A Familia e Sua Funcao Educativa Um Olhar Psicopedagogico

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    UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

    LORENA CARLA RIBEIRO TEIXEIRA PASCHOAL

    A FAMILIA E SUA FUNÇÃO EDUCATIVA: UM OLHARPSICOPEDAGÓGICO. 

    CURITIBA

    2011

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    A FAMILIA E SUA FUNÇÃO EDUCATIVA: UM OLHARPSICOPEDAGÓGICO. 

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    LORENA CARLA RIBEIRO TEIXEIRA PASCHOAL

    A FAMILIA E SUA FUNÇÃO EDUCATIVA: UM OLHARPSICOPEDAGÓGICO. 

    Trabalho de conclusão de curso apresentadaao curso de Psicopedagogia da Faculdade deCiências Humanas da Universidade Tuiuti doParaná, como requisito parcial para a obtenção

    do título de Psicopedagoga.

    Orientador: Jurândi Serra Freitas

    CURITIBA

    2011

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    TERMO DE APROVAÇÃO

    LORENA CARLA RIBEIRO TEIXEIRA PASCHOAL

    A FAMILIA E SUA FUNÇÃO EDUCATIVA: UM OLHAR

    PSICOPEDAGÓGICO. Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de especialistaem Psicopedagogia no curso de Psicopedagogia da Universidade Tuiuti doParaná.

    Curitiba, 24 de setembro de 2011.

     ______________________________________________________

    Coordenadora: Maria Letizia

    Curso: Psicopedagogia

    Universidade Tuiuti do Paraná

    Orientador: Prof. Ms. Jurândi Serra Freitas

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    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................6 

    2 CONFIGURAÇÃO FAMÍLIAR..................................................................................8 

    2.1 A FAMÍLIA DO PASSADO.................................................................................8 

    2.2 FAMÍLIA DO PRESENTE............................................................................... 10 

    2.3 FAMÍLIA DO FUTURO ................................................................................... 12 

    3 FUNÇÃO DA FAMÍLIA ..........................................................................................15 

    3.1 NECESSIDADES BÁSICAS........................................................................... 15 

    3.2 VALORES ...................................................................................................... 19 

    4 O PSICOPEDAGOGO E SUAS INTERVENÇÕES................................................19 

    4.1 ESTRATÉGIAS PARA ACOLHIMENTO E INTERVENÇÃO. ......................... 21 

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    1 INTRODUÇÃO

    Para que o Psicopegadagogo possa compreender o variados processos

    inerentes ao aprender humano, é necessário conhecer como a aprendizagem se

    processa, ou seja, de que maneira aprende-se, e também quais os fenômenos

    que dificultam neste processo. A família, foco deste trabalho, é uma das grandes

    preocupações, pois mesmo com todo avanço na área preventiva, educativa e

    tecnológica a família cresce de forma desorganizada, no lar a preocupação com a

    moradia educação e lazer além do próprio sustento da família é uma das causas

    dessa falta de estrutura política e social. A psicopedagogo está inserido em um

    contexto social, o qual não pode ser ignorado. Para ocorrer um efetivo trabalho

    psicopedagógico, deve haver uma análise profunda da família deste cliente, bem

    como toda a reestruturação sofrida nas ultimas décadas. Neste sentido, é

    importante analisar o papel do psicopedagogo acerca do de sua visão sistêmica

    sobre a educação e todo e o seu contexto.

    Frente a este cenário cabe analisar a estrutura familiar no passado, presente

    e futuro e compreender de que forma o psicopedagogo pode auxiliar para queescola e família possam desempenhar o seu papel educativo.

    Após esta visão histórica cultural faz-se necessário abordar as funções da

    familia, pois ela é a responsável pela formação do individuo, sendo ela a primeira

    instituição social, que auxiliará na construção das relações afetivo, social e

    cognitivo.

    No terceiro capítulo, ampliou-se a reflexão sobre o papel do psicopedagogo

    frente às duas instituições sociais, a escola e a família.A pesquisa monográfica se voltará ao campo da  pesquisa qualitativa, esta

    metodologia é o caminho próprio para a abordagem da realidade a ser analisada.

    A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, ela se preocupa

    com um nível de realidade que não se explica apenas por meio de dados

    quantitativos, embora não seja possível prescindir dos mesmos. A principal

    característica das pesquisas qualitativas é o fato de que estas seguem a tradição

    “compreensiva” ou “interpretativa”. (Paton, 1986). A abordagem qualitativa para

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    nosso estudo é essencial, pois será por meio da pesquisa que analisaremos e

    interpretaremos a reestruturação familiar e sua função educativa. Cabe a busca

    da profundidade, partindo do subjetivo tentando atingir o objetivo, trabalhando

    com valores, crenças, opiniões, atitudes e representações.

