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ANO VI - EDIÇÃO N o 361 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 28 de outubro de 2014 Sete anos de comunicação para a sustentabilidade

O Estado Verde - Edição 22373 - 28 de outubro de 2014

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22373 - 28 de outubro de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 361FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

Sete anos de comunicação para a sustentabilidade

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

MAIS MUDANÇAS, MAIS FUTURO? O que esperar do segundo governo

de Dilma Rousseff, no campo ambiental? Não espero muito, o programa é tão gené-rico, quanto o título: Mais Mudanças, Mais Futuro. Com este título, Rousseff apresen-ta propostas para o próximo mandato. Na verdade o programa parece mais um re-latório das ações empreendidas durante mandato anterior. Cita inclusive a aprova-ção do Código Florestal como uma vitória. Vitória da onde, de quem?

Como proposta, mesmo, vi pouca coisa. No caso de meio ambiente, o programa não dedica mais do que seis curtos parágrafos. O que apresenta de mais concreto está relacionado ao “aprofundamento” do processo de “mo-dernização” do licenciamento ambiental em curso, com a regulamentação da Lei Complementar (LC) 140.

Por trás da 140, está o interesse do Governo de afrouxar o licenciamen-to ambiental, facilitar obras do PAC e construir mais “Belo Monte”, como se as mesmas fossem a salvação da segu-rança hídrica no País. A LC 140 altera a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981), marco legal para todas as políticas públicas do País refe-rentes ao meio ambiente.

O texto do programa, de forma genéri-ca, ainda, afi rma que “a segurança hídrica será tratada com prioridade (vai acredi-tando nisso), mobilizando ações compar-

tilhadas e concatenadas das três esferas de Governo para que as necessidades múltiplas de uso da água – consumo hu-mano, irrigação, hidroelétricas, pecuária e outros – sejam levadas em conta de for-ma racional e sustentável.” Consumo hu-mano sempre vem na frente em todos os textos, mas na prática, sempre fi ca para depois. A 140 está mais preocupada com obras do PAC do que com o licenciamen-to ou com o acesso à água pelo sertanejo.

MAIS PROATIVOSConversando com o empresário Fernan-

do Ximenes, da Gram Eollic, sobre meio ambiente, ele disse que infelizmente, nos-sos órgãos ambientais ainda seguem uma linha de comando e controle. “Precisam ser mais proativos, ao invés de só multar, educar a população e além de planejar mais, recuperar e promover mais, a restau-ração do meio ambiente degradado”.

Refl exão: Abstenção, brancos e nu-los tiraram 21,1% dos votos aos can-didatos! Em números absolutos, 30,14 milhões deixaram de ir às urnas no segundo turno. Quase um quarto do eleitorado brasileiro não votou nem em Dilma nem em Aécio. É bom, sociedade e Congresso discutir o assunto. Talvez seja mais um indicador de que é chega-da a hora de acabar com a obrigatorie-dade do voto no País que se considera o mais democrático da América Latina.

Esta semana, O estado Verde (OeV) completa sete anos. Agradeço todas as pesso-as que acreditaram na iniciativa, em especial, ao leitor, aos anunciantes, aos jornalistas, estagiários, revisores e diagramadores que passaram pelo OeV e claro, ao departa-mento comercial. Minha reverência ao superintendente Ricardo Palhano que confi ou na proposta. Quando o decisor tem a visão e a vontade política, muita coisa acontece.

Como pensei, não foi nada fácil chegar até aqui, ainda não está sendo. Por exemplo, a maioria dos anunciantes, ainda prefere anunciar em colunismo social ao invés de em responsabilidade social. Estou fazendo uma referência à sustentabilidade do OeV e a visão local de responsabilidade social. Mas estamos avançando... Atualmente já conto com boas parcerias da iniciativa privada, terceiro setor e com o apoio do Governo es-tadual, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal. Continuo aguardando o apoio da Prefeitura Municipal. Muito obrigada, o meio ambiente, também, agradece!

SETE ANOS DE COMUNICAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

VERDE

28 DE OUTUBRODIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO• Hoje é o dia do funcionário ou servidor público, categoria de agentes que representam a “for-ça motriz da Administração Pú-blica”. São as pessoas que trabalham para que os serviços pú-blicos, prestados em várias áreas de atuação, como da justiça, saúde, segurança, etc., sejam efi cazes. Classifi cam--se em três categorias: funcionários públicos estatutários; empregados públicos e os servidores temporários e estão divididos em classes hierárquicas, de acordo com os órgãos dos governos, podem ser municipais, estaduais ou federais. A maneira legítima de se ingressar nesta área é através de concurso. Os direitos e deveres dos servidores estão defi nidos e estabelecidos na Consti-tuição Federal do Brasil, além dos estatutos das entidades em que trabalham. Em 11 de dezembro de 1990, foi publicado o novo Estatuto dos Servidores Pú-blicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a Lei nº8112, alterando várias disposições da antiga lei, Decreto nº 1.713, de 28/10/ 1939, que motivou o dia da comemoração.

29 DE OUTUBRODIA NACIONAL DO LIVRO

• “Os livros são um conjunto de folhas impressas, onde o escritor coloca suas ideias, a fi m de deixá-las registradas ou para que

outras pessoas possam tomar conhecimento das mesmas.” Eles podem variar no gênero dos textos apresentados, sen-

do documentário, romance, suspense, fi cção, autoajuda, bíblico, religioso, poema e poesia, disciplinas escolares,

profi ssões e uma infi nidade de áreas.A escolha da data foi em razão da fundação da Biblioteca

Nacional do Livro, pela coroa portuguesa, na cidade do Rio de Janeiro, dia 29 de outubro de 1810.

01 DE NOVEMBRODIA NACIONAL DA ESPELEOLOGIA• A espeleologia é a ciência ou esporte que tem por objeto o estudo ou a exploração das cavidades naturais do solo (cavernas, grutas). O espele-ólogo considera que em uma caverna nada se tira, a não ser fotografias, nada se deixa, a não ser pegadas e nada se mata, a não ser o tempo.Em 1969 foi fundada no Brasil a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), uma associação sem fins lucrativos, que congrega interessados na exploração, pesquisa e preservação de cavernas. Mais informações: http://www.sbe.com.br/.

AGENDA VERDE

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VERDE

JORNALISTA E ESCRITOR

Sustentabilidade e meio ambiente Durante a exposição do painel que

versou sobre meio ambiente, o foco foi a sustentabilidade no Direito Ambiental. O Dr. Flávio Ahmed, diretor da Escola Su-perior de Advocacia-RJ, discorreu sobre “Sustentabilidade como fator essencial ao meio ambiente ecologicamente equilibra-do”; o tema “Sustentabilidade como me-canismo de realização do direito funda-mental ao desenvolvimento” foi exposto pelo jurista e escritor Paulo Affonso Leme Machado; o Dr. Augusto Neves Dal Pozzo, professor da PUC-SP, proferiu palestra fo-calizando “A responsabilidade municipal pela sustentabilidade e a questão do sa-neamento básico”; subordinada ao tema “Desenvolvimento sustentável e combate à fome” foi a conferência proferida pelo Dr. Nelson Miguel Friedrich, diretor de corrde-nação da Itaipu Binacional.

