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O FUTURO DA COMUNICAÇÃO ESCRITA-

da galáxia de Gutenberg à aldeia global de Mcluhan

R. A. Amaral Vieira

Uma brutal crise financeira se abateu sobre os jornais e revistas ameaçando suas existências, no mes­mo passo em que os meios audio­visuais de comunicação de massa (entre eles a televisão desponta) atingem a niveis de penetração, au­diência e força inimagináveis.

Nos Estados Unidos órgãos tradi­cionais como The Saturday Eve-ning Post, Collier't, Coronflt e Look têm suas circulações encerradas, enquan­to o Life interrompe as edições la­tina, asiática e européia; na França o célebre Parit-Match traduz sua crise na própria feição gráfica: uma revista hoje magrinha cuja circula­ção caiu de 1,6 milhão de exempla­res semanais para 400 mil . Entre nós, já vão longe os tempos glorio­sos de O Cruzeiro.

(continua ?la f."' orelha)

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(c.ontínuação da 1." orelha)

Ao lado da crise dos órgãos de ;onw.lilmto de ilustração e do ascenço da televisão, surge em todo o mundo uma tendência que visa a beneficiar o jornalismo de texto e as publi­cações especializadas, o que justifi­caria o sucesso :financeiro de revis­tas como Time, Der Spíegel, Les Erx;press e Veja, no primeiro caso, e Cosmopolitan. Tv Guide, RoUing Stone, 4 Rodas, Mecd.nica. Popula.r e os incontáveis fasciculos, no segundo caso.

O futuro da imprensa especializa­da não aparece ameaçado pela re­volução das informações, caracteriza­da pelos avanços prometidos pela tecnologia: os videocassetes, a televi­são por cabo, os satélites e os compu­tadores como elementos das redações, o& transmissores tele-facsimilares, a eletrostática etc,

O futuro da comunicação escrita, uma simbiose entre o jornalismo de hoje e os recursos audio-visuais de amanhã, eis a temática deste peque­no ensaio, um lançamento da Forum Editora.

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REEQUIPAMENTO DA INDúSTRIA

TRADICIONAL - O CASO DO

PARQUE GRÃFICO BRASILEIRO

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DO AUTOR

Sartre e a revolta do nosso tempo - Forense, 1970 esgotado

Juventude em crise - Bit Editora, 1971

Disponibilidade gráfico-editorial da imprensa espe­cializada - FGV, 1969

Redução de custos gráfico-editoriais - FGV, 1971

O futuro da comunicação escrita - Forum Editora, 1972

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R. A. AMARAL VIEIRA

Professor de Economja Política na Faculdade de Direito da Universidade Gama Filho

REEQUIPAMENTO ,

DA INDUSTRIA TRADICIONAL

(o caso do parque gráfico brasileiro)

1972

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REEQUIPAMENTO DA IND"OSTRIA TRADICIONAL- O CASO DO PARQUE GRÁFICO

BRASILEIRO

Rio-1972

© Copyright by R. A. Amaral Vieira

Capa de Nelson Medina

índice analítico elaborado por Terezinha de J esus Santos

Composto e impresso nos Estab. Gráficos Borsoi S/ A (lnd. e Comércio) na Rua Francisco Manuel 51-55 para BIT EDITORA, Av. Rio Branco 156- gr. 2105 Rio de Janeiro. Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Ivo Alonso Nunes Comércio de Livros Ltda. rua Uruguaiana, 104, 2.o s. 201, Rio de Janeiro - GB

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Aos

meus companheiros

de trabalho

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APRESENT AÇAO

Um dos problemas que mais preocu­pam os responsáveis pela política e'Conômica dos países em desenvolvimento é a questão da transferência e fixação de tecnologia.

Esses países carecem de conhecimento de como se processa a transferência, de que esforço é necessário para adaptar a t&nolo­gia às condições locais para a criação de um processo autônomo de avanço te'Cnológico.

Mais do que formulação teórica, fal­tam observações empíricas sobre a escolha de técnicas de produção e de observações que evidenciem os erros e mostrem as conseqüên­cias de decisões precipitadas.

Esta monografia do Professor Amaral Vieira representa uma das mais importantes contribuições para o estudo desse problema no Brasil. Ela ressalta as conseqüências de uma política de modernização improvisada, divorciada da realidade brasileira, incompa­tível com a própria capacida-de administra­tiva existente no setor.

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A transformação de um parque obso~ leto, como era o parque gráfico nacional, em uma indústria moderna e eficiente, re~ quer um estudo prévio dos pmblemas téc~ nicos relacionados com a escolha dos pro~ cessos de produção e dos equipamentos e uma avaliação dos problemas de adaptação de mão-de-obra às novas técnicas e aos no~ vos equipamentos.

O Professor Amaral Vieira, nesta mo­nografia, evidencia os erros e mostra as conseqüências da falta de semelhante diag­nóstico. A modernização que deveria resul­tar em redução dos custos e aumento da eficiência, é responsável pelo aumento consi­derável da capacidade ociosa do equipamen~ to, por graves pr-oblemas de pessoal e aumento do custo de produção.

Se, de um lado, é grave a carência de pessoal qualificado para operar os novos equipamentos importados, não menos pe­nosa é a situação da mão-de-obra tradicio­nal.

Amaral Vieira mostra a necessidade urgente de adaptar a mão-de-obra do setor gráfico a essa modernização evidenciando o que ele muito bem denominou de "choque" da ínadaptação de uma administração arte­$anal e amaçlorista com a indústria moder~

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na: enquanto a fotocomposíção elimina os linotipistas, os teclados das perfuradoras são entregues a datilógrafos mal qualificados e muito mal remunerados.

Um outro aspecto dessa improvisação é a inadequação entre os modelos impor­tados e a capacidade do mercado nacional, onde o autor demonstra que a moderniza­ção nem contribuiu para aumentar a eficiên­cia, nem para melhor utilização dos fatores de produção, e, ainda, ·elevou substancial­mente o custo de produção.

Um dos exemplos mencionados é de um periódico que era impresso em 20 dias com máquinas tradicionais, e, com a utili­zação de máq uínas modernas, passou a ser impresso em 82 dias e o custo sofreu um aumento de 39 por cento!

Trata-se de uma das mais importantes contribuições para o estudo da transferência e adaptação de tecnologia durante o proces­so de modernização e de um exemplo a ser imitado.

JosÉ ALMEIDA

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Apreaentação

Introdução

SUMÁRIO

v XIII

1 Característica geral da modernização 1 1.1 Uma ameaça presente: a importação de ser-

viços 6

2 Tendências da modernização 9 2.1 As grandes distorções 11 2.1.1 Os custos (altos) na produção moderna 11 2 .1. 2 A rápida obsolescência da máquina não

tradicional 13 2 .1. 3 A rápida sucessão de modelos e os custos

gráficos 18 2. 2 A escolha - correta - da tecnologia 20

3- Análise do modelo de modernização escolhido 26 3.1 Barateamento dos custos de produção 27 3. 2 Aumento da produção 28 3.2.1 A impressão offset 28 3. 2. 2 Distorções derivadas da escolha indevida

de sistema 29

4 O modelo e a r ealidade brasileira 38 4.1 As fotocompositoras 36 4. 2 As distorções de custo e as tiragens 36 4.3 Ausência de estudo (prévio) adequado de

modelos. 37 4. 3 .1 Estudos de sistemas e n1étodos 38

5 A elevação dos custos como o preço da mo-dernização 41

5. 1 Surge um elemento novo: a operação dos no-vos equipamentos 43

5.2 Um exemplo típico de distorção 44

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6 Etapas da modernização queimadas impru-dentemente 49

6.1 Adaptação administrativa 52 6 .1.1 Característica da ausência de infra-estru­

tura administrativa, ou "amadorismo admi-nistrativo" 53

6. 2 Aperfeiçoamento técnico e emprego de mão-de-obra 54

6. 2.1 . A renovação dos equipamentos e as ques-tões de pessoal 56

6. 2. 2 Os novos equipamentos e as exigências de pessoal 58

6. 2. 3 Como suprir a carência de pessoal habi-litado? 61

7 A grande distorção do modelo: tendência à ociosidade 63

7.1 A febre desenvolvimentista e a expectativa de desorganização do mercado 65

7. 2 Fatores de agravamento da ociosidade 66 7. 3 Tendências não previstas 68

8 Decifrando a esfinge 71 8.1 As exportações 73 8.1.1 A atuação da ALALC 74 8.1.2 Uma cautela a cumprir 76 8. 2 A situação do papel: uma crítica ao GEIP AG 76 8.3 O aumento da produção e o mercado interno 81

9 Conclusões

fndice Analítico

83

89

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REEQUIPAMENTO DA INDúSTRIA TRADICIONAL - O CASO DO PAR·

QUE GRÁFICO BRASILEIRO

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INTRODUÇÃO

O escopo do presente estudo é analisar -sem que se perca de vista o processo glo­bal de modernização da sociedade brasileira - o modelo escolhido por nossos indus,­triais gráficos. Como se sabe, a substituição e ampliação do equipamento gráfico brasi­leiro ocorre desde 19 6 7, com a criação do Grupo Executivo da Indústria do Papel e Artes Gráficas, GEIPAG. *Cumprindo-lhe

* O GEIPAG, Grupo Executivo da Indústria do Papel e Artes Gráficas, foi criado em março de 1967 na Comissão de Desenvolvimento Indus­trial, no âmbito do Ministério da Indústria e do Co­mércio, com a incumbência de examinar e rtprovar projetos industriais, para concessão de subsídios cre­ditícios e fiscais, cabendo destacar : isenção de impos­tos de importação de equipamentos industriais e acessórios visando à instalação ou ampliação de fá­bricas de papel destinado à impressão de jornai's, pe­riódicos e livros, assim como equipamentos e má­quinas, aparelhos e instrumentos com os respectivos

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desencadear e controlar a modernização do nosso parque gráfico- então obsoleto­o GEIP AG recebeu a incumbência de exa­minar e aprovar os projetos industriais cuja elaboração já levava em conta as vantagens proporcionadas pelo governo para a substi­tuição do equipamento gráfico, nomeada­mente subsídios creditícios e fiscais.

A análise a esse processo de moderni­zação, todavia, põe em discussão o controle técnico exercido pelo GEIPAG, desde que, hoje, o setor registra perigosa tendência à ociosidade, cujo agravamento colocará em risco as vantagens que normalmente decor­rem da modernização do parque. Não cabe dúvida quanto ao acerto da política repre­sentada pela criação do GEIPAG; o que se questiona é a sua operacionalização. Resta saber até que ponto a rigorosa ação contro­ladora do governo teria evitado as distor­ções de planejamento das quais derivam graves problemas de custos e o superdimen­sionamento do parque. Outro ponto deli­cado, objeto deste estudo, é a opção da maioria dos gráficos pela introdução de sis­temas com apoio na computarização. Não

acessórios, sobressalentes e ferramentas, destinados à produção de livt·os, jornais, revistas e demais ar ... tigos da indústria gráfica.

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se trata, a propósito, de ser contra ou a favor da composição fria ou da automação, mas de medir as conseqüências já operadas na indústria gráfica a partir de sua intro­dução. De fato, embora possa ser objeto de discussão a política de reequipamento que optou por modelos automatizados, parece fora de dúvida que a grande deficiência desse processo terá sido a ausência de estudos de viabilidade e a implantação dos novos equipamentos sem o concurso de um plane­jamento rigoroso. De outro lado, sabe-se, os novos equipamentos, na sua maioria exi­gindo dos respectivos operadores técnicas desconhecidas no país, foram entregues a pessoal não habilitado ao seu manuseio. As possíveis conseqüências provenientes da má escolha do equipamento se agravam com inescamoteáveis problemas de management. Questões fundamentais são essas versadas neste trabalho, cuja conclusão indica possí­veis saídas para o impasse em que se acha a indústria gráfica brasileira. Evidentemen­te, essa análise e discussão só toma sentido mediante o estudo de todo o processo de modernização do parque gráfico.

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CARACTERíSTICA GERAL DA MODERNIZAÇÃO

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1 CARACTERJSTICA GERAL DA MODERNIZAÇA.O

A modernização da indústria gráfica brasileira caracteriza-se de presente por uma acentuada tendência a renovar os equipa~ mentes através da incorporação de elemen~ tos automatizados, sobretudo a composição fotomecâníca e as rotativas offset. 1 Em alguns casos, particularmente entre os que optaram pela introdução de elementos de composição fria, cogita-se mesmo do em­prego de computadores eletrônicos, que sir­vam não só de equipamento indispensável a essas compositoras, senão também de con­trole e programação da produção em geral. Há casos de gráficas que, mantendo ainda uma grande bateria de linotipos e monoti­pos, e mesmo antes de adquirirem equipa~

1 Ressalte-se que a impressão offset (impres­soras planas) está desde muito incorporada ao par­que gráfico brasileiro.

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mentos de fotocomposição, introduziram o computador CNP-Set no controle da com­posição quente (linotipos Elektron li). Com isso asseguraram maior rapidez de produção, justificação automática da linha e correção do texto.

