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MARIA CRISTINA RIBEIRO
o FACILITADOR PSICOPEDAGOGO E A INCLUSAO DO
ADOLESCENTE EM RISCO SOCIAL NO MERCADO DE TRABALHO
Trabalho de conc\usao de curso apresentado aoCurso de P6s-graduat;:ao em Psicopedagogia daFaculdade de Ciencias Humanas, da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisite parcial paraobtent;:ao do titulo de Psicopedagogo.Orienladora: Margaret Maria Schroeder
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Curitiba "-l2006
TERMO DE APROVA<;AO
Maria Cristina Ribeiro
o FACILITADOR PSICOPEDAGOGO E A INCLUSAO DO
ADOLESCENTE EM RISCO SOCIAL NO MERCADO DE TRABALHO
Esta monografia fOI julgada e aprovada para a obteny<3o do grau dePsicopedagogo. do Curso de P6s Graduay80 em Psicopedagogia da UniversidadeTuiut;' Com Nota!L.S--.
Curitiba, 30 de novembro de 2006.
Curso de P6s GraduaC;Elo em PsicopedagogiaUniversidade Tuiuti do Parana
er.
Maria Letizia MarcheseCoordenadora do Curso de Psicopedagogia
Agradecimentos
Aos meus pais Jacira e Orley pela vida, arnor, educ8C;80 eincentivo em todos os mementos de minha vida. AoMichaelis meu marido pelo arnor, incentivo neste e emQutros desafios, pelo companheirismo e respeito. Aos meusmaravilhosos filhos Vitor e Rodrigo por serem meus filhos.As minhas irmas, irmao, cunhada e cunhados por fazeremparte da minha vida. Aos meus inumeros amigos porestarem em minha vida nas mais diversas situ8c;oes, emespecial minhas amigas da Psicopedagogia Andressa,Sibele e Glaucia, pela traca, carinho e aprendizagem. Aminha orienta dora Margaret pel a disponibilidade eensinamentos. A todos os adolescentes. especialmenteaos do Programa Agente Jovem Terra Santa.
RESUMO
Este trabalho tern como objetivD apresentar de que forma 0 facilitadorpsicopedagogo pode colaborar na inclusao do adolescente em situa~ao de riscopessoal e social no mercado de trabalho.Este adolescente com problemas de aprendizagem no ensina basico, decorrentesdo risco social em que viveu e que venha a ter a oportunidade de melhorar a suaaprendizagem, pode ser incluido na sociedade e no mercado de trabalho,dependendo do seu interesse em sair dessa realidade e da motivat;ao em aproveitara oportunidade oferecida.
Palavras-chave: Adolescente em risco social, Aprendizagem, Inclusao Social,Psicopedagogia e Facilitador.
SUMARIO
1. INTRODU<;AO . . 6
. 92. ADOLESCENCIA.
3. RISCO SOCIAL......... . 18
3.1. FRACASSO ESCOLAR: UM OLHAR PSICOPEDAG6GICO . 18
3.2. INCLUSAo E INTEGRA<;AO 20
3.2.1 Inclusao Social .. ........ 20
3.2.2 Integral'ao Social.. . 21
3.3 IDENTIDADE MARGINAL JUVENIL OU IDENTIDADE ADULTO PRECOCE 21
3.4. ANALISE DO PROCESSO DE INTEGRA<;AO DO MENOR INFRATOR AO
MEIO SOCIAL.. . 25
4.1 0 PAPEL DO FACILITADOR ..
5. PSICOPEDAGOGIA.
...................... .32
. 32
. 37
...... 39
...40..... .42
4.0 FACILITADOR ..
6. CONCLUSAO
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
8. ANEXOS .
1.INTRODUC;;Ao
A opc;ao par este assunto S8 justifica pela vivencia da autora no Programa
Agente Jovem desde julho de 2005.
Esle e urn dos programas financiado pelo Ministerio do Desenvolvimento
Social e Humano, com a participa<;:ao dos governos federal, estadual e municipal.
Na regional do Pinheirinho/Curitiba iniciou em setembro de 2001, e
coordenado pela FAS - Fund8yao Ayao Social, 0 programa e oferecido a
adolescentes na faixa eta ria de 15 anos completos a 17 anos e 11 meses, carentes
e em silu8C;.30 de risco social.
Entre os objetivos do programa eslao:
a) Promover a integrac;ao do jovem a familia, comunidade e sociedade;
b) Preparar 0 jovem para 0 mundo do trabalho;
c) Apoiar 0 jovem adolescente na compreensao e constatac;ao de que epassivel planejar e construir 0 seu proprio futuro.
A Comunidade onde esta sendo desenvolvido 0 Programa pertence a
Regional Pinheirinho, bairro Terra Santa, sendo que as atividades iniciaram em julho
cle 2005.
Trata-se de uma area de invasao ha mais de 5 anos. 0 indice de
criminalidade e um dos majores da regiao metropolitana de Curitiba. Os
adolescentes convivem com assassinatos, estupros, drogadiyao e violencia
domestica. As oportunidades para sair dessa realidade sao poucas, a falta de
oportunidade e grande.
Para apontar de que forma a aprendizagem pode facilitar a inclusao desses
adolescentes no mercado de trabalho, e necessario conhecer 0 perfil desses jovens,
conllecer os motivos da exclusao social, estabelecer criterios da aprendizagem que
viabilizem a inciusao dos adolescentes no mercado de trabalho.
Para entender 0 que vern a ser risco pessoal e social do adolescente, e
preciso ter informayoes sobre 0 desenvolvimento cognitiv~, emocional e tambem 0
meio ambiente em que ele esta inserido, para que se possa ter ide;a em qual ou
quais momentos sua vida se tornou risco pessoal e social.
ldentificar esses pontos de avaliac;ao requer conhecer a pensamenta de
alguns autores sobre identidade adulta precoce dos meninos de rua (SOUZA, 2004),
e a integrac;ao do menor infrator ao meio social (GOMIDE,1990) Com as
informay6es de sua historia familiar, sera passivel identificar onde fai interrompida a
sua aprendizagem, ate onde ele teve oportunidade de freqOentar a escola au
quando se deu a inicio do fracasso escolar.
Apos uma analise desses aspectos torna-se possivel apontar e estabelecer
criterios da aprendizagem que viabilizem a inclusao dos adolescentes no mercado
de trabaillo
Para a autora Maria Lucia L. Weiss, nao e comum uma crianya de classe
media nao estar alfabetizada aos 09 anos. Tal fato sugere que algo nao va; bem
com ela. No entanto, se 0 mesmo fato ocorre com crianyas de camadas papulares.
de baixa renda, 0 primeiro pensamento que ocorre e 0 da falta de oportunidade
social e escolar. (WEISS, 1992, p.39)
Diante desta reflexao, este trabalho tem como objetivo levantar as
possibilidades que a pSicopeda909iartempar~entar 0 facilitador e educador social
. ~~)\ ,
'. /
sobre seu papel diante do adolescente ern risco social, com a inten\=ao de inclui-Io
no mercado de trabalho.
Para dar subsldios a esse trabalho e identificar de que forma a
psicopedagogia pode auxiliar 0 facilitador, e 0 educador social, no capitulo II sera
analisada a Adolescencia, no capitulo III pretendeu-se definir Risco Social, no
capitulo IV relata-5e 0 Papel do Facilitador e no capitulo V a contribuiyao da
PSicopedagogia. Em anexo encontra-se urn teste de auto-avaliayao do profissional
facilitador ou educador social.
2. ADOLESCENCIA
Com as progressos tecnol6gicos ampliam-se cada vez mais as intervalos de
tempo entre 0 come~o da vida escolar e 0 acesso final do jovem aD trabalho
especializado. Nesta fase a adolesc€mcia torna-S8 urn periodo ainda mais acentuado
e consciente, passando a ser urn modo de vida entre a infElncia e a idade adult8.
Sendo assim, nos ultimos anos de escolaridade, os jovens vivem uma
revoluC;80 fisiol6gica de sua matura<;:ao genital e a incerteza dos papeis adultos a
sua frente. "Eles parecem muito mais preocupados com as tentativas mais ou menos
excentricas de estabelecimento de uma subcultura adolescente e com 0 que pareee
ser mais urn final do que uma transitoria au, de fato, iniciaJ forma<;:ao de identidade"
(ERIKSON 1972, p.128)
Na busca de urn novo sentido de dar continuidade e uniformidade, tendo que
incluir agora a maturidade sexual, alguns adolescentes enfrentam nova mente as
crises de fases anteriores, antes de poderem instalar idolos ideais duradouros
considerados par eles guardi6es de uma identidade final.
Nesta fase as adolescentes precisam de um tempo maior para poderem
integrar os elementos de identidade atribuidos na fase anterior, a fase da infancia.