Direito fundamental Há uma unanimidade inquestionável en-

tre os juristas: o direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado é um direito materialmente fundamental. Do ponto de vista formal está inserto na Carta Maior de

1988; quanto ao aspecto material é impor-tante observar que trata-se de uma con-dição indispensável para a realização da dignidade humana, fonte da qual provêm todos os direitos fundamentais, consoante a lição do professor Frederico Amado.

Características do direito ambiental Aceito e sacramentado como um direi-

to fundamental, o direito ambiental pos-sui as seguintes características, a saber: 1. Historicidade (decorre de conquistas por lutas dos povos em prol da defesa do meio ambiente); 2. Universalidade (direitos dirigidos a toda a população mundial, muito embora exista variações entre as legislações das nações); 3. Irre-nunciabilidade (o povo não poderá abrir mão do direito ao equilíbrio ambiental); 4. Inalienabilidade (está fora do comér-cio); 5. Limitabilidade (são relativos, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podendo ceder, no caso concreto, em razão de outro direito fundamental in-conciliável na hipótese, mediante o juízo de ponderação, norteada pela propor-cionalidade); 6. Imprescritibilidade (não prescrevem pelo não exercício).

DIREITO AMBIENTAL NA CONFERÊNCIA NACIONAL DE ADVOGADOS

Estive participando da XII Conferência Nacional de Advogados, realizada no Rio de Ja-neiro, nos dias 20 a 23 do mês fl uente. Fi-lo na condição de assessor de comunicação do Instituto dos Advogados do Ceará, entidade presidida pelo advogado e escritor João de Lemos, personalidade das mais gratas no meio jurídico cearense, que atuou profi ssional-mente durante mais de vinte anos em banca advocatícia na Cidade Maravilhosa, inclusive. O meio ambiente recebeu destaque especial em painel presidido pelo jurista Carlos Alber-to Maluf Sanseverino, tendo como coadjuvantes nos debates o dr. Luciano Demaria e o dr. Gierck Guimarães Medeiros.

O colunista ladeado pelos presidentes da OAB-CE, Valdetário Monteiro, do Instituto dos Advogados do Ceará, João de Lemos e pelo advogado Jardson Cruz durante a XII Conferência Nacional dos Advogados-RJ.

A 7ª Feira de Emprego e Empre-endedorismo do Ceará (Feece) prepara-se para receber um

público estimado de 30 mil pessoas. Fortaleza sediará mais uma edição do evento que tem como objetivo interme-diar o encontro entre quem procura e quem oferece oportunidades de em-prego, estágio e aprendizagem e con-tribuir para a qualifi cação profi ssional no nosso Estado. Agendado para acon-tecer entre os dias 12 e 14 de novem-bro, no Centro de Eventos, oferecerá, gratuitamente, palestras, minicursos e ofi cinas aos participantes.

Um dos destaques desta edição, se-gundo a presidente da Feece, Cristina Oliveira, será a Sala do Empreendedor - projeto coordenado pela Câmara Mu-nicipal de Fortaleza que visa à formali-zação de pequenos negócios na Capital. O espaço será destinado tanto àqueles que desejam tornar-se empreendedores quanto para àqueles que já possuem um negócio, mas buscam mais orientações.

Para Cristina, a expectativa para este ano é o encaminhamento de pelo me-nos cinco mil pessoas para oportunida-des de trabalho, assim como aconteceu

na edição de 2013. “Mesmo que a pessoa saia da feira sem um emprego, no mínimo, ela sairá da Feece com in-formações que serão úteis à sua trajetó-ria profi ssional”, destaca. Segundo da-dos do site da Feira, 46% dos visitantes têm idade entre 18 e 24 anos, enquanto 89% do total possuem experiência pro-fi ssional anterior e 73% cursam ou já completaram nível superior.

A Feece contará neste ano com 60 estandes, divididos entre órgãos de apoio à inserção de pessoas no mer-cado de trabalho, empresas de re-crutamento ou de setores variados e instituições de ensino. Contará ain-da com três auditórios temáticos e as atividades de acordo com o perfil de cada público. Nos três dias de reali-zação, a feira irá oferecer minicursos profissionalizantes: idiomas, infor-mática e mercado de trabalho.

SERVIÇOAs inscrições para a feira podem ser

feitas no próprio site : www.feiradeem-prego.com.br . As inscrições são gratui-tas, na entrada será exigido um quilo de alimento não perecível.

Vem aí mais uma edição da Feece

MERCADO DE TRABALHO

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5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

VERDE

Nesta semana, o “O estado Verde” completa sete anos e dia a dia a nossa responsabilidade vem au-mentando. Além da complexidade e urgência dos assuntos que geram as pautas nossas de cada dia, somos reconhecidos como veículo pioneiro, propositivo e acreditado. E, é isso que nos faz ter a per-

cepção de quanto trabalho temos pela frente e o quanto os votos de parabéns que estamos recebendo funciona como combustível para o atingimento de metas ousadas como dobrar o número de pági-

nas. Agradecemos aos leitores, apoiadores, patrocinadores, anunciantes, colaboradores e colegas do jornal O Estado, todos que nos prestigiam e nos incentivam a buscar a informação com qualidade,

ineditismo, utilidade e empatia, entre outros critérios.

O Estado Verde, publicação pioneira e especial. Contributo inestimável para o jornalismo especializado, imprescindível leitura para todos os que compreendem a importância de contribuir para a sustentabilidade ambiental. Parabéns!

(Deputado Heitor Férrer)

A publicação contribui para disseminar o debate ambiental na sociedade. Parabéns!

Gerusa Barbosa (Assessoriade Comunicação - Ministério

do Meio Ambiente)

Parabéns Estado Verde! É sempre bom falar sobre o trabalho “verde e maduro” do caderno, junto aos meus

parceiros e clientes. Afi nal aborda de forma leve e propositiva temas complexos e urgentes.

(Marta Barbosa, executiva de vendas do jornal O Estado)

Parabéns! Muito feliz por ter sido parte do caderno, ainda que por um período de

apenas dois anos. Tarik Otoch (Editor de

esportes – Jornal O Estado)

Parabéns! Ao Estado Verde, votos de muitos e muitos anos de publicação.Junior - Designer Gráfico

Que bom saber que segue fi rme com a divulgação de informações que contribuem para a conservação do

meio ambiente ambiental!Eduardo M. Ehlers (Diretor de Graduação

do Centro Universitário Senac – SP)

Parabéns aos que fazem o caderno O estado Verde

pelos 7 anos em prol de um mundo mais sustentável.

(Movimento Pro Árvore)

Parabéns pelos sete anos de um ótimo trabalho. Luiz Soares (Lead Comunicação, SP)

Nestes sete anos de existência, O estado Verde vem cumprindo com

louvor a sua missão de divulgar temas relacionados à sustentabilidade. Isso mostra o compromisso do caderno com a sociedade e, principalmente, com o meio ambiente. Parabéns e

que venham ainda muitos anos de publicações.

(Diretor Geral da VSM Comunicação, Marcos

André Borges)Parabéns ao Caderno O Estado Verde, pelo pioneirismo, pela dedicação e pela persistência durante todos esses

anos, trazendo uma informação que tem a ver com a nossa própria sobrevivência como espécie neste planeta limitado.