O apelo à modernização é mais efetivo na indústria de porte médío - atingida pe­la concorrência de poderosos estabelecimen­tos - e nas grandes indústrias, às voltas com problemas de custos e ameaçadas, entre outros fatores, pela concorrência de estabele­cimentos gráficos e, remotamente, pela pre­sença, no mercado, de empresas estrangeiras. Mais uma vez a modernização passa ao largo dos pequenos estabelecimentos, agra­vando sua übsolescência, e criando ainda outros entraves às grandes e médias empre­sas, obrigadas a sucatar os equipamentos substituídos. A permanência no mercado desses parques obsoletos é responsável, en­tre <OUtras perturbações, por desagradáveis distorções de preços. A inexistência de novos investimentos, associada ao desconhecimen­to das mais comezinhas noções de contabi­lidade de custos, tem possibilítado serviços a cujos preços não podem concorrer as em­presas às voltas. com a amortização de pesa­dos investimentos de capital e que adotam

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como regra administrativa a apuração de seus custos, especialmente os indiretos.

Quanto à ameaça dos estabelecimentos estrangeiros, ela resulta principalmente da política de abertura alfandegária ensejada pela ALALC e pelo conv~nio cultural Brasil-Portugal, por força do qual é livre a importação de publicações em português, desde que impressas em Portugal. Se o par­que gráfico português é bastante inferior ao nosso, registra-se como elemento de dese­quilíbrio o fato de várias gráficas interna­cionais estarem presentemente se instalando em Portugal ou promovendo associações com a indústria local, ora para editar para os dois países, ora para nos vender ser­viços gráficos, o que já ocorre. Quanto à ALALC, a possível ameaça decorre de várias determinantes, dentre as quais cum­pre registrar a sobredita supressão de bar­reiras alfandegárias entre os países co-inte­grados, que incluem, além do Brasil, a Argentina, o Chile e o México. A posição da ALALC, todavia, como veremos adian­te, 2 é polivalente, pois tende a transformar­se num instrumento brasileiro de exportação de serviços gráficos. Os eventuais prejuízos causados à indústria gráfica nacional, assim,

.z V. item 8.1.1.

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tanto num caso como noutro, não proce~ dem da existência de gap entre nosso equi­pamento e o parque desses países, ou da qualidade de seu pessoal técnico, melhor ou maís experiente que o nosso. Continua~ mente, temos podido concorrer em condi­ções pelo menos iguais de qualidade, prazo e preço.

1.1 Uma ameaça presente: a importação de serviços

Apesar de a tendência do mercado grá­fico brasi leiro, a curto prazo, ser a satura­ção, determinando a ociosidade dos esta­bele-cimentos gráficos, como se perceberá adiante, alguns editores nacionais têm pro~ curado estabelecimentos estrangeiros para a execução de suas encomendas. Este é o caso, entre outros, da Distribuidora Record cuja linha de literatura infantil, por exemplo, é composta e impressa no Japão, pela Top­pan Printing Co., de Tóquio. No caso específico, até as ilustrações são adquiridas de estabelecimento japonês, o Shiba Pro­ductions. Noutros casos, as editoras im­portam os fotolitos (literatura popular e infantil da linha Bruguera, Melho~ ramentos e José Olímpio Editora) e se limitam a traduzir o texto (pagando evi~

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cientemente também copyríght por esses); as editoras de fotonovelas do mesmo modo importam o texto e os filmes, com prejuí­zos visíveis para nossos escritores, atores, fotógrafos, para os estabelecimentos prepa­radores de fotolitos etc.

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TENDÊNCIAS DA MODERNIZAÇÃO

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2 TENDÊNCIAS DA MODERNIZAÇAO

A modernização das instalações grá­ficas brasileiras, descompassada como vere­mos do reequipamento das fábricas de papel, conduz a alguns equívocos e perigos.

2 . 1 As grandes distorções

2 . 1 . 1 Os custos (altos) na produção moderna

O reequipamento do parque gráfico brasileiro e os problemas das condições do mercado, menor emprego de mão-de-obra e a introdução de processos industriais mais rápidos oriundos da automação, não têm, ainda, determinado aquilo que se esperava: o barateamento do produto. 3 O alto custo do equipamento e sua rápida obsolescência, o preço do material utilizado, constituído

13 Cf. VIEIRA, R. A. Amaral. Dispot~ióiliáade gráfico-editorial da imprmsa especializada, Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1969, p. 16.

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1 d d A 1 por msumos canss1mos, e pro ecenc1a es-

trangeira, e a falta de pessoal especializado, são alguns dos fatores aos quais se pode atribuir o fracasso da tentativa de raciona­lização como elemento destinado ao bara­teamento da produção. A solução encontra­da pelos industriais gráficos, inclusive com êxito momentâneo, tem sido diluir o valor global dos orçamentos através do aumento artificial das tiragens, com o custo unitário mais baixo rebuçando o custo industrial ele­vado, posto que esse se estabeleça também em função dos investimentos com instala­ções gráficas (capital fixo), produzindo-se em conseqüência uma relação direta entre o tamanho do parque gráfico e seus preços. As gráficas que dispõem de maior área in­dustrial. de máquinas melhores e mais mo­dernas, de processos de composição e im­pressão mais rápidos, são as de serviço mais caro. Em todos os casos, os índices opera­cionais permanecem elevados, pondo em xeque a até aqui discutida conveniência da implantação de projetos fundados na auto­mação. Apesar do reduzido emprego de mão-de-obra (o que também deve ser con­siderado do ponto de vista político-social), a introdução da composição fotomecânica e da automação acarretou paradoxalmente o agravamento dos atuais custos industriais,

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encarecendo o produto final, livro ou revis~ ta. Essa inversão de expectativa - a exis­tência de custo operacional alto- é denun­ciadora, portanto, de problemas gerenciais e administrativos, ou, pelo menos, da ina­dequação entre a realidade brasileira e o modelo escolhido pelos gráficos.

2 . 1 2 A rápida obsolescência da máquina não tradicional

Em termos gerais, podemos afirmar que a principal característica do processo te.cnológico contemporâneo é, simultanea­mente, a rápida sucessão de inventos e sua aplicação imediata. Assim se reduz ao mí­nimo o antes longo período que vai da concepção puramente teórica ao emprego do novo processo, sistema ou equipamento. Em nossos dias, os modelos se sucedem em ritmo veloz, na razão direta dos impulsos naturais ou provocados da sociedade de con­sumo. Daí a vida .curta da máquina não tradicional e sua rápida obsolescência. O parque gráfico brasileiro, em seu lento pro­cesso de montagem, tinha a longevidade dos equipamentos como o principal padrão na avaliação de custos; hoje, sua renovação leva em conta a rápida caducidade dos novos processos, o que exige, pari passu,

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imediata recuperação do capital investido, problema de muito menor gravidade na fase anterior, de implantação, quando um dos fatores para a escolha de determinada máquina ou processo de produção era a es­timativa de longo emprego. Aqui se encon­tra, por certo, a explicação para a existên­cia de prelos com mais de 5O anos, funcio­nando, ainda hoje, em condições competi­tivas 4 com impressoras modernas, num mercado que só agora começa a considerar o fator qualidade.

Anteriormente, o custo mais baixo da produção derivava da rápida amortização do capital empregado na aquisição do equi­pamento e, por outro lado, de sua vida útil mais longa. M utatis mutandis, o alto custo industrial da produção atual provoca fenô­meno inverso. Demonstraremos. Um prelo tipográfico grande, dos muitos ainda em funcionamento no Brasil, custava, em mé­dia, à época de sua aquisição, o correspon­dente a mais ou menos 2 % (dois por cen­to) do capital social da firma adquirente. Para sua amortização, pela tabela interna­cional, seriam necessários 1 O anos. A produ-

" A competição é quanto ao item q~talidade. Re­lativamente aos custos, sua produção é bem mais barata.

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çâo média de uma dessas velhas máquinas, utilizando quatro operadores, é de 1 . 500 folhas/hora. Muitos dos estabelecimentos gráficos da Guanabara e de São Paulo, den~ tre os que não optaram pelo reequipamento, para ficarmos adstritos aos mais significa~ tivos, ainda se servem dessas máquinas, dis~ putando com impressoras modernas e ga~ nhando em preço e, até, em qualidade. Al~ gumas já trabalharam 50 anos e podem continuar em função ainda por muito tempo.

Pretende-se a substituição desses ve~ lhos prelos diretamente pelas rotativas que gradativamente se vão incorporando ao parque gráfico nacional e cuja destinação técnica são as grandes tiragens, 20 a 30 mil exemplares pelo menos. Basta reproduzir o raciocínio anterior. Fixemos em 1 milhão de cruzeiros o capital social da gráfica x, adquirente de uma rotativa; esse equipa­mento, entre médio e pequeno, custa, hoje, cerca de 80 mil dólares, incluindo-se frete, seguro e outras despesas inevitáveis. Supo~ nhamos, por fim, que essa máquina che­gue ao porto do Rio por cerca de Cr$ 400.000,00 (quatrocentos mil cruzeiros); teremos seu custo igual a 40 % do capital social da empresa que a adquiriu (o anti~ go prelo havia correspondido a apenas dois

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por cento) . Com pouco mais de cinco anos é candidata à obsolescência ou, pelo menos, não estará em condições de oferecer concor­rência ao parque mais jovem.

A solução é produzir o máximo du­rante o período de vida útil-econômica. É óbvio que, em qualquer hipótese, os in­vestimentos de capital fixo comporão os preços dos serviços gráficos, resultando no paradoxo referido anteriormente.

Explica-se. Trabalhando um turno de oito horas, teremos, por mês, 200 ho­ras. Esse ritmo atinge o limite superior ao fim de cinco anos: 12.000 horas. A par­tir desse ponto, a máquina, se não for subs­tituída, terá de ser reformada integralmen­te. Todas as partes que se movimentam - mancais, eixos, engrenagens - deverão ser substituídas. Apenas a estrutura per­manece útil. Assim, um equipamento mais caro que o anterior, e de vida econômica bem mais curta, terá de pagar-se em muito menos tempo, cinco anos. Fora desse limi­te, o prejuízo é a grande ameaça.

Outra saída, teórica, pois exigiria larga oferta de serviços, seria optar por maior produtividade, ainda que com des­gaste também maior, anulável, todavia, no caso, pela contínua renovação do parque: aumento da jornada. Nessa hipótese, tería-

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mos uma jornada/ máquina de 16 horas, ou seja, 400 horas/ mês. Sem discutir se existiria ou não serviço com que manter o equipamento funcionando nesse ritmo -o que no caso brasileiro, a nosso ver, é uma hipótese de difícil demonstração em vista da tendência à ociosidade - teremos que, no fim desses anos, a máquina esta­ria imprestável. c; Costuma-se, ainda, re­condicionar a máquina, repô-la em uso ou vendê-la a uma firma de menor porte (é raro uma máquina pesada que não tenha passado pelas mãos de cinco, às vezes mais gráficos). Nos países industrializados, por razões que dispensam demonstração, uma tal máquina seria jogada fora; noutros, refundida e vendida para o exterior, para um país subdesenvolvido, o Brasil, por exemplo. É o caso, entre outros, das lino­tipos. Hoje, raramente ocorrem aquisições de máquinas novas, mas sim de recondício­nadas.

Afora o uso de rotativas, já observa­do, verifica-se como característica da mo­dernização do parque gráfico brasileiro uma tendência ao emprego da composição

G Acresce salientar que essas máquinas, por concepção, destinam-se a uma vida útil bastante in­ferior à dos modelos anteriores.

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fria, que aumenta sua disponibilidade a curto prazo. Ao passo que oferece rapidez de produção, maior número de recursos, economia de mão-de-obra e qualidade su­perior, a composição fria exige grandes ti- l ragens. Uma de suas principais vantagens é a redução dos gastos com a preparação do fotolito, gastos esses que encarecem ain­da mais a impressão offset fundada na composição quente, tornando-a economi­camente viável apenas nas grandes tiragens. Nossa indústria editorial, no entanto, ca­racteriza-se pelo baixo volume das tiragens.

