeza das palavras , buscandoo sentido absoluto da vida Um aspecto enfatizado por Drummond de Andrade é que “apoesia ,como outras artes, é um grande bálsamo na vida e leva o ser humano a superar afragilidade da situação que o limita”.

Neste sentido, a escritora Maria Aparecida Ribeiro Almeida“entende a poesia como um processo alquímico, no qual elementos pesados como ochumbo, quando submetidos a misteriosos procedimentos, transformam-se em ouro puro.Da mesma forma, poetas podem, conseguir transcender suas dores e dificuldades, criando

palavras pepitas que, buriladas pelas vicissitudes, transformam-se em joiaspreciosas.

O ESCRITOR

Por onde as minhas produções chegam, tenhoconquistado amigos valiosos e, durante esse vôo, o que mais me fascina é conhecerpessoas que propagam sentimentos nobres e grandiosos, poetas e prosadores. Esses sepermitem andar por caminhos verdadeiros, mágicos e encantadores. Enquanto viajam,levam como bagagem apenas a criatividade. Ora estão aqui; ora, acolá.

O seu universo é as suas idéias; percebem e vêem abeleza das pequenas e das grandes coisas, assim como são capazes de fazer de um simplesgrãozinho de areia um magnífico castelo. Preocupam-se ao não verem o céu luminoso ou osorriso nos lábios de uma criança. Caso tenham atitudes intransigentes, inquietam-se; sãodespertados, até mesmo, por pequenos ruídos, dependendo do índice de sensibilidadeque cada um traga em seu coração; elemento importantíssimo para as suas criações.

Os escritores, em geral, reconstroem emoções, fatoshistóricos e o cotidiano através de seus estilos, sejam eles ligados à poesia ou à prosa,inspirados pelos aromas dos sentimentos e das relações que estabelecem com as suasexperiências pessoais. A partir da interação com o leitor ampliam a sua arte, pois escrever éum apropriar-se das palavras, deixando-se surpreender-se com novo e o já conhecido.

Criar é apreender a linguagem e dar-lhe vida.

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

ÉPOCA DE ELEIÇÃO

Muitas falas, e falatórios.Pra eleger.Um salvador da PátriaImploramos um Bendito.Após tanto parlatório

Nós esperançados.Aguardamos, atenção.Mudança em tempo gasto.Ratificar afirmação.Da promessa vasta

Partidos e mais partidos.São tantos!... Partidos...Que nós eleitores.Confundidos.Ficamos repartidos.

Desesperados, esquecemos.Dos planos e reformas.Prometidos a nós, pobres.Só sonho na memóriaInsiste, achatamento e fome.

Tanta vontade, á gloriaSó parábolaEstamos repletos disso.Queremos a verdade.Sem história

Nós povo. queremos.Água comida escola aos filhos.Emprego garantido.AposentadoriaCom direito adquirido

FONTE DE RECORDAÇÕES

Podemos ver num retratoTraço de um velho passado,Pelo tempo conservadoComo se fosse um relatoFeito com todo o recatoPor quem tem capacidade,Mostrando a realidadeNuma perfeita pujança.Retrato é uma lembrançaQue traz profunda saudade.

Os nossos entes queridosQue há tempo a morte os levouE aflição nos deixouNunca serão esquecidos,E muito menos banidosDa nossa mentalidade.Para quem tem amizadeE sabe guardar herança,Retrato é uma lembrançaQue traz profunda saudade.

Aquele que tem culturaSempre respeita a valiaQue tem a fotografia-Grande obra que perdura-E com certeza procuraConservar-lhe a qualidade,Porque há necessidadeDe agir assim sem tardançaRetrato é uma lembrançaQue traz profunda saudade.

Retrato é um documentoGrande amigo da história-Ele preserva a memória.Neste poema apresentoMeu saudoso sentimentoCom toda a sinceridade.Que a recordação se enfadeDe me ferir como lança.Retrato é uma lembrançaQue traz profunda saudade.

A VOZ DO TEMPO – I

Vi o grande mendigo ainda na gruta!Vi-o lutar com a mais terrível fera!Um animal feroz, também, ele era,Travando violentíssima disputa.

Depois o vi à luz da primavera,Na mais fenomenal e sã labutaA perseguir, numa escalada abrupta,O domínio da Terra e da Alta Esfera.

Também o vi fincando o pé na Lua;Desnudando a matéria, pondo-a nuaE a transformá-la na Energia Eterna.

Evolução? Esse animal selvagemque foi do próprio Deus a santa imagemo soturno habitante da caverna.

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

ESPERANÇA

Não me murcha a florDas ilusões perdidas.Não há comigo dor agudaEmbora o teu silêncioAdormeça os meus espinhos.

Inda assim, sonhoE sobrenado a enchenteDe angústias da menteSó enxergando, apenasAs visões mais amenasDe luzes e esperança.

As orlas do caminhoNão serão em vãoNem será perdida e tolaToda a ilusão.

COM MEU VELHO PARDE CHINELOS

sigo envolto pelas joias mais carasnem assim tão rarasmas com todos os brilhospois levo comigoos abraços dos filhose uma mulher cheirando a camomilano café da manhã

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

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Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/SP

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NAS BALADAS...

Se o sol queimaou a chuva molha,é bom sentirque ainda há vida,que tudo recomeça, para repetir mil vezes mais!

Sentir-se feliz e exuberante.Caminhar lentamentepara absorver completamenteo convívio dos mortais.

Passear pela praça, comprar jornais, parar no mercado,comprar pescado, ser fútil e satisfeitaentre os responsáveise apressados!

Manhã de domingo,domingo ocioso,que prazer enfrentá-loquando se tem a glóriade ter sobrevivido inteira e sarada, curtida e renovada, as loucuras de sábado á noite,as tentações, as baladas...

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Edielson José GroppoTitular/Iguape/SP

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Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

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Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

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Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

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PRECE RELÂMPAGO PARAOBTER PAIXÃO

Respira Serafim!Deves incutir rubro,olhe esses apáticos,torne-os emblemáticoscomo vosso serviço requersímbolos do poder Serafimque nunca terá fim.

Acorde, respingue flores como QuerubimEspalhe o suave perfumeIntoxique o indolorInflame o amorAproxime, lubrifique.“Toque-toque carnudo ludo”.Os brinquedos da ervaJogue-os para a selvaRole-os em plena relvaFortifique assim os humanosTire-os da lesão escolioseApronte-os para a via-lácteaRetire-os dos cômodosPlante nas faces a ponte formosaTurfe com seus amigos do céue aclame uma vitória em homenagem a nós,que quereremos a vós.

Acredito em ti SerafimPeço o que acho corretoNobre efeito modestoNada além do que o coração mandaNada além do que se esconde na provocaçãonos olhares da vontade, da paixão.

Faça chover amantesPor que não?Infunda satisfação.Não demore não.Tá frio!Já perdemos o paraíso.Agora traga o sonhoA fantasiaA sabedoria.Um belo dia em ousadia.

CORAÇÃO SENSÍVEL.

Temo pelo meu coração...Ama sem medo, lutando todo o tempo,Contra a solidão!Temo pelo meu coração,Pelo que sente,Pelo que presente,Pelos seus pensamentos,Pelas suas emoções!Tremo ao pensar, que ele seja abrigo,Para quem e tudoQue nem queira se abrigar!Existe em meu coração algo de sensível,Que o faz sorrir, que o faz chorar!A alma de meu coraçãoCaminha comigo,Comunga comigo!E um coração sensível,Querendo outro, de igualsentido, Encontrar!