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    2 CONFIGURAÇÃO FAMÍLIAR

    Os contornos familiares que se apresentam na sociedade atual, sofreraminúmeras modificações ao longo da história da humanidade. São diversos os

    motivos que levam a esta reformulação na estrutura familiar, sendo estes: sociais,

    econômicos, culturais etc...

    Ao fazer um recorte neste contexto, se faz necessário retornar ao passado,

    compreendo motivo das mudanças ocorridas neste cenário familiar.

    2.1 A FAMÍLIA DO PASSADO

    No período colonial, ou também nomeado Brasil Colônia, originou-se a

    família de regime Patriarcal, esta família teve a origem através de três culturas

    distintas, sendo elas: Indígena, européia e africana. Esta miscigenação racial

    trouxe uma população diferenciada e com hábitos e costumes próprios, sendo

    transmitidas por gerações e gerações.

    No período no Colonial para se alcançar prestígio e reconhecimento social

    era fundamental e indispensável possuir uma família. A família era o centro equem não a tivesse era malvisto pela sociedade patriarcal, este valor familiar,

    bem como outros ganhou força com o cristianismo, muito marcante na época.

    Neste momento, o poder absoluto era exercido pelo pai, esse poder se entendia

    não somente sobre a mulher e os filhos, mas também sobre os dependentes,

    empregados e escravos que residiam juntos, desta maneira o homem possuía

    uma extensa família a qual dominava os agregados em sua residência, sendo o

    homem responsável em prover o sustento dos mesmos.O valor mais respeitável da família tradicional eram os filhos. Fielmente

    perpetuavam a linhagem, oferecendo segurança na vida futura, voltada para a

    produção e acúmulo de bens ou propriedades. A família com o poder absoluto e

    indiscutível do pai defendia a submissão total da mulher. O casamento era

    realizado pela escolha dos pais, sendo obrigados a casarem sem o vínculo

    afetivo, baseando-se em interesses econômicos, sendo à mulher, destinada a

    castidade, a fidelidade e a submissão. Na família patriarcal o número de filhos era

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    elevado, o qual o primogênito era o único herdeiro dos bens acumulados,

    considerados extensão do patrimônio do patriarca. Ao nascer dificilmente

    experimentavam o sabor do aconchego e da proteção materna, pois eram

    amamentados e cuidados pelas amas de leite.

    As amas de leite, eram mulheres escravas que tinham a função de

    amamentar os filhos dos senhores, quando as mulheres eram impossibilitadas de

    exercerem este papel. Esta atividade desenvolvida pelas amas de leite foi

    relacionada com a precocidade sexual dos brasileiros filhos dos proprietários e

    donos dos engenhos. Segundo o estudo de Freyre baseia-se que:

    "Já houve quem insinuasse a possibilidade de sedesenvolver, das relações íntimas da criança branca com aama-de-leite negra, muito do pendor sexual que se notapelas mulheres de cor, por parte do filho-família, nos paísesescravocratas. A importância psíquica do ato de mamar, dosseus efeitos sobre a criança, é, na verdade, consideradaenorme pelos psicólogos modernos; e talvez tenha algumarazão Calhoun para supor de grande significação essesefeitos no caso de brancos criados por amas negras". (FREYRE, 1998, p.283)

    Na família patriarcal os papéis eram muito bem definidos. A mulher deviaobedecer indiscutivelmente às decisões do marido, enquanto apenas cuidava de

    afazeres do lar e dos filhos. Desde a mocidade a mulher era ensinada a obedecer

    ao pai para posteriormente o marido, em uma educação rígida. O programa de

    estudo a qual eram submetidas era diferente do que o dos homens, o da mulher

    era superficial e restringia-se ao mínimo para a administração do lar futuro, como:

    contar, cozer, costurar, bordar, ler e escrever. Neste estudo, a mulher tinha o

    objetivo de realizar-se com o casamento, tendo futuramente uma esposa para quepudesse atendê-lo, declarando toda a ausência de autonomia. A única

    possibilidade possível da mulher no período colonial de não casar era a reclusão

    a um convento. Portanto o papel da mulher casada era dedicar-se aos cuidados

    dos filhos e as funções do lar.

    O período patriarcal é conhecido pela excelência do papel do homem. O

    homem devia prover o sustento e proteger a sua família, e devido a este papel

    ganhava prestigio e aceitação social, por ser membro e possuir uma família digna.

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    O seu poder era inquestionável, e se entendia a toda a família, denominada de

    solidariedade parental. o Catolicismo contribuía com dogmas, realizados pelas

    famílias patriarcais como a indissolubilidade do casamento, que atestava que os

    cônjuges deveriam permanecer juntos “até que a morte os separasse”.