S6 que agora, urna unidade mats vasta. indefinida em seus contornos e, noenianlo, imediata em suas exigencias. substilui 0 meia infantit: a"sociedade" Se a fase mais antiga legou a crise de identidade urnaimporlante necessidade de confianc;a em si e nos QuIros, entao,claramente, a adolescente procura mais fervorosamente homens e ideiasem que possa ter fe, 0 que tambem significa homens e ideias em cujoservityo paretya valer a pena provar que seria digno de confian<;:a. Se asegunda fase estabeleceu a necessidade de ser definido pelo que se podequerer livremente, entao a adolescente procura agora uma oporlunidade dedecidir, com livre assentimento, sobre um dos rumos acessiveis auinevilaveis de dever e servi<;:o, e ao mesmo tempo, tem urn medo mortal deser for<;:ado a alividades em que se senlisse expos to ao ridiculo ou a duvidasobre sf mesmo" (ERIKSON 1972, p.129)
10
Para falar sabre 0 adolescente e precise conceituar 0 que e
desenvolvimento da personalidade humana, 0 que nao S8 torna tarefa simples, uma
vez que temas uma variedade de teorias como: Teorias Gerais do Oesenvolvimento
Humano. Teoria Freudiana da Evolu~ao da Personalidade, Teoria Interpessoal,
Teoria Psicossocial, Teoria Cognitiva, etc.
A teoria escolhida para este trabalho foi a Teoria Psicossocial de Erik H.
Erikson, nascido na Alemanha em 1902, tornando-se cidadao americano em 1933,
casado com Joan, com quem dividia suas reflexoes e considerava sua incentivadora
e colaboradora, professor universitario, iniciou seus estudos como psicanalista leigo
e logo em seguida recebeu forma9ao no metoda montessoriano, tornou-se
psicanalisla de renome e famoso par suas pesquisas no campo das ciencias do
comportamento.
Na decada de 40, formulou sua teoria do cicio da vida.
Seu trabalho trata principalmente da area da psicologia evoluliva, onde da
enfase ao papel significativ~ dos fatores socia is do comportamento humane e do
desenvolvimento da personalidade.
Na psicologia evolutiva existem duas tendencias, uma focaliza 0 aspecto
emocional do desenvolvimento humano, a essa linha pertencem todas as tearias
fundamentais na psicanalise ortodoxa. Outra tendencia na psicologia
contemporanea focaliza a aspecto cognitivo da evolu9ao da personalidade.
Erik Erikson focaliza os fatores culturais que determinam 0 comportamento
do individuo, ele ve 0 homem em seu meio total, biologico e cultural, estuda a vida
humana como um todo, do nascimento ao envelhecimento. Em sua teoria procura
dar uma visao geral do desenvolvimento do ser humano em todos os period os da
II
vida, procura tambem descrever as ajustamentos necessarios para cad a etapa do
desenvolvimento humano.
Em sua leoria (ERIKSON, 1971) coloca que a vida do ser humane pode ser
entendida como estagios evolutivos, ande em cada estagio precisa OGorrer alguma
forma de ajustamento au alguma forma de aprendizagem para que 0 individuo possa
alcan9ar as objetivos da vida plena mente amadurecida. Defende que nao ha rigidez
na idade cronologica de cad a periodo, nao e fixa, mas que denlro de urn certa Ilmite
de idade, 0 individuo deve atingir determinada caracteristica psicol6gica tipica de
cada estagio evolutivo da personalidade humana.
Ha duas alternativas para cada estagiD evolutivD, sen do: a prime ira ele pode
alcanc;ar 0 sucesso e a segunda ele pode falhar no processo de ajustamento as
demandas da vida e do meio social.
Erik Erikson e considerado urn dos importantes autores que trata do
desenvolvimento da personalidade na sua genese e na sua interay<3o com 0
ambiente. Dil importancia decisiva a cultura que, segundo ele, proporciona 0
desenvolvimento da potencialidade e da transcendencia humana.
Na leoria do desenvolvimenlo de E. Erikson, as ideias de Freud se mesclam
com a Anlropologia Cultural onde, 0 homem em sua vida inteira e nao somente na
infancia, vive ao redor de uma serie de idades decisivas e cruciais.
Algumas obras de Erik Erikson: Teoria Cicio da Vida (1940); Inlancia e
Sociedade (1950); Juventude Identidade e Crise; Artigo "Cresci menlo e crises da
personalidade sadia"
Na obra Inlancia e Sociedade (1971) onde apresenla as Oilo Idades do
Homem, sendo assim dislribuidas:
Eslagio 1 - Confian<;a basica versus Desconfian<;a basica
12
(do nascimento ate cerea de 1 ano);
Eslagio 2 - Autonamia versus Vergonha e duvida
(de 1 ano a 3 anos de idade aproximadamente);
Estagio 3 - Iniciativa versus Culpa
(dos 3 anos aos 5 anos aproximadamente);
ESt,3gio 4 - Industria versus Inferioridade
(dos 6 anos aos 11 anos aproximadamente):
Estagio 5 - Identidade versus Confusaa de papel
(dos 11 anos ate 0 final da adolescencia);
Estagio 6 - lntimidade versus Isola menta
(dos 21 anos aproximadamente ate 40 anos);
Estagio 7 - Generatividade versus Estagnaltc30
(dos 40 anos ate 65 anos aproximadamente);
Estagio 8 - lntegridade do Ego versus Oesesperanc;:a
(acima dos 65 anos).
Para a melhor compreensao do estagio 5 que esta relacionado a
adolescencia, e necessaria apresentar resumidamente as Qutros estagios do
desenvolvimento do ser humano.
Estagio 1 - Confianc;a basiGa versus Oesconfian<;a basica, compreende do
nascimento ate cerca de 1 ano. E nessa fase da evolu<;.3o da personalidade humana
que a rela<;.3o com a figura materna e a mais importante pois, nessa fase a crian<;a
forma 0 aconchego emocional mais duradouro da vida.
E nesse estagio que ocorre a primeira demonstra9ao de "confian<;a social"
da crian<;:a, a confian<;a e demonstrada pela facilidade e satisfa<;8o de suas
necessidades basicas de alimentayao, de sono e relaxa<;.3o de seus intestinos. Se a
13
crianya recebe 0 que necessita em term as de conforta fisico, afeto, e calor humano
nesta fase da vida, ela pode desenvolver uma atitude de confianya basica para com
o mundo
"Mas, basta dizer aqui que a soma de confianya derivada das primeiras
experiencias infantis nao pareee depender de quantidades absolutas de alimento au
de demonstra<;:6es de amor, mas antes da qualidade da relayao materna".
(ERIKSON, 1971, p.229)
E a fase ande as crian<;as sao preparadas para 0 equilibria entre os dais
polos: Confianya e Desconfian<;a.
Ha maes que nao fazem a dosagem necessaria de frustra<;6es as demandas
dos filhos, isto desenvolvera configura<;ao falsa do mundo, urn otimismo exagerado e
uma confian<;a muito grande, que nao preparara adequadamente este individuo para
enfrentar os problemas socia is de sua vida futura. E outras maes frustram demais os
filhos e os levam a defender~se de forma exagerada do mundo externo, muitas
vezes pela desconfianc;:a, perdendo oportunidades importantes para aumentar sua
auto~estjma e desenvolver sua personalidade.
Estagio 2 - Autonomia versus Vergonha e duvida, vai de um a tres anos de
idade aproximadamente. Fase da 1<1 inf~lncia ~ muscular anal, onde a figura paterna
ou pessoa substituta tem grande import~lncja. Inclui aprender falar, caminhar,
aljmentar~se sozinila, obedecer ordens de higiene e seguir normas socia is e a mais
importante e 0 controle dos esfincteres. 0 "reter" e 0 "soltar" relacionam em suas
experiencias a "teimosia" e "cooperayao". "Esta etapa, portanto, passa a ser decisiva
para a proporyao de amor e 6dio, cooperayao e voluntariedade, liberdade de auto-
expressao e sua supressao. De urn sentimento de auto-controle sem perda da auto-
14
estima resulta urn sentimento constante de boa vontade e orgulho; urn sentimento
de perda do autocontrole e de supercontrole exterior resulta uma propensao
duradoura para a duvida e a vergonha.
o que proporciona 0 desenvolvimento da autonomia e a confianlfa inicial
firmernente desenvolvida.
Neste estagio surge 0 sentimento de identidade, 0 "Eu" separado. Surge 0
"Eu", 0 ''Voce'', 0 "Mim", e 0 "Meu" Periodo em que surge a identidade pSicossocial,
devido a criany8 poder caminhar , isso contribui para uma auto-estima, buscando
assim a sua "identidade psicossocial",
A vergonha surge da punir;ao pel a conquista da autonomia au pelo excesso
de controle, geralmente isso gera raiva e urn sentimento de pequenez na crianya.