QUANDO O DIA CHEGAR

Quando o dia chegar...

Depois da noite repousar,E tempo despertar, rezarE o café da manha tomarPra novas forcas recuperar...

Quando o dia chegar...

É bom voltar a trabalhar,Ganhar o pão pra se alimentar,Também os filhos sustentarE as vicissitudes enfrentar...

Quando o dia chegar...

É preciso voltar a planejar,Batalhar e algo executar,Em qualquer lugar, poisA vida é eterno recomeçar...

Quando o dia chegar...

Sei que tarde ele ira findarE então regressar ao próprio larA fim dos familiares poder abraçarCom prazer e se dar e se alegrar...

LIBERTA

Liberta para a vida, urgentemente,O pássaro recluso em tua garganta...E deixa que ele voe, livremente,E escuta a melodia que ele canta...E o pássaro liberto do teu sonho,Que, por orgulho foi aprisionado,Há de saudar-te num porvir risonho,Há de alegrar-te com o seu trinado...

Liberta, da gaiola do egoísmo,Um sentimento de fraternidade;Liberta o teu viver do conformismoE tua rotina da mediocridade...E o sentimento de fraternidadeQue liberares, corajosamente,

Irá prover a solidariedade, E a ti retornará, seguramente...Liberta a tua mente da vaidade,Liberta-te de torpes pretensões...Liberta os ideais de liberdade,

Rompendo para sempre seus grilhões. Liberta a pomba - rola da esperança, Cativa na gaiola da opressão... Mas cuida de prover - lhe segurançaAo promover a sua libertação...E a pomba da esperança, liberada,Há de alegrar-te com o seu revoar...Verás a tua fé realimentada,E tua esperança se concretizar...

HOJE

A Lua Cheia espalha seu brilhoSob as Estrelas a velha cidadeBecos escurosRuas estreitasA luz da rua tremeluziasob a luz das EstrelasA noite se vai...A primeira luz pálidase espalha pelo céuO Homem desperta...na Aurora um Novo Diano zenite um mar de Luz.

A ONDA

Eu sou umaonda enfurecida,que num vai evem beija a areiada praia, bate erebate nas paredesdos penhascos edesaparece naprofundeza domar paraembalarpeixinhos.

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CÁLICE

Era o cáliceEra o vinhoEra um brindeÀ solidão;

Eram risosEram vozesEram as luzesDo salão.

Era a luaEra o ventoEra a fúriaDo coração;

Eram bocasEra um beijoEra o êxtaseDa paixão.

Eram vultosEram gestosEra noiteEscuridão;

Era tudoEra nadaEra apenasIlusão.

CÉU DA ALMA

os céus são metáforas da almanuvens plúmbeas, coriscos e trovões

azul límpido, paz e nuvens calmasestampidos que assolam corações

a despedida, a lágrima, o adeus eternoa alegria refletida no olhar, a brisa leve

no lago quieto o céu se vê e nele mergulhaquietude da alma no silêncio de si mesma

reverberações nas ondas, o pombo que arrulhaencantos simples de uma natureza que nos contempla

os céus são metáforas da almaazul límpido, paz e nuvens calmas

a despedida, a lágrima, o adeus eternono lago quieto o céu se vê e nele mergulha

reverberações nas ondas, o pombo que arrulhaencantos simples de uma natureza que nos contempla

os céus são metáforas da almanuvens plúmbeas, coriscos e trovões

estampidos que assolam coraçõesa alegria refletida no olhar, a brisa leve

quietude da alma no silêncio de si mesmaencantos simples de uma natureza que nos contempla

os céus se pintam de cores mágicas no crepúsculotons avermelhados, azuis, lilases

tons alaranjados, amarelos e ocrescores da alma no ciclo de suas próprias estações

cores da amargura, da nostalgia, da alegriado medo, da decepção, da bonança, da ventura

os céus falam da almaa alma que alça os céusque se traduz em estrela

que vive, que passa, que brilha e se anulase transmuta em pó para fazer viver outras estrelas...

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP

GLÓRIA A TI

Do universo, ó Artífice SupremoDerrama sobre nós os teus favoresDissipa as negras nuvens, que temoPela vida, a Ti renderei louvores.

Consola quem em Ti põe a esperançaDos que em Ti confiam, atende as precesDá-nos a paz, envolve-nos na bonançaupre nossas carências, que bem conheces

Enche os ares de benignos vaporesDos enfermos escuta seus clamoresSê compassivo e olha as criaturas.

A Ti meu Deus, meu Criador,Te adoro Levanta teu rosto sobre nós,Te imploro Pois Te glorificamos nas alturas.

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

[email protected]

A PRAÇA

A praça que já teve movimento,tempos atrás a qualquer hora era lotada...Hoje contém apenas grande isolamento,principalmente à noite está abandonada...

A praça que já teve teatro e cinema...Bem sabemos, até mesmo boa escola...Hoje não tem mais nada... Isto dá pena...Somente alguns sobreviventes da esmola...

Foi-se o tempo em que era aproveitada,hoje por ela já não olham é mais nada...Nem se lembram da existência dessa praça...

Lá está ela, um mero local, vazia...A aguardar algo que quem sabe, um dia...Venha a valorizar-lhe com outras graças!

MENINA MOÇA

Uma menina moça tornado-se mulher,Uma menina mulher!Com a doçura da menina,E os sonhos de mulher.

Com a irresponsabilidade da menina,E a insegurança da mulher,Com a beleza pura de menina,E a formosura da mulher.

Com sonhos da menina eA responsabilidade da mulher.Com certeza da menina,A insegurança da mulher.

Com o choro da menina eO soluço da mulher.Com o suspiro da menina eO olhar ao longe da mulher.

Com os dias coloridos da menina eOs dias cinzentos da mulher.Com o euforia da menina eA paz da mulher.

Com a pirraça da menina eO perdão da mulher.Com os amores platônicosDa menina eA paixão da mulher.

Quinze anos, com todosOs sentimentos,Dentro de umaMenina-mulher e,Com certeza não deixaráNenhum escapar,Este é o segredo guardadoA sete chaves.

Jamile AssefTitular/São Bernardo/SP

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REMEMBER

Ele levou tanto de mim Fiquei com tudoFundo, no coraçãoA gente senteAmar para sempreIdentificaçãoOlhou no olhoAlma com almaCoração a coração

TUDO É HOJE

Se você não estendeu a mãoao amigo, ao irmão,se o bem deixou de fazer,não deve chorar nem lastimar.Se a conscientização chegou tardefoi porque não tinha aindacompreensão do bem e do malque sua omissão causou.Olha pra frente e faça tudocomo se só existisse o presente.Para Deus não existe ontem,nem amanhã: tudo é hoje.

PERSEGUIÇÃO

Pensando bem,acho que não tenho o direito.De exigir sem respeitoqualquer reciprocidade.

Depois de tudo que disse,ferir teus sentimentos,jogar tudo ao vento,que posso querer de você?

Sou mesmo um cafajeste,sem qualquer prudência.Meu bem, você não merece,esta minha incoerência .

Por favor me perdoa,pois carente eu te persigo,penso que tens o dever,de se preocupar comigo.