    2.2 FAMÍLIA DO PRESENTE

    A partir das derradeiras décadas do século XIX, identifica-se um novo

    arquétipo de família. A Proclamação da República, o fim do trabalho escravo, as

    novas práticas de sociabilidade com o início do processo de industrialização,

    urbanização e modernização do país constituem um terreno fecundo para odesenvolvimento do modelo de família nuclear burguesa, proveniente da Europa.

    Emerge uma família constituída por pai, mães e poucos filhos, diferente do

    período patriarcal. O homem continua detentor da autoridade e do espaço público;

    enquanto a mulher assume uma nova posição no espaço privado da casa “do lar”.

    Isso se adapta a educação dos filhos, a menina é educada para exercer seu papel

    de esposa e mãe, cuidar da educação dos filhos e cuidar do lar.

    No Brasil, o divórcio foi instituído oficialmente com a emenda constitucionalnúmero 9, de 28 de junho de 1977, regulamentada pela lei 6.515 de 26 de

    dezembro do mesmo ano. Quanto a filiação, entre a relação de parentesco entre

    ascendente e o descente os filhos naturais, os cabe privativamente ao marido o

    direito de contestar a legitimidade dos filhos nascidos de sua esposa (art.344 CC

    de 1916 e 1601 do NCC que tornou a ação imprescritível alterando os prazos do

    art.178 do antigo Código Civil). 

    A Constituição Brasileira de 1988 aborda a questão da família nos artigos5º, 7º, 201, 208 e 226 a 230. Trazendo algumas inovações (artigo 226) como um

    novo conceito de família: união estável entre o homem e a mulher e a

    comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. E ainda

    reconhece que: os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são

    exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

    A industrialização e a urbanização causaram um grande impacto sobre as

    estruturas familiares em nosso País. A mulher se emancipou e a realidade dos

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    direitos se igualou entre os cônjuges. Então, agora não mais somente o homem é

    o mentor, organizador e educador da família, mas o casal. Na maioria dos lares, o

    casal trabalha em áreas diferentes, objetivando formar uma renda familiar que

    lhes dê condições de viver com dignidade, criar e educar os seus filhos e

    desfrutar de um viver sadio. Em consequência, muitas das atribuições da mãe no

    lar, que cotidianamente ela realizava, foram transferidas para instituições

    especializadas em crianças e jovens. Tanto o homem como a mulher passam

    grande parte do tempo trabalhando fora do lar e, também os filhos na escola ou

    no trabalho aonde permanecem um tempo maior longe da residência, trabalhando

    ou se instruindo, praticando esportes, construindo amizades.As várias mudanças ocorridas no plano sócio-político-econômico

    relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista vem

    interferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando mudanças em seu

    padrão tradicional de organização. Conforme Pereira (1995), as mais evidentes

    são:

    [...] a queda da taxa de fecundidade, devido ao

    acesso aos métodos contraceptivos e deesterilização; tendências de envelhecimentopopulacional; declínio do número de casamentos eaumento da dissolução dos vínculos matrimoniaisconstituídos, com crescimento das taxas de pessoasvivendo sozinhas; aumento da taxa de coabitações(casal que vive junto de maneira informal), o quepermite que as crianças recebam outros valores;menos tradicionais; aumento do número de famíliaschefiadas por uma só pessoa, principalmente pormulheres que trabalham fora e têm menos tempopara cuidar da casa e dos filhos.

    Estas situações feitas por Pereira (1995) demonstram claramente o cenário

    capitalista, neoliberal, onde o tempo vira algo muito restrito devido às relações

    exacerbantes de trabalho. O trabalho na vida contemporânea tem principal

    posição na vida familiar, o consumo e a necessidade em possuir, fazem com que

    se trabalhe muito e se viva pouco. O modelo vigente atual valoriza o individual e o

    desejo próprio, por isso, laços familiares são anulados, bem como a construção

    de uma família, no caso o casamento. Há uma conspiração a favor do

    desfortalecimento do grupo, o prazer deve ser imediato e individual, por isso, o

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    ser mãe perde o seu prestigio diante da carreira e valorização individual

    profissional.

    Este modelo capitalista instiga três premissas: consumismo, moda e

    estética. O consumismo pode ser julgado pela compulsão incessante por objetos

    novos sem que haja a real necessidade. Esta enculcação por objetos sem a real

    necessidade se deriva da sociedade que valoriza o ter, sendo através dos objetos

    que o individuo define a sua personalidade e aceitação social. O consumismo é a

    busca de satisfação subjetiva e sensorial, imposta pela sociedade. Costa (2004,

    p. 77) afirma com propriedade:

    “consumismo, portanto, é o modo que o imaginário

    econômico encontrou de se legitimar culturalmente,

    apresentando mercadorias como objetos de

    necessidades supostamente universais, ocultando

    desigualdades econômico- sociais entre os potenciais

    compradores”. 