A vergonha e uma emoc;ao infantil insuricientemente estudada porque. emnos sa civiliza(fao. cedo e facilmente e absorvida pel a culpa. A vergonhapressupoe que uma pessoa esta completamente ex posta e consciente deser observada • em uma palavra, constrangida. A duvida e irma davergonha. Enquanto que a vergonha e dependente da consciencia de servertical e estar exposlo, a duvida tern muito a ver com uma consciencia depossuir frenle e costas. especialmenle. urn "traseiro" Esse bastcosentimento de duvida sobre tudo 0 que 0 individuo deixou para tras e 0modele para a "dupla admissao" habitual au outras formas ulteriores e maisverbais de duvida compulsiva. (ERIKSON, 1972, p.111)
Estagio 3 - Iniciativa versus Culpa - de 3 a 5 anos aproximadamente.
Fase em que a crianya se relaciena mais com a familia, com 0 meio em que
Vlve, na diferenciat;ao de papeis sexuais, trocas afetivas e socia is. E considerada a
idade do brinquedo. Nesse estagio a crianya experimenta a inveja e a raiva com
muita freqOencia. Ja esta convencida que e uma pes so a independente. Seus pais au
substitutos simb61icos Ihe parecem em alguns momentos poderosos e belos, e em
outros mementos, intolerantes, desagradaveis e ate perigosos.
Surge 0 sentlmento de culpa, ciume, rivalidade. A consciencia (superego) da
criant;a e estabelecida.
15
A criany8, at raves das atividades motoras, intelectuais, brincando e
interagindo com oulras crianC;:8s e pessoas, pode desenvolver sensa de
responsabilidade, confiabilidade. auto-disciplina, sensa moral de certa au errado, ou
nao. devido a inibiC;:Elo da iniciativa divertida e ludica, ela precisa ainda de cuidadores
rna is afastados, porem nao tolalmente ausentes,
Urn periodo de grande importancia para sua capacidade de demonstrar
sentimentos, a sua auto-estima e seu espirito de iniciativa.
o grande govern ad or da inicialiva e a consciencia. A crianc;:a sente agoranao 56 medo de ser descoberla, mas escuta tambem a "voz interior" daaulo-observac;ao e da aulopunir;ao, que a divide radical mente em seuproprio intima: uma nova e poderosa aliena~ao. Esta e a base ontogeneticada moralidade. (ERIKSON. 1972, p.119)
E atraves da traca com 0 seu meio cultural, que a crianc;:a aprende nao
apenas Jimites para seu repertorio de comportamentos, mas tambem que existe a
possrbilidade de expressar seus impulsos agressivos de forma construtiva, nas
competi<;oes saudaveis, nos jogos e as brinquedos.
Segundo Erickson, nesta fase ira instalar-se a "proposito" au a "inibi<;ao" e
"culpa".
A crianc;:a esta se preparando para se tornar um ser provedor, sair da
silua<;aO edipiana, ingressar no "mundo da tecnologia e ferramentas". Sua
autonornia e iniciativa nao podem ser sin6nimo de separac;:ao, nem de orfandade.
Sua referencia e a Familia 8asica, Sua Familia tenha ela a composi<;80 que tiver - e
que de cultura para cultura, sociedade para sociedade, tribo ou na<;30, sera variavel,
diferenciada, especffica.
16
Estagio 4 Industria versus Inferioridade. De 6 a 11 anos aproximadamente.
Neste estagio a crianc;a S8 ajusta as leis inorgEmicas do mundo das
ferramentas, surge 0 905tO pela complementac;:ao do trabalho, pela ateny80 firme e
perseverante diligencia. Casa esse ajustamento nao e alcanc;ado pel a crianc;:a,
nesse 85t89io, ela poderc3, desenvolver urn senti men to de inadequay80 e
inferioridade.
Do ponto de vista sociol6giCQ, dais novas fatores sao acrescentados aexperiencia da crian98 nessa fase do seu processo evolulivo. Do mundomais au menos limitado de sua familia a crianc;a parte para uma relac;aosocial mais ampla com sua vizinhanC;8. E, mais importante ainda, etacomec;:a sua relac;:ao com a eSGala, que e a segunda mais importanteagencia humana no processo de sua socializac;ao. (ROSA, 1996. p.134)
A crian<;:a neste estagio:
Desenvolve um sentido de industria, isto 13, ajusta-se as leis inorganicas domundo das ferramentas. Pode-se tomar uma unidade viva e integrada deurna situa9ao produtiva. Chegar a completar urna situa980 produtivaconstitui urn objetivo que gradual mente suplanta as fantasias e asaspira90es inerentes ao jogo. Os limites de seu ego incluem suasferramentas e habilidades. (ERIKSON, 1972, p. 238)
Estagio 5 onde ocorre a Identidade versus Confusao de papel - dos 11 anos
ate 0 final da adolescencia.
E 0 ponto crucial do desenvolvimento da personalidade humana.
Neste estagio a principal crise psicossocial que ocorre no individuo edenominada Identidade versus difusao da identidade.
Durante toda a vida, 0 ser human~ desenvolve sua identidade, mas e na
adolescencia que 0 jovem vai buscar, sobretudo, 0 estabelecimento de sua
identidade.
17
Nesta epoca, os companheiros adquirem grande importanci3. 0 grupo e a
identidade grupal sao decisivos para a formac;.:3o dos jovens, como modelos de
lideranc;.:a. Existe preocupac;ao grande com a aparencia fisica, culto a herois,
ideologia.
Perfodo de confusao de papeis, duvidas sobre a identidade sexual e
oGupacional,
Este periodo onde 0 desenvolvimento de urn sensa de identidade e a
principal tarefa deste momento, que coincide com a puberdade e a adolescencia. A
identidade e definida, com as caracteristicas que estabelecem quem e esse
individuo e para onde ele esta indo. Eo esp3yO entre a infancia e a idade adulta.
A infancia propria mente dita acaba devido ao estabelecimento de uma boa
relac;.:30 inicial com 0 mundo das habilidades e com 0 surgimento da puberdade. A
juventude comec;a.
Mas na puberdade e na adolescencia lodas as uniformidades econtinuidades em que se confiava anteriormente vol lam a ser ate cerloponto disculiveis, por causa de uma rapidez do cresci men to do corpocomparavel a primeira fase da infancia e da nova adi<;:ao de maturidadegenital. (ERIKSON, 1972 p.240)
Com esse crescimento acelerado, os jovens preocupam-se agora entre
outras situa90es, com 0 que aparentam aos olhos dos outros, comparado com 0 que
sentem que sao, e tambem com a questao de como associar as papeis e
habilidades aprendidas anteriormente, com as prot6tipos que ocupam no momenta.
IS
3. RISCO SOCIAL
3.1. FRACASSO ESCOLAR: UM OLHAR PSICOPEDAGOGICO
A autora Nadia Bossa faz uma reflexao sabre 0 paradoxa da escola como
instilui<f30 geradora de sofrimento psiquico, e denunciadora dos mecanismos de
aniquilayao da infancia presentes em nossa cultura. Considera:
...a escola uma das institui90es envolvidas na gerac;:ao desse sintomasocial da conlemporaneidade, um sintoma social farmada par sujeitosparliculares que vivern de forma (mica as efeilos do social, ou seja, umarede discursiva que constitui a propria rede do coleliva. Urn sintoma social,assim como um sinloma particular, e sustenlado por uma fantasia.(BOSSA.2002 p.20)
Com base na leoria psicanaHtica, urn dos estudos feit<;>ssabre 0 assunto
"Fracasso Escolar", apresenta 0 sintoma do fracasso com especificidade, considera
o sintoma como essencialmente mobilizador, determinado e valorizado
culturalmente, e mesmo determinado culturalmente surge em certos tipos de
personalidade.
o sintoma escolar pode ser apresentado em diferentes perspectivas; em sua
determinayao cultural, no contexte da instituiy30 escolar e no contexte da
singularidade individual, considerado com base na estrutura da personalidade.
Nessa abordagem, 0 termo sintoma significa, um entrave que faz sinal, onde
sinaliza que em nossa cultura a escola nao vai bem, a familia sofre e a crianya
adoece, proporcionando 0 fracasso escolar, seja ele decorrente de aspectos
culturais. sociais, familiares, pedagogicos, organicos, intrapsiquicos, etc.