(Antonio Rocha Magalhães Economista)

O ESTADO VERDE

7 A N O S

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6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

VERDE

O contexto dos debates, acadêmi-co e econômico, apontam a fon-te eólica como modelo de gera-

ção de desenvolvimento sustentável no mundo atual e no Brasil, converge com as necessidades de demandas brasilei-ras, compondo a matriz energética na-cional. Atualmente a fonte eólica par-ticipa em 3,98% da matriz energética brasileira, o que corresponde a uma ca-pacidade instalada de 5,1GW, operando no momento com 205 parques contem-plados nos últimos leilões de energia.

Ao considerarmos as ofertas de 93,73% médios da energia eólica nos leilões, con-fi rmamos a tendência da virada energéti-ca brasileira com a fonte eólica, quando da constatação de que os contratos eóli-cos vencem em até 100% dos certames. Agrega-se a esse dado, o histórico dos leilões de energia que, em 2013, somou compra de 4,7 GW eólicos, onde 60,5% foram de fonte eólica contratados com aportes de R$ 21,2 bilhões em investi-mentos, comprados no leilão de energia (A-5) a R$ 109,93/MW h.

Inquestionavelmente, as projeções da energia eólica para os próximos 20 anos é virar a matriz energética brasileira, che-gando com participação de 60% nominal e geração, com potenciais de usinas eóli-

cas maiores e com máquinas de potencias entre 4 MW a 10 MW. O cenário signifi -cativamente positivo para a economia não para por aqui. Dentre as vantagens da matriz energética eólica, estar a de ocupar menor área física, enquanto a fonte de energia hídrica deverá ocupar 17% opera-cional, com reserva energética d’água em 34%%, ”fi o d’água positivo”, ocupando grandes áreas em lagos.

E nesse contexto, o estado do Ceará é o pioneiro em energia eólica no Brasil, tanto como objeto/berço/embrião dos primeiros estudos de ventos, iniciados na década de 90 quanto por ter sido em terras/ventos cearenses (Mucuripe), os primeiros parques eólicos testes e instala-dos: o de Taíba, com 5 MW (1998) e o da Prainha, com 10 MW (1999).

Hoje, o Ceará se mantém como o esta-do brasileiro que mais gera energia eóli-

ca, falando de produtividades e recordes da geração de energia eólica, em agos-to/2014, a energia eólica no Ceará conti-nua despontando na frente das potencias instaladas e dos parques no Brasil e do mundo, quando o Ceará tem em operação nominal 39 usinas eólicas (1.112,8 MW) = 50,22,% do consumo de energia elétrica cearense; Em construção: 08 usinas eóli-cas (202,5 MW); Contratadas: 50 usinas eólicas (1.143,4 MW); Em testes: 5 usinas 120,4 MW, total 2.579,1 MW, estes núme-ros fazem com que o Ceará tenha atual-mente 19,02% das usinas eólicas do Bra-sil, más, é extraordinário o recorde eólico mundial dos ventos nos parques eólicos do Ceará em agosto/2014, com efi ciência de 56,23% constatada através da teleme-tria e dos cálculos da Gram-Eollic/Con-trol, que é igual 625,72 MW h médios produzidos, equivalente = 50,22% do consumo de energia do estado do Ceará e 32,96% médios da produção de energia eólica do Brasil, com parques do litoral leste do Ceará que registraram em agos-to/2014 produção de até 110,45% e fator de capacidade de até 70,33% fi rme, pro-vando que a energia eólica é viável, efi caz e poderá suprir a necessidade energética mundial, neste contexto, prezado leitor, aguarde os cálculos crescente das médias de Set/2014 em conclusão.

Para visualizar as perspectivas do ce-nário da produção de energia eólica e os

métodos de produção de energia, é preci-so compreender o sistema macroenergé-tico com as novas linhas de transmissão no SIN – Sistema Interligado Nacional, produtor independente, autoprodutor e micro e minigeração de energia. No tocante à matéria física e ambiental, a virada energética toma aceleração com a fonte eólica no Ceará e no Brasil, com menos emissão de Co² e aumento da capacidade eólica na matriz energética brasileira. Consequentemente, gerando mais energia para todo o território na-cional, principalmente, no período seco, época em que as hidroelétricas estão com os reservatórios em baixa carga, produ-zindo menos energia. E é, exatamente nesse momento de ameaça energética, que a matriz energética brasileira preci-sa de outra fonte de apoio para atender à demanda nacional.

É, prezado leitor, variáveis ou constan-tes, as correntes de vento existem o ano inteiro e quanto mais seco, mais vento e sol, o mesmo sol que nunca deixou de nascer. E é assim, sob a regência so-lar, que a matriz energética eólica tem garantia de geração o ano inteiro, sem precisar de rezas desesperadas por chu-vas para gerar energia elétrica, assim, na micro e minigeração, você não precisa esperar pelo sistema macro, você mesmo pode produzir sua energia em sua casa, seu comércio, ou na sua indústria.

Energia Eólica no BrasilOPINIÃO

“Na micro e minigeração, você não precisa esperar pelo sistema macro, você mesmo pode produzir sua energia em sua casa, comércio, ou na sua indústria”

POR FERNANDO XIMENESCientista industrial

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

VERDE

Cresce demanda por empregos ver-des ou green jobs. Afi nal, as empre-sas começam a transformar com-

promissos em ações rumo à economia de baixo carbono. A ideia de redução de impacto ambiental promove o crescimen-to econômico dentro de uma dimensão de sustentabilidade levando cada vez mais as empresas a adotar posição de ecologi-

camente correta, socialmente responsá-vel e economicamente viável. É um novo mercado que demanda profi ssionais qua-lifi cados e preparados para os desafi os do desenvolvimento sustentável.

Segundo o assistente técnico adminis-trativo, Guilherme Muchale de Araujo, do Instituto de Desenvolvimento Indus-trial (Indi) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), de acordo com o estudo “Setores Portadores de

Futuro para o Ceará”, realizado dentro do Programa Indústria Viva – Produzin-do o Futuro”, do Indi, “ foi identifi cado que os temas ligados ao meio ambiente serão fundamentais para o desenvol-vimento da indústria nos próximos 25 anos” e isso infl uenciará positivamente na oferta de emprego nessa área.

“Com certeza, impacta positivamente”, disse Muchale. A exigência de produção será maior e mudará o perfi l profi ssional.

“Há uma serie de novos profi ssionais que devem surgir para complementar as ne-cessidades da indústria. Com ganho de importância, criam-se novas profi ssionais e novos perfi s de profi ssionais. Biotecno-logia aplicada ao meio ambiente até ges-tão ambiental de água, ciclo de vida de produtos... A gama de novos perfi s profi s-sionais é muito diversa”, explica Muchale.

Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), um novo modelo,

A nova economia global faz surgir os diferentes

empregos verdes

MERCADO DE TRABALHO

São atividades que desempenham papel central na “ecologização” de setores, como mineração, agricultura, indústria e transportes. Aponta para um mercado com novos padrões

POR TARCILIA REGO

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VERDE

de mercado de trabalho surge baseado na Economia Verde e é um mercado que está em ascensão e precisa de profi ssio-nais qualifi cados e preparados para os desafi os ainda recorrentes no mercado de trabalho. Economia Verde ou de baixo carbono, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz, signifi cativamente, riscos ambientais e escassez ecológica.