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

[email protected]

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

CATA

Estava com saudade do seu beijo.Corri a cidade todaA sua procura.Saí pelas vias laterais,Cruzei avenidas indefinidas,Catei em cada cantoO seu semblante amado.

Queria beijá-la,Queria tê-la comigo,Estreitar a distância,Anular a saudade.

Apelei para todos,Perguntando por você,Mas ninguém me ajudou.

Num arroubo de emoçãoE de paixão desesperadora,Roguei aos céus por sua aparição.

Que bom!Você, bonita como é,Pura, sorridente, encantadora,Surgiu a minha frenteE me deu o bom-dia que eu queria,Num beijo doce,Demorado...Cheio de amor!

ÁGUA

Água que mata a sedeÁgua que molha o jardimDesce em enxurrada nas ruasÁgua que não pode ter fim

E lava tudo que existeSem fazer qualquer diferençaDeixando tudo limpo e bonitoE nos livrando das doenças

Água dos rios, água dos maresÁgua de todos os lugaresCorrendo pela avenida

Quando chove e molha a terraQuem diz, eu sei que não erraÁgua é o símbolo da vida.

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20 21 ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

João Gilberto PompermayerColegiado/Piracicaba/SP

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Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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MOTIVAÇÕES QUE NOS LEVAM AO INTERESSE DE VIVER

Jamais deixe a sua criança interior se apagar, ela que te salva enão te deixa desmotivar com as pressões diárias da vida adulta. Há muitos motivos quenos levam ao interesse de viver por isso vamos começar este novo dia com gratidão namente e no coração pela Força Criadora do Universo, da qual todos nós fazemos parte.Agradeça também àqueles amigos espirituais, que de forma muitas vezes anônima, nosamparam e estimulam. O grande potencial do momento presente, o maior dom de Deus éo autoconhecimento, alívio e cura dos males que afetam a alma humana.

É assim que iniciamos nossa reforma íntima e com o privilégiode um novo dia para colocar as motivações que nos levaram a ter interesse pelo estudo davida, entender o psiquismo humano e a seguir pelos caminhos da espiritualidade.

No entanto, o interesse por temas da espiritualidade ou dopensamento espiritualista é que surgem uma compreensão mais ampla e envolvente sobrea existência, mecanismo fundamental de funcionamento da mente humana, que é a relaçãoentre o consciente e o inconsciente. No inconsciente temos toda energia para alcançar aharmonia e bem-estar. Tudo o que fizemos em existências pretéritas e que provocoualgum tipo de desequilíbrio, seja para nós próprios, seja para o semelhante, precisa serreavaliado, compreendido e transformado, pondo-se em prática uma nova forma de pensar,sentir e agir, de maneira a evitar-se a desarmonia humana.

Talvez o motivo básico de nossa existência seja evoluir parauma posição de equilíbrio, com expansão da consciência, sendo cada existência umaoportunidade para que isto ocorra, aproximando do planejamento existencial que fizemosantes da vida atual. Se avaliarmos esta questão como válida, por outro ponto de vista,estamos aqui para alcançar algo maior e é imprescindível o esforço no sentido de cumpriras metas que foram planejadas para a vida atual. Tudo é no tempo de Deus.

Com a mente e o coração no planejamento da vida ouprogramação existencial, um fenômeno humano e universal indicará que você está nocaminho certo quando perde o interesse de olhar para o que passou.

Viva o presente, agindo e servindo com fé e alegria e semafligir-se pelo futuro, porque para viver amanhã, você precisa viver ohoje. Independente do que ainda iremos passar, não passaremos sozinhos,pois, Deus estará conosco. Ninguém erra de endereço. Bom dia e boasenergias. Eu acredito em você.

O Escritor Marcelo de Oliveira Souza, de Salvador/BA, Cadeira MiguelGonzales, da Área de letras, do Conselho Acadêmico do Clube dos EscritoresPiracicaba, é integrante de uma das mais prestigiadas entidades culturaisdo mundo, a Associação Internacional de Escritores, localizada nos EstadosUnidos. Ao destacado parabéns.

MARCELO SOUZA É MEMBRO DE ACADEMIOA DOS EUA

LEIS PARA MINORIAS

Nosso Brasil está sempre à frente de tudo, inventando moda,criando (ou copiando) leis estapafúrdias (algumas consagradamente fracassadas em seupaís de origem), procurando soluções rápidas e fáceis, ainda que quase sempre ineficazes,para seus continentais problemas.

Um país pródigo em cotas, por exemplo, desassistindo amaioria da população. Isso sem falar nas cizões profundas que cria em seu povo, origináriode todos os continentes, miscigenado até a raiz dos cabelos (notadamente nelas) e quevinha tentando uma convivência fraterna, com aceitação implícita das diferenças, atéque as tais leis e cotas separaram os grupos e os colocaram uns diante dos outros.

Por exemplo, daqui a pouco será mais fácil para um negroentrar numa universidade pública do que para um branco.

E as chances deveriam ser as mesmas, já que todos são iguaisperante a lei dos homens e de Deus.

Mesmo justas, as cotas terminam por ser injustas para commuitos desprovidos de sorte ou oportunidade na vida.

Vejo na TV que agora o Conselho Nacional de Justiça estápromovendo uma campanha (válida, na verdade) visando à colocação de ex-detentos nomercado de trabalho.

Não posso deixar de pensar naquelas pessoas que nuncacometeram um delito, que a duras penas se mantêm honestas e mesmo assim nãoconseguem emprego, apesar da procura incessante.

Essas empresas que estão apoiando o CNJ (e certamenteobtendo benesses significativas) poderiam também olhar para esses jovens cuja únicaarma é a Carteira de Trabalho (em branco).

A impressão que fica é que em nosso país só se conseguealguma coisa se alguma bandeira for levantada, se for divulgado na mídia, se for criadauma ONG, se pintarem camisetas com gritos de ordem, se fizerem passeatas.

Não me parece justo que as minorias se sobreponham àsmaiorias e que a discriminação permaneça, apenas com lados alternados.

Para realizar seus sonhos não deve ser obrigatório ao brasileiroser negro, pobre, oriundo de escola pública, com mais de cinco filhos na escola e, sepossível, ex-presidiário.Se for tudo isso e se realizar, bom para ele.

No entanto, se não estiver inserido em nenhuma dessascaracterísticas e, mesmo assim, for honesto, esforçado, responsável e trabalhador, penso

que deveria também ser lembrado nesses programas de trabalho e estudo,pois também é brasileiro, ainda que faça parte da esmagadora maioria.

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22 23 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

AS TRÊS CRUZES DO PADRE MURAZZO

Bastante emocionada com este livro do padre Murazzo, nãopude deixar de levar aos que lêem a minha coluna, informações preciosas desse serhumano totalmente voltado ao seu próximo e aos seus fiéis, homem e sacerdote quenasceu na Itália (em Palata, 1936) e foi ordenado na Congregação dos MissionáriosXaverianos (1963), pelo cardeal Rugambwa, bispo africano.

Padre Murazzo tem uma longa vida de passagens e trabalhospor terras e países desenvolvendo sua missão em várias dioceses como evangelizador,pároco, educador e animador missionário, entre muitas outras atividades chegando até, aSuperior Provincial dos Missionários Xaverianos por sete anos. Em 19 de junho de 2011foi nomeado Pároco em Piracicaba, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, na Paulicéia.Uma vida rica de ensino do Evangelho e comprometimento com a sua fé e seriedadevoltadas em todos os seus propósitos, em primeiro lugar em sua vida.

