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O ESTUDO DA GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Vania Aparecida de Mello Gandin¹

Joseli Almeida Camargo²

Resumo:

Este artigo relata uma proposta de trabalho com alunos do oitavo ano do

ensino fundamental que culminou com a confecção de uma maquete da Igreja

Matriz do Menino Jesus de Porto Amazonas. A construção da maquete

proporcionou aos alunos o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático

espacial bem como uso do conhecimento geométrico de forma significativa,

uma vez que houve interação com um monumento turístico e de referência da

comunidade local. O objetivo do trabalho foi evidenciar a importância do uso

dos recursos didáticos no Ensino da Geometria, resultado de observações e

experiências vividas pela autora deste trabalho enquanto professora de

matemática durante vinte e cinco anos de docência na educação pública do

Estado do Paraná.

Palavras-chave: Geometria; Confecção de maquete; Educação Matemática.

¹ Profª da Rede Estadual de Ensino do Paraná – PDE 2010.

² Profª Msc. Orientadora da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

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Abstract:

This paper reports a proposal to work with eighth graders of elementary

school which culminated with the construction of a model of the Church of the

Infant Jesus of Porto Amazonas. The construction of the

model provided students with the development of logical-

mathematical and spatial use of geometric knowledge in a meaningful way,

sincethere was an interaction with a monument and tourist reference of the local

community. The objective was to demonstrate the importance of the use of

teaching resourcesin the teaching of geometry, the result of observations

and experiences by the author of this work as a mathematics teacher for

twenty-five years of teaching in public education in the State of Paraná.

Keywords: Geometry, Manufacture of model; Mathematics Education.

1 Introdução

O Estudo da Geometria aborda conteúdos que normalmente atrai o

aluno, em função de suas características, pois os mesmo são ricos de

significados que vão desde uma simples prática com objetivos lúdicos até a

conscientização dele como um conteúdo que está presente no cotidiano das

pessoas e pode interagir e interligar conteúdos.

Nosso propósito ao desenvolver este trabalho foi apontar

encaminhamentos à serem trabalhados de forma significativa visando a

articulação de conteúdos da Matemática com outras áreas do conhecimento.

A discussão sobre a necessidade de o aluno aprender Matemática de

forma significativa é bastante pertinente, porque nem sempre isso acontece no

dia a dia da sala de aula. A busca de metodologias que privilegiem a

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interdisciplinaridade, observação e exploração do meio onde os alunos vivem

são convenientes no ensino da Matemática bem como de outras disciplinas.

Por exemplo, construir maquetes permite-se ao aluno compreender o

espaço tridimensional, lançando mão de diversos conhecimentos matemáticos

e de outras áreas do conhecimento.

Há vinte e cinco anos atuando como docente no Ensino Fundamental,

com a disciplina de Matemática, observo que quase sempre o ensino da

geometria é deixado, pela maioria dos professores de matemática, em segundo

plano. A ênfase geralmente é dada aos conteúdos da Aritmética e Álgebra,

infelizmente, sem articular com a Geometria.

Percebemos que a Matemática trabalhada, isolada de outras áreas do

conhecimento, não contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico

matemático.

A importância de o professor estar atento ao desenvolvimento do

raciocínio lógico dos alunos pode ser observada, por exemplo, nas análises de

avaliações oficiais; como é o caso das análises do caderno AVA (Avaliação do

Rendimento Escolar do Paraná ) 2000:

O desempenho dos alunos foi pior em medidas e geometria do que

nas outras áreas mesmo oferecendo excelentes meios de se

trabalhar com problemas em contextos variados, pois estes

favorecem diversas conexões entre os temas matemáticos, tal área é

muito pouca valorizada em sala de aula. (Caderno AVA 2000, p. 57).

Esses resultados têm se repetido em outras avaliações nacionais, tais

como SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), PISA

(Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ENEM (Exame Nacional do

Ensino Médio), entre outras.

Partindo do pressuposto que avaliar é conhecer fatores positivos,

apontar equívocos e buscar aprimoramento, neste caso nas ações docentes,

apontamos estas avaliações, pois de uma forma geral, constatam que os

alunos não têm bom desempenho em questões que envolvam resoluções de

problemas geométricos, interpretação de dados e compreensão de números.

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A Matemática trabalhada no Ensino Fundamental é considerada por

muitos alunos como uma das disciplinas escolares mais difíceis de aprender.

Como docente de matemática percebemos que o estudo de conteúdos da

Geometria, quando trabalhados de forma isolada no contexto de aulas

expositivas, prevalece às definições e memorização de fórmulas e

nomenclaturas, constituindo-se em conteúdos sem significado para o aluno.

Entre vários motivos, podemos atribuir esta constatação a prática

pedagógica do professor, que utiliza uma metodologia de trabalho inadequada

em relação ao conteúdo e ao ambiente em que o aluno se encontra. “A

aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao

aluno atribuir sentido e construir significado às ideias matemáticas de modo a

tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar.

(DCEB, 2008, p.45)”

O professor deve proporcionar aos alunos no desenvolvimento de suas

aulas situações que lhes permitam a observação, análise e aplicação dos

conhecimentos matemáticos aprendidos.

Este trabalho tem a intenção de colaborar no regaste do estudo da

Geometria, de forma significativa para o aluno, no Ensino Fundamental.

Segundo os PCNs, no resgate da história do ensino da matemática

podemos conhecer que por muito tempo a Geometria foi à base das Ciências

Exatas, da Engenharia, da Arquitetura e da Tecnologia.

Após o Movimento da Matemática Moderna se estabeleceu por parte

dos matemáticos, um grande desprezo ao estudo da Geometria Euclidiana,

praticamente excluindo - a dos programas escolares. “A partir dos anos

setenta, iniciou-se, em todo o mundo, um movimento a favor do resgate do

ensino da Geometria, visando ampliar sua participação na formação integral do

educando.” (Kaleff, Revista da SBEM – Ano1-n°2-1994, p.20).