    Neste viés, independe a classe social, ou o nível de renda é uma atitude

    diante a sociedade como ato de liberdade e de personalidade. A busca pelo

    prazer ao adquirir é o objetivo do mercado que impulsiona o consumismo, a

    grande necessidade de ter objetos que valorizem a sua autoestima e seu prestígio

    social, a aparência do indivíduo é validada sobre o que ele possui, recebendo o

    sentimento de aprovação dos demais, parafraseando Costa 2004, este

    sentimento promove o equilíbrio emocional, indispensável para a o ser humano.

    2.3 FAMÍLIA DO FUTUROComo estudado, foram inúmeras as transformações sofridas pela

    instituição familiar. Todas estas transformações transitaram por períodos

    marcantes da história e é notória a sua metamorfose interrupta. A temática

    familiar nos faz refletir sobre o que há por vir, ou seja, quais outras alterações

    serão sofridas neste eixo familiar. As analises sobre as últimas alterações na

    dinâmica familiar, nos fazem pensar ao o que leva a mudança. De acordo com

    Roudinesco (2003) a família se modifica com o passar do tempo, e essas

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    transformações acontecem basicamente graças a dois fatores: diferenças nas

    relações sexuais e no incesto, que tem como resultado o declínio do poder

    patriarcal. Juntamente com estes dois fatores, acrescentasse mais a questão das

    relações de trabalho que também moldam esta instituição familiar.

    Conhecer a história da família em seu passado permite conhecer e

    interpretar a família do futuro. Através da analise do conjunto de transformações

    sociais do país, e as culturas herdadas e construídas percebemos que serão

    ainda mais evidentes estas características: A família herdará ainda mais um

    tamanho reduzido. As estatísticas da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de

    Domicílios) acusam que este percentual vem diminuindo, para 3,1 por pessoa, em2009, visto que em 1999 era de 3,4 por domicilio. Este fator vem acompanhado

    do alongamento na faixa etária reprodutiva feminina, ou seja, as mulheres estão

    sendo mães mais tardiamente, pois almejam a estabilidade profissional e

    financeira.

    Um ponto muito forte para demarcar a família do futuro o desfortalecimento

    da consciência grupal. A importância antes era centralizada nos grandes grupos,

    na filiação e na conjugalidade, agora na pós modernidade valoriza-se o individualna realização pessoal dos membros do grupo. Na sociedade capitalista vigente, a

    individualidade percute no acumulo de capital e de bens, que proporciona

    conceituação social, mesmo que exaustivo e escravizado pelo desejo de deter. O

    homem é preso pelo trabalho que o faz querer conquistar propriedade.

    Como já citado, as questões sociais econômicas e culturais afetaram o

    enredo familiar. Em análise futurística e com o avassalador crescimento da

    ciência a família também sofre alterações, juntamente com o avanço tecnológico.

    A reprodução humana é modificada, os métodos anticoncepcionais prática do

    aborto, o controle de natalidade, a inseminação artificial, o DIU a inseminação ín

    vitro  com subseqüente implantação intra-uterina, a concessão de esperma ou de

    óvulos, as barrigas de aluguel   entre outros. Estes métodos revolucionaram a

    reprodução humana e tornaram a discussão entre a sociedade e a religião. Além

    da formação do grupo familiar com a presença mais poderosa da ciência, há a

    formação da família homoparental a qual a ciência gera artificialmente.

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    A inserção da mulher ao mundo do trabalho também é um dado alarmante.

    As qualidades de trabalho melhoraram e a posição da mulher ganha equivalência

    próxima ao do homem, estes impulsionam o número de mulheres chefes de

    família que cresceu 79% em dez anos, passando de 10,3 milhões, em 1996, para

    18,5 milhões em 2006, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

    (IBGE), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

    2006 (PNAD). Estes dados são apontam a mulher acentuando a sua participação

    de co-provedora, para provedora de seus lares. Este modelo abala por completo o

    modelo patriarcal, tomando à luz a figura materna como centro.

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    3 FUNÇÃO DA FAMÍLIA

    A família é o lugar indispensável para a segurança da sobrevivência e da

    proteção global dos filhos e demais, indeferindo o arranjo familiar ou da forma

    como vêm se estruturando com o passar do tempo. A família tem um papel central

    no desenvolvimento do ser humano, não apenas pela garantia da sobrevivencia

    física, mas também porque dentro dela onde se realizam as aprendizagens

    primordiais que serão necessárias para o desenvolvimento autonomo dentro da

    sociedade que está inserido. Para isso, a família estabele alguns mecanismos

    para instalar estas aprendizagens, moldando as caracteristicas do seu individuo,durante todo o período em que permanece sob a sua custódia. A família

    proporciona o contexto de socialização dos seus filhos, diante das suas

    possibilidades e impossibilidades, sejam elas financeira, sociais, culturais,

    nutricionais, afetivas entre outros. De qualquer forma a familia é provedora.