Cônscio da escolha que fez carismático e de bondade extrema,desprovido de vaidade, cujo único intuito é “andar pelo mundo todo para evangelizar edifundir a palavra, batizar e ensinar, mas também para ouvir, compreender, ajudar e amarcomo Cristo ensinou a fazer compartilhando e suavizando as dores dos outros”.

Um sacerdote convicto que, antes de qualquer coisa, se dedicaa fazer de sua existência, uma missão de amor e sacrifício, sobretudo “aos pequenos, aospobres e aos simples”, como ele mesmo cita em sua dedicatória do livro, a que deu o nomede “Cruzes no Caminho - O sofrimento à luz da fé cristã”, cujo tema ressalta Jesus Cristo,que é única e exclusivamente amor, e, que salva a todos que

Nele crêem de geração a geração, com esse sentimentoincansável e perfeito, pois, crucificado entre dois ladrões, o mau, que deixou uma mensagemde “rebelião” não servindo para nada, não se salvou e nem salvou os outros, mas o bomladrão que deixou uma mensagem de “resignação” e se salvou (“Hoje mesmo estaráscomigo no paraíso”) (Lc. 23 43). O referido livro (também lançado em italiano com o título“Le Tre Croci”) pode ser encontrado tanto na Igreja do Padre Murazzo, como nas livrariascatólicas da nossa cidade, traz o prefácio do Cardeal Crescenzio Sepe, ArcebispoMetropolitano de Nápoles, que ressalta “as dores e as feridas dos homens do mundo quenão vemos, mas que existem, e, que muitos são condenados a carregar, mas cuja ocasiãopoderá ser de resgate e mudança para melhorar a nós mesmos e nosso relacionamentocom os outros”, será lançado dia 28 de julho próximo, na Livraria Nobel da Rua MoraisBarros no centro, às 10 h. da manhã ( E-mail: [email protected]).

Convido meu leitor amigo a folhear os comoventes capítulosde mais este livro abençoado do Padre Giovanni Murazzo para, quem sabe, amenizarnossas dores ou fazer compreender os sofrimentos dos outros, aplicando muito maisnossa fé nas agruras da vida que tantos passam aliviando e ajudando a “carregar nossascruzes e as cruzes do próximo” com muito mais compaixão, caridade, empenho,generosidade e Amor sincero, armas que fortalecem o espírito e ajudam a abreviar os

sofrimentos desta vida.

LUZ ACESA

Eu era livre, alegria, luz acesa...Por ti me apaguei,me recolhi, me escondino mundo do teu coração.

Tu me tornaste, por dentro, simples pedaço de chita.Mas, agora, vou de novome encontrar, me acender, para vestir, outra vez,alma e corpo em cetim.

Serei rochedo que fica,e não aragem que passa;relâmpago que ilumina,e não apenas trovão.Serei grito na montanha,e não apenas um eco.Quero ser o arco-íris,não apenas céu nublado;quero ser uma cascata,não filete que desliza.

Vou mandar no meu destino,vou criar meus próprios versos,vou ser eu mesma, afinal:livre, alegria, luz acesa!

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

POVO TRISTE NO PIRACICABA Andando pelas margens do Rio Piracicaba,Um povo triste encontreiParei para ver o que tinha acontecido,Que cena triste presencieiNaquele momento,Entristeceu meu coraçãoQuando vi peixes mortosE muita poluiçãoCom coração triste chorei e perguntei: Ó meu Deus, o que será de nós?Se nessa terra não choverNossos peixes estão morrendoNão temos o que fazernosso rio esta secandoEsta parando de choverAonde estão os passarinhosQue cantavão ao amanhecerA Nação esta sofrendonada podemos fazerÉ preciso muita chuvaPra água poder correr Nosso rio esta morrendo,Falta nascentes neste chãoÉ o homem destruindo,Ariqueza da naçãoAonde estão os pescadoresQue à muito tempo aqui pescavaSó restou a saudade,Dos peixes do Rio PiracicabaO Povo esta procurandoresposta e explicaçãoPorque esta parando de choverE falta água neste chão! O Rio Piracicaba, já foi sustento de uma naçãoQue sofre com a falta d’águaDe um Rio parecendo um ribeirãoA resposta é muito simples e tem muita explicaçãoPorque esta parando de choverE Falta água neste chãoO problema esta no homemQue não tem Deus no coraçãoNão cuida da naturezaE só Pensa em Destruição!

Levi Maurício da SilvaDecano/Piracicaba/[email protected]

Um toque de pernasA descortinar desejosVai à via-láctea.

Maria Carolina AmaralTitular Emérita/Minas Novas/MG

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ROMA AMOR

Me dê uma palavraque te dou uma frase.Me dê uma fraseque te dou um verso.Me dê Romaque te dou o inverso.

Amor, amor, amor.Duas vogais e duas consoantese nada mais será como antes.

Sonhos , delírios, noites mal dormidas.Beijos, bocas, cama estremecida.Brigas loucas, saudade sentida.Garganta rouca, de volta a partida.Sorriso solto, corações presos.

É assim que te desejo.E sem você eu não me acho,então me diga como que façopara encontrar os seus braços.

Se o meu livro é seu enredo,se minhas mãos são os seus dedos.

O meu caminho são seus passos.O meu desenho são seus traços.O meu conforto são seus abraços,O meu prazer são seus amassos.

E no seu amor a onde encaixoMeu coração em mil pedaços.

José Angelo GiacomeliColegiado/Barra Bonita/SP

[email protected]

MOÇA BONITA

Eu aindaMorro desse pecadoQuando vejo uma moça bonitaDe corpo lineadoPassando ao meu lado

Desejos mais doidoSe passa na minha cabeçaSe ela passa perto de mimE seu corpo exalando o perfumeDa essência da flor

E fico ate passadoFecho os olhos me embriagoNo seu cheiro perfumado

E ela vai embora ...

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

José Roberto PanaiaColegiado/Piraci9caba/SP

NAS VOLTAS DA VIDA

O mundo dá muitas voltas.A cada diaA cada ilusão um desânimo

A cada dia dessesuma alegriaA cada alegriauma tristezaA cada tristezauma esperançaA cada esperançamais amor.

A cada amor, ódioA cada ódiouma vontade loucade vencervencer todas as barreiras.

A cada barreirao desejo de pazA cada desejopenso em tê-lo novamente.

Quem sabe nas voltas da vida?Quem sabe ele será meu?

NATUREZA EM MIM

Queria ter sidoParida do amanhecer E ter partido juntoDo entardecer...Queria ser banhadaNuma nascenteSecar ao solPor um raiozinho quente...Deixar depoisO vento refrescar meu corpo...Queria entãoQue meu olharSe perdesse na distânciaDas cores verdejantesDe matizes infinitasNas cores mais bonitasDeste céu sem fim...Queria atéNo lago das sereiasUm mergulho intensoEsquecer de mim...Então um diaCom a alma abarrotadaFartamente embriagadaDo essencial viver......Queria enfimPor todos os caminhosFloridos ou de espinhosDeixar partículas de mim...