Esta iniciativa não pode ser esquecida nos dias atuais, no entanto o

estudo da Geometria é praticamente ausente na sala de aula, como afirma

Pavanelo :

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“O estudo da geometria não foi considerado, durante séculos como

indispensável à formação intelectual dos indivíduos e ao desenvolvimento da

capacidade de hábitos de raciocínio? (Revista Zeteliké, ano 1,n°1,1993,p.7)”

Segundo Lorenzato (1993),são duas as possíveis causas que levam

professores de matemática ao desprezo da Geometria, a saber: vários

professores não possuem os conhecimentos geométricos para ensinar ou

muitas vezes o trabalho com a Geometria é centrado no livro didático, sendo

este conteúdo normalmente fixado no final do livro didático e ainda reduzido a

fórmulas.

Tais questões nos levaram a refletir sobre recursos alternativos e

atrativos no contexto pedagógico da sala de aula, com a finalidade de facilitar o

trabalho docente, bem como a compreensão do aluno sobre conteúdos

matemáticos, mais especificamente conteúdos de Geometria. O que nos

remeteu ao seguinte questionamento: A utilização de maquetes como recurso

didático favorece o ensino da Geometria nas séries finais do Ensino

Fundamental?

Para responder a esta questão propusemos os seguintes objetivos:

Objetivo Geral:

- Desenvolver junto ao aluno do Ensino Fundamental o estudo da

geometria, viabilizando o exercício da experimentação matemática.

Objetivos Específicos:

- Proporcionar ao aluno do 8° ano do Ensino Fundamental a

identificação de formas espaciais e figuras planas no contexto que o cerca.

- Propor a confecção da maquete no contexto da sala de aula da

matemática, como recurso didático para o Ensino da Geometria.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conhecimento matemático teve sua origem, nas experiências e

conexões diretas com a vida diária.

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Segundo Biembengut & Hein:

A Matemática, alicerce de quase todas as áreas do conhecimento e

dotada de uma arquitetura que permite desenvolver os níveis

cognitivo e criativo, tem sua utilização defendida, nos mais diversos

graus de escolaridade, como meio para fazer emergir essa habilidade

em criar, resolver problemas, modelar. (2005, p.09)

Diariamente temos a necessidade de contar, calcular medir, comparar,

localizar e interpretar. Isto ocorre nas diversas ações que desempenhamos em

casa, no trabalho, no campo ou na cidade. Por isso, necessitamos desenvolver

nos alunos a capacidade de analisar e interagir no meio onde vivem.

De acordo com Eves ( 1992) o ser humano a partir das observações do

seu cotidiano faz descobertas geométricas, tais como: noção de distância,

formas, figuras, volume, caracterizando assim a Geometria subconsciente.

Embora a Geometria como ciência vai surgir no Egito ligado a atividades

agrícolas e à Engenharia.

Com a Matemática grega surge um período de sistematização,

caracterizado com os trabalhos de Euclides na Geometria.

Segundo Ávila (2001):

Euclides escreveu várias obras científicas, a mais famosa das quais,

conhecida com o nome de Elementos, reúne quase todo o

conhecimento matemático daquele tempo. Em parte por causa disso,

e também por tratar-se de uma obra de escola, que reunia a maior

parte da Matemática então conhecida, as obras anteriores aos

Elementos desapareceram... (RPM, n° 45, pg. 01).

Segundo Kaleff (1994):

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A Geometria Euclidiana tornou-se o modelo descritivo do Universo

físico da Antiguidade e sua forma de apresentação e

encaminhamento lógicos, a qual denominamos método axiomático

dedutivo, se tornou modelo lógico-filosófico da cultura ocidental.

Apesar de alguns questionamentos, estes modelos perduraram até o

século passado, influenciando a longa história evolutiva do

conhecimento ocidental, levando ao aparecimento das Geometrias

não-Euclidianas, que embasaram os conhecimentos da Física

Relativista e revolucionaram as Ciências do nosso século.” ( Revista

da SBEM – Ano1-n°2-1994, p.20)

Os conhecimentos matemáticos dos egípcios, babilônios e gregos são

a base dos conhecimentos atuais e são alvo de estudos até hoje.

De acordo com as DCEB (2008) - Diretrizes Curriculares da Educação

Básica da Rede Pública Estadual do Paraná, no Brasil, até 1950, o ensino da

Matemática era privilégio de poucos e o conteúdo era constituído de verdades

prontas e acabadas, e a aprendizagem do aluno consistia na memorização e

reprodução de raciocínio e procedimentos.

No início da década de 1960, de acordo com Ávila, começou a crescer

um movimento de reforma do ensino da matemática, nos Estados Unidos, na

França e na Bélgica e espalhou-se por outros países do mundo, conhecido

como Matemática Moderna.

Foi a partir de 1961 que se iniciou a divulgação do Movimento

Matemática Moderna do Brasil, com Osvaldo Sangiorgi. O ponto primordial da

reforma era o currículo, de acordo com os reformistas o currículo deveria incluir

álgebra, lógica simbólica, noções de topologia e teoria dos conjuntos,

enfatizando para abordagens dedutivas. Nesse período a geometria foi sendo

descartada dos currículos.

Com a lei 5692/71, foi implantada a tendência tecnicista, atendendo às

exigências do sistema de produção capitalista. A tendência tecnicista

enfatizava as técnicas e a instrução.

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O método de aprendizagem enfatizado era e memorização de

princípios e fórmulas, o desenvolvimento e as habilidades de

manipulação de algoritmos e expressões algébricas e de resolução de

problemas. A pedagogia tecnicista não se centrava no professor ou no

estudante, mas nos objetivos instrucionais, nos recursos e nas técnicas

de ensino. Os conteúdos eram organizados por especialistas, muitas

vezes em kits de ensino e ficavam disponíveis em livros didáticos,

manuais, jogos pedagógicos e recursos audiovisuais. (DCEB, 2008,

p.44)

Como tendência contrária a tecnicista surge o construtivismo onde o

conhecimento matemático resulta da interação e reflexão do homem com o

meio que o cerca.

Nesta tendência, o conhecimento matemático resultava de ações

interativas e reflexivas dos estudantes no ambiente ou nas atividades

pedagógicas. A Matemática era vista como uma construção formada

por estruturas e relações abstratas entre formas e grandezas. O

construtivismo, então, dava mais ênfase ao processo e menos ao

produto do conhecimento. A interação entre os estudantes e o

professor era valorizada e o espaço de produção individual se

traduzia como um momento de interiorização das ações e reflexões

realizadas coletivamente. (DCEB, 2008, p.44)

Nas décadas de 80 e 90, as propostas elaboradas direcionam o ensino

para aquisição de competências básicas necessárias ao aluno, para que tenha

um papel ativo na construção do conhecimento, dando ênfase na resolução de

problemas e no uso da tecnologia. O período foi influenciado pelo

aparecimento da tendência socioetnocultural, apoiada em Paulo Freire e que

tem na Educação Matemática, o professor Ubiratan D’Ambrosio, idealizador do

que viria a ser conhecido como Etnomatemática.