2 . 1 . 3 A rápida sucessãn de modelos e os custos gráficos

Atualmente, quando uma nova má­quina é introduzida no mercado, outro mo.­delo, mais aperfeiçoado, já está sendo pla­nejado. Há entre esse e aquele modelo o es­paço médio de dois anos. Por exemplo, o comprador de uma máquina de terceira ge­ração terá de substituí-la dentro de poucos anos; seu concorrente, que ainda trabalha com a máquina da segunda geração, ao re­novar seu equipamento (e o processo de renovação torna-se contínuo), será induzi­do a comprar a máquina que estiver sendo oferecida no mercado, possivelmente já de

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quarta geração. Se o possuidor da máqui­na número três conservá-la em uso, terá seus custos encarecidos com relação ao con­corrente. O caminho a seguir pelos que optaram pelo reequipamento é adquirir a máquina de quinta geração ou a da quarta geração, na pior das hipóteses - ainda que superdimensionadas para suas necessidades. Doutra forma, estará condenado a enfren­tar sérios, prejuízos: à obsolescência do par­que gráfico e ao conseqüente encarecimento do custo operacional, tornando seus preços incompetitivos, somar-se-á a inevitável di­ficuldade oposta à manutenção dos mode­los antigos; a fabricação de novos modelos em série dificulta o fornecimento de pe·ças e acessórios destinados aos modelos ante­riores, seja por motivos de ordem técnica, seja como expediente destinado a forçar o reequipamento, e conseqüentemente a colo­cação de novas máquinas. É evidente que esse quadro é menos grave nos países de know-how elevado. G

() É, no tocante, ilustrativa a observação de Francisco C. P. Balsemão (itl: L'avenir de la pres­se écrite, apud Revista del Instituto de Ciencias So­ciales, Barcelona, n.0 16, 1970. p. 167: "En fait, les sommes à investir pour l'équipement de la Presse écrite de l'avenir seront considérables. C'est là un des problemes soulevés par les innovations techno-

tp

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2 . 2 A escolha - c-orreta- da tecnologia

Ao importar te.cnologia, o Brasil e os países subdes-envolvidos estão importando a tecnologia de áreas desenvolvidas, ade­quadas às necessidades de uma economia também desenvolvida. Parece a muitos ana­listas mais econômico utilizar por mais tempo as máquinas tradicionais, pois, ape­sar da obsolescência em termos internacio­nais, continuam e continuarão econômicas. e até competitivas, nos restritos padrões da e.conomia nacional.

É de todo imperioso, portanto, que se encare a automação com realismo, evi­tando a natural tendência dos subdesenvol­vidos para a estereotipação. Contrariamen­te, os novos equipamentos instalados no

logiques applicables à la Presse. La succession des inventions se fait à un rytlune si vertigineux que les entreprises journalistiques ne savent plus ce qu'il faut acheter, commcnt investir, ni, surtout, comment amortir. Ou pense à la rotative mixte pour l'impri­merie, et voilà que les hommes de la Teletype vien­nent nous tenter avec leur Inktromic à systeme d'im­pression électrostatique. Nous naus décidons, pour la composition, en faveur des Elektron) et ce sont les Linotron qui arrivent. Nous envisageous l'acqui­sition d'un ordinateur, mais nous hésitons sur le mo­dele à cboisir car les applications possibles sont innombrables et la capacité de chaque machine varie".

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país têm, em regra, prescindido de estudos prévios de sistema; as razões fundamentais justificadoras da automação, porém, estão ligadas aos custos operacionais: maior pro­dutividade e rentabilidade. Nos países de­senvolvidos, dentre os fatores da produção o trabalho se destaca como o de remunera­ção mais alta, enquanto o custo do capital se apresenta acentuadamente módico. Nos países capitalistas desenvolvidos a oferta de capital é superior à demanda, tornando o "dinheiro barato". Por força desse esque­ma, apresenta-se mais rendoso o investi­mento em máquinas sofisticadas e caras (portanto, altos investimentos de capital) que empreguem, porém, um mínimo de mão-de-obra. Nos países subdesenvolvidos, todavia, o processo é inverso. Enquanto es­casseia o dinheiro, encarecendo o capital, pois não há disponibilidade para novos in~ vestimentas, o atraso econômico- a baixa industrialização reduzindo as oportunida­des de trabalho - eleva o número de de­sempregados, o que, segundo a lei-da-ofer­ta-e-da-procura, se traduz em mão-de-obra permanentemente disponível e barata. Não nos esqueçamos, ainda, de que o dinheiro caro deverá ser cambiado em dólar - a moeda fraca trocada pela forte - pois os equipamentos são importados em uma ra-

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zão de 90%. N em sempre o que é bom para o desenvolvido é bom para o subde­senvolvido. A propósito da tendência dos subdesenvolvidos à estereotipação e absor­ção mecanicista de modelos e sistemas de­senvolvidos, afiguram-se-nos da maior per­tinência as advertências de Jan Tinbergen:

" ( ... ) Não obstante, há um grande número de indústrias para as quais se po­derá dispor de várias técnicas de produção. Há um asp-ecto da questão que se reveste de uma importância básica para a econo­mia do país. Referimo-nos ao aspecto da intensidade do capital. A maioria dos paí­ses su bdesenvolvídos ressente-se da grande falta do capital. Neles, a posição do capital é completamente diferente do que é nos países desenvolvidos, o que é o corolário inevitável da posição da mão-de-obra, vale dizer, dos seres humanos. A situação de­sesperadora de grande parte da população pode ser atribuída à carência de capital. O desperdício de capital, ainda pequeno, poderá obstar a possibilidade de se melho­rar a situação da mão-de-obra superabun­dante. Faz-se mister um extremo cuidado na escolha da técnica da produção. Tudo há de ser feito para limitar o montante de capital necessário para um determinado tipo de produção.

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Há por que suspeitar que nem sem· pre é feita a devida escolha. Um dos mo· tivos para isso é a tendência de copiar·se a técnica dos países desenvolvidos. Muit-os técnicos acreditam que a tecnologia av.an­çada é algo desejável por si mesmo. Ba­seiam-se, em parte, talvez, na maior perfei· ção técnica do produto. Como as suas res­ponsabilidades são muito acanhadas não logram, muita vez, perceber as conseqüên­cias sociais das suas escolhas: um nível de emprego menor que o que seria possível obter com outros processos de produção. Assim, talvez seja aconselhável para os países que não disponham de muito capi­tal, não usar veículos coletivos que sejam operados por um único homem. Por igual, não deveriam mecanizar a construção e a manutenção de estradas". 7

7 TINBERGEN, Jean. Progra:mação para o de­senvolvimento, 2. ed. Rio de Janeiro, Fundação Ge­túlio Vargas, 1971, p. 73.

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ANALISE DO MODELO DE MODERNIZAÇÃO ESCOLHIDO

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3 ANALISE DO MODELO DE MO­DERNIZAÇAO ESCOLHIDO

Como se vê, o modelo de moderniza­ção adotado pelos industriais gráficos bra­sileiros só se justificaria em duas hipóteses: a) barateamento dos custos de produção; e b) aumento da produção.

3 . 1 Barateamento dos custos de produção

De qualquer forma, sugerindo um pa­radoxo, já assinalado, é fora de dúvida que o esforço brasileiro visando à moderni­zação e automação não tem obtido corres­pondência no custo operacional das empre­sas gráficas, que continuam trabalhando a preços elevados. A justificativa quase unâ­nime prende-se ao alto custo da maquina­ria comprada, a elevada depreciação e ten­dência à rápida obsolescência associadas à necessidade de desempate, o mais rapida­mente possível, do capital empregado.

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3 . 2 Aumento da produção

O custo da produção gráfica guarda uma relação direta com o aumento das ti~ ragens. O aumento da produção, por seu turno, é subordinado às possibilidades do merca,do. Os sistemas de impressão offset e de · composição fria são analisados tendo em vista essa característica.

3 . 2 . 1 A impressão offset

A impressão offset pode ser obtida tanto a partir da composição fotomecânica quando da oomposiçã.o quente. Este é o caso de 90 % das operações atuais. A combina~ ção da composição quente com o sistema offset exige as seguintes fases: a) compo~ sição tipográfica (linotípica, monotípica e caixa) ; b) provas, revisão e emendas; c) impressão em papel couché 8 e elaboração do filme (fotolito); d) montagem do fo­tolito no astralon; e e) gravação da chapa de zinco destinada à impressão. A necessi­dade de todas essas operações torna muito custosa a impressão offset, que se justifica,

- s Em algul1S casos, trabalhando o gráfico com chapas pré-sensibilizadas, essa impressão poderá ser feita diretamente sobre o celofane ou poliéster, dis­pensando-se o fotolito.

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em regra, em tiragens a partir de 30 mil exemplares, na hipótese de livros com re­edição (não revista ou alterada) assegura­da. 9 A fotocomposição, ou composição fria, supera todas essas fases pois fornece o negativo para a revelação do filme e a se­guir gravação da chapa, ou poliéster, que substitui o filme. Se é mais econômica sob esse aspecto operacional, traz os inconve­nientes já levantados - o alto custo do equipamento - onerando o custo da pro­dução no período de amortização do capi­tal investido, de que resulta transformar­se sua produção a um só tempo cara e acon­selhável apenas nas tiragens elevadas.

3 . 2 . 2 Distorções derivadas da escotha indevida de sistema

A característica editorial brasileira, todavia - repisamos nesse ponto com o intuito de enfatizá-lo - são as pequenas tiragens. Estudo particular de uma gráfica carioca informa que a tiragem média de livros, em 1970 e nos 10 primeiros meses de 1971, computados inclusive os didátí-

9 VIEIRA, R. A. Amaral. Redução de custos gráfico-editoriais. Rio de Janeiro. Fundação Ge­túlio Vargas, 1971, p. 44.

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cos, de curso primário, foi de 4.000 exexrt· piares. Os poucos dados estatísticos de que dispomos revelam que as tiragens médias não ultrapassam a casa dos 6.000 exem· piares. Está, assim, em tese, reduzido a uma parcela quase ínfima, o número de originais indicáveis à composição em equipamentos de fotocomposição, ou impressão ínjcial em offset, depois de compostos em linotipia. Como, todavia, essas máquinas não podem ficar paradas, verificam-se distorções tais como livros com tiragem de apenas 3.000 exemplares, pouca ilustração e bastante texto corrido, serem compostos em equipa· mento de fotocomposição e impressos em rotativas (!) .offset. O mesmo se aplica ao acabamento roto binder ou perüct binder. Esse sistema distingue-se dos demais (gram· peamento, costura em máquinas semiauto­máticas etc.) por tratar-se de processo em que todas as fases são executadas automa­ticamente. Exige mais ou menos as seguin· tes operações: a máquina, quase sempre circular, recebe os cadernos impressos (má­quina média dentre as inúmeras em uso no Brasil pode receber cerca de 32 cadernos de 16 páginas, ou seja, 512 páginas), cole­ciona-os (dispõe formando livro) , apara-os, cortando nos quatro sentidos (daí a im­possibilidade de uso da orelha inglesa),

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fere a 1ombada (para facilltar a penetra­ção da cola plástica) e ainda procede à co­locação da capa, 3 mil por hora. Essas máquinas são destinadas a livros com tira­gens superiores a 15 mil exemplares com pelo menos 15 cadernos ou 240 páginas. Apesar disso, encontram-se livros com ape­nas 84 páginas e 2 mil exemplares, enca­dernados em PB . . . 10

10 Idem p. 45-6. ,

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O MODELO E A REALIDADE BRASILEIRA

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4 O MODELO E A REALIDADE BRASILEIRA

4 . 1 As fotocompositoras

Analisemos mais detidamente as fo­tocompositoras. As primeiras máquinas instaladas no Brasil são de terceira e quar­ta gerações; como os computadores, têm gerações curtas. Isso importa na rápida obsolescência ( já mencionada) e, conse­qüentemente, na necessidade de recuperação do capital empregado no prazo de 2 a 3 anos, ou seja, de forma a acompanhar os intervalos das gerações. Sabendo-se que a fotocompositora u mais barata, acoplada com computador, custa hoje por volta de 160 mil dólares, conclui-se, facilmente, que as gráficas terão de trabalhar com serviços que requeiram edições rápidas e tiragens elevadas, única forma de compensar, com

11 É evidente que o sistema IBM-Composer está excluído do rol por não se tratar rigorosamen­te de equipamento gráfico.

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a quantidade e o tempo, o custo operacio­nal. Temos fundadas dúvidas quanto à sua factibilidade. Infelizmente, nunca será de­mais repetir, somos um país de público ledor reduzido. As tiragens, principalmen­te de livros e periódicos especializados, são pequenas; doutra parte, as empresas edito­riais, responsáveis por grandes tiragens (magazines etc.), dispõem de seus próprios parques.

4 . 2 As distorções de custo e as tiragens

Evidencia-se, dessa forma , a inadequa­ção entre os modelos industriais importa­dos e os serviços a que se destinam em nos­so país. As mesmas máquinas e os mesmos sistemas e processos que no Brasil produ­zemrevistascomo Quatro Rodas (± 82.296 exemplares) e Jornal Brasileiro de Medici­na- JBM ( ± 27.980 exemplares) , entre os chamados periódicos especializados, e, por exemplo, Manchete ( + 150.512 exem­plares) e Visão ( ± 89.050 exemplares) ,J'2

entre as revistas de grande público, impri­mem na Alemanha revistas como Stern, Der Spiegel, dentre muitas de 1.500.000 a

L2 Dados do I.V.C. relativos ao primeiro se­mestre ge l97l.

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3.000.000 exemplares semanais, provocan­do na indústria gráfica brasileira evidentes distorções de custos.

4 . 3 Ausência de estudo ( préuio~ ade­quado de modelos

Estamos convencidos de que a im­plantação dos novos equipamentos não se fez anteceder do necessário exame dos mo­delos a serem importados, e mesmo do exame de viabilidade de melhoria de pro­dutividade dos sistemas e processos ainda em uso.

O reequipamento das instalações pró­prias, para que dele resultasse a redução dos custos de produção, teria de, cautelosa­mente, ser antecedido por:

a) estudo e cotejo dos métodos ado­tados com os equipamentos em uso; e, só então,

b) análise da possibilidade de intro­dução de equipamentos mais modernos ou mesmo automatizados.