ECOLOGIZAÇÃOO conceito de empregos verdes está

intrinsicamente ligado ao conceito de economia verde. O relatório “Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mun-do Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono” (2008), fi nanciado pelo Pnuma em parceria com a OIT, defi ne empre-gos verdes como “trabalhos e atividades que contribuem substancialmente para preservar ou restaurar a qualidade am-biental. Isso inclui trabalhos que ajudam a proteger a biodiversidade e os ecossis-temas; reduzam o consumo de energia, materiais e água através de estratégias de alta efi ciência; reduzam a emissão de CO2 na economia; e minimizam e até evitam todas as formas de desperdício e polui-ção”. São atividades que desempenham papel central na “ecologização” de se-tores, como mineração, agricultura, indústria e transportes.

FORMANDO ESPECIALISTASDentro deste contexto, as uni-

versidades perceberam a deman-da por profi ssionais especialistas para o novo universo empresarial com foco na sustentabilidade e passam a oferecer formações específi cas. No Brasil, o pioneirismo vai para a conta do Centro Universitário Senac-SP. Segundo o coorde-nador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro, Fernando Rodrigues da Silva, em 1996, o Senac (SP) iniciou discus-sões que resultaram, em 1999, na criação do Centro de Educação Ambiental.

“Com o objetivo de formular as diretrizes desse centro, foram rea-lizadas dezenas de encontros com especialistas da área ambiental, representantes de órgãos gover-namentais e não governa-mentais, representantes do setor empresarial, pro-

fessores convidados e professores do Ins-titut des Sciences de l’Environnement, da Université du Québèc à Montreal”, conta Rodrigues da Silva. Em 1999, o Centro de Educação Ambiental iniciou suas ati-vidades promovendo cursos, seminários e fóruns de debates nas áreas de meio ambiente e de saúde ocupacional, consti-tuindo o corpo docente do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. No mesmo ano, foi criada a Faculdade Senac de Educação Ambiental.

SÃO PAULOEm fevereiro de 2000, foram iniciadas

as atividades no ensino superior com o ingresso da primeira turma de alunos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. Dentre os objetivos da for-mação superior, destaca-se a proposta de conciliar a formação acadêmica e a formação prática, atendendo às necessi-dades e tendências do mercado. “Desde então, a área foi se fortalecendo por meio da ampliação do seu portfólio, lançando cursos de outras modalidades de ensino, como Técnico, Bacharelado e Pós-gradu-ação, ganhando visibilidade e reconheci-mento do mercado”.

Em setembro de 2004, a Faculdade de Educação Ambiental tornou-se parte do Centro Universitário Senac. “Atualmente, o portfólio é composto por dezessete tí-

tulos de nível superior, sendo doze pós-gra-

duações lato sen-su, uma extensão

e quatro graduações, além de dois cursos técnicos, uma especialização técnica, três capacitações e onze aperfeiçoamentos”.

Até o momento 225 profi ssionais for-mados em Engenharia Ambiental pela instituição. “Em média, o Senac forma cerca de 20 profi ssionais/ano. As colo-cações dos profi ssionais no mercado são nas indústrias de transformação, indús-trias de serviços, agências de ecoturismo e consultorias ambientais”, esclarece a coordenadora do Curso Superior de Tec-nologia em Gestão Ambiental do Senac/SP, coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Cen-tro Universitário Senac.

Os egressos encontram-se atuando em diversos segmentos, tais como consulto-rias ambientais na área de construções sustentáveis, resíduos e área contamina-das, bem como empresas de tratamento e disposição fi nal de resíduos, indústrias de diversos segmentos, órgãos públicos ligados à área ambiental, construtoras, bancos, entre outros.

CEARÁPara Muchale, da Fiec, os profi ssio-

nais que já estão no mercado, “com mais experiência tendem a ser mais valoriza-dos”. A demanda vai crescer, e por ora, há pouca movimentação para aumentar a oferta. Segundo ele, a própria acade-mia ainda p r e c i s a r e f o r -mular-

-se para atender a essa oferta e adequar os currículos das disciplinas. “Acredito que isso é caminho natural. O grau da maturidade das formações vai crescer aos poucos”, encerra.

O Instituto Brasileiro de Educação Con-tinuada (Inbec) está presente em 25 capi-tais e em outras cidades do País, com cur-sos na área de Administração e Negócios, Arquitetura, Direito, Engenharia, Saúde e TI e conta com um curso que, a princípio, surpreende, é o MBA de Construções Sus-tentáveis e Cidades e Bairros e Condomí-nios Sustentáveis.

No ponto de vista do engenheiro, Marcos Casado, o mercado de trabalho tem absorvido profi ssionais para a área. “Hoje, o setor de Construção está sen-do cada vez mais exigido a desenvolver empreendimentos e até mesmo bairros, condomínios e cidades com menos im-pacto ambiental, social e econômico, ou seja, construções mais sustentáveis que promovam a qualidade de vida e a redução dos seus custos operacionais”, explicita Casado.

O engenheiro é diretor de uma das maiores empresas de consultoria nesta área, a Sustentech, com sede na capital paulistana. A empresa tem, entres as dire-trizes de contratação, a exigência de con-tratar profi ssionais com as qualifi cações e formação em cursos oferecidos pelo In-bec. “São focados nisto, temos no escritó-rio do Rio de Janeiro e de São Paulo, cinco profi ssionais que fi zeram este MBA”.

MERCADO DE OPORTUNIDADES A Coelce é uma empresa que absorve

profi ssionais para as áreas de sustenta-bilidade e meio ambiente. Segundo nota enviada ao estado Verde, os colaborado-res da companhia são profi ssionais que possuem formação nas áreas onde atuam, como Meio Ambiente e Responsabilidade

Social. “Contamos, na nossa força de trabalho, com estudantes que estão na graduação e profi ssionais gradua-dos, especialistas e mestres. Como te-mos um Sistema de Gestão Ambiental

(SGA) certifi cado, aqueles que atuam diretamente na Área de Meio Am-

biente, também têm profundo co-nhecimento da Norma ISO 14001.” A norma interna-cionalmente aceita, defi ne os requisitos para estabele-cer e operar um SGA.

Para a empresa cearense, o mercado buscará mais

profi ssionais dessa área de atuação, “num futuro

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9VERDE

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 28 de outubro de 2014

bem próximo” e este “é um mercado cheio de oportunidades”. Cita como exemplo a implantação de empreen-dimentos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), nos mu-nicípios de São Gonçalo do Amaran-te e Caucaia, o mercado para esses profissionais ficará aquecido. “Nesse contexto, também teremos termelétri-cas, companhia siderúrgica, refinaria Premium II – formando o Polo Petro-químico – e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Unidades que devem apresentar diversas licenças ambientais e buscar a Certificação ISO 14001, tendo em vista que essas em-presas terão de seguir especificações ambientais de nível internacional”.

Na opinião da especialista em edu-cação ambiental, Alina Bertoni, de São Paulo, o futuro profi ssional pode espe-rar um mercado amplo de oportunida-des, porque ainda não temos profi ssio-nais sufi cientes na área, a tendência é de que nos próximos anos as pequenas e médias empresas de todos os setores contratem gestores ambientais. “Já se fala na perspectiva do setor público, in-clusive as Organizações Não Governa-mentais (ONG’s), contratarem gestores para projetos ambientais, e, ainda, para a contratação na área de consultoria a grandes, médias e pequenas empre-

sas.” Alina tem formação superior em gestão ambiental.