Todo individuo vivo desenvolve conhecimento e tem um

comportamento que reflete esse conhecimento, que por sua vez vai-

se modificando em função dos resultados do comportamento Para

cada individuo, seu comportamento e seu conhecimento estão em

permanente transformação, e se relacionam numa relação que

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poderíamos dizer de verdadeira simbiose, em total interdependência.

(D’Ambrosio, 2005, p.18)

De acordo com as DCEB - Matemática (2008) as discussões em torno

da tendência histórica crítica caracterizam a década de 90. Essa tendência

considera que o aprendizado acontece quando se estabelece significado e

sentido aos conteúdos da Matemática.

Ainda segundo as DCEB - Matemática (2008) em 20 de dezembro

de1996, é aprovada a Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional n°9394,

na qual o ensino da Matemática recebe novas interpretações, baseado nas

transformações do mundo do trabalho e da globalização econômica.

Nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais - Matemática), o

conhecimento geométrico tem um papel importante, porque permite descrever

e representar, de forma organizada, o mundo em que se vive.

Situações quotidianas e o exercício de diversas profissões, como a

engenharia, a bioquímica, a coreografia, a arquitetura, a mecânica

etc., demandam do indivíduo a capacidade de pensar

geometricamente. Também é cada vez mais indispensável que as

pessoas desenvolvam a capacidade de observar o espaço

tridimensional e de elaborar modos de comunicar-se a respeito dele,

pois a imagem é um instrumento de informação essencial no mundo

moderno. (PCNs, 1998, p.122)

Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Rede Pública Estadual do Paraná (DCEB, 2008), encontramos que “geometrias” é um conteúdo estruturante, considerado conhecimento de grande abrangência, que organiza os vários campos da disciplina Matemática. Destaca-se o espaço como a referência, onde o aluno vai observar analisar, interpretar e agir surgindo os conceitos geométricos da Geometria Plana, Espacial, Analítica e Não-Euclidiano, os conteúdos abordados nesta direção norteiam o trabalho do professor, que se torna menos complexo quando desenvolvido através das tendências metodológicas atuais propostas para o ensino da Matemática, como encontramos nos DCEB (2008):

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Resolução de problemas:

o professor deve fazer uso de práticas metodológicas para a

resolução de problemas, como exposição oral e resolução de

exercícios. Isso torna as aulas mais dinâmicas e não se restringe o

ensino da Matemática a modelos clássicos. (p.63)

Modelagem Matemática:

por meio da modelagem matemática, fenômenos diários, sejam eles

físicos, biológicos e sociais, constituem elementos para análises

críticas e compreensões diversas do mundo. (p.64)

Etnomatemática:

o papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de

relevância social que produzam o conhecimento matemático. (p. 64)

Mídias Tecnológicas:

os recursos tecnológicos, como o software, a televisão, as

calculadoras, os aplicativos da Internet, entre outros, têm favorecido

as experimentações matemáticas e potencializado formas de

resolução de problemas. (p. 65)

História da Matemática:

a história da Matemática... Possibilita ao aluno analisar e discutir

razões para a aceitação de determinados fatos, raciocínios e

procedimentos. (p. 66)

Investigações Matemáticas:

investigar significa procurar conhecer o que não se sabe, que é o

objetivo maior de toda ação pedagógica. (p.68)

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Cabe ao professor escolher a metodologia mais adequada ao conteúdo

que vai abordar, podendo fazer articulação entre elas para que o processo

ensino e aprendizagem sejam realizados com eficiência.

Para Lorenzato (1995) o estudo da Geometria é um apoio para as

outras disciplinas do currículo, porque ajuda na interpretação, compreensão de

imagens e de situações abstratas.

O raciocínio geométrico permite ao aluno a resolução de situações

práticas e cotidianas, em que o aluno pode olhar ler e interpretar, discutir,

questionar e compreender a realidade. Possibilita através da observação e

contemplação da natureza, das artes e das construções o surgimento de prazer

de estudar e superar dificuldades.

É objetivo da Geometria é levar o aluno a compreensão de aspectos

espaciais do mundo físico e desenvolvimento do raciocínio espacial, sendo

este uma habilidade que traz soluções para problemas cotidianos, como usar

mapas, resolver quebra-cabeças ou decorar uma casa. Os alunos precisam

compreender aquilo que aprendem e essa compreensão é garantida quando

eles participam da construção das ideias, neste caso nos referimos às ideias

matemáticas.

O uso de materiais manipuláveis proporciona um ensino matemático

prazeroso e agradável, porque o aluno experimenta, sente, toca, compara,

observa, classifica, interage e produz conceitos.

Neste trabalho propomos explorar a confecção de uma maquete,

partindo de atividades que levem o aluno a observar as relações entre tamanho e

aproximar-se da noção de proporcionalidade, o que permitirá num momento posterior, a

utilização das escalas na construção das maquetes. (PCNs – Matemática, 1998, p.123)

Para Biembengut & Hein (2005), as maquetes devem ser feitas em

grupos, com materiais variados e podem ser o ponto de partida para o

desenvolvimento de conteúdos matemáticos.

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Os modelos tridimensionais fazem a conexão entre a realidade e o

conteúdo teórico, entre o concreto e a abstração, centrando-se sua real

validade, quando utilizados no processo de ensino e aprendizagem.

O conhecimento espacial é necessário nas diversas disciplinas do

currículo escolar, para o entendimento de questões próprias de cada área,

como enfatiza os PCNS:

Ao perceber e criar formas visuais, está-se trabalhando com

elementos específicos da linguagem e suas relações no espaço (bi e

tridimensional). Elementos como ponto, linha, plano, cor, luz, volume,

textura, movimento e ritmo relacionam-se dando origem a códigos,

representações e sistemas de significações. (Arte, p.64, 2008)

São básicas na alfabetização cartográfica, tais como: a visão oblíqua e

a visão vertical, a imagem tridimensional e a imagem bidimensional,

alfabeto cartográfico (ponto, linha e área), a construção da noção de

legenda, a proporção e a escala, a lateralidade, referências e

orientação espacial. (Geografia, p.77, 2008)

Um molde para o modelo Sistema Solar com tamanhos proporcionais

de seus planetas e satélites e respectivas distâncias em escala auxilia

a construção das imagens de dimensões astronômicas dos estudantes.