Parece que a primeira hipótese foi aprioristicamente abandonada pelo charme da segunda.

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4 . 3 . 1 Estudos de sistem("zs e métodos

Semelhantes esforços, injustificada­mente dispensados, demonstraram, em es­tudos procedidos sobre a indústria têxtil paulista (apenas um exemplo dentre mui­tos que poderíam ser arrolados), que a in­vestigação de métodos, por si só, consegui­rá reduzir os custos na ordem de pelo me­nos 3 O% (trinta por cento). As análises de organização e métodos poderiam reve­lar que a importação de máquinas auto­matizadas ( trata-se apenas de uma hipóte­se) não seria a melhor indicação para as condições presentes do país. No caso da indústria gráfica, a boa técnica exigiria que a renovação se fizesse após estudos pro­fundos dos sistemas existentes e dos méto­dos em vigor. Esses estudos revelariam, por sem dúvida que, na maioria dos casos, os problemas poderiam ser resolvidos pela re­novação de métodos ou introdução de no­vos sistemas.

Verdadeira essa premissa, e os fatos parecem corroborar, o erro terá sido a im­portação de máquinas automatizadas sem prévios estudos de sistemas que as deve­riam determinar. Não se pode exigir resul­tado econômico satisfatório na utilização de um quadri-reator Boeing na rota Rio-

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São Paulo. Também não resulta positivo ao gráfico importar uma fotocompositora e manter o mesmo sistema de trabalho do tempo da linotipo. 13

13 São freqüentes os exemplos, nos mais va­riados setores, desde o famoso computador UNIV AC importado para o Recenseamento de 1950 e que até agora não funcionou. . . até o computador que o Es­tado da Guanabara adqtúriu para o controle do trân­sito da cidade, mas que se encontra, bá cerca de três anos, nos armazéns do DETRAN, sem uso, é claro, pois sua aquisição não foi precedick'l de um estudo de sistema.

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A ELEVAÇÃO DOS CUSTOS COMO O PREÇO DA MODERNIZAÇÃO

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5 A ELEVAÇÃO DOS CUSTOS COMO O PREÇO DA MODERNIZAÇÃO

5 . 1 s.urge um elemento novo: a operação dos novos equipamentos

Talvez nesse fato se encontre a res­posta para a verdadeira charada que é, para muitos, a elevação dos custos nas fá­bricas equipadas com máquinas modernas e sofisticadas. Estaríamos diante de uma modernização e de uma sofisticação sem correspondência nas necessidades do mer­cado? Ou essas máquinas estariam apenas sendo mal operadas? Simplesmente - é incrível como o óbvio passa despercebido e às vezes exige demonstração - não se pode exigir resultados satisfatórios da sim­ples acoplagem de um reator na carcaça de um velho DC-3, ou da operação de um Polaris utilizando-se os mesmos métodos e sistemas de um submarino convencional. Em muitos casos, todavia, a imagem que

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tem foros de caricatura reflete uma reali­dade que já está minando o otimismo de muitos dos industriais atingidos pela febre do desenuoluimentismo.

5 . 2 Um exemplo típico de distorção

A ilustração far-se-á com um exem­plo típico: conceituada revista de econo­mia, de não menos conceituada instituição, havia atingido razoáveis padrões de qua­lidade dentro do figurino gráfico mais tra­dicional, a saber: composição quente, cli­cheria, titulação composta em caixa, im­pressão tipográfica, forma to BB ( + 16 I 23 ) etc. A deficiência da gráfica (vamos identificá-la como gráfica a) encarregada de sua produção em compositoras de tabe­las (monotipia) e o grande uso desse tipo de composição pela revista, impuseram aos editores uma alteração em seu processo de trabalho: a datilografia das t abelas em máquina IBM-Executiva e posterior gra­vação de clichê. Nesse período, a revista, como assinalado, manteve-se em bom nível de qualidade e, o que é importante para o exemplo, era entregue rigorosamente em dia, num cronograma de 20 dias corridos. Estudos posteriores transformaram essa revista por inteiro, na mesma ocasião em

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que a gráfica, numa atitude de pionelns­mo que fez escola, também se moderniza­va; do formato BB, antieconômico, de impressão lenta etc., passou para o forma­to 21 / 28; a composição, antes linotípica, passou a fotomecânica e a impressão, não só em offset, mas também em rotativa de dupla alimentação. Em outras palavras, utilizava-se o que na ocasião havia de mais moderno em nosso país: fotocompo­sição, impressão offset em rotativa e aca­bamento em coto binder. Mas, por força dos novos equipamentos, os preços salta­ram assustadoramente; enquanto o último número no processo tradicional custara (apenas custo gráfico) Cr$ 30.922,99 (trinta mil novecentos e vinte e dois cru­zeiros e noventa e .nove centavos), o pri­meiro nos novos equipamentos (destaque­se o aumento de matéria) saltou para Cr$ 79.083,91 (setenta e nove mil e oi­tenta e três cruzeiros e noventa e um cen­tavos), representando uma alteração para mais de 3 9,1 O% . Mas as desvantagens, para o editor, foram além, atingindo um fator sagrado em qualquer revista, a pe­riodicidade. Um número que levava nor­malmente 20 e 25 dias para ser produzi­do passou a exigir 82 dias! (na primeira fase), quando, por todas as razões, deve-

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. 'd d ' ~ na ter s1 o re uz1do pelo menos a me-tade. O editor, assim, lamentando não poder continuar financiando a vitória da tecnologia, teve de trocar de processo e, portanto, de gráfica. Manteve o mesmo formato, o mesmo volume de matéria, a mesma tiragem e o mesmo sistema de im­pressão, offset, mas voltou da rotativa para a impressora plana, da composição fria para a composição quente (linotipia para o texto e monotípia para as tabelas). Em termos de tecnologia recuou pelo me­nos 3 O anos, mas seus custos caíram de CrS 40.174,40 (quarenta mil cento e se­tenta e quatro cruzeiros e quarenta centa­vos). preço do último número na gráfica a, para Cr$ 20.050.00 (vinte mil e cin­qüenta cruzeiros), preço do número ime­diato, o primeiro da gráfica b; ao mesmo tempo, houve uma drástica redução do cronograma, de 42 dias para 25, e a qua­lidade manteve-se inalterada.

Certamente para essas distorções terá concorrido a má utilização dos novos equi­pamentos. Talvez à falta de bons técnicos (inexistem ainda os engenheiros eletrôni­cos habilitados não só à sua manutenção mas principalmente à sua operação adequa­da) , tanto os gráficos como os editores utilizam-se da fotocomposição como um

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substitutivo da composição quente. A partir desse erro fundamental, programam essas máquinas da mesma forma que an­tes programavam as linotipos, repetindo os produtores de televisão que ainda hoje se limitam a filmar o rádio da década dos quarenta. A baixa produtividade desses equipamentos, o alto custo de sua produ­ção, os problemas de rentabilidade e qua­lidade, ao lado de sua utilização fora das características de concepção, são, em gran­de parte, responsáveis pelos transtornos até aqui identificados.

Diante dessas observações impõe-se, desde logo, uma ressalva. Não é nosso es­copo, sob qualquer hipótese, pôr entraves à automação do parque gráfico brasileiro·. O que se procura é corrigir a tendência de in troduzir uma nova tecnologia de manei­ra puramente aleatória e desorganizada, seja do ponto de vista particular da em­presa, seja do ponto de vista global da economia do país. Até por que, um dos grandes resultados dessa modernização, ou melhor, da forma pouco científica como foi operada, é a expectativa de ociosidade, cujas conseqüências, a seguir analisadas, são graves quer do ponto de vista pura­mente econômico, quer do ponto de vista do interesse social.

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ETAPAS DA MODERNIZAÇÃO QUEIMADAS IMPRUDENTEMENTE

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6 ETAPAS DA MODERNIZAÇÃO QUEIMADAS IMPRUDENTEMENTE

No caso do exemplo proposto ante­riormente, parece evidente que o erro pal­mar da gráfica a, sem discutirmos as ques­tões relativas ao equipamento, foi o de considerar que todos os seus problemas es­tariam resolvidos com a simples introdu­ção da nova tecnologia; essa, todavia, não é uma panacéia; não se fazendo acompa­nhar de estudos de sistemas, ou mal ope­rada por deficiências de pessoal técnico ou problemas gerenciais diversos, provocaria forçosamente resultados altamente negati­vos. Esqueceu-se aquela gráfica, como se esqueceram os que deveriam vigiar os pro­cessos de importação, de que somente após esgotadas a.s vantagens oferecidas pelos estudos de organização e métodos é que se deve partir - amparado por estudos de sistemas - para a introdução de máqui­nas mais modernas. Assim, a moderniza-

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ção do parque gráfico brasileiro deveria ter sido precedida de: a) adaptação adminis­trativa ao novo sistema, renovação de mé­todos e aperfeiçoamento de todo processo gerencial, nele incluído gerência de produ­ção, gerência de pessoal, gerência de custos, manutenção, estoque etc.; b) aperfeiçoa­mento e adaptação de mão-de-obra indis­pensável à opearção e manutenção dessas máquinas.

6 . 1 · Adaptação administrativa

Por óbvio, a adaptação administra­tiva não foi cogitada. A empresa progres­sista orgulha-se de sua maquinaria moder­na, mas confia a operação de seu sistema a operários até habilidosos mas desquali­ficados para a tarefa, embora - talvez seja esse o argumento decisivo - e por isso mesmo, percebam salários baixos. A fotocomposição mecânica elimina os lino­tipistas, mas os teclados das perfuradoras são entregues a datilógrafos de salário-mí­nimo. O gráfico que importou o compu­tador não sabe operá-lo, muito menos en­frentar a pane da fotocompositora. A pró­pria administração permanece tradicional, quando a empresa como tal ingressou numa nova fase. Trata-se da crise provo-

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cada pela ínadaptação da administração artesanal e amadorista à fase modernizante.

6 . I . I Carocterísticas da GJusência de in­fra-estrutura administrativa, ou "amadorismo administrativo"

Os problemas relativos a pessoal têm origem na própria estrutura administrati­va da empresa, que permaneceu intocada, apesar das alterações de qualidade. Não é desconhecido que a indústria gráfica na­cional - nessa classificação incluídas mui­tas das chamadas grandes empresas - não dispõe de uma infra-estrutura administra­tiva industrial. Essa deficiência é caracteri­zada pela ausência de linhas de produção e programas de custos; não há critérios para a apuração de custos, de que resulta quase absoluta inexistência de normas na fixação de orçamentos, pesquisa de novas técnicas, conhecimentos de organização e métodos, estudos de mctrketing, controle de qualidade, contabilidade industrial. Fi­xando o amadorismo das administrações, aliado a uma fase de trabalho pré-índus­trial, mesmo entre as empresas que se po­deriam classificar como de porte médio, so­breleva a figura do dono - a um só tempo o gerente industrial, o chefe das oficinas,

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o chefe do pessoal, o diretor financeiro, o vendedor, o comprador, o orçador, por fim, um super-homem cheio de falhas.

6. 2 Aperfeiçoamento técnico e emprego de mão-de~.obra

. Uma das características até aqui ne~ gativas da renovação do atual parque grá­fico é o agravamento, do ponto de vista social, dos problemas de pessoal.

É que a renovação se processa de for­ma praticamente inédita entre nós, ao con~ trárío dos métodos de substituição tradi­cionais vigentes há apenas cinco/seis anos. Até então, a substituição se operava den­tro do sistema clássico e tradicional de ven­da do equipamento substituído para o in­terior ou para as empresas do Rio e de São Paulo, de menor porte. Havia, assim, uma tendência a manter as máquinas em fun~ cionamento, garantindo a absorção de mão~ de-obra. Daí nossa observação anterior, confirmada, segundo a qual uma máquina chegava a transferir~se de empresa até cinco vezes ou mais. Em pesquisa recente,H obser-

14 Produção da livros no Brasil, realizada me­diante convênio entre o Mínistério da Educação e Cultura (Grupo Executivo da Indústria do Livro), BNDE e Fundação Getúlio Vargas, 1971.

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vou-se que a maioria dos gráficos não sa­bia a idade de suas máquinas, chegadas às suas oficinas muitas delas pela terceira ou quarta mão. Esse tipo de operação, toda­via, é hoje quase impraticável. As gráficas do interior já não podem comprar as má­quinas substituídas, em face dos respecti­vos custos e capacidade operacional. anti­econômicos ambos para os limites de suas pequenas tiragens. Mesmo as gráficas de porte médio do eixo Rio-São Paulo tam­bém estão impedidas de adquirir esse equi­pamento em vista de sua obsolescência, que tornará os custos de produção incompatí­Vels com as exigências do mercado. Outro exemplo concreto 10 poderá ilustrar esse processo. Há cerca de três anos, quan­do mal se iniciava o processo de au­tomação das gráficas, uma das indús­trias médias da Guanabara renovou seu parque quase integralmente, incorporando­se à era da fotocomposíção, o que determi­nou a aquisição de novas impressoras offset; evidentemente, a opção pela composição fria determinou a venda de grande maioria

15 Por razões óbvias, procuramos dificultar nos exemplos a identiíicação das gráíicas.

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das linotipos de que dispunha16 e dos velhos prelos tipográficos. Segundo o antigo cos­tume da praça, a gráfica colocou esses equi­pamentos à venda. Mas, contrariando as es­timativas da época, não encontrou com­prador para os grandes equipamentos. Assim, desistiu da venda, remontou as máquinas e voltou a utilizá-las como "sis­tema de segurança", ante a possibilidade de pane das máquinas modernas. Mas só até quando não ocuparem o espaço destinado, no planejamento das novas instalações, às máquinas mais modernas.