    3.1 NECESSIDADES BÁSICAS

    São eleitos as necessidades básicas, as atividades de manutenção a vida,

    inerentes e fundamentais ao ser humano, podendo mater e einserir o individuo na

    sociedade. Neste viés analisemos os seguintes deveres que a família é designada

    segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), documento que rege a

    legalidade atual no Brasil.

    Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos osdireitos fundamentais inerentes à pessoa humana, semprejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas asoportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar odesenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,em condições de liberdade e de dignidade.Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedadeem geral e do poder público assegurar, com absolutaprioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, àsaúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, àliberdade e à convivência familiar e comunitária.

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    A Lei prevê uma formação e desenvolvimento integral da criança e do

    adolescente, provendo as suas necessidades básicas, cabe analisar a

    importância destes e seus seguimentos na atualidade:

    A saúde  como primeiro tópico a ser debatido, releva os cuidados da

    família, mais especificamente a mãe em prover a saúde deste o período

    gestacional. São muitos os fatores que podem desencadear o desenvolvimento

    não saudável do feto, como: a idade materna, a altura, a não aceitação desta

    gestação, a acuidade pré natal, pós natal e neonatal, a situação conjugal

    insegura, baixa escolaridade, baixa renda familiar, uso de drogas e condições de

    parto, podem por vezes explicar condições patológicas, inclusive deaprendizagem, notadas na criança em fases posteriores. O acompanhamento do

    desenvolvimento e saúde físico e mental, da criança é fundamental, a infância é

    um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas.

    Os distúrbios que incidem nessa época são responsáveis por graves

    conseqüências para indivíduos e comunidades.

    O fator alarmante tem sido notificado nas últimas décadas, que a atividade

    sexual precoce, tendo como resultante o alto número de gestações e na aquisiçãode DSTs (Doenças Sexualmente transmissíveis). São diversos os fatores que

    interferem na iniciação precoce sexual: fatores biológicos, experiências precoces

    com intimidade, afeto, atitudes parentais, influência do meio ambiente, etc.

    (Whitfield, 1989).

    Esta colocação, sugere a analise da falta de orientação dos jovens na

    família, na escola e por meio de políticas públicas. A sexualidade precoce recebe

    estimulo e impulso direto da mídia.A alimentação  da criança inicia desde os seus primeiro dia de vida. A

    família deve ser orientada pelos profissionais da saúde, apontando o aleitamento

    materno como estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a

    criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para a

    redução da morbimortalidade infantil, bem como a prevenção de infecções e

    patologias. A família, a escola e a sociedade têm a responsabilidade de patrocinar

    um hábito saudável por parte das crianças para que estas se tornem capazes de

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    encontrar um equilíbrio alimentar e alcancem uma boa qualidade de vida com

    repercussões positivas na adolescência e na vida adulta.

    O encargo da família é beneficiar a adoção de um comportamento

    alimentar saudável por parte das crianças. Os pais exercem a função de modelo

    para seus filhos auxiliando-os nas práticas alimentares e estabelecendo os

    alimentos. Para isso, é importante criar opções atrativas e nutritivas para que as

    crianças componham apropriada e equilibradamente sua dieta.

    Porém, alguns fatores interrompem esta idealização no cenário brasileiro.

    Falar de ideal na questão alimentação, nos faz lançar a reflexão que provem o

    acesso aos alimentos apropriados para uma dieta equilibrada. Estes fatorespermutam a área social, embora o Brasil tenha avançado na área social nos

    últimos anos, alguns problemas persistem, afetando drasticamente a vida dos

    brasileiros. O Brasil é palco dos maiores índices de desigualdade social, havendo

    grande parte da população na miséria e em altos níveis da pobreza e o alimento é

    escasso. O governo ciente deste problema social busca estratégias para

    assegurar o direito à alimentação nas camadas mais vulneráveis a desnutrição,

    oferecendo a família um meio assistencial a alimentação.A alimentação além das questões sociais e econômicas recebe nova

    configuração devido à vida moderna. Na era da globalização advinda da

    Revolução Industrial l (final do século XVIII à primeira metade do século XIX),

    impulsionam as relações de trabalho. A máquina possibilitou a intensificação da

    inserção feminina, já que a maquinaria dispensava o uso da força muscular

    Nogueira (2004). Com isso, a mulher é deslocada da esfera doméstica, havendo

    uma reestruturação familiar. Esta inserção chegou ao Brasil, onde a mulher passaa contribuir também com a renda familiar. A mulher assumindo um novo papel na

    sociedade agrega mais atividades, havendo uma nova organização nas atividades

    da família, no caso o ato de cozinhar.