Desenhar e esquematizar os modelos atuais de Universo, incluindo o

Sistema Solar como referência, é provavelmente o tipo de atividade

mais eficaz, sendo preferível a construção de moldes próprios

tridimensionais para esses modelos. Nessas construções, são

importantes as estimativas de distância e a atenção para as diferentes

posições aparentes de um objeto a partir de pontos de observação

diferentes. (Ciências, p.94, 2008)

O uso de recursos didáticos, como as maquetes, é uma prática que

facilita a aprendizagem e permite o desenvolvimento de muitas habilidades no

processo pedagógico, não só de Matemática.

As DCEB nos apontam que:

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É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua

para que o estudante tenha condições de constatar regularidades,

generalizações e apropriação de linguagem adequada para descrever

e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas do

conhecimento. (Matemática, 2008, p.49).

... que a prática pedagógica parta da análise e produção de trabalhos

artísticos relacionados a conteúdos de composição em artes visuais,

tais como: imagens bidimensionais, imagens tridimensionais. Os

conteúdos devem estar relacionados com a realidade do aluno e do

seu entorno. (Artes, 2008, p.77)

3 DESENVOLVIMENTO

A implementação da proposta aconteceu no Colégio Estadual Cel.

Amazonas, no município de Porto Amazonas EFM, Estado do Paraná, com 10

alunos do 8° Ano do período da manhã no 2° semestre do ano de 2011. A

aplicação das atividades foi em contra turno, com acompanhamento da equipe

pedagógica da escola.

Inicialmente o projeto foi exposto para a comunidade escolar durante a

semana pedagógica, na qual participavam professores e funcionários, os quais

apoiaram a iniciativa de explorar a Igreja Matriz da cidade, como objeto de

estudo.

No grupo havia cinco professores de Matemática os quais enfatizaram

a necessidade de recursos didáticos que favoreçam o aprendizado da

matemática.

Os professores de outras áreas opinaram também a respeito do

projeto, dizendo que todas as áreas podem se beneficiar, quando os alunos se

envolvem num trabalho diferenciado. Desta forma a proposta foi aceita por

todos.

Com a definição da turma a ser trabalhada, o passo seguinte foi o

chamamento dos alunos para a participação no projeto, que foi feito na sala de

aula. Explicou-se como seria o desenvolvimento das atividades, que consistia

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em trabalhar com os conteúdos de Geometria no período da tarde. Muitos

alunos ficaram interessados, mas alguns por morarem na zona rural não

poderiam participar por não ter meio de transporte. Com a definição dos alunos

interessados em participar, foi convocada uma reunião com os pais para se

inteirarem do projeto.

A reunião ocorreu na sala da biblioteca do colégio no período da noite,

estavam presentes sete pais de alunos, o pedagogo da escola e a professora

proponente do projeto. Apresentamos o projeto ressaltando a importância que

o estudo da Geometria tem na formação matemática dos alunos.

Os pais comentaram sobre a importância da escola em proporcionar

atividades que possibilitem aos seus filhos aprimorarem seus conhecimentos.

Gostaram muito da proposta de trabalho e, expressaram permitir que seus

filhos participassem, pois os mesmos já estavam entusiasmados com a

proposta. Com os pais ficou definido que o projeto aconteceria nas segundas-

feiras, no período da tarde, das 13 h 30min às 17h.

Antes de dar início às atividades com os alunos, houve um encontro da

proponente do projeto com o pároco da igreja para exposição do projeto e

permissão para visitação à Igreja para fins de estudo. O pároco foi muito

receptivo ao projeto e colocou-se à disposição para auxiliar no que estivesse

ao seu alcance.

No primeiro encontro com os alunos foi detalhada a proposta de

confeccionar a maquete da Igreja Matriz do Menino Jesus, por se tratar de um

lugar próximo da escola e cuja a arquitetura permite explorar ideias de

Geometria presentes na sua construção.

Em seguida foram questionados sobre o que era para eles maquete?

Algumas respostas dadas pelos alunos:

Pra mim, maquete é uma miniatura!

Eu acho que é fazer uma casa grande em tamanho pequeno!

Sugerimos que a definição de maquete fosse buscada no dicionário.

“Maquete é a representação em três dimensões, em geral em escala

reduzida, mas fiel às proporções de um projeto arquitetônico ou de

Engenharia.” (Grande Enciclopédia Larrouse Cultural 1988,p.3855).

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Em duplas os alunos foram estimulados a discutirem o que seria

necessário para construir uma maquete. Após a discussão os alunos

destacaram ser necessário:

• Conhecimento do local

• Trabalho em grupo

• Colaboração

• Criatividade

• Materiais

• Medidas

• Planta do local

O projeto foi desenvolvido em uma sequencia de 05 (cinco) atividades,

desenvolvidas em 13 encontros, apresentadas e relatadas a seguir:

ATIVIDADE 01

Objetivo

O aluno deverá ser capaz de:

- Explorar o espaço tridimensional e representá-lo.

Nesta atividade, os alunos farão uma visita à igreja, para observarem a

arquitetura, verificarem detalhes e registrarem através de fotos e desenhos o

que chamou a sua atenção. Verificando a presença de formas geométricas.

Aqui os alunos poderão representar objetos na perspectiva de

observação, situar o objeto em diversos ângulos visuais analisar formalmente

figuras e objetos, através das formas geométricas.

DESENVOLVIMENTO:

Observe a figura abaixo:

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Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

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Faça o desenho da Igreja Matriz.

Procure registrar tudo o que observou e chamou sua atenção, cada

detalhe é importante.

Durante a visita os alunos observaram a construção sob vários

ângulos, identificando formas geométricas. Ficaram admirados com a

construção e comentaram que apesar de conhecerem e frequentarem a igreja

não haviam observado tantos detalhes que nesta visita chamou a atenção.