6 . 2. 1 A renovação dos equipamenros e as questões de pessoal

É evidente que o processo de moder­nização do parque gráfico e a substituição dos equipamentos atuais por modelos mais modernos têm inegável interferência no problema de pessoal. Assim, a expectativa de transformação da atual maquinaria em sucata tende a agravar-se, com sérios pre­juízos para os estabelecimentos que dela se desfazem, em virtude da tendê.ncia geral

16 É ilustrativo lembrar que essa gráfica voltou a recompor, em cerca de 50o/o, sua antiga bateria de linotipos.

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da substituição do processo tipográfico pelo 1offset, e da composição quente pela fria, mas, indubitavelmente, com graves repercussões no destino dos técnicos que as operam, presentemente. Ao lado das gráfi­cas comerciais do Rio e de São Paulo que introduziram a composição fria, e das edi­toras e compositoras que adquiriram esse equipamento, visando ora a suprir necessi­dades próprias, ora a prestar serviços, ve­rifica-se que a imprensa diária do país ca­minha no sentido da impressão offset a curto prazo e no sentido da composição fotomecânica a médio prazo. As grandes revistas permanecem, em termos de impres­são, ainda presas à rotogravura. Conside­rável número de jornais já ingressou nessa faixa ( impressão offset), apesar de con­servarem a composição quente, o que reduz seus investimentos iniciais mas aumenta sensivelmente os custos. A introdução da composição fria, porém, é simples questão de tempo, embora 80 % (oitenta por cen­to) dos jornais já impressos em offset não desfrutem de tiragens que justifiquem esse processo. Face a essa tendência, de caráter nacional, reunindo em um mesmo grupo jornais caríocas (os "Associados"), pau­lista (as "Folhas" ) e amazonenses ("As­sociados") e cearenses ("Tribuna do Cea-

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ra , "Unitário" e "Correio do Ceará"), entre muitos, parece oportuna a formulação das seguintes questões:

a) que fazer das pesadas rotativas tipográficas e das linotipos desses jornais?

b) para onde irão os gráficos, for­çosamente dispensados, especialmente os li­notipistas?

6. 2 . 2 Os novos equipamentos e as exc­gências de pessoal

Evidentemente, as transformações tec­nológicas determinariam pr-ofundas modi­ficações no quadro de pessoal gráfico, dis­pensando várias categorias profissionais, de um lado, e de outro, exigindo outros técnicos. Ao mesmo passo, a simples me­canização das atividades, de uma parte, e de outra sua automação (composição), aumentando a produtividade e empregan­do menor número de mão-de-obra, deter­minaria, a seu turno, uma redução subs­tancial do quadro de pessoal necessário. Essas repercussões é o que passamos a exanunar.

Uma das máquinas fotocompositoras médias típica, dentre as em uso no Brasil, é a Compugraphic, Modelo CG-49 611 L. Uma só dessas máquinas substituí a nada

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menos de cinco linotipos. Para funcionar exige um operador (salário médio de Cr$ 800,00), três tecladistas (salário médio de Cr$ 600,00) e um técnico em eletrô­nica (salário de 1.200,00) , ou seja, cinco profissionais e uma despesa salarial mensal média de CrS 3.800,00. Para oferecer uma produção equivalente, as cinco linotipos exigiriam 1 O linotipistas (salário médio de 1.300,00), dois auxiliares e arrumadores de composição (salário de Cr$ 300,00), um mecânico, encarregado das funções de manutenção, limpeza das matrizes etc. (salário de Cr$ 1.500,00), e um fundidor (salário de Cr$ 300,00), ou seja, 14 profissionais, e uma despesa salarial mensal de Cr$ 12.700,00. Em outras pa­lavras, a introdução dos equipamentos fo­tomecânicos tornará dispensáveis os seguin­tes profissionais gráficos: linotipistas, com­positores manuais, paginadores, tiradores de prova de prelo, arrumadores de compo­sição, mecânico de manutenção, fundido­res. Os dados de que dispomos não nos po­dem tranqüilizar quanto às possibilidades de absorção, pela indústria, desses operá­rios, futuros desempregados. Ao dispen­sar esse contingente de mão-de-obra, a fo­tocomposição vai exigir datilógrafos, mon­tadores de filme, operadores e engenheiros

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eletrônicos. Todos pessoal de reiatíva faci­lidade de recrutamento, à exceção do enge­nheiro eletrônico. Mas essas deficiências são deveras graves, pois são poucos os enge­nheiros eletrônicos e praticamente nula a perc.entagem dos que conhecem esses equi­pamentos. A falta desses profissionais, mui­tas máquinas vivem em pane ou trabalham muito aquém de suas possibilidades.

Para que se tenha idéia aproximada dos efeitos, no campo de pessoal, da intro­dução dessas novas máquinas, vejamos o pessoal atualmente necessário à operaç-ão dos equipamentos gráficos modernos. São utilizadas como exemplo três gráficas típi­cas da Guanabara: a Sedegra, que utiliza bastante composição monotípica, os Esta­belecimentos Gráficos Borsói, especializa­dos em composição linotípica, e o Serviço Gráfico do IBGE, que também só dispõe de composição quente, mas utiliza as linoti­pos Eléktron li, eletrônicas. A Sedegra. possuindo quatro linotipos e cinco mono­tipos, emprega quarenta compositores; os Estabelecimentos Borsói, com nove linoti­pos, empregam trinta e nove compositores; o IBGE, possuindo vinte e duas linotipos, das quais sete eletrônicas, e sete monotipos, emprega oitenta e oito compositores.

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No plano da impressão, as modifica­ções já não são iguais. Um dos velhos pre­los tipográficos requer uma média de dois impressores (há casos em que podem ser operados por apenas um) e um ajudante, ou seja, três operários. As planas offset ne­cessitam de um impressor e de três ajudan­tes enquanto as rotativas offset necessitam de seis a sete, em média.

6 . 2 . 3 Como suprir a carência de pessoal habilitado?

Vimos a inadaptação das empresas gráficas ao novo sistema e algumas de suas conseqüências administrativas. No que diz respeito à mão-de-obra (aperfeiçoamento, adaptação e absorção), o problema se com­plica também quanto às gráficas, sabendo­se que os novos equipamentos de compo­sição, mesmo dispensando os linotipistas e substituindo-os por datilógrafos de fácil recrutamento, exigem mão-de-obra especia­lizada de manutenção e assistência técnica. Obviamente, não dispomos de pessoal téc­nico habilitado, enquanto a assistência dos diversos fabricantes é mais do que precária. Por outro lado, desconhecemos qualquer medida visando à preparação de nossos próprios técnicos. Por escola tem-se apenas

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a aliança entre a c.uriosidade do operário e a imprudência do empresário que lhe facul­ta a máquina. A carência de pessoal espe­cializado vai do mestre ao chefe de setores, do operador ao engenheiro eletrônico ou de produção. Uma vez mais, somos vítimas de um círculo vicioso; sendo a automação ainda incipiente, não se desenvolve em rit­mo que estimule a formação de mão-de­obra qualificada, cuja ausência está dificul­tando o pleno rendimento de novas máqui­nas e sistemas. Por outra parte, algumas categorias de operários gráficos - os lino­tipistas, que são numerosos e constituem até aqui a elite da classe, e, em segundo plano, os compositores manuais - estão condenadas ao desaparecimento em futuro próximo.

Será a automação do parque gráfico - apesar da tendência geral ao aumento do consumo, da produção e assim do di­mensionamento dos equipamentos - capaz de absorver essa mão-de-obra que se tor­nará disponível?

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7 o A GRANDE DISTORÇÃO DO MODELO: TENDÊNCIA A OCIOSIDADE

7 o 1 A febre desmvolvímentista e a expec­tativa de desorganizaçãro do mercado

A substituição do equipamento, em boa hora encetada, fez-se através de finan­ciamento gerido pelo GEIP AGo Através desse órgão, o industrial brasileiro impor­tava com aval do governo, isenção de im­postos, taxas etc. Além dessas facilidades alfandegárias e creditícias, o importador usufruía , ainda, do financiamento do fa­bricante, cujo limite de crédito era uma teórica capacidade de solvência do compra­dor. Essas facilidades, em princípio justas e necessárias, sem as quais nosso parque teria tido o mesmo fim alcançado pela indústria gráfica argentina, provocou, em alguns se­tores, à míngua de controle e de estudos prévios de viabilidade, o que poderíamos denominar de febre desenvolvimentista. Em fase de ewnomia sujeita a depressão e crise,

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A GRANDE DISTORÇAO DO MODELO: TENDÊNCIA

A OCIOSIDADE

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os homens da indústria gráfica surpreende­ram-se em condições de importar acima dos próprios recursos (e conseqüentemente aci­ma de suas próprias necessidades) e com a sensação, ilusória, de quem adquire sem estar gastando. De tudo resultou que, não ra~o, importaram, individualmente e no conjunto, perigosamente acima dos limites de segurança, provocando, a par da perspec­tiva de insolvência, o superdimensionamen­to do parque gráfico. A saturação do mer­cado, dele conseqüente, j á é ameaça a médio prazo, agravada pela reconhecida fragili­dade administrativa-industrial da grande maioria das empresas. Há, portanto, fora de qualquer discussão, uma expectativa de desorganização do mercado com a proximi­dade de agressiva capacidade ociosa. Essa expectativa tem levado a maioria dos grá­ficos a uma política de disputa de clientela, ditando seus orçamentos não a partir da análise dos custos reais, mas de forma a cotar abaixo do concorrente e, assim, "pegar o serviço", algumas vezes apenas para não ficar com as máquinas paradas.

7 . 2 Fatores de agrcwamento da ociosidade

Como agravante da tendência à ocio­sidade, até aqui sem combate, sabe-se, pri-

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meiro, da existência de planos de expansão e modernização ainda por executar; embora a tendência do GEIPAG seja a de exercer um controle mais rígido das importações financiadas, os projetos em curso não serão obstaculizados. Por outro lado, a ação exer­cida pelo GEIP AG cinge-se, até aqui, aos projetos que requerem aval do governo; não há qualquer controle sobre as impor­tações diretas ou as doações de equipamen­tos estrangeiros com que são beneficiadas, principalmente, as instituições religiosas. Em segundo lugar, a maioria das gráficas trabalha, atualmente, em apenas um turno de oito horas, anulando assim uma das saí­das para o impasse representado pela pró­xima saturação do mercado -a queda da jornada de trabalho/ máquina, ainda longe de atingir o ideal de 24 horas de operação, incluídas as necessárias à manutenção. Em princípio, uma máquina parada representa a ocorrência de lucros cessantes. Em terceiro lugar, é fato a tendência governamental de aparelhar-se com gráficas para atender a suas próprias necessidades, na maioria dos casos e, em outros, oferecer serviços à praça. Sem discutir o caráter dessa concorrência, numa hipótese ou noutra, parece que o go­verno está contribuindo diretamente para o

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agravamento da crise de limitação do mer­cado.

7 . 3 Tendências não previstas

A ausência de planejamento no reequi­par as instalações gráficas deixou de prever duas tendências palpáveis da indústria grá­fica: a) a especialização dos esta belecimen­tos gráficos e b) o fornecimento da compo­sição pelo próprio editor.

Os avanços tecnológicos e o aparelha­mento dos editores tendem a levar os grá­ficos à especialização, seja em composição, seja na impressão, seja no acabamento. Re­centemente verificou-se a instalação, na Guanabara, de diversos estabelecimentos especializados na execução de fases do pro­cesso gráfico (como a Helvética e outras dedicadas à composição, e a Quimigráfica, voltada para a composição de títulos e ela­boração de filmes, etc. , bem como as com­positoras Atica, Alfa e Lidador, especializa­das no fornecimento de composição deri­vada do sistema IBM-Composer) . Os da­dos de que dispomos nos animam a pre­ver a proliferação desses estabelecimentos, reduzindo, de certa forma, a faixa de ação das gráficas.

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Por outro lado, os mesmos avanços operados na tecnologia da composição, fun­damentalmente os recursos advindos da composição fria, diminuíram a distância es­quemática antes existente entre o editor e o gráfico, ensejando ao primeiro (principal­mente os especializados, D elta-Larousse, Edgard Blücher Ltd. e outros, e os publi­cadores de revistas, Vecchi e outros) a mon­tagem de seus próprios departamentos de composição, fornecendo ao gráfico tão-so­mente o negativo para elaboração do foto­lito, impressão e acabamento etc., quando não executando ele próprio todas as tarefas.