Compreender quais os aspectos da personalidade que resultam em uma
predisposic;;ao para que esse sintoma seja formado podera resgatar a originalidade e
a autonomia do sujeito e podera trazer de volta a crianya real, perdida na
19
modernidade, justa mente quando surge a nOyaO de infancia e a fantasia da Crianlt8
ideal.
o sistema escolar ampliou 0 numero de vagas, mas naD desenvolveu uma
8yao que 0 tornasse eficiente e garantisse 0 cumprimento daquilo que S8 propoe, au
seja. acessa a cidadania.
o objetivo da escola e 0 de promover melhorias nas condi90es de vida da
sociedade madema, porem produz na contemporaneidade a marginalizayao e 0
insucesso de milhares de jovens.
Ern nossa pais a distribui9ao do conhecimento como fonte de poder social e
feita dando privilegios para alguns e discriminando Qutros, a grande maiaria dos
brasileiros. Entre as principais problemas, considerados cronicos, devido a essa rna
distribuiyao no sistema educacional estao a evasao escolar, aumento crescente de
alunos com problemas de aprendizagem, formaCfao precaria dos que conseguem
concluir ° ensino fundamental, des interesse total pelo trabalho escolar. Para
melhorar essa situa<;:ao caotica, e necessario superar os paradigmas cientjficos da
modernidade e produzir conhecimentos que permitam maior informaCfao e
compreensao dessa situayao que preocupa os educadores do mundo todo.
Alualmente. diante desse quadro, os jovens estao impedidos de se apossarem da
heranCfa cultural, dos conhecimentos acumulados pel a humanidade e,
conseqOentemente impedidos de compreender melhor 0 mundo que os rodeia.
A escola deve formar jovens capazes de analisar criticamente a realidade.a fim de perceber como agir no sentido de transforma-Ia e, ao mesmotempo. preservar as conquistas sociais. contribui para perpetuar injusti9associais Que sempre fizeram parte da hist6ria do povo brasileiro. (BOSSA.2002 p.28)
Em sua obra Bossa (2002) cita:
o relat6rio da comissao internacional fonnada pela UNESCO para refletirsabre educar. aprender e perspectivas para 0 seculo XXI afirma que. para
20
que a escola passa fazer frente as demandas deste seculo, devera eslarapoiada sabre qualro aprendizagens fundamenlais ao lango da vida, quefuncionariam como pilares da educa~ao: a) aprender a conhecer; b)aprender a fazer; c) aprender a conviver; d) aprender a ser
Esses pilares devem representar uma base comum para que a escola tenha
uma atu3<;8o voltada para 0 desenvolvimento das potencialidades e capacidades
dos educandos, lembrando que deverao ser respeitadas as caracteristicas de cada
Esse estudo da UNESCO aponta para a preocupac;ao com 0 futuro e a
eficacia da escola como instituj~ao respons;3vel pelo desenvolvimento das
polencialidades e capacidades do educando. Cabe uma reflexao sobre uma eSGola
ideal, quando na verdade, a grande preocupagao deveria ser a ideal da escola,
sendo que este ideal deve preocupar-se com a inclusao. Por esta razao 0 item
seguinte va; abordar a discussao entre inclusao e integra9ao.
3.2. INCLUSAO E INTEGRA<;:Ao
3.2.1 Inciusao Social
"0 paradigma da inclusao social consiste em tornarmos a sociedade toda
um lugar viavel para a convivencia entre pessoas de todos os tipos e condi90es na
realizac;ao de seus direitos. necessidades e potencialidades". (SASSAKI, 1997, p.
41)
Nesse sentido, os adeptos e defensores da inclusao, chamados de
inclusivistas, estao trabalhando para mudar a sociedade, a estrutura dos seus
sistemas socia is comuns, as suas atitudes, os seus produtos e bens, as suas
21
tecnologias, etc. em todos 05 aspectos: educa~ao, trabalho, saude, lazer, midia,
Gultura, esporte, transporte, etc.
3.2.2 Integra~ao Social
A integray30 social tern consistido no esfon;o de inserir na sociedade
pessoas com deficiencia que alcanc;aram urn nivel de competencia compativel com
os padroes socia is vigentes. A integra({ao tinha e tern a merito de inserir 0 portador
de deficiencia na sociedade, sim, mas desde que ele esteja de alguma forma
capacitado a superar as barreiras fisicas, programaticas e atitudinais nela existente.
Sob a atka dos dias de hoje, a integrac;ao constitui urn esfon;o unilateral tao
somente da pessoa com deficiencia e seus aliados (a familia, a instituiyao
especializada e algumas pessoas da comunidade que abracem a causa da inser<,;:ao
social), sendo que estes tentam torna~la mars aceitavel no seio da sociedade. 0
jovem em risco social tambem merece atendimento de inclusao na sociedade e no
mercado de trabalho
3.3 IDENTIDADE MARGINAL JUVENIL OU IDENTIDADE ADUL TO
PRECOCE
SOUZA (2004), que Irabalha ha mais vinte anos em escolas particulares,
institui<,;:oes governamentais e nao governamentars, na interar;;ao clinica com
crianr;;as e adolescentes, com familias de pertenr;;as socia econ6micas diferentes e
trabalhos com a popula~ao em silua~lP-o d 'iSC.O.pessoal e social, no ano de 2002s\M.c~
J J
22
desenvolveu pesquisas com crianyas e jovens do meio socio economico
desfavorecido dentro das sociedades dualistas. Com sua pesquisa divulga que
dentro dessas sociedades e formada uma identidade adulta precoce, onde esta
identidade e chamada de adolescencia para as crianyas com menos de 12 anos e
precocemente de forma adulta para as crianyas com mais de 12 anos.
Esta identidade e devida principalmente a sua entrada a partir da infancia
dentro do mundo do trabalho e de fazer da rua seu espac;o de socializac;ao,
aprendizagem e sobrevivencia. Segundo 0 nivel de ruptura total ou parcial da familia
e a participa<;:ao nos programas sociais pelas crianc;as da rua a identidade que se
formara os mantera fortemente a margem da sociedade.
Para testar suas hipoteses formou tres grupos de amostragem na sociedade
dualista. sendo 0 Grupo I: oriundos da mesma cia sse socia economica (das favelas),
perderam 0 vinculo com a familia, a maiaria nao conheceram seus pais biologico.
Grupo II provindos da mesma c1asse s6cia ecanomica (das favelas), moram
com suas famllias nucJeares e freqOentam escola publica regular e participam das
oficinas de aprendizagem na instituic;ao.
Grupo 111 oriundos de familias favorecidas do ponto de vista economico,
freqOentadores de escolas particulares.
Identifica que tudo indica que sao tres ordens de fatores que se conjugam no
processo de formayao da identidade adulta precoce das crianyas em situayao de
risco, sao eles: socio-economicos, familiares e individuais.
A partir da hip6tese principal, pode-s8 supor que as crianc;as de rua
constroem uma identidade adulta precoce, de fato: sua entrada, a partir da infancia.
no mundo do trabalho na rua, de fazer da rua seu espac;o de socializayao, de
aprendizageme de sobrevivencia;da falta de perten,a familiar e em razao da
0'-j
rotatividade nos programas e instituic;6es sociais, eles permanecem a margem da
sociedade, criando aD mesmo tempo uma subcultura particular de crian<;as de rua.
Considera tratar de urn assunto polemicQ, que envolve preconceitos,
estere6lipos, discursos de piedade e de caridade.
Registra que em lodas as culturas cabe a familia a responsabilidade do
come<;o de socializ8c;ao de suas crianC;8s e 0 fornecimento de condic;6es de base
para a sobrevivencia e 0 desenvolvimento fisico, psicol6gico, intelectual e social de
seus descendentes. Para ela a socializ8c;ao e 0 processo pelo qual a crianc;a adquire
comportamentos, atitudes, valores etc. e que depende de cultura para cultur8 0 que
considera adequado e inadequado, sao variaveis significativas.
No Brasil, 0 termo "menor" foi utilizado para designar a crianc;:a sem tutela, e
que por ista mesmo perambula pelas ruas, sujeito a experiencias diversas, dentre as
quais a pratica de pequenos delitos.
A imagem da crianc;:a delinqOente foi construida atraves da imagem da
crianc;:a pobre e abandonada. A expressaa "crianc;:a de rua" esta ligada a
delinquencia, pais a rua se mostra em oposic;:ao a familia como um espac;:o de
socializac;:ao na eriminalidade.
No processo simb61ieD de algumas crianc;:as, de uma numerosa camada da
sociedade, a rua fornece uma identidade, uma pertenc;:a. Elas sao de rua, e da rua
elas buscam D que a vida em familia Ihes tera negado: um espac;:o para a encontro
da identidade e de sua insen;:aa social na saeiedade.