DESENCANTO

O príncipeperdeu o mantoe a coroaA princesa se recuperoudo encantamentoTransformouo príncipe em sapoe pode viver sua vidalivre, afinal

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Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Mara Sílvia Munhoz BerniniConselho/Jaú/SP

[email protected]

REMORRER

Depois de o meu corpo morrer,Devolvam-no ao ventre materno,Para que eu possa dissolver,Reintegrando-me ao leito terno.

E como parte deste internoEm outra vida renascerEnquanto a essência de meu serSegue a trajetória ao eterno.

A matéria? Ao húmus bondoso...Espírito? Ao mundo invisível...Numa alternância interminável,

Girando num ciclo formoso,Cumprindo um mistério intangívelRumo a um destino imponderável.

BARQUINHO DE PAPEL

No breque da chuva,fui brincar na calçada,pôr barquinho de papelna grossa enxurrada.Mas o bueiro engoliumeu pequeno navegante,levando direto ao rio,embolado, agonizante.Boquiaberto, eu assistimeu sonho de menino,findando-se bem ali,qual meu destino.Mas o tempo trabalhouesse sonho em segredo.E no mar reencontreimeu barquinho todo ledo.Navegando como um rei,na linha do horizonte,um enorme transatlântico,como eu sonhara ontem.UMA ALMA AGRADECIDA

Uma pobre moça que era lavadeira,era muito boa e religiosa.Lavava a roupa de uma fazendeira,e era odiada pela vizinha invejosa.

À noite, estendia as roupas pra serenar,e rezava para as almas bem tranqüila.A invejosa ia no escuro a roupa sujarpara a fazendeira, assim, despedi-la.

Aquela trapaceira, vil e mesquinha,voltou logo assustada e gritando.Estava junto à roupa uma velhinha.

Disse a anciã para a maldosa vizinha:- Sou das almas que ela vem purificando,e assim cuido das roupas da coitadinha!

Maria Antonina de Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

Miguel GonzalesPiracicaba/SP/In Memoriam Ricarda Maria Leal Alvim

Decana/Miracema/[email protected]

Se no coração começa,não precisa nem de provas.O amor nos versos tropeça,pra morar nas minhas trovas.

AS ANDORINHAS

Batendo irrequietas as asasAlegremente chilreandoComo crianças travessasAs andorinhas em bandoPartem fugindo do invernoMas retornam alvissareirasQuando o verão se aproxima

Certa vez, uma andorinha do bandoNão as pode acompanharPois quebrara uma asinhaSob o beiral de um sobradoEu a vi se aninharA cuidar do filhotinho, para ele gorjeandoE afofando o ninhoAssim foi o tempo passandoO filhotinho cresceu e até a voar já aprendeu. Um dia as companheiras em bandos alegresCom toda certeza retornarãoCom meigos trinados anunciandoChegou o calor! Voltou o verão!

E por algum tempo ouvirei seus gorjeiosAté que um dia em debandada geralTodas elas novamente partirãoNão mais o seu canto ouvirei nas manhãs

Não mais o seu ninho verei no beiral.Voem, voem andorinha, nunca deixem de voarE no dia em que voltarem, estarei a esperarAs andorinhas emigram mas sempre sabem voltar

CRESCIMENTO E ASCENSÃO

Todo jovem busca seu crescimentocultural e profissional.Fé, confiança e equilíbriosão especiais para subirmosos degraus da vida.Muitos estão despreparadospara tomar decisõesquanto ao seu futuro.Isso é bastante preocupante.No dia a dia, há muito a aprender.Toda escolha requer análise,maturidade e ponderaçãopara, em nossa caminhada,obtermos crescimento e ascensão.

Maria de Lourdes S. Rossi MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RS

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JOGO COM A ALEMANHA

O jogo acabou.Sete pro lado de lá.Um pro lado de cá.Sete a um é o placar.Acabou o sonho.Acabou o esperar.Bandeiras e bandeirolas foram retiradas às pressasde sua exposiçãoComo se a bandeirativesse culpa pela derrota.Como se a bandeirativesse culpa de o Brasilnão ser campeão.

Vera Maria da PenhaConselho/Vila [email protected]

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28 29POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Odila PlacênciaTitular/Barueri/SP

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Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

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FIM DE VERÃO

A noite se aproximadestes últimos quentes dias de verão.Mais um dia que fico de lá pra cá,entrando e saindo, de um cômodo para outro,neste imenso casarão.

Quase todos os meus dias são assim agora,principalmente nos fins de semana,quando nenhum evento, na cidade faz a hora.

Fico assim nesta apatiasem vontade de nada,nem de tirar o pijama.

A noite se aproxima.Saio da sala e vou para o quarto.Lá espera a minha cama.Vou me remoer em pensamentos,lembrar do passado, de velhos bons tempos.

Chega à madrugada, sinto calma a cidade.Neste quarto estou só e com tanta saudade!

BATIZADO DEPRINCESA

Batizado de IsabellaFoi festa de Rainha,Que a mostrava mais belaNum ambiente de linha.

Só não gostei do turbanteQue lhe tirou o encanto,Seu cabelo esvoaçanteSeria visto em todo canto.

Os avós muito alinhadosNuma classe impecável,Se falar dos namoradosFoi a festa insuperável.

O padrinho e a madrinhaIlustraram a nobreza,Coroaram a RainhaUma nova realeza.

Linda Rainha IsabellaCada vez a nos conquistarEsses seus olhos azuisSe iluminam lá no mar!

Recebam os parabénsPela festa de esplendor,E também, como convém,Aplausos do Trovador.

Dedilhada ao violão,Numa noite enluarada,A seresta é uma oração,À alma da mulher amada

Therezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

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30 31 ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ------------------ ------------------TRANQUILIZANDO NA ZONA DE RISCO DO EBOLA

Paremos para pensar: Porque a Guerra? Porque as GrandesEpidemias?Foi parte de uma troca de ideias de Freud com Einstein, feita por solicitação daliga das nações, antecessora da ONU. Impressionados com os horrores da primeira guerramundial, os dois refletiram sobre a natureza da guerra e a forma de evitá-la ou diminuir seualcance. O mesmo raciocínio também é válido para as Grandes Epidemias, como atualmente,a nossa convivência com o Ebola. Daí, FREUD escreve “Mal-estar na civilização”, que éconsiderado o mais importante trabalho dele no âmbito da sociologia e antropologia.Foiescrito às vésperas do colapso da bolsa de valores de Nova York (1929) e publicado emViena no ano seguinte. Portanto, há 85 anos. Mas, totalmente cabível aos nossos dias...

É uma investigação sobre as raízes da infelicidade humana,sobre o conflito entre instintos e cultura. Que discute o fato da cultura - termo que o autoriguala à civilização - produzir um mal-estar nos seres humanos. Existe uma dicotomia entreos impulsos pulsionais e a civilização, portanto, para o bem da civilização, o indivíduo éoprimido em suas pulsões e vive em mal-estar.E a forma que ele, ser humano, assume nacivilização moderna. Também constitui, nas palavras do historiador Peter Gay: “

Uma Teoria Psicanalítica da Política”. As novas conferênciasintrodutórias podem ser lidas como obra autônoma, pois sintetizam as principaisdescobertas da Psicanálise e expõem seus desenvolvimentos após 1917. A mais influentedelas é “A Dissecção da Personalidade Psíquica”. Portanto, o mal-estar na civilização éuma penetrante investigação sobre as origens da infelicidade, sobre o conflito entreindivíduo e sociedade e suas diferentes configurações na vida civilizada.