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DECIFRANDO A ESFINGE

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8 . DECIFRANDO A ESFINGE

Como eventuais saídas para evitar a ociosidade, teríamos: a) exportação de li~ vros e impressos ; b) aumento de produção; c) fusão de empresas.

8 . 1 As exportações

Até agora o caminho das exportações tem-se mostrado pouco admissível para a maioria esmagadora das gráficas. Seus es­forços são obstaculizados pela inexperiência no mercado internacional, pelos altos custos de produção, pela qualidade do pro­duto, inferior ao padrão internacional, e enfim pelas dificuldades opostas à amplia­ção da capacidade de obter capital de giro no país. De qualquer maneira, sem dispor de capital de giro barato, nossas empresas não poderão enfrentar os prazos interna­cionais nem correr os riscos inerentes a essa

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forma de operação. Esse problema poderá encontrar solução no PIS.

8 . 1 . 1 Atuação da ALALC

Outra modalidade de fomento das ex­portações seria a ativação da ALALC. Nossa posição, vantajosa, dentro da Asso­ciação Latino Americana de Livre Comér­cio, enseja-nos a possibilidade de disputar com os demais países do bloco sem a con­corrência da Espanha, velha fornecedora do mercado latino-americano, mas em posição desvantajosa com relação ao Brasil por não participar da ALALC. Os países-membros da ALALC, todavia, caracterizam-se por sua pobreza, feitas as ressalvas que merecem a Argentina, o Chile e o México, nossos possíveis ou potenciais compradores e aos quais já fornecemos enciclopédias e obras de arte. O mercado argentino de todos é o mais fav.orável, pois é o único classificáv~l como mercado gráfico. O alto nível de alfabeti­zação do país vem exigindo um número cada vez maior de livros, impondo a melho­ria da qualidade gráfico-editorial e o aumen­to das tiragens, o que não está sendo aten­lido pela indústria local, vítima da crise gewl do país. Por conseguinte dec.orre sem­pre uma faixa de encomendas abertas aos

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demais países, resultando no favorecimento do Brasil, seja pelas condições de nosso parque, seja pela participação comum no mercado da ALALC, seja pela proximidade que reduz os custos de frete. Já o Chile, apesar de dispor de um parque gráfico limi­tado, mas em função da política governa­mental que procura fortalecer a indústria local. é mais um comprador de produtos acabados. O mesmo acontece com a Colôm­bia, cuja indústria gráfica é amparada por uma política alfandegária protecionista que, além de impor a prévia autorização gover­namental à importação, limita-a a livros didáticos, científicos e de literatura, segundo o conceito oficial. A posição do México é especiosa, pois a atividade editorial encon­tra freios na baixa produção de papel desti­nado à impressão, ao mesmo tempo que o governo subordina a produção nacional de livros à do papel mexicano, através de um controle de cotas, restando aos editores, como única solução, a importação do livro pronto, ou, mais propriamente, sua feitura fora do México. 17

J? Cf. Ferdinando Bastos de Souza, em entre­vista a O GLOBO, Rio, 13-6-69, p. 9.

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8 . 1 . 2 Uma cautela a cumpn'r

O governo brasileiro parece inclinado a favorecer a solução exportação, desde que adotou também a política de isenção fiscal e estabeleceu créditos no volume do IPI cor­respondente, consentindo ainda ao gráfico, como a qualquer exportador brasileiro, re­correr aos financiamentos da CACEX.

Espera-se, todavia, que os estímulos à exportação, no caso do produto gráfico, não repitam as distorções verificadas com a produção do papel nacional, inferior ao es­trangeiro, inexistente na praça na medida da demanda (os fabricantes de papel só aceitam pedidos com data fechada e preço em aberto), sem uniformidade de especifi­cações e, o que é pior, caro, chegando ao cúmulo do absurdo de ser vendido em Bue­nos Aires mais barato do que no Rio ...

8 . 2 A situação do papel: ,uma crítica ao GEIPAG

O GEIP AG, a quem se deve a moder­nização do parque gráfico brasileiro mas a quem se pode imputar parte da responsa­bilidade por seu mau dimensionamento, não teve condições de assegurar a modernização da indústria do papel, o principal insumo do livro. Assim, um dos fatores de dese-

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quilíbrio de nossos preços e da qualidade de nosso produto é o papel, mais caro e de qualidade inferior ao padrão internacional. Por exemplo, ainda na área da ALALC: o papel comprado na Argentina custa, posto Buenos Aires, preços do primei­ro semestre de 1971, USS 0,22 p/ kg, o que representa em nossa moeda aproxima­damente Cr$ 1, 12; na mesma época, o mes­mo papel chegava ao armazém de qualquer revendedor brasileiro (os fabricantes se re­cusam ao fornecimento direto, vendendo exclusivamente através de seus atacadistas), aproximadamente a Cr$ 1,85 p/ kg. O ex­drúxulo é que esse papel, importado pela Argentina, é de origem brasileira. Obvia­mente as gráficas argentinas podem orçar seus serviços incluindo no custo total a par­ticipação do papel de forma mais vantajosa que a ensejada aos gráficos brasileiros, com claros prejuízos para os editores e o custo da produção, no caso, dificultando, ainda, o projeto de exportação.

O industrial argentino - para fi­carmos no mesmo exemplo- dispõe, ain­da, de facilidades de crédito e financiamen­tos a longo prazo, tornando viável o paga­mento à vista dos serviços gráficos. Assim sendo, o gráfico praticamente financia o editor, pois, iniciando seus gastos com o re-

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cebimento da encomenda, começará a ressar­cir-se pelo menos 30 dias após a entrega do serviço. 18

Os problemas relativos ao papel, to­davia, não se limitam aos pontos aqui aflo­rados, ligando-se diretamente à qualidade do parque industrial fabricante de celulose e papel, assim caracterizado:

a) pulverização das instalações in­dustriais: de um total de 155 fabricantes de celulose e papel, em 1970, apenas 13 res­pondiam por 1.465 t/ dia, ou seja, 42,7 % do total da produção nacional, do que re­sulta a existência de grande número de fá­bricas que, por seu baixo dimensionamento, carecem de mão-de-obra técnica de bom ní­vel, impossibilitando ganhos de escala;

b) desníveis marcantes entre as vá­rias empresas (provocados por essa mesma pulverização), acompanhados de relativa incapacidade gerencial e inexistência de qua­dros técnicos eficientes, além do reduzido tamanho da instalação industrial, já men­cionado;

c) existência de produtores margi­nais operando instalações de tipo quase ar­tesanal, sem contabilidade de custos ou

18 O financiamento dessas operações, no Brasil, passou a ser cogitado a partir do PIS.

'/8

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preocupação com ãinordzação do capital fixo, redundando em perturbações de pre­ços no mercado;

d) índices gerais de produção baixos com médias operacionais acentuadamente diferenciadas;

e) disparidade na tecnologia absor­vida e praticada no seloc, variando desde condições técnicas satisfatórias e boas entre as grandes empresas e algumas de porte mé­dio até tecnologia deficiente, tônica dos pe­quenos estabelecimentos;

f) deficiência geral no plano técnico­gerencial e níveis de rentabilidade, produti­vidade e eficiência insatisfatórios;

g) obsolescência como característica das instalações da grande maioria das fábri­cas do país;

h ) ausência de sistemas de controle de qualidade, quase inexistê·ncia de labora­tórios de ensaio e testes, resultando na baixa qualidade geral da produção;

i) gcaves deficiências nos aspectos re­lativos a padrões tecnológicos e gerenciais de produção que sobre redundarem na má qualidade geral do produto, determinam considerável variação nas especificações dos papéis produzidos entre as diversas empre­sas, e mesmo entre uma partida e outra da mesma empresa; a má qualidade do produto

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pode ser exempÜf~cada peÍo despren<Ümento de um pó (provocado pelo atrito com a composição) que, penetrando nas cavidades dos tipos, torna a impressão· borrada e assim inaceitável; na impressão offset, obtida à base do contraste entre umidade e gordura, esse pó ader.e à chapa de zinco, oxidando-a; nas impressoras rotativas, quer tipográficas, quer offset, o papel rebenta-se com facili-­dade, ocasionando perdas freqüentes e, por­tanto, pr-ejuízos fáceis de estimar; por outro lado, -os fabricantes negam-se a produzir papéis de baixa gramatura sem justificativa de ordem técnica, o que sugere tratar-se de manobra visando a forçar consumo de papéis de maior peso e, portanto, mais caros. É ainda comum o fornecimento de resmas com grande quantidade de folhas estragadas ou, até mesmo, com lascas de madeira, impondo paradas freqüentes da máquina impressora no primeiro caso, e no segundo a danifica­ção dos rolos de borracha;

j) baixa produtividade em vista das necessidades de consumo, especialmente do papel destinado à imprensa periódica; as projeções de consumo do papel para a im­prensa periódica apresentam para 1975 (da­dos do BNDE) um nível máximo de 277 mil toneladas e mínimo de 244 mil tone·­ladas; são desconhecidos, todavia, projetos

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de expansão da capacidade atual de fabri­cação. 19

8 . 3 O aumento da produção e o mercado intecno

Posto de lado o caminho da exporta­ção, restaria por último recurso o mercado interno. Ora, a produção está na relação di­reta das tiragens, e essas refletem o baixo nivel geral de escolaridade do país. 00 Não há como, a médio prazo, aumentar nossas tiragens.

O problema, todavia, não se reduz às próprias limitações do mercado, derivadas do baixo volume das tiragens. Com efeito, houve aumento de títulos e de novas edições, mas as tiragens médias continuam por volta de 4-6 mil exemplares, cifra irrisória num país de 90 milhões de habitantes. O que houve foi saturação de mercado, conseqüên-

lO O quadro geral das instalações destinadas à fabricação de celulose e papel foi recolhido de do­cumento assinado por José Oemente de Oliveira (BNDE), Anto.nio Carlos da Mota R ibeiro (MI­NIPLA~) e Abelardo Cardoso Parreira (SIG) e destinado à análise pelo GEIPAG. Esse documen­to data de setembro de 1970.

:20 Cf. Redução de custos gráfico .. editoriais. op, cit. p. 14.

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cia de dois fatores conjugados: a) superdi~ mensioname-nto do parque gráfico e b) im~ possibilidade de aumento das tiragens (e assim aumento da produção), em virtude das limitações do mercado fedor.

É verdade que o barateamento do pre~ ço da venda dos livros redundaria na sua maior comercialização e, conseqüentemente, no aumento das tiragens, novo fator de ba­rateamento. Mas ·não se deve perder de vista que o mercado comprador permaneceria o mesmo, ou seJa, as mesmas pessoas que com­pram livros hoje passariam a comprar um pouco acima da quota atual. Todo o esforço deve ser desenvolvido visando também ao alargamento da faixa do mercado consumi­dor de livros, ou seja, ao aumento da popu­lação culta e economicamente suficiente. A função social da indústria gráfica nacional e seu papel no desenvolvimento do país justificam esse tratamento de choque.

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CONCLUSõES

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9 . CONCLUS6ES

1 . A população brasileira letrada e ao mesmo tempo economicamente forte, o bastante para poder comprar livros, é muito reduzida. Daí as tiragens irrisórias, caracte­rística da indústria editorial brasileira. Con­seqüentemente, o desenvolvimento da ativi­dade editorial será uma decorrência do de­senvolvimento econômico e cultural do país, posto que o aumento das tiragens -única saída para o impasse da indústria gráfico-editorial - está na razão direta do aumento da escolaridade e do poder aquisi­tivo da população, ou seja, o aumento da faixa de leitores e compradores de livros e revistas.

2 . Parece que a escolha do modelo de modernização do parque gráfico brasi­leiro - realizado sob a égide do GEIP AG - não levou em conta essa evidência. As distorções atuais são resultado da inadequa­ção entre tecnologia e realidade brasileira.

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3. É lícito supor que, na maioria dos casos, estudos profundos dos sistemas existentes e dos métodos em vigor eviden­ciariam que os problemas mais cruciais dos gráficos poderiam ser resolvidos com reno­vação de métodos ou introdução de novos sistemas.

4 . De qualquer forma ficou demons­trado que as importações de novos equipa­mentos se anteciparam aos estudos de sis­temas que as deveriam determinar.

5 . A ausência de planejamento e controle da modernização, renovação e am­pliação do parque determinou o superdi­mensionamento das instalações gráficas. O alto custo da produção (a grande maioria das máquinas está operando abaixo de sua capacidade), o baixo nível de eficiência com que está sendo operado o equipamento mo­derno e a expectativa de ociosidade das ins­talações, diante da saturação do mercado, são as principais conseqüências dessa polí­tica.

6 . A saturação do mercado piora com a atuação de gráficas ligadas ao poder público, ora atençlendo às suas próprias necessidades de serviços gráficos, ora dispu­tando o mercado ao lado da iniciativa pri­vada, de uma forma ou de outra contribuin-

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do para o aumento da capacidade oc1osa das instalações gráficas.