O registro feito através dos desenhos permitiu-nos observar a

importância da perspectiva, porque ele observa sob vários ângulos a

construção para ter a ideia da profundidade. A perspectiva dá a ideia de

dimensão e a sensação de distância e de espaço.

Segundo os PCNs (1998) as maquetes tridimensionais, contribuem

para as imagens visuais dos alunos e a construção de diferentes vistas do

objeto pelas mudanças de posição do observador.

Foto ( Vania Aparecida de Mello Gandin – Aluno desenhando a Igreja)

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Um dos desenhos feito pelos alunos do 8° ano numa perspectiva frontal da Igreja Matriz.

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Um dos desenhos feito pelos alunos do 8° ano numa perspectiva de cima da Igreja Matriz.

Um dos desenhos feito pelos alunos do 8° ano numa perspectiva do interior da Igreja Matriz.

ATIVIDADE 02

Objetivo:

O aluno deverá ser capaz de:

- Diferenciar figuras planas de espaciais.

- Reconhecer espaços bidimensionais e tridimensionais.

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Após a visita de observação da igreja, os alunos deverão identificar as

figuras planas e espaciais existentes na arquitetura.

Levar os alunos a perceberem que vivemos num mundo geométrico.

Tudo o que nos rodeia são formas: construções, objetos, a natureza.

DESENVOLVIMENTO:

O Sólido geométrico é tridimensional, isto é, tem três dimensões

(comprimento, largura e altura). São classificados em:

Poliedros: são sólidos geométricos cuja superfície é formada por partes

não-arredondada. São os prismas e as pirâmides.

Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

Corpos redondos: são sólidos geométricos cuja superfície apresente

pelo menos uma parte arredondada. São o cilindro, cone e esfera.

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Essa parte arredondada é o círculo.

Círculo e circunferência, qual é a diferença?

Circunferência é uma figura geométrica formada por todos os pontos

de um plano equidistantes de um ponto fixo, chamado centro, e, círculo é a

figura geométrica formada pela circunferência e toda a sua região interior.

Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

Figura plana: é uma figura bidimensional, isto é, tem duas dimensões

(comprimento e largura).

Uma figura plana que tem lados retos e os lados não possa se cruzar

são chamadas de polígonos.

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Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

Os polígonos têm nomes especiais de acordo com o número de lados

que possuem. Vejamos:

Número de lados Nome do polígono 3 triângulo 4 quadrilátero 5 pentágono 6 hexágono 7 heptágono 8 octógono 9 eneágono 10 decágono 11 undecágono 12 dodecágono

Com base nas definições e observações:

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a) Faça uma lista de objetos que têm forma de sólidos

geométricos.

b) Da listagem de objetos, quais têm a forma de

poliedros?

c) E quais têm a forma de corpos redondos?

d) Quais as formas que você observou na construção

da Igreja?

e) Você identificou poliedros?

f) Quais as figuras geométricas planas identificadas?

A partir das observações foram exploradas figuras planas e formas

espaciais.

Exploramos na sala de aula a planificação e montagem de sólidos

geométricos os quais permitiram a exploração dos elementos que o compõe:

arestas, vértices e faces, bem como a classificação: prismas, pirâmides, corpos

redondos.

http://www.projetos.un

ijui.edu.br/matematica/principal/medio/espacial1/cubo/exer_vertices.htm

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Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, representações de sólidos geométricos de

acrílico, utilizados para o reconhecimento destes pelos alunos.

Os alunos concluíram que as formas geométricas planas desenhadas

eram polígonos e, que nos sólidos geométricos construídos, cada face era um

polígono. Compararam objetos que estavam a sua volta e souberam verificar a

quantidade de faces, vértices e arestas de cada objeto.

Surgiram vários questionamentos, como:

-Qual a diferença entre bidimensional e tridimensional?

- Quais as características das figuras plana e espacial?

- Qual a diferença entre círculo e circunferência?

Esses questionamentos foram sendo discutidos entre os alunos,

mediados pela professora.

O conhecimento geométrico construído sobre polígonos e sólidos

geométricos foi sistematizado por meio de registros em folha sulfite, contendo

parte teórica e o passo-a-passo da construção dos sólidos.

O Tangran, quebra-cabeça formado por figuras geométricas. Foi

utilizado em atividades de montagem de figuras planas como: quadrado,

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hexágono e retângulo. E a exploração das figuras que o compõe: quadrado,

triângulos e paralelogramo.

Auxiliando na construção dos conceitos e permitindo diferenciar figuras

planas de espaciais.

Foto Vania Aparecida de Mello Gandin, aluno montando um quadrado com todas as

peças do Tangran.

Durante a implementação do projeto a Igreja estava passando por uma

pintura externa, isto motivou os alunos para coletar com os pintores alguns

dados referentes à altura da torre, das paredes e como o trabalho estava

acontecendo.

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ATIVIDADE 03

Objetivos:

O aluno deverá ser capaz de:

- Valorizar a história popular.

- Elaborar roteiro de entrevista.

-Desenvolver comportamento adequado no encaminhamento de uma

entrevista.

- Organizar dados obtidos através de entrevistas.

Nesta atividade serão entrevistados o pároco e antigos moradores,

para o levantamento de questões como: o ano da construção da atual Igreja

Matriz, o tempo utilizado, que tipos de materiais foram usados, o autor do

projeto arquitetônico, as pessoas envolvidas na construção, entre outras.

Para executar esta atividade partiremos de um roteiro para entrevista

previamente elaborado pelo grupo. Também orientar-se-á os alunos a

buscarem por pessoas que atuaram na época da construção, como: pedreiros,

carpinteiros ou pessoas que faziam parte da comissão da paróquia ou

acompanharam a construção.

DESENVOLVIMENTO

Inicialmente elaboramos os roteiros para as entrevistas.

ROTEIRO DA ENTREVISTA COM O PÁROCO.

2. Seu nome?

3. Quanto tempo é pároco na cidade?

4. Quantos anos têm a Paróquia?

5. Qual o pároco da época da construção?

6. A igreja atual é a mesma do início da Paróquia?

7. Na paróquia há registros da construção da atual Igreja?

8. O que trazem estes registros?

9. Há informações sobre o projeto arquitetônico?

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10. Existe algum registro de reformas?

11. É possível acessarmos o livro tombo da paróquia?