Para o engenheiro Eduardo Frota, sócio da Ziatech, empresa cearense do setor de gerenciamento de projetos de energia renovável, tem no centro de suas atividades empresariais, a sus-tentabilidade. Frota só contrata mão de obra especializada. “Trabalhamos com soluções energéticas, através de fontes renováveis como a solar e a eólica e para realizar nossos pro-jetos, contamos com especia-listas em engenharia e gestão ambiental, engenharia civil, mecânica e elétrica”, disse. Frota ressalta que todos os projetos Ziatech estão de acordo com as normas de proteção ambiental.

De acordo com o site da consultoria Catho, os car-gos com mais oportunida-des no mercado são: Enge-nheiro/Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro/Técnico Ambiental, Técnico em Meio Ambiente, Engenheiro de Minas, Analista Ambiental e Enge-nheiro Florestal, que representam cer-ca de 2.000 oportunidades disponíveis.

Através de assessoria de imprensa, a consultoria especializada na colocação

de profi ssionais no mercado disse que, atualmente, devido à grande preocu-pação com a preservação ambiental, consumo consciente, aplicação de leis

mais rigorosas relacionadas ao meio ambiente e o desenvolvimento de ações sustentáveis pelas empresas, “os em-pregos verdes têm fi cado em evidência, aumentando consequentemente a pro-

cura por esses profi ssionais”.

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VERDE

O lado verde que Camilo prometeu durante campanha

ELEIÇÃO 2014

O novo governador, ainda candidato, disse ao O estado Verde, que levará água para o interior e a políti-ca de convivência com o Semiárido “se dará mais na perspectiva social e econômica e menos climática”

O eleitor escolheu Camilo. O novo governador do Estado, Camilo Santana, chega ao Palácio da

Abolição com quase 2,5 milhões, dos 6.269.037 milhões de votos dos cea-renses. A expectativa é que o novo go-vernador, que afi rma ter decidido dis-putar as eleições, porque “tem orgulho de fazer parte de uma geração que está pensando o Ceará para o futuro”, cum-pra todas as promessas de campanha.

Em 30 de setembro, quatro dias an-tes do primeiro turno, o Caderno O Es-tado Verde publicou entrevista com o então candidato Camilo. Ele respondeu perguntas relacionadas às suas propos-tas de Governo, sobre temas estratégi-cos como Meio Ambiente, Segurança Pública, Saúde, Educação, Mobilidade, Desenvolvimento, Economia, Recursos Hídricos e Semiárido.

Hoje, destacamos alguns trechos dessa entrevista com foco nas questões socioambientais. O novo governador disse que, entre as suas prioridades, além da saúde, como a construção dos hospitais da Região Metropolitana e do Vale do Jaguaribe e a ampliação pro-gressiva do número de escolas em tem-po integral e valorização dos professo-res, na área de educação, vai construir o Cinturão das Águas, e assim, levar água para os Inhamuns, Sertão Central e Centro-Sul do Estado.

MOBILIDADE URBANACom relação à mobilidade urbana,

na Capital, o novo governador dis-se que vai colocar para funcionar a Linha Sul, que já opera em fase de testes, e o VLT até 2015, além disso, fazer uma força-

-tarefa para não atrasar a construção da Linha Leste, que liga o Centro ao Fórum Clóvis Beviláqua. Propõe, para acelerar a ampliação do meio de trans-porte estratégico e fundamental para a melhoria da mobilidade urbana na Capital, a parceria com o governo da presidenta Dilma e com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, “são funda-mentais para que a conclusão do me-trô ocorra no tempo acordado”.

INTERIORPara alavancar a economia no

interior do Ceará, o novo go-vernador afirma que temos grandes oportunidades e vocações que precisam ser incentivadas e plane-jadas, especialmente no Semiárido. “O Ramal da Transnordestina, o Ca-nal da Transposição do São Francisco e o Cin-turão das Águas criarão as condições apropria-das para uma política de desenvolvimento regional diversificada entre nos se-tores primário (agricultu-ra), secundário (industrial) e terciário (comércio e servi-ços)”.

Camilo disse, também, que além de uma matriz logística diversa e interligada – por-tos, ferrovia, as estradas e aeroportos regio-nais – levará água e

energia, o binômio principal para a atração de investimentos econômi-cos no interior. “Isso permitirá que a política de convivência com o Se-miárido se dê em outra perspectiva, mais social e econômica e menos cli-mática. De maneira imediata, quero colocar para produzir mais de 15.000

hectares de perímetros irrigados que estão prontos”, destaca.

LONGO PRAZOO caminho é avançar em direção à in-

dependência energética e a segurança hídrica. Segundo o governador Cami-lo, em parceria com o governo federal e os Municípios o Ceará vai expandir a rede de saneamento básico e o acesso à água de qualidade. “Queremos estabe-lecer um planejamento de longo prazo com metas, resultados e prazos para o desenvolvimento social e econômico para que a sociedade civil organizada acompanhe a estratégia de superação das desigualdades sociais e regionais”, enfatizou.

MUDANÇAS CLIMÁTICASPara garantir segurança hídrica ao

Semiárido num ambiente de mudan-ças climáticas, o agora governador afi r-mou que as instituições vinculadas à Secretaria de Recursos Hídricos serão fortalecidas: Cogerh, Sohidra e Funce-me. Destacou, também, a produção de conhecimento científi co e a inovação tecnológica. “Por um lado, temos que procurar reverter o processo de aque-cimento e desertifi cação que enfrenta-mos e, por outro, buscar alternativas para que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável”, disse.

Camilo encerra, reforçando que a Transposição do São Francisco, o Cin-turão das Águas, a Integração de Bacias

e a dessalinização da água do mar são fundamentais para garantir a

segurança hídrica de todo o Ceará.

POR TARCILIA REGO [email protected]

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VERDE

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Relatório de vistoria realizada no início do mês aponta que as obras da rodovia que faz parte

do Plano de Logística de Transporte do Porto do Pecém estão adentrando a área do Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba. O documento, assinado por um consultor da Secre-taria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), explica as técnicas utilizadas para aferir que a estrada, hoje 30% concluída, está em confor-midade com o projeto.

No entanto, o estudo comparou imagens de satélite e arquivos digi-tais e concluiu que a obra, apesar de se ater ao projeto, ultrapassa os limites determinados pelo Plano Di-retor Participativo do Município e tem causado impactos na geografia da área. A obra da rodovia é de re-sponsabilidade da Secretaria da In-fraestrutura do Estado (Seinfra) e pretende ligar os portos do Mucuripe e do Pecém, por meio do Anel Viário.

O vereador Deodato Ramalho (PT), tem criticado constantemente a obra na Sabiaguaba e a forma, segundo ele, errada como ela está sendo levada pelo Governo com consentimento da Prefeitura. “Estive recentemente na comunidade, já foram demolidas cen-tenas de árvores e a estrada está pas-sando ao pé da duna sem que seja obe-decido o plano de manejo”.

Para Deodato, a obra é necessária, porém é preciso observar e cumprir as legislações ambiental e urbanística do município. ”Da forma como está, a Prefeitura aprovou a destruição de dunas fixas e móveis, que deveriam ser intocáveis, além da supressão vegetal de várias espécies de porte arbóreo. A Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em visita

técnica ao local, afirmou se quer con-hecer a existência do plano de mane-jo. É uma obra necessária, mas tem que ser feita em conformidade com a lei e respeitando os limites da área de proteção ambiental, que não está acontecendo”, explica.