    Estudos revelam que o hábito alimentar recebe o padrão da vida pós

    moderna. O tempo, na sociedade capitalista vigente, é precioso. As inovações

    tecnológicas invadem a rotina familiar, havendo menos tempo para atividades

    manuais, como o cozinhar, optando por alimentos prontos, ou semi-prontos. No

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    Brasil, apesar da desnutrição ainda ser uma triste realidade, a Obesidade Infantil

    praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Calcula-se que cerca de 15% das

    crianças brasileiras sejam obesas. As mudanças nos estilos de vida, causadas

    pela modernidade recebem destaque, sendo as principais: a oferta de alimento

    calórico em grande proporção, a perda do hábito alimentar em refeições com a

    família e o sedentarismo infantil, no qual as crianças “não” gastam a grande

    quantidade de caloria que ingerem.

    A família também deve patrocinar a educação formal e informal, sendo

    um compromisso social de garantir escolarização a todas as crianças e

    adolescentes, até os 18 anos, porém na história este principio foi regulado. Aeducação teve progressos em sua democratização, diante da Constituição

    Federal de 1988, que traz a educação como direto social. Este direito propunha

    como direito de todos, dever do Estado e da família, com a função de garantir o

    desenvolvimento pelo do ser humano, o inserindo no contexto social e para o

    mundo do trabalho. 

    O dever da família com o processo de escolaridade e a acuidade da sua

    presença no contexto escolar é publicamente reconhecido e obrigatório nalegislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação. A escola tem

    seus objetivos sociais insubstituíveis a qualquer outra instituição social, pois a

    mesma é um espaço legítimo, ou seja, ela tem o papel que incumbi na formação

    plena do indivíduo, transformando a informação em conhecimento elaborado,

    mas como em toda etapa da vida do indivíduo necessita do amparo familiar para

    nortear e acompanhar a vida escolar. De acordo com Tiba (2002, p.181)

    [...] Para a escola, os alunos são apenas transeuntespsicopedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza,um dia vão embora. Mas, família não se escolhe e não há como mudarde sangue. As escolas mudam, mas os pais são eternos [...].

    Esta análise de Tiba cabe a delegação do papel da família a escola. A

    escola já possui os seus objetivos diante a formação intelectual e social do

    aluno, mão assumindo outras funções, não sendo o seu papel. A educação na

    família bem sucedida vai servir de apoio à sua capacidade criadora e ao seu

    comportamento produtivo quando for adulto.

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    3.2 VALORES

    O trabalho com valores nas famílias é o alicerce da educação e formação

    de caráter do individuo que se almeja formar. A família busca no fortalecimento de

    determinados valores, meios para contribuir com o caráter e desenvolvimento

    ético, moral e espiritual de seu filho. Porém ao longo da história, assim como a

    família, os valores sofreram modificações. No período patriarcal a família

    propunha os valores pautados em uma religião marcante e com hábitos diários

    para praticar a fé, atualmente percebe-se a busca por razões e auxílios

    psicológicos, deixando a religião em segundo plano.

    A sociedade contemporânea, diferente do período Colonial, busca napsicologia o conforto e o auxilio, antes buscados na fé e religiosidade. A religião

    também era base para a criação dos filhos. Porém nas últimas décadas, a escola

    vem assumindo praticamente sozinha este papel, que é a construção de valores

    na formação integral de seus filhos. Os pais buscam escolas com princípios

    filosóficos, religiosos e que abordem a ética e valores. Há claramente a delegação

    dos pais, de uma função antes exercidas por eles, agora tendo de ser arcada pela

    a escola, conseqüente das inúmeras mudanças sociais, sendo uma das principaisa saída da mulher para o mundo do trabalho, não tendo mais o tempo de

    transmitir valores.

    4 O PSICOPEDAGOGO E SUAS INTERVENÇÕES

    A Psicopedagogia passa a existir para atender à patologia da

    aprendizagem, porém é notório que tem sido voltada para uma ação preventiva,acreditando que muitas dificuldades de aprendizagem se devem a inadequada

    Pedagogia institucional e familiar. A proposta da Psicopedagogia, numa ação

    preventiva, é adotar uma postura crítica frente ao fracasso escolar, numa

    concepção mais totalizante, visando propor alternativas de ação voltadas para a

    melhoria da prática pedagógica das escolas. 

    Para esta discussão cabe frisar o contexto social que o aluno está inserido

    sendo ou não determinante para o êxito ou fracasso escolar. Afunilando todos

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    estes condicionantes trazer o funcionamento da família contemporânea e a

    condição social em uma analise sociológica possibilita compreender a dificuldade

    dos alunos no processo de aprendizagem. A escola atualmente leva em

    consideração a importância da participação da família na vida escolar, fazendo

    um trabalho conjunto para obtenção do êxito escolar, fornecendo mecanismos

    para a participação dos pais.