Nos anos 80 ja ocorria a presenc;:a maeic;:a de crianc;:as pobres, com idade
eada vez mais precoce, nas ruas com necessidade de criar renda para a
eontribuic;:ao do sustento pr6prio e da familia, em atividades ilegais, entre elas:
pequenas vend as, pequenos trabalhos temporarios, etc, incluindo as possibilidades
24
de iazer. A rua mostra desta forma urn sentido de fertilidade e de produtividade, que
a escola nao Ihes apresenta neste momento especifico.
Sua pesquisa pode identificar tambem a existencia de uma porcentagem ,
embora pequena, de crianc;;as e adolescentes que perdem sua lig3<;:30 com a familia,
ou entaD que mantem esta li939aO de forma ocasiona1. Faz uma distiny30 entre os
grupos de crianC;;3s e adolescentes: ha 0 grupo de crianc;as de rua (as que habitam
nas ruas), e 0 grupo de crianyas nas ruas (permanecem nas ruas durante 0 dia).
Dessa forma tornaU-S8 passivel constatar que a grande maiaria de crian<;as e
adolescentes que S8 encontram nas ruas, voltam para caso aD fim do dia. Foi
passivel verificar que mesmo com grande numero de crianlfas e adolescentes
sozinhos nas ruas , estes nao estao necessaria mente abandonadas, elas possuem
familias.
Levanta a seguinte hipotese: para as crian~as e adolescentes viverem nas
ruas pode representar diversos atrativos, tais como a propria sobrevivencia, a fuga
de um lar onde nao existe afei~ao, da violencia e da falta de encorajamento para os
estudos regula res.
Souza (2004) considera como maior desafio do novo milenio seria a
assistencia total as crian~as nos primeiros 6 anos de vida, a educa~ao para a
inclusao social, a seguran~a no desenvolvimento integral dos adolescentes, chances
de forrna~ao profissional e da participa~ao dos adolescentes ern suas comunidades,
atenyao necessaria para a situa~ao da vulnerabilidade social das crian~as e dos
adolescentes, 0 fim do trabalho infantil, 0 desafio da preven~ao contra 0 HIV/AIDS e
do abuso e da violencia contra as crianyas e os adolescentes.
eita sua reflexao a respeito de sua pratica exercida em instituiy6es
educacionais (escolas regulares publicas e privadas), programas educacionais,
25
programas de atendimento a crianyas e ao adolescente em situayao de risco, e que
a quanta e retirado da mae a possibilidade de ter au de ser capacitada a cuidar,
criar. educar, de passar para a crianya a convicyao e urn significado ao que estao
fazendo. ou seja seu papel de dar a confianya das necessidades basicas como
sono. calor e alimentay30. Na maioria dos casos nas classes menos favorecidas, a
"municipio" au os representantes das instituiyoes juridicas e educacianais, tomam
para si este papel, ao inves de buscar qualifrcar, orientar au mesma assistir estas
maes biol6gicas ou simb61icas para esta tarefa. A autora cita que uma mae mais
confiante em sl mesma, mais esc!arecida nas permissoe5 e proibiyoe5, que confia
em 5i, cria um verdadeiro encontro de confianya e reconhecimento mutuos.
ProporGiona um sentimento de pertencer e responsabilidade.
Oiante da realidade desse grupo de adole5centes "Terra Santa", muitos tem
o hist6rico de terem sido criados por outras pessoas da familia, que nao a mae,
alguns sendo criados por tios, avos, irmaos mais velhos, padra5to5 e em alguns
casos de terem sido criados em orfanatos.
3.4. ANALISE DO PROCESSO DE INTEGRA<;:Ao DO MENOR
INFRATOR AO MEIO SOCIAL.
Em sua tese de doutorado com 0 titulo: Analise do Processo de Integray80
do Menor Infrator e a Meio Social (GOMIDE, 1990) refere-se as crian,as e
adolescentes marginalizados elou infratores, onde Gita Jorge Amado, cuja obra
"Capitaes de Areia", pubticada em 1937, retratou com a precisao que Ihe e peculiar a
realidade em que viviam as meninos abandonados da cidade de Salvador.
26
A autora cita Anton Makarenko, consagrado educador russo, que em 1933
publicou poemas pedag6gicos, narrou sua experiemcia ao dirigir institui9c30
correcional na Colonia Gorki, para crianyas e jovens considerados anti-socia is.
Mesma diante de culturas diferentes, ambos autores mostram que esses
grupos de garot05 brasileiros e fUSSOS S8 assemelham. Algumas caracteristicas
comuns entre os dois grupos sao 0 sentimento de revolta, a coragem e as fantasias
relativas ao futuro que S8 contrap6em ao imediatismo de suas 890e5.
Iclentificar as caracteristicas semelhantes presentes nesses grupos de
criany8s e jovens, independentemente das caracteristicas do modelo governamental
au mesma da cultura a que estao submetidos, proporciona 0 estudo deste fen6meno
buscando as causas mais universais,
A Iileratura brasileira relacionada a essa area a partir desta decada, pas sou
a receber uma maior contribui913o de teses, livros e artigos os quais foram
produzidos p~r jornalistas e cientistas politicos e sociais, a cada vez mais
apresentando criticas da politica social brasileira sobre a qualidade de atendimento
a crian9a e jovem marginalizados,
Entre as criticas, encontra-se a politica adotada pela Funabem (Funda9.30
Nacional do Bem Estar do Menor) e de seus 6rgo3os executores (FEBEM's, FEEM's,
e outros),
Faz um hist6rico da FUNABEM: foi criada em 1964, atraves da lei 4513/64,
com a finalidade de substituir 0 SAM (Servi~o de Assistencia ao Menor).
A extin9130 do SAM foi devido a politica repressora que permeava as a96es
deste 6rg13o, entre elas as instala96es eram inadequadas, os tecnicos nao eram
preparados para 0 cargo, os dirigentes eram omissos, 0 descaso com 0 atendimento
das crian9as era tamanho que se transformou em sin6nimo de horror,
27
Fai entao criada a FUNABEM que tinha como principais objetivos pesquisar
metoclos, estudar tecnicas que conduzissem a elabora<;ao cientifica dos principios
que deveriam presidir toda a 8930 que visasse a reintegrayao do menor abandonado
e/ou infrator a sociedade.
As 3c;:oes deveriam ser no sentido de amparar as crianyas na pr6pria familia,
orientando-a a utilizar os recursos da comunidade au, entaD, colocar a crianc;:a em
lar substituto, de tal forma que a interac;:ao somente seria admitida quando nao
houvesse mais possibilidades de Qutras solu<;:6es. De maneira que, conforme S8
enunciava, as poHticas basicas da atuayao da FUNABEM seriam a preventiva,
centrada em atividades fora dos internatos e a s6cio-terapeutica, que compreendia
as ac;6es dirigidas aos infratores internados.
Com 0 fim da ditadura militar as integrantes dos movimentos populares de
defesa do menor como os proprios dirigentes da FUNABEM e FEBEM's dos estados
passaram a fazer serias e contundentes denuncias das condic;6es em que viviam os
menores atendidos pelos internatos. Em 1980, na presidencia da FUNABEM Eclea
Fernandes, denunciou as condic;:6es absurdas e as maus tratos sofridos pelos
menores internos nas unidades oficiais. Estes maus tratos jam desde a violencia
fisica. 0 uso de psicotropicos e 0 adestramento ate realizac;:6es de cirurgias
indevidas. passando par toda sorte de a~6es que visavam fazer 0 menor perder a
sua individualidade e sua capacidade de pensar.
Em 1985 na presidencia da FUNABEM Nelson Aguiar, no governo da Nova
Republica, tambem denunciou a falencia do modelo e pediu a extinC;80 do 6rg80.
Maria Ignes Bierrendch, ao assumir a presidencia da FEBEM-SP, no
governo Montoro, tentou implantar uma nova proposta de atendimento aos intern~s,
baseada em diretrizes educacionais, .as-quais orientavam as ac;oes para 0
4111M)l'/. C',<",, . .:.!