A Sabiaguaba é uma Área de Pro-teção Ambiental (Apa), possui um Parque Natural de Dunas e vem

demonstrando muito potencial de in-vestimento nos últimos anos, com am-pla diversidade econômica e cultural.

SEUMA NEGA A titular da Seuma, Águeda Mu-

niz, nega qualquer irregularidade. De acordo com a secretária, após denúncias de que as obras estavam em desacordo com o projeto, a Seuma

realizou vistoria e o estudo de geor-referenciamento, que resultou em um relatório técnico “sem a análise do contexto do projeto”.

Ela explica que “o relatório é obje-tivo: ele diz que está de acordo (com o colocado pelo projeto) e diz que está ultrapassando a área, porque é um limite já estabelecido no Plano Diretor e no Plano de Manejo do parque”.

Denúncias dão conta de que as obras do Plano de Logística de Transporte do Porto do Pecém são irregulares e afetam área do Parque Natural Municipal das Dunas da Sabiaguaba

Construção de rodovia impacta para uns e para outros não

SABIAGUABA

Vereador Deodato Ramalho (PT), tem criticado, constantemente, a obra na Sabiaguaba

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VERDE

FATOR VERDE DA SABIAGUABA

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Sobre os impactos na região da rodo-via, que pretende escoar a produção do Porto do Mucuripe e ligá-lo ao do Pecém, a secretária afi rma que “todos os impactos, com suas respectivas análises de magnitude, bem como as medidas mitigadoras e compensatórias ambien-tais foram demonstrados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o qual foi apresentado e aprovado tanto em Audiência Pública quanto em reunião do Conselho Gestor da Sabiaguaba”.

DESMONTE DE DUNASQuanto ao polêmico “desmonte de

dunas fi xas e móveis”, a secretária ex-plica que “o que se verifi ca é a retirada de areia que se encontra ao pé da duna, que atualmente não permite a passagem de veículos. Esse fenômeno é previsível tendo em vista que a duna se compor-ta como um elemento natural móvel, quando não possui nenhum elemento fi xador. Portanto, essa retirada de areia aconteceria independentemente da re-

alização da obra”.Águeda ressalta ainda, que o projeto

foi apresentado e aprovado pelo Consel-ho Gestor da Sabiaguaba, o qual segun-

do o Decreto Municipal 12.970 de 26 de Junho de 2012, em seu art. 3º, incisos V e VII do referido decreto tem-se estabe-lecido o seguinte: “Art. 3º - O Conselho

Gestor das Unidades de Conservação da Sabiaguaba terá as seguintes atri-buições: [...]; V – manifestar-se, quan-do provocado, sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto ambiental no raio fi xado para seu en-torno; [...]; VII – avaliar os documentos e opinar sobre as propostas encaminha-das por qualquer cidadão ou entidade pública ou privada, que manifeste inter-esse em utilizar a área ou colaborar com as atividades permitidas pelo Plano de Manejo”.

SAIBA MAISEm nota, a Seinfra informou que

“a estrada está no limite do parque, não cabendo à secretaria questionar o relatório da Seuma, que informa que o projeto está de acordo com o proposto. Todo o empreendimento está devidam-ente licenciado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), de forma a não representar prejuízo ao ecossistema da região”.

A titular da Seuma, Águeda Muniz, nega qualquer irregularidade

Já imaginou morar em um bairro ecologicamente correto? Um local onde a sustentabilidade seja leva-da a sério e onde as ações cotidianas possam ser pautadas pelo bem-estar e preservação do meio am-biente? Essa foi a proposta da antiga administração municipal de Fortaleza que teve como objetivo tornar a Sabiaguaba o primeiro “bairro verde” de Fortaleza. Ações como o controle do crescimento imobiliário, cuidado com o descarte de resíduos sólidos, pre-servação da mata nativa, águas limpas e desenvol-vimento de áreas arborizadas fariam parte da imple-mentação do Fator Verde da Sabiaguaba.

A elaboração do bairro ecológico partiu de uma série de estudos técnicos para fomentar ações de encaminhamento do Fator Verde. Um destes estudos foi liderado pelo professor e doutor do departamen-to de Geografi a da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, que apresentou um trabalho de metodologia e critérios ambientais para o projeto de Sabiaguaba.

O Fator Verde foi criado em Estocolmo, na Suécia. Trata-se de um cálculo, realizado pela Prefeitura da-quela cidade, que se aplica aos serviços ambientais para a emissão de licenças de construção em proje-tos e obras de requalifi cação urbana. A metodologia é uma parceria da Prefeitura da Capital sueca com a construção civil. Inicialmente foi planejada para um projeto habitacional de requalifi cação de moradias construído nos anos 1960 e 1970 e acabou sendo

estendido para toda a cidade. Chegou ao Ceará, através do órgão municipal de

meio ambiente, que começou a estudar proposta de implantação do modelo, no ano de 2012, em Forta-leza, com o objetivo de estimular o desenvolvimento sustentável local. Planejada para ser implantada ain-da naquele ano, na região da Sabiaguaba, a propos-ta não foi efetivada e no ano seguinte houve troca de gestão e o projeto foi esquecido.

A atual administração do prefeito Roberto Cláudio,

através da Seuma, retomou a questão do Fator Ver-de e lançou, recentemente, o Programa de Certifi ca-ção Ambiental em Construções Sustentáveis para a Construção Civil em Fortaleza – Fator Verde, que está em fase de licitação. Diferente do planejado para Sa-biaguaba, o atual é focado na construção civil. A em-presa vencedora produzirá a metodologia que será adotada para a Certifi cação, em conformidade com a legislação ambiental da Cidade. Segundo a Seuma, a expectativa é lançá-lo no próximo semestre.

FOTO:BANCO DE DADOS

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Shoppings estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade

VIROU NECESSIDADE

O mote do desenvolvimento sustentável está levando a sociedade a ser mais exigente quanto aos aspectos ambientais do nosso dia a dia. Os shoppings já perceberam o movimento

Se voltássemos vinte anos atrás e perguntássemos a qualquer pessoa sobre meio ambiente,

ecologia, sustentabilidade ou consu-mo consciente, provavelmente elas não saberiam que estes temas seriam tão discutidos, ou que impactariam tanto a forma como consumimos ou nos rela-cionamos atualmente.

Naquele tempo, não havia uma pre-ocupação clara com os impactos e con-sequências das ações humanas sobre o meio ambiente. Também não havia um comprometimento das empresas com o tema. Mas discussões sobre sustentabi-lidade estão cada vez mais presentes no dia a dia do cidadão comum, dos gover-nantes e do mundo empresarial.

Com a mudança de comportamento da sociedade como um todo, em rela-ção à sustentabilidade, as empresas têm sido cada vez mais cobradas de soluções que evitam ou mitigam os im-pactos ambientais e que sejam susten-táveis ao longo do tempo.

A mudança tem se refl etido em todas as esferas de mercado e, ultimamente, tem chegado aos shopping centers. Mais que preços e produtos de qualidade, os consumidores, agora, exigem e cobram, intensamente, as corporações, para que estas apresentem programas “mais ver-des”, sejam certifi cadas, e desenvolvam projetos que mitiguem os impactos cau-sados por seus negócios.