Na tradução de Paulo César de Souza, que preserva a exatidãoconceitual e toda a dimensão literária da prosa do criador da psicanálise: O livro proporcionaum verdadeiro mergulho na Teoria Freudiana da Cultura, segundo a qual civilização esexualidade coexistem de modo sempre conflituoso. A partir dos fundamentos biológicosda libido e da agressividade, Freud demonstra que a repressão e a sublimação dos instintossexuais, bem como sua canalização para o mundo do trabalho, constituem as principaiscausas das doenças psíquicas de nossa época. Conclusão a que chegamos: O Ser Humanosofre da Doença Edípica... O que é doença? Doença é um conjunto de sinais e sintomasespecíficos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde.

O vocábulo é de origem latina, em que dolentia significa “dor,padecimento”. Em geral, a doença é caracterizada como ausência de saúde, um estado queao atingir um indivíduo provoca distúrbios das funções físicas e mentais. Pode ser causadapor fatores exógenos (externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprioorganismo). Segundo Freud, o complexo de Édipo verifica-se quando a criança atinge operíodo sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos,tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar.Freud baseou-se na tragédia de Sófocles (496–406 a.C.), Édipo Rei, para formular o conceitodo Complexo de Édipo, a preferência velada do filho pela mãe, acompanhada de umaaversão clara pelo pai. Na peça (e na mitologia grega), Édipo matou o seu pai Laio edesposou a própria mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura ospróprios olhos e Jocasta comete suicídio. Sófocles utilizou este mito para suscitar umareflexão sobre a questão da culpa e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabusestabelecidos na sua sociedade (comportamento que, dentro dos costumes de umacomunidade, é considerado nocivo e lesivo à normalidade, sendo por isto visto como

perigoso e proibido aos seus membros). No seu ensaio Dostoiévski e o parricídio Freudcitam além de Édipo Rei, duas outras obras que retratam o complexo: Hamlet e Os IrmãosKaramazov. O complexo de Édipo é uma referência à ameaça de castração ocasionada peladestruição da organização genital fálica da criança, radicada na psicodinâmica libidinal,que tem como plano de fundo as experiências libidinais que se iniciam na retirada do seiomaterno. Importante notar que a libido é uma energia sexual, mas não se constitui apenasna prática sexual, mas também nos investimentos que o indivíduo faz para obtenção doprazer. O complexo de Édipo é um conceito fundamental para a Psicanálise, entendido poresta como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres humanos.

O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentoscontraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor àmãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desviea atenção que ela tem para com o filho), mas esta idéia permanece, apenas, porque omundo infantil se resume a estas figuras parentais ou aos representantes delas.

Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem umpai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), arelação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do serhumano. O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação dosujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a umarealidade cultural e que não podem dedicar-se apenas a ela porque possuem outroscompromissos.A figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordemcultural.A criança também começa a perceber que a mãe pertence ao pai e por isso dirigesentimentos hostis em relação a este. A diferenciação do sujeito é permeada pelaidentificação da criança com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-secom o pai e a menina com a mãe.Na identificação negativa, o medo de perder aquele a quemhostilizamos ou de não ser amado faz com que a identificação aconteça com a figura desexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais.

Portanto: com a resolução do Complexo de Édipo, o reinadodos impulsos e dos instintos eleva-se para um plano mais racional e coerente. Pela visãoda psicossomática, não podemos esquecer-nos da neurose infantil; do Diabetes Infantil;etc.; como uma herança de um Édipo mal resolvido... No jogo duma criança se contémmuito mais que seu presente e passado, há um sentido de futuro que é contido pelos paise o analista. No tratamento se aspira ao estabelecimento, entre outras coisas, deidentificações antecipatórias saudáveis e esperadas.

Acho que no jogo, os fantasmas identificatórios portadoresdo transtorno neuróticos que habitam no Eu do Paciente, anunciam sua possível entradaem cena na adolescência para gerar, ao igual que no pai, uma Neurose; um Diabetes; etc.;Púbere. Pensar numa possível Intervenção Psicanalítica para os familiares de doentesorgânicos crônicos ou neuróticos crônicos abre uma porta de prevenção para aquelessujeitos habitados por fantasmas doentios, e dos que os sistemas de saúde só esperamque se apresente isso que chamam destino genético. Portanto: a cultura é o melhorremédio para a doença edípca!Através do Enfrentamento dos Conflitos das nossas PulsõesInternas e as Interferências Externas da Civilização, que nos dá condição de sobrevivênciasadia. Evitando assim, As Grandes Epidemias, as Guerras, tudo que se trate de exterminaçãoem massa...Então como responder ao apelo agonizante das pessoas infectadas com oEbola? Como tranquilizar cidadãos que estão em zona de risco do Ebola?Não podemos

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nos esquecer de que Providências por Órgãos Mundiais de Saúde estão sendo tomados,novos remédios sendo criados e testados; medidas e critérios de higiene e anticontaminaçãosendo utilizados; esclarecimentos dos Sintomas do Ebola e que a qualquer dos sintomasapresentados, que procurem por ajuda Médica ou Humanitária.

não podemos nos esquecer de que o Mundo está em risco!Seja pelo Ebola; por outras Grandes Epidemias, pelas quais já passamos como HIV, etc.;pelas Guerras, aviões civis são abatidos por mísseis, como se fossem de brinquedo de umjoguinho virtual entre Grandes Potências, tudo pelo poder.Pela visão psicanalítica, podemosfazê-lo, através de: acolhimento; empatia; vínculos sadios; Holding (Sustentação daOnipotência Mãe-Bebe); Rêverie (a quebra desta Onipotência, para poder fantasiar);Construção da Identidade do sujeito; traquejo social do Indivíduo (da sua Humanização);da sua Introdução na Cultura. Tudo isto se organiza na experiência Diádicae Triádica ou Edípica.

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Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

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Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

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O ALUNO LIXEIROEstamos em uma tremenda crise social, tão grande que o

horizonte das pessoas se reduziu a utopias de pelo menos se alimentar três vezes ao dia.A refeição diária virou luxo, os seus pais atolados de problemas, sem estrutura nenhumade poder apoiar o seus filhos nas vicissitudes comuns de crianças e adolescentes, sendodeixados ao “Deus dará”, jogados pelos cantos, ou melhor, pelas favelas da vida.

Assim, maldizendo todos, de estômago roncando, são forçadosa ir para uma sala de aula, onde são apresentados a um outro mundo, muito longe delepoder alcançar, num estigma da rede pública, em que alunos desse tipo são desencorajadosa conseguir alguma coisa. Numa auto-estima abaixo do comum, são confrontadas asrealidades de professor e aluno, em que o professor não se sente preparado para assumiro lugar de pai, conselheiro, educador, e tudo o mais que vier.

Onde se encontra realmente com uma “batata quente”, umsério problema, em que nem Osvaldo de Souza, com suas fórmulas matemáticas irá resolver,em que a direção se esconde, colocando o problema para baixo do tapete, onde se chegaro final do ano, dá-se um jeito de aprová-lo no conselho de classe, empurrando-ospaulatinamente até o produto sair pela porta, formando mais um analfabeto funcional.