,~ \\~r;q"
28
estabelecimento de "normas de convivencia" nas unidades, mediante discussao e
delibera9ao envolvendo menores e trabalhadores. 0 relata desta experiencia feito no
livro Fogo no Pavilhao em 1987, analisou as variaveis que prejudicaram a realizac;.3o
cia proposta. retratando, principalmente, 0 boicote que 0 plano sofreu par parte de
setores internos das unidades. No livro as autores apresentaram algumas sugestoes
entre elas 0 termino das instituiyoes totals de prote<;.3o aD menor, as quais deveriam
ser substituidas por pequenas unidades descentralizadas, sugeriram tambem a
criac;.3o de centros de recreac;ao e educaC;flo profissionalizante nas comunidades e
indicaram que seria importante a criac;ao de centros de formac;ao de pessoal, nas
Universidades, que preparassem funcionarios para 0 trabalho junto a esla clientela
A visao dos pesquisadores das Ciencias Socia is como Violante (1982),Rocha 1984), Fischer Ferreira (1979). Siqueira e Silva (1987) e Arruda(1983) salienla de forma mais conlundente as efeitos danosos que 0modelo econ6mico brasileiro. especificamente a politica de empregos, temsabre as classes populares do pais, au seja. a concenlra9ao da riquezanas maos de uma minoria. (GOMIDE. 1990. p. 20)
A conseqOencia desta pOlitica leva ao subemprego e gera a desemprego,
como resultado desta situa((ao, as familias das classes populares nao tem condi((oes
de manter seus filhos. as pais perdern a sua fun((ao de provedor, levanda ao
abandono da mulher e fi[hos, e esses tomam as ruas em busca da sobrevivencia e
de urn lugar onde possam ocupar um espaC;o para 0 seu cresci menlo e
desenvolvimento.
o que essas crian((as encontram nas ruas sao estruluras e normas socia is
que, se nao inviabilizam, pelo menos dificultam sua perrnanencia naqueles locais.
Antes que a ordem capitalisla definisse 0 espa<;o da crian((a como as da
familia e da esco[a. afirmou Sader, sua socializat;ao fazia-se nas ruas, em cantata
com a comunidade, em urn aprendizado direto e vivo do mundo. A redefini<;ao do
espa«o pela sociedade atual determinou que a rua deva ser a espa((o destina a
29
circulac;:ao: a criany8 deve estar na familia e na escola au entao em InstituiC(oes,
quando as duas primeiras faltarem.
Citado por (GOMIDE, 1990) Sader (1987) considera a "questao do menor"
como 0 mais escandaloso dos problemas socials brasileiros, pais estas crianc;:as
sofrem de dupla orfandade: sao 6rfaos de familia e da sociedade.
Citado por (GOMIDE, 1990) Ferreira (1979), pesquisando a realidade do
trabalho de meninos de rua, faz uma comparac;:ao entre a pratica de trabalho nas
classes populares e nas cJasses altas, comenta a autora que enquanto as criany8S
das classes populares sao desde cedo ex pastas a necessidade de garantir a propria
sobrevivencia. assumindo papeis adultos, as de cIa sse alta vivem urn longo periodo
de "Iatencia social", no qual sao protegidos e preparadas, com metodos motivadores,
para assumirem uma pratica na qual foram previamente treinadas.
Gomide, (1990), faz uma trajet6ria da politica social brasileira do
atendimento aos carentes, onde divide em tres fases.
Primeira fase:
Ate 0 comec;o do seculo xx, os programas de assistencia ao menor no
Brasil estavam a cargo da assistencia medica, cujas principais medidas utilizadas
eram de carater profil3tico e eram baseadas nos ensinamentos da higiene.
Segunda fase:
Com a promulgac;ao do primeiro C6digo de Menores, em 1927, foram
criadas colonias correcionais para a reabilitayao de delinqOentes e internatos para 0
acolhimento de menores abandonados. Paralelamente a estas ay6es judiciais,
desenvolveu-se no pais uma politica filantr6pica com 0 objetivo de dar protey8o aos
menores abandonados. Na fase filantropica a poHtica de atendimento as crianc;as e
30
adotescentes carentes era definida pelas senhoras de politicos au membros da elite
social.
Terceira fase:
E final mente. com a crialtao do SAM e, posteriormente, da FUNABEM, 0
estado assumiu a tutela do menor abandonado ou infrator e a polftica pas sou a ter
um carater assistencialista, cuja principal 8ctaO foi a de abrigar e alimentar as
crianyas e adolescentes abandonados do pais. No entante, e preciso deixar claro,
que 0 assistencialismo nao e uma simples prestaC;30 de socorro aos necessitados.
Ele implica numa 8980 politica de manutenc;ao do status do atendido pais,
certamente. esta 8lfaO nao tem a preocupaC;3o de alterar as condi<;oes em que 0
miseravel vive.
A 8utera faz urna Analise Psico-Social do fracasso do Modelo.
A analise dos efeitos da institucionalizacyclo para 0 desenvolvimento
psicol6gico, emocional, intelectual e social do ser humano deveria, com 0 intuito de
favorecer 0 seu entendimento, buscar junto aos estudiosos da evoluCY80 humana,
elementos que viessem esclarecer algumas das caracterfsticas importantes da
natureza do homem.
Descartar as tendencias naturais da especie quanta ao modo de vida,
assumindo que a forma contemporanea e ocidental de viver representa 0 modo de
vida mais adequado para a especie, podera nos levar a enganosas conclus6es.
Os estudos sobre 0 modo de vida dos povos primitiv~s revelaram que a
especie humana crescia e se desenvolvia em grupos de 25 a 30 individuos, onde
conviviam juntos criancyas, de todas as idades, e velhos. As maes, quando saiam
para a coleta de alimentos, levavam os filhos pequenos junto a si, alimentando-o
31
sempre que este apresentasse fome. Os ensinamentos sobre a natureza au sabre
as regras do grupo eram feitos de maneira informal, atraves da observay.3o e da
experiencia. "Estes estudos mostraram que a especie humana, diferentemente de
outras especies animais, como as abelhas au as formigas, par exemple, naG foi
programada biologicamente para viver em grandes comunidades, sem pai, mae au
um adulto que substitua as suas fun.,6es". (GOMIDE, 1990, p.13)
o desenvolvimento e a formayao da identidade do homem parece necessitar
de experiencias individuais de cantato direto com Qutros seres, preferencialmente os
pais, que desempenharao 0 papel de mediador entre a crian93 e 0 meio ambiente.
Estes cantatas al8m de serem intensos deverao ser permeados pelo afeto.
Oiante da exposiyao acima, cabe citar a importancia de ter um profissional
bem preparado e orientado, que faya auto-avaliayao do papel que exerce diante de
adolescentes em situayao de risco social, para quem sabe evitar problemas como os
citados pela autora. Para isso no proximo capitulo sera apresentado 0 papel do
facilitador.
32
4.0 FACILITADOR
4.1 0 PAPEL DO FACILITADOR
Cada atividade, projeto au evento que envolve pessoas, geralmente esta
permeado au orientado par um planejamento que, naturalmente, fai coordenado par
alguem. No trabalho espedfico com urn grupo, momento em que as pessoas S8
enconlram, S8 conhecem, S8 integram e, a partir de entao, produzirao algo juntas,
existe urn personagem imprescindivel ao processo de desenvolvimento desse grupe.
A esse personagem chamamos de facilitador.
"A propria palavra ja descreve, em sintese: tornar {acil a comunic8qao, 0
conhecimento, a integraqBo, enfim favorecer 0 relacionamento entre os membros do
grupo, ser mediador em todas as situac;6es geradas no grupo, sejam de ordem
pessoal au pertinentes ao trabalho que estiver sendo iniciado ou desenvolvido"
(ALBIGENOR. 2005, p.65)
o facilitador deve exercer 0 papel de educador, de incentivador, buscando
Irabalhar as habilidades e atitudes das pessoas, para gerar os comportamentos
deseJElVeis as novas situ8g6es.
Enquanto educador, 0 facilitador deve conduzir um grupo, buscando
possibilitar uma a<;30 construtiva de aprendizagem (processo andrag6gico ou
educag30 de adultos), oferecendo as pessoas espagos e orientaC(30 para que elas
possam com autonomia, desenvolver todas as suas potencialidades, integrando ao
saber que ja tem os novos conhecimentos que desenvolvem a cad a dia.