TENDÊNCIA Fortaleza possui vários shoppings,

no entanto, nem todos atendem as

exigências dos clientes com relação às políticas sustentáveis ou socioambien-tais. Um bom exemplo é o da empre-sa Aliansce Shopping Centers, que faz parte do Consórcio Shopping Paran-gaba, inaugurado há quase um ano, na Capital, mas que já acumula, há algum tempo, experiência neste cenário.

Segundo o superintendente do Sho-pping Parangaba, Leonardo Franco, o empreendimento já nasceu com as melhores práticas ambientais em sua construção e operação. Durante obra, a Marquise, empresa responsá-vel pela construção, contratou uma consultoria ambiental, com o objeti-vo de analisar possíveis impactos ao meio ambiente e levantar a situação do terreno e das árvores.

“Com o objetivo de reduzir o con-sumo de energia, contamos com três

grandes claraboias nos principais pon-tos do shopping, permitindo amplo uso de luz natural. Grande parte das lâmpadas, controladas por um sistema computadorizado, são acesas somente após 17 horas. Adotamos, também, o recurso de captação de água da chuva para reutilização em lavagem das áreas de serviço, rega do jardim e nos sani-tários. Como forma de reduzir o des-perdício de toalhas de papel biodegra-dável, fazemos o uso de secadores de mão elétricos, nos banheiros. Os óleos de cozinha dos restaurantes na nossa praça de alimentação também são ar-mazenados, enviados para os pontos de descarte e são reaproveitados.”

“PARANGABA SUSTENTÁVEL”O shopping, também realiza o projeto

“Parangaba Sustentável”, que

POR JESSICA FORTES [email protected]

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oferece pontos no estabelecimento (Centro Receptor de Resíduos Poluen-tes) para a realização de coleta seletiva e o recolhimento de pilhas, baterias e lâmpadas fl uorescentes queimadas. Es-ses materiais são encaminhados poste-riormente ao local de descarte adequa-do. A iniciativa também conscientiza os clientes por meio de dicas sustentáveis afi xadas nos espelhos em todos os sani-tários do mall, postagens nas mídias so-ciais e no site do empreendimento.

“Para facilitar a coleta seletiva den-tro do empreendimento, contamos com uma Central de Gerenciamento de Re-síduos. Desta forma, junto à cooperativa de catadores Associação dos Catadores do Jangurussu (Ascajan), o lixo reci-clável é separado e distribuído a em-presas especializadas para reutilização, enquanto que o lixo orgânico, já com-pactado, é destinado ao aterro sanitário. Em todo o mall, as lixeiras duplas de co-leta seletiva, devidamente sinalizadas, estão à disposição dos clientes”, acres-centa Leonardo Campos.

IGUATEMI: RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

O Iguatemi Fortaleza foi um dos pri-meiros shoppings do País e se mantém entre os poucos, a dispor de programa

próprio que trata todo o esgoto que produz. Também se destaca por utili-zar um sistema que promove o reúso da água servida para jardins e resfriamen-to de máquinas de ar-condicionado. Desde a inauguração, em 1982, o em-preendimento investe na perspectiva de consciência ambiental, alcançando resultados relevantes.

O shopping já iniciou suas operações, no início da década de 80, com o pleno funcionamento de Estação de Trata-mento de Esgoto (ETE). Além da eco-nomia proporcionada para a empresa, o equipamento representa um instru-mento de expressiva importância para a preservação de recursos hídricos.

A responsabilidade ambiental é re-presentada, também, no investimento realizado na gestão racional da água. Em 1994, o Iguatemi implantou um programa inteligente de reúso que lhe garantiu parte do abastecimento. Como resultado, redução dos custos condominiais para lojistas e, para a co-munidade, menor impacto no sistema administrado pela concessionária do serviço público.

Em 2002, novo investimento am-pliou a atuação da ETE, passando a transformar 100% dos resíduos líqui-dos produzidos pelo shopping em

água tratada. Paralelamente ao tra-balho da estação, foi implantado um programa de conscientização de todo o quadro de colaboradores para a im-portância do uso racional da água. Também foram realizados investi-mentos em automatização de siste-mas, redutores de pressão e torneiras temporizadas, operando dentro de padrões internacionais.

RESÍDUOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL

A destinação responsável de resíduos sólidos, motivo de discussão e preocu-pação para autoridades ambientais do mundo inteiro, é uma das ações desen-volvidas pelo Shopping Iguatemi For-taleza. Atualmente, mais de 45 tone-ladas de lixo são recicladas por mês através da Estação de Pré-Reciclagem (EPR) que funciona no empreendi-mento. Em vez de jogados em aterros ou lixões, os resíduos são encamin-hados para empresas especializadas que tratam o material, transforman-do-o novamente em matéria-prima. “Iniciamos, em 2005, parceria com os catadores do Jangurussu, para re-ciclar resíduos como papelão, plástico e metal”, acrescenta a gerente de Mar-keting do Shopping Iguatemi, Raquel

Mendonça. O shopping disponibilizou uma prensa hidráulica para facilitar o trabalho dos catadores.

COMO EXEMPLOPara Rachel, mais do que uma preo-

cupação de mostrar à sociedade que o empreendimento está preocupado com o meio ambiente e a sustentabili-dade, é uma necessidade de fazer. Ela acredita que as empresas, cidadãos e poder público têm condições de rever alguns processos ou hábitos pensando em minimizar os impactos ambien-tais. “Acho que as ações sociais e as práticas sustentáveis, vai além de uma questão de moda, representam algo que veio pra ficar e trazem cada vez mais, resultados positivos. Natural-mente, essas ações são bem vistas e aceitas pela sociedade”, comenta.

“É importante mostrá-las, não por exibicionismo ou para fazer propa-ganda, mas para servir como exemplo para quem ainda não despertou essa nova consciência. É uma nova forma de se relacionar com os recursos nat-urais, com o pensamento mais focado no futuro desses recursos. Acredito que essa nova cultura ainda está en-gatinhando, mas dá mostras de que é o caminho certo a ser seguido.”

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RIOMAR CHEGA CERTIFICADOO Shopping RioMar Fortaleza, que será

inaugurado amanhã (29), foi aprovado para receber a Certifi cação Aqua (Alta Qualidade Ambiental) na fase “realização da obra”, considerada uma das mais im-portantes chancelas de sustentabilidade para a construção civil do País. Com isso, o empreendimento passa a ser o 1° do seg-mento no Ceará e o 2° do Nordeste a ter o reconhecimento na fase em questão.

Das 14 categorias padrões exigidas para a certifi cação, o shopping recebeu a clas-sifi cação “excelente” em oito, sendo elas: Relação do Edifício com seu Entorno; Canteiro de Obra com Baixo Impacto Ambiental; Gestão da Energia; Gestão de Resíduos de Uso e Operação; Manuten-ção – Permanência do Desempenho Am-biental; Conforto Hidrotérmico; Conforto Olfativo e Qualidade Sanitária da Água. O RioMar Fortaleza é o 12° do shopping do Grupo JCPM e é um dos mais moder-nos centros de compras do País, com área construída de 320 mil metros quadrados.

SOLUÇÕES INOVADORASPara conquistar a certifi cação, o shop-

ping investiu em soluções inovadoras e de alto padrão, garantindo o menor im-pacto possível no ambiente e nas comu-nidades do entorno. Entre as ações que levaram a concessão do selo na fase obra estão à redução do consumo de água e energia, tratamento dos resíduos sólidos gerados e iniciativas ambientais realiza-das junto à comunidade.