Essa semana deparei-me com um aluno em meio ao lixo e pus arefletir sobre este sistema que teima em cair cada vez mais, em que anos atrás já tinhaalunos que não se sentiam nem capaz de galgar a uma vaga de lixeiro e outros que saem dainstituição de ensino e querem voltar ao cair em si, onde saiu da redoma escolar, indocolidir-se com a realidade. O governo tem que acordar e perceber que estamos produzindolixo, e um dia, como já está acontecendo, esse lixo irá virar uma montanha e cair bem na

frente das suas ricas casas e carros de última linha, pois a educação é oinicio de tudo, não uma forma de enganar a população numa formatura desonhadores, doentes e funcionais.

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Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

AMIZADE Amizade é sentimento;é viver, saber sorrir e saber sofrer. Amigo é quem sabe prevero triste anoitecere o lindo amanhecer. Sou amigo. Amo muitas pessoas:uma triste, uma alegre, outra inquietae até a briguenta. Mas sei emprestarum sorriso, um cadernoe até meu ombro amigo.

O VERBO PORTOQUE PROCURO

NatimortoVerbo porto

Que procuroE não encontro

AncorasteNaufragastePor detrás

Dos cerros, montesOu espreitasDas estrelasRedivivo alvorecer?

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected] Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

MEUS IRMÃOS ASTRAIS

Estrela, estrelinha...Venha aqui na minha mãoconversar devagarinhocom meu pobre coraçãoque está triste muito sódesde ontem ao amanhecercom seu grande irmão solque não quis aparecer...

Irmãzinha estrelinhaPor favor leve um recadoà querida irmã-luapara de noite em seu sorrisocaptar minha mensagemconsolar meu coraçãoque está triste, sem coragemnuma enorme solidão!

PASSAGEM

Se existissem predestinações,interlúdios nesse Universo,acreditaríamos nas canções,que embalam um som disperso.

Anunciando perturbaçõese paralelismos transversos.Dando nascimento a emoçõese assolando os conversos.

Que ao transpor sombrio portalguardam um segredo abissal,revelado aos destemidos.

Quando enfim o pobre mortal,que corajoso, até o final.Será um dos escolhidos.

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3534 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

[email protected]

Pedro Luiz Dias GaluchiDecano/São Paulo/[email protected]

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

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Regina Mércia Sene SoaresColegiado/Novo Horizonte/SP

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AVENTAR

Avento o tempoimemorial. Cedo levantoa poeirae atravesso desertos concretados. Concreto ser aventado: pó espalhado espraiado espelhado no opaco tempo de memórias.

EM SILÊNCIO

Por mais deseje...Não gritarei!Não há por que chamar a atençãoCoisas do coraçãoSó dizem respeito a dois...

Depois aflições vêm ao peitoDores de lei aos amantes,Sei que nada será como antesNo dia seguinte ao fimMelhor os segredos...

RepentinaIluminaMas, se apagaSeu eterno vai e vemIlude seja a definitivaAté se acabar...

Definitivamente,Desta vez não gritarei,Por mais desejeEsta nova paixão

EPÍLOGO DE AMOR

Na barcarola da mocidadeToda enfeitada de rubras flores,Mandei-te um dia, bela deidade,

Longos suspiros cheios de amores.

Mandei-te um dia, rosa orvalhada,Linda morena de lindas tranças,

Mandei-te esta alma desesperada,Cheio de sonhos e de esperanças.

Na paz bendita do teu semblante,

No som ameno do teu sorriso,Sonhei por vezes ouvir distante

A voz dos anjos no paraíso.

No mar tranqüilo desses teus olhos,Nas ondas suaves dos teus olhares,Não vi rochedos, nem vi escolhos,Como se vêm sempre nos mares.

Por isso, um dia, minha senhora,

Dei-te a minha alma, dei-te os meus sonhos,E, entretanto, bem vejo agora,

Que houve em tudo isso males medonhos.

Do teu engano o duro rochedoMatou meus sonhos, os meus encantos,

E em vão agora choro em segredo,Debalde choro copiosos prantos.

AREIA Areia leve e branca!Fina como um póMas sua energia cobre as praiasComo um tapeteQuando o vento bateLevantam como uma nuvem...Marcando seu espaçoCom uma grandeza!Como um desertoQue se expande...As grandes altitudesRevelando sua amplitudeComo um circulo mágico!Inspirando pensamentosQue voam formando dunasFormadas por milhõesBilhões... trilhões de grãos...Que cobrem a terra!Tornando um imenso desertoMostrando sua grandezaQue de partícula em partículaMinúscula areia brancaFaz-nos delirar ...E deixarmos nos levarNo tapete mágicoPelo espaço infinito...E entrar no circulo fantásticoNo deserto que se expandeNas grandes inspiraçõesDe milhões de pensamentos!

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

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RUSSOWSKYANOa Miguel Russowsky

Uns versos tortos, pelo meio a taça...Já de pijama o cuco não diz a hora.A chuva estatelada na vidraçaboceja sonhos, garatuja a aurora.

Dois círios choram anjos de fumaça...Em cada canto onde a saudade mora,surge um corcel de rimas em que esvoaçaa musa do improviso igual outrora.

Do lucilar das chamas vem o alerta...Sobre a mesa uma folha nova abertae ao lado a canetinha embevecida...

A poltrona belisca o meu desdém:– Dona “Sozinhez” nunca te fez bem!– Vai, Miguel! O soneto te convida..

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PEDAÇOS

Tarde malemolente de domingoDa propalada chuva nem um pingoSegunda-feira tudo começou...tecleivc respondeuamei:rsrsrsrs

golpe sem igualtrapaçatraparmaarmadilhapartilhaímpar

Arte como reflexo da mentecontrole. Experimentaçãousam o acaso e não a mente.É arte, ainda?

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

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ESPERANÇA

Esperança, palavra bonita,que fala ao coração!Esperança de ter família,E esperança de ter um lar;esperança de ter carinho,e esperança de ter amor;esperança de ter uma profissão,e esperança de ter um emprego;esperança de ser tratado com respeito,esperança de ser cidadão,esperança de ter poder, de ser respeitado,esperança de poder ter esperança!Quantas crianças nãocarregam em seus coraçõestodas essas esperanças?Quantos natais no abandono?Quantos natais movidos só pela esperança?Que neste natal a esperança de muitosse transforme em realidade!

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

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LEMBRETES

Querida amigaAcrediteNa realizaçãoDo teu plantioDo grande esforçoPara percorrer o caminho trilhadoAcrediteNa tua luzQue teu coraçãoemana a todos nósteu gestos de amorconsolida nossos sentimentose estimula-nos a fazer o mesmo.Querida amigaAcredite!Você é a pazNo coração de muitosVocê é a forçaA adentrar nossos mais eternosSentimentos de amor por todosOs caminheiros na rota de Jesus !

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

PANORAMA

Paisagem de cartão postalPanorama no retratoTuristas viajam no teleféricoEsportes de esquis no invernoQueda no solo nevoentoFenômeno da Natureza Clima abaixo de zeroFlocos brancos na tempestadeQuando cai nevascaVeste-se o cachecolBlocos de cristais no geloNévoa espessa no caminhoAtrativo de neve na alta estaçãoQue bela aurora e ocaso.