Segundo Albigenor (2005) os requisitos basicos para ao desempenho do
facilitador sao:
33
Saber ouvir e interpretar, de forma esclarecedora, as situavoes que ocorrem no
grupo:
Ter habilidade para sintetizar, clara e objetivamente, os comentarios pessoais e
grupais:
Estar sensivei aos movimentos do grupo, percebendo-os e dando 0 rumo mais
adequado;
Procurar trazer e manter os comentarios dentro do contexto que estiver sendo
vivenciado;
Manter coen§ncia entre a verbalizayao e a postura profissional (comportamento)
dianle do grupo:
Estabelecer uma comunicavao clara e objetiva;
Respeitar e manter sigilo absoluto sobre tudo 0 que for abordado durante as
atividades do grupo, procurando nao efetuar comentarios fora do ambiente
grupal:
Promover um relacionamento agradavel com todos os membros do grupo
(competencia interpessoal);
Estar aberto as opini6es contrarias;
Compartilhar 0 comando das atividades do grupo, permitindo um ambiente
espontElneO e de livre expressao;
Nao subestimar 0 potencial do grupo ou criar rotulos;
Procurar conhecer, previa mente, as caracteristicas ou 0 contexto do grupo
(origem, funvoes das pessoas, lideres, etc.);
Evilar aplicar a "tecnica pela tecnica" (tad a dinamica, vivencia ou jogo tem 0 seu
significado, as suas variadas e possiveis consequencias, que podem
desencadear situac;oes de constrangimento ou de forte impacto emocional;
34
Compartilhar, S8 passivel com Dutro colega facilitador, suas expectativas,
insegurany3s au objetivos que pretenda alcanyar com 0 grupo. E sempre born
ouvir outra opiniao;
Ser paciente. principal mente quando 0 grupo resolve ficar em silencio ou reage
com monossilabos, risos, ge5t05 de tensao, criticas, ansiedade. Aguardar 0
momento certa para falar, sem criar expectativa de que, necessariamente, as
pessoas tern que verbalizar alguma Gaisa ;
Procurar nao 58 comprometer, passar crenc;:as pessaais au polemizar com
alguem que est a ali contra a vontade au que jil chega discordando. Ser prudente,
relaxar e deixar que 0 proprio grupo estabeley3 e componha 0 clima do encontro;
Trabalhar pro ativamente;
Habituar-se a trabalhar pro ativamente, fazendo sempre de vespera, um "check-
list" das tarefas I providencias que iraQ ser desenvolvidas;
Ser genIe.
Aincla segundo Albigenor (2005). outras atitudes esperadas de um facilitador:
Ser sensivel as rea~6es do grupo, encaminhando 0 direcionamento ora a
catarses de agressividade, explosao de emo~6es ora desenvolvendo harmonia e
afetividade;
Exercitar a sua capacidade intuitiva e de empatia para bem explorar a situa~ao, a
cacla instante. transformando-a (se for 0 caso) num momento terapeutico, que
leve 0 grupo a uma aprendizagem ou mudan~as profundas do seu "aqui-e-
agora":
35
Reconhecer 0 valor do conhecimento e comportamento individuais, atentando
para perceber as diversas variaveis culturais, cren<;as, valores em que as
pessoas estao inseridas:
Ser suficientemente capaz de apreender todas as rea<;:oes individuais para, num
sentido gestaltico, possibilitar unidade e compreensao no grupo;
Utilizar todo 0 seu conhecimento especializado, atraves de tecnicas e teorias,
objetivando desenvolver todas as potencialidades dos individuos e do proprio
grupo, obtendo como resultado um grupo cada vez mais sensivel;
Tratar todos com igualdade, sem demonstrar predile((oes ou preconceitos:
Utilizar, 0 maximo possivel, habilidades interpessoais de agrega((c30 do grupo, ser
acessivel e entusiasta;
Ser gente e gostar de ser gente.
A motiva<;:ao do individuo se liga as expectativas de melhorias na carreira
profissional, no reconhecimento social e na busca do crescimento pessoal.
Na metodologia para adulto, 0 objetivo do ensino-aprendizagem e 0 de
explorar a experiencia, 0 foco nao esta no conteudo que e ensinado, mas nos
esquemas referenciais de quem aprende.
Eo possivel apresentar aqui Paulo Freire (citado por ALBIGENOR, 2005,
p.85). "Como sujeito do processo educativ~, 0 homem busca ativamente respostas
para seus problemas, de forma consciente, critica e construtiva, rejeitando a mera
repetil(ao do que esta escrita au fai dita par outro"
o Facilitador precisa lembrar do momento de descoberta que 0 adolescente
passa, onde a busca pelas res posta de seus problemas I conflitos surgem
geralmente de forma critica, sem paCiElncia, tornando-o muitas vezes nao disponivel
36
para a aprendizagem e para perceber as mudangas necessarias para a nova etapa
de vida que iraa vivenciar.
Assim, preparar a adalescente para a vida, significa deixa-Io caminhar com
seus proprios pes, possibilitando-Ihe a tamada de cansciencia de todas as
possibilidades que a realidade Ihe oferece, avaliando sua propria capacidade.
Encontra-se em anexo um teste elaborado por (ALBIGENOR, 2005), que
avalia 0 papel que desempenha a profissional chamada Facilitadar de Grupo.
37
5. PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia e urn campo de conhecimento e atu8yao em Saude e
Educac;:ao que !ida com 0 processo de aprendizagem humana, seus padr6es
normals e patol6gicos, considerando a influencia do meio: familia, escola e
sociedade. no seu desenvolvimento. utilizando procedimentos proprios.
Apos a identific8r;ao das dificuldades de aprendizagem, a psicopedagogia
trabalha de forma preventiva e terapeutica. Preventivamente deve atuar nao 56 no
ambito escolar, mas alcanr;ando tambem a comunidade, esclarecendo sabre
duvidas. diferentes etapas que envolvam 0 aprender. Terapeuticamente a
psicopedagogia deve identificar, analisar, planejar e intervir atraves de diagnostico e
tratamento.
Apos 0 diagn6stico, ou seja, conhecendo as causas do problema, 0
psicopedagogo inicia 0 tratamento, chamado de processo corretor.
o campo de atuayao da psicopedagogia e amplo, pode 0 profissional atuar
como Clinica, Escolar, Institucional, Hospitalar, Empresariais e em organiza<;:oes que
ocorre gestao de pessoas. A pSicopedagogia ocupa papel importante em um novo
momento educacional que e a inser9ao e manuten<;:ao dos alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) no ensino regular, comumente chamada inclusaa.
Para a protica diagnostica da(s) dificuldade(s) apresentada(as) pelo(s)
sujeito au grupo, sao considerados os seguintes aspectos:
OrgElnicos e motores: dizem respeito a estrutura fisiologica e cinestesica do
sujeito que aprende;
38
Cognitivos e intelectuais: dizem respeito ao desenvolvimento, a estrutura e 80
funcionamento da cogniy3o, bern como aD potencial intelectual;
Emocionais: ligados a afetividade e emotividade;
Sociais: relacionados 80 meio em que 0 sujeito S8 encontra;
Pcdag6gicos: estao incluidas quest6es didaticas, ligadas a metodologia de
ensina e de avalia<;ao, nivel e quantidade de informa<;oes, numero de alunos em
sala e Quiros elementos que dizem respeito aD processo ensino-aprendizagem.
o psicopedagogo deve ser urn profissional que tern conhecimentos
mullidisciplinares, pois em urn processo de avalia<;3o diagnostica, e necessaria
estabelecer e interpretar dados em varias areas. 0 conhecimento dessas areas fara
com que 0 profissional compreenda 0 quadro diagnostico do aprendente e
favorecera a escolha da metodologia mats adequada, ou seja, 0 processo corretor,
com vista a supera<;ao das inadequa<;6es do aprendente.
E necessario ressaltar tambem que a atualiza<;ao profissional e imperiosa,
uma vez que trabalhando com tantas areas, a descoberta e a produ<;ao do
conhecimento e bastante acelarada.
39
6. CONCLUsAo
Um facilitador devidamente orientado par urn profissional da
pSicopedagogia, com sensibilidade para perceber as necessidades de aprendizagem
do adolescente, pode auxilia-Io na inclusao nao 56 no mercado de trabalho, mas
pnncipalmente em sua propria vida.
o trabalho com os adolescentes no Programa Agente Jovem, demonstra que a
Psicopedagogia mostra resultados positiv~s, pais auxilia de modo definitivo na
profissionalizayao e na vida de adolescentes em situac;ao de risco social. Fato este
que e passivel confirmar em casos de Coloc3c;ao no mercado de trabalho de
adolescentes deste programa. na participa<;:ao de alguns jovens em cursos na area
da AdministraC;:8o e Informatica e Qutros em processo de sel8yao e encaminhamento
ao mercado de trabalho.
40
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALBIGENOR & Rose Militao. Jogos Dinamicas & Vivencias Grupais - Como
desel7vo/ver sua me/hor "tecnica" em atividades grupais. 8<1 ediyao, Rio de Janeiro:
Qualitymark. 2005.
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2002.
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1972.
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41
SASSAKI , Romeu Kazumi. Incfusao, construindo uma sociedade para todos. Rio de
Janeiro: WVA, 1997,
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia Clinica Uma Visao Diagnostica. Porto
Alegre: Artes Medicas Sui Ltda, 1992,
43
TESTE - FACILITADOR
Teste de auto-avalia~ao como facilitador
LSI!; teste compoc-sc de doze pergunias. Cada lima dclas enfoca lInw situClc;ao
precis:l c propoe respost:1S. Cabe a voce enquadrar-se na resposla que melhar correspondcr ao
So..!U compOrlamC!lIO nalUra1. As siluac;6es rcais sao, em gera!. mais cOlllplicadas do que as aqui
slIgcridas. No cnlHnlO. 0 que csperamos c que estc teste indic,Hivo pOSSi.! ajuC\fl-l0 (a) a
mclhorar no ciescmpenho do pnpel de facilitador de grupo. Vamos, en tao, ~ISqueslocs:
I) AnlCS de lima rClilliiio (cllcolltro grupal), tCllho Icndcncia:l:a) Preparar e prcvcr ludo nos minimos dctalhes.h) Prcparar llm quadro geral do Cllcontro.c) ('o11lal'. anles de tudo, com 0 grupo.