12. Recentemente a Igreja passou por reformas?

13. Gostaria de fazer algum comentário?

ROTEIRO DA ENTREVISTA COM PESSOAS DA COMUNIDADE.

1. Seu nome? Sua profissão?

2. Quanto tempo mora na cidade?

3. Participa da paróquia?

4. É ou foi membro de alguma pastoral ou comissão da

Paróquia?

5. Acompanhou a construção da atual Igreja Matriz?

6. Sabe o ano do início da construção? E do término?

7. Como se deu esse processo de construção?

8. O tipo de material utilizado?

9. As pessoas envolvidas na construção (pedreiros

contratados ou a comunidade)?

10. Qual o pároco da época da construção?

11. Houve alguma reforma após a sua construção?

12. Gostaria de fazer algum comentário?

Escolha das pessoas que seriam entrevistadas.

A primeira pessoa entrevistada foi um comerciante, antigo morador e

ex-prefeito de Porto Amazonas. Trata-se de um senhor de 90 anos, que

participou da construção da Igreja.

No dia da entrevista o senhor foi até a escola. Usamos o espaço da

biblioteca por permitir que todos pudessem ficar mais próximos e sentados.

O senhor respondeu com muita receptividade as questões propostas

pelos alunos.

Durante sua fala o entrevistado disse que era pedreiro e mora a mais

de 60 anos na cidade. Contou a sua trajetória de Gaspar, Estado de Santa

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Catarina até Porto Amazonas, Paraná. O entusiasmo com que relatava cada

fato de sua vida foi envolvendo os alunos que ficaram por mais de duas horas

ouvindo atentamente. Ele demonstrou muita determinação na conquista de

seus objetivos e diante dos desafios que precisou enfrentar. Demonstrou em

várias situações a sua religiosidade, presente até hoje. Sendo pedreiro

ressaltou a importância da matemática no seu trabalho e, a necessidade de

precisão.

Sua vinda para Porto Amazonas deve-se a construção de uma

chaminé para uma madeireira. Chegou à cidade com pouquíssimo dinheiro,

mas contou com a solidariedade da dona da Pensão que permitiu fizesse o

pagamento após terminar o serviço.

Tão logo chegou à cidade começou a participar das atividades

religiosas. Muito devoto sempre esteve presente nos eventos da Igreja. Numa

certa ocasião esteve no dia de finados no cemitério. Esse momento mudou a

sua vida, pois conheceu sua esposa, o que levou a se fixar definitivamente em

Porto Amazonas. Casou, tem três filhos, netos e bisnetos.

Durante a construção da Igreja ajudou no transporte de areia do rio até

a Igreja feito de carrocinhas. Comentando a dificuldade que a comunidade

enfrentava para a execução deste trabalho.

Tornou-se prefeito da cidade.

Nos seus 90 anos, ainda participa ativamente das celebrações e deixou

a seguinte mensagem aos alunos “ Faça o bem sem olhar a quem.”

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Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, comerciante Anselmo Maba.

O pároco foi convidado para a entrevista pela professora, mas, por

estar há pouco tempo na Paróquia, achou, mais conveniente que o Livro

Tombo 01 da Paróquia fosse consultado, e colocou-se a disposição da

professora para recebê-la e conversar sobre a pesquisa.

Alguns dados importantes foram encontrados nessa pesquisa.

- Instalação da Paróquia Menino Jesus de Porto Amazonas em 12 /

12/1949, pelo decreto do Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom

Ottico Eusébio da Rocha. Servira de Matriz a Capela Menino Jesus,

enquanto não terminar a construção da nova Igreja, diz o decreto.

- Posse do novo Pároco Pe. Serafim Hernandez em 18/12/1949.

-Em 05/03/1950, o engenheiro veio inspecionar o estado das obras da

nova matriz, pois a parte baixa da cidade estava inundada.

-Em 31/10/1950, o contratado da obra chega, com o filho seminarista,

para entrevistar os operários e inspecionar a construção. A obra continua.

-Em05/11/1950 Depois de muito pensar o Pe. Vigário propõe aos

construtores a mudança do estilo da Igreja de Gótico primeiro, e de Meio

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Gótico depois, para Românico. Essa alteração permitiu supressão das ancoras

e, também outras mudanças. Aumentando a capacidade da Igreja e as

proporções internas.

- Em dezembro de 1951. As obras continuam, o trabalho dos voluntários

no transporte de materiais é entusiasmado pela proximidade do Natal. Chegam

mais tijolos cerca de 13000, 11 metros cúbicos de areia e vigas maiores para a

construção do telhado.

Neste momento foi necessário buscar o estudo das concepções

estéticas (arte gótica, arte românica) para a compreensão da arquitetura

artística retratada no interior da Igreja. A referida pesquisa aconteceu por meio

das mídias tecnológicas.

Através da pesquisa compararam-se os tipos de arcos usados em cada

concepção: arcos de volta perfeitos e de volta quebrada.

Aqui cabe ressaltar que a interdisciplinaridade aconteceu, porque

precisamos buscar nas Artes o entendimento da estética e relacionar com as

formas usadas.

Por indicação do grupo, também foi entrevistada uma paroquiana, que

teve sua 1ª comunhão na Igreja ainda em construção, na noite de Natal de

1957. O piso não estava pronto, por isso foi colocado serragem para não ficar

chão bruto e, os bancos foram usados o da igreja velha, diz ela.

A inauguração, segundo ela aconteceu no dia 13/07/1958. Já havia o

piso, que se mantem até hoje e os bancos foram doados pela comunidade

através das famílias, escolas e grupos de pessoas (Marianos, Filhas de Maria,

entre outros), os quais são usados até hoje.

A paroquiana nos que relatou na inauguração foi colocada numa

garrafa o nome dos colaboradores e depois enterrada, próximo a porta da

igreja.

Ela relatou que o local da Igreja foi escolhido pelo SR. Gumercindo

Bahr, por ser um local alto.

Em 1981, por iniciativa do então pároco Pe. Pedro Carlesso a fachada

do presbitério passou por modificações.

Nova reforma ocorreu em 2008 sobre a qual os alunos assistiram a um

vídeo, que as alterações ocorridas no presbitério, como a colocação do

sacrário na lateral, pinturas nas paredes de símbolos cristãos.

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As entrevistas permitiram a análise crítica dos fatos históricos, sob

diversas visões: do relato das pessoas e do registro no livro tombo.