    “observamos uma crescente demanda deatendimentos clínicos a crianças eadolescentes com queixas na aprendizagemescolar no Brasil, os quais trazem consigo umaangústia: a ameaça de fracasso escolar. Tudo

    isso se torna mais evidente quando se trata de jovens que, teoricamente, têm todas ascondições cognitivas e pedagógicas paraaprender, mas, mesmo assim, muitas vezes,fracassam nas suas tentativas. Nossa escutanos leva a pensar que, como sintoma, esse nãoaprender resistente pode estar traduzindoconflitos intrapsíquicos construídos nasrelações intersubjetivas, particularmente dentroda dinâmica familiar contemporânea. Talpensamento é corroborado por diversosautores da Psicopedagogia e da Psicanálise,tais como Fernàndez (1991) Souza (1995) e

    Bossa (2002).”

    A família brasileira tem pedido ajuda, porém não sabe a quem. A

    intervenção psicopedagógica colabora a partir do momento que domina as duas

    principais instituições sociais: A família e a escola. Os estudos nas áreas da

    historio sociológica e antropológica que a família tem encontrado os problemas da

    vida cotidiana pós moderna. Por meio dos processos de modernização,

    industrialização e urbanização a família brasileira tomou uma nova estrutura, a

    qual depende de um novo atendimento, tanto escolar como psicopedagógico, oqual entra em discussão.

    “Com uma certa freqüência, a escola depara-secom alunos cujas famílias são configuradas porum só conjugue, famílias reconstituídas após amorte ou a separação de um casal, casaishomossexuais, etc. Novas configuraçõesfamiliares surgiram e a escola teve queressignificar os conceitos de “famíliasdisfuncionais”. (Polity, 2004, p. 198)

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    Indo de encontro à demanda em suas novas necessidades, a escola

    amplia as suas funções, e assume não mais apenas o papel de construir com o

    aluno o conhecimento elaborado, a escola assume também o papel da família.

    Porém, como estudado em capítulos anteriores o papel da família é insubstituível.

    Por este motivo é inegável a atmosfera conflitante que caracteriza o atual

    relacionamento escola-família e família-escola. Professores, pedagogos e pais

    expõem a complexa relação, devido desequilíbrio na prática educativa de ambos.

    A escola é um espaço legitimo o qual deve refletir constantemente sobre a sua

    prática, buscando exercitar a uma educação que possa enfrentar este novo

    modelo familiar não discriminando as “famílias disfuncionais” e valorizando a“família nuclear” como única dominante. Segundo Boron, (1997, p. 106) “nenhum

    aspecto ou dimensão da realidade social pode ser compreendido à margem – ou

    com independência – da totalidade na qual se constitui”. Sendo assim não cabe

    apenas refletir sobre a educação, a escola não pode apenas estar à margem da

    realidade social e sim compreender o quadro do contexto social e familiar de seus

    alunos.

    Neste viés, faz-se necessário a busca de um olhar sistêmico dopsicopedagogo, o qual compreende todo o processo de transformação familiar ao

    longo dos séculos, e tem propriedade quanto à função da escola. A intervenção

    psicopedagógica, tem como foco a criança, tendo subsídios para esta leitura

    global do meio que ela está inserida, tanto no contexto escolar quanto familiar.

    Estas análises do psicopedagogo fornecem um histórico a ser estudado e busca

    da identificação para diagnosticar ou prevenir a dificuldade de aprendizagem. O

    psicopedagogo pode unir as duas forças institucionais, a familiar e a escolar, poisambas desempenham tarefas comuns que é o desenvolvimento integral da

    criança. Cabe então ao psicopedagogo construir estratégias de acolhimento em

    busca de intervenções.

    4.1 ESTRATÉGIAS PARA ACOLHIMENTO E INTERVENÇÃO.

    Frente a estes estudos acerca da família contemporânea, o psicopedagogo

    tem o papel de acolher a família para que possa agir. A família atual se encontra

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    em desordem, a qual não consegue desempenhar o seu papel educativo, pois

    como analisado, tanto a escola, como a família tem papeis definidos e

    insubstituíveis quanto ao desenvolvimento da criança.

    Estudos apontam a tamanha dificuldade dos pais lidarem com as crianças

    disfuncionais (seja ela emocional, física, psíquica ou intelectual ou ainda as

    comorbidades). A dificuldade é comparada a um luto e ao sentimento de derrota

    por não ter o filho idealizado.