7 . O GEIPAG pareceu impotente para desencadear a modernização das insta~ lações industriais destinadas à fabricação de celulose e papel. Observa~se um profundo gap entre as possibilidades do parque grá­fico e as disponibilidades da indústria do papel que ainda oferece um produ to caro, de baixa qualidade e em quantidades que não atendem às necessidades do mercado.

8 . Ao lado do problema em si, re~ presentado pela escolha da tecnologia ade­quada às nossas necessidades, cumpre con­siderar o despreparo da mão-de-obra e dos quadros dirigentes, comprometendo a im­plantação de sistemas que exigem pessoal qualificado e administração científica.

9 . Enquanto ingressamos cheios de temores na fase industrial que antecede o salto da composição quente para a fotome­cânica é relevante assinalar que ainda hoje várias gráficas da Guanabara estão dobran~ do o número de suas linotipos (composição quente), certas sem dúvida de que essa ainda é a solução adequada; outras, como vimos. se desfazem desses equipamentos e ingres­sam na composição fria e na automação. Em países desenvolvidos ocorre a aplicação, em alguns casos, e pesquisas noutros, em

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torno de processos e sistemas ainda mais audazes e revolucionários como o plastipel, a xerografia e a legotipia (máquina que lê, compõe, imprime, dobra, costura e reveste o original, 21 revolucionando a indústria editorial e desafiando nossa capacidade de prospectiva), o microfilme, o microfilme do microfilme, o vídeo cassete, dando som e imagem a uma tela de televisão, permitin­do-nos conduzir no bolso não mais um livro, mas toda uma biblioteca. Diante da­quilo que nos espera em futuro não muito remoto são portanto insignificantes os de­safios de hoje. 22

O problema não está na automação, mas no processo de sua implantação que, erroneamente conduzido, provocou as dis­torções assinaladas neste trabalho.

r.n Cf. El arte de la escritura, Paris, UNESCO, 1965.

fJ;:J Sobre o futuro da indústria gráfica, consul­tar VmiRA, R. A. Amaral. O futuro da co1mmicação escrita. Rio de Janeiro, F o rum Editora, 1972.

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INDICE ANALfTICO

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A

Abelardo Cardoso Parreira V. Parreira> Abelardo Cardoso

Acabamento gráfico, 30-1, 45, 69 sistema roto bindcr ou perfect bittder} jÜ-1, 45

operações automáticas, 30-1 emprego justificável e distorções, 31, 45

Adaptação administrativa, 52-3 V. tb. M odcrnização do parque grájico brasileiro.

ALA LC V. Associação Latitw-America11a de Livre Co­

mércio

Alfa fornecimento de composição da IBM-Com­

poser, 68

Amadorismo administrativo, 53-4

Análise do modelo de modernização escolhido> 27, 29-31, 35-9, 65-9 escolha indevida do sistema, 29-31 febre dcsenvolvimentista, 65-6

expectativa de desorganização do mercado> 65-6 o modelo e a realidade brasileira, 35-9 ausência de estudo prévio de modelos, 37 ausência de estudos de sistemas e métodos, 38-9

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totocóh'lposltoras, 35-6 tiragens e distorções de custo, 36-7 tendência à ociosidade, 65-8 fatores de agravamento, 66-8 tendências não previstas, 68-9 especialização dos estabelecimentos gráficos, 68-9 fornecimento da composição pelo editor, 68-9

Antônio Carlos da Mota Ribeiro V. Ribeiro, Antônio Carlos da Mo ta

Argentina, 5 supressão de barreiras alfandegárias, 5 V. tu. E.~·portação de livros e impressos. Papel para impressão.

Associação Latino-Americana de Livre Comér-cio, 5, 74-5, 77

abertura alfandegária entre os países integrantes, 5 atuação polivalente, 5 V. tb. E.~portação de livros e impressos.

Atica, 68 fornecimento de composição da IBM-Com­

poser, 68

Aumento da produção gráfico-editorial, 73, 81-12 aumento de títulos e de edições, 81 barateamento elo preço de venda de livros, 82 impossibilidade de aumento de tiragens, 81-2 medida para evitar a ociosidade do parque grá-

fico, 73 mercado interno, 81-2

Automação, 12-3, 20-1, 62, 87 agravamento dos custos gráficos, 12-3

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razÕes fundamentais Íigadas a custos operacio­nais, 21

B

Balsemão, Francisco C. P., 19-20 L'avenir de Ia presse écrite, 19-20

Banco Nacional do Desenvolvimento Econômi­co, 54, 80-1

produção de livros no Brasil (pesquisa), 54 projeções de consumo de papel para 1975, 80

BNDE V. Banco Nacional do Desenvolvimento Eco-

11Ômico

Borsói V. Estabelecimentos Gráficos Borsói

Bruguera V. Editora Brugtwra

Buenos Aires V. Papel para impressão

c CACEX

V. ExportaçM de livros e impressos

Capital, 21-3, 27 empregado em equipamento moderno, 27

necessidade de rápido desempate, 27 nos países desenvolvidos, 21-3

altos investimentos, 21 oferta superior à demanda, 21

nos países subdesenvolvidos, 21-3 carência e desperdício, 22-3 limite e escolha da técnica de produção, 22-3

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Carteira de éomércio Exterlor V. E."Cportação de livros c ilu.prcssos

Chapa de zinco para impressão, 28-9

Chile, 5 supressão de barreiras alfandegárias, 5 V. tb. Exportação de livros e i·mpressos

Colômbia V. E.1:portaç;ão de livros e impressos

Companhia Melhoramentos, 6-7 importação de fotolitos, 6 pagamento de copyrighl a empresas estrangeiras, 7

Composição de caixa, 44 V. tb. Composição que11te

Composição fotomecânica V. Composição fria

Composição fria, 12-3, 17-8, 28-9, 35-7, 39, 45-7, 52, 57-8, 68-9, 87

adoção a médio prazo na imprensa diária, 57 agravamento dos custos gráficos, 12-3 ausência de mfto-de-obra qualificada, 62 combinação com a impressão offset, 28-9

vantagens e inconvenientes, 29, 35-7 economia de mão-de-obra, 18 eliminação dos linotipistas, 52 exigência de grandes tiragens, 18 fotocompositoras, 35-7, 39, 45-7, 58

V. tb. Fotoco.mpositora Compugraphic qualidade superior do produto, 18 rapidez de produção, 18 recursos advindos, 68-9

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redução de gastos na impressão oftscl, 18 V. tb. Impresscio offset

Composição linotípica, 45-6 V. tb. Composição quente

Composição monotípica, 44, 46 V. tb. Composição qulmte

Composição quente, 28-9, 44-7, 57 casos de emprego com vantagens, 44-7 combinação com a impressão offset, 28-9

fases, 28 tendência de substituição pela composição fria, 57

Composição tipográfica V. Co111posição quet1te

Compositora Helvética, 68 fornecimento de composição, 68

Compositores V. Linotitistas

Compositores ll}anuais, 62

Compugraphic, mod. CG-49611 L V. Fotocompositora Co.mprtgraphic

Computador do DETRAN, 39 exemplo de aquisição sem estudo de sistemas, 39

Computador UNIV AC do IBGE exemplo de aquisição sem estudo de sistemas, 39

Conclusões, 85-7 aumento das tiragens na razão direta do aumento

da escolaridade e do poder aquisitivo, 85 ausência de planejamento e controle da modcrni-

9t;

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zação, causa do superdimensionamento das ins­talações gráficas, 86

desem·olvimento da ath·idade editorial como de­corrência do desenvolvimento econômico e cul­tural do país, 85

despreparo da miio-de-obr<1 e dos quadros diri­gentes, 87

gap entre as poss:bilidades do parque ~ráfico e as disponibilidades da indústria do papel. 87

imporlaç.ão de novos equipamentos sem estudo prévio de sistemas, 86

inadequação entre a tecnologia e a realidade bra­sileira, 85

renovação de métodos ou introduç.io de novos sistemas, 86

saturação do mercado agravada com a atuação de gráficas ligadas ao poder público, 86-7

sistemas ainda mais revolucionários: legotipia. microfilme, microfilme do microfilme, plastipel, xerografia, video-cassete, 88

várias gráficas da Guanabara dobram o número de suas linotipos, enquanto outras optam pela composição fria, 87

Convênio Cultural Brasil-Portugal, 5 importação livre de publicações em português, 5

Copyright pagamento a empresas estrangeiras, 6-7

Correio do Ceará, 58

Custo operacional, 35-6

Custos gráficos, 12-3, 18-9 28, 36-8, 43-7, 53 agravamento-causas, 12-3, 18-9

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introdução da composição íria e da autotna­ção, 12-3

renovação contínua do equipamento gerada pela rápida sucessão de modelos, 18-9

altos na produção moderna - fatores, 11-2 equipamento caro e sujeito a rápida obsoles­

cência, 11 falta de pessoal especializado, 12 preço elevado do material utilizado, 11

distorções, 36-7 elevados, como preço da modernização, 43-7 falta de critério para apuração e ausência de pro-

gramas, 53 fracasso na tentativa de racionalização, 11-2 redução, 37-8 relação direta com o aumento das tiragens, 28

D

Datilógrafos, 52, 59, 61 em substituição aos linotipistas, 52, 61

Delta-Larousse, 69 composição própria, 69

Departamento do Trânsito V. Ce7mputador do DETRAN

Der Spiegel, 36-7 impressão e tiragem, 36-7

Desenvolvimentismo, 44, 65

Desenvolvimento V. Ca.pital

Mão-de-obra

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DETRAN V. Computador do DETRAN

Distribuidora Record, 6 aquisição de ilustrações na Shiba Productions, 6 composição e impressão pela Toppan Prin­

ting Co., 6

E

Edgard Blücher Ltd., 69 composição própria, 69

Editora Bruguera, 6-7 importação de fotolitos, 6 pagamento de copyright a empresas estrangeiras, 7

Editora Lidador, 68 fornecimento de composição da IBM-Com­

poser, 68

Editora Vecchi, 69 composição própria, 69

Editoras de fotonovelas, 7 importação de filmes, 7 pagamento de copyright a empresas estran­

geiras, 7

Elek1:ron (linotipo), 4, 20, 60

Engenheiro eletrônico, 46, 59~60, 62 carência, 46, 60

Equipamento gráfico V. Parque gráfico brasileiro

Espanha, 74

Estabelecimentos gráficos, 68 especialização, 68

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Rstabelecimehtos GráÜcos Bors6i, 60 linotipos e compositores, 60

Exportação de livros e impressos, 73-82 como medida para evitar a ociosidade do parque

gráfico, 73 dificuldades, 73

jnexpenencJa no mercado internacional, 73 obtenção de capital de giro no país, 73 produto inferior ao estrangeiro, 73

estímulos governamentais, 75-6 financiamentos da CACEX, 76 isenção fiscal, 76

fomento através da ativação da ALALC, 74-75 Argentina - o mercado ma1s favorável, 74-5 Chile - comprador de produtos acabados, 75 Colômbia - importação limitada, 75 México - importação do livro pronto em de­

corrência do controle do papel, 75 possibilidade de disputa sem a concorrência da

Espanha, 74

F

Febre desenvolvimentista V. Mercado gráfico

M oderni:Jação do parque gráfico brasileiro

Ferdinando Bastos de Souza V. Souza, Ferdinando Bastos de

Fornecimento de composição, 68 pelo próprio editor, 68 por estabelecimentos especializados, 68

F otocomposição V. Composição fria

99

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Fotocompositora Compugraphic, 58-60 pessoal necessário ao funcionamento, 59-60

Fotocompositores, 35-6, 39, 52, 61-2 carência de pessoal técnico habilitado, 61-2 custo·, 35..:6, 39 necessidade de rápida recuperação do capital em­

pregado, 35 precariedade de assistência técnica do fabri­

cante, 61 rápida obsolescência, 35-6 substituição de linotipistas por datilógrafos, 52

Fotolito, 6-7, 28-9, 69 elaboração, 28, 69 importação, 6-7 montagem no astralon, 28

Fotonovelas V. Editoras de fotonovelas

Francisco C. P. Balsemão V. Balsemão, Francisco C. P .