ATIVIDADE 04

Objetivo:

O aluno deverá ser capaz de:

- Perceber as formas geométricas e suas propriedades.

- Identificar a simetria entre as formas geométricas presentes na

construção da igreja.

- Identificar a organização na construção dos vitrais presentes no

prédio da igreja.

Nesta atividade os alunos deverão observar a simetria existente na

construção e os vitrais presentes na igreja que permitem a exploração de

conceitos geométricos.

DESENVOLVIMENTO

Simetria é a palavra usada para descrever algumas coisas que tem

similaridade, ou seja, partes que são parecidas, em diferentes lados.

Podemos observar a simetria na natureza, no corpo humano, nas

construções, nos objetos nos vitrais, nos mosaicos, etc. Conferindo estética,

harmonia e regularidade.

Dizemos que uma figura é simétrica se for possível reparti-la em duas

ou mais partes iguais.

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Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

Foto: (Vânia Aparecida de Mello Gandin – Porto Amazonas – 08/08/2011)

Analisando as fotos, em relação à simetria, responda:

a) O que ela significa para você: equilíbrio, beleza, harmonia?

b) Na arquitetura da igreja existe simetria? Onde?

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c) Há figuras que não apresentam simetria?

d) Reproduza algum padrão simétrico que você observou?

Pesquisar o que são vitrais, qual a sua origem e a sua importância para

a arquitetura.

O resultado da pesquisa dos alunos sobre vitrais, conclui que:

originaram-se no Oriente, por volta do século X, mas foi durante a Idade Média

na Europa é que foram utilizados amplamente. Eram usados na ornamentação

das Igrejas e Catedrais, uma vez que o efeito da luz do Sol que por eles

penetravam, conferiam uma maior imponência e espiritualidade ao ambiente,

efeito reforçado pelas imagens retratadas, em sua maioria cenas bíblicas.

Dando continuidade ao estudo geométrico, a simetria da construção

foi observada e analisada. Verificando aspectos estéticos, harmônicos e

regulares. Os vitrais da Igreja foram recriados, para isso os instrumentos e

técnicas de desenho foram utilizados. Nesta atividade os alunos participaram

ativamente, porém demonstraram dificuldade na utilização de materiais de

desenho, compasso e transferidor. Mas com paciência e dedicação

conseguiram realizá-la.

De acordo com os PCNs(1998):

O trabalho com espaço e forma pressupõe que o professor de

Matemática explore situações em que sejam necessárias algumas

construções geométricas com régua e compasso, como visualização

e aplicação de propriedades das figuras, além da construção de

outras relações. (1998, p.51)

Uma atividade desenvolvida a divisão da circunferência em partes

iguais:

- Desenhar uma circunferência usando o compasso, e com a medida

do raio determinado:

- Dividir em partes iguais: 3, 4, 5,6. E inscrever polígonos convexos e

polígonos côncavos (estrelados).

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Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, aluno utilizando material de desenho.

ATIVIDADE 05

Objetivo:

O aluno deverá ser capaz de:

- Utilizar as escalas para confeccionar maquetes.

Neste momento, faremos com que os alunos se apropriem do trabalho

com escalas para escolherem a mais adequada para a maquete.

DESENVOLVIMENTO

ESCALAS:

Nem sempre é possível desenhar os objetos em tamanho natural, é

necessário reduzir ou ampliar para que possamos representá-los graficamente.

Para isso usamos a escala.

Escala: É a razão entre a medida no desenho e a medida real é

chamada de escala numérica.

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Escala= medida no desenho /medida real.

Por exemplo, numa planta baixa temos:

1cm da planta = 1m da construção ou 1 : 100 (escala 1 por 100).

2cm da planta = 2m da construção ou 2 : 100 (escala 2 por 100).

Vamos praticar um pouco!

A planta da igreja está na escala 1 ; 200 ( 1cm : 2m).

Na planta da igreja temos as seguintes medidas:

Presbitério de 3,4cm por 3,2cm.

Laterais do presbitério de 2 cm por 1,6cm;

Espaço da assembleia de 9,5cm por 6,5cm.

Entradas laterais de 2 cm por 1,25 cm.

Com os dados acima, responda:

a) Qual o significado da escala 1 : 200?

b) Qual a largura do presbitério em metros?

c) Qual a área da assembleia em metros?

d) Para colocar piso nas entradas laterais, quantos metros

quadrados serão necessários?

e) Se as dimensões do hall de entrada sejam 4m por 3,5m,

quais essas medidas no desenho da planta?

Complete a tabela:

Escala 1 ; 500 1 : 80Comprim

ento da planta

20 cm cm 1,4 cm

Comprim

ento real

m 25 m 2,80m

Nem sempre é possível desenhar, em tamanho real, aquilo que vemos.

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Quando isso acontece precisamos reduzir as medidas reais para que o

desenho caiba no papel.

Para que o desenho não fique deformado, as medidas utilizadas devem

ser diretamente proporcionais ás medidas reais.

O trabalho com escalas foi desenvolvido inicialmente, usando a quadra

da escola.

Com o uso da trena, as medidas da quadra da escola foram tomadas.

Quadra: medida da largura: 21,96m= 22m

Medida do comprimento: 27,50m

A quadra da escola não está de acordo com as medidas oficiais

Também foi calculada a área da quadra, perímetro e formas

geométricas presentes.

Após a coleta de dados, discutiu-se qual a melhor escala para fazer a

planta da quadra.

Ficou decidido fazer a escala 1 : 200

Os cálculos matemáticos feitos foram:

Largura da quadra:

1/ 200 = x/22

200x = 2200

x= 2200/200

x=11 cm

Comprimento da quadra:

1/200=x/2750

200x=2750

x=2750/200

x=13,75 cm

Com os cálculos realizados fez-se o desenho da quadra

Muitas indagações surgiram por parte dos alunos:

Um aluno questionou:

Como escolher uma escala que deixe a figura em um tamanho pequeno? Existe um

padrão?

O desenho não vai ficar deformado?

Para isso algumas atividades com escalas precisaram ser trabalhadas

em sala de aula, para sistematizar o conceito.

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MÃOS Á OBRA! CONFECÇÃO DA MAQUETE!

Para a execução do trabalho, os alunos necessitarão coletar medidas.