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaza/CE

ME ENCANTEI

Uma estória ensaiando começarquero ver se consigo contara minha, num cordel enfeitado de linhas

Avisaram, é só escrever com jeito, Sigridque segredo não há e precisando é sóinventarEntão, vamos lá...Meia volta no senhor tempo Lá atrás encontramos a raiz do novelohoje, vem trazendo tantos proveitos

...perdida a conta dos melhores momentosÉ valer-se das lembranças puxar uma a uma da memórianuma daquelas emoções sorteadasEîtá que viver é mesmo uma dádivaNa bagagem, um canudo de formada

Só de imaginar o passeio pelos amores...Muitos...não! Marcantes, poucos homensUm meu ventre multiplicouuma, duas, três, quatroquatro vezes semeouLá se vão anos de laços

Um só desejo Tempo esqueça-os atados!Hoje, eu? Sou feliz, um bendito frutoentre meus quatro amores...Se pudesse escolher, p’ra sempre tudo junto!P’ra essa estória ter final feliz

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Sigrid Spolzino Porto PontesColegiado/Brasília/DF

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ESPELHO D’ALMA

Um dia eu tG ensinoTer-meSem me possuir, sem minha entrega.Tu poderás enxergar-meComo se me visses através de mim,Em mim.

Um dia, quem sabe à noite?No tempo nublado, em chuva tardia,No descompasso de todo um espaçoArritmando o peitoCompletando a arteNa precisão do artesão.

Um dia eu te ensinoTer-me.Não te unirás ao corpo tátil,Matéria limitada,Sou mais. Ensino-te.Verás o caminho do alto,Tropeçando em luzEtérea, volátil, eterna.Sentirás meu gosto,Através do amor.

Um dia... uma tarde, talvez.Sem beber do silêncio na esperaSem perceber se serãoHoras ou agoraSeremos nós, Abriremos a voz.Apenas a chuva, o relógio,A pressa, o atraso.Estarão lá fora.

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

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38 39 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

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A SOMBRA DA ESCULTURA

O milionário norte-americano Emeric Belasco fez construir umamansão, em estilo neogótico, na qual ele e seus hóspedes permanentes começarampraticando sexo promíscuo e selvagem, para terminar em incesto, estupro, assassinato ecanibalismo. A carga de energia negativa que impregnou aquelas paredes foi tão forteque, depois que a polícia fechou o lugar, a Mansão Belasco tornou-se o cenário de todosos tipos de fenômenos fantasmagóricos. Richard Matheson referiu-se a ela como oEverest das casas mal-assombradas. Quando estava para ser demolida, as obras de arteque a decoravam foram vendidas a um marchand de Boston.

Entre essas obras de arte estava uma escultura, em bronze,assinada por César Rocco. Não é uma peça grande, a base tem cerca de meio metro portrinta centímetros. Reclinadas sobre a base, duas figuras femininas, com os corpos nusentrelaçados em carícias amorosas. A qualidade artística excepcional dessa peça está, emparte, na maneira refinada como aborda o erotismo, mas, principalmente, na intensasensação de movimento que o escultor conseguiu expressar em bronze. Talvez porisso,conta-se que aquela escultura, quando ainda estava em um dos quartos da MansãoBelasco, projetava na parede uma sombra na qual as duas figuras femininas às vezes semoviam, beijando-se e esfregando-se uma na outra.

O marchandde Boston descobriu que o escultor César Roccoviveu no Brasil, em uma cidade chamada Ribeirão dos Bagres, e veio para essa cidade, embusca de mais informações. Teve sorte. Conseguiu não apenas os dados biográficos doescultor como também informações a respeito daquela peça específica.

Ficou sabendo que César Rocco não havia utilizado modelosprofissionais. Havia persuadido duas moças da sociedade colunável de Ribeirão dosBagres a deixá-lo presenciar uma cena real de amor físico entre elas. Eram a riquíssimaBianca Singer e a aristocrática Alessandra vonKarnstein. Enquanto as duas se esfregavamcom gosto, César Rocco havia captado, em carvão sobre papel, aqueles movimentos delascívia autêntica. Depois, converter os esboços feitos ao vivo em bronze tridimensionalfoi só uma questão de habilidade técnica.

O que Rocco não esperava é que a fidelidade anatômicadaescultura fosse capaz de permitir a identificação das musas. Mas permitiu. Os rostos queaparecem naquelebronzesão retratos inequívocos das duas moças. Quando ele exibiu aobra em seu atelier, causou um escândalo, não por causa da cena de sexo explícito, maspor revelar a identidade das protagonistas. Familiares indignados de Bianca Singer e deAlessandra vonKarnsteinexigiram que ele destruísse a escultura. Rocco fingiu concordar,mas vendeu secretamente a peça a uma pessoa que a levaria para os Estados Unidos.

Quanto aos esboços feitos a carvão sobre papel, esses omarchand descobriu estarem agora na coleção particular do Professor Raposo da Silveira.Ofereceu um bom dinheiro por eles, mas o Raposo não estava disposto a vendê-los porpreço algum. O que ele se dispôs a fazer, mediante honorários que não eram modestos,foi escrever, em inglês, um laudo atestando a autenticidade da escultura encontrada naMansão Belasco. Fundamentou a autenticação da peça com uma análise comparativa de

fotografias da escultura, vista por todos os ângulos, com fotografias dos esboços quelhe havia dado o próprio escultor. E, para fazer jus à sua fama de espírito de porco,acrescentou um parágrafo relatando as circunstâncias picantes em que os esboços foramproduzidos.Com esse laudo indiscreto impresso integralmente no catálogo do leilão, apeça alcançou um preço astronômico. Infelizmente, o comprador não quis revelar suaidentidade. Por isso, não se sabe se, mesmo longe das vibrações mórbidasda Mansão Belasco, a escultura de César Rocco continua a projetar, emsobra animada, o fantasma de uma lambança lésbica.

Luiz Haroldo G. de SoutelloColegiado/Jundiaí/[email protected]

A ROTA DO TEMPO

O morro.De ruas estreitas, casas conjugadas, de porta e janela.A escadaria estreita, longa, que conduz os moradores no ir e vir diário. O céu que agoraperde o azul para o cinza escuro. A noite que se avizinha, na rota do tempo, que não pára,haja o que houver. Dentro do carro estacionado a esquina, o homem tem a atenção aomorro adiante, por trás das residências da rua transversal e, ao lado, a mulher em silêncioentende-o. O José se lembra, de quando com ela, Maria, residiam ali no alto, na casinha àesquina (será que ainda existe, após anos de ausência?) e que ele chegava dos serões demadrugada, e ela abria a porta, acolhendo-o...

-- Pensando no passado?Então, José se volta e, sorrindo:--Vamos embora. O que passou, passou...-- Mas, ficam as lembranças, como marcas na alma.

Novo sorriso e as mãos grandes, de dorsos amarelospelo tempo comprimem com força a direção, e o carro se afasta, enquantoo casal se integra ao silêncio, que exprime tudo, pois é a voz do tempo.

NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS -----------------------------Comunicamos o falecimento do Acadêmico BeneditoAugusto de Moura, de Piracicaba/SP, agora Patrono daCadeira 028, da Área de Letras, do Quadro de MembrosTitulares Eméritos do Clube dos Escritores Piracicaba,também do Acadêmico Hugo Gonçalves Roma, do Riode Janeiro/RJ, (foto esq), agora Patrono da Cadeira 075,da Área de Letras, da Galeria dos Academicus Praeclarusdo Clube dos Escritores Piracicaba, e também daAcadêmica Nilza Athayde de Pinheiro Lieh, do Rio deJaneiro/RJ, agora Patronesse da Cadeira 007, da Área deLetras, do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores.

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