    Portanto partimos de um acolhimento a esta família que passa por um

    momento difícil familiar, pois filho passa por dificuldades e conseqüentemente a

    família, gerando a desorganização e o abalo da estrutura familiar. Opsicopedagogo acolhe a família desestrurada primeiramente a incentivando a

    iniciar a Psicopedagogia, a qual fará intervenções diretamente com a criança,

    porém sabendo que a família é a base para toda e qualquer intervenção.

    A inclusão do atendimento familiar se constitui em um recurso valioso, pois

    a família se encontra desconsolada e sem fundamentação do certo e do bem para

    os seus filhos. Ao trazer a família se traz alguns dos ensinantes daquela criança

    se amplia a visão do contexto da criança, compreendendo a dinâmica familiar e ovalor que o conhecimento ocupa naquela família bem como as suas relações.

    Enquanto um sistema, para dar conta dessas funções, a família desenvolve

    padrões particulares de funcionamento entre e com o meio externo

    (MINUCHIN;FISHMAN, 1984). De inicio é importante não focar na família e sim

    co-responsabilizar a escola e os professores, pois a família deve primeiramente

    se sentir acolhido e não culpada pelas dificuldades enfrentadas. A participação

    da família no atendimento psicopedagógico resgata aos pais a função educativa ede cuidados básicos para com os seus filhos. O psicopedagogo sistêmico tem

    conhecimento desta inclusão familiar no atendimento psicopedagógico não como

    abreviação do tempo de trabalho para com a criança e sim como a fortificação do

    seu trabalho. A família é decisiva para manter ou superar as dificuldades

    apresentadas.

    Após o acolhimento da família e de dados quanto à organização e dinâmica

    da família real cabe ir à escola. A visita do psicopedagogo na escola é essencial

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    para uma visão e pratica sistêmica. Conhecer a prática e a organização da escola

    é essencial para se traçar metas, pois cada escola adquire um perfil metodológico

    próprio. A criança está inserida nestes dois meios, os quais não poderão deixar

    de ser analisados como um todo, pois através destes pólos aumenta a visão e a

    atuação do profissional da Psicopedagogia.

    Assim, o trabalho com o aluno fica real e com uma grande gama de

    intervenções possíveis. O Psicopedagogo necessita da globalidade do problema

    para que possa intervir significativamente no processo de aquisição do

    conhecimento. Fazendo se necessárias intervenções tanto na família quanto na

    escola, pois ambas encontram em total desestruturação.

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    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O presente trabalho monográfico buscou compreender a família em sua

    historicidade, permeando o passado no período patriarcal, no presente em suas

    novas configurações, definidas pela era da modernização, industrialização e

    capitalismo, bem como a família do futuro em suas novas estruturas e papeis,

    extinguindo a família nuclear.

    A família foco deste trabalho tem o seu papel educativo o qual ao pode ser

    ignorado ou tão pouco assumido por outra instituição. A criança precisa da

    família, a qual é definitiva na para a aquisição do conhecimento e a sua inserção

    social. A família em sua nova configuração vem caminhando de forma

    desorganizada, o embasamento teórico aliado à pesquisa realizada permite

    afirmar que a instituição família precisa de apoio.

    A importância do papel do psicopedagogo é fundamental para que ambos

    papeis, tanto da família, quanto da escola, possam ser exercido em seu máximo e

    a que a criança na seja vitima das transformações que vem ocorrendo.

    Enfim, a pesquisa realizada foi fundamental e muito gratificante para a

    minha formação de especialista, pessoal e profissional, amadureci os meus

    conhecimentos e conceitos, permitindo a ampliação e compreensão sobre a

    estrutura familiar da sociedade brasileira diante a prática psicopedagógica.

    Mostrou ainda que este projeto possa ser base para futuras pesquisas a cerca do

    cenário de transformações sociais e familiares.

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    6 BIBLIOGRAFIA

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    COSTA, Jurandir Freire. O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do

    espetáculo. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

    FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Record, Rio de Janeiro, cap.IV, pág. 283, 34ª edição, 1998.

    MINUCHIN, S. E.; FISHMAN, H. Técnicas de terapia familiar.  Buenos Aires:Paidós, 1984.

    PEREIRA, P.A. Desafios Contemporâneos para a Sociedade e a Família. InRevista Serviço Social e Sociedade. Nº 48, Ano XVI. São Paulo, Cortez, 1995.

    POLITY, E. (org.) Psicopedagogia: Um enfoque sistêmico: terapia familiarnas dificuldades de aprendizagem. São Paulo,Vetor, 2004.

    ROUDINESCO, Elisabeth.  A Família em desordem. Rio de Janeiro: J. Zahar,2003.

    TIBA, Içami.Quem ama, educa. 2ª ed. São Paulo: Gente, 2002.

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    Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v23n2/a03v23n2.pdf Acessado em:10 de setembro de 2011.