2) .'\0 l'nmc~o cia ]"CUIIi.l0, tCliho IClldcncia a:a) )l1(lic<l1"ao grupo 0 caminilo que seria bom scguir.h) Propor v~lrios eaminhos par:t disellssaa c para cscolha do grupo.c) Confiar no grupo [111mque cle proprio cneontre 0 e:tminho.
:'I) Di:lI1lc dc idcias firmcmclltc oposlas:1s minhas, ICliho tcndclicia ;.l:
a) Manier-me em minhas id6ias, de maneira finne c, ;"ISvezcs, agressiva ouapaixonada.
h) Conlinuar a discutir para aprofundar os ponlos de visla de cada um.e) Dei;.:ar:l cad a lim sua liberdmle.
-l) Qll:llldo algucm 4.:dtica direlamcn!e 0 qlle CII digo 011 fa~'.(), lcuho Icnlicllcia :1:a) Tentar persuadi-Io de que tcnho razao.h) Fazer-lhe pergllllias Oll a remeter a pcrgunta a todo 0 grupo, para preeisa-lo
melhar.c) Dei;':<"I-loCabr. mudando, dcpois, de assunlo.
:;) (}lIando 0 grllpo tOllln ullla dirc(,::Jo difercnte daqucla decidid:l pelo conjullto dogrupn no inicio, tenho tcudCllci;'lll:
a) razer 0 grl1po vohar, J':"lpidae firl11cmcntc, ao cnlllinho prcvisto. scmdiscuSS;IO it respcito.
h) Relembrar ao grl1po suas primeiras OP90es, para que ele volte a se situar.c) Conliar no grupo scm inlervir.
(I) Em 11111 g'-lillO, (cnho habilualmcnlc, Icndcncia;'1:a) Dizcr 0 que penso logo de inicio, indepcndclltell1enle do que pensam os oulroS.h) Aguardar 0 momenlo mais favor[lvel para 0 caminhar do grupo. levando em
conla minhas idcias e aquelas cxpressaclas pel os oulros.4.:) Exprimir-mc conformc vai mc ocorrendo, depcndcndo do que SI1110 no
IllOlllento.
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7) EIII IIl11a rClllliao, tCllho tcndcncia a considcnlr 11111conllito como::t) lJlll 1ll0111CnlOdinei!. a scr rcsolvido 0 quanta antes. disciplin<lndo finncmentc
o grupo.b) Uma reac;,:iio normal do grupo, que c preciso viver scm CSC<lmOlear, meSlllo qlle
cfclivamelllc isso scja duro.c) Alga que sc regulalllcillan"!.
S) Di;\Iltc de alguclll que nao nhrc:l hoc,) no grupo, tenho a tcndcnci:l a:a) Interpclj~10 dirclamcnle para que ralc c que 0 grupo possa snbcr. cnfim. 0 que
pens;l.h) Fie;11',lIen10 para lanc;i1-1o no momenta oportullo. mas scm 101"(;;ar.c) RcspeiLar sell silcncio, scm Ihe conceder <11CI19110especial.
I)) l'al";1 couhc('cr a opilliao do grupo sohre 11111aSsllnto, tcuho tcndcllcia a:<I) a) Dar frcqUcntemcnte"a vO[la ao grupo, para que cada 11111passa e cleva sc
expreSS,]f,Il) Rccoloear 0 problema de diversas manciras, para os divcrsos membros do
grupo,c) Deixar a palavra ;']aqueles que falam mais, considerando que todos podcrao
ral:1r, se ;]ssim 0 desejarcm,
10) ]\a husca dos oiJjctivos propostos, tcnho em mira 1I11lprimciro lug:",:a) 0 sentido das minhas rcsponsabilidades, enquanto facilitador. pais eu sou 0
principal rcspolls,']vel pelo grupo,h) 0 scmido <las respollsabilicladcs de eada membra, mesmo que isso leve tempo,
antes que emla um se sinta rcspollsavet pete grupa,c) 0 scntido das responsabilidadcs dos lideres naturals do grupo, que os outros
acab,]m sempre par scguir.
II) Sillto;\ ;l\la1ia~:io COIIIO::I) a) Um momenta dificil, que nao devc SCI'prolongado, dcvendo sc referir
IIllic:unente aos resultados c aos objetivos atingidos pela grupo,h) Um momenta difieiL ;\S vczes cnriqucccdor, que se cleve referir, ao mcsllla
IClllPO, aos resullados aiingiclos e ao f'ullcionamcnlo interno do grupo,c) Um 1ll0l11CnIOcuja utilidade nao c para mim lao clara ;1ssi111,
12) Sl' a cxpccl:lIiva do gl'upo chcga a rcsultados difcl'Clltcs daC[lIclcs (I"C havi:lprl'visto, tCllho tClldcncia a me dizcr:
a) "Foi um fracasso !",h) "QlIem s;1be, isso correspondc melhar ,'ISverdadeiras necessiciades do grupo",c) "Foi pena, mas .. , que rcmcciio!?",
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INTERPRETA<;AO DOS RESULTADOS
;-..J'ISrcsposlas anele foi assinalada a Lelra "a", voce:tcnde <Ifacllilar de modo arbiLr{lrio.Prev€: tuclo antccipaciamcllte e nflo lrala nada com 0 grupo.E absoluto, :tuloril{lrio, impoe sell ponto de vista.
Para ,IS alincns "a", sc voce assinaloll:De lOa [2 rcspostas: Cuidado, aULoritarismo pcrigoso!De G a 9 rcspostas: ESleja <llenla its suas tendencias a querer dirigir tuclo.Dc 1 a 5 respostas: Algumas tcnciencias aU\Oril{lrias precisam SCI" vigiadas.
Nas rcspostas antle rai assinalada a Ictra "b", voce:Tcnde a f,lcililar de modo dcmocrMico.Prcvc algumas coisas nl1tccipaciamcntc.Discute com 0 gntpO para apcrfciyoamciltos Oll llludall((aS, confOrtllC asdesejos Illilnifcstados.Obscrva 0 grupa deciclir e; apenas, pr01110vc panicipayao.
P,lra ,IS ;dinc<1s "b'·. sc voce assinalou:Dc 10,1 12 respostas: Voce C U111f<1cilitador democrfltico ideal.De 6 a l) rcspostas: Voce tem em Ill~OSolilllos Irunfos p,lra conduzirclCI110Cralicalllcntc lltll grupo.Oc 1 a 5 rcspost,ls: Voce tCIll um bom caillinho, ainda, a pcrcorrer, ate facilitardClllocJ'(ltic:lmCnlc.
~;IS rcsposlas onele foi ,Issinalada a letra "c", voce:Tendc::l facilitar de modo libera!'Nf\o preve pratic<lmcnte nada, cxcctuanclo-se 0 local dc eneontro.Dei;.;,\ 0 gru[Jo caminhar;:j vonlade.Os assllntos sao postos dc modo generalizado e, com isso, 0 grupo (: absorvidopor elementos Illonopolizadores.
[I;lr,\ ;IS alineas "c", se voce assinalou:Dc IOn 12 rcspostas: Voce est{l deixando 0 barco corrcr C nilo exerce seu papelde f;\cilitmlor.De 6 a 9 rcspostas: Voce tem fortes tcndencias a dcixar 0 barco COlTerCOnfOrillC a corrcnte, 0 quc prejuc1ica 0 grupo.Dc 1 ,15 rcspost,lS: Voce Icm algumas tcndenci,\s aUlorit;:'u'ias a scrCl11 vigiadas.
SCI' 1~lcilitador e lornar j~lcil a comullica~ao, 0 conhecimento, a intcgra~ao efavorccer 0 rclacionaillenio cntrc os Illembros do grupo, scr lllcdiador, ser conciliador.
Enqu,mto cclucador, 0 f'lcilitador deve conduzir lim grupo bllscando possibiliiar uma,\(;;10 l'onstrlltivn dc aprcndizagem.
r\n apremler. 0 adulto possibilita a si a auto-dircyao.o rill110 dc aprendizagelll do adullO requer lIllla lllctodologi8 panicipativa, LIma
lingu<lscill (ilrela c cxperiencias concrelas.