Fundação Getúlio Vargas, 54 pesquisa sobre produção de livros no Brasil, 54

Fundação IBGE V. Computador UNIV AC do IBGE

Serviço Gráfico do IBGE

Fusão de empresas, 73

G

GEIL V. Gmpo E."CC$ttivo da Indústria do Livro

100

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GEIPAG V. Gntpo Executivo da Indtí$.Lria do Papel e

Artes Gr6fica.s

Grupo Executivo da Indústria do Livro, 54 pesquisa sobre produção de livros no Brasil, 54

Grupo Executivo da Indústria do Papet e Artes Gráficas, XV, XVI, 65, 67, 81

finalidade XV, XVII coordenação da modernização do parque grá­

fico brasileiro, XVI exame e aprovação de projetos industriais,

XV, XVI facilidades creditícias e alfandegárias, XV,

XVI, 65 importações diretas e doações íora do seu con­

trole, 67 operacionalização, XVI tendência ao controle mais rígido ele importações

financiadas, 67

H

Helvética V. Compositora Helvética

I

IBGE V. Computador Univac do IBGE

Seroiço Gráfico do IBGE

IBM-Composer V. Alfa

At·ica Editora Lidador

101

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Importação de equipamentos gráficos, XV, XVI, 65, 86 facilidades alfandegárias e creditícias geridas pelo

GEIPAG, XV, XVI, 65 sem estudos prévios de sistemas, 86

Importação de serviços gráficos V. Companhia M e/horametliOs

Distribuidora R ecorá Editora Brugucra Editoras do fotonovel.as Livraria José Olympio Editora Mercado gráfico brasileiro

Impressão offset, 18, 28.J30, 45-7, 55, 57, 69, 80 adequada às tiragens altas, 29-30, 57

distorções, 30 adoção a curto prazo pela imprensa diária, 57 falhas decorrentes da má qualidade do papel, 80 fundada na composição fria, 28-9

vantagens e inconvenientes, 28-9, 45-7 fundada na composição quente, 28-9

fases, 28

Impressão tipográfica, 44, 57 substituição pela offset, 57

Impressoras planas, 46, 55, 61

Impressos V. E.rportação de livros e impressos

Indústria de celulose e papel, 76-81 características atuais, 78-81 crítica ao GEIPAG, 76-7 V. tb. Papel para impressão

102

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Indústria gráfica brasileira, 68-9 tendências decorrentes do avanço tecnológico, 68-9

especialização das empresas, 68 fornecimento de composição pelo próprio edi­

tor, 68-9 V. tb. Exportação de livros e impressos

Mercado gráfico brasileiro Parqtte gráfico brasileiro·

Indústria têxtil paulista, 38 exemplo de redução de custos, 38

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística V. ComPttfador Univac do IBGE

Serviço Gráfico do IBGE

J

J an Tinbergen V. Tinbergen, Jan

Jornal Brasileiro de Medicina, 36 impressão e tiragem, 36

Jornais Associados, 57

José Oemente de Oliveira V. Oliveira, José Clemente

José Olympio V. Livraria José Olympio Editora

Legotipia, 88

Lidado r V. Editora Lidador

L

1.0$

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Linotopia V. Composição Hnotíp1:ca

C01nposição quente Linotipistas, 51, 58-62

condenação ao desaparecimento, 62 emprego atual - exemplos, 60 salário médio, 59 substituição por datilógrafos na fotocomposi­

Ção, 52, 69, 51

Linotipo Elektron II, 4, 60

Linotipos, 55-6, 87 recondicionamento para re-utilização, 55-6 venda, 55-6 V. tb. Conclusões

Linotron, 20

Livraria José Olympio Editora, 6-7 importação de fotolitos, 6 pagamento de copyright a empresas estrangeiras, 7

Livros V. E~·portação de livros e i1npressos

Prodnção de livros no Brasil Tiragens gráficas

M Manchete, 36

impressão e tiragem, 36

Mão-de-obra, 21-3 gráfica, 87 nos países desenvolvidos, 21 nos países subdesenvolvidos, 212

Melhoramentos V. Co11zpt~nh.ia Melhoramentos

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Mercado gráfico brasileiro, 6-7- 65-8, 81-2, 86-7 expectativa de desorganização, 65-6

disputa de clientela, 66 febre desenvolvimentista - causas, 65-6

facilidades creditícias e alfandegárias, 65-6 financiamento do fabricante, 65

importação de serviços, 6-7 casos, 6-7

li!J2itações, 81-2 tendência à saturação, 6, 66-8, 81-2, 86-7 V. tb. A·~tmento da prod~tção gráfica

Exportação de livros e impressos MéXlico, 5

supressão de barreiras alfandegárias, 5 V. tb. Exportação de livros e impr-essos

Microfilme, 88 Microfilme do microfilme, 88 Ministério da Educação e Cultura ( GEIL), 54

pesquisa sobre produção de livros no Brasil, 54 Modelo de modernização

V. Análise do modelo de ·modernização escolhido Moderni11ação do parque gráfico brasileiro

Moderniz.:1.ção do Parque Gráfico Brasileiro, XV, XVI, XVII, 3-4, 6, 11-9, 21, 27-31, 37, 43-7, 51-62, 65-70, 73-82

análise do modelo escolhido, 27-31 V. tb. Análise do modelo de ·modernização es­

colhido atuação do GEIPAG, XV, XVI, 65, 67, 76, 85

V. tb. Gmpo Executivo da Indústria do Papel e Artes Gráficas

ausência de estudo prévio dos modelos, 37 ausência de infra-estrutura administrativa ou

amadorismo administrativo, 53-4

JQ!J

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descompasso com o reequipamento da indústria do papel, 11

distorções, 11, 44-7 custos altos na produção moderna, 11 exemplo concreto, 44-7

elevação dos custos gráficos, 43-7 emprego de rotativas etapas queimadas imprudentemente, 51-62

adaptação daminjstrativa, 52-3 aperfeiçoamento técnico e adaptação de mão­

de-obra, 52, 54 estudo de organização e métodos, S 1-2

falta de estudo prévio de métodos e sistemas, 21, 38-9, 51

febre desenvolvimentista, 65-6 fotocompositoras, 35-6 importação de serviços - uma ameaça, 6 introdução da composição fria 3, 12-3, 17-8, 55-6 operação inadequada dos novos equipamentos,

43-4, 46-7 problemas de pessoal, 53-62

carência de pessoal habilitado, 61-2 desemprego, 56-62 exigência de pessoal técnico, 58, 61 modificações e redução do quadro de pessoal

gráfico, 58-62 rápida obsolescência dos novos equipamentos,

11, 13-16, 18-9, 27 influência nos custos gráficos, 18-9

sistema roto binder ou perfect binder, 30-1 tendência à automação, XVI, XVII, 3-4, 12-3, 47 tendência à ociosidade, XVI, 6, 47, 65-70, 73-82

106

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fatores de agravamento, 66-9 medidas para evitá-la, 73-82

V. tb. Awmento da produção gráfico-editorial Exportação de livros e impressos Fusão de empresas Parque gráfico brasileiro

Mono ti pia V. Composição tiW1lotípica

Montadores de filme, 59

o

Ociosidade do parque gráfico brasileiro, 65-9, 73-6, 81-2 fatores de agravamento, 65-9

especialização dos estabelecimentos, 68-9 febre desenvolvimentista, 65 fornecimento da composição pelo editor, 68-9 saturação do mercado, 67 tendência governamental de equipar-se, 67-8

medidas para evitá-la, 73-6, 81-2 aumento da produção, 81-2 exportação, 73-6 fusão de empresas, 73

Oliveira, José Clemente elaboração de dacumento (set./1970) sobre pa­

pel, 81

Orçamentos gráficos, 53 ausência de normas para fixação, 53

107

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p

Países desenvolvidos V. Capital

Mão-de-obra Países subdesenvolvidos

V. Capital Mão-de-obra

Papel 'para impressão, 76-81, 87 crítica ao GEIPAG, 76-7 gap entre as possibilidades do parque gráfico, 87 preço no Brasil, 77 preço posto Buenos Aires, 77 proble.mas ligados ao parque industrial especí­

fico, 78-81 ausência de sistemas de controle de qualidade, 79 baixa produtividade em relação ao consumo,

80-1 deficiência no plano técnico-gerencial, 79 deficiência nos padrões tecnológicos e geren­

ciais de produção, 79-80 desníveis entre as empresas, 78 disparidade na tecnologia absorvida e prati-

cada, 79 índices de produção baixos, 79 obsolescência das instalações, 79 produtores marginais, 78 pulverização das instalações industriais, 78

projeções de consumo para 1975, 80-1

Parque gráfico brasileiro, XV, XVI, XVII, 3-4, 6, 11-9, 27-31, 51, 54-62, 65-9, 73-82, 85 ampliação e substituição, XV atuação do GEIPAG, XV, XVI, 65, 67, 76, 85

1-08

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V. tb. Grupo Executivo da lnd1ístria. do Papel e Artes Gráficas

modernização, XV, XVI, XVII, 3-4, 11. 37-9, 51 V. tb. Análise do modelo de modernização es­

colhido Modernização do parque gráfico bm.si­sileiro

automação, XVI, XVII, 3, 12-3, 17-8, 30-1, 35-6, 47, 54-62 composição fria, 3, 12-3, 17-8, 55-6 computadores, 3-4 fotocompos1toras, 35-6 IBM-Composer, 68 implantação sem planejamento, XVI linotipos E lektron li, 4, 60 problemas de custo, XVI problemas de pessoal, XVII, 54-62 sistema roto bindcr ou pcrfect bináe1·, 30-1

V. tb. Acabamento gráfico concorrência de empresas estrangeiras, 4-7

Convênio cultural Brasil-Portugal, 5 importação de serviços, 6-7

febre desenvolvimentista, 65-6 impressão off-set, 28-9 obsolescência da máquina não tradicional, 13-4,

16, 18-9, 27 recuperação do capital investido, 13-4 renovação contínua do equipamento, 18-9

pessoal gráfico, 54-62 problemas gerados pela modernização do par­

que, 54-62 prelos tipográficos, 14-5, 55-6, 60-1

funcionamento competitivo com os novos equi­pamentos, 14-5

109

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rápida atnortizaçâõ do capital, 14-5 substituição, 15 venda, 55-6

rotativas, 3, iS-6 rotogravura, 57 tendência à ociosidade, XVI, 6, 66-9, 73-82

fatores de agravamento, 66-9 medidas para evitá-la, 73-82 V. tb. Ociosidade do parque gráfico

tendência ao superdimensionamento, XVI, 66, 82, 86

Parque g_ráfico português, 5 instalação ou associação de gráficas estrangeiras, 5 V. tb. Convênio cultural Brasil-Port.ttgal

Parreira, Abelardo Cardoso elaboração de documento ( set./1970) sobre pa­

pel, 81

Perfect B-inder V. Acaba·mento gráfico

Periódicos exemplo de editoração, 44-7 tiragens, 36-7 V. tb. De<Y S piegel

Jornal Brasileiro de Medicina Manchete

Q1tatro Rodas Stern Visão

Pesquisa sobre produção de livros no Brasil, 54

PIS - Plano de Integração Social, 73- 77

1.10

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Plastipel, 88

Prelos tipográficos, 14-5, 55-6, 60-1 amortização rápida do capital empregado, 14-5 custo médio, 14 produção média, 14-5 recondicionamento para re-utilização, 56 substituição pelas rotativas, 15 venda, 55-6 vida útil mais longa, 14-5

Produção de livros no Brasil (pesquisa), 54

Produção gráfica V. Am11et1to da produção gráfico-editor·iaJ

Provas tipográficas, 28

Q Quatro Rodas, 36

impressão e tiragem, 36

Quimigráfica, 68 composição de títulos, 68 elaboração de filmes, 68

R

R. A. Amaral Vieira V. Vieit·a, R. A. A'maral

Recenseamento de 1950, 39 importação do computador Univac, 39

Record V. Distribuidora Recurd

Redução de custos, 38

111

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Revistas V. Periódicos

Ribeiro, Antônio Carlos ela Mota, 81 elaboração de clO'Cwnento (set./1970) sobre pa­

pel, 81

Roto bi11der V. Acabian'Wnto gráfico

Rotativas, 15-7, 45-6, 61 custo, 15 obsolescência, 15-7

necessidade de rápido pagamento do capital in-vestido, 16-7

viabilidade econônúca nas grandes tiragens, 15 vida econômica curta, 16 pessoal necessário, 61

Rotogravura, 57 impressão de grandes revistas, 57

s Sedegra, 60

linotipo e compositores, 60

Serviço Gráfico do IBGE, 60 linotipos, Elektron II e compositores, 60

Shiba Productions (Japão) V. Distribuidora Record

Sistema IBM - Composer V. Alfa

Atica Editora Lidador

Sistema perfect binder V. Acaba11le11to gráfico

112

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Sistema roto binder V. Acabamento gráfico

Souza, Ferdinando Bastos de, 75

Stern, 36-7 impressão e tiragem, 36-7

Subedesenvolvimento V. Capital

Mão-de-obra

T

Tecnologia, 20-3, 47-8, 68·9 da composição, 68-9 escolha correta, 20-3 importação, 20 introdução de nova, 47-8 tendência à estereotipação, 20. 22 utir zação econômica de máquinas tradicionais, 20

Tinbergen, Jau, 22-3 Programação para o desenvolvimento, 23

Tiragens gráficas, 15, 29-30, 35-7, 81 grandes, 15, 28-30, 35-7

unprego de rotativas, 15 fotocomposição, 35-7 impressão offsct, 28-30

pequenas, 29-30, 36 médias apuradas em 1970/71, 29-30, 8: V. tb. Periódicos

Toppan Printing Co. (Tóquio) V. Distl'ibuidora Record

Tribuna do Ceará. 57-8

11-9

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u Unitário, 58

v Vecchi

V. Editora Vecchi

Video-cassete, 88

Vieira, R. A. Amaral, 11, 8l Disponibilidade gráfico-editorial da imprensa es­

pecializada, 11 Redução de custos gráfico-editoriais, 81

Visão, 36 impressão e tiragem, 36

X Xerografia, 88

114

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