Na fase de obra, foram gerados mais de 39 mil toneladas de resíduos sólidos, das quais 36 mil (equivalente a 92%) foram encaminhadas para reciclagem ou reuti-lizadas na obra. Dois parceiros do em-preendimento receberam, em forma de

doação durante o período da obra, cerca de 160 toneladas de resíduos recicláveis, como papel/papelão, metal, plástico e óleo de cozinha, o Instituto Socioambi-ental Chico Mendes e a Ecoelce, que in-vestem em projetos socioambientais com foco em coleta seletiva e reciclagem.

Além disso, segundo o gerente de De-senvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM, Sérgio Maffi oletti, 2.500 mil mu-das de árvores nativas foram plantadas como arborização urbana do entorno do empreendimento e de outras áreas dire-cionadas pela Prefeitura de Fortaleza, e ainda realizadas ações de revitalização e proteção do entorno da Lagoa do Papicu, promovendo a requalifi cação da área.

Maffi oletti destaca que a conquista do selo é uma consequência da postura adot-ada pelo grupo. “A certifi cação ratifi ca nossa postura com relação a iniciativas sustentáveis e atende, inclusive, ao con-sumidor, cada vez mais criterioso e preo-cupado com os recursos naturais”, afi rma.

Entre as ações que serão desenvolvi-das com a operação do shopping, após a inauguração, merecem destaque: a redução do consumo de água potável em 59%%; de 34,62% de energia em rela-ção a empreendimentos convencionais; a operação de uma Central de Resíduos Sólidos para direcionar corretamente os resíduos gerados e com potencial de re-ciclagem. A expectativa é que 70% dos resíduos seja reciclados.

A iluminação natural privilegiada, com a existência de grandes vãos e do-mus de vidro, reduzirá em 60% a de-manda de iluminação artifi cial ao longo do dia. O sistema de esgoto a vácuo e sensores nas torneiras e mictórios pos-sibilitará a redução de 80% no volume de efl uentes descartados.

SELO AQUAO Selo Aqua é de origem francesa e foi adaptado à realida-

de brasileira pela Fundação Vanzolini, e leva em consideração critérios construtivos e operacionais rigorosos divididos em 14

categorias. O reconhecimento representa que o empreendimento está adequado às normas técnicas preestabelecidas e que visam melhorar o desempenho em pontos como redução de demanda

de recursos naturais e a sua relação com o entorno. A Fundação Vanzolini é considerada uma das mais confi áveis certifi cadoras do setor da construção civil. A Fundação Vanzolini é uma ins-tituição privada, sem fi ns lucrativos, criada, mantida e gerida

pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

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O MPA surgiu há três anos, com o objetivo de unir e promover a cultura de amor e respeito pelas árvores, vislumbrando a melhoria das áreas verdes, parques, praças e ruas de Fortaleza.

Quem tem ouvidos para escutar o murmúrio das árvores, “como se fossem os acordes da eternida-

de”? Árvores são genuínas hierofanias, é como se nelas morasse o tempo. E por falar em tempo, há três anos nascia um movimento de amor e defesa destes seres magnânimos, habitantes do nos-so planeta há mais de 300 milhões de anos, organismos que se nutrem pela terra e pelo céu, que regeneram os so-los, que purifi cam o ar, que alimentam diversas espécies animais. Movimento Pró-Árvore, como uma pequena criança dando seus passos no mundo, de olhos sempre atentos e brilhantes.

O Movimento Pró-Árvore é um cole-tivo multidisciplinar de amantes da na-tureza, que se uniram para promover a cultura do amor e respeito pelas árvores, a partir da soma de sentimentos, pensa-mentos, conhecimentos científi cos e po-pulares, traduzidos em ações em prol da difusão da importância das árvores para a qualidade de vida das pessoas, colabo-rando na integração da sociedade civil e Estado, vislumbrando a melhoria das áreas verdes, parques, praças e ruas de nossas cidades.

O MPA surgiu de um desejo incon-tido de ver essa cidade com um verde abundante, com árvores respeitadas, valorizadas, bem cuidadas, ilustran-do a terra do sol, desejo de mudança, transmutação de uma triste realida-de há muito vigente. Por isso, somos essencialmente rebeldes, no sentido biológico do termo, pois não nos con-formamos e lutamos pela preservação e qualidade do ar que respiramos.

Diferente do que disse Rimbaud, “o in-suportável é que nada é insuportável”, que supomos querer dizer que as pessoas per-manecem inertes mesmo diante do insu-portável, para nós não é possível simples-

mente assistirmos passivos à decadência ambiental que ameaça todos os seres vivos do planeta. E somos apartidários, mas estaremos sempre ao lado de quem considera o modelo atual insustentável, e que combate o consumo desenfreado dos recursos do planeta, o envenenamento do solo e dos alimentos que ameaçam espé-cies, a destruição das matas.

Iniciado em setembro de 2011, com a palestra “A Cidade e suas Árvores”, de logo foi ganhando adeptos, as ações foram surgindo e se multiplicando. De lá pra cá, temos atuado na defesa das árvores e das áreas verdes, estimula-mos e fazemos plantios em áreas pú-blicas, produzimos e difundimos con-teúdos, ações culturais e educativas, e fomentamos a pesquisa em biodiversi-dade regional, incluindo excursões ao mato (atividades que denominamos de “Idas ao mato” e “Expedições”).

Temos participado também de audiên-cias públicas, visitas técnicas, inventários

fl orísticos, rodas de conversa, bem como participações em jornais, rádios e TVs. Para quem deseja se aproximar de nossa causa, contamos com um grupo de dis-cussões no Facebook, que já ultrapassa os 1.200 participantes, e temos também uma Fanpage na mesma plataforma - www.fa-cebook.com/MovimentoProArvore.

Foram mais de quarenta Idas e Expe-dições ao Mato, onde muitos de nós pas-saram a conhecer o que desconheciam – nossas plantas nativas, conterrâneas – a partir da livre partilha de conheci-mentos, sem preconceitos sobre a que área de atividade pertence a pessoa, derrubando muros disciplinares – so-mos transdisciplinares – nossa discipli-na é o amor e o desprendimento, a par-tilha e a colaboração, a transparência e a atitude. Somos visionários, criticamos a nossa realidade e estamos dispostos a trabalhar pela mudança, mudança essa que já começou.

Defendemos ainda pontos essenciais

como o de que não basta plantar – tem de garantir que a árvore cresça bela e saudável, de que urge a criação de um órgão específi co para tratar das árvores e áreas verdes, de que todos podem con-tribuir de alguma forma pra melhoria da qualidade ambiental de Fortaleza, o que signifi ca qualidade de vida para todos.

Enfi m, três anos de muitas atividades, propagando o valor das árvores, seus inúmeros benefícios, denunciando todo o descaso. Um Movimento que parte do coração, do amor à cidade, aos espaços públicos, com conhecimento e altruís-mo, senso de doação, que multiplica os gestos e atitudes. Juntos somos sólidos e fl uidos, oceano infi ndo. Árvorevolução.

Árvorevolução

*ANTÔNIO SÉRGIO CASTROé Engenheiro Agrônomo – Botânico efundador do Movimento Pró-Árvore.*JÚLIA MANTAé formada em História, realizadora audiovisual e integrante do Movimento Pró-Árvore.

POR ANTÔNIO SÉRGIO CASTRO E JÚLIA MANTA *