De posse desses dados vamos analisar algumas questões:

É possível construir a maquete apenas com os dados obtidos?

Qual tipo de material será mais adequado para confecção da maquete?

Como escolher uma escala adequada para a construção da maquete?

Etapas para confecção da maquete:

1º) Escolha do material para confecção da maquete;

2º)Levantamento de materiais;

3º) Escolha da escala;

4º) Adequação das medidas;

5º) Montagem da maquete.

De posse de conhecimentos necessários para a execução da

construção da maquete, os alunos em grupo decidiram sobre as etapas para a

construção do trabalho.

A maquete poderia ser de diferentes materiais como: papelão, madeira,

isopor.

O material escolhido para realização do trabalho foi o isopor devido à

facilidade de manuseio e permitir fazer os detalhes da construção. Além do

isopor foi usado cola tesoura, lixas, pincéis, tintas em cores diversas, lápis

registros das observações, entre outros.

Durante a escolha da escala adequada houve muita discussão e ficou

decidido a escala 3 : 100.

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Escolhida a escala foram feitos os cálculos necessários, de cada parte

da maquete a ser confeccionada. A articulação da aritmética com a álgebra

acontece.

Lateral da Igreja:

3/100= x/2700

100x=8100

x=8100/100

x=81 cm

Altura da lateral da Igreja:

3/100= x/1000

100x=3000

x=3000/100

x=30 cm

Frente da Igreja:

3/100=x/1000

100x= 3000

x=3000/100

x=30 cm

Altura da parte frontal da Igreja, incluindo a torre:

3/100=x/2300

100x=6900

x=6900/100

x=69 cm

Para calcular a altura da Igreja utilizou-se dos conhecimentos de

trigonometria.

Medimos o ângulo de elevação com o transferidor, obtendo 66 graus.

Medimos a distância do observador até a frente da igreja 9,5 m e altura do

observador 1,65 m. Com esses dados, calculamos a altura, usando a tg do

ângulo.

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tg 66° = x/9,5

x 2,24 =x/9,5

x=9,5. 2,24

x = 21,28 m

9,5 m Altura da Igreja: 21,28m + 1,65 m = 22,93m

Nesta etapa os alunos precisaram manusear instrumentos de medida:

régua., compasso, transferidor. Percebendo a dificuldade de alguns, a

professora interveio. Fazendo atividades específicas, com os materiais de

desenho.

- Desenhar polígonos com o auxílio do transferidor e régua.

- Construir polígonos com o auxílio de esquadros.

O desenho das janelas necessitou a compreensão de divisão da

circunferência em partes iguais.

Foram feitas as paredes, torre, telhado e por último os detalhes da

construção. Os quais como as portas e janelas foram feitos no papel.

Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, desenho do vitral da Igreja.

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Na construção da maquete foram trabalhados conteúdos matemáticos

como: sistemas de medidas, perímetro, área, simetria, trigonometria, formas

geométricas, entre outros.

Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, confecção da maquete.

Durante a confecção da maquete foi necessário os conhecimentos

geométricos estudados. A criatividade e as habilidades artísticas foram

utilizadas.

A confecção de uma maquete de um lugar conhecido e familiar dos

alunos permite comparações, o que facilita a assimilação dos conceitos e do

aprendizado. Ela propicia aos alunos realizar uma leitura do espaço onde está

inserido e ajuda a compreensão espacial.

Quando pronta à maquete, ela foi apresentada primeiro para a equipe

pedagógica e em seguida, para toda comunidade escolar. Ficando exposta na

biblioteca.

Page 42: O ESTUDO DA GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL · ensino fundamental que culminou com a confecção de uma maquete da Igreja ... na formação integral do ... Geometria é centrado no

Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, maquete finalizada.

Os alunos sentiram-se orgulhosos do trabalho realizado.

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Foto: Vania Aparecida de Mello Gandin, maquete e Igreja.

Considerações finais

A utilização de recursos didáticos como a maquete contribui muito para o ensino da geometria porque permite ao aluno o desenvolvimento de conhecimentos espaciais, permitindo explorar e compreender o espaço onde está inserido e tendo uma aprendizagem eficiente.

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Os resultados obtidos, frutos desta intervenção, nos permitem afirmar

que é possível trabalhar conteúdos da matemática sistematizados pelas

diretrizes curriculares de forma articulada com outras áreas do conhecimento.

No ensino dos conteúdos escolares, as relações interdisciplinares

evidenciam, por um lado, as limitações e as insuficiências das

disciplinas em suas abordagens isoladas e individuais e, por outro

lado, as especificidades próprias de cada disciplina para a

compreensão de um objeto qualquer. Desse modo, explicita-se que

as disciplinas escolares não são herméticas, fechadas em si, mas, a

partir de suas especialidades, chamam umas às outras e, em

conjunto, ampliam a abordagem dos conteúdos de modo se busque,

cada vez mais, a totalidade, numa prática pedagógica que leve em

conta as dimensões científica, filosófica e artística do conhecimento. (

DCEB, 2008,p.27)

Esta constatação ficou evidenciada através das observações feitas

durante a prática das atividades e pelas manifestações dos alunos durante os

debates teóricos realizado em sala de aula.

Vejamos alguns depoimentos:

- É muito bom aprender assim, porque é divertido!

- A gente vai estudando muita coisa, e nem percebe que é matéria!

- Professora foi muito legal participar do seu projeto, porque eu consegui entender

muitas coisas como: figuras bi e tridimensionais, desenhar usando compasso,

transferidor, régua.

Com este trabalho puderam construir conhecimentos geométricos

significativos ao resolverem situações e manipularem materiais concretos

As atividades partiram do material didático proposto e complementado

com outras atividades

O que nos deixou felizes, foi a atenção, a cooperação e o entusiasmo

com que os alunos participaram das atividades, as trocas de informações e

formulação de conhecimentos, tudo fruto de um enxergar diferente.

Percebemos que integrar conteúdos de áreas diferentes pode

despertar no aluno interesse e criatividade.

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Gostaríamos de ressaltar a importância das contribuições dos colegas

participantes do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), que analisaram e

discutiram a nossa proposta de trabalho. Inclusive já fazendo uso de tal

proposta em sua prática pedagógica, demonstrando a viabilidade das ações no

cotidiano escolar.

O professor que está disposto a buscar sempre desafios surpreende-se

com os resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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